UniSALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Psicologia
Jéssica Stefani Lima
Miriam Vieira
VISÃO DE CUIDADORES PROFISSIONAIS SOBRE
O ENVELHECIMENTO EM INSTITUIÇÃO
PARTICULAR DE ATENDIMENTO A IDOSOS
LINS – SP
2017
JÉSSICA STEFANI LIMA
MIRIAM VIEIRA
VISÃO DE CUIDADORES PROFISSIONAIS SOBRE O ENVELHECIMENTO
EM INSTITUIÇÃO PARTICULAR DE ATENDIMENTO A IDOSOS
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado a banca examinadora do
Centro universitário católico salesiano
auxilium, curso de psicologia, sob a
orientação da Profª. Ma. Gislaine Lima
Silva e orientação técnica da Profª. Ma.
Jovira Maria Sarraceni.
LINS – SP
2017
Lima, Jessica Stefani; Vieira, Miriam. Visão de cuidadores sobre o envelhecimento em instituição particular de atendimento a idosos / Jessica Stefani Lima; Miriam Vieira. -- -- Lins, 2017.
54p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia, 2017.
Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Gislaine Lima da Silva
1. Envelhecimento. 2. Cuidador. 3. Idosos. I Título.
CDU 159.9
L698v
JÉSSICA STEFANI LIMA
MIRIAM VIEIRA
VISÃO DE CUIDADORES PROFISSIONIAS SOBRE O ENVELHECIMENTO
EM INSTITUIÇÃO PARTICULAR DE ATENDIMENTO Á IDOSOS
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Psicólogo.
Aprovado em: _____/_____/_____
Banca Examinadora:
Prof.(a) Orientador(a): Gislaine Lima da Silva
Titulação: Mestre em Psicologia do Desenvolvimento e aprendizagem. Unesp.
Bauru.
Assinatura:________________________
1º Prof. (a):______________________________________________________
Titulação:_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura:______________________________
2º Prof. (a):______________________________________________________
Titulação:_______________________________________________________
_____________________________________________
Assinatura:_______________________________
“O cuidado assim como a vida, é a arte do encontro embora haja
tanto desencontro pela vida. ”
Vinicius de Moraes
Dedico este trabalho, a Deus primeiramente, a minha Mãe Aparecida,
meu Pai Joaquim Vieira, “in memória”, que tanto me amou e me ensinou, a
minha irmã Jany e meu esposo João Vitor, que sempre me apoiaram em todos
os momentos da minha escolha, em cursar psicologia. Nas horas difíceis em
que eu pensei em desistir, minha mãe sempre estava lá me incentivando e me
lembrando de que um dia toda esta dificuldade acabaria e o tão esperado
diploma chegaria, através de todo meu esforço.
A minha amiga e companheira Jéssica, que tive a honra de conhecer na
faculdade e levarei esta amizade para a vida toda, pois, somente nos duas
sabemos o que passamos nesta trajetória e quantos momentos fomos tanto
felizes como tristes.
Por fim aos meus colegas e professores, que estiveram presentes
nestes cinco anos de faculdade, ao Rafael dos Santos que se mostrou um
grande amigo, conversas, risadas, muito obrigada!
Miriam Vieira
Agradeço ao senhor Deus, por ter me dado forças para chegar até aqui,
por ter realizado ao sonho do meu coração e por essa benção tão preciosa.
Agradeço aos meus familiares que torceu por mim, durante este período
da faculdade e em especial minha mãe Fátima Conceição Lima, “in memória”,
por ter me dado a vida, pelo seu amor e educação que me concedeu, pois devo
a senhora tudo que sou.
Agradeço a minha sobrinha Débora Fernanda pelo apoio e compreensão
e paciência que me dedicou nos últimos anos. A minha amiga e irmã Miriam
Vieira, pela amizade que levarei para o resto da vida, pelas angústias e risadas
divididas nestes cinco anos. As colegas de sala pelos momentos inesquecíveis
e vividos. Muito obrigado a todos!
Jéssica Stefani Lima
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao nosso senhor Deus que nos abençoou, nós dando
sabedoria e discernimento, para que possamos chegar até aqui, a um passo do
tão sonhado diploma.
À nossa orientadora, professora Gislaine,obrigada pelas orientações e
pela disponibilidade conosco.
À Clínica Geriátrica, obrigada pela oportunidade de conhecer os idosos
e alguns cuidadores, a enfermeira chefe, que se mostrou muito atenciosa e
disponível ao que nós precisássemos.
Aos nossos amigos de sala, durante estes cinco anos, tivemos a
oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas, que sem duvidas vamos
levar conosco pra vida toda, foram momentos de muitas risadas, conversas e
até mesmo tristezas, pois juntos conseguimos chegar a nossos objetivos,
estando a um passo de finalizar o curso de Psicologia.
À professora Jovira, pelo cuidado conosco para que tudo saísse perfeito,
nos ensinamentos sempre uma palavra amiga, nós acalmando quando algo
não saísse como gostaríamos, pelas risadas.
À professora Elizete Germano, não temos nem palavras para agradece-
la pelo tanto que nos ajudou uma pessoa incrível, com uma calma que até
transmitia para nós, uma pessoa que tem um coração enorme sempre se
dispondo mesmo com tantos compromissos a ajudarmos, pois aprendemos
muito com ela.
RESUMO
Este estudo apresenta a visão de cuidadores sobre o envelhecimento em instituição particular de atendimento a idosos. O objetivo é avaliar a visão dos cuidadores sobre o envelhecimento. O interesse pelo tema surgiu a partir de um trabalho voluntario realizado numa instituição de atendimento a idosos. Percebeu-se esta modalidade de trabalho como uma oportunidade de aprendizado visto que foi palco de um grande aprendizado para nós A pesquisa de campo foi realizada na Clínica Geriátrica, situada no município de Lins, São Paulo, no mês de outubro de 2017. Trata-se de uma pesquisa descritiva, com caráter exploratório e analise qualitativa, tendo como método a ida a campo. Utilizou-se um questionário estruturado. Participou-se da pesquisa 4 cuidadores e 1 técnico de enfermagem, e todos eles assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Dentre os relatos encontrados percebeu-se que os cuidadores em sua maioria não possuem formação específica e que esta pendência acaba por limitar sua visão do âmbito do cuidado que prestam, visto que não foram relatados pelos participantes nenhuma dificuldade o que nos leva a entender que não apresentam consciência plena das implicações do atendimento que prestam e que pode-se melhorar o atendimento com o adequado preparo que não se limita apenas ao que é dispensado ao idoso mas, também ao próprio cuidador que deve estar consciente da importância do seu exercício profissional. Entende-se que a psicologia, no que tange a sua participação social e contribuição singular as dimensões diversas que tem em seu âmbito o trabalho, ou melhor, o cuidado com tudo que é humano não pode privar-se de procurar contribuir tanto com usuários como também os próprios atores no ofício do cuidado e assim contribuir para uma sociedade mais preocupada com o aspecto humano em seus diversos desdobramentos.
Palavras-chave: Cuidadores profissionais. Envelhecimento. Idosos.
ABSTRACT
This study shows the view of caregivers about aging in a private care institution for the elderly. The goal is to assess the caregivers' view of aging because it is a period of many physical, psychological, and social changes that bring with them many limitations, fragility, and dependence that need greater care. Due to the increase into the elderly population in our country, the demand for more caregivers has increased even more, since many families can not afford adequate care due to lack of availability of time, financial and emotional conditions, thus making use of long-term care facilities. But the care provided by caregivers of the institution is not always enough for the lack of specialization, which ends up hampering the quality care that must be provided to those elderly who deserve to go through this complex phase with more dignity and satisfaction for life. The field research was carried out at the Geriatric Clinic, located in Lins city , São Paulo, in October 2017. It is a descriptive research, with exploratory character and qualitative analysis, having as a method the going to field. An interview with questionnaire was used. Participants were 5 caregivers, and all of them signed the informed consent form. Among the reports found that caregivers mostly do not have specific training and that this pending ends up limiting their view of the scope of care they provide, since the participants were not reported any difficulty what makes us understand that are fully aware of the implications of the care they provide and can improve care with the appropriate preparation that is not limited only to what is given to the elderly but also to the caregiver himself who must be aware of the importance of his professional practice.
Keywords: Caregivers professionals. Aging. Elderly.
LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Questionário Realizado Com Cuidadores De Idoso ........................ 35
Tabela 2 - Caracterização Dos Entrevistados ................................................... 36
Tabela 3 - Caracterização Dos Participantes Da Pesquisa .............................. 37
Tabela 4 - Principais Dificuldades No Trabalho ................................................ 37
Tabela 5 - Estratégias De Minimização Dos Efeitos De Estresse No Trabalho 38
Tabela 6 - Número De Idosos Na Instituição ................................................... 38
Tabela 7 - Diagnósticos Dos Idosos ................................................................. 39
Tabela 8 - O Psicológico Dos Cuidadores Com A Morte De Um Idoso ............ 39
Tabela 9 - Se Trabalha Em Outra Instituição .................................................... 40
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 12
CAPÍTULO I ENVELHECIMENTO: ASPECTOS FÍSICOS, PSICOLÓGICOS E
SOCIAIS ........................................................................................................... 15
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 15
1.1Aspectos físicos e cognitivos ....................................................................... 15
1.2 Aspectos psicológicos ................................................................................. 17
1.3 Aspectos sociais ......................................................................................... 18
CAPÍTULO II -O ATO DE CUIDAR NO ÂMBITO FAMILIAR E
INSTITUCIONAL .............................................................................................. 21
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 21
1.1 A Importância do lar .................................................................................... 21
1.2 Aspectos positivos no cuidado ....................... Erro! Indicador não definido.
1.3 Desafios no cuidado familiar com o idoso ................................................... 24
1.4 O Âmbito institucional ................................................................................. 26
1.5 O envelhecimento: uma questão de destaque ............................................ 27
1.6 Considerações acerca dos cuidados com a terceira idade ......................... 28
CAPÍTULO III - METODOLOGIA ..................................................................... 31
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 31
1.1 Caracterização da população do estudo ..................................................... 32
1.2 Objetivo primário ......................................................................................... 32
1.3 Objetivos secundários ................................................................................. 32
1.4 Critérios de inclusão ................................................................................... 32
1.5 Critérios de exclusão .................................................................................. 33
1.6 Coleta de dados .......................................................................................... 33
1.7 Antecedentes científicos e dados que justifiquem a pesquisa .................... 33
1.8 Histórico da instituição ................................................................................ 34
2 O Roteiro de pesquisa ................................................................................ 35
3 Análise e discussão dos dados ...................................................................... 36
4 Considerações finais ...................................................................................... 40
PLANO DE INTERVENÇÃO ............................................................................ 42
CONCLUSÃO ................................................................................................... 43
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 44
APÊNDICES ..................................................................................................... 50
INTRODUÇÃO
A sociedade contemporânea nunca se preocupou tanto com a terceira
idade quanto nos dias atuais. Isto torna-se justificável pelo fato de que nunca
houve uma população tão expressiva de idosos também. Foi por meio de um
trabalho voluntário numa instituição particular de atendimento a idosos que se
despertou o interesse em aprofundar os estudos sobre envelhecimento,
considerando a visão dos cuidadores. Apesar de vários avanços fica patente a
necessidade de adequar técnicas e procedimentos em conjunto com a
infraestrutura para oferecer melhores condições de existência para o idoso.
Uma das tarefas que se destacam para este público é a que se refere ao
cuidado. Foi devido à necessidade do cuidado que surge a figura do cuidador,
onde já se encontra até mesmo cursos que buscam oferecer treinamento e
preparo para este profissional. Entretanto há instituições que acolhem o
profissional sem preparo e acaba por formá-lo no dia a dia, muitas vezes sendo
orientado por quem já exerce essa função. Importante então torna-se conhecer
quem é esse profissional, quais suas perspectivas e pensamentos que forma
no exercício de sua função a respeito do idoso, tendo em vista que seus
paradigmas vão nortear a qualidade e o exercício de sua tarefa. Foi pensando
neste profissional, que buscamos compreender como eles percebem o idoso a
quem atendem e como refletem a respeito da função que exercem.
Pergunta-problema: Como é a visão sobre o envelhecimento de
cuidadores de idosos atuantes em instituição particular de atendimento a
idosos?
Hipótese: O profissional cuidador tem uma percepção ou visão
depreciativa quanto ao envelhecimento em instituição particular por associá-lo
a ausência de amor e de suporte familiar, sendo a institucionalização uma
alternativa frente à impossibilidade do idoso permanecer junto a sua família,
seja por motivos sociais ou financeiros.
A partir dessa premissa na qual entende-se que os idosos são vistos de
maneira depreciativa pelo cuidador, já que culturalmente o idoso tem uma
percepção social historicamente marcada por suas limitações, realizou-se uma
pesquisa de campo qualitativa com questionário de entrevista estruturada de
caráter descritivo, que foi aplicado em uma clínica de longa permanência
particular e, a partir das respostas encontradas, tecemos algumas reflexões.
Orientados pela abordagem cognitiva-comportamental, abordou-se no
primeiro capitulo os aspectos físicos que atingem sistemas específicos do
corpo como a audição que fica comprometida para sons mais altos e na
capacidade para discriminar palavras com maior dificuldade para ouvir em
condições de ruído. No sono dos idosos ocorre uma diminuição do sono REM,
o que os faz acordar mais cedo e com mais frequência durante a noite, no
gosto e no olfato que após os 65 anos de idade também ficam prejudicados
devido ao envelhecimento. Há um aumento da incapacitação física: artrite,
hipertensão e doenças cardíacas e devido às mudanças físicas ocorre uma
desaceleração generalizada em todas as reações.
Nos aspectos psicológicos o período de envelhecimento também traz
consequências ruins, que afetam a autoestima do idoso provocando
desmotivação, ausência de perspectivas de futuro, dificuldades em se adaptar
a novas mudanças e para desempenhar seus papéis sociais. Nos aspectos
sociais abordou-se a naturalidade com que o idoso se sente desvalorizado e
carente pela falta de amor no ambiente em que vive e de compreensão por
parte dos familiares em relação ao envelhecimento que o leva ao isolamento
social. Todos esses aspectos necessitam de muita atenção, estão interligados
e são decorrentes do envelhecimento.
Buscando compreender melhor essa faixa etária no segundo capítulo
abordou-se o ato de cuidar, na instituição particular ou quando ela é realizada
por uma pessoa próxima, geralmente um familiar e as dificuldades que o
cuidado nesta faixa etária tão delicada exige e a importância da capacitação do
cuidador para que seja realizado um cuidado de qualidade. Por fim no terceiro
capítulo apresentou-se as respostas obtidas dos próprios cuidadores em
formas de tabelas e para a coleta de dados foi utilizado um questionário de
perguntas estruturadas, de caráter descritivo, contendo dez perguntas de fácil
entendimento com aspectos relacionados ao dia a dia dos cuidadores,
procurando tecer algumas ideias a respeito dos mesmos.
Considerando as dificuldades e as necessidades de formação
adequada, entendemos que se faz necessário um olhar pormenorizado neste
profissional que tem diante de si uma tarefa desafiadora na qual tem nas mãos
momentos críticos da vida de uma pessoa muitas vezes limitada no âmbito
físico, social e psíquico e merece ser cuidada de maneira digna e respeitosa.
Este profissional cuidador precisa estar ciente da responsabilidade que assume
no momento no qual opta por exercer esta tarefa e a sociedade também deve
oferecer ao profissional, não apenas desta área entendemos, condições
técnicas, estruturais e econômicas, que certamente contribuirão para melhorias
na tarefa do cuidado.
CAPÍTULO I
ENVELHECIMENTO: ASPECTOS FÍSICOS, PSICOLÓGICOS E SOCIAIS
1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo o foco está direcionado ao envelhecimento e seus
reflexos na vida do ser humano considerando três setores diferentes, porém
interligados. Inicialmente abordam-se os aspectos físicos e cognitivos
decorrentes do envelhecimento, seguido pelos aspectos psicológicos e seus
reflexos na vida cotidiana do idoso, finalizando com os aspectos sociais
característicos do envelhecer.
O envelhecimento é hoje um fenômeno universal tanto nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento. Nos idosos institucionalizados ou não, vários elementos apontam como indicadores de bem-estar e qualidade de vida na velhice, como longevidade, produtividade, relações com amigos e familiares, saúde biológica e mental, competência social, eficácia cognitiva, lazer etc. (LIMA; LIMA; RIBEIRO, 2010, p.346).
Normalmente, o indivíduo, com o passar dos anos, sofre algumas
alterações de origem fisiológica, genética, ambiental ou emocional, afetando o
seu estilo de vida (BERGER, 2003 apud SAMPAIO, 2011), sendo que nos
idosos estas transformações poderão ocorrer de forma mais severas, atingindo
seu estado funcional, o que torna necessário a presença de outra pessoa para
auxiliá-los em suas atividades.
1.1Aspectos físicos e cognitivos
De acordo com Bee (1997) ao tratar das mudanças físicas na vida é
importante mencionar a expectativa de vida ativa, ou seja, a quantidade de
anos adicionais sem uma incapacitação que possa interferir na capacidade da
pessoa em atender as suas necessidades diárias.
