UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
ATUALIZA ASSOCIAÇÃO CULTURAL
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU” DE
ESPECIALIZAÇÃO DE ENFERMAGEM DO TRABALHO
MILA SENA GOMES DA COSTA
Exposição da equipe de enfermagem ao Ruído Ocupacional
SALVADOR – BA
2010
MILA SENA GOMES DA COSTA
Exposição da equipe de enfermagem ao Ruído Ocupacional
Monografia apresentada à Universidade Castelo
Branco, Atualiza - Associação Cultural, como
requisito parcial para obtenção do Título de
Especialista em Enfermagem do Trabalho, sob
orientação do Professor Fernando Reis do
Espírito Santo.
SALVADOR – BA
2010
C837e Costa, Mila Sena Gomes da
Exposição da equipe de enfermagem ao ruído ocupacional /
Mila Sena Gomes da Costa. – Salvador, 2010.
36f.; 50 cm.
Orientador: Prof. Dr. Fernando Reis do Espírito Santo Monografia (pós-graduação) – Especialização Lato Sensu
em Enfermagem do Trabalho, Universidade Castelo Branco, Atualiza Associação Cultural, 2010.
1. Enfermagem do trabalho 2. Ruído ocupacional 3. Equipe
de enfermagem 4. Exposição I. Espírito Santo, Fernando Reis II. Universidade Castelo Branco III. Atualiza Associação Cultural IV. Título.
CDU 616-083
Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Adriana Sena Gomes CRB 5/ 1568
Dedico este trabalho a Deus, por ter me iluminado
e os meus familiares por terem compartilhado
comigo o vivenciar deste.
AGRADECIMENTOS
Aos meus Pais e irmãos, pelo incentivo, apoio, compreensão, carinho, pelos momentos
inesquecíveis e tudo que fizeram por mim.
Ao corpo docente da Atualiza pelos ensinamentos.
Ao orientador Fernando Reis do Espírito Santo pelo acompanhamento metodológico.
À bibliotecária Adriana Sena Gomes pela atenção.
Aos amigos e colegas, pelo incentivo e pelo apoio constantes.
A todos aqueles que, direta ou indiretamente, acreditam e me ajudaram a correr atrás
dos meus ideais.
"Imaginação é o começo da criação;
nós imaginamos o que desejamos,
somos o que imaginamos,
e criamos o que somos."
(Autor desconhecido)
RESUMO
Este estudo aborda a exposição da equipe de Enfermagem ao ruído intenso no ambiente
de trabalho podendo perturbar a eficiência do trabalho e com o tempo afetar o estado
psicológico das pessoas de uma maneira geral, causando alterações no sono e
posteriormente podendo resultar em déficit auditivo. Tem como objetivo analisar,
através da literatura, a influencia do ruído sobre o trabalho da equipe de Enfermagem.
Trata-se de um estudo baseado na pesquisa bibliográfica, de natureza qualitativa e
caráter exploratório onde foi feita uma reflexão teórica acerca do tema em foco. Os
resultados desta pesquisa nos mostram que a equipe hospitalar deve estar consciente do
ruído e dos efeitos deste, para que possa atuar de maneira mais efetiva na redução da
poluição sonora beneficiando tanto a função laborativa dos profissionais como a
recuperação dos pacientes.
Palavras – chave: Equipe de Enfermagem – Exposição – Ruído Ocupacional
ABSTRACT
This study addresses the exposure of nursing staff to intense noise in the workplace can
disrupt the work efficiency and time affect the psychological state of people in general,
causing changes in sleep and subsequently can result in hearing loss. Aims to analyze,
through literature, the influence of noise on the work of nursing staff. This is a study
based on literature review, qualitative and exploratory nature where it has been a
theoretical reflection on the subject in focus. These results show us that the hospital
staff should be aware of the noise and the effects of this, so you can act more effective
in reducing noise pollution benefit both the professionals' work as the recovery of
patients.
Key - words: Nursing Team - Exhibition - Occupational Noise
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO
8
2.REVISÃO DA LITERATURA 12
2.1. O SISTEMA AUDITIVO
12
2.2. RUÍDOS OCUPACIONAIS 14
2.3. A ENFERMAGEM E A EXPOSIÇÃO AO RUÍDO 22
2.4. A INFLUÊNCIA DOS RISCOS FÍSICOS AOS TRABALHADORES DE
ENFERMAGEM
24
2.5. EFEITO DO RUÍDO NOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM 26
2.6. DANOS PROVOCADOS PELOS RUÍDOS 28
2.7. PREVENÇÃO E CONTROLE DOS RUÍDOS 30
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 32
4. REFERÊNCIAS 34
8
1. INTRODUÇÃO
Apresentação do objeto de estudo
Cientificamente define-se ruído como sendo um som inconveniente, conforme
ressalvam Rocha & Pires (2000), o ruído é um barulho produzido por um corpo que
cai, que estala, atrita, gera barulho, estrondo, etc.
O ruído afeta o estado psicológico das pessoas de uma maneira geral, causando
alterações no sono e desorientação nos pacientes, além de aumentar a ansiedade nos
colaboradores.
Acredita-se que as respostas emocionais ao ruído, fazem o enfermeiro ouvir cada vez
menos, errar mais, manifestar sintomas de stress, dentre outros. Também, o excesso de
ruído pode causar inquietação, frustração, elevar a pressão sanguínea, fazer com que o
indivíduo fique irritado e provocar úlceras e doenças cardíacas (BAGGIO;
MARZIALE, 2007).
A exposição ocupacional ao ruído intenso está associada a várias manifestações
sistêmicas, tais como elevação no nível geral de vigilância, aceleração da frequência
cardíaca e respiratória, oscilação da pressão arterial e da função intestinal, dilatação das
pupilas, aumento do tônus muscular, aumento da produção de hormônios tireoidianos e
estresse (DIAS; CORDEIRO, 2006).
Um ambiente calmo e agradável pode beneficiar tanto o paciente como a equipe
hospitalar. Os profissionais de saúde experimentarão menos cansaço e menos estresse
psicológico e os pacientes sofrerão menos danos psicológicos.
Observa-se que a presença de ruídos elevados no ambiente de trabalho pode perturbar a
eficiência do trabalho e com o tempo, resultar em déficit auditivo. O potencial de dano a
audição de um ruído não depende somente do seu nível, mas também de sua duração,
sendo necessário colaborar com a prevenção e controle dos riscos ocupacionais, em
9
especial os ruídos, com o intuito de melhor compreender a problemática que envolve o
processo saúde-doença desses profissionais.
O ruído elevado poderá atuar como fator predisponente a ocorrência de acidentes de
trabalho, segundo Leite e Souto (1996), e ser causa agravante de doenças nos sistemas
cardiovascular e endocrino por ação do sistema nervoso autônomo.
Os trabalhadores de enfermagem no desenvolvimento de suas funções estão expostos a
inúmeros riscos ocupacionais causados por fatores químicos, físicos, mecânicos,
biológicos, ergonômicos e psicossociais que podem ocasionar doenças ocupacionais e
acidentes de trabalho.
