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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PƓS-GRADUAƇƃO EM ENGENHARIA CIVIL

Wagner Dambros Fernandes

ANƁLISE COMPARATIVA ENTRE OS MƉTODOS DE DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS FLEXƍVEIS DO BRASIL E O

MƉTODO DA AASHTO

Santa Maria, RS 2016

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Wagner Dambros Fernandes

ANƁLISE COMPARATIVA ENTRE OS MƉTODOS DE DIMENSIONAMENTO DE

PAVIMENTOS FLEXƍVEIS DO BRASIL E O MƉTODO DA AASHTO

DissertaĆ§Ć£o apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de PĆ³s-GraduaĆ§Ć£o em Engenharia Civil, Ɓrea de concentraĆ§Ć£o em ConstruĆ§Ć£o Civil e PreservaĆ§Ć£o Ambiental, dĆ” Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenĆ§Ć£o do grau de Mestre em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Dr. Luciano Pivoto Specht

Coorientador: Prof. Dr. Deividi da Silva Pereira

Santa Maria, RS, Brasil 2016

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Wagner Dambros Fernandes

ANƁLISE COMPARATIVA ENTRE OS MƉTODOS DE DIMENSIONAMENTO DE

PAVIMENTOS FLEXƍVEIS DO BRASIL E O MƉTODO DA AASHTO

DissertaĆ§Ć£o apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de PĆ³s-GraduaĆ§Ć£o em Engenharia Civil dĆ” Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenĆ§Ć£o do tĆ­tulo de Mestre em Engenharia Civil.

Aprovada em 14 de julho de 2016:

__________________________ Luciano Pivoto Specht, Dr. (UFSM)

(Presidente/Orientador)

_________________________ Deividi da Silva Pereira, Dr. (UFSM)

(Coorientador)

_________________________ LƩlio AntƓnio Teixeira Brito, PhD. (PUCRS)

_________________________ Tatiana Cureau Cervo, Dr. (UFSM)

Santa Maria, RS 2016

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DEDICATƓRIA

Dedico este trabalho a

Minha esposa Andriellen e filha Helena,

Meus pais, Valdemar e Cleuza,

Pelo apoio, amor e carinho.

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AGRADECIMENTO

AgradeƧo:

A Deus por me dar condiƧƵes para realizar mais uma etapa na vida,

Aos meus familiares:

- Minha esposa, companheira incansƔvel para todas as situaƧƵes que fizeram

parte da realizaĆ§Ć£o deste trabalho, sem nunca hesitar em ajudar e estar sempre ao

meu lado,

- Minha filha, por compreender minhas ausĆŖncias, mesmo com sua pouca

idade, permanecendo sempre com a alegria contagiante que foi auxĆ­lio importante

para desenvolver este trabalho.

- Meus pais, por sempre apoiarem os passos a serem dados,

Ao Prof. Luciano, meu orientador, por estar sempre pronto e disponĆ­vel para

auxiliar e responder Ơs minhas perguntas, independentes do dia, horƔrio e local, os

inĆŗmeros e-mails respondidos nos finais de semana,

Ao Prof. Deividi, meu coorientador, pelo auxƭlio e diversas ideias e opiniƵes

para desenvolver e melhorar meu trabalho,

Aos Professores LĆ©lio e Tatiana, por aceitarem fazer parte da avaliaĆ§Ć£o deste

trabalho e contribuĆ­rem com as melhorias,

Aos colegas Lucas Bueno e Rodrigo Klamt, que muito dispuseram de seus

tempos para me auxiliarem e ajudarem no desenvolvimento do trabalho,

A empresa Prime Engenharia e Consultoria, pelo emprƩstimo do computador

com o software AASHTOWare Pavement para realizaĆ§Ć£o das anĆ”lises desta

pesquisa,

Aos Professores e Colegas do curso que de uma forma ou outra contribuĆ­ram

para este trabalho,

Para todos muito obrigado.

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RESUMO

ANƁLISE COMPARATIVA ENTRE OS MƉTODOS DE DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS FLEXƍVEIS DO BRASIL E O MƉTODO DA AASHTO