As mudanças físicas atingem sistemas específicos do corpo. “Pode
ocorrer uma aceleração do declínio após os 75 ou 80 anos, embora isso não
pareça se aplicar a todos os sistemas” (BEE, 1997, p.518).
Bee explica que as mudanças físicas podem ocorrer no cérebro nos
sentidos (audição, gosto e olfato) e no sono. A partir dos 65 anos percebe-se
no desenvolvimento físico um declínio significativo na audição, na velocidade
de reação, no aumento na incidência de doenças e incapacitações. Dos 75 aos
95 anos ocorre um declínio acelerado da maioria das medidas físicas, com uma
variação individual ampla nessa faixa etária.
Com relação ao desenvolvimento cognitivo, Bee (1997) explica que, em
habilidades cristalizadas há, em geral, pouca perda, mas, ocorre um declínio
gradativo nas habilidades fluidas. Do mesmo modo que no desenvolvimento
físico, dos 70 aos 95 anos há também uma ampla variação individual no
declínio das medidas cognitivas.
Conforme Bee (1997) as mudanças no cérebro associado ao
envelhecimento incluem perda na densidade dendrítica dos neurônios
acarretando o retardo no tempo de reação das tarefas. A perda de audição, em
geral, após os 65 anos, inclui a perda de audição para sons mais altos e na
capacidade para discriminar palavras, com maior dificuldade para ouvir em
condições de ruído. Menos perda de discriminação gustativa do que olfativa.
Além disso, os idosos apresentam padrões diferenciados de sono devido a
menos sono REM, o que os faz acordar mais cedo e com mais frequência
durante a noite. Aumento da incapacitação física: artrite, hipertensão e doenças
cardíacas. Os idosos também podem ser afetados pela doença de Alzheimer,
mas, devem-se considerar os fatores de risco incluindo a história familiar de
demência, doença de Parkinson, entre outros fatores. A depressão apresenta
uma frequência maior após os 70 ou 75 anos.
Devido às mudanças físicas ocorre uma desaceleração generalizada em
todas as reações. Decréscimos nas funções cognitivas são encontrados após
os 70 anos. Além disso, adultos mais velhos parecem menos capazes de
encontrar soluções variadas, mas há muitas diferenças individuais que devem
ser consideradas para compreender a velhice (BEE, 1997).
O processo de envelhecimento ocorre de forma diferente em cada
pessoa, e isso depende da forma como esta pessoa viveu sua vida, e isso
pode contribuir para acelerar ou retardar sua evolução. (ACSM, 2000 apud LIMA;
DELGADO, 2010).
1.2 Aspectos psicológicos
Não há uma compreensão clara do processo de mudança da
personalidade em adultos mais velhos. Enquanto Erikson sugere a integridade
do ego como a tarefa básica, Neugarten sugere a interioridade, e Cunming e
Henry sugere o descomprometimento.
O envelhecimento não traz somente as mudanças fisiológicas, mas
também as psicológicas que trazem consequências ruins, que afetam a
autoestima do idoso e necessitam de muita atenção. O idoso pode sentir-se
desmotivado, sem perspectiva do futuro, não conseguindo lidar com suas
perdas físicas, emocionais e sociais, alem de não conseguir adaptar-se a
novas mudanças, e aos papéis que é preciso. (ZIMERMAN, 2000 apud LIMA;
DELGADO, 2010.
Bee (1997) explica que, no período de 75 a 95 anos pode ocorrer uma
elevação na incidência de depressão, no entanto isto não parece ser causado
pela idade. Também enfoca a questão da importância do apoio social nesta
idade para enfrentamento de situações estressantes.
Quando o apoio social é oferecido adequadamente para os idosos, ele
atua de forma protetiva, diminuindo o risco de depressão, promovendo
satisfação, capacitando-o para o melhor enfrentamento do estresse do dia a dia
(BEE, 1997). No entanto, ele também é responsável por melhorar a habilidade
cognitiva, e o bem estar na vida dos idosos (NERI, 2005).
De acordo com Bee (1997) os fatores de previsão da satisfação de vida
em adultos mais velhos incluem os fatores demográficos e as qualidades
pessoais.
Estão incluídos nos fatores demográficos: rendimentos (classe social),
educação, sexo, estado civil e raça. Percebe-se que os idosos que possuem
rendimento maior são mais satisfeitos com suas vidas, do mesmo modo que os
que possuem maior grau de educação. Os adultos mais velhos casados
costumam relatar maior satisfação de vida. As qualidades pessoais incluem:
personalidade, senso de controle interação social, saúde, religião e mudança
negativa de vida. Com relação à personalidade percebe-se que, adultos
extrovertidos e os que possuem baixo índice de neuroses costumam ser mais
satisfeitos com suas vidas. E quanto maior o senso de controle, maior a
satisfação de vida. Nas interações sociais os que mantem contato mais íntimo
e de apoio são mais satisfeitos. Os adultos mais velhos que percebem sua
saúde como melhor e, os que descrevem a si mesmos como mais religiosos
são mais satisfeitos. Quanto mais negativas as mudanças de vida vivenciadas
recentemente por um idoso, mais reduzida é a satisfação de vida.
Apesar de o envelhecimento impor muitos limites, é importante buscar
alternativas que levam ao envelhecimento positivo, isso fortalece a identidade
do idoso sem prejudicar tanto seu psicológico, uma vez que é uma fase
propicia a isso. (OLIVEIRA; PASIAN; JACQUEMIN, 2001).
De acordo com Raz (2000) declínios psicológicos podem estar ligados a
mudanças do sistema nervoso.
(...) alguns declínios psicológicos do envelhecimento estariam ligados há algumas mudanças do sistema nervoso ligado ao plano neuranâtomico (redução da massa cerebral), neurofisiológico (diminuição dos números e do tamanho dos neurônios e perda da eficácia dos contatos sinápticos e neuroquímica (redução da concentração de neurotransmissores, entre eles a dopamina). (apud LIMA; DELGADO, 2010, p. 84-85).
Existem vários aspectos positivos no que diz atributo psicológico do
encadeamento do envelhecimento, sendo ele entendimento, maturidade
emocional e evoluindo com tática de adequação eficaz. (LIGHT apud, LIMA;
DELGADO, 2010).
1.3 Aspectos sociais
Na opinião de Vieira (2004) é frequente o idoso sentir-se marginalizado
pela sociedade.
A socialização é um fator de grande relevância na velhice, sendo natural
o idoso reconhecer-se como uma pessoa sem valor. Nota-se que é comum o
idoso se fechar com as pessoas conhecidas ou afastar-se delas durante a
velhice, devido à diferença de costume entre ele e as gerações atuais. (VIEIRA
apud LIMA, DELGADO, 2010).
Vono (2007) esclarece questões importantes sobre o isolamento na
velhice, entendendo-o como comum entre esta população e submetidas a
cobranças familiares e sociais que acabam por conduzi-lo ao isolamento.
(VONO apud LIMA; DELGADO, 2010).
É natural o idoso, na velhice, isolar-se das pessoas, por conta da baixa
autoestima e falta de afeto no ambiente em que ele esta inserido. A falta da
compreensão familiar com o envelhecimento contribui para as cobranças
familiares e sociais, fazendo com que o idoso isole-se. (VONO apud LIMA;
DELGADO, 2010).
Em torno dos 65 anos, de acordo com Bee (1997) ocorre uma
permanência de taxa elevada de envolvimento social; sendo o grau de
envolvimento social em geral relacionado com a satisfação de vida. Outro
aspecto percebido nesse período é a chegada da aposentadoria para os
trabalhadores. Dos 75 aos 95, com relação às relações e papéis sociais, ocorre
um declínio no desenvolvimento social para os indivíduos que apresentam
incapacitações físicas, por tornar mais problemática à mobilidade.
Os adultos com mais experiência conseguem adequar-se com maior
facilidade com danos físicos e mentais, pois a realização destes papeis sociais
estão reduzidos. ( BEE, 1997).
Com relação ao risco de doença e depressão devido à carência nas
relações humanas, os idosos que sentem necessidades de um relacionamento
mais profundo com outra pessoa por conta da carência, podem vir a ter
grandes riscos de doenças como a depressão, desencadeada pelo apego de
uma segunda pessoa, encontrando no ser humano suporte intimo e emocional.
A satisfação com a vida é prevista pelos mesmos fatores básicos, incluindo o
apoio social adequado, senso de controle, baixa incidência de mudanças de
vida inesperadas ou não-planejadas e condições financeiras adequadas, a
diferença mais importante percebida entre adultos mais jovens e adultos mais
velhos é de que para os jovens a satisfação profissional é um dos ingredientes
mais importantes para a satisfação, enquanto que para os mais velhos a saúde
tem maior relevância. (BEE, 1997).
