Teologia Bíblica do Novo Testamento
3 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
PREFÁCIO
A estudo da Teologia Bíblica do Novo Testamento é um manancial de conhecimentos, que
veio somar satisfatoriamente para o crescimento dos nossos obreiros.
O Mestre na Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, Bispo Josias Brito esforçou-se
exaustivamente por apresentar, em especial aos nossos obreiros, um trabalho bem elaborado, que
vale a pena compulsá-lo.
Companheiros e companheiras, alunos e alunas do nosso Seminário em Teologia a nível
Bacharel, vamos crescer no conhecimento! E juntos faremos da nossa grande Igreja, uma potência
mundial.
Juntos somos fortes!!
Bispo Cordeiro
Teologia Bíblica do Novo Testamento
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SUMÁRIO
CONCEITO GERAL ........................................................................................................................................................... 7
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................................... 8
1. OS QUATROS EVANGELHOS. ....................................................................................................................... 9
1.1. Paralelo significativo ......................................................................................................................................... 11
1.2. Os sinóticos e João ............................................................................................................................................ 12
2. AS PRINCIPAIS DOUTRINAS .......................................... ......................................................................................... 12
2.1 Doutrina de Deus ................................................................................................................................................... 12
2.2 Doutrina de Cristo .................................................................................................................................................. 13
2.3 Doutrina do Espírito Santo ..................................................................................................................................... 13
2.4 Doutrina dos Anjos ................................................................................................................................................ 13
2.5 Doutrina do Homem ............................................................................................................................................... 13
2.6 Doutrina da Salvação .................................................................................... ......................................................... 14
2.7 Doutrina da igreja ................................................................................................................................................... 14
2.8 Doutrina da Últimas Coisas ............................................................................................................................... .... 14
3. OS ENSINOS DE JESUS ............................................................................................................................................... 15
4. TEOLOGIA DO APÓSTOLO JOÃO ............................................................................................................................. 16
5. TEOLOGIA DO APÓSTOLO PEDRO .......................................................................................................................... 17
6. TEOLOGIA DO APÓSTOLO PAULO ......................................................................................................................... 18
6.1. O Conceito de Paulo sobre o Pecado ..................................................................................................................... 20
6.2. O Conceito de Paulo sobre a Pessoa de Cristo ................................................. ...................................................... 20
6.3. O Conceito de Paulo sobre o Espírito Santo .................................................................................. ........................ 20
7. TEOLOGIA NA ESPÍSTOLA AOS HEBREUS ............................................................................................................ 23
7.1 A Superioridade de Cristo ............................................................................. ......................................................... 21
7.2 Exortações Finais ............................................................................................. ...................................................... 22
8. TEOLOGIA DE TIAGO .................................... ............................................................................................................ 23
9. TEOLOGIA DE JUDAS .................................... .......................................................................................................... .. 24
10. TEOLOGIA DO APOCALIPSE ..................................................................................................................................... 25
10.1 A Pessoa de Cristo no Apocalipse ....................................................... .................................................................. 25
11. EVANGELHO DE MATEUS ..................................................................................................................................... 26
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12. EVANGELHO DE MARCOS .............................................................................................................................. .......... 33
13. EVANGELHO DE JOÃO ............................................................................................................................................. 44
14. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................................................ 53
AVALIAÇÃO 1 .................................................................................................................................................................. 55
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CONCEITO GERAL
Teologia é a ciência que trata do nosso conhecimento de Deus e das coisas divinas. A
teologia abrange vários ramos, vejamos:
Teologia exegética: Exegética vem da palavra grega que significa extrair. Esta teologia
procura descobrir o verdadeiro significado das Escrituras.
Teologia Histórica: Envolve o Estudo da História da Igreja e o desenvolvimento da
interpretação doutrinária.
Teologia Dogmática: É o estudo das verdades fundamentais da fé como se nos
apresentam nos credos da igreja.
Teologia Bíblica: Traça o progresso da verdade através dos diversos livros da Bíblia e
descreve a maneira de cada escritor em apresentar as doutrinas mais importantes.
Teologia Sistemática: Neste ramo de estudo os ensinamentos concernentes a Deus e aos
homens são agrupados em tópicos.
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INTRODUÇÃO
O Novo Testamento forma a Parte II da Bíblia e ele uma coleção de vinte e sete livros,
mas tem somente um terço do volume da Parte 1, o Antigo Testamento. Antigo Testamento
cobre um período de milhares de anos de história, mas o Novo Testamento menos de um século.
"Novo Testamento" quer dizer, de fato, "Novo Pacto" em contraste com a antiga aliança.
O vocábulo "testamento" transmite-nos a idéia de uma última vontade, e só passa a ter efeito na
eventualidade da morte do testador. Assim é que o novo pacto entrou em vigor em face da morte
de Jesus (Hebreus 9:15-17).
Escrita originalmente em grego, entre 45-95 D.C.. Os livros do Novo Testamento não
estão arranjados na ordem cronológica em que foram escritos. As primeiras epístolas de Paulo
foram os primeiros livros do Novo Testamento a ser escritos, e não os evangelhos.
E mesmo o arranjo das epístolas paulinas não segue a sua ordem cronológica, porquanto.
Gálatas (ou talvez 1 Tessalonicenses) foi a epístola escrita bem antes daquela dirigida aos
Romanos, a qual figura em primeiro lugar em nossas Bíblias pelo fato de ser a mais longa das
epístolas de Paulo; e entre os evangelhos, o de Marcos, não o de Mateus, parece ter sido aquele
que primeiro foi escrito.
A ordem em que esses livros aparecem, por conseqüência, é uma ordem lógica. Os
evangelhos estão postos em primeiro lugar porque descrevem os eventos cruciais de Jesus. Entre
os evangelhos, o de Mateus vem apropriadamente antes de todos devido à sua extensão e ao seu
intimo relacionamento com o Antigo Testamento, que o precede imediatamente. No livro de
Atos dos Apóstolos, uma envolvente narrativa do bem-sucedido surgimento e expansão da Igreja
na Palestina e daí por toda a Síria, Ásia Menor, Macedônia, Grécia e até lugares distantes como
Roma, na Itália.
O livro de Atos é a segunda divisão de uma obra em dois volumes, Lucas-Atos.) Bastam-
nos essas idéias quanto aos livros históricos do Novo Testamento.
As epístolas e, finalmente, o livro de Apocalipse, explanam a significação teológica da
história da redenção, além de extraírem dai certas implicações éticas. Entre as epístolas, as de
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Paulo ocupam o primeiro lugar e entre elas, a ordem em que foram arranjadas segue
primariamente a idéia da extensão decrescente, levando-se em conta a grande exceção formada
pelas Epístolas Pastorais (I e II Timóteo e Tito), as quais antecedem a Filemom, a mais breve das
epístolas paulinas que chegaram até nós.
A mais longa das epístolas não-paulinas, aos Hebreus (cujo autor nos é desconhecido),
aparece em seguida, depois da qual vêm as epístolas Católicas ou Gerais, escritas por Tiago,
Pedro, Judas e João.
E por fim, temos o livro que lança os olhos para o futuro retorno de Cristo, o Apocalipse,
livro esse que leva o Novo Testamento a um mui apropriado climax.
O Novo testamento é o livro mais vital o mundo. Seu tema supremo é o Senhor Jesus Cristo. Seu
objetivo supremo é a Salvação dos seres humanos. Seu projeto supremo é o reinado final do
Senhor Jesus num império sem limites e eterno.
Dentro do estudo do Novo testamento estaremos observando as principais Doutrinas e
Teologia.
1. OS QUATRO EVANGELHOS
Vamos dirigir agora a nossa atenção aos quatro evangelhos. Uma coleção de registros
muito especial quando os examinamos coletivamente. Para começar, nos encontramos
perguntando: Por que há quatro evangelhos, especialmente quando os três primeiros parecem
abranger quase o mesmo assunto? Um só não seria melhor?
Como estamos tratando de escritos divinamente inspirados, a resposta final, naturalmente,
é que há quatro porque Deus assim quis: mas podemos acrescentar que existem razões claras
para Deus Ter feito isso.
Existem quatro evangelhos em lugar de um, de modo a apresentar-nos um retrato de
Cristo. Os quatro Evangelhos têm cada um uma individualidade que não pode ser anulada.
A unidade do tema, somada à sua diversidade é que os torna tão interessantes à mente e
tão satisfatório ao coração.
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Também podemos explicar a necessidade dos quatro evangelhos facilmente pelo fato de
ter havido, nos tempos apostólicos, quatro classes representativas do povo: Judeus, Romanos,
Gregos e a Igreja.
Cada um dos evangelistas escreveu para uma dessa classes, adaptando-se ao seu caráter,
às suas necessidades e ideais.
Livro Povo Revelação Figura
Mateus Judeus O Filho de Deus Leão
Marcos Romanos O Servo Boi
Lucas Gregos Filho do homem Rosto de homem
João Igreja O Salvador Águia
Mateus Sabendo que os Judeus esperavam pela vinda do Messias, prometido no Velho
Testamento, apresenta Jesus como o Messias o filho de Deus.
O leão era o símbolo da tribo de Judá, a tribo real. Em Mateus nosso Senhor é
singularmente "o Leão da Tribo de Judá "
João 3: 17 e “eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me
comprazo”.
Em Mateus, o evangelho do Rei, vê-se nos primeiros capítulos o Rei dos Judeus e por
Fim o Rei soberano nos céus e na terra, enviando para exigir sua sujeição e homenagem.
Marcos Escreveu aos Romanos, um povo cujo ideal era o poder e o serviço, assim
Marcos descreveu Cristo o Servo fiel.
O boi é o emblema do trabalho servil. Ele representava entre os antigos do oriente, o
trabalho paciente e produtivo. A ênfase do livro se encontra num Cristo ativo, um Servo forte,
mas humilde.
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Em Marco, o evangelho do grande Servo de Deus, enfatizam-se os atos de Cristo, não as
Suas palavras, Marcos conta a lida incansável do Servo de Jeová.
Lucas Escreveu a um povo culto, os Gregos, cujo objetivo era atingir a perfeição e assim
chegar a ser deus, assim Lucas apresenta Cristo como o Filho do homem, perfeito em tudo e que
chegou a ser Deus.
O homem é símbolo de inteligência, razão, emoção, vontade, conhecimento, amor.
Lucas 5: 24 ‘Ora, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade
para perdoar pecados (disse ao paralítico), a ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito e vai para
tua casa”
Em Lucas, o evangelho do Filho do homem, mostra-se o coração de Jesus em uma série
de manifestações de Sua compaixão, ternura e amor.
João João ao escrever tinha em mente a Igreja, pois já fazia muitos anos que Cristo tinha
sido crucificado e as verdades do Evangelho estavam sendo esquecida, por isso João, vendo as
necessidades dos cristãos de todas as nações apresenta as verdades mais profundas do
Evangelho.
João 4: 42 “e diziam à mulher: Já não é pela tua palavra que nós cremos; pois agora nós
mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo. ”
Em João, o evangelho do Filho de Deus, vê-se como Jesus assemelha-se à natureza da
águia que voa e nos leva às alturas da Sua divindade eterna. É o livro que nos revela o mistério
de Ele ser com o Pai.
1.1. Paralelo significativo
Ezequiel 1: 10 “E a forma dos seus rostos era como o rosto de homem; e à mão direita
todos os quatro tinham o rosto de leão, e à mão esquerda todos os quatro tinham o rosto de boi;
e também tinham todos os quatro o rosto de águia; ”.