AUTOR: WAGNER DAMBROS FERNANDES ORIENTADOR: LUCIANO PIVOTO SPECHT

COORIENTADOR: DEIVIDI DA SILVA PEREIRA

O Brasil como um paĆ­s rodoviĆ”rio, necessita muito de suas rodovias, no entanto, atualmente o paĆ­s faz uso para dimensionamento de pavimentos de um mĆ©todo desenvolvido em 1966 e atualizado em 1981, pelo Engenheiro Murilo Souza do extinto DNER. MĆ©todo este que seu principal fundamento de dimensionamento estĆ” no CBR, baseando-se no mĆ©todo empĆ­rico. Desta forma, juntamente Ć  crescente frota do paĆ­s e com o surgimento de alguns trabalhos de cunho mecanĆ­stico-empĆ­rico, este trabalho tem como objetivos, fazer a anĆ”lise de um pavimento por meio do MĆ©todo do DNIT e do uso do software SisPavBR desenvolvido por Felipe Franco em seus estudos que iniciaram em 2007 em sua tese, realizando o ajuste e calibraĆ§Ć£o de alguns modelos de previsĆ£o de desempenho. Da mesma forma, foi utilizado tambĆ©m o software AASHTOWare Pavement desenvolvido pela AASHTO, bem como a determinaĆ§Ć£o da espessura da camada de revestimento necessĆ”ria para atender as solicitaƧƵes impostas aos pavimentos por meio dos mĆ©todos mecanĆ­sticos-empĆ­ricos. Para isto, foi entĆ£o feito uso da contagem de veĆ­culos realizados para BR116, no entanto, foi necessĆ”rio criar faixas de volume de trĆ”fego (N), devido o mĆ©todo do DNIT nĆ£o considerar o arranjo dos eixos que o SisPavBR e AASHTO fazem em suas avaliaƧƵes. Foi realizado tambĆ©m o levantamento do custo executivo do km de pavimento dimensionado por cada mĆ©todo, e uma anĆ”lise estatĆ­stica foi realizada por meio da AASHTO com variaƧƵes nas espessuras do revestimento, base, sub-base, mĆ³dulos de resiliĆŖncia da base, sub-base, subleito e o volume de trĆ”fego, para determinar quais destas variĆ”veis causam maior interferĆŖncia nos critĆ©rios de desempenho. Desta maneira, verificou-se que o pavimento dimensionado pelo DNIT necessita de uma espessura de revestimento de 12,5 cm, o SisPavBR necessita de 19,5 cm e a AASHTO precisou de 40 cm, da mesma forma que o custo do pavimento foi mais elevado para o dimensionamento da AASHTO e o DNIT e SisPavBR tiveram custos mais prĆ³ximos. A vida de projeto do pavimento do DNIT ficou bem abaixo do esperado em ambas as anĆ”lises, chegando em um caso durar apenas 2 meses. A anĆ”lise estatĆ­stica determinou 5 equaƧƵes para determinaĆ§Ć£o dos mecanismos de deterioraĆ§Ć£o com RĀ² acima de 0,85; foi possĆ­vel determinar que as principais variĆ”veis que influenciam no desempenho dos pavimentos flexĆ­veis sĆ£o o volume de trĆ”fego e a espessura do revestimento.

Palavras-chaves: Dimensionamento Pavimentos. Custo. Vida ƚtil. AnĆ”lise EstatĆ­stica.

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ABSTRACT

COMPARATIVE ANALYSIS BETWEEN THE FLOORS SCALING METHODS OF BRAZIL AND THE FLEXIBLE APPROACH AASHTO

AUTHOR: WAGNER DAMBROS FERNANDES SUPERVISOR: LUCIANO PIVOTO SPECHT

COSUPERVISOR: DEIVIDI DA SILVA PEREIRA

The Brazil as a country road, which needs much its highways, however, currently the country uses for PAVEMENT scaling of a method developed in 1966 and updated in 1981 by Murilo Souza Engineer extinct DEER. The method that your main idea it is sizing foundation which is in the CBR, based on the empirical method. This way , along the growing fleet of the country and the emergence of some works of mechanistic-empirical nature, this work aims to make the analysis of a pavement through DNIT method and software use SisPavBR developed by Felipe Franco in their studies that began in 2007 in his thesis, making the adjustment and calibration of some performance prediction models .Similarly, We also did the use the AASHTOWare Pavement software developed by AASHTO as well as determining the thickness of the coating layer required to meet the demands imposed on the floor by means of mechanistic and empirical methods. For this, was then done using vehicle counting performed to BR116, however, they were necessary to create traffic volume of tracks (N) due DNIT method does not consider the arrangement of axes that SisPavBR and AASHTO are in their reviews .It was also conducted a survey of the executive cost km deck sized for each method, and statistical analysis was performed by AASHTO with variations in thickness of the coating base, subbase, base resilience modules, sub-base, subgrade and the volume of traffic to determine which of these variables cause greater interference on performance criteria. Thus, it was found that the surface scaled by DNIT need a coating thickness of 12.5 cm, the need SisPavBR 19.5 cm and 40 cm AASHTO needed, as the cost of the pavement was more higher for the dimensioning and AASHTO DNIT and SisPavBR had closest costs. The life time of DNIT pavement scaling was well below expectations in both analyzes, arriving in a case last only two months. Statistical analysis determined five equations to determine the deterioration mechanisms with RĀ² above 0.85; it was determined that the major variables that affect the performance of flexible pavements are traffic volume and thickness of the coating.

Keywords: Pavement Design. Cost. Lifespan. Statistical analysis.

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LISTA DE ILUSTRAƇƕES

Figura 1 - Estrutura do pavimento .................................................................. 33

Figura 2 - Sistema de camadas e tensƵes impostas ao pavimento ................ 34

Figura 3 - DistribuiĆ§Ć£o de tensƵes verticais devido Ć  passagem da roda ....... 37

Figura 4 - EsforƧos da carga externa superficial um ponto do semi-espaƧo

elƔstico ...................................................................................................................... 37

Figura 5 - Processo de seleĆ§Ć£o de estruturas de pavimentos ........................ 40

Figura 6 - Esquema do procedimento de dimensionamento mecanĆ­stico ā€“

empĆ­rico de um pavimento flexĆ­vel ............................................................................ 41

Figura 7 - Formato dos eixos predominantes no paĆ­s ..................................... 43

Figura 8 - AplicaĆ§Ć£o grĆ”fica da HipĆ³tese de Miner ......................................... 48

Figura 9 - CaracterĆ­stica da funĆ§Ć£o de danos hĆ­bridos e comparaĆ§Ć£o com a

regra de Miner e da teoria Henry ............................................................................... 49

Figura 10 - Esquema camadas do pavimento em relaĆ§Ć£o Ć s camadas

equivalentes .............................................................................................................. 54

