UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
MARIA CÂNDIDA DE ALMEIDA
PERCEPÇÃO DE TRABALHADORES EXPOSTOS À RUÍDO INTENSO
QUANTO AO USO DE PROTETORES AUDITIVOS
CURITIBA
2015
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
MARIA CÂNDIDA DE ALMEIDA
PERCEPÇÃO DE TRABALHADORES EXPOSTOS À RUÍDO INTENSO
QUANTO AO USO DE PROTETORES AUDITIVOS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO APRESENTADO
AO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AUDIOLOGIA
CLÍNÍCA DA UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ, COMO
REQUISITO PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE
ESPECIALISTA EM AUDIOLOGIA.
ORIENTADORA: PROFA. DRA. DÉBORA LÜDERS
CURITIBA
2015
RESUMO
Introdução: A industrialização trouxe para a população mundial grandes avanços
tecnológicos. No entanto, junto com o progresso, os efeitos nocivos do ruído
produzidos por ele também cresceram em grande proporção, sendo este atualmente
um dos maiores causadores de doenças ocupacionais com maior ocorrência no
mundo. Uma das formas encontrada para tentar controlar os efeitos do ruído na
audição é o uso de protetores auditivos. Porém, a efetividade do uso dos protetores
ainda gera discussões no meio científico. Objetivo: avaliar a percepção de
trabalhadores expostos ao ruído sobre aspectos de conforto de protetores auditivos.
Metodologia: o estudo é do tipo transversal, com abordagem quantitativa, avaliando
a relação existente entre o grau da perda auditiva, função e uso de protetores
auditivos. Participaram desse estudo 40 trabalhadores com idade variando entre 18
e 45 anos (média de 33 anos), sendo todos do gênero masculino. A meta foi verificar
se os protetores auditivos são percebidos pelos trabalhadores como confortáveis,
contribuindo para a efetividade do uso como parte integrante dos Programas de
Preservação Auditiva. Resultados: Dos 40 trabalhadores, 70% tinham ingressado no
ensino médio, enquanto que 30% possuíam apenas ensino fundamental, sendo que
metade não concluiu. A média de idade é de 33 anos, com tempo de trabalho na
empresa atual de 4 anos e meio, numa jornada média de 8 horas. O índice global de
conforto para protetor tipo concha foi de 4,31 enquanto para tipo plug foi de 3,2. A
Atenuação e colocação foram os itens que tiveram maior influência na pontuação
global. Conclusão: Pode-se concluir numa análise comparativa que os trabalhadores
pesquisados atribuíram ao protetor tipo concha melhor pontuação em relação ao
conforto oferecido. Esta percepção aplicada conjuntamente as variáveis de conforto
analisadas, podem ter grande valia na adequação dos protetores auditivos
individuais e no direcionamento das ações educativas que nesta última década tem
cada vez mais ganhado valorização e força na prevenção da perda auditiva induzida
por ruído.
Palavras Chaves: Audição ,Equipamento de Proteção, Ruído.
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – MÉDIA, MEDIANA E DESVIO PADRÃO DOS LIMIARES AUDITIVOS
DOS TRABALHADORES NA FAIXA ETÁRIA DE 18 A 29 ANOS NA ORELHA
DIREITA ....................................................................................................................35
GRÁFICO 2 – MÉDIA, MEDIANA E DESVIO PADRÃO DOS LIMIARES AUDITIVOS
DOS TRABALHADORES NA FAIXA ETÁRIA DE 18 A 29 ANOS NA ORELHA
ESQUERDA................................................................................................................35
GRÁFICO 3 – MÉDIA, MEDIANA E DESVIO PADRÃO DOS LIMIARES AUDITIVOS
DOS TRABALHADORES NA FAIXA ETÁRIA DE 30 A 40 ANOS NA ORELHA
DIREITA ....................................................................................................................36
GRÁFICO 4 – MÉDIA, MEDIANA E DESVIO PADRÃO DOS LIMIARES AUDITIVOS
DOS TRABALHADORES NA FAIXA ETÁRIA DE 30 A 40 ANOS NA ORELHA
ESQUERDA...............................................................................................................36
GRÁFICO 5 – MÉDIA, MEDIANA E DESVIO PADRÃO DOS LIMIARES AUDITIVOS
DOS TRABALHADORES NA FAIXA ETÁRIA DE 41 A 45 ANOS NA ORELHA
DIREITA.....................................................................................................................37
GRÁFICO 6 – MÉDIA, MEDIANA E DESVIO PADRÃO DOS LIMIARES AUDITIVOS
DOS TRABALHADORES NA FAIXA ETÁRIA DE 41 A 45 ANOS NA ORELHA
ESQUERDA...............................................................................................................37
GRÁFICO 7 – CARACTERIZAÇÃO DO NÍVEL DE ESCOLARIDADE DOS
TRABALHADORES...................................................................................................38
GRÁFICO 8 - ANÁLISE COMPARATIVA DOS VALORES ATRIBUÍDOS AO
PROTETOR TIPO CONCHA – ÍNDICE DE CONFORTO X GRAU DE
IMPORTÂNCIA .........................................................................................................39
GRÁFICO 9 - ANÁLISE COMPARATIVA DOS VALORES ATRIBUÍDOS AO
PROTETOR TIPO PLUG – ÍNDICE DE CONFORTO X GRAU DE
IMPORTÂNCIA..........................................................................................................40
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTÍNUO OU
INTERMITENTE ........................................................................................................16
TABELA 2 - CARACTERIZAÇÃO DOS TRABALHADORES QUANTO À FUNÇÃO
EXERCIDA ................................................................................................................34
TABELA 3 - RESULTADO DO AUDIOGRAMA EM FUNÇÃO DA FAIXA ETÁRIA
................................................................................................................................... 34
TABELA 4 - PERCEPÇÃO DA IMPORTÂNCIA DOS ITENS DE CONFORTO DOS
PROTETORES AUDITIVOS .................................................................................... 38
TABELA 5 - AVALIAÇÃO DO CONFORTO GLOBAL DOS PROTETORES POR
FUNÇÃO....................................................................................................................41
TABELA 6 – SÍNTESE DA ANÁLISE COMPARATIVA DOS ÍNDICES DE
CONFORTO A CADA TIPO DE PROTETOR ....................................................... ...41
TABELA 7 - GRAU DE IMPORTÂNCIA ATRIBUÍDO AOS PROTETORES – TIPO
CONCHA....................................................................................................................42
TABELA 8 - GRAU DE IMPORTÂNCIA ATRIBUÍDO AOS PROTETORES – TIPO
PLUG..........................................................................................................................42
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 - COMPARATIVO DE VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS
PROTETORES AUDITIVOS......................................................................................26
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – TRAJETÓRIA DO RUÍDO ATRAVÉS DOS PROTETORES ................23
FIGURAS 1,1 – PROTETOR AUDITIVO DO TIPO MOLDÁVEL(3M).....................24
FIGURA 1.2 - PROTETOR PRÉMOLDÁVEL(3M) ..................................................24
FIGURA 1.3– PROTETOR AUDITIVO DO TIPO SUPRA-AURICULAR (3M)...........25
FIGURA 1.4– PROTETOR AUDITIVO DO TIPO ABAFADOR (3M)......................... 25
FIGURA 1.5 E1.6– CAPACETE ACOPLADO COM PROTETOR AUDITIVO E
VISEIRA(3M)............................................................................................................. 25
LISTA DE ABREVIATURAS
PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruído
NRR Nível de Redução de Ruído
NR Norma Regulamentadora
NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health
EPI Equipamento de Proteção Individual
PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
PPA Programa de Preservação Auditiva
NRRsf Noise reduction rating subject fit (Avaliação da redução de ruído –
colocação do usuário)
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .........................................................................................11
2. OBJETIVOS..............................................................................................14
2.1 Objetivo Geral...........................................................................................14
2.2 Objetivos Específicos..............................................................................14
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................15
3.1 Sobre o ruído ...........................................................................................15
3.2 Sobre a perda auditiva induzida pelo ruído ..........................................16
3.3 Legislação brasileira acerca do trabalhador exposto ao ruído ........ 20
3.4 Protetores auditivos para trabalhadores expostos ao ruído ............22
3.4.1 Funcionamento do protetor auditivo................................................... 22
3.4.2 Tipos de protetores auditivos ...............................................................24
3.5 Programa de prevenção da perda auditiva .........................................27
4. METODOLOGIA ..................................................................................... 30
4.1 Tipo de Pesquisa..... ............................................................................... 30
4.2 Aspectos éticos ...................................................................................... 30
4.3 Caracterização da população e localização ........................................ 31
4.4 Coleta de dados...................................................................................... 31
4.4.1 Avaliação audiológica ............................................................................31
4.4.2 Aplicação de questionários.................................................................32
4.5 Metodologia de análise de dados.......................................................... 33
5. RESULTADOS ....................................................................................... 34
6. DISCUSSÃO ....................................................................................................43
7. CONCLUSÃO ............................................................................................... 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 48
Anexos ............................................................................................................52
11
INTRODUÇÃO
A PAIR - perda auditiva induzida por ruído se apresenta atualmente
como uma das alterações de origem ocupacional mais detectadas no ambiente
laboral. A prevenção ainda é a melhor forma de evitar os efeitos do ruído e seu
impacto na saúde auditiva do trabalhador.(AREZES, 2002; GONÇALVES, 2009,
MORATA E ZUCKI ,2010).