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O Leão simboliza a soberania a força suprema, o homem a mais alta inteligência, o boi o
serviço, a águia o celestial o divino.
Os quatro aspectos são necessários para transmitir toda a verdade. Como soberano Ele
vem para reinar e governar. Como servo vem para servir e sofrer. Como Filho do Homem vem
para participar e consolar. Como Filho de Deus vem para revelar e remir.
Maravilhosa fusão - soberania e humanidade; humildade e divindade.
1.2. Os sinóticos e João
Sinótico: Que tem forma de sinopse; resumido. Os evangelhos de Mateus, Marcos e
Lucas cobrem quase o mesmo terreno, apresentando apenas narrações dos fatos enquanto o
registro de João, além de ter sido escrito mais tarde do que os demais, trata em sua maior parte
da matéria não mencionada por eles.
O evangelho de João é obra de um teólogo, que apresenta Jesus como o Cristo, o Filho de
Deus.
2. AS PRINCIPAIS DOUTRINAS
Estamos apresentando as Doutrinas fundamentais contidas no Novo Testamento, através
de um simples esboço, o estudo mais profundo será apresentado quando da matéria específica.
2.1. Doutrina de Deus
João 7:16-17 – “Respondeu-lhes Jesus: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me
enviou. Se alguém quiser fazer a vontade de Deus, há de saber se a doutrina é dele, ou se eu falo
por mim mesmo”.
A Existência de Deus
A Natureza de Deus
Os Atributos de Deus
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2.2. Doutrina de Cristo
Mateus 1: 18 – “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe,
desposada com José, antes de se ajuntarem, ela se achou ter concebido do Espírito Santo”.
• Natureza de Cristo
• Os Ofícios de Cristo
• A Obra de Cristo
2.3. Doutrina do Espírito Santo
Romanos 8:11 – “E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós,
aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo Jesus há de vivificar também os vossos corpos
mortais, pelo seu Espírito que em vós habita.”.
• A Natureza do Espírito Santo
• O Espírito Santo no Antigo Testamento
• O Espírito Santo em Cristo
• O Espírito Santo no Cristão
• Os Dons do Espírito
2.4. Doutrina dos Anjos
Hebreus 1:13-14 – “Mas a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te à minha direita até que eu
ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés? Não são todos eles espíritos ministradores,
enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação? ”.
• Sua Natureza
• Sua Classificação
• Seu caráter
• Sua Obra
• Reino das trevas
2.5. Doutrina do Homem
Mateus 19:4 – “Respondeu-lhe Jesus: Não tendes lido que o Criador os fez desde o princípio
homem e mulher, ”
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• A Origem do Homem
• A Natureza do Homem
• A Imagem de Deus no Homem
2.6. Doutrina da Salvação
Romanos 3: 24 – “sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há
em Cristo Jesus, ”
• A Natureza da Salvação
• Justificação
• Regeneração
• Santificação
2.7. Doutrina da Igreja
Atos 11:22 – “Chegou a notícia destas coisas aos ouvidos da igreja em Jerusalém; e enviaram
Barnabé a Antioquia; ”
• A Natureza da Igreja
• A Fundação da Igreja
• As Ordenanças da Igreja
• A Organização da Igreja
2.8. Doutrina das Últimas Coisas
Mateus 24:3 – “E estando ele sentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus
discípulos em particular, dizendo: Declara-nos quando serão essas coisas, e que sinal haverá da
tua vinda e do fim do mundo.”
• Sinais da Vinda de Jesus
• Arrebatamento da Igreja
• Tribunal de Cristo
• Bodas do Cordeiro
• Grande tribulação
• Milênio
• Juízo do Trono Branco
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3. OS ENSINOS DE JESUS
Os ensinamentos de Jesus foram fundamentados nas Escrituras do Velho Testamento.
Mateus 4: 10 – Então ordenou-lhe Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu
Deus adorarás, e só a ele servirás.
Os ensinos de Jesus Cristo revelam claramente que Ele era o Messias prometido. Seus
ensinamentos eram inspirados por Deus por isso estão ainda hoje vivos em nossa memória.
Ele apresentava-se diante do povo, usava linguagem do povo. Ele usava as figuras
conhecidas para ensinar as idéias corretas e desfazer as errôneas. O Centro dos ensinamentos de
Jesus Cristo era a fé. A fé ensinada por Jesus, opera gloriosos resultados, vemos:
A Fé Opera Milagres Mateus 9:2 – E eis que lhe trouxeram um paralítico deitado num
leito. Jesus, pois, vendo-lhes a [fé], disse ao paralítico: Tem ânimo, filho; perdoados são os teus
pecados.
A Fé Promove Santificação Atos 26:18 – “para lhes abrir os olhos a fim de que se
convertam das trevas à luz, e do poder de Satanás a Deus, para que recebam remissão de
pecados e herança entre aqueles que são santificados pela fé em mim.”
A Fé Revela as Qualidades Romanos 1:8 – “Primeiramente dou graças ao meu Deus,
mediante Jesus Cristo, por todos vós, porque em todo o mundo é anunciada a vossa fé.”
A Fé Garante Salvação Romanos 3:26 – “para demonstração da sua justiça neste
tempo presente, para que ele seja justo e também justificador daquele que tem fé em Jesus”
A fé é crer que Deus é fiel. Ela é a força que move a mão de Deus. A fé conduz o
indivíduo em perfeita relação com Deus.
Jesus Cristo pregava o Evangelho do Reino, não um reino político ou material, mas um
reino espiritual e futuro. Jesus enfatizava o aspecto escatológico. Nos seu ensinamento Jesus
Cristo enfatizava que Sua morte e ressurreição era uma necessidade para salvação do ser
humano. Por várias ocasiões Jesus Cristo ensinou esta Doutrina.
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Lucas 19:10 – “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.”
Marcos 10:33 – “dizendo: Eis que subimos a Jerusalém, e o Filho do homem será
entregue aos principais sacerdotes e aos escribas; e eles o condenarão à morte, e o entregarão
aos gentios;”
João 11:25 – “Declarou-lhe Jesus: Eu sou a [ressurreição] e a vida; quem crê em mim,
ainda que morra, viverá;”
João 12:47 – “E, se alguém ouvir as minhas palavras, e não as guardar, eu não o julgo;
pois eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo.”
Jesus ensinou que o homem na condição o seu destino é a perdição eterna. Mateus 16: 26.
4. TEOLOGIA DO APÓSTOLO JOÃO
João filho de Zebedeu e de Salomé, irmão menor de Tiago, foi um dos primeiros
discípulos e ser escolhido pelo Senhor e o último a morrer, humilde e simples, conhecido com
Apóstolo do Amor.
O centro, a base, o alicerce da teologia de João é a pessoa de Cristo. Ele introduz sua
teologia apresentando três declarações que excedem o entendimento do ser humano.
João 1:1-2 – “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus. Ele estava no princípio com Deus.”
Este princípio é diferente de iniciar, começar, partida. Gênesis 1:1 – "No princípio criou
Deus os céus e a terra”.
Este princípio é indefinido. É um tempo quando por um ato soberano Deus criou o
universo.
João guiado pelo Espírito Santo nos conduz para além das eternidades passadas. Esta
teologia é chamada de Cristocêntrica, porque para o apóstolo, Cristo é tudo. Não é uma teologia
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17 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
apenas da razão, é uma teologia do Espírito. A mensagem de João mostra que Deus pode ser
conhecido em Jesus Cristo.
João 16: 13 – “Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda
a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as
coisas vindouras.”
5. TEOLOGIA DO APÓSTOLO PEDRO
Pedro era um homem modesto, simples, pescador e observador, sincero e por natureza
impulsivo, sempre falando, sempre ativo tomava a frente com facilidade, violento, instável etç...
Pedro dirigia-se aos cristãos dispersos pelas províncias da Ásia Menor, para confortar os
que fieis que sofrem as perseguições em muitos lugares.
Lucas 22:31-33 – Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo;
mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, fortalece teus
irmãos. Respondeu-lhe Pedro: Senhor, estou pronto a ir contigo tanto para a prisão como para
a morte.
Para edificação dos novos convertidos não somente dos judeus, mas, também, entre os
gentios. Para alertar aos cristãos sobre a falsas doutrinas que iam entrado nas igrejas.
O Conceito de Pedro sobre a Pessoa de Cristo
I Pedro 1: 3 – “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a
sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus
Cristo dentre os mortos,”
Jesus é apresentado por Pedro como o Salvador cuja obra redentora foi consumada no
gólgota.
Teologia Bíblica do Novo Testamento
18 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
Jesus é considerado a Pedra Viva e Preciosa para os crentes, e pedra de tropeço para os
incrédulos, conforme descrito no capítulo 2: 4 - 10 da primeira epístola de Pedro. Jesus é o
exemplo que devemos seguí-lo.
Jesus é fiel para com os seus; Ele voltará para recompensar a seus servos, I Pedro 5: 1 -
11.
Muitos dos seus ensinos ele aprendeu diretamente de Jesus Cristo:
ENSINOS DE JESUS ENSINOS DE PEDRO
Mateus 13: 17 Pois, em verdade vos digo que
muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes,
e não o viram; e ouvir o que ouvis, e não o
ouviram.
I Pedro 1: 10 Desta salvação inquiririam e
indagaram diligentemente os profetas que
profetizaram da graça que para vós era destinada
João21: 15 Depois de terem comido, perguntou
Jesus a Simão Pedro: Simão Pedro: Simão, filho de
João, amas-me mais do que estes? Respondeu-lhe:
Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe:
Apascenta os meus cordeirinhos.
I Pedro 5: 2 Apascentai o rebanho de Deus, que está
entre vós, não por força, mas espontaneamente
segundo a vontade de Deus; nem por torpe
ganância, mas de boa vontade;
Lucas 22: 31 Simão, Simão, eis que Satanás vos
pediu para vos cirandar como trigo;
I Pedro 5: 8 Sede sóbrios, vigiai. O vosso
adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo
como leão, e procurando a quem possa tragar;
6. TEOLOGIA DO APÓSTOLO PAULO
Era da tribo de Benjamim, nativo da cidade de Tarso, tinha cidadania romana como
direito de nascença, de família influencial, tinha herança judaica, grega e romana. Sua natureza
era profundamente religiosa. Era homem educado em toda cultura secular.
No caminho de Damasco, numa intervenção divina, o Senhor se revela a ele. Assim passa
a reconhecer que os cristãos a quem perseguia pertenciam ao Senhor Jesus Cristo. Houve uma
transformação instantânea.
Tema central de seus ensinamentos é a Graça. Vejamos:
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19 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
Efésios 2: 8 – Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom
de Deus;”
Romanos 3: 24 – “sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção
que há em Cristo Jesus,”
I Coríntios 15: 10 “Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo
não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus
que está comigo.”
Efésios 3: 8 – “A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar
aos gentios as riquezas inescrutáveis de Cristo,”
Paulo apresenta a Graça como uma atitude de Deus para com o homem, Ef. 2:7; uma obra
em seu favor, tito 2: 11; um Dom concedido ao homem, Ef. 4: 7.
Gálatas 5:16 – “Digo, porém: Andai pelo Espírito, e não haveis de cumprir a cobiça da
carne.”
Paulo ao referir-se em " andai em espírito " que dizer que devemos usar nossas
qualidades para inclinar-se à Deus. No cristão a vida espiritual é o domínio das inclinações da
carne. É o viver consciente no Espírito.
Sua teologia enfatiza o homem em seu estado completo. Corpo, Alma e Espírito.
I Tessalonicenses 5: 23 – “E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o
vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de
nosso Senhor Jesus Cristo.”
