UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOMOTRICIDADE
AMV- FACULDADE INTEGRADA
A PSICOMOTRICIDADE APLICADA AO TRATAMENTO DE CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN DE 03 A 06 ANOS
ANNA LEONOR DA GAMA LIMA MARQUES
Orientador:
Profa. Ms. Fátima Alves
RIO DE JANEIRO 2012
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOMOTRICIDADE
AMV- FACULDADE INTEGRADA
A PSICOMOTRICIDADE APLICADA AO TRATAMENTO DE CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN DE 03 A 06 ANOS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Psicomotricidade.
Por: Anna Leonor da Gama Lima Marques
AGRADECIMENTOS
Ao meu marido, ao meu filho João, a minha mãe pela compreensão e paciência de deixá-los aos sábados.
RESUMO
O objetivo deste estudo é mostrar a importância da psicomotricidade no
desenvolvimento de crianças de 03 a 06 anos portadoras de Síndrome de
Down. Esclarecer está anomalia genética e enfatizar as diversas técnicas da
psicomotricidade que podem ser trabalhadas, visando a sua auto-suficiência,
interação com o outro e com o meio social mediante sua prática.
Palavra-Chave: Síndrome de Down; Psicomotricidade; Desenvolvimento.
METODOLOGIA
A Pesquisa de base bibliográfica fundamentou-se num conjunto de
investigações teóricas, onde se buscou informar os conceitos da Síndrome de
Down e a Psicomotricidade, e as técnicas da Psicomotricidade que podem
ajudar no desenvolvimento das crianças portadoras de Síndrome de Down.
Alguns dos autores que serão utilizados para que essa pesquisa seja concluída
são: Fátima Alves, Jose Ricardo Martins Machado, Marcus Vinicius da Silva
Nunes entre outros.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................... 8
CAPITULO I –
Conceito de Síndrome de Down................................................................... 10
CAPITULO II-
O que é a Psicomotricidade.......................................................................... 14
CAPITULO III –
Técnicas Psicomotoras para o desenvolvimento da criança com Síndrome de
Down de 03 a 06 anos................................................................................... 20
CONCLUSÃO................................................................................................ 30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 31
WEBIOGRAFIA.............................................................................................. 32
ÍNDICE............................................................................................................ 33
8
INTRODUÇÃO
Os trabalhos sobre a Síndrome de Down já vêm de longo tempo, o
primeiro a descrever essa síndrome foi o médico John Langdon Down, em
1986. E ainda hoje estudos surgem trazendo propostas inovadoras sobre a
síndrome.
Nos dias de hoje, ainda existe muita confusão sobre o conceito da
Síndrome de Down e os doentes mentais.
A Síndrome de Down é decorrente de uma alteração genética, causada
por um cromossomo 21 extra, que leva seu portador a apresentar uma série de
características físicas e mentais especificas. Esta síndrome é considerada uma
das mais comuns. Os dados epidemiológicos brasileiros revelam incidência de
1:600 nascidos vivos.
Segundo Tani et al.,1998 (Revista Digital, Buenos Aires – ano 13 nº. 124
– Set./2008) desenvolvimento motor é um processo continuo e demorado e,
pelo fato das mudanças mais acentuadas ocorrerem nos primeiros anos de
vida.
A criança com Síndrome de Down vai conseguir controlar a cabeça,
rolar, sentar, arrastar, engatinhar, andar e correr, exceto se houver algum
comprometimento além da síndrome. A seqüência de desenvolvimento desta
criança geralmente é semelhante ao da criança sem síndrome, embora o ritmo
seja mais lento.
9
A psicomotricidade atua no desenvolvimento motor humano sobre o
esquema corporal, possibilitando a formação e estruturação da representação
global de cada pessoa com relação ao seu próprio corpo. A lateralidade é um
aspecto essencial ao esquema corporal.
“Na lateralidade como a capacidade de
integração sensório-motora dos dois lados do
corpo, transformando-se numa espécie de
radar endopsíquico de relação e de orientação
com e no mundo exterior.” Fonseca (2004, p.
172).
