UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS – GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Por :Norma Costa de Lima Figueira
Orientador
Profª Maria Poppe
Niterói
2004
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS – GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes com condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Orientação
Educacional.
Por : Norma Costa de Lima Figueira
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus,por todas as vitórias que tem me
proporcionado ao longo de minha vida.
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DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia ao meu esposo Carlos
Eduardo, pelo carinho a mim dispensado no decorrer
deste curso.
À minha querida filha Ana Beatriz,amiga e
companheira de todas as horas.
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RESUMO
A educação inclusiva proposta pela Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional e pela Constituição Federal é requisito mínimo para se
garantir ao portador de necessidades especiais o direito de exercer sua
cidadania.
Os objetivos da educação inclusiva, encontram fundamentação
teórica nas pesquisas de Piaget e Vygotsky, através de suas teorias
interacionistas, e fundamentação legal na Constituição Federal e suas leis
complementares.
Historicamente os conceitos e objetivos da educação inclusiva no
país, vêm apresentando grandes evoluções. Em determinados períodos
procurou-se viabilizar apenas a integração destas pessoas à escola e à
sociedade sem de fato investir nas suas capacidades.Atualmente, concebe-
se uma educação inclusiva que trabalhe o aluno em todos os seus
aspectos, dando-lhe a oportunidade de desenvolver-se dentro de suas
capacidades, e a partir de suas necessidades individuais.
Para se atingir os objetivos da educação inclusiva, é necessário uma
reestruturação da escola em seus aspectos físicos, pedagógicos e
administrativos, reestruturação esta perfeitamente viável
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METODOLOGIA
A obra apresentada teve como metodologia principal a pesquisa
bibliográfica através da qual se buscou aprofundamento teórico sobre o
tema, a partir de leitura de renomados autores da área de educação.
Foi realizada também uma pesquisa de campo através de entrevista a
professores da rede publica municipal e estadual do município de São
Gonçalo, através da distribuição de questionários que buscavam
proporcionar uma visão sobre a situação das escolas inclusivas neste
município.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I – EDUCAÇÃO INCLUSIVA 10
CAPÍTULO II – EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO CONTEXTO
SOCIAL BRASILEIRO 15
CAPÍTULO III - EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO COTIDIANO
ESCOLAR 23
CAPÍTULO IV - PRÁTICAS PEDAGÓGICAS ADEQUADAS À
EDUCAÇÃO INCLUSIVA 34
CONCLUSÃO 42
ANEXO 44
BIBLIOGRAFIA 45
ÍNDICE 47
FOLHA DE AVALIAÇÃO 49
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INTRODUÇÃO
A construção de uma escola inclusiva, que atenda os preceitos
da Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional é um processo fundamental para garantir ao aluno portador de
necessidades especiais o pleno desenvolvimento de suas potencialidades,
de forma que lhe seja garantido direito à cidadania.
A presente pesquisa procura analisar os objetivos da educação
inclusiva, as teorias que a fundamentam, as dificuldades para sua efetivação
na escola pública, bem como apresentar sugestões para uma prática
pedagógica qualidade que de fato atenda seus objetivos.
A educação inclusiva,dos alunos portadores de necessidades
educativas especiais encontra nos sistemas de ensino e no cotidiano das
escolas inúmeras barreiras ideológicas,físicas e administrativas,o que exige
de tais sistemas e escolas uma reestruturação de suas práticas,para que os
objetivos da educação inclusiva sejam alcançados.
A reestruturação do sistema implica na exigência de tomadas de
decisões políticas e administrativas que viabilizem de fato a inclusão,tais
como contratação de pessoal especializado,compra de recursos
materiais,promoção de bons cursos de formação continuada .A
reestruturação da escola implica na reconstrução de suas práticas,de forma
que também seja garantido ao aluno portador de necessidades especiais o
seu pleno desenvolvimento através do acesso à educação sistematizada.
O primeiro capítulo apresenta-se fundamentação legal e teórica sobre
educação inclusiva, bem como seus objetivos e clientela.
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No segundo capítulo, apresenta-se a educação inclusiva no contexto
social brasileiro por meio de um histórico sobre educação especial no Brasil
desde o Império até os dias atuais.
Buscando proporcionar uma visão real sobre a situação da escola
inclusiva, o terceiro capítulo dedica-se ao estudo da situação da mesma no
cotidiano escolar das escolas públicas no município de São Gonçalo.
No quarto capítulo, buscou-se apresentar sugestões de praticas
pedagógicas adequadas à escola inclusiva, procurando assim fornecer
subsídios para uma ação didática de qualidade.
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CAPÍTULO I
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A palavra de ordem na educação contemporânea é Inclusão.A
construção de uma educação inclusiva é um processo de fundamental
importância para o desenvolvimento e a manutenção de um estado
democrático. O conceito de Educação Inclusiva está diretamente ligado ao
conceito de inclusão social.
Romeu Kazumi Sassaki,em seu livro Inclusão Construindo uma
Sociedade para todos apresenta o conceito de inclusão social:
“Conceitua-se a inclusão social como o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir,em seus sistemas sociais gerais,pessoas com necessidades especiais e,simultaneamente,estas se preparam para assumir seus papeis na sociedade.A inclusão social constitui,então ,um processo bilateral no qual as pessoas,ainda excluídas, e a sociedade, buscam,em parceria,equacionar problemas,decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos”(2004,p.41)
Portanto a educação inclusiva apresenta-se como uma possibilidade
de promoção da inclusão social,visto que é por meio dela que se garante ao
educando portador de necessidades especiais condições de acesso à
educação formal,dentro das instituições regulares de ensino .
1. 1 - Bases Legais
A Declaração de Salamanca(De princípios ,políticas e Práticas para
Necessidades Especiais .1994. Espanha) a respeito da escola inclusiva
esclarece :
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“O princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças deveriam aprender juntas,independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter.As escolas inclusivas devem reconhecer e responder as diversas necessidades de seus alunos,acomodando tanto estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de currículo apropriado,modificações organizacionais,estratégias de ensino,uso de recursos e parcerias com a comunidade.Dentro das escolas inclusivas,as crianças com necessidades educacionais especiais deveriam receber qualquer apoio extra que possam precisar para que se lhes assegure uma educação efetiva.”(1994, p .61)
A constituição Brasileira de 1988 determina em seu artigo 208,que
haja:
“Atendimento especializado aos portadores de necessidades especiais preferencialmente na rede regular de ensino”.A lei de diretrizes e bases da Educação nacional,lei 9394/96 reforça este preceito constitucional . A LDB apenas abre exceção para a existência e classes especiais “quando em função das condições especificas dos alunos não for possível sua integração nas classes comuns de ensino regular”(cap IV § 2º)
Portanto , os documentos e legislações apresentados demonstram a
preocupação com o bem estar e a educação de pessoas portadoras de
necessidades especiais; importante se faz agora esclarecer quem é este
cidadão portador de necessidades educacionais especiais.
1.2 -Quem São os Educando com Necessidades
Educacionais Especiais?