II Pedro 2: 13 – “recebendo a paga da sua injustiça; pois que tais homens têm prazer em
deleites à luz do dia; nódoas são eles e máculas, deleitando-se em suas dissimulações, quando se
banqueteiam convosco;”
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20 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
II Coríntios 2:3 – “E escrevi isto mesmo, para que, chegando, eu não tenha tristeza da
parte dos que deveriam alegrar-me; confiando em vós todos, que a minha alegria é a de todos
vós.”
I Tessalonicenses 1:6 – “E vós vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo
recebido a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo.”
Hebreus 4:12 – “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que
qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e
medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.”
6.1. O Conceito de Paulo sobre o Pecado
Romanos 5:21 – “Para que, assim como o pecado veio a reinar na morte, assim também
viesse a reinar a graça pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor. ”
O pecado é uma realidade e Paulo o apresenta como uma herança de Adão.
Romanos 5:12 – “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e
pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos
pecaram. ”
Adão fora criado para viver eternamente e continuaria nesta condição se não houvesse
pecado. Toda a criação sofre por causa do pecado, este é universal e afeta toda natureza e não
somente o homem.
Romanos 8:19-22 – “Porque a criação aguarda com ardente expectativa a revelação dos
filhos de Deus. Porquanto a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa
daquele que a sujeitou, na esperança de que também a própria criação há de ser liberta do
cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda
a criação, conjuntamente, geme e está com dores de parto até agora; ”
Teologia Bíblica do Novo Testamento
21 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
6.2. O Conceito de Paulo sobre a Pessoa de Cristo
Cristo foi o tema central da pregação de Paulo, a morte foi para que os nossos pecados
fossem apagados e consequentemente as nossas almas resgatadas e alcançarmos a reconciliação
com Deus.
No ensinamento de Paulo abrange também a vinda do Senhor. Ele destaca essa vinda em
duas fases, para arrebatar a Igreja onde não será visto pelo mundo incrédulo e Jesus vindo em
glória para implantar o milênio aqui na terra esta vinda será visível a todo olho:
Para arrebatar a Igreja. I Cor. 15: 50 - 52; I Tes. 4: 16 - 17
Para implantar o milênio. Mat. 24: 29 - 30, II Tes. 1: 7
6.3. O Conceito de Paulo sobre o Espírito Santo
A Ação do espírito Santo no ministério do apóstolo era real. Paulo nos orienta a termos
uma vida totalmente voltada para a submissão ao Espírito Santo.
A santificação, o crescimento na graça são fruto do viver no Espírito. O Espírito Santo é
Deus operando no aperfeiçoamento do Corpo de Cristo, a Igreja. A Igreja aparece como corpo
onde Cristo é a cabeça.
7. TEOLOGIA NA EPÍSTOLA AOS HEBREUS
7.1. A Superioridade de Cristo
A fim de impedir seus leitores de retornarem ao judaísmo, o autor ressalta a superioridade
de Cristo, especialmente em relação a várias características do judaísmo originadas do Antigo
Testamento. O tema é a superioridade de Cristo, um tema reiterado por toda a obra, mediante
exortações para que seus leitores não apostatassem da fé cristã.
Cristo é superior aos profetas do Antigo Testamento, o herdeiro do universo, o criador, o
reflexo exato da natureza divina, o sustentador da vida, o purificador dos pecados, o Ser exaltado
e, por conseguinte, a última e mais excelente palavra de Deus ao homem (vide 1:1-3a).
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22 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
Cristo também é superior aos anjos, porque Cristo é o Filho divino e criador eterno, mas
os anjos são apenas servos e seres criados (vide l:3b - 2:18). Era mister que Ele se tivesse
tornado um ser humano a fim de estar qualificado como aquele que, por Sua morte, pudesse
elevar o homem.
Cristo é superior a Arão e seus sucessores no ofício sumo sacerdotal. O autor da epístola
aos Hebreus primeiramente destaca dois pontos de semelhança entre os sacerdotes arônicos e
Jesus Cristo:
1. À semelhança de Arão, Cristo foi divinamente nomeado ao sumo
sacerdócio, e
2. ao compartilhar de nossa experiência humana, Cristo adquiriu por nós
uma simpatia pelo menos igual àquela de Arão.
Os itens frisados da superioridade de Cristo sobre Arão são:
1. Cristo se tornou sacerdote em virtude de um juramento divino, mas não assim com os
aronitas,
2. Cristo é eterno, ao passo que os aronitas morriam e tinham de ser substituídos;
3. Cristo é impecável, ao passo que os aronitas não o eram;
4. As funções sacerdotais de Cristo envolvem as realidades celestiais, mas as dos
aronitas dizem respeito somente a símbolos terrrenos;
5. Cristo ofereceu-se a Si mesmo voluntariamente como um sacrifício que jamais
precisará ser repetido, ao passo que as repetitivas ofertas de animais desmascaram a
sua ineficácia, pois animais inferiores não podem tirar os nossos pecados; e
6. O próprio Antigo Testamento, escrito durante o período do sacerdócio arônico,
predizia que sobreviria uma nova aliança, que tornaria obsoleto ao antigo pacto,
segundo o qual funcionava o sacerdócio arônico.
7.2. Exortações Finais
A epístola aos Hebreus, encoraja os seus leitores a uma contínua perseverança, citando,
como exemplos, os heróis da fé do Antigo Testamento, e, finalmente, citando a pessoa de Jesus
como o mais extraordinário exemplo de paciente perseverança sob os sofrimentos, após o que
recebeu o seu galardão
Teologia Bíblica do Novo Testamento
23 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
Em conclusão, o escritor sagrado exorta os seus leitores ao amor mútuo, à hospitalidade
(especialmente necessária naqueles dias, para os pregadores itinerantes), à simpatia, ao uso
saudável e moral do sexo, dentro do matrimônio, evitar a avareza, à imitação dos líderes
eclesiásticos, evitar os ensinamentos distorcidos, à aceitação conformada diante da perseguição,
às ações de graças, à generosidade e à oração. Ler Hebreus 10:19 - 13.25.
8. TEOLOGIA DE TIAGO
Tiago, líder da Igreja de Jerusalém e irmão do Senhor Jesus Cristo e não o apóstolo.
Embora não fosse crente em Jesus, durante o ministério público do Senhor. Tiago foi testemunha
do Cristo ressurreto.
I Coríntios 15:5-7 – “que apareceu a Cefas, e depois aos doze; depois apareceu a mais
de quinhentos irmãos duma vez, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormiram;
depois apareceu a Tiago, então a todos os apóstolos. ”
A epístola de Tiago é o livro prático do Novo Testamento, como Provérbios o é do
Antigo. De fato, suas declarações francas e concisas de verdades morais têm semelhança notável
com Provérbios.
Ela contém muito poucas instruções doutrinárias; o seu propósito principal é pôr em
relevo o aspecto religioso da verdade.
Tiago escreveu a certa classe de judeus cristãos na qual se manifestava uma tendência de
separar a fé das obras. Pretendiam ter a fé, mas existia entre eles impaciência sob provação,
contendas, acepção de pessoas, difamações e mundanismo.
Tiago explica que uma fé que não produz santidade de vida é coisa morta. Salienta a
necessidade de uma fé viva e eficaz para obter a perfeição cristã.
Não há qualquer conflito entre a Teologia de Paulo e a de Tiago. Paulo falo do aspecto
espiritual e Tiago o prático. As obras para Tiago expressam a fé.
Teologia Bíblica do Novo Testamento
24 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
Efésios 2:8-9 – “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é
dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie.”
Tiago 2:14,17 – “Que proveito há, meus irmãos se alguém disser que tem fé e não tiver
obras? Porventura essa fé pode salvá-lo? Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si
mesma.”
A epístola de Tiago encontrou algumas dificuldades para adquirir lugar no cânom do
Novo Testamento. Vejamos:
1. A brevidade da epístola, sua natureza prática e não doutrinária.
2. Fato de Tiago não ser um dos Apóstolos.
3. A incerteza da identidade de Tiago.
4. A aparente contradição com a doutrina paulina da fé
9. TEOLOGIA NA EPÍSTOLO DE JUDAS
Judas se identifica como o irmão de Tiago. Dessa maneira, também era irmão de Jesus,
mas, por modéstia, descreveu a si mesmo como um " servo de Jesus Cristo "
Judas tinha tencionado escrever um tratado doutrinário, mas a infiltração da Igreja por
parte de falsos mestres o compelira a alterar a natureza de sua epístola para uma exortação em
defesa da verdade do evangelho.
Enfatiza a fé e o Dom de Deus. O Espírito Santo como fonte de vida e poder para o
crente, e uma vida de santidade como dever de cada filho de Deus; e Cristo como juiz.
Judas 6 aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria
habitação, ele os tem reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo do grande dia,
" Anjos que caíram " Quem são estes personagens? Os anjos que pecaram com Lúcifer.
Estes encontraram-se em algemas eternas. O lugar preparado para o Diabo e seus anjos.
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25 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
A carta foi escrita para exortar e animar os crentes a batalharem pela fé. Lembrando-lhes
os castigos recebidos pelos ímpios no passado.
Os abusos no campo da fé serão castigados como ocorreu com os anjos que caíram. A
santificação do crente é um dever.
10. TEOLOGIA NO APOCALIPSE
O Apocalipse é uma mensagem que alcança todos os tempos. Embora tenha uma
mensagem para o presente, o seu alcance penetra até o estado eterno.
Os sete candeeiros são as sete igrejas locais, mas com características futuras simbolizam
as Igrejas de todos os tempos. As sete estrelas são os sete anjos ou mensageiros destas igrejas.
No termino de cada mensagem as Igrejas há uma exortação da parte do Espírito Santo.
Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz as Igrejas.
10.1. A Pessoa de Cristo no Apocalipse
Jesus depois de consumar seu ministério terreno, apresenta-se nesta revelação como O
Rei do Universo, Juiz que executará a sua missão neste mundo e no reino espiritual ma1dade. No
reino das trevas de satanás.
A humanidade sem Cristo passará pelo vale escuro da tribulação. Os que lhe pertencem
sairão redimidos e viverão na Pátria Celestial, com Cristo por toda a eternidade.
Jesus Cristo em sua revelação entre as Igrejas e o envio de mensagens a estas Igrejas,
identifica - SE como o Príncipe dos reis da terra diante do qual todo joe1ho se dobrara. O
Primogênito dos mortos, a Fiel Testemunha e Àquele que nos ama. Ele revela a grande
tribulação que há de envo1ver a terra antes do Seu reino milenar.
Ele revela o estado eterno e a nova Jerusalém. Jesus é o Herdeiro do Trono conforme as
Escrituras. A vitória mencionada é incontestável.
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26 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
A Bíblia em seus primeiros capítulos fala-nos da criação do homem, da sua queda e do
pecado. Enquanto O Criador anunciava os castigos que deviam envolver Satanás e o homem,
prometeu um Redentor Vitorioso que restauraria todas as coisas. À trajetória do Apocalipse
revela-nos a redenção e a glória dos remidos.