Figura 11 - Ɓbaco espessura do pavimento dado pelo valor de N e o CBR ... 55

Figura 12 - Fluxograma do mƩtodo integrado de anƔlise e dimensionamento

de pavimentos asfƔlticos de Franco (2007) ............................................................... 59

Figura 13 - Esquema de camadas .................................................................. 63

Figura 14 - Fluxograma bƔsico do sistema MEPDG (2004) ............................ 66

Figura 15 - Escala de avaliaĆ§Ć£o da serventia das rodovias ............................ 67

Figura 16 - Faixas de VariaĆ§Ć£o do IRI conforme o caso e situaĆ§Ć£o ................ 69

Figura 17 - MediĆ§Ć£o do perfil da rodovia......................................................... 69

Figura 18 - Fluxograma de Atividades ............................................................ 77

Figura 19 - Tela inicial SisPavBR ................................................................... 84

Figura 20 - OpĆ§Ć£o para alteraĆ§Ć£o das camadas ............................................. 85

Figura 21 - Interface de alteraĆ§Ć£o das caracterĆ­sticas das camadas .............. 86

Figura 22 - Aba modelagem ........................................................................... 86

Figura 23 - Tela de entrada dos dados de carregamento ............................... 87

Figura 24 - Interface de escolha do clima ....................................................... 88

Figura 25 - Tela inicial do AASHTOWare ....................................................... 89

Figura 26 - Tela de um projeto novo ............................................................... 90

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Figura 27 - Dados iniciais do tipo de pavimento ............................................. 90

Figura 28 - Condicionantes a serem avaliadas pelo AASHTOWare .............. 91

Figura 29 - Tela de entrada de dados do trƔfego ........................................... 92

Figura 30 - Tela de informaƧƵes do volume de trƔfego .................................. 93

Figura 31 - Entrada do percentual de veĆ­culos por classe e crescimento ...... 93

Figura 32 - Tela dos valores do percentual de VDM com relaĆ§Ć£o mensal ..... 94

Figura 33 - Entrada do espectro de eixos ...................................................... 94

Figura 34 - Entrada do percentual de carga das classes em relaĆ§Ć£o mensal 95

Figura 35 - Interface de escolha do local e condiƧƵes climƔticas ................... 96

Figura 36 - Comparativo entre a temperatura de Porto Alegre e Savannah .. 97

Figura 37 - Comparativo entre a precipitaĆ§Ć£o em Porto Alegre e Savannah . 98

Figura 38 - Tela de entrada com estrutura do pavimento ............................... 99

Figura 39 - Escolha do material e suas caracterĆ­sticas .................................. 99

Figura 40 - Entrada dos limites de Atterberg e percentuais de material

passante em cada peneira ...................................................................................... 100

Figura 41 - Interface de aderĆŖncia entre camadas ....................................... 101

Figura 42 - Estrutura do pavimento de referĆŖncia e composiĆ§Ć£o das camadas

................................................................................................................................ 104

Figura 43 - Espessura revestimento para subleito com MR de 53 MPa....... 116

Figura 44 - Espessura revestimento para subleito com MR de 110 MPa ..... 117

Figura 45 - Espessura revestimento para subleito com MR de 124 MPa ..... 117

Figura 46 - Custo do pavimento para subleito com MR de 53 MPa ............. 121

Figura 47 - Custo do pavimento para um subleito com MR de 110 MPa ..... 121

Figura 48 - Custo do pavimento para subleito com MR de 124 MPa ........... 122

Figura 49 - Vida Ćŗtil do pavimento dimensionado pelo DNIT e avaliado seu

desempenho pelo SisPavBR e AASHTO................................................................ 130

Figura 50 - Valores obtidos x previstos para IRI .......................................... 135

Figura 51 - Valores obtidos x previstos para deformaĆ§Ć£o total pavimento ... 137

Figura 52 - Valores obtidos x previstos para trincamento no revestimento

bottom-up ................................................................................................................ 139

Figura 53 - Valores obtidos x previstos para trincamento revestimento top-

down ....................................................................................................................... 141

Figura 54 - Valores obtidos x previstos para deformaĆ§Ć£o permanente do

revestimento ........................................................................................................... 143

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Figura 55 - Valores observados x previstos do IRI (3ĀŖ ordem) ..................... 146

Figura 56 - Valores observados x previstos deformaĆ§Ć£o total pavimento (3ĀŖ

ordem) ..................................................................................................................... 149

Figura 57 - Valores observados x previstos trincamento revestimento de baixo

para cima (3ĀŖ ordem) ............................................................................................... 152

Figura 58 - Valores observados x previstos trincamento revestimento de cima

para baixo (3ĀŖ ordem) .............................................................................................. 155

Figura 59 - Valores observados x previstos deformaĆ§Ć£o revestimento ........ 158

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - ConfiguraĆ§Ć£o de eixos .................................................................. 45

Quadro 2 - Fator de equivalĆŖncia de cargas DNER ........................................ 46

Quadro 3 - Fator de equivalĆŖncia de cargas AASTHO ................................... 47

Quadro 4 - CaracterĆ­sticas dos materiais do pavimento ................................. 53

Quadro 5 - ConsideraƧƵes sobre a pista experimental AASHTO ................... 60

Quadro 6 - Classes de mediĆ§Ć£o de irregularidade .......................................... 70

Quadro 7 - VariĆ”veis com maior influĆŖncia nos critĆ©rios de desempenho .... 158

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2 - Cargas mƔximas legais permitidas no paƭs ................................... 42

Tabela 3 - Cargas encontradas nos estudos na BR 101 SC .......................... 42