CAPÍTULO II
O ATO DE CUIDAR NO ÂMBITO FAMILIAR E INSTITUCIONAL
1 INTRODUÇÃO
Algumas pesquisas têm apontado que ainda não é adequada a
qualidade do cuidado que os cuidadores de idosos prestam a este público.
Estudos como o de Sampaio (2011) apontam que a falta de preparação é um
dos aspectos de maior relevância na contribuição de um serviço pouco
adequado a quem precisa muitas vezes de cuidados especializados nos quais
a família não pode ou não assume esta tarefa.
Entretanto, o aumento da população idosa tem atraído diversos setores
da sociedade para oferecer maiores serviços e produtos especiais para esta
faixa etária. Surgem também cursos para cuidadores que procuram além de
oferecer oportunidades de trabalho, melhorar a qualidade do cuidado recebido
pelo idoso.
Historicamente, grande parte das instituições de longa permanência possui um perfil assistencialista, no qual, prestar cuidados aos idosos resume-se a oferecer abrigo e alimentação a pessoas em situação de pobreza, com problemas de saúde e sem suporte social. (SAMPAIO, 2011,p. 593).
É fato que, ainda é presente, com determinada força a ideia na qual o
idoso só precisa de alimento e abrigo nas instituições. No entanto é necessário
também pesar a qualidade de vida que não se restringe a alimentação e ao
abrigo somente. Contato com os familiares e amigos, ou mesmo uma rede de
apoio pode significar maiores sentimentos resilientes para suportar as
limitações que a idade avançada acarreta na vida do indivíduo.
1.1 A importância do lar
Muitas famílias assumem o cuidado dos idosos, mas nem todas são
capazes de oferecer os cuidados adequados, visto que não é possível estar
preparado para todas as ocorrências que a idade e a saúde humana podem
ocasionar. Os limites do corpo físico é apenas um aspecto que por si só já
causa grande influência sobre o ser humano e seu autocuidado. Os idosos, ao
longo do avanço da idade, perdem a força nos membros que sustentam o
corpo e ficam incapazes de realizar coisas simples do cotidiano como tomar
banho, preparar o alimento, realizar atividades. Basta visitarmos uma casa de
repouso para aferir as dificuldades enfrentadas, sendo, portanto, patente a
necessidade de alguém por perto do idoso, por uma boa parte do dia, senão
durante todo o dia. (PEDREIRA; OLIVEIRA, 2012).
É muito difícil para a família, nos dias atuais, ter tempo disponível para
cuidar de pessoas idosas, visto que já possuem trabalho ou mesmo outras
atividades em seu cotidiano diário. E mesmo que haja na família um membro
disponível e disposto, é certo que o cuidado exige mais do que sacrifício
pessoal, exige também alguns cuidados com o idoso. Algumas técnicas são
indicadas para manusear, se podemos assim usar o termo, o idoso que possui
debilitações e muitas vezes enfraquecimento dos ossos e demais órgãos do
corpo. Esse preparo muitas vezes não é feito por parte do familiar que cuida do
idoso, sendo preciso alguma orientação para tanto.
Para os autores Pedreira e Oliveira (2012) o tempo que o idoso precisa
de cuidado caracteriza-se como: O tempo que o idoso precisa de cuidados é
um tempo marcado por cansaço, que gera no cuidador sentimentos de
insegurança e uma sobrecarga muito grande, que pode prejudicar os
cuidadores e seus familiares.
No entanto as famílias de cuidadores de idosos conseguem lidar melhor
com a dependência do idoso, quando acontece de forma mais lenta, como
acontece na demência. No Brasil está concentrado o maior número de idosos
que possuem dificuldades para realizar atividades diárias em relação aos
outros países. Compreende-se a partir destas colocações a grande
complexidade na lida com o idoso com alto ou mesmo moderada nível de
dependência para sobreviver sob os cuidados de um familiar. E não entramos
ainda no mérito do desgaste emocional pelo zelo tão minucioso e caracterizado
sob a égide de sacrifício, já que muitas vezes o familiar abdica-se de seus
momentos livres para dedicar-se aos cuidados do idoso. (FERRAZ DOS
ANJOS; NARRIMAN;PEREIRA,201400).
1.2 Aspectos positivos no cuidado
É digno de notar que alguns estudos (PEDREIRA E OLIVEIRA, 2012)
também apontam aspectos positivos que podem vir a ocorrer na situação onde
o cuidado do cuidador se faz necessário e este é realizado por membro
familiar. Em muitos casos a situação serve para unir a família em torno deste
desafio que se apresenta.
Quase todas as famílias referiram algum tipo de apoio e união familiar. Mesmo aqueles cuidadores que apontaram mudanças negativas, relataram possuir apoio familiar, sempre que necessário. Os cuidadores trouxeram a união familiar como algo que já estava presente na família e permaneceu após a dependência do idoso, não havendo alterações nos relacionamentos ou havendo de forma positiva. Além disso, observou-se que essa união não se relacionou ao grau de dependência do idoso em AVDs ou AIVDs, como mostra também outro estudo, mesmo que a elevada dependência demandasse maior sobrecarga para o cuidador. (PEDREIRA E OLIVEIRA, 2012, p. 732).
Eventos pré-existentes ao evento do cuidado, como a união familiar, nas
palavras de Pedreira e Oliveira (2012) são contribuintes para tais resultados
que apresentam algumas famílias que se unem ao cuidado de um membro,
demonstrando para nós a importância do cultivo das boas relações para que
mesmo os eventos estressores possam ser encarados de maneira positiva.
Vale frisar que muitas vezes o cuidado fica sob a responsabilidade de
um único membro que se vê muitas vezes sozinho com um “fardo” tão grande,
quanto é o cuidado de um idoso, principalmente daqueles que demandam uma
atenção maior. Esse cuidado dispensado ao idoso, além de ocasionar o
desgaste emocional e físico é também desencadeador de despesas financeiras
que o idoso possa necessitar como remédios ou outros medicamentos ou
recursos terapêuticos. Por isso é importante que mais de um membro da
família apoie este momento da vida do idoso e do membro familiar que se
dispôs, muitas vezes sem alternativas, dedicar-se aos cuidados que o familiar
idoso necessita. Os autores acima apresentados também relataram em estudo
que muitos cuidadores são também idosos, como acontece no caso do
cônjuge, dispensam cuidados ao parceiro ou parceira.
Existem relatos de casos também que apresentam apoio familiar, mas
este se dá de maneira momentânea, configurando-se nos momentos de
emergência como demonstra os estudos de Pedreira e Oliveira (2012) sobre
cuidadores de idosos, apresentado na bibliografia.
Percebe-se também em muitos relatos que os cuidadores dizem receber
apoio familiar, quando na verdade assumem sozinhos os trabalhos que o
cuidado com o idoso requer. Buscam preservar as relações familiares ao invés
de reclamar ou reivindicar apoio dos outros membros da família.
Certamente, no seio familiar do idoso dependente, a maioria dos
membros familiares trabalha e não possuem tempo para colaborar com as
tarefas diárias, e isso acaba impondo naturalmente para a mulher da família e
aposentada, a tarefa de cuidar do idoso e da casa, sem dar-lhe a opção de
escolha, e isso acaba por muitas vezes gerando um desconforto familiar.
(PEDREIRA; OLIVEIRA, 2012).
A necessidade do cuidado muitas vezes se apresenta de forma inegável,
visto que coloca a vida do idoso nas mãos dos outros membros familiares e
então passa a receber cuidado familiar ou então cuidados no âmbito
institucional.
1.3 Desafios no cuidado familiar com o idoso
Vários estudos que apresentaram o fato do elemento familiar assumir o
cuidado de outro membro da família apontaram com muita clareza o fato do
despreparo como fator importante e de forte relevância na qualidade do
cuidado que o idoso dependente recebe. Outro aspecto também apresentado é
que, alguns cuidadores já realizam esta função profissionalmente e, portanto
mesmo em ambiente familiar está presente o profissional cuidador, habituado à
função de cuidar, assume o cuidado de seu familiar. Pensa-se então que neste
caso estão ou deveriam estar ausentes os acontecimentos que decorrem da
falta de experiência do cuidador familiar. Entretanto, percebe-se que mesmo
assim a tarefa do cuidado com o idoso apresenta vicissitudes que tornam
únicos cada cuidador inerente ao idoso. (PEDREIRA; OLIVEIRA, 2012).
Não se pode eliminar o fator humano a título de exemplo, visto que
mesmo tendo um membro familiar da área da saúde, entendemos que isto por
si só não garante a qualidade do atendimento dispendido ao idoso. Bem
sabemos que o profissional da área da saúde que exercita sua função nos
cuidados com o outro, sente os desgastes inerentes a profissão e em seus
momentos de folga, que se dispõem ao cuidar de um membro familiar, o faz
sob o risco de o cansaço prejudicar-lhe o atendimento.
