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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO NAS RELAÇÕES DE TRABALHO URBANO
AUTOR
JOÃO CARLOS DA SILVA
ORIENTADOR
PROF. CARLOS AFONSO LEITE LEOCADIO
RIO DE JANEIRO 2015
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO NAS RELAÇÕES DE TRABALHO URBANO
Monografia apresentada à Universidade Candido Mendes – AVM Faculdade Integrada, como requisito parcial para a conclusão do curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Direito e Processo do Trabalho. Por: João Carlos da Silva.
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A minha irmã Ângela, grande amiga e incentivadora na busca permanente da boa formação espiritual e aperfeiçoamento intelectual.
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Dedico “In Memorian” a meus Pais e Avós respectivamente, Benedicto, Iclea, Carmelita e Crizantho Dias, bem como a minha irmã e amiga Ângela e a Meu filho Irlan, companheiros dedicados e presente em todos os momentos de minha vida.
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RESUMO
A Seguridade Social no Brasil teve como período inicial o final do Império, em que algumas medidas foram tomadas, primeiramente beneficiando os empregados públicos. Para os empregados das empresas de iniciativa privada, somente no ano de 1923 pela Lei nº. 4.682 de 24 de janeiro de 1923, chamada Lei Eloy Chaves, instituiu a Caixa de Aposentadoria e Pensões junto a cada Empresa Ferroviária, dando a seus empregados a qualidade de segurados obrigatórios. Somente em 1988, através da Constituição, outorgada em 05 de outubro do referido ano, passou a tratar a Previdência Social como Seguridade Social. A partir de 1991, foi outorgada a Lei 8.213/91, chamando naquela oportunidade de aposentadoria por tempo de serviço, tratando do assunto nos artigos 52 ao 56, ficando determinada a regularização do tempo de contribuição, obrigatória para se alcançar a Aposentadoria por tempo de contribuição. Em 1999, foi criado o fator previdenciário cuja fórmula reduz o benefício em razão da idade e, finalmente, em junho de 2015 ocorreu modificação no cômputo de tempo, através da medida provisória 676/2015, onde utiliza a fórmula 85/95 até 31/12/2016 e sendo assim, até 01 de janeiro 2020, a fórmula alcança 100 pontos para o homem e 90 pontos para a mulher para que faça jus à aposentadoria por tempo de contribuição sem o fator previdenciário.
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METODOLOGIA
O presente trabalho constitui-se em uma descrição detalhada das
características jurídicas do fenômeno em estudo, do tratamento conferido a cada
uma delas pelo ordenamento jurídico nacional e de sua interpretação pela
doutrina especializada, tudo sob o ponto de vista específico do direito positivo
brasileiro.
Para tanto, o estudo que ora se apresenta foi levado a efeito a partir do
método da pesquisa bibliográfica, em que se buscou o conhecimento em diversos
tipos de publicações, como livros e artigos em jornais, revistas e outros periódicos
especializados, além de publicações oficiais da legislação e da jurisprudência.
Por outro lado, a pesquisa que resultou nesta monografia também foi
empreendida através do método dogmático, porque teve como marco referencial
e fundamento exclusivo a dogmática desenvolvida pelos estudiosos que já se
debruçaram sobre o tema anteriormente, e positivista, porque buscou apenas
identificar a realidade social em estudo e o tratamento jurídico a ela conferido, sob
o ponto de vista específico do direito positivo brasileiro.
Adicionalmente, o estudo que resultou neste trabalho identifica-se,
também, com o método da pesquisa aplicada, por pretender produzir
conhecimento para aplicação prática, assim como com o método da pesquisa
qualitativa, porque procurou entender a realidade a partir da interpretação e
qualificação dos fenômenos estudados; identifica-se, ainda, com a pesquisa
exploratória, porque buscou proporcionar maior conhecimento sobre a questão
proposta, além da pesquisa descritiva, porque visou a obtenção de um resultado
puramente descritivo, sem a pretensão de uma análise crítica do tema.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................................... 9
CAPÍTULO I
A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO SISTEMA
PREVIDENCIÁRIO................................................................................................11
1.1 – HISTÓRICO DA SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL.............................. 12
1.2 – A SEGURIDADE SOCIAL NAS CONSTITUIÇÕES FEDERAIS
BRASILEIRAS..................................................................................................... 13
CAPÍTULO II
QUANDO O TRABALHADOR URBANO ALCANÇA A APOSENTADORIA POR
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO.............................................................................. 21
2.1 – CONCEITO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL.....................................................22
2.2 – CONCEITO DE SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO.........................................23
2.3 - CONCEITO DE SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO..................................................23
2.4 – A APOSENTADORIA ESPECIAL................................................................23
2.5 – A APOSENTADORIA POR INVALIDEZ......................................................24
2.6 – A MEDIDA PROVISÓRIA 676/2015.............................................................27
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CAPÍTULO III
QUANDO O TRABALHADOR PERDE A QUALIDADE DE SEGURADO JUNTO
AO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO, MOMENTO, EFEITO, RECUPERAÇÃO E O
CONCEITO DE PERÍODO DE GRAÇA.............................................................. 30
3.1 – A PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO..............................................31
3.2 – O MOMENTO, EFEITO, RECUPERAÇÃO E O CONCEITO DE PERÍODO
DE GRAÇA............................................................................................................32
CONCLUSÃO...................................................................................................... 37
BIBLIOGRAFIA................................................................................................... 39
ANEXOS.............................................................................................................. 40
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho é um estudo sobre a evolução histórica do sistema
previdenciário no Brasil e bem como o surgimento da Seguridade Social nas
Constituições Federais Brasileiras, o que ensejou a criação do Regime Geral
de Previdência Social, chamado RGPS, na hipótese de trabalhador urbano, de
caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados os critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
O aperfeiçoamento da sociedade organizada tornou-se imperativo
estabelecer regras para a satisfação das necessidades inerentes aos
trabalhadores, que no passado, visavam garantir a subsistência ante a
impossibilidade de auferir ganhos com o seu trabalho. Eis em essência, a
verdadeira motivação laboral que progrediu para a atual Previdência Social.
No Brasil, institui-se a possibilidade do trabalhador assegurar sem o
exercício do trabalho os rendimentos da atividade profissional, dentre os
benefícios, a aposentadoria por tempo de serviço ou tempo de contribuição a
qual demandava como requisito essencial a prova do exercício essencial e de
trabalho remunerado.
Nesta particularidade, a legislação previdenciária foi muito inconstante
nos últimos anos em razão das sucessivas reformas previdenciárias,
permitindo e incentivando a utilização da prova testemunhal, e, atualmente,
possibilita sua utilização em casos específicos de caso fortuito ou motivo de
força maior.
Conclui-se também que a legislação fornece muitas possibilidades
para que a prova seja feita, embora coloque alguns obstáculos a fim de evitar a
ocorrência de fraudes e simulações.
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Desta forma o legislador fez constar nas normas regulamentadoras
quais os documentos que seriam admitidos para a conquista da certeza do
tempo de serviço ou de contribuição, mas quando não se obtém ou não se
detém a prova plena deste fato, estabeleceu que fosse possível utilizar-se da
prova exclusivamente testemunhal para evidenciar o fato constitutivo do direito
do interessado.
A par deste raciocínio a prova deve compor-se de um início de prova
material ou escrita e depoimentos testemunhais para ratificá-la, admitindo
excepcionalmente a prova testemunhal isolada apenas na hipótese de caso
fortuito ou força maior devidamente justificada.
A dúvida acerca do procedimento que deveria ser adotado para
materializar no mundo do direito a prova do tempo de serviço foi sanada em
razão as inúmeras modalidades de procedimentos disponíveis.
