UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
Qualidade de carne de bovinos suplementados com levedura viva e ureia protegida
Tiago Dombroski
Dissertação apresentada ao Programa de Pós
Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de
Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop, como
parte das exigências para a obtenção do título de
Mestre em Zootecnia.
Área de concentração: Zootecnia.
Sinop, Mato Grosso
Março de 2015
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TIAGO DOMBROSKI
Qualidade de carne de bovinos suplementados com levedura viva e ureia protegida
Dissertação apresentada ao Programa de Pós
Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de
Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop, como
parte das exigências para a obtenção do título de
Mestre em Zootecnia.
Área de concentração: Zootecnia.
Orientador: Prof. Dr. Angelo Polizel Neto
Co-Orientador: Prof. Dr. Paulo Sergio Andrade
Moreira
Co-Orientador: Prof. Dr. Eduardo Henrique Bevitori
Kling de Moraes
Sinop, Mato Grosso
Março de 2015
iv
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Miguel Dombroski e Maria Gloria Dombroski,
por me proporcionarem o milagre da vida.
v
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela vida.
A minha família, principalmente meus pais Miguel Dombroski, Maria Gloria
Dombroski em que sempre tive orgulho por serem meu exemplo de vida, dignidade,
honestidade e humildade, aos meus irmãos Diogo Dombroski e Mariele Cristina
Dombroski por estarem sempre comigo, amo vocês!
A minha esposa Pricilla de Oliveira por estar comigo em todas as ocasiões, me
ensinando me tornar uma pessoa cada dia melhor, e que sempre apesar da distância, um
sempre está pensando no outro. Amo você linda!
A Universidade Federal de Mato Grosso, campus Sinop, por possibilitar minha
formação em Medicina Veterinária e o Mestrado em Zootecnia.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e a
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT) pela
concessão da bolsa de estudo.
Agradeço em especial ao meu Orientador Professor Dr. Angelo Polizel Neto,
por sua dedicação, sabedoria, exemplo de ética profissional. Obrigado Professor, por
não desistir de mim mesmo tendo algumas diferenças.
Aos professores Dr. Eduardo Henrique Bevitori Kling de Moraes e Paulo
Sérgio Andrade Moreira pela co-orientação na execução deste trabalho.
A Alltech do Brasil pela concessão e financiamento do produto avaliado no
presente trabalho, para a realização deste experimento.
A todos os professores, da Pós-Graduação em Zootecnia pelos valiosos
ensinamentos e dedicação.
vi
Aos colaboradores da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
campus de Botucatu-SP, que não mediram esforços para auxiliar a realização das
análises das amostras.
Aos meus amigos Ayman El Farra, Chafic Mustafe de Almeida, Danielly
Cristina Justo Lolatto e Felipe Faria pela oportunidade de sermos colegas de
mestrado onde concretizamos uma amizade para toda a vida.
Ao meu amigo, Prof. Fernando Henrique Furlan, obrigado pelos
ensinamentos, conselhos, o senhor foi muito importante para a minha formação
profissional e pessoal.
Aos meus amigos, que tive a oportunidade de conhecer ao longo desta jornada,
obrigado por se fazerem presente, e pelas confraternizações.
E a todos que, de alguma forma, contribuíram para o sucesso desta conquista.
vii
“É muito melhor arriscar coisas grandiosas,
alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a
derrota, do que formar fila com os pobres de
espírito que nem gozam muito nem sofrem muito,
porque vivem nessa penumbra cinzenta que não
conhece vitória nem derrota.”
Theodore Roosevelt
viii
BIOGRAFIA
Tiago Dombroski, filho de Miguel Dombroski e Maria Gloria Dombroski, irmão
de Diogo Dombroski e Mariele Cristina Dombroski, nasceu em 21 de Abril de 1988 em
Laranjeiras do Sul, Paraná.
Em 2006 cursou o curso Profissionalizante de Técnico em Zootecnia pela
Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR.
Em 2008 teve a oportunidade de iniciar sua graduação em Medicina Veterinária
pela Universidade Federal de Mato Groso - UFMT campus Sinop, onde graduou-se em
2012.
Em março de 2013 ingressou como mestrando no Programa de Pós-graduação
em Zootecnia, na Universidade Federal de Mato Grosso, campus Universitário de
Sinop, concentrando seus estudos na linha de pesquisa em Melhoramento Genético e
Reprodução Animal, na área de Morfofisiologia do Crescimento Muscular, sob
orientação do Prof. Dr. Angelo Polizel Neto.
Em outubro de 2013, foi contemplado com bolsa de estudos
(CAPES/FAPEMAT) por meio da 2ª Chamada do Edital 005/2013 da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso – FAPEMAT para concessão de bolsas
individuais na modalidade de Mestrado.
Em março de 2015, apresenta sua Dissertação para obtenção do título de Mestre
em Zootecnia pela Universidade Federal de Mato Grosso, campus Sinop.
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RESUMO
DOMBROSKI, Tiago. Dissertação de Mestrado (Zootecnia), Universidade Federal de
Mato Grosso, março de 2015, 49 f. Qualidade de carne de bovinos suplementados com
levedura viva e ureia protegida. Orientador: Prof. Dr. Angelo Polizel Neto.
Coorientadores: Prof. Dr. Paulo Sergio Andrade Moreira e Prof. Dr. Eduardo Henrique
Bevitori Kling de Moraes.
Resumo - Objetivou-se avaliar a qualidade de carne de bovinos terminados sob regime
de pastejo recebendo suplementação protéico-energético com adição de ureia protegida
e leveduras vivas durante o período de transição águas-seca. Para avaliação das
características de carcaça foram utilizados 75 bovinos Nelore, não castrados, com idade
e peso médio de 27 meses e 465,24±2,16 Kg, estruturados em delineamento
inteiramente casualizado sendo 5 tratamentos e 15 repetições. Os tratamentos avaliados
foram: suplemento mineral (SM), protéico-energético (PE), PE com leveduras vivas
(PEL), PE com ureia protegida (PEU) e PE com leveduras vivas e ureia protegida
(PELU). Em parâmetros quantitativos e qualitativos foram selecionadas amostras do
contrafilé (Musculus longissimus thoracis), de 8 animais de cada tratamento escolhidos
aleatoriamente, organizados por meio de análise de variância. Para comparação entre
médias foi utilizada decomposição da soma de quadrados relacionada a esta fonte por
meio de contrastes ortogonais. As suplementações PE elevaram o peso corporal em
comparação a suplementação mineral. Houve influência (P<0,05) nos valores absolutos
dos cortes primários nas carcaças dos animais submetidos a suplementação mineral;
dianteiro, ponta de agulha e traseiro, obtiveram 100,93±1,58; 23,16±0,47; 121,79±1,33
Kg, respectivamente, em relação à média dos demais tratamentos, em que foi observado
104,49±1,61 Kg para dianteiro, 24,28±0,47 Kg para ponta de agulha e 125,54±1,31 Kg
para traseiro. Contudo quando os cortes primários foram expressos em proporção ao
peso de carcaça fria, não foram detectadas diferenças (P>0,05). Os planos nutricionais
impostos aos animais no período das águas, independente da adição de leveduras vivas
e/ou ureia protegida, elevam o peso corporal e de carcaça desses animais comparada a
suplementação mineral, sem alterar a composição e qualidade de carne.
Palavras-chave: carcaça, protéico-energético, suplementação
x
ABSTRACT
Dombroski, Tiago. Master Thesis (Animal Science), Federal University of Mato
Grosso, in March 2015, 49 f. Cattle meat quality supplemented with live yeast and
protected urea. Advisor: Prof. Dr. Angelo Polizel Neto. Co-Advisors: Prof. Dr. Paulo
Sergio Andrade Moreira and Prof. Dr. Eduardo Henrique de Moraes Bevitori Kling.
Abstract - This study aimed to evaluate the quality of beef cattle finished grazing
regime getting protein-energy supplementation with addition of urea protected and live
yeast during the period of transition waters dry. To evaluate the carcass characteristics
were used 75 Nellore bulls, with average weight and age of 27 months and 465.24 ±
2.16 kg, structured in a completely randomized design with 5 treatments and 15
repetitions. The treatments were: mineral supplement (SM), protein-energy (PE), PE
with live yeast (PEL), PE with protected urea (PEU) and PE with yeast and protected
urea (PELU). In quantitative and qualitative parameters sirloin samples were selected
(musculus longissimus thoracis) of 8 animals per treatment randomized, organized by
analysis of variance. For comparison of means was used decomposition of the sum of
squares related to this source through orthogonal contrasts. The PE supplementation
increased body weight compared to mineral supplementation. There was influence
(P <0.05) in absolute values of the primal cuts in the carcasses of animals subjected to
mineral supplementation; front, tipped needle and rear, obtained 100.93 ± 1.58; 23.16 ±
0.47; 121.79 ± 1.33 kg, respectively, compared to the average of other treatments, it was
observed 104.49 ± 1.61 kg for front, 24.28 ± 0.47 kg for needle tip and 125.54 ± 1.31 kg
for rear. However when the primary cuts were expressed in proportion to the cold
carcass weight, no differences were detected (P> 0.05). Nutritional plans imposed on
animals during the rainy season, regardless of the addition of yeast and / or protected
urea, increase the body weight and carcass of such animals compared to mineral
supplementation, without changing the composition and meat quality.
