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Unidades avulsas de beneficiamento de resíduo de construção
Há alternativas de unidades para manejo de frações do resíduo de construção, que podem ser
implantadas nas ATTs, nos aterros e nas recicladoras. Uma delas é a unidade de reciclagem de reciclagem de reciclagem de reciclagem de
madeiramadeiramadeiramadeira, baseada na triagem, beneficiamento e expedição de produtos de madeira de reuso ou
reciclada. Outra é a recuperadora de solorecuperadora de solorecuperadora de solorecuperadora de solo, para triagem e armazenamento de subtipos de solo
em separado. Esta unidade pode ser dotada de uma separadora de solo, para separar este
material de outros, como madeira, pneus, podas...
Figura 35 - Foto de recuperadora de solo, mostrando a alimentação e o
transportador de correia (fonte: I&T – Informações e Técnicas, São Paulo/
SP).
Há também a unidade de processamento de podasprocessamento de podasprocessamento de podasprocessamento de podas, com encaminhamento das peças grandes
para a reciclagem de madeira e compostagem das folhas.
Algumas ATTs contam com desmontadoras de volumososdesmontadoras de volumososdesmontadoras de volumososdesmontadoras de volumosos, onde se recuperam metal, madeira,
plástico e outros materiais dos resíduos volumosos (móveis, equipamentos domésticos,
grandes embalagens etc. 17).
Há ainda unidades de produção de artefatos de concretunidades de produção de artefatos de concretunidades de produção de artefatos de concretunidades de produção de artefatos de concretoooo com agregado reciclado, como blocos
de vedação, pisos, meios-fios e outros componentes.
A decisão de implantar essas unidades depende das diretrizes do órgão de limpeza pública, de
suas articulações com serviços de obras (para uso com produtos obtidos), da quantidade de
resíduos e de recursos disponíveis, além da realidade local de produção e consumo de
materiais com os quais os produtos recuperados ou reciclados terão que competir.
Este guiaEste guiaEste guiaEste guia contém, mais adiante, contém, mais adiante, contém, mais adiante, contém, mais adiante, um um um um item sobre reciclagem de resíduo de item sobre reciclagem de resíduo de item sobre reciclagem de resíduo de item sobre reciclagem de resíduo de construção, onde algumas destas unidades serão mais bem explicadas.construção, onde algumas destas unidades serão mais bem explicadas.construção, onde algumas destas unidades serão mais bem explicadas.construção, onde algumas destas unidades serão mais bem explicadas.
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Pontos de recepção de pequenos volumes
A nova gestão de resíduos de construção em municípios prevê soluções para pequenos e
grande geradores. Alguns municípios consideram pequenos geradores aqueles que geram
menos de 1 m3 ou 2 m3 por dia12.
Para esses geradores, deve-se criar rede de pontos de recepçãorede de pontos de recepçãorede de pontos de recepçãorede de pontos de recepção distribuídos pela cidade
segundo algumas diretrizes básicas:
• Os pontos devem ser locados onde há número significativo de deposições irregulares,
preferencialmente perto das grandes.
• Suas posições devem facilitar o acesso dos usuários, considerando que muitos deles
transportarão os resíduos em carrinhos de mão, carroças a tração animal, pequenos
veículos e até mesmo a pé. Assim, obstáculos urbanos podem dificultar o acesso,
incentivando as deposições irregulares. Exemplos destes obstáculos são: grandes vias
movimentadas; morros ou terrenos íngremes; rios sem ponte; ferrovias; parques etc.
Analisando pontos de recepção já implantados em várias cidades, pode-se afirmar que não há
impedimentos quanto à locação perto de residências, pois os materiais recebidos são em geral
inertes e não perigosos.
Há também a possibilidade de associar a instalação do Ponto de Recepção com coletores
autônomos avulsos, que operem na região do ponto.
Um ponto de recepção é formado basicamente pelos elementos:
• Terreno com dimensões variáveis, dependendo da capacidade de recepção. Um ponto de
recepção padrão ocupa área aproximada de 600m2, mas pode-se viabilizar instalações com
terrenos de até 100m2.
• Cercamento com portão e cerca viva (desejável).
• Sinalização com placa.
• Guarita de alvenaria, madeira ou fibra de vidro e sanitário pequeno.
• Rampa e local para estacionamento de caçambas brooks (caixas estacionárias de aço).
• Baias descobertas e cobertas para estoque provisório de resíduos triados.
• Iluminação externa, energia elétrica, água, esgoto.
• Cobertura do piso com pedra convencional ou reciclada.
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Figura 36 - Representação de um ponto de recepção de pequenos volumes (fonte: I&T –
Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).
Figura 37 - Fachada de um Ponto de
Recepção de Pequenos Volumes (fonte:
I&T – Informações e Técnicas, São Paulo/
SP).