A resolução CNE/CEB nº2 /11/2001,que institui as Diretrizes
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica determina:
Artigo 5º - Consideram-se educandos com necessidades educacionais especiais os que,durante o processo educacional,apresentar:
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I_ dificuldades acentuadas de aprendizagem,ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares,compreendidas em dois grupos: a)aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica; b)aquelas relacionadas a condições ,disfunções,limitações ou deficiências; II – dificuldades de comunicação e sinalização diferenciada dos demais alunos,demandando a utilização de linguagens e códigos aplicados; III- altas habilidades /superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os leve a dominar rapidamente conceitos ,procedimentos e atitude.
De acordo com o que foi visto ao receber um aluno portador de
necessidades especiais,a escola para de fato ser inclusiva precisa se
adequar às necessidades dos alunos providenciando meios e recursos que
garantam sua aprendizagem. É função da escola promover a aprendizagem
de todos os que nela estão inseridos.
Viabilizar a educação inclusiva de qualidade é um desafio vivido
pelas escolas atuais que precisam repensar seu espaço físico, sua estrutura
material e principalmente suas práticas pedagógicas.
Na busca de alcançar os objetivos da inclusão, torna - se
extremamente necessário o apoio de teorias cognitivistas de Piaget e
Vygotsky. O primeiro em sua teoria enfatiza que o sujeito é construtor de
seu próprio conhecimento através de sua ação sobre o meio, o segundo
defende a idéia de que a construção do conhecimento implica uma ação
compartilhada, ou seja, é através dos outros que as relações entre sujeitos e
objeto são estabelecidas e conseqüentemente a aprendizagem acontece.
Vygotsky, desenvolveu pesquisas voltadas à educação especial,
segundo ele a educação de crianças especiais deve basear-se em suas
características positivas,não em suas limitações. Por isso a prática com
crianças especiais deve ser pautada em incentivos a seu desenvolvimento.
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A teoria de Vygotsky sustenta a inclusão quando enfatiza o papel
da interação com pessoas mais experiente no processo de aprendizagem
humana. O papel da mediação apresentado por ele também subsidiam uma
prática inclusiva na educação.
Por isso, não se pode conceber uma escola inclusiva, sem práticas
pedagógicas construtivista ou sócio interacionistas;práticas estas que
propiciem mecanismos de permanência do aluno na escola,
proporcionando-lhe condições de obter sucesso na construção de seu
conhecimento através do acesso ao currículo,respeitando sua
possibilidades de aprendizagem , e por fim desenvolvendo-o em suas
potencialidades.
A adequação do currículo é imprescindível para o sucesso da escola
inclusiva, pois o mesmo pode constituir um grande obstáculo para os alunos
especiais , quando impõe uma referencia homogênea a ser alcançada por
todos os alunos independente das condições particulares que possam
apresentar.É preciso estabelecer currículos mais abertos, com novas
concepções que possam contemplar aqueles que não se encontram dentro
do padrão de normalidade estabelecido.
Nos momentos de planejamento, sejam eles de curso,aula ou
unidade,deve-se contemplar instrumentos de concretização do currículo.
Esta responsabilidade não é apenas dos professores,deve ser dividida com
toda a equipe de profissionais habilitados para isto.
O momento de planejamento torna-se elemento de relevante utilidade
para a educação especial, porque é nele que deve ser pensada as
dificuldades apresentadas por cada criança a partir de sua necessidade
especial mesmo quando eles façam parte de um grupo onde todos têm a
mesma deficiência, sempre haverá diferenças .
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É preciso também estabelecer a ruptura com preconceitos existentes
em nossa sociedade e que também se fazem presentes na escola. O sonho
jamais alcançado de turmas homogêneas, se tornará cada vez mais
impossível .Acreditar na potencialidade daqueles que não estão dentro dos
que se classificam como normais ainda é um desafio para educadores e
profissionais da educação que tendo uma formação elitista construída nos
cursos de formação pouco se arriscam no desafio que é ser mediador no
processo de construção do conhecimento do aluno especial.
1.3-Importância da Interação Família e Escola.
“Um filho com deficiência nunca é desejado e,quando
acontece,desperta sentimento de perda,culpa ,raiva ,negação,vergonha,pena medo e muitos outros.Ninguém está preparado para ser pai,mãe ou irmão de uma pessoa portadora d e deficiência.Nem os médicos estão preparados para percebê-la,menos ainda para dar a notícia de maneira adequada”.( Alves,2003, p.29)
Diante de tal afirmação, percebe-se as inúmeras dificuldades
encontradas pelas famílias de crianças portadoras de necessidades
especiais. A educação formal das mesmas é motivo de preocupação dos
pais, entretanto hoje as ansiedades são aumentadas quando se deparam
com a realidade de que seus filhos terão que freqüentar classes regulares.
É imprescindível que a família e a escola trabalhem de forma
cooperativa na educação da criança. Educadores e pais precisam
estabelecer uma relação saudável que proporcione o acompanhamento e a
avaliação da aprendizagem da criança pois ambos são responsáveis por
ela. Se os esforços da família e da escola não forem suficientes para o
pleno desenvolvimento do educando esta criança deverá ser também
atendida por equipes multiprofissionais capacitadas para, a partir de suas
necessidades desenvolver suas potencialidades.
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CAPÍTULO II
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO CONTEXTO SOCIAL BRASILEIRO
Para um melhor entendimento sobre a educação de crianças
portadoras de necessidades educativas especiais,torna-se necessário
apresentar um breve histórico sobre educação desta clientela no contexto
da sociedade brasileira.
2.1 –Um Breve Histórico sobre Educação Especial No Brasil as primeiras iniciativas na educação de crianças especiais,
se deu no século XIX. No ano de 1854, foi criada no rio de Janeiro a
fundação imperial Instituto dos Meninos Cegos, que posteriormente veio a se
chamar Instituto Benjamim Constant (IBC).Em 1857 foi criada a Fundação
Imperial do Instituto dos Surdos-Mudos, que mais tarde veio a se chamar
Instituto Nacional de Educação de Surdos(INES).
Em dezembro de 1882, o imperador convocou o primeiro Congresso
de Instrução Pública, que: “entre os temas do referido congresso figurava a
sugestão de currículo e formação de professores para cegos e surdos”
(Mazzota 1996 ). Este congresso, no entanto só veio a acontecer em 1883.
Embora a fundação dos institutos e o congresso representassem
neste período um grande avanço das políticas públicas sobre educação
inclusiva, tais medidas atendiam apenas uma pequena parcela da população
que delas precisavam.
Em 1874 foi fundado o Hospital Estadual de Salvador , um hospital
destinado ao atendimento médico-pedagógico para deficientes mentais,atual
Hospital Juliano Moreira.
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No século XX, aumenta o interesse pela educação de pessoas
portadoras de necessidades especiais. No final da primeira metade deste
século segundo Mazzota havia:
“...quarenta estabelecimentos de ensino regular mantidos pelo poder público,sendo um federal e os demais estaduais,que prestavam algum tipo de atendimento escolar especial a deficientes mentais.Ainda catorze estabelecimentos de ensino regular,dos quais um federal,nove estaduais e quatro particulares atendiam também alunos com outras deficiências”.( 1996, p.31).