Keywords: carcass, protein-energy, supplementation
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Composição dos suplementos ...................................................................... 34
Tabela 2 - Composição química dos suplementos e do pasto ....................................... 34
Tabela 3 - Valores médios das características de carcaça de bovinos suplementados
com dieta protéico-energético com ou sem adição de leveduras vivas e ureia protegida
........................................................................................................................................ 35
Tabela 4 - Médias da composição centesimal da carne (Musculus longissimus thoracis)
de bovinos, suplementados com dieta protéico-energético com ou sem adição de
leveduras vivas e ureia protegida.................................................................................... 35
Tabela 5 - Médias de força de cisalhamento, perda por exsudação, perda por cocção,
cor da carne e gordura por avaliação subjetiva de sete cores (1-7) e pH, da carne
(Musculus longissimus thoracis) de bovinos suplementados com dieta protéico-
energético com ou sem adição de leveduras vivas e ureia protegida ............................. 36
Tabela 6 - Médias da composição de ácidos graxos da carne (Musculus longissimus
thoracis) de bovinos suplementados com dieta protéico-energético com ou sem adição
de leveduras vivas e ureia protegida ............................................................................... 37
xii
SUMÁRIO
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................. 1
1.0 Introdução ................................................................................................................... 2
2.0 Suplementação de bovinos no período das águas ....................................................... 3
3.0 Ureia protegida ........................................................................................................... 5
4.0 Leveduras vivas .......................................................................................................... 6
5.0 Influência da ureia protegida e leveduras vivas na carne bovina em pastejo ............. 7
6.0 Referências bibliográficas ........................................................................................ 10
CAPÍTULO II - Qualidade de carne de bovinos suplementados com levedura viva e
ureia protegida ................................................................................................................ 14
1.0 Introdução ................................................................................................................. 15
2.0 Metodologia .............................................................................................................. 16
2.1 Local, unidades experimentais e tratamento ......................................................... 16
2.2 Características de carcaças .................................................................................... 16
2.3 Características da carne......................................................................................... 17
2.3.1 Avaliação física .............................................................................................. 18
2.3.2 Avaliação química .......................................................................................... 19
2.4 Análise estatística ................................................................................................. 19
3.0 Resultados e Discussão ............................................................................................. 20
4.0 Conclusão ................................................................................................................. 28
5.0 Referências bibliográficas ........................................................................................ 29
2
1.0 Introdução
Nos últimos anos, importantes mercados mundiais estão exigindo alimentos
mais seguros, incentivando assim a realização de estudos mais amplos das informações
nutricionais da carne bovina, atendendo as exigências do consumidor moderno o qual se
interessa cada vez mais por produtos que possam transmitir confiança.
Neste contexto e com o interesse de conquistar mercados não atendidos,
juntamente com o crescimento das exportações brasileiras, gera a necessidade de melhor
qualidade e o aumento da produção de carne com a mesma área de terra já utilizada,
sem que haja desmatamentos para formações de novas áreas de pastagens, evitando
assim impactos ambientais.
A bovinocultura brasileira caracteriza-se por ser um sistema predominantemente
a pasto, ocupando 169 milhões de hectare de pastagens (ABIEC, 2013) e apresenta a
vantagem de viabilizar custos de produção relativamente baixos (RESENDE et al.,
2008). Sendo assim a aplicação de tecnologias que apresentem potencial para aumentar
a produção de animais nestas áreas, otimizando o desempenho animal sendo
imprescindível para a conquista do mercado de forma sustentável e competitiva.
Uma das formas de aumentar o desempenho dos animais e melhorar o desfrute
das pastagens é a utilização de suplementação, uma vez que os animais mantidos a pasto
não expressam todo o seu potencial, atingindo baixas taxas de ganho de peso ao longo
do ano. Nesse sentido a suplementação protéico-energético tem como objetivo auxiliar e
suprir as exigências nutricionais dos animais, complementando o valor nutritivo da
forragem, a fim de obter o desempenho desejado (EUCLIDES et al., 2005).
A utilização de suplementos contendo nitrogênio não-protéico protegido
(Optigen®) pode ser uma estratégia para diminuir a utilização das fontes de proteína
verdadeira e de nitrogênio não proteico convencional em dietas para ruminantes e tendo
3
como vantagens a capacidade de diminuir os riscos de intoxicação, aumentar o espaço
para inclusão de ingredientes na dieta, substituir fontes de proteína verdadeira de alto
custo e/ou disponibilidade limitada, podendo ainda melhorar o sincronismo de
nutrientes no rúmen sem comprometer o desempenho produtivo dos animais (SOUZA
et al., 2010). Com isso, dietas que proporcionem nitrogênio não-protéico e/ou proteína
verdadeira no rúmen favorecem a nutrição dos diferentes grupos de microrganismos
ruminais, aumentando a síntese de proteína microbiana (SOUZA et al., 2010).
Sendo a proteína microbiana de fundamental importância para os ruminantes,
faz-se uso de leveduras vivas como aditivo probiótico em estudos na nutrição de
ruminantes, tendo em vista que propiciam a redução da concentração de oxigênio e o
consumo de ácido lático, produzindo um ambiente ruminal favorável para os
microrganismos, reduzindo o risco de acidose, melhorando a degradação da dieta,
principalmente a fibra. Favorecendo o consumo de matéria seca, com isso aumenta a
síntese de proteína microbiana para o intestino melhorando o desempenho produtivo do
animal e as características de carcaça (FRANÇA et al., 2012).
Nesse contexto, fazendo uso de ureia protegida e leveduras vivas em suplemento
protéico-energético os índices de característica de carcaça podem ser modificados sem
que haja alterações nos parâmetros qualitativos da carne.
Objetivou-se, avaliar a qualidade de carne dos bovinos terminados a pasto
utilizando ureia protegida e leveduras vivas em suplemento protéico-energético.
2.0 Suplementação de bovinos no período das águas
Durante o período de chuvas, embora as pastagens não sejam consideradas
deficientes em proteína bruta, os ganhos de peso obtidos estão aquém daqueles
observados sob condições similares em regiões temperadas (DETMANN et al., 2005).
4
Conforme Poppi et al., (1995), isso se deve em parte, à alta degradabilidade da proteína
bruta da forragem, o que provoca perda excessiva de compostos nitrogenados no
ambiente ruminal na forma de amônia. Por isso Moore et al., (1999) relatam que o
fornecimento de energia prontamente digestível, diminui a perda de nitrogênio
disponível e a amônia no rúmen, aumentando a síntese de proteína microbiana,
permitindo um melhor desempenho animal.
Entretanto misturas múltiplas podem resultar em ganhos adicionais neste período
e se, o objetivo for durante o período das águas gerar um maior ganho de peso, teores de
proteína também devem ser incluídos nos suplementos. Porém ao contrário do período
seco em que a suplementação protéica atenderia as bactérias ruminais, nas águas as
fontes protéicas deverão ser de menor degradabilidade ruminal, permitindo que essa
proteína seja disponível no intestino, onde será absorvida, atendendo diretamente o
animal (S'THIAGO, 1999).
Barbosa et al., (2004) concluíram que a suplementação protéico-energético a
pasto, nos níveis de ingestão de 0,17 e 0,37 % do peso vivo médio, proporcionou maior
desempenho dos bovinos em relação à suplementação mineral, durante a época de
transição águas-seca e que foram viáveis economicamente, com maiores valores
econômicos quando comparadas à suplementação mineral.
Em estudos realizados por Aberle et al., (1981) observaram que bovinos
alimentados com dieta de baixo teor de energia, tem redução da fragmentação
miofibrilar e da solubilidade do colágeno produzindo carne de menor maciez que a
carne de bovinos alimentados com dieta de alta energia o que pode aumentar a
deposição de gordura subcutânea e intramuscular.
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3.0 Ureia protegida
Tendo como base a hipótese de sincronizar as taxas de degradação de nutrientes
no rúmen desde a década de 60, pesquisadores buscam novas fontes de nitrogênio que
mantenham os níveis de amônia ruminal constantes ao longo do dia, para que possam
suprir as perdas ocasionadas pela ureia convencional. Esse problema poderia ser
superado usando as fórmulas de nitrogênio não proteico (NNP) protegido ou de
liberação lenta (FERREIRA et al., 2005).
Com os esforços sendo concentrados nas áreas de pesquisas, conclui-se que a
taxa da liberação de nitrogênio amoniacal deve coincidir com a taxa de digestão dos
carboidratos (CASTAÑEDA et al., 2009). Este fato tem levado a indústria a buscar o
desenvolvimento de compostos de liberação lenta do NNP, os quais diminuiriam o risco
de intoxicação dos ruminantes (PIRES et al., 2004).
