Centro de Competência de Ciências Sociais
1 º Ciclo em Educação Básica
Unidade Curricular de História e Filosofia da Educação
Ano Lectivo 2010/2011
1. ano/ 1.º semestre
O Renascimento
- HumanismoDocente: Dra. Liliana Rodrigues
Discentes:
Grupo G:
Ana Cristina Freitas n.º 2056808
Ana Paula Cunha nº: 2097110
Cristina Rodrigues nº: 2052110
Janete Alves nº: 2072110
Maria João Carvalho nº: 2087410
04 de Janeiro de 2011
“Que obra de arte é o homem: tão nobre no raciocínio; tão vário na capacidade; em forma e movimento, tão preciso e admirável, na acção é como um anjo; no entendimento é como um Deus; a beleza do mundo, o exemplo dos animais.”
Hamlet, William Shakespeare
Resumo
A realização deste trabalho tem como objectivo desenvolver o tema: o Renascimento -
Humanismo, procurando assim, definir estes conceitos e demonstrar as relações existentes entre
eles.
O Renascimento foi considerado como uma reedição da antiguidade. Além dos seus
representantes terem como base as obras antigas, obtiveram projectos originais e inovadores.
Este movimento filosófico e literário, originado na Itália, na segunda metade do século
XIV e sucessivamente divulgado no resto da Europa, apresenta o humanismo como sua
principal característica. O aspecto principal do Humanismo renascentista é a liberdade do
Homem, ao contrário do conceito medieval, submetido à igreja. O Humanismo vê um homem
livre em relação à natureza e à sociedade. Restituindo deste modo, a dignidade humana.
O termo humanismo deriva do latim humanitas, definido por Cícero como a cultura que
diferencia o homem civilizado da natureza e da barbárie.
O Humanismo e o Renascimento são dois momentos do mesmo movimento, tendo por
base os mesmos fundamentos: 1) a dignidade da natureza humana; 2) livre investigação da
natureza física, sem sujeição à autoridade de Aristóteles e à autoridade religiosa.
Índice
Introdução
-Renascimento
Capítulo I:
-Humanismo
Capítulo II:
-Educação Humanista nos Países Germânicos
-Educação Humanista em Espanha
-Educação Humanista em Itália
-Educação Humanista em Portugal
-Educação Humanista em França
-Educação Humanista em Inglaterra
Conclusão
Introdução
O presente trabalho, integrado na cadeira História e Filosofia da Educação,
orientada pela docente Liliana Rodrigues, aborda a temática do Renascimento –
Humanismo.
Abordaremos, assim, neste trabalho as relações eminentes do Renascimento –
Humanismo.
Numa primeira análise, faremos uma breve introdução teórica sobre o que é o
Renascimento, a sua origem, os principais factores que impulsionaram este movimento
e a sua importância na cultura moderna.
Partindo desta análise do que o Renascimento, iremos abordar o Humanismo,
visto que esta intrinsecamente ligado Renascimento.
No entanto, nos manuais o humanismo costuma ser tratado isoladamente do
Renascimento. Na realidade os dois períodos constituem diversos aspectos de uma única
civilização, a civilização renascentista que se representa por uma mudança de atitude do
homem, nos problemas da vida e do mundo.
Para finalizar o nosso trabalho, iremos referir a educação humanista em
diferentes países da Europa e os seus principais representantes.
O Renascimento
Renascimento ou renascença é a designação do período da história marcado por
uma renovação cultural, económica e social que se produziu na Europa nos sécs. XV e
XVI, com as grandes descobertas e o nascimento do capitalismo moderno.
Na Idade Média os acontecimentos eram vistos de acordo com os ideais
religiosos. As ocorrências da vida terrenas e históricas explicavam-se pela vontade de
Deus.
Portanto, a ciência a literatura e a arte daquela época estavam sujeitas à reflexão
e à aceitação religiosa. Ao longo do século XIV, a Itália e o resto da Europa incidiram
as suas atenções para uma vida concreta e terrena, alterando o seu modo de pensar e de
compreender de modo diferente os factos da vida terrena, onde o homem passou a
primeiro plano sendo os acontecimentos determinados pela sua vontade.
