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Pedro Soares Bran

e colaboradores

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Pedro Soares BrancoAssistente Hospitalar do Serv iço de Medicina Física e deReabilitação do Hospital de Curry Cabral.Assistente Convidado da Faculdade de Ciências Médicas daUniversidade Nova de Lisboa – Unidade de Ensino de MedicinaFísica e de Reabilitação.

Duarte Martelo, Hugo Constantino, Marina Lopes, Ricardo José,Rita Tomás e Tiago CarvalhoInternos do Internato Complementar de Medicina Física e deReabilitação – Serviço de Medic ina Física e de Reabilitação doHospital de Curry Cabral.

temas de reabilitaçãoagentes físicoscrioterapiatermoterapiadiatermiaelectroterapia

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FICHA TÉCNICA

 TEMAS DE REABILITAÇÃOAGENTES FÍSICOSCrioterapiaTermoterapiaDiatermoterapiaElectroterapia

Texto© Pedro Soares Branco e colaboradores

Edição

© Medesign – Edições e Design de Comunicação, LdaRua Gonçalo Cristóvão, 347 (Centro Empresarial Mapfre) – s/2174000-270 Porto · Portugal Telf. 222001479 Fax. [email protected] 

Pré-ImpressãoMedesign, Lda

ImpressãoInova – Artes gráficas

Depósito Legal 230778/05Agosto 2005

Edição exclusiva para:Sanofi Aventis / NIMED

5000 exemplares

© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida,armazenada em qualquer suporte ou transmitida por qualquer forma (electrónica, mecânica ououtra) sem permissão expressa dos editores.

Os autores e editores fizeram todos os esforços para assegurar a exact idão da informaçãopresente neste livro, mas não se responsabilizam por quaisquer erros ou omissões. Assim, etambém porque a investigação médica avança constantemente a grande ritmo, recomenda-se ao leitor que complemente a sua formação através de uma avaliação pessoal dos métodosterapêuticos referidos e das respectiv as condições de utilização.

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 Ao Professor Doutor Mário Moura, junto do qual dei os primeiros passosna aprendizagem da especialidade e, mais tarde, no seu ensino.

 Ao Dr. Luís Pires Gonçalves, médico, humanista e homem de invulgarcultura, pelas suas qualidades tão raras quanto inspiradoras.

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ÍNDICE

 TEMAS DE REABILITAÇÃOAGENTES FÍSICOS

Introdução  ............................................................... 09

01 crioterapia  ......................................................... 11Terapia pelo frio

02 termoterapia   ...................................................... 21Terapia pelo calor superficial 

03 diatermia ........................................................... 33

Terapia pelo calor profundo (ondas curtas)

04 electroterapia   ................................................... 45Terapia com correntes constantes e correntesvariáveis de baixa e média frequência

Bibliografia  .............................................................. 60

Agradecimentos  ....................................................... 63

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INTRODUÇÃO

Embora geralmente associada à Medicina Física e de Reabilitação, a uti-lização de agentes físicos com fins terapêuticos transcende em muito o

âmbito desta especialidade, ocorrendo frequentemente quer noutrasáreas médicas, como a medicina geral e familiar, a orto-traumatologia,a reumatologia ou a medicina desportiva, quer em áreas não médicas,como a fisioterapia. No entanto, malgrado a crescente difusão destasmodalidades terapêuticas, os fundamentos teóricos que regem a suaaplicação continuam a ser largamente desconhecidos. Muitos técnicosde saúde envolvidos na prescrição e utilização de agentes físicos co-nhecem mal, ou não conhecem de todo, as suas características, dosese tempos de administração, indicações e contra-indicações. Tal facto

acarreta riscos para o doente, produz maus resultados e representauma sobrecarga inútil para o sistema de saúde. Prescrever “electrote-rapia” ou “ultra-sons” é tão inútil e inconsistente como seria escrever“antibiótico” numa receita.

A utilização terapêutica de agentes físicos perde-se na noite dos tem-pos, existindo, por exemplo, descrições sobre a utilização, pelos anti-gos egípcios, de enguias eléctricas no tratamento das crises de gota.De Aristóteles a Einstein, a história dos agentes físicos está repleta de

nomes ilustres, como Galvani, Muller, Volta, Faraday e Duchenne, paracitar apenas alguns. É imperativo que a investigação continue, sistema-tizando indicações, normalizando formas de actuação e rejeitando de-finitivamente tudo o que se prove ineficaz. Mas para que isso aconteça,a utilização dos agentes físicos segundo os princípios que hoje se consi-deram mais adequados é uma condição fundamental. Este trabalho pre-tende apenas alinhar, de forma tão clara quanto possível, um punhadode noções básicas sobre alguns dos agentes físicos mais frequentemen-te utilizados: frio, calor superficial, calor profundo e correntes eléctri-cas. Noutro volume será tratada a utilização de campos magnéticos,lasers, ultra-sons e ondas de choque extra-corporais. O seu objectivonão é dispensar a leitura de outros textos, mas pelo contrário sublinhara importância dessas leituras, alertando para a enganosa simplicidadedos agentes físicos e para a necessidade de basear a sua prescriçãonos princípios científicos que devem reger toda a actividade médica.

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crioterapia terapia pelo frio

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DEFINIÇÃO:

 A terapia pelo f rio, conjuntamente com a terapia pelo calor (ca- pítulos seguintes) representa seguramente a mais antiga apli-cação terapêutica de agentes físicos. O calor e frio são valiososcoadjuvantes na reabilitação de diversas patologias, devendo ser combinados com as técnicas cinesiológicas e com uma even-tual abordagem farmacológica.

 A cr ioterapia consiste na aplicação do frio com object ivos tera- pêuticos, produzindo efeitos locais e à distância, resultando naremoção do calor corporal e na diminuição da temperatura dostecidos. Apesar das primeiras descrições da utilização terapêu-tica do frio - neve e gelo natural - remontarem à antiga Grécia, só em 1850 surgiu a primeira máquina de gelo de uso hospitalar,utilizada nos Estados Unidos da América para diminuir a tempe-ratura em doentes com malária.

01crioterapia terapia pelo frio

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EFEITOS BIOLÓGICOS

Nas reacções biológicas dos tecidos à diminuição de tempera-

tura são determinantes factores como o método de aplicação(estático ou dinâmico), a área corporal a tratar, o tempo de apli-cação e a qualidade de frio utilizado. O frio produz diversos efei-tos biológicos com repercussão terapêutica, designadamente:

• Vasoconstrição, por acção directa na microcirculação e re-flexa do sistema nervoso vegetativo. Esta redução do fluxosanguíneo facilita a hemostase, limita o processo inflama-tório, a exsudação e o aumento da pressão compartimental,

contribuindo para a analgesia.• Diminuição do metabolismo celular ou normalização meta-

bólica em zonas de hiperaquecimento/inflamadas.• Aumento do limiar de estimulação álgica dos receptores pe-

riféricos, reduzindo a mensagem aferente e contribuindodessa forma para a analgesia.