Os ensaios de liberação de amônia in situ são favoráveis ao uso de ureia
protegida, pois comprovam uma liberação mais gradual (FERREIRA et al., 2005).
Desta forma, a utilização de ureia protegida na alimentação de ruminantes pode
favorecer o melhor aproveitamento do nitrogênio disponível, sendo a liberação deste
para o ambiente ruminal mais lenta e constante, favorecendo a fermentação e síntese de
proteína microbiana ruminal, com reflexos positivos no desempenho produtivo
(GARDINAL, 2011).
A forma de se proteger a ureia para que ocorra a liberação lenta e constante tem
sido o grande desafio para os pesquisadores e indústrias, assim estão sendo
desenvolvidos diversos compostos como: polímeros, poliuretano, ureia fisicamente
encapsulada por ceras vegetais entre outras (TAYLOR-EDWARDS et al., 2009). Esses
produtos têm como objetivo diminuir a velocidade de hidrólise da ureia e otimizar a
6
disponibilidade de energia, com isto, evita-se o maior problema na administração de
ureia e o desequilibro entre a liberação de energia e nitrogênio (SERRANO, 2011).
Nesta linha de investigação, a ureia de liberação lenta de N-NH3, tem
teoricamente, a finalidade de melhorar a funcionalidade do rúmen e modificar o perfil
metabólico. A ureia protegida está na forma de grânulos, de modo a que o N-NH3 é
lentamente liberado dentro de um período de oito horas após a ingestão (XIN et al.,
2010), diferentemente da ureia convencional, a qual é hidrolisada em 20-60 minutos
após a ingestão. De acordo com Broderick (2009), a suplementação de ureia protegida
em dietas para ruminantes alimentados com altos níveis de carboidratos rapidamente
fermentáveis pode melhorar a capacidade de síntese de proteína microbiana.
4.0 Leveduras vivas
Em 2006 a União Européia restringiu a importação de carne bovina as quais
fizessem o uso de quaisquer antibióticos como promotores de crescimento na dieta dos
animais. Essas medidas têm contribuído para intensificar a procura por aditivos
alternativos que satisfaçam às exigências do mercado. Entre os aditivos alternativos
existentes, destacam-se as culturas de leveduras, que atuam como probiótico e possuem
características que atendem às exigências internacionais dos maiores importadores de
carne bovina brasileira (GATTAS et al., 2008).
As leveduras da espécie Saccharomyces cerevisiae, é apontada como um dos
possíveis fatores responsáveis pela melhoria no desempenho animal, pois quando
presentes no rúmen, as leveduras produzem fatores que aumentam a atividade e o
crescimento dos microrganismos, por proporcionar pH ruminal favorável ao seu
desenvolvimento, consumo de oxigênio, maior digestão de frações fibrosas da dieta e
maior consumo alimentar (GATTAS, 2005). Com isso, ocorre aumento da taxa de
7
degradação ruminal e da digestibilidade da fibra, maximizando a utilização de amônia e
maior fluxo de proteína microbiana para o duodeno (NEWBOLD et al., 1996).
Tricarico (2005), em diversos trabalhos de pesquisa demonstra que o aumento da
produtividade animal, seja de carne ou de leite, por meio do uso de leveduras é
resultado da sua capacidade de estimular a multiplicação de bactérias ruminais
anaeróbicas totais, bactérias celulolíticas e bactérias utilizadoras de ácido láctico no
rúmen.
Segundo Martin et al., (1992), no rúmen, os efeitos do probiótico são de maneira
geral benéficas, favorecendo a presença de maior número de bactérias celulolíticas
melhorando a digestão da parede celular, a produção de fatores de crescimento para os
microrganismos do rúmen e o aumento do número de bactérias Selenomonas
ruminantium a produção de propionato, acetato, succinato e do total de ácidos graxos
voláteis no rúmen.
De acordo com Rigobelo et al., (2014) estes motivos contribuem para o maior
consumo e melhor aproveitamento da dieta pelos animais, pois ocorre aumento da
eficiência de utilização dos nutrientes no rúmen, alterando positivamente o metabolismo
do animal e determinando melhores resultados no desempenho produtivo, evidenciando
a importância de estudos com leveduras na dieta de bovinos.
5.0 Influência da ureia protegida e leveduras vivas na carne bovina em pastejo
A carne proveniente de animais criados a pasto tem sido cotada como uma das
mais nutritivas e, segundo Wood et al., (2008) o produto contém níveis maiores de
ácidos graxos Ômega 3, proporção maior e mais desejável de Ômega 3 em relação a
Ômega 6 e níveis altos de ácido linoléico conjugado, todas estas substâncias
sabidamente, tem efeitos favoráveis à saúde humana.
8
A composição das dietas fornecidas aos animais é de extrema importância, mais
especificamente o teor protéico, que pode proporcionar aumento na produção, já que a
concentração e a qualidade da proteína podem afetar o consumo de alimento, as
características de carcaça e a composição química dos tecidos musculares (SILVA et al.,
2002; ZUNDT et al., 2002).
A composição química da carne tem destacada importância, pois afeta a sua
qualidade tecnológica, higiênica, sanitária e sensorial (OLIVÁN et al., 2000). Podendo
ser influenciada por diferentes fatores, como espécie, raça, sexo, nutrição e peso ao
abate (BONAGURIO et al., 2003).
Bovinos que recebem dietas contendo níveis de energia e proteína balanceada
apresentam carcaças de qualidade superior, com adequado desenvolvimento muscular,
deposição de gordura e proporção de ossos (MULLER et al., 1986). O aumento da
energia da dieta através da maior oferta de concentrados pode alterar os aspectos
qualitativos e quantitativos da carcaça (ARTHAUD et al., 1997).
Com a utilização de leveduras na suplementação de bovinos, pode ocorrer
redução da concentração de oxigênio presente no rúmen a qual pode variar de 0,5 a 1%
que por sua vez demonstra alto grau de toxidade aos microrganismos anaeróbios
(VALADARES FILHO et al., 2006). Apresentam a capacidade de promover maior
estímulo das bactérias anaeróbicas totais e das bactérias celulolíticas na degradação da
fibra; isso porque alguns tipos de bactérias apresentam melhor desempenho na presença
de leveduras. Com esta resposta de otimização do meio ruminal, além do aumento do
volume total de fibras digeridas no rúmen, é possível prever aumento na ingestão de
matéria seca, maior ganho de peso e melhor conversão alimentar (DAWSON, 2000).
9
A utilização de ureia protegida eleva a digestibilidade da matéria orgânica e
acelera a digestão da fibra em detergente neutro da forrageira devido ao suprimento de
N-NH3 aos microrganismos ruminais (FRANCO et al., 2004).
O principal fator limitante para digestão da fibra é o baixo teor de nitrogênio
amoniacal (N-NH3) devido à menor atividade bacteriana. A maioria das bactérias é
capaz de usar o N-NH3 como única fonte de nitrogênio, devendo, portanto a dieta conter
concentrações adequadas no rúmen, intensificando a atividade microbiana.
Considerando que a proteína microbiana é de alta qualidade, torna-se importante
maximizar sua síntese no rúmen. A potencialização do aproveitamento de nitrogênio
não somente melhora a oferta de aminoácidos para o intestino delgado, mas também
diminui as perdas de energia (CHERDHTONG et al., 2010). Desta forma, a eficiência
de conversão sera otimizada e o potencial genético do animal demonstrará melhor
desempenho, favorecendo o crescimento muscular e a deposição de tecido adiposo,
antecipando a idade ao abate e melhorando a qualidade de carne. Neste contexto, o uso
tanto de leveduras quanto de fontes de ureia protegida tem potencial para melhorar
desempenho/qualidade de carne.
10
6.0 Referências bibliográficas
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15
1.0 Introdução
A busca por melhores resultados sobre o desempenho e características de
carcaça de animais em pastejo tem exigido esforços na elaboração de dietas que as
satisfaçam. De acordo com Paulino et al., (2004), a suplementação de bovinos em
pastagem é uma das principais estratégias para intensificação dos sistemas. Essa
tecnologia permite aumentar a eficiência de conversão das pastagens, melhorar o ganho
de peso dos animais e em encurta os ciclos de crescimento e de engorda dos bovinos.
É importante identificar os efeitos da suplementação alimentar no desempenho
dos animais, bem como na qualidade da carne, pois animais com maiores taxas de
ganho de peso produzem carnes de melhor maciez (ABERLE et al., 1981).
A utilização de levedura viva, em suplementação de bovinos de corte é apontada
como um dos possíveis fatores responsáveis por melhorar o desempenho animal, por
proporcionar estabilidade do pH ruminal, maior digestão de frações fibrosas, maior
consumo, consequentemente maior aproveitamento da dieta e ainda favorece os fatores
que aumentam a síntese de proteína microbiana (SANTOS et al., 2006).