Esta pesquisa trará alguns benefícios para as crianças portadoras de
Síndrome de Down, para sua família, educadores e mediadores, buscando
sempre o melhor para ela.
Partindo do principio que os problemas psicomotores estão ligados aos
problemas afetivos e cognitivos, a pesquisa abordará nos primeiros capítulos os
conceitos de Síndrome de Down e Psicomotricidade, para que depois
possamos passar para a atuação da Psicomotricidade na infância e por fim as
atividades psicomotoras que podem ser de grande valia para o
desenvolvimento motor das crianças portadores de Síndrome de Down.
10
CAPÍTULO I
Conceito de Síndrome de Down
A Síndrome de Down é um distúrbio genético, podendo ter três origens
possíveis:
- Trissomia Livre do Cromossoma 21 – Neste caso os pacientes apresentam
um cromossomo extra no par 21, que ocorre por acidente genético em mais de
95% dos casos e se deve a uma disjunção cromossômica na meiose materna.
A presença desse cromossomo extra representa uma alteração no tônus
muscular, deficiência intelectual, problemas cardíacos frequentes e sinais
específicos que fazem com que as pessoas com esta síndrome sejam
facilmente reconhecidas (Revista Ciranda da Inclusão, 2012).
- Translocação – O paciente apresenta o numero normal de cromossomos (46)
em todas as suas células, no entanto tem um pedaço a mais do cromossoma
21 aderido a outro cromossoma.
- Mosaicismo – Neste caso algumas células apresentam cariótipos normais e
outra trissomia livre do cromossoma 21, este caso ocorre por acidente genético
e geralmente se deve a uma falha na divisão celular de alguma linhagem de
células, após a formação do zigoto.
Estima-se que de cada 800 crianças nascidas vivas, uma tenha
Síndrome de Down (fonte IBGE, 2010).
11
Geralmente essa síndrome pode ser diagnosticada ao nascimento ou
logo depois por suas características dismórficas, são elas: orelhas pequenas e
malformadas, prega palmar transversa, olhos amendoados, face arredondada e
achatada, boca aberta algumas vezes mostrando a língua, mãos curtas e
largas, língua protusa, os pés apresentam um amplo espaço entre o primeiro e
o segundo dedo, baixa estatura.
As características mais frequentes dos portadores da síndrome de Down
são: face larga; olhos com pregas epicânticas; prega palmar; orelha pequena e
malformadas; baixa estatura; língua proeminente; hipotonia neonatal; alteração
da coluna cervical; obesidade; problemas de audição; problemas de visão;
problemas neurológicos; distúrbios da tireóide; e envelhecimento precoce.
A criança portadora de síndrome de Down irá controlar a cabeça, rolar,
sentar, arrastar, engatinhar, andar e correr exceto se houver algum
comprometimento além da síndrome.
Alguns fatores podem ocasionar a Síndrome de Down. São eles:
- fatores genéticos: quando já existe na família algum caso da doença, sendo
possível aparecer em gestações posteriores;
- idade avançada da mãe: mães acima de 35 anos apresentam maior
predisposição para gerar filhos portadores de síndrome de Down do que mães
jovens, devido ao óvulo envelhecido.
12
“Mulheres com síndrome de Down são férteis e
podem ter filhos com a trissomia ou não, já
entre os homens a fertilidade é bem reduzida”.
Moreira (2002, p.94-99)
No período gestacional podem ser feitos alguns testes que permitem o
diagnóstico precoce da síndrome, entre eles está o teste triplo para medir o
nível de marcadores bioquímicos do soro materno; amniocentese, no qual é
retirado um pouco do líquido da placenta ou do líquido amniótico para biópsia
das células do feto encontradas neste líquido e ultrassonografia do feto a partir
da 16ª semana de gravidez para verificar as anomalias anatômicas.
Melaro (1999, p.35-80) acredita que a inteligência não se define, ela se
constrói, não sendo fixa e constante a vida toda. Ele enfatiza que pessoas
portadoras de Síndrome de Down são muito mais que sua carga genética, é um
organismo que funciona como um todo, esse modo de funcionamento pode
compensar inclusive sua carga genética, mediante processos de
desenvolvimento.