• Libertação de endorfinas, com efeito analgésico.• Bloqueio medular, com priorização da via rápida; estimu-

lação directa da vias mais mielinizadas e de maior calibre,contribuindo para a analgesia.

• Redução da actividade enzimática, nomeadamente da cola-genase, aumentando a rigidez do tecido fibroso com cola-géneo.

Com a exposição prolongada ao frio podem ocorrer os seguintesefeitos:

• Vasodilatação, com paralisia vasomotora, com aumento dofluxo sanguíneo em aplicações estáticas prolongadas ou

dinâmicas. Esta hiperémia faz aumentar os mecanismos dedefesa humorais e celulares, remoção de exsudados e pro-dutos necróticos, contribuindo para o trofismo e regenera-ção tecidual. Pode agravar síndromes inflamatórias.

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Figura 1: Compressas de gel frio.

anti-congelantes, para que acompressa permaneça flexí-vel e fácil da adaptar à zona

anatómica a tratar (figura 1).Até ser usada, a compressa éarmazenada no congelador.Para além de ter um efeitomenos duradouro que o dascompressas de gelo, apre-senta perigo de ulceração,uma vez que a temperaturada compressa é inicialmente

inferior a 0 °C.As compressas frias quími-cas consistem num saco devinil com duas substânciasquímicas separadas entre si.Ao apertar a embalagem, as duas substâncias misturam-se edão início a uma reacção química endotérmica, com produçãode frio. Têm como desvantagens o arrefecimento insuficien-te, a impossibilidade de reutilização e o risco de queimaduraquímica no caso do saco estar danificado.A imersão em gelo ou banho frio é uma modalidade utilizadasobretudo no tratamento das extremidades. A temperaturaideal varia consoante os autores, sendo apontados valores en-tre os 2 e os 15 °C. A imersão em piscina ou tanque com gelo eágua, mal tolerada e pouco utilizada, permite a imersão de umamaior superfície corporal e a associação da hidromassagem.A massagem com gelo difere das modalidades anteriores peloseu carácter bifásico (ciclo frio-temperatura ambiente) e pelaestimulação dos mecanoreceptores. Embora o arrefecimento

não seja tão acentuado, é frequentemente utilizada como par-te das técnicas criocinéticas.Os aparelhos de frio consistem num reservatório de água refri-gerada por gelo ou por um mini-fr igorífico. A água fria circula

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através de um material almofadado que se adapta na zona atratar. Para além do frio, estas máquinas permitem aplicarpressão através da insuflação pela água, o que pode ser útil

em determinadas situações.Os sprays refrigerantes contêm cloreto de etilo ou fluorome-tano, que evaporam rapidamente em contacto com a pele, pro-movendo a perda de calor pelo tecido cutâneo. A redução detemperatura proporcionada é muito brusca, o que predispõea ulcerações pelo frio. O efeito é fugaz e não atinge os teci-dos mais profundos. O cloreto de etilo é inflamável, pelo quedevem ser tomadas as devidas precauções. São utilizados emsituações onde se pretende alívio álgico, devendo o jacto do

spray ser aplicado a cerca de 30 cm do corpo.As compressas frias, mergulhadas em água a 4° C, são aplica-das durante 5 minutos. A toalha gelada, previamente imersaem água com sal (500 g para 5 litros de água) e colocada nocongelador, pode ser adaptada à zona a tratar, uma vez quenão fica rígida.O “liquid ice” consiste numa ligadura embebida num líquidoespecial, colocada na zona a tratar, que vai arrefecendo ostecidos. Para além de permitir a compressão e de ser reutili-zável, pode ser usado durante a prática desportiva, não ne-cessitando da imobilização do doente.

INDICAÇÕES E MODO DE APLICAÇÃO

O frio pode ser aplicado quando se pretende analgesia, va-soconstrição com redução do fluxo sanguíneo, redução dainflamação e do edema na fase aguda de traumatismos ouqueimaduras, redução do metabolismo celular, redução dahemorragia, diminuição da espasticidade, facilitação de téc-

nicas cinesiológicas, normalização térmica em situações dehiperaquecimento muscular e estimulação da regeneração edo trofismo celular em patologias traumáticas crónicas.A aplicação estática é utilizada quando se pretendem efeitos

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vasoconstrictores e anti-álgicos, por exemplo na fase agudade um traumatismo. A temperatura cutânea a atingir é de 15°C e o período de aplicação deverá ser repetido várias vezes,

não excedendo os 20 minutos de cada vez. Este efeito podeser também obtido com a imersão em água fria (4-10 °C) du-rante 10 a 20 minutos. Com esta técnica, o arrefecimento dostecidos profundos é mais rápido e mais duradouro. De refer ir,no entanto, que alguns autores defendem aplicações de friosuperiores a 20 minutos, considerando que este período é in-suficiente para o arrefecimento dos tecidos mais profundos.A aplicação dinâmica consiste numa massagem circular rápidapor períodos de 2 a 3 segundos, durante 7 a 10 minutos e é

utilizada quando se pretende obter hiperémia reactiva e umaanalgesia menos pronunciada, como por exemplo na fase cró-nica (mais de 8 dias) de patologia traumática.

PRECAUÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES

A crioterapia pode agravar a isquémia ao provocar uma redu-ção adicional do fluxo sanguíneo e desencadear fenómenosvaso-espásticos. Deve ser evitada ou usada com precaução emvasculopatia aterosclerótica e zonas de isquémia, fenómenosvaso-espásticos (doença de Raynaud), neuropatia diabética,patologia cardiovascular descompensada, alterações da sen-sibilidade cutânea, doentes sedados ou obnubilados, que nãorespondam à dor, alergia ou intolerância ao frio, crioglobuli-némia e feridas abertas.

COMPLICAÇÕES

À medida que o arrefecimento se processa, ocorre sensaçõesde frio, sensação de queimadura, dor e parestesia. De modoa evitar ulceração pelo frio, a aplicação deve ser suspensana fase da parestesia. O risco de lesão pode ser minimiza-do evitando o contacto directo da fonte de frio com a pele

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e limitando a duração da aplicação. Áreas com pouco tecidocelular subcutâneo, como o cotovelo ou o tornozelo, apresen-tam menor tolerância ao frio, pelo que deverão ser objecto

de cuidados especiais. Existem também alguns casos des-critos de paralisia nervosa após crioterapia, na maioria dasvezes por aplicação de gelo junto à cabeça peroneal, todoscom recuperação completa. Estes poderão estar associados àpressão exercida pelas ligaduras usadas para fixar a fonte defrio e não à própria crioterapia. A hipersensibilidade ao friopode manifestar-se por eritema, urticária, hemoglobinúriaou mesmo por uma reacção anafilática. A profilaxia pode serfeita com anti-histamínicos e as aplicações repetidas podem

resultar numa tolerância crescente. A exposição ao frio podedesencadear ou agravar fenómenos vaso-espásticos como ofenómeno de Raynaud, livedo reticular ou acrocianose.