Figura 38 - Vista interna de Ponto de
Recepção de Pequenos Volumes (fonte:
I&T – Informações e Técnicas, São Paulo/
SP).
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Figura 39 - Baias para armazenamento de
resíduos (fonte: I&T – Informações e
Técnicas, São Paulo/ SP).
Figura 40 - Transferência de resíduos para
as caçambas brooks (fonte: I&T –
Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).
Figura 41 - Usuário de Ponto de Recepção
(fonte: I&T – Informações e Técnicas, São
Paulo/ SP).
Figura 42 - Usuários de Ponto de
Recepção (fonte: I&T – Informações e
Técnicas, São Paulo/ SP).
Figura 43 - Usuários de Ponto de
Recepção (fonte: I&T – Informações e
Técnicas, São Paulo/ SP).
Figura 44 - Alternativa para Ponto de
Recepção (fonte: I&T – Informações e
Técnicas, São Paulo/ SP).
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Resultados da existência de áreas de manejo de resíduos de
construção no meio urbano
A associação de ATTs, aterros de resíduo de construção, recicladoras de resíduo de construção,
Pontos de Recepção e de outras unidades, cria condições para uma gestão adequada de resíduo
de construção na cidade, reduzindo a quantidade aterrada, aumentando a quantidade
reutilizada e reciclada e reduzindo deposições irregulares.
Comparando as duas figuras a seguir, observa-se a mudança que se espera. As áreas de
manejo de resíduos de construção apresentadas neste item podem ser dispostas no meio
urbano, pois são implantadas com cuidados na minimização de impactos ambientais e não
armazenam ou processam resíduos perigosos em grandes quantidades.
Assim, forma-se uma rede de pontos para onde o resíduo pode ser levado, formada por áreas
próximas aos locais de geração. Os transportadores podem trafegar menos com o material,
reduzindo custos de transporte e aumentando o número de viagens por dia. Esses fatores
inibem a deposição irregular que, entretanto, só será totalmente eliminada com ação firme de
fiscalização e punição dos infratores por parte dos órgãos de limpeza pública.
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 14
SITUAÇÃO ATUALSITUAÇÃO ATUALSITUAÇÃO ATUALSITUAÇÃO ATUAL
1. A CIDADE CRESCE E HÁ GRANDE GERAÇÃO DE
RESÍDUOS.
2. HÁ CADA VEZ MENOS LOCAIS DE RECEPÇÃO DE
RESÍDUOS, QUE COMEÇAM A COBRAR PELO
RECEBIMENTO. OS CUSTOS DE GERENCIAMENTO DO
RESÍDUO AUMENTAM CONSIDERAVELMENTE.
3. ESSAS DIFICULDADES INCENTIVAM PRÁTICAS
IRRESPONSÁVEIS, COMO DEPOSIÇÕES IRREGULARES E
OPERAÇÃO DE ATERROS CLANDESTINOS.
4. OS CUSTOS DE CORREÇÃO DOS PROBLEMAS
AMBIENTAIS AUMENTAM BASTANTE, ONERANDO OS
COFRES PÚBLICOS.
SITUAÇÃO COM GERENCIAMENTO DIFERENCIADO:SITUAÇÃO COM GERENCIAMENTO DIFERENCIADO:SITUAÇÃO COM GERENCIAMENTO DIFERENCIADO:SITUAÇÃO COM GERENCIAMENTO DIFERENCIADO:
1. A CIDADE CRESCE E HÁ GRANDE GERAÇÃO DE
RESÍDUOS.
2. HÁ VÁRIAS OPÇÕES DE DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS
DE CONSTRUÇÃO, O QUE DIMINUI AS DISTÂNCIAS A
PERCORRER E OS CUSTOS DE OPERAÇÃO.
3. O ACESSO ÀS ÁREAS DE RECEPÇÃO TORNA-SE
MUITO MAIS FÁCIL, PRINCIPALMENTE PARA OS
PEQUENOS GERADORES.
4. A QUANTIDADE E O TAMANHO DAS DEPOSIÇÕES
IRREGULARES DIMINUEM, REDUZINDO OS GASTOS
PÚBLICOS COM GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE
CONSTRUÇÃO E MELHORANDO A QUALIDADE
AMBIENTAL.
