p2
HISTÓRIAS TIPOGRÁFICASRevista digital
Esta revista é o resultado de um trabalho proposto na disciplina de TIPOGRAFIA, no curso de Bacharelado em Design do IFSul. O trabalho
consistiu em uma pesquisa teórica acerca das principais passagens históricas relacionadas à escrita e ao universo tipográfico, com a elaboração de textos
sintéticos sobre cada período. Paralelamente foi desenvolvida pesquisa visual sobre os estilos gráficos, tipografias mais representativas e importantes
tipógrafos de cada período, de modo a adequar o layout e a diagramação da revista à linguagem (tipo) gráfica de cada época.
p3
SUMÁRIO
4 Origens da Escrita
6 Escrita Alfabética
8 Período Romano
10 Período Gótico
12 Período Renascentista
14 Tipografia Barroca
16 Tipografia Neoclássica
18 Tipografia Romântica
20 Modernismo Lírico
22 Arts and Crafts | Art Nouveau
24 Vanguardas: Cubismo | Futurismo | Dadaísmo
26 Vanguardas: De Stjil | Bauhaus | Art Déco
28 Vanguardas: Expressionismo | Construtivismo
30 Modernismo Geométrico
32 Tipografia Realista
34 Anos 60
36 Anos 70
38 Pós-modernismo
4
5
Escrita AlfabéticaA escrita, até chegar ao alfabeto atualmente utilizado, passou por um grande processo de evolução, com inúmeras mudanças e transformações. Essa evolução foi marcada pelo surgimento do sistema de escrita ideográfica (cuneiforme, hieroglífico e chinês), que foi gradualmente conduzido para o fonetismo, sistema onde as palavras passaram a ser decompostas em unidades sonoras.
O fonetismo aproximou a escrita de sua função natural que é a de interpretar a língua falada e a língua oral (considerada como som). Dessa forma o sinal se libertaria do objeto e a linguagem voltaria a sua verdadeira natureza que é oral. Decompondo o som das palavras, o homem percebeu que ela se reduzia a unidades separadas, mais ou menos independente umas das outras. Daí surgiram dois tipos de escrita: a silábica, fundamentada em grupos de sons e a alfabética, onde cada sinal corresponde a uma letra.
6
A escrita alfabética foi difundida com a criação do alfabeto fenício, constituído por vinte e dois signos que permitiam escrever qualquer palavra. Adotado pelos gregos, esse alfabeto foi aperfeiçoado e ampliado passando a ser composto por vinte e quatro letras, divididas em
vogais e consoantes. A partir do alfabeto grego surgiram outros, como o gótico, o etrusco e, finalmente o latino, que com a expansão do Império Romano e o domínio do mundo ocidental, se impôs em todas as suas colônias.
7
O s r o m a n o s
tinham quatro tipos de escrita. A
Capitalis Romana, uti-lizada em monumen-tos, fachadas e prédios, só existia em caixa-alta e sem espacejamento. A Quadrata, usada para livros públicos e do-cumentos importantes, tinha todas as letras com a mesma altura, em caixa-alta sem espace-jamento, e sem a barra transversal da letra A.
8
A Rústica Romana era usada mais infor-malmente, tinha ele-mentos ascendentes e descendentes, apesar de não existirem as letras em caixa-baixa ainda, e suas serifas são grandes. A Cursi-va Romana era escri-ta com pena de ponta fina, com elementos ascendentes e descen-dentes em profusão e variava muito, pois sendo manuscrita, po-dia ser mais ou menos inclinada e com as-cendentes maiores ou menores, dependendo do escriba. Os escribas
eram responsáveis pela escrita de documen-tos, utilizando tinta e pena de aves.O Volumen é o nome dos rolos utilizados para escrever a documenta-ção romana, formada por uma tira de papiro, sustentada por bastões de madeira, osso, metal ou marfim em suas ex-tremidades. O códice ou codéx consistia de duas pranchas de ma-deira cobertas de cera, presas uma à outra ao longo de um dos lados e dobradas ou monta-das como páginas.