O presente estudo analisa como é organizada a Seguridade Social, sob
regime geral, devendo ressaltar que o RGPS compreende um conjunto
integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da Sociedade,
destinadas a assegurar os Direitos Sociais relativos à Saúde, à Previdência e à
Assistência Social.
Por outro lado, a presente monografia enfatiza também os conceitos de
Previdência Social, salário de contribuição, salário de benefício e de que forma
o trabalhador urbano alcança a aposentadoria por tempo de contribuição. Além
disso, trata também da aposentadoria especial e a aposentadoria por invalidez.
Mais adiante, o estudo aborda sobre a possibilidade de o trabalhador
perder a qualidade de segurado junto ao sistema previdenciário: o momento, o
efeito, a recuperação e o que significa período de graça. Acrescenta-se,
ainda, o estudo sobre o surgimento atual da Medida Provisória 676/15 que cria
novas regras previdenciárias para a concessão da aposentadoria por tempo de
contribuição e sem a inserção do fator previdenciário.
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CAPÍTULO I
A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO
Embora a preocupação do homem sempre estivesse voltada para a
criação de regras e técnicas de proteção social visando à reparação de danos que
vulnerem os indivíduos de uma mesma coletividade, bem como a prestação de
assistência aos necessitados; seja por contribuições de seus membros por
organização de mutualismo, seja por intervenção do Estado; foi a Alemanha,
somente no ano de 1883 que surgiu o primeiro sistema de seguro social. De fato,
até o século XIX, as normas de assistência eram esparsas, não compondo um
sistema efetivamente coordenado.
Em 17.11.1881, Otto Von Bismark materializou a ideia de criação de
um direito de previdência social apresentando o projeto de seguro operário no
mesmo ano.
Após este período, outros países seguiram as idéias da Alemanha e
criou legislações semelhantes, como a França em 1898, que aprovou a lei de
acidentes de trabalho e, a Inglaterra em 1907 que regulamentou regras de
proteção à velhice e acidentes de trabalho.
Em 1919, os países signatários do Tratado de Versales enfatizaram a
necessidade do seguro social obrigatório, porém somente após a Primeira Guerra
Mundial que os outros continentes acolheram a idéia de Seguro Social como
medida de proteção dos riscos que submetiam os indivíduos abrangidos por este
seguro obrigatório. Daí em diante o seguro social se espalhou para o mundo todo
como o célebre “Social Security Act”, dos Estados Unidos, o qual deu origem a
expressão seguridade social.
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Ponto chave do estudo da evolução histórica mundial é o chamado
Plano Beveridge, construído na Inglaterra, em 1942. Este Plano é o que marca a
estrutura da seguridade social moderna, com a participação universal de todas as
categorias de trabalhadores e cobrança compulsória de contribuições para
financiar as três áreas da seguridade: saúde, previdência social e assistência
social.
A frase que pode dizer contemporânea, cuja característica principal é
denotada pala preocupação de levar a Previdência além das classes
assalariadas, estendendo-a dentro do possível para a população em geral,
ganhando com isto um sentido mais amplo, teve seu início em 1942, na 1ª
Conferência Sul-Americana de Seguro Social, em 1944 na 26ª Sessão da
Conferência Internacional do Trabalho na Filadélfia e na Declaração Universal dos
Direitos do Homem, de 1948; salientando o dever do Estado em atentar-se a
seguridade social.
1.1 – HISTÓRICO DA SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL
A Seguridade Social no Brasil teve como marco inicial o período do
final do Império, em que algumas medidas bem tímidas começaram a acontecer
para proporcionar aos empregados públicos algumas formas de proteção.
Os primórdios da história levaram o Direito Previdenciário até o ponto
que se encontra nos dias atuais, sendo reflexo de 03 medidas de atuação, entre
elas, estão a beneficência, a assistência pública e a previdência.
Nos primórdios, prevaleceu a beneficência, inspirada na caridade
como, por exemplo: a Santa Casa de Misericórdia.
No caso da Assistência Pública, a primeira que se têm notícia, veio
com a Lei Orgânica dos Municípios. Em 1835 surgiu o Montepio Geral da
Economia.
Cabível destacar, que a Seguridade Social no Brasil, teve como marco
inicial o período do final do Império, em que algumas medidas começaram a
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serem tomadas, visando proporcionar aos empregados públicos algumas formas
de proteção, por exemplo: a criação da caixa de socorros em cada uma das
estradas de ferro do estado; fundo de pensões do pessoal das Oficinas da
Imprensa Nacional, o Montepio obrigatório dos empregados do Ministério da
Fazenda; Caixa de Pensões dos Operários da Casa da Moeda; Caixa de
Aposentadoria e Pensões para Operários da Casa da Moeda.
No entanto, para empregados de empresas privadas, nada se tinha
feito. Somente no dia 24 de janeiro através da Lei 4.682, ficou conhecida a Lei
Eloy Chaves, que instituiu uma Caixa de Aposentadoria e
pensões junto a cada Empresa ferroviária e tornando seus empregados
segurados obrigatórios. Outorgando os seguintes direitos aos seus segurados:
Assistência Médica, aposentadoria por tempo de serviço e por idade avançada,
por invalidez após 10 anos de serviço e pensão aos seus dependentes.
1.2 – A SEGURIDADE SOCIAL NAS CONSTITUIÇÕES FEDERAIS
BRASILEIRAS
Na Carta Maior de 1924, a única referência à seguridade social é a
inscrita no artigo 179 inciso XXXI, em que se estabelecia à Constituição dos
socorros públicos. Por seu turno o Ato Adicional de 1834, em seu artigo 10,
estipulava a competência das Assembléias Legislativas para Legislar sobre as
casas de socorros públicos.
A Constituição de 1934, artigo 5º inciso XIX da alínea “c”, estabelecia
competência para a União fixar regras de assistência social e fiscalizar à
aplicação das Leis sociais. Contudo, a Constituição mantinha competência do
Poder Legislativo para instituir normas sobre aposentadoria. Apresentando uma
inovação tríplice no sistema protetivo de custeio, incluindo Ente Público,
Empregado e Empregador, sendo obrigatória a contribuição e assegurando à
aposentadoria por invalidez, com salário integral, ao funcionário público que
tivesse no mínimo 30 anos de trabalho.
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A Constituição de 1937, não evoluiu em relação à matéria
previdenciária, instituiu o IAPI – Instituto de Aposentadorias e pensões dos
Industriários, instituiu o IAPTEC – Instituto de Aposentadorias e pensões dos
Transportes de Carga, incluindo-se os estivadores, avulsos que são os
empregados de carga e descarga do Caís do Porto, bem como o IPASE –
Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado.
A Constituição de 1946 trouxe mudanças edificantes, incluindo a
matéria previdenciária no mesmo artigo que versava sobre DIREITO DO
TRABALHO. Nesta Constituição que pela primeira vez surgiu o termo
“PREVIDÊNCIA SOCIAL, no artigo 157 inciso XVI, previa que a previdência,
mediante contribuições da União do Empregador e do Empregado, em favor da
maternidade e contra as conseqüências da doença, velhice e infortúnios por
invalidez e morte, ocorreu a fusão de todas as Caixas de aposentadorias, ocorreu
a instituição da LOPS – Lei Orgânica da Previdência Social.
A Constituição de 1967, outorgada no período militar não trouxe
grandes inovações previdenciárias em relação a Constituição anterior, mas foi
instituído o PIS – Programa de Integração Social e o PASEP – Programa de
Amparo ao Servidor Público, como uma maneira de integrar o trabalhador na
participação dos resultados das empresas, ocorreu a criação da MTPS –
Ministério do Trabalho e Previdência Social, pela primeira vez a Previdência
Social atingia o Status de Ministério.