Segundo Gonçalves (2009),” nesse momento de globalização e reestruturação produtiva, aumenta a necessidade de compreensão da realidade vivida pelos trabalhadores, não só no ambiente de trabalho, como também no seu cotidiano, nos locais de convívio social na família.” (p.9)
O trabalhador pode vir a ter reflexos em sua vida de todas as atividades
que desenvolve exposto à níveis elevados de pressão sonora durante o dia e
consequentemente da soma destas num determinado período de tempo. As
alterações auditivas podem ser sentidas nas atividades da vida diária como
dificuldade para ouvir o som da TV, o toque do celular, dificuldade para entender a
fala em ambiente com ruído de fundo, dentre outras. Tais alterações podem gerar
impactos em sua vida social, em seu estado emocional, ansiedade e estresse.
(GONÇALVES, 2009; MORATA E ZUCKI 2010).
Seus efeitos nocivos vão além das alterações da saúde auditiva,
seguem no ambiente social, econômico, atingindo de forma mais ampla a qualidade
de vida do trabalhador (BRAMATTI,2007; GONÇALVES, 2009).
Uma das estratégias mais utilizadas são os programas de preservação
auditiva (PPA), mas esta não é a realidade de muitas empresas de pequeno porte,
que não passam do exame auditivo admissional e demissional, sem nenhum
controle ou gerenciamento auditivo. Outra estratégia é o fornecimento do
equipamento de proteção individual auditivo, que nem sempre é realizado como
exige a lei, ou tem seu fornecimento sem orientações de uso, riscos e efeitos do
ruído na saúde do trabalhador (NULDEMANN,2001; GERGES, 2001).
Arezes e Miguel (2002) analisaram a relação entre a atenuação,
conforto e aceitabilidade dos PA quando usados em ambiente com nível de pressão
sonora elevados. Foi aplicado em 20 trabalhadores um questionário que abordava
12
aspectos sobre a sensação subjetiva de conforto do protetor auditivo o tempo de
uso. Verificaram diferenças significativas entre a atenuação oferecida e a atenuação
efetiva dos PA, visto que observaram protetor auditivo com Nível de Redução de
Ruído (NRR) menor serem mais aceitos (e consequentemente mais usados) devido
ao conforto, do que protetor auditivo com NRR maior e menos confortáveis.
Concluíram que o conforto foi uma variável de grande influência na atuação efetiva
de um PA.
Por ser o protetor auditivo um meio de intervenção de baixo custo,
buscar a sua aplicabilidade e as variáveis que levam ao uso incorreto, torna-se um
grande ganho para a saúde do trabalhador.
Num estudo recente com 440 trabalhadores do estado do Paraná,
Gonçalves et al (2015), utilizou como instrumento o mesmo questionário proposto
por Abelenda (2006), em trabalhadores com diferentes tempos de PPA para análise
da percepção de conforto dos protetores auditivos utilizados.
Segundo Fernandes (2010), a forma como os protetores são colocados,
interfere diretamente na proteção oferecida podendo oferecer maior proteção do que
a atenuação mencionada no Nível de Redução de Ruído Subjetivo (NRRsf), e o
inverso também; se mal colocado poderá oferecer pouca ou até mesmo nenhuma
proteção.
Schiniski (2009), realizou um estudo com a utilização do questionário de
Arezes (1999), com a finalidade de avaliar o conforto do protetor auditivo indvidual
como parte de uma intervenção para prevenção de perdas auditivas, onde cita como
conclusão:” o questionário de fácil aplicação, e recomendável para avaliação de
protetores auditivos, complementada por informação da interferência na
comunicação, diminuição da audição e clareza da necessidade do uso do mesmo.
Essas informações podem contribuir para o sucesso das intervenções para
prevenção da PAIR.”
Ainda, Abelenda (2006), em estudo realizado a respeito da Avaliação do
conforto de protetores Individuais Auditivos, afirma: “Protetores mais confiáveis irão
certamente ter uma maior aceitação por parte dos utilizadores, o que significa maior
utilização e, consequentemente, maior proteção contra o ruído.”
13
Esta pesquisa surge da necessidade de identificar fatores que
influenciam no uso do protetor auditivo, mensurar as características do protetor
auditivo que são importantes para o trabalhador e a sua percepção relativa ao
conforto trazendo à luz a opinião deste principal agente, o próprio trabalhador.
Espera-se, que tais dados possam contribuir com os diversos núcleos
de saúde do trabalhador, tanto dentro quanto fora de empresas, para que a
prevenção possa ter uma visão trazida da própria demanda que geram os
trabalhadores, refletindo assim na melhora da qualidade de informação
considerando a percepção da parte que mais sofre com os impactos da exposição a
níveis elevados de ruído.
14
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
- Analisar a percepção de trabalhadores expostos a ruído intenso quanto ao uso de
protetores auditivos.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Caracterizar os trabalhadores quanto ao local e tempo de trabalho,
- Traçar o perfil audiométrico dos trabalhadores,
-Verificar a relação existente entre grau de escolaridade e uso de protetores
auditivos.
- Verificar a relação existente entre função dos trabalhadores e uso de protetores
auditivos.
- Avaliar a percepção do trabalhador quanto à importância e conforto de protetores
auditivos,
15
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 SOBRE O RUÍDO
Quando se fala em PAIR – Perda Auditiva Induzida por Ruído é
necessário primeiramente uma breve definição do principal agente desta sigla, o
Ruído.
Segundo Fernandes (2010),” definição subjetiva do ruído: Ruído é toda
sensação auditiva desagradável ou insalubre. Refere ainda uma segunda definição
física como: Ruído é todo fenômeno acústico não periódico, sem componentes
harmônicos definidos.”
A percepção do som deve ser entendida como multidimensional,
envolvendo o comportamento psicoacústico e fisioacústico do sistema auditivo
(Gerges, 2001)
Morata e Zucki (2010) citam definição de ruído como som indesejável,
desagradável e/ou prejudicial às atividade humanas, bem como à saúde.
Russo (1993) qualificou o ruído, segundo diferentes critérios de
classificação:
Subjectivamente, o ruído é um som desagradável e indesejável;
Objectivamente, o ruído é um “sinal acústico aperiódico, originado pela
sobreposição de vários movimentos de vibração com diferentes frequências,
que não apresentam relação entre si”;
Quantitativamente, o ruído é definido pelos atributos físicos indispensáveis
para o processo de determinação da sua perniciosidade. A sua duração em
tempo, espectro de frequência em Hertz (Hz) e intensidade sonora (nível de
pressão sonora) em dB (decibéis);
Qualitativamente e de acordo com a Norma ISO 2204/1973 (International
Standard Organization), os ruídos podem ser classificados segundo a
variação do seu nível de intensidade com o tempo, sendo:
Contínuos: ruído com variações de níveis desprezíveis durante o período de
observação (até 3 dB);
16
Intermitentes: ruído cujo nível varia continuamente de um valor apreciável
durante o período de observação (superior 3 dB);
De impacto ou impulso: ruído que se apresenta / representa em picos de
energia acústica de duração inferior a um segundo. O ruído de impacto é um
fenômeno acústico associado a explosões e é considerado um dos tipos de
ruídos mais nocivos para a audição, com intensidades, que variam de 100 dB
para o ruído de impacto e acima de 140 dB para o ruído.