Devido ao amadurecimento constante do seu Sistema Nervoso Central
(Lefévre A., 1981, p.17), esta criança se desenvolverá diariamente e mesmo
que este caminhar seja mais vagaroso, evoluirá patentemente em inteligência e
habilidades até a idade adulta. Apesar do desenvolvimento lento ser comum em
todas as crianças Down, existem diferenças marcantes entre elas, ficando a
nosso encargo perceber a hora e a forma mais carinhosa de nos aproximarmos
dela.
13
O desenvolvimento da criança com síndrome de Down é bastante
semelhante com as demais crianças “ditas normais”, apesar das peculiaridades
que diferem umas das outras, o desenvolvimento cognitivo e afetivo encontram-
se respaldados através da relação do sujeito com o meio, pois para Galvão
(1995), os aspectos físicos, dos espaços, as pessoas próximas, a linguagem e
os conhecimentos próprios a cada cultura formam o contexto do
desenvolvimento (Araújo K. S. S, Rede SACI, 2007).
O desenvolvimento cognitivo e motor dessas crianças dependeram de
alguns pontos importantes, são eles; a genética, a estimulação que cada
criança receberá, o tratamento médico preventivo e o convívio social com os
pais, familiares e amigos.
Os portadores de Down podem executar tarefas rotineiras sem qualquer
dificuldade, mais, as limitações cognitivas dificultam o raciocínio abstrato, o que
torna mais difícil as tarefas que necessitam de associação, discriminação,
assim como as que envolvem a matemática.
14
CAPÍTULO II
O que é a Psicomotricidade
É a ciência que tem como objetivo estudar o homem através do seu
corpo em movimento em relação ao seu mundo externo e interno. A
psicomotricidade é um termo utilizado para a concepção do movimento
organizado e integrado, em função das vivências do sujeito cuja ação é
resultado de sua individualidade, sua socialização e sua linguagem. (Almeida,
2009, pág. 9)
O termo Psicomotricidade se divide em duas partes: a motriz e o
psiquismo, que constitui o processo de desenvolvimento integral da pessoa. A
palavra motriz se refere ao movimento, enquanto o psico determina a atividade
em duas fases: a sócio-afetiva e cognitiva. Em outras palavras o que se dizer é
que na ação a criança articula toda sua afetividade, todos seus desejos, mas
também todas suas possibilidades de comunicação e conceituação.
Inicialmente a psicomotricidade está relacionada a uma concepção
neurofisiológica, ancorada na neuropsiquiatria infantil, mas o interesse de
estudiosos de outras áreas, tais como professores e psicólogos é que
favoreceu a mudança do enfoque desse trabalho. Alguns autores influenciaram
os psicomotricistas nesta mudança, entre ele Wallon, Piaget e Le Boulch, que
em suas obras tratam da formação da inteligência a partir da experiência motriz
da criança.
Vários estudos já foram realizados no sentido de atestar a importância
do desenvolvimento psicomotor e cognitivo desde a primeira infância, já que o
15
desenvolvimento psicomotor é de grande importância inclusive para o
aprendizado da leitura e escrita.
A psicomotricidade pode ser classificada em dez funções psicomotoras:
esquema corporal, tônus da postura, coordenações globais, motricidade fina,
organização espacial e temporal, ritmo, lateralidade, equilíbrio e relaxamento
definidas abaixo (Silveira F. L., artigo publicado em 2009):
● Esquema corporal – A consciência do corpo é o reconhecimento do conjunto
de estruturas representativas, simbólicas e semióticas que servem de base à
ação. É a noção da imagem do corpo e meios de ação que estabelecem, com a
memória, a formação do esquema corporal, ou seja, é a capacidade da criança
de conhecer cada parte do seu corpo, sua habilidade na movimentação. O
esquema corporal desempenha um papel fundamental no aprendizado da
leitura e escrita.
● Tônus da postura – O tônus está ligado às funções do equilíbrio e regulação
mais complexa do ato motor.