Entretanto é a partir de 1957, que o governo federal assume, o
compromisso com a educação de pessoas deficientes.São realizadas neste
período as seguintes campanhas:
¨ Campanha Para Educação de Surdo Brasileiros(CESB);
¨ Campanha Nacional de Educação e Reabilitação de Deficientes da
Visão(1958 ),que mais tarde se tornou a Campanha nacional de
Educação de Cegos (CENEC);
¨ Campanha Nacional de Educação e Reabilitação de Deficientes
Mentais(CADEME).
2.2 – A Educação dos Especial nas Leis De Diretrizes e Bases
da Educação Nacional :4.024/61 e 5.692/71
Em 1961, é promulgada Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, lei 4.024/61 ,que estabelece :
Título X - Da Educação dos Excepcionais. Art.88 –A educação de excepcionais deve,no que for possível enquadra-se no sistema geral de educação,a fim de integrá-los na comunidade.
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Art.89 – Toda iniciativa privada considerada eficiente pelos Conselhos Estaduais de Educação,e relativa à educação de excepcionais,receberá dos poderes púbicos tratamento especial mediante a bolsas de estudo,empréstimos e subvenções”.
Conforme o visto, a lei acima, desobriga o estado de investir numa
educação pública destinada a educação de pessoas portadoras de
deficiência, e repassa esta responsabilidade ao setor privado, inclusive com
subsídios financeiros do poder público.
Em 1971,a nova LDB 5692/71, no capítulo I ,artigo 9º, assim refere-
se à educação de portadores de deficiência:
“Os alunos que apresentem deficiências físicas ou mentais,ou que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula,e os superdotados deverão receber tratamento especial,de acordo com as normas fixadas pelos competentes Conselhos de Educação”.
O caráter evasivo da lei acima mereceu inúmeras críticas dos
educadores, pois classificou com aluno deficiente aquele que se encontra
em grave atraso escolar,sem considerar as questões sociais e pedagógicas
que também são responsáveis por este fato.
2.3 – A criação de Órgãos Responsáveis pela Educação
Especial e os Planos Nacionais de Educação Especial.
O Decreto nº 72.425, cria em 1973, o CENESP, Centro Nacional de
Educação Especial, que objetiva promover a melhoria do atendimento aos
excepcionais em todo o Brasil.
A criação deste órgão central promoveu a extinção da Campanha
Nacional de Educação de Cegos e da Campanha Nacional de Educação e
Reabilitação de Deficientes Mentais.Neste período o CENESP teve suas
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atividades supervisionadas pela Secretaria Geral do Ministério da Educação
até 1981; quando a portaria 696, do ministro Rubem Ludwig, aprovou o
novo regimento Interno do CENESP e o submeteu à sua supervisão à nova
Secretaria de Ensino de 1º e 2º graus.
Em 1977 o MEC, elabora o primeiro Plano Nacional de Educação
Especial, que objetivavam as seguintes ações:
¨ Ação de extensão do acesso á educação otimizadora(aproveitamento
dos recursos disponíveis e integração sob ângulo pedagógico
administrativo);
¨ Ação preventiva (diagnóstico e atendimento precoces);
¨ Ação de aperfeiçoamento (do sistema educacional);
¨ Ação contínua(educação permanente);
Em1985; para redefinir a política para educação especial no Brasil o
CENESP/MEC elabora o plano de Educação Especial Nova que:
“...configura-se como um documento oficial que traz um conjunto de diretrizes básicas refletindo um encaminhamento político da educação especial”.(Mazzota 1996 ,p.).
Em 1996, o CENESP, foi transformado na SEESP(Secretaria de
Educação Especial ,continuando com suas atribuições anteriores. A
coordenação desta secretaria foi transferida do Rio de Janeiro para Brasília.
Em março de 1990, a SEESP foi extinta,e suas atribuições passaram
para a SENEB (Secretaria Nacional de Educação Básica). Ainda neste ano,
foi incluído na SENEB o Departamento de Educação Supletiva e Especial,
que assumiu responsabilidades sobre a educação especial.
Em 1992, houve nova organização nos ministérios,e a SEESP
reaparece como órgão específico do Ministério da Educação e do Desporto.
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Em dezembro de 1993,a SEESP, publica um documento oficial que
estabelece a PNEE (Política Nacional de Educação Especial), que assim
passa a ser entendida:
“A ciência e a arte de estabelecer objetivos gerais e específicos,decorrentes da interpretação dos interesses,necessidades e aspirações de pessoas portadoras de deficiências típicas(problemas de conduta ) e de altas habilidades (superdotadas),assim como de orientar toda as atividades que garantam a conquista e a manutenção de tais objetivos.”(MEC/SEESP,1994 p.7)
O referido documento ,estabelece que os conteúdos da Política
Nacional de Educação estão em conformidade com o estabelecido na
Constituição Federal de 1988,LDB e Estatuto da Criança e do Adolescente.
O documento assim conceitua o aluno de educação especial.:
“Aquele que,por apresentar necessidades próprias e diferentes dos demais alunos no domínio das aprendizagens curriculares correspondentes á sua idade requer recursos pedagógicos e metodologias educacionais.Genericamente chamados de portadores de necessidades educativas especiais,classificam-se em:portadores de deficiência(mental ,visual auditiva,física ,múltipla)portadores de condutas típicas(problemas de conduta)e portadores de altas habilidades (superdotados).
A PNEE assim define Educação Especial:
“Um processo que visa promover o desenvolvimento das potencialidades de pessoas portadoras de deficiências,e que abrange os diferentes níveis e graus do sistema de ensino.Fundamenta-se em referenciais teóricos e práticos compatíveis com as necessidades específicas de seu alunado”.
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A PNEE apresenta os seguintes objetivos específicos:
“Integração dos portadores de necessidades especiais e à sociedade. Expansão do atendimento aos portadores de necessidades especiais na rede regular e governamental de ensino.”
Devido à clareza de seus conceitos e aos compromissos por ela
assumidos a Política Nacional de Educação Especial tornou-se um
importante documento sobre o tema.
2.4 – A Educação Especial na Nova lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional/ lei 9394/96.
Em termos de legislação, a educação dos portadores de
necessidades especiais ganha maior impulso com a promulgação da lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, lei 9394/96. Esta lei determina
que a educação dos alunos PNE deve ser feita “preferencialmente na rede
regular de ensino e garante apoio especializado às escolas inclusivas para
que seja garantido o atendimento às peculiaridades dos alunos , bem como
esclarece sobre a possibilidade de existência de classes, escolas ou
serviços especializados, quando não for possível a integração de
determinadas crianças à rede regular.
Vejamos na íntegra,as determinações da nova lei:
CAPÍTULO V Da Educação Especial Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. § 1º. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. § 2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função
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das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. § 3º. A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica, para atender às suas necessidades; II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora; V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder Público. Parágrafo único. O Poder Público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo.