A forma subjetiva de conforto ou desconforto frente ao som varia da
percepção de cada indivíduo, mas é fato que os efeitos desencadeados pelos níveis
elevados de pressão sonora são mensuráveis e objetivos. O ruído pode causar
sérios prejuízos à saúde daqueles que se expõe de forma contínua e sem proteção.
Se definir ruído torna-se complexo na literatura, correlaciona-lo com a
perda auditiva aumenta e muito as variáveis encontradas. Para tanto, no Brasil a
NR15 de Segurança e Medicina do Trabalho (Portaria 3.214, de 8 de junho de 1978)
estabeleceu, para os limites de tolerância ao ruído ocupacional, continuo ou
intermitente, 85dB(A) para o período de 8 horas- tempo de máxima exposição diária
permissível.
Tabela 1 - Limites De Tolerância Para Ruído Contínuo Ou Intermitente
Fonte: tem - tabela anexo nº1 da NR15
17
Segundo a NHO1 – Fundacentro (2001) - que tem por objetivo
estabelecer critérios e procedimentos para avaliação da exposição ocupacional ao
ruído, que implique risco potencial de surdez ocupacional. O critério que embasa os
limites de exposição diária adotados para ruído contínuo ou intermitente
corresponde a uma dose de 100% para exposição de 8 horas ao nível de 85dB(A).
O critério de avaliação considera, além do critério de referência, o incremento de
duplicação de dose igual a 3 e o nível limiar de integração igual a 80 dB(A). O valor
teto de limite de exposição para ruído continuo e intermitente é de 115dB(A).
3.2 SOBRE A PERDA AUDITIVA INDUZIDA PELO RUÍDO (PAIR)
Em 2006 o Ministério da Saúde - Secretaria de Atenção à Saúde
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas - Área Técnica de Saúde do
Trabalhador publica a Série A. Normas e Manuais Técnicos com a seguinte
definição:” PAIR é a perda provocada pela exposição por tempo prolongado ao
ruído. Configura-se como uma perda auditiva do tipo neurossensorial, geralmente
bilateral, irreversível e progressiva com o tempo de exposição ao ruído (CID 10 – H
83.3). Consideram-se como sinônimos: perda auditiva por exposição ao ruído no
trabalho, perda auditiva ocupacional, surdez profissional, disacusia ocupacional,
perda auditiva induzida por níveis elevados de pressão sonora, perda auditiva
induzida por ruído ocupacional, perda auditiva neurossensorial por exposição
continuada a níveis elevados de pressão sonora de origem ocupacional.”
No Boletim nº1 do Comitê Nacional de Ruído e Conservação Auditiva,
órgão interdisciplinar composto por membros da Associação Nacional de Medicina
do Trabalho (ANAMT), pela Sociedade Brasileira de Acústica (SOBRAC) e as
Sociedades Brasileiras de Fonoaudiologia, de Otologia, define as características da’
PAIR’ como:
1. Uma vez instalada, a PAIR é irreversível e quase sempre similar
bilateralmente.
2. Raramente leva à perda auditiva profunda, pois, geralmente, não
ultrapassa os 40dB nas baixas freqüências e os 75dB nas freqüências altas.
18
3. Manifesta-se, primeiro e predominantemente, nas frequências de 6,4 ou
3kHz e, com o agravamento da lesão, estende-se às frequências de 8, 2, 1, 5 e 0,25
Khz, as quais levam mais tempo para serem comprometidas.
4. Tratando-se de uma patologia coclear, o portador da PAIR pode apresentar
intolerância a sons intensos e zumbidos, além de ter comprometimento da
inteligibilidade da fala, em prejuízo do processo de comunicação.
5. Não deverá haver progresso da PAIR uma vez cessada a exposição ao
ruído intenso.
6. A instalação da PAIR é, principalmente, influenciada pelas características
físicas do ruído (tipo, espectro e nível de pressão sonora), tempo de exposição e
susceptibilidade individual.
7. A PAIR não torna o ouvido mais sensível a futuras exposições a ruídos
intensos. A medida que os limiares auditivos aumentam, a progressão da perda
torna-se mais lenta.
8. A PAIR geralmente atinge o seu nível máximo para as frequências de 3, 4
e 6Khz, nos primeiros 10 a 15 anos de exposição sob condições estáveis de ruído.
9 - O diagnóstico da PAIR só pode ser estabelecido por meio de um conjunto
de procedimentos que envolva anamnese clínica, história ocupacional, avaliação do
exame físico e, se necessários, testes complementares.
As lesões permanentes da audição causadas pelo ruído iniciam-se com
alterações metabólicas nas células ciliadas, localizadas na base do ducto coclear –
que correspondem as frequências altas – são afetadas primeiro, a partir da janela
oval. Alguns fatores são responsáveis por esse evento, nesta região a membrana
basilar tem o ponto máximo de deslocamento, além de receber com maior
intensidade a onda acústica que o segmento apical. As células que representam as
frequências altas ocupam uma área menor que as células apicais, que representam
as frequências baixas. Para tanto, a destruição de poucas células ciliadas gera como
consequências grandes perdas auditivas nas frequências altas (FERNANDES,2010).
Os mecanismos responsáveis pela destruição das células ciliadas são
vários: como tensão mecânica, baixo suplemento sanguíneo por vasoconstrição e
19
aumento de temperatura local, ocasionando danos às proteínas celulares e estímulo
contínuo, levando a um deficiente mecanismo celular.
As células ciliadas que são responsáveis por transmitir o impulso
eletroquímico às terminações nervosas, sua destruição impede que o impulso
chegue até o cérebro, como elas não são substituíveis, a lesão torna-se irreversível.
Segundo Arezes e Miguel (2002), Analisados os dados de vários inquéritos a nível mundial, estima-se que uma a cada 10 pessoas sofra de perdas auditivas(UK. Hear it, 2001). Os mesmos estudos mostram que as pessoas com perdas auditivas são cada vez mais novas, demonstrando que a causa primária destas perdas é a exposição a ruído excessivo. ”
Nuldemann et al. (2001) descreve a PAIR como uma condição
específica com sintomas estabelecidos e achados subjetivo. Algumas características
principais da PAIR (excluindo-se casos de trauma Acústico) incluem:
1. A Perda auditiva é irreversível, neurossensorial e predominante
coclear.
2. O portador deve ter história prolongada de exposição a níveis de
ruído elevados (>85dB(A)/8 horas/dia), suficientes para causar uma
perda no nível e configuração observados nos testes audiológicos.
3. A perda auditiva deve ter se desenvolvido gradualmente num
período de, geralmente, seis a 10 anos de exposição.
4. A perda deve ter se iniciado nas altas frequências audiométricas
(ordem característica de 6,4,3,2 ou 4,6,8,3,2 kHz) e ser equivalente
nos dois ouvidos.
5. Os resultados dos testes de reconhecimento de fala devem ser
consistentes com os resultados da audiometrial tonal.
6. A perda auditiva deve estabilizar-se quando a exposição a ruído for
eliminada.
Almeida et Al (2000) teve como objetivo em seu artigo analisar as
características clínicas e audiométricas da disacusia sensório neural ocupacional por
ruído de acordo com a faixa etária e o tempo de exposição em anos. Concluindo
que indivíduos portadores de disacusia sensório neural por ruído ocupacional
20
apresentam alterações audiométricas, características que variam de acordo com a
faixa etária e o tempo de exposição.
Segundo o guia prático do NIOSH (1990), a avaliação audiométrica é
crucial ao sucesso do programa de prevenção da perda auditiva, sendo a única
maneira de determinar se a perda está sendo impedida. A comparação dos exames
audiométricos podem promover mudanças na prevenção das perdas auditivas.
3.3 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA ACERCA DO TRABALHADOR EXPOSTO AO
RUÍDO
Desde 1978, a Legislação Brasileira através do plano de valorização do
trabalhador, na Portaria nº3214, baixada pelo Governo Federal, aprovou as Normas
Regulamentadoras (NR) do capítulo V, Título ll, da Consolidação das Leis do
Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho.
Dentre todas, para área da fonoaudiologia podemos estão dispostos os
seguintes parâmetros no cuidado com a saúde do trabalhador
A NR4, Norma Regulamentadora 04, diz respeito aos Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT)e
tem como finalidade promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador em
seu local de trabalho. Para oferecer proteção ao trabalhador o SESMT deve ter os
seguintes profissionais: médico do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho,
enfermeiro, técnico de segurança no trabalho, auxiliar de enfermagem, tem por
atividade dar segurança aos trabalhadores através do ambiente de trabalho que
inclui máquinas e equipamentos, reduzindo os riscos a saúde do trabalhador,
verificando o uso dos EPIs, orientando para que os mesmos cumpram a NR, e
fazendo assim com que diminuam os acidentes de trabalho e as doenças
ocupacionais. Ainda estabelece o grau de risco ocupacional por atividade
desenvolvida.