Justificativa
O ruído normalmente incomoda e interfere no trabalho a ser desenvolvido pela equipe,
podendo causar irritabilidade, agitação e gerar um desgaste físico, mental e psicológico
aos profissionais. Sabemos da necessidade do bem estar físico e mental para um bom
desempenho do indivíduo, tanto em atividades profissionais como na vida social.
Assim, é de grande importância pesquisar a respeito da saúde e dos efeitos do ruído.
Em um tempo que altos níveis de ruído fazem parte do cotidiano das pessoas, a
necessidade de controlá-los não é somente evidente, mas providencial. A poluição
sonora é hoje, depois da poluição do ar e da água, o problema que afeta o maior número
de pessoas, as quais submetidas a níveis exagerados de ruído podem ser fisiológica e/ou
psicologicamente lesionadas, apresentando estresse, dificuldades mentais e emocionais,
e ate progressivas perdas auditivas, muitas das vezes irreversíveis.
Nos dias de hoje, é de conhecimento geral que o ruído está presente em nosso cotidiano.
Seja no trânsito, ouvindo uma música, em casa, se divertindo ou no trabalho, o
indivíduo está exposto direta ou indiretamente a níveis de ruído habitualmente bastante
elevados. Este ruído, se não é controlado, pode vir a causar danos no organismo, e
principalmente, danos irreparáveis na audição.
10
Os termos saúde e ruído vêm sendo associados cada vez mais. Percebe-se que, com o
passar do tempo, fica evidente que o ruído interfere de uma forma ou de outra na saúde
do homem. Geralmente são interferências desagradáveis e, muitas vezes, irrecuperáveis.
Problema
De que forma o ruído ocupacional influencia as ações da equipe de Enfermagem no
seu trabalho diário?
Objetivo
Analisar, a partir da literatura, a influência do ruído sobre o trabalho da equipe de
Enfermagem.
Metodologia
Trata-se de um estudo baseado em uma pesquisa de natureza qualitativa, caráter
exploratório e bibliográfica onde foi feita uma reflexão teórica acerca do tema em foco.
O estudo foi desenvolvido com base nos livros e artigos científicos pertinentes à
temática abordada.
As pesquisas que se utilizam de uma abordagem qualitativa possuem a facilidade de
poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar,
compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais,
apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de
determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das
particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos.
A pesquisa exploratória tem por finalidade proporcionar maiores informações sobre
determinado assunto; facilitar a delimitação de uma temática de estudo; definir os
11
objetivos ou formular as hipóteses de uma pesquisa, ou ainda, descobrir um novo
enfoque para o estudo que se pretende realizar.
A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas
publicadas em documentos. Busca-se conhecer e analisar as contribuições culturais ou
científicas existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema. A pesquisa
bibliográfica abrange toda a bibliografia já tornada pública em relação ao tema de
estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas,
monografias, teses, material cartográfico e meios de comunicação como rádio,
gravações em fita magnética e audiovisuais (filmes e televisão).
Estrutura do trabalho
Este trabalho esta disposto em 7 momentos que estão assim distribuídos: o 1°
momento aborda a importância do sistema auditivo, tendo como função básica
possibilitar a comunicação sonora do indivíduo com o mundo. O 2° momento, fala
sobre o ruído ocupacional no ambiente de trabalho, sendo considerado como um som
errático, intermitente ou com oscilações estatisticamente aleatórias podendo levar os
profissionais a perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR). O 3° momento demonstra a
exposição da equipe de enfermagem frente ao ruído que pode causar o desgaste físico,
irritabilidade, frustração, dentre outras manifestações clínicas nos profissionais,
mostrando a necessidade da implantação do Programa de Conservação Auditiva (PCA).
O 4° momento analisa os riscos físicos que os trabalhadores estão expostos no ambiente
de trabalho podendo gerar conseqüências a saúde do trabalhador. O 5° momento relata
os efeitos do ruído sobre os profissionais de enfermagem, mostrando a existência de
conseqüências imediatas derivadas da ação dos ruídos como redução transitória da
acuidade auditiva e surdez do profissional. O 6° momento enfatiza os danos que os
ruídos podem provocar na equipe de enfermagem, interferindo no trabalho a ser
desenvolvido e na comunicação entre os profissionais de saúde podendo levar ao
aumento de erros e acidentes de trabalho. O 7° momento fala da prevenção e do
controle dos ruídos no ambiente de trabalho.
12
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 O SISTEMA AUDITIVO
O sistema auditivo é responsável pela percepção dos sons, constituído basicamente pela
orelha externa, orelha interna, orelha média e ducto coclear, tendo como funções
básicas, possibilitar a comunicação sonora do individuo com o mundo, e funcionar
como sistema de alarme, através da ativação da vigília (RIO, PIRES 2001).
A poluição sonora ambiental é um problema que começou com a revolução industrial,
tornando-se hoje muito presente nos mais diversos ambientes, estando à beira do
intolerável. É difícil encontrar um local onde não exista a presença de ruídos, os quais
estão presentes tanto na recreação, como em casa, nas ruas e no trabalho, o que não é
muito diferente nos hospitais, pois com os avanços tecnológicos, vieram também os
ruídos dos aparelhos como: ar condicionado, monitor de sinais vitais, bombas de
infusão entre outros, trazendo consigo uma pressão sonora que possivelmente ocasiona
danos a saúde dos seres humanos (PIMENTEL, 1992).
A pressão sonora gerada pelo barulho em ambientes com sons excessivos, afeta o estado
psicológico dos indivíduos, causando perturbação do sono, desorientação e ansiedade
tanto nos pacientes, como nos enfermeiros e auxiliares.
No ambiente hospitalar, os ruídos provêm mais do ambiente interno do que do externo,
sendo as principais causas de ruídos em UTI, os equipamentos e a conversação entre a
equipe hospitalar. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) recomenda, de
35 a 45 decibéis, sendo considerado um nível aceitável e não prejudicial ao aparelho
auditivo. Os equipamentos existentes dentro das UTIs são indispensáveis para alertar os
médicos e enfermeiros para as mudanças nas condições clínicas de seus pacientes.
Assim este ambiente, que por sua característica deveria ser tranqüilo e silencioso, acaba
tornando-se um local ruidoso, estressante, aumentando a ansiedade, percepção dolorosa,
além de causar distúrbios do sono.
13
A saúde e qualidade de vida dos trabalhadores são evidenciadas hoje com cuidados
especiais, isso tudo em decorrência das doenças ocasionadas pela repetitividades do
trabalho, as quais ainda são muito comuns. Existem ambientes com alto grau de
periculosidade e outros com menor grau, e alguns não muito, os quais, porém não deixa
de afetar a saúde dos indivíduos inseridos nestes ambientes.
O número de afastamentos devido às doenças ocupacionais vem aumentando cada vez
mais, principalmente em empresas onde não existem programas de conscientização,
tanto de empregados como de empregadores. Os meios de proteção chamados de
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são disponibilizados ao uso e prevenção,
fornecendo assim, mais segurança aos indivíduos, e, mesmo sabendo da importância
dos EPIs, os trabalhadores não os utilizam aumentando os riscos à saúde destes e
afetando a eficiência no trabalho.
14
2.2 RUÍDOS OCUPACIONAIS
Cientificamente define-se ruído como sendo um som inadequado, conforme ressalvam
Rocha & Pires (2000), o ruído é um rumor gerado por um objeto que cai, que estala,
atrita, gera barulho, estrondo, etc.