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termoterapia terapia pelo calor superficial

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DEFINIÇÃO:

 A termoterapia consiste na aplicação de calor com objectivosterapêuticos. Pode ser classificada quanto à profundidade atin- gida (superficial ou profunda) e à forma de transmissão (porcondução, convecção ou conversão). Na condução, a transferên-cia do calor é feita através do contacto directo entre dois cor- pos, por exemplo a pele e uma compressa quente. Na convecção,é feita através de um intermediário, como o ar ou a água. Na

conversão, ocorre transformação de um tipo de energia noutro, por exemplo conversão de energia radiante em calor. No aque-cimento profundo, ou diatermia (capítulo 3), a transferência docalor é sempre feita por conversão. Embora a sua regulação sejacomplicada, o aquecimento superficial é de fácil acesso, seguroe mais barato do que o profundo.

termoterapia terapia pelo calor superficial02

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EFEITOS BIOLÓGICOS

As reacções biológicas dos tecidos ao aumento de tempera-

tura são influenciadas por diversos factores. A elevação datemperatura dos tecidos possui uma estreita faixa terapêu-tica, entre 40 e 45,5 °C. Abaixo destes valores os efeitos sãoreduzidos; acima, podem ocorrer lesões, inactivação enzi-mática e aumento dos processos inflamatórios. A velocidadeda elevação da temperatura varia consoante a fonte térmica.Quanto mais rápida for a elevação, mais favoráveis os efeitosbiológicos, que dependem também das dimensões da área atratar. A duração da elevação da temperatura deve ter uma

duração entre 3 e 30 minutos.Os efeitos biológicos incluem:

• Vasodilatação capilar e arteriolar, com aumento do fluxosanguíneo.

• Aumento do metabolismo celular.• Aumento da actividade enzimática, nomeadamente da co-

lagenase, aumentando a extensibilidade do tecido fibroso.Com uma elevação de 3 °C, a actividade enzimática da co-lagenase sinovial aumenta 300%. Com o aquecimento dasarticulações metacarpo-falângicas a 45 °C a rigidez art icu-lar diminui 20%.

• Aumento da velocidade de filtração e difusão através dasmembranas biológicas.

• Aumento do limiar de percepção das aferências sensitivase modulação da condução no nervo periférico, nomeada-mente da mensagem nociceptiva, levando à analgesia e aorelaxamento muscular.

• Bloqueio medular, com priorização da via rápida e liberta-

ção de endorfinas por activação do sistema descendente,levando à analgesia.

• Diminuição da sensibilidade do fuso neuro-muscular ao es-tiramento, com efeito mio-relaxante.

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A vasodilatação ocorre por efeitos directo e reflexo no local deaplicação da fonte de calor. No entanto, através de uma res-posta consensual, é observado uma hiperémia noutras partes

do corpo, cujo efeito poderá ser útil. Esta resposta é semprede menor intensidade e depende das dimensões da área trata-da. Os efeitos biológicos do calor são mais fugazes que os dofrio, uma vez que após a aplicação de calor, a vasodilataçãocutânea permite a sua rápida dissipação.

FORMAS DE APLICAÇÃO DE CALOR SUPERFICIALPOR CONDUÇÃO

O calor húmido baseia-se na ut ilização de um saco de algodão,que pode ter vários tamanhos, preenchido com dióxido de silí-cio, que tem como característica absorver e reter uma grandequantidade de água. Este saco é imerso num reservatório comágua à temperatura de 60 a 80 °C, o “hidrocollator” (figura 2)e seguidamente retirado. Após a remoção da água em excesso,é embrulhado numa toalha e colocado sobre a superfície atratar durante 20 a 30 minutos.

Figura 2: Hidrocollator e saco de algodão com dióxido de silício.

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As compressas de Kenny consistem num pano de lã colocadosob vapor, sendo em seguida removido o excesso de água porcentrifugação; a compressa seca é colocada rapidamente na

pele a uma temperatura de cerca 60 °C; estas compressas ar-refecem rapidamente e são substituídas de 5 em 5 minutos.

As compressas químicas consistem num recipiente flexívelcontendo produtos químicos que, quando colocados em con-tacto, produzem uma reacção exotérmica. Não permitem umcontrolo rigoroso da temperatura produzida, não podem serreutilizadas e acarretam risco de lesões caso ocorra roturado recipiente.

A parafina é uma substância sólida que encerra hidrocarbote-nos saturados e não saturados. É aquecida num reservatórioespecial, que a mantém no estado líquido a uma temperaturaentre 45 e 54 °C (figura 3). Pela sua baixa condutibilidade,permite conduzir lentamente o calor, que é desta forma bemtolerado. A parafina é usada sobretudo no aquecimento dasextremidades corporais. Na aplicação por imersão repetida, aextremidade é mergulhada na parafina e em seguida é retira-

Figura 3: Aquecedor de parafina.

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da, deixando a parafina solidificar. O procedimento é repetidoaté formar uma camada espessa de parafina sobre a extremida-de, que é seguidamente envolvida num saco de plástico e num

pano isolante durante 10 a 20 minutos. Na imersão contínua,que permite um aquecimento mais vigoroso e profundo, a ex-tremidade é imersa na parafina durante 20 a 30 minutos.Pelo facto de nas extremidades o tecido celular subcutâneoser diminuto, a parafina permite um aquecimento efectivo daspequenas articulações das mãos e pés, levando a uma maiordistensibilidade do tecido conjuntivo e muscular. Assim, aaplicação de parafina é especialmente útil no tratamento decontracturas articulares das mãos. Devido ao risco de quei-

madura, a temperatura da parafina deve ser controlada comum termómetro. Esta forma de aplicação está contra-indicadaem doentes alérgicos à parafina.

O parafango (figura 4) consiste no aquecimento, a uma tempe-ratura entre 49 e 52 °C, de uma mistura de parafina com fango.A sua aplicação é semelhante à da parafina, mas apresenta umamelhor capacidade de transmissão de calor, permitindo umaquecimento mais profundo, mais rápido e mais duradouro.

Figura 4: Aquecedor de parafango.

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FORMAS DE APLICAÇÃO DE CALOR SUPERFICIALPOR CONVECÇÃO

A hidroterapia quente utiliza a água como fonte de calor.Para além das piscinas terapêuticas, existem tanques comdiferentes tamanhos, adequados para a imersão dos membrossuperiores, inferiores ou de todo o corpo. A temperatura daágua é condicionada pela região anatómica, tipo de imersão(segmentar ou total) e objectivo do tratamento. O tempo detratamento é de 20 a 30 minutos. A imersão total está contra-indicada em doentes com incontinência de esfíncteres. Umavariante da hidroterapia quente são os banhos de contraste,

nos quais existe alternância de imersão em água quente eágua fria. A fluidoterapia e o ar húmido representam outrasformas de aplicação de calor superficial por convecção.