11. EVANGELHO DE MATEUS
Mesmo não sendo o primeiro livro a ser escrito, Mateus foi colocado logo no início
do NT, encabeçando assim os demais livros. Lembrando que os livros da Bíblia não foram
organizados segundo a respectiva cronologia, mas de acordo os assuntos. Por isso é que Mateus
foi colocado nesta posição, exatamente pelo conteúdo abrangente. Desde o início, este evangelho
foi muito usado na catequese* cristã. O seu conteúdo e a forma em que ele foi organizado, isto é,
em tópicos, facilitava a instrução cristã. Além disso, ele fornece a ponte essencial entre o AT e
NT, pois no seu primeiro versículo ele anuncia aquele evento tão esperado; evento este que fora
objeto profetizado pelos profetas, a saber a vinda do Messias: "Livro da genealogia de Jesus
Cristo, filho de Davi, filho de Abraão". Através de várias citações do AT, Mateus vai
documentando as evidências de que Jesus é verdadeiramente o Messias esperado. Ele possui as
credenciais do Messias, prega a mensagem que somente o Messias poderia pregar, e prega com
autoridade, faz milagres, dar a verdade da lei, tirando o espírito da letra, e finalmente morre a
morte que somente o Messias poderia morrer.
I) Autoria. Como muitos livros do NT, este evangelho não indica quem o escreveu. Desde os
primórdios da igreja, a autoria desse evangelho foi atribuída a Mateus.
Mateus era um publicano a quem Marcos e Lucas denominaram-no de Levi. Publicano
era uma denominação dada aos cobradores de impostos, que estavam a serviço de Roma. Não
eram bem vistos pelos judeus (cf. Mt 5:46; 9:10;18:17; 21:31). Ele foi um dos doze, chamado
para fazer parte do ministério de Jesus (cf. Mt 9:9-13; 10:3). Nada mais se sabe a respeito de
Mateus, a não ser o seu nome e profissão. Depois da referência feita em – At. 1:13, ele
desaparece da história.
* Catequese vem do grego katekhesis e significa instrução oral, doutrinação. E diz respeito ao ensino do evangelho
de Cristo. Mais tarde essa palavra foi usada exclusivamente pela igreja católica como forma de divulgar suas
doutrinas que aparecem em forma de catecismo, um método de perguntas e respostas. O uso de catequese aqui nada
tem a ver com a igreja católica.
Teologia Bíblica do Novo Testamento
27 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
Na qualidade de ex-cobrador de impostos, funcionário do governo, Mateus estava bem
qualificado para produzir tal Evangelho. Certamente o seu conhecimento comercial de
taquigrafia capacitou-o a registrar totalmente os discursos de Jesus. Dúvidas recentes são
levantadas quanto a autoria atribuída a Mateus. Mas estas hipóteses não podem alterar o
testemunho da Igreja primitiva, cujos escritores citaram este Evangelho com mais freqüência do
que qualquer outro.
II) Data e local. Não se conhece a data exata em que foi escrito este Evangelho. Pode-se
afirmar que provavelmente tenha sido escrito antes da primeira dispersão dos cristãos em
Jerusalém, At. 8:4. Assim sendo, a data do Evangelho de Mateus deve ser anterior a 70 d.C.,
III) Destinatários. Mateus escreveu para os judeus. Este ponto de vista está confirmado pelas
referências às profecias e pelas citações do Antigo Testamento. Procurou dar ênfase a missão de
Cristo aos judeus (cf. Mt 10:5-6; 15:24). O objetivo do Evangelho de Mateus era convencer os
judeus que Jesus era o Messias prometido.
IV) Tema e propósito. O tema do Evangelho é anunciado nas suas palavras de abertura
– Mt. 1:1. A fraseologia faz lembrar as duas seções do livro de Gênesis, por meio da mesma
expressão, “livro das gerações” ou “estas são as gerações de” Gn. 2:4; 5:1; 6:9. Cada ocorrência
desta frase marca um estágio no desenvolvimento da promessa messiânica. Em relação ao
propósito, podemos ver que:
a) Suas muitas citações extraídas do AT, devem ser tanto literárias quanto polêmicas – o autor
indica que o cristianismo é uma graduação acima do judaísmo, mas não contradição com o
mesmo. Isso significa que o autor sagrado aceitava a tese que a antiga e a nova dispensações se
combinavam em Cristo e sua igreja, e que a igreja contém o melhor do judaísmo, elevado a um
nível superior.
b) Jesus é o novo Moisés; e seus ensinamentos são a nova lei, conforme se torna evidente na
secção dos capítulos 5-7. Assim como Moisés exigia o respeito do povo, por ter trazido uma
revelação inédita, assim sucedeu no caso de Cristo, Mas a revelação trazida por Cristo é superior
a de Moisés; pelo que sua autoridade é maior. Jesus Cristo é o Messias (cap. 1), é o Filho de
Davi e é o Salvador. Ele é também o Rei legítimo.
c) O evangelho foi escrito para consolar os crentes perseguidos.
Teologia Bíblica do Novo Testamento
28 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
d) Erguer uma nova autoridade, já que Jerusalém (e, portanto, o judaísmo), fora recentemente
destruída.
e) O conteúdo do próprio evangelho mostra o intuito de fazer um apelo aos judeus e gentios
igualmente, assegurando a ambos que Jesus é o Messias e Salvador. A genealogia e a referência
frequentemente repetidas às leis e costumes judaicos serviam de apelo aos judeus. A referência
ao ministério de Jesus fora dos territórios judaicos (4:15, 25), com a indicação que os judeus
haviam repelido a ele mesmo e a sua doutrina, o que quer dizer que sua mensagem voltou par os
gentios (8:11-12 e 21:43), além da grande comissão (28:19-20), enfatiza a universalidade do
novo evangelho, apelando aos gentios.
f) Enfatizar as questões escatológicas, refletindo a crença dos cristãos primitivos de que o
segundo advento de Cristo (a parousia) estava próximo, e que a grande tribulação rebentaria com
o aparecimento do anticristo, o que seria uma realidade para breve (cap. 24).
g) O livro tenciona mostrar com que se parece o “ideal” reino dos céus”, e como Cristo deve ser
o Rei daquele reino (caps. 1, 2, 5-7, 13 e 25).
h) Mostrar um Jesus poderosíssimo e operador de milagres.
VI) Chaves para Mateus
a) Palavras-chave: "Jesus, o Rei".
b) Versículos-chave: (16.16-19; 28.18-20).
c) Capítulo-chave: (12) - o capítulo 12 marca um momento decisivo no ministério de Jesus,
quando os fariseus, líderes religiosos em Israel, rejeitam Jesus como o Messias, e não somente
isso, mas o acusam de realizar milagres pelo poder de Satanás. A partir daí há uma imediata
mudança no ministério de Jesus com o uso de parábolas em seus ensinos focalizando os seus
discípulos e reiterando a sua morte na cruz.
VII) Esboço do conteúdo
A origem e a infância de Jesus o Messias (1.1-2.23).
a) A genealogia do Messias (1.1-17).
b) O nascimento do Messias ((1.18-25).
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29 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
c) A visita dos magos (2.1-12).
d) A fuga para o Egito (2.13-15).
c) O massacre das crianças e o retorno a Nazaré (2.16-23).
Início do ministério de Jesus ((3.1-4.25).
a) A pregação de João Batista e o batismo de Jesus (3.1-17).
b) As tentações no deserto (4.1-11).
c) Início do ministério da Galiléia (4.12-25).
A ética do Reino de Deus (5.1-7.29).
a) Características do discipulado cristão (5.1-16).
b) Jesus e a Lei Mosaica (5.17-48).
c) A piedade dos filhos do Reino (6.1-18).
d) Propósito único (6.19-34).
e) Julgamento e discriminação (7.1-6).
f) Perseverança na oração (7.7-11).
g) A regra áurea: os dois caminhos; falsos profetas; os dois construtores (7.12-29).
Jesus, o realizador de obras poderosas (8.1-9.34).
a) Jesus cura a lepra, a paralisia e a febre (8.1-22).
b) Domínio sobre a natureza; vencendo os demônios e perdoado pecados (8.23-9.8).
c) Jesus é amigo de Publicanos e pecadores; a questão to jejum ; restaura vida, visão e
fala (9.9-34).
Jesus e seus pregadores missionários (9.35-10.42).
As prerrogativas de Jesus, o Messias (11.1-12.50).
a) Jesus e João Batista (11.1-19).
b) O lamento de Jesus pelas cidades impenitentes e o convite aos cansados (11.20-30).
c) Colhendo espigas no sábado e a cura do homem da mão ressequida (12.1-21).
d) A controvérsia sobre Belzebu; o pedido de um sinal; a volta de um espírito imundo
(12.22-45).
e) A nova família de Jesus (12.46-50).
As sete parábolas sobre o Reino do céu 913.1-52).
A rejeição de Jesus em Nazaré e a morte de João Batista (13.53-14.12).
Jesus se retira dos domínios de Herodes (14.13-17-27).
a) Alimentando a multidão e andando sobre o lago (14.13-36).
b) controvérsia sobre a pureza; a cura da filha de uma mulher cananéia (15.1-28).
c) Retornando ao lago; a segunda multiplicação de pães (15.29-16.12).
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30 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
d) A confissão de Pedro e o anúncio da paixão (16.13-28).
e) A transfiguração; a cura de um jovem epiléptico; o imposto do templo (17.1-27).
A vida na comunidade messiânica (18.1-35).
A viagem para Jerusalém ((19.1-20.34).
a) A questão do divórcio; "deixai os pequeninos" (19.1-15).
b) O jovem rico e a recompensa dos discípulos (19.16-30).
c) A parábola dos trabalhadores na vinha; o terceiro anuncio da paixão (20.1-19).
d) O pedido dos filhos de Zebedeu e os sois cegos de Jericó (20.20-340).
O Messias desafia Jerusalém ((21.1-22.46).
a) A entrada triunfal; a purificação do templo; a morte da figueira (21.1-22).
b) A autoridade de João e a de Jesus (21.23-32).
c) As parábolas dos lavradores maus e das bodas (21.33-22.1-14).
e) Uma série de questões (22.15-46).
O Messias denuncia os escribas e fariseus ((23.1-39).
A profecias a respeito dos finais dos tempos e a segunda vinda do Messias (24.1-51).
Três parábolas de julgamento: As dez virgens; os talentos; as ovelhas e os cabritos (25.1-46).
A narrativa da paixão (26.1-27.66).
a) A decisão do sinédrio; a unção em Betânia; a traição por Judas (26.1-16).
b) A última Ceia e o Getsêmani (26.17-56).
c) O julgamento perante Caifás; as negações de Pedro (26.57-75).
d) A morte de Judas; o julgamento perante Pilatos (27.1-31).
e) A crucificação e o sepultamento de Jesus (27.32-66).
A ressurreição de Jesus e suborno dos guardas (28.1-15).
A Grande Comissão (28.16-20). (Tasker pp. 21-3)
VII) Incidentes peculiares do Evangelho.
• A vida de José – 1:20-24.
• A visita dos magos – 2:1-2.
• Fuga para o Egito – 2:13-15.
• Matança dos inocentes – 2:16.
• O sonho da mulher de Pilatos – 27:19.
• A morte de Judas – 27:3-10.
• A ressurreição dos santos e a crucificação – 27:52.
• O suborno da guarda – 28:12-15.
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31 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
a) A parábolas
• Parábola do joio – 13:24-30,36-43.
• Parábola do tesouro escondido – 13:44.
• Parábola da pérola – 13:45-46.
• Parábola da rede – 13:47.
• Parábola do servo incompassivo – 18:23-35.
• Parábola dos trabalhadores da vinha – 20:1-16.
• Parábola dos dois filhos – 21:28-32.
• Parábola do casamento do filho do rei – 22:1-13.
• Parábola das dez virgens – 25:1-13.
• Parábola dos talentos – 25:14-30.
b) Só três milagres são peculiares a Mateus.
• Milagre da cura de dois cegos – 9:27-31.
• Milagre da libertação do mudo endemoniado – 9:32-33.