Considerando que a proteína microbiana é de alta qualidade, torna-se importante
maximizar sua síntese no rúmen. Nesse sentido, a utilização de nitrogênio não protéico
protegido não somente melhora a oferta de aminoácidos para o intestino delgado, mas
também diminui as perdas de energia (CHERDHTONG et al., 2010). Desta forma, a
eficiência da conversão sera otimizada e o potencial genético do animal demonstrará
melhor desempenho, favorecendo o crescimento muscular e a deposição de tecido
adiposo, antecipando a idade ao abate e aperfeiçoando a qualidade de carne
(MANELLA, 2004).
Apesar de estudos (Paula, 2014, Ferreira et al., 2005) demostrarem efeitos
positivos da inclusão de levedura viva e ureia protegida sobre o desempenho de bovinos
16
é notória a necessidade de estudos e linhas de pesquisas que envolvam seus efeitos
sobre a qualidade de carne.
Assim objetivou-se com esta pesquisa avaliar a composição e qualidade de carne
de bovinos terminados a pasto suplementados com ureia protegida e leveduras vivas.
2.0 Metodologia
2.1 Local, unidades experimentais e tratamento
O experimento foi conduzido na Fazenda Uirapuru, localizada no município de
Alta Floresta-MT, em que foram utilizados 75 novilhos Nelore, não castrados, com
idade de 27 meses durante o período de transição águas-seca entre os meses de março a
junho de 2013. A área experimental destinada aos animais foi constituída de cinco
piquetes, contendo 11 ha cada, formados com gramínea Brachiaria brizantha cv.
Marandu, providos de bebedouros e comedouros, onde os animais permaneceram por
um período de 111 dias, obtendo peso corporal final médio de 465,24±2,16 kg.
O experimento foi estruturado em delineamento inteiramente casualizado (DIC)
sendo cinco tratamentos e quinze repetições/tratamento. Os suplementos ofertados aos
animais foram: suplementação mineral à vontade e suplementos protéico-energético
com ou sem a adição de ureia protegida e/ou levedura viva conforme (Tabela 1), que
tem sua composição química descrita na (Tabela 2), ofertados diariamente às 10:00
horas, em quantidade de 1,0 kg/animal aproximadamente, em comedouro conjunto com
acesso aos dois lados, permitindo a alimentação de todos os animais simultaneamente.
2.2 Características de carcaças
Todos os animais foram devidamente identificados embarcados e transportados
até o matadouro-frigorífico, sob Serviço de Inspeção Federal, localizado no município
17
de Sinop-MT, a 350 km da cidade de Alta Floresta-MT. Os animais foram abatidos em
um único dia e no mesmo lote, em que foi cumprido o período de descanso e dieta
hídrica de aproximadamente 12 horas logo após a chegada ao matadouro-frigorifico.
Imediatamente antes da insensibilização com pistola pneumática de penetração os
animais foram pesados para obtenção do peso corporal final (PCF) e logo após foi
realizado os procedimentos de sangria com secção da jugular, esfola, evisceração e
preparo das carcaças para o resfriamento, que envolve a divisão da carcaça
longitudinalmente, toalete, pesagem e lavagem, conforme fluxo padrão adotado pela
indústria.
Após resfriamento de 24 horas, foram coletadas as seguintes medidas: distância
máxima entre a porção anterior medial da primeira costela até o ponto médio da
curvatura do osso púbis, para posteriormente realização do cálculo de índice de
compacidade da carcaça (ICC) = Peso da carcaça fria/comprimento interno da carcaça.
Posteriormente as carcaças foram divididas em cortes primários (dianteiro, ponta de
agulha e traseiro total) e submetidas à pesagem para cálculos de rendimentos.
2.3 Características da carne
Para características físico-química da carne foram utilizados 40 bovinos
escolhidos aleatoriamente, sendo 8 animais por tratamento.
Amostras do contrafilé (Musculus longissimus thoracis) foram coletadas entre a
12º e 13º costela, divididos em três bifes-amostras de 25 mm de espessura, que foi
identificado, embalado a vácuo e transportado em caixa térmica com gelo ao
Laboratório de Alimentos da Universidade Federal de Mato Grosso, campus de Sinop,
para avaliação dos parâmetros qualitativos de carne. Os três bifes-amostras foram
coletados com, os propósitos de avaliar: amostra 1 - pH, cor, espessura de gordura
18
subcutânea do dorso, composição centesimal e perfil dos ácidos graxos; amostra 2 -
força de cisalhamento, perda por exsudação na embalagem á vácuo e perdas por cocção;
amostra 3 - força de cisalhamento, perda por exsudação na embalagem á vácuo e perdas
por cocção após 21 dias de maturação.
2.3.1 Avaliação física
Para avaliação de perda por exsudação e cocção, as amostras foram previamente
descongeladas sob refrigeração durante o período de 24 horas (0-2°C) e que foram
coletados os pesos de amostras embaladas, amostras sem embalagem, somente a
embalagem, somente a amostra in natura e amostra submetida a cocção, pesadas em
balança analítica com precisão de quatro dígitos, e submetido a cálculos de perdas.
A coloração da carne e da gordura subcutânea foi avaliada de forma subjetiva
por técnicos treinados, após a amostra ser removida da embalagem e ser exposta por 30
minutos com atmosfera natural, foram utilizadas escalas estruturadas de sete cores,
variando para carne de 1 = vermelho extremamente claro a 7 = vermelho extremamente
escuro, e para gordura subcutânea de 1 = branco a 7 = amarelo (ouro).
Para mensurar a espessura de gordura subcutânea, fez-se uso de um paquímetro
digital KING TOOLS®.
A maturação tecnológica da carne foi adotada por um período de 21 dias a
temperatura de 3 a 5 ºC em sacos plásticos de Nylon – Poli de cinco camadas, especial
para alto vácuo e com baixa permeabilidade ao oxigênio.
A força de cisalhamento foi determinada segundo método descrito por Savell et
al., (2010) com as amostras submetidas à cocção, em aparelho elétrico grill, até atingir a
temperatura interna de 71ºC, aferida com termômetro digital. Após resfriamento a 4°C
por 12 horas, as amostras foram cortadas em cilindros de 1,25 cm diâmetro, com auxílio
19
de uma furadeira de bancada, evitando-se nervos e gorduras; em seguida foi mensurada
a força de cisalhamento por meio do texturômetro TA XT-Plus Texture Analyser 2i,
marca Stable Micro System (UK), equipado com conjunto de lâmina Warner-Bratzler
(capacidade de 25 kg e velocidade do seccionador de 20cm/min).
2.3.2 Avaliação química
Na composição centesimal foi analisado o teor de umidade (item 950.46);
proteína, pelo método Kjeldahl-micro (item 981.10); extrato etéreo (item 991.36)
resíduo mineral fixo (item 920.153), ambos segundo o método recomendado pela
A.O.A.C. (2007). O perfil dos ácidos graxos foi avaliado por meio de cromatografia
gasosa, sendo os ésteres de ácidos graxos avaliados em cromatógrafo Shimadzu, com
coluna capilar de sílica fundida (FOLCH, 1957; HARTMAN et al., 1973).
Para aferição de pH fez-se uso de um pHmetro termômetro digital portátil marca
SERTON® modelo 1001, com o sensor "Ion Sensitive Field Effect Transistor" (ISFET),
ao qual teve seu elétrodo inserido no centro geométrico das amostras.
2.4 Análise estatística
Os dados foram analisados pelo programa computacional SAS 9.0 (2000) por
meio de análise de variância e à comparação entre médias por intermédio da
decomposição da soma de quadrados relacionada a esta fonte por intermédio de
contrastes ortogonais sendo: C1: suplemento mineral (SM) vs a média (protéico-
energético + protéico-energético com leveduras vivas + protéico-energético com ureia
protegida + protéico-energético com leveduras vivas e ureia protegida); C2: protéico-
energético (PE) vs protéico-energético com leveduras vivas (PEL); C3: protéico-
energético vs protéico-energético com ureia protegida (PEU) e C4: protéico-energético
20
vs a média (protéico-energético com leveduras vivas + protéico-energético com ureia
protegida + protéico-energético com leveduras vivas e ureia protegida (PELU)).
Para todos os procedimentos estatísticos adotou-se à α = 0,05 como limite
máximo tolerável para o erro tipo I. Para as amostras de carne 2 e 3 foram incluídos no
modelo o efeito do processo de maturação tecnológica de 21 dias.
3.0 Resultados e Discussão
As características de carcaças são apresentadas na (Tabela 3), em que o peso
corporal final (PCF), peso carcaça quente (PCQ), e peso carcaça fria (PCFr) foram
significativos (P<0,05), demonstrando que animais que receberam suplementação
mineral foram mais leves que a média dos demais tratamentos. Contudo não foi possível
observar diferenças entre os outros contrastes, demonstrando que animais que
receberam tratamento protéico-energético obtiveram carcaças mais pesadas, sem ter
influência da inclusão de ureia protegida e/ou leveduras vivas.