LEGENDALEGENDALEGENDALEGENDA
ZONA OCUPADA PELA CIDADE
LOCAIS AUTORIZADOS A RECEBER RESÍDUOS DE
CONSTRUÇÃO
LIMITE DA ÁREA ABRANGIDA PELA REDE DE LOCAIS
AUTORIZADOS A RECEBER RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO
DEPOSIÇÕES IRREGULARES
LOCAIS PARA RECEPÇÃO DE RESÍDUOS DE
CONSTRUÇÃO JÁ ESGOTOS
PONTO DE RECEPÇÃO DE PEQUENOS VOLUMES
ÁREA DE TRANSBORDO E TRIAGEM
Figura 45 – Ilustração das diferenças entre o modo de gerenciamento de resíduos de construção praticado
atualmente o gerenciamento diferenciado baseado na Resolução Conama 307/2002, nas normas da ABNT
e em ações adotadas por administrações municipais no Brasil (baseado em Pinto, 1999).
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ATIVIDADE 4. GESTÃO DE RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO NO MEIO URATIVIDADE 4. GESTÃO DE RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO NO MEIO URATIVIDADE 4. GESTÃO DE RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO NO MEIO URATIVIDADE 4. GESTÃO DE RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO NO MEIO URBANOBANOBANOBANO
Nesta atividade, vamos simular a gestão de resíduos de construção em uma cidade, para
pensarmos junto sobre o que pode interferir nisso.
a) Analise a figura da cidade e identifique:
• As principais regiões geradoras de resíduo de construção.
• Os “estruturadores urbanos”: grandes vias e rodovias; córregos e rios; áreas com grande
declividade; grandes áreas cercadas como campus de faculdades, hospitais, escolas,
parques, zoológicos, penitenciárias; ferrovias; morros e grandes depressões; aeroportos;
indústrias; várzeas etc.
• Os aterros de resíduo de construção existentes.
• As regiões com áreas livres e terrenos baldios.
b) A partir das regiões geradoras, dos estruturadores urbanos e das posições dos aterros, os
participantes discutirão quais as formas de destinação de grandes volumes de resíduo de
construção para:
• Coletores operando com caçambas metálicas ou basculantes.
• Coletores operando com pequenos veículos.
• Coletores operando com carroças a tração animal.
• Coletores operando com carrinhos de mão.
• Munícipes operando com veículos próprios de pequeno porte.
(Identificar facilidades, dificuldades e comportamentos esperados de cada um destes agentes.
Quanto tempo demorará cada viagem? Quais as distâncias a percorrer? Quais locais poderiam
ser escolhidos para dispor o resíduo de construção irregularmente? Quais impactos dos fatores
analisados nos custos de destinação e na lucratividade dos coletores?)
c) Idem para pequenos volumespequenos volumespequenos volumespequenos volumes de resíduo de construção.
d) Idem para resíduos volumososresíduos volumososresíduos volumososresíduos volumosos (sofás, carcaças de geladeiras e similares).
e) Os participantes analisarão duas opções de posição de dois novos aterros, implantados após
o esgotamento do aterro existente.
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f) Os passos B-C-D serão repetidos para a nova realidade e os resultados serão comparados
para identificação dos fatores que são fundamentais na definição da gestão do resíduo de
construção em meio urbano.
g) Os participantes definirão uma rede de Pontos de Recepção de Pequenos Volumes:
• A primeira atividade será a definição do volume individual a aceitar, com justificativas.
• A segunda atividade será a identificação de terrenos adequados à implantação dos pontos.
• A terceira atividade será a definição da bacia de captação de cada ponto, considerando os
estruturadores urbanos e a lógica de gestão discutida nos itens B-C-D. Para cada bacia
deverão ser listados os critérios de definição, com justificativas.
• A última atividade será a locação dos pontos e pré-dimensionamento de suas instalações,
de acordo com a capacidade diária prevista.
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 17
RECICLAGEM DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO
Já vimos que o resíduo de construção é composto por materiais reaproveitáveis e agora vamos
conhecer algumas formas de fazer este reaproveitamento.
Reuso e reciclagem de resíduos classe A
A fração mineral é a que tem maior participação no resíduo de construção, representando mais
da metade do total. Desconsiderando-se o solo, esta fração é composta por concreto,
alvenaria, argamassas, azulejos, componentes de concreto, componentes cerâmicos, areia,
pedra e materiais similares. A reciclagem desse material é feita desde o Império Romano, com
bons resultados. Nos Estados Unidos, Europa e Japão esta reciclagem é forte13. No Brasil, ela
começou a ganhar força a partir em 1980 e hoje está em pleno crescimento.
Há três normas da ABNT sobre reciclagem e uso do resíduo de construção:
• NBR 15114/2004. Resíduos sólidos da construção civil. Áreas de reciclagem. Diretrizes
para projeto, implantação e operação19.
• NBR 15115/2004. Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil. Execução
de camadas de pavimentação. Procedimentos20.
• NBR 15116/2004. Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil. Utilização
em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural. Requisitos21.