Ou seja, segundo Ficher (1989): “ Ruido ou barulho pode ser definido como um som
desagradável ou indesejado propagado em um meio elástico, tais como o ar, água ou um
sólido ”.
Segundo a posição do American National Standards Institute – ANSI, em 1994, apud
NIOSHI (1998), o ruído é considerado como um som errático, intermitente ou com
oscilações estatisticamente aleatórias. Por conseguinte, o som passa a representar uma
sensação auditiva gerada por variações de pressões originadas por determinadas fontes
de vibração (SMITH & PETERS, 1996).
A ergonomia é uma ciência multidisciplinar e procura adaptar o ambiente de trabalho ao
trabalhador, tendo como objetivo a prevenção de doenças ocupacionais, a qual conta
com o conhecimento de todos dentro do ambiente, tendo como conseqüência uma
melhoria da saúde e qualidade de vida dos trabalhadores (RIO, PIRES 2001).
Os hospitais são regimes complexos formados por vários setores onde atuam diversos
profissionais, tornando-os, sobretudo uma organização de pessoas constantemente
expostas a situações emocionalmente intensas, tais como vida, doença e morte, trocas de
turno (dia/noite), ruídos, situações estas que levam as pessoas a ficarem ansiosas e
tensas física e emocionalmente.
A grande maioria dos hospitais está localizada em áreas expostas a fontes de ruído
externo, como o trânsito. Possivelmente, consideramos somente os fatores externos,
mas muito do ruído no hospital provém mais de dentro, do que de fora desse ambiente.
Para termos uma idéia, as principais causas de ruído em UTI são os equipamentos e a
conversação entre a equipe multiprofissional, que acabam prejudicando tanto as funções
laborativas da equipe, quanto à recuperação dos pacientes internados.
15
Sabemos que a tecnologia está imbuída no cotidiano da Terapia Intensiva, sendo quase
um sinônimo do cuidar. Habitualmente, são empregados equipamentos cada vez mais
digitalizados e providos de alarmes acústicos, essenciais para alertar-nos de alterações
nas condições hemodinâmicas ou mau funcionamento dos aparelhos. Dentre inúmeros
exemplos de geradores de ruído, citam-se: aspiradores, monitores, oxímetros,
ventiladores, saídas de oxigênio e ar comprimido, computadores, impressoras, aparelho
de fax e telefones, celulares, movimentação de móveis, carrinho de banho, máquina de
diálise,bomba de infusão, o diálogo dos profissionais entre si e com os pacientes.
Assim, esse ambiente, que deveria ser silencioso e tranqüilo, torna-se ruidoso e
estressante, aumentando a ansiedade e a percepção dolorosa do paciente, diminuindo o
sono e prolongando a convalescença.
O ruído prejudica o estado psicológico dos indivíduos que estão dentro da UTI,
causando perturbação do sono e desorientação nos pacientes, além de aumentar a
ansiedade nos colaboradores.
Quanto aos níveis recomendáveis de ruído, a United States Environmental Protection
Agency preconiza que os níveis de ruído em hospitais não devem exceder 45 dB no
período diurno e 35 dB no período noturno. Já a Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT-NBR) recomenda 35 a 45 dB como níveis aceitáveis para diferentes
ambientes hospitalares. Estes limites são tranqüilamente e freqüentemente
ultrapassados, gerando distúrbios fisiológicos e psicológicos. Desta forma, determinar a
amplitude do ruído da UTI é fundamental para que se possa quantificar o problema e
propor medidas que visem sua diminuição. Como os níveis de ruído variam de maneira
aleatória no tempo, costuma-se medir este nível equivalente (Leq), expresso em dB, que
representa a média da energia sonora durante um intervalo de tempo.
Os níveis de ruído também podem ser observados através das medidas de suas fontes
geradoras como: discussões da equipe hospitalar e quedas de objetos no chão
(principalmente metálicos) atingem valores de 75 a 92 dB, o alarme dos respiradores
registram 49 a 72 dB.
A intensidade ou volume dos sons é medida em unidades chamadas decibéis, abreviadas
para dB. O ruído pode ser medido em amplitude e a sua leitura é em dB ou então em
16
freqüência e o valor expresso é em Hertz (Hz). A intensidade do som de uma conversa é
de cerca de 60 dB.
Grumet e colaboradores em artigo ao New England sugerem que pacientes submetidos a
internações em UTI podem apresentar distúrbios comportamentais, entre eles a "Psicose
de UTI", que são exacerbados pela privação do sono e gerados por condições
ambientais, entre eles a exposição a ruídos contínuos.
Cabe ressaltar, que medidas simples como fechar as portas, falar suavemente e controlar
melhor os alarmes podem reduzir drasticamente os níveis de ruído. Com isso, a
contribuição de cada um deve ser estabelecida de modo que medidas mais eficientes
para a redução de ruídos possam ser adotadas, pois ofertar uma assistência que provenha
a melhor tecnologia, procedimentos e equipamentos, conjugada ao acolhimento das
necessidades intersubjetivas dos pacientes e dos profissionais, além do reconhecimento
das lógicas culturais dos familiares (que permitem a interpretação da hospitalização),
são hoje um dos grandes desafios da atenção em saúde.
Os acidentes do trabalho são o maior agravo a saúde dos trabalhadores brasileiros.
Constituem importante problema de saúde pública não apenas em países em
desenvolvimento, como também em países desenvolvidos.
O ruído, dependendo de sua intensidade e do tempo de exposição do indivíduo, pode
causar uma série de prejuízos à saúde e à audição, variando de uma pequena
dificuldade até a surdez total e irreversível. As empresas que possuem setores com ruído
excessivo devem manter um programa de conservação auditiva de seus empregados
(LEITE; SOUTO, 1996).
A perda auditiva decorrente da exposição ocupacional contínua a intensos níveis de
ruído é denominada Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR), segundo o Comitê
Nacional de Ruído e Conservação Auditiva.
A PAIR é definida como uma diminuição progressiva da acuidade auditiva decorrente
da exposição contínua a níveis elevados de pressão sonora, provocando lesão nas
células ciliadas externas e internas no órgão de Corti. É caracterizada por perda
neurossensorial, irreversível, quase sempre bilateral e simétrica, não ultrapassando 40
dB (NA) nas freqüências graves e 75 dB (NA) nas freqüências agudas; manifesta-se,
17
primeiramente, em 6000 Hz, 4000 Hz e/ou 3000 Hz, estendendo-se às freqüências de
8000 Hz, 2000 Hz, 1000 Hz, 500 Hz e 250Hz1 (CORREIA, 2000).
Entre os fatores que influenciam o risco de instalação da PAIR, destacam-se as
características físicas do ruído (tipo, espectro e nível de pressão sonora), o tempo de
exposição e a suscetibilidade individual.