9
10
11
No final da Idade Média ocorreram muitas mudanças econômicas e sociais. Com o desenvolvimento de tipos móveis (J. Gutenberg - DATA), aumenta o desenvolvimento humano e torna-se cada vez maior a alfabetização entre pessoas comuns. A tipografia foi bastante desenvolvida durante o Renascimento, especialmente em Veneza. Um dos primeiros impressores venezianos foi Nicolas Jenson - DATA, francês, que se estabeleceu em 1470. Jenson trabalhou como gravador de punções, impressor e editor, formando uma tipografia onde as maiúsculas lapidares da Capitalis Quadrata foram complementadas com minúsculas humanistas derivadas da letra carolíngia; produziu cerca de 150 edições que têm servido de fonte de inspiração a inúmeros typeface designers posteriores. Aldus Manutius foi outro importante impressor e fundidor de tipos italianos que muito contribuiu para a divulgação da literatura humanista no século XVI. Inventou as edições de livros de bolso, acessíveis para uma ampla gama de leitores, normalizou o uso de pontuação e usou o primeiro tipo itálico. Contratou Francesco Griffo (1450-1518), gravador de punções italiano,
para desenhar e gravar várias tipografias, sendo a mais importante delas o tipo Bembo (nome oriundo de uma publicação de autoria de Pietro
Bembo, onde a tipografia apareceu pela primeira vez). Para economizar espaço de página e manter o custo
da produção baixo, Griffo projetou tipos itálicos (de onde vem
o termo grifar).
RENASCENTISTATIPOGRAFIA
12
Os tipos cursivos de Griffo foram baseados no modelo da chancelaresca literária, (chancellaresca formata), relacionada à cidade de Veneza que se estabeleceu nos meios literários e eruditos, apresentando formas limpas e pouca ornamentação, sua maiúscula é vertical e baseada nas romanas.Já os tipos do escriba papal Ludovico Arrighi se popularizaram na Europa através de “La Operina”; sua escrita chancelaresca cursiva (cancellaresca corsiva), estava associada à Roma e à chancelaria Papal. Apresenta formas mais elaboradas e cursivas, é mais compacta e elíptica, seus terminais são mais pronunciados e em forma de lágrima.Outro tipógrafo importante e especializado em desenho e gravura de punções para tipos móveis, foi Claude Garamond. Sua tipografia, ‘Garamond’, se adaptava aos processos de impressão da época sendo considerada infalível pra composição de textos longos devido ao seu ritmo, elegância e legibilidade. As tipografias desenvolvidas nesta
época (ou inspiradas naquelas criadas) por Claude Garamond e Aldus Manutius ficaram conhecidas como garaldas ou garaldinas.
As tipografias venezianas são claras e legíveis, tem contraste moderado grosso/fino,
altura curta/moderada, entre outras características.
(Romana de Griffo: Fragmento da impressão da obra De Ætna do cardeal Pietro Bembo)
eixo humanista (oblíquo) | terminais precisos, feitos com pena | abertura grande itálico equivalente e independente do romano.
(Itálico de Griffo/Manutius)
Tipografia BarrocaA arte barroca está ligada às Reformas Religiosas do século XVI, quando os católicos haviam influenciado a política, a economia e a religião. Neste período era forte a ligação entre a espiritualidade e o teocentrismo da Idade Média. Assim como na arte, a tipografia expressa as emoções da vida: apresenta curvas sinuosas e detalhes decorativos.A letra Barroca surge no século XVII, como seguimento da maneirista do século XVI. Demonstra um crescente domínio dos recursos gráficos, traduzi-dos numa modulação mais controlada, com traços mais redondos, serifas e terminais modelados, abertura mo-derada e itálico subordinado e intimamente ligado ao romano. Nas letras barrocas é comum o aparecimento de um eixo secundário vertical - mas o eixo primário do traço é normalmente oblíquo.Este período é muitas vezes chamado de “transição” onde as fontes transitam pelos tipos romanos antigos e modernos.O tipo mais representativo dessa época é o Caslon, desenhado pelo tipógrafo inglês William Caslon(1692–1766), fundi-dor de tipos muito importante do seu século. Montou em 1720 a sua fundição e criou seu famoso catálogo de tipos, publicado em 1734, com 38 fontes.