● Coordenação global – Chamada também de motricidade ampla, é definida
como colocação em ação simultânea de grupos musculares diferentes. É o
conjunto de habilidades desempenhadas com o corpo todo, buscando harmonia
e o controle de movimentos amplos.
● Coordenação Fina - pode-se afirmar que a motricidade fina resume-se
movimentação de pequenos músculos, englobando principalmente a atividade
manual e digital, ocular, labial e lingual.
16
● Organização espacial e temporal – a organização espacial é a capacidade de
se situar, orientar e se movimentar no espaço, tendo como referência sempre a
própria pessoa.
● Ritmo – é a ordenação específica, característica e temporal do ato motor,
ordenação esta que se refere aos processos parciais interligados ao ato motor.
Toda criança tem seu ritmo natural e espontâneo.
● Lateralidade – manifestação de um lado preferencial na ação do movimento,
vinculado a um hemisfério cerebral. A aquisição dessa aprendizagem é
fundamental para a escrita e leitura, sendo que a sua falta causará confusão na
orientação espacial da criança, podendo resultar em certas dificuldades como:
escrita em espelho e troca de letras.
● Equilíbrio – é a noção de distribuição do peso do corpo com relação ao centro
de gravidade, onde a mesma pode ser trabalhada estática e dinamicamente.
Um mau equilíbrio motor altera a construção do esquema corporal.
● Relaxamento – fenômeno neuromuscular resultante de uma redução de
tensão muscular.
“A criança, cujo desenvolvimento psicomotor é
mal constituído, poderá apresentar problemas
na escrita, na leitura, na direção gráficas, na
distinção de letras, na ordenação de sílabas,
no pensamento abstrato, na analise gramática,
dentre outras” Rochael (2009, em:
17
http://psicologiaeeducacao.wordpress.com/200
9/05/11/a-importancia-da-psicomotricidade-no-
processo-da-aprendizagem/> acesso em 24
maio 2012)
Segundo Le Bouche, a psicomotricidade se dá através de ações
educativas de movimentos espontâneos e atitudes corporais da criança
proporcionando-lhe uma imagem do corpo, contribuição para a formação de
sua personalidade.
(em<http://portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/9691/psicomotricidade-
atividades-que-faz-bem-a-saude-fisica-e-mental> acesso em 18 maio 2012)
É no movimento que a coordenação do sistema sensório-motor se
estabelece e se concretiza. Segundo Piaget, a realização do movimento leva a
assimilação, se tornando elemento de compreensão prática, e ao mesmo
tempo compreensão da ação.
Para Piaget, a motricidade é muito importante na formação da imagem
mental compreensão da ação.
A educação psicomotora conceituada por Piaget surge com a intenção
de estimulação psicomotora, educação psicomotora, reeducação psicomotora e
terapia psicomotora.
Na educação psicomotora o aprendizado da criança é abrangente.
Através de jogos e exercícios promove-se o desenvolvimento físico, mental,
afetivo e social.
18
A estimulação psicomotora é indispensável no desenvolvimento motor,
afetivo e psicológico da criança para sua formação integral, ressaltando a
importância da atividade lúdica, realizada através de atividades psicomotoras,
no sentido de colaborar para o desenvolvimento integral da criança, e para que
ela possa sedimentar bem os pré-requisitos, fundamentais para a sua vida
escolar.
A criança quando brinca experimenta, descobre, exercita e inventa. Na
medida em que a criança experimenta, ela aprende a controlar seus
movimentos e estabelecer ordens. Aprende a desenvolver de modo combinado
as estruturas de pensamento e ação necessária para o seu desenvolvimento.
A Psicomotricidade é aplicada a todas as crianças tanto normais como
inaptas, pois em qualquer situação se busca uma melhora de comportamento
da criança. A Psicomotricidade educa os movimentos através da atividade
física.
O movimento é sempre uma expressão de existência. É impossível
descobrir todos os processos e significações do movimento, tendo em vista que
a sua variabilidade é infinita e o seu fim indeterminado.