• Milagre da moeda na boca do peixe – 17:24-27.
c) Mateus pode ser classificado como:
• O Evangelho do Discurso.
- A pregação de João – 3:1-12.
- Sermão da Montanha – 5:1 – 7:29.
- A grande Comissão – 10:1-42; 28:18-20.
- Parábolas – 13:1-52.
- Significado do perdão – 18:1-35.
- Denúncia e predição.
• O Evangelho da Igreja.
Evangelho de Mateus é o único em que ocorre a palavra “igreja”, 16:18 e 18:17. Nestas
duas passagens encontramos palavras de Cristo, mostrando que Ele tinha idéia definida da Igreja
como instituição futura.
Teologia Bíblica do Novo Testamento
32 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
• O Evangelho do Rei.
Mateus não só dá ênfase a doutrina do Reino como também à realeza de Cristo, que é um
assunto proeminente através de todo o Evangelho.
A entrada de Jesus em Jerusalém, acentua a Sua chegada como Rei – 21:5,7.
No seu discurso escatológico – 25:31.
A inscrição da cruz colocada por Pilatos – 27:37.
d) A análise do Evangelho do ponto de vista do Reino.
• Linhagem e nascimento – cap.1.
• Sua busca – 2:2.
• Sua adoração – 2:11.
• Seu anúncio – 3:1-12.
• Sua vitória espiritual m- 4:1-11.
• A chamada de seus seguidores – 4:18-22.
• Seu poder sobre as forças da natureza e sobre a doença – 14:14-36, 15:32-39.
• Suas instruções acerca dos princípios do Reino – caps. 18-20.
• Suas profecias relacionadas com o futuro – caps. 24 e 25.
VIII) Os Cinco Grandes Discursos:
8.1 - Sermão da montanha – Jesus dá uma interpretação nova à lei. Aqui temos o novo
Sinai (o monte), a nova lei e o novo Messias (Cristo). Esse grande discurso não é para
nação de Israel, e nem meramente para o reino vindouro. É para nossa época; é o código
de conduta do novo Israel, a Igreja.
8.2 – A obra e a conduta dos discípulos especiais é o tema do segundo grande discurso,
(9:35 – 11:1). Aqui Jesus envia seus missionários com instruções para seu modo de vida e
para conduta em sua missão.
8.3 – O Reino dos Céus (reino de Deus). Jesus apresenta certo número de parábolas a fim
de ilustrar o conceito cristão do reino, corrigindo muitas noções falsas que tinham sido
acrescidas ao redor dessa doutrina (cap. 13).
8.4 – 18:1 – 19:2 – esse é o texto infantil, que aplica os ensinamentos às crianças
espirituais, usando o que é literal como lições objetivas. Esses são os pequenos do reino dos
céus, os novos convertidos, a igreja cristã que milita em meio ao mundo hostil. Esta secção,
Teologia Bíblica do Novo Testamento
33 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
naturalmente, inclui a abordagem aos problemas eclesiásticos, mostrando quais devem ser
as nossas atitudes básicas acerca de nossos irmãos na comunidade cristã.
8.5 – O quinto diz respeito à escatologia (Mt 24:1 – 26:2).
12. EVANGELHO DE MARCOS
Marcos, o mais breve e o mais simples dos quatro evangelhos, apresenta um relato
conciso e de cenas rápidas da vida de Cristo. Com pequenos comentários, Marcos deixa a
narrativa falar por si só, quando conta a conta a história do Servo que está constantemente
em movimento, ao pregar, curar, ensinar e, por fim, morrer pelos pecadores. Seu ministério
começou com as massas, logo restringindo-se aos doze discípulos, e por fim culminou na
cruz. Ali o Servo que "não veio para ser servido, mas para servir" faz o supremo sacrifício
de serviçal, dando "sua vida em resgate de muitos" (10.45). (Wilkinson p. 345)
I) Autoria. Embora o Evangelho que tem o seu nome não faça nenhuma menção a Marcos,
temos evidências suficientes para identificarmos o mesmo. Todos os testemunhos
disponíveis dos Pais da Igreja Primitiva citam Marcos, o auxiliar de Pedro, como sendo o
escritor do livro. A tradição relacionada com a autoria de Marcos retrocede até Papias no fim
do primeiro século ou no começo do segundo, e foi confirmada pelos escritos de homens
como Irineu, Clemente de Alexandria, Orígenes e Jerônimo. Todos concordam que Marcos, o
companheiro de Pedro era João Marcos de Atos 12:12, 25 e 15:37-39. As evidências do
próprio Evangelho estão de acordo com o testemunho histórico da Igreja Primitiva.
Pouco se sabe a respeito de Marcos. Em nenhum lugar do Evangelho aparece o seu
nome e há relativamente poucas referências que nos forneçam algumas sugestões.
A tradição identifica-o como João Marcos, membro duma família cristã de Jerusalém,
o auxiliar e substituto de Paulo, de Barnabé e talvez de Pedro.
Marcos era filho de Maria – pessoa amiga dos apóstolos, conforme mencionada em
Atos 12. A reunião de oração a favor da libertação de Pedro realizou-se em sua casa, e é
possível que seu lar fosse o quartel general dos líderes cristãos de Jerusalém. A casa dela
foi a primeira que Pedro procurou logo que se sentiu livre (At 12:12).
A família de Marcos – tinha abundância de bens, pois sua mãe era dona de casa e
tinha escravos. Seu primo Barnabé era possuidor de bens (At. 4:37).
Teologia Bíblica do Novo Testamento
34 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
Foi levado ao ministério – por seu primo Barnabé, depois da visita a Jerusalém – At.
11:30, voltou a Antioquia levando consigo Marcos (At. 12:25). Quando Barnabé e Paulo
foram na primeira viagem missionária, Marcos acompanhou-os – At. 13:5.
Marcos foi referenciado por Paulo – na Epístola aos Colossenses. Paulo recomendou-o
a Igreja de Colossos. Paulo deu testemunho de Marcos (II Tm. 4:11).
É óbvio que o autor conhecia bem a Palestina e Jerusalém em particular. Ele fez
referências geográficas que estão corretas nos mínimos detalhes (11:1), revelando seu
conhecimento da área.
Marcos certamente conhecia o aramaico, a língua da Palestina, como indica o uso
que faz dela, 5:41, 7:37, como também pela evidência da influência do aramaico no seu
grego.
Tem-se observado que existe uma semelhança notável entre o esboço geral do
Evangelho de Marcos e o sermão de Pedro em Cesareia (At 10:34-43), o que aponta para
Pedro como a fonte principal do material que Marcos usou (I Pe. 5:13).
II) Data e local. Não existe nenhuma declaração explícita no Evangelho, nem no restante
do NT, da qual possamos constatar uma data específica para a origem do livro. Ultimamente
a maioria dos mestres colocam-na entre 55-65 d.C.
III) Destinatários. Provavelmente, quando Marcos escreveu o seu Evangelho, tinha em
mente os cristãos gentios. Parece claro que não foi escrito aos judeus, pelo fato de ter
poucas referências ao Antigo Testamento. A explicação de palavras e costumes judaicos
indica que o autor tinha em mente os gentios (cf. 3:17, 5:41, 7:1-4, 11, 34).
IV) Tema e propósito. Enquanto Mateus se preocupa com o tema do Messias, Marcos
preocupa-se com a atividade de Jesus como Filho de Deus, que é também – Servo de Deus.
O livro não visa servir de propaganda, tendente a converter os não-cristãos ao cristianismo,
mas foi escrito primariamente para aqueles que já professavam a fé cristã, firmados em
uma fé que já estava alicerçada nas mesmas fontes de onde Marcos escolheu o seu
material.
V) Chaves para Marcos
a). Palavras-chave: "Jesus, o Servo".
b) Versículos-chave: (10.43-45; 8.34-37).
c) Capítulo-chave: (8) - o capítulo 8 de Marcos marca a mudança no ministério de Jesus.
Começa com a revelação de Pedro: "Tu és o Cristo". Desse momento em diante, Jesus
Teologia Bíblica do Novo Testamento
35 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
enfatiza a sua morte na cruz do calvário. E os ensinos que seguem são de esclarecimento
de sua obra e de fortalecimento para os discípulos, preparando-os para enfrentar essa
situação. A partir daí o evangelho narra a proximidade de Jesus de Jerusalém, lugar em que
o Servo de Deus daria a sua "vida em resgate de muitos".
VI) Esboço do conteúdo
a) A apresentação do Servo de Deus (1.1-2.12).
a) João Batista, o precursor do Servo de Deus (1.1-8).
b) Batismo e tentação do Servo (1.9-13).
c) Sua missão: os primeiros discípulos; os primeiros milagres (1.14-2.12).
b) Oposição ao Servo de Deus (2.13-3.35).
a) Controvérsias sobre a amizade de Jesus com pecadores: a vocação de Mateus; a
parábola dos remendo e odres (2.13-22).
b) Sobre o trabalho e cura no sábado (2.23-3.12).
c) A seleção dos doze; a oposição dos amigos e a blasfêmia dos fariseus (3.13-35).
c) As parábolas: dos solos, da lâmpada, germinação da semente e da semente de mostarda
(4.1-34).
d) Os milagres: acalma a tempestade, a cura da mulher com o fluxo e da filha de Jairo
(4.35-5.43).
e) Crescente oposição contra o Servo de Deus (6.1-8.26).
a) Rejeição em Nazaré e o envio dos doze (6.1-13).
b) O assassinato de João Batista e o regresso dos doze (6.14-31).
c) Outros milagres: alimenta cinco mil, anda sobre as águas e cura em Genesaré
(6.32-7.23).
d) Retirada para os gentios: a mulher Siro-fenícia é curada, cura do surdo e mudo e
quatro mil são alimentados (7.24-8.9).
e) os fariseus buscam um sinal (8.10-26).
f) A instrução ministrada pelo Servo (8.27-10.52).
a) A confissão de Pedro referente a Cristo (8.27-33).
b) O preço do discipulado (8.34-39).
c) A transfiguração (9.1-13).
d) O filho possesso é liberto (9.14-29).
Teologia Bíblica do Novo Testamento
36 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
e) Jesus prediz a sua morte (9.30-32).
f) Jesus prepara os discípulos com várias instruções: acerca do inferno, matrimônio e
divórcio, sobre a riqueza e a iminente crucificação (9.33-10.45).
g) Bartimeu, o cego, é curado (10.46-52).
h) A apresentação formal de Jesus em Jerusalém: a entrada triunfal, a purificação do
templo (11.1-19).
i) Instrução sobre oração (11.20-26).
j) Oposição proveniente dos líderes: questão da autoridade; parábola do proprietário de
uma vinha; questão sobre o imposto, a ressurreição, o maior mandamento (11.27-12.44).
l) Instrução sobre o futuro: sobre a tribulação, a segunda vinda; a parábola da figueira,
exortação à vigilância (13.1-37).
m) A paixão do Servo (14.1-15.47).
a) A trama dos líderes para matar Jesus; Maria unge Jesus (14.1-9).
b) O plano de Judas para trair Jesus (14.10,11).
c) A celebração da páscoa e a instituição da Ceia do Senhor (14.12-25).
d) Jesus prediz a negação de Pedro (14.26-31).
e) Jesus ora no Getsêmani (14.32-42).
f) Judas trai Jesus (14.43-52).
g) O julgamento e a crucificação de Jesus (14.53-15.47).
n) A ressurreição de Jesus (16.1-8).
o) As aparições de Jesus e sua ascensão (16.9-20).
VII) A estrutura do Evangelho.