cccccccccccc
14
Tipografia BarrocaA arte barroca está ligada às Reformas Religiosas do século XVI, quando os católicos haviam influenciado a política, a economia e a religião. Neste período era forte a ligação entre a espiritualidade e o teocentrismo da Idade Média. Assim como na arte, a tipografia expressa as emoções da vida: apresenta curvas sinuosas e detalhes decorativos.A letra Barroca surge no século XVII, como seguimento da maneirista do século XVI. Demonstra um crescente domínio dos recursos gráficos, traduzi-dos numa modulação mais controlada, com traços mais redondos, serifas e terminais modelados, abertura mo-derada e itálico subordinado e intimamente ligado ao romano. Nas letras barrocas é comum o aparecimento de um eixo secundário vertical - mas o eixo primário do traço é normalmente oblíquo.Este período é muitas vezes chamado de “transição” onde as fontes transitam pelos tipos romanos antigos e modernos.O tipo mais representativo dessa época é o Caslon, desenhado pelo tipógrafo inglês William Caslon(1692–1766), fundi-dor de tipos muito importante do seu século. Montou em 1720 a sua fundição e criou seu famoso catálogo de tipos, publicado em 1734, com 38 fontes.
cccccccccccc
15
TIPOGRAFIA
ROMÂNTICA
Este foi um período cultural, artístico e literário
fortemente influenciado pelos ideais do iluminismo
e pela liberdade conquistada na Revolução France-
sa. A valorização das emoções, liberdade de criação,
amor platônico, temas religiosos, individualismo,
nacionalismo e história eram temas característicos.
A indústria também evoluía com rapidez trazen-
do grandes impulsos para a impressão da época.
Primeiras tipografias com faces de tipo de Estilo
Moderno (Modern Style) aparecem pelas mãos de
Bodoni e Didot.
18
caracterizam-se pela extrema variação de peso en-
tre os traços finos e espessos, as letras redondas fi-
caram um pouco mais estreitas, serifas muito finas
e com ligação direta com a haste, sem transição
sutil. É possível que Bodoni tenha se inspirado na
obra do designer francês Firmin Didot, cujas ca-
racterísticas eram remates e terminais ultra-finos
(influenciados, por sua vez, pela Romain Du Roi).
Bodoni escreveu um manual tipográfico, publica-
do em 1818, como um mostruário dos excelentes
tipos metálicos gravados e fundidos pelo notável
impressor de Parma, na Itália.O livro põe em des-
taque as capacidades artísticas do autor e funcio-
na como um instrumento publicitário para atrair
a atenção dos bibliófilos para a qualidade das im-
pressões da Oficina de Parma.
Os tipos do designerGIAMBATTISTA
BODONI
19
20
MAY 2013
O Modernismo Lírico na tipografia pode ser associado ao Expressionismo Abstra-to na pintura, onde os artistas trabalha-vam o sensorial e as formas orgânicas em contraponto às mecânicas. O modernis-mo tipográfico é fundamentalmente a re-afirmação da forma renascentista a partir da redescoberta das letras manuscritas, pois esta veio acompanhada da reutiliza-ção da pena larga, do eixo e da escala humanistas. As tipografias manuscritas são os tipos que imitam a caligrafia feita à mão. No passado as letras manuscritas expressavam a personalidade do autor através dos traços de sua caligrafia. Mas no universo da tipografia, as scripts não estão ligadas a esse conceito de perso-nalidade. Elas são associadas ao român-tico e sensual, moderno, descontraído e também elegante. Sugerem algo mais fe-minino, tanto que se pode perceber uma grande diversidade de scripts em rótulos de cosméticos. Dentre os typeface desig-ners que produziram tipografias durante este período, destacam-se FredericGou-dy, Hermann Zapf e Stanley Morrison, cujos trabalhos são reconhecidos e larga-mente utilizados até hoje.
Modernismo LíricoEm 1915, Frederic Goudy (1865-1947) desenhou o Goudy Old Style, a sua 25ª tipografia e a primeira que fez para a American TypeFounders (ATM), suficientemente flexível para ser usada em texto e fora dele, muitas vezes usada em publicidade e embalagens. A graciosidade de suas formas a tornam visualmente apelativa, ao mesmo tempo que as curtas descendentes permitem o uso de um entrelinhamento aperta-do e, consequentemente, maior número de linhas por página.
