TransporteNovos caminhos para o ramo transporte
CIBPBrasil recebe congresso de bancos populares
Ano VIII - N° 23 - Novembro de 2015
CréditoNova classificação para as cooperativas financeiras
Alô, Táxi!
Rio e São Paulo recebem os principais
eventos do setor
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Rio Cooperativo é uma publicação da Montenegro Grupo de ComunicaçãoContatos e Publicidade: (21) 2215-9463 - 2533-6009End.: Rua Acre, 47, gr. 301-304 - Centro - CEP 20081-000 - Rio de Janeiro - [email protected] | www.montenegrocc.com.brtwitter.com/MontenegroGC | facebook.com/MontenegroGCwww.riocooperativo.com.br | facebook.com/RioCooperativo
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Colaboraram nesta edição: Abdul Nasser, Myrian Lund, Paulo Rezende e Ronaldo Gaudio.Fotos: Montenegro Grupo de Comunicação e SXC.Distribuição: Lideranças cooperativistas, dirigentes, gerentes, cooperados e funcionários de cooperativas de todos os segmentos (agropecuário, consumo, crédito, educacional, espe-cial, habitacional, infraestrutura, mineral, produção, saúde, trabalho, transporte e turismo), empresários, administradores e gestores, assessores jurídicos, auditores, contadores, pro-fissionais de recursos humanos, associações, sindicatos, federações e entidades de classe de forma geral, orgãos e instituições governamentais, universidades, clínicas e hospitais, fornecedores de produtos e serviços para cooperativas e demais formadores de opinião.Artigos: os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores, não corres-pondendo necessariamente à opinião dos editores.Envio de releases: [email protected] (os releases são avaliados pelos editores, sem obrigatoriedade de publicação dos mesmos).Capa: André CarneiroEdição nº 23 - Novembro de 2015
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Seções
Editorial
Circulando
FinançasMyrian Lund
Causa & EfeitoRonaldo Gaudio e Abdul Nasser
Tempos VerbaisPaulo Rezende
Crédito Nova classificação para ascooperativas financeiras
TecnologiaAplicativo e bandeira únicapara táxis
CapaRio e São Paulo recebem eventos dosegmento táxi
TransporteNovos caminhos para o ramo Transporte
EventoWorld Coop Management: crescimentomesmo na crise
CIBP Brasil recebe congresso de bancos populares
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Rio Cooperativo | Ano VIII - N° 23 - Novembro de 20154
Um cardápio de assuntos para todos os gostos
O mês de novembro de 2015 tornou-se o mês do Táxi. Isto por conta das
feiras Expotáxi Brasil, que pela primeira aporta na capital paulista nos dias 7 e
8, no novo São Paulo Expo (ex-Imigrantes), e o Salão do Táxi Rio de Janeiro, nos
dias 13 e 14, no Riocentro.
São eventos importantes para a categoria, trazendo novidades do mer-
cado automotivo, com parceiros como Toyota, Volkswagen, Renault, Honda e
Nissan, serviços diversos que visam a facilitar o dia-a-dia dos taxistas, como
recursos de multas de trânsito, novas tecnologias de gerenciamento de cha-
madas de táxis, palestras elucidativas e esclarecedoras para a categoria e
muitas outras informações.
As principais feiras do ramo Táxi são o principal assunto desta edição de Rio
Cooperativo, que também traz a nova classificação das cooperativas financeiras
recém-lançadas pelo Banco Central, que deverão estabelecer um novo patamar
de atuação no cooperativismo de crédito.
Outra questão importante é a criação de um aplicativo por um grupo de estu-
dos da Organização das Cooperativas Brasileiras, que visa à criação de uma ban-
deira única para o ramo Táxi, aglutinando cooperativas diversas e possibilitando
a geração de negócios mais sólidos para o setor.
Ainda no ramo Transporte, as cooperativas do segmento terão um importante
aliado contra os riscos de autuações, que são os Manuais Contábil, Tributário e
Operacional das Cooperativas de Transporte, com previsão de lançamento para
início de 2016, que pretendem padronizar os processos operacionais e promover
o atendimento de legislações contábeis e tributárias específicas do setor. Estes
manuais estão sendo elaborados pela OCB.
Também registramos os eventos World Coop Management e o 29º Con-
gresso da Confederação Internacional dos Bancos Populares (CIBP), que per-
mitiram a troca de experiências entre líderes cooperativistas e grandes pa-
lestrantes internacionais.
Em tempos de escândalos diversos, ameaças de impeachment e bate-boca
generalizado entre governo e oposição que o país acompanha exaustivamente na
mídia, apresentamos um cardápio de assuntos variados para todos os interes-
ses e que certamente irão acrescentar um pouco de informações para o dia-a-dia
de sua cooperativa, de seus cooperados e para você, caro leitor.
Aproveite este momento, pois, certamente, os temas são bem mais interessantes.
Boa leitura e saudações cooperativistas!
Cláudio MontenegroEditor Executivo
“A mudança é a lei da vida. E aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com cereteza perder o futuro”(John Kennedy)
Editorial
Rio Cooperativo | Ano VIII - N° 23 - Novembro de 2015 5
A ACI Américas, em parce-
ria com a Universidade
Fundepos, desenvolveu um pro-
grama de atualização gerencial
voltado a gerentes gerais, fi-
nanceiros e executivos ligados
às áreas de desenvolvimento e
crédito. O curso ocorre em no-
vembro, na Costa Rica.
O objetivo é que os partici-
pantes adquiram novos conhe-
cimentos e habilidades para
fortalecer a construção de es-
tratégias, visando à melhoria
da competitividade, por meio
de ferramentas financeiras,
utilizadas ao redor do mundo.
A capacitação é dividida em
cinco módulos: modelos finan-
ceiros internacionais, gestão
de risco, planejamento estraté-
gico e governança, liderança de
corpo e mente e liderança sis-
têmica. O valor do investimento
é de US$ 2,5 mil. Informações:
A cooperativa Arte Peixe de Atafona, em
São João da Barra, recebeu a visita da
Enactus, organização mundial sem fins lu-
crativos, para discutir parcerias e realizar
capacitações em boas práticas de alimenta-
ção, cooperativismo, gestão de negócios e
fortalecimento das vendas por meio do em-
preendedorismo. Também será realizado um
estudo sobre a relação entre a Arte Peixe e a comunidade local.