O Evangelho – Logo às primeiras palavras, o livro declara o interesse atribuído ao
evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus (1:1), denominado também, pouco adiante,
“Evangelho de Deus” (1:14). Para Marcos, bem como para Paulo, esta palavra designa a
“Boa Nova”, destinada a todos os homens e cuja aceitação define a fé cristã: por meio de
Jesus, Deus realiza Suas promessas em favor deles. Por isso, o Evangelho deve ser
proclamado a todas as nações (13:10; 14:9).
Teologia Bíblica do Novo Testamento
37 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
O esboço de Marcos é edificado sobre as constantes mudanças de localidades
geográficas do Seu ministério.
O esboço também revela uma progressão de pensamento.
Veja como podemos classificar essa estrutura literária do Evangelho.
a) A primeira seção pode ser considerada uma introdução, 1:2-13 que trata da preparação
de Jesus para o Seu ministério.
b) A segunda seção dá impressão inicial de ser simplesmente miscelânea de
acontecimentos significativos, 1:14 – 5:43 tais como:
• O milagre do paralítico – 2:1-12.
• O debate com os fariseus – 2:23-28.
• A cura do homem da mão mirrada – 3:1-6.
• A autoridade de Jesus sobre os demônios – 3:11, 20-30; 5:1-20.
• A tempestade no lago da Galiléia revelou o seu poder sobre a natureza – 4:35-41.
• A ressurreição da filha de Jairo – 5:21-24.
c) A terceira seção – 6:1 – 8:26. Continuam os ensinos e milagres de Jesus. Aqui Marcos
revela a prontidão de Jesus em servir aos necessitados, Sua sabedoria em responder às
perguntas, contrastam com a irrefletida ambição das multidões.
d) A quarta seção – 8:27 – 10:31 começa com a saída de Jesus para Cesaréia de Filipos,
onde Jesus convidou os seus discípulos a fazer uma confissão pessoal Nele.
e) A quinta seção é uma referência sobre as conseqüências desta volta na vida de Jesus,
apresentando a última viagem para a cruz – 10:32-40.
f) A última seção é a paixão – 14:1 – 15:47 o que não difere muito dos fatos relevantes
mencionados nos outros Evangelhos.
VIII) Particularidades do Evangelho.
Marcos é um Evangelho de reações pessoais. Através de todas as suas páginas estão
registradas as respostas dos auditórios de Jesus.
• Ficavam “admirados” – 1:27.
• Criticavam – 2:7.
• Eram medrosos – 4:41.
• Perplexos – 6:14.
• Espantados – 7:37.
Teologia Bíblica do Novo Testamento
38 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
• Hostis – 14:1.
Embora ressalte o poder divino de Cristo, o autor com freqüência faz referência aos
sentimentos humanos de Jesus.
• Sua decepção – 3:5.
• Seu cansaço – 4:38.
• Seu assombro – 6:6.
• Seus gemidos – 7:34, 8:12.
• Seu afeto – 10:21.
Os dezenove milagres registrados em seu curto livro demonstram o poder
sobrenatural do Senhor.
Oito milagres provam o poder de Jesus sobre as enfermidades – 1:31, 41, 2:3-12,
3:1-5, 5:25, 7:32, 8:23, 10:46.
Cinco milagres demonstram seu poder sobre os elementos da natureza – 4:39,
6:41,49, 8:8-9, 11:13-14.
Quatro milagres revelam a autoridade de Jesus sobre os demônios – 1:25, 5:1-13,
7:25-30, 9:26.
Dois milagres demonstram a vitória de Jesus sobre a morte – 5:42, 16:9.
Das setenta parábolas, Marcos narra apenas dezoito e algumas delas compreendem
apenas uma frase cada.
13. O EVANGELHO DE LUCAS
O Evangelho de Lucas é a narrativa mais completa da vida de Jesus, que veio até
nós proveniente da era apostólica. Foi propósito do autor, elaborar uma descrição completa
do curso da vida do Senhor, desde o seu nascimento até a sua ascensão, e fez parte de um
projeto maior – o livro de Atos, o qual prossegue com a história das atividades missionárias
da Igreja até o estabelecimento da comunidade cristã em Roma.
LUCAS – O EVANGELHO DO SALVADOR DOS HOMENS.
Teologia Bíblica do Novo Testamento
39 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
I) Autoria: De acordo com o testemunho uniforme da Igreja, Lucas foi o autor do terceiro
Evangelho. A íntima relação entre o Evangelho e o livro de Atos – mostra que as duas têm o
mesmo autor, e sejam quais forem os elementos que o identifiquem uma obra dá
testemunho da outra. Esta relação prova pelas evidências literárias que Lucas é o autor.
Nesta relação, observamos: a continuidade do estilo e dos ensinamentos sobre a
pessoa de Cristo, a ênfase predominante sobre a obra do Espírito Santo, o interesse
penetrante pelo ministério dos gentios, e a atenção constante que o escritor dedica aos
acontecimentos históricos e contemporâneos.
Lucas era um médico gentio e companheiro do apóstolo Paulo. Provavelmente era de
Antioquia onde se converteu, quinze anos aproximadamente depois do Pentecostes.
Tomou parte na segunda viagem missionária de Paulo, depois de se encontrar com
ele em Trôade - At. 16:10. Foi pastor da Igreja em Filipos, enquanto Paulo prosseguia no
seu ministério itinerante na Acaia e, depois duma visita a Antioquia, 18:22, na Ásia Menor –
19:1-41.
Na terceira viagem missionária, Lucas juntou-se a Paulo de novo, quando este
passava por Filipos – 20:6.
O diário de Lucas constitui a melhor fonte de conhecimento das viagens missionárias
de Paulo e deve ter sido colaborador muito íntimo do apóstolo. Tinha muitas amizades entre
os líderes cristãos do primeiro século.
II) Data e local. Devido à conclusão abrupta do livro de Atos, parece que Lucas concluiu o
mesmo no final dos dois anos da prisão de Paulo em Roma. Se o Evangelho foi escrito
anteriormente, conforme indicado na introdução de Atos 1:1, deve ter sido composto,
aproximadamente, antes de 62 d.C., quando terminou a prisão de Paulo.
É provável que Lucas tenha colhido o material para compor as suas obras, durante
seus dez anos de serviço com Paulo.
A referência feita à tomada de Jerusalém (Lc. 21:20-24) tem sido interpretada que o
Evangelho foi escrito depois deste acontecimento em 70 d.C.. Tal conclusão é inválida se
considerarmos que o conteúdo do capítulo é uma profecia, e que Lucas está apenas
registrando as palavras de Jesus sobre o futuro.
Teologia Bíblica do Novo Testamento
40 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
Não há nenhuma indicação do lugar de publicação. Uma tradição relaciona o
Evangelho com a Grécia. Outra sugere que o lugar onde Lucas escreveu seja a Antioquia da
Síria. Cesaréia parece ser o local mais adequado.
III) Destinatário. Lucas escreveu o seu Evangelho a Teófilo, provavelmente um gentio de
alta posição. Teófilo era um cristão convertido, interessado em saber mais sobre a nova fé
do que poderia obter da simples instrução de rotina. As duas obras de Lucas certamente
tinham a finalidade de transformá-lo num crente maduro, conhecedor da revelação divina.
IV) Tema e propósito. O conceito de Jesus como Filho do Homem enfatiza a sua
humanidade e a sua compaixão sentida por todos os homens. O desenvolvimento deste
conceito tem a sua raiz em Lucas 2:11, onde o menino Jesus é anunciado como “um
Salvador, que é Cristo o Senhor”. O tema deste Evangelho é o “Filho do Homem perfeito
que veio buscar e salvar o que se havia perdido” (19:10).
Lucas claramente expressa seu propósito no prólogo de seu Evangelho: “...escrever-
te uma narração em ordem... para que conheças plenamente a verdade das coisas em que
foste instruído”. (1:1-4). Lucas queria criar uma narração acurada, cronológica e
abrangente da vida singular de Jesus Cristo, com o fim de fortalecer a fé dos crentes
gentios e estimular a fé salvífica entre os não crentes. Lucas poderia também ter tido um
propósito secundário, ou seja, mostrar que o cristianismo não era uma seita politicamente
subversiva. Ele registra o triplo conhecimento de Pilatos de que Cristo era inocente (23:4,
14, 22).
V) Chaves para Lucas
a) Palavras-chave: "Jesus, o Filho do Homem".
b) Versículos-chave: (1.3-4; 19.10).
c) Capítulo-chave: (15). Neste capítulo, a graça de Deus é revelada por meio de três
parábolas, a ovelha perdida, a dracma e a do filho pródigo. Todas elas enfatizam a festa no
céu quando um pecador que estava perdido se arrepende.
VI) Esboço do conteúdo
a) Introdução – 1:1:1-41.
b) A Anunciação do Salvador.
a) Anunciação a Zacarias – 1:5-25;
b) Anunciação a Maria – 1:26-56;
c) Nascimento de João – 1:57-80;
Teologia Bíblica do Novo Testamento
41 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
d) Nascimento de Jesus – 2:1-20;
e) Apresentação no Templo – 2:21-40;
f) A visita a Jerusalém – 2:41-52.
c) Aparecimento do Salvador.
a) A introdução de João Batista – 3:1-20;
b) O batismo de Jesus – 3:21-22;
c) A genealogia – 3:23-38;
d) A tentação – 4:1-13;
e) A entrada de Jesus na Galiléia – 4:14-15.
d) O Ativo Ministério do Salvador.
a) A definição do Seu ministério = 4:16-44;
b) As provas do Seu poder – 5:1 – 6:11;
c) A escolha dos apóstolos – 6:12-19;
d) Um sumário dos Seus ensinamentos – 6:20-49;
e) Um período difícil do Seu ministério – 7:1 – 9:17;
f) O clímax do Seu ministério – 9:18-50.
e) O Caminho para a Cruz.
a) A perspectiva da cruz – 9:51-62;
b) O ministério dos setenta – 10:1-24;
c) Ensino público – 10:25 – 13:29;
d) O começo dos debates públicos – 13:22 – 16:31;
e) Instruções aos discípulos – 17:1 – 18:30.
f) O Sofrimento do Salvador.
a) A ida a Jerusalém – 18:31 – 19:27;
b) A entrada em Jerusalém – 19:28-44;
c) O ensino em Jerusalém – 19:45 – 21:4;
d) O discurso no Jardim das Oliveiras – 21:5-38;
e) A última ceia – 21:1-38;
f) A traição – 22:39-53;
g) A prisão e o julgamento – 22:54 – 23:25;
h) A crucificação – 23:26-49;
i) O sepultamento – 23:50-56.
g) A Ressurreição – 24:1-53.
a) A sepultura vazia – 24:1-12;
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42 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
b) A caminhada a Emaús – 24:13-35;
c) O aparecimento aos discípulos – 24:36-43;
d) A última comissão – 24:44-49;
e) A ascensão – 24:50-53.
VII) Incidentes peculiares do Evangelho.
• As descrições do nascimento de João Batista – 1:5-25, 57-58.
• O nascimento e infância de Jesus – 1:26-56 – 2:1-52.
• A genealogia – 3:23-38.
• A pregação em Nazaré – 4:16-30.
• As ordens especiais a Pedro – 5:8-10.
• A história do encontro com Zaqueu – 19:1-10.
• Jesus sendo escarnecido por Herodes – 23:8-12.
• O aparecimento de Jesus no caminho de Emaús – 24:13-35.
Lucas descreveu dezenove parábolas:
Projeto: Complete o quadro.
