UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL
FLAVIA DA CONCEIÇÃO PINTO
FERTILIDADE DO SOLO E PARTIÇÃO DE NUTRIENTES EM
CACAUEIROS
ILHÉUS – BAHIA
2013
FLAVIA DA CONCEIÇÃO PINTO
FERTILIDADE DO SOLO E PARTIÇÃO DE NUTRIENTES EM
CACAUEIROS
ILHÉUS – BAHIA
2013
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Produção Vegetal da Universidade Estadual de Santa
Cruz para obtenção do título de mestre em Produção
Vegetal.
Área de concentração: Solos e Nutrição de Plantas em
Ambiente Tropical Úmido.
ORIENTADOR: Prof. Dr. José Olimpio Souza Júnior
CO-ORIENTADORES: Prof. Dr. Arlicélio de Queiroz Paiva
Prof. Dr. Raildo Mota de Jesus
DEDICATÓRIA
Dedico aos meus pais, parentes e amigos que sempre torceram e torcem por mim
AGRADECIMENTOS
A Deus por está sempre presente em minha vida e realizando todos meus
sonhos.
À minha mãe pelo amor, carinho e confiança, ao meu pai pelo apoio.
Ao meu orientador José Olimpio pela paciência, incentivo e confiança.
Aos meus co-orientadores Arlicélio Paiva pela atenção e carinho, e a Raildo
Mota pelo incentivo.
Aos meus familiares que compreenderam a distância.
Aos meus amigos que compreenderam a distância e estiveram sempre em
oração e torcendo por mim: D. Benedita, Marcela, Mile, Danik, Catiane, Zinha,
Jackson, Karol, Lui, Gustavo.
Aos amigos presentes aqui em Itabuna que me deram força e coragem pra
continuar nessa jornada: Lica, Cris, Mariana, Viviane, Joedson, Ligia e Suzam.
Ao meu companheiro de casa e amigo de todas as horas Léo Dias. E a mais
nova companheira e amiga de longas datas Cristiane.
Aos amigos que fiz durante esses dois anos, minha turminha de laboratório:
Verônica, Leoberto, Mariana, Patrícia, Carol, Caique, Jaci, Felipe (Sertão) e Victor.
A minha turma da Produção Vegetal em especial a meu anjo sem asa
Luciano, Walter, Mateus, Viviane, Priscila, Alayana, Martyele, Bruno, Murilo e
Gabriel.
As minhas irmãzinhas de pesquisa pelo apoio e mão de obra Tayla e Nairane.
Aos amigos técnicos Pablo, Gerson e Givaldo pelo trabalho, colaboração e
responsabilidade.
Aos professores Eduardo Gross e George Sodré.
A Terezinha e família pelo acolhimento e carinho em sua residência durante
as coletas.
Ao amigo Milton e família pela colaboração e disponibilidade.
A amiga Bia e Andressa pelo apoio.
Ao Departamento de Ciências Agrárias pela agilidade, competência aos
pedidos de viagem em especial, a professora Agna, e as amigas Silvana, Alana,
Fernanda, Sabrina e o amigo Jackson.
Aos orientados do professor Raildo, por estar sempre à disposição: Madson,
Anderson e Lucas.
Ao setor de transporte em especial aos amigos que fiz: Santiago, Franco,
Renato, Valtoni, Daniel e Joelma.
Ao programa de pós Graduação em Produção vegetal.
À secretaria Caroline Tavares por sua eficiência e responsabilidade.
Aos produtores rurais que colaboraram com a realização deste trabalho:
Antonio Souza (Fazendas Bom Futuro e Jacarandá), Celso Santana (Faz. Ubirajara),
Euvaldo Filho (Conjunto Nossa Senhora de Fátima), Francisco Barbosa (Faz. Bela
Floresta), Gilson Silva (Faz. Moeda), João Tavares (Faz. Leolinda), José Carlos
Assis (Faz. Nova Vida), José Mendonça (Faz. Oceania), José Oliveira Filho (Faz.
Santo Antônio), Marcos Aurélio Almeida (Fazendas Canaã e São José), Milton dos
Santos (Faz. Deus que me deu), Pedro Antônio Mello (Fazendas Reunidas São
Rafael), Pedro Caetano (Faz. Lajedo do Ouro), Roberto Vieira (Fazendas São
Domingos, São Domingos II e São Domingos IV), Terezinha Souza (Faz. Sucuriú) e
Walter Serra (Faz. Bom Retiro).
Ao Centro de Microscopia Eletrônica em especial: Dona Jaci, José, Lane,
Taíse e o professor Pedro.
Ao professor Carlos Ledo da Embrapa Mandioca e Fruticultura.
Aos funcionários da Gerlab e aos funcionários da limpeza.
Ao pessoal da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac):
Gildeci, Márcia, Carlaile e Izabel.
À Universidade Estadual de Santa Cruz.
À CAPES pela concessão da bolsa de estudo.
LISTA DE SIGLAS
Al3+ Alumínio
Ar_0,1 Areia na camada de 0-10 cm
Ar_0,3 Areia na camada de 10-30 cm
Arg_0,1 Argila na camada de 0-10 cm
Arg_0,3 Argila na camada de 10-30 cm
Ca Cálcio
CAm Conteúdo na amêndoa
CCa Conteúdo na casca
CCa-am Conteúdo de cálcio na amêndoa
CCa-casca Conteúdo de cálcio na casca
CCa-cot Conteúdo de cálcio no cotilédone
CCa-folha Conteúdo de cálcio na folha
CCa-fr Conteúdo de cálcio no fruto
CCa-teg Conteúdo de cálcio no tegumento
CCo Conteúdo no cotilédone
CCu-am Conteúdo de cobre na amêndoa
CCu-casca Conteúdo de cobre na casca
CCu-cot Contudo de cobre no cotilédone
CCu-folha Conteúdo de cobre na folha
CCu-fr Conteúdo de cobre no fruto
CCu-teg Conteúdo de cobre no tegumento
CFe-am Conteúdo de ferro na amêndoa
CFe-casca Conteúdo de ferro na casca
CFe-cot Conteúdo de ferro no cotilédone
CFe-folha Conteúdo de ferro na folha
CFe-fr Conteúdo de ferro no fruto
CFe-teg Conteúdo de ferro no tegumento
CFo Conteúdo na folha
CFr Conteúdo no fruto
CK-am Conteúdo de potássio na amêndoa
CK-casca Conteúdo de potássio na casca
CK-cot Conteúdo de potássio no cotilédone
CK-folha Conteúdo de potássio na folha
CK-fr Conteúdo de potássio no fruto
CK-teg Conteúdo de potássio no tegumento
CMg-am Conteúdo de magnésio na amêndoa
CMg-casca Conteúdo de magnésio na casca
CMg-cot Contudo de magnésio no cotilédone
CMg-folha Conteúdo de magnésio na folha
CMg-fr Conteúdo de magnésio no fruto
CMg-teg Conteúdo de magnésio no tegumento
CMn-am Conteúdo de manganês na amêndoa
CMn-casca Conteúdo de manganês na casca
CMn-cot Conteúdo de manganês no cotilédone
CMn-folha Conteúdo de manganês na folha
CMn-fr Conteúdo de manganês no fruto
CMn-teg Conteúdo de manganês no tegumento
CP-am Conteúdo de fósforo na amêndoa
CP-casca Conteúdo de fósforo na casca
CP-cot Conteúdo de fósforo no cotilédone
CP-folha Conteúdo de fósforo na folha
CP-fr Conteúdo de fósforo no fruto
CP-teg Conteúdo de fósforo no tegumento
CTe Conteúdo no tegumento
Cu Cobre
CZn-am Conteúdo de zinco na amêndoa
CZn-casca Conteúdo de zinco na casca
CZn-cot Conteúdo de zinco no cotilédone
CZn-folha Conteúdo de zinco na folha
CZn-fr Conteúdo de zinco no fruto
CZn-teg Conteúdo de zinco no tegumento
Dp_0,1 Densidade de partícula na camada de 0-10 cm
Dp_0,3 Densidade de partícula na camada de 10-30 cm
Ds_0,1 Densidade do solo na camada de 0-10 cm
Ds_0,3 Densidade do solo na camada de 10-30 cm
Fe Ferro
K Potássio
Ma_0,1 Macroporosidade na camada de 0-10 cm
Ma_0,3 Macroporosidade na camada de 10-30 cm
Mg Magnésio
Mi_0,1 Microporosidade na camada de 0-10 cm
Mi_0,3 Microporosidade na camada de 10-30 cm
Mn Manganês
MO Matéria orgânica
MSC Massa seca da casca
MSCO Massa seca dos cotilédones por fruto
MSF Massa seca das folhas
MSAm Massa seca das amêndoas por fruto
MST Massa seca do tegumento por fruto
Na Sódio
NFt No frutos por tonelada
NMAm No médio de amêndoas por fruto
P Fósforo
P-rem Fósforo remanescente
Pt_0,1 Porosidade total na camada de 0-10 cm
Pt_0,3 Porosidade total na camada de 10-30 cm
RP_0,1 Resistência a penetração na camada de 0-10 cm
RP_0,3 Resistência a penetração na camada de 10-30 cm
Sil_0,1 Silte na camada de 0-10 cm
Sil_0,3 Silte na camada de 10-30 cm
TCa Teor na casca
TCa-casca Teor de cálcio na casca
TCa-cot Teor de cálcio no cotilédone
TCa-folha Teor de cálcio na folha
TCa-teg Teor de cálcio no tegumento
TCo Teor no cotilédone
TCu-casca Teor de cobre na casca
TCu-cot Teor de cobre no cotilédone
TCu-folha Teor de cobre na folha
TCu-teg Teor de cobre no tegumento
TFe-casca Teor de ferro na casca
TFe-cot Teor de ferro no cotilédone
TFe-folha Teor de ferro na folha
TFe-teg Teor de ferro no tegumento
TFo Teor na folha
TK-casca Teor de potássio na casca
TK-cot Teor de potássio no cotilédone
TK-folha Teor de potássio na folha
TK-teg Teor de potássio no tegumento
TMg-casca Teor de magnésio na casca
TMg-cot Teor de magnésio no cotilédone
TMg-folha Teor de magnésio na folha
TMg-teg Teor de magnésio no tegumento
TMn-casca Teor de manganês na casca
TMn-cot Teor de manganês no cotilédone
TMn-folha Ter de manganês na folha
TMn-teg Teor de manganês no tegumento
TP-casca Teor de fósforo na casca
TP-cot Teor de fósforo no cotilédone
TP-folha Teor de fósforo na folha
TP-teg Teor de fósforo no tegumento
TSo Teor no solo
TTe Teor no tegumento
TZn-casca Teor de zinco
TZn-cot Teor de zinco no cotilédone
TZn-folha Teor de zinco na folha
TZn-teg Teor de zinco no tegumento
Ug_0,1 Umidade do solo na camada de 0-10 cm
Ug_0,3 Umidade do solo na camada de 10-30 cm
Zn Zinco
LISTA DE TABELAS
Capítulo 1 Tabela 1 Caracterização climática das zonas úmida e úmida a
subúmida do sul da Bahia 37
Tabela 2 Relação dos municípios do sul da Bahia onde estão localizadas as propriedades rurais selecionadas para este estudo
37
Tabela 3 Análise descritiva para as variáveis biométricas na região cacaueira da Bahia
42
Tabela 4 Análise descritiva para as variáveis de atributos químicos do solo na região cacaueira da Bahia (p = 10 cm)
43
Tabela 5 Análise descritiva de atributos físicos do solo para zona subúmida + úmida da região cacaueira da Bahia
46
Tabela 6 Análise descritiva de atributos físicos do solo para zona subúmida da região cacaueira da Bahia
47
Tabela 7 Análise descritiva de atributos físicos do solo para zona úmida da região cacaueira da Bahia
48
Tabela 8 Análise descritiva do teor e do conteúdo de P, K, Ca, Mg na folha para região cacaueira da Bahia
50
Tabela 9 Análise descritiva do teor e do conteúdo de P, K, Ca, Mg na casca para região cacaueira da Bahia
51
Tabela 10 Análise descritiva do teor e do conteúdo de P, K, Ca, Mg no cotilédone para região cacaueira da Bahia
54
Tabela 11 Análise descritiva do teor e do conteúdo de P, K, Ca, Mg no tegumento para região cacaueira da Bahia
55
Tabela 12 Análise descritiva do teor e do conteúdo de P, K, Ca, Mg na amêndoa e fruto de cacau para região cacaueira da Bahia
56
Tabela 13 Análise descritiva para exportação pela amêndoa, pela casca e fruto do cacaueiro, para a zonas subúmida e úmida do sul da Bahia
57
Tabela 14 Análise descritiva para exportação pela amêndoa, pela casca e fruto do cacaueiro, para a zona subúmida do sul da Bahia
57
Tabela 15 Análise descritiva para exportação pela amêndoa, pela casca e fruto do cacaueiro, para a zona úmida do sul da Bahia
58
Tabela 16 Coeficientes de correlação linear de Pearson entre os teores (T) e conteúdos (C) de P extraídos das cascas (Ca), dos tegumentos (Te), dos cotilédones (Co), dos solos (So), das amêndoas (Am), dos frutos (Fr) e das folhas (Fo) de cacaueiro
60
Tabela 17 Coeficientes de correlação linear de Pearson entre os teores (T) e conteúdos (C) de K extraídos das cascas (Ca), dos tegumentos (Te), dos cotilédones (Co), dos solos (So), das amêndoas (Am), dos frutos (Fr) e das folhas (Fo) de cacaueiro
61
Tabela 18
Coeficientes de correlação linear de Pearson entre os teores (T) e conteúdos (C) de Ca extraídos das cascas (Ca), dos
62
tegumentos (Te), dos cotilédones (Co), dos solos (So), das amêndoas (Am), dos frutos (Fr) e das folhas (Fo) de cacaueiro
Tabela 19 Coeficientes de correlação linear de Pearson entre os teores (T) e conteúdos (C) de Mg extraídos das cascas (Ca), dos tegumentos (Te), dos cotilédones (Co), dos solos (So), das amêndoas (Am), dos frutos (Fr) e das folhas (Fo) de cacaueiro
64
Capítulo 2 Tabela 1 Caracterização climática das zonas úmida e úmida a
subúmida do sul da Bahia 74
Tabela 2 Relação dos Municípios do sul da Bahia onde estão localizadas as propriedades rurais selecionadas para este estudo
74
Tabela 20 Valores mínimos, máximos, médios, medianos, coeficiente de variação (CV) e teste de normalidade para as variáveis de atributos químicos do solo (p = 10 cm)
78
Tabela 21 Valores mínimos, máximos, médios, medianos, coeficiente de variação (CV) e teste de normalidade para as variáveis: teor e conteúdo de Cu, Fe, Mn e Zn na folha
79
Tabela 22 Valores mínimos, máximos, médios, medianos, coeficiente de variação (CV) e teste de normalidade para as variáveis: teor e conteúdo de Cu, Fe, Mn e Zn na casca
80
Tabela 23 Valores mínimos, máximos, médios, medianos, coeficiente de variação (CV) e teste de normalidade para as variáveis: teor e conteúdo de Cu, Fe, Mn e Zn no cotilédone
81
Tabela 24 Valores mínimos, máximos, médios, medianos, coeficiente de variação (CV) e teste de normalidade para as variáveis: teor e conteúdo de Cu, Fe, Mn e Zn no tegumento
83
Tabela 25 Valores mínimos, máximos, médios, medianos, coeficiente de variação (CV) e teste de normalidade para a variável: Conteúdo de Cu, Fe, Mn e Zn na amêndoa e no fruto
84
Tabela 26 Valores mínimos, máximos, médios, medianos, coeficiente de variação (CV) e teste de normalidade para as variáveis: exportação pela amêndoa, pela casca e fruto do cacaueiro, para zona subúmida + úmida
85
Tabela 27 Valores mínimos, máximos, médios, medianos, coeficiente de variação (CV) e teste de normalidade para as variáveis: exportação pela amêndoa, pela casca e fruto do cacaueiro, para zona subúmida
85
Tabela 28 Valores mínimos, máximos, médios, medianos, coeficiente de variação (CV) e teste de normalidade para as variáveis: exportação pela amêndoa, pela casca e fruto do cacaueiro, para zona úmida
86
Tabela 29 Coeficientes de correlação linear de Pearson entre os teores (T) e conteúdos (C) de manganês extraídos das cascas (Ca), dos tegumentos (Te), dos cotilédones (Co), dos solos
89
(So), das amêndoas (Am), dos frutos (Fr) e das folhas (Fo) de cacaueiro
Tabela 30 Coeficientes de correlação linear de Pearson entre os teores (T) e conteúdos (C) de zinco extraídos das cascas (Ca), dos tegumentos (Te), dos cotilédones (Co), dos solos (So), das amêndoas (Am), dos frutos (Fr) e das folhas (Fo) de cacaueiro
90
Tabela 31 Coeficientes de correlação linear de Pearson entre os teores (T) e conteúdos (C) de cobre extraídos das cascas (Ca), dos tegumentos (Te), dos cotilédones (Co), dos solos (So), das amêndoas (Am), dos frutos (Fr) e das folhas (Fo) de cacaueiro
91
Tabela 32 Coeficientes de correlação linear de Pearson entre os teores (T) e conteúdos (C) de ferro extraídos das cascas (Ca), dos tegumentos (Te), dos cotilédones (Co), dos solos (So), das amêndoas (Am), dos frutos (Fr) e das folhas (Fo) de cacaueiro
92
Apêndice Apêndice A Características granulométricas em 80 áreas distintas e
duas profundidades 98
Apêndice B Porosidade total, microporosidade, macroporosidade, densidade de partícula e densidade de 80 solos distintos
100
Apêndice C Resistência à penetração de 80 solos distintos 102
SUMÁRIO
RESUMO xii
ABSTRACT xiii
1 Introdução 17
2 Revisão de literatura 19
2.1 O cacaueiro 19
2.1.1 Nutrientes minerais 20
2.1.2 Atributos físicos e químicos do solo 23
2.1.3 Referências Bibliográficas 26
3 Capitulo 1 – Fertilidade do solo e partição de macronutrientes em
cacaueiros
32
3.1 Introdução 35
3.2 Material e Métodos 36
3.3 Resultados e Discussão 40
3.4 Conclusões 65
3.5 Referências Bibliográficas 66
4 Capitulo 2 - Fertilidade do solo e partição de micronutrientes em cacaueiros
70
4.1 Introdução 72
4.2 Material e Métodos 73
4.3 Resultados e Discussão 75
4.4 Conclusões 93
4.5 Referências Bibliográficas 94
Apêndice 97
FERTILIDADE DO SOLO E PARTIÇÃO DE NUTRIENTES EM
CACAUEIROS
RESUMO GERAL
A forte expansão da demanda dos consumidores brasileiros por chocolates e outros produtos contendo cacau elevou o consumo doméstico do País em 2010 para 186,5 mil toneladas. O solo é a fonte natural de nutrientes para os vegetais e é complementado pelos adubos orgânicos e inorgânicos, pela fixação simbiótica de nitrogênio e pela ciclagem natural de nutrientes. A planta tem sua produtividade definida pela quantidade de nutrientes extraída do solo em todo seu ciclo. Parte desses elementos a planta estoca, parte recicla com a queda de folhas e outra parte vai para os frutos. Do cacaueiro, a amêndoa é o principal produto comercializado, que após sua fermentação e secagem é matéria prima para a produção do chocolate; da amêndoa do cacaueiro extrai-se também a manteiga, bastante utilizada para fins farmacêuticos e cosméticos, doces e massas. A casca do fruto do cacaueiro é gerador de grande quantidade de resíduo, por isso, é muitas vezes usada como fertilizante orgânico. A amêndoa é envolvida por um tegumento, que é um subproduto industrial para obtenção do líquor (matéria-prima do chocolate); este resíduo é utilizado para queima em caldeiras ou descartado pela indústria. As folhas representam em média cerca de 15,7 % da biomassa total de cacaueiros para plantas adultas, que juntamente com as cascas do fruto ficam no campo. As folhas, que caem naturalmente ou por meio das podas, são distribuídas de maneira uniforme no campo; enquanto as cascas dos frutos, que após sua quebra para retirada das sementes, são geralmente dispostas concentradamente no campo, formando as “rumas” ou “casqueiros”. O objetivo geral deste trabalho foi quantificar nutrientes minerais na folha e fruto (casca e amêndoas: cotilédone e tegumento) do cacaueiro e correlacioná-las com a disponibilidade dos mesmos no solo em lavouras comerciais. A área de estudo abrange duas zonas climáticas, úmida e úmida a subúmida, da região cacaueira da Bahia. Foram selecionadas dez propriedades rurais, em cada zona, sendo que em cada propriedade foram quatro plantas (clone PH16) com idade superior a seis anos em situações topográficas e edáficas distintas. Foram coletadas oito folhas sadias e quatro frutos maduros de cada planta, para determinação de P, K, Ca, Mg, Cu, Fe, Zn e Mn. Para análise química foram coletadas 12 amostras simples de solo para formar uma composta, num raio de 1,5 a 2,0 m do caule, na camada de 0-0,10 m, foram determinados: pH em CaCl2, fósforo remanescente (P-rem) e matéria orgânica; P, K, Na, Zn, Fe, Mn e Cu, extraídos por Mehlich-1 e Ca, Mg e Al, extraídos por KCl. Para as análises físicas, coletaram-se amostras deformadas e indeformadas nas camadas de 0-0,10 e 0,10-0,30 m, onde foram determinadas: análise granulométrica, densidade de partículas, densidade do solo, macroporosidade e microporosidade, porosidade total e resistência do solo à penetração. Foram realizadas estatísticas descritivas, teste de normalidade de Shapiro-Wilks e análise de correlação de Pearson, utilizando o procedimento CORR do SAS. Houve grande variação nos teores disponíveis dos nutrientes nos solos estudados, bem como nos teores e nos conteúdos dos mesmos nas folhas e nos compartimentos do fruto. As correlações entre nutrientes no solo, nas folhas e nos compartimentos do fruto variaram de acordo com o nutriente e a
região, sendo que de modo geral houve boas correlações entre os conteúdos dos nutrientes nos compartimentos do fruto, independente da região. O Mn foi o micronutriente que mais se acumulou nas folhas e nos compartimentos do fruto (casca, tegumento e cotilédone), independe da zona climática, consequentemente foi o mais exportado. Os teores e os conteúdos dos micronutrientes nos compartimentos do fruto foram, em média, maiores na região subúmida em relação à região úmida. Os teores dos micronutrientes no tegumento e na casca foram muito superiores aos encontrados no cotilédone. Palavras-chave: Theobroma cacao, nutrição de plantas, composição mineral de
frutos e folhas, exportação de nutrientes, disponibilidade de nutrientes no solo.
SOIL FERTILITY AND NUTRIENT PARTITIONING IN CACAO TREES
GENERAL ABSTRACT
The strong expansion of consumer demand for Brazilian chocolates and other
products containing cocoa increased domestic consumption in the country in 2010 to
186 500 tonnes. From the cacao seed the main product is sold after its fermentation
and drying. Chocolate is then produced. Butter is also extracted. It is widely used in
the production of pharmaceutical, cosmetics, sweets and pasta goods. The bark of
the cacao tree generates large amounts of waste, often used in producing compost.
The bean is surrounded by a husk used as a byproduct for obtaining CSF (raw
chocolate), and disposal of this waste is rejected by industry or used for burning in
boilers or even as animal fodder. The leaves represent on average about 15.7% of
the total biomass of cacao for adult plants, which along with the peel of the fruit are
left over the field. The leaves are uniformly distributed in the field and after breaking
the fruit and removal of seeds thereof, the shells are arranged in a concentrated
fashion on the field, forming the rumas or casqueiros (heaps or piles) that can be
buried in order to reduce inoculum of pathogenic fungi or spread on the surface of
the soil. Soil is the natural source for nutrients for plants and is complemented by
organic and inorganic fertilizers, the symbiotic nitrogen fixation and the natural
cycling of nutrients. The plant productivity is defined as the quantity of nutrients
extracted from the ground throughout its cycle. Some of these elements are stored
by the plant, some are recycled by falling leaves and the other part goes to the fruits.
The aim of this study is to quantify mineral nutrients in leaves and fruit (peel and
seed - cotyledon and testa -) of cacao and to correlate them with their availability in
the soil in commercial fields. The study area covers two climatic zones humid and
sub-humid of Bahia's cocoa region. Ten farms have been selected in each area. On
each farm, four plants (clone PH16) over the age of six years were considered in
distinct topographic and edaphic situations. Eight healthy leaves and four ripe fruits
from each plant were collected to determine P, K, Ca, Mg, Cu, Fe, Zn and Mn.12
simple samples were collected for chemical analysis to form a composite within a
radius of 1.5 to 2.0 m from the stem at the 0-0.10 m layer. Findings were, pH (CaCl
2), P, K, Na, Zn, Fe, Mn, Cu and P-rem (remaining phosphorus). Those were
extracted by Mehlich-1 and Ca, while Mg and Al were extracted by KCl.The organic
matter content was determined by the Walkley-Black method. As for the physical
analyses, deformed and undeformed samples were collected from layers of 0-0.10
and 0.10-0.30 m. Particle size analysis, particle density, bulk density, macroporosity
and microporosity, total porosity and resistance to penetration were determined.
Descriptive statistics, Shapiro-Wilks normality test and Pearson correlation analysis
have been carried out using the SAS CORR procedure. There was wide variation in
the levels of available nutrients in the soils, as well as the nutrients levels and the
contents in leaves and in the fruit compartments. The correlations between nutrients
in the soil, leaves and fruit compartments have varied according to the nutrient and
the region, and in general there was good correlation between the content of
nutrients in the fruit compartments, regardless of region. The Mn was the
micronutrient that most has accumulated in the leaves and fruit compartments (peel,
seed coat and cotyledon), independent of climate zone, consequently was the most
exported. The levels and contents of micronutrients in the compartments of the fruit
were on average higher in the sub-humid region in relation to the humid region. The
levels of micronutrients in the tegument and peel were much higher than those found
in the cotyledon.
Keywords: Theobroma cacao, plant nutrition, mineral composition of fruits and
leaves, export of nutrients, nutrient availability in the soil.
17
1. INTRODUÇÃO
O cacaueiro adaptou-se completamente ao clima e aos solos do sul da Bahia,
tornando o seu cultivo um grande pilar no desenvolvimento de muitas famílias de
cacauicultores, promovendo a prosperidade da região de Ilhéus, e
consequentemente colaborando para o desenvolvimento da região (CUENCA et al.,
2004).
A forte expansão da demanda dos consumidores brasileiros por chocolate e
outros produtos contendo cacau elevou o consumo doméstico do País em 2010 para
186,5 mil toneladas (SEAGRI, 2011). Atualmente o maior produtor mundial de cacau
é a Costa do Marfim, responsável por 33,6 % da produção, o que corresponde a
1.325 mil toneladas, sendo o Brasil o sexto produtor com 4,8 % (190 mil toneladas)
(MIDLEJ, 2011).