A visita de outubro também serviu para que fossem colhidos subsídios
para o Projeto Fragata. Desenvolvido pela Enactus com base no trabalho da
Arte Peixe, ele foi inscrito no Prêmio Santander Universidade Solidária, que
investe em projetos de extensão universitária relacionados ao desenvolvi-
mento sustentável com ênfase em geração de renda.
Serão R$ 800 mil em prêmios para os selecionados, sendo R$ 100 mil
para a implementação. Além do recurso em dinheiro, os projetos receberão
suporte técnico de dois anos para que fortaleçam e ampliem suas práticas.
ACI oferece Programa de alta gerência
São João da Barra recebe capacitação solidária
Entre as 50 maiores instituições bancárias do mundo, cinco são bancos
cooperativos, representados pelo Rabobank (Holanda), China Construc-
tion Bank (China), Agricultural Bank of China (China) Bank of China (China)
e Deutsche Bank (Alemanha). Mais de 45% da população economicamente
ativa da América do Norte é associada a cooperativas financeiras. A França
é um dos países com maior expressão, movimentando mais de US$ 4 trilhões
em ativos. No Paraguai, as cooperativas representam 32% do mercado.
Segundo dados do Conselho Mundial de Cooperativas de Crédito (World
Council of Credit Unions) 57 mil cooperativas, presentes em 105 países nos
seis continentes, reúnem 217 milhões de associados, com ativos que che-
gam a R$ 1,8 trilhão. No Brasil, mais de 7,5 milhões de pessoas escolheram
as mais de 1.100 cooperativas de crédito como a sua instituição financeira.
Atualmente, a rede de atendimento das cooperativas no Brasil é a segunda
maior, representando 19% do total das agências bancárias. Somadas, as
cooperativas brasileiras ocupam a sexta posição no ranking em volume de
ativos com R$ 221,8 bilhões.
Cooperativas de Crédito entre os 50 maiores
Circulando
Rio Cooperativo | Ano VIII - N° 23 - Novembro de 20156
A greve dos bancários, iniciada em agosto no país, não atingiu a abertura e as operações das coo-perativas financeiras, que se tor-nam uma das alternativas àqueles que precisam utilizar serviços fi-nanceiros e enfrentam dificuldades devido à paralisação. É o coopera-tivismo de crédito mostrando-se, mais uma vez, como alternativa aos sistemas tradicionais.
A Unimed conquistou pela 16ª vez o título de melhor convênio de assistência médica, durante a 18ª edição do Top of Mind de RH. A con-quista se deu através da votação de profissionais de RH. A marca foi representada pela Central Na-cional Unimed, operadora nacional dos planos de saúde empresariais.
O Sicredi lançou o Crédito Con-signado INSS. O produto, voltado para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), oferece recursos com baixo custo e foi criado para atender a uma demanda dos as-sociados - aposentados e pensio-nistas representam 15% da base da instituição. Entre as vantagens está o pagamento do recurso em 72 vezes.
A Coop – Cooperativa de Con-sumo inaugurou em outubro a se-gunda unidade na cidade de Tatuí, interior de São Paulo. Esta é a 29ª loja da rede e recebeu investimen-tos de R$ 20 milhões, ocupando as instalações da Fábrica Santa Adé-lia. A nova unidade é a primeira da rede a implantar um novo conceito de loja, moderna e aconchegante, abusando das pastilhas e cerâmi-cas, além de mobiliários mais bai-xos que tornam o ambiente menos sufocante, leve e interativo.
A Comunicação na Era Digital foi
o tema da 30ª edição do En-
contro Estadual das Cooperativas
Pernambucanas, evento realizado
em Petrolina (PE) nos dias 25 e 26
de setembro. Participantes de coo-
perativas de todo o estado ouviram
a especialista em comunicação es-
tratégica e consultora Martha Ga-
briel explicar a necessidade da atu-
alização na era digital.
O presidente do Sistema OCB/
PE, Malaquias Ancelmo de Oliveira,
conduziu a mesa de abertura e re-
cebeu os participantes. Durante o
evento, visitas técnicas foram re-
alizadas nas cooperativas Coana e
Coopexvale, ambas do Ramo Agro-
pecuário, especializadas na explora-
ção de uva na região do Vale do São
Francisco - responsável por 95% da
produção, destinada ao mercado in-
terno e à exportação.
Curtas Circulando
“A comunicação permeia crises e
inovações. É necessário adotar no-
vas estratégias porque as platafor-
mas digitais mudam e, assim, elas
também precisam mudar”, frisou
Martha Gabriel. Pernambuco é um
estado promissor no que refere à
comunicação digital, com destaque
para o Porto Digital (no Recife) e as
inovações tecnológicas de Petrolina.
As cooperativas que se destaca-
ram em 2015 nos programas de Mo-
nitoramento do Sescoop/PE (PAGC e
PDGC) foram homenageadas.
Os debates ao longo do evento
focaram nas estratégias de comuni-
cação que podem ser adotadas para
ajudar na divulgação do sistema co-
operativista localmente e em todo
o estado de Pernambuco. O encon-
tro contou, ainda, com trabalhos
em grupo orientados pelo instrutor
José Flávio Linhares.
Encontro em Pernambuco debate mídias digitais
O presidente do Sistema OCB/PE, Malaquias Ancelmo, discursa na abertura do encontro
Rio Cooperativo | Ano VIII - N° 23 - Novembro de 2015 7
Uma oferta LEGAL para as cooperativas do Estado do Rio de Janeiro Benefícios
- Redução de custos com a obrigatoriedade da publicação;
- Veiculação em jornal de grande circulação, conforme determina a Lei;
- Diagramação de acordo com as normas legais;
- Melhor custo x benefício para publicações de atos societários;
- Veiculação no jornal com mais de 100 anos de história no mercado societário.