Portanto, pode-se afirmar, que a política de educação inclusiva da lei
acima exposta, garante direitos aos alunos portadores de necessidades
especiais, nunca antes contemplados nas Leis de Diretrizes e Bases
anteriores.
Tais inovações exigem da escola e dos sistemas de ensino,uma
postura de extremo compromisso com esta clientela, no sentido de
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possibilitar que a inclusão de fato a aconteça através de mudanças
significativas tais como especialização de professores, adequação de
currículo, métodos e recursos educativos. É exigência da nova lei uma
reestruturação pedagógica e material com a finalidade de construir uma
escola que se abdique ao aluno portador de necessidades especiais, para
de fato poder proporcionar-lhe desenvolvimento.A preparação para o
trabalho apresenta-se também como um direito a ser garantido pelos
sistemas de ensino,que só será concretizado mediante a esforços políticos
e pedagógicos .
Vale ressaltar que o termo “educandos portadores de necessidades
especiais” utilizado pela lei 9394/96 substitui o termo ‘excepcionais” utilizado
pela lei 4024/61.Tal terminologia embora tenha amenizado as
discriminações oriundas do termo excepcionais, recebe críticas por ser
considerado por muitos autores um termo vago que cria dúvidas sobre quais
são as crianças portadoras de necessidades especiais, entretanto tal
afirmação perde o sentido quando outros dispositivos legais já citados no
primeiro capítulo esclarecem tais dúvidas .
Apesar dos avanços apresentados, a concretização de uma escola
verdadeiramente inclusiva vem encontrando inúmeros obstáculos, em todas
as esferas do sistema de ensino. O compromisso assumido pelos
legisladores e pelas políticas públicas não tem sido compromisso assumido
pelos sistemas educacionais e por muitas unidades escolares que
freqüentemente vem promovendo uma falsa “inclusão” que em nada
colabora com o desenvolvimento integral das criança portadora de
necessidades especiais. Tal realidade será aprofundada no capítulo III .
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CAPÍTULO III
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO COTIDIANO ESCOLAR
A Educação especial tem sido objeto de inúmeras indagações no
cotidiano das escolas, visto que legalmente ela deve ser implementada
preferencialmente na rede regular de ensino.
Serão apresentados alguns conceitos básicos retirados da Política
Nacional de Educação Especial, no sentido de proporcionar um maior
esclarecimento sobre esta nova clientela a ser atendida nas unidades de
ensino.
3.1- Alguns Conceitos Relativos à Educação Especial.
Educação Especial:
“É um processo que visa promover o desenvolvimento das potencialidades das pessoas portadoras de deficiências, condutas típicas ou altas habilidades, e que abrange os diferentes níveis e graus do sistema de ensino. Fundamenta-se em referenciais teóricos e práticos compatíveis com as necessidades específicas do seu alunado”. O processo deve ser integral, incluindo desde a estimulação essencial até os graus superiores de ensino.Sob o enfoque sistêmico, a educação especial integra o sistema educacional vigente, identificando-se com sua finalidade, que é a de formar cidadãos conscientes e participativos “. (Política nacional de Educação Especial. 1994 p.17)”.
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Alunado de Educação Especial:
“É aquele que, por apresentar necessidades próprias e diferentes dos demais alunos no domínio das aprendizagens curriculares correspondentes à sua idade, requer recursos pedagógicos e metodologias educacionais específicas”. Geralmente chamados de portadores de necessidades educativas especiais, classificam-se em: portadores de deficiências (mental,visual,auditiva,física,múltipla), portadores de condutas típicas (problemas de conduta) e portadores de altas habilidades (superdotados) “. (ibidem p.13)”.
Altas habilidades:
“Notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos isolados ou combinados;capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica específica,pensamento criativo ou produtivo;capacidade de liderança;talento especial para as artes e capacidades psicomotoras”.(ibidem p 13)
Condutas Típicas.
“Manifestações de comportamento típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos que ocasionam atrasos no desenvolvimento e prejuízo no relacionamento social em grau que requeira atendimento educacional especializado (ibidem p.13-14).
Deficiência Auditiva.
“ É a perda total ou parcial, congênita ou adquirida da capacidade de compreender a fala através do ouvido. Manifesta-se como: Surdez leve / moderada –perda auditiva de até 70 decibéis, que dificulta, mas não impede o indivíduo de se expressar oralmente, nem de perceber o voz humana, com ou sem a utilização do aparelho auditivo. Surdez severa / profunda –perda auditiva acima de 70 decibéis, que impedem indivíduo de entender, com ou sem aparelho auditivo, a voz humana, bem como de adquirir naturalmente, o código da língua oral.Os alunos portadores de deficiência auditiva necessitam de métodos, recursos didáticos e equipamentos especiais para a correção e
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desenvolvimento da fala e da linguagem.(Bureau Internacional d’ Audiophonologie / BIAP)”.( ibidem p.14).
Deficiência Física:
“É uma variedade de condições não sensoriais que afetam o indivíduo em termos de mobilidade, de coordenação motora em geral ou da fala, como decorrências de lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas, ou ainda, de más-formações congênitas ou adquiridas”.(ibidem p14 ).
Deficiência Mental:
“Esse tipo de deficiência caracteriza-se por registrar um funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da média, oriundo do período de desenvolvimento, concomitantemente com limitações associados a duas ou mais áreas de conduta adaptativa ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente ás demandas da sociedade, nos aspectos: comunicação, cuidados pessoais, habilidades sociais; desempenho na família e comunidade; independência na locomoção; saúde e segurança; desempenho escolar; lazer e trabalho. (Associação American de Deficiência Mental / AAMD, 1992)” ibidem p.15).
Deficiência Múltipla:
“ É a associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias( mental / visual / auditiva / física), com comprometimentos que acarretam atraso no desenvolvimento global e na capacidade adaptativa. As principais necessidades educativas serão priorizadas e desenvolvidas através das habilidade básicas, no aspecto social, de auto – ajuda e de comunicação”.(ibidem p.15 ).
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Deficiência Visual:
“É a redução ou perda total da capacidade e ver com o melhor olho, e após a melhor correção ótica. Manifesta-se como: - cegueira – Perda da visão, em ambos os olhos, de menos de 0,1 no olho melhor, após correção, ou um campo visual não excedente a 20 graus, no maior meridiano do melhor olho, mesmo com uso de lentes para correção. Sob o enfoque educacional, a cegueira representa a perda total ou resíduo mínimo da visão, que leva o indivíduo a necessitar do método Braille como meio de leitura e de escrita, além de outros recursos didáticos e equipamentos especiais de educação. -Visão reduzida – Acuidade visual entre 6/20 e 6/60, no melhor olho, após correção máxima. Sob enfoque educacional, trata-se de resíduo visual que permite o educando ler impressos à tinta, desde que se empreguem recursos didáticos e equipamentos especiais, excetuando-se as lentes de óculos que facilmente corrigem algumas deficiências (miopia, hipermetropia etc.).(Conferência Interamericana para o Bem Estar do Cego, 1961) “(ibidem p.16).