A reciclagem deste material é relativamente simples, consistindo dos seguintes passos:
• RECEPÇÃO DO MATERIAL E SEPARAÇÃO EM RESÍDUOS DE CONCRETO E RESÍDUOS DE RECEPÇÃO DO MATERIAL E SEPARAÇÃO EM RESÍDUOS DE CONCRETO E RESÍDUOS DE RECEPÇÃO DO MATERIAL E SEPARAÇÃO EM RESÍDUOS DE CONCRETO E RESÍDUOS DE RECEPÇÃO DO MATERIAL E SEPARAÇÃO EM RESÍDUOS DE CONCRETO E RESÍDUOS DE
ALVENARIAALVENARIAALVENARIAALVENARIA13,19,20,21,22: isso é feito porque a areia e a pedra reciclada obtidas do resíduo de
concreto têm mais qualidade para uso em concretos e argamassas. A areia e a pedra que
vêm da alvenaria tem boa aplicação em pavimentação, mas não é tão boa para concretos.
• RETIRADA DE MATERIAIS NÃO MINERAIS E DE GESSORETIRADA DE MATERIAIS NÃO MINERAIS E DE GESSORETIRADA DE MATERIAIS NÃO MINERAIS E DE GESSORETIRADA DE MATERIAIS NÃO MINERAIS E DE GESSO13,19,20,21,22:::: não se pode, de jeito jeito jeito jeito
nenhumnenhumnenhumnenhum, reciclar o resíduo classe A junto com o gesso, pois isso gera expansão no
concreto com reciclado e destrói as peças a serem produzidas35. Também não se pode
reciclar resíduo classe A com outros materiais como papel, plástico, madeira etc.
• HOMOGENEIZAÇÃOHOMOGENEIZAÇÃOHOMOGENEIZAÇÃOHOMOGENEIZAÇÃO13,23:::: consiste em misturar as diversas descargas de resíduo a reciclar
(de concreto ou de alvenaria), pois assim a areia e a pedra ficam mais uniformes. A
homogeneização deve ser feita em todas as etapas, como na trituração, peneiramento e até
na expedição.
• RETIRADA DA FRAÇÃO FINA DO RESÍDUORETIRADA DA FRAÇÃO FINA DO RESÍDUORETIRADA DA FRAÇÃO FINA DO RESÍDUORETIRADA DA FRAÇÃO FINA DO RESÍDUO13,22:::: é possível reciclar o resíduo como vier (parte
graúda e parte miúda), mas a retirada da parte miúda antes da trituração tem vantagens:
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 18
(1) o material já vem “triturado” e basta peneirá-lo, sem precisar gastar dinheiro com
trituração; (2) alguns resíduos têm a parte miúda misturada com solo, grama, serragem,
lodo e outros materiais miúdos – a retirada deles melhora a qualidade da areia e pedra
recicladas. A fração miúda retirada, chamada por alguns de agregado “pré-classificado”,
tem boa aplicação em pavimentação, revestimento primário de vias, cobertura de célula em
aterros e usos similares.
• TRITURAÇÃO DO RESÍDUOTRITURAÇÃO DO RESÍDUOTRITURAÇÃO DO RESÍDUOTRITURAÇÃO DO RESÍDUO13:::: o resíduo de construção tem partículas finas e grandes. Por
isso, é aconselhável triturar o resíduo, reduzindo tudo ao tamanho de areia a pedra. Esta
trituração é feita em britadores de impacto e britadores de mandíbulas. Dá para triturar,
também, em outros tipos de equipamentos, mas isso é menos comum.
• RETIRADA DE CONTAMINANTES APÓS BRITAGEMRETIRADA DE CONTAMINANTES APÓS BRITAGEMRETIRADA DE CONTAMINANTES APÓS BRITAGEMRETIRADA DE CONTAMINANTES APÓS BRITAGEM13:::: usa-se um separador magnético para
retirar fragmentos de metais ferrosos e deve-se, também, retirar pequenos fragmentos de
madeira, papel, plástico etc.
• PENEIRAMENTO DO RESÍDUO TRITURADO:PENEIRAMENTO DO RESÍDUO TRITURADO:PENEIRAMENTO DO RESÍDUO TRITURADO:PENEIRAMENTO DO RESÍDUO TRITURADO: para separar em areia, pedrisco, pedra 1 e pedra
2.
A vantagem do uso do agregado reciclado em pavimentaçãopavimentaçãopavimentaçãopavimentação é que se tolera maior parcela de
materiais não minerais e solo, o que simplifica e barateia a reciclagem e aumenta a quantidade
de resíduo apto a esta aplicação20,21. O agregado reciclado funciona muito bem em
pavimentação, até melhor que o agregado convencional, em muitos casos. Aplica-se em
camadas de reforço de subleito, sub-base e base de pavimentação.
Pode-se obter segurança no serviço seguindo-se as recomendações da norma NBR 15115, que
é bem detalhada20.