A Montenegro Grupo de Comunicação fechou uma parceria com o Monitor Mercantil para facilitar a veiculação de Publicidade Legal das cooperativas fluminenses, como Editais, Convocações de Assembleias Gerais, Balanços Financeiros e demais Atos Societários.
Entre em contato com a Montenegro Grupo de Comunicação e garanta sua publicação Legal.
o centímetro/colunamais barato do EstadoR$
apoio:
O Dia de Cooperar (Dia C) 2015
entrou para o calendário bra-
sileiro. E foi justamente pensando
na melhoria contínua dos processos
que envolvem essa ferramenta de
transformação social que comunica-
dores e promotores sociais do Sis-
tema OCB estiveram reunidos em
outubro, na sede da instituição, em
Brasília, para a apresentação dos
resultados de 2015 e proposição
de melhorias para 2016.
Resultados esses que demons-
tram uma curva de crescimento,
tanto na quantidade como na qua-
lidade das ações desenvolvidas. Se-
gundo a gerente de Desenvolvimen-
to Social de Cooperativas, Maria
Eugênia Ruiz Borba, a adesão foi
importante. “De aproximadamen-
te 980 mil beneficiados passamos
para a marca de 2,4 milhões”, res-
salta a gestora.
No Rio de Janeiro, segundo o
Sistema OCB/Sescoop-RJ foram
contabilizadas 40 iniciativas em 16
municípios. As ações contaram com
a participação de cerca de 1.500
voluntários, beneficiando mais de
28 mil pessoas em todo o estado.
Para a gerente de Comunicação
do Sistema OCB, Daniela Lemke, o
Dia C é uma ferramenta estratégi-
ca. “A ideia é mostrar a força so-
cial e econômica das cooperativas
brasileiras neste momento em que
a mídia espontaneamente se volta
para o setor”, resume.
Além de projetar as ações para
2016, os participantes apresenta-
Dia C 2015 é avaliadoCirculando
ram suas sugestões de melhorias,
aquilo que é sentido diretamente
na base, com o objetivo de aprimo-
rar o processo e seus resultados.
“Precisamos dessa interlocução
para proporcionar aos cooperados
ferramentas atuais e funcionais. O
empenho de vocês reflete a vontade
do Sistema OCB em ser cada vez
melhor para as cooperativas”, frisa
o superintendente, Renato Nobile.
Rio Cooperativo | Ano VIII - N° 23 - Novembro de 20158
Crédito
Nova classificação para cooperativas financeiras
O Conselho Monetário Nacional
(CMN) aprovou a alteração da
Resolução nº 4434, que dispõe so-
bre a constituição, a autorização
para funcionamento, o funcionamen-
to, as alterações estatutárias e o
cancelamento de autorização de co-
operativas financeiras. O anúncio foi
feito em agosto pelo presidente do
Banco Central (Bacen), Alexandre
Tombini, durante o seminário Novo
Ciclo do Cooperativismo de Crédito
no Brasil.
De acordo com o Bacen, a reso-
lução é um aprimoramento no arca-
bouço regulatório do segmento de
três categorias: Plenas, Clássicas e
de Capital e Empréstimo (quadro).
Segundo o presidente do Bacen,
Alexandre Tombini, a mudança será
adequada ao perfil de risco das co-
operativas. “Essa é, além de uma
providência de racionalização muito
aguardada, um marco notável na
história das cooperativas de crédito
no Brasil”, diz Tombini.
Com a mudança, qualquer coo-
perativa financeira poderá passar
a atuar com todos os públicos, a
exemplo das atuais cooperativas de
livre admissão de associados, desde
que aprovado pelos associados em
assembleia geral que proponha a
mudança estatutária.
Esta mudança pode aumentar
significativamente a quantidade de
brasileiros associados a coopera-
cooperativas financeiras,
introduzindo uma nova
classificação para essas
entidades de acordo com
as operações realizadas.
Uma das consequências
do novo documento é a eli-
minação da regulamenta-
ção às restrições ao qua-
dro associativo.
Nesse sentido, as co-
operativas financeiras sin-
gulares foram divididas em
Sed
e do
Ban
co C
entr
al,
em B
rasí
lia
Rio Cooperativo | Ano VIII - N° 23 - Novembro de 2015 9
Categorias das cooperativas financeiras singulares
Fonte: Bacen
tivas financeiras. O mesmo fato já
ocorreu nos Estados Unidos, na dé-
cada de 1990.
Para a chefe do Departamento
de Regulação do Sistema Financeiro
do Bacen, Silvia Marques de Brito e
Silva, a nova classificação permitirá
melhor acompanhamento e controle
das cooperativas. Ela cita que, an-
teriormente, as mesmas exigências
eram feitas a cooperativas com ca-
racterísticas diferentes. “Teremos
um acompanhamento mais adequa-
do e sistemático porque levará em
conta o risco”, afirma.
O presidente do Sicoob Cecre-
mef, Francisco Bezerra, acredita
que esta mudança é positiva. Ele en-
tende que o documento é uma evolu-
ção do processo regulatório do coo-
perativismo, impõe uma mudança no
modelo de gestão e o primeiro pas-
so para a conscientização do qua-
dro social. “Sob o aspecto social, a
resolução proporcionará admissão
de associados fora dos quadros das
empresas as quais as cooperativas
estão ligadas. Se pensarmos em
termos de Brasil, esta resolução vai
ao encontro do processo de inclusão
financeira, preconizada pelo Banco
Central”, comenta.
Para o presidente do Sicoob Co-
opvale, Angelo Galatoli, a resolução
do Bacen é benéfica. “Ela é resulta-
do de um trabalho com ampla divul-
gação prévia e beneficia as coopera-
tivas de crédito de um modo geral,
pois cria um novo marco neste seg-
mento, ao classificar as singulares
em modalidades”, diz.
Outra questão levantada por Ga-
latoli é a necessidade das singula-
res estarem filiadas a uma Central.