Do cacaueiro, a semente é o principal produto comercializado; após sua
fermentação e secagem passa a se denominar amêndoa, da qual se produz o
chocolate; extrai-se também a manteiga, bastante utilizada para fins farmacêuticos e
cosméticos, doces e massas. Do fruto do cacau também, retira-se a polpa que é rica
em açúcares e é usada para fabricar geléia, licor, vinho, vinagre e suco (FURLAN et
al., 2003).
Do fruto do cacaueiro, a casca é gerador de grande quantidade de resíduo,
podendo ser usada como alimento animal ou adubo orgânico. Por sua fez, sua
amêndoa é o principal produto comercial; sendo o tegumento da mesma um
subproduto industrial de sua moagem, enquanto o cotilédone é utilizado para
fabricação do líquor (matéria-prima do chocolate); este resíduo industrial é utilizado
para queima em caldeiras ou até mesmo como alimentação animal (SODRÉ, 2013).
As folhas representam em média 15,7 % da biomassa total da planta adulta
do cacaueiro que juntamente com as cascas do fruto ficam no campo. As folhas são
distribuídas de maneira uniforme no campo. Após a quebra do fruto e retirada das
sementes, as cascas são geralmente dispostas concentradamente no campo,
formando as “rumas” ou “casqueiros” que podem ser enterrados com finalidade de
reduzir os inóculos de fungos fitopatogênicos ou espalhadas na superfície do solo
(SILVA NETO, 2001).
18
O solo é a fonte natural de nutrientes para os vegetais e é complementado
pelos adubos orgânicos e minerais, pela fixação simbiótica de nitrogênio e pela
ciclagem natural de nutrientes. Quando o solo não consegue suprir a exigência
nutricional dos vegetais, há necessidade do uso de fertilizantes para se aumentar a
produtividade (BOARETO; LAVRES JÚNIOR, 2012). As plantas crescem de acordo
com os elementos encontrados no solo, sendo que as necessidades por elementos
minerais mudam ao longo do crescimento e desenvolvimento de uma planta (TAIZ;
ZEIGER, 2013). Baixa disponibilidade de nutrientes no solo é um fator que limita a
produtividade das culturas, especialmente, se estes não forem repostos. Assim, é
essencial boa disponibilidade de nutrientes para as plantas, sendo esse o caminho
mais rápido para aumentar a produtividade dos cacaueiros (ALMEIDA et al., 2003).
A planta tem sua produtividade definida pela quantidade de nutrientes
extraída do solo em todo seu ciclo. Parte desses elementos a planta estoca, parte
recicla com a queda de folhas e outra parte vai para os frutos. Nesse sentido,
estudar e avaliar a composição mineral dos frutos e a quantidade de nutrientes que
é removido são peças fundamentais para a recomendação de adubação
(MALAVOLTA et al., 1997).
As plantas têm como exigência os macronutrientes minerais: nitrogênio (N),
fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S); e os
micronutrientes: boro (B), cobre (Cu), cloro (Cl), ferro (Fe), manganês (Mn), níquel
(Ni), molibdênio (Mo) e zinco (Zn). As quantidades de nutrientes requeridas para
alcançar uma colheita máxima diferem de uma cultura para outra. Desta maneira, é
importante saber as quantidades dos nutrientes absorvidas, exportadas na colheita e
remanescente nos restos de cultura, que podem retornar ao solo (LOPES;
GUILHERME, 2007). O cacaueiro se desenvolve em solos de níveis de fertilidade
diversos, entretanto é uma cultura mais exigente nutricionalmente, requerendo solos
com níveis de média a alta fertilidade para alcançar melhores produtividades
(BARBOSA, 2001).
A composição mineral das folhas do cacaueiro depende das condições de
fertilidade do solo e do clima, além da variedade, sombreamento, período do ano,
estágio fisiológico da planta, presença de lançamentos, entre outros (SOUZA
JUNIOR et al., 2012).
19
A análise de solo é utilizada como instrumento de recomendação de doses de
micronutrientes e macronutrientes capazes de promover retorno econômico ao
produtor (CHEPOTE et al., 2005). Trata-se de uma das técnicas mais utilizadas para
nutrição mineral da planta, além de estabelecer boas correlações com o grau de
fertilidade do solo (SANTANA, 1979). Considerando que as folhas são o principal
órgão de transformações metabólicas e que refletem melhor o estado nutricional da
planta, a diagnose foliar do cacaueiro é feita pela coleta da 3ª folha a partir do ápice
de um lançamento recém amadurecido, na meia altura da copa da planta
(CHEPOTE et al. 2005; SOUZA JÚNIOR et al., 2012).
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. O cacaueiro
O cacaueiro é uma planta da família Malvaceae do gênero Theobroma, nativa
de florestas quentes e úmidas tendo como centros de difusão a América Central e o
norte da América do Sul, na bacia amazônica. Recentemente a espécie Theobroma
cacao, que pertencia anteriormente à família Sterculiaceae, foi reclassificado e
inserido na família Malvaceae (SOUNIGO et al., 2003).
Desde a antiguidade os povos (Astecas e Maias) aproveitavam a polpa do
cacau para o preparo de sucos, e as sementes torradas, moídas e misturadas à
farinha de milho para ser usada como pasta comestível, que desidratada poderia ser
armazenada para uso posterior, como bebida quente, aromatizada com especiarias,
muito apreciada até os dias atuais (CUENCA et al., 2004).
Na década de 90 as condições climáticas desfavoráveis e o surgimento da
doença vassoura-de-bruxa (Moniliophthora perniciosa (Stahel)) no Estado da Bahia
declinaram a produção brasileira em dez anos de 384 mil toneladas para 123 mil
toneladas. Depois desse período seguiram numa oscilação indefinida e determinada
pelas instabilidades climáticas, sem mostrar uma tendência evidente de recuperação
(ZUGAIB, 2011). Nesta situação, o Brasil foi obrigado a importar cacau em
amêndoas abastecendo a indústria e resguardando os empregos dos funcionários
existentes no parque industrial do cacau em Ilhéus – BA e no ano de 1993, houve
sua primeira importação significativa, 2.171 toneladas de cacau em amêndoas
20
refletindo na existência de déficits no mercado interno que têm sido supridos com
importações de cacau (ZUGAIB, 2008).
2.1.1 Nutrientes minerais
A partir do CO2 atmosférico e da água presente no solo é adquirido o carbono,
oxigênio e hidrogênio (94-97%), e incorporado pela fotossíntese na planta e os
demais nutrientes (6-3%), sendo estes classificados como Nutrientes Minerais, pois
são oriundos dos minerais do solo (PERES, 2013).
O solo é o ambiente básico para o desenvolvimento das plantas, trata-se de
uma camada de material biologicamente ativa, oriundo de modificações complexas
desde o intemperismo de rochas e minerais, ciclagem e produção de nutrientes a
alteração de biomassa (LOPES; GUIMARÃES, 2007). Porém, segundo Primavesi
(2008), o simples fato de haver nutriente no solo não o faz produzir; para tanto é
necessário que o sistema água-solo-planta encontre-se em equilíbrio, havendo
absorção e metabolização dos nutrientes pelas plantas; a água atuando como
solvente; o oxigênio ativando a absorção dos nutrientes pelas plantas e a
distribuição das raízes para a planta crescer e desenvolver-se.
Os nutrientes são armazenados nas plantas, quando voltam ao solo por meio
da ciclagem, participam de um processo dinâmico chamado de ciclagem
biogeoquímica de nutrientes. Estes fazem parte de um ciclo onde são liberados
através da decomposição no solo, absorvidos pelas raízes das plantas, e utilizados
para seu crescimento e desenvolvimento (VACCARO et al. 2004).
A vegetação apresenta-se como a maior responsável pela deposição de
materiais orgânicos no solo, a qualidade e a quantidade destes no solo dependem
do tipo de material depositado e das condições ambientais (MOREIRA; SIQUEIRA,
2002). Dá-se o nome de serapilheira à camada constituída por detritos vegetais
presente na superfície do solo e, segundo Carpi Júnior (2001), fazem parte as
folhas, caules, ramos, frutos, flores e outras partes da vegetação, bem como restos
da macro e micro fauna e material fecal (GOLLEY et al., 1978).
A ciclagem de nutrientes é a liberação e transferência dos nutrientes
presentes na serapilheira para o solo, aportados, em especial, pela adição do
21
material vegetal caído no solo que compõe o material a ser decomposto (GAMA-
RODRIGUES, 1997).
Em lavouras cacaueiras os macronutrientes Ca, Mg e S apresentam menos
deficientes em relação ao N, P e K. As deficiências de Ca e/ou Mg são
caracterizadas em regiões em que os solos são muito intemperizados e ácidos. Para
o sul da Bahia, os solos têm boa disponibilidade de S, que possivelmente está
associada às elevadas quantidade de matéria orgânica e ao aporte deste nutriente
como elemento acompanhante ou mesmo impureza de alguns fertilizantes (SOUZA
JÚNIOR et al., 2012).
Para a cultura do cacaueiro não se tem ainda informações de todas as
características que influenciam a produção de modo a permitir a definição das doses
de nutrientes, por esse motivo é que as análises químicas do solo e do tecido foliar
são ferramentas utilizadas para recomendação de fertilizantes e corretivos
(CHEPOTE et al., 2012).
Dantas (2011), ao avaliar a correlação dos nutrientes com a disponibilidade
no solo e o teor foliar, verificou que houve variação dessas correlações em função
da sub-região climática do sul da Bahia, em especial para P, Ca, Mg e Mn e Zn;
porem para os nutrientes K e Fe, a sub-região estudada não interferiu na correlação
entes os teores no solo e na planta.
Nesse contexto, Souza Júnior et al. (2012) afirmam que os nutrientes minerais
nas folhas de cacaueiro variam em função do clima, além de outros fatores, como:
disponibilidade do nutriente no solo, atributos do solo; forma do nutriente analisado;
manejo; tipo e idade do tecido vegetal, genética, época e forma de amostragem;
disposição da folha; floração; frutificação, lançamentos recentes de folhas;
sombreamento e luminosidade; período do ano e mudanças sazonais.
Costa (2006), estudando exportação de nutrientes em frutos de cupuaçu em
três solos da Amazônia Central, observou que, independente do tipo de solo
estudado, as maiores concentrações de N, P, Ca, Mg e Zn ocorreram nas
amêndoas, Fe e Mn na casca e K na polpa.
Segundo Chepote (2003), a avaliação química da casca do cacaueiro
colhidas e secas a 70 ºC apresentou as seguintes quantidades de elementos: 1,20 g
kg-1 de N; 1,10 g kg-1 de P; 3,88 g kg-1 de K; 0,52 g kg-1 de Ca e 0,36 g kg-1 de Mg. E
o mesmo autor conclui que a adubação de 8,8 t ha-1 com composto de casca de
22
cacau, geraram aumentos na produção de cacau de 702 kg ha-1 apresentando
aumentos significativos nos teores de Ca, Mg e Mn, no solo da ordem de 46, 73,7 e
84%, respectivamente.
Ao observar as interações entre a camada superficial do solo e a vegetação,
compreende-se que a dinâmica dos nutrientes, em certo ecossistema, origina
subsídios ao monitoramento de possíveis práticas para melhorar o uso do solo
(SIMARD et al., 1988), colaborando para as estimativas das taxas de intemperismo
e ciclagem dos elementos químicos, bem como no influxo e lixiviação de nutrientes
no campo (MIRANDA et al., 2006).
Barretto et al. (2012) encontraram valores médios dos macronutrientes nas
amêndoas de cacau, chegando aos resultados de que a quantidade de N, P, K, Ca,
Mg, foram respectivamente de 25,4; 3,7; 5,3; 2,2; 3,4 g kg-1, e Fe, Zn, Cu e Mn teor
de 570,3; 241,7; 49,2 e 25,8 mg kg-¹. Concluíram que os teores encontrados estão
dentro do limite recomendado pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento.
As plantas diferem quanto às quantidades de nutrientes requeridas, quanto ao
estádio de desenvolvimento, quanto ao fruto e a casca, para chegar ao ponto de
colheita. Assim é importante conhecer as quantidades dos nutrientes absorvidos
pelas plantas, exportadas na colheita e os resíduos que ficam nos restos de cultura,
que pela ciclagem podem voltar ao solo, reduzindo a adição de adubos
(NAKAYAMA, 2001).
Tem-se como ordem de extração dos nutrientes, para plantas de cacaueiro
em produção plena: K>N>Ca>Mg>P>Mn>Zn (NAKAYAMA, 2001). Observa ainda
que para manutenção de seu crescimento e produção de 1000 kg de amêndoas
secas por ano é necessário 824 kg de K2O, 529 kg de CaO, 469 kg de N, 212 kg de
MgO e 121 kg de P2O5 (NAKAYAMA, 2001).
A quantificação de nutrientes minerais no fruto (casca e semente) e na folha
do cacaueiro associando a sua disponibilidade no solo permite compreender a
distribuição dos nutrientes na planta do cacaueiro. Laviola e Dias (2008) afirmaram
que o conhecimento a respeito das necessidades nutricionais de uma cultura é
essencial para recomendação da adubação, através da estimativa do acúmulo de
nutrientes nas folhas, nos frutos e pela extração realizada na colheita.
23
A frutificação de uma cultura é consequência de uma série de episódios
fisiológicos e alterações morfológicas que se segue desde a indução floral até a
maturação dos frutos. Trata-se se uma fase em que os frutos são os drenos
preferenciais na partição de nutrientes (RENA; MAESTRI, 1985) e, sendo maior a
produção de frutos, mais a planta exigirá nutrientes. Desse modo a limitação do
fornecimento de nutrientes para uma planta compromete de modo direto sua
capacidade fotossintética. Logo, para otimizar a produtividade é importante entre
outros fatores a disponibilidade de nutrientes no solo.
2.1.2 Atributos físicos e químicos do solo
A lavoura do cacaueiro para ter boa produtividade deve estar sustentada em
solo que possua boas características físicas, química e biológica, porém, existem
diversos fatores a considerar, como a qualidade genética da planta, o manejo
apropriado, a disponibilidade de água, o clima, a precaução contra ataques de
pragas e doenças, além da eliminação de ervas daninhas (SILVA NETO, 2001).
O solo pode ser conceituado de modo qualitativo como o meio de
fornecimento de elementos às plantas, facilmente alterável e produtivo ao homem,
seja no aspecto físico: aração, gradagem, drenagem; ou químico: calagem e
adubação (CANTARUTTI et al., 1999; FAQUIN, 2005).
Ao relacionar as propriedades físicas do solo, associa-se imediatamente à
qualidade do solo, pois se trata dos atributos, que possibilitam a infiltração, a
retenção e a disponibilidade de água para as plantas, adequando as trocas de calor
e de gases com a atmosfera e as raízes das plantas e possibilitando o crescimento
das raízes (REICHERT; REINERT; BRAIDA, 2003).
Solo que possui qualidade física ideal deve possuir estabilidade, ou seja, as
partículas de argila serem floculadas e com apropriada distribuição do tamanho de
poros e alta porosidade total, permitindo a absorção, armazenamento e liberação de
água às plantas (SUZUKI, 2008). A porosidade total tem grande destaque devido
sua influência para produtividade, resultante do desenvolvimento das plantas
(NEVES et al., 2007).
24
Para avaliar o estado de compactação do solo, além de umidade e aeração,
avaliam-se a temperatura e textura. É importante ressalvar que as características
físicas do solo alteram-se segundo o manejo adotado (FLORES et al., 2007).
A textura do solo associada a outras características tem elevada relevância
no desenvolvimento e penetração das raízes do cacaueiro, pois para solos que
apresentam argilas expansivas a tendência é o fechamento dos espaços dos
macroporos quando úmidos, retirando o ar e tornando um ambiente não satisfatório
para o desenvolvimento das raízes dessa cultura (CHEPOTE et al., 2012).
No mapa de solos da região sul da Bahia, consta que do litoral ao oeste
aparecem com frequência solos menos intemperizados e mais férteis, incluíndo
solos com argila de alta atividade e de baixa atividade (SANTANA et al, 2002).
De acordo com Barbosa (2001), os solos com barreiras físicas bloqueiam o
desenvolvimento do sistema radicular do cacaueiro, resultando em um atrofiamento
da raiz principal.
Os atributos químicos do solo estão associados aos elementos que são
utilizados com finalidade de classificar os solos, seu uso e o crescimento e o
desenvolvimento das plantas. São determinadas pelas análises de: pH (em água,
KCl e CaCl2), matéria orgânica (MO), hidrogênio (H), alumínio (Al), fósforo (P), cálcio
(Ca), magnésio (Mg), potássio (K), soma de bases (S), capacidade de troca catiônica
(CTC), saturação por bases (V) e saturação por alumínio (m) e os micronutrientes
(B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo e Zn) (NOVAIS et al., 2007).
O cacaueiro é normalmente cultivado em solos de média a alta fertilidade.
Nesse sentido, busca-se a melhoria dos atributos químicos em solos menos férteis,
via emprego de corretivos e fertilizantes, permitindo o estabelecimento econômico
de plantações de cacau nestes solos. Quanto aos fatores de produção, se a
adubação e a calagem forem orientadas de modo correto, tem-se o aumento da
produtividade rápida e mais barata, podendo colaborar com até 40 % da mesma
(NAKAYAMA, 2001).
O pH que para maioria das culturas permite uma disponibilidade maior de
nutrientes essenciais está compreendido entre os valores entre 5,5 a 6,0. Em pH
mais elevado são mais disponíveis os macronutrientes, porém os micronutrientes,
como cobre, ferro, zinco e manganês têm sua disponibilidade diminuída com a
elevação do pH (OLIVEIRA et al. 2004).
25
De acordo com Barbosa (2001), a fertilidade natural do solo ajuda a evitar os
altos custos dos corretivos e fertilizantes. O cacaueiro é uma cultura que se
desenvolve em solos de níveis de fertilidade variados, considerando ideal aqueles
que têm de média a alta fertilidade natural e pH entre 6,0 – 6,5. No sul da Bahia, a
adubação do cacaueiro é realizada com base nas doses de nitrogênio, e nos níveis
críticos de fósforo e potássio disponíveis que favorecem seu desenvolvimento e
produção máxima (CHEPOTE et al., 2005).
O objetivo geral desse estudo foi quantificar nutrientes minerais na folha e
fruto (casca, cotilédone e tegumento) de cacaueiro e correlacioná-las com a
disponibilidade dos mesmos em solo de lavouras comerciais.
26
2.1.3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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32
3. Capítulo 1 – Fertilidade do solo e partição de macronutrientes em
cacaueiros
Resumo
A produção de qualquer planta é caracterizada pela quantidade de nutrientes
extraída do solo em seu ciclo. Uma parte desses nutrientes fica estocada na planta,
outra parte é reciclada na queda de folhas e outra parte é exportada nos frutos. O
objetivo deste estudo foi quantificar macronutrientes na folha e fruto (casca e
semente: cotilédone + tegumento) de cacaueiro e correlacioná-los com
disponibilidade dos mesmos no solo, em lavouras comerciais. A área de estudo
abrange duas zonas climáticas úmida e úmida a subúmida da região cacaueira da
Bahia. Foram selecionadas dez propriedades rurais, em cada zona. Em cada
propriedade, foram selecionadas quatro plantas (clone PH16), com idade superior a
seis anos e localizadas em situações topográficas e edáficas distintas. Foram
coletadas oito folhas sadias e quatro frutos maduros de cada planta, para
determinação de P, K, Ca, Mg. Para análise química foram coletadas 12 amostras
simples de solo para formar uma composta, num raio de 1,5 a 2,0 m do caule, na
camada de 0-0,10 m, foram determinados: pH (CaCl2); P, K e Na, extraídos por
Mehlich-1; Ca, Mg e Al, extraídos por KCl; P-rem (fósforo remanescente) e matéria
orgânica. Para as análises físicas, coletaram-se amostras deformadas e
indeformadas nas camadas de 0-0,10 e 0,10-0,30 m; foram determinadas:
granulometria, densidade de partículas, densidade do solo, macroporosidade e
microporosidade, porosidade total e resistência do solo à penetração. Foram
realizadas estatísticas descritivas, teste de normalidade de Shapiro-Wilks e análise
de correlação de Pearson utilizando o procedimento CORR do SAS. As maiores
médias foram apresentadas para a massa seca da casca, sendo esta maior para
zona úmida. Para as variáveis químicas do solo observaram-se elevados valores
para os CVs em todas as zonas avaliadas, com exceção de pH. Os teores mínimos
de P, K, Ca na folha para zona subúmida ficaram abaixo da faixa de suficiência, para
o Mg os teores foram superiores aos da faixa de suficiência. O maior teor de
nutriente encontrado na casca foi o de K e o menor foi o de P. Para os cotilédones,
os maiores e menores teores foram para K e Ca, respectivamente. O teor de P no
solo para zona subúmida teve uma alta correlação (p<0,01) apenas para seu teor e
33
conteúdo na casca e conteúdo no fruto. Observam-se muitas correlações
significativas para conteúdo de P entre os diferentes componentes do fruto, sendo
estas correlações, de modo geral, maiores para a zona subúmida. Na zona úmida,
houve correlação significativa do teor de K no solo apenas com o teor na folha
(p<0,05) e casca (p<0,01); ainda na zona úmida pode-se observar alta correlação do
teor de K na folha com o seu teor na casca. O teor de Ca no cotilédone se
correlacionou com todas as variáveis, com exceção de teor no solo e teor e
conteúdo na folha. Na zona subúmida, o teor de Mg no solo se correlacionou com
teor na folha, conteúdo no cotilédone e amêndoa (p<0,05), na zona úmida o teor de
Mg no solo se correlacionou (p<0,05) com o teor na folha, conteúdo no cotilédone e
amêndoa.
Palavras-chave: Theobroma cacao, nutrição de plantas, composição mineral de
frutos e folhas.
34
3. CHAPTER 1 - SOIL FERTILITY AND PARTITIONING OF NUTRIENTS IN
CACAO TREES
ABSTRACT
The production of any plant is characterized by the amount of nutrients extracted
from the soil in their cycle. One of these nutrients is stored in the plant, another part
is recycled in the fall of leaves and some is exported to fruits. The aim of this study
was to quantify macro-nutrients in leaf and fruit (peel and seed - cotyledon + seed
coat) on cocoa and correlate them with the availability of the same in soil in
commercial fields. The study area covers two climatic zones, humid and sub-humid in
the cocoa region of Bahia. Ten farms have been selected in each zone. In each farm,
four plants were selected (clone PH16), over the age of six years and located in
different topographic and soil conditions. Eight healthy leaves and four ripe fruits from
each plant were collected to determine P, K, Ca, Mg.F or chemical analysis 12 simple
samples were collected to form a composite, within 1.5 to 2.0 m from the stem at the
0-0.10 m layer. Findings were: pH (CaCl 2), P, K and Na, which extracted by
Mehlich-1, while Ca, Mg and Al were extracted by KCl, P-rem (remaining
phosphorus) and organic matter. For the physical analysis, deformed and
undeformed samples were collected in layers of 0-0.10 and 0.10-0.30 m. Findings
were: particle size analysis, particle density, bulk density, macroporosity and
microporosity, total porosity and resistance to penetration. Descriptive statistics,
normality test of Shapiro-Wilks and Pearson correlation analysis using the SAS
CORR procedure were carried out. The highest average figures were presented by
the dry mass of the shell, being this higher for wetlands. As to chemical variables of
the soil, we have observed high CVs values in all areas assessed, except for pH. The
minimum levels of P, K, Ca on the leaf at sub-humid zone were below the sufficiency
range. Mg levels were higher than the sufficiency range ones. K was the highest
nutrient content found in the bark, whereas the lowest was P. The highest levels
were in the cotyledon of K and the lowest levels in cotyledon were observed on the
Ca. The P concentration in the soil for sub-humid zone had a high correlation (p
<0.01) regarding only their form and content in the bark and content in the fruit. Many
significant correlations between P content of the different components of the fruit
have been detected. Such correlations were generally higher with regard to the sub-
humid region. In the wet zone, there was a significant content of K in the soil only at
the level of leaf (p<0.05) and shell (p <0.01), still in the humid zone one can observe
high correlation between concentration of K on the leaf with its contents in the shell.
The calcium content of the cotyledon was correlated with all variables except content
in the soil and form and content in the leaf. In the sub-humid zone, the Mg content in
soil was correlated with the leaf content, content in the cotyledon and bean (p<0.05)
In wetland Mg content in soil was correlated (p <0.05) with the content in the leaf, in
the cotyledon and bean.
Keywords: Theobroma cacao, plant nutrition, mineral composition of fruits and
leaves.
35
3.1 Introdução
A produção de qualquer planta é influenciada pela quantidade de nutrientes
extraída do solo em seu ciclo. Uma parte desses nutrientes fica estocada na planta,
outra parte é reciclada na queda de folhas e outra parte é exportada nos frutos.
Conhecer a composição mineral dos frutos e a quantidade de nutrientes por eles
removidos é uma alternativa relevante para a recomendação de adubação
(MALAVOLTA et al., 1997).
Para a cultura do cacau não se tem ainda informações de todas as
características que influenciam a produção de modo a permitir a definição das doses
de nutrientes, por esse motivo é que as análises químicas do solo e do tecido foliar
são ferramentas utilizadas para recomendação de fertilizantes e corretivos
(CHEPOTE et al., 2012).
Malavolta et al. (1997) consideraram que o levantamento do estado nutricional
das lavouras por meio da diagnose foliar é importante, associando os resultados da
análise foliar aos dados de produção. A diagnose foliar é um método que colabora
com a análise de solo, aprimorando a utilização de fertilizantes e melhorando o
estado nutricional do cacaueiro, buscando como consequência o aumento da
produtividade das lavouras. As relações entre os teores dos elementos que são
verificadas nas folhas e a produção do cacaueiro possibilitam encontrar as faixas de
teores de elementos minerais adequados (SODRÉ et al., 2002; CHEPOTE, et al.
2005).
Baretto et al. (2012), ao avaliar nutrientes nas amêndoas de cacau,
encontraram teores médios dos macronutrientes N, P e K de 25,4, 3,7 e 5,3 g kg-1,
respectivamente, e concluindo que os teores encontrados estão dentro do limite
recomendado nos padrões de identidade e qualidade do Ministério de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento.
Silva (2009) observou que os nutrientes N e K foram encontrados em maiores
teores na casca e na semente de frutos de cacau, sendo que o teor de N na
semente era superior ao valor encontrado na casca e a quantidade de K na casca
superou o encontrado na semente. Os teores menores encontrados foram para P
em todas as partes do fruto, porém os valores observados na semente foram
maiores que o da casca.
36
Segundo Nakayama (2001), tem-se como ordem de extração dos nutrientes,
para plantas de cacaueiro em produção plena: K>N>Ca>Mg>P>Mn>Zn, afirmando
que para manutenção de seu crescimento e produção de 1000 kg de amêndoas
secas por ano, são necessários 824 kg de K2O, 529 kg de CaO, 469 kg de N, 212 kg
de MgO e 121 kg de P2O5.