Tabela 3 - ClassificaĆ§Ć£o funcional da via ou confiabilidade ............................ 52

Tabela 4 - Faixas granulomƩtricas materiais granulares ................................ 54

Tabela 5 - Tipo de revestimento em relaĆ§Ć£o aos valores de N e espessuras

mĆ­nimas ..................................................................................................................... 56

Tabela 6 - Coeficiente de equivalĆŖncia estrutural DNIT .................................. 57

Tabela 7 - Coeficiente de equivalĆŖncia estrutural ........................................... 62

Tabela 8 ā€“ Coeficientes de drenagem ............................................................ 63

Tabela 9 - Espessuras mĆ­nimas AASHTO ...................................................... 64

Tabela 10 ā€“ Ordem de grandeza dos critĆ©rios de ruptura da AASHTO (2008)

.................................................................................................................................. 65

Tabela 11 ā€“ Modelos de previsĆ£o dos danos e fatores de calibraĆ§Ć£o destes

modelos da AASHTO (2008) ..................................................................................... 65

Tabela 12 ā€“ Modelos de PrevisĆ£o de Desempenho ....................................... 73

Tabela 13 ā€“ NĆŗmero de combinaƧƵes a serem analisadas ............................ 78

Tabela 14 ā€“ Casos em estudo ........................................................................ 79

Tabela 15 ā€“ Volume de trĆ”fego de 2013 para cada categoria da BR 116 ...... 80

Tabela 16 ā€“ Fatores de equivalĆŖncia de carga da USACE ............................. 80

Tabela 17 ā€“ Espectro de eixos de cada categoria .......................................... 81

Tabela 18 ā€“ Valores de N utilizados na pesquisa ........................................... 81

Tabela 19 ā€“ Cargas por eixo para cada situaĆ§Ć£o ........................................... 82

Tabela 20 ā€“ Percentuais VDM (BR 116) atual utilizados para atingir os valores

de ā€œNā€ ........................................................................................................................ 82

Tabela 21 ā€“ Estrutura do pavimento usado para dimensionamento ............... 83

Tabela 22 ā€“ Limites CritĆ©rio de Desempenho DNIT (2006b) .......................... 92

Tabela 23 ā€“ DistĆ¢ncia mĆ©dia de transporte para levantamento de custos ... 102

Tabela 24 ā€“ Custo transporte materiais betuminosos ................................... 102

Tabela 25 ā€“ Custo materiais betuminosos .................................................... 103

Tabela 26 ā€“ ComposiĆ§Ć£o custo CBUQ ......................................................... 103

Tabela 27 ā€“ ComposiĆ§Ć£o custo pintura de ligaĆ§Ć£o ....................................... 104

Tabela 28 ā€“ ComposiĆ§Ć£o custo imprimaĆ§Ć£o ................................................. 105

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Tabela 29 ā€“ ComposiĆ§Ć£o custo camada BGS .............................................. 105

Tabela 30 ā€“ ComposiĆ§Ć£o custo camada MS ................................................ 105

Tabela 31 ā€“ ComposiĆ§Ć£o custo camada bloqueio ........................................ 106

Tabela 32 ā€“ ComposiĆ§Ć£o custo camada TSD .............................................. 106

Tabela 33 ā€“ Custo unitĆ”rio final para pavimento .......................................... 106

Tabela 34 ā€“ Espessuras do pavimento ........................................................ 108

Tabela 35 ā€“ Espessuras do Pavimento para N de 2,5x106 pelo SisPavBR . 109

Tabela 36 ā€“ Espessuras do Pavimento para N de 7,5x106 pelo SisPavBR . 109

Tabela 37 ā€“ Espessuras do Pavimento para N de 2,5x107 pelo SisPavBR . 110

Tabela 38 ā€“ Espessuras do Pavimento para N de 7,5x107 pelo SisPavBR . 110

Tabela 39 ā€“ Espessuras do Pavimento para N de 1,0x108 pelo SisPavBR . 110

Tabela 40 ā€“ Estrutura pavimento para N de 2,5x106 confiabilidade 90% ..... 111

Tabela 41 ā€“ Estrutura do pavimento para N de 7,5x106 confiabilidade 90% 112

Tabela 42 ā€“ Estrutura do pavimento para N de 2,5x107 confiabilidade 90% 112

Tabela 43 ā€“ Espessuras do Pavimento N de 2,5x106 - AASHTO confiabilidade

50%......................................................................................................................... 113

Tabela 44 ā€“ Espessuras do Pavimento N de 7,5x106 - AASHTO confiabilidade

50%......................................................................................................................... 114

Tabela 45 ā€“ Espessuras do Pavimento N de 2,5x107 - AASHTO confiabilidade

50%......................................................................................................................... 114

Tabela 46 ā€“ Espessuras do Pavimento para N de 7,5x107 pela AASHTO ... 115

Tabela 47 ā€“ Custo do km do pavimento para N de 2,5x106 ......................... 118

Tabela 48 ā€“ Custo do km do pavimento para N de 7,5x106 ......................... 119

Tabela 49 ā€“ Custo do km do pavimento para N de 2,5x107 ......................... 119

Tabela 50 ā€“ Custo do km do pavimento para N de 7,5x107 ......................... 120

Tabela 51 ā€“ Custo do km do pavimento para N de 1,0x108 ......................... 120

Tabela 52 ā€“ Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 2,5x106 pelo

SisPavBR ................................................................................................................ 123

Tabela 53 ā€“ Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 7,5x106 pelo

SisPavBR ................................................................................................................ 124