No Renascimento, o mundo aparece como panorama das acções humanas, e não
como vontade divina. A natureza adquire uma nova visão por parte dos renascentistas,
passando a ser objecto de observações e estudos, atraindo assim as atenções. Segundo
os renascentistas, a fé inabalável na natureza fez com que acreditassem que a
inteligência e a liberdade do homem são ilimitadas, logo para este ser livre só teria que
seguir as leis da sua natureza. Leon Battista Alberti (1404-1472), afirma, que o homem
é o artífice do seu próprio destino. Esse conceito de homem ideal, faz renascer a ideia
platónica do homem. Relaciona-se de um optimismo utópico, que teve como impacto a
grande evolução e apoiou o aparecimento da cultura moderna.
O termo Renascimento traduz, a continuação da vida económica, social e
cultural que originou-se na Itália e posteriormente no resto da Europa. Designando-se
“Renascimento” em virtude da redescoberta e revalorização da cultura da antiguidade
clássica, que orientaram as mudanças deste período em rumo a um ideal humanista e
naturalista.
O Renascimento foi um movimento que trouxe modificações no modo de vida,
caracterizou-se pela mudança na qualidade da obra intelectual, e pelo aumento da
quantidade cultural, revelando-se particularmente na arte, na literatura e na filosofia. O
principal factor da novidade renascentista não terá sido apenas a ressurreição da
sabedoria antiga, mas sim a seu alargamento e aprofundamento com a criação de novas
ciências e disciplinas, ou seja, de uma nova concepção do mundo e do homem num
novo conceito de ensino e educação.
O pensamento pedagógico Renascimento terá influenciado directamente a
educação através da teoria heliocêntrica, defendida por Copérnico, matemático e
astrónomo polaco (1473 – 1543). Segundo este o sol é o verdadeiro centro do sistema
solar, teoria que veio opor-se à teoria geocêntrica, onde o sol e a lua giravam em torno
da Terra, teoria defendida por Cláudio Ptolomeu, célebre astrónomo, geógrafo e
matemático. As grandes navegações do século XIV, favoreceram em grande parte o
pensamento pedagógico, dando origem ao capitalismo comercial, a invenção da
imprensa realizada por Gutenberg, que permitiu a divulgação dos clássicos greco-
romanos, da Bíblia e de outras obras, até então manuseadas apenas pelos “monges
copistas” dentro de Mosteiros e abadias. Divulgou assim a cultura e educação das
massas e a invenção da bússola que permitiu as grandes navegações que amplificaram
os horizontes geógrafos e culturais e ofereceram o contacto europeu com outras
culturas, contribuindo para derrubar os ideais religiosos ate então tido como verdades
absolutas.
O Humanismo
O Humanismo considera-se como uma forma de estar que eleva o ser humano
como o ser mais relevante numa escala de aspectos importantes. Esta perspectiva é
comum a uma grande variedade de posições éticas que dão muita importância à
dignidade, aspirações e capacidades humanas, nomeadamente a racionalidade. Esta
atitude de valorização do Homem e do conhecimento e busca da Verdade sobre ele
próprio e sobre o mundo surge no período do Renascimento. Esta Era foi marcada por
metamorfoses em muitas áreas da vida humana, que assinalam o fim da Idade Média e o
começo da Idade Moderna. As transformações que se assistiram deram-se ao nível
cultural, social, económico e religioso. Porém, o conceito Renascimento surge para
denominar as alterações ao nível das artes, da filosofia e das ciências.
O humanismo renascentista espelhava uma estrutura social caracterizada pela
diferenciação profunda da sociedade em classes produtoras e em classes dirigentes.
Porém, o humanismo renascentista foi enriquecido pela contribuição cristã, que admitia
a igualdade entre homens perante Deus e limitou-se em grande parte a alargar a
concepção humanista no domínio religioso. A melhoria do estatuto social não garantia o
acesso aos valores da cultura, mas é um impulsionador.