Criança de Alto Risco:
“São as que têm o desenvolvimento ameaçado por condições de vulnerabilidade decorrentes de fatores de natureza somática, como determinadas doenças adquiridas durante a gestação, ou nascimento prematuro (Organização dos Estados Americanos ) 1978)”. (ibidem p.17).
Este é o perfil dos cidadãos a serem incluídos, no sistema
educacional brasileiro na rede regular de Ensino de maneira a proporcionar-
lhe o pleno desenvolvimento de suas potencialidades.
Reconhecendo que a educação brasileira, inspiradas nos princípios
greco-romanos, sempre foi uma educação elitista e excludente; é possível
afirmar que o grande desafio da educação inclusiva está em vencer as
barreiras do preconceito vigente no interior de suas escolas, para que esta
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possa exercer uma prática pedagógica competente no sentido de
proporcionar ao aluno o que for necessário para seu desenvolvimento.
É preciso acreditar, que cabe apenas à pessoa portadora de
necessidades educativas especiais, o conhecimento do que ela é ou não é
capaz de realizar e ou aprender, ficando a escola apenas com o papel de
mediadora no processo de construção do seu conhecimento .
Assim sendo:
“Uma característica fundamental da escola inclusiva é que a escola deve atender à diversidade do seu alunado e deve buscar as respostas individuais para as necessidades educativas de todos os seus alunos. Se antes cabia ao aluno portador de necessidades educativas especiais se adaptar à escola, agora, dentro da concepção da escola inclusiva, é ela quem deve se adaptar.”(Celeste Azula Kelman, Anais do Primeiro Encontro Estadual de Educação Especial -1999 –UERJ p.61.).
3.2- As Barreiras Encontradas no Interior da Escolas:
Basta um olhar superficial sobre os prédios escolares, para se
perceber as diversas barreiras arquitetônicas nele existentes. Percebe-se
claramente, que não houve nenhum tipo de modificação nos mesmos
para atender as necessidades de uma pessoa que possa apresentar
qualquer tipo de deficiência.
É visível a ausência de rampas para acesso de cadeirantes, e
também a falta de banheiro adaptados a eles; bem como se percebe a
falta de pisos guia ou pisos de alerta para facilitar o acesso com
segurança do aluno cego a todas as dependências da escola.
Assim estruturados, os prédios escolares apresentam-se como um
obstáculo à inclusão, pois não permitem em sua arquitetura a
28
independência necessária ao desenvolvimento e ao bem estar dos
alunos incluídos.
3.3. As Barreiras Pedagógicas.
Tão presentes quanto as barreiras arquitetônicas, as barreiras
pedagógicas no interior das escolas apresentam-se também de maneira
bem visível. É possível observar que há falta da formação dos
professores para atuarem devidamente com as diversas dificuldades
encontradas no cotidiano das escolas , bem como a falta de materiais e
recursos didáticos a eles adequados.
O grande número de alunos em sala de aula, que hoje se encontra
entre 35 e 40 alunos, inviabiliza o atendimento pedagógico necessário ao
atendimento às necessidades individuais.
A falta de professores especializados para subsidiar e ou
complementar a ação do professor da classe regular, empobrece o
atendimento ao aluno PNE, podendo citar como exemplo o alunos surdos,
que freqüentam as aulas sem a presença de um interprete de LIBRAS.
3.4 – Barreiras ideológicas.
É muito comum encontrar na cotidiano da escolas, uma ampla ação
pedagógica e administrativa repleta de ideologias que evocam práticas
assistencialistas, sentimentais e piedosas voltadas para as pessoas
portadoras de necessidades especiais. O que tais práticas revelam, é que na
verdade seus educadores não acreditam que os alunos PNE são cidadãos
que estão na escola para usufruir dela o direito de desenvolver suas
potencialidades e pensam que os mesmos nela estão para serem tratados
como alguém que não é capaz de desenvolver-se e que por sua deficiência
está destinado a não chegar em lugar nenhum. O que tais educadores não
29
entendem é que a educação especial é assim denominada apenas por
causa da necessidade de se adequar metodologias e técnicas ao aluno
portador de necessidades especiais e não para limitar-lhe sua possibilidade
de desenvolvimento com piedades indevidas.
3.5 – A Educação Inclusiva No Cotidiano das Escolas do
Município de São Gonçalo.
Para melhor apresentar a realidade da educação inclusiva no
município de São Gonçalo, foi realizada uma pesquisa através da
distribuição de um questionário a professores da sua rede pública estadual e
municipal.A entrevista encontra-se no anexo 1.
A pesquisa revelou que neste município a educação inclusiva ainda é
um objetivo a ser alcançado, pois nele constatou-se a presença das várias
barreiras acima citadas.
Quando questionados sobre o que precisa ser feito para que a escola
se adeqüe ao aluno para melhor desenvolver-lhe a potencialidade, foram
apontadas inúmeras sugestões o que demonstra que ainda há muito a ser
feito, para a escola apresentar o mínimo necessário á uma inclusão
verdadeira.
Nas escolas em que existem alunos portadores de necessidades
especiais, ficou evidente a falta de adequação do espaço físico, material
didático, número de alunos, bem como a formação dos professores para
trabalhar com tal clientela foi apontada como inadequada, pois as
secretarias apresentam número reduzido de vagas para os poucos cursos
que oferecem nesta área.
Quanto ao item que questionava se o educador era favorável ou não à
inclusão dos alunos portadores de necessidades especiais em salas de aula
30
regulares, não houve consenso, entretanto houve um número significativo de
professores que se demonstraram contrários, o que demonstra que ainda há
muito preconceito, medo e vontade política para de fato se instaurar a
educação inclusiva neste município.
3.6 – A Escola Inclusiva Avaliada Sob Ponto de Vista do
Aluno Portador de Necessidades Especiais e seus
Responsáveis.
S é aluno de uma escola estadual, é cego.Já está no terceiro ano do
Ensino Médio e freqüenta esta escola desde o segundo segmento do Ensino
Fundamental.
S informa, que não houve adequação alguma do espaço físico para
atender a suas necessidade, e ressalta que freqüentemente para não se
machucar nas lixeiras presas nas paredes da escola, precisa da ajuda de
outros colegas, o que o incomoda porque na verdade acha que deveria
haver pelo menos uma demarcação saliente no chão para poder ser
percebido por pelo uso da bengala.
Segundo o mesmo sua aprendizagem está sendo extremamente
prejudicada, pois não recebem dos professores textos em Braile, ficando seu
acesso ao conhecimento limitado à memorização do que houve em sala de
aula.
Quanto à avaliação, S informou que todas são feitas oralmente e
quase nunca os professores lhe solicitam que escreva em Braille, o que
prejudica seu exercício de escrita.
S afirma que gostaria de ter as mesmas oportunidades de
desenvolver-se com os demais alunos, mas que isso não tem acontecido
porque não lhe tem sido oferecidos meios para isso.
31
R é uma aluna portadora de deficiência múltiplas provocada por
paralisia cerebral.Está incluída num escola municipal numa turma de 35
alunos.
R tem seu lado cognitivo preservado e segundo a mãe seu
desenvolvimento cognitivo está sendo prejudicado pelo grande número de
alunos em sala de aula e também pela falta de apoio especializado à
professora da classe regular.