A NR6, Norma Regulamentadora 06, diz respeito ao fornecimento de
equipamento de proteção individual, direito e deveres do trabalhador e do
empregador.
21
“A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI
adequado ao risco e em perfeito de conservação e funcionamento...”
A NR7, Norma Regulamentadora 07, estabelece a obrigatoriedade da
elaboração e implementação, por parte de todos os empregados e instituições que
admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional - PCMSO, cujo objetivo é promover e preservar a saúde dos
seus trabalhadores. Além do audiograma, conta também com a anamnese, idade,
meatoscopia, correlação função e exposição auditiva. O anexo l, do quadro ll desta
NR, dispões dos parâmetros para o histórico evolutivo da audição do trabalhador. A
portaria 19/98 estabelece os parâmetros para o enquadramento das características
da perda auditiva induzida por ruído a PAIR, as audiometrias dos trabalhadores
pesquisados foram analisadas com base nesta, conforme descrito posteriormente na
metodologia.
“4.1.1. São considerados dentro dos limites aceitáveis, para efeito desta
norma técnica de caráter preventivo, os casos cujos audiogramas mostram limiares auditivos menores e iguais a 25 dB(NA), em todas as frequências examinadas.
4.1.2. São considerados sugestivos de perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados os casos cujos audiogramas, nas frequências de 3000 e/ou 4000 e/ou 6000Hz, apresentam limiares auditivos acima de 25dB(NA) e mais elevados do que nas outras frequências testadas, estando estas comprometidas ou não, tanto no teste da via aérea quanto via óssea, em um ou em ambos os lados” (Portaria 19, 1998).
A NR9, Norma Regulamentadora 09, estabelece a obrigatoriedade da
elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que
admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente
controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no
ambiente de trabalho.
“Subitem 9.3.5.5, alínea “a”,estabelece: A Seleção do EPI adequado tecnicamente ao risco a que o trabalhador está exposto e a atividade exercida, considerando-se a eficiência necessária para o controle d exposição ao risco e o conforto oferecido segundo avaliação o trabalhador usuário.”
A NR15, Norma Regulamentadora 15, descreve as atividades,
operações e agentes insalubres, inclusive seus limites de tolerância, definindo,
assim, as situações que, quando vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos
22
trabalhadores, ensejam a caracterização do exercício insalubre, e também os meios
de proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas à sua saúde.
“Subitem 15.4.1 estabelece que a eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer:
a) Com a adoção de medidas de ordem geral que conserve o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância.
b) “Com a utilização de equipamentos de proteção individual.”
3.4. PROTETORES AUDITIVOS PARA TRABALHADORES EXPOSTOS AO RUÍDO
A proteção individual auditiva tem se apresentado como a medida mais
utilizada no meio industrial para tentar diminuir os efeitos do ruído na saúde do
trabalhador. Embora segundo a portaria 3214/78, NR 9 os protetores auditivos
devem ser utilizados apenas em ultima instância, após medidas para minimizar o
ruído na fonte ou como apoio emergência até implantação de medidas preventivas.
O baixo custo e a aplicabilidade, o tornam meio mais aplicado na prevenção da
PAIR.
3.4.1 Funcionamento do Protetor Auditivo
Gerges(2005), faz uma analogia da vida útil do protetor auditivo com o
uso dos sapatos. O sapato sai da fábrica com um tempo estimado de durabilidade,
mas sua vida útil vai depender justamente da forma que será utilizado, cuidados,
frequência, armazenamento do produto por este usuário. Com os protetores
auditivos ocorre o mesmo, a suas características saem testadas de laboratórios, no
entanto, a forma que será utilizada, cuidados de higiene, armazenamento, forma de
colocação e uso podem interferir na sua vida útil e diminuição no período de
reposição, a sua manutenção pode interferir na sua eficiência.
Segundo Gerges (1992),a energia sonora pode seguir quatro caminhos
diferentes frente ao protetor auditivo:
-Transmissão via ossos e via tecido: É o caminho de vazamento mais crítico. Deve
ser considerado que o protetor auditivo reduz somente a energia acústica que chega
ao sistema de audição via ar, deixando sempre passar uma parcela que é
transmitida através dos ossos e dos tecidos.
23
-Vibrações do Protetor: O contato entre a concha de um protetor e a cabeça é feita
através de material flexível ( almofada). Protetor pode vibrar contra a almofada e o ar
dentro da concha, formando um sistema de massa-mola. Também, devido à
flexibilidade do canal auditivo, os tampões podem vibrar e limitar a sua atenuação.
Portanto, para ambos os protetores, nas baixas frequências, a atenuação é limitada
a valores que ficam na faixa de 25 a 40 dB.
-Transmissão através do material do protetor: O coeficiente de transmissão acústica
dos materiais usados nos protetores limita a atenuação deste caminho. As partes
dos protetores com materiais mais leves, como por exemplo as almofadas, se
apresenta como o caminho mais crítico quanto ao vazamento de energia sonora.
-Vazamento através do contato entre o protetor e a cabeça: O vazamento aéreo
entre o protetor e a cabeça depende do ajustamento da concha ao redor da orelha,
ou no caso de tampão, do ajustamento ao contorno do canal externo do ouvido.
Segundo Beger, o vazamento aéreo pode reduzir o efeito de atenuação do protetor
de 5 a 15 dB.
Figura 1 – Trajetória do ruído através dos Protetores
Gerges, Samir N.Y. (Ruído, Fundamentos e Controle) 1992, pág 495.
24
3.4.2 Tipo de Protetores
São diversos os modelos ofertados pelos fabricantes deste setor no
país, com variabilidade desde material, ergonomia, atenuação, peso, entre outros
fatores que podem influenciar no conforto e na efetividade do uso dos protetores
auditivos pelo trabalhador. Os protetores são classificados como:
a) Protetores de inserção.
b) Protetores supra-auriculares.
c) Protetores circum-auriculares ou tipo concha.
d) Protetores elmos ou capacetes.
Protetores de Inserção
São chamados protetores auditivos do tipo inserção tampões do tipo
descartável ou pré-moldado, fabricados de materiais como espuma plástica (PVC ou
poliuretano) os moldáveis, este é roleteado e inserido no canal auditivo onde se
expande tomando sua forma, são descartáveis após o uso. Os pré-moldados de
materiais elásticos e não tóxicos (como silicone ou termoplástico), para que possam
se adaptar aos diversos tipos de conduto, são reutilizáveis após higienização.
(FERNANDES, 2010)
Figuras 1,1 e 1.2 – Protetor auditivo do tipo Moldável e Pré-moldável(3M).
Protetores Supra-Auriculares
São do tipo provisório, geralmente usado em visitas e inspeções. São
considerados incômodos e com pequena proteção contra o ruído.
25
Figura 1.3– Protetor auditivo do tipo Supra-auricular (3M).
Protetores Circum-auriculares ou Tipo Concha
São os protetores conhecidos como concha cobre todo o pavilhão auditivo,
são higienizáveis e reutilizáveis. Fornecem boa proteção contra o ruído. Possuem
hastes que circundam o crânio assentando-se no osso temporal.
Figura 1.4– Protetor auditivo do tipo abafador (3M).
Protetores Elmos ou Capacetes
Os protetores que apresentam o capacete acoplado com o protetor tipo
concha ou aqueles que cobrem hermeticamente a cabeça, com proteção dos olhos,
respirador e capacete. Geralmente composto por material macio e flexível, como
almofadas de espuma e algum material amortecedor.
Figura 1.5 e 1.6– Capacete acoplado com protetor auditivo e viseira(3M).
26
No quadro a seguir são sintetizadas as carateriscticas dos protetores
auditivos com as vantagens e desvantagens segundo Fernandes, 2010.
Quadro 1 – Comparativo de vantagens e desvantagens dos protetores
auditivos
TAMPÕES ABAFADORES
Devem ser adequados a cada diâmetro e
longitude do canal auditivo externo.
Eliminam ajustes complexos de colocação.
Podem ser colocados perfeitamente por
qualquer pessoa.
São fáceis de carregar. Mas são fáceis de
esquecer ou perder.