A psicomotricidade existe nos menores gestos e em todas as atividades
que desenvolve a motricidade da criança, visando conhecimento e domínio do
seu corpo.
“Toda educação é motora, tudo que falamos é
Psicomotricidade. Psicomotricidade é a fala do
corpo. Para desenvolver a criança globalmente,
permitindo-lhe uma visão de um mundo mais
19
real, através de suas descobertas, de sua
criatividade, é fundamental deixar a criança se
expressar, analisar e transformar sua
realidade.” Moraes (2002, p.13)
A psicomotricidade deve ser compreendida em sua integridade, partindo
de fenômenos que envolvem o desejar e o querer.
A motricidade na obra de Piaget tem papel de extrema importância na
construção da imagem mental, ou seja, na questão da representação. Para a
formação da representação é preciso que tenha acontecido a experiência vivida
com o objeto, a ação direta com ele, ou seja, o movimento que se pratica
transportando esse objeto por meio de processos sensórios-motores. É um
período que Piaget denomina como “inteligência pratica”, no qual a criança
passa a imitar e representar as situações as quais vivencia.
(em<http://deboracg.blogspot.com.br/2009/11/contribuicoes-de-piaget-
sobre.html> Acesso em: 30 maio 2012)
No movimento da criança se articula toda sua afetividade, desejos e
possibilidades de comunicação.
20
CAPITULO III
Técnicas Psicomotoras para o desenvolvimento da criança com Síndrome
de Down de 03 a 06 anos
A Psicomotricidade lida com a pessoa como um todo, porém com um
enfoque maior na motricidade.
O desenvolvimento da psicomotricidade dá-se através da evolução da
criança, na troca com o meio, numa conquista que aos poucos vai ampliando
sua capacidade de adaptarem-se as necessidades comuns. É de suma
importância o exercício físico para o desenvolvimento mental, corporal e
emocional da criança (Revista Cientifica da Faculdade de Educação e Meio
Ambiente, 2010 pag. 30 – 40).
Qualquer criança, normal ou com síndrome de Down está apta a
aprender. As atividades psicomotoras são indispensáveis no desenvolvimento
da criança portadora de Síndrome de Down.
A inteligência, memoria e capacidade de aprender da criança portadora
de Síndrome de Down podem ser desenvolvidas através da estimulação
adequada, através do estimulo psicomotor.
As crianças com Síndrome de Down ficam rapidamente fadigadas, por
esse motivo devemos verificar se o trabalho proposto é de interesse delas.
A estimulação psicomotora deve começar o mais precoce, e deve ser
realizada em alguns momentos:
● Desenvolvimento inicial → Esse desenvolvimento pode e deve estar dentro
da rotina diária, mas varias brincadeiras que pode ser feitas com a criança.
21
● Treino da Higiene → A educação intestinal, ou seja, o treino da higiene da
criança varia muito quanto à idade em que deve ser feita, e também, na forma a
ser utilizada. Não há idade fixa para ensinar a criança a controlar o xixi e o
cocô. É importante que a educação neste aspecto só se inicie quando a criança
possa colaborar quanto ao uso do penico ou vaso sanitário, para isso acontecer
ela precisa ter controle esfincteriano, possa esperar para evacuar.
Quando a própria criança já começa a perceber, espontaneamente ela dará um
aviso de que está fazendo ou vai fazer cocô, você pode começar a fazer uma
associação entre esse fato com o lugar correto para fazê-lo. Podemos começar
a sentá-la no penico ou no vaso sanitário, no inicio não é necessário tirar a
roupa da criança, o importante é que ela perceba a associação entre o cocô e o
penico. Quando ela já estiver segura e familiarizada com o penico, podemos
tirar suas roupas até que ela faça o cocô no penico.
● Banho → A criança pode aprender a lavar-se através do uso de bonecos, de
outra pessoa e do seu próprio corpo, com o auxilio de um espelho. Ela pode
ajudar momento do banho, passando o shampoo ou sabonete. A estimulação
pode ser feita através da bucha percorrendo todo o corpo da criança. Tomar
banho sozinho já é uma atividade muito mais difícil e vai requerer supervisão
por certo tempo. Escovar os dentes e pentear o cabelo requer o mesmo
aprendizado gradual, vendo os outros, fazer em bonecos e por fim fazer em si
mesmo.