A tendência, segundo ele, é que
singulares associadas a grandes
sistemas, em curto espaço de tem-
po, consigam atender a uma gama
muito maior de associados. “Cito
o Sicoob Coopvale, que até então
estava com sua atuação limitada
aos empregados e aposentados das
empresas do grupo Vale. Agora,
mediante prévia aprovação de uma
assembleia geral, sem necessidade
de um projeto, podemos associar
empregados de outras empresas
que venham a ser conveniadas co-
nosco”, afirma.
De maneira geral, a nova reso-
lução dificulta bastante a criação de
singulares, principalmente se não
estiverem imediatamente vinculadas
a uma central de crédito autorizada
pelo Bacen. O resultado será a valo-
rização das singulares já existentes,
possibilitando uma atuação mais
abrangente e, consequentemente,
maior reconhecimento da sociedade.
Plenas
Podem praticar todas as operações autorizadas às cooperati-
vas financeiras.
Clássicas
Ficam proibidas de realizar operações que geram exposição
vendida ou comprada em ouro, moeda estrangeira, variação
cambial, variação no preço de mercadorias, ações ou em ins-
trumentos financeiros derivativos, bem como a aplicação em
títulos de securitização, empréstimos de ativos, operações
compromissadas e em cotas de fundos de investimento.
Capital e Empréstimo
Não podem fazer a captação de depósitos
e a realização de operações que geram
exposição vendida ou comprada em ouro,
moeda estrangeira, variação cambial, va-
riação no preço de mercadorias, ações ou
em instrumentos financeiros derivativos,
bem como a aplicação em títulos de se-
curitização, empréstimos de ativos, ope-
rações compromissadas e em cotas de
fundos de investimento.
Rio Cooperativo | Ano VIII - N° 23 - Novembro de 201510
As cooperativas do segmento
táxi devem lançar, em breve,
um aplicativo que facilitará a comu-
nicação entre o taxista e o usuário
do serviço. O aplicativo faz parte de
um projeto mais amplo, que visa à
criação da bandeira única para o se-
tor. Os assuntos estão sendo dis-
cutidos em Brasília por integrantes
do Grupo de Trabalho Táxi, fórum
criado para discussões a respeito
do segmento.
No último encontro, o grupo dis-
cutiu o texto base de orientação, a
ser assinado pelo Sistema OCB, em
relação ao atual cenário tecnológico
e difusão de aplicativos clandestinos
que vem tomando mercado.
Mas a discussão que toma as
ruas da cidade e causa impacto na
vida dos taxistas possui quatro le-
tras: Uber.
A categoria, por sua vez, não
nega a chegada de novas tecnolo-
gias, mas a concorrência desleal
feita pelo aplicativo.
Após duas votações na Câmara
de Vereadores do Rio de Janeiro,
o prefeito Eduardo Paes sancionou
Lei que impede a operação do servi-
ço Uber. A Lei define os serviços de
táxi e estabelece-os como prioritá-
rios e compatíveis com os planos de
ordenamento da mobilidade urbana,
atualiza a legislação para receber
tecnologias e cria novos serviços de
táxis a serem operados por profis-
sionais licenciados.
Para o presidente da OAB/RJ,
Felipe Santa Cruz, é preciso res-
guardar o direito da população. “A
concessão pública é voltada ao bom
atendimento e virou um debate en-
tre Uber e taxistas. E o usuário?
Esse é o ponto central”, afirma.
O diretor da OCB/RJ, Vinícius
Mesquita, comenta que esse resul-
tado é fruto do esforço e da união
do segmento. “Por muito tempo os
taxistas competiram entre si e a ca-
tegoria foi a maior prejudicada. Isso
mudou nesse ano e esta Lei mostra
que, unida, a categoria é forte e im-
portante para a sociedade”, diz.
Segundo o presidente da Comis-
são Especial de Direito Cooperativo
(CEDC) da OAB/RJ, Ronaldo Gaudio,
é preciso entender que a questão
está acima de qualquer argumen-
tação interpretativa. “A questão é
muito mais ampla do que se perce-
be, pois envolve direito econômico,
trabalhista e público. É necessário
ter uma visão mais social, pois criar
argumento jurídico para estar acima
da Lei não é possível”, acrescenta.
Retrocesso ou não às leis tra-
balhistas, o que se confere são as
quatro letras regulamentadas nes-
sa operação: Táxi.
Aplicativo e bandeira única para táxis
Quatro letras que estão levando mais de 30 mil profissionais a um embate jurídico e trabalhista no Rio
Tecnologia
Rio Cooperativo | Ano VIII - N° 23 - Novembro de 2015 11
Rio Cooperativo | Ano VIII - N° 23 - Novembro de 201512
Rio recebe o Salão do TáxiCapa
A cidade do Rio de Janeiro sediará
pelo terceiro ano consecutivo
um evento voltado para os taxistas.
Desta vez será o Salão do Táxi Rio
de Janeiro, que acontecerá nos dias
13 e 14 de novembro no Riocentro.
O evento contará com palestras, ex-
posições e serviços especializados
para o público presente. Empresas
como Toyota, Volkswagen, Renault,
Honda, Nissan, Banco do Brasil, Táxi
Machine, Payleven, Crystone, Troia e
Assist Car participarão.
O Salão do Táxi propõe um mo-
delo diferente de exposição, com as
empresas participando em espa-
ços abertos para sua livre atuação,
como num autêntico feirão de veícu-
los, em que a criatividade dos expo-
sitores, a confiança nas marcas e
condições especiais de negociação
serão diferenciais.
De acordo com o diretor execu-
tivo da Montenegro Feiras e Even-
tos – empresa organizadora da
feira –, Cláudio Montenegro, será
uma oportunidade para que em-
presas possam oferecer veículos
novos e usados, além de produtos
e serviços especializados para diri-
gentes de empresas de táxi e fro-
tas, associações, cooperativas e
taxistas autônomos.
“Será um espaço de negócios
em que as principais concessio-
nárias e as marcas por elas re-
presentadas poderão interagir
diretamente com os visitantes”,
comenta Montenegro.