FORMAS DE APLICAÇÃO DE CALOR SUPERFICIALPOR CONVERSÃO

A radiação infra-vermelha utilizada para efeitos de aquecimen-to tem um comprimento de onda entre os 7.000 e 120.000 Å. Ao

entrar nos tecidos, os fotões vão ser absorvidos e convertidosem calor. No entanto, só alcançam os tecidos mais superficiais,elevando a temperatura entre 5 e 15 mm de profundidade. Aabsorção de energia é inversamente proporcional ao quadradoda distância entre o corpo e a fonte emissora de calor. Nor-malmente, a lâmpada é colocada a uma distância de 60-80 cmdo corpo, devendo a radiação incidir perpendicularmente. Otempo de aplicação varia entre 15 a 30 minutos. Para além dosefeitos biológicos próprios do calor, a radiação IV condiciona

fenómenos vasomotores complementares pela libertação demediadores vasoactivos. A radiação infra-vermelha consti-tui uma fonte de calor “seca” e deve ser escolhida quando sepretende evitar o contacto directo com a fonte de calor ouo calor húmido, bem como em doentes acamados. A radiação

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infra-vermelha é uma forma de aquecimento superficial de fá-cil aplicação, económica e versátil, o que a torna numa moda-lidade muito popular. Como precaução, devem ser protegidas

com toalhas húmidas a nuca e a região ocular, sempre que seencontrem próximas do local a irradiar.

A radiação ultra-violeta (UV) compreende a radiação UV A(0,315 - 0,4 µm), UV B (0,29 - 0,315 µm) e UV C (0,2 - 0,29 µm).Os UV A penetram profundamente nos tecidos mas têm poucosefeitos biológicos. Os UV B são responsáveis pela queimadurasolar e eritema da pele. Os UV C têm propriedades bacteri-cidas. Apesar do seu interesse para outras especialidades, a

utilização de radiação ultra-violeta em reabilitação encontra-se quase completamente abandonada.

INDICAÇÕES

A aplicação de calor superficial está indicada sempre que se pre-tenda analgesia, diminuição da rigidez articular ou peri-articu-lar, diminuição do tónus muscular, relaxamento da musculaturalisa (por exemplo em cólicas gastro-intestinais), resolução deinfiltrados inflamatórios com remoção de produtos necróticos,estimulação trófica e facilitação de técnicas cinesiológicas(treino de aumento de amplitude articular e flexibilidade).

PRECAUÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES

O uso de calor deve ser evitado ou usado com precaução empatologia inflamatória ou traumática aguda, hemorragiasou alterações da coagulação, vasculopatia aterosclerótica,áreas isquémicas, patologia cardiovascular descompensada,patologia neoplásica ou infecciosa, lesões dermatológicas,alterações da sensibilidade térmica, doentes sedados ou ob-nubilados, cartilagens de crescimento, útero grávido e cica-trizes ou feridas abertas.

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COMPLICAÇÕES

Embora a queimadura por temperatura excessiva seja a princi-

pal complicação, existem outras. O aumento do metabolismoassociado ao aumento de temperatura dos tecidos agrava ossintomas de isquémia nos tecidos em risco. A vasodilataçãoe o consequente aumento do fluxo sanguíneo podem agravaros processos inflamatórios agudos ou subagudos. Nas moda-lidades de hidrocinesioterapia quente, a dissipação de calorfica comprometida pelo facto de parte do corpo estar imersoem água quente. Desta forma, a temperatura oral deverá sermonitorizada a fim de evitar a hipertermia.

A vasodilatação causada pelo calor leva a uma diminuição dapressão arterial e a um aumento da frequência cardíaca, quepoderá descompensar uma patologia cardíaca subjacente. Emdoentes com patologia cardíaca, deve-se evitar o tratamen-to de grandes áreas corporais e a utilização de temperaturaselevadas.

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diatermia terapia pelo calor profundo(ondas curtas)

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INTRODUÇÃO: 

 As correntes electromagnéticas de alta frequência, utilizadas para a aplicação de calor profundo (diatermia ou “aquecimentoatravés de”), compreendem as micro-ondas e as ondas curtas(figura 5). As ondas curtas, mais utilizadas em reabilitação, são radiações electromagnéticas, caracterizando-se pela pro- pagação de um campo eléctrico e de um campo magnét ico, perpendiculares entre si. As frequências das ondas curtas te-

rapêuticas, definidas na convenção de Atlantic City, são 13,52,27,12 ou 40,68 MHz. À frequência de 27,12 MHz, a mais usada,corresponde um comprimento de onda de 11,06 m.

diatermia terapia pelo calor profundo(ondas curtas)

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PROPRIEDADES FÍSICAS E MODO DE APLICAÇÃO

As ondas curtas estão sujeitas a fenómenos de reflexão, re-

fracção, difracção e absorção, sendo absorvidas de modo desi-gual pelos vários tec idos do corpo humano. Existem aparelhosde ondas curtas que privilegiam o componente eléctrico daradiação (diatermia capacitiva), enquanto outros privilegiamo componente magnético (diatermia indutiva). Esta dualidadeé no entanto artificial, uma vez que os fenómenos eléctricose magnéticos são indissociáveis.

Figura 5: (A) Aparelho de micro-ondas. (B) Aparelho de ondascurtas para diatermia capacitiva.

(A) (B)

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   d   i   a   t   e   r   m   i   a

Na diatermia capacitiva são utilizados eléctrodos bipolares,rígidos ou flexíveis. Os eléctrodos podem ser aplicados demodo transversal, longitudinal ou co-planar (figura 6).

Na aplicação transversal, o segmento corporal a tratar estácolocado “em série” entre os eléctrodos, obtendo-se dessaforma a maior elevação da temperatura na gordura subcu-tânea. Na aplicação longitudinal, o segmento corporal estácolocado “em paralelo” com os eléctrodos, ocorrendo maior

elevação da temperatura nos tecidos mais condutores, comoo músculo. Na aplicação coplanar, os eléctrodos estão situa-dos no mesmo plano sobre a região corporal a tratar, sendo amaior parte da energia absorvida a nível da pele e do tecidosubcutâneo, sem grandes efeitos em profundidade.