Figura 46 - Uso de agregado reciclado em
pavimentação – revestimento primário de
vias (fonte: I&T – Informações e Técnicas,
São Paulo/ SP).
Figura 47 - Via pavimentada com
agregado reciclado nas camadas abaixo
do revestimento asfáltico (fonte: I&T –
Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 19
Quanto ao concretoconcretoconcretoconcreto, pode-se aplicar agregado recicladoagregado recicladoagregado recicladoagregado reciclado em peças não estruturais, sendo
vetado o uso em peças estruturais usadas em fundações, pilares, vigas, lajes21. A definição da
NBR 15116/2004 de concreto com agregado reciclado é: “material destinado a usos como
enchimento, contrapiso, calçadas e fabricação de artefatos não estruturais, como blocos de
vedação, meio-fio (guias), sarjeta, canaletas e placas de muro”.
O veto ao uso em peças estruturais não chega a ser um grande problema, pois há muitos
serviços onde se emprega concretos não estruturais, tais como: base para piso, revestimento
de pisos, enchimentos em alvenaria, contrapiso, reforços de menor responsabilidade, produção
de blocos de vedação, tubos e canaletas de drenagem, meio-fio, sarjetas, mourões, briquetes
para pavimentação etc.
Uma dica para aplicação do agregado reciclado em concreto é fazer isso em Uma dica para aplicação do agregado reciclado em concreto é fazer isso em Uma dica para aplicação do agregado reciclado em concreto é fazer isso em Uma dica para aplicação do agregado reciclado em concreto é fazer isso em concretos com consumo concretos com consumo concretos com consumo concretos com consumo de de de de cimento de até 150 kg/mcimento de até 150 kg/mcimento de até 150 kg/mcimento de até 150 kg/m3333.... 13,22
O preparo do concreto com agregado reciclado é praticamente igual ao preparo do concreto comum, com umcom umcom umcom uma diferençaa diferençaa diferençaa diferença fundamental:::: deve-se pré-umidificar o material antes de misturar o cimento, senão ele pode absorver água e complicar a preparação e o endurecimento do concreto. 13,22
Figura 48 - Pilhas de agregados reciclados
(fonte: I&T – Informações e Técnicas, São
Paulo/ SP).
Figura 49 - Agregado reciclado graúdo
(fonte: I&T – Informações e Técnicas, São
Paulo/ SP).
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 20
Figura 50 - Agregado reciclado graúdo
(fonte: I&T – Informações e Técnicas, São
Paulo/ SP).
Figura 51 - Agregado reciclado miúdo
(fonte: I&T – Informações e Técnicas, São
Paulo/ SP).
Figura 52 - Blocos produzidos com
agregado reciclado (fonte: I&T –
Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).
Figura 53 - Blocos produzidos com
agregado reciclado (fonte: I&T –
Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).
Figura 54 - Pré-moldados produzidos
com agregado reciclado (fonte: I&T –
Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).
Figura 55 - Pré-moldados produzidos
com agregado reciclado (fonte: I&T –
Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 21
Figura 56 - Pré-moldados produzidos
com agregado reciclado (fonte: I&T –
Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).
Figura 57 - Pré-moldados produzidos
com agregado reciclado (fonte: I&T –
Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).
As aplicações do agregado reciclado são variadas, devendo-se tomar cuidados com o controle
tecnológico e com as condições de uso dos elementos construtivos, como ocorre com qualquer
material aplicado na construção civil. Além dos usos em concretos e pavimentação,
conseguem-se bons resultados nas aplicações em argamassasargamassasargamassasargamassas24. Pode-se obter informações
sobre estas aplicações em documentos relativos a pesquisas13,24,25,26,27,28,29,30, bem como no site
www.reciclagem.pcc.usp.br.
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 22
Reciclagem de madeira do resíduo de construção
A madeira é um material com alto valor comercial e amplo uso na construção civil. Sua
obtenção causa impactos ambientais negativos, como destruição de florestas e da fauna e flora
locais10.
Sua participação no resíduo de construção é considerável, em torno de 10% do volume10% do volume10% do volume10% do volume****, mas
muitas vezes esse material é simplesmente aterrado, desrespeitando-se a legislação. Em Em Em Em
resumo: estamos enterrando dinheiro.resumo: estamos enterrando dinheiro.resumo: estamos enterrando dinheiro.resumo: estamos enterrando dinheiro.
A madeira pode ser reusada e reciclada, com maior ou menor simplicidade no beneficiamento.