Não se entra no mérito da qualidade da formação dos profissionais da
saúde, que como qualquer outra área, enfrenta em nosso país a precária
formação e também não podemos nos afastar do fato de que a saúde humana
é deveras complexa para existir uma formação abrangente o suficiente a todos
os cuidados necessários a manutenção do corpo em meio a uma enorme
possibilidade de quadros clínicos possíveis. Ora, é bem verdade que até entre
médicos percebe-se a imperícia e a falta de qualidade na formação, o que dizer
dos cuidadores que possuem um diploma de curso de alguns meses de
duração onde aprendem as técnicas mais globais do cuidado.
Outro aspecto relevante quando se fala de cuidadores que assumem
muitas vezes sozinhas todas as tarefas, relativas ao cuidado estão ligadas ao
relacionamento com os outros membros familiares.
Diante do árduo processo que é cuidar de um idoso, o cuidador sente-se
sobrecarregado por causa do cuidado constante e isso acaba por gerar
conflitos com os outros familiares. O cuidador fica estressado e menos
tolerante, e acaba desabafando essa sobrecarga do seu cotidiano, com os
mesmos.
Essa sobrecarga dos cuidadores, seguindo um modelo desenvolvido
acaba contribuindo para a mesma, devido ao comportamento do idoso, a ajuda
com os AVDS e AIVDS, e os apoios recebidos. Tudo isso são fatores de
pressão para o cuidador e de sobrecarga que estão interligados. (PEDREIRA;
OLIVEIRA, 2012).
Neste aspecto aborda-se a dinâmica familiar que certamente modifica-se
quando defronta a situação do cuidado com um membro familiar. Então muitas
vezes a sobrecarga é um gatilho que desencadeia emoções que poderiam
estar ocultas frente a relação do cuidador com os outros membros da família
que vem à tona e, muitas vezes, podem dificultar o apoio que já apresenta-se
deficiente.
Nota-se que a complexidade das relações humanas e as desavenças
entre membros da própria família muitas vezes podem expressar-se no
contexto de questões simples como um ciúme de objetos como também dos
afetos e desafetos que ao longo da vida cercaram a família que se vê em
momento tão delicado, onde se está diante do sofrimento decorrente da
situação do idoso e também por parte do cuidador que se encontra de tal forma
ligada ao idoso que não o deixa de lado mesmo que custem muitos sacrifícios.
(PEDREIRA; OLIVEIRA, 2012).
1.4 O âmbito institucional
Pensando-se nas instituições especializadas no cuidado com o idoso,
percebe-se uma preocupação com a formação dos envolvidos no tratamento
oferecido às pessoas idosas. São figuras comuns o enfermeiro ou mesmo o
cuidador, além de outros profissionais da área da saúde que se dedicam ou até
se especializam no atendimento à pessoa idosa. Nas instituições de longa
permanência para idosos, não é incomum a transferência destes para os
hospitais, conforme nos apresenta Gorzoni e Pires (2006).
As instituições de longa permanência também são conhecidas como
casa de repouso, asilo ou clinica geriátrica e não é incomum a transferência,
uma vez que os casos agudos precisam ser melhores assistidos pelos
médicos, num ambiente onde existam melhores condições de dar e coordenar
diagnósticos difíceis e de oferecer mais especialidades. (GORZONI; PIRES,
2006).
Torna-se imprescindível, dessa forma, o preparo adequado dos
profissionais que atuam nas instituições que abrigam idosos. É insuficiente o
cuidado apenas com a alimentação e higiene, visto que a saúde destes idosos
encontra-se muitas vezes debilitada pelo avanço da idade que torna o
organismo frágil às investidas das doenças. Porém os autores também
advertem quanto aos riscos e benefícios destas transferências que ocorrem
entre casas de longa permanência e os hospitais e apontam as principais
razões que levam a esta necessidade:
Entre as causas comuns de hospitalização de asilados, destacam-se doenças cardiocirculatórias, respiratórias, neurológicas, traumas, fraturas e infecções, principalmente urinárias e broncopneumônicas. A permanência média hospitalar tende a ser maior, com maior percentual de complicações e de mortalidade entre asilados hospitalizados. (GORZONI; PIRES, 2006 ,p. 1125).
Além destas causas de internação apontadas, o autor atenta para o fato
da existência dos processos de deterioração física, funcional e psicossocial.
Um destes processos é conhecido como Delirium, que “caracteriza-se por
alterações de início agudo na atenção, cognição e consciência, curso flutuante
e exacerbação da sintomatologia durante a noite.” (GORZONI; PIRES, 2006, p.
1125) A situação assim complica-se, pois é muito delicada a saúde dos internos
idosos e Freitas e Scheicher (2010) nos faz recordar para o fato de que não é
de hoje que as instituições de longa permanência para idosos possuem um
perfil assistencialista, isto é, preocupam-se com o abrigo e a alimentação.
Ainda acrescentam para o fato de que outros fatores contribuem para a baixa
qualidade de vida presente nestas instituições, como a contratação de mão de
obra barata, não habilitada legalmente e a falta de infraestrutura adequada
para atender aos idosos.
1.5 O envelhecimento: uma questão de destaque
Hoje em dia, é fato que muitos estudos têm apontado que a questão do
envelhecimento tem alcançado uma posição de destaque na sociedade, no
qual podemos citar como exemplo o estudo de Freitas e Scheicher (2010). Não
somente pelo aumento significativo da população considerada idosa, mas
também com a preocupação acerca das condições com as quais estes idosos
têm sido tratados, e por fim, fomentado cada vez mais estudos e debates a
respeito.
A institucionalização é uma das situações estressantes e desencadeadoras de depressão, que levam o ancião a passar por transformações de todos os tipos. Esse isolamento social o leva à perda de identidade, de liberdade, de autoestima, ao estado de solidão e muitas vezes de recusa da própria vida, o que justifica a alta prevalência de doenças mentais nos asilos. Assim sendo, acredita-se que toda essa problemática vivenciada pelo idoso, sobretudo quando institucionalizado, possa comprometer de diferentes maneiras a sua qualidade de vida, tema este que tem ocupado lugar de destaque na discussão sobre envelhecimento. (FREITAS, SCHEICHER, 2010, p. 396).
Entende-se o envelhecimento como uma fase do desenvolvimento
humano que possui grandes estigmas sociais envolvidos, mas não podemos
partir nossas reflexões tendo esta perspectiva. Bem sabemos das limitações e
é justamente por elas que nos debruçamos a buscar formas de apontar à
sociedade as dificuldades enfrentadas por estas pessoas que passaram muitas
vezes a vida trabalhando, e no momento de fragilidade, precisa receber de
volta a contribuição com a qual por anos a fio despendeu para a nação.
1.6 Considerações acerca dos cuidados com a terceira idade
Ao longo do estudo a que nos propôs-se, entrou-se em contato com
uma realidade cheia de desafios e problemas desafiadores como é o caso do
envelhecimento incapacitante que depende do cuidado de terceiros, que
podem ser membros da própria família que se disponibilizam, ou mesmo em
instituições com a finalidade de cuidar dos idosos que se encontrou-se
incapazes de sobreviver sozinhos.
Percebe-se que é uma situação que engloba não somente aspectos
financeiros, mas também emocionais, já que o membro da família que
demanda cuidado nem sempre é assistido de forma adequada ou mesmo é
deixado nas casas de “abrigo permanente” para terem cuidados que se
estendam ao período de vida do qual ainda dispõe. É um desafio aos
profissionais de saúde proporcionar qualidade de vida a estas pessoas e um
desafio ainda maior quando é um membro da família que atende a este
chamado, mesmo sem ter condições técnicas para fazê-lo. Mesmo que hoje
ainda encontrem-se cursos que esclareçam quanto aos cuidados à pessoa
idosa, ou seja, o curso de cuidadores, percebe-se que são insuficientes para
oferecer adequado preparo para atender a demanda tão complexa quanto o é o
cuidado com uma pessoa debilitada por condições de saúde e também pelo
agravo da idade.
Profissionais e membros da família que precisam de instruções para
atender aos idosos de forma adequada precisa estar consciente do seu papel
como minimizador do sofrimento causado pela dependência e isolamento. O
idoso já está sentindo as grandes perdas no caminho que percorreu e muita
vez sente-se um peso para a família quando ainda em consciência das coisas
que ocorrem ao seu redor, já que muitos idosos institucionalizados já não se
encontram capazes de distinguir ou mesmo entender a realidade que o cerca,
visto que não são raros os casos de doenças degenerativas.