Fóruns
Durante o Salão do Táxi Rio de
Janeiro, serão realizados diversos
fóruns. Assunto amplamente discu-
tido pelos taxistas, o uso de novas
tecnologias e softwares de geren-
ciamento de corridas estarão em
pauta, além de segurança pública -
visto os inúmeros casos de violência
contra taxistas -, questões tributá-
rias e mobilidade urbana.
Nos eventos anteriores, diversos fabricantes estiveram presentes
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Rio Cooperativo | Ano VIII - N° 23 - Novembro de 2015 13
Expotáxi Brasil nacapital paulista
Capa
O Centro de Convenções São
Paulo Expo (antigo Imigrantes)
receberá nos dias 7 e 8 de novem-
bro a Expotáxi Brasil – Feira Nacional
do Táxi. No evento, os profissionais
do segmento poderão acompanhar
as principais inovações tecnológicas
para a categoria, assim como terão
a oportunidade de participar de fó-
runs, que irão tratar de assuntos
pertinentes à área, como mobilidade
urbana, atuação política, seguran-
ça, entre outros temas.
Esta é a terceira edição da Feira,
que em 2014 foi realizada na cidade
do Rio de Janeiro e recebeu mais de
4 mil pessoas. O evento chega para
reafirmar a força do segmento táxi
na cidade de São Paulo. Números
da Associação de Empresas de Táxi
do Município de São Paulo (Adetá-
xi) mostram que a cidade possui 34
mil taxistas, que rodam mais de 20
milhões de quilômetros por mês e
transportam 2 milhões de pessoas.
De acordo com Cláudio Montene-
gro, diretor executivo da Montene-
gro Feiras e Eventos, empresa or-
ganizadora e promotora da feira, a
Expotáxi Brasil em São Paulo reflete
a importância desse mercado local
para o segmento táxi. “A Feira será
uma vitrine para a indústria auto-
motiva, com apresentação de novas
tecnologias, produtos e serviços
personalizados para os profissionais
que atuam no setor. Os motoristas
sairão da feira mais capacitados e
informados das novidades da cate-
goria”, afirma Montenegro.
Os visitantes conhecerão as
novidades do setor com as princi-
pais montadoras, fornecedores de
produtos e serviços para empresas
de táxis, associações, cooperativas
e poderão conferir atrações como
palestras, realizar test drives em
novos veículos, e inovações em me-
cânica, eletrônica e carroceria.
Com entrada franca e esta-
cionamento gratuito para táxis, a
Expotáxi Brasil também terá foco
educacional. Instituições auxiliarão
na qualificação profissional da ca-
tegoria e na sua preparação para
a prestação de serviços de melhor
qualidade para a população.
As duas primeiras edições da Feira, no Rio de Janeiro, reuniram 10 mil pessoas
AR
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Rio Cooperativo | Ano VIII - N° 23 - Novembro de 201514
Transporte
Cooperativas do segmento
Transporte terão um importan-
te aliado contra os riscos de autu-
ações. Previsto para serem entre-
gues no início de 2016, os Manuais
Contábil, Tributário e Operacional
das Cooperativas de Transporte
pretendem padronizar os processos
operacionais e promover o atendi-
mento de legislações contábeis e
tributárias específicas do setor.
Os documentos estão sendo ela-
borados pela Organização das Co-
operativas Brasileiras (OCB) com
reuniões periódicas de um Grupo de
Trabalho para tratar do tema. O grupo
é formado por representantes dos es-
tados do Paraná, Santa Catarina, Rio
Grande do Sul, Minas Gerais, Mato
Grosso, Espírito Santo, São Paulo e
Ceará, além de técnicos da OCB.
E, com vistas à disseminação
de boas práticas e à eficácia da
gestão, o Sistema OCB contratou
uma empresa para auxiliar no pro-
cesso de elaboração e execução
dos manuais. Desta forma esta-
rão asseguradas a transparência
e a padronização dos processos.
A metodologia envolveu visitas
técnicas às cooperativas a fim de
compreender o modo operacional
aplicado hoje.
Representante nacional do ramo
Transporte pelo Sistema OCB, Abel
Paré afirma que os manuais servi-
rão como orientadores. “Há muito
o ramo busca padronizar um enten-
dimento com o intuito de mitigar
interpretações equivocadas e auxi-
liar as cooperativas na tomada de
decisão”, diz.
Novos caminhos parao ramo Transporte
Rio Cooperativo | Ano VIII - N° 23 - Novembro de 2015 15
Rio Cooperativo | Ano VIII - N° 23 - Novembro de 201516
O cooperativismo é uma ferra-
menta de mitigação dos efeitos
da crise. A afirmação ficou evidente
durante o World Coop Management,
ocorrido em setembro, em Belo Ho-
rizonte (MG). O evento reuniu mais
de 300 lideranças do movimento co-
operativista de diversos países para
discutir ideias inovadoras e as no-
vas tendências sobre liderança. Ao
todo, 21 estados brasileiros foram
representados.
O presidente do Sistema OCB,
Márcio Lopes de Freitas, foi enfáti-
co ao falar sobre a situação do país.
“A deterioração do processo políti-
co tem reflexos diretos na economia
nacional e essa culpa não deve ser
assumida por todos. Os resulta-
dos das nossas cooperativas, bem
como as atividades econômicas do
setor privado, vão muito bem”, ana-
lisa o cooperativista.
O presidente do Sistema OCB
fez questão de ressaltar que o mo-
vimento cooperativista, apesar das
dificuldades, tem encontrado cami-
nhos para manter seu crescimento.
“Quando rodamos pelo interior do
Brasil, visitando cooperativas dos di-
versos ramos, notamos que há uma
resiliência grande. Segundo dados do
Banco Central, até agosto os depó-
sitos à vista no Sistema Financeiro
Nacional caíram 17% em relação
ao ano passado, afetando o crédito
rural brasileiro. E quando converso
com algumas lideranças, vemos o
World Coop Management: crescimento mesmo na crise
contrário: os depósitos nas coope-
rativas aumentaram”, informou.
O cooperativismo é capaz de li-
dar com a crise e de sair vitorioso
dela. Basta seguir seus valores e
princípios. “O cooperativismo é co-
ração aliado à razão, ao planejamen-
to e à estratégia”, acrescentou.
