Unificação Italiana e Alemã – G6 – 2m4
Seminário de História
Rafael Vasco, Helena Bulhões, Stella Rodrigues, Karol Lempê, Jéssica Soares, Grasielli Ribeiro, Mariana Merlo
As unificações italiana e alemã alteraram profundamente o quadro político da Europa no século XIX, rearticulando um equilíbrio de forças que resultaria na 1ª Guerra Mundial (1914 1918). Na base desses processos estavam os movimentos liberais, acentuadamente nacionalistas nestes países.
Introdução
Parte 1
UNIFICAÇÃO ITALIANA
Com as transformações econômicas e sociais que atingiram a Europa no século XIX, o norte da Península Itálica se desenvolveu. A industrialização impulsionou o comércio e as cidades explodiram..
A alta burguesia queria a unificação, que garantiria o progresso e lhe daria possibilidades de concorrer no mercado externo. Para ela, a unificação tinha significado apenas liberal; o nacionalismo não passou de instrumento. Seus objetivos se resumiam no movimento chamado Risorgimento.
Entenda os motivos
A média burguesia, aliada ao proletariado urbano, desejava um Estado que adotasse medi das econômicas e sociais de tendência democrática. Preferia uma unificação em termos republica nos, enquanto a alta burguesia queria unificar o mais fácil e rápido possível, em torno do reino mais forte da Itália: Piemonte-Sardenha.
Entenda os motivos
Após o Congresso de Viena, a Itália ficou sob tutela do Império Austríaco, dividida em sete Estados: ao norte, Reino do Piemonte-Sardenha; Parma; Módena e Toscana; Reino Lombardo-Veneziano; ao centro, o Estado Pontifício, sob domínio do papa; e ao sul, Reino das Duas Sicílias.
Situação após o Congresso de Viena
O que foi o Congresso de Viena?
O Congresso de Viena
foi uma conferência
entre embaixadores das
grandes potências
européias que
aconteceu na capital
austríaca, entre 2 de
maio de 1814 e 9 de
Junho de 1815, cuja
intenção era a de
redesenhar o mapa
político do continente
europeu após a derrota
da França napoleônica
na primavera anterior,,
restaurar os respectivos
tronos às famílias reais
derrotadas pelas tropas
de Napoleão Bonaparte
e firmar uma aliança
entre os burgueses.
O Risorgimento é o movimento que buscou entre 1815 e 1870 unificar o país, que era uma coleção de pequenos Estados submetidos a potências estrangeiras.
Na luta sobre a futura estrutura da Itália, a monarquia, na pessoa do rei do Piemonte-Sardenha, Vítor Emanuel II, da Casa de Saboia, apoiado pelos conservadores liberais, teve sucesso quando em 1859-1861 se formou a Nação-Estado, sobrepondo-se aos partidários de esquerda, republicanos e democráticos, que militavam sob Giuseppe Mazzini e Giuseppe Garibaldi.
Risorgimento
A desejada unificação da Itália se deu assim sob a Casa de Saboia, com a anexação ao Reino de Sardenha, da Lombardia, do Vêneto, do Reino das Duas Sicílias, do Ducado de Módena e Reggio, do Grão-ducado da Toscana, do Ducado de Parma e dos Estados Pontifícios.
Na primeira fase do Risorgimento (1848-1849), desenvolveram-se vários movimentos revolucionários e uma guerra contra o Império Austríaco, mas concluiu-se sem modificação do statu quo.
A segunda fase, em 1859-1860, prosseguiu no processo de unificação e concluiu com a declaração da existência de um Reino de Itália. Completou-se com a anexação de Roma, antes a capital dos Estados Pontifícios, em 20 de setembro de 1870.
Risorgimento
Em 1848, o rei Carlos Alberto do Piemonte Sardenha tentou a unificação e declarou guerra à Áustria. O movimento Jovem Itália estimulava o nacionalismo, completado pelo Risorgimento; a finalidade era reviver o espírito da Renascença e do Império Romano. Vencido, o rei deixou o trono para seu filho Vítor Emanuel II. Outras rebeliões foram sufocadas, mas o ideal de unificação continuou mais forte que nunca.
Guerra contra a Áustria
Giuseppe Garibaldi
Giuseppe Garibaldi
foi um general,
guerrilheiro e patriota
italiano, chamado de
"herói de dois mundos"
devido a sua
participação em
conflitos na Europa e
na América do Sul.
Uma das mais notáveis
figuras da unificação
italiana, ao lado de
Giuseppe Mazzini e do
Conde de Cavour,
Garibaldi dedicou sua
vida à luta contra a
tirania. Nasceu em
Nizza, então ocupada
pelo Primeiro Império
Francês. Retornaria ao
reino de Sardenha-
Piemonte, com a queda
de Napoleão Bonaparte.
Conde Cavour
Camilo Benso, conde
de Cavour, nasce em
Turim, filho de um
marquês piemontês.
Aos 10 anos, entra
para a academia
militar de sua cidade.
Em 1831 é expulso do
Exército por suas
idéias liberais. Funda,
em 1847, o jornal Il
Risorgimento (O
Ressurgimento), em
que defende a tese de
uma Itália unificada
sob uma monarquia
constitucional de
tendência liberal.