Mascardi (2007), também não encontrou diferença no peso e rendimento de
carcaça fornecendo ureia protegida na dieta dos animais em confinamento substituindo
fonte de proteína verdadeira, e em estudos realizados por Kuss et al., (2010) também
não relataram diferenças sobre o efeito da inclusão de leveduras com relação às
variáveis de carcaça em novilhos terminados em confinamento.
O peso corporal final foi intimamente relacionado com os pesos de carcaça
quente e fria, refletindo diretamente nos valores absolutos dos cortes primários das
carcaças; dianteiro, ponta de agulha (PA) e traseiro. Contudo quando os cortes primários
foram expressos proporcionais ao peso de carcaça fria, não foram detectadas diferenças
(P>0,05) entre bovinos que receberam suplementação mineral e protéico-energético.
21
Resultados semelhantes foram encontrados por Carneiro et al., (2006) quando
avaliaram os efeitos da suplementação mineral e suplementação completa (mineral,
protéica, energética e vitamínica) sobre as características de carcaça de novilhos Nelore
castrados, terminados a pasto, na estação chuvosa, não havendo influência dos
tratamentos para pesos dos cortes primários expressos em porcentagem.
Os rendimentos de carcaça quente (RCQ) e fria (RCF) obtidos neste
experimento são superiores quando comparados aos encontrados na literatura (Santos et
al., 2002, Carneiro et al., 2006 e Polizel Neto et al., 2009), esses autores trabalharam
com bovinos da raça Nelore com suplementação em pastejo, a justificativa para esses
dados serem superiores é a utilização de uma balança para coletas de dados a fim de
realizar cálculos de rendimento, após o período de descanso e dieta hídrica no
matadouro-frigorifico, instantes antes da insensibilização, para obtenção do peso
corporal final. Essa característica não foi influenciada pelos tratamentos (P>0,05),
apresentando valores médios de 55,73±0,17 e 54,33±0,17 % respectivamente.
Segundo Santos et al., (2002) o comprimento e a profundidade de carcaça estão
intimamente relacionados com o desenvolvimento do tecido ósseo animal. Como os
animais já haviam completado a maior parte do desenvolvimento do tecido ósseo ao
início do experimento, que durou apenas 111 dias, os planos nutricionais não
influenciaram estas características.
Os valores de espessura de gordura subcutânea dos animais de todos os
tratamentos, não atenderam os limites descritos por Müller (1980), em que a espessura
de gordura subcutânea deve ter um limiar mínimo de 3 a 5 mm para melhor conservação
da carne, funcionando como um isolante térmico, contribuindo para que não ocorra
penalização das carcaças no resfriamento como desidratação, escurecimento e a redução
da maciez da carne (LUCHIARI FILHO, 2000; BRIDI et al., 2009).
22
Os possíveis motivos de não terem alcançado os limites mínimos, é que animais
inteiros depositam gordura mais tardiamente do que animais castrados (VAZ et al.,
2000; DE SMET et al., 2004; PRADO et al., 2004 e KUSS et al., 2010), sendo
influenciado pelo sistema de criação e/ou terminação adotado. Sistemas de produção
associado à idade do animal e a genética (RIBEIRO, 2000) interferem na quantidade e
na distribuição da gordura na carcaça (MANÇO, 2002).
Os valores médios de espessura de gordura encontrados nos animais que
receberam leveduras vivas e/ou ureia protegida na suplementação, foram superiores
(P<0,05) aos animais suplementados apenas com protéico-energético, demonstrando
que tanto a ureia protegida e a levedura viva em suplementação protéico-energético
proporcionam melhor acabamento das carcaças.
Os valores de composição centesimal são apresentados na Tabela 4, não
havendo diferença (P>0,05) entre os contrastes.
Os teores de umidade, resíduos de minerais fixo e de proteína bruta descritos
neste estudo são superiores aos encontrados por Moreira et al., (2003), Prado et al.,
(2008) e Cavali, (2010) os quais não observaram efeito de suplementação a pasto em
novilhos terminados até 30 meses, entretanto os valores obtidos ficaram próximos dos
encontrados por Andrade et al., (2010) e Rossato et al., (2010) em estudos com animais
a pasto da raça Nelore.
O valor médio da porcentagem lipídica de carne foi de 0,90 %, este baixo teor de
lipídeos totais pode ser atribuído à menor deposição de gordura intramuscular de
bovinos em pastejo, ficando próximo ao obtido por Polizel Neto et al., (2009) e Cavali,
(2010), utilizando animais da raça Nelore com suplementação terminados a pasto.
23
Luchiari Filho, (2000) relata que gordura de marmorização é a última a se
depositar na carcaça durante a fase de terminação do animal. Por isso o sistema de
produção e a raça interferem consideravelmente nesta variável (MANÇO, 2006).
Na Tabela 5 estão expressos os valores para força de cisalhamento, maiores
valores da força de cisalhamento correspondem a maior força necessária para romper a
amostra de tecido muscular, não havendo diferenças (P>0,05) entre os contrastes.
Vale ressaltar que Alves et al., (2005) e Muchenje et al., (2008) afirmam que a
raça é altamente correlacionada com a maciez de carne, sendo a carne dos zebuínos
(Bos taurus indicus) classificada como tenra, que se da pela quantidade de calpastatina
que possui (RUBENSAM et al., 1998), e pela menor deposição de gordura subcutânea e
intramuscular dos animais criados a pasto e abatidos tardiamente comparados com
animais que recebem dietas de concentrado os quais apresentam carne mais macia
(VESTERGAARD et al., 2000).
Porém neste trabalho as médias da força de cisalhamento das amostras são
inferiores ao valor de 5,0 kg proposto por Felício et al., (2000) como limite entre carne
dura e macia.
Nos valores para amostras não maturadas e maturadas foi notada diferença
significativa (P<0,05), demonstrando os benefícios do processo de maturação em
reduzir a força de cisalhamento.
Independente de fatores como raça, sistema de produção e idade de abate, a
diminuição dos valores de força de cisalhamento ao longo do período de maturação é
encontrada por vários autores (PRINGLE et al., 1997; RUBENSAM et al., 1998;
HADLICH, 2004; MORALES, 2004) em que no processo de maturação a ação de
enzimas endógenas são responsáveis pela maciez. As principais enzimas presentes nesse
24
processo são as calpaínas e as catepsinas capazes de hidrolisar as proteínas miofibrilares
(TAYLOR et al., 1995; HOPKINS et al., 2000).
As amostras dos animais que receberam somente protéico-energético tiveram
valores significativos para perdas por exsudação, sendo superiores quando comparado
aos tratamentos com ou sem leveduras vivas e ureia protegida.
Para as amostras não maturadas e maturadas houve diferença significativa
(P<0,05). Essa diferença pode ser explicada pelo tempo de permanência das amostras
maturadas nas embalagens a vácuo, e esta intimamente ligada com as menores perdas na
cocção.
O valor médio da perda por cocção para amostras dos animais que receberam
suplementação mineral foram inferiores quando comparados com a média dos demais
tratamentos quando a mesma passou pelo processo de maturação, demonstrando que a
utilização de suplementos protéico-energético aumentam as perdas por cocção. Em
relação às amostras que passaram pelo processo de maturação ou não, houve diferença
(P<0,05). A menor perda por cocção das amostras maturadas é explicada pela obtenção
de maiores perdas por exsudação.
A média da perda por cocção das amostras não maturadas ficou próxima ao
resultado obtido por Oliveira, (1993) em que relatou médias de 25,56 % para a carne de
novilhos Nelore. O presente trabalho obteve valores inferiores a estudos realizados por
Abularach et al., (1998), Felício et al., (2000), Canesin et al., (2006) e por Polizel Neto
et al., (2009), utilizando animais da mesma raça em criação a pasto e ou confinamento
com suplementação.
Utilizando o método de escala subjetiva para avaliação da cor da carne e da
gordura subcutânea, não houve diferenciação entre os contrastes. Já na comparação de
carne maturada ou não, foi observada significância de (P<0,05), e as amostras
25
submetidas ao processo de maturação por 21 dias apresentaram coloração mais clara do
que as não maturadas. Peixoto et al., (2002), ao estudarem as características da carne
bubalina maturada, concluíram na avaliação subjetiva da cor, que a carne maturada
obteve a preferência dos julgadores. Demonstrando que a cor da carne maturada após
ser exposta a atmosfera natural, apresenta coloração mais clara que amostras não
maturadas.
No pH da carne não foram observadas diferenças de (P>0,05) entre os
contrastes e entre amostras sem maturação e com maturação cujo valor médio foi de
5,67±0,04 e 5,75±0,04 respectivamente permanecendo no intervalo entre 5,40 e 5,80 o
que é considerado normal segundo Cruz (1997), Roça (2001) e Mach et al., (2008).