Aprendizado
O presidente da Ocemg, Ronal-
do Scucato, contou que sua histó-
ria com cooperativismo – que soma
seis décadas – evidencia que o movi-
mento é capaz de passar pela crise
econômica de cabeça erguida. “De
minha jornada no cooperativismo,
ficam três certezas: estou sempre
começando, é obrigatório continu-
Evento
Presidentes e diretores se unem para registro fotográfico durante o evento
FOTO
S: D
IVU
LGAÇÃO
Rio Cooperativo | Ano VIII - N° 23 - Novembro de 2015 17
ar, seremos interrompidos antes
de terminar nossa tarefa. Por isso
estamos preparando os que virão
em seguida, para dar continuidade
à obra cooperativista”, comentou.
Pelo Sistema OCB/Sescoop-RJ
participaram o presidente Mar-
cos Diaz, o superintendente Jorge
Lobo, o conselheiro do Sescoop/RJ
e presidente da Unimed Centro Sul
Fluminense, Sebastião Barbosa, e o
presidente da Unicred Central RJ-
-MT, José Maria de Azevedo. O edi-
tor executivo de Rio Cooperativo,
Cláudio Montenegro, também parti-
cipou do evento.
Inovação
Acesso a conhecimentos ino-
vadores, atualizações e desenvol-
vimento de métodos e conceitos.
Esses são os pré-requisitos bási-
cos para as cooperativas e seus
dirigentes alcançarem uma posição
de destaque em mercados cada vez
mais competitivos. A ideia foi apre-
sentar caminhos e estratégias para
a realização de bons negócios.
O diretor do congresso, Luiz
Branco, explicou a importância da
atualização do conhecimento no ce-
nário econômico global. “Estamos
na era do conhecimento, e estar
sintonizado com as principais ten-
dências mundiais do management é
tão importante quanto o relaciona-
mento e o próprio negócio. Alinha-
mos, portanto, esses três objeti-
vos”, afirmou.
O World Coop Management foi
realizado pela Wex Business em
parceria com os Sistemas OCB e
Ocemg. As atividades ocorreram no
Centro de Inovação Unimed.
Mais de 300 lideranças cooperativistas de vários países assistiram às palestras
Rio Cooperativo | Ano VIII - N° 23 - Novembro de 201518
O superendividamento existe
quando uma família, por conta
do elevado nível de dívidas que cor-
rói o salário, não consegue pagar as
despesas essenciais: alimentação,
moradia, luz, água... e ao mesmo
tempo a fonte de recursos, que eram
novas dívidas, não é mais possível.
Neste momento é necessária calma
pois nenhuma situação é totalmente
irremediável. Agora o passo é pensar
nas soluções. Por onde começar?
1o PAsso: Fazer uma planilha
financeira (receitas menos despe-
sas). Anote tudo, principalmente
os pequenos gastos como R$ 2 ao
dia com um cafezinho, por exemplo.
Todos podem tomar seu cafezinho,
mas é necessário ter a consciência
de quanto se gasta por mês e por
ano com esse cafezinho e se está
valendo a pena. Estamos falando da-
quele dinheiro que está faltando na
carteira e você não consegue lem-
brar onde ele foi usado. Pode pare-
cer pouco, mas R$ 2 todos os dias
representam, ao final de um ano,
R$ 720. Quantas coisas você pode
Finanças
fazer com este montante! Analise
item a item tudo o que pode ser re-
duzido. Sempre é possível economi-
zar. Na primeira análise da planilha,
é comum conseguirmos diminuir em
30% as despesas. A análise perma-
nente vai ajudar você a encontrar
novos itens a serem revistos, itens
que vão deixar de ser importantes
para a sua vida, como já foram no
passado, à medida que você se tor-
na um consumidor consciente.
2o PAsso: É interessante, se
possível, ter uma conta bancária
sem cheque especial e sem cartão de
crédito para você operar o dia-a-dia
sem o acúmulo de débitos e juros que
levam todo o seu salário.
3o PAsso: Receita menos des-
pesa tem que ser maior que zero. É
possível que você tenha que deixar
alguma despesa para pagar depois.
Não renegocie dívidas bancárias que
você já sabe que não terá condições
de pagar mensalmente.
4o PAsso: Não faça anteci-
pações de 13º, férias, Imposto de
Renda, pois são esses recursos que
vão lhe ajudar na negociação para
liquidação de dívidas, quando o orça-
mento não permite renegociações,
ou seja, novas prestações mensais.
5o PAsso: Ter um grupo de
apoio ou a ajuda de um Planejador
Financeiro é importante para lhe au-
xiliar neste caminho que é dolorido
emocionalmente pela quantidade de
cobranças, seja de credores, de fa-
miliares e de você mesmo.
Um desabafo: Os bancos esti-
mularam seus clientes a se endivi-
dar e não se preocuparam em fazer
análise da capacidade de pagamen-
to de cada um. Se hoje a situação
está ruim para as pessoas, os ban-
cos têm uma co-participação, pois
motivaram, estimularam a aquisição
excessiva de empréstimos e finan-
ciamentos. No momento do caos,
eles precisam, também, ser parcei-
ros na solução.
Uma dica: É possível uma ins-
tituição financeira ser parceira e
ganhar dinheiro e é isso que a coo-
perativa de crédito faz, pois é uma
instituição financeira onde você é
dono e cliente ao mesmo tempo.
Oferece os mesmos produtos e
serviços que um banco e trabalha
pensando em você e para você. Ve-
rifique se na sua região há uma coo-
perativa de crédito para a sua cate-
goria profissional ou de livre adesão
e seja um cooperado.
Como lidar com o superendividamento?
Myrian Lundé professora e planejadora financeira,ocupando por mais de 20 anos cargos
executivos no mercado financeiro.Professora e coordenadora de MBAs pela FGV, com forte atuação no Cooperativismode Crédito. CEO do portal Viva Plenamente
www.vivaplenamente.com.br
Rio Cooperativo | Ano VIII - N° 23 - Novembro de 2015 19
Dirigentes cooperativistas de
todo o mundo participaram,
entre os dias 18 e 20 de outubro,
do 29º Congresso da Confederação
Internacional dos Bancos Populares
(CIBP). O evento, realizado pela pri-
meira vez no Brasil, levou o tema
Inovação: Fortalecendo os Bancos
Populares e Cooperativos e promo-
veu a capacitação, reflexão, motiva-
ção e atualização dos participantes,
gerando conhecimento técnico e
mercadológico sobre as iniciativas
adotadas em diferentes nações.
