UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
RECICLAGEM NO BRASIL
Por: Neila Medeiros Carvalho de Souza
Orientador
Prof.ª ANA CLAUDIA MORRISSY
Rio de Janeiro
2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
RECICLAGEM NO BRASIL
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Engenharia de
Produção.
Por: . Neila Medeiros Carvalho de Souza
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AGRADECIMENTOS
.... em primeiro lugar à Deus por me
iluminar e dar força nessa caminhada.
Ao meu marido pela amizade,
confiança e paciência. A toda a minha
família e amigos pelo incentivo e
carinho. Aos professores e colegas do
curso, pelas oportunidades e
conhecimentos compartilhados, aos
fundadores e toda equipe da Vez do
Mestre.
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DEDICATÓRIA
... Dedico esta monografia ao meu marido
Almir que me apoiou e acreditou no meu
potencial. Aos meus filhos Erikson e
Nathália que foram compreensivos e
torcem pela minha vitória.
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RESUMO
Este estudo teve como objetivo analisar a disposição final dos resíduos
sólidos no Brasil, bem como mostrar que lixo pode gerar renda e emprego.
Respectivamente analisar como a água é usada no nosso país. O estudo se
faz relevante, uma vez que o aparecimento de lixões vem se tornando
constante no Brasil. O presente trabalho também aborda formas de se
minimizar este problema com a capitação do gás metano, gerado em lixões
transformando-o em energia elétrica. Outro problema registrado neste trabalho
é mau uso do recurso natural “Água”, distinguindo meios de se economizá-la
nas indústrias e na agricultura, que dependem diretamente da água para se
manterem, e são os maiores consumidores deste recurso. As empresas que
adotaram sistemas de racionamento e reuso de água estão economizando
valores significativos nas contas de água e energia elétrica, uma vez que usam
menos suas máquinas de bombeamento de água. Todavia os governantes
devem ficar atentos e dispostos a tomarem medidas que realmente sejam
eficazes no que diz respeito ao meio ambiente.
Palavras-chave: reduzir; reutilizar; reciclar.
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METODOLOGIA
De início, para bem se situar no contexto da elaboração de uma
dissertação, como exigido no programa e para não se desviar do foco fixado,
buscou-se revisar documentários, livros e sites pertinentes ao assunto,
também teve como auxilio entrevistas e visitas em estabelecimentos de
compra e venda de sucatas; ONG “Guardiões do Mar” e sua cooperativa do
programa de reciclagem “Re-cooperar”, (todos localizados no município de São
Gonçalo); escolas e restaurantes do estado do Rio de Janeiro que aderiram ao
sistema de reciclagem de óleo.
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SUMÁRIO
I�TRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------- 8
CAPÍTULO I – DEFI�IÇÃO DE RECICLAGEM ------------------------------------------ -9
CAPÍTULO II – EMBALAGE�S “LO�GA VIDA” ---------------------------------------- 21
CAPITULO III – A ÁGUA ------------------------------------------------------------------------ 31
CO�CLUSÃO --------------------------------------------------------------------------------------- 41
REFERÊ�CIAS BIBLIOGRÁFICAS ---------------------------------------------------------- 44
�DICE ----------------------------------------------------------------------------------------------- 45
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INTRODUÇÃO
Vivemos hoje num mundo altamente consumista. A população
em geral cada vez mais, adquire produtos embalados que geram resíduos
sólidos todos os dias. Uma sociedade ativa, com muito trabalho e pouco
tempo, sente a necessidade de adquirir cada vez mais produtos
industrializados que só faz aumentar a quantidade de lixo no planeta. Se a
reciclagem não for mais expressiva no mundo, um dia não caberão no nosso
planeta tantos rejeitos por nós produzidos.
Por isso a reciclagem é de suma importância para a nossa
sobrevivência. A reciclagem também gera renda, produz emprego e transforma
a vida de muitas pessoas.
Porém, falar de reciclagem não é apenas uma questão
socioambiental, mas também de economia. As empresas que reusam seu
próprio material na fabricação de novos produtos já estão economizando
valores significativos. E quando se fala de reuso também se inclui a água, que
apesar de ser abundante em nosso planeta, apenas 4% do volume total de
água está disponível para o consumo humano. Por este motivo muitas
indústrias já estão reutilizando água. Além de beneficiar ao meio ambiente, a
economia é bastante expressiva.
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CAPÍTULO I
DEFINIÇÃO DE RECICLAGEM
Reciclagem é um conjunto de técnicas que tem por finalidade
aproveitar materiais cuja vida útil já se esgotou ou que foram gerados de forma
não intencional, reintroduzindo-os na cadeia produtiva.
Reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais e trazer
de volta ao ciclo produtivo o que é jogado fora. A palavra reciclagem foi
introduzida ao vocabulário internacional no final da década de 80, quando foi
constatado que as fontes de petróleo e outras matérias-primas não renováveis
estavam e estão se esgotando.
Todos os bens de consumo e alimentos que abastecem o homem
provem de matéria. A reciclagem assume, pois, um papel fundamental na
preservação do meio ambiente. Além de diminuir a extração de recursos
naturais, ela devolve para a terra uma parte de seus produtos e reduz acúmulo
de resíduos nas áreas urbanas.
Os benefícios obtidos nesse processo são enormes para a
sociedade, para a economia do País e para a natureza.
Apesar da importância que a reciclagem assume nos dias atuais,
é fundamental que haja uma preocupação por parte da população em gerar
menor quantidade de lixo. Para tanto, é necessário evitar o desperdício no dia-
dia e reutilizar ao máximo objetos e embalagens descartáveis.
Embora atualmente não seja possível reaproveitar todas as
embalagens, a tendência no futuro é que tal possibilidade se concretize, com a
descoberta de métodos mais aperfeiçoados.
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1.1 – Como surgiu a reciclagem
A reciclagem surgiu como uma maneira de reintroduzir no
sistema uma parte da matéria (e da energia), que se tornaria lixo. Assim
desviados, os resíduos são coletados, separados e processados para serem
usados como matéria-prima na manufatura de bens, os quais eram feitos
anteriormente com matéria prima virgem. Dessa forma, os recursos naturais
ficam menos comprometidos.
A reciclagem de diversos tipos de materiais é uma atividade que já
movimenta R$ 3 bilhões ao ano no País, gerando milhões de empregos diretos
e indiretos. Essa iniciativa está passando por grandes mudanças para se
adequar às exigências de volumes e qualidade e atender um movimento cada
vez mais forte para a substituição e reaproveitamento das matérias-primas
tradicionais, promovido por diversos agentes da sociedade.
O material pode ser reciclado a partir de sucatas de produtos que
não possuem mais vida útil ou de sobras do processo produtivo. Latas de
refrigerante, utensílios domésticos, esquadrias de portas e janelas,
componentes de fabricação automotiva e muitos outros podem ser reutilizados
e empregados na obtenção de novos produtos, sem que o reaproveitamento
implique perda de qualidade do metal.
Alguns produtos e embalagens recicláveis já possuem o símbolo
de reciclagem para facilitar na hora de saber o que vai ou não para a coleta
seletiva:
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É importante saber que tipos de material estarão sendo
recolhidos e encaminhados, qual a forma de armazenamento e qual a
quantidade mínima a ser destinada à cooperativa/empresa. Pode-se começar
com apenas alguns tipos de materiais e ampliar gradativamente.
Em se tratando de um condomínio, escola ou empresa é
importante haver uma pessoa ou grupo responsável pela coordenação do
programa de coleta seletiva. É fundamental fazer a divulgação explícita e
permanente dos preços obtidos com a venda dos materiais e das quantidades
coletadas por tipo de material.
As atividades de reaproveitamento ou tratamento utilizam os
resíduos como insumo, consumindo menos energia quando comparados ao
insumo virgem. Isto revela uma conservação de energia que colabora com o
crescimento econômico, pois pode gerar redução de custos e aumento de
produtividade nos âmbitos micro e macroeconômicos.