Figura 6:

(A)  Aplicação transversal;(B)  Aplicação longitudinal;(C)  Aplicação coplanar

(A) (B) (C)

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A escolha e a colocação criteriosa dos eléctrodos permitirá aobtenção dos efeitos terapêuticos desejados. Os eléctrodosdevem estar paralelos à superfície a tratar e não paralelos

entre si (obtendo-se desta forma efeitos térmicos uniformes)e a distância mínima entre os eléctrodos deve ser maior doque a soma da distância de cada eléctrodo à pele (a fim deevitar um curto-circuito entre os eléctrodos). As dimensõesdos eléctrodos devem ser adequadas ao tratamento. Eléctro-dos ligeiramente maiores que a região a tratar propiciam umadistribuição homogénea do campo electromagnético. No en-tanto, se forem demasiadamente grandes, ocorrerá uma perdade efeito (figura 7).

Figura 7: Relação entre o tamanho dos elétrodos e a região a tratar.

A distância dos eléctrodos à pele é muito importante, pois aexistência de uma camada de ar entre os eléctrodos e a pelepermite ao campo electromagnético divergir antes de atingira superfície do corpo, proporcionando um aquecimento maisprofundo e homogéneo. Para obter um efeito mais superficialé necessário aproximar os eléctrodos da pele. A criação decampos electromagnéticos de características especiais podeser feita através da selecção de eléctrodos de diferentes di-mensões, bem como da regulação da sua distância à pele. A

utilização de dois eléctrodos de tamanhos desiguais permitiráa concentração do campo a nível do eléctrodo mais pequeno,enquanto que o afastamento de um dos eléctrodos permitiráa concentração do campo electromagnético a nível do outro(figura 8).

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   d   i   a   t   e   r   m   i   a

A diatermia indutiva utiliza eléctrodos circulares, contendouma bobina de indução em forma de espiral, especialmenteconcebidos para a geração de um campo magnético. Podetambém ser utilizado um solenóide, ou cabo de indução, que

não é mais do que uma bobina feita manualmente pelo enrola-mento em espiral, sobre a zona a tratar, de um cabo condutorfortemente isolado.

EFEITOS BIOLÓGICOS

O efeito terapêutico das ondas curtas tem por base uma sériede alterações físico-químicas a nível dos tecidos do corpo hu-mano. A geração de calor constitui o principal efeito exercido

sobre os tecidos pelas correntes de alta frequência, quandoutilizadas de forma contínua. O calor é produzido por conversãotérmica da energia eléctrica quando esta encontra a resistên-cia dos tecidos, que varia consoante a natureza destes. O efeitotérmico pode ser significativo, com elevações da temperaturade 4 a 6 °C em músculos localizados a profundidades de 4 a 5cm. A profundidade do aquecimento é condicionada pelo mé-todo de diatermia utilizado. Na diatermia capacitiva, a maiorabsorção de energia ocorre na gordura subcutânea, que oferece

maior resistência à passagem da corrente. Na diatermia indu-tiva, a maior absorção de energia ocorre ao nível dos tecidosmais profundos e com maior condutividade, como o músculo.Este deve ser o método utilizado sempre que se pretenda obterum aquecimento do tecido muscular em profundidade.

Figura 8: Efeito de concentração do

campo electromagnético mediante aselecção da dimensão dos elétrodos.

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Os tecidos do corpo humano são constituídos, a nível mole-cular, por partículas carregadas electricamente, nas quais ascorrentes de alta frequência vão induzir movimentos. Este

fenómeno, designado por ressonância molecular, traduz-seigualmente na produção de calor. Algumas destas moléculassão dipolos, ou seja, possuem um pólo positivo e outro negati-vo. Quando sujeitos às correntes de alta frequência, os dipolossofrem alterações rápidas da sua orientação espacial, origi-nando uma “fricção” de efeito termogénico. Este fenómenoaplica-se igualmente a outras partículas carregadas electri-camente, como os iões dos compartimentos intra e extra-ce-lular. Mesmo tecidos de grande neutralidade eléctrica, comoo adiposo, sofrem um efeito semelhante por oscilações dassuas nuvens electrónicas, embora o aumento de temperaturaproduzido seja, neste caso, muito discreto.

Os efeitos biológicos do calor assim obtido incluem vasodi-latação arteriolar e capilar, por mecanismo directo e reflexo,com aumento do metabolismo local, bem como eliminação demediadores inflamatórios e acção directa sobre as aferênciasnervosas, promovendo a analgesia. O aumento da temperaturaa nível dos fusos neuromusculares reduz a resposta tónica aoestiramento, conduzindo ao relaxamento muscular. Deve-se,a este propósito, realçar que as correntes de alta frequêncianão provocam electro-estimulação motora ou sensitiva, umavez que a oscilação da corrente é de tal maneira rápida que asmembranas celulares dos nervos e músculos não têm tempopara despolarizar. Por esse motivo, estas correntes só podemser percebidas através do aumento de temperatura gerado.

O corpo humano não é homogéneo em termos de condutivida-

de eléctrica. Esta é, em regra, directamente proporcional aoconteúdo em água dos tecidos. Alguns, como o tecido mus-cular, são bons condutores, enquanto outros, como o tecidoadiposo, se comportam como isoladores. A distribuição da

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   d   i   a   t   e   r   m   i   a

corrente numa determinada região corporal depende tambémdo modo como os tecidos se dispõem, ou seja, da topografia daregião, bem como do modo de aplicação utilizado (diatermia

indutiva ou capacitiva). Para qualquer dos dois métodos, ataxa de absorção específica (H) será directamente proporcio-nal ao quadrado da corrente eléctrica induzida (I) e inversa-mente proporcional à condutividade eléctr ica dos tecidos (G),segundo a expressão: H=I2 /G. Os tec idos do corpo humanopodem ser considerados como componentes de um circuitoeléctrico montado em série ou em paralelo, que vai ser atra-vessado por uma corrente de alta frequência. Se estiveremcolocados em paralelo, o maior fluxo de corrente ocorrerá notecido com a maior condutividade e será esse o mais aqueci-do. Se estiverem colocados em série, será o tecido com maiorresistência a ser mais aquecido, visto que a corrente que atra-vessa todos os tecidos é a mesma.

DOSIFICAÇÃO

A dosificação das ondas curtas é realizada de forma subjectiva,pela sensação de calor que o doente comunica: dose I ou “mui-to ligeira” (abaixo do limiar da sensação de calor), dose II ou“ligeira” (pequena sensação de calor), dose III ou “moderada”(sensação agradável de calor) e dose IV ou “vigorosa” (calor nolimite do tolerável). A duração das sessões não deve ultrapassar1 a 5 minutos para os processos agudos, 10 minutos para ossubagudos e 20 minutos para os crónicos. O número de sessões,geralmente diárias, também é variável, sendo de 5 a 10 sessõespara os processos agudos e de 15 a 20 para os subagudos ecrónicos. A aplicação de ondas curtas por impulsos, ou pulsátil,representou uma tentativa de minimizar os efeitos do aque-

cimento através da dissipação de calor ocorrida no intervaloentre dois impulsos, privilegiando efeitos terapêuticos nãorelacionados com a diatermia. O seu valor terapêutico é con-troverso, embora alguns autores defendam a sua utilização.