A Lei 6.439 instituiu o SINPAS – Sistema Nacional de Previdência e
Assistência Social, criando-se o INPS – Instituto Nacional de Previdência Social,
depois o INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social,
depois a LBA – Fundação Legião Brasileira de Assistência, direcionada
exclusivamente as pessoas carentes, FUNABEM – Fundação Nacional do Bem
Estar do menor, a DATAPREV – Empresa de Processamento de Dados da
Previdência Social, IAPAS Instituto de Administração Financeira da Previdência
Social e CEME Central de Medicamentos.
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A Constituição de 1988, chamada de constituição cidadã, consagrou a
matéria previdenciária, passando a tratar a Previdência Social como espécie do
gênero Seguridade Social. Assim a maior inovação na atual Ordem Constitucional
é que a Previdência e a Assistência Social são integrantes da Seguridade Social,
desvinculando a Ordem Social da Ordem Econômica. O artigo 59 do ADCT (Ato
das Disposições Constitucionais Provisórias) determinou que o CONGRESSO
NACIONAL estabelecesse Leis de Custeio de Benefícios relativos à Organização
da Seguridade Social.
Ocorreu em 1990 – a criação do INSS – Instituto Nacional do Seguro
Social, mediante a fusão do IAPAS com o INPS, por meio da Lei 8.029/90.
Outro fato marcante e deletério para o trabalhador foi a criação do
Fator Previdenciário, redutor das aposentadorias em razão da idade e expectativa
de vida, criado pela Lei nº 9.876/99.
Em 2003 a MP 103, reestrutura a Administração Pública e o MPAS
passou a denominar-se MPS – Ministério da Previdência Social, a área de
Assistência Social passou para o Ministério da Assistência e Promoção Social
atualmente chamado de Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome.
Do mesmo modo entende o Ilustre e Digno Professor Zambitte, quando
ressalta que a preocupação com os infortúnios da vida tem sido uma constante da
humanidade. Desde tempos remotos, o homem tem se
adaptado, no sentido de reduzir os efeitos das adversidades da vida, como fome,
doença, velhice etc.
Pode afirmar que a proteção social nasceu, verdadeiramente, na
família. A concepção da família já foi muito mais forte do que nos dias de hoje e,
no passado as pessoas comumente viviam em largos aglomerados familiares. O
cuidado aos mais idosos e incapacitados era incumbência dos mais jovens e
aptos para o trabalho.
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Contudo, nem todas as pessoas eram dotadas de tal proteção
familiar e, mesmo quando esta existia, era freqüentemente voluntária de terceiros,
muito incentivada pela igreja, ainda que tardiamente. O Estado só viria a assumir
alguma ação mais concreta no Século XVII, com a edição da famosa Lei dos
Pobres.
Até então, a ajuda a pobres e necessitados aparece como algo
desvinculado da idéia de justiça, reproduzindo mera caridade. Na verdade, a
situação era ainda mais perversa, pois, muito freqüentemente, a pobreza era
apresentada como algo necessário, ou mesmo um benefício para pessoas
carentes, pois seria a efetiva garantia de admissão no Reino de Deus, haja vista a
situação de extrema carência e desapego a bens materiais. Ou seja, haveria uma
honra inerente à pobreza. Ademais, a indigência, não raramente, era apresentada
como forma de punição divina, cabendo ao pobre arcar com todas as seqüelas de
sua condição, pois teria sido uma realidade gerada por sua própria culpa.
Não só muitos eram desprovidos do auxílio familiar, mas o próprio
avanço da sociedade humana tem privilegiado o individualismo ao extremo, em
detrimento da família, incentivando pessoas assumirem suas vidas com total
independência, levando-as a buscar somente o bem próprio.
Infelizmente a desagregação familiar aviltou e ainda debilita a mais
antiga forma de proteção social. Por isso, sistemas protetivos de outra ordem
foram adotados pela sociedade, ainda que de modo não claramente perceptível,
como o voluntariado de terceiros, o qual acabou por assumir papel fundamental
na defesa da existência digna da pessoa humana. O auxílio voluntário, desde a
simples esmola até trabalhos mais complexos em prol de pessoas carentes, tem
preenchido constantemente a lacuna da proteção familiar, sendo tão importante
hoje como já era no passado. O atualmente chamada terceiro setor,
referente ao trabalho voluntário, é, mais do que nunca, necessário ao extremo,
proporcionando verdadeira complementação das ações do Estado na área social.
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Da mesma forma entende Serra, e Gurgel J.B, ressaltando também os
grandes marcos institucionais, ocorrido desde o século XIX até nossos dias,
conforme abaixo consignados:
SÉCULO XIX
1821 - Decreto do Reino de Portugal, Brasil e Algarves, concedendo jubilação
(aposentadoria) aos mestres professores com 30 anos de serviços.
1835 - Decretos imperiais aprovam o Plano do Montepio de Economia dos
Servidores do Estado, como 1ª previdência privada no Brasil.
1888 – 1º Decreto imperial regulamentando o direito à aposentadoria dos
empregados dos Correios com 30 anos de serviço e idade mínima de 60 anos.
1889 – Foi expedido o último Decreto imperial criando o Fundo de Pensões do
Pessoal das Oficinas da Imprensa Nacional.
1890 – Foi expedido o 1º Decreto Republicano aprovando os estatutos do
Montepio Popular.
1894 – foi proposto o 1º Projeto de Lei sobre seguro contra acidentes do
trabalho.
SÉCULO XX
1919 – Foi aprovada a 1ª Lei sobre acidente do trabalho, cujo conceito é o
mesmo dos tempos atuais.
1923 – Aprovação da 1ª legislação de Previdência Social com a criação da 1ª
caixa de pensões e aposentadoria.
1926 – Estendeu-se o regime da Lei Eloy Chaves para as Estradas de Ferro
públicas, empresas de navegação marítima ou fluvial e as de exploração de
portos públicos e adotaram-se normas para a estruturação e funcionamento das
Caixas.
1930 – Foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, neste ano o
Presidente Getúlio Vargas determina a suspensão das aposentadorias por seis
meses, para uma revisão geral.
1931 – Foram reformadas as Caixas.
1932 – Foi autorizada a criação de uma certeira de empréstimos pessoais aos
associados das Caixas e expedido o Regulamento para a Execução dos Serviços
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Médicos Hospitalares das caixas, disciplinando a assistência médica curativa na
Previdência Social, que se estende3ria até 1990. Neste ano, foi instituída a
Carteira Profissional.
1933 – Criação do 1º Instituto de Aposentadorias e Pensões, de caráter
público.
1934 – Foi criado o Instituto dos Bancários. (IAPB)
1936 – Foi criado o Instituto dos Industriários (IAPI).
1937 – Em Decreto Presidencial foi determinado que “O não recolhimento, na
época própria, das contribuições aos Institutos ou caixas de Aposentadorias e
Pensões sujeitará os empregadores responsáveis à multa moratória de 1 % ao
mês, devida de pleno direito, independentemente de qualquer declaração, além
de incorrerem os faltosos na penalidade de 100$000 a 10.000$000.
1938 – Foi criado o Instituto dos Servidores (IPASE)
1939 – Foi organizada à Justiça do Trabalho.
1940 – Foi criado o serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS) e
instituída e, revogada 20 dias depois, a acumulação de aposentadorias e
pensões.
1941 – Foi instituída a aposentadoria integral para os servidores públicos.
1942 – Foi criada a Legião Brasileira de Assistência (LBA)
1944 – Foi criado o Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência
(SAMDU), como comunidade de serviços da Previdência Social.