A PAIR está entre as doenças do trabalho de maior prevalência, com agravante de
tratar- se de uma doença irreversível. Segundo alguns autores, acomete com mais
freqüência o setor metalúrgico, mecânico, gráfico, têxtil, químico/ petroquímico,
transporte e indústria de alimento e bebida, atingindo, inicialmente, a freqüência de
6000 Hz.
A exposição ao ruído, pela freqüência e por suas múltiplas conseqüências sobre o
organismo humano, constitui um dos principais problemas de saúde ocupacional e
ambiental na atualidade. A Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR) é um dos
problemas de saúde relacionados ao trabalho mais freqüentes em todo mundo. Por outro
lado, estudos têm demonstrado que os efeitos extra-auditivos da exposição ao ruído
devem merecer uma atenção especial dos profissionais de saúde, em decorrência do
amplo espectro das repercussões observadas (JUNIOR, 1998).
A investigação, a orientação terapêutica e a caracterização dos danos ao aparelho
auditivo provocados pelas situações de trabalho, que incluem a exposição ao ruído,
devem ser realizadas em centro especializado. Entretanto, os profissionais da atenção
básica devem estar capacitados a reconhecer suas manifestações para o correto
encaminhamento do paciente.
Conforme Brasil (2001) a prevenção das doenças do ouvido relacionadas ao trabalho
esta baseada nos procedimentos de vigilância em saúde do trabalhador: vigilância
epidemiológica de agravos e vigilância sanitária de ambiente de trabalho. Consideram
os conhecimentos médico-clínicos, epidemiológicos, de higiene ocupacional,
toxicologia, ergonomia, psicologia, dentre outras disciplinas, a concepção dos
trabalhadores sobre seu trabalho, a saúde, as normas técnicas e regulamentos existentes.
Esses procedimentos podem ser resumidos em:
18
reconhecimento prévio das atividades e locais de trabalho onde existam
substâncias químicas, agentes físicos e/ou biológicos e fatores de risco,
decorrentes da organização do trabalho potencialmente causadores de doença;
identificação dos problemas ou danos potenciais para a saúde, decorrentes da
exposição aos fatores de risco identificados;
proposição das medidas a serem adotadas para eliminação ou controle da
exposição aos fatores de risco e proteção dos trabalhadores;
educação e informação aos trabalhadores e empregados.
A investigação e estabelecimento dos fatores de risco presentes no local de trabalho
podem auxiliar o estabelecimento de possíveis efeitos para a saúde e devem observar os
seguintes passos:
ouvir os relatos dos trabalhadores, que podem informar sobre variações nas
condições de trabalho, nem sempre percebidas por meio da leitura de
levantamento técnico ou de inspeções ao local de trabalho;
analisar os relatórios e levantamentos técnicos realizados no ambiente de
trabalho, incluindo o Programa de Prevenção de Risco Ambiental (PPRA), tendo
sempre em conta a possibilidade de que tenham ocorrido mudanças nas
condições de trabalho;
inspecionar o local de trabalho, se possível na companhia de alguém que
conheça bem o processo de trabalho e assegure acesso às pessoas que possam
dar informações pertinentes aos trabalhadores;
estudar as fontes de emissão e avaliar os níveis de pressão sonora, no caso do
ruído, além da presença de outros fatores agressivos de natureza física, química
ou biológica.
A partir da confirmação do diagnóstico da doença e de sua relação com o trabalho, os
serviços de saúde responsáveis pela atenção a trabalhadores devem programar as
seguintes ações:
avaliação da necessidade de afastamento (temporário ou permanente) do
trabalhador da exposição, do setor de trabalho ou do trabalho como um todo.
Esse procedimento poderá ser necessário mesmo antes da confirmação do
diagnóstico, diante de uma forte suspeita;
19
caso o trabalhador seja segurado pelo Seguro Acidente de Trabalho (SAT) do
Ministério da Previdência e Assistência Social, solicitar a empresa a emissão da
Comunicação do Acidente de Trabalho (CAT), preencher o Laudo de Exame
Médico (LEM) e encaminhar ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
Em caso de recusa de emissão do CAT pelo empregador, o médico assistente
deve fazê-lo;
acompanhamento e registro da evolução do caso, particularmente do registro de
agravamento da situação clínica com o retorno ao trabalho;
notificação do agravo ao sistema de informação de morbidade do Sistema Único
de Saúde (SUS), a Delegacia Regional do Trabalho e ao sindicato da categoria a
qual pertence o trabalhador;
ações de vigilância epidemiológica visando à identificação de outros casos, por
meio de busca ativa na mesma empresa ou ambiente de trabalho ou em outras
empresas do mesmo ramo de atividade na área geográfica;
se necessário, completar a identificação do agente agressor (físico, químico ou
biológico) e das condições de trabalho determinantes do agravo e de outros
fatores de risco contribuintes;
inspeção da empresa ou ambiente de trabalho de origem do paciente e de outras
empresas do mesmo ramo de atividade na área geográfica, procurando
identificar os fatores de risco para a saúde e as medidas de proteção coletiva e
equipamentos de proteção individual utilizados. Pode ser importante a
verificação da existência e adequação do Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais (NR9) e do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
(PCMSO) (NR7), da Portaria MTb n 3.214/1978;
recomendação sobre as medidas de proteção a serem adotadas, pelo empregador,
informando-as aos trabalhadores.
Segundo Brasil (2001) a proteção da saúde e a prevenção da exposição aos fatores de
risco envolvem medidas de engenharia e higiene industrial, mudanças na organização,
gestão do trabalho e de controle médico dos trabalhadores expostos, entre elas:
substituição do agente, substância, ferramenta ou tecnologia de trabalho por
outros mais seguros, menos tóxicos ou lesivos;
20
isolamento da máquina, agente ou substância potencialmente lesivos, por meio
de enclausaramento dos processos, suprimindo ou reduzindo a exposição;
medidas de higiene e segurança ocupacional, como a implantação e manutenção
de sistemas de ventilação local exaustora adequados e eficientes, capelas de
exaustão, controle de vazamento e incidentes por meio de manutenção
preventiva e corretiva de máquinas e equipamentos, no caso dos agentes
químicos, e controle da emissão e propagação, nos casos de ruído;
monitoramento sistemático dos agentes agressores;
adoção de sistemas de trabalho e operacionais seguros, por meio da classificação
e rotulagem das substâncias químicas segundo propriedades toxicológicas e
toxidade;
diminuição do tempo de exposição e do número de trabalhadores expostos;
facilidades para higiene pessoal (instalações sanitárias adequadas, banheiros,
chuveiros, pias com água limpa corrente e em abundância; vestuário adequado e
limpo diariamente);
informação e comunicação dos riscos aos trabalhadores;
utilização de equipamentos de proteção individual, especialmente óculos e
máscaras adequadas a cada tipo de exposição, de modo complementar as
medidas de proteção coletiva;
medidas de controle médico e monitoramento biológico dos trabalhadores
expostos.
As ações de controle médico visam a identificar em seu estado latente ou inicial, quando
algum tipo de intervenção pode reverter ou diminuir a velocidade de instalação e
progressão dos processos patológicos. Devem ser realizados exames admissionais e
periódicos dos trabalhadores expostos, com utilização de questionários padronizados e
exames físicos e complementares direcionados para a avaliação do ouvido e da audição
(SANTOS, 1999).
Os procedimentos para a prevenção de algumas das doenças do ouvido relacionadas ao
trabalho estão bem definidos nas NR da Portaria/ MTb n 3.214/1978 e em seus
instrumentos complementares, que devem ser conhecidos e aplicados.