Tabela 54 ā€“ Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 2,5x107 pelo

SisPavBR ................................................................................................................ 124

Tabela 55 ā€“ Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 7,5x107 pelo

SisPavBR ................................................................................................................ 125

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Tabela 56 ā€“ Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 1,0x108 pelo

SisPavBR ................................................................................................................ 125

Tabela 57 ā€“ Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 2,5x106 pela

AASHTO.................................................................................................................. 126

Tabela 58 ā€“ Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 7,5x106 pela

AASHTO.................................................................................................................. 127

Tabela 59 ā€“ Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 2,5x107 pela

AASHTO.................................................................................................................. 127

Tabela 60 ā€“ Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 7,5x107 pela

AASHTO.................................................................................................................. 128

Tabela 61 ā€“ Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 1,0x108 pela

AASHTO.................................................................................................................. 128

Tabela 62 ā€“ Custo Pavimento DNIT para durabilidade 10 anos conforme

SisPavBR e AASHTO ............................................................................................. 132

Tabela 63 ā€“ Coeficientes obtidos para regressĆ£o linear dos valores do IRI . 134

Tabela 64 ā€“ Coeficientes obtidos para regressĆ£o linear dos valores da

DeformaĆ§Ć£o Total Pavimento .................................................................................. 136

Tabela 65 ā€“ Coeficientes obtidos para regressĆ£o linear dos valores do

trincamento no revestimento de baixo para cima .................................................... 138

Tabela 66 ā€“ Coeficientes obtidos para regressĆ£o linear dos valores do

trincamento no revestimento de cima para baixo .................................................... 140

Tabela 67 ā€“ Coeficientes obtidos para regressĆ£o linear dos valores da

deformaĆ§Ć£o do revestimento ................................................................................... 142

Tabela 68 ā€“ Coeficientes de regressĆ£o linear do IRI .................................... 144

Tabela 69 ā€“ Coeficientes de regressĆ£o linear deformaĆ§Ć£o total pavimento.. 147

Tabela 70 ā€“ Coeficientes de regressĆ£o linear trincamento de baixo-cima

revestimento ............................................................................................................ 150

Tabela 71 ā€“ Coeficientes de regressĆ£o linear trincamento de cima para baixo

revestimento ............................................................................................................ 153

Tabela 72 ā€“ Coeficientes de regressĆ£o linear deformaĆ§Ć£o do revestimento 156

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AASHO: American Association of State Highway Officials

AASHTO: American Association of State Highway and Transportation Officials

ANP: AgĆŖncia Nacional do PetrĆ³leo, GĆ”s Natural e BiocombustĆ­veis

ATR: Afundamento na Trilha de Roda

BGS: Brita Graduada Simples

CA: Concreto AsfƔltico

CAP: Cimento AsfĆ”ltico de PetrĆ³leo

CBR: California Bearing Ratio (ƍndice de Suporte CalifĆ³rnia)

CBUQ: Concreto Betuminoso Usinado a Quente

CDC: Coordenadoria de Defesa da ConcorrĆŖncia

CNT: ConfederaĆ§Ć£o Nacional do Transporte

CONTRAN: Conselho Nacional de TrĆ¢nsito

CTB: CĆ³digo de TrĆ¢nsito Brasileiro

D: Percentual de resistĆŖncia

Di: Espessura da camada

DN: Dano CrĆ­tico

DNER: Departamento Nacional de Estradas de Rodagem

DNIT: Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes

Dpr: DeformaĆ§Ć£o Permanente do Revestimento

Dtp: DeformaĆ§Ć£o Total Permanente do Pavimento

E: MĆ³dulo de Elasticidade

ECOSUL: Empresa ConcessionƔria de Rodovias do Sul

Ebas: Espessura Base

Erev: Espessura Revestimento

ESRD: Eixo Simples de Rodas Duplas

ESRS: Eixo Simples de Rodas Simples

Esub: Espessura Sub-base

ETD: Eixo Tandem Duplo

ETT: Eixo Tandem Triplo

FR: Fator de Clima

Fd: Fator de distribuiĆ§Ć£o

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FEC: Fator de EquivalĆŖncia de Cargas

Ff: Fator de frota

FGV: FundaĆ§Ć£o GetĆŗlio Vargas

Fv: Fator de VeĆ­culo

Fs: Fator de sentido

FWD: Falling Weigth Deflectometer

HDM: Highway Design Management

ICMS: Imposto sobre CirculaĆ§Ć£o de Mercadorias e ServiƧos

IG: ƍndice de grupo

IP: ImprimaĆ§Ć£o

IRI: International Roughness Index (ƍndice de Rugosidade Internacional)