As tarefas mais simples como a alimentação e a higiene corporal são
desafios que demandam grande esforço para os cuidadores e estes sozinhos
muitas vezes sentem suas energias exauridas e quando não podem contar
com outros membros da família, encontram-se diante de sentimentos de
abandono também, além da raiva e muitos tem as relações dificultadas com os
outros membros da família que não estão colaborando, ou se dispõe apenas
em momentos difíceis, se é que podemos classificar um momento para um
idoso que demanda cuidado fora da acepção do termo dificuldade, visto que
nem mesmo alimentar-se sozinho é capaz nos casos mais severos.
Os membros familiares que cultivaram ao longo dos anos boas relações
apresentam maiores chances de se ajudarem mutuamente, já que a relação,
ou melhor, sua qualidade proporcionou que houvesse abertura para as
situações difíceis.
Sejam profissionais ou membros da família, os cuidadores devem estar
conscientes de seu papel, devem buscar aperfeiçoar-se nas técnicas de
cuidado visto que tudo que podem fazer é amenizar o sofrimento alheio e não
cabe ao profissional da saúde a negligência ao seu trabalho, sendo a questão
ética preponderante na determinação da qualidade do serviço prestado ao
idoso que está impossibilitado de realizar sozinho as atividades cotidianas mais
simples.
Entende-se que o trabalho do cuidado é estressante e muitas vezes
exigem sacrifícios que são pesados para um membro da família assumir
sozinho e por isso somos defensores da ideia de que devemos prezar as
relações familiares que são as que de fato vão levar a minimizar os sofrimentos
inerentes à condição humana, pois é bem mais fácil lidar com problemas
quando dispomos de auxilio de um membro da família ou mesmo um amigo.
(GROSSE; SANTOS, 2016).
CAPÍTULO III
METODOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
A pesquisa teve como objetivo conhecer a visão sobre o envelhecimento
que cuidadores de idosos em instituição particular de atendimento possuem a
respeito da terceira idade, caracterizando o perfil sócio-demográfico dos
cuidadores, verificar a visão que possuem a respeito do envelhecimento, suas
dificuldades no trabalho e conhecer a maneira como lidam com ela.
A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis), sem manipulá-los; estuda fatos e fenômenos do mundo físico e, especialmente, do mundo humano, sem a interferência do pesquisador. A pesquisa descritiva procura, pois, descobrir, com precisão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e sua conexão com outros, sua natureza e suas características. Busca conhecer as diversas situações e relações que ocorrem na vida social, política e econômica e demais aspectos do comportamento humano, tanto do indivíduo tomado isoladamente como de grupos e comunidades mais complexas (RAMPAZZO; LINO, 2005, p.53).
Neste contexto, procurou-se, por meio de questionário estruturado,
conhecer descritivamente algumas questões relacionadas ao dia a dia dos
cuidadores, tendo como aporte teórico alguns autores de abordagem cognitiva
comportamental que embasem esta pesquisa de caráter qualitativo, tendo em
vista que partiu-se do pressuposto que a visão dos cuidadores a respeito da
terceira idade apresenta uma depreciação conforme nos aponta Sampaio
(2011)
Segundo Trentini, Chachamovich, Figueiredo, Hirakata e Fleck (2006), os cuidadores de idosos têm uma percepção deturpada em relação ao processo de envelhecimento. Os autores também ressaltam a tendência que esse profissional tem em
enxergar de forma mais negativa a velhice do que o próprio idoso (SAMPAIO et al., 2011, p.606).
Entende-se, portanto, que apenas confrontando-se os atores do
processo de cuidado prestado ao idoso podemos chegar a uma conclusão que
confirme ou refute nossa hipótese inicial.
1.1Caracterização da população do estudo
Aceitaram participar da pesquisa 5 participantes, sendo 1 deles técnico
de enfermagem e 4 cuidadores, 2 deles possui idade entre 20 a 24 anos e 2
entre 30 a 39 anos. E somente 4 são cuidadores de idosos.
1.2 Objetivo primário
Conhecer a visão sobre o envelhecimento que cuidadores de idosos em
instituição particular de atendimento a idosos possuem sobre esse período da
vida.
1.3 Objetivos secundários
a. Caracterizar o perfil sócio-demográfico dos cuidadores;
b) Investigar a visão que possuem sobre o envelhecimento;
c) Verificar quais são as dificuldades encontradas no desenvolvimento
do trabalho;
d) Conhecer como lidam com as dificuldades encontradas no
atendimento à clientela idosa;
1.4 Critérios de inclusão
Trabalhar na instituição e estar presente no período de visita dos
pesquisadores assistentes, aceitarem participar da pesquisa e assinar o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
1.5 Critérios de exclusão
Não ser profissional da instituição e não aceitar participar.
1.6 Coleta de dados
Utilizou-se o seguinte instrumento: Questionário de perguntas
estruturado, contendo 10 perguntas de fácil entendimento.
Pergunta-problema: Qual a visão sobre o envelhecimento de cuidadores
de idosos atuantes em instituição particular de atendimento a idosos?
Hipótese: O profissional cuidador tem uma percepção ou visão
depreciativa quanto ao envelhecimento em instituição particular por associá-lo
a ausência de amor e de suporte familiar, sendo a institucionalização uma
alternativa frente à impossibilidade do idoso permanecer junto a sua família,
seja por motivos sociais ou financeiros.
Segundo Trentini, Chachamovich, Figueiredo, Hirakata e Fleck (2006), os cuidadores de idosos têm uma percepção deturpada em relação ao processo de envelhecimento. Os autores também ressaltam a tendência que esse profissional tem em enxergar de forma mais negativa a velhice do que o próprio idoso (apud SAMPAIO et al., 2011, p.606).
1.7Antecedentes científicos e dados que justifiquem a pesquisa
Durante a formação no curso de Psicologia, foi possível participar de um
trabalho voluntário em instituição particular de atendimento aos idosos da
cidade de Lins, o que despertou interesse em aprofundar os estudos sobre
envelhecimento, considerando a visão dos cuidadores.
É grande o número de idosos no Brasil, e também os fatores que os
impedem de permanecer com seus familiares.
Diante da realidade inquestionável das transformações demográficas iniciadas no último século e que nos fazem observar uma população cada vez mais envelhecida,
evidencia-se a importância de garantir aos idosos não só uma sobrevida maior, mas também uma boa qualidade de vida (VECCHIA et al., 2005, p. 247).
Hoje em dia, os relacionamentos familiares estão cada vez mais frágeis,
prejudicados e complexos, aumentando assim a dificuldade de cuidar do idoso
por parte de algumas famílias, sendo necessária a sua institucionalização.
“As instituições asilares desempenham as funções de guarda, proteção
e alimentação, abrigando idosos rejeitados” (CORTELLETTI; CASARA;
HERÉDIA, 2004, p.18).
1.8 Histórico da instituição
A clínica Geriátrica surgiu da iniciativa de dois empresários linenses, que
tinham por objetivo desenvolver um ambiente para cuidado com idosos,
inicialmente pequeno e com vagas limitadas, porém oferecendo um serviço de
qualidade e com a missão de aperfeiçoá-lo constantemente e tornar-se
referência no ramo.
Em fevereiro de 2014 a clínica, iniciou suas atividades ainda como casa
de repouso, oferecendo seus serviços para seis famílias. Com muito trabalho e
aperfeiçoamento hoje se evolui para novas categorias profissionais, tendo na
frente do seu trabalho uma equipe multiprofissional.
Em abril deste ano a clínica geriátrica ampliou suas atividades. de uma
clínica moderna, compacta, com uma equipe de profissionais capacitados e
com um pacote de serviços mais acessível financeiramente para as famílias.
Atualmente a clínica tem uma estrutura completa para atender os 40 idosos,
sendo um referencial para Lins e região.
A equipe de profissionais é composta por: Médico responsável técnico
com clínica geral e cirurgia geral, enfermaria, técnicos em enfermagem
cuidadores, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, educação física
especializada reabilitação de idosos, nutricionista, psicóloga, equipe
terceirizada de manutenção conforme a necessidade, cozinheira, auxiliar de
cozinha, auxiliares de limpeza, jardineiro e auxiliar de manutenção.
Na modalidade de manutenção de atendimento tem-se: moradia
assistência ao idoso 24 horas, dividindo o plano de moradia com apartamento
individual, apartamento coletivo, mediante o cronograma de visitas, o idoso
também pode receber visitas de seus familiares autorizados pelo responsável.
A clínica disponibiliza de “hotel”, uma assistência temporária ao idoso,
sendo uma opção para familiar que precisa instalar o idoso por um curto
período.
Na rotina de atendimentos os idosos têm uma frequência diariamente
como: cuidados de higiene pessoal e higiene intima, checagem de sinais vitais,
temperatura, glicemia, batimentos cardíacos, apoio ao idoso para suas rotinas
diárias e para aqueles idosos que têm dificuldade de locomoção, coleta de
exames laboratoriais, atendimentos emergencial, os idosos também participam
de atividades na horta, passeios alternativos, atividades religiosas, jogos de
raciocínio e estimulo, hidroginástica e organização de festas de aniversário de
cada idoso.