1946 – A Constituição abre espaço para a Previdência Social. Neste ano foi
criado o Departamento Nacional de Previdência Social, no Ministério do Trabalho,
Indústria e Comércio.
1951 – Foi criado o Conselho de Medicina da Previdência Social.
1952 – Foi instituído o Estatuto dos Funcionários Públicos civis do Brasil.
1960 – Edição da Lei Orgânica da Previdência Social.
1963 – Foi instituído salário família e o abono natalino 13º salário.
1966 - Unificação dos IAPS e criação do INPS.
1971 – Instituição do Programa de Assistência ao Trabalhador Rural.
FUNRURAL
1974 – Reconhecimento das políticas públicas de Previdência e Assistência
Social e criação do 1º Ministério da Previdência Social, INPS.
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1978 – Foi disciplinado o funcionamento técnico atuarial das entidades de
previdência privada, classificadas em aberta, quando acessíveis ao público em
geral e fechadas, quando destinadas exclusivamente aos empregados de uma
empresa ou grupo de empresas.
1979 – Foi instituída a Guia de Recolhimento da Dívida Ativa da Previdência
Social – GRPS.
1982 – Foi instituída a certidão negativa de débito – CND, criada a contribuição
social e instituído o Fundo de Investimento Social – FINSOCIAL.
1986 – Os aposentados e pensionistas do SINPAS, servidores públicos civis e
aposentados da União e de suas autarquias foram isentados de contribuições
para a previdência.
1988 – A Constituição adotou o conceito de Seguridade Social e foi instituída a
contribuição social sobre o lucro das empresas – CSSE.
1990 - Foi instituído o Regime Jurídico único para os servidores, passando
todos a estatutários, inclusive os 600.000 celetistas, criado o Instituto Nacional do
Seguro Social, extinto o Ministério da Previdência e Assistência Social, criado o
Ministério do Trabalho e Previdência Social e transferidos do MTPS para o
Ministério da Saúde o INAMPS e a CEME e reconhecida a Fundação GEAP de
seguridade Social como entidade fechada de previdência social, por causa do
pecúlio.
1992 – Foi criado o Ministério da Previdência Social.
1993 – Foi aprovada a Lei de Organização da Assistência Social – LOAS,
estabelecendo que a assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é
política de Seguridade Social não contributiva, criada a Política Nacional de
Assistência Social, o Conselho nacional de Assistência Social (CNAS) e o
benefício de Prestação Continuada, de um salário mínimo mensal à pessoa
portadora de deficiência e ao idoso com 65 anos de idade.
1994 – Foi criado o Plano Real e proposta a 1ª reforma da Previdência que
suprimiu conquistas constitucionais e direitos sociais de trabalhadores privados e
servidores públicos.
2003 – Foi proposta a 2ª Reforma da Previdência, que suprimiu conquistas
constitucionais e direitos sociais de trabalhadores privados e servidores públicos.
2004 – O governo taxou os inativos.
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2005 – Entrou em vigor o acordo multilateral de Seguridade Social do
Mercosul, proposta a criação da Secretaria da Receita do Brasil, unificando as
Secretarias da receita Federal e da receita Previdenciária. A medida Provisória foi
recusada pelo Congresso. O Governo decretou, na prática, a unificação,
nomeando como Secretário interno da SRP o Secretário da Receita Federal.
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CAPÍTULO II
QUANDO O TRABALHADOR URBANO ALCANÇA A
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
É devida ao segurado que, após ter cumprido a carência exigida de no
mínimo 180 meses, completar 35 anos de contribuições, se homem e 30 anos de
contribuições, se mulher. Não há exigência de idade mínima para a concessão do
benefício.
Os segurados filiados à Previdência Social antes da reforma
constitucional de 16/12/1998 têm direito à aposentadoria proporcional. Os homens
podem requerer o benefício aos 53 anos de idade e 30 anos de contribuições,
mas um adicional de 40% sobre o tempo de serviço que faltava para completar 30
anos de contribuições na data da reforma.
As mulheres, aos 48 anos de idade e 25 de contribuições, mas um
adicional de 40% sobre o tempo que faltava, em 1998, para completar 25 anos de
contribuições.
A perda da qualidade de segurado não é considerada para a concessão
dessa aposentadoria, desde que cumpridos os demais requisitos.
O trabalhador não precisa sair do emprego para requerer a
aposentadoria. O segurado empregado, inclusive o doméstico, tem direito à
aposentadoria a partir da data de desligamento do emprego, quando solicitava até
90 dias após o desligamento ou a partir da data de entrada do requerimento
administrativo, quando não houver desligamento do emprego ou quando
requerida passados 90 dias do desligamento. Os demais segurados têm direito à
aposentadoria a partir da data de entrada do requerimento junto ao INSS.
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O valor do benefício para a aposentadoria integral corresponde a 100%
do salário-de-benefício. Para a Aposentadoria proporcional, equivale a 70% do
salário-de-benefício ao completar 25 ou 30 anos de contribuições, acrescidos de
40% mais 5% para cada ano, até o máximo de 100% conforme o caso. O
aposentado terá direito ao 13º salário (abono anual) recebido com a renda mensal
de novembro, paga no mês de dezembro. O valor será proporcional ao número de
meses no ano de início da aposentadoria.
Para Professor ou Professora que comprove, exclusivamente, tempo
de efetivo exercício em função de magistério na Educação Infantil,
no Ensino Fundamental ou Médio, há redução de 5 anos do tempo exigido.
2.1 – CONCEITO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
Previdência Social é o seguro social que substitui a renda do segurado-
contribuinte, quando ele perde sua capacidade de trabalho por motivo de doença,
acidente de trabalho, velhice, maternidade, morte ou reclusão.
Beneficiário são os segurados e seus dependentes.
Segurado é qualquer pessoa que exerça atividade remunerada e
contribua para a Previdência Social. Aqueles que não exercem atividade
remunerada, como estudantes maiores de 16 anos e donas de casa, também
podem contribuir para a Previdência, facultativamente.
Segurados Obrigatórios são todos os trabalhadores urbanos e rurais
que exercem atividades remuneradas não sujeitas a regime próprio de
previdência (Servidores Públicos). A partir dos 16 anos de idade, são eles
empregados com Carteira Assinada, domésticos, trabalhadores avulsos,
contribuintes individuais (Empresários, Profissionais Liberais e outros), especiais
(trabalhadores rurais em regime de economia familiar).
Dependentes preferenciais são os seguintes: Cônjuge a companheira
o companheiro e o filho não emancipado de qualquer condição, menor de 21 anos
23
de idade ou inválido. Na falta destes, são aceitos como dependentes os Pais ou
irmãos que comprovarem a dependência econômica. A dependência econômica
de cônjuges, companheiros e filhos são presumidos, nos demais casos devem ser
comprovadas por documentos e ou testemunhas.
2.2 – CONCEITO DE SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO
Para os segurados obrigatórios, é o valor de sua remuneração. Para o
segurado facultativo, é o valor por ele declarado, desde que não ultrapasse o
limite máximo nem seja inferior ao salário mínimo especificado em Lei.
2.3 – CONCEITO DE SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO
É o valor básico utilizado para definir a renda mensal dos benefícios de
prestação continuada, inclusive aqueles decorrentes de legislação especial e de
acidente de trabalho. É calculado tomando-se por base os salários-de-
contribuição dentro do período de julho de 1994 até o mês anterior a data do
requerimento do benefício ou do afastamento do trabalho.