kN: Quilonewton

LL: Limite de Liquidez

LDI: Lucros e Despesas Indiretas

MCT: Miniatura CompactaĆ§Ć£o Tropical

mi: Coeficiente de drenagem da camada

MR: MĆ³dulo de ResiliĆŖncia

Mrbas: MĆ³dulo de ResiliĆŖncia Base

Mrsl: MĆ³dulo de ResiliĆŖncia Subleito

Mrsub: MĆ³dulo de ResiliĆŖncia Sub-base

MPa: Megapascal

MS: Macadame Seco

N: NĆŗmero N de eixos padrƵes

Na: NĆŗmero de eixos ā€“ padrĆ£o que podem provocar deformaĆ§Ć£o

SICRO: Sistema de Custos RodoviƔrios

SN: NĆŗmero estrutural

tf: Toneladas ForƧa

Tbc: Trincamento Bottom-up

Tcb: Trincamento Top-down

TS: Tratamento superficial

TSD: Tratamento Superficial Duplo

USACE: United States Army Corps of Engineers

VDM: Volume MƩdio DiƔrio

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SUMƁRIO

1 INTRODUƇƃO ....................................................................................................... 29

1.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 31

1.2 OBJETIVOS ESPECƍFICOS ........................................................................... 31

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................ 32

2 REVISƃO DE LITERATURA ................................................................................. 33

2.1 PAVIMENTOS FLEXƍVEIS .............................................................................. 33

2.1.1 Estrutura das camadas do pavimento ................................................... 33

2.2.1.1 Subleito ................................................................................................. 34

2.2.1.2 ReforƧo subleito .................................................................................... 35

2.2.1.3 Sub-base ............................................................................................... 35

2.2.1.4 Bases .................................................................................................... 35

2.2.1.5 Revestimento asfƔltico .......................................................................... 35

2.2 COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DOS PAVIMENTOS ............................. 36

2.3 TRƁFEGO ....................................................................................................... 41

2.3.1 Eixos ......................................................................................................... 42

2.3.2 Tipos de veĆ­culos e classificaĆ§Ć£o para os eixos .................................. 43

2.3.3 EquivalĆŖncia de cargas (FEC) ................................................................ 44

2.3.4 HipĆ³tese de Miner .................................................................................... 47

2.4 DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS FLEXƍVEIS ................................... 49

2.4.1 MĆ©todo de Dimensionamento DNIT ....................................................... 52

2.4.2 MĆ©todo de Dimensionamento Proposto por Franco (2007) ................. 57

2.4.3 MĆ©todo de Dimensionamento da AASHTO ........................................... 59

2.4.3.1 MĆ©todo AASHTO 1993 ......................................................................... 59

2.4.3.2 MĆ©todo AASHTO 2008 ......................................................................... 64

2.5 MECANISMOS DE DETERIORAƇƃO DOS PAVIMENTOS ........................... 66

2.5.1 IRI (International Roughness Index) ...................................................... 68

2.5.2 DeformaĆ§Ć£o .............................................................................................. 70

2.5.3 Trincamento ............................................................................................. 71

2.6 SOFTWARE SISPAVBR ................................................................................. 72

2.7 SOFTWARE AASHTOWARE PAVEMENT ..................................................... 72

2.8 MODELOS DE PREVISƃO DE DESEMPENHO ............................................. 73

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 77

Page 28: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

3.1 PLANEJAMENTO ........................................................................................... 77

3.1.1 Estudo comparativo ................................................................................ 78

3.1.2 Estudo estatĆ­stico por meio AASHTOWare .......................................... 78

3.2 TRƁFEGO DE REFERƊNCIA ........................................................................ 79

3.3 ESTRUTURA DO PAVIMENTO UTILIZADO .................................................. 83

3.4 UTILIZAƇƃO DO SOFTWARE SISPAVBR .................................................... 83

3.5 UTILIZAƇƃO DO SOFTWARE AASHTOWARE ............................................ 89

3.6 CƁLCULO DO CUSTO DO PAVIMENTO .................................................... 101

3.7 SOFTWARE STATISTICA ............................................................................ 107

4 RESULTADOS .................................................................................................... 108

4.1 DIMENSIONAMENTO .................................................................................. 108

4.1.1 Dimensionamento pelo MĆ©todo DNIT .................................................. 108

4.1.2 Dimensionamento pelo SisPavBR ....................................................... 109

4.1.3 Dimensionamento pelo MĆ©todo da AASHTO ...................................... 113

4.1.4 Comparativo entre as espessuras de revestimento e custos

executivos ............................................................................................................. 116

4.2 ANƁLISE DESEMPENHO DO PAVIMENTO PELO SISPAVBR E AASHTO 123

4.2.1 AnƔlise do pavimento por meio do SisPavBR .................................... 123

4.2.2 AnƔlise do pavimento por meio da AASHTO ...................................... 126

4.3 ESTUDO ESTATƍSTICO DOS RESULTADOS DO AASHTOWARE

PAVEMENT ............................................................................................................ 133

4.4 ANƁLISE DOS MƉTODOS DE DIMENSIONAMENTO ................................ 159

5 CONSIDERAƇƕES FINAIS ................................................................................ 161

5.1 CONCLUSƕES ............................................................................................ 161

5.2 SUGESTƕES TRABALHOS FUTUROS ...................................................... 162

REFERENCIAS BIBLIOGRƁFICAS ...................................................................... 163

Page 29: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

29

1 INTRODUƇƃO

O Brasil apresenta atualmente uma malha rodoviĆ”ria numa extensĆ£o de

1.720.607 km, onde destes sĆ£o pavimentados apenas 213.299 km, ou seja, 12,4%

do total. PorƩm, as rodovias brasileiras foram classificadas segundo o ƭndice de

competitividade global do FĆ³rum EconĆ“mico Mundial, onde participaram 144 paĆ­ses

e receberam notas entre 1 e 7 onde representam, extremamente subdesenvolvida

(entre as piores do mundo) e extensa e eficiente (entre as melhores do mundo), o

Brasil recebeu nota 2,8 e ficou na posiĆ§Ć£o 122Āŗ (CNT, 2014).

JĆ” no ano seguinte com a anĆ”lise de 140 paĆ­ses o Brasil passou para posiĆ§Ć£o

121Āŗ com a nota 2,7 (CNT, 2015). AlĆ©m das rodovias estarem em condiƧƵes nĆ£o

muito adequadas, a frota total brasileira segundo CNT (2015) aumentou em 118%,

ou seja, os pavimentos executados em 2005, com taxas de crescimento baixas, hoje

estĆ£o com mais do dobro de frota rodando sobre estes.