A estrutura física da clínica possui: sala ampla de TV, área verde com
varandas para as atividades, refeitório, cozinha industrial, lavanderia industrial,
consultório médico, piscina aquecida, horta, praça particular com pistas de
caminhada, jardins e todo ambiente monitorado por câmera.
2 O ROTEIRO DE PESQUISA
Nesta pesquisa utilizou-se o roteiro de entrevista abaixo descrito:
Tabela 1: Questionário realizado com cuidadores de idosos
Perguntas constantes no questionário
1- Tempo que trabalha com idosos
2- Tempo na instituição atual
3- Horas de trabalho diárias na instituição
4- Que tipo de trabalho realiza na instituição atual?
5- Quais as dificuldades que enfrenta no trabalho que desenvolve?
6- Que estratégias utilizam para minimizar os efeitos causados pelo trabalho?
7- No momento quantos pacientes estão na instituição?
8- Qual diagnóstico dos pacientes na instituição?
9- Qual impacto psicológico ocorre com você diante do falecimento de um idoso?
10- Trabalha em outra instituição? (_) não (_) sim. Em caso afirmativo, responda:
a) Trabalha com idosos?
b) Há quanto tempo trabalha nesta outra instituição?
FONTE: Elaborada pelas autoras, 2017.
Procurou-se com as questões apresentadas na tabela acima abordar
aspectos relacionados ao dia a dia dos cuidadores (FREITAS, 2017),
abrangendo desde questões como horário de trabalho quanto às dificuldades e
percepções que os cuidadores possuem.
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
A tabela 2 descreve a caracterização dos entrevistados avaliados nesta
pesquisa. Iniciou-se primeiramente com um contato pessoal na Clínica
Geriátrica, foi na instituição da cidade de Lins que permitiu que fosse realizada
a pesquisa. Cabe ressaltar que dos dez funcionários da instituição, apenas
cinco aceitaram participar da pesquisa.
Tabela 2: Caracterização dos entrevistados
Nome Idade Tempo de trabalho
na Instituição
Escolaridade Tempo de trabalho
com idosos
A 21 3 Meses Téc.Enfermagem 4 Meses
B 39 2 Anos Ensino Médio 6 anos
C 24 3 Anos Ensino Médio 3 anos
D 33 7 Meses Ensino Médio 9 meses
E Não
respondeu
1 Semana Não respondeu 1 Semana
FONTE: Elaborada pelas autoras, 2017.
Percebe-se a grande diferença de tempo de experiência apresentada
pelos cuidadores e destaca-se também que apenas 1 possui o curso de
Técnico em enfermagem, corroborando a fala de autores como Gorzoni e Pires
(2006) que tratam desta temática de forma singular, atentando para o fato de
que a formação é aspecto que impacta diretamente na qualidade do
atendimento prestado ao idoso.
Tabela 3: Caracterização dos participantes da pesquisa
Identificação Horário de trabalho
Atividade / Função
A 07:00 às 17:00 Cuidador de Idosos B 08:00 às 19:00 Cuidador de Idosos C 11 horas diárias Cuidador de Idosos D 07:00 às 18:00 Cuidador de Idosos E 08:00 às 18:00 Cuidador de Idosos
FONTE: Elaborada pelas autoras, 2017.
Percebe-se, com a tabela 3 que a jornada de trabalho dos cuidadores
que aceitaram participar da pesquisa está concentrada e um dos participantes
chegou a relatar que trabalha 11 horas diárias, no entanto sem especificar
intervalos ou tempo para descanso. É relevante para a instituição que trabalha
com idosos, planejar a jornada de trabalho bem como revezamentos que
contemplem adequado descanso para que os profissionais possam refazer as
forças e assim prestar com mais disposição o atendimento adequado aos
idosos.
Uma sobrecarga de trabalho pode trazer consequências físicas e
mentais para o cuidador, prejudicando assim o autocuidado com o idoso.
(TERRA et al., 2015).
Tabela 4: Principais dificuldades no trabalho
Identificação Dificuldades enfrentadas no trabalho
A Nenhuma B Nenhuma, todas as atividades desenvolvidas com sucesso C Pressão Psicológica e estresse D Nenhuma dificuldade, todas as tarefas realizadas com sucesso E Nenhuma, todas as atividades realizadas com sucesso
FONTE: Elaborada pelas autoras, 2017.
.
Abordou-se a respeito das dificuldades de trabalho, é possível perceber
que apenas 1 entrevistado relatou dificuldades, o que nos leva a entender que
a questão foi recebida de forma invasiva, visto que mesmo o cuidador com
menor tempo de experiência não apresentou na resposta escrita ter
dificuldades, resposta na qual nos faz levantar várias indagações (ARAÚJO,
2013) que poderão ser elucidadas por pesquisas futuras.
Tabela 5: Estratégias de minimização dos efeitos do estresse no trabalho
Identificação Que estratégia utiliza para minimizar os efeitos causados pelo trabalho?
A Paciência B Aproveitar todos os momentos de descanso C Entender a doença do paciente, ter paciência e lazer D Aproveitar o máximo do momento de descanso E Aproveitar tempo de descanso ao máximo
FONTE: Elaborada pelas autoras, 2017.
Procurou-se também conhecer as estratégias de refazimento dos
cuidadores, visto que é de fundamental importância o bem estar do profissional
do cuidado (MIRANDA; BANHATO, 2008), pois não pode realizar bem a tarefa
de cuidar do outro sem ter também a visibilidade do próprio bem estar como
um aspecto relevante do trabalho como um todo.
É de extrema importância que o cuidador cuide de sua saúde, e busque
alternativas que contribua para a manutenção da mesma, para que seu
trabalho seja desempenhado adequadamente, (TERRA et al., 2015).
Tabela 6: Números de idosos na instituição
Identificação No momento, quantos pacientes estão na instituição?
A 16 B 50 C 41 D 50 E 50
FONTE: Elaborada pelas autoras, 2017.
Questionou-se quanto ao número de pacientes na instituição e
percebeu-se certa discrepância nas respostas apresentadas onde o
participante da pesquisa A relata 16, o participante C 41 pacientes e os
participantes seguintes B, D e E relataram 50 pacientes na instituição.
Tabela 7: Diagnósticos dos idosos
Identificação Qual o diagnóstico dos pacientes na instituição
A Alzheimer B Diabetes, hipertensão, Alzheimer. C Alzheimer e Depressão. D Alzheimer, Hipertensão, Diabéticos, Acamados, Artrose E Pressão alta e Alzheimer
FONTE: Elaborada pelas autoras, 2017.
. Quanto às enfermidades presentes, foram relatadas Alzheimer,
diabetes, hipertensão, depressão e artrose. As doenças crônicas fazem parte
do envelhecimento, existindo modificações morfológicas, funcionais e
bioquímicas, provocando mudanças no processo do organismo (TERRA,
2017).
Tabela 8: O impacto psicológico dos cuidadores com a morte dos idosos.
Identificação Qual o impacto psicológico ocorre com você diante do falecimento de um idoso?
A Nenhum B Tristeza e choque da perda de uma pessoa querida C Tristeza, mas acaba virando um processo normal da nossa
rotina. D Impacto de tristeza como sentimento de alguém que vai fazer
falta.
E Tristeza e choque pela perda.
FONTE: Elaborada pelas autoras, 2017.
.
Questionou-se também quanto ao impacto psicológico e apenas um
participante da pesquisa relata que não sente impacto algum e os quatro
demais participantes relataram o sentimento de tristeza como elemento
presente nas situações de luto pela perda do interno. Um dos relatos também
apontou que tal fato, a perda de um interno ser um elemento presente na rotina
de trabalho que empreende. É indispensável o cuidador saber que estas
doenças crônicas citadas na tabela acima, principalmente a doença de
Alzheimer, em alguns casos agravam rapidamente. Alguns cuidadores sentem
angústia em ver o idoso no seu leito apático, sendo importante o cuidador
buscar técnicas de enfrentamento, para lidar com estas questões, para que não
interfira na sua saúde, (TERRA, 2017).
Tabela 9: Se trabalha em outra instituição.
Identificação Trabalha em outra instituição sim ou não e a quanto tempo trabalha na outra ?
A Não. B Não. C Não. D Sim. 16 anos. E Não.
FONTE: Elaborada pelas autoras, 2017..