REFERÊNCIA TÍTULO/PARÁBOLA
7:41-43
10:30-37
11:5-8
12:13-21
12:35-40
12:41-48
13:6-9
14:7-11
14:16-24
14:28-30
14:31-32
15:8-10
15:11-32
Teologia Bíblica do Novo Testamento
43 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
16:1-13
16:19-31
17:7-10
18:1-8
18:9-14
19:11-27
VIII) Particularidades de Evangelho.
Lucas – é o Evangelho da graça de Deus – 2:32, 3:6, 24:47.
Lucas – é o Evangelho do Filho do Homem. Ressalta a amável atitude de Cristo para
com os pobres.
• Os discípulos pobres – 6:20.
• A mulher pecadora – 7:37.
• Maria Madalena – 8:2.
• Os samaritanos – 10:33.
• Os publicanos e pecadores – 15:1.
• Os mendigos abandonados – 16:20-21.
• Os leprosos – 17:12.
• O ladrão da Cruz – 23:43, etc.
Lucas – é o Evangelho da oração.
Contém três parábolas sobre a oração, que não se encontra nos outros Evangelhos.
• O amigo à meia noite – 11:5-8.
• O justo juiz – 18:1-8.
• O fariseu e o publicano – 18:9-14.
Contém orações de Cristo.
• No seu batismo – 3:21.
• No deserto – 5:16.
• Antes de escolher os discípulos – 6:12.
• Na transfiguração – 9:29.
• Por Pedro – 22:32.
• No jardim do Getsêmani – 22:44.
• Na Cruz – 23:46.
Teologia Bíblica do Novo Testamento
44 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
Lucas – é o Evangelho do Espírito Santo. É dada proeminência à doutrina do
Espírito Santo, mais do que em Mateus e Marcos juntos.
Lucas apresenta um esboço da vida de Jesus cheia do Espírito:
• Jesus foi concebido pelo Espírito – 1:35.
• Jesus foi batizado pelo Espírito – 3:22.
• Jesus foi aprovado pelo Espírito – 4:1.
• Jesus exerceu o Seu ministério no poder do Espírito – 4:14-18.
• Jesus exultou no Espírito – 10:21.
• Jesus esperava que os Seu discípulos realizassem a Sua obra no poder do Espírito –
24:49.
Lucas deu uma atenção especial às mulheres no seu Evangelho. A palavra
“mulher” ocorre 43 vezes, Mateus e Marcos juntos 49 vezes.
• O caráter de Maria mãe de Jesus é desenvolvido mais em Lucas do que em Mateus.
• Isabel, mãe de João – 1:5-6, 39-45, 57.
• Ana, a profetiza – 2:36-38.
• O grupo de mulheres que viajavam com os discípulos de Jesus – 8:2-3.
• As mulheres que choravam a sua morte – 23:27-28.
• As mulheres que estavam presentes na cruz e no túmulo – 23:55-56, 24:1-11 todas
foram distinguidas.
14. EVANGELHO DE JOÃO
O Evangelho de João é singular. Mateus, Marcos e Lucas são chamados evangelhos
sinóticos (semelhantes). João se volta principalmente para eventos e discursos não comuns
aos outros evangelhos, com o intuito de provar a seus leitores que Jesus é Deus na carne, a
eterna Palavra vinda a Terra, que nasceu para morrer como sacrifício oferecido a Deus para
tirar o pecado humano.
Há no Evangelho certas semelhanças existentes entre ele e os Evangelhos sinópticos.
Apresenta a mesma pessoa como figura central. Encontramo-lo como: o Filho de Deus, o
Filho do Homem, o Messias, o Senhor, o Salvador, e outros títulos. Existem ainda outras
semelhanças.
Sem dúvida, também encontramos uma considerável diferença dos Sinópticos.
Teologia Bíblica do Novo Testamento
45 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
Enquanto os Sinópticos mencionam apenas uma Páscoa, parecendo limitar o
ministério de Jesus a um ano, João menciona pelo menos três Páscoas – 2:23, 6:4,13:1;
sugerindo que o ministério se estendeu por três anos.
Nos Sinópticos os ensinos públicos de Jesus tratam do “reino de Deus”. Essa
expressão está quase ausente no quarto Evangelho, onde os discursos centralizam-se
grandemente no próprio Jesus, Seu relacionamento com o Pai, e a Sua indispensabilidade
às necessidades espirituais do homem.
I) Autoria. No próprio Evangelho se pode deduzir alguns fatos a respeito da sua autoria.
a) Era um judeu familiarizado com a tradição judaica.
• 1:19-28 – Refere a expectativa judaica da vinda do Messias;
• Conhecia os sentimentos judaicos para com os samaritanos – 4:9;
• Conhecia a atitude judaica quanto ao culto – 4:20;
• Estava relacionado com as festas judaicas, que explicou cuidadosamente aos seus
leitores.
b) Era um judeu da Palestina.
• Familiarizado com Jerusalém e seus arredores – 9:7, 11:18, 18:1;
• Estava familiarizado com as cidades da Galiléia – 1:44, 2:1;
• Estava familiarizado com o território de Samaria.
c) Era testemunha ocular dos acontecimentos que descreveu.
• 1:14, 19:35;
• 4:6, 2:6;
• 12:35.
Assim sendo, não existe dúvida quanto a autoria de João.
João foi um dos doze discípulos que andaram com Jesus desde o começo do Seu
ministério. Ele tem sido identificado pela tradição da Igreja como – “discípulo amado” por
ter estado muito perto de Jesus.
• Na última ceia – 13:23;
• No julgamento – 18:15-16;
• Na cruz – 19:26-27.
Só um companheiro muito íntimo se ajustaria a estas circunstâncias.
A biografia de João é muito fragmentada. Eis alguns dados:
Teologia Bíblica do Novo Testamento
46 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
• Era um dos filhos de Zebedeu – Mc. 1:19-20;
• Era um pescador da Galiléia.
• Provavelmente foi discípulo de João Batista.
• Acompanhou Jesus na Sua primeira viagem pela Galiléia – 2:2;
• Mais tarde João e seus sócios deixaram o negócio de pesca para seguir a Jesus – Mt.
4:21-22.
II) Data e local. Esse evangelho foi escrito por volta dos anos 80 e 90 d.C. Quanto ao
lugar onde foi escrito, provavelmente tenha sido na Ásia Menor, em Éfeso pelos fins do
primeiro século, quando a Igreja tinha ainda certa medida de maturidade, e quando havia
necessidade de avançar no ensino do que dizia respeito à natureza da fé.
III) Destinatário. Não encontramos no evangelho informações suficientes para tirarmos
uma conclusão a respeito do destinatário. Temos apenas algumas indicações. Os
destinatários estão nos círculos de leitores que haviam sido influenciados pela heresia do
gnosticismo. De acordo com 20.21, o objetivo do livro é que seus leitores creiam que "Jesus
é o Cristo, o Filho de Deus". (Hoster p. 63).
IV) Tema e propósito. Tema predominante deste evangelho é a fé no filho de Deus. João
20:30-31 – declara construtivamente que foi escrito com a esperança de ser criar nos
leitores a convicção de que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, para que a vida viesse através
da fé nela. Foi escrito para que creiais que Jesus Cristo é o Filho de Deus (20:30-31;
21:24).
Combater o judaísmo ortodoxo da época, que havia rejeitado o Messias,
demonstrando que as autoridades religiosas dos judeus foram as responsáveis diretas da
morte do Messias.
Refutar a heresia que dizia que João Batista fora realmente o Messias, e procurar
definir as relações entre João Batista e Jesus.
Estabelecer o fato de que o cristianismo é mais do que filosofia religiosa e
especulativa, e que Cristo é mais do que um princípio divino abstrato. Jesus foi um ser
humano verdadeiro, que passou por tristezas e sofrimentos e, nessa qualidade, Ele se
tornou o Salvador dos homens.
V) Chaves para João
a) Palavras-chave: "Jesus, o Filho de Deus".
b) Versículos-chave: (1.11-13; 20.30,31).
Teologia Bíblica do Novo Testamento
47 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
c) Capítulo-chave: (3). Já ouvi falar que João 3.16 é o versículo mais importante da Bíblia;
é muito difícil falar qual seja o versículo mais importante da Bíblia, mas, sem dúvida é um
dos mais citados e pregado. Contido nele está o evangelho em sua forma mais clara e mais
simples: que a salvação é dom de Deus e se obtém tão somente pela fé. O diálogo com
Nicodemos e o testemunho de João Batista deixa bem clara a necessidade de "nascer de
novo" para entrar no Reino de Deus.
VI) Esboço do conteúdo
a) Prólogo – 1:1-18
b) O Ministério de Cristo no Mundo
a) O testemunho de João Batista – 1:19-36.
b) A escolha dos discípulos – 1:37-51.
c) O casamento em Cana – 2:1-11.
d) A primeira visita de Jesus a Jerusalém e Judéia,
1. A purificação do Templo – 2:12-22.
2. Os sinais – 2:23-25.
3. O incidente com Nicodemos – 3:1-15.
4. O incidente latente na mensagem do Evangelho – 3:16-21.
5. As credenciais de Cristo – 3:31-36.
e) A missão de Jesus em Samaria – 4:1-42.
f) A cura do filho de um nobre – 4:43-54.
g) A cura do coxo em Jerusalém – 5:1-16.
h) Autodefesa de Jesus – 5:17-47.
i) Alimentando 5.000 pessoas e o discurso de Jesus sobre o pão da vida – 6:1-71.
j) Jesus na Festa dos Tabernáculos – 7:1-53.
k) A mulher apanhada em adultério – 8:1-11.
l) Auto revelação de Jesus – 8:12-59.
m) A restauração do cego de nascença – 9:1-41.
n) Cristo, o Bom Pastor – 10:1-42.
o) A ressurreição de Lázaro – 11:1-57.
p) Jesus em Betânia e Jerusalém – 12:1-50.
c) O Ministério de Cristo aos seus.
a) Uma lição de humildade e serviço – 13:1-17.
b) O discurso do cenáculo – 13:31 – 16:33.
c) A grande oração – 17:1-26..
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48 SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTAS
d) Os Sofrimentos e a Glória.
a) A traição – 18:1-14.
b) Jesus julgado diante dos judeus – 18:15-27.
c) A penosa experiência diante de Pilatos – 18:28-19:16.
d) A crucificação e o sepultamento – 19:17-42.
e) Aparecimentos depois da ressurreição – 20:1-29.
f) O propósito deste Evangelho – 20:30-31.
VII) Particularidades do Evangelho.
Uma das particularidades do Evangelho de João é o seu desenvolvimento de
personagens em esboços separados por intervalos de texto.
Nicodemos – 3: 1-15, 7:50-52, 19:39;
Filipe – 1:43-46, 6:5-7, 14:8-11;
Tomé – 11:16, 14:5-6, 20:24-29;
Maria e Marta – 11:1-40, 12:2-8;
Maria (Mãe de Jesus) – 2:1-5, 19:26-27.
E outros são mencionados com naturalidade, como se fossem relembrados na
sequência das narrativas principais.
Este Evangelho é considerado por muitos como – o livro mais profundo e espiritual
da Bíblia. Nele, Jesus dá uma revelação mais completa de Si mesmo, de Deus Pai e do
Espírito Santo que não se encontra em nenhum dos Evangelhos Sinóticos.