Mesmo com o Brasil tendo no seu modo de transporte o predomĆ­nio do

sistema rodoviĆ”rio, o paĆ­s tem um histĆ³rico de carĆŖncias no que se refere Ć 

infraestrutura. Na dƩcada de 50, o governo Kubistschek impulsionou a primeira

grande expansĆ£o da malha viĆ”ria do Brasil, no entanto, a partir da segunda metade

dos anos de 1980, com a crise econĆ“mica e a extinĆ§Ć£o do Fundo RodoviĆ”rio

Nacional, o crescimento da malha foi mƭnimo. PorƩm este cenƔrio comeƧou mudar

com as implantaƧƵes de obras do Programa de AceleraĆ§Ć£o do Crescimento (PAC)

(MATTOS, 2014).

Como o PAC disponibiliza recursos para recuperaĆ§Ć£o e expansĆ£o da malha

viƔria, o dimensionamento de pavimentos flexƭveis voltou a ocupar um espaƧo de

suma importĆ¢ncia para situaĆ§Ć£o de evoluĆ§Ć£o do sistema (MATTOS, 2014).

PorƩm, o mecanismo oficial de dimensionamento de pavimentos flexƭveis

adotado no Brasil para conjuntura de concepĆ§Ć£o de pavimentos Ć© fundamentada no

ƍndice de Suporte CalifĆ³rnia (CBR ā€“ California Bearing Ratio), consistindo em um

mƩtodo empƭrico de dimensionamento de pavimentos flexƭveis desenvolvido em

1966 pelo extinto DNER, atual DNIT (FRANCO, 2007).

Este mƩtodo se baseia em regras desenvolvidas a partir de observaƧƵes e

experiĆŖncia com certos tipos de pavimentos, para certos materiais de pavimentaĆ§Ć£o

e condiƧƵes especƭficas de clima. Este mƩtodo empƭrico apresenta vƔrias situaƧƵes

Page 30: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

30

que sĆ£o tratadas de forma simplificada. Sua maior limitaĆ§Ć£o estĆ” em nĆ£o pode ser

generalizado com confiabilidade adequada para outras condiƧƵes senĆ£o Ć quelas

para o qual foi desenvolvido, levando a uma anĆ”lise superficial sobre a situaĆ§Ć£o e

especificidades das diversas variƔveis que influenciam no desempenho funcional e

estrutural de um pavimento (FRANCO, 2007; COUTINHO, 2011; MATTOS, 2014).

Para sanar algumas dessas defasagens criadas pelos mecanismos empĆ­ricos

vĆŖm se tentando aprimorar o desenvolvimento de mĆ©todos mecanĆ­stico-empĆ­rico,

onde se considera fatores de laboratĆ³rio/campo. Assim estes fatores podem ser

ajustados com as caracterƭsticas dos materiais, estruturas, trƔfego e clima. Como os

trabalhos de Franco a partir de 2007 no SISPav, com sistema especificamente

brasileiro, e o AASHTOWare desenvolvido a partir de 2002 pela AASHTO para os

pavimentos Americanos (BEVENIDES et al, 2000; MATTOS, 2014).

Estas anƔlises buscam o entendimento mais analƭtico do problema e tentam

com isso, reduzir a parcela do empirismo. No sistema analĆ­tico, o pavimento Ć©

tratado como uma estrutura de engenharia e seu comportamento mecĆ¢nico Ć©

avaliado em funĆ§Ć£o do carregamento e da resistĆŖncia dos materiais, assim como Ć©

feito com as estruturas de aƧo ou concreto. Relacionando as tensƵes de traĆ§Ć£o na

base da camada asfĆ”ltica com a formaĆ§Ć£o de trincas no revestimento do pavimento

ou as deformaƧƵes verticais com o desenvolvimento do afundamento de trilha de

roda (MOTTA, 1991).

A maioria dessas teorias nĆ£o modela alguns fatores no dimensionamento de

um sistema em camadas, em que as propriedades variam com o tempo e com as

condiƧƵes ambientais, e que tem a deterioraĆ§Ć£o acumulada com a passagem das

cargas variĆ”veis em intensidade, distribuiĆ§Ć£o e velocidade. Por isso a parcela de

empirismo acaba sendo inevitĆ”vel, com a aplicaĆ§Ć£o dos fatores de calibraĆ§Ć£o

laboratĆ³rio-campo sobre os modelos desenvolvidos em laboratĆ³rio (MOTTA, 1991;

FRANCO, 2007).

Segundo Mattos (2014), existem vƔrios softwares que se propƵem Ơ anƔlise

mecanĆ­stica ā€“ empĆ­rica de pavimentos, no entanto, os modelos de degradaĆ§Ć£o

precisam ser calibrados, para que se possa empregar com confiabilidade os

resultados de ensaios de laboratĆ³rios e de anĆ”lises mecanĆ­sticas na previsĆ£o de

fadiga da camada asfĆ”ltica, evoluĆ§Ć£o das deformaƧƵes permanentes (ATR) e

irregularidade longitudinal (IRI) na superfĆ­cie do pavimento, ao mesmo tempo

considerando os aspectos estruturais e funcionais de serventia e de seguranƧa.