2.4 – A APOSENTADORIA ESPECIAL
Esse benefício é concedido às pessoas que trabalham em condições
especiais à saúde ou à integridade física. Para ter direito à aposentadoria
Especial, o trabalhador deverá comprovar a efetiva exposição de forma
permanente, não ocasional e nem intermitente a agentes físicos, químicos e
biológicos ou a associação de agentes nocivos durante 15, 20 ou 25 anos,
dependendo do fator de risco exposto.
A perda da qualidade de segurado não é considerada para a
concessão dessa aposentadoria, desde que cumpridos os demais requisitos.
O benefício é concedido apenas os trabalhadores com carteira
assinada (exceto os empregados domésticos), trabalhadores avulsos e
contribuintes individuais filiados a uma cooperativa.
24
O valor da aposentadoria especial correspondente a 100% do salário-
de-benefício, não podendo ser inferior ao salário mínimo, com direito a 13º salário
(abono anual), recebido com a renda mensal em de novembro paga no mês de
dezembro.
A comprovação da efetiva exposição a esses agentes deve ser feita
em formulário denominado Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP),
preenchido pela Empresa com base em Laudo Técnico de condições ambientais
de Trabalho, elaborado por um Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança
do Trabalho. A Empresa é obrigada a fornecer ao trabalhador uma cópia autêntica
do PPP na hipótese de demissão.
O segurado que tiver exercido sucessivamente duas ou mais
atividades em condições prejudiciais à saúde ou a integridade física sem
completar o prazo mínimo para a aposentadoria especial poderá converter o
tempo especial em tempo comum utilizando-se os seguintes multiplicadores 1,4.
2.5 – A APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
Quando o segurado, ao ficar doente, após ser submetido a perícia
médica do INSS, ser considerado inapto para o serviço definitivamente sem
possibilidade de recuperação e readaptação em outra função.
O valor do benefício corresponderá a 100% do salário de benefício,
nunca inferior ao salário mínimo. O segurado especial (trabalhador rural) terá
direito a um salário mínimo, se não contribuiu facultativamente.
O 13º salário (abono anual) é recebido com a renda mensal de
novembro, paga no mês de dezembro.
Na hipótese do trabalhador inválido necessitar de ajuda permanente de
outra pessoa, devidamente atestado pela perícia médica, o valor pode ser
majorado em 25% a partir da data da entrada do requerimento administrativo.
25
Para ter direito a essa aposentadoria, o segurado precisa ter
contribuído para a Previdência Social por, no mínimo 12 meses, em caso de
doença. Se a incapacidade for motivada por acidente de trabalho, não há
carência.
A doença ou lesão que o segurado já for portador em momento anterior
ao se filiar à Previdência Social, não lhe dará direito ao benefício, salvo se ocorrer
o agravamento da enfermidade.
O aposentado deve ser submetido a cada 2 anos a perícia médica do
INSS, podendo ser suspensa na hipótese de recuperação e volta ao trabalho.
Da mesma forma, entende Ibrahim (2014) sobre Aposentadoria por
tempo de Contribuição, até que a legislação específica sobre o assunto seja
criada, a legislação previdenciária, em especial o regulamento da Previdência
Social, determina algumas diretrizes.
Considera-se tempo de contribuição o tempo, contado de data a data,
desde o início até a data do requerimento ou do desligamento de atividade
abrangida pela previdência social, descontados os períodos legalmente
estabelecidos, como de suspensão de contrato, de interrupção de exercício e de
desligamento da atividade.
Em razão desta presunção, cabe ao contribuinte individual comprovar
a interrupção ou o encerramento da atividade pela qual vinha contribuindo, sob
pena de ser considerado em débito no período sem contribuição. Se, por
exemplo, o individual deixa exercer a atividade, mas não encerra sua inscrição no
INSS, admitir-se-á que continua trabalhando e, portanto, está devendo à
previdência.
A comprovação da interrupção ou o encerramento da atividade do
contribuinte individual serão feitos, normalmente, mediante declaração, ainda que
extemporânea, e, para os empresários, com base em distrito social, alteração
contratual ou documento equivalente emitido por junta comercial, secretaria
26
federal, estadual, distrital ou municipal, ou por outros Órgãos oficiais, ou outra
forma admitida pela INSS (Art 49 do RPS, com a redação dada pelo Decreto nº4.
729/03.
Não será computado como tempo de contribuição o já considerado
para concessão de qualquer aposentadoria do RGPS ou por outro regime de
previdência social.
Assim, por exemplo, servidor público aposentado por regime próprio,
ao iniciar nova atividade vinculante ao RGPS, não poderá utilizar-se do tempo de
contribuição do regime anterior. Obviamente, se este servidor não tivesse obtido a
aposentação pelo regime próprio, ao iniciar nova atividade vinculante ao RGPS,
não poderá utilizar-se do tempo de contribuição do regime anterior, que deu
origem a aposentadoria anterior. Obviamente, se este servidor não tivesse obtido
a aposentação pelo regime próprio, este tempo poderia ser computado pelo
RGPS, já que não foi utilizado.
Também são contados como tempo de contribuição, entre outros:
I – O período em que o segurado esteve recebendo auxílio-doença ou
aposentadoria por invalidez, entre período de atividade;
II – O tempo de serviço militar, salvo se já contado para inatividade remunerada
nas Forças Armadas ou Auxiliares, ou para aposentadoria no serviço público
federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, ainda que anterior à filiação ao
Regime Geral de Previdência Social, nas seguintes condições:
a) Obrigatório ou voluntário; e
b) Alternativo, assim considerado o atribuído pelas Forças Armadas à aqueles
que, após alistamento, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como
tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para
eximirem de atividade de caráter militar;
c) O período em que o segurado esteve recebendo benefício por incapacidade
por acidente do trabalho, intercalado ou não;
d) O período de licença remunerada, desde que tenha havido desconto de
contribuições;
27
e) O tempo de trabalho em que o segurado esteve exposto a agentes nocivos
químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à
integridade física;
f) O tempo exercido na condição de aluno-aprendiz referente ao período de
aprendizado profissional realizado em escola técnica, desde que comprovada a
remuneração, mesmo que indireta, à conta do orçamento público e o vinculo
empregatício.
Para André (2012), APOSENTADORIA POR TEMPO DE
CONTRIBUIÇÃO, é um dos benefícios da previdência social conferido ao
segurado, regulado nos artigos 52 a 56 da Lei 8.213/91. Possui objetivo de
conferir rendimentos aos segurados que tenham contribuído para a previdência
social durante um determinado período de tempo.
A aposentadoria por tempo de contribuição, uma vez cumprida a
carência exigida, 180 contribuições mensais, será devida ao segurado homem
após 35 anos de contribuição ou 30 de contribuição, se mulher.
Para Kertzman (2007), A aposentadoria por tempo de contribuição é o
benefício devido a todos os segurados, exceto o especial que não contribua como
contribuinte individual, que tiver contribuído durante 35 anos, se homem, ou 30
anos, se mulher.
Essas idades serão reduzidas em cinco anos para o professor que
comprove, exclusivamente, o tempo de efetivo exercício das funções de
magistério na educação infantil e no ensino fundamental, fazendo jus à
aposentadoria após o lapso temporal de 30 anos de contribuição, se homem, ou
25 anos, se mulher.
2.6 – A MEDIDA PROVISÓRIA 676/2015
O Governo criou nova regra instituída pela Medida Provisória 676/15,
para concessão da aposentadoria por tempo de contribuição, a chamada regra
28
85/95, que somado a idade e o tempo de contribuição, será possível a concessão
da aposentadoria sem a inserção do fator previdenciário, que, aliás, não foi
excluído do cálculo.