21
Para a PAIR, as diretrizes e os parâmetros para a avaliação e o acompanhamento da
audição dos trabalhadores expostos a níveis de pressão sonora elevados estão
estabelecidos na Portaria/TEM n 19/1998, que alterou o Quadro II da NR7, do PCMSO.
No caso das doenças decorrentes da exposição a atividades e operações que exponham
os trabalhadores a vibrações localizadas ou de corpo inteiro, deverão ser considerados
os LT definidos pela Organização Internacional para a Normalização (ISSO), em suas
normas ISSO 2.631 e ISSO/DIS 5.349 ou em suas substitutas, conforme estabelecido no
Anexo n° 8 da NR 15.
No que se refere à reparação previdenciária, a cargo do INSS, os critérios para
caracterização da doença e para concessão dos benefícios correspondentes, em
decorrência de real prejuízo da capacidade laborativa, são bem distintos daquele
utilizados para fins da vigilância em saúde.
No caso da PAIR, existe uma longa discussão sobre as diferenças entre ter o diagnóstico
de PAIR, ter PAIR com algum grau de incapacidade que, supostamente, não interfere no
trabalho e ter PAIR que acarreta incapacidade laborativa.
22
2.3 A ENFERMAGEM E A EXPOSIÇÃO AO RUÍDO
Segundo Russo (2003), determinadas condições expõe o trabalhador a níveis elevados
de pressão sonora e, quando esta exposição perdura por períodos prolongados, sem que
haja uma efetiva proteção, poderá causar danos diversos ao individuo, inclusive perda
de audição.
O ruído e suas conseqüências para o ser humano não são um problema recente, muito
embora o que se observa por intermédio de dados históricos, é que os primeiros relatos
que demonstram a preocupação com seus efeitos, vêm desde 47 a.C. Contudo, somente
nas ultimas décadas, ele passou a ser entendido como uma das formas de poluição que
mais atinge a humanidade, trazendo conseqüências muitas vezes irreversíveis
(MENDES, 1999).
Em decorrência das alterações auditivas pela qual passam os trabalhadores expostos ao
ruído, observa-se por intermédio de inúmeros estudos, a gravidade dos danos causados a
audição humana, os investimentos realizados pelas empresas para proteger os
trabalhadores e cada vez maior a conscientização dos trabalhadores no que diz respeito
à necessidade de usar adequadamente, protetores auriculares (EPI) (CORREIA,2000;
SOUSA & PIZZA, 2000; FARIAS & DANTAS, 2001).
A exposição contínua a ruídos acima de 80 dB, por um período superior a 8 horas
diárias, pode ocasionar danos ao indivíduo, danos estes que manifestarão gradualmente
em sua acuidade auditiva (BRASIL, 2001). Desta forma, e com a finalidade de prevenir
os possíveis danos auditivos, segundo Baggio e Marziale, foram implementadas normas
legais que estabelecem limites de tempo de tolerância a ruídos, métodos para avaliar
perdas auditivas e destaca-se cada vez mais a necessidade de implantação do Programa
de Conservação Auditiva (PCA), que aponta soluções objetivando minimizar os riscos
ambientais do trabalho, através da proteção coletiva (EPC), ou seja, monitorização dos
níveis de pressão sonora, modificação ou substituição de equipamentos que elevam o
nível de ruído, e proteção individual, que se destina ao fornecimento do equipamento de
proteção adequado, conscientização dos trabalhadores quanto ao seu uso e monitoração
23
audiometrica, para medida de controle e avaliação da efetividade do Programa de
Conservação Auditiva.
O desenvolvimento das atividades do Programa de Conservação Auditiva conta com
uma equipe multidisciplinar, dentro da qual a enfermeira do trabalho possui importância
fundamental, por participar da prevenção primária, secundária e terciária, e também da
reabilitação de funcionários portadores de Perda Auditiva Induzida pelo Ruído
Ocupacional (PAIR) ( BAGGIO; MARZIALE, 2007).
Acredita-se que as respostas emocionais ao ruído, fazem o enfermeiro ouvir cada vez
menos, errar mais, manifestar sintomas de stress, dentre outros. Também, o excesso de
ruído pode causar irritabilidade, frustração, elevar a pressão sanguínea, provocar
úlceras e doenças cardíacas (BAGGIO; MARZIALE, 2007).
O som proveniente do ambiente de trabalho ou do meio externo é altamente estressante
para todos, desde o corpo de profissionais até os pacientes em geral, principalmente os
que tem alguma perda auditiva, sendo mais lesivo ainda para indivíduos portadores de
demência. Uma distribuição do som, em níveis aceitáveis, proporciona um ambiente
mais saudável e confortável, tanto para os funcionários quanto para os pacientes
(FIALHO; CONTIJO, 1995).
Em um ambiente bem planejado não é necessário falar alto para ser entendido e,
conseqüentemente, a atmosfera se torna mais confortável. Assim, um quarto com
material de acabamento que absorva o som de forma apropriada, torna a comunicação
mais fácil e suave para aqueles que o ocupam.
Nota-se que o grande benefício do controle do nível de ruído é que os atendentes, o
corpo de enfermagem, os médicos e bem como os pacientes, apresentarão um menor
índice de estafa e cansaço físico ao final do dia do trabalho.
Ressalta-se que o controle da origem do ruído pode ser viável se determinadas partes da
edificação forem consideradas, tais como: teto, parede, portas, janelas e pisos. Por isso
que os arquitetos e engenheiros devem inicialmente selecionar materiais e mobílias que
não reflitam ou amplifiquem as ondas sonoras no ambiente de trabalho.
24
2.4 A INFLUÊNCIA DOS RISCOS FÍSICOS AOS
TRABALHADORES DE ENFERMAGEM
Conforme citado anteriormente, os estabelecimentos de saúde, principalmente os
hospitais e postos de saúde, de um modo geral, são detentores de um alto grau de
complexidade, em relação à distribuição de suas atividades, grau de permanência dos
trabalhadores da saúde e da permanência das pessoas nestes locais, classe dos usuários,
etc. Observa-se que é um local que agrega a convivência dos profissionais e pacientes
(externos e internos), além dos visitantes, familiares e grupos de apoio (OLIVEIRA &
RIBAS, 1995).
No ambiente hospitalar, as prioridades inicialmente estam voltadas para o conforto e
segurança do usuário-paciente. Contudo, observando-se os grupos de trabalhadores que
se agregam a esse universo, os mesmos podem sofrer alterações de saúde, em face dos
numerosos agentes perniciosos a saúde dos trabalhadores, além do tempo e intensidade
do contato entre os referidos agentes e as pessoas.
Desta forma, os fatores de risco de acidentes e doenças do trabalho podem ser
classificados conforme o agente envolvido, nas atividades supra mencionadas, em nosso
estudo o principal agente aqui referido são os ruídos e as devidas conseqüências nas
atividades dos trabalhadores. Para efeito de estudo deve-se analisar a NR 9, a qual se
refere ao Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), devendo desta forma
considerar todos os riscos envolvidos nas atividades existentes no ambiente de trabalho
(BRASIL, 2001).