1.2 – Educação Ambiental
É fato que nos últimos anos houve um aumento significativo no
consumo de bens e serviços, mas também não podemos deixar de ressaltar,
que a tecnologia de reciclagem também evoluiu na mesma proporção. Mas
porque ainda encontramos problemas com lixo nos grandes centros urbanos?
Na verdade o que falta é a conscientização de cada individuo, ou seja,
Educação Ambiental. Se cada um fizesse a sua parte separando seu lixo
doméstico e doando para cooperativas estaria minimizando um problema
mundial.
Um grande problema que a reciclagem enfrenta é dissociar
reciclagem com pobreza pelo fato de que a maioria dos colaboradores são
catadores de lixo.
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Segundo pesquisa feita pelo jornal “O Globo” o Rio de Janeiro
está entre as cidades do mundo onde a população mais joga lixo no chão,
ficando atrás apenas das capitais da Índia e da China. Todos os dias são
recolhidos 8.200 toneladas de lixo pela Companhia Municipal de Limpeza
Urbana (COMLURB) no Rio de Janeiro. Desse lixo, 39% ou 3.200 toneladas
são retiradas das ruas e calçadas.
A falta de incentivo governamental torna-se um agravante na
questão da reciclagem, uma vez que, permite a desvalorização do material
reciclável desestimulando os catadores, que apesar de muitas vezes não terem
outra fonte de renda, acabam por procurar outra forma de sobrevivência.
Depois as autoridades querem resolver o problema do acumulo
de lixo com proibição de produtos como as sacolas plásticas. Falta uma
educação ambiental na sociedade. Existe um lixo muito grande. Então, a
solução é a reciclagem, até por uma questão social, porque existe um público
muito grande que vive dessa coleta.
Em São Gonçalo, RJ, locais onde se compram os materiais
recicláveis, os chamados “Ferros-Velho” alguns não aceitam comprar certos
tipos de materiais como, por exemplo, a embalagem de “Longa Vida”,
(caixinhas de leite). Os poucos que aceitam pagam um valor muito baixo
podendo chegar a três centavos o quilo, que da uma media de trinta caixas.
Embalagens estas que não haveria a necessidade de doar para catadores ou
jogar no lixo, uma vez que o próprio consumidor poderia fazer essa
armazenagem que é feita de forma limpa prática. Quando terminar de usar o
consumidor deve lavar o interior da embalagem e abrir o fundo da caixa
descolando as dobras, assim é possível armazenar muitas caixas sem grandes
volumes. No próximo capitulo veremos a complexidade da reciclagem da
embalagem longa vida e que tipos de novos produtos podem ser fabricados
desse material. Mas é evidente que o ato de abrir e lavar as caixas não ajuda
em nada o processo de reciclagem, porque no centro de reciclagem todas as
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embalagens passarão por uma triagem rigorosa, bem como, amassar lata de
cerveja ou refrigerante também não facilita, apenas resolve o problema do
catador diminuindo o volume da mercadoria.
1.3 - O aumento dos Lixões no Estado de Rio de janeiro
Os lixões são depósitos de lixo, sem nenhum tratamento,
autorizados pelas Prefeituras, é por isso que ainda temos tantos lixões. No
Brasil esse problema é gravíssimo, pois cerca de 80% dos municípios deposita
seu lixo em lixões. Esses depósitos causam poluição do solo, das águas que
bebemos e do ar.
Todo lixo urbano cheira mal. Isso ocorre por conta da alta
concentração de gases, como o metano, altamente nocivo à saúde. Mas isso
não é tão ruim é possível canalizar esses elementos químicos e transformá-los
em energia elétrica, que além de abastecer as casas, evita a queima dos
produtos na atmosfera, principal causa do efeito estufa.
Quanto desperdício! Um lixo rico em materiais que poderiam ser
aproveitados pelas próprias indústrias que os fabricam. Embora algumas
empresas já tenham adotado o sistema de reciclagem de seus produtos, essa
prática ainda não é expressiva para que haja uma grande mudança num
aspecto geral, principalmente na economia de matéria prima que é retirada da
natureza. Mas não é só a natureza que ganha com a reciclagem, a própria
empresa pode lucrar com a reutilização da matéria prima. Mas uma das
dificuldades das indústrias é receber esse material de volta para a produção de
novos produtos. Ela própria deve lançar campanhas que forneçam ao
consumidor algum benefício em retornar o material para o centro de produção.
Porque apesar de muito se falar de preservação do meio ambiente, o que
importa para a grande maioria da população é o retorno financeiro.
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1.3.1 - Lixo gera energia elétrica
O biogás tem origem nos efluentes agro-pecuários, da
agroindústria e urbanos (lamas das estações de tratamento dos efluentes
domésticos) e ainda nos aterros de resíduos sólidos urbanos.
Este resulta da degradação biológica anaeróbia da matéria
orgânica contida nos resíduos anteriormente referidos e é constituído por uma
mistura de metano (CH4) em percentagens que variam entre os 50% e os 70%
sendo o restante essencialmente CO2.
Obtido a partir da degradação biológica anaeróbia da matéria
orgânica contida nos resíduos como efluentes agro-pecuários, da agroindústria
e urbanos, obtendo-se uma mistura gasosa de metano e dióxido de carbono
(biogás), aproveitando o seu potencial energético através da queima para
obtenção de energia térmica ou elétrica.
A gaseificação é um processo que consiste em quebrar as
cadeias poliméricas do material do resíduo, através de um calor fornecido,
para a formação de gases de composição mais simples como o metano, que
são aproveitados em processos de aquecimento, em motores a combustão
interna, ou em turbinas.
Em algumas cidades brasileiras, há usinas de geração de energia
movidas a gás de aterros sanitários. As toneladas de entulho, plásticos, latas
de alumínio e garrafas de plástico produzidas diariamente na capital podem
servir para algo positivo, como levar eletricidade à casa das pessoas.
O sistema é simples, o acúmulo de lixo, com o passar do tempo,
começa a liberar gases, principalmente metano, que, se queimado, polui a
atmosfera e contribui ainda mais para o efeito estufa. Nessas centrais de
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transformação, o gás é canalizado por máquinas e levado a um gerador, que o
converte em luz elétrica.
O sistema de captação envolve uma rede de tubos furados
uniformemente, através dos quais percorrem o biogás, que é transportado para
um coletor principal. Duas configurações de sistema de coleta são utilizadas:
poços verticais e trincheiras horizontais. O sistema de captação deve ser
projetado de modo a possibilitar monitoramentos e ajustes de fluxos do biogás,
facilitando sua operação.
Tratar o lixo, gerando eletricidade é uma forma de resolver três
problemas. Uma delas é o lixo. A outra é a queima de combustíveis fósseis
para gerar eletricidade e a terceira é o diesel que se consome para transportar
o lixo até os aterros.
Gerar energia oriunda do lixo é totalmente viável, o que falta é
incentivo governamental. Se hoje se buscam fontes alternativas de energia,
para substituir o petróleo, que um dia vai acabar. O lixo por outro lado, nunca
acabará.
Os aterros podem gerar cerca de até 125 metros cúbicos de gás
metano por tonelada de lixo em um período de 10 a 40 anos. Segundo a
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, CETESB (1999), esta
geração no Brasil é de 677 Gg/ ano, podendo representar cerca de 945
milhões de metros cúbicos por ano.
1.3.2 - Adubo feito de lixo orgânico
Quase todo o lixo pode ser reciclado, a matéria orgânica, por
exemplo, pode se transformar em adubo para as plantas, pois é rico em
nutrientes. É um processo biológico de matéria contida em restos de origem
animal e vegetal.
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Mais de 60% dos resíduos domésticos são formados por lixo
orgânico. Esse tipo de material deve ser separado dos resíduos para
proporcionar maior aproveitamento de todos os materiais em processo de
reciclagem.