Para que o trabalhador se aposente sem o redutor do benefício,
chamado fator previdenciário, tem que preencher os seguintes requisitos, a partir
de dezembro de 2016 contar com 35 anos de serviço e 60 anos de idade se
homem, contar com 30 anos de serviço e 55 anos de idade se mulher, nos anos
subseqüentes é aumentado 1 ponto até janeiro de 2022, a partir do ano 2022
estabiliza-se a regra 100/90, 35 anos de contribuições e 65 anos para homem, 30
anos de contribuições e 60 anos de idade para mulher.
É de bom alvitre reiterar, se o trabalhador (a) já alcançou o tempo de
contribuição (35/30 anos) e a idade está abaixo da estipulada pela medida
provisória 676/15, poderá solicitar aposentadoria. Nesta hipótese, o benefício será
calculado pelo fator previdenciário, motivando uma perda ao trabalhador, de até
30% do que poderia ganhar sem a inclusão do redutor previdenciário.
Neste diapasão, vê-se a jurisprudência do TRF2, que diz o seguinte:
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. CONVERSÃO DE TEMPO TRABALHADO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS EM TEMPO COMUM. RECONHECIMENTO NA ESFERA ADMINISTRATIVA. PAGAMENTO DE ATRASADOS. I – A hipótese versa sobre pedido de concessão de aposentadoria por tempo de contribuição, com conversão do tempo trabalhado em condições especiais (insalubridade) em tempo comum, bem como o recebimento de indenização por danos morais e materiais. II – O Juízo a quo concedeu a antecipação de tutela, e julgou parcialmente procedente o pedido, para condenar o INSS, a conceder a aposentadoria integral, por tempo de contribuição a contar da data do requerimento administrativo e no pagamento dos reflexos pecuniários daí decorrentes. III – O próprio INSS restabeleceu o benefício de aposentadoria do segurado em sede administrativa, com DIB em 20/11/2007, reconhecendo o direito do autor ao benefício, não havendo prova de ocorrência de reversão do quadro, não havendo mais o que discutir quanto à ativação da aposentadoria. IV – A concessão do benefício no curso da demanda, não acarreta perda de objeto, mas sim o reconhecimento da procedência do pedido pelo réu, o que implica, nos termos do artigo 269, II, do Código de Processo Civil, na
29
extinção do processo com resolução do mérito. V – Portanto, apesar de ter o INSS reconhecido administrativamente o direito do autor e implantado o benefício antes da sentença, não é caso de perda do objeto, pois remanesceu o pleito do segurado referente ao pagamento dos reflexos pecuniários daí decorrentes, com a incidência de juros e correção monetária. VI – Dado parcial provimento à remessa necessária. Origem – TRF2ª Região. Processo nº 2008.51.19.0004377 Data da decisão – 30/06/2015 Data da disponibilização – 07/07/2015. Órgão Julgador – 2ª TURMA ESPECIALIZADA.
30
CAPÍTULO III
QUANDO O TRABALHADOR PERDE A QUALIDADE DE
SEGURADO JUNTO AO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO, MOMENTO,
EFEITO, RECUPERAÇÃO E O CONCEITO DE PERÍODO DE
GRAÇA
É preciso entender que o segurado empregado, empregado doméstico,
contribuinte individual, trabalhador avulso, enquanto estiver contribuindo com o
sistema previdenciário, está totalmente amparado, porém na hipótese de
suspensão ou ausência de pagamento das contribuições, ainda terá um lapso
temporal, chamado de PERÍODO DE GRAÇA, cujos prazos estão capitulados no
artigo 13 do Regulamento da Previdência Social do Decreto nº 3.048/99, que
determina o seguinte, como abaixo consignado:
Art. 13 - Mantém a qualidade segurado, independentemente de contribuições: I – Sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; II – Até doze meses após a cessação de benefício por incapacidade ou após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela previdência social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração; III – Até doze meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória; IV – Até doze meses após o livramento, o segurado detido ou recluso; V – Até três meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; VI – Até seis meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo. § 1º - O prazo do inciso II será prorrogado para até vinte e quatro meses, se o segurado já tiver pago mais de cento e vinte contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado. § 2º - O prazo do inciso II ou do § 1º será acrescido de doze meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação por registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego.§ 3º - Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a previdência social. § 4º Aplica-se o disposto no inciso II do Caput e no § 1º ao segurado que se desvincular de regime próprio de previdência social (parágrafo acrescentado pelo Decreto nº 3.365, de 29/11/99) § 5º - A perda da qualidade de segurado não será considerada para a
31
concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial. (Parágrafo acrescentado pelo Decreto nº 4.729, de 9/06/03). § 6º - Aplica-se o disposto no § 5º à aposentadoria por idade, desde que o segurado conte com, no mínimo, o número de contribuições mensais exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício. (Parágrafo acrescentado pelo Decreto nº 4.729, de 9/06/20903).
É de bom alvitre ressaltar, que a perda da qualidade de segurado não
prejudica os direitos já adquiridos para concessão do benefício, de modo que na
data do requerimento da aposentadoria já tinham sido preenchidos todos os
requisitos para sua aquisição.
3.1 – A PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO
Ocorre no dia seguinte ao do vencimento da contribuição, prevista no
plano de custeio da Seguridade Social, relativa ao mês subseqüente ao término
do prazo supramencionado no artigo 13 do Decreto 3.048/99.
Cabível ressaltar que, havendo perda da qualidade de segurado, as
contribuições anteriores a essa condição somente serão computadas para efeito
de carência depois que o segurado contar, a partir da nova filiação ao RGPS,
como no mínimo, um terço do número de contribuições exigidas para o
cumprimento da carência do benefício a ser requerido: exemplo, se o benefício a
ser postulado, a lei determinar 12 meses de carência, o solicitante terá que pagar
04 meses de contribuições.
Contudo, essa exigência, não se aplica aos benefícios de
aposentadoria por idade, especial e por tempo de contribuição, por imposição da
Lei 10.666/2003, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a
concessão destes benefícios.
Nos casos em que são exigidas carência para a concessão do
benefício previdenciário, como: auxílio doença, aposentadoria por invalidez,
salário maternidade, as contribuições anteriores somente serão computadas para
efeito de carência, depois que o segurado contar, a partir da nova filiação ao
32
Sistema Previdenciário RGPS, com no mínimo, um terço de contribuições
exigidas para o cumprimento.
3.2 – O MOMENTO, EFEITO, RECUPERAÇAO E O CONCEITO DE PERÍODO
DE GRAÇA
O momento é quando o trabalhador deixa de pagar suas contribuições,
além do período de graça determinado pelo artigo 13 e seus incisos e parágrafos
do Decreto 3.048/99, supramencionado.
O efeito e/ou conseqüências é a impossibilidade de auferir alguns
benefícios oferecidos pelo INSS para quem está filiado ao RGPS.
A recuperação ocorre com o restabelecimento do pagamento das
contribuições previdenciárias, automaticamente, o próprio trabalho remunerado
aflora o vínculo e a filiação junto ao Sistema Protetivo.
KERTZMAN entende da mesma forma, e ressalta que o Regime Geral
da Previdência Social é um sistema previdenciário essencialmente contributivo.
Para fazer jus a qualquer benefício previdenciário, é necessário, em regra, que o
requerente seja filiado ao sistema e, ao mesmo tempo, efetue as contribuições.
Este sistema, entretanto, permite que o segurado possa passar algum
tempo sem efetuar os seus recolhimentos, mantendo, mesmo assim, a condição
de beneficiário do RGPS. Muito injusto seria se um segurado que contribuiu
durante vários anos, tendo, por um descuido, deixado de efetuar apenas uma
contribuição, fosse, justamente neste mês, acometido de doença incapacitante e
não obtivesse a cobertura previdenciária.