22
● Linguagem → durante o banho, a alimentação e passeios devemos conversar
sempre com a criança, é importante que os pais observem a criança, seus
interesses e respostas para que junto com trabalho do psicomotricista
possamos obter um desenvolvimento cada vez melhor desta criança.
● Sociabilização → o desenvolvimento social da criança pode ser estimulado
através de brincadeiras, jogos, livros e atividades cotidianas. Muitas das
atividades de estimulação já contêm os princípios da sociabilização, ou seja, a
criança já começa a aprender a conviver com outras pessoas. Muito importante
nesta fase é a estimulação da linguagem e, na maioria das vezes, você poderá
estimular o aspecto social e a comunicação ao mesmo tempo. Também
podemos estimulá-la a partilhar suas experiências, dizendo o que viu, ouviu ou
pensou. É muito importantes ouvir o que a criança diz, procurando valorizar sua
experiência, responder ao que ela diz e fazer perguntas sobre suas atividades.
● Escola → durante muito tempo acreditou-se que a criança portadora de
Síndrome de Down era incapaz de aprender a maioria das coisas. A criança
com Down possui limitações, principalmente no aspecto intelectual. Porém,
bem orientados (estimulados) pode vir a ter uma vida independente,
participando das atividades de grupo em todos os aspectos, dentro das suas
limitações.
● Jogos e Brincadeiras → São instrumentos importantes para ajudar a
estimulação da criança e favorecem uma boa relação entre família e a criança,
pois trazem prazer e satisfação. É aconselhável manter certa distância entre
23
obrigações (banho/alimentação) e o momento dos jogos, assim a criança
começará a perceber os limites. Para brincar é preciso certa organização,
senão a criança ficará confusa e não produzirá. A bola é um meio rico de
brincar com a criança. Podemos trabalhar com duas pessoas, num jogo de dar
e receber a bola, rolando-a no chão. Aos poucos quando a criança já tiver
compreendido a brincadeira, entre com outros crianças e adultos, depois pode-
se sofisticar o jogo introduzindo algumas regras. (fonte:
<http://www.pedagogiaaopedaletra.com/posts/estimulacao-precoce-criancas-
com-sindrome-down-anos/ acesso em 05 de julho de 2012).
Existem várias formas de se estimular uma criança especial, o mais
importante é não privar a criança do contato com os amigos, conhecidos,
familiares de tudo o que de modo geral, as crianças e familiares gostam de
fazer.
A psicomotricidade atuará no sentido de a criança obter maior
conhecimento corporal, normalização do tônus muscular, reações de equilíbrio
e padrões posturais normais.
“é pela motricidade e pela visão que a criança
descobre o mundo dos objetos, e é
manipulando-os que ela redescobre o mundo:
porém, esta descoberta a partir dos objetos só
será verdadeiramente frutífera quando a
criança for capaz de segurar e largar; quando
ela tiver adquirido a noção de distância entre
ela e o objeto que ela manipula, quando o
24
objeto não fizer mais parte de sua simples
atividade corporal indiferenciada.” Ajuriaguerra
(1980, pag. 210)
É através das brincadeiras que as crianças se desenvolvem, pois
é brincado que elas descobrem o mundo e aprendem a se relacionar com ele.
Visando as necessidades da criança com Down, o tempo e a
atenção são de suma importância.
Nesse aspecto o jogo é de fundamental importância, pois faz com
que a criança se envolva como que está fazendo, colocando seu sentimento e
emoção através da ação.
Os jogos de imaginação e os jogos simbólicos têm um valor de
expressão, os jogos funcionais, permite as crianças portadoras de Síndrome de
Down à aquisição de numerosas praxias.