Stanley Morrison (1889-1967), foi a figura-chave do am-plo movimento reformista que cunhou a tipografia britâ-nica na primeira metade do século XX. Foi responsável pelo redesign do jornal The Times of London, em 1932, e pela criação da fonte Times New Roman. O The Times, como jornal criador de um estilo próprio, necessitava de uma tipografia única, cuja força das formas, a firmeza do contorno e a economia do espaço, satisfizessem as necessidades editoriais. A Times New Roman ganhou popularidade e é largamente usada em livros, revistas, re-latórios, documentos e ainda em titulação e publicidade.
Já Hermann Zapf (1918) desenhou a Palatino, uma tipografia romana baseada nas letras do Renascimento italiano, e deu--lhe o nome em honra de Giambattista Palatino, um mestre calígrafo da época de Leonardo da Vinci. Sua elegância e sobriedade, além de sua largura e altura-x elevadas, fizeram dela uma ótima solução não somente para compor textos lon-gos, como livros, publicações periódicas e catálogos, como também textos em tela.
Stanley MorrisonFrederic Goudy
Times New Roman:LEGIBILIDADE
LEGIBILIDADELEGIBILIDADE
Legibilidade
Hermann Zapf
21
MAY 2013
O Modernismo Lírico na tipografia pode ser associado ao Expressionismo Abstra-to na pintura, onde os artistas trabalha-vam o sensorial e as formas orgânicas em contraponto às mecânicas. O modernis-mo tipográfico é fundamentalmente a re-afirmação da forma renascentista a partir da redescoberta das letras manuscritas, pois esta veio acompanhada da reutiliza-ção da pena larga, do eixo e da escala humanistas. As tipografias manuscritas são os tipos que imitam a caligrafia feita à mão. No passado as letras manuscritas expressavam a personalidade do autor através dos traços de sua caligrafia. Mas no universo da tipografia, as scripts não estão ligadas a esse conceito de perso-nalidade. Elas são associadas ao român-tico e sensual, moderno, descontraído e também elegante. Sugerem algo mais fe-minino, tanto que se pode perceber uma grande diversidade de scripts em rótulos de cosméticos. Dentre os typeface desig-ners que produziram tipografias durante este período, destacam-se FredericGou-dy, Hermann Zapf e Stanley Morrison, cujos trabalhos são reconhecidos e larga-mente utilizados até hoje.
Modernismo LíricoEm 1915, Frederic Goudy (1865-1947) desenhou o Goudy Old Style, a sua 25ª tipografia e a primeira que fez para a American TypeFounders (ATM), suficientemente flexível para ser usada em texto e fora dele, muitas vezes usada em publicidade e embalagens. A graciosidade de suas formas a tornam visualmente apelativa, ao mesmo tempo que as curtas descendentes permitem o uso de um entrelinhamento aperta-do e, consequentemente, maior número de linhas por página.
Stanley Morrison (1889-1967), foi a figura-chave do am-plo movimento reformista que cunhou a tipografia britâ-nica na primeira metade do século XX. Foi responsável pelo redesign do jornal The Times of London, em 1932, e pela criação da fonte Times New Roman. O The Times, como jornal criador de um estilo próprio, necessitava de uma tipografia única, cuja força das formas, a firmeza do contorno e a economia do espaço, satisfizessem as necessidades editoriais. A Times New Roman ganhou popularidade e é largamente usada em livros, revistas, re-latórios, documentos e ainda em titulação e publicidade.
Já Hermann Zapf (1918) desenhou a Palatino, uma tipografia romana baseada nas letras do Renascimento italiano, e deu--lhe o nome em honra de Giambattista Palatino, um mestre calígrafo da época de Leonardo da Vinci. Sua elegância e sobriedade, além de sua largura e altura-x elevadas, fizeram dela uma ótima solução não somente para compor textos lon-gos, como livros, publicações periódicas e catálogos, como também textos em tela.