São grandes e não podem ser levados
facilmente em bolsos das roupas. Não
podem ser guardados junto com
ferramentas.
Não dificultam o uso de óculos ou EPIs.os Interferem com uso de óculos e EPIs.
Não são vistos ou notados facilmente e e
criam dificuldades na comunicação oral.
Podem ser observadas as grandes
distâncias, permitindo tomar providências
para comunicação oral.
Devem-se tirar as luvas para poder colocá-
lo. Podem ajustar-se mesmo com luvas.
Não produzem problemas por limitação de
espaço.
Podem acarretar problemas de espaço em
locais pequenos e confinados.
Podem Infectar ou lesar ouvidos sãos.
Podem produzir contagio somente quando
usado coletivamente.
Não são afetados pela temperatura
ambiente.
Podem ser confortáveis em ambientes frios,
mas muito desagradáveis em ambientes
quentes.
Devem ser esterilizados frequentemente.
Sua limpeza deve ser feita em locais
apropriados.
Podem ser inseridos apenas em ouvidos
sãos.
Podem ser usados por qualquer pessoa, de
ouvidos sãos ou enfermos.
O custo inicial é baixo, mas a vida útil é
curta.
O custo inicial é grande, mas sua vida útil é
longa.
27
Francisco (2010), em sua pesquisa Avaliação dos Protetores Auditivos
em campo afirma que O objetivo principal é mostrar que, quando não for possível
reduzir os níveis de ruído na fonte ou no meio de transmissão, os Protetores
Auditivos podem ser uma alternativa de proteção que oferecem uma boa atenuação,
desde que corretamente selecionados e dentro de um Programa de Conservação
Auditiva (PCA).
Abelanda (2006), em sua tese centrou-se no estudo do conforto de
protetores individuais auditivos, utilizando como recurso o preenchimento de
questionários, quanto aos diferentes níveis de conforto, com intenção de comparar o
desempenho de tais dispositivos de proteção. Concluindo que nem todos índices de
conforto contribuíram da mesma forma para a sensação global de conforto. Com a
atribuição de pontuação a importância dos mesmos itens de conforto pelos
trabalhadores pesquisados, conclui ainda que é possível hierarquizar a importância
dos índices estudados para a sensação de conforto dos utilizadores.
Witt (2015), num informe com base num estudo recente do Instituto de
Medicina do Trabalho do Reino Unido onde os pesquisadores entrevistaram 280
trabalhadores em 18 empresas de diferentes setores industriais de grande, médio e
pequeno porte. O uso da proteção auditiva apresentou variável de 10% até 100%,
onde os estudos mostraram que as razões para não usar os protetores auditivos
mencionados foram: o conforto e a comunicação. Os índices de utilização eram mais
baixos naqueles lugares onde os gestores haviam determinado de forma arbitrária
as áreas de risco (áreas de risco mal delimitadas, ou que integravam todas as áreas,
o que exigia o uso desnecessário dos protetores)
3.5 PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE PERDAS AUDITIVAS
O Programa de Conservação Auditiva ou Programa de Prevenção de
Perdas Auditivas está previsto na lei brasileira nas Normas Regulamentadoras NR7
e NR9, que dispõe sobre o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional e
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, assim como no âmbito internacional
como proposto pelo NIOSH(1996). A portaria 19/98 e 3214/78 normatizam a
aplicação do PPPA e auxiliam na promoção e prevenção da saúde do trabalhador
em todos os ambientes de trabalho (SCHINISKI,2009).
28
Em 1999, o Comitê Nacional de Ruído e Conservação Auditiva, publica
o Boletim nº6, denominado Diretrizes Básicas para o PCA, com recomendações
mínimas para sua elaboração. Neste, contêm as seguintes etapas: reconhecimento
e avaliação de riscos para a audição, gerenciamento audiométrico, medidas de
proteção coletivas, medidas de proteção individual, educação e motivação,
gerenciamento dos dados e avaliação do programa. (GONÇALVES, 2009).
Segundo Bramatti, 2010: “O PCA trabalha com a adoção de medidas
de redução de riscos ambientais por meio de proteção auditiva, modifica ou substitui
equipamentos que elevam o nível de ruído, fornece equipamento de proteção
adequado, conscientiza trabalhadores quanto ao seu uso e monitora a audição,
como medida de controle e avaliação de sua efetividade.”
Gonçalves (2009), apresenta os seguintes elementos que são alvos da
gestão da segurança e saúde no trabalho e que estão envolvidos no PPA:
1. Missão e objetivo em relação à saúde dos trabalhadores.
2. Política de saúde da Empresa e sua cultura interna.
3. Política nacional sobre a saúde dos trabalhadores e legislação.
4. Recursos financeiros necessários.
5. Recursos humanos capacitados necessários
6. Estratégias a serem utilizadas pela equipe do PPA.
7. Resultados esperados.
8. Comunicabilidade do PPA.
9. Procedimentos para melhoria contínua do programa.
No Programa de Preservação de Perdas Auditivas o uso dos protetores
auditivos só deve ser utilizado enquanto as medidas de controle de ruído na fonte ou
meio de transmissão estão sendo implementadas ou quando os procedimentos e
medidas de controle não são efetivos, como forma de dispositivos bem selecionados
e usados por trabalhadores orientados (FRANCISCO,2001).
Para Gonçalves (2009) :”O sucesso de um Programa de Preservação
Auditiva (PPA) envolve a educação para a saúde, levando trabalhador a
29
compreender como o seu comportamento e seu ambiente de trabalho influenciam
em sua saúde ,e ajuda na solução dessas questões.”
30
4. METODOLOGIA
4.1 TIPO DE PESQUISA
Como metodologia foi adotada a pesquisa transversal (onde a coleta de
dados é feita num único momento, sem seguimento dos indivíduos em análise), com
abordagem quantitativa.
4.2 ASPECTOS ÉTICOS
De acordo com a legislação atual em relação aos estudos em humanos esta
pesquisa foi submetida à aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. Em
apreciação pelo comitê de ética do Hospital Paranaense de Otorrinolaringologia Ltda
– IPO, sob CAAE 50242515.1.0000.5529,aprovado sob parecer número 1.330.601
Todos os indivíduos avaliados assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, após terem recebido informações sobre os objetivos, a justificativa e a
metodologia do estudo proposto (Anexo A).
4.3 CARATERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO E LOCALIZAÇÂO
Participam desse estudo 40 trabalhadores, com idade entre 18 e 45 anos, que
aceitaram e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido numa demanda
livre em clínica particular na cidade de Registro – SP. Devidamente equipada para
realização de exames audiométricos.
Os critérios de inclusão foram:
1-Trabalhadores expostos a níveis de ruído acima de 85 dBNPs, garantindo assim
que os participantes tenham obrigatoriedade do uso dos equipamentos de proteção
auditiva..
2- Idade máxima de 45 anos para evitar uma possível presbiacusia,
3- Ter um exame de referência e estar realizando exame periódico ou demissional
na data da coleta de dados,
Foram excluídos da pesquisa:
31
1-Sujeitos com alterações de orelha média verificadas após realização da
audiometria,
2-Sujeitos que apresentaram obstrução do meato acústico externo .
3- Trabalhadores que se recusarem a assinar o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido.
4.4 COLETA DE DADOS
4.4.1 Avaliação audiológica
Foi realizada inspeção visual do meato acústico externo para verificação de
obstruções, por meio de otoscópio modelo TK. Em sequência foi realizada
audiometria tonal para pesquisa de limiares mínimos de audibilidade nas frequências
de 500,1000, 2000, 3000, 4000, 6000 e 8000Hz em cabine acústica VSA40 e
audiômetro modelo AVS-500 da marca Vibrasom e Fones TDH39, calibrados
segundos as normas do CFFa (Resolução Nº365 de 30 de março de 2009). As
audiometrias foram classificadas segundo a Portaria 19 (abril de 1998) sendo
sequenciais, onde foram comparadas com a audiometria de referência do
trabalhador arquivado no programa OPT-Audio instalado no computador da clínica
onde foi realizada a pesquisa. Os exames foram classificados segundo o parâmetro
normal ou alterado de acordo com Portaria 19 da NR-7 - MTb:
- audiograma dentro dos limites aceitáveis (Compatível com a Normalidade):
quando os limiares tonais em todas as frequências apresentarem valores
inferiores e iguais a 25 dB (NA).