A lavoura cacaueira para ter boa produtividade deve estar sustentada em solo
que possua bons atributos físicos e químicos, além de outros fatores que devem ser
levados em consideração, como a qualidade genética da planta, o manejo
apropriado, a disponibilidade de água, o clima, as precauções contra ataques de
pragas e doenças além da eliminação de ervas daninhas (SILVA NETO et al., 2001).
De acordo com Barbosa (2001), os solos com impedimentos físicos
impossibilitam o desenvolvimento do sistema radicular do cacaueiro, atrofiando a
raiz principal. Além desses atributos físicos, tem interferência com a troca de gases
com a atmosfera e o crescimento das raízes, a infiltração, a retenção e a
disponibilidade de água para as plantas (REICHERT; REINERT; BRAIDA, 2003).
O objetivo deste estudo foi quantificar macronutrientes na folha e fruto (casca
e semente: cotilédone + tegumento) de cacaueiro e correlacioná-los com
disponibilidade dos mesmos no solo, em lavouras comerciais.
3.2 Material e Métodos
Foram selecionadas vinte propriedades rurais no sul da Bahia que possuem
lavoura cacaueira e utilizam como material genético o clone PH16 (tolerante a
vassoura-de-bruxa) em sistema agrossilvicultural. Sendo que dessas propriedades
selecionadas dez estão localizadas em zona úmida, que não possui estação seca
definida e se enquadra em sete tipos climáticos segundo Thornthwaite: B4r A’, B3r
A’, B2r A’, B2r B’, B1r A’, B1r’ A’ e B1w A’; e dez em zona úmida a subúmida,
doravante chamada apenas de subúmida, que possui um a dois meses de seca e se
enquadra em quatro tipos climáticos: C2d A’, C2d’ A’, C2d B’ e C2w A’ tabela 1 (SEI,
2007). Na tabela 2, estão relacionados os municípios, as zonas e o número de
fazendas selecionadas.
37
Foram selecionadas quatro plantas, clone PH16 com idade superior a seis
anos em situações topográficas e edáficas distintas.
Tabela 1: Caracterização climática das zonas úmida e úmida a subúmida do
sul da Bahia
Zonas Climáticas Precipitação média
(mm ano-1) Deficit Hídrico
(mm) Excedente hídrico
(mm ano-1)
Úmida > 2000 0 a 345 200 a 1409
Úmida a subúmida (subúmida)
1100 a 2000 3 a 426 22 a 424
Fonte: SEI (2007).
Tabela 2: Relação dos municípios do sul da Bahia onde estão localizadas as
propriedades rurais selecionadas para este estudo
Zonas Municípios Fazendas
Úmida
Camacã Nossa Senhora de Fátima
Piraí do Norte Deus que me deu
Igrapiúna Santo Antônio
Nova Ibiá São Rafael
Ibirapitanga São Domingos 2
Maraú Moeda
Santa Luzia Bom Retiro
Itabuna Nova Vida
Arataca Ubirajara
Uruçuca Leolinda
Subúmida
Barra do Rocha Bela Floresta
Ibirataia Lajedo do Ouro
Itagibá São Domingos 1
Jequié São Domingos 4
Itagi Jacarandá
Ibirataia Bom futuro
Ipiaú Sucuriú
Ibirataia São José
Ibirataia Canaã
Itagibá Oceania
Análise química das folhas: de cada planta foram coletadas oito folhas
diagnóstico, caractezida segundo Sodré et al. (2002), como terceira folha a partir do
ápice de ramo recém amadurecido, sem lançamentos recentes. As folhas foram
coletas no período de janeiro e fevereiro de 2012, acondicionadas em sacos de
papel, em seguida foram lavadas com água destilada e secas em estufa de
38
circulação de ar a 60 ºC por 48 h, depois foram pesadas, trituradas em moinho de
facas e armazenadas em tubos coletores para posterior digestão.
Pesou-se 0,2 g da folha já processada (moída) que foram digeridas utilizando-
se 4 mL de ácido nítrico e 3 mL de peróxido de hidrogênio. Levou-se o material para
o bloco digestor com temperatura inicial de 50 °C por 30 minutos e temperatura final
de 120 °C por 90 minutos. As amostras foram feitas em duplicatas, avolumadas em
tubos falcon para 14 mL e posteriormente procederam-se às leituras de P, K, Ca e
Mg no aparelho de espectrometria de emissão atômica plasma acoplado
indutivamente (ICP OES).
Análise química dos frutos: foram coletados quatro frutos maduros de cada
planta, sendo separados em casca e amêndoa, que foram levados para estufa a 60
°C onde permaneceram por um período de 5 dias para secagem. Depois de secas,
as amêndoas foram separadas em cotilédones e tegumentos, com auxílio de um
bisturi. Após a secagem, as cascas, os cotilédones e os tegumentos foram pesados,
triturados e digeridos, utilizando-se 0,2 g dos materiais, os quais passaram por
digestão semelhante às amostras de folha, e, posteriormente, procederam-se às
leituras de P, K, Ca e Mg em ICP OES.
Análise química dos solos: para análise química foram coletadas 12
amostras simples de solo para formar uma composta, num raio de 1,5 a 2,0 m do
caule, na camada de 0-0,10 m sendo considerada a profundidade de amostragem
mais apropriada para avaliar a fertilidade do solo em lavouras cacaueiras (DANTAS,
2011). As amostras foram secas ao ar e passadas em peneira de 2 mm de abertura
de malha, constituindo-se em terra fina seca ao ar (TFSA). Determinaram-se: pH
(CaCl2 0,01 mol L-1) na proporção solo:solução 1:2,5; P, K e Na, extraídos por
Mehlich-1 (HCl 0,05 mol L-1 e H2SO4 0,0125 mol L-1), na proporção solo:solução
1:10, e Ca, Mg e Al, extraídos por KCl 1,0 mol L-1. Os sobrenadantes resultantes
foram filtrados e analisados: Ca e Mg por espectrometria de absorção atômica; P por
colorimetria; K e Na por fotometria de chama e o Al por titulação com NaOH 0,025
mol L-1, usando azul-de-bromotimol como indicador. Determinaram-se também:
fósforo remanescente (P-rem) e matéria orgânica (MO) (EMBRAPA, 2011).
Análises físicas do solo: coletaram-se amostras deformadas e
indeformadas nas camadas de 0-0,10 e 0,10-0,30 m. As amostras deformadas foram
as mesmas utilizadas para análise química. As amostras indeformadas foram
39
coletadas com a utilização de aneis volumétricos, em 5 repetições, e beneficiadas
em laboratório para posterior análise. As análises físicas foram determinadas de
acordo com EMBRAPA (2011).
A análise granulométrica foi realizada em amostras de TFSA pelo método do
densímetro onde se utilizou 50 g de solos, adicionando-se 100 ml de água destilada
e 25 ml de NaOH 1 mol L-1 e agitadas em coqueteleiras a 12.000 rpm por 5 minutos
quando arenosas e 15 minutos quando argilosas. A densidade de partículas (Dp) foi
determinada pelo método do balão volumétrico, utilizando-se álcool etílico como
líquido penetrante.
A densidade do solo (Ds) e as porosidades (micro, macro e total) foram
determinadas nas amostras inderformadas. Ds foi calculada pela seguinte fórmula:
Ds = m/v, onde m = massa da amostra seca a 105 ºC (kg), v = volume do anel (dm3).
Para a microporosidade (Mi), as amostras foram saturadas por 24 h e,
posteriormente, colocadas em mesa de tensão e submetidas a uma tensão de 60 cm
de coluna d’água até cessar a drenagem. Em seguida, foram pesadas e colocadas
em estufa de circulação de ar a uma temperatura de 105 ºC por um período de 72 h,
sendo pesada mais uma vez. A microporosidade foi calculada pela seguinte fórmula:
Mi = (a – m) / v, onde a = massa da amostra após ser submetida a uma tensão de
60 cm de coluna de água (kg), m = massa da amostra seca a 105 ºC (kg) e v =
volume do anel (m-3).
A porosidade total foi determinada pela fórmula Pt = (Dp-Ds)/Dp (m3 m-3),
onde Dp = densidade de partículas e Ds = densidade do solo. A macroporosidade
(Ma) foi determinada pela diferença entre a porosidade total e a microporosidade
(Ma = Pt – Mi).
Para determinação da resistência do solo à penetração foi utilizado o
penetrômetro de Impacto modelo IAA/Planalsucar/Stolf, nas profundidades de 0–
0,10 e 0,10–0,30 m, com 5 repetições.
Análise estatística: foram realizadas estatísticas descritivas: valores de
mínimos e máximos, média, mediana e coeficiente de variação. Foi realizado teste
de normalidade de Shapiro-Wilks e análise de correlação de Pearson utilizando o
procedimento CORR do SAS – Statistical Analysis System (SAS Institute Inc, 2004).
Os coeficientes de correlação foram verificados pelo teste t de student a 5 % de
significância.
40
3.3 Resultados e Discussão
Os valores mínimos e máximos da tabela 3 mostraram uma alta amplitude
nos dados biométricos de folhas e frutos, em ambas as zonas climáticas, mesmo
sendo um único material genético (clone PH16). Na zona subúmida, a maioria das
variáveis apresentou distribuição normal, com exceção do número de frutos por
tonelada (NFt); porém na zona úmida, a massa seca da folha (MSF) e número de
frutos por tonelada (NFt) apresentaram distribuição não normal.
As variáveis massa seca da casca (MSC), massa seca da amênoda (MSAm)
e massa seca do cotilédone (MSCo) foram maiores na região úmida em relação à
subúmida (Tabela 3), possivelmente porque na primeira há maior precipitação
pluviométrica (Tabela 1), o que favoreceria a maior acúmulo de biomassa nas partes
dos frutos (casca e amêndoa). Isto indica que na região subúmida as plantas
precisariam produzir em média 21,6 % a mais de frutos, para se ter a mesma
produção de amêndoas secas da região úmida (Tabela 3).
Silva (2009), trabalhando com diferentes clones de cacau em ambiente
tropical do tipo Af, segundo a classificação de Köeppen, com precipitação anual
média de 1830 mm, obteve uma massa seca de casca (MSC), para o clone PH16,
de 47,8 g, valor que está dentro da faixa de amplitude encontrada, mas inferior à
média e mediana aqui observadas para esta região (Tabela 3).
A média e a mediana para MSF, NMAm e MSCo foram semelhantes quando
analisadas em conjuto e separadamente por zona climática (Tabela 3). Esta
similaridade entre os valores de média e de mediana, independente da zona, indica
simetria na distribuição os dados para estas variáveis.
Para as variáveis químicas do solo, observaram-se alta amplitude e elevados
valores para os CVs (Tabela 4), em todas as zonas avaliadas, com exceção dos
valores de pH, indicando alta variabilidade destas características entre os solos
estudados. Os maiores valores de CVs foram observados para: P 121,64 %; 115,05
%; 111,05 % (zona subúmida + úmida, zona subúmida, zona úmida,
respectivamente), K 105,36 %; 61,94 %; 135,41 % (zona subúmida + úmida, zona
subúmida, zona úmida, respectivamente) e Al 122,46 %; 56,05 %; 146,36 % zona
subúmida + úmida, zona subúmida, zona úmida, respectivamente). Machado et al.
(2007) também observaram elevado valor de CV para P, alegando que esse alto
41
valor de CV se deve à grande variação dos teores desse nutriente na área
amostrada; porém, neste estudo o CV mostrou-se ainda maior (Tabela 4).
Anchieta et al. (2011), em trabalho com o objetivo de avaliar os atributos
químicos do solo de três áreas com históricos agrícolas distintos, também
observaram elevados valores de CVs para o K, sendo que os autores atribuem esta
elevada variação ao histórico do manejo ao longo do tempo destas áreas;
argumento este que poderia ser aqui utilizado para justificar também as altas
variabilidades químicas encontradas (Tabela 4), pois é de se esperar manejos
nutricionais distintos em fazendas de produtores diversos.
Na zona subúmida, a maioria das variáveis apresentaram distribuição normal
com exceção do P e K, já na zona úmida a distribuição normal só foi observada para
MO, pH, Ca, Mg e P-rem (Tabela 4). Marin (2002) defende que de 15 a 80 % do P
tem provável origem da matéria orgânica, no entanto observa-se que na zona
subúmida o teor de matéria orgânica foi menor em relação à zona úmida, diferindo
do teor de P que na zona subúmida foi 45 % maior em relação à zona úmida,
demonstrando também a influência da textura na dinâmica de adsorção do P
(Tabela 6 e 7) (VALLADARES et al., 2003).
Observam-se, independente da região, altos valores médios e medianos de
P-rem, os quais podem ser explicados pelo acúmulo de resíduos orgânicos na
superfície em decorrência da pouca movimentação do solo (PAIVA; ARAUJO, 2007),
indicando a ação da matéria orgânica no bloqueio dos sítios de adsorção de P
(DANTAS, 2011).
O pH foi a variável de menor amplitude de valor e menor CV, independente
das zonas, fato compreendido porque é uma variável logaritmizada.
Comparando os teores médios e medianos dos cátions trocáveis (Al, K, Ca e
Mg) nota-se que estes não diferiram quanto às zonas; fato que pode ser justificado
por ser um sistema agrossilvicultural, sem movimentação de solo, o que favorece o
acúmulo superficial de matéria orgânica (DANTAS, 2011), somado ao efeito mais
superficial dos corretivos de acidez e de alguns fertilizantes, que,
consequentemente, contribui para o acúmulo dos mesmos em camadas mais
superficiais do solo.
42
Tabela 3 - Análise descritiva para as variáveis biométricas na região
cacaueira da Bahia
Variáveis Unidade Mínimo Máximo Média Mediana CV % Normalidade
zona subúmida + úmida
MSF g 0,73 2,04 1,22 1,18 23,24 0,96*
MSC g 31,13 116,53 59,82 56,37 26,56 0,95**
MSAm g 19,48 84,75 47,07 47,09 26,57 0,99ns
NMAm
19,00 63,33 39,87 40,00 18,14 0,98ns
MSCo g 12,47 73,60 40,30 40,89 28,26 0,99ns
MST g 0,28 11,15 6,77 6,68 28,38 0,98ns
NFt frutos/t 11.799 51.335 23.082 21.238 32,84 0,85**
zona subúmida
MSF g 0,73 2,04 1,23 1,18 23,62 0,96ns
MSC g 31,13 88,47 55,13 54,54 21,33 0,97ns
MSAm g 23,34 58,15 41,86 42,30 22,38 0,96ns
NMAm
23,00 51,50 39,13 40,09 15,86 0,97ns
MSCo g 17,82 50,39 35,15 36,31 24,14 0,97ns
MST g 4,04 10,32 6,71 6,27 25,04 0,96ns
NFt frutos/t 17.198 42.845 25.328 23.648 27,02 0,86**
zona úmida
MSF g 0,73 1,90 1,22 1,18 23,14 0,92**
MSC g 39,12 116,53 64,52 62,90 28,08 0,95ns
MSAm g 19,48 84,75 52,29 52,88 25,18 0,98ns
NMAm
19,00 63,33 40,62 40,00 20,06 0,97ns
MSCo g 12,47 73,60 45,45 46,46 25,69 0,97ns
MST g 0,28 11,15 6,84 6,99 31,57 0,97ns
NFt frutos/t 11.799 51.335 20.836 18.921 36,95 0,74** MSF = massa seca de folha; MSC = massa seca de casca; MSAm = massa seca de amêndoa; NMAm = número médio de amêndoa por fruto; MSCo = massa seca de cotilédone; MST = massa seca de tegumento; NFt = número de frutos por tonelada. ns = não significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 %; * e ** significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 e 1 %, respectivamente.
43
Tabela 4 - Análise descritiva para as variáveis de atributos químicos do solo
na região cacaueira da Bahia (p = 10 cm)
Variáveis Unidades Mínimo Máximo Média Mediana CV % Normalidade
zona subúmida + úmida
MO g kg-1 7,24 57,51 33,49 32,38 33,10 0,99ns
pH
4,61 7,11 5,90 5,89 9,35 0,99ns
P mg dm-3 0,10 157,90 21,20 11,95 121,64 0,74**
K mmolc dm-3 0,53 19,38 2,43 1,64 105,36 0,60**
Na mmolc dm-3 0,15 2,03 0,50 0,45 53,03 0,81**
Ca mmolc dm-3 7,19 109,59 54,81 52,05 45,61 0,96*
Mg mmolc dm-3 5,63 55,29 26,76 25,60 43,21 0,98ns
Al3+ mmolc dm-3 0,00 8,80 1,29 1,00 122,46 0,63**
P-rem mg L-1 18,40 59,10 38,41 38,35 21,69 0,99ns
zona subúmida
MO g kg-1 7,24 56,69 29,15 28,35 34,95 0,97ns
pH
5,03 7,10 6,02 5,92 8,99 0,97ns
P mg dm-3 0,10 157,90 27,35 15,50 115,05 0,78**
K mmolc dm-3 0,71 6,18 2,40 1,87 61,94 0,88**
Na mmolc dm-3 0,18 0,94 0,44 0,43 37,58 0,96ns
Ca mmolc dm-3 13,78 109,59 56,12 54,81 42,74 0,96ns
Mg mmolc dm-3 5,63 44,14 25,70 25,01 36,77 0,98ns
Al3+ mmolc dm-3 0,00 3,00 1,11 1,20 56,05 0,95ns
P-rem mg L-1 28,40 59,10 40,61 40,70 19,71 0,96ns
zona úmida
MO g kg-1 15,31 57,51 37,83 38,17 27,27 0,98ns
pH
4,61 7,11 5,79 5,82 9,44 0,98ns
P mg dm-3 1,20 76,50 15,05 8,15 111,05 0,78**
K mmolc dm-3 0,53 19,38 2,45 1,22 135,41 0,53**
Na mmolc dm-3 0,15 2,03 0,57 0,51 57,65 0,82**
Ca mmolc dm-3 7,19 103,49 53,50 50,93 48,99 0,95ns
Mg mmolc dm-3 6,42 55,29 27,83 27,52 48,12 0,96ns
Al3+ mmolc dm-3 0,00 8,80 1,46 0,70 146,36 0,65**
P-rem mg L-1 18,40 57,60 36,21 36,10 22,55 0,99ns
MO = matéria orgânica; pH em CaCl2; P = fósforo, K = potássio e Na = sódio, extraídos por Mehlich-1; Ca = cálcio, Mg = magnésio e Al
+3 = alumínio, extraídos por KCl 1,0 mol L
-1. ns = não significativo pelo
teste de Shapiro-Wilks a 5 %; * e ** = significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 e 1 %, respectivamente.
44
A avaliação da análise descritiva dos atributos físicos dos solos das 80 áreas
estudadas (zona subúmida + úmida), encontra-se na tabela 5. Nas tabelas 6 e 7 são
apresentadas as análises descritivas dos atributos físicos das duas zonas
separadamente. Todas as variáveis físicas avaliadas apresentaram alta variabilidade
e alta amplitude de variação.
Com relação à granulometria, a fração areia apresentou maior média em
relação à fração argila, percebe-se que a areia, na profundidade de 0-0,10 m, foi
significativa (p<0,05) apresentando distribuição não normal dos dados, enquanto que
a argila apresentou distribuição não normal nas duas profundidades. Os solos
apresentaram teor médio de 509,5 g kg-1 de argila (Tabela 5), o que pode indicar
solos com permeabilidade rápida para a água e com boa aeração (FERREIRA;
TAVARES FILHO; FERREIRA, 2010). O silte para as duas profundidades tem uma
distribuição não normal, contudo, existem solos com teores mais elevados de silte
(473,6 de 0 – 0,1 m e 755,0 kg-1 de 0,1 – 0,3 m; tabela 5) que podem apresentar
menor taxa de drenagem (BRADY; WEIL, 2008), sobretudo quando localizados nas
partes mais baixas da paisagem.
No que se refere à porosidade, considerando as duas zonas em conjunto, a
macroposidade (Ma) apresentou uma distribuição não normal dos dados nas duas
profundidades, com valores médios acima dos níveis desejados para um solo
considerado ideal (Tabela 5); porém quando se analisou as duas zonas
separadamente, de modo geral, a Ma apresentou uma distribuição normal, exceto
para a camada de 0,1 – 0,3 m, para a zona subúmida (Tabelas 6 e 7). Este atributo
é influenciado pela textura, estrutura e matéria orgânica do solo (FERREIRA;
TAVARES FILHO; FERREIRA, 2010).
Para ambas as zonas conjunto e para a zona umida, a microporosidade (Mi)
apresentou distribuição normal na camada de 0 – 0,1 m e, independente da zona
climática, distribuição não normal para a camada de 0,1 – 0,3 m; entretando em
ambas zonas e ambas camadas os valores médios de microporosidade foram
semelhantes (Tabela 5, 6 e 7).
De dodo geral, independente da zona climática, a resitência à penetração
(RP) foi significativa nas duas profundidades, indicando distribuição não normal
(Tabelas 5, 6 e 7); tendo um alto CV (40,79 % e 50,53 %, nas profundidades de 0 –
0,10 e 0,10 – 0,30 m, respectivamente). Os valores médios para as duas
45
profundidades encontram-se acima do valor de 2,0 MPa; o qual é sugerido por Silva
et al. (1994) como referência de limite de ausência de impedimento físico para
crescimento das raízes. Silva et al. (2004) observaram valores inferiores a esses, em
um Argissolo Vermelho-Amarelo. A RP apresentou menores médias na zona úmida,
o que pode ser uma consequência da maior umidades dos solos (Ug) desta zona no
momento das avaliações (Tabelas 6 e 7). Além da umidade, outros parâmetros
como densidade do solo, textura e teor de matéria orgânica podem influenciar na
medida de RP (VAZ et al., 2002). Independente da zona climática, a RP foi menor na
camada mais superficial (Tabelas 6 e 7), possivelmente devido ao maior teor de
matéria orgânica e de areia, associados à menor densidade do solo.
A densidade do solo nas duas profundidades, nas zonas em conjunto e nas
duas zonas separadamente (Tabelas 5, 6, e 7) apresentaram distribuição normal,
corroborando com os resultados de Passos e Carvalho et al. (2002) que
encontraram distribuição normal para densidade do solo na profundidade de 0,05 m.
46
Tabela 5 – Análise descritiva de atributos físicos do solo para zona subúmida
+ úmida da região cacaueira da Bahia
Variáveis Unidades Mínimo Máximo Média Mediana CV % Normalidade
zona subúmida + úmida
Ar_0,1 g kg-1 36,4 869,1 509,5 507,6 34,10 0,96*
Sil_0,1 g kg-1 55,2 473,6 168,0 144,8 52,45 0,84**
Arg_0,1 g kg-1 60,0 590,0 322,4 330,0 44,04 0,96*
Ds_0,1 kg dm-3 0,92 1,78 1,35 1,38 12,39 0,98ns
Dp_0,1 kg dm-3 2,35 2,84 2,60 2,60 3,42 0,99ns
Pt_0,1 m3 m-3 0,33 0,63 0,48 0,47 12,53 0,98ns
Mi_0,1 m3 m-3 0,04 0,58 0,33 0,36 34,85 0,97ns
Ma_0,1 m3 m-3 0,02 0,33 0,15 0,13 53,18 0,95**
Ar_0,3 g kg-1 38,4 812,7 428,4 416,3 40,79 0,99ns
Sil_0,3 g kg-1 54,5 459,4 134,1 109,6 59,83 0,74**
Arg_0,3 g kg-1 40,0 755,0 437,6 467,5 39,72 0,97*
Ds_0,3 kg dm-3 1,07 1,87 1,44 1,43 12,07 0,99ns
Dp_0,3 kg dm-3 2,55 2,91 2,69 2,69 2,75 0,97ns
Pt_0,3 m3 m-3 0,30 0,62 0,46 0,47 14,50 0,99ns
Mi_0,3 m3 m-3 0,05 0,51 0,33 0,37 32,86 0,93**
Ma_0,3 m3 m-3 0,02 0,39 0,13 0,12 62,28 0,93**
RP_0,1 MPa 1,13 4,68 2,07 1,78 40,79 0,82**
RP_0,3 MPa 1,03 7,32 3,28 3,97 50,53 0,91**
Ug_0,1 kg kg-1 0,06 0,64 0,28 0,27 44,90 0,96*
Ug_0,3 kg kg-1 0,06 0,41 0,25 0,25 36,21 0,97* Ar, Sil, Arg_0,1 e 0,3 = areia, silte e argila nas profundidades de 0-10 e 10-30 cm, respectivamente. Ds, Dp, Pt_0,1 e 0,3 = densidade do solo, densidade de partícula e porosidade total nas profundidades de 0-10 e 10-30 cm, respectivamente. Mi, Ma, RP, Ug_0,1 e 0,3 = microporosidade, macroporosidade, resistência a penetração e umidade do solo nas profundidades de 0-10 e 10-30 cm, respectivamente. ns = não significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 %; * e ** significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 e 1 %, respectivamente.
47
Tabela 6 - Análise descritiva de atributos físicos do solo para zona subúmida
da região cacaueira da Bahia
Variáveis Unidades Mínimo Máximo Média Mediana CV % Normalidade
zona subúmida
Ar_0,1 g kg-1 282,7 869,1 545,4 543,9 24,50 0,96ns
Sil_0,1 g kg-1 69,4 335,4 147,0 134,1 42,09 0,92**
Arg_0,1 g kg-1 60,0 545,0 307,6 325,0 43,45 0,96ns
Ds_0,1 kg dm-3 1,12 1,60 1,36 1,36 9,15 0,96ns
Dp_0,1 kg dm-3 2,35 2,79 2,60 2,61 3,27 0,98ns
Pt_0,1 m3 m-3 0,40 0,55 0,48 0,48 9,39 0,95ns
Mi_0,1 m3 m-3 0,15 0,46 0,35 0,37 20,39 0,87**
Ma_0,1 m3 m-3 0,02 0,28 0,13 0,12 49,76 0,95ns
Ar_0,3 g kg-1 199,9 812,7 472,1 449,5 31,43 0,97ns
Sil_0,3 g kg-1 58,7 242,2 110,8 101,4 40,76 0,84**
Arg_0,3 g kg-1 40,0 735,0 417,1 442,5 42,09 0,97ns
Ds_0,3 kg dm-3 1,17 1,74 1,45 1,42 9,84 0,97ns
Dp_0,3 kg dm-3 2,57 2,91 2,69 2,69 2,52 0,95ns
Pt_0,3 m3 m-3 0,33 0,56 0,46 0,47 12,76 0,96ns
Mi_0,3 m3 m-3 0,15 0,45 0,36 0,37 18,72 0,94*
Ma_0,3 m3 m-3 0,03 0,27 0,11 0,11 45,24 0,92**
RP_0,1 MPa 1,19 4,68 2,46 2,19 34,97 0,89**
RP_0,3 MPa 1,33 7,32 4,40 4,47 34,78 0,97ns
Ug_0,1 kg kg-1 0,06 0,33 0,22 0,21 31,43 0,97ns
Ug_0,3 kg kg-1 0,06 0,33 0,20 0,21 30,97 0,98ns
Ar, Sil, Arg_0,1 e 0,3 = areia, silte e argila nas profundidades de 0-10 e 10-30 cm, respectivamente. Ds, Dp, Pt_0,1 e 0,3 = densidade do solo, densidade de partícula e porosidade total nas profundidade de 0-10 e 10-30 cm, respectivamente. Mi, Ma, RP, Ug_0,1 e 0,3 = microporosidade, macroporosidade, resistência a penetração e umidade do solo nas profundidades de 0-10 e 10-30 cm, respectivamente. ns = não significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 %; * e ** significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 e 1 %, respectivamente.