Stanley MorrisonFrederic Goudy
Times New Roman:LEGIBILIDADE
LEGIBILIDADELEGIBILIDADE
Legibilidade
Hermann Zapf
22
23
25
26
27
Expr
essi
onis
mo O Expressionismo foi um movimento artístico inte-
ressado em representar não a realidade objetiva, mas a experiência emocional e subjetiva. Desde modo, a linha e a cor eram intensificadas, desenho e proporção eram, frequentemente, distorcidos e exagerados, pro-priedades táteis e conteúdo simbólico eram valorizados. O movimento obteve poucas oportunidades no campo da publicidade comercial, mesmo assim, trabalhando com livros, revistas e cartazes, conseguiu resultados inovadores. As tipografias geralmente utilizadas em cabeçalhos, chamadas e títulos eram xilografadas ou à mão, rejeitando o estilo tipográfico de produção em massa. Embora o expressionismo tenha produzido seus resultados no designem um curto período, até hoje seus traços são visíveis. Ele reconhece e valorizaa tentativa de criar uma expressão pessoalsem levar em conta as regras do estilo dominante.
Obras do Grupo Die Brücke
Construtivism
o
O Construtivismo trouxe à produção gráfica da época
o uso de formas simples e geométricas, colocadas
matematicamente nas páginas (como um prenúncio ao
grid), com composições praticamente bidimensionais.A
tipografia utilizada nesse movimento era sem serifa
ou, nos raros casos de tê-las, eram serifas egípcias.
Uma das metas desse movimento era combinar pala-
vras e imagens numa experiência simultânea, tanto
em páginas impressas quanto em filme. Este trata-
mento de imagens visuais estava destinado a influen-
ciar o futuro da comunicação de idéias. a composição
palavra-imagem iniciava, então, o primeiro passo para
o fotojornalismo. Ao construtivismo se deve tam-
b é m a utilização de novas técnicas visuais, como
a fotomontagem, os fotogramas e a super-
posição.As tipografias eram misturas de
caracteres blocados em estilo cirílico e
estilos sem serifas Eram, em geral, uti-
lizadas com contrastes dinâmicos de cor
e de tamanho.
Construtivismo
Monum
ento
à Te
rceir
a Int
erna
ciona
l. Vl
adimir
Tatl
in. 192
0
28
Expr
essi
onis
mo O Expressionismo foi um movimento artístico inte-
ressado em representar não a realidade objetiva, mas a experiência emocional e subjetiva. Desde modo, a linha e a cor eram intensificadas, desenho e proporção eram, frequentemente, distorcidos e exagerados, pro-priedades táteis e conteúdo simbólico eram valorizados. O movimento obteve poucas oportunidades no campo da publicidade comercial, mesmo assim, trabalhando com livros, revistas e cartazes, conseguiu resultados inovadores. As tipografias geralmente utilizadas em cabeçalhos, chamadas e títulos eram xilografadas ou à mão, rejeitando o estilo tipográfico de produção em massa. Embora o expressionismo tenha produzido seus resultados no designem um curto período, até hoje seus traços são visíveis. Ele reconhece e valorizaa tentativa de criar uma expressão pessoalsem levar em conta as regras do estilo dominante.
Obras do Grupo Die Brücke
Construtivism
o
O Construtivismo trouxe à produção gráfica da época
o uso de formas simples e geométricas, colocadas
matematicamente nas páginas (como um prenúncio ao
grid), com composições praticamente bidimensionais.A
tipografia utilizada nesse movimento era sem serifa
ou, nos raros casos de tê-las, eram serifas egípcias.
Uma das metas desse movimento era combinar pala-
vras e imagens numa experiência simultânea, tanto
em páginas impressas quanto em filme. Este trata-
mento de imagens visuais estava destinado a influen-
ciar o futuro da comunicação de idéias. a composição
palavra-imagem iniciava, então, o primeiro passo para
o fotojornalismo. Ao construtivismo se deve tam-
b é m a utilização de novas técnicas visuais, como
a fotomontagem, os fotogramas e a super-
posição.As tipografias eram misturas de
caracteres blocados em estilo cirílico e
estilos sem serifas Eram, em geral, uti-
lizadas com contrastes dinâmicos de cor
e de tamanho.