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electroterapiaterapia com correntes constantes ecorrentes variáveis de baixa e médiafrequência

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   e   l   e    c   t   r    o   t   e   r   a   p   i   a

INTRODUÇÃO:

 A electroterapia consiste no uso de correntes eléctricas com finsterapêuticos. As correntes eléctricas podem agrupar-se em diver- sas famílias, de acordo com os parâmetros que as caracterizam.Dois desses parâmetros, a intensidade e o tempo, permitemclassificar as correntes, quanto ao seu estado, em constantese variáveis. Nas correntes em estado constante não ocorre va-riação da intensidade ao longo do tempo (exceptuando-se os

 períodos de encerramento e abertura do circuito, figura 9). Nascorrentes em estado variável ocorre variação da intensidade aolongo do tempo.

electroterapia terapia com correntes constantes e correntesvariáveis de baixa e média frequência

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tempo

        i     n       t     e     n     s        i        d     a        d     e

Figura 9: Corrente constante.

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CORRENTES EM ESTADO CONSTANTE

A corrente em estado constante corresponde à corrente gal-

vânica, que é uma corrente contínua, de baixa tensão e inten-sidade não superior a 200 mA. Pode ser produzida mediante orecurso a pilhas, a acumuladores ou à corrente alterna da rede.Neste último caso, a produção da corrente galvânica pode serrealizada indirectamente, quando a corrente da rede é utili-zada para pôr em movimento um dínamo ou directamente,com utilização de dispositivos para modulação da corrente darede (figura 10). A corrente galvânica apresenta efeitos f ísico-químicos e efeitos fisiológicos, convencionalmente divididos

em polares, polares de vizinhança e interpolares.

Figura 10: Aparelho gerador de correntes constantes ecorrentes variáveis de baixa frequência.

Os efeitos polares são fenómenos de natureza química, de-correntes dos efeitos físicos. Os efeitos polares de vizinhan-ça ocorrem na proximidade dos pólos, incluindo analgesia evasoconstricção (no pólo positivo) e espasmólise e vasodila-tação (no pólo negativo). A obtenção do efeito terapêutico

pretendido obriga à selecção do pólo adequado, que se desig-na por eléctrodo activo. Os efeitos interpolares associam-seà passagem da corrente galvânica através de um segmentocorporal e incluem, para além dos efeitos vasomotor e trófico,um efeito térmico pouco significativo.

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GALVANIZAÇÃO E IONTOFORESE

A galvanização consiste na utilização terapêutica da corrente

galvânica e as suas indicações decorrem dos efeitos desta corren-te sobre o organismo. As suas contra-indicações incluem a exis-tência de implantes metálicos e a presença de lesões cutâneasna área a tratar. A modalidade apresenta riscos, geralmente poraplicação incorrecta, de queimaduras eléctricas ou químicas.

A iontoforese, modalidade associada à galvanização, consistena utilização dos efeitos polares das correntes galvânicas paraa introdução de substâncias medicamentosas no organismo.

Uma variante da técnica, a iontoforese reversa, tem sido uti-lizada na monitorização não invasiva da glicemia em doentesdiabéticos e da concentração de fármacos como a fenitoína.

A possibilidade de introduzir substâncias terapêuticas atravésda pele mediante a utilização de uma corrente eléctrica foiidealizada no século XVIII pelo Abade de Nolleto. Durante oséculo XIX, após a invenção da pilha eléctrica, a iontoforeseganhou popularidade e foi objecto de ensaios de sucesso va-riável com diversas substâncias, entre as quais o mercúrio,o sulfato de quinina e a morfina. A validade do método foiestabelecida por diversas experiências, hoje consideradasclássicas, como as de Chatzky e Leduc (figura 11). Quando seaplica uma corrente galvânica a um segmento corporal é pos-sível, dentro de certos limites, a introdução de iões atravésdos orifícios glandulares sebáceos e sobretudo sudoríparos.Entre os factores que influenciam a absorção iónica contam-seo tamanho do ião e a intensidade do campo eléctrico. Os iõessão absorvidos localmente através da epiderme e difundem-se

progressivamente nos plexos venosos dérmicos e hipodérmi-cos, podendo comportar-se como não difusíveis, permanecen-do no local, ou difusíveis, atingindo o tecido celular subcutâ-neo e entrando posteriormente em circulação.

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Cianeto depotássio

Sulfato deestricnina

 A B

Cianeto depotássio

Sulfato deestricnina

 A B

Figura 11: Experiência de Leduc: dois coelhos são colocados em cir-cuito. Sob o pólo negativo, junto ao coelho “A”, é colocado sulfato deestr icnina; sob o pólo positivo, junto ao coelho “B”, é colocado cianetode potássio. Ao estabelecer uma corrente galvânica, ocorre penetraçãodos iões sulfato (SO4

2-) e potássio (K+), não se verificando qualqueralteração nos coelhos. No entanto, ao inverter a polaridade, ocorrepenetração da estr icnina, provocando uma crise convulsiva no coelho“A” e do cianeto, provocando a morte do coelho “B”.

Ao proporcionar a introdução de uma escassa quantidadede substância medicamentosa, a iontoforese é geralmen-

te utilizada em tratamentos de carácter local, sendo rara asua utilização em tratamentos de carácter geral. Para alémde substâncias na forma iónica, pode ocorrer também umapenetração de solutos neutros por electro-osmose, utilizan-

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   e   l   e    c   t   r    o   t   e   r   a   p   i   a

do como meio de transporte as moléculas de água em movi-mento. Algumas das substâncias correntemente utilizadas emiontoforese são apresentadas no quadro 1. A administração de

outras substâncias, como por exemplo a toxina botulínica detipo A, encontra-se em fase experimental.

CLASSE/SUBSTÂNCIA ELÉCTRODO EFEITO

Anestésicos locais (ex: procaína) + Analgésico

Anti-inflamatórios não esteróides - Anti-inflamatório(ex: diclofenac)

Anti-inflamatórios esteróides - Anti-inflamatório(ex: hidrocortisona)

Solução de cloreto de cálcio a 1% + AnalgésicoSolução de hipossulfito de sódio a 2% - Analgésico;  anti-artrósico

Solução de iodeto de potássio a 1% - Fibrolítico

Quadro 1: Algumas substâncias utilizadas em iontoforese. Nas clas-ses de substâncias, a polaridade do eléctrodo refere-se ao exemplocitado.

Técnicamente, a iontoforese é semelhante à galvanização,

utilizando geralmente a substância pretendida sob a formade solução. Existem porém riscos adicionais, designadamentereacções alérgicas à substância utilizada.