Os frigoríficos brasileiros apenas exportam carne que apresentam pH abaixo de
5,80, avaliado diretamente no Musculus longissimus thoracis, 24 horas post-morten,
demonstrando um rigoroso controle de qualidade dos países de importação e que a carne
proveniente do experimento esta apta para exportação.
Na Tabela 6 são apresentados o perfil de ácidos graxos da carne (Musculus
longissimus thoracis). O ácido oléico (C18:1ω9c) é o principal ácido graxo
monoinsaturado da carne bovina relatado por Freitas, (2006) e Wood et al., (2008)
representando 88 % dos ácidos graxos monoinsaturados. No presente trabalho pôde ser
constatada uma porcentagem de 85,84 %. O aumento na concentração do ácido oléico é
altamente desejável, pois, este ácido graxo é reconhecido por apresentar propriedades
hipocolesterolêmicas conforme relatado por Mir et al,. (2003).
A incorporação do ácido Eicosapentaenóico (C20:5ω3) poliinsaturado da classe
dos ômega 3, na composição do perfil dos ácidos graxos na carne de bovinos é de
fundamental importância. Os animais que receberam apenas suplementação mineral
26
obtiveram significância (P<0,05) na porcentagem de Eicosapentaenóico (C20:5ω3) sendo
superior aos demais tratamentos.
É comprovado cientificamente que o ácido Eicosapentaenóico (C20:5ω3) exerce
efeitos benéficos a saúde humana como, prevenção de arteriosclerose, ataque cardíacos,
depressão e câncer (WILLIAMS, 2000; SIMOPOULOS, 2002).
Para os ácidos graxos saturados Heptadenóico (C17:0) e Esteárico (C18:0), houve
significância de (P<0,05) para amostras dos bovinos que receberam como tratamento
protéico-energético comparado ao protéico-energético com adição de leveduras vivas e
também nos tratamentos protéico-energético comparado ao protéico-energético com ou
sem adição de leveduras vivas e/ou ureia protegida. Esse último ácido graxo representa
o terceiro ácido graxo com maior percentual na carne dos bovinos, ficando em níveis
menores que em estudos realizados por Freitas, (2006).
Porém Gill et al., (2008) relataram que o aumento desse ácido graxo não é de
extrema importância, uma vez que não causa alteração do colesterol sanguíneo em
humanos. Ressalta-se que a carne é apenas um dos ingredientes da dieta humana e que
não se deve levar em consideração apenas o seu conteúdo de triglicerídeos e, sim, o
conteúdo total na dieta consumida (MIR et al., 2003).
Em geral, os animais criados a pasto são abatidos com peso mais baixo que os
animais de confinamento, produzindo carcaças mais magras. As carcaças mais magras
têm vantagem de uma menor porcentagem lipídica total e maior proporção de ácidos
graxos insaturados (BRIDI et al., 2009)
As forrageiras são ricas em ácidos graxos polinsaturados, precursores do ácido
linoléico conjugado (CLA). Animais alimentados a pasto possuem 6 vezes mais CLA
que animais confinados com dietas de alto grão (POULSON et al., 2004 e WARREN et
al., 2008). CLA é um grupo de ácidos graxos polinsaturados encontrados na carne de
27
ruminantes e produtos lácteos, são compostos produzidos no rúmen durante a
biohidrogenação dos ácidos linoléico e linolênico pela bactéria anaeróbica do rúmen
Butyrivibrio fibrisolvens.
Estudos realizados por Inostroza et al., (2012) apontaram que níveis elevados de
CLA também estão ligados à presença de ácidos graxos como: miristoleico (C14:1),
palmitoleico (C16:1), cis-10-heptadecanóico (C17:1), elaídico (C18:1n9t) e oleico (C18:1n9c).
O ácido linoléico conjugado tem se mostrado como anticarcinogênico,
antiarteriosclerose, antitrombótico, hipocolesterolêmico, imunoestimulatório, atuando
no aumento de massa muscular, reduzindo a gordura corporal e prevenindo diabetes
(LOBATO et al., 2006).
A somatória das porcentagens dos ácidos graxos saturados (AGS)
monoinsaturados (AGM) e poliisaturados (AGP) estão descritos pelo percentual de
51,09±0,53, 38,62±0,26 e 7,52±0,62 % respectivamente. Em estudos realizados por
Rossato et al., (2010) com 30 animais da raça Nelore em terminação a pasto e
Fernandes et al., (2009) trabalhando com touros Nelore alimentados com dietas à base
de cana-de-açúcar e dois níveis de concentrados, cabe salientar que os valores para AGS
desse trabalho proporcionaram índices maiores do que descrito pelos autores, os AGM
resultaram em valores inferiores e os AGP com valores próximos.
28
4.0 Conclusão
O fornecimento de suplemento protéico-energético para bovinos em pastejo no
período de transição águas-seca, independente da adição de leveduras vivas e/ou ureia
protegida, eleva o peso corporal e de carcaça desses animais comparando com a
suplementação mineral, sem alterar a composição e qualidade de carne.
29
5.0 Referências bibliográficas
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34
Tabela 1 - Composição dos suplementos
Ingredientes
(%)
Suplementos
SM1 PE
2 PEL
3 PEU
4 PELU
5
Mineral 100,0 10,0 10,0 10,0 10,0
Uréia/SA (9:1) --- 2,0 2,0 2,0 2,0
Farelo de soja --- 57,5 57,0 18,0 17,5
Milho --- 30,5 31,0 64,0 64,0
Ureia protegida --- --- --- 6,0 6,0
Levedura --- --- 0,5 --- 0,5 1Suplemento mineral, 2Protéico-energético, 3Protéico-energético com levedura, 4Protéico-energético com ureia de liberação lenta, 5Protéico-energético com levedura e ureia de liberação lenta.
Tabela 2 - Composição química dos suplementos e do pasto
Itens1
Suplementos2
SM PE PEL PEU PELU PASTO
MS - 90,64 91,1 91,33 91,34 44,86
MO - 82,24 82,73 78,24 78,25 92,92
PB - 34,66 34,65 34,62 34,57 8,80
EE - 2,19 2,2 2,79 2,79 1,42
FDA - 7,06 7,04 4,95 4,91 29,71
FDN - 1,15 1,15 1,09 1,09 25,69
MM 100,00 17,76 17,27 21,76 21,75 7,63 1 MS = Matéria seca; MO = Matéria orgânica; PB = Proteína bruta; E.E = Extrato etéreo; FDA = Fibras indigestível em detergente ácido; FDNi = Fibras indigestível em detergente neutro indigestível; MM = Matéria mineral. 2 SM = Suplemento mineral; PE = Protéico-energético; PEL = Protéico-energético com levedura viva; PEU = Protéico-energético
com ureia protegida; PELU = Protéico-energético com levedura vivas e ureia protegida.