Construtivismo
Monum
ento
à Te
rceir
a Int
erna
ciona
l. Vl
adimir
Tatl
in. 192
0
29
GEOMÉTRICO
M OD E RN I SM O
As famílias tipográficas classificadas como Modernistas Geométrica
s
foram em grande parte desenhadas por tipógrafos entre os anos de 1910
e 1930 e possuem como características marcantes a geometrização e
a funcionalidade. Traços retos e exatos, círculos perfeitos, triângulos
afiados, ausência de serifa ou presença de serifa acompanhando o traço
origem, são fatores que demarcam esta classificação. Futura (de Paul
Renner), Memphis (d
e Rudolf Wolf), Gill Sans (de Eric G
ill), Univers (d
e
Adrian Frutiger), Helvetica (de Max Miedinger) sã
o nomes de tipografias
(e tipógrafos) evidenciados nesta época. Tipografias estas, que seguem
em uso até os dias atuais.
Em 1925 o protótipo de
uma
letra reduzida
às
formas geom
étricas mais
elementares
- linha,
cir-
cunferência – feita por Her-
bet Bayer – então diretor da
Oficina de Tipografia e Publi-
cidade da Bauhaus. Herbet
justificou sua proposta como
a “tipização
dos elem
entos
da letra, tendo por base o qua-
drado, a circunferência e o tri-
ângulo reduz o consumo de m
a-
terial tipográfico”. Este método
resultou num
a tipografia
com
formas tão elem
entares, que po-
deria ser capaz de atingir uma
proporção “universal”.
A NOVA TIPO
GRAFIA
Já em 1928, Jan Tschichold, publi-
cou o die neue typographie (A Nova
Tipografia) o primeiro m
anual do de-
senho tipográfico moderno. O
manu-
al relacionava o design tipográfico e
editorial com as tendências artísticas,
as necessidades técnicas e as mudan-
ças sociais da época. Ao mesm
o tempo,
discutia e sugeria, com rigor, a norm
a-
tização da Nova Tipografia na com
posi-
ção dos textos e na organização da pági-
na. Em pouco tem
po, o manual tornou-se
referência para os profissionais da área.
Ainda no Modernism
o, houve a influência
do chamado Estilo Internacional Suiço, que
foi sucesso na tipografia e design gráfico do
pós-guerra através do uso de “grids” como
sistema de organização e ordenação do es-
paço, tornando o trabalho do designer alta-
mente sistem
ático, claro, objetivo e funcional.
GEOMÉTRICO
M OD E RN I SM O
As famílias tipográficas classificadas como Modernistas Geométrica
s
foram em grande parte desenhadas por tipógrafos entre os anos de 1910
e 1930 e possuem como características marcantes a geometrização e
a funcionalidade. Traços retos e exatos, círculos perfeitos, triângulos
afiados, ausência de serifa ou presença de serifa acompanhando o traço
origem, são fatores que demarcam esta classificação. Futura (de Paul
Renner), Memphis (d
e Rudolf Wolf), Gill Sans (de Eric G
ill), Univers (d
e
Adrian Frutiger), Helvetica (de Max Miedinger) sã
o nomes de tipografias
(e tipógrafos) evidenciados nesta época. Tipografias estas, que seguem
em uso até os dias atuais.
Em 1925 o protótipo de
uma
letra reduzida
às
formas geom
étricas mais
elementares
- linha,
cir-
cunferência – feita por Her-
bet Bayer – então diretor da
Oficina de Tipografia e Publi-
cidade da Bauhaus. Herbet
justificou sua proposta como
a “tipização
dos elem
entos
da letra, tendo por base o qua-
drado, a circunferência e o tri-
ângulo reduz o consumo de m
a-
terial tipográfico”. Este método
resultou num
a tipografia
com
formas tão elem
entares, que po-
deria ser capaz de atingir uma
proporção “universal”.
A NOVA TIPO
GRAFIA
Já em 1928, Jan Tschichold, publi-
cou o die neue typographie (A Nova
Tipografia) o primeiro m
anual do de-
senho tipográfico moderno. O
manu-
al relacionava o design tipográfico e
editorial com as tendências artísticas,
as necessidades técnicas e as mudan-
ças sociais da época. Ao mesm
o tempo,
discutia e sugeria, com rigor, a norm
a-
tização da Nova Tipografia na com
posi-
ção dos textos e na organização da pági-
na. Em pouco tem
po, o manual tornou-se
referência para os profissionais da área.