CORRENTES EM ESTADO VARIÁVEL

As correntes em estado variável apresentam como caracterís-tica comum a variação da intensidade em função do tempo,cuja representação gráfica vai corresponder a uma determina-

da forma. As correntes variáveis podem classificar-se quantoao tipo de fluxo (interrompidas ou não-interrompidas), pola-ridade e frequência. A polaridade exprime o sentido do fluxoelectrónico entre os dois pólos do circuito. Quando os elec-trões circulam sempre no mesmo sentido, a corrente diz-se

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monopolar. Quando existe va-riação da polaridade, a corren-te diz-se bipolar, podendo apre-

sentar impulsos simétricos ouassimétr icos (figura 12). Os im-pulsos assimétricos podem sercompensados, quando a cargade ambas as fases é igual, oudescompensados, quando essacarga é diferente (figura 13). Ascorrentes bipolares assimétri-cas descompensadas associam-

se à produção de efeitos elec-troquímicos semelhantes aosdas correntes monopolares.

A frequência corresponde aonúmero de impulsos por uni-dade de tempo e permite oagrupamento em famílias decorrentes de frequência baixa(inferior a 1.000 Hz), média(1.000 a 10.000 Hz) ou alta (su-perior a 10.000 Hz). Esta classificação é muito útil, uma vezque a frequência duma corrente se encontra estreitamenterelacionada com os seus efeitos biológicos. De referir porémque todas as correntes utilizadas para electro-estimulaçãose encontram situadas abaixo da banda “ELF” (extremely low

 frequency) do espectro electromagnético. A electro-estimu-lação pode ter efeito motor, utilizado em electrodiagnóstico,electromiografia e estimulação neuro-muscular ou efeito sen-

sitivo, utilizado em electro-analgesia. As correntes utilizadaspara electro-estimulação podem ser de diferentes tipos, con-soante o efeito terapêutico pretendido e os recursos dispo-níveis. Na prática, são utilizadas correntes interrompidas ounão-interrompidas, de baixa ou média frequência.

Figura 12: Correntes bipolares comimpulsos simétricos e assimétricos.

Figura 13: Impulsos assimétricoscompensados e descompensados.

Pulsada, bifásica com impulsosassimétricos

0

Pulsada, bifásica de pulsos rectangularessimétricos

0

Pulsada, bifásica assimétrica,compensada

0

Pulsada, bifásica assimétrica,descompensada

0

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   e   l   e    c   t   r    o   t   e   r   a   p   i   a

ELECTRO-ESTIMULAÇÃO MOTORA

A electro-estimulação motora, que se traduz pela ocorrência

de potenciais de acção nos moto-neurónios e nos músculos,engloba a estimulação eléctrica neuro-muscular (estimulaçãodo músculo inervado através dos seus neurónios motores) ea estimulação eléctrica muscular (estimulação directa dasfibras musculares no músculo desnervado).Numa contracção muscular voluntária pouco intensa sãorecrutadas inicialmente as fibras musculares de tipo I (len-tas e resistentes à fadiga). Se for necessária maior força ouvelocidade são recrutadas as fibras de tipo IIa (rápidas e de

fatigabilidade intermédia) e finalmente as de t ipo IIb (rápidase fatigáveis). A electro-estimulação não permite reproduzira fisiologia normal, associando-se geralmente a um padrãode recrutamento invertido, com solicitação inicial de fibrasmusculares rápidas, mais superficiais e inervadas por moto-neurónios de maior calibre. A electro-estimulação provocaigualmente fadiga precoce, quer pelo seu padrão de recruta-mento, quer pelo facto de solicitar repetidamente as mesmasunidades motoras.

Para produzir electro-estimulação motora, o estímulo selec-cionado deve possuir intensidade e duração adequadas. De-signa-se por reobase a intensidade necessária para produziruma contracção muscular com um impulso rectangular longo(superior a 100 ms) e por cronaxia o menor intervalo de temposusceptível de provocar uma contracção muscular com um es-tímulo de intensidade dupla da reobase (figura 14) . Embora orecrutamento muscular dependa da intensidade e duração doestímulo, uma vez ultrapassado o limiar de estimulação moto-

ra, pequenos aumentos da intensidade condicionam grandesaumentos do número de unidades motoras recrutadas. A teta-nização, por outro lado, depende da frequência de estimulaçãoutilizada. Para correntes monopolares, a selecção do eléctrodo

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activo deve atender à “lei” dasacções polares de Pfleuger eChaveau, segundo a qual a es-

timulação neuro-muscular poruma corrente de intensidadeconstante é maior durante o en-cerramento do circuito quandose utiliza o pólo negativo comoeléctrodo activo. Para correntescom impulsos bipolares simétri-cos ou assimétricos compensa-dos, no entanto, a polaridade

do eléctrodo activo não tem amesma importância.

INDICAÇÕES DA ELECTRO-ESTIMULAÇÃO MOTORA

A estimulação eléctrica neuro-muscular parece útil na pre-venção ou redução da atrofia muscular por desuso e pode terefeito benéfico em termos psicológicos, facilitando o proces-so de reabilitação. Tem sido também amplamente utilizadano controlo da espasticidade secundária a lesões neurológi-cas centrais e em diversos programas de electro-estimula-ção funcional. No músculo normal, a estimulação eléctricaneuro-muscular associa-se a um aumento de força, mas estenão parece superior ao obtido com programas de exercício“convencional”. Também não parecem existir vantagens naassociação entre programas de estimulação eléctr ica neuro-muscular e programas de exercício “convencional”. Emboranão permita manter o trofismo nas fibras mais profundas degrandes grupos musculares, a estimulação eléctrica muscularpoderá ser útil em pequenos músculos, parcial ou totalmentedesnervados, nos quais seja previsível que o início da reiner-vação demore mais de três meses. No caso de músculos par-cialmente desnervados, a utilização de impulsos exponenciais

cronaxia

reobase

2 x reobase

tempo

        i     n       t     e     n     s        i        d     a        d     e

Figura 14: Reobase e cronaxia.

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permite estimular selectivamente as fibras musculares des-nervadas, que perderam a sua capacidade de acomodação.

ELECTRO-ESTIMULAÇÃO SENSITIVA Os efeitos analgésicos da electro-estimulação sensitiva as-sentam em parte na teoria do “gate-control”, formulada porWall e Melzack em 1965. Os estímulos dolorosos são condu-zidos por neurónios de pequeno diâmetro, de tipo A , poucomielinizados e C, não mielinizados, que fazem sinapse com in-terneurónios moduladores a nível da substância gelatinosa deRolando. Quando são estimulados por neurónios mielinizados

de tipo A , responsáveis pela transmissão de sensações nãodolorosas, os interneurónios moduladores inibem a transmis-são dos estímulos dolorosos, “fechando” desta forma a “can-cela” da dor. A electro-estimulação sensitiva actuará aindasobre centros nervosos supra-medulares que, através de viasdescendentes, vão inibir a passagem dos estímulos dolorososa nível da substância gelatinosa de Rolando (figura 15).