Entre muitos humanistas que ficaram na história, destaca-se Erasmo de Roterdão
(1466 - 1536) que tornou-se um pregador da rectidão. Erasmo passou a sua vida entre
Paris, Lovaina, Inglaterra e Basileia, onde desenvolveu as suas actividades académicas e
travou experiência com grandes personalidades do seu tempo como Henrique VIII, rei
de Inglaterra e Thomas More, outro grande humanista. Tinha convicção de que era
necessária uma aprendizagem sadia sem intromissão dos assuntos da Igreja e do Estado,
e tentou aliviar os métodos de ensino do ensino Escolástico marcado pelo rigor e
formalismo tradicional da época medieval. Erasmo interagiu com muitos homens
ligados à política e pensadores do seu tempo, e a sua concepção sobre variados assuntos
era consultada e procurada sedentamente, mas nem sempre aplicada na prática.
Thomas More (1478 – 1535) é outro dos grandes vultos do Humanismo. Foi um
homem de Estado, diplomata, escritor, advogado e homem de leis. Ocupou o cargo de
“Lord Chancellor” de Henrique VIII de Inglaterra. Porém, por não reconhecer o seu rei
Henrique VIII como líder da Igreja do seu país, é condenado à pena capital. Por sua vez,
a Igreja considera-o como modelo de fidelidade, pois figurou na luta da liberdade
individual contra o poder prepotente. Foi canonizado no séc. XX e a Igreja reserva o dia
22 Junho para a celebração da sua existência. Uma das suas grandes obras literárias é a
“Utopia” onde More idealiza uma sociedade racionalmente formada, onde todos têm os
mesmos direitos e deveres e dedicam-se à leitura e à arte. A organização da sociedade
idealizada por More visa dissolver a desigualdades e estimular a equitativa distribuição
de bens por todos. A defesa dos direitos da consciência é o marco que este humanista
perpetuou. No ano 2000, São Thomas Mores foi reconhecido como “Patrono dos
Estadistas e Políticos” pelo Papa João Paulo II.
Entre outros grandes humanistas destaca-se também o português Damião de
Góis (1502 -1574). Descendente de uma família nobre, passou dez anos da sua infância
na corte de D. Manuel como moço de câmara. Em adulto tornou-se diplomata e fez
várias missões ente Portugal e Europa. Em determinada altura da sua vida, dedica-se
exclusivamente aos seus propósitos humanistas e torna-se amigo íntimo de Erasmo com
quem conviveu em Basileia, que o orientou nos seus estudos e na sua escrita. Dom João
III trouxe-o de volta para Portugal libertando-o da prisão originada da invasão da
Flandres. É nomeado pelo cardeal D. Henrique para escrever a crónica oficial do rei D.
Manuel I. Esta obra não agradou a algumas famílias do reino e desde então passou a ser
perseguido, processado pelo Santo Ofício e o seu fim seria trágico, pois foi encontrado
morto com suspeitas de assassinato. Este humanista foi um dos espíritos mais críticos da
sua época e estabeleceu verdadeiros traços de união entre Portugal e a Europa erudita do
século XVI.
A Educação Humanística nos Países Germânicos
No século XV a Renascença alargou-se da Itália para o resto da Europa, onde
obteve aí mais reflexão.
O movimento humanista manifestou-se na Holanda e ocidente da Alemanha
através da ordem de Jerónimos designada por “Irmãos da vida em comum”, fundada por
Gerard de Crote, no século XIV.
Em primeiro lugar, esta ordem ensinava a educação moral e religiosa com ajuda
de Tomás Kempi e depois os estudos humanistas, dirigida pelo Reitor Alexandre
Hegius, em 1465 a 1498.
Posteriormente, estas mesmas escolas administravam os estudos humanistas que
compreendiam o latim, o grego, a lógica, a retórica, os estudos de Euclides, Aristóteles,
Platão, a teologia e o direito romano.