35
Tabela 3 - Valores médios das características de carcaça de bovinos suplementados
com dieta protéico-energético com ou sem adição de leveduras vivas e ureia protegida
Variáveis 1
Tratamentos 2
Média
P3
SM PE PEL PEU PELU C1 C2 C3 C4
PCF 455,75 ± 4,15 464,25 ± 4,14 467,85 ± 3,98 468,49 ± 4,31 469,56 ± 3,98 465,24 ± 2,16 0,0136 0,4807 0,5338 0,3617
PCQ 251,06 ± 3,07 260,81 ± 3,06 259,39 ± 2,95 260,95 ± 3,19 264,22 ± 2,95 259,34 ± 1,54 0,0040 0,9740 0,7414 0,8399
RCQ 55,07 ± 0,38 56,16 ± 0,38 55,44 ± 0,37 55,70 ± 0,40 56,27 ± 0,37 55,73 ± 0,17 0,0639 0,4217 0,1899 0,4336
CC cm 134,12 ± 0,83 134,62 ± 0,83 135,22 ± 0,80 135,80 ± 0,87 134,80 ± 0,80 134,90 ± 0,37 0,2920 0,3296 0,6055 0,4986
PC cm 45,10 ± 0,46 45,00 ± 0,46 44,58 ± 0,45 45,08 ± 0,48 44,68 ± 0,45 44,88 ± 0,20 0,6117 0,9001 0,5210 0,6869
Diant 100,93 ± 1,58 103,68 ± 1,57 104,24 ± 1,51 105,10 ± 1,64 104,94 ± 1,71 103,73 ± 0,71 0,0501 0,5341 0,7995 0,5581
Diant % 41,03 ± 0,34 40,84 ± 0,34 41,18 ± 0,33 41,20 ± 0,35 41,27 ± 0,37 41,10 ± 0,15 0,8114 0,4672 0,4778 0,3468
Tras 121,79 ± 1,33 125,69 ±1,32 124,76 ± 1,27 125,48 ± 1,38 126,24 ± 1,27 124,80 ± 0,68 0,0140 0,9127 0,6172 0,8975
Tras % 49,54 ± 0,36 49,50 ± 0,36 49,30 ± 0,34 49,24 ± 0,37 49,05 ± 0,39 49,34 ± 0,16 0,5110 0,6147 0,6852 0,4694
PA 23,16 ± 0,47 24,11 ± 0,49 24,07 ± 0,45 24,32 ± 0,49 24,62 ± 0,47 24,05 ± 0,22 0,0420 0,7604 0,9578 0,6879
PA % 9,41 ± 0,14 9,64 ± 0,14 9,50 ± 0,13 9,54 ± 0,14 9,66 ± 0,15 9,55 ± 0,06 0,2712 0,6232 0,4843 0,6513
PCFr 245,86 ± 2,67 253,90 ± 2,66 253,07 ± 2,56 254,92 ± 2,77 254,26 ± 2,89 252,31 ± 1,32 0,0090 0,7905 0,8241 0,9520
RCF 53,94 ± 0,39 54,71 ± 0,39 54,10 ± 0,37 54,44 ±0,40 54,51 ± 0,42 54,33 ± 0,17 0,2588 0,6316 0,2673 0,4323
PGOT kg 5,28 ± 0,69 5,29 ± 0,72 6,32 ± 0,66 5,92 ± 0,71 6,25 ± 0,74 5,81 ± 0,30 0,4008 0,5420 0,2998 0,2990
PGOT % 2,10 ± 0,26 2,05 ± 0,27 2,44 ± 0,25 2,24 ± 0,27 2,41 ± 0,28 2,25 ± 0,11 0,5285 0,6218 0,3021 0,3231
ICCkg/cm 1,85 ± 0,02 1,88 ± 0,02 1,87 ± 0,02 1,87 ± 0,02 1,88 ± 0,02 1,87 ± 0,01 0,2712 0,7715 0,6293 0,7294
Esp de gord 1,91 ± 0,10 1,68 ± 0,10 2,14 ± 0,10 2,12 ± 0,10 2,37 ± 0,10 2,02 ± 0,08 0,1674 0,0059 0,0040 0,0001
1 PCF = Peso corporal final; PCQ = Peso carcaça quente; RCQ = Rendimento carcaça quente; CC cm = Comprimento carcaça; PC cm = Profundidade carcaça; Diant = Dianteiro; Tras = Traseiro; PA= Ponta de agulha; PCFr = Peso carcaça fria; RCF = Rendimento
carcaça fria; PGOT = perdas por gotejamento Kg e %; ICC = Indice de compacidade da carcaça; Esp de gord = Espessura de
gordura. 2 SM = Suplemento mineral; PE = Protéico-energético; PEL = Protéico-energético com levedura viva; PEU = Protéico-energético
com ureia protegida; PELU = Protéico-energético com levedura vivas e ureia protegida. 3 C1 = Suplemento mineral vs média dos demais tratamentos; C2 = Protéico-energético vs Protéico-energético com ureia protegida; C3 = Protéico-energético vs Protéico-energético com levedura vivas; C4 = Protéico-energético vs a média dos tratamentos Protéico-
energético com levedura vivas + Protéico-energético com ureia protegida + Protéico-energético com levedura vivas e ureia
protegida.
Tabela 4 - Médias da composição centesimal da carne (Musculus longissimus thoracis)
de bovinos, suplementados com dieta protéico-energético com ou sem adição de
leveduras vivas e ureia protegida
Variáveis1 Tratamentos 2
Média P3
SM PE PEL PEU PELU C1 C2 C3 C4
UMI % 76,02 ± 0,23 75,56 ± 0,23 75,88 ± 0,23 76,21 ± 0,23 75,63 ± 0,23 75,86 ± 0,11 0,4529 0,0578 0,3259 0,2027
RMF % 1,13 ± 0,01 1,10 ± 0,01 1,12 ± 0,01 1,14 ± 0,01 1,13 ± 0,01 1,12 ± 0,01 0,7877 0,0963 0,6183 0,2111
E.E % 0,78 ± 0,12 0,92 ± 0,12 0,90 ± 0,12 0,98 ± 0,12 0,90 ± 0,12 0,90 ± 0,05 0,3288 0,7408 0,9048 0,9670
PB % 22,54 ± 0,43 22,87 ± 0,43 22,72 ± 0,43 23,00 ± 0,47 22,93 ± 0,43 22,80 ± 0,18 0,4943 0,8467 0,8036 0,9834 1 UMI = Umidade; RMF = Resíduo mineral fixo; E.E = Extrato etéreo; PB = Proteína bruta. 2 SM = Suplemento mineral; PE = Protéico-energético; PEL = Protéico-energético com levedura viva; PEU = Protéico-energético com ureia protegida; PELU = Protéico-energético com levedura vivas e ureia protegida. 3 C1 = Suplemento mineral vs média dos demais tratamentos; C2 = Protéico-energético vs Protéico-energético com ureia protegida;
C3 = Protéico-energético vs Protéico-energético com levedura vivas; C4 = Protéico-energético vs a média dos tratamentos Protéico-energético com levedura vivas + Protéico-energético com ureia protegida + Protéico-energético com levedura vivas e ureia
protegida.
36
Tabela 5 - Médias de força de cisalhamento, perda por exsudação, perda por cocção, cor da carne e
gordura por avaliação subjetiva de sete cores (1-7) e pH, da carne (Musculus longissimus thoracis) de
bovinos suplementados com dieta protéico-energético com ou sem adição de leveduras vivas e ureia
protegida
Maturação
Tratamentos 1 Média
P2
SM PE PEL PEU PELU C1 C2 C3 C4
Força de Cisalhamento, kg
0 dia 4,54 ± 0,31 5,10 ± 0,31 4,75 ± 0,31 5,10 ± 0,31 4,44 ± 0,31 4,79 ± 0,14 a 0,4070 0,9956 0,4492 0,3767
21 dias 2,92 ± 0,39 3,50 ± 0,39 2,83 ± 0,39 3,75 ± 0,39 2,57 ± 0,39 3,11 ± 0,19 b 0,5895 0,6542 0,2563 0,3479
Perda por exsudação %
0 dia 1,77 ± 0,53 3,60 ± 0,53 2,79 ± 0,53 2,18 ± 0,53 1,75 ± 0,53 2,42 ± 0,27 b 0,1959 0,0783 0,2976 0,0425
21 dias 2,28 ± 0,65 2,99 ± 0,65 4,16 ± 0,65 4,08 ± 0,65 1,80 ± 0,65 3,06 ± 0,34 a 0,1984 0,2564 0,2216 0,6439
Perda por Cocção %
0 dia 25,81 ± 1,52 25,89 ± 1,52 26,62 ± 1,75 24,96 ± 1,52 27,81 ± 1,52 26,19 ± 0,64 a 0,7704 0,6736 0,7587 0,7521
21 dias 19,03 ± 1,67 22,91 ± 1,67 22,34 ± 1,67 25,11 ± 1,67 22,85 ± 1,67 22,45 ± 0,80 b 0,0376 0,3679 0,8118 0,7910
Cor da Carne (1 - 7)
0 dia 4,25 ± 0,61 5,00 ± 0,61 4,25 ± 0,61 3,75 ± 0,61 5,25 ± 0,61 4,50 ± 0,28 a 0,6581 0,1739 0,4052 0,4273
21 dias 3,50 ± 0,47 3,25 ± 0,47 3,50 ± 0,47 2,75 ± 0,47 4,00 ± 0,47 3,40 ± 0,21 b 0,8169 0,4676 0,7146 0,7651
Cor da Gordura (1 - 7)
0 dia 2,25 ± 0,25 2,25 ± 0,25 2,25 ± 0,25 2,25 ± 0,25 2,75 ± 0,25 2,35 ± 0,11 b 0,6611 1,0000 1,0000 0,5723
21 dias 2,50 ± 0,18 2,50 ± 0,18 3,00 ± 0,18 3,00 ± 0,18 3,00 ± 0,18 2,80 ± 0,09 a 0,0861 0,0719 0,0719 0,0315
pH
0 dia 5,62 ± 0,09 5,65 ± 0,09 5,71 ± 0,09 5,82 ± 0,09 5,55 ± 0,09 5,67 ± 0,04 a 0,5814 0,2281 0,6723 0,7239
21 dias 5,72 ± 0,11 5,74 ± 0,11 5,70 ± 0,11 5,77 ± 0,11 5,82 ± 0,11 5,75 ± 0,04 a 0,7686 0,8329 0,8136 0,8434 1 SM = Suplemento mineral; PE = Protéico-energético; PEL = Protéico-energético com levedura viva; PEU = Protéico-energético com ureia protegida;
PELU = Protéico-energético com levedura vivas e ureia protegida. 2 C1 = Suplemento mineral vs média dos demais tratamentos; C2 = Protéico-energético vs Protéico-energético com ureia protegida; C3 = Protéico-energético vs Protéico-energético com levedura vivas; C4 = Protéico-energético vs a média dos tratamentos Protéico-energético com levedura vivas + Protéico-energético
com ureia protegida + Protéico-energético com levedura vivas e ureia protegida.