O período em que o segurado pode deixar de recolher contribuições
sem perder os seus direitos é chamado “período de graça”, que como
demonstrado, objetiva dar, por algum tempo, proteção ao trabalhador filiado ao
sistema. O empregado, por exemplo, surpreendido por situação de desemprego
33
involuntário, mantém o vínculo com a Previdência Social durante algum tempo,
podendo, neste período, ser contemplado com benefícios previdenciários.
A situação que garante a manutenção da qualidade de segurado,
independentemente de contribuições, é: sem limite de prazo, quem estiver em
gozo de benefício, observando-se que não há qualquer limite de prazo, mesmo
que o recebimento do benefício se prolongue por vários anos.
Também é o entendimento de ANDRÉ, enquanto o segurado exercer
atividade remunerada abrangida pelo RGPS estará automaticamente filiado a este
regime, estando apto à concessão dos benefícios previdenciários. Contudo, a
legislação previdenciária prevê que, em determinadas situações, o trabalhador
manterá a qualidade de segurado, independente de estar exercendo atividade
remunerada e conseqüentemente, contribuindo para a previdência social durante
um determinado período de tempo (chamado período de graça). Terminado esse
período, aí sim, o segurado não mais mantém vínculo com a previdência social,
perdendo condição para gozo de benefícios.
Valendo trazer à baila, entendimento pacificado PELA
JURISPRUDÊNCIA DO TRF2ª REGIÃO
PREVIDENCIÁRIO – APELAÇÃO CÍVEL – RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO DOENÇA – REVISÃO DE RMI-PENSÃO POR MORTE – AUSÊNCIA DE QUALIDADE DE SEGURADO – INCLUSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO RECONHECIDO EM AÇÃO TRABALHISTA – DANOS MORAIS NÃO CONFIGURADOS – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA 1 – Não houve a alegada perda da qualidade de segurado, pois o instituidor, quando formulou o requerimento administrativo de concessão de auxílio- doença, encontrava-se no período de graça, conforme restou reconhecido por acordo homologado judicialmente em sede de reclamação trabalhista; 2 – A jurisprudência pretoriana já está sedimentada no sentido de que a sentença proferida na área trabalhista, reconhecendo o tempo de serviço, sem a participação do INSS, serve como meio de prova em outro processo; 3 – A análise dos autos conduz à conclusão que não restaram demonstrados os requisitos necessários à configuração do dano moral, eis que não se identificam os constrangimentos morais e desgastes físicos, mentais e emocionais que a demandante alega ter sofrido; 4 – Apelação parcialmente provida. ORIGEM: TRF2
34
CLASSE: AC – APELAÇÃO CÍVEL – 577681 PROCESSO Nº 2009.51.01.813.007-1 DATA DA DECISÃO: 11/12/2014 DATA DA PUBLICAÇÃO: 07/01/2015 ÓRGÃO JULGADOR: 1ª TURMA ESPECIALIZADA Relator: Desembargador Federal ANTONIO IVAN ATHIÉ
Também é o entendimento de Ibrahim Fábio Zambitte,
MANUTENÇÃO E PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO – PERIODO DE
GRAÇA, o tema proposto é afeto à questão da desfiliação previdenciária. Aqui a
lógica do seguro é bastante evidente: enquanto a pessoa está vinculada a
determinada seguradora, como, por exemplo, no caso de um seguro de veículos,
pode-se dizer que a mesma está segurada, isto é, tem a qualidade de segurada.
Se, no ano seguinte esta pessoa não renova o seguro do seu veículo, não detém
mais a condição de segurada, e caso seu carro venha a ser furtado, nada poderá
demandar da seguradora, pois não haverá qualquer liame entre eles.
Mutatis Mutandis, a lógica previdenciária é bastante similar ao exposto
– enquanto o segurado do RGPS detém esta qualidade, estará coberto frente às
necessidades sociais previstas em Lei. Perdendo esta condição, nada mais
poderá exigir do sistema, pois um requisito elementar para que alguém possa
postular alguma prestação previdenciária é enquadrar-se como beneficiário
(segurado ou dependente). A perda da qualidade de segurado tem o condão de
provocar a perda dos direitos também de seus dependentes. A questão é como
se dá esta perda da condição de segurado no RGPS.
A filiação automática é decorrência natural da compulsoriedade do
sistema protetivo. Em virtude desta condição, caso o segurado deixe de exercer a
atividade remunerada, como em virtude de desemprego, deveria,
automaticamente, perder sua filiação ao RGPS.
Entretanto, em razão da natureza protetiva do sistema previdenciário, e
pelo fato de, na maioria das vezes, o segurado encontrar-se sem atividade por
força das circunstâncias (desemprego ECT), não deve permanecer desamparado
em tal momento. Por isso, a lei prevê determinado lapso temporal, no qual o
segurado mantém esta condição, com cobertura plena, mesmo após a interrupção
da atividade remunerada e mesmo sem contribuição, daí justificando o nome de
35
PERÍODO DE GRAÇA. Tal período, em regra, não conta para carência, nem
como tempo de contribuição.
Neste período, a pessoa mantém seu liame previdenciário, ou seja,
mantém-se como segurado do RGPS, preservando seus direitos e de seus
dependentes. Permite assim a lei que o segurado busque o reingresso no
mercado de trabalho sem ficar ao desamparo. O período de manutenção da
qualidade de segurado é mera extensão da cobertura previdenciária, a fim de dar
oportunidade ao trabalhador de obter nova atividade em certo tempo.
No entanto, o período de graça, em regra, não tem duração indefinida.
Somente haverá a cobertura previdenciária durante determinado tempo, sob pena
de inviabilidade financeira e atuarial do sistema. Caso o segurado não tenha
retomado suas atividades laborais no período, deve vincular-se como facultativo
para evitar a perda da filiação previdenciária.
Da mesma forma, em regra, o período de graça não se computa para
efeito algum, isto é, não é considerado para tempo de contribuição ou carência,
pois, como se disse, se trata de mera extensão da cobertura previdenciária. Pode-
se dizer que é um bônus concedido ao segurado. Nada mais que isto. Se
determinado segurado deixa de exercer atividade remunerada e deseja que o
tempo de contribuição continue a ser computado durante o período, deve
inscrever-se como facultativo e iniciar suas contribuições.
Período de carência é o número de contribuições mensais mínimas que
o INSS exigia para a concessão de algum benefício, consideradas a partir do
transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências, para evitar prejuízos
financeiros ao sistema previdenciário.
A carência como já foi mencionado é vinculada à idéia do equilíbrio
financeiro e atuarial, mas nada impede a existência de um sistema previdenciário
atuarialmente equilibrado, mesmo sem qualquer carência.
36
Contudo não é regra. Por algum infortúnio da vida o segurado pode
padecer de uma enfermidade e se afastar de suas atividades por longos períodos
– este período de afastamento é considerado como tempo de contribuição, mas
não como carência, já que não houve qualquer contribuição mensal.
37
CONCLUSÃO
A presente pesquisa partiu do pressuposto de que as diversas normas
previdenciárias existentes no País no que tange a contribuição nas relações de
trabalho urbano são suficientes para evitar perda da qualidade de segurado,
desde que as referidas normas sejam devidamente cumpridas.
Ademais, a seguridade social, demonstrou um dos principais instrumentos
de que se vale o Estado e o trabalhador brasileiro, para a construção de uma
sociedade livre, justa e solidária, no momento mais importante da vida. O
trabalhador encontra-se respaldado contra os infortúnios da vida, e até mesmo
em razão do declínio da força física por velhice, momento onde o trabalhador
mais necessita do sistema previdenciário.