Referências Revelação de Si mesmo/ “Eu Sou”
Jo. 3:26 O Messias
Jo 6:35 O Pão da Vida
Jo 8:23 De cima
Jo 8:58 O eterno
Jo 9:5 A luz do mundo
Jo 10:7 A porta
Jo 10:36 O Filho de Deus
Jo 11:25 A ressurreição e a vida
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Jo 13:13 Senhor e Mestre
Jo 14:6 O Caminho, a Verdade e a Vida
Jo 14:16 Hóspede permanente
Jo 14:26 Mestre
Jo 15:26 Testemunha
Jo 16:7-8 Convencedor de pecado
Jo 16:13 Guia, Voz de Deus, Profeta
Jo 16:14 Glorificado de Jesus
Jo 16:15 Revelado de Jesus.
VIII) O Conteúdo Teológico
a) O Evangelho de João como uma revelação. O propósito de João era revelar a glória
de Jesus como Filho de Deus. Na qualidade de Filho preexistente, ele compartilhava da
glória do Pai (17:5, 24). Na vida terrena, sua glória foi exibida ao mundo (1:14), na série
de sinais que Ele operou (2:11).
Do cap. 1-12 é a revelação de Jesus ao mundo. Visto que o mundo não havia
geralmente crido nEle (12:37), Jesus se voltou para Seus discípulos (13-17), temos uma
revelação de Sua glória vista na forma de serviço humilde perante os discípulos. Jesus é
glorificado em paixão e morte. Assim sendo, a terceira seção do evangelho (18-21) nos
mostra que chegara a hora em que Jesus é glorificado como Filho de Deus e ao mesmo
tempo glorifica a Deus Pai.
O Evangelho pode ser reputado como a revelação da verdade (1:14, 17). Jesus
apresenta a verdade de Deus ao mundo perdido e imperfeito, que havia perdido o contato
com o Deus verdadeiro (7:28), a esse Mundo Jesus apresenta a verdade de Deus (18:37).
Ele mesmo é a encarnação da verdade (14:6) e seria sucedido pelo Espírito da verdade
(14:17). O Espírito Santo conduz o homem à verdadeira adoração a Deus (4:23 ss) e os
liberta do erro do diabo (8:44) mediante o conhecimento da verdade (8:32). Em contraste a
vazia satisfação que o mundo oferece, Ele traz o verdadeiro e autêntico pão para almas dos
homens (6:32, 55).
b) A Pessoa de Jesus. Os sinais e testemunhos têm o propósito de mostrar que Jesus é o
Filho de Deus; Ele é a Palavra (1:1, 14, 17).
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Em segundo lugar, Jesus é o Messias da casa de Davi esperado pelos judeus (7:42).
De fato, a grande questão para os judeus é si Jesus é realmente o Messias (7:26ss –
10:24), e a confissão dos discípulos é que isso é precisamente aquilo que Ele é (1:41; 4:29;
11:27; 20:31).
Em terceiro lugar, Ele é o Filho do Homem. Esse termo é a chave para a
compreensão que Jesus tinha de Si mesmo nos evangelhos sinóticos, onde tal designação é
ligada com três idéias: “o CARÁTER OCULTO DE SUA NATUREZA MESSIÂNICA, A
NECESSIDADE DE SEU SOFRIMENTO E SUA FUNÇÃO COMO JUIZ POR OCASIÃO DA
PAROUSIA”, (12:34; 3:14; 5:27), mas a ênfase recai sobre as duas idéias que o Filho do
Homem fora enviado do céu como revelador de Deus e Salvador do mundo (3:12; 9:35), e
que Ele seria glorificado ao se levantado para morrer (12:23, 34).
Em quarto lugar, Ele é Filho de Deus. É o Filho Salvador (3:16), é o título mais
importante. O propósito de João é levar o leitor a reconhecer a reivindicação de Jesus
(19:7) e apresentar a confissão dos discípulos (1:34, 49; 11:27) de que Ele é o Filho de
Deus. Na qualidade de Filho, Ele revela o Pai (1:18). Por meio da fé nEle, os homens
recebem a salvação (3:36) e a liberdade (8:36).
Em quinto lugar, dizer que Jesus é Filho de Deus é atribuir-lhe completa deidade.
Assim sendo, Aquele que, sendo Palavra de Deus, em Si mesmo é Deus (1:1), é também
reconhecido pelos homens sobre a terra, como Senhor e Deus (20:28).
A Deidade de Cristo pode ser vista em suas sete afirmações “Eu Sou”: “Eu Sou o pão
da vida” (6:35, 48); “Eu Sou a luz do mundo” (8:12; 9:5); “Eu Sou a porta” (10:7-9); “Eu
Sou a videira verdadeira” (15:1-5); “Eu Sou a ressurreição e a vida” (11:25). Os sete sinais
(1 – 12) e os cincos testemunhos (5:30-40) também destacam seu divino caráter. Em
certas ocasiões, Jesus se equipara ao “Eu Sou” do AT, ou Yahweh (ver 4:25-26; 8:24, 28,
58; 13:19; 18:5-6, 8).
A humanidade de Jesus também é salientada:
• Ele estava cansado – 4:6;
• Com sede – 4:7;
• Impaciente – 6:26;
• Ansioso – 6:67;
• Severo – 8:44;
• Triste – 11:35;
• Apreciador – 12:7;
• Perturbado – 12:27;
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• Cheio de amor – 13:1;
• Leal – 18:8;
• Corajoso – 18:23.
c) A Obra de Jesus. Um outro grupo de títulos expressa aquilo que Jesus veio fazer pelos
homens e aquilo que Ele lhes oferece. Essas coisas são sumarizadas em 14:6, onde Jesus
afirma ser o caminho, a verdade e a vida. A palavra vida é a favorita de João para indicar
salvação. O mundo dos homens está num estado de morte (5:24) e está destinado ao juízo
(3:18,36). O que Jesus oferece aos homens é a vida, definida por João como o
conhecimento de Deus e de Jesus Cristo (17:3). O próprio Jesus pode ser chamado de a
vida (1:4; 11:25; 14:6), o doador da água viva (4:14), o pão vivo (6:33). Receber Jesus
mediante a confiança nEle (3:36, 6:29) é receber o pão da vida.
d) A Nova Vida. Jesus dessa maneira é apresentado como Salvador do mundo (4:42). Em
Sua presença, os homens enfrentam o momento decisivo em que ou O aceitam e assim
passam da morte para a vida (5:24), ou permanece nas trevas até o dia do julgamento
(12:46-48).
Tal aceitação de Jesus ocorre quando o Pai atrai os indivíduos ao Seu Filho (6:44).
Através da obra do Espírito de Deus, cujos movimentos ultrapassam a compreensão
humana, tem lugar a mediante o qual o indivíduo se torna filho de Deus.
Essa nova relação é caracterizada pelo “amor”. Os discípulos compartilham de uma
mútua relação de amor com Deus, semelhante, àquela que existe entre o Pai e o Filho
(3:35; 14:31). Os crentes permanecem nEle (6:56; 15:4-10); e Ele permanece neles
(14:17); também seremos conhecidos através do amor (13:34-35).
e) O Povo de Deus. Embora a Palavra “igreja” não possa ser encontrada no evangelho de
João, a idéia sem dúvida alguma está presente. Ser discípulo é ser automaticamente
membro do rebanho cujo pastor é Jesus, (cap. 10). A vida dos discípulos é caracterizada
por um amor que segue o exemplo do mestre, o qual humildemente lavou os pés dos seus
discípulos (13:1-20, 34ss). Tal amor faz contraste com a atitude do mundo, que odeia e
persegue os discípulos (15:18 – 16:4, 32ss), e seu resultado é que a igreja mostra aquela
unidade pela qual Jesus orou (cap.17).
f) Escatologia. Jesus dessa maneira olha para continuação da existência da igreja depois
da Sua glorificação (14:12). Em antecipação ao Seu segundo advento, Ele promete vir à
igreja (14:18) na pessoa do Espírito. O Espírito vem ao discípulo individual (7:37-39) e à
igreja (14:16, 26; 15:26; 16:7-11, 13-15), e a sua função é tomar o lugar de Jesus na
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qualidade de outro “Consolador” e de glorificá-lo. Os seus discípulos já participam da vida
eterna.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ALMEIDA, João Ferreira de. – Bíblia Sagrada. Edição corrigida e revisada fiel ao texto
original. Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, 1.994, 1.995, São Paulo, SP, Brasil.
DODD, Charles A. A Interpretação do Quarto Evangelho. São Paulo: Paulinas, 1977.
DATLER, Frederico. Sinopse dos Quatro Evangelhos. 3ª ed. São Paulo: Paulinas, 1986.
DE LA CALLE, Francisco. Teologia dos Evangelhos de Jesus. São Paulo: Paulinas, 1978.
KOESTER, Helmut. Introdução ao Novo Testamento - História e Literatura do
Cristianismo Primitivo. São Paulo: Paulus, 2005.
KONINGS, Johan. Evangelho Segundo João - Amor e Fidelidade. São Paulo: Loyola,
2005.
LÉON-DUFOUR, Xavier. Os Evangelhos e a História de Jesus. São Paulo: Paulinas, 1972.
SANTOS, Bento Silva. Teologia do Evangelho de São João. Aparecida: Santuário, 1994.
REICKE, Bo Ivar. História do Tempo do Novo Testamento. São Paulo: Paulus, 1996.
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Prova n°01 – QUESTIONÁRIO
1. Qual a melhor definição para o termo Teologia? Assinale com (X) a alternativa correta.
a) ( ) Teologia é um curso para formação de obreiro que almejam o pastorado.
b) ( ) Teologia é a ciência que trata do nosso conhecimento de Deus e das coisas divinas.
c) ( ) Teologia é a um estudo para debater conhecimentos filosóficos e religiosos.
d) ( ) Teologia é a ciência que doutrinas da Igreja.
2. "Novo Testamento" quer dizer, de fato, "Novo Pacto" em contraste com a antiga aliança. O
vocábulo "testamento" transmite-nos a ideia de uma última vontade, e só passa a ter efeito na
eventualidade da morte do testador. Assim é conforme Hebreus 9:15-17, o novo pacto entrou
em vigor quando? Assinale com (X) a alternativa correta.
a) ( ) Nascimento de Jesus
b) ( ) Ministério de Jesus.
c) ( ) Morte de Jesus.
d) ( ) Ressureição de Jesus.
3. Era da tribo de Benjamim, nativo da cidade de Tarso, tinha cidadania romana como direito de
nascença, de família influente, tinha herança judaica, grega e romana. Sua natureza era
profundamente religiosa. Era homem educado em toda cultura secular. Assinale com (X) a
alternativa correta.
a) ( ) Simão Pedro
b) ( ) Paulo de Tarso
c) ( ) José de Arimateia.
d) ( ) Nicodemos
4. A santificação, o crescimento na graça são fruto do viver no Espírito. O Espírito Santo é
Deus operando no aperfeiçoamento do Corpo de Cristo, a Igreja. Assinale com (X) a
alternativa correta.
a) ( ) A Igreja aparece como local onde cultuamos a Deus.
b) ( ) A Igreja aparece como um grupo de pessoas que adora a Deus.
c) ( ) A Igreja aparece como um grupo de pessoas que vai ao templo.
d) ( ) A Igreja aparece como corpo onde Cristo é a cabeça.
5. O Evangelho de João é singular. Mateus, Marcos e Lucas são chamados evangelhos sinóticos
(semelhantes). Enquanto os Sinópticos mencionam apenas uma Páscoa, parecendo limitar o
ministério de Jesus a um ano. Quantas pascoas são citadas no Evangelho de João? Assinale
com (X) a alternativa correta.
a) ( ) Uma páscoa
b) ( ) Duas Páscoas
c) ( ) Três Pascoas
d) ( ) NDA