Sua escola tem sala de recursos, entretanto segundo a mãe a
professora que nela atua não tem formação necessária . Ela afirma que R
apresentava melhor rendimento quando tinha oportunidade de acesso aos
computadores da sala de informática, pois a professora desenvolvia
atividades voltadas para a leitura e a escrita e esta maquina possibilita R
escrever, pois tocar as teclas é mais fácil do que realizar os movimento
elaborados que a escrita requer. Entretanto a turma de R foi excluída do
acesso à sala por normas internas da escola.
Sua mãe aponta também como uma grande dificuldade na educação
de sua filha a falta de transporte escolar pelo menos para as crianças
especiais porque R faz uso de cadeira de rodas. Hoje R vai para a escola
coma ajuda de uma professora que ao passar por sua casa a leva para a
escola acompanhada por sua mãe.
J é um aluno da 1ª etapa do primeiro ciclo, portador de múltiplas
deficiências, provocadas por paralisia cerebral. Sua mãe é pedagoga e seus
depoimentos são bem incisivos no que se á metodologias utilizadas pela seu
filho, pois as julga totalmente inadequadas a todos os alunos inclusive a seu
filho. Segundo ela, as aulas são desmotivadas, sem recursos que
possibilitem uma ativa ação dos alunos sob os diversos conteúdos
trabalhados, não contribuindo assim para o desenvolvimento cognitivo de
seu filho.
32
A mãe de J informa que seu maior desafio e vencer os preconceitos
que seus filho encontra, pois percebe da escola sentimentos de piedade que
a incomodam, pois segundo ela seu filho não é digno de piedade, pois
“passou por inúmeros sofrimentos na UTI neonatal, e sobreviveu, o que
demonstra que é um ser humano muito mais forte do que muitos dos
considerados normais “.
C critica a postura da secretaria de educação que não instrumentaliza
a escola para atender as necessidades de seu filho e dos demais alunos
especiais incluídos.
J se refere à escola com carinho, diz que gosta da “tia” e que agora
está aprendendo a ler e escrever.
As dificuldades apresentadas nos depoimentos nos alertam para o
fato de que muitas das inclusões acabam por constituírem-se em
verdadeiras práticas de exclusão.
Portanto a prática inclusiva desejada está longe de ser alcançada no
cotidiano das escolas públicas brasileiras. Para que a escola atinja
verdadeiramente este objetivo de inclusão, é preciso que ela reestruture-se
em seus aspectos pedagógicos, físicos, e administrativos, buscando a
adequação de cada unidade ao atendimento das necessidades educativas
especiais de seus alunos incluídos.
Neste sentido, vale ressaltar que na escola inclusiva, o planejamento
tem função importantíssima, visto que é nele que se vislumbra ações a
serem desenvolvidas a curto e alongo prazo dentro das instituições.
Destaca-se, portanto a elaboração de uma política inclusiva, no bojo de cada
instituição, política esta construída pela própria comunidade escolar, em sua
proposta pedagógica, para que assim todos a assumam como um
compromisso.
33
A comunidade escolar, assim envolvida com a inclusão, viabilizará a
adequação necessária do espaço físico, terminado com as barreiras
arquitetônicas existentes no espaço escolar e providenciando recursos
materiais necessários á implementação de uma prática pedagógica de
qualidade que atenda as necessidades dos alunos portadores de
necessidades especiais. O envolvimento do diretor, e diversos profissionais
da unidade com os objetivos da educação inclusiva, é elemento primordial
para que a inclusão se concretize, visto o sucesso de qualquer proposta
depende da integração e comprometimento dos diversos membros
envolvidos.
Na implementação da política inclusiva acima citada, o professor de
classe regular em uma ação conjunta com os demais membros da equipe
pedagógica, deve proporcionar ao aluno portador de necessidades
educativas especiais, condições para o pleno desenvolvimento de suas
potencialidades, através de práticas pedagógicas a eles adequadas. Para
isso, deve buscar o apoio nas teorias pedagógicas, nas novas metodologias
e tecnologias, assumindo assim seu papel de pesquisador, e a
responsabilidade refletir sobre sua prática para torná-la cada vez mais
eficaz.
34
CAPÍTULO IV
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS ADEQUADAS À EDUCAÇAO INCLUSIVA
A Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, lei 9394/96, ao definir que a educação especial seja
feita preferencialmente na rede regular de ensino, impôs aos sistemas de
educação e conseqüentemente às escolas uma enorme responsabilidade no
sentido de garantir as adequações necessárias ao seu pleno
desenvolvimento.
4.1- Tornando a Escola Acessível
O primeiro passo a ser dado numa escola inclusiva, é torná-la
acessível a todos, por isso é preciso providenciar imediatamente uma
renovação no seu espaço físico na estrutura dos seus recursos
pedagógicos.
Assim a escola inclusiva precisa de:
¨ Banheiros adequados para cadeirantes;
¨ Instalação de pisos guia e pisos alerta para garantir que os alunos
cegos e de visão subnormal passam transitar com segurança por
todas as dependências da escola.
¨ Intérprete de LIBRAS nas escolas que tenham alunos surdos,
garantindo aos mesmos o acesso e a possibilidade de entendimento
dos conteúdos durante as aulas;
¨ construção de salas de recursos que se constituem em uma sala ricas
em materiais didáticos adequados ao desenvolvimento dos alunos
portadores de necessidades especiais;
35
¨ aquisição de recursos didáticos adequados às necessidades
especiais para serem usados em sala de aula pelo professor da turma
de forma a facilitar a aprendizagem dos alunos incluídos.
¨ Promover a sensibilização e treinamento dos recursos humanos da
escola incluindo é claro, todos os funcionários de todos os níveis.
4.2- Algumas Sugestões de Adaptação das Salas de Aula
Para um Melhor Atendimento aos Alunos Especiais.
Sassaki (2002) salienta que todas as adaptações feitas na escola
regular, devem ser realizadas objetivando um melhor atendimento aos
alunos e que se deve procurar fazê-las com bastante naturalidade e sutileza.
A seguir serão apresentadas algumas adaptações possíveis de serem
feitas pelo professor nas salas de aulas regulares que promoverão um
melhor desenvolvimento do aluno especial.
Para alunos com problemas auditivos, o professor deve:
¨ Posicionar-se na frente da sala;
¨ Usar recursos visuais;
¨ Falar claramente;
¨ Se o estudante usa língua de sinais, aprender os sinais e estimular os
outros estudantes a aprendê-la.
Para alunos com distúrbios de comportamento o professor deve:
¨ Aplicar técnica de modificação de comportamento;
¨ Designar responsabilidades especiais;
¨ Identificar os pontos fortes deles;
¨ Ignorar comportamentos inadequados, quando possível;
¨ Focalizar os pontos bons e elogiá-los.
36
¨ Formar grupos de aprendizado cooperativo com instruções e metas
bem claras.