Muitas pessoas acreditam que um bom composto é difícil de ser
feito ou exige um grande espaço para ser produzido; outras acreditam que é
sujo e atrai animais indesejáveis. Se for bem feito, nada disto será verdadeiro.
Um composto pode ser produzido com pouco esforço e custos mínimos,
trazendo grandes benefícios para o solo e as plantas. Mesmo em um pequeno
quintal ou varanda, é possível preparar o composto e, desta forma, reduzir a
produção de resíduos inclusive nas cidades.
1.4 - Óleo vegetal e a Reciclagem
Dentre muitos produtos de difícil degradação no meio ambiente,
estão as gorduras. Tais como azeite, óleo, banha, e outros, não se dissolvem e
nem se mistura à água, formando uma camada densa na superfície que
impede as trocas gasosas e a oxigenação, se tornando um problema para rios,
lagos e aqüíferos. As gorduras também interferem de maneira negativa no
tratamento de esgotos, sendo comum a obstrução de tubulações. O
entupimento da rede força os esgotos a infiltrarem no solo, contaminando o
lençol freático, ou atingindo a superfície. Para retirar o óleo e desentupir as
tubulações, são empregados produtos químicos altamente tóxicos, o que
acaba criando uma cadeia perniciosa.
O óleo de cozinha jogado diretamente na pia pode prejudicar o
meio ambiente. Se o produto for para a rede de esgoto encarece o tratamento
dos resíduos em até 45%, e o que permanece nos rios provoca a
impermeabilização dos leitos e terrenos adjacentes que contribuem para a
enchente nos grandes centros.
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Quem tem que lidar com grandes quantidades de óleo de cozinha
muitas vezes tem dificuldades para descartá-lo. Geralmente são os comércios
de frituras, que produz uma grande quantidade do resido por dia. O óleo que
este comercio usam poderá ser trocado ou vendido para os coletores de
óleo.
Foi pensando em retorno financeiro que as empresas de
biodiesel, detergentes e sabão, já estão aderindo ao sistema de reciclagem,
oferecendo incentivo econômico para donas de casa e grandes consumidores
de óleo vegetal. Quem tem que lidar com grandes quantidades de óleo de
cozinha muitas vezes tem dificuldades para descartá-lo. Geralmente são os
comércios de frituras, que produz uma grande quantidade do resíduo por dia.
Um restaurante pode gerar mensalmente cerca de 50 litros de
óleo saturado. Este resíduo orgânico provoca mau cheiro e atrai animais e
insetos vetores de doenças, tornando-se indesejável aos estabelecimentos
alimentícios Para se livrar deste inconveniente, os restaurantes, lanchonetes,
padarias e outros, despejam o óleo de forma alternativa na pia ou no vaso
sanitário, correndo ainda o risco de terem seus encanamentos entupidos pelas
crostas causadas pelo óleo. Agora encontram na reciclagem a solução para
um problema e uma bonificação por cooperarem com a coleta do óleo. A
bonificação geralmente é feita com detergente liquido.
A solução para este problema é a reciclagem do óleo vegetal e
existem várias maneiras de reaproveitar este produto sem dar prejuízos ao
meio ambiente.
1.4.1- Sabão feito de óleo vegetal
Hoje as empresas que utilizam como matéria prima o óleo vegetal
usado desenvolveram sistemas de coletas que tem se mostrado bastante
eficientes. Não só em restaurantes como em condomínios residencial, hotéis,
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pousadas, escolas e até mesmo residências que se dispuserem a guardar por
algum tempo o óleo em sua casa.
O sistema é bem simples, as empresas distribuem vasilhames
que comportam uma grande quantidade de óleo e passam para recolher no dia
acordado por ambas as partes. No caso de residências que a quantidade é
menor, a dona de casa armazenará em garrafas plásticas e chamará por
telefone quando completar três garrafas (seis litros).
Fazer o sabão em casa também é uma boa dica para quem quer
ganhar dinheiro sem sair de casa, e com matéria prima que seria jogada fora.
Para ter uma produção maior é só pedir aos amigos e vizinhos que doem o
óleo usado. A receita é simples e pode dar um rendimento de até cem por
cento.
A Dona Joana Célia de 52 anos, moradora de uma comunidade
em São Gonçalo faz o sabão, vende em seu próprio comércio, e garante que a
clientela aprova o produto.
Receita de sabão caseiro com óleo vegetal:
• 5 litros de óleo vegetal usado
• 1 litro de desinfetante
• 1 litro de soda cáustica
É só misturar tudo num recipiente adequado, despejar em formas,
e esperar alguns dias para secar bem. O próximo passo é cortar em pedaços
no tamanho que desejar. Importante (usar máscara por causa da soda).
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1.4.2 - Óleo de cozinha também pode se transformar em biodiesel
Estimativas indicam que apenas 1% do óleo usado no mundo é
tratado. A alternativa mais utilizada é a fabricação de sabão, podendo até
mesmo ser feito de forma doméstica.
O óleo saturado também pode ser utilizado no processo de
fabricação de tintas, cosméticos, detergentes e do biodiesel.
Biodiesel é um combustível diesel de queima limpa, derivado de
fontes naturais e renováveis como os vegetais. É uma alternativa altamente
viável que resolve dois grandes problemas ambientais ao mesmo tempo:
aproveitam resíduos, aliviando os aterros sanitários, e reduz a poluição
atmosférica.
O biodiesel já é produzido e utilizado em larga escala em países
da Europa e Estados Unidos. Nada mais é do que a mistura de um álcool com
um óleo vegetal (soja, girassol, milho, algodão, canola ou gordura animal).
O biodiesel é um combustível biodegradável e pode ser utilizado
em motores diesel, puro ou misturado com fóssil. Assim como o combustível
derivado de petróleo, o biodiesel opera em motores de ignição à combustão.
O biodiesel reduz determinadas emissões poluentes, como o
dióxido de carbono, enxofre, monóxido de carbono e dióxido de enxofre. Os
motores a óleo vegetal possibilitam uma redução de 78% das emissões de
dióxido de carbono. Este gás é responsável pelo efeito estufa que está
alterando o clima à escala mundial. Este combustível também reduz 98% da
emissão de enxofre na atmosfera e possibilita uma redução de 11% a 53% na
emissão de monóxido de carbono. Os gases da combustão do óleo vegetal
não emitem dióxido de enxofre, um dos causadores da chamada chuva ácida.
20
Assim, o biodiesel apresenta inúmeras vantagens em relação ao
diesel comum. Além das vantagens ambientais, promove o desenvolvimento
da agricultura nas zonas rurais mais desfavorecidas, criando empregos e
evitando a desertificação.
21
CAPÍTULO Il
EMBALAGENS “LONGA VIDA”
A história da Tetra Pak tem início quando seu fundador, o sueco
Dr. Ruben Rausing, na época cursando a universidade de Harvard (EUA),
descobriu as lojas de auto-serviço. Ruben Rausing achou que a novidade
americana iria, em breve, se espalhar pela Europa. As empresas, então,
precisariam de embalagens práticas para acondicionar e preservar os
alimentos, muitos até então vendidos à granel. Nascia a primeira embalagem
da Tetra Pak.
Em 1951, já de volta à Suécia, Dr. Ruben Rausing idealizou a
embalagem, em formato de tetraedro (quatro faces, triangular, com base
horizontal). Um ano depois, em 1952, a empresa já comercializava sua
primeira máquina de embalagens cartonadas. O creme de leite foi o primeiro
produto a ser embalado pela Tetra Pak. Três anos depois as embalagens da
Tetra Pak começaram a acondicionar leite pasteurizado. A embalagem tipo
longa vida, no entanto, seria criada apenas em 1961. Foi neste ano que Dr.
Ruben Rausing uniu os conceitos de ultrapasteurização e embalagem
asséptica, criando a embalagem que protegeria o leite, sem necessidade de
conservantes e refrigeração.