Ainda no Modernism
o, houve a influência
do chamado Estilo Internacional Suiço, que
foi sucesso na tipografia e design gráfico do
pós-guerra através do uso de “grids” como
sistema de organização e ordenação do es-
paço, tornando o trabalho do designer alta-
mente sistem
ático, claro, objetivo e funcional.
31
A Tipografia Realista surgiu no sécu-lo 19 e início do século 20; as letras eram simples e francas e imitavam a escrita das pessoas, bem como, os pintores realistas – tais como Gus-tave Courbet e Jean-François Millet – pintavam pessoas comuns no seu dia-a-dia. As letras realistas foram desenvolvidas para divulgar rapida-mente os impressos daquela época, para serem fáceis de ler, mesmo que de longe. Muitos sinais alfabéticos faltam em seu conjunto. A casa Fun-didora Caslon foi responsável pela introdução dos tipos sans-serif (sem serifa), em 1816, causando certo es-tranhamento num primeiro momen-to. A partir de 1820 a aplicação da tipografia, até então focada na pro-dução de livros, começa a se voltar pra o crescente uso de faces decora-tivas ou display (para títulos). Foi bastante expressiva a quantidade de tipografias criadas neste período e os ‘artistas comerciais’, por sua vez, se utilizavam de um grande número delas em um mesmo impresso pois acreditavam na força de expressão das mesmas frente a propaganda.
TIPOGRAFIA REALISTA
32
Neste cenário de ‘frenesi tipográfico’ confi-guraram-se os ‘gráficos de segunda linha’, onde a profusão de tipos era usada como um recurso gráfico propriamente. É neste perío-do que surgem as tipografias light, bold, black e as condensadas; são desta época também as tipografias Egípcias, de serifas pesadas, na forma de blocos, geralmente de mesma espessura que as hastes, também conheci-das como ‘slab serif’ ou de ‘serifa quadrada’. No final do século XIX, a tipografia Realis-ta AkzidenzGrotesk foi editada pela fundição Berthold (Berlim - 1898), este tipo é ances-tral da Franklin Gothic (1903) e da Helvetica (1952). Outras realistas importantes são a New Gothic (1908) e Franklin Gothic, dese-nhadas por Morris F. Benton.
TIPOGRAFIA REALISTA
Impressora da época: Minerva - Entintava o próprio papel na máquina e era preciso apenas de um impressor para colocar e remo-ver o papel.
33
34
36
37
KATHERINE MCCOYKATHERINE MCCOY
A quebra de paradigmas se deu com a inclusão do computador no pro-cesso criativo. Já em 1984, na revista Emigre, tornou capaz a exploração da tec¬nologia digital para a criação de fontes. A partir de 1990, passou a pu-blicar tipos desenhados por artistas do mundo tornando disponível uma biblioteca cada vez maior de fontes idiossincráticas. Emigre pôde reco-nhecer nestes a necessidade de busca de novas formas e proporções, seu papel foi decisivo na consolidação dos pequenos for¬necedores tipográficos digitais como elementos de renovação e fundadores de um novo padrão de mercado. Seu trabalho na exploração do tema da legibilidade ganhou noto-riedade e ampliou sua influência, tan-to no mainstream do mercado como no próprio en¬sino de design.
O desconstrutivismo tra-balhava uma ideia linear e a reorganizava de modo a pro-por uma outra interpretação, algo mais profundo, propu-nha uma visão do todo sob novos prismas.
Professora da Cranbrook Academy of Art, centro de design experimental entre os anos 70 e 80, Katherine McCoy buscou a quebra e a exposição da lin¬guagem visual manipulativa dos vários níveis de significa-ção, seus experimentos eram constituídos pela sobreposição de palavras e imagens que necessa-riamente precisavam ser interpretadas.