Estudiosos enfatizam a analise dos riscos ocupacionais existentes no ambiente de
trabalho dos hospitais, as quais mencionam especialmente os riscos químicos,
biológicos, ergonômicos e físicos, onde entram os ruídos, observa-se que podemos
mencionar diversos autores, tais como: Reis (1986); Lima (1987), Costa & Deus (1989);
Suazo (1999); Monteiro(2001); Marziale et AL (2000); Shigueno (2000), entre outros.
25
Em muitos estudos mencionados anteriormente, os respectivos autores consideram os
diversos agentes capazes de gerar conseqüências a saúde do trabalhador, considerando-
se a sua natureza, concentração ou intensidade e período de exposição.
A literatura mostra que os mecanismos de regulação metabólica dos seres humanos, em
determinada situações e condições ambientais, principalmente no setor hospitalar, onde
por muitas vezes os trabalhadores se encontram abalados, em função de determinadas
condições decorrentes do ambiente de trabalho, tornam-se debilitadas, favorecendo
desta forma a ocorrência de doenças profissionais (OLIVEIRA & RIBAS, 1995), este é
o caso da equipe de enfermagem, em particular, que é realizadora de um trabalho que
pode perdurar por 24 horas ou mais em determinados casos.
Observa-se que determinados agentes físicos concentram-se sob a denominação de
riscos físicos, que em função do ambiente hospitalar são representados pelas radiações
ionizantes (raios X, raios gama e beta), não ionizantes (ultravioleta, infravermelho,
microondas, raio laser, etc), ruídos, vibrações, pressões anormais, temperaturas
elevadas, etc. (GUIDOTI, 1987; BRASIL, 2001; BENEVIDES, 2002; MENDES,
2003).
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), os principais fatores de riscos
físicos para a saúde dos trabalhadores da saúde são as radiações ionizantes, a
temperatura , a eletricidade e o ruído (BULHOES, 1994).
Os agentes físicos possuem materialidade externa ao corpo humano e pode ser detectada
particularmente, cada uma individualmente, bem como mensuradas. Determinada
doenças relacionadas ao trabalho podem ser derivadas da ação direta destes agentes
físicos, contudo, os limites de ação dos mesmos, são por muitas vezes imprecisas, da
mesma forma sabe-se que determinadas doenças são associadas ao aparecimento de
doenças profissionais (BINDER et AL, 1995).
Os inúmeros parâmetros físicos do ambiente de trabalho podem gerar determinadas
qualidades ambientais que podem passar despercebidas e avaliadas pelo ser humano.
De acordo com Oliveira & Ribas (1995), o nível de pressão do som, a distribuição da
freqüência e a variação no tempo proporcionam a qualidade ou não do som. Neste caso
pode-se conseguir realizar uma avaliação integrada dessas qualidades ambientais.
26
2.5 EFEITO DO RUÍDO NOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM
De fato os efeitos para a saúde dos trabalhadores da enfermagem são variados, e
salientado em inúmeros estudos (JONES et AL, 1987; LI et AL, 1995; CUNHA &
DREXLER, 1992, entre outros).
O ruído pode ser considerado um agente predominante em inúmeras atividades
econômicas, sobretudo gerados pelas indústrias em geral. Sob a óptica da metodologia
de observação, podem-se classificar os ruídos pelos tipos, a citar: o continuo que vem a
apresentar pequenas flutuações e desprezíveis níveis no período de observação, este tipo
de ruído pode ser encontrado em indústrias têxteis, fiatorios e outros equipamentos
similares.
O ruído intermitente é todo aquele que apresenta níveis sonoros interrompidos por
intervalos de níveis sonoros relativamente baixos (NIOSHI, 1998), com variações
previsíveis, é derivado de fontes sonoras constantes ou periódicas de numero limitado.
Da mesma forma, pode-se observar o ruído variável com ou sem tons audíveis, através
do qual o nível sonoro varia substancialmente durante o período de observação. O
respectivo tipo de ruído é observado em caldeiras e outros ramos industriais do setor
metal mecânico, onde são executados trabalhos de soldagem, esmerilhamento,
lixamento e martelamento de chapas, entre outras atividade (SILVA, 2002).
Em relação aos ambientes hospitalares, os setores que estão mais expostas aos níveis
elevados de ruídos são as centrais de compressão de ar e geração de vácuo, nas oficinas
de manutenção – bem como nas centrais de geração elétrica; contudo, nas unidades de
tratamento intensivo (UTI), os ruídos existentes de maior ou menor intensidade, podem
se tornar incômodos ao corpo clínico em função dos alarmes sonoros presentes nos
diversos equipamentos (ANVISA, 2002).
Segundo analises, as conseqüências imediatas derivadas da ação dos ruídos são redução
transitória da acuidade auditiva que são derivados da exposição nos ruídos variando na
faixa de 90 a 120 dB, por um período relativamente curto (horas, ou dias) e surdez
profissional (PAIR) em casos de exposição prolongadas (meses ou anos) dos
27
profissionais susceptíveis a ruídos intensos (90 a 120 dB). A avaliação ambiental deve
ser efetuada por meio de instrumentos adequados (decibelímetro – medidor de pressão
sonora). O respectivo instrumento deve ser posicionado de forma a receber o ruído que
vem a atingir o ouvido do trabalhador (ANVISA, 2002).
Diversos autores, entre eles Santana & Barberino (1998); Augusto & Morata (2003);
Leme (2001), referem-se aos efeitos negativos da exposição do ruído a saúde do
trabalhador. Segundo Leme (2001), observou-se que após avaliação audiométrica
realizada entre trabalhadores de hospitais de São Paulo, analisou trabalhadores do corpo
de enfermagem expostos aos ruídos constantes em seus ambientes de trabalho, tais
como em laboratórios clínicos, ambulatórios, pronto socorro, sala de cirurgia, UTI,
entre outros setores dos hospitais, relacionado estes trabalhadores a outros não expostos
aos respectivos ruídos, conclui-se que aproximadamente 50% dos funcionários expostos
a estes ruídos, apresentaram em maior ou menor grau perda auditiva superior a
esperada.
Em relação aos níveis de ruído, a Norma Brasileira (NBR 10152), determina que a faixa
dos ruídos compatíveis com o conforto térmico acústico nos inúmeros ambientes de
trabalho hospitalares, os valores admitidos variam de 35 a 45 dB nos quartos,
enfermarias, berçários e centro cirúrgicos; 40 a 50 dB em laboratórios clínicos e áreas
de uso público e 45 a 55 dB nas demais áreas de serviços. Considerando-se que o valor
inferior de cada um desses intervalos vem a representar o nível sonoro de conforto aos
profissionais e demais elementos circulantes nestes setores, em detrimento ao valor
superior vem a representar nível aceitável para exercer atividades nestes setores. Por
conseguinte, níveis superiores aos mencionados são tidos como desconforto, conforme
citado pela Associação Brasileira de Normas técnicas (ABNT, 1987).
Segundo ANVISA (2002), os níveis de ruídos existentes nos diversos setores dos
hospitais são inferiores aos definidos como perturbadores. Esta perturbação sonora pode
minimizar a eficiência das comunicações entre diversos profissionais da saúde e impedir
em determinadas situações o descaso e a reabilitação dos pacientes, em fase de
recuperação.