A empresa expandiu suas atividades na década de 90, adquirindo
a Alfa Laval, um dos maiores fornecedores mundiais de equipamentos e
plantas para a indústria alimentícia. A Tetra Pak passou a oferecer a seus
clientes sistemas completos integrando as linhas de processamento, envase e
distribuição de produtos.
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Hoje, a Tetra Pak está presente em mais de 165 países - é uma
organização global que produz sistemas integrados para processamento,
envase, distribuição e embalagens cartonadas para alimentos como leite e
derivados, sucos, chás, derivados de tomate, cremes, molhos e outros.
Tetrapak é o nome patenteado da embalagem longa vida para
líquidos alimentícios: leite e derivados, sucos, massa de tomate e outros. O
sucesso deste tipo de embalagem se deve ao aumento da durabilidade do
produto embalado sem necessidade de refrigeração.
As embalagens Longa Vida também têm vantagens ambientais,
como a facilidade no transporte: uma embalagem pesando menos de 30
gramas armazena mais que um quilo de leite e não necessita de transporte
refrigerado, evitando o consumo de óleo diesel, um recurso natural não
renovável, além de não necessitar de outra embalagem para proteção no
transporte.
A embalagem cartonada dispensa por muitos meses a
refrigeração. Com peso unitário baixo, também exige menos quantidade de
combustível para ser transportada, contribuindo para diminuir a emissão de
gases poluentes, que contribuem para o efeito estufa.
A embalagem é composta por seis camadas de materiais, na
seguinte ordem: a camada externa, de polietileno, um plástico derivado do
petróleo, no qual se imprimem a marca e informações gerais sobre o produto;
papel cartão; papelão; polietileno de baixa densidade; alumínio; e uma última
camada também de polietileno. Como não há contato com o ambiente externo
na hora do envasamento, elimina-se a proliferação de microorganismos;
também não ocorre a passagem da luz, uma degradadora natural dos
alimentos. Mantém-se o leite, por exemplo, por até quatro meses, sem
refrigeração, com características nutricionais e vitamínicas ideais, dispensando
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a utilização de conservantes.
São varias camadas dos três materiais que somadas resultam em
75% de papel, 20% de alumínio e 5% de plástico.
A grande desvantagem do uso deste tipo de embalagem refere-
se à sua deposição final em aterros sanitários. O alumínio e o plástico causam
um impacto alto sobre o meio ambiente — o plástico, por exemplo, leva mais
de trezentos anos para se degradar. Além disso, com o descarte da
embalagem, há o desperdício de matérias-primas nobres como o alumínio e o
papel cartão. Mas processo de reciclagem não é tão fácil assim, sobretudo
quando estamos falando em embalagens, a cada dia que passa mais
sofisticadas e complexas, que é o caso da embalagem longa vida, um
composto de plástico, alumínio e papel.
O papel é facilmente extraído do composto, o problema está
justamente na separação do plástico e o alumínio. Os cientistas levaram
décadas para, só então em 2007, descobrirem uma solução viável para a
separação destes elementos: o plasma.
2.1 Reutilização de caixas de leite em Subcoberturas de telhados
Não faz sentido jogar junto com o lixo orgânico materiais que
possam ser reaproveitados ou transformados. Aos poucos, as tecnologias vão
avançando e são descobertas novas formas de reutilização.
É possível transformar caixinhas de leite em mantas para
subcobertura de telhados, como uma alternativa às mantas convencionais, que
vêm sendo aplicadas em grande parte das novas construções.
Por ter uma face aluminizada, a caixa de leite mostrou-se perfeita
para exercer a função da manta, com a vantagem de ser uma solução
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ecológica, que pode contribuir muito para que esse material não seja mais
jogado no lixo. Com a manta, a casa fica mais confortável porque funciona
como isolante térmico, refletindo o calor para cima; evita goteiras e respingos,
além da sujeira que entraria pelo telhado. A manta é colocada sobre o
madeiramento e sob as telhas. Cada metro quadrado de manta consome 20
caixinhas, o que permitirá um custo bastante inferior ao das mantas
industrializadas.
Uso da embalagem como isolante térmico ajuda a reduzir a
temperatura nos ambientes em até 8º C, isolante térmico alternativo para
residências e galpões, reduzindo a temperatura no interior dos imóveis. A
utilização das embalagens Tetra Pak pode ser feita de forma artesanal, pelo
próprio morador, diminuindo os custos.
2.1.1 - Como fazer a manta isolante
O primeiro passo é abrir totalmente as caixinhas, descolando as
emendas e fazendo um corte vertical para que a embalagem fique
completamente plana. Em seguida, é feita a limpeza com água, sabão em pó e
um pouco de desinfetante. Depois de secas, as embalagens devem ser
coladas lado a lado, com cola branca ou de sapateiro, formando uma manta
sobre a laje superior da casa, abaixo do telhado.
Para o perfeito funcionamento do isolamento térmico, é muito
importante que a manta não se encoste às telhas, deixando um espaço mínimo
de dois centímetros para a circulação do ar. A manta de Tetra Pak bem
aplicada tem o mesmo desempenho das placas de alumínio vendido no
mercado, ajudando inclusive na proteção contra goteiras provocadas por falhas
no telhado. A explicação está na composição das caixinhas, formadas por 5%
de alumínio, 20% de plástico e 75% de papelão. O alumínio reflete mais de
95% do calor, ajudando a diminuir a temperatura interna dos ambientes em até
8º C.
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2.2 Reciclagem da embalagem “Longa Vida”
Hoje, esse material pode ser 100% reciclado. O Brasil é o
pioneiro no processo de reciclagem do papel, do plástico e do alumínio dessas
embalagens.
Entretanto, por estar sendo amplamente utilizada tem se tornado
um enorme problema ambiental. Vale ressaltar que o descarte inadequado
para esse tipo de embalagem é alto. Estima-se que, no Brasil, 75% das
embalagens são dispostas de maneira irregular em lixões e terrenos baldios,
ou seja, apenas 25% estão sendo recicladas.
Entretanto, hoje, esse material pode ser 100% reciclado. O Brasil
é o pioneiro no processo de reciclagem do papel, do plástico e do alumínio
dessas embalagens.
O processo de reciclagem começa com o consumidor. É ele que
deve separar adequadamente o material que é reciclável, do material orgânico
que seguirá para ser descartado. O material que é reciclável deve seguir para
um centro de triagem que tem a função de separar os materiais e encaminhar
para as respectivas indústrias que o reciclarão. No caso da embalagem longa
vida, isso não é diferente, já que as recicladoras de papel que devem retirar
suas fibras que estão inseridas nas embalagens longa vida. Nesse primeiro
momento, utilizam-se somente água e energia mecânica como processo de
separação das fibras do papel do polietileno e do alumínio. Num segundo
momento, o material remanescente (plástico e alumínio) servirá para outras
indústrias.
A maior fábrica de reciclagem de embalagem longa vida do Brasil
está localizada no município de Piracicaba (interior do Estado de São Paulo).
Ali, recicla-se aproximadamente 50 toneladas de embalagem longa vida,
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diariamente, ou seja, 18 mil toneladas anualmente, o que antes era
considerado lixo.
Já que as embalagens Longa Vida são compostas de materiais
diferentes, como: plástico alumínio e papel, primeiro passo é separar os
componentes.
Depois de descartadas as embalagens seguem para as indústrias
de reciclagem. Nesta indústria as embalagens longa vida seguem para um
equipamento industrial chamado hidrapulper, que se assemelha a um
liquidificador de grande porte, onde são misturadas a água de processo e
agitadas mecanicamente durante cerca de 30 minutos. Durante este tempo as
fibras de papel da embalagem são separadas das camadas de plástico e
alumínio ficando misturadas a água.
2.2.1 - Reciclagem do papel
Depois de separado dos outros componentes, as fibras de papel
juntamente com a água passam por uma peneira no fundo do hidrapulper que
retém o plástico com o alumínio deixando que a polpa siga o processo normal
de fabricação de papel até se transformar em uma bobina de papel reciclado,
enquanto o plástico e o alumínio, ainda unidos, são retirados do equipamento,
enfardados e seguem para outras empresas para continuarem seu processo
de reciclagem.