Assim sendo, o presente estudo visa esclarecer ao leitor, de que a
aposentadoria por tempo de serviço, existente em período anterior à EC nº 20, de
15/12/98, foi substituída pela atual aposentadoria por tempo de contribuição. O
objetivo desta mudança foi adotar, de forma definitiva, o aspecto contributivo no
regime previdenciário.
A pesquisa constatou também que sempre foi comum na previdência
social a contagem de períodos de trabalho ou estudo como tempo de serviço,
mesmo quando o segurado não efetuava qualquer contribuição para o sistema.
Enfatizando que tais situações não são compatíveis com um regime
previdenciário de natureza contributiva que busca o equilíbrio financeiro e atuarial
(art 201, Caput, CRFB/88).
Contudo, a legislação previdenciária mostra que sofre constante mutação
e essas mudanças constantes, tem por base a expectativa de vida do brasileiro,
devendo acompanhar o sistema financeiro e atuarial para não proporcionar a
quebra do RGPS – Regime Geral de Previdência Social.
38
Com essa mudança a Medida Provisória 676/2015, surgiu na presente
pesquisa uma nova regra para a concessão de aposentadorias que cria uma
alternativa ao fator previdenciário. Esclarecendo que a medida tem consonância
com uma decisão tomada pelo Congresso Nacional, visando garantir a
sustentabilidade da Previdência e das contas públicas brasileiras.
Logo, a partir desse novo estudo, passou a acrescentar um sistema de
pontos, alternativo ao fator previdenciário, que combina a idade da pessoa com o
tempo de contribuição com a Previdência. Até dezembro de 2016, mulheres
passam a poder se aposentar de forma integral quando a soma de sua idade com
os anos pelos quais pagou sua contribuição ao INSS for igual a 85. No caso dos
homens, quando for igual a 95.
Por fim, este estudo conclui que a legislação acerca da contribuição nas
relações de trabalho urbano, vem sendo cada vez mais aprimorado ao longo dos
anos e, se devidamente observada, é suficiente para assegurar os direitos dos
aposentados e demais beneficiários, tendo sempre a possibilidade de acrescentar
regras ampliando e assegurando a melhor qualidade de vida às pessoas.
39
BIBLIOGRAFIA
ANDRÉ, Marcos Ramos Vieira. Manual de Direito Previdenciário. 6. ed. São
Paulo: Impetus, 2006.
IBRAHIM, Fábio Zabitte. Curso de Direito Previdenciário. 19. ed. São Paulo:
Impetus, 2014.
KERTZMAN, Ivan. Curso Prático de Direito Previdenciário. 13. ed. São Paulo:
JusPodivm, 2015
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Atualizada até a
Ementa Constitucional nº 87/2015 de 16 de abril de 2015.
BRASIL. Decreto nº 3048/99, de 06 de maio de 1999. Aprova o Regulamento da
Previdência Social. Atualizado até o Decreto nº 8.302 de 04 de setembro de 2014,
DOU de 05 de setembro de 2014.
BRASIL. Medida Provisória 676/2015, de 17 de junho de 2015.
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ANEXOS
Medida Provisória 676/2015 cria nova regra de aposentadoria por publicado: 22/06/2015 17h43 última modificação: 25/06/2015 18h12
Medida Provisória 676/2015 cria nova regra de aposentadoria
A mudança das regras já está em vigor desde a publicação da Medida Provisória 676/2015, publicada no Diário Oficial da União de 18 de junho de 2015.
O governo instituiu, uma nova regra para a concessão de aposentadorias que cria uma alternativa ao fator previdenciário. A medida tem consonância com uma decisão tomada pelo Congresso Nacional no último dia 13 de maio, e visa garantir a sustentabilidade da Previdência e das contas públicas brasileiras.
A partir de agora passa a existir um sistema de pontos, alternativo ao fator previdenciário, que combina a idade da pessoa com o tempo de contribuição com a Previdência. Até dezembro de 2016, mulheres passam a poder se aposentar de forma integral quando a soma de sua idade com os anos pelos quais pagou sua contribuição ao INSS for igual a 85. No caso dos homens, quando for igual a 95. A partir de janeiro de 2017 o número de pontos necessários para a aposentadoria integral será elevado gradualmente até chegar a 90 para as mulheres e 100 para os homens em 2022 (veja no último gráfico como será a progressão).
Não houve mudança no tempo mínimo de contribuição para recebimento de aposentadoria integral para receber aposentadoria integral, as mulheres precisam contribuir por pelo menos 30 anos, e os homens por pelo menos 35.
O número de pontos é igual à idade da pessoa mais o tempo de contribuição com o INSS. (ex: uma mulher de 55 anos que tiver trabalhado por 30 anos já pode receber aposentadoria integral. O mesmo vale para um homem de 60 que tiver trabalhador por 35 anos). Esses números serão gradualmente aumentados até 2022, quando chegarão a 90 pontos para as mulheres e 100 para os homens (veja no gráfico abaixo como será a progressão). Então, 85 e 95 são os números de PONTOS que eles deverão atingir para se aposentarem integralmente.
O fator previdenciário não foi extinto, ele continua em vigor. Contudo, não incidirá na aposentadoria de quem completar o patamar mínimo de pontos, que até dezembro de 2016 será de 85 para mulheres e 95 para homens, e depois aumentará progressivamente até o ano de 2022 (veja no gráfico abaixo como será a progressão).
O fator previdenciário é uma fórmula complexa que reduz o valor do benefício com o objetivo de evitar aposentadorias precoces. O fator é aplicado a aposentadorias por tempo de contribuição.
A mudança das regras já está em vigor desde a publicação desta Medida Provisória publicada no Diário Oficial da União. A MP, contudo, ainda terá de ser apreciada em até 90 dias pelo Congresso.
Fonte: Ministério da Previdência Social http://www.spoa.fazenda.gov.br/noticias/medida-provisoria-676-2015-cria-nova-regra-de-aposentadoria
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ÍNDICE
RESUMO............................................................................................................... 5
METODOLOGIA.................................................................................................... 6
SUMÁRIO.............................................................................................................. 7
INTRODUÇÃO....................................................................................................... 9
CAPÍTULO I
A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO SISTEMA
PREVIDENCIÁRIO.............................................................................................. 11
1.1 – HISTÓRICO DA SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL............................. 12
1.2 – A SEGURIDADE SOCIAL NAS CONSTITUIÇÕES FEDERAIS
BRASILEIRAS......................................................................................................13
CAPÍTULO II
QUANDO O TRABALHADOR URBANO ALCANÇA A APOSENTADORIA POR
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO............................................................................. 21
2.1 – CONCEITO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL....................................................22
2.2 – CONCEITO DE SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO.........................................23
2.3 – CONCEITO DE SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO.................................................23
2.4 – A APOSENTADORIA ESPECIAL................................................................23
2.5- A APOSENTADORIA POR INVALIDEZ........................................................24
2.6 – A MEDIDA PROVISÓRIA 676/2015............................................................27
CAPÍTULO III
QUANDO O TRABALHADOR PERDE A QUALIDADE DE SEGURADO JUNTO
AO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO, MOMENTO, EFEITO, RECUPERAÇÃO E O
CONCEITO DE PERÍODO DE GRAÇA............................................................... 30
3.1 – A PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO..............................................31
3.2 – O MOMENTO, EFEITO, RECUPERAÇÃO E O CONCEITO DE PERÍODO
DE GRAÇA............................................................................................................32
CONCLUSÃO...................................................................................................... 37
BIBLIOGRAFIA................................................................................................... 39
ANEXOS.............................................................................................................. 40