Entre os participantes pesquisados apenas um relata trabalhar em outra
instituição e os demais relatam apenas trabalhar na instituição na qual se
realizou esta pesquisa.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao decorrer da pesquisa percebeu-se que entre os cuidadores
participantes, muitos não possuíam adequada formação e não apresentaram
respostas que atentassem compreender a complexidade que o cuidado com o
idoso requer, visto que a dependência se expressa desde a alimentação até a
higiene pessoal. Embora exista um técnico em enfermagem, percebeu-se
também uma diferença expressiva no tempo de permanência de trabalho na
instituição, revelando uma possível alta rotatividade de trabalhadores. Fato este
oriundo de uma rotina estressante de trabalho ou mesmo uma remuneração
pouco atraente que poderia ser estudada em posteriores estudos.
Os cuidadores de idosos realizam um trabalho fundamental no cuidado e
na manutenção da vida dos moradores de instituições de longa permanência
mas também precisam estar atentos ao stress que o trabalho acarreta, sendo
necessário tomar medidas que lhes seja possível renovar as energias,
buscando também qualidade de vida para não levarem ao trabalho os
problemas acarretados pelas jornadas longas ou mesmo a necessidade de
manter dois empregos devido a remuneração não ser atrativa, provocando a
necessidade de busca de renda complementar.
A teoria cognitvo-comportamental nos atenta para o fato de que os
pensamentos geram sentimentos e, portanto é fundamental conhecer a
respeito das cognições que os cuidadores possuem sobre os indivíduos que
cuidam, visto que necessitam não apenas de cuidados de higiene e com a
alimentação mas também precisam ocupar-se de atividades e outras práticas
como exercícios para garantirem o mínimo de qualidade de vida nesta fase tão
delicada como é a terceira idade, cheia de desafios e limitações que acabam
por gerar maiores empecilhos para a qualidade de vida ser efetiva nas
instituições de longa permanência. Conforme Miranda e Banhato nos sugere
para a qualidade de vida é preciso “aceitar mudanças, prevenir doenças,
estabelecer relações sociais e familiares positivas e consistentes, manter um
senso de humor elevado, ter autonomia e um efetivo suporte social”.
(MIRANDA; BANHATO, 2008, p. 73)
Percebe-se fundamental que estejamos atentos às práticas que se
realizam dentro das instituições por parte dos cuidadores e que também as
instituições ofereçam condições adequadas não apenas para os idosos, mas
também para estes profissionais que também demandam por respeito, lazer,
ao rendimento condizente com a manutenção de suas vidas e famílias já que
nenhuma profissão pode ofertar qualidade de vida se não levar em
consideração o elemento humano, que tanto a exerce quanto a recebe do
outro, a quem lhe presta serviço, os cuidados que vão ser importantes para a
manutenção da vida e muitas vezes serão, no caso dos idosos, seus últimos
momentos vividos.
PLANO DE INTERVENÇÃO
Diante das explorações realizadas ao longo da pesquisa, na qual
estivemos em contato com o tema do cuidado na perspectiva dos cuidadores
de idosos assim como o fruto das pesquisas de artigos e livros que versam
sobre o tema e afim propõe algumas medidas que podem favorecer alguns
aspectos da realidade encontrada.
Se por um lado percebemos a falta de qualificação técnica como
elemento presente e por outro vemos certo aparecimento de cursos que
aproveitam esse nicho, entendemos que é importante as instituições de
acolhimento permanente apoiarem a qualificação de seus cuidadores, tendo
em vista que o salário não apresentar uma quantia que permita esta face se
desdobrar em uma sociedade desigual como a nossa e também percebe-se
que o profissional também deve e pode buscar meios para profissionalizar-se,
mas para isso não basta que ele vislumbre a tarefa do cuidado como mero
trabalho mas sim uma forma de contribuir com a sociedade, que por sua vez
também pode melhorar a atenção não somente a formação mas oferecer
melhores oportunidades que não se limitem ao âmbito técnico mas também
oferecer ao cuidador reflexões a respeito do próprio refazimento de suas
forças, vistas pelo lado físico e psicológico. Neste item a psicologia pode
desempenhar o papel que torne o profissional da saúde em suas diversas
dimensões, mais consciente do cuidado consigo ser essencial para o cuidado
com o outro.
Espera-se que com este trabalho possa-se contribuir para despertar
novos interesses pela área do cuidado na terceira idade e também seja
estímulo para uma preocupação dos próprios profissionais consigo mesmos na
medida em que são fundamentais na manutenção da saúde de muitas
pessoas.
CONCLUSÃO
A pesquisa com cuidadores, profissionais da área da saúde nos
oportunizou refletir a respeito da importância do próprio cuidado quando
lidamos com a saúde e a qualidade de vida do ser humano. Percebeu-se que
as diversas contribuições que a psicologia pode oferecer no quesito da
conscientização da importância do trabalho na saúde e o quanto impacta a
própria saúde daquele que cuida, visto que existe reflexo desta para a saúde
daquele de quem se cuida.
O cuidado como um todo nos oportunizou compreender melhor o quanto
estamos ligados, seja pela dependência uns dos outros, não apenas na fase
final da vida humana, mas também desde o nosso nascimento estamos sendo
cuidados ou cuidamos de alguém. E cada um de nós apresenta uma
dificuldade, cada um de nós está em uma fase distinta e com características
singulares, o que torna a nosso ver, ser fascinante tudo que se relaciona ao
humano.
Podemos ter a experiência de uma vida inteira ao trabalho e ainda
encontraremos algo a aprender com o outro que nos cerca a existência. No que
se refere ao cuidador, estamos cientes dos grandes desafios que a limitação
física e psíquica causa nas pessoas e do quanto precisamos de profissionais
capacitados e envolvidos no constante aperfeiçoamento que o aspecto do
cuidado exige dos profissionais da saúde como um todo e não apenas dos
cuidadores.
Esperamos que esta pesquisa possa estimular e motivar novas
pesquisas nesta fascinante experiência que é o cuidado com o outro. Temática
que a psicologia muito tem a contribuir e muito mais a aprender a cada dia.
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APÊNDICES
APÊNDICE A- Roteiro de entrevistas
Questionário I – Perfil sócio-demográfico dos participantes: Idade: Estado civil: Nº de filhos: Escolaridade: Formação acadêmica: II – Perguntas específicas: 1 - Tempo que trabalha com idosos: 2 - Tempo na instituição atual: 3 - Horas diárias de trabalho na instituição atual: 4 - Que tipo de trabalho realiza na instituição atual: 5 - Quais as dificuldades que enfrenta no trabalho que desenvolve? 6 - Que estratégias utiliza para minimizar os efeitos causados pelo trabalho? 7 - No momento quantos pacientes estão na instituição? 8 - Qual o diagnóstico dos pacientes da instituição? 9 - Qual impacto psicológico ocorre com você diante do falecimento de um idoso? 10 - Trabalha em outra instituição: ( ) Não ( ) Sim. Em acaso afirmativo, responda:
a) Trabalha com idosos: b) A quanto tempo trabalha nesta outra instituição:
APÊNDICE B- Carta de informação ao participante da pesquisa CARTA DE INFORMAÇÃO AO PARTICIPANTE DA PESQUISA
Nossa pesquisa tem por objetivo vivenciar a eficácia dos cuidadores em
instituição particular de idosos. Para tanto, utilizamos um questionário com
perguntas estruturadas. Espera-se avaliar a visão dos cuidadores sobre o
envelhecimento.
Entendemos a preocupação em realizarmos um trabalho bonito ou
correto, mas não devem preocupar-se o que irão responder, pois o importante
é a experiência de vivenciar o desenvolvimento do trabalho e não o produto
final. As respostas do questionário irá nos ajudar a compreender a sua visão
sobre o envelhecimento.
Clínica Geriátrica Villa Vida, 29 de junho de 2017
___________________________________________
Assinatura do Participante da Pesquisa
___________________________________________
Pesquisador Responsável
Gislaine Lima Silva
ANEXOS
ANEXO A- Termo de consentimento livre e esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu,____________________________ portador do RG:
_______________________, atualmente com_____ anos, residindo na
rua:__________________,____após leitura da CARTA DE INFORMAÇÃO AO
PARTICIPANTE DA PESQUISA, devidamente explicada pela equipe de
pesquisadores , apresento meu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
em participar da pesquisa proposta, e concordo com os procedimentos a serem
realizados para alcançar os objetivos da pesquisa.
Concordo também com o uso científico e didático dos dados,
preservando a minha identidade.
Fui informado sobre e tenho acesso a Resolução 466/2012 e, estou
ciente de que todo trabalho realizado torna-se informação confidencial
guardada por força do sigilo profissional e que a qualquer momento, posso
solicitar a minha exclusão da pesquisa.
Ciente do conteúdo assina o presente termo.
Clínica geriátrica Villa Vida, 29 de junho de 2017.
______________________________
Assinatura do Participante da Pesquisa
_____________________________
Pesquisador Responsável
Gislaine Lima Silva
ANEXO B- Parecer consubstanciado do CEP