Estas escolas dividiam-se em oito cursos graduados e cada um em várias turmas
pois os seus alunos eram bastantes.
Houve grandes personalidades que passaram por esta escola, sendo eles, Hegius,
Agrícola, Sturm e principalmente Erasmo.
Na Alemanha, além destas escolas, surgiram os Ginásios e os Colégios
Secundários, em que também ensinavam o latim, o grego e outras matérias humanistas.
Podemos citar alguns educadores e pedagogos humanistas:
Rudolphus Agrícola( 1443-1485): Foi um verdadeiro fundador da cultura
humanista germânica, conhecido pela sua personalidade e pela sua actuação literária,
pois os seus escritos pedagógicos nunca chegaram até nós.
Achou importante o estudo da filosofia, por que segundo a sua opinião, esta
ajudava a pensar, a julgar e agir moralmente.
Existiu para este educador três maneiras de aprender:
Perceber o que se lê e o que se aprende;
Memorizar o que se percebeu;
Dar algo de pessoal.
Jacob Winpheling (1450-1528): Formou o colégio de Estrasbugo e o mais
importante foi a formação moral e religiosa.
Erasmo (1465-1536): O maior dos humanistas e um pensador notável da
Renascença.
Viveu e trabalhou nos vários países da Europa. Estudou na escola “Irmãos da
vida comum”. Foi um estudioso, um investigador, nas áreas do saber incluindo na
educação. Escreveu importantes trabalhos, tais como “Colóquios” “ A educação do
Homem Cristão”. Seguiu as ideias de Quintiliano.
Na opinião de Erasmo o fim da educação processa-se da seguinte maneira:
O jovem espírito recebe as sementes da piedade;
Amar e receber os estudos liberais;
Preparação para os deveres da vida;
Os primeiros estudos sejam baseados nas boas maneiras.
Erasmo, defendia que o idioma aprendia-se através do exercício e não pela
gramática. Achava de extremas importância os estudos literários e religiosos.
A Educação Humanística em Espanha
Esta educação iniciou-se fins do século XV e início do Século XVI.
Adoptaram as ideias de Erasmo e surgiu assim um grande movimento humanista
dando origem à Universidade de Alcalá findada pelo Cardeal Cisneros e o colégio
Trilingue, onde ensinavam o latim, o grego e o hebreu, em 1500.
Um dos monumentos humanistas foi a elaboração da célebre “ Bíblia Poliglota”.
Foi fundada a Universidade de Salamanca, onde grandes humanistas ensinaram,
tais como, Frei Luís Leão e Francisco Vitoria.
Nas outras escolas vigoravam as culturas escolásticas e os métodos tradicionais.
O humanismo espanhol é uma passagem entre a cultura medieval e a clássica
onde vigora o carácter literário e religioso a nível dos estudos geográficos e
cartográficos.
Os educadores humanistas espanhóis foram:
Juan Luís Vives ( 1412-1540): Foi o maior humanista espanhol e europeu.
Seguiu os mesmos ideais de Quintiliano e Erasmo, no entanto teve as suas
próprias opiniões.
Em termos de educação baseou-se na psicologia, ou seja, achava que para
ensinar devemos usar as nossas próprias impressões ou sensações para chegar à
imaginação e depois à razão.
Recomendava que cada mestre deveria fazer um estudo psicológico a cada aluno
para depois lhe dedicar o trabalho que melhor lhe adequasse.
Vives também achava que a língua materna devia ser usada para que os alunos
percebessem melhor as outras línguas clássicas ensinadas pelos seus mestres.
Huarte de San Jaun: Foi autor do “ Exame de Engenho para Ciências “, em que
estudava a psicologia e o estudo das aptidões de valor pedagógico.
Ponce de Leon (1520-1584); Estabeleceu o primeiro método para o ensino dos
surdos-mudos; a gramática Nebrija. Incentivou o uso da língua vernácula na ciência e
no ensino.