48
Tabela 7 - Análise descritiva de atributos físicos do solo para zona úmida da
região cacaueira da Bahia
Variáveis Unidades Mínimo Máximo Média Mediana CV % Normalidade
zona úmida
Ar_0,1 g kg-1 36,4 864,8 473,7 478,9 42,57 0,96ns
Sil_0,1 g kg-1 55,2 473,6 189,0 155,2 55,48 0,84**
Arg_0,1 g kg-1 64,0 590,0 337,2 337,5 44,51 0,95ns
Ds_0,1 kg dm-3 0,92 1,78 1,34 1,40 15,10 0,97ns
Dp_0,1 kg dm-3 2,42 2,84 2,60 2,59 3,60 0,96ns
Pt_0,1 m3 m-3 0,33 0,63 0,48 0,47 15,06 0,96ns
Mi_0,1 m3 m-3 0,04 0,58 0,32 0,32 46,52 0,96ns
Ma_0,1 m3 m-3 0,00 0,33 0,17 0,15 51,83 0,95ns
Ar_0,3 g kg-1 38,4 770,6 384,6 382,1 49,27 0,98ns
Sil_0,3 g kg-1 54,5 459,4 157,4 129,0 63,17 0,78**
Arg_0,3 g kg-1 105,0 755,0 458,0 487,5 37,50 0,95ns
Ds_0,3 kg dm-3 1,07 1,87 1,43 1,43 14,10 0,98ns
Dp_0,3 kg dm-3 2,55 2,89 2,69 2,69 2,99 0,97ns
Pt_0,3 m3 m-3 0,30 0,62 0,47 0,47 16,18 0,99ns
Mi_0,3 m3 m-3 0,05 0,51 0,31 0,32 44,15 0,90**
Ma_0,3 m3 m-3 0,00 0,39 0,16 0,14 63,49 0,96ns
RP_0,1 MPa 1,13 4,21 1,68 1,53 37,08 0,58**
RP_0,3 MPa 1,03 4,61 2,13 1,93 34,58 0,89**
Ug_0,1 kg kg-1 0,06 0,64 0,34 0,33 40,37 0,98ns
Ug_0,3 kg kg-1 0,10 0,41 0,30 0,33 29,01 0,90**
Ar, Sil, Arg_0,1 e 0,3 = areia, silte e argila nas profundidades de 0-10 e 10-30 cm, respectivamente. Ds, Dp, Pt_0,1 e 0,3 = densidade do solo, densidade de partícula e porosidade total nas profundidade de 0-10 e 10-30 cm, respectivamente. Mi, Ma, RP, Ug_0,1 e 0,3 = microporosidade, macroporosidade, resistência a penetração e umidade do solo nas profundidades de 0-10 e 10-30 cm, respectivamente. ns = não significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 %; ** significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 1 %.
Os teores mínimos de P, K, Ca na folha para as zonas em conjunto e na zona
subúmida ficaram abaixo da faixa de suficiência apresentada por Souza Júnior et al.
(2012), de 1,7-2,5 g kg-1, 18-24 g kg-1 e 8-15 g kg-1, respectivamente, no entanto
para zona úmida esses teores se encontraram nesta faixa. Para o Mg os teores
mínimos ficaram abaixo da faixa de suficiência quando comparados com as duas
zonas juntas e a zona úmida, enquanto que para zona subúmida esse teor mínimo
ficou acima dessa faixa. Comparando o teor médio de K na folha entre zona úmida e
zona subúmida nota-se que na zona úmida foi 10,85 % maior, sendo que o teor
deste no solo para esta zona foi 2,04 % superior ao da zona subúmida. As medianas
49
não divergiram da média, mostrando que os dados tiveram simetria. Independente
das zonas, as menores amplitudes foram observadas para os teores foliares de P.
Os dados da tabela 9 mostram o teor e o conteúdo de P, K, Ca e Mg na
casca, sendo que o nutriente encontrado em maior quantidade foi o de K, e o menor
foi o de P, em ambas as zonas, corroborando com os resultados de Silva (2009),
que encontrou 1,4 g kg-1 de P e 38,3 g kg-1 de K para o clone PH16. Assim como na
folha, as menores amplitudes na casca foram observadas para os teores de P. A
zona que apresentou os maiores teores de K e Ca na casca foi à zona subúmida, os
quais foram em média 8,1 % e 25 %, respectivamente, superiores em relação à zona
úmida; porém os teores médios de P e de Mg na casca praticamente não diferiram
entre as zonas. Na zona úmida, todos os nutrientes estudados na casca
apresentaram distribuição normal; na zona subúmida também, exceto o Ca (Tabela
9).
Em ambas as zonas, o cotilédone representou em média 85,6 % do peso da
amêndoa, sendo os 14,4 % restante para o tegumento; porém esta propoção entre
cotilédone/tegumento foi em média superior na zona úmida, de 6,64, em relação a
zona subúmida, de 5,24 (Tabela 3). Pode-se observar que os maiores teores no
cotilédone foram de K (Tabela 10), independentemente da zona. Comparando a
casca do fruto (Tabela 9) com o cotilédone (Tabela 10), nota-se que o teor médio de
K na casca foi superior 177,1 %. Por sua vez, o P apresentou teores no cotilédone
maiores do que na casca, em média, 231,6 %. Os menores teores no cotilédone
foram observados para o Ca em ambas as zonas e os menores valores de CV para
o Mg e o K. Na zona subúmida, todas as variáveis apresentaram uma distribuição
normal, com exceção do conteúdo de Ca.
50
Tabela 8 - Análise descritiva do teor e do conteúdo de P, K, Ca, Mg na folha
para região cacaueira da Bahia:
Variáveis Unidade Mínimo Máximo Média Mediana CV % Normalidade
zona subúmida + úmida
TP-folha g kg-1 1,33 3,65 2,14 2,00 26,30 0,93**
TK-folha g kg-1 11,07 43,60 24,57 24,28 25,62 0,99ns
TCa-folha g kg-1 1,97 20,35 9,17 9,08 45,18 0,96*
TMg-folha g kg-1 3,83 12,25 6,26 5,95 25,80 0,93**
CP-folha mg por folha 1,20 5,28 2,60 2,45 33,50 0,95** CK-folha mg por folha 11,16 54,50 29,66 28,59 29,95 0,98ns
CCa-folha mg por folha 2,32 30,55 11,53 9,93 56,78 0,93** CMg-folha mg por folha 3,31 17,48 7,78 7,16 38,34 0,94**
zona subúmida
TP-folha g kg-1 1,33 2,66 1,80 1,69 20,33 0,87**
TK-folha g kg-1 11,07 33,26 23,16 23,05 28,42 0,95ns
TCa-folha g kg-1 4,99 20,35 11,55 11,64 32,13 0,98ns
TMg-folha g kg-1 4,51 12,25 6,89 6,54 25,10 0,93*
CP-folha mg por folha 1,20 3,75 2,19 2,04 28,82 0,92** CK-folha mg por folha 11,16 54,50 28,04 26,06 33,92 0,97ns
CCa-folha mg por folha 4,48 30,55 14,44 13,46 44,87 0,95ns
CMg-folha mg por folha 3,32 15,92 8,47 8,12 33,78 0,98ns
zona úmida
TP-folha g kg-1 1,69 3,65 2,47 2,48 21,21 0,95ns
TK-folha g kg-1 18,30 43,60 25,98 24,70 22,06 0,93*
TCa-folha g kg-1 1,97 14,12 6,78 5,81 45,05 0,93*
TMg-folha g kg-1 3,83 9,21 5,64 5,40 21,76 0,94*
CP-folha mg por folha 1,26 5,28 3,02 3,02 29,56 0,99ns
CK-folha mg por folha 13,78 49,43 31,27 29,52 25,58 0,95ns
CCa-folha mg por folha 2,32 25,29 8,62 7,25 60,85 0,87** CMg-folha mg por folha 3,31 17,48 7,08 6,28 41,94 0,87**
TP-folha, TK-folha, TCa-folha, TMg-folha = teor de fósforo, potássio, cálcio e magnésio na folha, respectivamente. CP-folha, CK-folha, CCa-folha, CMg-folha = conteúdo de fósforo, potássio, cálcio e magnésio na folha, respectivamente. ns = não significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 %; * e ** significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 e 1 %, respectivamente.
51
Tabela 9: Análise descritiva do teor e do conteúdo de P, K, Ca, Mg na casca
para região cacaueira da Bahia:
Variáveis Unidade Mínimo Máximo Média Mediana CV % Normalidade
zona subúmida + úmida
TP-casca g kg-1 0,75 2,29 1,52 1,54 22,00 0,99ns
TK-casca g kg-1 23,02 52,68 37,13 37,13 18,69 0,99ns
TCa-casca g kg-1 1,93 8,32 4,04 3,88 29,79 0,92**
TMg-casca g kg-1 1,90 5,29 3,46 3,42 17,60 0,99ns
CP-casca g por fruto 0,04 0,16 0,09 0,09 31,59 0,95**
CK-casca g por fruto 0,99 4,12 2,20 2,14 28,24 0,98ns
CCa-casca g por fruto 0,08 0,43 0,24 0,23 33,65 0,94**
CMg-casca g por fruto 0,10 0,46 0,21 0,20 30,36 0,94**
zona subúmida
TP-casca g kg-1 0,75 2,29 1,53 1,54 21,98 0,98ns
TK-casca g kg-1 24,10 51,73 38,60 40,07 20,12 0,96ns
TCa-casca g kg-1 2,55 8,32 4,50 4,12 31,43 0,93*
TMg-casca g kg-1 2,47 4,38 3,46 3,51 13,48 0,98ns
CP-casca g por fruto 0,04 0,15 0,08 0,08 31,03 0,96ns
CK-casca g por fruto 0,99 3,35 2,14 2,14 29,70 0,97ns
CCa-casca g por fruto 0,12 0,42 0,25 0,24 34,73 0,93*
CMg-casca g por fruto 0,11 0,28 0,19 0,19 22,62 0,97ns
zona úmida
TP-casca g kg-1 0,93 2,27 1,51 1,53 22,30 0,97ns
TK-casca g kg-1 23,02 52,68 35,70 35,68 16,18 0,97ns
TCa-casca g kg-1 1,93 5,03 3,60 3,70 20,62 0,98ns
TMg-casca g kg-1 1,90 5,29 3,47 3,38 21,02 0,98ns
CP-casca g por fruto 0,05 0,16 0,10 0,09 31,05 0,94ns
CK-casca g por fruto 1,09 4,12 2,27 2,15 26,94 0,97ns
CCa-casca g por fruto 0,08 0,43 0,23 0,22 32,49 0,94ns
CMg-casca g por fruto 0,10 0,46 0,22 0,23 33,38 0,96ns
TP-casca, TK-casca, TCa-casca, TMg-casca = teor de fósforo, potássio, cálcio e magnésio na casca, respectivamente. CP-casca, CK-casca, CCa-casca, CMg-casca = conteúdo de fósforo, potássio, cálcio e magnésio na casca, respectivamente. ns = não significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 %; * e ** significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 e 1 %, respectivamente.
52
Observando o teor e o conteudo de nutrientes nos componentes do fruto,
nota-se que o K é nutriente em todos eles (casca, cotilédone e tegumento) e tanto o
teor, quanto o conteúdo obteceram a seguinte ordem: K-casca>K-cot>K-teg
(Tabelas 9, 10 e 11). Dos outros três macronutrientes analisados no fruto, em média,
o P foi o que menos se acumulou na casca e no tegumento, mas foi o segundo no
cotilédone; o Ca foi o 2º na casca, 3º no tegumento e último no cotilédone; enquanto
o Mg foi o 2º no tegumento, 3º no cotilédone e último na casa (Tabelas 9, 10 e 11).
Desses quatro nutrientes nos componentes do fruto (Tabelas 9, 10 e 11), os
teores e os conteúdos médios ficaram próximos aos medianos, o que mostra
simetria na distribuição dos dados. Enquanto as amplitudes e os coeficientes de
variação (CVs) altos indicam variabilidade alta, apesar de ser um único clone,
porém, em média, essa variabilidade foi menor que a observada para as folhas
(Tabela 8).
Como consequência, há alta variabilidade, altas amplitudos e altos Cvs
(Tabela 12), para o conteúdo desses nutrientes na amêndoa (cotilédone +
tegumento) e no fruto como um todo (amêndoa + casca). Na zona subúmida os
conteúdos na amêndoa e no fruto foram menores que na zona úmida; e as variáveis
CP-am, CK-am, CMg-am, CP-fr, CK-fr, CCa-fr e CMg-fr da zona subúmida
apresentaram distribuição normal com exceção do CCa-am. Em ambas as zonas
observam-se também simetria dos dados, já que os valores de mediana estão
próximos da média.
Em média, os conteúdos de P, K e Mg na amêndoa da zona úmida foram
33,3, 7,0 e 13,3 %, respectivamente, superiores em relação à zona subúmida; sendo
que para o conteúdo destes nutrientes no fruto como um todo, estes valores médios
foram superiores 22,2, 6,7 e 14,7 %, respectivamente, para a zona úmida (Tabela
12), refletindo principalmente o maior acúmulo médio de biomassa do fruto (casca
mais amêndoa) produzido na região mais úmida, que foi de 17,0 e 24,9 % para
casca e amêndoa, respectivamente (Tabela 3).
Para a exportação dos macronutrientes (Tabela 13), comparando as duas
zonas juntas, observa-se que a maioria das variáveis apresentaram uma distribuição
não normal, com exceção de P2O5am, MgOam e MgOfr. De modo geral, essas
variáveis também apresentaram alta variabilidade, com exceção do MgO na
amêndoa que teve um baixo CV; notam-se as maiores médias de exportação para o
53
K2O tanto na amêndoa, quanto na casca e consequentemente no fruto; sendo que a
exportação é a quantidade de nutrientes efetivamente retirada da lavoura (SOUZA
JÚNIOR, 2012), sendo a casca do fruto do cacaueiro considerada um componente
de exportação adicional (SILVA, 2009).
Na zona subúmida (Tabela 14) nota-se que as únicas variáveis que seguiram
distribuição normal foram as exportações de P2O5, K2O e MgO pela amêndoa, sendo
que nessa zona a menor amplitude foi para CaO na amêndoa, apresentando
também a menor média (1,56 kg t-1). Para a zona úmida (Tabela 15), as exportações
via amêndoa, casca e fruto foram menores em relação à zona subúmida. Nota-se
que o K na zona úmida (Tabela 15) foi 13,75 % menor quando comparado com a
zona subúmida. A maior exportação observada para zona úmida foi de P2O5 na
amêndoa sendo superior 3,73 % à zona subúmida. Observando a exportação
(Tabelas 13, 14 e 15) nota-se que o nutriente mais exportado foi o K devido à grande
parte concentrar-se na casca, retornando para lavoura de forma concentrada
(SOUZA JÚNIOR et al., 2012) e o menos exportado foi o Ca. As exprtações de
macronutrientes foram maiores pela casca, em relação à amêndoa. A exportação de
nutriente para o fruto do cupuaçuzeiro, segundo Costa (2006), seguiu a seguinte
ordem: K>Mg>P>Ca, diferente da ordem encontrada nesse estudo para o fruto de
cacau que foi a seguinte: K>P>Mg>Ca.
54
Tabela 10: Análise descritiva do teor e do conteúdo de P, K, Ca, Mg no
cotilédone para região cacaueira da Bahia:
Variáveis Unidade Mínimo Máximo Média Mediana CV % Normalidade
zona subúmida + úmida
TP-cot g kg-1 3,77 6,21 5,04 5,10 11,62 0,98ns
TK-cot g kg-1 7,93 25,14 13,40 13,19 18,19 0,90**
TCa-cot g kg-1 0,36 1,51 0,72 0,67 33,85 0,91**
TMg-cot g kg-1 2,85 4,63 3,61 3,61 8,51 0,98ns
CP-cot g por fruto 0,08 0,38 0,20 0,20 29,91 0,99ns
CK-cot g por fruto 0,28 0,99 0,52 0,53 24,52 0,97ns
CCa-cot g por fruto 0,01 0,07 0,03 0,03 36,64 0,82**
CMg-cot g por fruto 0,05 0,27 0,14 0,14 26,47 0,98ns
zona subúmida
TP-cot g kg-1 3,78 6,21 5,01 5,08 12,75 0,98ns
TK-cot g kg-1 11,75 19,43 14,52 14,18 11,59 0,96ns
TCa-cot g kg-1 0,47 1,51 0,85 0,78 30,65 0,94ns
TMg-cot g kg-1 3,24 4,63 3,77 3,74 7,21 0,96ns
CP-cot g por fruto 0,09 0,29 0,18 0,17 27,53 0,98ns
CK-cot g por fruto 0,28 0,75 0,50 0,51 24,09 0,97ns
CCa-cot g por fruto 0,02 0,07 0,03 0,03 38,04 0,77**
CMg-cot g por fruto 0,07 0,20 0,13 0,13 24,20 0,98ns
zona úmida
TP-cot g kg-1 3,77 6,14 5,07 5,15 10,57 0,98ns
TK-cot g kg-1 7,93 25,14 12,31 12,02 20,94 0,69**
TCa-cot g kg-1 0,36 0,86 0,58 0,58 21,21 0,98ns
TMg-cot g kg-1 2,85 4,11 3,46 3,49 7,55 0,96ns
CP-cot g por fruto 0,08 0,38 0,23 0,23 26,28 0,99ns
CK-cot g por fruto 0,31 0,99 0,54 0,55 24,66 0,95ns
CCa-cot g por fruto 0,01 0,05 0,03 0,03 34,69 0,85**
CMg-cot g por fruto 0,05 0,27 0,16 0,16 25,57 0,97ns
TP-cot, TK-cot, TCa-cot, TMg-cot = teor de fósforo, potássio, cálcio e magnésio no cotilédone, respectivamente. CP-cot, CK-cot, CCa-cot, CMg-cot = conteúdo de fósforo, potássio, cálcio e magnésio no cotilédone, respectivamente. ns não significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 % e ** significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 1 %.
55
Tabela 11: Análise descritiva do teor e do conteúdo de P, K, Ca, Mg no
tegumento para região cacaueira da Bahia:
Variáveis Unidade Mínimo Máximo Média Mediana CV % Normalidade
zona subúmida + úmida
TP-teg g kg-1 0,84 2,24 1,28 1,21 20,34 0,93** TK-teg g kg-1 5,86 15,80 9,07 8,73 17,54 0,93**
TCa-teg g kg-1 1,17 4,33 2,23 2,08 33,32 0,92** TMg-teg g kg-1* 1,77 3,94 2,59 2,57 17,08 0,97ns
CP-teg g por fruto 0,001 0,015 0,009 0,008 33,80 0,97ns
CK-teg g por fruto 0,003 0,111 0,061 0,062 33,81 0,98ns
CCa-teg g por fruto 0,001 0,031 0,014 0,014 35,24 0,96ns
CMg-teg g por fruto 0,001 0,026 0,017 0,017 25,91 0,97ns
zona subúmida
TP-teg g kg-1 0,84 1,74 1,30 1,26 18,65 0,97ns
TK-teg g kg-1 6,57 12,27 9,12 9,07 13,76 0,99ns
TCa-teg g kg-1 1,25 4,33 2,47 2,25 29,97 0,96ns
TMg-teg g kg-1 1,99 3,71 2,65 2,70 14,10 0,97ns
CP-teg g por fruto 0,004 0,014 0,009 0,008 32,46 0,95ns
CK-teg g por fruto 0,030 0,106 0,061 0,062 31,47 0,96ns
CCa-teg g por fruto 0,007 0,031 0,016 0,015 32,37 0,96ns
CMg-teg g por fruto 0,008 0,024 0,017 0,017 23,72 0,97ns
zona úmida
TP-teg g kg-1 0,95 2,24 1,27 1,18 22,12 0,81** TK-teg g kg-1 5,86 15,80 9,02 8,65 20,81 0,90**
TCa-teg g kg-1 1,17 4,04 1,99 1,94 33,77 0,86** TMg-teg g kg-1 1,77 3,94 2,54 2,44 19,70 0,94* CP-teg g por fruto 0,001 0,015 0,009 0,008 35,52 0,97ns
CK-teg g por fruto 0,003 0,111 0,061 0,057 36,38 0,98ns
CCa-teg g por fruto 0,001 0,024 0,013 0,013 34,20 0,93* CMg-teg g por fruto 0,001 0,026 0,017 0,017 28,19 0,95ns
TP-teg, TK-teg, TCa-teg, TMg-teg = teor de fósforo, potássio, cálcio e magnésio no tegumento, respectivamente. CP-teg, CK-teg, CCa-teg, CMg-teg = conteúdo de fósforo, potássio, cálcio e magnésio no tegumento, respectivamente. ns não significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 %, * e ** significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 e 1 %, respectivamente.
56
Tabela 12: Análise descritiva do teor e do conteúdo de P, K, Ca, Mg na
amêndoa e fruto de cacau para região cacaueira da Bahia:
Variáveis Unidade Mínimo Máximo Média Mediana CV % Normalidade
zona subúmida + úmida
CP-am g por fruto 0,09 0,39 0,21 0,21 29,01 0,99ns
CK-am g por fruto 0,31 1,08 0,59 0,59 23,67 0,97ns
CCa-am g por fruto 0,02 0,09 0,04 0,04 29,84 0,86**
CMg-am g por fruto 0,07 0,30 0,16 0,16 24,65 0,97ns
CP-fr g por fruto 0,14 0,55 0,30 0,30 27,32 0,98ns
CK-fr g por fruto 1,32 5,20 2,79 2,72 26,01 0,98ns
CCa-fr g por fruto 0,09 0,50 0,28 0,27 31,34 0,95**
CMg-fr g por fruto 0,20 0,75 0,37 0,36 24,80 0,95**
zona subúmida
CP-am g por fruto 0,09 0,30 0,18 0,18 26,56 0,98ns
CK-am g por fruto 0,32 0,81 0,57 0,58 23,00 0,97ns
CCa-am g por fruto 0,03 0,09 0,05 0,04 29,83 0,85**
CMg-am g por fruto 0,08 0,22 0,15 0,15 22,15 0,97ns
CP-fr g por fruto 0,14 0,43 0,27 0,26 24,71 0,98ns
CK-fr g por fruto 1,32 4,03 2,70 2,69 26,75 0,97ns
CCa-fr g por fruto 0,15 0,48 0,29 0,29 31,34 0,95ns
CMg-fr g por fruto 0,20 0,49 0,34 0,35 19,35 0,98ns
zona úmida
CP-am g por fruto 0,09 0,39 0,24 0,24 25,85 0,99ns
CK-am g por fruto 0,31 1,08 0,61 0,61 24,07 0,96ns
CCa-am g por fruto 0,02 0,07 0,04 0,04 27,42 0,83**
CMg-am g por fruto 0,07 0,30 0,17 0,17 24,50 0,97ns
CP-fr g por fruto 0,17 0,55 0,33 0,33 25,38 0,99ns
CK-fr g por fruto 1,52 5,20 2,88 2,80 25,31 0,96ns
CCa-fr g por fruto 0,09 0,50 0,27 0,26 31,19 0,93*
CMg-fr g por fruto 0,21 0,75 0,39 0,40 26,40 0,95ns
CP-am, CK-am, CCa-am, CMg-am = conteúdo de fósforo, potássio, cálcio, magnésio na amêndoa. CP-fr, CK-fr, CCa-fr, CMg-fr = conteúdo de fósforo, potássio, cálcio, magnésio no fruto. ns não significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 %, * e ** significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 e 1 %, respectivamente.
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Tabela 13: Análise descritiva para exportação pela amêndoa, pela casca e
fruto do cacaueiro, para a zonas subúmida e úmida do sul da Bahia
Variáveis Unidade Mínimo Máximo Média Mediana CV % Normalidade
zona subúmida + úmida
P2O5am kg t-1 7,60 13,30 10,27 10,40 11,64 0,99ns
K2Oam kg t-1 10,10 26,20 15,31 15,20 15,59 0,92**
CaOam kg t-1 0,70 2,80 1,31 1,20 34,50 0,91**
MgOam kg t-1 4,50 7,00 5,73 5,70 7,65 0,97ns
P2O5cas kg t-1 2,10 12,60 4,59 4,30 37,56 0,86**
K2Ocas kg t-1 34,30 118,80 57,95 56,40 25,56 0,94**
CaOcas kg t-1 3,20 24,40 7,43 7,00 41,77 0,81**
MgOcas kg t-1 3,40 15,20 7,48 7,50 26,22 0,95**
P2O5 fr kg t-1 9,90 24,80 14,86 14,60 17,49 0,94**
K2O fr kg t-1 47,10 137,90 73,26 71,70 21,86 0,94**
CaO fr kg t-1 4,20 26,40 8,74 8,10 38,63 0,83**
MgO fr kg t-1 8,00 20,60 13,21 13,10 15,95 0,98ns
P2O5am, K2Oam, CaOam e MgOam = P2O5, K2O, CaO e MgO exportados pela amêndoa; P2O5cas, K2Ocas, CaOcas e MgOcas = P2O5, K2O, CaO e MgO exportados pela casca; P2O5fr, K2Ofr, CaOfr e MgOfr = P2O5, K2O, CaO e MgO exportados pelo fruto. ns não significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 % e ** significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 1 %.