Substância gelatinosa de Rolando

Sensações nãodolorosos (A β)

Estímulos dolorosos(A δ e C)

CONTROLO CENTRAL

Inter-neurónio modulador

Transmissão dosestímulos dolorosos

Figura 15: Representação esquemática do “gate- control”  de Wall eMelzack.

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O carácter difuso da analgesia obtida, bem como o facto destaser abolida pela administração de naloxona, sugere também aexistência de um mecanismo humoral, com libertação de en-

cefalinas e endorfinas. Alguns autores têm defendido a exis-tência de mecanismos de acção adicionais, como o bloqueioantidrómico das fibras A e C, a inibição directa da conduçãoem nervos danificados ou o aumento de aferências medulares,limitando dessa forma a dor por desaferenciação.

Frequência: 142 Hz

   2  m  s

   P  a  u  s  a  :   5  m  s

Ritmo Sincopado

Modulada em Curtos Períodos (CP’s)

Modulada em Longos Períodos (LP’s)

Monofásica Fixa

Difásica Fixa

Figura 17: Correntes diadinâmicas.

Figura 16: Corrente de Träbert.

Existem diversas correntes utili-zadas em electro-analgesia, comoas correntes de Träbert, as corren-tes diadinâmicas, as correntes in-terferenciais e as várias correntesusadas para estimulação nervosaeléctrica transcutânea. A corren-te de Träbert, baseada na correntegalvânica, apresenta uma suces-são de impulsos rectangularesde 2 ms e pausas de 5 ms, à qualcorresponde uma frequência de142 Hz (figura 16). As correntes

diadinâmicas, ou de Bernard, ini-cialmente produzidas a partir dacorrente galvânica, são hoje ob-tidas a partir da corrente bipolar(alterna) da rede. Compreendemas correntes difásica fixa, mono-fásica fixa, modulada em longosperíodos, modulada em curtos pe-ríodos e de ritmo sincopado (figu-

ra 17). As correntes de média fre-quência baseiam-se nos trabalhosde D’Arsonval, que demonstrou aboa tolerância cutânea de corren-tes com frequências da ordem dos

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4.000 Hz e de Nemec, que evidenciou a possibilidade de gerarem profundidade uma corrente de baixa frequência, a partirde duas correntes de média frequência aplicadas à superfí-

cie. As correntes assim produzidas (correntes interferenciaisou de Nemec, figuras 18 e 19) possuem as potencialidadesterapêuticas das correntes de baixa frequência, produzindouma electro-analgesia de magnitude comparável à do “TENS”(Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation). As correntesinterferenciais não possuem efeitos polares, são melhor to-leradas a nível da pele e dos tecidos superficiais e actuam es-sencialmente a nível dos tecidos mais profundos.

Figura 18: Aparelho gerador de correntes interferenciais.

 A 

B

4.000 Hz

3.900 Hz

B’

 A’

Corrente

interferencial

100 Hz

Figura 19: Representação esquemática da geração de umacorrente interferencial.

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A estimulação nervosa eléctrica transcutânea (TENS) é umamodalidade de electro-estimulação sensitiva muito difundidaque utiliza dispositivos portáteis de baixo custo, alimentados

a pilhas e que transmitem a corrente através de eléctrodosde superfície (figura 20). As correntes utilizadas variam, masas bifásicas simétricas ou assimétricas compensadas são asmais utilizadas e melhor toleradas em tratamentos de longaduração. De um modo geral, a modalidade agrupa a estimula-ção de alta frequência e baixa intensidade (“High TENS”) e aestimulação de baixa frequência e elevada intensidade (“LowTENS”). Embora a selecção dos parâmetros e a localização doseléctrodos seja determinante para a obtenção dos resultados

pretendidos, o efeito placebo não é desprezível, contribuindopara 25 a 30% dos sucessos terapêuticos.

INDICAÇÕES DA ELECTRO-ESTIMULAÇÃO SENSITIVAA electro-estimulação sensitiva está indicada em diversassituações dolorosas. As correntes de Träbert, pelo seu efeitodinamogénio, estão especialmente indicadas nas contractu-

Figura 20: Aparelho de “TENS”.

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ras musculares, mas produzem facilmente habituação. Esteefeito indesejável é mais limitado nas correntes diadinâmicas,cuja utilização permite, consoante a modalidade selecciona-

da, a obtenção de um efeito predominantemente analgésicoou dinamogénio. As correntes interferenciais estão indica-das, entre outras situações, em contracturas musculares,raquialgias e insuficiência venosa. As indicações do “TENS”incluem neuropatias periféricas, nevralgias pós-herpéticas,algoneurodistrofias, dores agudas e dores crónicas (reumáti-cas, pós-operatórias, pós-traumáticas e oncológicas). Não seobservaram resultados consistentes nas neuropatias perifér i-cas de causa metabólica e nos sindromas dolorosos de origem

central ou psicogénia.

PRECAUÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES DA ELECTRO-ESTIMULAÇÃO

Para além das normas gerais de segurança que devem regular autilização de dispositivos eléctricos (entre as quais a não uti-lização em ambientes húmidos ou na proximidade de fontes decalor, aparelhos de ondas curtas ou de micro-ondas), os apa-

relhos de electro-estimulação não devem ser utilizados emdoentes com alterações de sensibilidade ou de consciência,deficientes mentais, crianças muito pequenas, grandes idososou doentes com dores de etiologia não esclarecida. Deve-seevitar a electro-estimulação da região pré-cordial, designa-damente em doentes por tadores de “pace-maker”, bem comodos olhos, seio carotídeo, laringe, útero grávido, cartilagensde crescimento, mucosas, neoplasias e metástases (excep-tuando electro-analgesia em casos ponderados), infecções,tromboflebites ou implantes metálicos (no caso de correntesmonopolares ou bipolares não compensadas). A electro-esti-mulação deve ser usada com precaução em doentes obesos,uma vez que o excesso de tecido adiposo poderá levar à selec-ção de uma intensidade demasiadamente elevada.

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AGRADECIMENTOS:

À Sanofi Aventis, por todo o apoio prestado de forma ética,

profissional e cortês à especialidade de Medicina Física e deReabilitação, em especial à Inês Souto, que encaminhou esteprojecto, e ao Jorge Feio, que o recebeu, avaliou e permitiu quese tornasse uma realidade.

À Enraf Nonius I. Portugal e ao seu Director Comercial, Sr. PedroCoelho, pelas facilidades concedidas na utilização das imagensde alguns dos seus tão conceituados produtos.

Aos meus colegas de Serviço, entre os quais me permito destacaro Director, Dr. José Capitão, que me passou o “bichinho álacre”da electroterapia, e os internos que trabalharam árdua e

diligentemente neste manual.

À Medesign e em particular ao Nuno Almeida, pela grandedisponibilidade, invulgar simpatia e rigoroso profissionalismoque empenhou, durante muitas e longas horas, na estruturaçãodeste trabalho.

A todos, muito obrigado!

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