A Educação Humanística em Itália
No século XIV na Itália nasceu um novo movimento, a Renascença. A
Renascença foi um movimento que permitiu que o homem mudasse a sua forma de ver
as coisas do mundo.
As principais cidades-estado em que este movimento teve mais impacto foram
Florença e Veneza, estabelecendo uma comparação com Atenas e Roma na época
clássica.
A educação humanista não era considerada erudita. As línguas como o latim e o
grego eram ditas como instrumentos ou meios do novo movimento, ou seja, pelo
desenvolvimento da personalidade de cada pessoa, liberdade de pensar e de agir,
conceito terreno, prazeres da vida.
Em Mântua, Vittorino da Feltre, criou a Casa Alegre (Casa Giocosa) em que os
jovens tinham uma educação cristã, juntamente com uma educação humanista, que
consistia nas disciplinas de educação física, estética e intelectual. Começo da
independência escolar.
O ideal da educação humanista teve mais impacto no ensino e cultura superior.
Como por exemplo na corte dos Medicis, em Florença, que era uma das mais
importantes das cortes dos príncipes italianos.
Em Itália, o ideal de um homem cortesão era que este praticasse exercícios
físicos: salto, corrida, natação, luta, equitação, jogo de pelota, dança e caça.
Intelectualmente o cortesão ideal tinha que saber escrever e falar muito bem e sem erros
o latim e o italiano ter conhecimento de música e pintura.
Alguns humanistas mais destacados de Itália:
Petrarca (1304-1374): entendido nos clássicos, poeta duma poesia espiritual
profunda;
Guarino de Verona (1374-1460): valorizou a língua e a cultura helênicas latinas,
defensor da gramática e da retórica;
Pietro Paolo Vergerio (1370-1444): diferente de Guarino e de Feltre, considera
que as letras clássicas são fins delas próprias;
Vittorino da Feltre (1378-1446): defendia uma educação individualizada, o auto-
governo do aluno e a competição;
Leon Battista Alberti (1404-1472): aconselho o ensino da língua materna com as
línguas clássicas como também os exercícios físicos. Defendia que o repouso fazia mal
as crianças e os exercícios ajudavam-nas.
A Educação Humanística em Portugal
O humanismo entrou em Portugal nos finais do Século XV, por volta de1485,
com a chegada do italiano Cataldo Parísio Sículo, que tinha sido contratado para
preceptor de D. Jorge de Lencastre depois como orador, e secretario dos assuntos latinos
na corte portuguesa.
Na corte portuguesa o italiano Cataldo incrementou variadas actividades sendo o
responsável pela correspondência diplomática da corte portuguesa e diversos discursos.
Foi durante o século XVI que o humanismo teve o seu período mais glorioso em
Portugal. Este período coincidiu com o regresso do bolseiro portugueses que estavam a
estudar em universidades do estrangeiro. Estes ao preencherem os cargos de decisão na
universidade, nos mosteiros e nos colégios fizeram com que o ensino humanístico fosse
ensinado no ensino superior.
Durante o reinado de D. João III, em 1537, a que o ensino humanista chegou a
universidade de Coimbra, assim o latim se tornou comum no ensino. Os primeiros
centros humanistas em Portugal foram Coimbra, Lisboa, Évora e Braga.
É fundado o Colégio das Artes para o ensino das humanidades, em que o André
de Gouveia é nomeado director.
Na universidade de Lisboa restringe-se o ensino aos moços fidalgos da corte e ao
círculo literário da Infanta D. Maria.
Em Portugal o tipo de humanismo mais divulgado entre os humanistas
portugueses e humanistas estrangeiros residentes em Portugal era o humanismo cristão
cujo maior defensor era Erasmo.
Alguns humanistas portugueses:
Diogo de Teive (1514-1569) - viveu no século XVI. Foi preso pela Inquisição
em 1550, acusado de heresia religiosa
Damião de Góis (1502-1574) - era um dos humanistas portugueses mais
interventivo do seu século, era um elo de ligação entre Portugal e a Europa.