O congresso ocorre a cada três
anos e reúne representantes do
cooperativismo dos quatro conti-
nentes para discutir assuntos que
possam contribuir para o desenvol-
vimento dos sistemas cooperativos.
Para o presidente do Bancoob,
Marco Aurélio Almada, é vital que
os bancos cooperativos incorporem
a inovação em seus modelos de ne-
gócios, tanto em novas tecnologias
quanto em governança cooperati-
vista, ao mesmo tempo em que for-
talecem seus valores e identidade
próprios. “O modelo de negócio das
cooperativas financeiras se destaca
pela oferta de produtos e serviços
com taxas mais atrativas. O núme-
ro de pessoas ligadas ao sistema
no mundo chega a 217 milhões. No
Brasil começou há pouco tempo e,
portanto, é de grande relevância
fazermos esse fórum para troca de
experiências”, diz Almada.
No evento foi possível discutir
assuntos como as novas tecnolo-
gias, a pujança de uma nova geração
de clientes e a inovação em serviços
financeiros. “Por meio destas dis-
cussões podemos conhecer, juntos,
formas de desenvolver nosso país
por meio dos sistemas financeiros
Brasil recebe congresso de bancos populares
“O cooperativismo está ganhando credibilidade com a população”, Marcos Diaz, presidente do Sistema OCB-Sescoop/RJ
CIBP
cooperativos”, enfatiza Almada.
O CEO do Banco Cooperativo Si-
credi, Edson Nassar, lembra o pa-
pel fundamental da colaboração en-
quanto associação de pessoas com
os mesmos interesses. “É impor-
tante uma atuação integrada entre
as cooperativas de crédito para que
possam avançar na representati-
vidade do setor perante o sistema
financeiro”, afirma.
Para o presidente do Sistema
OCB/Sescoop-RJ, Marcos Diaz, o
cooperativismo de crédito vem ga-
nhando credibilidade junto à socie-
dade. “Recentemente, o Conselho
Monetário Nacional aprovou reso-
lução alterando a classificação das
cooperativas de crédito. Isso possi-
bilitará maior acesso da população
às instituições cooperativistas do
segmento, algo que era uma deman-
da dos dirigentes”, comenta Diaz.
ROG
ÉRIO
RES
END
E
Rio Cooperativo | Ano VIII - N° 23 - Novembro de 201520
Um tratamento estratégico de litígios
Tratar estrategicamente
os litígios entre cooperativas e seus sócios –
crédito, consumo, habitacional e infraestrutura
A defesa do consumidor pelo ins-
trumento do cooperativismo
constitui uma das mais importantes
e históricas formas de reação con-
tra as distorções produzidas já nos
estertores do Liberalismo – muito
antes das primeiras iniciativas do
Estado de tentar promover alguma
equalização entre os agentes eco-
nômicos fornecedores de produtos
ou serviços e seus adquirentes.
Após séculos de funcionalização do
Direito, o sistema jurídico de prote-
ção ao consumidor de mercado se
superpôs, parcialmente, ao regime
próprio do ato cooperativo de consu-
mo. As cooperativas de infraestru-
tura, as habitacionais, as institui-
ções financeiras e as cooperativas
de consumo em sentido amplo,
cujas operações econômicas com
os sócios se baseiam no consumo
de algum serviço ou produto, envol-
vem desafios pe-
culiares a cada um
desses segmen-
tos de mercado,
mas necessários
para contornar a
grande confusão
estabelecida pela
Jurisprudência do-
minante, que reco-
nhece a incidência
do Código de Defe-
sa do Consumidor
Abdul Nasseré especialista em Direito Tributário
e em Gestão de Cooperativas.
Ronaldo Gaudioé especialista em Direito Processual
Civil e MBA em Business Law.
Ambos são sócios da Gaudio & Nasser Advogados Associados.
Causa&Efeito
Rio Cooperativo | Ano VIII - N° 23 - Novembro de 2015 21
(CDC) nestas relações jurídicas.
Entretanto, há importantes li-
nhas comuns entre esses ramos,
que permitem a construção de es-
tratégias para alinhar a prática co-
operativa com maiores chances de
incidência de um tratamento ade-
quado pelo Judiciário e pelo Estado
em sentido amplo.
No plano teórico, prepondera a
doutrina do reconhecimento de um
regime jurídico próprio, diverso da-
quele irradiado do CDC, e as razões
jurídico-econômicas que apontam
nesse sentido não têm como ser
analisadas neste breve lineamen-
to. A distinção entre o regime do
CDC e do Consumo Cooperativo já
se manifesta na finalidade de cada
um deles, pois enquanto este sis-
tema quer emancipar o consumidor
dos intermediários, entre ele os
fornecedores, tornando fornecedor
e consumidor donos da empresa
cooperativa, enquanto que aquele
pretende menos – que proteger o
consumidor como parte mais fraca
nessas relações jurídicas.
O ponto de conexão entre um
e outro sistema
está na explicitado
na própria Cons-
tituição Federal,
que pretende pro-
teger o consumi-
dor como parte
mais vulnerável.
A vulnerabilidade
tem sido o ele-
mento que, nas
decisões mais fun-
damentadas, tem
feito recair sobre as cooperativas
o inadequado regime jurídico do
CDC, pois não são raros os casos
em que o cooperado é constatado
em posição de fragilidade.
É fundamental a demonstração
sólida de que os cooperados não
são, nos casos concretos, vulne-
ráveis como o consumidor de mer-
cado. Essa demonstração precisa
essencialmente não estar cingida
ao plano teórico, mas demonstrada
em concreto.