Apresentam-se abaixo algumas opções:
• REUSO DE PEÇAS DE MADEIRA DE LEI:REUSO DE PEÇAS DE MADEIRA DE LEI:REUSO DE PEÇAS DE MADEIRA DE LEI:REUSO DE PEÇAS DE MADEIRA DE LEI: vigas, caibros, ripas e tábuas de madeira de lei
ocorrem em pequena quantidade (5% da madeira do resíduo de construção), mas têm alto
valor comercial. Podem ser separadas do resíduo, classificadas e estocadas para revenda,
para uso em cobertura, marcações de obras etc.
• QUEIMA DE MADEIRA EM PEQUENAS PEÇAS:QUEIMA DE MADEIRA EM PEQUENAS PEÇAS:QUEIMA DE MADEIRA EM PEQUENAS PEÇAS:QUEIMA DE MADEIRA EM PEQUENAS PEÇAS: a madeira pode ser serrada em pequenas peças
e usada como combustível em fornos, caldeiras, olarias, padarias, saunas... Só tem que
tomar cuidado para não queimar madeira com contaminantes em fornos sem controle dos
gases.
• QUEIMA DE MADEIRA TRITURADA:QUEIMA DE MADEIRA TRITURADA:QUEIMA DE MADEIRA TRITURADA:QUEIMA DE MADEIRA TRITURADA: a madeira triturada pode ser usada como combustível
mais facilmente que a madeira em peças, inclusive em processos industriais.
• PRODUÇÃO DE CAIXILHOS E MPRODUÇÃO DE CAIXILHOS E MPRODUÇÃO DE CAIXILHOS E MPRODUÇÃO DE CAIXILHOS E MÓVEISÓVEISÓVEISÓVEIS
• PRODUÇÃO DE CHAPAS DE MADEIRAPRODUÇÃO DE CHAPAS DE MADEIRAPRODUÇÃO DE CHAPAS DE MADEIRAPRODUÇÃO DE CHAPAS DE MADEIRA
• FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MADEIRAFABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MADEIRAFABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MADEIRAFABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MADEIRA
• OUTRAS APLICAÇÕESOUTRAS APLICAÇÕESOUTRAS APLICAÇÕESOUTRAS APLICAÇÕES
* Fonte: I&T – Informações e Técnicas (São Paulo/SP).
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 23
Figura 58 - Madeira do resíduo de
construção (fonte: I&T – Informações e
Técnicas, São Paulo/ SP).
Figura 59 - Madeira do resíduo de
construção (fonte: I&T – Informações e
Técnicas, São Paulo/ SP).
Figura 60 - Madeira do resíduo de
construção (fonte: I&T – Informações e
Técnicas, São Paulo/ SP).
Figura 61 - Madeira do resíduo de
construção (fonte: I&T – Informações e
Técnicas, São Paulo/ SP).
Figura 62 - Triturador de madeira (fonte: I&T – Informações e Técnicas,
São Paulo/ SP).
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 24
Figura 63 - Madeira triturada pronta para
uso como combustível (fonte: I&T –
Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).
Figura 64 - Madeira triturada pronta para
uso como combustível (fonte: I&T –
Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).
Um cuidado é fundamental no uso da madeira como combustível: separar madeira contaminada separar madeira contaminada separar madeira contaminada separar madeira contaminada
da madeira não contaminadada madeira não contaminadada madeira não contaminadada madeira não contaminada. Madeira tratada, pintada, com fórmica, com adesivos etc. pode
conter produtos perigosos que poluem o ar na queima, caso não haja controle dos gases
emitidos.
Em geral, somente indústrias têm dispositivos para lavagem de gases. Por isso, a madeira para
uso em padarias, olarias, fornos, caldeiras, saunas e similares deve ser pura, sem
contaminantes.
As peças grandes de poda podem ou não ser processadas junto com a madeira. Isso depende
do uso previsto para a madeira reciclada.
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 25
Um problema que tem solução: o GESSO
Está ocorrendo uma mudança na gestão de resíduos de gesso: em alguns municípios, o gesso
não pode ser aterrado em aterros de resíduos domiciliares ou resíduos classe A e os geradores
têm que pagar para disposição em aterros de resíduos classe IIA. Isto aumIsto aumIsto aumIsto aumenta a possibilidade enta a possibilidade enta a possibilidade enta a possibilidade
de aterramento irregularde aterramento irregularde aterramento irregularde aterramento irregular de parte deste resíduo.
Figura 65 - Resíduos de gesso separados em ATT (fonte: I&T –
Informações e Técnicas, São Paulo/ SP).
O resíduo de gesso é praticamente igual à matériaO resíduo de gesso é praticamente igual à matériaO resíduo de gesso é praticamente igual à matériaO resíduo de gesso é praticamente igual à matéria----prima usada para produzir prima usada para produzir prima usada para produzir prima usada para produzir o go go go gesso de construção. Para reciclar este material, basta calcinar e moer de esso de construção. Para reciclar este material, basta calcinar e moer de esso de construção. Para reciclar este material, basta calcinar e moer de esso de construção. Para reciclar este material, basta calcinar e moer de novo.novo.novo.novo. 31.32
Um entrave para esta reciclagem é a necessidade de concentrar o resíduo e transportar aos
produtores de gesso, que podem estar longe da cidade que gera o resíduo.