Tabela 14: Análise descritiva para exportação pela amêndoa, pela casca e
fruto do cacaueiro, para a zona subúmida do sul da Bahia
Variáveis Unidade Mínimo Máximo Média Mediana CV % Normalidade
zona subúmida
P2O5am kg t-1 7,60 12,70 10,07 10,10 12,27 0,98ns
K2Oam kg t-1 13,20 21,30 16,41 16,10 9,97 0,97ns
CaOam kg t-1 1,00 2,80 1,56 1,50 28,17 0,94*
MgOam kg t-1 5,30 7,00 5,95 5,90 6,19 0,96ns
P2O5cas kg t-1 2,50 12,60 4,77 4,70 37,86 0,78**
K2Ocas kg t-1 34,30 118,80 62,34 60,00 25,84 0,93*
CaOcas kg t-1 3,70 24,40 8,54 7,90 42,84 0,79**
MgOcas kg t-1 4,10 15,20 7,74 7,90 23,78 0,86**
P2O5 fr kg t-1 10,40 24,80 14,85 14,50 18,51 0,89**
K2O fr kg t-1 49,00 137,90 78,75 77,10 21,19 0,93*
CaO fr kg t-1 5,00 26,40 10,10 9,40 38,15 0,81**
MgO fr kg t-1 10,20 20,60 13,68 13,90 13,47 0,91** P2O5am, K2Oam, CaOam e MgOam = P2O5, K2O, CaO e MgO exportados pela amêndoa; P2O5cas, K2Ocas, CaOcas e MgOcas = P2O5, K2O, CaO e MgO exportados pela casca; P2O5fr, K2Ofr, CaOfr e MgOfr = P2O5, K2O, CaO e MgO exportados pelo fruto. ns não significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 %, * e ** significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 e 1 %, respectivamente.
58
Tabela 15: Análise descritiva para exportação pela amêndoa, pela casca e
fruto do cacaueiro, para a zona úmida do sul da Bahia
Variáveis Unidade Mínimo Máximo Média Mediana CV % Normalidade
zona úmida
P2O5am kg t-1 7,70 13,30 10,46 10,55 10,87 0,98ns
K2Oam kg t-1 10,10 26,20 14,23 13,95 17,74 0,75** CaOam kg t-1 0,70 2,50 1,07 1,00 29,68 0,77** MgOam kg t-1 4,50 6,40 5,53 5,60 7,33 0,94* P2O5cas kg t-1 2,10 9,60 4,41 4,25 37,23 0,91** K2Ocas kg t-1 35,30 86,80 53,68 53,95 22,67 0,95ns
CaOcas kg t-1 3,20 11,00 6,35 5,70 30,71 0,93* MgOcas kg t-1 3,40 12,00 7,22 7,15 28,57 0,97ns
P2O5 fr kg t-1 9,90 20,40 14,86 14,70 16,68 0,97ns
K2O fr kg t-1 47,10 103,80 67,92 67,95 19,91 0,95ns
CaO fr kg t-1 4,20 13,50 7,42 6,70 29,21 0,93*
MgO fr kg t-1 8,00 17,60 12,76 12,50 17,77 0,97ns
P2O5am, K2Oam, CaOam e MgOam = P2O5, K2O, CaO e MgO exportados pela amêndoa; P2O5cas, K2Ocas, CaOcas e MgOcas = P2O5, K2O, CaO e MgO exportados pela casca; P2O5fr, K2Ofr, CaOfr e MgOfr = P2O5, K2O, CaO e MgO exportados pelo fruto. ns não significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 %, * e ** significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 e 1 %, respectivamente.
O teor de fósforo (P) no solo para zona subúmida apresentou alta correlação
(p<0,01) com o teor e conteúdo na casca e conteúdo no fruto, e também se
correlacionou significativamente (p<0,05) com o teor na folha, teor no cotilédone e
teor no tegumento (Tabela 16). Gonçalves et al. (1986) constataram que a
disponibilidade de P em mudas de Eucalyptus grandis, em solos da região do
cerrado, correlação significativa entre o conteúdo de P na parte aérea e a produção
de matéria seca com os teores de P no solo. O teor na folha se correlacionou com
teor no tegumento (p<0,01) e com teor na casca e conteúdo no tegumento (p<0,05).
Na zona subúmida o conteúdo de P na amêndoa e no fruto se correlacionaram
melhor com os conteúdos na casca, no cotilédone e no tegumento. Na zona úmida o
teor de P no solo não se correlacionou significativamente com os componentes da
planta e o teor na folha, apenas se correlacionou com seu conteúdo foliar; o teor na
casca teve uma alta correlação (p<0,01) com o teor no cotilédone, independente da
região. Observam-se muitas correlações significativas para conteúdo de P entre os
diferentes componentes do fruto, sendo estas correlações, de modo geral, maiores
para a zona subúmida.
Para as zonas em conjunto (Tabela 17), o teor de potássio (K) no solo se
correlacionou significativamente com seus teores na folha (p<0,05) e na casca
59
(p<0,01); já o teor de K na folha se correlacionou significativamente com seu
conteúdo (p<0,05) e seus teores na casca e no tegumento (p<0,05). Para a zona
subúmida, o teor de K no solo apresentou correlação significativa com seu teor na
casca e no tegumento, enquanto seu teor da folha se correlacionou
significativamente apenas com seu conteúdo foliar. Na zona úmida, foram
observadas correlações significativas para os teores de K no solo, na folha e na
casca. Independente da zona ocorreu, de modo geral, correlações significativas
entre os conteúdos de K nos diferentes componentes do fruto: casca, cotilédone,
tegumento, amêndoa (cotilédone + tegumento) e fruto (casca + amêndoa).
Observando os teores e conteúdos de cálcio (Ca), tabela 18, nota-se que o
teor de Ca no solo, quando observada as zonas em conjunto apenas se
correlacionou (p<0,01) com o teor na casca, entretanto quando observada
separadamente as zonas, nota-se que o teor de Ca no solo se correlacionou mais
com os compartimentos da planta na zona subúmida do que na zona úmida, tendo o
teor de Ca no solo para zona úmida se correlacionando negativamente com o
conteúdo na amêndoa (-0,33). Barreto et al. (2006), estudando três tipos de sistema
de uso de solo, constataram que o sistema agroflorestal apresentou maiores teores
de Ca, devido a uma correção dois meses antes da coleta, com fosfato de cálcio,
entretanto o solo sob pastejo provavelmente recebeu essa contribuição, uma vez
que anterior a sua implantação, essa área era utilizada com a cultura do cacau. Já o
solo de mata apresentou menores teores, já sendo esperado, uma vez que neste
sistema o que está disponível no solo provavelmente esteja sendo absorvido pela
vegetação, que por sua vez retorna para o solo. O teor da Ca na folha teve boas
correlações com as partes do fruto principalmente com teor na casca, teor no
cotilédone e teor e conteúdo no tegumento; os teores na casca e no cotilédone se
correlacionaram com todas as variáveis. Na zona úmida, o teor de Ca no solo se
correlacionou apenas com o conteúdo na amêndoa (p<0,05), o teor na folha além de
se correlacionar com seu conteúdo também se correlacionou com o teor na casca,
entretanto o teor na casca se correlacionou com o teor no cotilédone e no tegumento
e conteúdo no fruto. O teor no cotilédone se correlacionou com todas as variáveis,
com exceção de teor no solo e folha e conteúdo na folha. Nota-se para o nutriente
Ca maiores correlações dos compartimentos dos frutos para zona úmida.
60
Tabela 16: Coeficientes de correlação linear de Pearson entre os teores (T) e
conteúdos (C) de P extraídos das cascas (Ca), dos tegumentos (Te), dos
cotilédones (Co), dos solos (So), das amêndoas (Am), dos frutos (Fr) e das folhas
(Fo) de cacaueiro
P
Variáveis analisadas
zona subúmida + úmida
TFo CFo TCa CCa TCo CCo TTe CTe CAm CFr
TSo 0,00ns -0,21ns 0,33** 0,17ns 0,27* -0,06ns 0,27* 0,11ns -0,04ns 0,02ns
TFo
0,74** 0,13ns 0,32** 0,17ns 0,44** 0,00ns 0,01ns 0,42** 0,42**
CFo
0,04ns 0,18ns 0,07ns 0,33** -0,14ns -0,10ns 0,31** 0,29*
TCa
0,55** 0,70** -0,02ns 0,32** 0,02ns -0,03ns 0,18ns
CCa
0,52** 0,61** 0,05ns 0,25* 0,61** 0,81**
TCo
0,22ns 0,32** 0,10ns 0,22ns 0,35**
CCo
-0,15ns 0,31** 1,00** 0,96**
TTe
0,41** -0,14ns -0,09ns
CTe
0,36** 0,35**
CAm 0,96**
zona subúmida
TFo CFo TCa CCa TCo CCo TTe CTe CAm CFr
TSo 0,36* -0,19ns 0,42** 0,54** 0,40* 0,28ns 0,34* 0,28ns 0,31ns 0,44**
TFo
0,54** 0,40* 0,14ns 0,25ns 0,03ns 0,45** 0,35* 0,05ns 0,09ns
CFo
0,10ns -0,01ns 0,05ns -0,10ns 0,13ns 0,19ns -0,07ns -0,07ns
TCa
0,69** 0,66** 0,07ns 0,39* 0,12ns 0,07ns 0,32ns
CCa
0,62** 0,56** 0,33* 0,28ns 0,55** 0,79**
TCo
0,36* 0,17ns 0,16ns 0,38* 0,51**
CCo
0,21na 0,45** 0,99** 0,95**
TTe
0,67** 0,23ns 0,29ns
CTe
0,49** 0,47**
CAm 0,95**
zona úmida
TFo CFo TCa CCa TCo CCo TTe CTe CAm CFr
TSo 0,02ns -0,06ns 0,22ns -0,23ns 0,08ns -0,26ns 0,19ns -0,17ns -0,25ns -0,27ns
TFo
0,70** 0,08ns 0,31ns 0,14ns 0,32ns -0,20ns -0,15ns 0,29ns 0,32ns
CFo
0,05ns 0,15ns 0,06ns 0,25ns -0,29ns -0,28ns 0,22ns 0,21ns
TCa
0,47** 0,76** -0,08ns 0,26ns -0,08ns -0,09ns 0,12ns
CCa
0,43** 0,62** -0,14ns 0,24ns 0,62** 0,82**
TCo
0,10ns 0,49** 0,04ns 0,08ns 0,23ns
CCo
-0,38* 0,31ns 1,00** 0,95**
TTe
0,20ns -0,37* -0,31ns
CTe
0,36* 0,35*
CAm 0,95** ns
não significativo pelo teste t a 5 % de significância, * significativo pelo teste t a 5 % de significância e ** altamente significativo pelo teste t a 1 % de significância.
61
Tabela 17: Coeficientes de correlação linear de Pearson entre os teores (T) e
conteúdos (C) de K extraídos das cascas (Ca), dos tegumentos (Te), dos
cotilédones (Co), dos solos (So), das amêndoas (Am), dos frutos (Fr) e das folhas
(Fo) de cacaueiro
K
Variáveis analisadas
zona subúmida + úmida
TFo CFo TCa CCa Tco CCo TTe CTe CAm CFr
TSo 0,25* 0,07ns 0,44** 0,14ns 0,07ns -0,05ns 0,13ns -0,06ns -0,05ns 0,11ns
TFo
0,67** 0,27* 0,22ns -0,11ns 0,01ns 0,23* 0,08ns 0,02ns 0,19ns
CFo
0,07ns 0,07ns -0,20ns -0,06ns -0,07ns -0,10ns 0,02ns 0,05ns
TCa
0,48** 0,09ns 0,10ns 0,19ns 0,01ns 0,10ns 0,43**
CCa
-0,19ns 0,69** 0,09ns 0,32** 0,69** 0,99**
TCo
-0,11ns 0,37** 0,13ns -0,08ns -0,18ns
CCo
-0,05ns 0,41** 0,85** 0,78**
TTe
0,46** 0,01ns 0,08ns
CTe
0,53** 0,38**
CAm 0,79**
zona subúmida
TFo CFo TCa CCa Tco CCo TTe CTe CAm CFr
TSo 0,18ns -0,18ns 0,40* 0,41* 0,13ns 0,17ns 0,44** 0,31ns 0,21ns 0,40*
TFo
0,71** 0,26ns 0,07ns 0,08ns -0,13ns 0,41* 0,22ns -0,10ns 0,04ns
CFo
-0,05ns -0,14ns 0,00ns -0,21ns 0,18ns 0,14ns -0,17ns -0,15ns
TCa
0,72** 0,15ns 0,33* 0,29ns 0,11ns 0,32ns 0,69**
CCa
-0,08ns 0,62** 0,31ns 0,31ns 0,62** 0,99**
TCo
0,10ns -0,01ns -0,03ns 0,08ns -0,05ns
CCo
0,10ns 0,41* 0,99** 0,72**
TTe
0,61** 0,18ns 0,31ns
CTe
0,53** 0,37*
CAm 0,73**
zona úmida
TFo CFo TCa CCa Tco CCo TTe CTe CAm CFr
TSo 0,32* 0,22ns 0,58** 0,07ns 0,08ns -0,06ns 0,10ns -0,11ns -0,08ns 0,04ns
TFo
0,59** 0,46** 0,35* -0,03ns 0,07ns 0,14ns -0,04ns 0,05ns 0,30ns
CFo
0,38* 0,26ns -0,23ns 0,04ns -0,25ns -0,33* -0,02ns 0,22ns
TCa
0,23ns -0,13ns -0,08ns 0,11ns -0,11ns -0,09ns 0,18ns
CCa
-0,22ns 0,76** -0,06ns 0,34* 0,75** 0,99**
TCo
-0,13ns 0,58** 0,23ns -0,08ns -0,20ns
CCo
-0,14ns 0,42** 0,99** 0,84**
TTe
0,39* -0,07ns -0,06ns
CTe
0,55** 0,39*
CAm 0,83** ns
não significativo pelo teste t a 5 % de significância, * significativo pelo teste t a 5 % de significância e ** altamente significativo pelo teste t a 1 % de significância.
62
Tabela 18: Coeficientes de correlação linear de Pearson entre os teores (T) e
conteúdos (C) de Ca extraídos das cascas (Ca), dos tegumentos (Te), dos
cotilédones (Co), dos solos (So), das amêndoas (Am), dos frutos (Fr) e das folhas
(Fo) de cacaueiro
ns não significativo pelo teste t a 5 % de significância, * significativo pelo teste t a 5 % de significância
e ** altamente significativo pelo teste t a 1 % de significância
Ca
Variáveis analisadas
zona subúmida + úmida
TFo CFo TCa CCa TCo CCo TTe CTe CAm CFr
TSo 0,17ns 0,17ns 0,33** 0,14ns 0,15ns 0,00ns 0,14ns -0,01ns -0,06ns 0,12ns
TFo
0,89** 0,56** 0,19ns 0,47** 0,09ns 0,50** 0,32** 0,21ns 0,20ns
CFo
0,58** 0,24* 0,38** 0,06ns 0,39** 0,27* 0,16ns 0,24* TCa
0,68** 0,55** 0,23* 0,45** 0,36** 0,36** 0,66**
CCa
0,28* 0,53** 0,10ns 0,35** 0,55** 0,99** TCo
0,53** 0,43** 0,44** 0,60** 0,34**
CCo
-0,06ns 0,35** 0,86** 0,62** TTe
0,49** 0,18ns 0,12ns
CTe
0,68** 0,43** CAm 0,65**
zona subúmida
TFo CFo TCa CCa TCo CCo TTe CTe CAm CFr
TSo 0,18ns -0,04ns 0,53** 0,33* 0,36* 0,17ns 0,22ns 0,16ns 0,15ns 0,34*
TFo
0,85** 0,44** 0,28ns 0,23ns 0,06ns 0,51** 0,37* 0,18ns 0,30ns
CFo
0,51** 0,37* 0,18ns 0,05ns 0,30ns 0,27ns 0,15ns 0,37*
TCa
0,83** 0,46** 0,16ns 0,33* 0,27ns 0,32ns 0,81** CCa
0,25ns 0,37* 0,09ns 0,20ns 0,38* 0,99**
TCo
0,63** 0,26ns 0,31ns 0,60** 0,33* CCo
-0,06ns 0,30ns 0,86** 0,48**
TTe
0,63** 0,24ns 0,12ns
CTe
0,67** 0,28ns
CAm 0,50**
zona úmida
TFo CFo TCa CCa TCo CCo TTe CTe CAm CFr
TSo 0,16ns 0,14ns 0,07ns -0,07ns -0,18ns -0,20ns 0,06ns -0,22ns -0,33* -0,10ns
TFo
0,90** 0,52** -0,03ns 0,13ns -0,07ns 0,27ns -0,20ns -0,13ns -0,05ns
CFo
0,48** -0,03ns 0,08ns -0,09ns 0,27ns -0,11ns -0,16ns -0,05ns
TCa
0,47** 0,39* 0,14ns 0,50** 0,28ns 0,25ns 0,46**
CCa
0,35* 0,74** 0,06ns 0,53** 0,80** 1,00** TCo
0,44** 0,51** 0,37* 0,51** 0,38*
CCo
-0,17ns 0,37* 0,87** 0,77** TTe
0,18ns -0,09ns 0,04ns
CTe
0,63** 0,58** CAm 0,84**
63
Nota-se que nas zonas em conjunto o teor de Mg no solo (Tabela 19) não se
correlacionou com os teores e os conteúdos na planta; o teor na folha apenas se
correlacionou com seu teor e conteúdo no tegumento; o teor na casca se
correlacionou com o teor no tegumento e conteúdo no fruto (p<0,05), além de se
correlacionar com seu conteúdo (p<0,01); o teor de Mg no cotilédone se
correlacionou positivamente com teor no tegumento (p<0,05) e negativamente com
conteúdo na amêndoa e fruto; o teor no tegumento se correlacionou negativamente
com seu conteúdo na amêndoa e no fruto (p<0,05). Na zona subúmida, o teor de Mg
no solo se correlacionou com o teor na folha e os conteúdos no cotilédone e na
amêndoa (p<0,05), o teor na folha apenas se correlacionou com seu conteúdo,
igualmente ao teor na casca que se correlacionou com seu conteúdo; o conteúdo no
tegumento se correlacionou com conteúdo na amêndoa. Na zona úmida, o teor de
Mg no solo se correlacionou (p<0,05) apenas com o teor no cotilédone; o teor na
folha se correlacionou com seu conteúdo e teor na casca, o teor na casca se
correlacionou com seu conteúdo, teor no tegumento e conteúdo no fruto; em contra
partida o conteúdo de Mg na casca se correlacionou com o conteúdo no tegumento,
amêndoa e fruto (p<0,01), conteúdo no cotilédone teve boas correlações com o
conteúdo no tegumento (p<0,05) e conteúdo na amêndoa e fruto (p<0,01). De
maneira geral, as correlações de Mg na zona úmida foram menores que na zona
subúmida.
64
Tabela 19: Coeficientes de correlação linear de Pearson entre os teores (T) e
conteúdos (C) de Mg extraídos das cascas (Ca), dos tegumentos (Te), dos
cotilédones (Co), dos solos (So), das amêndoas (Am), dos frutos (Fr) e das folhas
(Fo) de cacaueiro
Mg
Variáveis analisadas
zona subúmida + úmida
TFo CFo TCa CCa TCo CCo TTe CTe CAm CFr
TSo 0,09ns 0,09ns -0,01ns -0,09ns 0,10ns -0,01ns -0,08ns -0,13ns -0,01ns -0,07ns
TFo
0,79** 0,22ns -0,02ns 0,10ns -0,15ns 0,26* 0,11ns -0,14ns -0,07ns
CFo
0,29ns 0,01ns -0,04ns -0,13ns 0,31** 0,13ns -0,11ns -0,04ns
TCa
0,45** 0,07ns -0,05ns 0,28* 0,07ns -0,04ns 0,28*
CCa
-0,28* 0,63** -0,17ns 0,29* 0,62** 0,94**
TCo
-0,31** 0,26* 0,13ns -0,26* -0,31**
CCo
-0,42* 0,37** 0,99** 0,85**
TTe
-0,31** -0,40** -0,30**
CTe
0,46** 0,40**
CAm 0,85**
zona subúmida
TFo CFo TCa CCa TCo CCo TTe CTe CAm CFr
TSo 0,36* 0,27ns 0,05ns -0,22ns 0,01ns -0,33* -0,13ns -0,19ns -0,33* -0,32ns
TFo
0,73** -0,07ns 0,11ns -0,18ns 0,06ns 0,17ns 0,04ns 0,04ns 0,09ns
CFo
0,00ns 0,12ns -0,28ns 0,00ns 0,17ns 0,13ns -0,01ns 0,08ns
TCa
0,38* 0,12ns -0,20ns 0,02ns -0,11ns -0,20ns 0,14ns
CCa
-0,32ns 0,48** -0,30ns 0,13ns 0,48** 0,90**
TCo
-0,12ns 0,03ns 0,10ns -0,08ns -0,26ns
CCo
-0,21ns 0,37* 0,99** 0,81**
TTe
0,20ns -0,20ns -0,30ns
CTe
0,45** 0,32ns
CAm 0,82**
zona úmida
TFo CFo TCa CCa TCo CCo TTe CTe CAm CFr
TSo -0,06ns 0,01ns -0,04ns -0,10ns 0,33* 0,09ns -0,03ns -0,08ns 0,09ns -0,04ns
TFo
0,87** 0,56** 0,11ns -0,06ns -0,10ns 0,32* 0,14ns -0,07ns 0,04ns
CFo
0,50** 0,07ns -0,13ns -0,09ns 0,38* 0,09ns -0,06ns 0,01ns
TCa
0,50** 0,06ns 0,02ns 0,40* 0,17ns 0,04ns 0,35*
CCa
-0,10ns 0,65** -0,08ns 0,43** 0,65** 0,95**
TCo
-0,21ns 0,38* 0,09ns -0,17ns -0,14ns
CCo
-0,51** 0,46** 0,99** 0,85**
TTe
-0,20ns -0,49** -0,26ns
CTe
0,55** 0,52**
CAm 0,85** ns
não significativo pelo teste t a 5 % de significância, * significativo pelo teste t a 5 % de significância e ** altamente significativo pelo teste t a 1 % de significância.
65
3.4 CONCLUSÕES
Houve muitas variações na disponibilidade de macronutrientes nos solos
estudados, bem como no teor e no conteúdo dos mesmos nas folhas e nos
compartimentos do fruto.
Independente das zonas, o teor de K foi o mais expressivo para os
compartimentos da planta (folha, casca, cotilédone e tegumento).
Os teores de P, Ca e Mg no solo pouco se correlacionaram com os
componentes da planta.
Os teores de K, Ca e Mg na casca foram muito superiores aos encontrados
no tegumento e cotilédone.
O teor de P foi superior no cotilédone em comparação com a casca e
tegumento.
De modo geral, para os macronutrientes analisados, independente das zonas,
houve correlações significativas entre os conteúdos nos componentes do
fruto.
66
3.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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70
4. Capítulo 2 - Fertilidade do solo e partição de micronutrientes em cacaueiros
Resumo
Os micronutrientes têm importância direta no crescimento e no desenvolvimento do cacaueiro. Esses elementos participam de processos fisiológicos na planta, que estão diretamente associados ao metabolismo vegetal e também podem atuar no controle e resistência a doenças fúngicas. O objetivo deste estudo foi quantificar micronutrientes na folha e fruto (casca e semente: cotilédone + tegumento) de cacaueiro e correlacioná-los com disponibilidade dos mesmos no solo, em lavouras comerciais. A área de estudo abrange duas zonas climáticas: úmida e úmida a subúmida da região cacaueira da Bahia. Foram selecionadas dez propriedades rurais, em cada zona. Em cada propriedade, selecionaram-se quatro plantas (clone PH16) com idade superior a seis anos, em situações topográficas e edáficas distintas. Foram coletadas oito folhas sadias e quatro frutos maduros de cada planta, para determinação de Cu, Fe, Zn e Mn. Para análise química de solo foram coletadas 12 amostras simples, num raio de 1,5 a 2,0 m do caule, na camada de 0-0,10 m; foram determinados: pH (CaCl2); Cu, Fe, Zn e Mn extraídos por Mehlich-1; fósforo remanescente (P-rem) e matéria orgânica. Foram realizadas estatísticas descritivas, teste de normalidade de Shapiro-Wilks e análise de correlação de Pearson utilizando o procedimento CORR do SAS. Houve grande variação nos teores dos micronutrientes catiônicos disponíveis nos solos estudados, bem como nos teores e nos conteúdos dos mesmos nas folhas e nos compartimentos do fruto. As correlações entre micronutrientes no solo, nas folhas e nos compartimentos do fruto variaram de acordo com o nutriente e a região, sendo que de modo geral houve boas correlações entre os conteúdos dos micronutrientes nos compartimentos do fruto, independente da região. O Mn foi o micronutriente que mais se acumulou nas folhas e nos compartimentos do fruto (casca, tegumento e cotilédone), independe da zona climática, consequentemente foi o mais exportado. Os teores e os conteúdos dos micronutrientes nos compartimentos do fruto foram, em média, maiores na região subúmida em relação à região úmida. Os teores dos micronutrientes no tegumento e na casca foram muito superiores aos encontrados no cotilédone. Palavras-chave: exportação de nutrientes, disponibilidade de nutrientes no solo.
71
4. CHAPTER 2 - SOIL FERTILITY AND PARTITION OF MICRONUTRIENT IN
CACAO TREES
ABSTRACT
Micronutrients have critical importance in the growth and development of cacao
trees. These elements participate in physiological processes in the plant, which are
directly associated with plant metabolism and may also have activity in the control
and resistance to fungal diseases. The aim of this study was to quantify
micronutrients in leaf and fruit (peel and seed: cotyledon + seed coat) of cocoa and
correlate them with the availability of the same soil in commercial fields. The study
area covers two climatic zones, humid and sub-humid in the cocoa region of Bahia.
Ten farms were selected in each zone. In each farm, four plants (clone PH16) over
the age of six years in different topographic and edaphic situations were selected.
We collected eight healthy leaves and four ripe fruits from each plant for
determination of Cu, Fe, Zn and Mn. For soil chemical analysis were collected 12
simple samples within 1.5 to 2.0 m from the stem at 0-0.10 m layer, the findings
were: pH (CaCl2), Cu, Fe, Zn and Mn extracted by Mehlich-1 and remaining
phosphorus (P-rem) and organic matter. Descriptive statistics, the Shapiro-Wilks
normality test and Pearson correlation analysis using the SAS CORR procedure
were carried out. There was wide variation in the levels of available nutrients in the
soils, as well as the nutrients levels and the contents in leaves and in the fruit
compartments. The correlations between nutrients in the soil, leaves and fruit
compartments have varied according to the nutrient and the region, and in general
there was good correlation between the content of nutrients in the fruit
compartments, regardless of region. The Mn was the micronutrient that most has
accumulated in the leaves and fruit compartments (peel, seed coat and cotyledon),
independent of climate zone, consequently was the most exported. The levels and
contents of micronutrients in the compartments of the fruit were on average higher in
the sub-humid region in relation to the humid region. The levels of micronutrients in
the tegument and peel were much higher than those found in the cotyledon.
Keywords: export of nutrients, nutrient availability in the soil.
72
4.1 Introdução
Os micronutrientes têm importância direta no crescimento e desenvolvimento
do cacaueiro, eles participam de importantes processos fisiológicos na planta, sendo
que alguns destes estão diretamente associados ao controle e resistência a
doenças, nesse caso em especial, a vassoura-de-bruxa (Moniliophthora perniciosa
(Stahel)) (ZAMBOLIM; VENTURA, 1996). Micronutrientes, como por exemplo o
manganês (Mn), podem estar associados a substâncias indutoras de resistência,
onde agem como co-fatores de enzimas e na produção de compostos fenólicos
(Aguilar e Resende, 2001). Em pesquisas realizadas por Aguilar (1999) e Nakayama
et al. (1998) foram observados efeitos positivos do Mn, em pulverização foliar e
solução nutritiva, na proteção contra a vassoura-de-bruxa, produzindo uma
resistência parcial contra a doença.