Além, se a finalidade das coope-
rativas é colocar os consumidores-
-donos em condição mais favorável
que o consumidor de mercado, mais
uma demonstração é necessária: de
que a cooperativa está cumprindo
com este propósito.
Mas questões mais basais têm
fulminado as chances de êxito das
cooperativas no enorme atulhamen-
to de processos judiciais onde os
cooperados, por seus advogados,
pedem em face de suas sociedades
a incidência do CDC, negando a rela-
ção societária.
O desconhecimento limita a pos-
sibilidade do julgador encarar o ato
cooperativo a partir de uma premis-
sa própria e tal desafio dificilmente
será contornado nos processos ju-
diciais, sobretudo no hiperinflacio-
nado Judiciário brasileiro.
Contudo, todo arsenal documen-
tal das cooperativas, que serve de
prova nos processos judiciais, cos-
tuma cometer descuidos capitais
– desde os estatutos, termos de
adesão, atos, contratos, atas de
assembleia e instrumentos diver-
sos, que não delineiam a operação
econômica com as particularidades
essenciais do ato cooperativo.
A ausência de investimento na
formação e legitimação do quadro
social não só faz prosperar o desco-
nhecimento como também constitui
um fator de grande fomento dos
processos judiciais.
Apesar de ser direito essencial
do consumidor, muitas cooperativas
não conseguem demonstrar que ao
próprio sócio prestam mais infor-
mações sobre o produto ou serviço
que as empresas prestam aos me-
ros consumidores de mercado.
A mediação cooperativa como al-
ternativa para solução de conflitos
não é propriamente uma novidade no
cooperativismo, mas ainda é pouco
valorizada no país. Como isso, mui-
tos problemas que poderiam deixar
de ser judicializados, viram proces-
sos que serão julgados porque não
teve acesso ao parco acervo sobre
Direito Cooperativo e que prosse-
guirão na formação de precedentes
bastante negativos.
A ampliação e a difusão do co-
nhecimento do Direito Cooperativo
e prover uma real Educação Coo-
perativista para formar o quadro
social cumprem papel estratégico,
mas há tarefas bem mais simples e
imediatas que merecem atenção rá-
pida em meio a um cenário Jurispru-
dencial atual bastante desfavorável.
A adequada escrituração/docu-
mentação do ato cooperativo de
consumo (ou financeiro) e a media-
ção cooperativa são duas dessas
prementes iniciativas estratégicas.
Rio Cooperativo | Ano VIII - N° 23 - Novembro de 201522
Lembro-me do início da minha vida
profissional – lá se vão alguns
anos! Tinha quinze anos e fora con-
tratado para servir café numa gran-
de empresa. Depois das apresenta-
ções – dona Luiza, primeira gerente,
e Serginho, primeiro colega de tra-
balho – entregaram-me um jaleco,
bandeja com apetrechos e uma gar-
rafa térmica. Não me saiam da ca-
beça as recomendações maternas:
respeito, cordialidade...
Passava das oito quando, num
misto de ansiedade e insegurança,
fui instruído a acompanhar o colega
para aprender a tarefa... Permaneci
nessa função por cinco meses e, na
empresa – grande escola! –, por 27
anos, dos quais 25 na área de Re-
cursos Humanos.
..........
Com o passar dos anos, conheci
os meandros da gestão de pesso-
as, gerenciei e participei da elabo-
ração de inúmeros projetos, cujas
intenções eram de melhorias nas
relações e otimização dos resulta-
dos. Nem sempre obtivemos êxito:
o apoio anunciado nas solenes reu-
Gerir Recursos Humanos, além de cuidar do que é legal para a segurança e bem-estar da
empresa e seus empregados, é cuidar de gente.
niões repletas de gente, canapés e
gráficos coloridos não se concreti-
zava e mudanças estratégicas, tro-
ca-trocas na alta direção, mudan-
ças de foco acabavam por interferir
na dinâmica organizacional, esmore-
cendo o comprometimento e geran-
do descontinuidades fatais.
Hoje, na distância das emoções,
posso afirmar que mudanças abrup-
tas – às vezes, decididas em en-
contros casuais regados a uísques
e espumantes importados –, cons-
tituem os maiores desafios e mo-
tivos de frustrações profissionais.
Não dos “pirotécnicos”, mas dos
que enxergam a gestão de pessoas
como importante ferramenta nas
estratégias de negócios. Nesses
cenários instáveis, aprendi muito,
especialmente com as banalidades.
..........
Já perto da hora do almoço do
meu primeiro dia de trabalho, ainda
não havia ido ao banheiro; não por
falta de vontade, mas porque não
sabia onde ficava ou se podia parar o
serviço para atender à necessidade
tão pessoal; um garoto, de origem
Paulo Roberto Rezendeé palestrante e consultor nas áreas de Treinamento e Desenvolvimento,
Liderança, Planejamento Estratégico, Comunicação Empresarial, Redação
Técnica, entre outras. Graduado em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, com pós-graduação em Gestão Estratégica
Empresarial e em Docência de Ensino de Nível Superior.
Tempos Verbais
humilde, cheio de recomendações...
Quando a situação tornou-se insu-
portável, tomei coragem e pergun-
tei a Serginho onde ficava o mictório
e se... Minutos depois, aliviado, era
outro, renovado e preparado para
novos desafios.
Anos depois, então na gerência
de RH de uma indústria que passava
por processos de reestruturação,
lembrei-me desse fato. Chamei a jo-
vem responsável pela área de acom-
panhamento e lhe contei a história.
Rimos juntos. Pedi-lhe que elabo-
rasse um manual de instrução para
recepção dos novos colaboradores.
Começava assim:
“Não perca a oportunidade de
transformar esse momento em algo
marcante. Coloque-se no lugar do
novo colaborador e responda às
perguntas que você faria ou gostaria
de ter feito – inclusive, ‘onde fica
o banheiro!’”.
Sorri e tive, então, certeza de
que área de RH e os verdadeiros
líderes são capazes de grandes re-
alizações, especialmente se come-
çarem pelas coisas simples.
Onde fica o banheiro?
Rio Cooperativo | Ano VIII - N° 23 - Novembro de 2015 23
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