Mas Mas Mas Mas o resíduo de gesso causa problemas consideráveis:o resíduo de gesso causa problemas consideráveis:o resíduo de gesso causa problemas consideráveis:o resíduo de gesso causa problemas consideráveis:
• Quando colocado em aterro, libera gás sulfídrico, com forte cheiro de ovo podre, que é
tóxico e causa problemas nos olhos, dor de cabeça e fadiga31,32.
• O gesso é solúvel em água e pode contaminar a água subterrânea com sulfato, que é um
contaminante secundário. Embora não represente grande ameaça à saúde, modifica
aspectos da água como cor, odor e sabor33.
• A incineração de resíduos com gesso é problemática, pois reduz a eficiência dos
dispositivos de controle de poluição atmosférica do incinerador34.
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 26
• O gesso não pode ser usado na produção de agregado reciclado, pois o sulfato nele
presente reage com o cimento, gerando expansão que chega a destruir as peças de
concreto35.
O gesso pode ser reciclado para uso eO gesso pode ser reciclado para uso eO gesso pode ser reciclado para uso eO gesso pode ser reciclado para uso em:m:m:m:
• Produção de novo gesso de construção, como dito acima.
• Produção de cimento: esta aplicação exige elevada pureza do gesso endurecido, o que
pode dificultar sua realização32.
• Uso como corretor de solos: o gesso serve como fonte de cálcio e enxofre; neutraliza
formas de alumínio nocivas a algumas plantações; ajuda na redução do problema da
compactação de solos; reduz problemas associados à presença de sódio em alguns
solos34,36.
DeveDeveDeveDeve----se consultar especialistas para buscar as melhores opções de se consultar especialistas para buscar as melhores opções de se consultar especialistas para buscar as melhores opções de se consultar especialistas para buscar as melhores opções de
reciclagem dreciclagem dreciclagem dreciclagem do gesso.o gesso.o gesso.o gesso.
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 27
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARESINFORMAÇÕES COMPLEMENTARESINFORMAÇÕES COMPLEMENTARESINFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
RESÍDUOS DE GESSORESÍDUOS DE GESSORESÍDUOS DE GESSORESÍDUOS DE GESSO
O gesso usado na construção civil é o sulfato de cálcio hemihidratado (CaSO4.0,5H2O), resultante da desidratação
térmica da gipsita (sulfato de cálcio dihidrato - CaSO4.2H2O) e que, ao reagir com água, endurece liberando calor,
voltando à forma dihidrato. O gesso hemihidrato é utilizado em vários serviços na construção civil e sua aplicação é
caracterizada, entre outros fatores, pela considerável geração de resíduos31,32.
Os resíduos de gesso constituem um problema de limpeza pública, pois este material apresenta limitações para
disposição em aterros, onde, na ausência de nitrato e oxigênio, o sulfato do gesso pode ser reduzido
biologicamente por bactérias anaeróbicas, formando três tipos de sulfetos, entre eles o sulfeto der hidrogênio
(H2S), também denominado gás sulfídrico. Este composto é corrosivo e tem odor característico de ovo podre39.
Um forte razão para se proibir o aterramento do gesso juntamente com a fração mineral do resíduo de construção
é o incentivo à reciclagem da maior parcela possível do resíduo, evitando-se que resíduos classe B, madeira e
gesso sejam aterrados em vez de reciclados ou reusados. Outro motivo do não aterramento de resíduos de gesso é
que o sulfato de cálcio é altamente solúvel em água, liberando íons sulfato em solução, que podem contaminar o
lençol freático. O sulfato é definido com um contaminante secundário da água que, embora não represente ameaça
considerável à saúde humana, modifica aspectos da água como cor, odor e sabor33. A incineração de resíduos
contendo gesso também é um problema, pois, na queima, o sulfato do gesso se converte em dióxido de enxofre,
reagindo com dispositivos alcalinos de controle de poluição atmosférica e reduzindo sua eficiência34.
O gesso não pode, também, ser reciclado juntamente com a fração mineral do resíduo de construção para
produção de agregados, pois o sulfato nele presente causa reações expansivas no concreto, chegando a destruir
elementos construtivos com este material34. A norma brasileira de especificação de agregados reciclados limita o
teor de sulfato, nestes agregados, a 1% para uso em concretos sem função estrutural e 2% para uso em
pavimentação21.