Segundo Fátima Alves (2008, pag. 115-123) os exercícios abaixo
integram os aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais:
1 - Exercícios de Esquema Corporal
→ mímica;
→ esculturas (onde ela pode explorar seu próprio corpo);
→ nomear partes do corpo, do corpo de colegas, do corpo de bonecos;
→ juntar partes do corpo de um boneco num quebra-cabeça;
→ desenhar uma figura humana, parte por parte.
25
2 – Exercícios de Lateralidade
→ fazer gestos diante do espelho;
→ colocar as mãos sobre o contorno de mãos desenhadas na parede;
→ colocar os pés sobre o contorno de pés desenhados no chão.
3 – Exercícios de Coordenação
Coordenação Viso-manual ou Fina
→ montar um quebra-cabeça;
→ modelar com massas ou argila;
→ tocar piano ou outro instrumento de teclado;
→ recortar com o dedo;
→ recortar com a tesoura;
→ colar e pintar.
Coordenação Visual
→ seguir com olhos e a cabeça os movimentos do psicomotricista;
→ seguir apenas com os olhos os movimentos feitos pelo psicomotricista.
Coordenação dinâmica global
→ rolar no chão com os pés juntos e os braços ao longo do corpo, para os dois
lados;
→ engatinhar pra frente e engatinhar pra trás, passando sobre obstáculos, por
baixo de mesas e cadeiras, sobre caminhos marcados no chão;
→ andar, correr, pular, dançar, subir;
→ chutar bolas de diferentes tamanhos e pesos.
26
4 – Exercícios de Orientação Temporal
→ reproduzir ritmos variados com o próprio corpo e com objetos;
→ ordenar cartões com figuras e formas e recompor uma história com início,
meio e fim;
→ decifrar sinais: cada sílaba corresponde a um sinal em seguida decifrar a
mensagem através da apresentação dos sinais.
5 – Exercícios de Orientação Espacial
→ jogar amarelinha;
→ obedecer a ordens como: colocar o lápis em cima da mesa, a caneta
embaixo da cadeira, etc;
→ arremessar bolas em espaços determinados;
→ andar pelo ambiente, explorando-o, primeiro com os olhos abertos e depois
com os olhos fechados.
6 – Atividades na Área de Comunicação e Expressão
Exercícios Fonoarticulados
→ fazer caretas diversas;
→ assoprar apitos, linguás-de-sogra, balão de ar etc;
→ imitar sons, fazer bolhas de ar;
→ jogar beijos;
→ mastigação.
Exercícios de Expressão verbal e gestual
→ contar a historia de seus próprios desenhos;
→ formar historia a partir de um titulo;
→ imitar algo, somente com gestos, para colegas adivinharem o que é;
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→ lembrar palavras que comecem ou terminem com um som pedido.
Exercícios Respiratórios
→ inspirar pelo nariz e soltar pela boca;
→ respirar com a boca aberta, bem perto do espelho;
→ inspirar e expirar em etapas.
7 - Exercícios de Percepção
Percepção Gustativa
→ experimentar coisas que tem e não tem gosto;
→ provar alimentos em diferentes temperaturas, sabores e teores.
Percepção Tátil
→ de olhos abertos e depois fechado sentir com as mãos, dedos e pés, o
próprio corpo, pessoas e objetos;
→ reconhecer colegas pelo tato.
Percepção Olfativa
→ experimentar odores, fortes e fracos, agradáveis e desagradáveis em
materiais: álcool, vinagre, perfumes, café, flores entre outros;
→ reconhecer objetos através do cheiro.
Percepção Auditiva
→ brincar de cabra-cega;
→ identificar e imitar sons e ruídos produzidos por animais e fenômenos da
natureza.
Percepção Visual
→ identificar cores;
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→ separar e/ou agrupar objetos altos e baixos, curtos e compridos, finos e
grossos, largos e estreitos, cheios e vazios;
→ encontrar figuras escondidas em um desenho.
8 – Exercícios de Relaxamento.
→ através de uma música instrumental, orientar a criança a se fazer relaxar.
Essas atividades apresentadas são apenas propostas de trabalho
para que sejam atribuídas no tratamento psicomotor de crianças com a
Síndrome de Down e em crianças sem síndromes (ditas normais).