- audiograma sugestivo de perda auditiva induzida por Níveis de Pressão
Sonora elevados: acometimento neurossensorial na forma de entalhe nas
frequências altas (3 e/ou 4 e/ou 6 kHz), maiores ou iguais a 30 dB;
- audiograma não sugestivo de perda auditiva por Níveis de Pressão Sonora
elevados, sugestivo de outras patologias auditivas não associadas ao ruído:
audiograma não característico de entalhe nas frequências altas.
32
4.4.2 Aplicação dos questionários
Para a coleta dos dados referentes à percepção dos trabalhadores em
relação aos protetores auditivos, foram aplicados dois questionários (Apêndice B e
C) estruturados por Abelenda (2006). O Questionário A analisa nove parâmetros de
conforto relacionados aos protetores auditivos (atenuação do ruído, peso do protetor
auricular, pressão do protetor auricular na orelha, textura do protetor auricular, sua
capacidade de dissipar o calor, sua capacidade de absorver a transpiração,
interferência/incômodo do protetor auricular na realização da atividade de trabalho e
a interferência do protetor auricular na comunicação verbal) associados a uma
escala de 1 a 5, sendo que 1 corresponde ao julgamento positivo e 5 a um
julgamento negativo em relação ao protetor auricular. O Questionário B analisa a
relevância que cada um dos parâmetros avaliados no Questionário A têm para o
trabalhador, associados a uma escala de um 1 a 5, sendo a pontuação 1
correspondente à percepção como “insignificante” e 5 à percepção como “muito
importante”. No questionário A também consta uma questão referente são conforto
global do protetor auditivo, considerando uma escala de 1 a 5, em que 1
correspondeu à situação mais desconfortável e 5 a mais confortável.
Para aplicação foram utilizados questionários autoaplicáveis, impressos
segundo o modelo nos Anexos B e C. As instruções para o preenchimento orientam
o trabalhador a marcar a alternativa que melhor descreve sua opinião.
Aplicação dos questionários se deu em dois momentos distintos: 23
trabalhadores responderam os questionários após realização da audiometria e 17
trabalhadores antes de uma ação educativa desenvolvida pela fonoaudióloga na
sede da empresa.
4.5 METODOLOGIA DE ANÁLISE DOS DADOS
33
As respostas obtidas nos questionários A e B foram analisadas para comparar
os índices de conforto e importância destes para os trabalhadores e determinar
dentro deste grupo de pesquisa qual protetor auditivo obteve melhor sensação de
conforto e sua relação com o variável grau de perda, idade, local de trabalho,
escolaridade, tempo de trabalho e limiares auditivos. Os testes estatísticos utilizados
para análise foram: Média, Mediana e Desvio Padrão, através do programa Excel.
34
5. RESULTADOS
Participaram desta pesquisa 40 trabalhadores do sexo masculino expostos a
níveis elevados de ruído, a coleta de dados teve amostra aleatória coletada em 23
trabalhadores em clínica particular e 17 trabalhadores que responderam o
questionário antes de uma ação educativa. Em relação aos protetores auditivos,
cinco trabalhadores utilizam protetores auditivos tipo Plug e 35 utilizam protetores
auditivos tipo Concha.
A seguir são apresentados os resultados em forma de tabelas e gráficos.
Tabela 2 - Caracterização dos trabalhadores quanto à função exercida (N=40)
Função Frequência Absoluta Frequência relativa
Montador de Torre de elevador Industrial
1 2,5%
Pedreiro 1 2,5%
Técnico Agrícola (Pulverização) 1 2,5%
Técnico em Edificações 1 2,5%
Operador de Máquina 1 2,5%
Marmorista 1 2,5%
Funileiro 1 2,5%
Almoxarife 1 2,5%
Operador de Ponte Rolante 1 2,5%
Funileiro (ajudante) 1 2,5%
Armador de Ferragem 2 5,0%
Serviços Gerais 3 7,5%
Serralheiro 3 7,5%
Servente de Obra 5 12,5%
Operador de Draga 17 42,5%
Na Tabela 3, o resultado dos exames dos trabalhadores são classificados
segundo o parâmetro normal ou alterado, de acordo com a faixa etária.
Tabela 3 - Resultado do audiograma em função da faixa etária N=40 Faixa etária (anos) Normal Alterado
Frequência absoluta
Frequência relativa
Frequência absoluta
Frequência Relativa
18 a 29 anos 13 32,50% 0 0,00%
30 a 40 anos 15 37,50% 3 7,50%
41 a 45 anos 8 20,00% 1 2,50%
35
Foram considerados normais 90% dos trabalhadores, sendo a faixa etária de
30 a 40 anos com maior taxa de normalidade seguida da faixa de 18 a 29 anos. Dos
10% de exames alterados a maior concentração também está na faixa de 30 a 40
anos. Os três gráficos seguintes trazem as médias, medianas e desvio padrão por
orelha de acordo com a faixa etária.
Gráfico 1 – Média, mediana e desvio padrão dos limiares auditivos dos
trabalhadores na faixa etária de 18 a 29 anos na orelha direita (n=13)
Gráfico 2 – Média, mediana e desvio padrão dos limiares auditivos dos
trabalhadores na faixa etária de 18 a 29 anos na orelha esquerda (n= 13 )
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
500 1000 2000 3000 4000 6000 8000Orelha Direita - Faixa Etária de 18 a 29 anos
média mediana desvio padrão
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
500 1000 2000 3000 4000 6000 8000
Orelha esquerda - Faixa Etária 18 a 29 anos
Média Mediana Desvio Padrão
36
Observa-se nos Gráficos 1 e 2 que, embora os resultados não excedam 25
dBNA, há presença de entalhe audiométrico na frequência de 6000Hz na orelha
direita, o que pode sinalizar o início da perda auditiva induzida por ruído.
Gráfico 3 – Média, mediana e desvio padrão dos limiares auditivos dos
trabalhadores na faixa etária de 30 a 40 anos na orelha direita (n=18)
Gráfico 4 – Média, mediana e desvio padrão dos limiares auditivos dos
trabalhadores na faixa etária de 30 a 40 anos na orelha esquerda (n=18)
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
500 1000 2000 3000 4000 6000 8000Orelha Direita - Faixa Etária de 30 a 40 anos
média mediana desvio padrão
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
500 1000 2000 3000 4000 6000 8000
Orelha Esquerda - faixa Etária 30 a 40 anos
Média Mediana Desvio Padrão
37
Gráfico 5 – Média, mediana e desvio padrão dos limiares auditivos dos
trabalhadores na faixa etária de 41 a 45 anos na orelha direita (n= 9)
Gráfico 6 – Média, mediana e desvio padrão dos limiares auditivos dos
trabalhadores na faixa etária de 41 a 45 anos na orelha esquerda (n=9)
A seguir, no Gráfico 7 é apresentado o nível de escolaridade dos
trabalhadores, variando de ensino fundamental completo a ensino médio incompleto.
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
500 1000 2000 3000 4000 6000 8000
Orelha Direita - faixa Etária 41 a 45 anos
média mediana desvio padrão
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
500 1000 2000 3000 4000 6000 8000
Orelha Esquerda - faixa Etária de 41 a 45 anos
Média Mediana Desvio Padrão
38
Gráfico 7 – Caracterização do nível de escolaridade dos trabalhadores (N=40)
O grau de escolaridade apresentado no Gráfico 4 mostra que 52%dos
trabalhadores têm ensino médio completo e 18% possuem ensino médio incompleto,
totalizando 70% de trabalhadores que tiveram ingresso no 2º Grau.
Na Tabela 4 foram consideradas as médias dos índices atribuídos ao
grau de importância de cada item de conforto dos protetores auditivos segundo o
grau de escolaridade dos participantes, divididos em dois grupos: ensino
fundamental e ensino médio.