28
2.6 DANOS PROVOCADOS PELOS RUÍDOS
Observando-se as questões geradoras dos riscos físicos, principalmente relacionada aos
ruídos em hospitais, ruídos estes identificados pelo corpo de enfermagem, foi possível
identificar pela literatura, que nos diversos setores analisados, a presença de ruídos em
maior grau, acontece em sua grande maioria pelo excesso de pessoas em horários das
visitas familiares aos pacientes, a presença de alunos das diversas áreas, medicina,
nutrição, enfermagem, etc. dos sons das campainhas dos quartos e atualmente em
muitos setores e apartamentos o uso do telefone e de celulares além dos aparelhos de
televisão e rádio, além de em determinados setores os ruído ocasionados pelo uso do ar
condicionado, mal conservados, entre outros fatores que estão distribuídos em vários
setores dos hospitais, onde se podem observar variações de ruídos em decorrências das
diversas atividades realizadas em cada setor.
A conseqüência da poluição sonora se torna um inimigo sutil ou quase imperceptível da
comunicação oral, pois o som é visto por muitas pessoas apenas como uma onda que
passa. Não se percebe como o ruído invade a audição, ocupa nosso cérebro, ativando e
monopolizando-o, chegando a reduzir drasticamente o poder de comunicação oral e de
reflexão das pessoas (SYDER, 1997).
Fisicamente a intensidade de ruído acima do nível 60 dB já ultrapassa 5 dB a fala
civilizada, levando ao ser humano a elevar a voz e tornando o ambiente em um caos
sonoro, gerando aos ouvintes, um distúrbio de atenção e de concentração. A
inteligibilidade de 100% de palavras fáceis exige excessiva intensidade da voz acima de
10 dB do ruído de fundo, que nos ambientes de trabalho e nos ambientes externos
usualmente passam de 70 dB. Desta forma podem gerar stress as cordas vocais e
incompatibilizar as boas condições de concentração, de introspecção, de serenidade etc.
para atividades mentais e psicológicas de quem conversa. Em um ambiente com alto
nível de ruídos, as pessoas devem se contentar em entender apenas 50% das mensagens
nas conversas, cujo conteúdo passa a ser apenas uma mera formalidade vazia,
necessitando ainda intensidade de a voz superar no mínimo o ruído ambiente de 3 dB
(MOCH, 1985; LAMBERT, 1992).
29
Em síntese, o homem moderno urbanizado pode ficar insensível ao excesso de
informação se perder a sensibilidade auditiva, temporariamente pelo reflexo protetor do
ouvido ou definitivamente por lesão das células ciliadas, resultando em prejuizo da
comunicação oral por tornar a fala ininteligível ou inacessível com graves repercussões
cognitivas e psicomotoras.
Cita-se que a exposição ao ruído por longos períodos, por exemplo pode levar o
trabalhador ao estresse, interferindo em suas atividades psicomotoras, gerando a
diminuição de rendimentos, aumentos dos erros e acidentes de trabalhos
(BENEVIDES, 2000).
Segundo Silva (1998, p.121) “(...) os efeito do ruído sobre o humor, gera irritação,
exagerada e ansiedade. São de considerável importância.”
Da mesma forma, trabalho especializado torna-se cada vez mais intelectual e
dependente de silêncio para exercê-lo com proficiência e para preparar a concentração
mental e equilíbrio psicológico, inclusive pelo sono bem dormido (PIMENTEL –
SOUZA, 1992). A música, administrada adequadamente conforme a situação, ambiente
e nível de intensidade podem levar pessoas a um enlevo salutar, em determinadas horas
do dia, devidamente separadas e isoladas ou em consultórios ou clinicas terapêuticas,
ajudando na elevação de emoções sob controle, para serem usadas em processos
terapêuticos e preventivos do estresse. É sabido que os monges budistas, que
desenvolvem muito o autocontrole, procuram de preferência as montanhas por serem
áreas de ambiente rural particularmente silenciosas (GUILHOT et AL, 1984;
HALLIDAY & RESNICK, 1991)
Segundo Regazzi (1995), a medição e principalmente a avaliação da exposição do
trabalhador ao ruído no Brasil, ainda é realizada de forma intuitiva e sem critérios
adequados.
30
2.7 PREVENÇÃO E CONTROLE DOS RUÍDOS
Sendo o ruído um risco presente nos ambientes de trabalho, as ações de prevenção
devem priorizar esse ambiente. Como descrito anteriormente, existem limites de
exposição preconizados pela legislação, bem como orientações sobre programas de
prevenção e controle de riscos, os quais devem ser seguidos pelas empresas. Em relação
ao risco ruído, existe um programa especifico para seu gerenciamento:
- designação de responsabilidade: momento de atribuição de responsabilidades para
cada membro da equipe envolvido;
- avaliação, gerenciamento e controle dos riscos: etapa na qual, a partir do
conhecimento da situação de risco, são estabelecidas as metas a serem atingidas;
- gerenciamento audiométrico: estabelece os procedimentos de avaliação audiológica e
seguimento do trabalhador exposto a ruído;
- proteção auditiva: análise para escolha do tipo mais adequado de proteção auditiva
individual para o trabalhador;
- treinamento e programas educacionais: desenvolvimento de estratégias educacionais e
divulgação dos resultados de cada etapa do programa;
- auditoria do programa de controle: garante a contínua avaliação da eficácia das
medidas adotadas.
A prevenção do ruído deveria ter início antes da instalação e aquisição de equipamentos
ou manuseio destes, pois modificações posteriores podem ser mais onerosas. Algumas
fontes de ruído, como o inevitável uso de oxigênio, equipamentos de sucção ou
respiradores não podem ser mudados, entretanto, os alarmes poderiam ser mais
silenciosos, especialmente durante a noite.
As medidas preventivas com relação ao meio, nestas empresas, algumas delas, já
conscientes de suas responsabilidades com seus funcionários já desenvolveu os
chamados Programas de Conservação Auditiva, que incluem, desde a monitorização da
exposição ao ruído, controles administrativos e de engenharia, que são controles do
ruído na fonte, até a realização de exames audiométricos periódicos, indicação de
31
equipamentos de proteção individual (EPI), educação, treinamento e motivação do
pessoal envolvido no programa, isso evita redução no custo com despesas médicas e
ações trabalhistas.
Dentro do programa de conservação auditiva, as medidas preventivas com relação ao
homem desempenham, juntamente com as de engenharia e administrativas, um papel
decisivo para o sucesso deste programa.
Essas medidas devem envolver os vários profissionais que trabalham na empresa, que
são: os diretores, gerentes, funcionários de todos os níveis, engenheiros de segurança,
médicos do trabalho, fonoaudiólogos, auxiliares de enfermagem e constam basicamente,
de:
1. Avaliações audiométricas periódicas - pré-admissionais, revisões
periódicas anuais e pós demissionais, a fim de avaliar a audição dos funcionários,
preferencialmente em condições ideais, em cabines acústicas, com o uso de audiômetro
calibrado e realizada por fonoaudiólogos, no próprio local de trabalho ou em clínicas
especializadas.
2. Fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPI). A proteção
do ouvido é indispensável para todos que se expõem a ruídos superiores a 85 dBA,
conforme a legislação trabalhista vigente
32
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que a presença de ruídos elevados no ambiente de trabalho pode pertubar a
eficiência do mesmo e com o tempo, resultar em deficit auditivo. O potencial de dano a
audição de um ruído não depende somente do seu nível, mas também de sua duração,
exposição, intensidade e a faixa de freqüência do ruído.
Verificou-se, tambem, que os maiores indices de ruído são decorrentes do uso de
equipamentos ruidosos e alguns procedimentos da equipe. Da mesma forma, observa-se
que o ruido é um risco presente nos ambientes de trabalho dos trabalhadores de
enfermagem, as açõess de prevenção devem priorizar esse ambiente. Como descrito
anteriormente, existem limites de exposição preconizados pela legislacao, bem como
orientações sobre programas de prevenção e controle de riscos, os quais devem ser
seguidos pelos hospitais.
Portanto, após este estudo, é imprescindivel que inicialmente seja realizado uma
observação minuciosa do processo de trabalho e de seu ambiente, através da qual
poderão ser determinadas os pontos de maior risco auditivo (considerando-se também
número e idade dos trabalhadores expostos), o tipo de ruído, as características da função
e os horarios de maior ritmo de produção. Essas informações são obtidas pela
observação direta, levantamento de documentação da empresa e conversa com os
trabalhadores.
O ruído é um agente físico capaz de afetar a saúde do trabalhador de enfermagem,
devido a um conjunto de variáveis relacionadas à proximidade e ao tempo de exposição.
Como o grupo tem sob sua responsabilidade o controle dos parâmetros ventilatorios e
hemodinâmicos dos pacientes conectados aos aparelhos, as exigências da tarefa
requerem estado de alerta permanente e inspeções periódicas de todo o sistema,
principalmente quando os alarmes são disparados.
Portanto impõe ao trabalhador fatores sabidamente envolvidos na gênese de acidentes
do trabalho. São eles: dificuldades de comunicação (na detecção, discriminação,
localização e identificação das fontes sonoras, assim como na inteligibilidade de fala),
33
de manutenção da atenção e concentração de memória, além do estresse e fadiga
excessiva.
Quanto à ação preventiva pela organização, cabe ratificar a importância do
monitoramento das fontes de ruído, da manutenção preventiva dos aparelhos, do
controle de fluxo de pessoas no setor e da qualificação profissional para lidar com as
novas tecnologias.
Cabe ressaltar, que medidas simples como fechar as portas, falar suavemente e controlar
melhor os alarmes podem reduzir drasticamente os níveis de ruído. Com isso, a
contribuição de cada um deve ser estabelecida de modo que medidas mais eficientes
para a redução de ruídos possam ser adotadas, pois ofertar uma assistência que provenha
à melhor tecnologia de saberes, procedimentos e equipamentos, conjugada ao
acolhimento das necessidades intersubjetivas dos pacientes e dos profissionais, alem do
reconhecimento das lógicas culturais dos familiares (que permitem a interpretação da
hospitalização). São hoje um dos grandes desafios da atenção em saúde.
A equipe hospitalar deve estar consciente do ruído e dos efeitos deste, para que possa
atuar de maneira mais efetiva na redução da poluição sonora. Assim, acreditamos que os
setores do hospital se tornarão um ambiente mais silencioso e tranqüilo, beneficiando
tanto a função laborativa dos profissionais como a recuperação dos pacientes.
34
4. REFERÊNCIAS
ABNT – Norma 10152 – Níveis de ruído para conforto acústico
ANVISA (Ministerio da Saude). Aspectos de seguranca no ambiente de trabalho
hospitalar. Brasilia, pp 16 a 29, 2002.
AUGUSTO, L. G.; MORATA, T. C. Saúde auditiva de trabalhadores expostos a ruídos
e inseticidas. Rev. Saúde Pública, 2003.
BENEVIDES, L.G et al, Salud Labora. Conceptos y Tecnicas para la Prevencion de
Riesgos laobrales. 2a Ed., Barcelona, MASSAON,2000.
BRASIL, Ministério da Saúde. Doenças Relacionadas ao trabalho. In Manual de
procedimentos para os serviços de saúde. Brasília, Editora MS, 2001.
BRASIL. Normas Regulamentadoras – NR Brasília, Jun. 2001. in.
www.ministériodotrabalho.org acessado em Jun. de 2010.
BULHÕES, I. Riscos do trabalho em enfermagem. Rio de Janeiro: [s.n.], 1994. 221p.
CORREIA,J.W. PAIR e suas complicações médico-periciais. Rev Cipa, 244 (21):54-
69.2000.
COSTA, M. N. A.; DEUS, I. N. Riscos ocupacionais em uti. Proteção Específica. Rev.
Brasileira de Enfermagem, Brasília, V. 42, nº 1-4, pp. 106-109, 1989.
DIAS, A.; CORDEIRO, R.; GONCALVES, C.G.O. Associação entre perda auditiva
induzida pelo ruído e zumbidos. Cad de Saúde Pública 2006.
FARIAS, F.F., DANTAS, A.A. A Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR) nos
musicos de Aracaju; 254 (22): 46-57 , 2001.
HALLIDAY D & RESNICK R. Fundamentos de Física. São Paulo: Ed. LCT, vol.2,
131-135, 1991.
35
JUNIOR, M. F. PAIR – Perda auditiva induzida pelo ruído: bom senso e consenso. São
Paulo, 1998.
LEITE, L. C. B.; SOUTO, D. F. Avaliação das perdas auditivas induzidas por exposição
a níveis elevados de pressão sonora no ambiente de trabalho, São Paulo, 1996.
LEME, O.L.S. Estudo audiométrico comparativo entre trabalhadores de área hospitalar
exposto e não expostos a ruído. Otorrinolaringologia 2001.
MENDES, R. Patologia do Trabalho. São Paulo: Atheneu, 1999.
__________Patologia do Trabalho. São Paulo: Atheneu, 2003.
PIMENTEL, S. F.; Efeitos da poluição sonora no sono e na saúde em geral: ênfase
urbana. Revista de Acústica e Vibrações, 1992.
REGAZZI, R. D. Forma intuitiva: Uso inadequado de instrumentação e equívocos
dificultam elaboração de laudos sobre ruídos. Revista Proteção. Edição Publicações
Ltda – RS, Fev, 1995.
RIO, R. P., PIRES, L. Ergonomia, fundamentos da prática ergonômica. Ltr, 2001.
RUSSO, I.P., SANTOS, T.M. A Prática da Audiologia Clinica. São Paulo: Cortez;
2003.
SANTANA, V. S.; BARBERINO, J. L. Exposição ocupacional ao Ruído e hipertensão
arterial. International Symposium on Epidemiology in Occupational Health, 1998.
SANTOS, U. P. Ruído e Prevenção. São Paulo, 1999.
SILVA, V.E.F. Estudo sobre Acidentes de trabalho ocorridos com trabalhadores de
enfermagem em um hospital de Ensino. Ribeirao Preto. Dissertacao de Mestrado, USP-
Ribeirao Preto, 1988.
SILVA, L.F. Estudo sobre a exposição combinada entre ruído e vibração de corpo
inteiro e os efeitos na audição de trabalhadores, 2002.