O cultivo do cacaueiro predominante em solos de média à alta fertilidade na
Bahia inibiu as pesquisas com micronutrientes na região. Porém, os solos do sul da
Bahia, em sua maioria, possuem teores bastante variados de micronutrientes e o
cultivo do cacaueiro em solos de menor fertilidade, associado ao uso intensivo de
corretivos e de adubos apenas com macronutrientes, às exportações da cultura e às
perdas naturais de nutrientes podem causar deficiência de micronutrientes para a
cultura (SANTANA; IUGE, 1979; NAKAYAMA et al., 1986)
A composição química tanto quanto o acúmulo de nutrientes em folhas e
frutos são informações fundamentais para se conhecer as exigências nutricionais de
uma planta, que podem servir como subsídio para estimar a quantidade dos
nutrientes a ser fornecida às plantas por meio da adubação (LAVIOLA et al., 2008).
Sendo importante conhecer as quantidades dos nutrientes que são absorvidos pelas
plantas, exportadas na colheita e os resíduos que ficam nos restos de cultura, que
pela ciclagem podem voltar ao solo reduzindo a adição de adubo requerido
(NAKAYAMA, 2001). Além disso, a composição química da folha do cacaueiro pode
definir limites de interpretação das faixas dos teores adequados na matéria seca.
Barretto et al. (2012) encontraram valores médios de micronutrientes ao
avaliar os nutrientes nas amêndoas de cacau, chegando a teores médios de Fe, Zn,
Cu e Mn, respectivamente, de 570,3; 241,7; 49,2; 25,8 mg kg-1 e concluindo que os
73
teores encontrados estão dentro do limite recomendado nos padrões de identidade e
qualidade do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Dessa maneira, a quantificação de nutrientes minerais no fruto e na folha do
cacaueiro, associando a sua disponibilidade no solo, permitem compreender a
distribuição dos nutrientes em importantes órgãos da planta e como cada parte se
correlaciona com a disponibilidade de nutrientes no solo, além de possibilitar estimar
a exportação de nutrientes. Laviola e Dias (2008) afirmaram que o conhecimento
das necessidades nutricionais de uma cultura é essencial para recomendação da
adubação, através da estimativa do acúmulo de nutrientes nas folhas, nos frutos e
pela extração realizada na colheita.
O objetivo deste estudo foi quantificar micronutrientes na folha e fruto (casca
e amêndoa: cotilédone + tegumento) de cacaueiro e correlacioná-los com a
disponibilidade dos mesmos no solo, em lavouras comerciais.
4.2 Material e Métodos
Foram selecionadas 20 propriedades rurais no sul da Bahia que possuem
lavoura cacaueira e utilizam como material genético o clone PH16 (tolerante a
vassoura-de-bruxa) em sistema agrossilvicultural. Sendo que dessas propriedades
selecionadas 10 estão localizadas em zona úmida, que não possui estação seca
definida e se enquadra em sete tipos climáticos segundo Thornthwaite: B4r A’, B3r A’,
B2r A’, B2r B’, B1r A’, B1r’ A’ e B1w A’; e 10 em zona úmida a subúmida, doravante
chamada apenas de subúmida, que possui um a dois meses de seca e se enquadra
em quatro tipos climáticos: C2d A’, C2d’ A’, C2d B’ e C2w A’, tabela 1 (SEI, 2007). Na
tabela 2 estão relacionados os municípios, as zonas e o número de fazendas
selecionadas. Em cada fazenda foram selecionadas quatro plantas, clone PH16, com
idade superior a seis anos, em situações topográficas e edáficas distintas.
Análise química das folhas: de cada planta foram coletadas oito folhas
diagnóstico, caracterizada segundo Sodré et al. (2002), como terceira folha a partir
do ápice de ramo recém amadurecido, sem lançamentos recentes. As folhas foram
coletas no período de janeiro e fevereiro de 2012, acondicionadas em sacos de
papel, em seguida foram lavadas com água destilada e secas em estufa de
74
circulação de ar, a 60 ºC por 48 h, depois foram pesadas, trituradas em moinho de
facas e armazenadas em tubos coletores para posterior digestão.
Pesaram-se 0,20 g das folhas já moídas, que foram digeridas utilizando-se 4 mL
de ácido nítrico e 3 mL de peróxido de hidrogênio. Levou-se o material para o bloco
digestor com temperatura inicial de 50 °C por 30 minutos e, temperatura final de 120 °C
por 90 minutos. As amostras foram feitas em duplicatas, avolumadas em tubos falcon
para 14 mL, e posteriormente procederam-se às leituras de Mn, Cu, Zn e Fe no aparelho
de espectrometria de emissão atômica plasma acoplado indutivamente (ICP OES).
Tabela 1: Caracterização climática das zonas úmida e úmida a subúmida do
sul da Bahia
Zonas Climáticas Precipitação
média (mm ano-1) Déficit
hídrico (mm) Excedente hídrico
(mm ano-1)
Úmida > 2000 0 a 345 200 a 1409
Úmida a subúmida (subúmida) 1100 a 2000 3 a 426 22 a 424 Fonte: SEI (2007).
Tabela 2: Relação dos Municípios do sul da Bahia onde estão localizadas as
propriedades rurais selecionadas para este estudo
Zonas Cidades Fazendas
Úmida
Camacã Nossa Senhora de Fátima
Piraí do Norte Deus que me deu
Igrapiúna Santo Antônio
Nova Ibiá São Rafael
Ibirapitanga São Domingos 2
Maraú Moeda
Santa Luzia Bom Retiro
Itabuna Nova Vida
Arataca Ubirajara
Uruçuca Leolinda
Subúmida
Barra do Rocha Bela Floresta
Ibirataia Lajedo do Ouro
Itagibá São Domingos 1
Jequié São Domingos 4
Itagi Jacarandá
Ibirataia Bom futuro
Ipiaú Sucuriú
Ibirataia São José
Ibirataia Canaã
Itagibá Oceania
75
Análise química dos frutos: foram coletados quatro frutos maduros de cada
planta, sendo separados em casca e amêndoas, que foram levados para estufa a 60
°C onde permaneceram por um período de 5 dias para secagem. Depois de secas,
as amêndoas foram separadas em cotilédones e tegumentos com auxílio de um
bisturi. Após a secagem, as cascas, os cotilédones e os tegumentos foram pesados,
triturados e digeridos, utilizando-se 0,2 g dos materiais, os quais passaram por
digestão semelhante às amostras de folha, e, posteriormente, procederam-se às
leituras de Mn, Cu, Zn e Fe em ICP OES.
Análise química dos solos: para análise química foram coletadas 12
amostras simples de solo para formar uma composta, num raio de 1,5 a 2,0 m do
caule, na camada de 0-0,10 m, sendo considerada a profundidade de amostragem
mais apropriada para avaliar a fertilidade do solo em lavouras cacaueiras (DANTAS,
2011). As amostras foram secas ao ar e passadas em peneira de 2 mm de abertura
de malha, constituindo-se em terra fina seca ao ar (TFSA). Determinaram-se: pH
(CaCl2) nas proporções de 10 cm3 de solo e 25 ml de CaCl2 0,01 mol L-1; teores de
Mn, Cu, Zn e Fe, extraídos por Mehlich-1 (HCl 0,05 mol L-1 e H2SO4 0,0125 mol L-1)
na proporção 1:10 (solo:solução); os sobrenadantes resultantes foram filtrados e os
nutrientes foram dosados por espectrometria de absorção atômica. Determinaram-se
também: fósforo remanescente (P-rem) e matéria orgânica (MO) (EMBRAPA, 2011).
Análise estatística: foram realizadas estatísticas descritivas: valores
mínimos e máximos, média, mediana e coeficiente de variação. Foi realizado teste
de normalidade de Shapiro-Wilks e análise de correlação de Pearson utilizando o
procedimento CORR do SAS – Statistical Analysis System (SAS Institute Inc, 2004).
Os coeficientes de correlação foram verificados pelo teste t de student a 5 % de
significância.
4.3 Resultados e Discussão
Independente da zona, as variáveis apresentaram grandes amplitudes de
variação e altos CVs, com exceção do pH (Tabela 20). Quando observadas ambas
as zonas em conjunto (subúmida + úmida) apenas a matéria orgânica (MO), pH e P-
rem apresentaram distribuição normal. Independente da zona climática, dentre os
76
micronutrientes, os maiores teores médios e medianos foram constatados para o
Mn, sendo a maior média encontrada para zona subúmida (Tabela 20); nesta zona,
a MO, o pH e P-rem apresentaram distribuição normal. Variações dos atributos
químicos do solo estão relacionadas a alterações provocadas pelas adubações e
calagens sucessivas e irregulares (SILVA; CHAVES, 2001).
Na zona úmida, pode-se observar que o Cu foi o micronutriente que teve o
mais alto CV (159,9 %), inclusive com teores médios (12,0 mg dm-3) e máximos
(87,0 mg dm-3) altos, o que pode ser devido ao maior uso de fungicidas cúpricos em
algumas fazendas desta região, devido à maior incidência e severidade de doenças
fúngicas, causadas pela elevada umidade.
Os maiores valores de matéria orgânica (MO) foram observados na zona
úmida, sendo superior 22,9 % em relação à zona subúmida. Isso se deve ao fato de
um suprimento maior de água em decorrência da zona (PEREIRA et al., 2004).
Pode-se observar que na zona subúmida (Tabela 21) apenas o teor e
conteúdo de Mn na folha apresentaram uma distribuição normal, porém houve uma
alta variabilidade e uma alta amplitude de variação independente das zonas e para
todos os micronutrientes. O Mn foi o micronutriente que mais se acumulou nas
folhas independentemente das zonas, teores esses que corroboram com os
resultados de Dantas (2011) que encontrou teores foliares de Mn acima da faixa de
suficiência; neste estudo aqui adotado 150-750 mg kg-1 (SOUZA JÚNIOR et al.,
2012).
As médias dos teores foliares de Zn nas zonas juntas e separadas se
apresentaram abaixo em relação à faixa de suficiência sugerida por Souza Júnior et
al. (2012), que é de 80-150 mg kg-1, sendo essas médias foliares de 60,4; 58,1 e
62,6 mg kg-1 nas zonas em conjunto, zona subúmida e úmida, respectivamente
(Tabela 21).
O teor médio foliar de Fe foi acima da faixa de suficiência sugerida por Souza
Júnior et al. (2012), com exceção da zona úmida que ficou abaixo dessa referência
(49,6 mg kg-1). Os teores médios foliares de Cu tanto para as zonas juntas como
separadas se apresentaram dentro da faixa de suficiência que é de 10-20 mg kg-1
(SOUZA JÚNIOR et al., 2012). Os valores mínimos estão abaixo dessa faixa e o
máximo acima (Tabela 21), dados esses que corroboram com os resultados de
Dantas (2011). As concentrações de micronutrientes nas folhas diferiram quanto às
77
zonas; na zona em conjunto observa-se o mesmo comportamento para zona úmida
(Mn>Zn>Fe>Cu), comportamento esse que segue a mesma ordem encontrada por
Costa (2006), entretanto na zona subúmida o teor de Fe foi maior em relação ao Zn,
seguindo a seguinte ordem Mn>Fe>Zn>Cu.
Para os micronutrientes na casca (Tabela 22), tanto para as zonas em
conjunto quanto separadamente, nota-se uma baixa variabilidade (CV %), quando
comparados aos teores especialmente nos solos (Tabelas 20), mas também nas
folhas (Tabelas 21), mas, mesmo assim, apresentaram alta amplitude de variação
(Tabela 22). Observou-se também que a maioria das variáveis apresentou
distribuição normal independente da zona. O menor teor na casca foi o de Zn e o
maior teor de Mn; todos os nutrientes apresentaram altas amplitudes, sendo maiores
para o Fe e Mn na zona úmida. Os altos teores e conteúdos de Mn na casca
implicam em alta demanda deste micronutriente pelo cacaueiro; assim o adequado
manejo das cascas no campo, com distribuição mais homogênea destas, é
fundamental para uma reposição mais uniforme deste nutriente no solo. Estudo
realizado por Chepote (2003), em um Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico,
revelou que o uso de 8 t ha-1 ano-1 de composto de casca do fruto de cacau
promoveu um aumento de 133 % na produção de amêndoas secas de cacau, de
527 para 1229 kg ha-1. Os teores médios e medianos de Cu na casca não variaram
entre as zonas; para o Zn estes valores também foram semelhantes entre as zonas.
Assim como a casca e a folha, o cotilédone (produto utilizado na fabricação
do chocolate) foi o compartimento que apresentou o maior teor médio de Mn,
principalmente na zona subúmida, apresentando uma distribuição normal dos dados
e alta amplitude de variação (Tabela 23). Houve alta variabilidade dos teores e dos
conteúdos de micronutrientes no cotilédone da amêndoa, em especial para a zona
subúmida; sendo que todos os micronutrientes no cotilédone, seja teor ou conteúdo,
apresentaram distribuição não normal para as zonas em conjunto, porém quando
analisados por zona, muitos passaram a ter distribuição normal (Tabela 23). Os
teores médios de Cu, Fe, Mn e Zn para o cotilédone foram superiores na zona
subúmida em 53,5 %; 79,1 %; 125,3 % e 81,2 %, respectivamente, em relação à
zona úmida.
78
Tabela 20: Valores mínimos, máximos, médios, medianos, coeficiente de
variação (CV) e teste de normalidade para as variáveis de atributos químicos do solo
(p = 10 cm)
Variáveis Unidades Mínimo Máximo Média Mediana CV % Normalidade
zona subúmida + úmida
MO g kg-1 7,24 57,51 33,49 32,38 33,10 0,99ns
pH
4,61 7,11 5,90 5,89 9,35 0,99ns
Cu mg dm-3 0,3 87,0 7,3 2,1 196,91 0,49**
Fe mg dm-3 15,6 388,8 67,0 50,9 86,63 0,70**
Mn mg dm-3 6,5 753,6 169,6 144,3 89,49 0,86**
Zn mg dm-3 0,6 30,2 7,1 5,4 81,41 0,84**
P-rem mg L-1 18,4 59,1 38,4 38,3 21,69 0,99ns
zona subúmida
MO g kg-1 7,24 56,69 29,15 28,35 34,95 0,97ns
pH
5,03 7,10 6,02 5,92 8,99 0,97ns
Cu mg dm-3 0,3 14,3 2,6 2,1 93,12 0,71**
Fe mg dm-3 16,1 203,2 53,5 44,8 67,89 0,81**
Mn mg dm-3 22,3 753,6 199,2 179,0 82,78 0,87**
Zn mg dm-3 1,5 30,2 8,8 7,5 73,00 0,87**
P-rem mg L-1 28,4 59,1 40,6 40,7 19,71 0,96ns
zona úmida
MO g kg-1 15,31 57,51 37,83 38,17 27,27 0,98ns
pH - 4,61 7,11 5,79 5,82 9,44 0,98ns
Cu mg dm-3 0,4 87,0 12,0 2,5 159,90 0,64**
Fe mg dm-3 15,6 388,8 80,5 64,4 89,04 0,72**
Mn mg dm-3 6,5 595,6 139,9 96,0 94,93 0,85**
Zn mg dm-3 0,6 21,9 5,3 4,2 82,69 0,83**
P-rem mg L-1 18,4 57,6 36,2 36,1 22,55 0,99ns
MO = matéria orgânica, pH em CaCl2, Cu = cobre, Fe = ferro, Mn = manganês, Zn = zinco, extraídos por Mehlich-1; P-rem = fósforo remanescente. ns não significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 % e ** significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 1 %.
79
Tabela 21: Valores mínimos, máximos, médios, medianos, coeficiente de
variação (CV) e teste de normalidade para as variáveis: teor e conteúdo de Cu, Fe,
Mn e Zn na folha
Variáveis Unidade Mínimo Máximo Média Mediana CV % Normalidade
zona subúmida + úmida
TCu-folha mg kg-1 3,5 31,7 10,3 9,1 47,96 0,81**
TFe-folha mg kg-1 26,0 207,6 57,0 49,6 48,18 0,73**
TMn-folha mg kg-1 51,0 2.733 1.023 970 63,26 0,96*
TZn-folha mg kg-1 19,9 147,7 60,4 57,1 39,71 0,92**
CCu-folha mg por folha 3,3 36,1 12,5 11,4 47,33 0,91**
CFe-folha mg por folha 22,9 216,1 69,7 60,2 51,43 0,82**
CMn-folha mg por folha 62,0 3.918 1.305 1.089 72,61 0,93**
CZn-folha mg por folha 20,9 280,3 77,4 65,7 61,20 0,81**
zona subúmida
TCu-folha mg kg-1 3,5 31,7 8,6 7,2 55,03 0,64**
TFe-folha mg kg-1 35,4 207,6 64,4 56,2 47,47 0,66**
TMn-folha mg kg-1 330,0 2.733 1.252 1.208 41,43 0,98ns
TZn-folha mg kg-1 19,9 124,6 58,1 56,1 42,95 0,91**
CCu-folha mg por folha 3,3 26,0 10,3 9,2 45,54 0,89**
CFe-folha mg por folha 37,4 216,1 78,5 62,8 49,38 0,79**
CMn-folha mg por folha 334,5 3.918 1.561 1.470 51,00 0,94ns
CZn-folha mg por folha 20,9 253,9 74,0 65,9 62,2 0,82**
zona úmida
TCu-folha mg kg-1 5,8 30,6 12,1 11,2 38,09 0,85**
TFe-folha mg kg-1 26,0 143,1 49,6 42,8 44,25 0,76**
TMn-folha mg kg-1 51,0 2.669 795,4 580,5 86,52 0,88**
TZn-folha mg kg-1 28,7 147,7 62,6 58,4 36,79 0,91**
CCu-folha mg por folha 6,3 36,1 14,7 14,0 42,32 0,91**
CFe-folha mg por folha 22,9 191,6 61,0 54,7 50,44 0,82**
CMn-folha mg por folha 62,0 3.570 1.049 750,3 97,71 0,83**
CZn-folha mg por folha 30,3 280,3 80,8 64,7 60,68 0,81** TCu-folha, TFe-folha, TMn-folha, TZn-folha = teor de cobre, ferro, manganês e zinco na folha, respectivamente. CCu-folha, CFe-folha, CMn-folha, CZn-folha= conteúdo de cobre, ferro, manganês e zinco na folha, respectivamente. ns não significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 %; * e ** significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 e 1 %, respectivamente.
80
Tabela 22: Valores mínimos, máximos, médios, medianos, coeficiente de
variação (CV) e teste de normalidade para as variáveis: teor e conteúdo de Cu, Fe,
Mn e Zn na casca
Variáveis Unidade Mínimo Máximo Média Mediana CV % Normalidade
zona subúmida + úmida
TCu-casca mg kg-1 75,2 229,4 151,6 153,6 22,03 0,99ns
TFe-casca mg kg-1 189,9 528,8 346,2 342,3 17,59 0,99ns
TMn-casca mg kg-1 2.302 5.268 3.717 3.713 18,69 0,99ns
TZn-casca mg kg-1 101,6 242,0 188,7 186,8 13,85 0,98ns
CCu-casca mg por fruto 3,6 16,4 9,0 8,5 31,64 0,97*
CFe-casca mg por fruto 10,2 45,6 20,6 19,6 30,13 0,95**
CMn-casca mg por fruto 99,0 412,1 220,5 213,6 28,24 0,98ns
CZn-casca mg por fruto 4,9 22,9 11,2 10,8 27,52 0,97ns
zona subúmida
TCu-casca mg kg-1 75,2 229,4 152,7 153,7 22,01 0,98ns
TFe-casca mg kg-1 246,7 437,8 345,8 350,8 13,47 0,98ns
TMn-casca mg kg-1 2.410 5.172 3.860 4.007 20,12 0,96ns
TZn-casca mg kg-1 101,6 241,5 191,7 193,7 13,74 0,94*
CCu-casca mg por fruto 3,6 14,8 8,4 8,1 30,05 0,97ns
CFe-casca mg por fruto 11,3 28,4 18,9 19,3 22,57 0,97ns
CMn-casca mg por fruto 99,0 335,5 213,7 213,6 29,70 0,97ns
CZn-casca mg por fruto 4,9 15,9 10,6 10,6 25,18 0,98ns
zona úmida
TCu-casca mg kg-1 93,0 227,5 150,5 152,4 22,33 0,97ns
TFe-casca mg kg-1 189,9 528,8 346,6 337,4 21,01 0,98ns
TMn-casca mg kg-1 2.302 5.268 3.570 3.568 16,17 0,97ns
TZn-casca mg kg-1 146,0 242,0 185,8 184,9 13,97 0,96ns
CCu-casca mg por fruto 4,5 16,4 9,6 9,1 31,84 0,96ns
CFe-casca mg por fruto 10,2 45,6 22,23 22,4 33,01 0,96ns
CMn-casca mg por fruto 109,5 412,1 227,1 215,0 26,95 0,97ns
CZn-casca mg por fruto 7,1 22,9 11,9 11,6 28,41 0,94* TCu-casca, TFe-casca, TMn-casca, TZn-casca = teor de cobre, ferro, manganês e zinco na casca, respectivamente. CCu-casca, CFe-casca, CMn-casca, CZn-casca = conteúdo de cobre, ferro, manganês e zinco na casca, respectivamente. ns não significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 %; * e ** significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 e 1 %, respectivamente.
81
Tabela 23: Valores mínimos, máximos, médios, medianos, coeficiente de
variação (CV) e teste de normalidade para as variáveis: teor e conteúdo de Cu, Fe,
Mn e Zn no cotilédone
Variáveis Unidade Mínimo Máximo Média Mediana CV % Normalidade
zona subúmida + úmida
TCu-cot mg kg-1 2,48 32,32 12,28 9,65 55,01 0,87**
TFe-cot mg kg-1 7,57 34,09 15,03 11,20 49,39 0,77**
TMn-cot mg kg-1 12,19 117,01 46,37 34,92 62,12 0,88**
TZn-cot mg kg-1 13,51 57,75 26,50 20,51 48,44 0,77**
CCu-cot mg por fruto 0,04 1,19 0,48 0,42 52,19 0,94**
CFe-cot mg por fruto 0,14 1,38 0,58 0,50 45,83 0,93**
CMn-cot mg por fruto 0,18 5,14 1,76 1,55 58,60 0,90**
CZn-cot mg por fruto 0,24 2,34 1,02 0,91 45,79 0,92**
zona subúmida
TCu-cot mg kg-1 2,48 32,32 14,91 14,17 56,73 0,93*
TFe-cot mg kg-1 7,65 34,09 19,36 21,22 43,53 0,87**
TMn-cot mg kg-1 19,67 117,01 64,56 62,08 45,16 0,95ns
TZn-cot mg kg-1 13,51 57,75 34,28 41,07 41,99 0,86**
CCu-cot mg por fruto 0,04 1,19 0,51 0,45 57,51 0,95ns
CFe-cot mg por fruto 0,14 1,38 0,67 0,64 47,27 0,96ns
CMn-cot mg por fruto 0,35 5,14 2,25 2,03 51,11 0,94ns
CZn-cot mg por fruto 0,39 2,34 1,19 1,03 47,48 0,94*
zona úmida
TCu-cot mg kg-1 4,99 19,07 9,71 9,36 28,90 0,94*
TFe-cot mg kg-1 7,57 17,98 10,81 10,64 18,59 0,87**
TMn-cot mg kg-1 12,19 77,44 28,65 25,43 46,67 0,88**
TZn-cot mg kg-1 13,90 24,47 18,92 18,58 15,10 0,97ns
CCu-cot mg por fruto 0,10 1,16 0,45 0,42 43,83 0,90**
CFe-cot mg por fruto 0,16 0,97 0,49 0,47 33,81 0,95ns
CMn-cot mg por fruto 0,18 3,29 1,29 1,19 47,68 0,95ns
CZn-cot mg por fruto 0,24 1,44 0,86 0,83 32,17 0,98ns
TCu-cot TFe-cot, TMn-cot, TZn-cot = teor de cobre, ferro, manganês e zinco no cotilédone, respectivamente. CCu-cot, CFe-cot, CMn-cot, CZn-cot = conteúdo de cobre, ferro, manganês e zinco no cotilédone, respectivamente. ns não significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 %; * e ** significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 e 1 %, respectivamente.
Na tabela 24 verifica-se uma menor variabilidade (CV %) para teor e conteúdo
de micronutrientes no tegumento, quando comparados aos altos CV no solo (Tabela
20). O Cu foi o nutriente que apresentou menor teor no tegumento, independente da
zona climática; sendo a zona subúmida a que apresentou menor teor médio deste
nutriente. Semelhante as outras partes vegetais (casca, folha e cotilédone), o Mn foi
o micronutriente mais abundante no tegumento, independente das zonas climática;
82
confirmando que este elemento é o micronutrientes mais absorvido pelo cacaueiro
(SOUZA JÚNIOR et al., 2012), no entanto os teores dos outros três micronutrientes
no tegumento também são altos (Tabela 24), em relação ao cotilédone (Tabela 23),
que é a parte da amêndoa utilizada para fabricação do chocolate.
Na tabela 25, conteúdo de micronutrientes na amêndoa e no fruto, nota-se
uma menor variabilidade, quando comparados ao CV do solo, independente da
região; mesmo com baixos CVs, as amplitudes foram altas e os valores de mediana
próximos aos da média indicam uma simetria dos dados. Para as regiões em
conjunto, apenas os conteúdos de Cu na amêndoa (CCu-am) e de ferro no fruto
(CFe-fr) não apresentaram distribuição normal. Na região subúmida, todas as
variáveis apresentaram distribuição normal e alta amplitude de variação; porém na
região úmida apenas CCu-am e CZn-fr não apresentaram distribuição normal.
Observa-se pequena variação do conteúdo médio de micronutrientes na amêndoa e
no fruto, entre as duas regiões (Tabela 25).
Nas tabelas 26, 27 e 28 apresenta-se estimativa das exportações de
micronutrientes para produção de uma tonelada de amêndoas secas, para as
regiões em conjunto e separadamente. Observam-se valores médios de CVs para a
exportação de todos os micronutrientes, porém há amplitude alta das exportações
dos mesmos, independente do nutriente e da região (Tabelas 26, 27 e 28). Quando
as regiões são analisadas em conjunto, os dados de exportação de micronutrientes
não apresentaram distribuição normal (Tabela 26), porém quando analisados
separadamente, muitos mostraram distribuição normal (Tabelas 27 e 28).