2.2.2 - Reciclagem do composto de polietileno e alumínio
Existem três processos industriais para a reciclagem do composto
de polietileno e alumínio das embalagens longa vida: a fabricação de peças
plásticas, a fabricação de placas e telhas, e a completa sua separação através
da tecnologia a plasma.
27
2.2.3 Fabricação de peças plásticas
Depois de lavado, este material passa por um processo de
aglutinação que retira boa parte da umidade e faz com que o material ganhe
densidade que será importante no processo seguinte, a extrusão. Na extrusão
o material é transportado por uma rosca aquecida que faz com que o material
derreta e se homogeneize formando uma massa uniforme que é pressionada
contra uma tela, para a produção dos pellets, que são pequenos fragmentos de
plástico que é a forma com que o plástico, seja ele reciclado ou não, é vendido
no mercado. A partir desses pellets é possível utilizar equipamentos de injeção
e rotomoldagem para fabricação dos mais diversos artefatos de plástico. Os
pellets reciclados de plástico e alumínio de embalagens longa vida tem sua
composição aproximada em massa de 80% polietileno e 20% alumínio.
2.2.4 - Fabricação de placas e telhas
Os fardos desse material são recebidos das indústrias papeleiras
e seguem diretamente para o processo de secagem e trituração. Uma vez
triturado este material é dosado em formas sobre um filme desmoldante e
levado para uma prensa aquecida a cerca de 180°C. Estas prensas são
similiares às prensas utilizadas para a fabricação de compensados de madeira.
Após algum tempo nesta temperatura o plástico se funde ao alumínio
formando uma placa. Esta placa é retirada do equipamento e resfriada. Este
tipo de placa pode ser usada para fabricação de móveis, ou em substituição a
madeira em algumas aplicações, como por exemplos divisórias e tapumes para
construção civil.
2.3 - Tecnologia a plasma
O plasma é um gás produzido em alta temperatura, com
propriedades químicas que o diferencia dos demais estados de matéria (sólido,
28
líquido e gasoso). Ele é parcialmente ionizado e possui modificações
moleculares e atômicas. É comumente chamado de “quarto estado da
matéria”.
Nos dois processos anteriores tanto o polietileno quanto o
alumínio das embalagens longa vida são reciclados em conjunto, ficando
unidos após os respectivos processos. Com o desenvolvimento da tecnologia a
plasma é possível fazer esta separação. Neste processo os fardos do
composto de polietileno e alumínio chegam das papeleiras são abertos e
lavados para a retirada do residual de papel. Na seqüência esse material é
alimentado em um forno aquecido por uma tocha de plasma e no qual não há
a presença de oxigênio. Esta tocha de plasma libera muita energia na forma de
calor para este forno fazendo com que as cadeias de carbono do polietileno se
quebrem em cadeias menores que são vaporizadas e extraídas do reator,
enquanto o alumínio se funde. A temperatura do forno é acima de 700°C. Após
extraídas do reator as cadeias de carbono gaseificadas são condensadas
formando um composto parafínico que tem aplicações na indústria
petroquímica enquanto o alumínio fundido é resfriado na forma de lingotes que
volta para industria de alumínio para um novo ciclo de produtos.
O processo de plasma permite o retorno dos três componentes
da embalagem para a cadeia produtiva como matéria-prima.
Até 2007, das cerca de 160 mil toneladas de papel cartonado
eram descartados anualmente, apenas 25% eram direcionadas para um
processo de reciclagem parcial, que separa o papel dos demais elementos
(plástico e alumínio). O material remanescente, plástico e alumínio grudados,
em sua grande maioria era destinado a aterros sanitários, sendo apenas uma
pequena parte aproveitado por fábricas de telhas que o utilizava como matéria-
prima. Solução para a reciclagem da embalagem cartonada, à despeito de
tudo o que já havia sido tentado, no entanto, estava incompleta. Foi então que,
no ano de 2007, quatro empresas consorciadas inauguraram a primeira fábrica
29
de reciclagem completa destas embalagens, na cidade de Piracicaba, no
interior de São Paulo, utilizando a tecnologia do plasma.
Cada tonelada de embalagem cartonada reciclada gera,
aproximadamente, 650 kg de papel Kraft, economizando o corte de 20 árvores
cultivadas em áreas de reflorestamento comercial.
Infelizmente, como todo processo de reciclagem, há obstáculos
que acabam inibindo o reaproveitamento da embalagem longa vida. Começa
pela população que ainda persiste em não separar as embalagens de forma
adequada, ou seja, não pratica a coleta seletiva e, quando pratica, muitas
vezes, não lava a embalagem, deixando-a contaminada, o que dificulta a
logística, a armazenagem e a reciclagem. Outro ponto crucial na reciclagem
das embalagens longa vida é o baixo preço pago por quilo de material.
Com a intenção de dar uma destinação correta às caixinhas que
embalam sucos, leites e pasteurizados, a Tetra Pak mantém parcerias com
diversas empresas.
2.4 - Vantagens econômicas
A técnica de transformar lixo em matéria-prima também foi
absorvida pelo setor da construção. Toneladas de caixinhas longa-vida pós-
consumo, que se transformam em telhas onduladas e chapas planas, também
usadas pela indústria moveleira. O Tetra Pak permite a fabricação de muitos
produtos com baixo custo de produção.
O processo de reciclagem das embalagens Longa Vida é viável
economicamente. As fibras das embalagens Longa Vida tem um alto valor para
a indústria de papel/ papelão. Na Alemanha 124000 toneladas de embalagens
foram recicladas no ano de 1998 e transformadas em papel toalha e papel
kraft, utilizados na fabricação de sacos industriais. No Brasil, várias fábricas de
30
papel e plástico têm utilizado a embalagem como matéria-prima em seus
processos.
A embalagem reciclada pode voltar a ser Embalagem Longa Vida.
Entretanto, existe um limite para a adição de fibras recicladas para não afetar
a estrutura da embalagem (rigidez). Quando a fibra de celulose é reciclada,
ocorre uma diminuição em seu comprimento, isto é, ela é cortada durante o
processamento dentro da máquina de reciclagem. Isso causa uma diminuição
na qualidade do papel, impedindo que a embalagem nova seja produzida com
cartão 100% reciclável.
As caixinhas de leite longa-vida, que até pouco tempo não eram
aproveitadas, hoje constituem matéria prima para a fabricação de bancos,
escadas mesas e móveis de jardim, feitos tradicionalmente de madeira.
Apesar de inúmeras iniciativas, o mercado brasileiro nesse setor
ainda é restrito.
31
CAPÍTULO Ill
A ÁGUA
A água é um insumo essencial à maioria das atividades
econômicas e a gestão deste recurso natural é de suma importância na
manutenção de sua oferta em termos de quantidade e qualidade. Atitudes
proativas são fundamentais, nesse sentido, pois apesar da aparente
abundância de recursos hídricos no Brasil sua distribuição natural é irregular
nas diferentes regiões do País.
Embora o Brasil seja o primeiro país em disponibilidade hídrica
em rios do mundo, a poluição e o uso inadequado comprometem esse recurso
em várias regiões do País.
Nas cidades, os problemas de abastecimento estão diretamente
relacionados ao crescimento da demanda, ao desperdício e à urbanização
descontrolada – que atinge regiões de mananciais. Na zona rural, os recursos
hídricos também são explorados de forma irregular, além de parte da
vegetação protetora da bacia (mata ciliar) ser destruída para a realização de
atividades como agricultura e pecuária. Não raramente, os agrotóxicos e
dejetos utilizados nessas atividades também acabam por poluir a água. A baixa
eficiência das empresas de abastecimento se associa ao quadro de poluição:
as perdas na rede de distribuição por roubos e vazamentos atingem entre 40%
e 60%, além de 64% das empresas não coletarem o esgoto gerado. O
saneamento básico não é implementado de forma adequada, já que 90% dos
esgotos domésticos e 70% dos afluentes industriais são jogados sem
tratamento nos rios, açudes e águas litorâneas, o que tem gerado um nível de
degradação nunca imaginado.