Em 18 de fevereiro de 1861, Vítor Emanuel II reuniu em Turim os deputados de todos os Estados que reconheciam sua autoridade e assumiu, em 17 de março, o título de Rei da Itália "por graça de Deus e vontade da nação", mantendo porém o número que lhe cabia como soberano do Reino da Sardenha. O Reino da Itália foi governado com base na constituição liberal adotada no Reino da Sardenha em 1848 (Estatuto Albertino).
A proclamação do Reino de Itália
Parte 2
UNIFICAÇÃO ALEMÃ
O principal fator da unificação alemã foi o desenvolvimento econômico e social dos Estados germânicos, especialmente da Prússia. A Áustria, que havia impedido a unificação tentada pela Prússia em 1850, não conseguiu impedir o progresso de seus Estados, alcançado graças ao Zollverein, a liga aduaneira adotada em 1834.
De 1860 a 1870, distritos industriais e centros urbanos surgiram em várias regiões; as estradas de ferro passaram de 2 000 para 11000 quilômetros; as minas de carvão e ferro permitiram o cresci mento das indústrias siderúrgicas, metalúrgicas e mecânicas.
Formava-se o complexo industrial alemão. Percebendo a ameaça a seu poder, a Áustria tentou em vão fazer parte do Zollverein.
Entenda os motivos
Em 1864 a Prússia juntou-se à Áustria em uma guerra contra a Dinamarca pelo domínio dos ducados de Schleswig e Holstein. O confronto ficou conhecido como Guerra dos Ducados, e ao seu final, Prússia e Áustria, vitoriosas, dividiram a administração dos ducados através da Convenção de Gastein, em 1865.
A Áustria, porém, tentou implantar uma política única ao condado de Holstein, privando assim a Prússia de direitos assegurados em outros acordos. Restou a Bismarck entrar em guerra contra a Áustria em 1866.
A guerra contra a Dinamarca
Em 1866, a Prússia, com o auxilio da Itália, também sob processo de unificação nacional, entrou em Guerra contra a Áustria. A vitória prussiana veio após a Batalha de Königgrätz, em Sadowa (3 de Julho de 1866). No dia 23 de Agosto de 1866, foi firmado o acordo de paz em Praga. Com a vitória a Prússia expulsou a Áustria da Alemanha.
No ano seguinte, Bismarck dividiu a Confederação em dois grupos de Estados; a Confederação do Norte e a do Sul, tendo como limite o rio Main. A Confederação da Alemanha do Norte, logicamente, ficou sob seu controle, com os países (principados e cidades livres), luteranos, que a apoiaram na Guerra Austro-Prussiana. Os quatro Estados que formavam a Confederação do Sul, majoritariamente católicos, não conseguiram se consolidar em uma unidade.
A Guerra Austro-Prussiana
Estes Estados viriam a negociar um pacto com a Confederação da Alemanha do Norte, segundo o qual, em caso de guerra com a França, o rei da Prússia tornar-se-ia general dos exércitos germânicos. A Confederação do Norte é a antecessora do Império Alemão, que precisava de muito pouco para se concretizar: a guerra contra a França.
A Guerra Austro-Prussiana
Apesar de a Áustria ter sido derrotada pela Prússia, o sul da Alemanha era constituído por democratas e aspiravam a uma Alemanha liberal, se opondo à união com a Prússia de Bismarck, que era um Estado militarista. Visando eliminar este entrave à unificação do norte com o sul, Bismarck necessitava de um inimigo comum que uniria, e possibilitaria a futura unificação; e este inimigo mais adiante seria a França de Napoleão III.
Desde os tempos das guerras napoleônicas (de Napoleão I, derrotado em 18 de junho de 1815), os prussianos não simpatizavam com a França, e os professores prussianos repassavam este sentimento aos seus alunos em relação à nação francesa. Daí, Bismarck afirmar que foi o mestre-escola quem ganhou a guerra franco-prussiana, logo após a derrota da França na guerra contra a Prússia.
A Guerra Franco-Prussiana
Otto von Bismarck
Otto Leopold Edvard
von Bismarck-
Schönhausen foi um
nobre, diplomata e
político prussiano e
uma personalidade
internacional de
destaque do século XIX.
Bismarck ficou
conhecido como o
Chanceler de Ferro.
Quando primeiro-
ministro do reino da
Prússia (1862-1890),
unificou a Alemanha,
depois de uma série de
guerras, tornando-se o
primeiro chanceler
(1871 - 1890) do
Império Alemão.
A unificação dos Estados da Germânia foi um evento que gerou inúmeras consequências, imediatas ou posteriores, em toda a Europa e que foram responsáveis pela instabilidade no território europeu até a metade do século XX.
É possível dizer que a unificação alemã foi um dos principais motivos para o estouro da Primeira Guerra Mundial. A unificação da região de Alsácia-Lorena ao Segundo Reich Alemão gerou o revanchismo francês. Os franceses inconformados com a situação e com a humilhação provocada pelos alemães (como na coroação de Guilherme I no próprio Palácio de Versalhes, em território francês) mantiveram um sentimento de revanche que foi decisivo na política de alianças dos países europeus até quando eclodiu o conflito em 1914.
Consequências da Unificação Alemã
Outro fator de influência para o surgimento do conflito foi a batalha dos países europeus por territórios na África e Ásia, no período conhecido como neocolonialismo. Os alemães, recém unificados, exigiam uma redivisão colonial nos continentes, o que aumentou a tensão entre as potências.
Consequências da Unificação Alemã
FIM