Independente do compartimento do fruto, casca ou amêndoa, o Mn foi o
micronutriente mais exportado. Em média, para a produção de uma tonelada de
amêndoas secas, seria exportado 147,7 g e 4.811,1 g de Mn, respectivamente, pela
amêndoa e pela casca; isso implica que a exportação média de Mn pelo fruto foi 847
% superior ao segundo micronutriente mais exportado, que foi o Fe (Tabela 26). As
exportações de nutrientes pelo fruto seguiu a seguinte ordem Mn>>Fe>Zn>Cu,
diferente da observada por Costa (2006) em frutos de cupuaçu (Fe>Mn>Zn). As
exportações de micronutrientes foram muito maiores pela casca do que pela amêndoa
(Tabelas 26, 27 e 28), apontando a importância do manejo do casqueiro na ciclagem
destes nutrientes no sistema (retorno e distribuição do mesmo na lavoura).
83
Tabela 24: Valores mínimos, máximos, médios, medianos, coeficiente de
variação (CV) e teste de normalidade para as variáveis: teor e conteúdo de Cu, Fe,
Mn e Zn no tegumento
Variáveis Unidade Mínimo Máximo Média Mediana CV % Normalidade
zona subúmida + úmida
TCu-teg mg kg-1 65,8 578,5 182,9 167,9 42,75 0,80**
TFe-teg mg kg-1 218,0 1.175,7 423,6 403,1 31,27 0,81**
TMn-teg mg kg-1 394,1 1.445,1 742,0 718,5 27,29 0,94**
TZn-teg mg kg-1 212,6 558,2 379,1 379,4 16,04 0,99ns
CCu-teg mg por fruto 0,16 2,89 1,17 1,17 39,04 0,96*
CFe-teg mg por fruto 0,21 5,49 2,79 2,79 34,50 0,99ns
CMn-teg mg por fruto 0,28 9,17 4,92 4,72 34,72 0,98ns
CZn-teg mg por fruto 0,13 3,94 2,52 2,49 28,66 0,97ns
zona subúmida
TCu-teg mg kg-1 65,80 350,4 162,1 161,9 31,40 0,92**
TFe-teg mg kg-1 219,2 1.175,7 389,0 366,4 38,67 0,59**
TMn-teg mg kg-1 427,1 1.445,1 732,2 666,9 28,53 0,88**
TZn-teg mg kg-1 288,0 558,2 381,8 384,5 15,15 0,96ns
CCu-teg mg por fruto 0,39 2,03 1,07 1,02 36,15 0,97ns
CFe-teg mg por fruto 1,25 5,49 2,54 2,44 34,27 0,92*
CMn-teg mg por fruto 2,50 9,17 4,79 4,62 31,61 0,92*
CZn-teg mg por fruto 1,40 3,94 2,54 2,28 28,44 0,94ns
zona úmida
TCu-teg mg kg-1 94,4 578,5 203,2 189,1 46,31 0,78**
TFe-teg mg kg-1 218,0 742,2 457,4 458,3 22,62 0,98ns
TMn-teg mg kg-1 394,1 1.083,5 751,6 744,8 26,40 0,94*
TZn-teg mg kg-1 212,6 518,3 376,6 372,8 17,06 0,99ns
CCu-teg mg por fruto 0,16 2,89 1,28 1,25 39,38 0,95ns
CFe-teg mg por fruto 0,21 4,91 3,03 3,30 32,81 0,97ns
CMn-teg mg por fruto 0,28 8,78 5,04 5,08 37,44 0,99ns
CZn-teg mg por fruto 0,13 3,73 2,51 2,59 29,26 0,94* TCu-cot TFe-cot, TMn-cot, TZn-cot = teor de cobre, ferro, manganês e zinco no cotilédone, respectivamente. CCu-cot, CFe-cot, CMn-cot, CZn-cot= conteúdo de cobre, ferro, manganês e zinco no cotilédone, respectivamente. ns não significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 %, * e ** significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 e 1 %, respectivamente.
84
Tabela 25: Valores mínimos, máximos, médios, medianos, coeficiente de
variação (CV) e teste de normalidade para a variável: conteúdo de Cu, Fe, Mn e Zn
na amêndoa e no fruto
Variáveis Unidade Mínimo Máximo Média Mediana CV % Normalidade
zona subúmida + úmida
CCu-am mg por fruto 0,40 4,05 1,65 1,57 38,40 0,96*
CFe-am mg por fruto 0,48 5,79 3,37 3,48 30,75 0,99ns
CMn-am mg por fruto 1,28 12,95 6,68 6,70 31,56 0,98ns
CZn-am mg por fruto 0,57 5,49 3,55 3,54 27,04 0,99ns
CCu-fr mg por fruto 4,21 18,99 10,65 9,92 28,98 0,98ns
CFe-fr mg por fruto 12,71 50,70 23,98 23,15 28,00 0,95**
CMn-fr mg por fruto 101,89 419,70 227,08 220 27,65 0,98ns
CZn-fr mg por fruto 6,84 28,08 14,79 14,86 24,23 0,97ns
zona subúmida
CCu-am mg por fruto 0,43 3,04 1,58 1,52 37,31 0,98ns
CFe-am mg por fruto 1,42 5,79 3,21 3,23 29,71 0,98ns
CMn-am mg por fruto 2,85 12,95 7,03 6,78 30,06 0,95ns
CZn-am mg por fruto 1,92 5,49 3,72 3,70 26,39 0,97ns
CCu-fr mg por fruto 4,21 15,94 9,98 9,84 27,21 0,99ns
CFe-fr mg por fruto 12,71 31,59 22,15 22,19 21,22 0,96ns
CMn-fr mg por fruto 101,89 342,10 220,75 212,4 29,09 0,97ns
CZn-fr mg por fruto 6,84 20,34 14,31 14,18 22,15 0,98ns
zona úmida
CCu-am mg por fruto 0,40 4,05 1,72 1,65 39,23 0,93*
CFe-am mg por fruto 0,48 5,37 3,52 3,78 31,21 0,97ns
CMn-am mg por fruto 1,28 10,31 6,33 6,51 32,68 0,98ns
CZn-am mg por fruto 0,57 5,13 3,38 3,40 27,14 0,96ns
CCu-fr mg por fruto 6,07 18,99 11,31 10,70 29,34 0,96ns
CFe-fr mg por fruto 13,63 50,70 25,76 26,21 30,59 0,96ns
CMn-fr mg por fruto 116,98 419,70 233,42 223,05 26,40 0,97ns
CZn-fr mg por fruto 9,51 28,08 15,25 15,29 25,77 0,94* CCu-am, CFe-am, CMn-am, CZn-am = conteúdo de cobre, ferro, manganês e zinco na amêndoa. CCu-fr, CFe-fr, CMn-fr, CZn-fr = conteúdo de cobre, ferro, manganês e zinco no fruto. ns não significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 %; * e ** significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 e 1 %, respectivamente.
85
Tabela 26: Valores mínimos, máximos, médios, medianos, coeficiente de
variação (CV) e teste de normalidade para as variáveis: exportação pela amêndoa,
pela casca e fruto do cacaueiro, para zona subúmida + úmida
Variáveis Unidade Mínimo Máximo Média Mediana CV % Normalidade
zona subúmida + úmida
Cu am g t-1 16,6 68,7 35,8 33,8 34,67 0,94**
Fe am g t-1 20,4 170,0 72,6 71,8 26,84 0,89**
Mn am g t-1 54,0 384,6 147,7 139,3 36,06 0,91**
Zn am g t-1 24,3 164,3 78,0 70,8 29,40 0,93**
Cu cas g t-1 93,6 550,6 200,4 186,3 37,54 0,85**
Fe cas g t-1 207,2 918,8 451,0 450,7 26,25 0,95**
Mn cas g t-1 2.850,1 9.864,4 4.811,1 4.682,6 25,55 0,94**
Zn cas g t-1 153,6 496,1 245,5 242,9 24,20 0,93**
Cu fr g t-1 116,9 598,8 236,2 223,4 33,40 0,86**
Fe fr g t-1 278,7 1013,4 523,7 516,6 23,23 0,96*
Mn fr g t-1 2999 10086 4958,8 4838 25,00 0,94**
Zn fr g t-1 209,0 590,1 323,5 319,9 20,87 0,94**
Cu am, Fe am, Mn am e Zn am = Cu, Fe, Mn e Zn exportados pela amêndoa; Cu cas, Fe cas, Mn cas e Zn cas = Cu, Fe, Mn e Zn exportados pela casca; Cu fr, Fe fr, Mn fr e Zn fr = Cu, Fe, Mn e Zn exportados pelo fruto. * e ** significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 e 1 %, respectivamente.
Tabela 27: Valores mínimos, máximos, médios, medianos, coeficiente de
variação (CV) e teste de normalidade para as variáveis: exportação pela amêndoa,
pela casca e fruto do cacaueiro, para zona subúmida
Variáveis Unidade Mínimo Máximo Média Mediana CV % Normalidade
zona subúmida
Cu am g t-1 16,6 68,7 38,5 35,4 35,53 0,95ns
Fe am g t-1 44,6 170,0 78,0 76,1 28,22 0,85**
Mn am g t-1 111,7 263,2 170,7 167,8 24,91 0,95ns
Zn am g t-1 56,3 132,1 90,4 88,9 21,01 0,97ns
Cu cas g t-1 111,2 550,6 208,6 205,5 37,90 0,78**
Fe cas g t-1 245,1 918,8 466,8 476,9 23,87 0,86**
Mn cas g t-1 2.850 9.864 5.175 4.982 25,84 0,93*
Zn cas g t-1 165,5 496,1 257,8 252,9 23,25 0,87**
Cu fr g t-1 127,8 598,8 247,1 236,3 33,39 0,81**
Fe fr g t-1 313,7 1.013,4 544,9 542,6 21,80 0,89**
Mn fr g t-1 2.999 10.086 5.346 5.032 25,13 0,93* Zn fr g t-1 229,9 590 348,1 347,8 18,18 0,91**
Cu am, Fe am, Mn am e Zn am = Cu, Fe, Mn e Zn exportados pela amêndoa; Cu cas, Fe cas, Mn cas e Zn cas = Cu, Fe, Mn e Zn exportados pela casca; Cu fr, Fe fr, Mn fr e Zn fr = Cu, Fe, Mn e Zn exportados pelo fruto. ns não significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 %; * e ** significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 e 1 %, respectivamente.
86
Tabela 28: Valores mínimos, máximos, médios, medianos, coeficiente de
variação (CV) e teste de normalidade para as variáveis: exportação pela amêndoa,
pela casca e fruto do cacaueiro, para zona úmida
Variáveis Unidade Mínimo Máximo Média Mediana CV % Normalidade
zona úmida
Cu am g t-1 16,8 59,4 33,3 33,0 31,99 0,93*
Fe am g t-1 20,4 92,7 67,3 67,3 22,52 0,94ns
Mn am g t-1 54,0 384,6 125,3 116,9 42,73 0,71**
Zn am g t-1 24,3 164,3 66,0 65,7 30,34 0,67ns
Cu cas g t-1 93,6 419,6 192,4 184,8 37,14 0,90**
Fe cas g t-1 207,2 722,0 435,7 431,3 28,54 0,97ns
Mn cas g t-1 2.926 7.206 4.456 4.478 22,68 0,95ns
Zn cas g t-1 153,6 378,2 233,6 226,2 24,47 0,94*
Cu fr g t-1 116,9 479,0 225,6 214,4 33,15 0,89**
Fe fr g t-1 278,7 767,5 503,0 497,4 24,33 0,97ns
Mn fr g t-1 3.027 7.301 4.582 4.586 22,03 0,95ns
Zn fr g t-1 209,0 529,9 299,6 295,7 21,18 0,92** Cu am, Fe am, Mn am e Zn am = Cu, Fe, Mn e Zn exportados pela casca; Cu fr, Fe fr, Mn fr e Zn fr = Cu, Fe, Mn e Zn exportados pelo fruto. ns não significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 %; * e ** significativo pelo teste de Shapiro-Wilks a 5 e 1 %, respectivamente.
Observaram-se maiores exportações, para todos os quatro micronutriente
analisados, para a região subúmida em relação à região úmida (Tabelas 27 e 28);
sendo estas, em média, superiores na primeira região em 15,7 %, 15,9 %, 36,3 % e
36,9 %, para Cu, Fe, Mn e Zn, respectivamente, para o componente amêndoa
(exportação efetiva) e em 8,4 %, 7,1 %, 16,1 % e 10,4 %, para Cu, Fe, Mn e Zn,
respectivamente, para o componente casca (exportação adicional).
Com base nas quantidades de micronutrientes exportados por tonelada de
amêndoas secas pode-se fazer uma estimativa de quanto deve ser reposto por meio
da adubação.
Em ambas as regiões conjuntamente foram obtidas correlações significativas
e positivas entre o teor de Mn no solo e seu teor e conteúdo na folha e no
cotilédone; porém quando se analisa as regiões separadamente, os teores de Mn no
solo se correlacionam melhor seu teor no cotilédone, para a região subúmida; e com
teor e conteúdo na folha para região úmida (Tabela 29). Independente da região, o
teor foliar de Mn se correlacionou significativamente com seu conteúdo foliar, teor e
conteúdo na casca; porém, apenas para a região úmida verificaram-se correlações
significativas entre Mn na folha e Mn no cotilédone. Para este nutriente, as maiores
87
correlações entre os componentes da planta foram observadas para a região úmida
(Tabela 29), mostrando que na região de maior precipitação pluvial, há maior relação
entre a distribuição do Mn nos diferentes órgãos da planta.
O teor de Zn no solo não se correlacionou significativamente com seu teor ou
conteúdo em nenhum compartimento da planta, independentemente da região
(Tabela 30), diferente do observado por Dantas (2011), que obteve boas correlações
entre teores de Zn no solo (Mehlich-1 e p = 10 cm) e Zn em folhas de cacaueiro,
sendo estas correlações, apesar de significativas, bem distintas entre as mesmas
regiões aqui estudadas. O teor e o conteúdo foliar de Zn, independente da região,
pouco se correlacionaram com os teores e os conteúdos de Zn nas diferentes partes
do fruto. Ou seja, a disponibilidade de Zn no solo e o status nutricional das folhas
pouco interferiram na composição mineral deste nutriente nas diferentes partes do
fruto. Porém, de modo geral, independente da região, os conteúdos de Zn nos
diferentes compartimentos do fruto se correlacionaram significativa e positivamente
entre si (Tabela 30).
Os teores de Cu no solo se correlacionaram significativamente com o teor e o
conteúdo deste nutriente na folha, no cotilédone e no tegumento e
consequentemente com o seu conteúdo na amêndoa, apenas para a região úmida
(Tabela 31). Dantas (2011) também encontrou correlação significativa (r = 0,54)
entre teores de Cu no solo (Mehlich-1 e p = 10 cm) e Cu foliar, porém apenas para a
região subúmida do sul da Bahia.
Na região úmida, o Cu foliar se correlacionou significativamente também com
o teor e o conteúdo de Cu no cotilédone (Tabela 31), sugerindo que nesta região o
teor no solo e, ou foliar de Cu pode interferir na qualidade mineral desse nutriente no
cotilédone. Semelhantemente ao Zn, independente da região, houve muitas
correlações significativas entre os conteúdos de Cu nos diferentes compartimentos
do fruto (Tabela 31).
O teor de Fe no solo se correlacionou significativamente com o teor e
conteúdo na folha, apenas para a região subúmida (Tabela 32); Dantas também
encontrou correlação (r = 0,67) entre teores de Fe no solo (Mehlich-1 e p = 10 cm) e
Fe foliar em cacaueiros, porém para simultaneamente para as duas sub-regiões aqui
avaliadas, as quais não diferiram estatisticamente entre si, ou seja, esta correlação
significativa encontrada pelo autor independeu da sub-região. Para a região úmida,
88
só houve correlação significativa do teor de Fe no solo com seu teor e conteúdo no
cotilédone (Tabela 32).
Independente da região, o teor de Fe foliar não se correlacionou
significativamente com os teores e os conteúdos deste elemento nos diferentes
compartimentos do fruto (Tabela 32), porém semelhante aos demais micronutrientes
e independentes da região, houve muitas correlações significativas entre os
conteúdos de Fe nos diferentes compartimentos do fruto (Tabela 32), exceto para
tegumento na região subúmida.
89
Tabela 29: Coeficientes de correlação linear de Pearson entre os teores (T) e
conteúdos (C) de manganês extraídos das cascas (Ca), dos tegumentos (Te), dos
cotilédones (Co), dos solos (So), das amêndoas (Am), dos frutos (Fr) e das folhas
(Fo) de cacaueiro
Mn
Variáveis analisadas
zona subúmida + úmida
TFo CFo TCa CCa TCo CCo TTe CTe CAm CFr
TSo 0,40** 0,43** 0,24* 0,15ns 0,46** 0,32** 0,03ns -0,08ns 0,09ns 0,10ns
TFo
0,93** 0,58** 0,43** 0,52** 0,42** 0,12ns -0,06ns 0,16ns 0,21ns
CFo
0,54** 0,40** 0,49** 0,38** 0,09ns -0,04ns 0,16ns 0,21ns
TCa
0,89** 0,50** 0,49** 0,28* -0,03ns 0,22ns 0,33**
CCa
0,43** 0,52** 0,22ns 0,06ns 0,30** 0,43**
TCo
0,88** 0,05ns -0,02ns 0,41** 0,45**
CCo
0,05ns 0,13ns 0,60** 0,64**
TTe
0,52** 0,44** 0,45**
CTe
0,87** 0,84**
CAm 0,99**
zona subúmida
TFo CFo TCa CCa TCo CCo TTe CTe CAm CFr
TSo 0,23ns 0,36* 0,22ns 0,13ns 0,48** 0,25ns -0,03ns -0,04ns 0,10ns 0,11ns
TFo
0,89** 0,49** 0,34* 0,31ns 0,16ns 0,25ns 0,24ns 0,26ns 0,29ns
CFo
0,41* 0,31ns 0,33* 0,17ns 0,23ns 0,28ns 0,29ns 0,31ns
TCa
0,92** 0,36* 0,30ns 0,42** 0,15ns 0,27ns 0,37*
CCa
0,36* 0,43** 0,39* 0,26ns 0,42** 0,52**
TCo
0,85** 0,08ns 0,11ns 0,54** 0,55**
CCo
0,08ns 0,25ns 0,72** 0,73**
TTe
0,61** 0,48** 0,50**
CTe
0,85** 0,83**
CAm 0,99**
zona úmida
TFo CFo TCa CCa TCo CCo TTe CTe CAm CFr
TSo 0,51** 0,45** 0,22ns 0,15ns 0,27ns 0,24ns 0,14ns -0,09ns -0,02ns 0,01ns
TFo
0,94** 0,62** 0,48** 0,65** 0,53** 0,09ns -0,17ns 0,00ns 0,07ns
CFo
0,59** 0,44** 0,61** 0,50** 0,04ns -0,18ns -0,02ns 0,05ns
TCa
0,88** 0,95** 0,81** 0,18ns -0,12ns 0,13ns 0,26ns
CCa
0,83** 0,81** 0,09ns -0,05ns 0,19ns 0,35*
TCo
0,89** 0,18ns -0,09ns 0,18ns 0,31ns
CCo
0,08ns 0,15ns 0,43** 0,54**
TTe
0,45** 0,44** 0,43**
CTe
0,96** 0,91**
CAm 0,99** ns
não significativo pelo teste t a 5 % de significância, * significativo pelo teste t a 5 % de significância e ** altamente significativo pelo teste t a 5 % de significância.
90
Tabela 30: Coeficientes de correlação linear de Pearson entre os teores (T) e
conteúdos (C) de zinco extraídos das cascas (Ca), dos tegumentos (Te), dos
cotilédones (Co), dos solos (So), das amêndoas (Am), dos frutos (Fr) e das folhas
(Fo) de cacaueiro
Zn
Variáveis analisadas
zona subúmida + úmida
TFo CFo TCa CCa TCo CCo TTe CTe CAm CFr
TSo 0,20ns 0,14ns 0,03ns 0,01ns 0,12ns 0,02ns 0,12ns 0,13ns 0,11ns 0,04ns
TFo
0,92** 0,02ns -0,07ns -0,26* -0,26* 0,33** 0,15ns -0,02ns -0,07ns
CFo
0,00ns -0,09ns -0,19ns -0,20ns 0,30** 0,12ns -0,01ns -0,08ns
TCa
0,33** 0,15ns 0,12ns 0,17ns 0,01ns 0,07ns 0,30**
CCa
-0,15ns 0,26* -0,11ns 0,35** 0,40** 0,97**
TCo
0,79** -0,06ns 0,00ns 0,39** -0,03ns
CCo
-0,08ns 0,26* 0,69** 0,41**
TTe
0,21ns 0,12ns -0,07ns
CTe
0,88** 0,54**
CAm 0,61**
zona subúmida
TFo CFo TCa CCa TCo CCo TTe CTe CAm CFr
TSo 0,24ns 0,18ns -0,01ns 0,09ns -0,14ns -0,18ns 0,12ns 0,19ns 0,04ns 0,09ns
TFo
0,90** -0,06ns -0,33* -0,29ns -0,30ns 0,36* 0,34* 0,08ns -0,01ns
CFo
-0,13ns -0,05ns -0,21ns -0,21ns 0,40* 0,38* 0,16ns 0,01ns
TCa
0,54* 0,08ns 0,12ns 0,26ns 0,18ns 0,20ns 0,51**
CCa
-0,12ns 0,21ns 0,14ns 0,35* 0,38* 0,96**
TCo
0,83** -0,15ns -0,05ns 0,44** 0,04ns
CCo
-0,04ns 0,16ns 0,69** 0,39*
TTe
0,44** 0,30ns 0,21ns
CTe
0,82** 0,55**
CAm 0,63**
zona úmida
TFo CFo TCa CCa TCo CCo TTe CTe CAm CFr
TSo 0,26ns 0,18ns -0,01ns 0,07ns 0,21ns 0,16ns 0,11ns 0,04ns 0,08ns 0,08ns
TFo
0,94** 0,13ns -0,15ns -0,23ns -0,16ns 0,32* -0,03ns -0,08ns -0,15ns
CFo
0,14ns -0,15ns -0,28ns -0,20ns 0,23ns -0,11ns -0,15ns -0,16ns
TCa
0,23ns 0,31ns 0,05ns 0,09ns -0,16ns -0,12ns 0,17ns
CCa
0,27ns 0,71** -0,28ns 0,38* 0,52** 0,98**
TCo
0,56** -0,04ns 0,14ns 0,28ns 0,30ns
CCo
-0,24ns 0,54** 0,74** 0,78**
TTe
0,01ns -0,07ns -0,25ns
CTe
0,97** 0,55**
CAm 0,68** ns
não significativo pelo teste t a 5 % de significância, * significativo pelo teste t a 5 % de significância e ** altamente significativo pelo teste t a 5 % de significância.
91
Tabela 31: Coeficientes de correlação linear de Pearson entre os teores (T) e
conteúdos (C) de cobre extraídos das cascas (Ca), dos tegumentos (Te), dos
cotilédones (Co), dos solos (So), das amêndoas (Am), dos frutos (Fr) e das folhas
(Fo) de cacaueiro
Cu Variáveis analisadas
zona subúmida + úmida
TFo CFo TCa CCa TCo CCo TTe CTe CAm CFr
TSo 0,42** 0,49** 0,02ns 0,19ns 0,10ns 0,31** 0,46** 0,44** 0,44** 0,27*
TFo
0,86** 0,00ns 0,13ns 0,00ns 0,14ns 0,20ns 0,23ns 0,22ns 0,17ns
CFo
-0,04ns 0,12ns 0,05ns 0,20ns 0,23* 0,26* 0,27* 0,17ns
TCa
0,56** 0,12ns -0,07ns 0,16ns -0,06ns -0,07ns 0,50**
CCa
-0,02ns 0,17ns 0,06ns 0,38** 0,28* 0,98**
TCo
0,82** 0,19ns 0,27* 0,52** 0,09ns
CCo
0,11ns 0,55** 0,54** 0,68**
TTe
0,37** 0,36** 0,13ns
CTe
0,95** 0,47**
CAm 0,47**
zona subúmida
TFo CFo TCa CCa TCo CCo TTe CTe CAm CFr
TSo -0,09ns -0,01ns 0,09ns 0,09ns 0,32ns 0,30ns 0,01ns 0,17ns 0,26ns 0,14ns
TFo
0,85** 0,08ns -0,03ns 0,09ns 0,12ns -0,11ns 0,14ns 0,15ns 0,00ns
CFo
0,03ns -0,03ns 0,21ns 0,23ns -0,01ns 0,27ns 0,29ns 0,03ns
TCa
0,70* 0,15ns 0,01ns 0,05ns -0,01ns 0,00ns 0,65**
CCa
0,07ns 0,16ns 0,09ns 0,21ns 0,22ns 0,98**
TCo
0,89** 0,35* 0,40* 0,71** 0,22ns
CCo
0,32ns 0,49** 0,82** 0,33*
TTe
0,67** 0,59** 0,21ns
CTe
0,90** 0,39*
CAm 0,42**
zona úmida
TFo CFo TCa CCa TCo CCo TTe CTe CAm CFr
TSo 0,50** 0,53** 0,03ns 0,17ns 0,71** 0,62** 0,47** 0,48** 0,54** 0,26ns
TFo
0,85** -0,05ns 0,15ns 0,45** 0,34* 0,25ns 0,17ns 0,22ns 0,18ns
CFo
-0,07ns 0,10ns 0,44** 0,35* 0,21ns 0,15ns 0,21ns 0,14ns
TCa
0,49** 0,07ns -0,21ns 0,26ns -0,09ns -0,13ns 0,43**
CCa
0,08ns 0,28ns -0,03ns 0,29ns 0,30ns 0,98**
TCo
0,81** 0,60** 0,69** 0,75** 0,23ns
CCo
0,29ns 0,84** 0,91** 0,45**
TTe
0,20ns 0,24ns 0,02ns
CTe
0,99** 0,47**
CAm 0,48** ns
não significativo pelo teste t a 5 % de significância, * significativo pelo teste t a 5 % de significância e ** altamente significativo pelo teste t a 5 % de significância.