32
Foi pela carência de instrumentos de gestão que conflitos entre
usuários se instalaram em algumas bacias hidrográficas brasileiras até o final
do século XX.
Atualmente, com o surgimento de problemas relacionados à
escassez e poluição de água nos grandes centros urbanos, começa haver um
maior interesse por parte de vários setores econômicos pelas atividades nas
quais a água é utilizada, o que também é motivado pelas recentes políticas
federais e estaduais sobre o gerenciamento dos recursos hídricos.
Sendo o setor industrial um importante usuário de água, é
fundamental que seu desenvolvimento se dê de forma sustentável, adotando
práticas como o uso racional e eficiente da água. Na indústria há consumos
muito elevados em determinados processos produtivos, por exemplo, no caso
do aço, se chega a gastar 300 toneladas de água para produzir somente uma
tonelada deste metal. Também são grandes consumidoras as indústrias de
produtos químicos, polpa e papel, entre outras.
As garantias de quantidade e qualidade de água em nossos
mananciais, as quais permitirão novos investimentos, expansão da produção
industrial e geração de emprego e renda, só poderão ser conseguidas por
meio de um amplo esforço do poder público, dos usuários e da comunidade
em torno da gestão participativa, descentralizada, harmônica e racional das
águas no âmbito dos Comitês de Bacias.
As federações e associações de indústrias têm um importante
papel no processo de mobilização e representação dos seus filiados nos
Comitês
No Brasil, as externalidades ambientais associadas ao setor
industrial e ao rápido crescimento urbano, no contexto do desenvolvimento das
regiões metropolitanas, apontam para cenários futuros de escassez hídrica.
33
Neste capitulo será abordado sistemas de racionamento de água,
mencionando os principais setores que mais consomem este recurso, que é a
agricultura e o setor industrial.
3.1 Irrigação por gotejamento
Das tecnologias utilizadas para a produção de alimentos a mais
conhecida e importante é a irrigação. O objetivo da irrigação é suprir de água
as plantas na quantidade necessária e no momento apropriado, para obter
níveis adequados de produção e melhor qualidade do produto.
Na irrigação por aspersão a aplicação de água ao solo resulta da
fragmentação de um jato de água lançado sob pressão no ar atmosférico, por
meio de simples orifícios ou bocais de aspersores. Mas este método vem
sendo questionado por ambientalistas, por uma razão muito forte, que é o
desperdício de água. Um adequado sistema de irrigação deve ser capaz de
propiciar ao produtor a possibilidade de fazer uso do recurso água com a
máxima eficiência, aumentando a produtividade das culturas, reduzindo os
custos de produção e, conseqüentemente, maximizando o retorno dos
investimentos.
Enquanto os métodos de irrigação por superfície baseiam-se na
irrigação de toda a superfície do campo e a irrigação por aspersão deixa as
plantas úmidas e ocasiona escoamento, a irrigação por gotejamento é melhor
controlada. A água é vagarosamente fornecida a uma área específica, próxima
às raízes da planta, por uma rede de gotejadores.
Apesar do nome, esses pequenos orifícios não ficam gotejando,
pendurados acima das plantas, eles são distribuídos ao longo do solo. Ligados
a uma fonte apropriada de água por uma mangueira alimentadora principal,
eles fornecem uma vazão lenta e permanente de água. Uma alternativa para a
34
irrigação por gotejamento é a cinta de gotejamento, que nada mais é do que
uma extensão de mangueira com gotejadores embutidos.
A vantagem de se utilizar a irrigação por gotejamento é,
basicamente, o controle. Esse método de irrigação é preciso e econômico. Um
aspersor de grama comum, por exemplo, pode medir a vazão de água em litros
por minuto - um valor em torno de quatro e dezenove é o normal. Um
gotejador, por outro lado, é classificado em litros por hora. A vazão de água é
tão vagarosa que é facilmente absorvida pelo solo. Em um sistema bem
ajustado, há pouca probabilidade de excesso de escoamento de água e
desperdício.
A tecnologia da irrigação por gotejamento envolve diretamente a
urgente necessidade de conservar e proteger o ambiente, ao permitir que o
agricultor distribua de maneira uniforme a água e os elementos nutritivos à
zona das raízes em quantidades precisas para atender as necessidades das
plantas. Isso significa o uso de menores quantidades de água, fertilizantes e
demais produtos químicos, ao mesmo tempo em que se aumentam os
rendimentos e se obtêm produtos de melhor qualidade.
A irrigação por gotejamento teve origem na Inglaterra, nos anos
40, mas só se desenvolveu como tecnologia comercialmente viável na década
de 60, nos Estados Unidos e Israel, com o lançamento dos plásticos de
polietileno. De início os produtores agrícolas não consideravam prático o
sistema, porque o viam como um método muito diferente dos tradicionais, de
irrigação por aspersão ou inundação. Entretanto, anos de pesquisa conjunta
entre produtores, universidades e órgãos governamentais demonstraram suas
inúmeras vantagens. Hoje, como resultado de seus comprovados benefícios
agronômicos, de conservação e econômicos, a irrigação por gotejamento
logrou aceitação geral e está sendo aplicada cada vez mais por produtores
competitivos em todo o mundo no cultivo de hortaliças, frutas, cereais, flores,
algodão, cana de açúcar e vinhedos, entre outros.
35
3.1.1 - Como funciona o sistema de irrigaçao por gotejamento
Um sistema de irrigação por gotejamento distribui a água lenta e
diretamente na zona radicular, através de canos e mangueiras flexíveis de
polietileno, com emissores ou gotejadores incorporados em linha, que se
estende ao longo das linhas das plantas. Num sistema bem planejado, esses
emissores aplicam a água com uniformidade em todo o campo. O objetivo do
agricultor é manter as condições de umidade do solo próximas das ideais e
levar às plantas os elementos nutrientes de forma contínua, para reduzir o
estresse e promover o desenvolvimento constante. Isso se obtém através de
ciclos de irrigação leves, porém constantes fornecendo os elementos
nutrientes via sistema, na freqüência requerida pela cultura.
Os sistemas de irrigação por gotas podem estender-se pelo
terreno ou ser enterrados a profundidades de 4 a 30 cm. Os sistemas
enterrados são menos suscetíveis a danos mecânicos e aos causados por
pragas.
As tecnologias de irrigação por gotas mais importantes para o
futuro são a cinta de gotejamento e os emissores em linha. Os principais
fatores que determinam o tipo mais apropriado são a aplicação, os custos, as
condições de campo e as práticas de manejo.
A cinta de gotejamento é uma mangueira de finas paredes com
os gotejadores ou emissores moldados na parede do tubo. Estão disponíveis
com espessuras de paredes de 0,12 a 0,40 cm e com distâncias entre
gotejadores de 10 a 60 cm. Há disponíveis muitas taxas de fluxo para atender
às necessidades de cultivos específicos e condições particulares. A cinta de
gotejamento é a tecnologia mais efetiva e por isso usada amplamente em
culturas em linha de uma só temporada e larga duração.
36
3.1.2 - Vantagens do sistema de gotejamento
Originalmente pensava-se que a conservação da água era o
principal benefício do sistema. A experiência demonstrou que a irrigação por
gotejamento bem planejada e bem administrada oferece outras vantagens
agronômicas e econômicas igualmente importantes e, em conseqüência,
produtores agrícolas de todo o mundo estão adotando essa tecnologia.