Para alunos com dificuldades de aprendizagem, o professor deve:
¨ Usar gravador de áudio;
¨ Dar exames orais;
¨ Oferecer adaptações que o estudante usa na escola: caneta
lumicolor para acompanhar leitura em livro, tarefas simplificadas,
recursos visuais etc.
Para alunos com impedimentos visuais, professor deve:
¨ Posicionar-se na frente da sala,
¨ Repetir conceitos para o estudante gravar e ouvir em casa;
¨ Escrever no quadro com letras grandes, e providenciar ampliação de
textos utilizados;
¨ Se o estudante lê escreve em Braile, o professor deve usar livros e
textos em Braile.
Para estudantes com limitações motoras o professor deve:
¨ Propor aos alunos que se revezem para ajudar o aluno especial a
realizar suas atividades;
¨ Usar materiais pré-cortados;
¨ Usar materiais que sejam de fácil manuseio;
¨ Oferecer papéis adaptados nas dramatizações propostas;
Para os alunos com deficiência mental o professor deve:
¨ Usar o sistema de companheiro;
¨ incentivar trabalhos em grupos cooperativos;
37
¨ contar histórias para ensinar conceitos abstratos,
¨ prepara versões simplificadas do material.
4.3- O perfil do professor inclusivo e seu papel
Prioritariamente o professor da escola inclusiva precisa acreditar na
potencialidade da criança portadora de necessidades especiais,
reconhecendo-a como um ser global e único, que tem potencialidades a
serem desenvolvidas e que tem direitos iguais a todas as outras pessoas.
O professor da escola inclusiva precisa estar ciente de que dependerá
de sua atitude positiva o desenvolvimento de seu aluno. Precisa exercer
uma postura responsável diante do aluno na medida em que terá de
empenhar-se na execução de uma prática pedagógica comprometida com a
construção de seu conhecimento, procurando assim adequá-la às
necessidades de seus alunos.
Certamente, no decorrer das atividades diárias, muitas dúvidas e
inseguranças surgirão, e isto é natural, entretanto é na ação pedagógicas
reflexiva que encontrará a respostas desejadas e assim terá suas
inseguranças minimizadas. A formação continuada do professor neste
sentido apresenta-se como um elemento imprescindível na busca de uma
melhor prática docente.
4.4- O Perfil da Equipe Pedagógica e Administrativa na
escola Inclusiva.
Não basta apenas o professor assumir uma atitude positiva frente á
educação inclusiva. As equipes pedagógicas e administrativas também
precisam fazê-lo para que de fato se comprometam com o processo de
construção de conhecimento dos alunos portadores de necessidades
especiais.
38
Toda as equipes que atuam na escola precisam assumir um
compromisso com a construção de uma escola de qualidade que possibilite
o pleno desenvolvimento dos alunos portadores de necessidades
especiais.Assim, as ações dos orientadores pedagógicos, orientadores
educacionais, e diretores devem direcionar-se para o sucesso dos alunos
incluídos da unidade escolar.
É preciso que se estabeleça entre as equipes um clima de
cooperação que possibilite a todo a interação necessária à troca de
experiências que enriqueça a ação de cada um e promova uma melhor
atuação de todos em seus respectivos espaços. Assim a escola se
transforma em uma lugar de diálogo, e compromisso.
4.5 – O planejamento e o currículo na Educação Inclusiva
Para uma prática pedagógica de qualidade na escola inclusiva, é
preciso que nela se estabeleça um currículo construtivista, pois nele o
portador de necessidades especiais é visto de forma dinâmica e trabalhado
em seus aspectos cognitivos, afetivos, sociais e motores, sendo respeitado
como sujeito de sua aprendizagem.
O Núcleo Curricular Básico do Município do Rio de Janeiro a respeito
de currículo estabelece:
“Em todos os níveis de concretização curricular (plano geral, plano de aula, planejamento de atividades) deve-se contemplar as necessidades educativas especiais dos alunos, da forma mais geral a mais específica” (1996, p.197).
Assim, o currículo da escola inclusiva precisa ser adaptado às
necessidades dos alunos portadores de necessidades especiais, mas isso
não significa redução de conteúdos, conceitos e eliminação de objetivos, e
39
sim que os mesmos precisam de adequação para que sejam trabalhados de
acordo com as necessidades de seus alunos, pois:
“As adaptações de acesso ao currículo permitem pensar as condições físicas, materiais e de comunicação, necessárias para que o aluno portador de necessidades educativas especiais possa se beneficiar do trabalho e dele participar com autonomia, o que implica na eliminação de barreiras”.(Multieducação/ Núcleo Curricular Básico p. 200).
4.6 - Sugestões de Práticas Pedagógicas Adequadas À
Escola Inclusiva
As práticas pedagógicas da escola inclusiva precisam ser
perpassadas pelo compromisso de garantir a todos os seus alunos um
ensino de qualidade, por isso elas precisam ser adequadas às necessidades
individuais de seus alunos especiais.
Os Anais do Primeiro Encontro Estadual em Educação Especial do
Estado do Rio de Janeiro do ano de 1999, apresentam sugestões de
práticas pedagógicas adequadas ao atendimento das necessidades
educativas da criança portadora de necessidades especiais, que serão
apresentadas a seguir:
¨ realizar periodicamente, atividades de grupo, sem abandonar o trabalho individual; ¨ desenvolver o espírito de solidariedade e cooperação - o material de sala de aula, por exemplo, deve ser comum a todos; ¨ estimular a conversa entre o grupo, inclusive entre o grupo e o professor – a sala de aula não deve ser uma “sala de silencio”. ¨ Oferecer momentos de trabalho em duplas com um “mais sabido” com um “menos sabido” ¨ Discutir com o grupo buscando soluções satisfatórias, todos os conflitos que aparecem na sala de aula, procurando também buscar suas causas; ¨ Participar das atividades, por exemplo; jogos, com os alfabetizados; ¨ Estimular o aluno a estar sempre em atividade, tentando, experimentando, observando...
40
¨ Utilizar o jogo como parte integrante do fazer pedagógico; ¨ Usar o método clínico para saber o que o aluno está pensando em relação ao que está fazendo.Fazer muitas perguntas, levando-o a justificar seus atos; ¨ Permitir que o aluno faça sozinho o que já for capaz de fazê-lo Não subestime suas possibilidades; ¨ Considerar e erro como “erro “construtivo”pois, este representará a fase de desenvolvimento em que se encontra a pessoa. em criticar, mostrando-lhe o certo”; ¨ Planejar com os alunos-como será dia.isto lhe dará maior segurança e clareza dos objetivo do dia; ¨ Criar uma relação de respeito mútuo, de afeto e de confiança. O professor é a autoridade dentro de sala de aula, que deve sempre se colocar pela sua competência profissional e afetividade para com os alunos; ¨ Valorizar a história dos alunos, sua cultura, seus valores, seu pensamento e suas emoções. Lembre-se que eles são seres pensantes, desejantes e sociais; ¨ Planejar diariamente suas aulas, deixando um tempo que ficará à escolha de cada aluno.Eles farão, neste momento, o desejarem. ¨ Fazer desafios aos alunos. Eles precisam pensar para se desenvolverem; ¨ Permitir que os alunos sigam caminhos diferentes para a solução de um mesmo problema.Evitar a resposta única; ¨ Discutir sempre com eles, antes de executarem qualquer tarefa. Será ótimo, uns poderão discutir as idéias dos outros; ¨ Registrar as atividades feitas, escritas pelo alfabetizador e pelo próprios alunos; ¨ Avaliar em grupo ao final do dia, que ocorreu, como ocorreu, porque ocorreu, com as atividades realizadas; ¨ Contextualizar todas as atividades das áreas de Língua Portuguesa, Matemática, Estudos Sociais, Ciências e Artes. ¨ Estimular a leitura, a escrita e a matemática presentes no cotidiano dos portadores de necessidades especiais; ¨ Discutir com o grupo, questões sociais, preconceitos, valores, etc. ¨ Lembrar – se que todas as pessoas –crianças, jovens e adultos-constroem seu conhecimento.Construir quer dizer, dar um cunho pessoal, individual, quando elaboramos um conhecimento sobre um objeto ou um conteúdo. Esta construção é influenciada, portanto, pela emoção de cada um pela sua história, sua cultura, seus valores e preconceitos.