Algumas opções de reciclagem de gesso são:
Reciclagem do gesso na prReciclagem do gesso na prReciclagem do gesso na prReciclagem do gesso na produção de cimento:odução de cimento:odução de cimento:odução de cimento: a gipsita é usada pela indústria cimenteira, sendo adicionada ao
clínquer para controle do tempo de pega de cimentos Portland 34. Entretanto, esta aplicação exige elevada pureza
da gipsita, o que pode dificultar o uso dos resíduos de gesso que, além disso, devem competir com outras opções
como o fosfogesso e o resíduo de gesso industrial, que em geral apresentam maior pureza32.
Reciclagem do gesso para uso como corretor de solos:Reciclagem do gesso para uso como corretor de solos:Reciclagem do gesso para uso como corretor de solos:Reciclagem do gesso para uso como corretor de solos: A gipsita, também conhecida como “gesso agrícola”
(CaSO4.2H2O) pode ser usada como corretor de solos na agricultura, com os possíveis efeitos benéficos: (1) serve
como fonte de cálcio e enxofre; (2) neutraliza formas de alumínio nocivas a algumas plantações; (3) ajuda na
redução do problema da compactação de solos; (4) reduz problemas associados è presença de sódio em alguns
solos. Seu uso em solos pobres em cálcio e enxofre pode trazer benefícios para culturas como soja, amendoim,
milho, tomate, entre outras31,32,33,34. No Brasil, a presença de alumínio tóxico (Al3+) no solo é um problema, pois
prejudica a penetração das raízes e, conseqüentemente, o crescimento das plantas. Isto pode ser combatido com a
colocação de calcário no solo, mas nem sempre é possível a aração até a profundidade necessária para que esta
técnica tenha efeito. Por sua solubilidade, o sulfato do gesso atinge as camadas inferiores do solo por percolação,
atingindo profundidades não aráveis e diminuindo a concentração de alumínio36.
Outros usos:Outros usos:Outros usos:Outros usos: Corretor de solos em áreas urbanas públicas; Forração de piso na criação de animais; Outros.
Pelos problemas que podem causar, os resíduos de gesso devem ser estudados, buscando-se opções para sua
reciclagem. Isto pode ser viabilizado pela captação, triagem e concentração dos resíduos de gesso, pois o
processamento e a destinação de grandes quantidades reduzem os custos operacionais. Com a implantação de
grandes ATT (áreas de transbordo e triagem) operando conforme a Resolução 307/2002, deverá haver maior
concentração de resíduos de gesso do que ocorre atualmente, o que é um fator positivo para sua reciclagem.
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UMA PALAVRA FINAL
Espera-se que as informações apresentadas neste guia permitam que o leitor forme uma visão
geral das possibilidades de ação na gestão do resíduo de construção em sua cidade.
Buscou-se apresentar as diretrizes básicas de uma gestão integrada e diferenciada,
priorizando-se o reusoreusoreusoreuso e a reciclagemreciclagemreciclagemreciclagem.
Sentimo-nos muito à vontade ao apresentar as opções de destinação, principalmente aquelas
relacionadas ao reaproveitamento dos resíduos, porque sabemos que são viáveis e funcionam.
A adoção destas opções de destinação se deu, desde o início, muito mais por iniciativa própria
dos agentes envolvidos do que por pressões externas.
Elas foram e são são são são adequadas na solução de problemas relacionados à destinação dos resíduos e
quase todas têm uma característica comum: apresentam vantagens econômicas, reduzindo
custos e podendo gerar lucros para o setor privado e redução de despesas para o setor público.
É por essa razão que estão em implantação grandes ATTs e recicladoras no país atualmente:
porque elas são um bom negócio.
O leitor interessado em fazer uma gestão responsável do resíduo de construção tem a opção de
consultar a Resolução Conama 307, as normas ABNT NBR 15112 a 15116 e instituições que
lidam com o assunto, algumas delas citadas no Guia. Podem também consultar instituições de
ensino como as Universidades Federais, que podem auxiliá-los na busca por informações.
O importante é que busquem conhecer as alternativasO importante é que busquem conhecer as alternativasO importante é que busquem conhecer as alternativasO importante é que busquem conhecer as alternativas, realizar visitas a cidades onde foram
implantadas unidades de beneficiamento de resíduos, adquirindo conhecimentos a serem
adaptados a suas realidades locais.
Não há soluções milagrosas. Cada cidade deve achar as suas e implantá-las da melhor forma
possível. As chances de sucesso aumentam quando se inclui agentes de várias naturezas nestas
iniciativas, partindo para uma ação preventivapreventivapreventivapreventiva, inclusivainclusivainclusivainclusiva e incentivadoraincentivadoraincentivadoraincentivadora, em vez de corretiva,
exclusiva e punitiva.
BOA SORTE!!!
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