Médias na mesma coluna seguidas de letras minúsculas diferentes diferem entre si (P<0,05).
37
Tabela 6 - Médias da composição de ácidos graxos da carne (Musculus longissimus thoracis)
de bovinos suplementados com dieta protéico-energético com ou sem adição de leveduras
vivas e ureia protegida
Ácido Graxo % Tratamentos
1
Média P
2
SM PE PEL PEU PELU C1 C2 C3 C4
Saturados Totais 51,60 ± 1,49 51,57 ± 1,49 51,70 ± 1,49 48,72 ± 1,49 51,89 ± 1,49 51,09 ± 0,53 0,7092 0,1863 0,9494 0,6475
C 6:0 Capróico
0,09 ± 0,07 0,04 ± 0,07 0,15 ± 0,07 0,17 ± 0,07 0,25 ± 0,07 0,14 ± 0,04 0,4088 0,2053 0,2942 0,0748
C 8:0
Caprilico 0,16 ± 0,03 0,15 ± 0,03 0,13 ± 0,03 0,19 ± 0,03 0,19 ± 0,03 0,16 ± 0,07 0,9762 0,4952 0,6543 0,6720
C 12:0 Láurico
0,00 ± 0,01 0,00 ± 0,01 0,04 ± 0,01 0,03 ± 0,01 0,02 ± 0,01 0,02 ± 0,07 0,1131 0,1604 0,1032 0,1163
C 13:0
Tridecanóico 0,11 ± 0,16 0,10 ± 0,16 0,46 ± 0,16 0,12 ± 0,16 0,10 ± 0,16 0,18 ± 0,06 0,6351 0,9102 0,1246 0,4900
C 14:0 Mirístico
3,02 ± 0,30 2,67 ± 0,30 2,11 ± 0,30 2,26 ± 0,30 2,55 ± 0,30 2,52 ± 0,05 0,0819 0,3521 0,2026 0,3124
C 16:0
Palmítico 29,56 ± 1,36 30,56 ± 1,36 29,53 ± 1,36 27,11 ± 1,36 28,63 ± 1,36 29,08 ± 0,14 0,6934 0,0832 0,5998 0,1852
C 17:0 Heptadenóico
0,89 ± 0,06 0,66 ± 0,06 0,88 ± 0,06 0,78 ± 0,06 0,81 ± 0,06 0,80 ± 0,14 0,1704 0,2077 0,0259 0,0389
C 18:0
Esteárico 16,28 ± 0,78 14,34 ± 0,78 16,76 ± 0,78 15,55 ± 0,78 16,93 ± 0,78 15,97 ± 0,07 0,6633 0,2837 0,0357 0,0283
C 20:0
Araquidico 1,32 ± 0,15 1,50 ± 0,15 1,39 ± 0,15 1,24 ± 0,15 1,46 ± 0,15 1,38 ± 0,07 0,6525 0,2467 0,6207 0,4521
C 21:0
Heneicosanóico 0,00 ± 0,19 0,00 ± 0,19 0,05 ± 0,19 0,40 ± 0,19 0,12 ± 0,19 0,11 ± 0,11 0,4992 0,1434 0,8504 0,3840
C 22:0 Behênico
0,14 ± 0,63 1,49 ± 0,63 0,17 ± 0,63 0,82 ± 0,63 0,77 ± 0,63 0,68 ± 0,11 0,3547 0,4621 0,1518 0,2281
C 23:0
Tricosanóico 0,00 ± 0,00 0,01 ± 0,00 0,00 ± 0,00 0,01 ± 0,00 0,00 ± 0,00 0,00 ± 0,00 0,4184 0,6812 0,4732 0,3374
Insaturados Totais 46,49 ± 1,70 45,96 ± 1,70 46,40 ± 1,70 46,69 ± 1,70 44,89 ± 1,70 46,09 ± 0,94 0,7914 0,7659 0,8573 0,9888
Monosaturados Totais 39,54 ± 0,93 39,36 ± 0,93 39,35 ± 0,93 37,45 ± 0,93 37,40 ± 0,93 38,62 ± 0,26 0,2757 0,1558 0,9947 0,2371
C 15:1
Pentadecenóico 0,05 ± 0,03 0,06 ± 0,03 0,06 ± 0,03 0,08 ± 0,03 0,03 ± 0,03 0,05 ± 0,05 0,7816 0,7375 0,9588 0,8497
C 16:1
Palmitoléico 3,31 ± 0,39 3,64 ± 0,39 3,04 ± 0,39 3,62 ± 0,39 3,02 ± 0,39 3,32 ± 0,08 0,9567 0,9684 0,2956 0,3745
C 17:1
Heptadecenóico 0,14 ± 0,03 0,12 ± 0,03 0,16 ± 0,03 0,11 ± 0,03 0,16 ± 0,03 0,14 ± 0,10 0,9384 0,8764 0,4922 0,6311
C 18:1ω9c
Oléico 35,11 ± 1,06 34,26 ± 1,06 35,34 ± 1,06 32,72 ± 1,06 33,01 ± 1,06 34,09 ± 0,07 0,2892 0,3096 0,4773 0,6418
C 18:1ω9t
Elaídico 0,14 ± 0,13 0,18 ± 0,13 0,00 ± 0,13 0,00 ± 0,13 0,35 ± 0,13 0,13 ± 0,01 0,9508 0,3606 0,3606 0,6905
C 20:1
Eicosenoico 0,78 ± 0,09 1,03 ± 0,09 0,73 ± 0,09 0,90 ± 0,09 0,81 ± 0,09 0,85 ± 0,15 0,3948 0,3356 0,0261 0,0484
C 22:1ω9
Erúcico 0,00 ± 0,00 0,04 ± 0,01 0,00 ± 0,00 0,00 ± 0,00 0,00 ± 0,00 0,01 ± 0,15 0,5734 0,1593 0,1248 0,0751
Polinsaturados Totais 7,26 ± 1,24 6,60 ± 1,24 7,05 ± 1,24 9,23 ± 1,24 7,48 ± 1,24 7,52 ± 0,62 0,8146 0,1444 0,8020 0,3654
C 18:2ω6c
Linoléico 2,03 ± 0,35 2,59 ± 0,35 2,30 ± 0,35 2,25 ± 0,35 2,49 ± 0,35 2,33 ± 0,10 0,3516 0,5077 0,5703 0,5631
C 18:2ω6t
Linolelaídico 0,00 ± 0,05 0,04 ± 0,05 0,03 ± 0,05 0,08 ± 0,05 0,10 ± 0,05 0,05 ± 0,08 0,3218 0,7088 0,8226 0,7372
C 18:3ω3 α - Linolênico
1,36 ± 0,32 1,26 ± 0,32 1,61 ± 0,32 1,38 ± 0,32 1,16 ± 0,32 1,35 ± 0,06 0,9855 0,8036 0,4540 0,7489
C 18:3ω6
Gama- linolêico 0,36 ± 0,30 0,57 ± 0,30 0,54 ± 0,30 0,28 ± 0,30 0,73 ± 0,30 0,50 ± 0,06 0,6244 0,5133 0,9470 0,8921
C 20:2 Eicosadienóico
0,46 ± 0,12 0,53 ± 0,12 0,59 ± 0,12 0,68 ± 0,12 0,52 ± 0,12 0,55 ± 0,07 0,3880 0,3888 0,7270 0,6244
C 20:3ω3
Eicosatrienóico 2,23 ± 1,15 0,88 ± 1,15 1,04 ± 1,15 3,72 ± 1,15 1,60 ± 1,15 1,89 ± 0,09 0,7427 0,0891 0,9204 0,3554
C 20:5ω3
Eicosapentanóico 1,02 ± 0,08 0,72 ± 0,08 0,82 ± 0,08 0,83 ± 0,08 0,84 ± 0,08 0,84 ± 0,14 0,0300 0,3815 0,4148 0,2833
C 22:6ω3
Docosahexaenóico 0,00 ± 0,04 0,00 ± 0,04 0,10 ± 0,04 0,00 ± 0,00 0,00 ± 0,00 0,02 ± 0,06 0,5758 0,9411 0,1145 0,4707
*NI Total 1,36 ± 1,46 2,52 ± 1,46 1,88 ± 1,46 4,66 ± 1,46 3,25 ± 1,46 2,73 ± 0,16 0,3017 0,3093 0,7621 0,6610
1 SM = Suplemento mineral; PE = Protéico-energético; PEL = Protéico-energético com levedura viva; PEU = Protéico-energético com
ureia protegida; PELU = Protéico-energético com levedura vivas e ureia protegida. 2 C1 = Suplemento mineral vs média dos demais tratamentos; C2 = Protéico-energético vs Protéico-energético com ureia protegida; C3
= Protéico-energético vs Protéico-energético com levedura vivas; C4 = Protéico-energético vs a média dos tratamentos Protéico-energético com levedura vivas + Protéico-energético com ureia protegida + Protéico-energético com levedura vivas e ureia protegida.
NI*= Não identificados total.