PÓS- MODERNISMOPÓS- MODERNISMOPÓS- MODERNISMO
Zuzanna Licko
Zuzanna LickoZuzanna Licko
Zuzanna Licko
Cranbrook Academy Of ArtCranbrook Academy Of ArtCranbrook Academy Of ArtKATHERINE MCCOY
KATHERINE MCCOY
38
KATHERINE MCCOYKATHERINE MCCOY
A quebra de paradigmas se deu com a inclusão do computador no pro-cesso criativo. Já em 1984, na revista Emigre, tornou capaz a exploração da tec¬nologia digital para a criação de fontes. A partir de 1990, passou a pu-blicar tipos desenhados por artistas do mundo tornando disponível uma biblioteca cada vez maior de fontes idiossincráticas. Emigre pôde reco-nhecer nestes a necessidade de busca de novas formas e proporções, seu papel foi decisivo na consolidação dos pequenos for¬necedores tipográficos digitais como elementos de renovação e fundadores de um novo padrão de mercado. Seu trabalho na exploração do tema da legibilidade ganhou noto-riedade e ampliou sua influência, tan-to no mainstream do mercado como no próprio en¬sino de design.
O desconstrutivismo tra-balhava uma ideia linear e a reorganizava de modo a pro-por uma outra interpretação, algo mais profundo, propu-nha uma visão do todo sob novos prismas.
Professora da Cranbrook Academy of Art, centro de design experimental entre os anos 70 e 80, Katherine McCoy buscou a quebra e a exposição da lin¬guagem visual manipulativa dos vários níveis de significa-ção, seus experimentos eram constituídos pela sobreposição de palavras e imagens que necessa-riamente precisavam ser interpretadas.
PÓS- MODERNISMOPÓS- MODERNISMOPÓS- MODERNISMO
Zuzanna Licko
Zuzanna LickoZuzanna Licko
Zuzanna Licko
Cranbrook Academy Of ArtCranbrook Academy Of ArtCranbrook Academy Of ArtKATHERINE MCCOY
KATHERINE MCCOY
39
40
41
42
Referências
http://www.carlosrighi.com.br/177/TIPOGRAFIA%2020102/Textos/01A%20Hist%C3%B3ria%20da%20Tipografia.pdf. Acesso em: 07/05/2013http://www.casadomanuscrito.com.br/curio_02.htm. Acesso em: 07/05/2013http://www.infoescola.com/civilizacao-egipcia/hieroglifo/. Acesso em: 07/05/2013http://tipografos.net/http://www.unostiposduros.com/estilos-graficos-el-estilo-internacional/http://www.ufpel.edu.br/cic/2007/cd/pdf/LA/LA_02035.pdfhttp://chocoladesign.com/construtivismo-russohttp://designize-se.blogspot.com.br/2009/09/construtivismo-russo.htmlhttp://s3images.coroflot.com/user_files/individual_files/359289_kHpAuLH-5c0AeOY5zXwoQawWI5.pdfhttp://www.makkam.com.br/13.html. Acesso em: 11/04/2013http://www.revistaleaf.com.br/tipografia-na-era-realista-e-pre-moderna-secu-lo-xix/877/. Acesso em: 11/04/2013http://www.chrdesigner.com/classificacao-das-fontes-tipograficas/. Acesso em: 11/04/2013http://www.typographia.org/1999/graphion/caslon.html Acesso em: 11/04/2013http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/10996/10996_3.PDF; Acesso em: 24/04/2013BRINGHURST,Robert. Elementos do estilo tipográfico. Tradução: André Stolar-ski. São Paulo: Cosac Naify, 2005.MEGGS, Philip B. História do Design Gráfico. Cosac Naify. 2009FRUTIGER, Adrian. Sinais e símbolos. São Paulo: Martins Fontes, 1999.HORCADES, Carlos M. A evolução da escrita. História Ilustrada. Rio de Janeiro: Editora Senac Rio, 2004.MANDEL, Ladislas. Escritas, espelhos dos homens e das sociedades. São Paulo: Edições Rosari, 2006.FONSECA, Joaquim da. Tipografia & Design Gráfico [Recursos Eletrônico]: Design e Produção gráfica de Impressos e Livros / Joaquim da Fonseca – Dados Eletrônicos. Porto Alegre: Bookman, 2008.HEITLINGER, Paulo. Sistemas de escrita. As letras dos romanos. Site Tipógrafos.net. Disponível em <http://tipografos.net/escrita/letra-dos-romanos-1.html>. Acesso em: 15 de abril de 2013.
43
Instituto Federal Sul-rio-grandense - Campus PelotasBacharelado em Design | TipografiaMs. Daniela BrisolaraBruna das Neves | Letícia Sawabe | Manuela Coitinho Pelotas, 9 de maio de 2013.
44