Algumas de suas vantagens específicas são: A irrigação
programada permite que a água e o fertilizante cheguem exatamente quando e
onde são necessários, produzindo colheitas mais abundantes e de melhor
qualidade. Além disso, os sistemas de gotejamento não umedecem toda a
superfície. Como resultado, as perdas de água por evaporação, lixiviação
profunda e escorrimento são reduzidas ao mínimo ou eliminadas. Isso não
somente conserva água como também reduz a contaminação do lençol
freático.
Outra vantagem é a conservação de energia, requer pouco
bombeamento, consumindo, portanto menos energia do que o sistema de
aspersão.
A incidência de doenças fúngicas é menor porque a folhagem
não se molha e a umidade do solo é controlada. Irrigando-se apenas as
plantas, e não o terreno todo, o crescimento de ervas daninha entre as linhas
diminui.
A irrigação por gotejamento é uma tecnologia comprovada de
rápida expansão, compatível com os objetivos mundiais de conservação da
água e proteção ambiental.
Os gotejadores em linha têm um emissor moldado que se instala
no interior do tubo no processo de extrusão. Esse tipo de mangueira para
37
gotejamento vem com espessuras de parede de 0,20 a 1,25 mm e distâncias
entre emissores de 40 a 120 cm. Os emissores em linha são os mais usados
em aplicações em longo prazo de vinhedos e hortas.
Pode-se projetar um sistema de irrigação desse tipo para
propriedades de qualquer tamanho, mas todos terão componentes principais
similares: bomba, filtros, reguladores de pressão, válvulas e cinta de gotejo.
Um componente opcional, porém recomendável, é um subsistema de injeção
de produtos agroquímicos e fertilizantes. Em sistemas mais avançados
tecnicamente costuma-se instalar também reguladores automáticos de
válvulas, medidores de fluxo, sensores de umidade, por exemplo.
3.2 - Reuso da água
A reutilização ou o reuso de água ou o uso de águas residuárias
não é um conceito novo e tem sido praticado em todo o mundo há muitos
anos.
Existem relatos de sua prática na Grécia Antiga, com a disposição
de esgotos e sua utilização na irrigação. No entanto, a demanda crescente por
água tem feito do reuso planejado da água um tema atual e de grande
importância.
Neste sentido, deve-se considerar o reuso de água como parte de
uma atividade mais abrangente que é o uso racional ou eficiente da água, o
qual compreende também o controle de perdas e desperdícios, e a
minimização da produção de efluentes e do consumo de água.
Dentro dessa ótica, os esgotos tratados têm um papel
fundamental no planejamento e na gestão sustentável dos recursos hídricos
como um substituto para o uso de águas destinadas a fins agrícolas e de
irrigação, entre outros.
38
Ao liberar as fontes de água de boa qualidade para
abastecimento público e outros usos prioritários, o uso de esgotos contribui
para a conservação dos recursos e acrescenta uma dimensão econômica ao
planejamento dos recursos hídricos. O reuso reduz a demanda sobre os
mananciais de água devido à substituição da água potável por uma água de
qualidade inferior. Essa prática, atualmente muito discutida, posta em
evidência e já utilizada em alguns países é baseada no conceito de
substituição de mananciais. Tal substituição é possível em função da qualidade
requerida para um uso específico.
Dessa forma, grandes volumes de água potável podem ser
poupados pelo reuso quando se utiliza água de qualidade inferior (geralmente
efluentes pós-tratados) para atendimento das finalidades que podem prescindir
desse recurso dentro dos padrões de potabilidade.
3.2.1 - Tipos de reuso
Reuso indireto planejado da água: ocorre quando os efluentes,
depois de tratados, são descarregados de forma planejada nos corpos de
águas superficiais ou subterrâneas, para serem utilizadas a jusante, de
maneira controlada, no atendimento de algum uso benéfico.
O reuso indireto planejado da água pressupõe que exista também
um controle sobre as eventuais novas descargas de efluentes no caminho,
garantindo assim que o efluente tratado estará sujeito apenas a misturas com
outros efluentes que também atendam ao requisito de qualidade do reuso
objetivado.
Reuso direto planejado das águas: ocorre quando os efluentes,
depois de tratados, são encaminhados diretamente de seu ponto de descarga
até o local do reuso, não sendo descarregados no meio ambiente. É o caso
com maior ocorrência, destinando-se a uso em indústria ou irrigação.
39
A atividade siderúrgica necessita de um grande volume de água
para o resfriamento de equipamentos e produtos, com grandes perdas por
evaporação. Por isso o reaproveitamento de água é totalmente viável uma vez
que não se necessita de água potável para este fim.
3.2.2 - Água de esgoto na agricultura
Uma das grandes vantagens do reuso da água de esgoto se da
na agricultura. A medida que se aplica esgoto tratado em áreas agricolas, há
um aumento na produtividade e traz o que os adubos normais não tem que são
os micronutrientes e o humus da matéria orgânica e normalmente se deixa de
aplicar nas plantações fertilizantes sintéticos o que se torna um benefício
econômico e ambiental.
3.2.3 - Reuso reduz os custos e a poluição ambiental
As pressões que vêm dos custos ascendentes da água, das
preocupações com legislações cada vez mais restritivas somam-se às
pressões sociais que, dentro e fora do País, exigem indústrias "ecocêntricas",
ou seja, centradas no desenvolvimento sustentado. O resultado é o crescente
interesse da indústria no tratamento de efluentes para reuso.
Nos últimos cinco anos, as questões ambientais passaram a
caminhar com as questões sociais e econômicas, e reutilizar os efluentes
tratados no processo produtivo obedece a esta tendência. Os projetos para
implantação de sistemas de reuso, contudo, ainda são desproporcionais à
seriedade do problema, e os principais motivos parecem ser a inexistência de
legislação pertinente e a falta de conhecimento e divulgação das tecnologias.
As legislações existentes dizem respeito somente ao lançamento
dos efluentes tratados em corpos receptores ou redes coletoras. A maioria das
grandes empresas respeita a legislação e reconhece que suas atividades e/ou
40
projetos de exportação podem ser prejudicados por repercussões negativas no
exterior, onde o consumidor está fortemente motivado pelo controle ambiental
e pode ir ao limite de boicotar os produtos que resultam de processos
ofensivos ao meio ambiente.
A crescente consciência de que a qualidade da vida humana
depende criticamente do controle ambiental, além da pressão social pelas
soluções "ecologicamente corretas," mais do que as penalidades financeiras,
são a principal motivação das empresas para iniciar seus projetos de
tratamento de seus efluentes e, em especial, do reuso da água.
As sanções financeiras para as empresas que desobedecem à
legislação são multas de valores considerados pouco significativos pelos
especialistas, principalmente aquelas estabelecidas por órgãos estaduais. As
decisões das indústrias, portanto, não decorrem do temor das multas, mas da
pressão do mercado consumidor de seus produtos e dos custos da água como
insumo industrial.
3.2.4 - Vantagens econômicas
A implantação de Programas de Conservação e Reuso de Água
pelo setor industrial, reverte-se em benefícios econômicos que permitem
aumentar a eficiência produtiva, tendo como conseqüência direta a redução do
consumo de água, a redução do volume de efluentes gerados e, como
conseqüências indiretas, a redução do consumo de energia, de produtos
químicos, a otimização de processos e a redução de despesas com
manutenção. Na maior parte dos casos, os períodos de retorno envolvidos são
bastante atrativos.
41
CONCLUSÃO
Nas ultimas décadas do século XX, porém, o crescimento
desordenado das cidades e o aumento da população global resultaram em
uma terra ferida, esgotada em sua capacidade de engolir e decompor tanto
lixo. Hoje o descompasso entre a capacidade de o homem produzir resíduos e
renovação dos recursos naturais força uma saída ecológica e lucrativa.
A ordem é transformar lixo em novos produtos sempre. Devemos
acreditar que durante o século XXI nossas sociedades saberão reciclar
perfeitamente todos os materiais utilizados.