Tabela 4 - Percepção da Importância dos itens de conforto dos protetores auditivos
Item de conforto
Escolaridade
Ensino Fundamental (n=12) Ensino Médio (n=28)
Média Desvio Padrão Média Desvio
Padrão
Atenuação 3,75 1,76 4,4 0,75
Pressão 3,58 1,73 4,07 1,07
Peso 3,17 1,47 3,89 1,31
Textura 3,67 1,37 4,15 1,13
Capacidade de
Dispersar Calor 3,33 1,23 3,81 1,27
Capacidade de
Absorver Calor 2,82 0,94 3,93 1,3
Incomodidade na
realização de
Tarefa
3,08 1,73 4,44 0,93
Colocação 3,42 1,86 4,48 0,94
Comunicação
Verbal 3,25 1,66 4 1,,00
Global 4,58 0,49 4 1,44
15%
15%
52%
18%
Escolaridade
Ensino Fundamental CompletoEnsino Fundamental IncompletoEnsino Médio CompletoEnsino Médio Incompleto
39
Gráfico 8 - Análise comparativa dos valores atribuídos ao protetor Tipo Concha –
Índice de conforto x Grau de importância
1,91
4,17
1,91
3,83
1,86
3,57
1,74
3,97
2,63
3,51
2,57
3,49
1,77
3,94
1,26
4,09
1,77
3,80
4,31
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5
Conforto
Relevancia
Conforto
Relevancia
Conforto
Relevancia
Conforto
Relevancia
Conforto
Relevancia
Conforto
Relevancia
Conforto
Relevancia
Conforto
Relevancia
Conforto
Relevancia
Ate
nu
ação
Pre
ssão
Pe
soTe
xtu
ra
Cap
acid
ade
de
dis
pe
sar
oC
alo
r G
erad
o
Cap
acid
ade
de
Ab
sorv
er
oSu
or
Inco
mo
did
ade
na
Rea
lizaç
ãod
e Ta
refa
sC
olo
caçã
oC
om
un
icaç
ãoV
erb
al
Cla
ssif
ica
ção
Glo
bal
PROTETOR TIPO CONCHA
40
Gráfico 9 - Análise comparativa dos valores atribuídos ao protetor Tipo Plug – Índice
de conforto x Grau de importância
2,80
4,20
2,00
4,40
1,00
4,40
1,60
4,20
1,20
4,60
2,00
4,40
1,40
4,80
2,60
4,80
1,60
3,80
3,20
0 1 2 3 4 5 6
Conforto
Relevancia
Conforto
Relevancia
Conforto
Relevancia
Conforto
Relevancia
Conforto
Relevancia
Conforto
Relevancia
Conforto
Relevancia
Conforto
Relevancia
Conforto
Relevancia
Ate
nu
ação
Pre
ssão
Pe
soTe
xtu
ra
Cap
acid
ade
de
dis
pe
sar
oC
alo
r G
erad
o
Cap
acid
ade
de
Ab
sorv
er
oSu
or
Inco
mo
did
ade
na
Rea
lizaç
ãod
e Ta
refa
sC
olo
caçã
oC
om
un
icaç
ãoV
erb
al
Cla
ssif
ica
ção
Glo
bal
PROTETOR TIPO PLUG
41
Tabela 5 - Avaliação do Conforto global dos protetores por função (N=40)
Função Média Desvio Padrão
Montador de torre de elevador Industrial (N=1) 4 0
Pedreiro (N=1) 3 0
Técnico Agrícola (N=1) 5 0
Técnico em Edificações (N=1) 5 0
Operador de Máquina (N=1) 2 0
Marmorista (N=1) 4 0
Funileiro (N=1) 5 0
Almoxarife (N=1) 5 0
Operador de Ponte Rolante (N=1) 2 0
Funileiro (Ajudante) (N=1) 5 0
Armador de Ferragem (N=2) 4 0,05
Serviços Gerais (N=3) 4,33 1,15
Serralheiro (N=3) 4,33 1,15
Servente de Obra (N=5) 3,2 1,16
Operador de Draga (N=17) 4,59 0,50
Tabela 6 – Síntese da análise comparativa dos índices de conforto a cada tipo de
protetor
Índice De Conforto Plug Concha
Melhor Pior Melhor Pior
Atenuação X X
Pressão X X
Peso X X
Textura X X
Capacidade de Dispersar Calor X X
Capacidade de Absorver Calor X X
Incomodidade na realização de Tarefa X X
Colocação X X
Comunicação Verbal X X
42
Tabela 7 - Grau de Importância atribuído aos Protetores – Tipo Concha (n=35)
Item de Conforto Concha
Média Mediana DP
Atenuação 4,17 5 1,27
Colocação 4,09 5 1,4
Textura 3,97 4 1,25
Incomodidade na realização de Tarefa 3,94 4 1,41
Pressão 3,83 4 1,34
Comunicação Verbal 3,8 4 1,32
Peso 3,57 4 1,42
Capacidade de Dispersar Calor 3,51 3 1,27
Capacidade de Absorver Calor 3,49 4 1,29
Tabela 8 - Grau de Importância atribuído aos Protetores – Tipo Plug (n=5)
Item de Conforto
Plug
Média Mediana DP
Colocação 4,8 5 0,45
Incomodidade na realização de Tarefa 4,8 4 1,41
Capacidade de Dispersar Calor 4,6 5 0,55
Peso 4,4 4 0,55
Pressão 4,4 5 0,89
Capacidade de Absorver Calor 4,4 5 0,89
Textura 4,2 4 0,84
Atenuação 4,2 4 0,84
Comunicação Verbal 3,8 4 0,84
Tabela 8 apresenta de forma ordena decrescente o grau de importância
atribuído a cada item de conforto analisado pelos trabalhadores dos protetores tipo
concha e tipo plug.
43
6. DISCUSSÃO
Este estudo buscou analisar a percepção de 40 trabalhadores expostos
ao ruído, que ocupam diferentes funções, quanto ao conforto dos protetores
auditivos utilizados, sendo 35 usuários de protetores tipo concha e cinco do tipo
inserção.
Podemos observar na Tabela 2 a distribuição das funções dos
trabalhadores pesquisados. A média de tempo de trabalho na empresa atual foi de
quatro anos e meio. Entre os trabalhadores participantes desse estudo, a maior
representatividade percentual está na função de Operador de Draga ou Barqueiros
constituindo 42% da amostra.
Em relação a faixa etária de 18 a 29 anos, embora a média dos resultados
não exceda 25 dBNA, há presença de entalhe audiométrico na frequência de
6000Hz na orelha direita, o que pode sinalizar o início da perda auditiva induzida por
ruído (Gráficos 1 e 2).
Estudos têm demonstrado presença de entalhe audiométrico em
trabalhadores com audição normal, como por exemplo o estudo de Farias (2012)
com 60 trabalhadores, do setor de construção civil, na função de carpinteiros, dos
trabalhadores que apresentavam audiograma dentro dos padrões de normalidade
35% tinham entalhe bilateral e 7% apenas unilateral.
Fernandes (2010) alerta para o fato de as lesões permanentes da
audição causadas pelo ruído iniciarem-se com alterações metabólicas nas células
ciliadas, localizadas na base do ducto coclear – que correspondem as frequências
altas.
Na caracterização do perfil audiométrico das duas primeiras décadas de
tempo de trabalho e o último quinquênio antes dos efeitos prováveis da
presbiacusia, podemos observar que o entalhe típico da PAIR é perceptível na
segunda década de tempo de trabalho assim como no último quinquênio, sendo
nestes dois últimos detectados os 10% de exames alterados e sugestivos de PAIR
(Tabela 3) e(Gráficos 1,2,3,4,5 e 6).
44
A faixas etárias que apresentaram audiogramas com resultados alterados
foram de 30 a 40 anos com 7% e 41 a 45 anos com 2,5%, totalizando 10% da
amostra de exames, estes dados corraboram com a literatura, já que vários autores
( ALMEIDA, 2000; FARIAS, 2012) em estudos anteriores também encontram maior
incidência de PAIR nesta faixa etária de 30 a 45 anos(Tabela 3) e (Gráficos 3,4 e
5,6).
Dos 17 trabalhadores que exercem a função de operador de draga ou
barqueiros, três apresentaram alterações nas audiometrias, está também neste
grupo localizado o índice de faixa etária com maior tempo de exposição à ruído.
Salienta-se, no entanto, que os exames sugestivos de PAIR não tiveram mudança
significativa de limiar nos exames periódicos.
Quanto ao grau de escolaridade podemos descrever um fator relevante,
70% ingressaram no ensino médio e 52 concluíram o estudo, no entanto 30% dos
entrevistados que ingressaram no ensino fundamental 15% não chegaram à
concluí-lo como apresentado no gráfico 4. No entanto, grau de escolaridade nesta
amostra pesquisada não parece exercer influência no uso do protetor e cuidado com
audição, pois dos quatro exames alterados, 50% dos trabalhadores concluíram o
ensino médio e 50% ingressaram no ensino fundamental. Todos que responderam
aos questionários demonstraram interesse nos cuidados da saúde auditiva e alguma
preocupação em obter maior conhecimento a respeito dos cuidados com a audição e
o uso correto do protetor. (Gráfico 7)
Os resultados encontrados nesta amostra da pesquisa com 40
trabalhadores, chama a atenção para o nível de escolaridade em nosso país e a
necessidade de capacitação desses trabalhadores que estão expostos a ambiente
de riscos e que muitas vezes não tomam os cuidados necessários para a proteção
da sua saúde por desconhecimento dos seus efeitos.