41
Portanto, uma escola verdadeiramente inclusiva, voltada para um
ensino de qualidade, é uma realidade possível de ser construída, desde que
os sujeitos nela envolvidos estejam com ela comprometidos
A adequação das práticas pedagógicas exige compromisso, trabalho
e envolvimento com o sucesso do aluno. Deverá ser rica em recursos,e em
metodologias .
42
CONCLUSÃO
De acordo com a determinações legais educação dos
portadores de necessidades especiais deve ser feita preferencialmente na
rede regular de ensino.Assim nas escolas públicas o aluno PNEE (Portador
de Necessidades Educativas Especiais) deve encontrar um ambiente
favorável ao desenvolvimento de suas potencialidades.
No Brasil, o sistema de educação cometeu alguns equívocos legais,
que em determinados momentos deixaram de lado o direto à cidadania
desta parcela da sociedade.
Hoje, este direito embora presente na constituição Federal e na LDB
9394/96, para ser conquistado plenamente precisa de uma melhor
adequação da escola, em seus aspectos físicos, pedagógicos e
organizacionais.
A consolidação de uma escola inclusiva de qualidade encontra
subsídios teórico nas pesquisas de Piaget e Vygotsky, que nos demonstram
a importância da interação social e da interação entre o sujeito e o objeto de
conhecimento.Neste sentido, a escola pública para garantir ao aluno
portador de necessidades educativas especiais, um ensino de qualidade
deve através de uma ação reflexiva, teorizar sua prática, e adequá-la as
necessidades desta clientela.
O primeiro passo para tornar a escola inclusiva é transformá-la numa
escola acessível, promovendo além da acessibilidade física, a acessibilidade
pedagógica, através da contratação de pessoal especializado para o apoio
necessário ao professor da classe regular.
É necessário também, romper com as barreiras ideológicas, que
valorizam mais as dificuldades dos alunos do que suas potencialidades. É
43
preciso acreditar que tais como aluno considerado normal, tem que receber
atendimento às suas necessidades de aprendizagem, o aluno portador de
necessidades especiais, precisa apenas de ser incentivado a desenvolver
suas potencialidades, através da adequação de recursos pedagógicos à
suas necessidades de aprendizagem,pois só assim a escola estará
investindo de fato em seu desenvolvimento através de sua educação.
44
ANEXO
Índice do Anexo
Anexo 1– Entrevista.
45
BIBLIOGRAFIA
ALVES, Fátima .Inclusão ,Muitos Olhares,Vários Caminhos e um grande
Desafio.Rio de Janeiro. WAK editora.2003.
BRASIL,MEC/SEESP.Política Nacional de Educação Especial.Livro
1.Brasília.1994.C
Congresso Nacional .Lei nº 9394 de 1996,Lei Darcy Ribeiro.Brasília –
DF:1996
Congresso Nacional . Lei nº 4.024 de 1961. DF:1961
Congresso Nacional. Lei nº 5692 de 1971,DF: 1971
Constituição da República Federativa do Brasil.Série Legislação
Brasileira,Editora Saraiva,1998.
LA TAYLLE, Ives de.Marta Kohl de Oliveira,Heloísa Dantas.Teorias
Psicogenéticas em Discussão.Rio de Janeiro:Sumus Editorial.2000
MITLER,Peter.Educação Inclusiva e Contextos Sociais.Porto Alegre.Artmed
2003.
MAZZOTA.Marcos José Silveira.Educação Especial no Brasil.Histórias e
Política Publicas.São Paulo .Cortez 1996.
Núcleo Curricular Básico.Município do Rio de Janeiro.1996
SASSAKI,Romeu Kasumi.Inclusão Construindo uma sociedade Para
Todos.Rio de Janeiro, WVA editora .2002.
46
Secretaria Estadual de Educação.Educação Especial.Anais do 1º Encontro
Estadual de Educação Especial.Rio de Janeiro ,1999.
UNESCO. Declaração de Salamanca,Espanha,1994
47
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
1.1- Bases Legais 10
1.2 – Quem São os Educandos Portadores de Necessidades Educacionais
Especiais 11
1.3 – A Importância da Interação Família Escola 14
CAPÍTULO II
A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO CONTEXTO SOCIAL BRASILEIRO
2.1- Um Breve Histórico 15
2.2- A Educação Especial nas Leis de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional:4.024/61 e 5692/71 16
2.3 – A Criação dos Órgão responsáveis Pela Educação Especial e os
Planos Nacionais de Educação Especial 17
2.4 – A Educação Especial na Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional:Lei 9394/96 20
CAPÍTULO III
A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO COTIDIANO ESCOLAR
3.1- Alguns Conceitos Relativos à Educação Especial 23
3.2 – As Barreira encontradas no Interior das Escolas 27
3.3 – As Barreiras Pedagógicas 28
3.4 – As Barreira ideológicas 28
48
3.5 – A Educação Inclusiva no Cotidiano das Escolas do Município de São
Gonçalo 29
3.6 – A Escola Inclusiva Avaliada Sob o Ponto de Vista do Aluno Portador de
Necessidades Especiais e Seus Responsáveis 30
CAPÍTULO IV
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS ADEQUADAS À ESCOLA INCLUSIVA
4.1 – Tornando A Escola Acessível 31
4.2 - Algumas Sugestões de Adaptações das salas de aula 35
4.3- O Perfil do Professor Inclusivo e Seu Papel 37
4.4 – O Perfil da Equipe Pedagógica e Administrativa na Escola Inclusiva 37
4.5 – O Planejamento e o Currículo na Educação Inclusiva 38
4.6 – Sugestões de Práticas Pedagógicas Adequadas à Escola Inlcusiva 39
CONCLUSÃO 42
ANEXO 44
ÍNDICE 47
FOLHA DE AVALIAÇÃO 49
49
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Universidade Cândido Mendes
Educação Inclusiva
Autor : Norma Costa de Lima Figueira
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Conceito Final
50