92
Tabela 32: Coeficientes de correlação linear de Pearson entre os teores (T) e
conteúdos (C) de ferro extraídos das cascas (Ca), dos tegumentos (Te), dos
cotilédones (Co), dos solos (So), das amêndoas (Am), dos frutos (Fr) e das folhas
(Fo) de cacaueiro
Fe
Variáveis analisadas
zona subúmida + úmida
TFo CFo TCa CCa TCo CCo TTe CTe CAm CFr
TSo 0,27* 0,20ns -0,06ns 0,19ns 0,00ns 0,12ns 0,06ns 0,11ns 0,13ns 0,20ns
TFo
0,86** 0,08ns -0,01ns 0,27* 0,24* -0,04ns 0,04ns 0,09ns 0,00ns
CFo
0,15ns 0,02ns 0,27* 0,23* 0,01ns 0,06ns 0,11ns 0,04ns
TCa
0,45** 0,09ns 0,01ns 0,15ns 0,07ns 0,07ns 0,43**
CCa
-0,13ns 0,20ns 0,04ns 0,40** 0,42** 0,99**
TCo
0,79** -0,23* -0,20ns 0,01ns -0,12ns
CCo
-0,14ns 0,15ns 0,40** 0,24*
TTe
0,48** 0,41** 0,10ns
CTe
0,97** 0,52**
CAm 0,55**
zona subúmida
TFo CFo TCa CCa TCo CCo TTe CTe CAm CFr
TSo 0,58** 0,46** 0,10ns -0,06ns 0,24ns 0,14ns -0,11ns -0,06ns -0,01ns -0,06ns
TFo
0,80** -0,05ns -0,16ns 0,18ns 0,12ns -0,08ns 0,02ns 0,06ns -0,14ns
CFo
-0,08ns -0,11ns 0,20ns 0,15ns -0,06ns 0,10ns 0,15ns -0,08ns
TCa
0,38* 0,24ns 0,05ns 0,03ns -0,10ns -0,08ns 0,33*
CCa
0,05ns 0,27ns 0,06ns 0,30ns 0,36* 0,98**
TCo
0,82** -0,12ns -0,11ns 0,17ns 0,08ns
CCo
-0,07ns 0,09ns 0,42* 0,33*
TTe
0,12ns 0,09ns 0,08ns
CTe
0,94** 0,46**
CAm 0,53**
zona úmida
TFo CFo TCa CCa TCo CCo TTe CTe CAm CFr
TSo 0,28ns 0,19ns -0,04ns 0,19ns 0,42** 0,41* 0,06ns 0,09ns 0,14ns 0,20ns
TFo
0,92** 0,20ns 0,24ns 0,20ns 0,29ns 0,22ns 0,22ns 0,24ns 0,25ns
CFo
0,33* 0,23ns 0,15ns 0,23ns 0,29ns 0,20ns 0,21ns 0,24ns
TCa
0,50** -0,03ns -0,03ns 0,30ns 0,17ns 0,15ns 0,48**
CCa
-0,01ns 0,49** -0,12ns 0,40* 0,43** 0,99**
TCo
0,59** -0,03ns 0,04ns 0,13ns 0,01ns
CCo
-0,01ns 0,58** 0,68** 0,55**
TTe
0,14ns 0,12ns -0,09ns
CTe
0,99** 0,51**
CAm 0,54** ns
não significativo pelo teste t a 5 % de significância, * significativo pelo teste t a 5 % de significância e ** altamente significativo pelo teste t a 5 % de significância.
93
4.4 CONCLUSÕES
Houve muita variação nos teores disponíveis dos micronutrientes catiônicos
nos solos estudados, bem como no teor e no conteúdo dos mesmos nas
folhas e nos compartimentos do fruto.
Independente da zona climática, o manganês foi o micronutriente que mais se
acumulou nas folhas e nos componentes do fruto, sendo consequentemente o
micronutriente mais absorvido, acumulado e exportado pelo cacaueiro.
Os teores dos micronutrientes no tegumento e na casca foram maiores aos
encontrados no cotilédone.
Os teores e os conteúdos dos micronutrientes no fruto foram, em média,
maiores na região subúmida, em relação à região úmida.
As correlações entre micronutrientes no solo, nas folhas e nos
compartimentos do fruto variaram de acordo com o nutriente e a região,
sendo as menores correlações observadas para o zinco.
De modo geral, independente da zona climática, houve boas correlações
entre os conteúdos dos micronutrientes nos compartimentos do fruto.
94
4.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANCHIETA, L. et al. Dependência espacial de atributos químicos do solo em áreas com históricos agrícolas distintos. In: II Simpósio de Geoestatística Aplicada em Ciências Agrárias. Botucatu, SP, 2011. Anais. Botucatu, 1 – 7 p. AGUILAR, M. A. G. Influência do manganês sobre aspectos bioquímicos e fisiológicos da tolerância de cacau (Theobroma cacao L.) à vassoura-de-bruxa (Crinipellis perniciosa (Stahel) Singer. 1999. 85 f. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 1999. AGUILAR, M. A. G.; RESENDE, M. L. V. Bases bioquímicas e fisiológicas da resistência a doenças. In: Dias, L. A. S. (Ed.). Melhoramento genético do cacaueiro. Viçosa: FUNAPE, UFG, 2001. p. 325-359. BARRETTO, W. S. et al. Concentração de nutrientes em amêndoas de cacau produzido no sul da Bahia. Anais. In: ICONGRESSO BRASILEIRO DE CACAU, 3. , CEPLAC. Disponível em: <http://www.ceplac.gov.br/paginas/cbc/paginas/publicacao/1-6%20Concetra%C3%A7%C3%A3o%20de%20nutrientes%20em%20am%C3%AAndoas%20de%20cacau%20produzido%20no%20Sul%20da%20Bahia.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2013. CARVALHO, C. H. S. et al. Relação entre produção, teores N, P, K, Ca, Mg, amido e a seca de ramos do catimor (Coffea arabica L.). Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 28, n. 6, p. 665-673, 1993. CHEPOTE, R. E. Efeito do composto da casca do fruto do cacau no crescimento e produção do cacaueiro. Agrotrópica, Ilhéus, v. 15, n. 1. p. 1 – 8, 2003. COSTA, E. L. Exportação de nutrientes em frutos de cupuaçu (Theobroma grandiflorum (Willd. exSpreng.) em três solos da Amazônia Central. 2006. 39 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2006. DANTAS, P. A. S. Relação entre fertilidade do solo e nutrição do cacaueiro no sul da Bahia. 2011. 85 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual de Santa Cruz. Ilhéus, 2011. LAVIOLA, B. G.; DIAS, L. A. S. Teor e acúmulo de nutrientes em folhas e frutos de pinhão-manso. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v. 32. n. 5. p. 1969-1975, 2008.
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97
APÊNDICE
98
Apêndice A - Características granulométricas em 80 áreas distintas e duas profundidades
(continua)
Área
Profundidades (cm) 0-10
10-30
Areia Silte Argila Classificação Textural Areia Silte Argila Classificação Textural
g kg-1
g kg-1
1 645,2 159,8 195 Franco Arenosa 613 182 205 Franco-Argilo-Arenosa
2 594,4 210,6 195 Franco Arenosa 540,1 199,9 260 Franco-Argilo-Arenosa
3 633,3 241,7 125 Franco Arenosa 664,6 195,4 140 Franco Arenosa
4 592,6 257,4 150 Franco Arenosa 473,9 241,1 285 Franco-Argilo-Arenosa
5 316,3 163,7 520 Argilosa 327,1 132,9 540 Argilosa
6 398,5 121,5 480 Argilosa 274,6 65,4 660 Muito Argilosa
7 262,9 202,1 535 Argilosa 255,3 114,7 630 Muito Argilosa
8 379,6 170,4 450 Argilosa 330,9 119,1 550 Argilosa
9 400,4 224,6 375 Franco Argilosa 272,2 67,8 660 Muito Argilosa
10 449,2 140,8 410 Argilo Arenosa 390,2 59,8 550 Argilosa
11 260,2 289,2 450 Argilosa 175,1 69,9 755 Muito Argilosa
12 606,8 123,2 270 Franco-Argilo-Arenosa 497,3 147,7 355 Franco-Argilo-Arenosa
13 635,7 119,3 245 Franco-Argilo-Arenosa 521,2 103,8 375 Argilo Arenosa
14 566,4 118,6 315 Franco-Argilo-Arenosa 464,6 95,4 440 Argilo Arenosa
15 554,2 145,8 300 Franco-Argilo-Arenosa 416,1 98,9 485 Argilo Arenosa
16 465,8 154,2 380 Argilo Arenosa 465,4 89,6 445 Argilo-Arenosa
17 363,7 86,3 550 Argilosa 290,5 54,5 655 Muito Argilosa
18 526,1 143,9 330 Franco-Argilo-Arenosa 483,3 101,7 415 Argilo Arenosa
19 318,3 91,7 590 Argilosa 249,2 70,8 680 Muito Argilosa
20 474,7 105,3 420 Argilo Arenosa 363,4 96,6 540 Argilosa
21 768,6 121,4 110 Franco Arenosa 680,9 104,1 215 Franco-Argilo-Arenosa
22 864,8 55,2 80 Areia Franca 719,4 85,6 195 Muito Argilosa
23 835,4 69,6 95 Franco Arenosa 676,4 133,6 190 Franco Arenosa
24 824 111 64 Areia Franca 770,6 124,4 105 Franco Arenosa
25 36,4 473,6 490 Franco Argilosa 50,6 459,4 490 Argilo Siltosa
26 72,5 467,5 460 Argilo Siltosa 99,9 430,1 470 Argilo Siltosa
27 72,2 427,8 500 Argilo Siltosa 38,4 426,6 535 Argilo Siltosa
28 54 406 540 Argilo Siltosa 44,5 345,5 610 Muito Argilosa
29 555,4 269,5 175 Franco-Argilo-Arenosa 410,2 189,8 400 Argilo Arenosa
30 483,1 211,9 305 Franco Argilosa 227,6 187,4 585 Argilosa
31 487,8 272,2 240 Franco-Argilo-Arenosa 266,9 143,1 590 Argilosa
32 448,3 291,7 260 Franco-Argilo-Arenosa 161,6 218,4 620 Muito Argilosa
33 498,7 156,3 345 Franco-Argilo-Arenosa 410 150 440 Argilo Arenosa
34 467,3 107,7 425 Argilo Arenosa 374 101 525 Argilosa
35 585,3 179,7 235 Franco-Argilo-Arenosa 530,9 179,1 290 Franco-Argilo-Arenosa
36 616,4 123,6 260 Franco-Argilo-Arenosa 581,5 188,5 230 Franco-Argilo-Arenosa
37 378,9 141,1 480 Argilosa 263,7 141,3 595 Argilosa
38 430,9 129,1 440 Argilo Arenosa 289,3 110,7 600 Muito Argilosa
39 638 162 200 Franco-Argilo-Arenosa 475,9 144,1 380 Argilo Arenosa
40 386,9 113,1 500 Argilosa 244,8 125,2 630 Muito Argilosa
99
Apêndice A - Características granulométricas em 80 áreas distintas e duas profundidades
(conclusão).
Área
Profundidades (cm)
0-10
10-30
Areia Silte Argila Classificação Textural Areia Silte Argila Classificação Textural
g kg-1
g kg-1
41 512,8 127,2 360 Argilo Arenosa 479,7 115,3 405 Argilo Arenosa
42 567,1 152,9 280 Franco-Argilo-Arenosa 640,1 89,9 270 Franco-Argilo-Arenosa
43 607,2 182,8 210 Franco-Argilo-Arenosa 380,7 109,3 510 Argilosa
44 513,6 86,4 400 Argilo Arenosa 450,8 109,2 440 Argilo Arenosa
45 428,3 81,7 490 Argilosa 360,6 89,4 550 Argilosa
46 555,6 69,4 375 Argilo Arenosa 390,5 99,5 510 Argilosa
47 466 79 455 Argilo Arenosa 316,3 58,7 625 Muito Argilosa
48 282,7 292,3 425 Argilosa 383,6 66,4 550 Argilosa
49 335,4 179,6 485 Argilosa 275,6 109,4 615 Muito Argilosa
50 408,9 136,1 455 Argilosa 421,7 103,3 475 Argilosa
51 638,9 176,1 185 Franco Arenosa 651,5 208,5 140 Franco Arenosa
52 842,4 97,6 60 Areia Franca 812,7 147,3 40 Areia Franca
53 427,9 92,1 480 Argilosa 291,8 68,2 640 Muito Argilosa
54 497,6 112,4 390 Argilo Arenosa 416,6 73,4 510 Argilosa
55 502,5 177,5 320 Franco-Argilo-Arenosa 389,6 70,4 540 Argilosa
56 586,5 128,5 285 Franco-Argilo-Arenosa 476,6 88,4 435 Argilo Arenosa
57 477,7 132,2 390 Argilo Arenosa 322,3 77,7 600 Muito Argilosa
58 453,1 96,8 450 Argilo Arenosa 298,1 71,9 630 Muito Argilosa
59 426,7 153,3 420 Argilosa 377,4 112,6 510 Argilosa
60 451,3 178,7 370 Argilo Arenosa 372,5 72,5 555 Argilosa
61 502 138 360 Franco-Argilo-Arenosa 467,4 112,6 420 Argilo Arenosa
62 351,6 123,4 525 Argilosa 203,3 61,7 735 Muito Argilosa
63 336,4 118,6 545 Argilosa 199,9 75,1 725 Muito Argilosa
64 557,3 112,7 330 Franco-Argilo-Arenosa 429 106 465 Argilosa
65 605,6 244,4 150 Franco Arenosa 735,4 174,6 90 Franco Arenosa
66 593,2 171,8 235 Franco-Argilo-Arenosa 525,5 144,5 330 Franco-Argilo-Arenosa
67 633,5 176,5 190 Franco Arenosa 532,4 137,6 330 Franco-Argilo-Arenosa
68 459,9 200,1 340 Franco-Argilo-Arenosa 448,3 166,7 385 Argilo Arenosa
69 807,5 72,5 120 Areia Franca 636,5 93,5 270 Franco-Argilo-Arenosa
70 620,5 114,5 265 Franco-Argilo-Arenosa 464,9 90,1 445 Argilosa
71 577,1 202,9 220 Franco-Argilo-Arenosa 551,6 168,4 280 Franco-Argilo-Arenosa
72 618,9 161,1 220 Franco-Argilo-Arenosa 627,1 112,9 260 Franco-Argilo-Arenosa
73 717,2 102,8 180 Franco Arenosa 658 72 270 Franco-Argilo-Arenosa
74 539,6 335,4 125 Franco Arenosa 410,6 89,4 500 Argilosa
75 780,3 69,7 150 Franco Arenosa 628 92 280 Franco-Argilo-Arenosa
76 869,1 70,9 60 Areia 746,8 88,2 165 Franco Arenosa
77 584,9 265,1 150 Franco Arenosa 587,8 242,2 170 Franco Arenosa
78 630,3 199,7 170 Franco Arenosa 600,8 239,2 160 Franco Arenosa
79 548,2 161,8 290 Franco-Argilo-Arenosa 552 113 335 Franco-Argilo-Arenosa
80 499 106 395 Franco-Argilo-Arenosa 370,1 109,9 520 Argilosa
100
Apêndice B - Porosidade total, microporosidade, macroporosidade, densidade de partícula e densidade de 80 solos distintos
(continua)
Áreas
Profundidade (cm)
0-10 10-30
DS DP PT Micro Macro
DS DP PT Micro Macro
kg dm-3 m3 m-3
kg dm-3 m3 m-3
1 1,51 2,62 0,42 0,140 0,284
1,48 2,61 0,43 0,137 0,298
2 1,46 2,48 0,41 0,130 0,279
1,67 2,68 0,38 0,081 0,296
3 1,56 2,81 0,45 0,110 0,335
1,68 2,70 0,38 0,292 0,085
4 1,49 2,57 0,42 0,150 0,272
1,79 2,70 0,34 0,052 0,284
5 1,13 2,57 0,56 0,457 0,101
1,24 2,55 0,51 0,431 0,082
6 1,20 2,63 0,55 0,421 0,125
1,41 2,64 0,47 0,428 0,038
7 0,95 2,56 0,63 0,548 0,080
1,22 2,57 0,52 0,475 0,050
8 1,14 2,67 0,57 0,440 0,134
1,21 2,69 0,55 0,432 0,120
9 1,47 2,52 0,42 0,266 0,152
1,42 2,64 0,46 0,221 0,242
10 1,45 2,64 0,45 0,216 0,237
1,43 2,64 0,46 0,238 0,221
11 1,39 2,58 0,46 0,249 0,212
1,19 2,66 0,55 0,162 0,391
12 1,65 2,74 0,40 0,138 0,260
1,54 2,57 0,40 0,161 0,240
13 1,44 2,68 0,46 0,280 0,183
1,25 2,79 0,55 0,294 0,259
14 1,39 2,63 0,47 0,326 0,144
1,38 2,67 0,48 0,333 0,150
15 1,30 2,64 0,51 0,386 0,121
1,74 2,69 0,35 0,142 0,212
16 1,53 2,55 0,40 0,106 0,292
1,53 2,55 0,40 0,106 0,292
17 1,23 2,59 0,53 0,447 0,080
1,19 2,72 0,56 0,416 0,145
18 1,34 2,57 0,48 0,377 0,102
1,40 2,61 0,47 0,337 0,128
19 1,13 2,69 0,58 0,482 0,099
1,14 2,69 0,58 0,434 0,141
20 1,12 2,49 0,55 0,456 0,094
1,28 2,68 0,52 0,415 0,107
21 1,25 2,47 0,49 0,319 0,174
1,68 2,76 0,39 0,307 0,085
22 1,41 2,63 0,46 0,229 0,234
1,87 2,65 0,30 0,133 0,162
23 1,38 2,70 0,49 0,204 0,286
1,63 2,74 0,40 0,268 0,136
24 1,44 2,61 0,45 0,217 0,231
1,71 2,74 0,37 0,212 0,162
25 1,03 2,48 0,59 0,583 0,003
1,43 2,59 0,45 0,439 0,010
26 1,40 2,42 0,42 0,282 0,139
1,49 2,80 0,47 0,413 0,054
27 0,92 2,50 0,63 0,573 0,057
1,55 2,75 0,44 0,433 0,004
28 1,40 2,62 0,46 0,326 0,138
1,41 2,78 0,49 0,471 0,021
29 1,09 2,58 0,58 0,493 0,083
1,45 2,81 0,49 0,439 0,046
30 1,67 2,84 0,41 0,202 0,210
1,53 2,69 0,43 0,279 0,150
31 1,46 2,79 0,48 0,464 0,014
1,38 2,89 0,52 0,480 0,043
32 1,12 2,64 0,58 0,516 0,061
1,23 2,64 0,53 0,510 0,024
33 1,78 2,63 0,33 0,041 0,284
1,56 2,80 0,45 0,175 0,270
34 1,50 2,65 0,43 0,148 0,286
1,48 2,70 0,45 0,207 0,247
35 1,45 2,59 0,44 0,243 0,198
1,52 2,69 0,43 0,178 0,256
36 1,59 2,56 0,38 0,132 0,247
1,56 2,57 0,39 0,126 0,268
37 1,17 2,47 0,52 0,438 0,087
1,11 2,71 0,59 0,448 0,141
38 1,21 2,50 0,52 0,403 0,113
1,12 2,58 0,57 0,449 0,118
39 1,47 2,59 0,43 0,320 0,111
1,31 2,70 0,51 0,443 0,072
40 1,10 2,59 0,58 0,379 0,198 1,07 2,79 0,62 0,430 0,188
101
Apêndice B - Porosidade total, microporosidade, macroporosidade, densidade de partícula e densidade de 80 solos distintos
(conclusão)
Áreas
Profundidade (cm)
0-10
10-30
DS DP PT Micro Macro
DS DP PT Micro Macro
kg dm-3 m3 m-3
kg dm-3 m3 m-3
41 1,42 2,46 0,42 0,383 0,040
1,49 2,60 0,43 0,368 0,058
42 1,32 2,66 0,50 0,409 0,096
1,55 2,71 0,43 0,328 0,102
43 1,35 2,63 0,49 0,381 0,107
1,38 2,77 0,50 0,449 0,052
44 1,36 2,69 0,50 0,409 0,088
1,27 2,81 0,55 0,406 0,141
45 1,21 2,60 0,53 0,461 0,071
1,17 2,68 0,56 0,366 0,199
46 1,35 2,69 0,50 0,387 0,110
1,38 2,91 0,53 0,401 0,125
47 1,29 2,79 0,54 0,373 0,164
1,43 2,70 0,47 0,419 0,051
48 1,33 2,70 0,51 0,388 0,119
1,37 2,72 0,50 0,391 0,106
49 1,23 2,57 0,52 0,382 0,138
1,32 2,78 0,53 0,391 0,134 50 1,51 2,61 0,42 0,403 0,018
1,48 2,68 0,45 0,334 0,116
51 1,38 2,56 0,46 0,384 0,076
1,55 2,72 0,43 0,289 0,139
52 1,53 2,59 0,41 0,148 0,262
1,58 2,72 0,42 0,151 0,269
53 1,29 2,77 0,54 0,394 0,142
1,31 2,64 0,50 0,396 0,107
54 1,12 2,35 0,52 0,339 0,184
1,42 2,68 0,47 0,382 0,090
55 1,48 2,61 0,43 0,364 0,069
1,42 2,69 0,47 0,369 0,104
56 1,50 2,66 0,44 0,415 0,021
1,38 2,75 0,50 0,370 0,130
57 1,16 2,53 0,54 0,423 0,120
1,40 2,67 0,48 0,449 0,027
58 1,43 2,69 0,47 0,364 0,104
1,38 2,72 0,49 0,450 0,044
59 1,24 2,65 0,53 0,374 0,159
1,35 2,72 0,50 0,424 0,080
60 1,15 2,58 0,55 0,406 0,147
1,28 2,73 0,53 0,394 0,136
61 1,33 2,49 0,46 0,435 0,029
1,57 2,68 0,42 0,378 0,039 62 1,12 2,49 0,55 0,402 0,150
1,38 2,69 0,49 0,441 0,046
63 1,16 2,50 0,54 0,410 0,127
1,31 2,68 0,51 0,445 0,065
64 1,33 2,62 0,49 0,409 0,085
1,30 2,81 0,54 0,375 0,164
65 1,49 2,53 0,41 0,346 0,065
1,74 2,64 0,34 0,230 0,112
66 1,48 2,55 0,42 0,339 0,083
1,54 2,65 0,42 0,308 0,109
67 1,24 2,54 0,51 0,392 0,117
1,65 2,78 0,41 0,326 0,079
68 1,49 2,68 0,45 0,367 0,078
1,45 2,64 0,45 0,332 0,121
69 1,36 2,59 0,47 0,194 0,281
1,61 2,65 0,39 0,304 0,090
70 1,33 2,60 0,49 0,321 0,166
1,36 2,62 0,48 0,391 0,089
71 1,47 2,68 0,45 0,349 0,101
1,66 2,69 0,38 0,334 0,049
72 1,60 2,65 0,40 0,278 0,117
1,23 2,62 0,53 0,406 0,124
73 1,46 2,65 0,45 0,234 0,216
1,49 2,67 0,44 0,275 0,167
74 1,49 2,70 0,45 0,354 0,094
1,26 2,63 0,52 0,387 0,133
75 1,35 2,62 0,49 0,237 0,249
1,54 2,69 0,43 0,314 0,115
76 1,52 2,56 0,41 0,165 0,240
1,66 2,63 0,37 0,253 0,117
77 1,39 2,55 0,46 0,290 0,165
1,60 2,66 0,40 0,262 0,135
78 1,31 2,54 0,48 0,301 0,182
1,72 2,57 0,33 0,281 0,049
79 1,42 2,58 0,45 0,329 0,120
1,60 2,60 0,38 0,322 0,062
80 1,46 2,64 0,45 0,327 0,122 1,36 2,79 0,51 0,383 0,130
102
Apêndice C - Resistência à penetração de 80 solos distintos (continua)
Resistência à Penetração Umidade
MPa kg kg-1
Área 0-10 10-30 0-10 10-30
1 1,47 1,65 0,25 0,29
2 1,30 1,82 0,28 0,25
3 1,43 1,86 0,26 0,26
4 1,26 3,16 0,31 0,31
5 1,49 2,70 0,40 0,38
6 2,15 3,09 0,32 0,29
7 1,19 1,82 0,52 0,40
8 1,99 2,22 0,48 0,36
9 1,13 1,51 0,40 0,41
10 1,35 1,77 0,42 0,39
11 1,60 1,37 0,50 0,38
12 1,71 1,89 0,25 0,26
13 2,09 2,60 0,17 0,17
14 4,02 4,62 0,15 0,17
15 4,21 4,03 0,16 0,19
17 1,80 2,49 0,40 0,37
18 1,75 2,35 0,30 0,29
19 1,62 1,93 0,47 0,41
20 1,51 1,62 0,43 0,34
21 2,02 2,28 0,15 0,14
22 1,47 2,04 0,15 0,13
23 1,53 2,78 0,08 0,10
24 1,61 3,14 0,06 0,13
25 1,52 1,76 0,64 0,40
26 1,51 2,30 0,52 0,34
27 1,39 1,87 0,56 0,34
28 1,56 1,95 0,53 0,35
29 1,59 1,98 0,52 0,21
30 1,27 1,84 0,40 0,32
31 1,50 2,38 0,29 0,28
32 1,55 2,07 0,28 0,29
33 1,66 1,50 0,27 0,34
34 1,40 1,72 0,42 0,35
35 1,29 1,31 0,31 0,30
36 1,45 2,28 0,33 0,35
37 1,57 1,61 0,39 0,39
38 1,62 1,24 0,33 0,35
39 1,19 1,03 0,31 0,33
40 1,55 1,33 0,40 0,38
103
Apêndice C - Resistência à penetração de 80 solos distintos (conclusão)
Resistência à penetração Umidade
MPa kg kg-1
Área 0-10 10-30 0-10 10-30
41 3,59 5,09 0,20 0,22
42 2,56 4,97 0,21 0,16
43 2,18 4,69 0,22 0,21
44 1,78 3,66 0,24 0,25
45 2,62 3,32 0,27 0,22
46 2,57 4,88 0,18 0,20
47 2,14 4,71 0,23 0,25
48 2,77 4,87 0,27 0,24
49 2,88 5,65 0,24 0,24
50 2,71 6,60 0,18 0,19
51 2,50 5,39 0,15 0,11
52 1,47 1,33 0,06 0,06
53 2,00 3,90 0,33 0,31
54 1,79 3,37 0,28 0,21
55 4,49 7,11 0,21 0,19
56 1,95 3,05 0,27 0,24
57 1,81 2,97 0,31 0,26
58 2,39 3,58 0,27 0,30
59 2,13 2,97 0,28 0,26
60 2,08 3,14 0,33 0,26
61 2,19 4,33 0,28 0,26
62 1,97 3,63 0,32 0,33
63 2,04 5,02 0,33 0,29
64 1,54 2,44 0,30 0,25
65 1,94 3,13 0,20 0,14
66 4,00 6,14 0,14 0,14
67 4,00 6,77 0,13 0,12
68 4,68 7,32 0,15 0,15
69 2,05 5,74 0,13 0,14
70 1,78 4,11 0,21 0,21
71 1,78 2,65 0,25 0,21
72 2,52 5,43 0,20 0,17
73 1,47 3,17 0,14 0,14
74 2,22 3,15 0,21 0,20
75 1,49 2,17 0,14 0,14
76 1,19 2,03 0,16 0,14
77 3,99 5,95 0,14 0,14
78 3,62 6,14 0,11 0,10
79 2,65 4,60 0,23 0,17
80 2,88 6,78 0,19 0,20