A criação de normas relacionadas à utilização dos recursos
hídricos para qualquer finalidade tem como principal objetivo garantir uma
relação harmônica entre as atividades humanas e o meio ambiente, além de
permitir um melhor equilíbrio de forças entre os vários segmentos da sociedade
ou setores econômicos.
A viabilidade das soluções tecnológicas deve considerar os
aspectos relativos à gestão da água e a operacionalidade e funcionalidade do
sistema, garantindo a eficiência de programas. Além das questões
tecnológicas, existem as questões comportamentais que devem ser
acompanhadas. Constantes treinamentos e reciclagem profissional
proporcionam que a equipe engajada na gestão da água esteja
constantemente atualizada. Por outro lado, há necessidade de conscientizar os
demais funcionários que de alguma forma têm contato com a água, pois além
de refletirem seu comportamento no uso adequado da água, poderão externar
os conceitos obtidos à comunidade circunvizinha a unidade industrial,
auxiliando e adicionando valores à indústria no que diz respeito à
responsabilidade social.
42
Cabe ainda ressaltar que a adoção de uma política ambiental
apropriada, dentro da qual se insere um Sistema de Gestão da Água, deve ser
cada vez mais um fator decisivo na competitividade entre as indústrias,
principalmente as do mesmo segmento, podendo inclusive interferir na escolha
de um produto pelos consumidores finais. Recomenda-se, portanto, que o
setor industrial adote uma postura de conformidade ambiental, dedicando
especial atenção para um insumo vital como a água, com a consciência
adequada da necessidade de sua utilização de forma racional em termos
quantitativos e qualitativos.
Há algumas décadas que se ouve e lê a frase: “pensar global e
agir local”. Temos que entender o nosso planeta como a nossa grande morada
temporária, ou seja, nós passaremos, mas outros darão continuidade. Em
síntese temos que viver bem de tal forma que, nossos vizinhos e descendentes
também o façam. Temos que pensar no planeta como um presente valioso, o
qual podemos usar, mas conservando-o para que outros continuem usando.
43
ANEXO 1
I�TER�ET
Menor desperdício nos postos de gasolina www.cienciahoje.uol.com.br
Uma simples lavagem de carro em equipamentos automáticos de postos de gasolina gasta em média cerca de 100 litros de água. Diante da perspectiva de um futuro de escassez desse recurso, diminuir seu desperdício foi a meta de uma técnica desenvolvida pela engenheira civil Priscila da Cunha Teixeira em seu mestrado, realizado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), sob orientação de Carlos Gomes da Nave Mendes. Os pesquisadores elaboraram um processo de reciclagem que reduz a quantidade de poluentes que se incorporam à água após ela ser usada nos equipamentos de lavagem, o que permite a sua reutilização pelos postos de gasolina.
O processo de reciclagem que a pesquisadora utilizou e aperfeiçoou foi o da flotação por ar dissolvido: a água usada na lavagem é armazenada em um recipiente e recebe substâncias químicas (cloreto de ferro, sulfato de alumínio etc), que fazem com que as partículas de sujeira se aglomerem e formem flocos. Em seguida são liberadas microbolhas de ar que aderem aos flocos de sujeira. O aglomerado partícula-bolha é menos denso que a da água e tende a flutuar, o que permite a remoção manual ou mecânica de grande parte dos poluentes presentes no líquido. Entre 70 a 80% da água utilizada em uma lavagem pode ser recuperada, mas a taxa pode ser ainda maior com o acréscimo de água da chuva, que serve para minimizar as perdas com a evaporação e diminuir o índice de poluentes que se concentram após vários processos de reciclagem. O projeto em escala real será realizado por um convênio entre a Unicamp e a Ceccato, empresa que fabrica equipamentos de lavagem de veículos. Prevê-se que dentro de um ano a tecnologia possa ser comercializada para empresas automotivas e de ônibus e postos de gasolina. "O objetivo é possibilitar que os custos com a compra, manutenção e operação do equipamento para reciclagem compensem os gastos cada vez maiores com o consumo de água e coleta de esgoto", conclui a pesquisadora.
44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HUTCHISON, David. -Educação Ecológica- Idéias sobre consciência
ambiental: Artmed. Porto Alegre, 2000.
MIERZWA, J.C. e HESPANHOL, I. Programa para Gerenciamento de Águas
e Efluentes nas Indústrias, Visando ao Uso Racional e à Reutilização,
HESPANHOL, I. Água e Saneamento Básico no Brasil: Uma Visão Realista,
AZEVEDO, H.M. Irrigação localizada - Informe Agropecuário. Belo
Horizonte, 1986.
TIBAU, A.O. Técnicas Modernas de Irrigação: Aspersão, Derramamento,
Gotejamento. São Paulo, Nobel, 1976.
GONÇALVES, R. F. (2004) - Plano de integração – Rede 5. Programa de
Pesquisa em Saneamento Básico, Edital 4 (PROSAB 4).
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reciclagem_de_embalagens_longa_vida http://www.alcoa.com/brazil/pt/custom_page/reciclagem/unidade_plasma.asp http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=residuos/index.php3&conteudo=./residuos/reciclar.html http://www.recicloteca.org.br/dicas.asp?Ancora=3 http://ambiente.hsw.uol.com.br/reciclagem-longa-vida1.htm http://www.artigos.com/artigos/sociais/economia/nada-se-perde,-tudo-se-transforma:-embalagem-longa-vida!-5559/artigo/ http://www.fazfacil.com.br/materiais/reciclagem_agua.html
45
ÍNDICE
I�TRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------------- 8
CAPÍTULO I – DEFI�IÇÃO DE RECICLAGEM ------------------------------------------ -9
1.1 Como surgiu a reciclagem ----------------------------------------------------------------- 10
1.2 Educação Ambiental ----------------------------------------------------------------------- 11
1.3 O aumento dos Lixões no Estado de Rio de janeiro --------------------------------- 13
1.3.1 Lixo gera energia elétrica ------------------------------------------------------------- 14
1.3.2 Adubo feito de lixo orgânico --------------------------------------------------------- 15
1.4 Óleo vegetal e a Reciclagem --------------------------------------------------------------- 16
1.4.1 Sabão feito de óleo vegetal ------------------------------------------------------------ 18
1.4.2 Óleo de cozinha também pode se transformar em biodiesel --------------------- 19
CAPÍTULO II – EMBALAGE�S “LO�GA VIDA” ---------------------------------------- 21 2.1 Reutilização de caixas de leite em Subcoberturas de telhados ------------------- 23
2.1.1 Como fazer a manta isolante ---------------------------------------------------------- 24
2.2 Reciclagem da embalagem “Longa Vida” --------------------------------------------- 25
2.2.1 Reciclagem do papel ------------------------------------------------------------------- 26
2.2.2 Reciclagem do composto de polietileno e alumínio ------------------------------- 26
2.2.3 Fabricação de peças plásticas --------------------------------------------------------- 27
2.3 Tecnologia a plasma ------------------------------------------------------------------------- 27
CAPÍTULO III – A ÁGUA ------------------------------------------------------------------------ 31 3.1 Irrigação por gotejamento ------------------------------------------------------------------ 33 3.1.1 Como funciona o sistema de irrigaçao por gotejamento -------------------------- 35
3.1.2 Vantagens do sistema de gotejamento ----------------------------------------------- 36
3.2 - Reuso da água -------------------------------------------------------------------------------- 37
3.2.1 Tipos de reuso -------------------------------------------------------------------------- 38
46
3.2.2 Água de esgoto na agricultura -------------------------------------------------------- 39
3.2.3 Reuso reduz os custos e a poluição ambiental ------------------------------------- 39
3.2.3 Vantagens econômicas ----------------------------------------------------------------- 40
CO�CLUSÃO --------------------------------------------------------------------------------------- 41
A�EXO ------------------------------------------------------------------------------------------------ 43
REFERÊ�CIAS BIBLIOGRÁFICAS ---------------------------------------------------------- 44
�DICE ----------------------------------------------------------------------------------------------- 45