As ações educativas são essenciais para que os trabalhadores possam
obter maior conhecimento e desenvolver a cultura da prevenção tanto no trabalho
quanto na sua vida cotidiana que também apresenta diversas formas de ruído
(GERGES, 2001; AREZES, 2002; GONÇALVES, 2009; MORATTA E ZUCKI, 2010).
Os resultados dos índices de grau de conforto atribuído às
características dos protetores, conforme coletado no questionário A (tabela 4), foram
45
divididos em dois grupos segundo o nível de escolaridade: grupo 1 - ensino
fundamental e grupo 2 - ensino médio. Para o grupo 1 as características que
obtiveram maior grau de relevância foram atenuação (3,75) e Textura (3,67),
enquanto que no Grupo 2 as características com maior grau de relevância foram
colocação (4,48) e Incomodidade na realização de tarefas (4,44). No grupo 2 os
itens de conforto foram melhor avaliados e obtiveram um desvio padrão menor que o
grupo1. Na média Global de conforto o grupo 1 mesmo atribuindo valores menores
aos itens de conforto, a média global foi maior que o grupo 2. Arezes e Miguel
(2002) relatam que a avaliação do conforto de um protetor auricular é uma tarefa
complexa, pois não é uma sensação que pode ser avaliada objetivamente, essa é
uma sensação muito subjetiva do ser humano.
Analisando os gráficos 8 e 9 baseados nos dados coletados no
questionário A da avaliação de conforto dos protetores auditivos, podemos observar
que o protetor percebido pelos trabalhadores como mais confortável foi o tipo
concha, com índice global de 4,31. Os usuários do tipo concha graduaram como as
características mais confortáveis a facilidade de colocação (1,26), atenuação (1,91)
e pressão (1,91). Para os usuários do protetor auditivo tipo plug as características de
conforto que mais se destacaram foram peso (1), capacidade de dissipar calor (1,20)
e incomodidade nas realizações das tarefas (1,40).
Quanto ao peso o protetor tipo concha foi considerado mais pesado que
o plug, como já descrito em outras referências bibliográficas (ABELANDA, 2006;
FRANCISCO, 2001; GERGES, 2002).
O protetor com menor desempenho na dispersão de calor foi o abafador,
é necessário considerar o clima da região em que foi realizada a pesquisa, cidade
de Registro no Vale do Ribeira – SP, local com clima quente e úmido na maior parte
do ano. Interessante ainda destacar que 17 dos trabalhadores que utilizam concha
exercem a função em barcas de mineração localizadas as margens do rio, estas
barcas são construídas em metal o que pode aumentar a sensação térmica do
protetor, pensar em materiais que possam ter sensação de isolamento térmico para
a cobertura das conchas pode ser uma forma de amenizar tal achado.
46
Para a capacidade de absorver o suor o desempenho do protetor tipo
concha também foi considerado desconfortável , conforme citado na característica
anterior deve-se considerar o clima da região em que foi realizado a pesquisa.
O critério de colocação foi percebido com maior índice de desconforto
para o protetor tipo plug, a forma de colocação nem sempre é clara na embalagem
ou observa-se que muitos desses protetores são fornecidos sem um trabalho de
orientação. A forma incorreta de colocação pode interferir diretamente na atenuação
e eficiência deste protetor.
Mesmo obtendo na análise comparativa da síntese dos resultados
(tabela 6), o maior número de atribuições nos índices de conforto: peso, textura,
capacidade de dispersar calor, capacidade de absorver suor e comunicação verbal,
com menor classificação em atenuação e colocação, o protetor tipo plug. Na
avaliação global o protetor tipo abafador ficou com pontuação de 4,31 maior que a
pontuação 3,20 atribuída ao protetor tipo plug. Os itens Atenuação e colocação
parecem ser determinantes na pontuação global.
Quanto à avaliação dos parâmetros de conforto conforme o
questionário B, podemos verificar que todos os índices receberam classificações
acima da escala média de importância, assim como descreve Abelanda (2006) em
sua pesquisa. Podemos classificar os índices em forma decrescente de importância
conforme descrito nas tabelas 7 e 8. Para os usuários do protetor tipo concha as
características com maior índice de importância foram à atenuação (4,17), colocação
(4,09) e textura (3,97). Já para os usuários do protetor tipo plug a característica com
maior índice de importância foram colocação (4,8), incomodidade na realização de
tarefas (4,8) e capacidade de dispersar calor(4,6).
Com relação à avaliação global dos protetores auditivos tipo concha e plug,
ambos obtiveram pontuação acima da média, sendo considerados confortáveis
,assim como descreve Gonçalves et al(2015) em estudo com 440 trabalhadores do
estado do Paraná.
47
7. CONCLUSÃO
Pode-se concluir que numa análise comparativa, o protetor tipo concha
obteve melhor pontuação em relação ao conforto oferecido. Esta percepção aplicada
conjuntamente as variáveis de conforto analisadas, podem ter grande valia na
adequação dos protetores auditivos individuais e no direcionamento das ações
educativas que nesta última década tem cada vez mais ganhado valorização e força
na prevenção da PAIR.
Os questionários propostos por Abelenda (2006) podem ser um
instrumento de grande valia na coleta de dados para análise de conforto de
protetores auditivos, oferecendo dados significativos para serem analisados na
escolha de protetores auditivos.
É fato que o conforto dos protetores auditivos interferem na forma de
uso e consequentemente na sua eficiência, assim como a atenuação obtida no
ambiente de trabalho sofre interferências destas variáveis de conforto ao obter
NRRsf – Noise reduction rating subject fit (Avaliação da redução de ruído –
colocação do usuário).
48
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FARIAS, Victor H. V. et al. Ocorrência de Perda Auditiva Induzida por Ruído em
Carpinteiros. Revista CEFAC. 2012. Maio-Junho; 14 (3): 413-422.
52
Anexos
53
Anexo A
54
Anexo B
Questionário - Avaliação do Protetor Individual Auditivo
Nome:
Função: Setor:
Selecione o protetor auditivo utilizado:
Classifique o protetor auditivo utilizado quanto aos itens que se apresentam abaixo.
Atenuação Boa 1 2 3 4 5 Má
Pressão abafadores – exercida pela haste tampões – no canal auditiva
Adequada 1 2 3 4 5 Inadequada
Peso Leve 1 2 3 4 5 Muito pesado
Textura Macia 1 2 3 4 5 Áspera
Capacidade de dissipar o calor gerado Boa 1 2 3 4 5 Má
Capacidade de absorver o suor Boa 1 2 3 4 5 Má
Incomodo na realização de tarefas Nenhuma 1 2 3 4 5 Muita
Colocação Fácil 1 2 3 4 5 Difícil
Comunicação Verbal Fácil 1 2 3 4 5 Difícil
Globalmente, como classifica o protetor auditivo usado?
Desconfortável 1 2 3 4 5 Confortável
Obrigada pela colaboração!
55
Anexo C
Questionário - Avaliação dos Parâmetros de Conforto
Nome:
Função: Setor:
Classifique, segundo a sua opinião, a relevância de cada um dos parâmetros de conforto avaliados no
Questionário - Avaliação do Protetor Individual Auditivo, no conforto global do protetor auditivo
testado, considerando uma escala de 1 a 5, em que:
Atenuação Insignificante 1 2 3 4 5 Muito
Importante
Pressão abafadores – exercida pela haste tampões – no canal auditiva
Insignificante 1 2 3 4 5 Muito
Importante
Peso Insignificante 1 2 3 4 5 Muito
Importante
Textura Insignificante 1 2 3 4 5 Muito
Importante
Capacidade de dissipar o calor gerado Insignificante 1 2 3 4 5 Muito
Importante
Capacidade de absorver o suor Insignificante 1 2 3 4 5 Muito
Importante
Incomodo na realização de tarefas Insignificante 1 2 3 4 5 Muito
Importante
Colocação Insignificante 1 2 3 4 5 Muito
Importante
Comunicação Verbal Insignificante 1 2 3 4 5 Muito
Importante
Obrigada pela colaboração!