“O Jogo é um fator de liberação e de formação,
que não pode faltar à criança em
desenvolvimento, dado que além da satisfação
catártica que permite, implica também uma
subestimação dos instintos e tendências anti-
sociais.”
“É na brincadeira que é possível trabalhar a
representação simbólica da construção de
forma branda e aceitável na colocação de
limites e combinações que darão subsídios à
socialização e à criação das regras coletivas.”
Fonseca (1996, em: < Rev. Cie. Fac. Edu Mei
Amb. 1 (1) 30-40 maio-out. 2010).
É importante oferecer a essas criança com deficiência um
desenvolvimento de ampla oportunidade para brincar com crianças sem
deficiência. Essa interação faz com que elas desenvolvam seu livre arbítrio ao
29
se relacionar com as pessoas no grupo. Portanto essas crianças devem-se
sentir a vontade na escolha de companheiros para brincar, estabelecendo
assim seu nível de desenvolvimento, personalidade e seus próprios interesses.
30
CONCLUSÃO
A pesquisa propôs informar alguns aspectos sobre a Síndrome de
Down, a Psicomotricidade e as técnicas psicomotoras que podemos utilizar
para o desenvolvimento motor, afetivo e cognitivo das crianças portadoras da
Síndrome.
Mostra que o desenvolvimento motor das crianças portadoras da
Síndrome de Down não é diferente das crianças sem nenhum
comprometimento, mais deixa claro que esse desenvolvimento é bem mais
lendo, respeitando cada fase da maturação.
Vale ressaltar que o afeto e o contato com a família são de
extrema importância para que o desenvolvimento dessas crianças.
As atividades psicomotoras vão propiciar a essas crianças
liberdade para se relacionarem com o meio e com outras crianças, onde haverá
uma melhora do controle motor e da cognição. Juntado essas atividades e a
troca de afetividade podemos notar um avanço significativo na melhora do
comportamento e aprendizagem dos portadores de Síndrome de Down.
31
BIBLIOGRAFIA
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jogos, atividades lúdicas, expressão corporal e brincadeiras infantis – Rio
de Janeiro – 5ª edição: Wark Editora, 2009.
ALVES, Fátima. Para entender Síndrome de Down – Rio de Janeiro – 2ª
edição: Wark Editora, 2011.
ALVES, Fátima. Psicomotricidade: Corpo, Ação e Emoção – Rio de
Janeiro – 4ª edição: Wark Editora, 2008.
MORAIS, Roberto Marques. Recreação e Jogos escolares: o movimento
Infantil – Florianópolis: 8ª edição: Ceitec, 2002
TUNES, Elizabeth e PIANTINO, L Danezy Cadê a Síndrome de Down que
estava aqui? O gato comeu... O programa da Lurdinha – Campinas – 2ª
edição revista e ampliada: Editora Autores Associados, 2003.
32
WEBIOGRAFIA
SILVEIRA, Fernanda Lapenda. Psicomotricidade: um fazer necessário –
publicado em 20/11/2009, disponível em
http://www.webartigos.com/articles/28466/1/Psicomotricidade/pagina1.html#ixzz
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http://portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/9691/psicomotricidade-
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http://psicologiaeeducacao.wordpress.com/2009/05/11/a-importancia-da-
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http://deboracg.blogspot.com.br/2009/11/contribuicoes-de-piaget-sobre.html>
Acesso em: 30 de maio 2012.
http://www.pedagogiaaopedaletra.com/posts/estimulacao-precoce-criancas-
com-sindrome-down-anos/ > acesso em 05 de julho de 2012.
33
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTOS 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPITULO I
CONCEITO DE SINDROME DE DOWN 12
CAPITULO II
O QUE É PSICOMOTRICIDADE 14
CAPITULO III
TÉCNICAS PSICOMOTORAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE
CRIANÇAS PORTADORAS DE SÍNDROME DE DOWN DE 03 A
06 ANOS 20
CONCLUSÃO 30
BIBLIOGRAFIA 31
WEBIOGRAFIA 32
ÍNDICE 33