Manuel Álvares (1526-1582) - foi um humanista que nasceu na Madeira.
A Educação Humanística em Inglaterra
A educação humanista em Inglaterra, chegou através da influencia de alguns
pedagogos que estudavam em universidades de Florença (Itália). Estas novas doutrinas
foram implementadas nas principais universidades e posteriormente no ensino
secundário, implementando o ensino das línguas clássicas, gramática, jogos e desportos
físicos. Sendo pela 1ª vez implementado o ensino da língua Inglesa.
A educação Humanista generalizou-se pelas principais universidades, sendo
criadas cátedras de latim e grego, assim como novos colégios, com a implementação de
uma cultura mais humanista.
Nesta época, na Inglaterra não existiam grandes pedagogos na educação, mas
podemos destacar alguns, que tiveram um papel relevante na reforma da educação
humanista no ensino em Inglaterra, tais como: John Colet, na escola de São Paulo e
Thomas Elyot que lançou a obra “o livro chamado Governador”
A Educação Humanística em França
A educação humanística em França chegou em meados do século XVI, por
influência da cultura renascentista vinda de Itália por alguns escritores. O ensino em
França é dominado pelas ordens religiosas, em especial a universidade de Paris.
Os pedagogos Rabelais e Montaigne foram os impulsionadores da educação
humanística e implementaram o ensino da teoria da literatura.
É nesta altura que o pedagogo Rebelais defende uma educação na relação com a
natureza, dando um maior significado e importância às ciências da educação. Defende
também o ensino da literatura dos clássicos, latim, grego e as ciências exactas.
O pedagogo Montaigne defende uma educação inspirada no realismo e
naturalismo e defende a implementação de uma maior literacia nas escolas. A educação
deve incidir sobre o aluno, na sua formação desde a sua infância, os educadores devem
mostrar aos alunos o exterior das coisas, orientando e preparando-os para o caminho que
devem seguir.
Assim sendo, o seu humanismo da educação incide mais sobre a formação moral
e intelectual do pensamento individualizado do aluno ajudando-o a descobrir.
Conclusão
Com a realização deste trabalho pudemos compreender o impacto e a
importância do Renascimento, não só para a história da educação, mas também das
nossas origens socioeconómicas.
A Renascença foi uma Época que se pode considerar como o início dos tempos
modernos, pois deram-se grandes avanços na ciência onde o homem passou a ter
principal destaque ao contrário dos ideais da Idade - Média, embora extremamente
desiguais nas suas condições sociais e culturais, iniciam-se na busca da Verdade. A
procura dos espaços do mundo, do conhecimento científico e do próprio ser, impulsiona
o ser humano na maior tomada de consciência da sua existência. O humanismo
caracterizou-se no Renascimento, não apenas pelos conhecimentos literários existente
mas pela busca de condições médicas, artesanais, mecânicas e artísticas. A Renascença
foi o regenerar das nossas crenças individuais e o desenvolvimento do culto pela pessoa
humana em geral. O Renascimento foi a era que fez ressurgir no homem a busca da
Verdade e da razão, usando o manifesto das artes para exprimir a beleza do próprio ser
humano e da vida, tal como os primeiros filósofos na época clássica aspiraravam.
Bibliografia
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Edição Fevereiro 2008.
GOMES, Raul, Educação e Humanismo, Porto – Portugal: Editorial Inova Limitada.
LUZURIAGA, Lorenzo, História da Educação e da Pedagogia – Actualidades Pedagógicas,
Vol. 56.
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DELUMEU, J, A civilização do Renascimento, vol II, editorial estampa, Lisboa 1984.
CAMBI, Franco, História da Pedagogia.
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http://www.webartigos.com/articles/8796/1/A-Educacao-No-Renascimento
http://pt.shvoong.com/humanities/linguistics/795557-humanismo-na-literatura-
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http://www.webartigos.com/articles/8796/1/A-Educacao-NRenascimento/pagina1.html#ixzz17ep0EOTS
http://www.notapositiva.com/dicionario_historia/renascimento.htm