Page 31: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

31

Ferreira (2013) em seu trabalho teve como objetivo estudar o mƩtodo de

dimensionamento mecanĆ­stico-empĆ­rico expresso no programa SisPav, desenvolvido

na COPPE/UFRJ por Filipe Franco, em 2007 e atualizado em 2013 com o programa

SisPavBR, dentro do desenvolvimento da pesquisa da Rede TemĆ”tica de Asfalto ā€“

COPPE/CENPES. No estudo foi possƭvel concluir que o mƩtodo empƭrico do DNIT

tambĆ©m nĆ£o tira proveito dos materiais das camadas do pavimento, jĆ” os modelos

mecanĆ­stico-empĆ­ricos de desempenho de pavimentos, apesar da parcela empĆ­rica

ainda presente, tiram maior proveito dos materiais, podendo levar a configuraƧƵes

julgadas imprĆ³prias pelo mĆ©todo do DNIT. Um exemplo disso Ć© a utilizaĆ§Ć£o de solos

tropicais laterĆ­ticos nas camadas dos pavimentos.

Conhecer as diferenƧas entre os mƩtodos de dimensionamento, e o tamanho

desta diferenƧa, pode gerar resultados de grande valia econƓmica para o

dimensionamento de pavimentos flexĆ­veis, para que se caminhe em direĆ§Ć£o

contrƔria ao dimensionamento empƭrico, ou seja, conhecer melhor como a estrutura

do pavimento tende a se comportar para determinada situaĆ§Ć£o. A possibilidade de

chegar ao sistema estrutural mais adequado para atender as solicitaƧƵes impostas

pelos carregamentos crescentes ano a ano, de forma a se ter economia para

execuĆ§Ć£o deste sistema e maior durabilidade.

1.1 OBJETIVO GERAL

Comparar os mƩtodos de dimensionamento de pavimentos flexƭveis, do DNIT

(1981), proposto por Franco (2007) e AASHTO (2008), efetuando a anƔlise de cada

mƩtodo, bem como obter dados estatƭsticos do comportamento dos pavimentos

flexĆ­veis por meio do software AASHTOWare Pavement.

1.2 OBJETIVOS ESPECƍFICOS

Submeter a estrutura de pavimento obtido por meio do dimensionamento do

DNIT, aos modelos propostos pelo mƩtodo de dimensionamento de Franco (2007),

atravƩs do software SisPavBR;

Page 32: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

32

Submeter a estrutura de pavimento obtido por meio do dimensionamento do

DNIT, aos modelos propostos pelo mƩtodo de dimensionamento da AASHTO

(2008), atravƩs do software AASHTOWare Pavement;

Determinar a espessura de revestimento necessƔria para atender as cargas

impostas, por meio da anƔlise do SisPavBR;

Determinar a espessura de revestimento necessƔria para atender as cargas

impostas, por meio da anƔlise do AASHTOWare;

Comparar as estruturas obtidas por meio do dimensionamento do DNIT,

SisPavBR e AASHTO;

Identificar os parĆ¢metros que influenciam no comportamento dos pavimentos

flexƭveis por meio de anƔlise estatƭstica com o mƩtodo executado no software

AASHTOWare Pavement.

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho estĆ” dividido nas unidades:

- Unidade 1: apresenta introduĆ§Ć£o e objetivos que nortearam o

desenvolvimento do trabalho;

- Unidade 2: revisĆ£o de literatura, que traz conceitos, estudos e trabalhos jĆ”

realizados que nortearam o desenvolvimento dos mƩtodos;

- Unidade 3: metodologia demonstra e explica como foram realizadas as

atividades para obter os dados e resultados;

- Unidade 4: resultados estĆ£o contidos os valores, equaƧƵes e observaƧƵes

realizadas e obtidos no desenvolvimento do estudo do trabalho;

- Unidade 5: consideraƧƵes finais selecionam as principais e mais importantes

conclusƵes obtidas ao longo dos resultados, bem como sugestƵes para futuras

pesquisas que possam vir a aprimorar e refinar os resultados.

Page 33: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

33

2 REVISƃO DE LITERATURA

2.1 PAVIMENTOS FLEXƍVEIS

Para o DNIT (2006a) o pavimento Ć© a superestrutura constituĆ­da por um

sistema de camadas de espessuras finitas, assentados sobre um semi-espaƧo

considerado teoricamente como infinito (infraestrutura ou terreno de fundaĆ§Ć£o) a

qual Ć© designada de subleito.

Na NBR 7207 (1982) o pavimento Ć© definido como uma estrutura construĆ­da

sobre a terraplanagem e destinada a resistir e distribuir ao subleito os esforƧos

verticais, melhorar as condiƧƵes de rolamento e resistir aos esforƧos horizontais.

2.1.1 Estrutura das camadas do pavimento

Para Balbo (2007) a estrutura do pavimento nĆ£o Ć© perpĆ©tua, sendo formado

por camadas de diferentes materiais compactados partindo do subleito do corpo da

rodovia, atendendo estruturalmente e operacionalmente ao trƔfego, de forma durƔvel

e com menor custo, levando em conta a cronologia para os serviƧos de manutenĆ§Ć£o

preventiva, corretiva e de reabilitaĆ§Ć£o. O pavimento asfĆ”ltico Ć© formado por cinco

camadas principais: revestimento asfƔltico, base, sub-base, reforƧo do subleito e

subleito (YODER & WITCZAK; 1975), conforme mostra da Figura 1.

Figura 1 - Estrutura do pavimento

Fonte: adaptado de BERNUCCI et. al. , 2010.

Page 34: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

34

Os pavimentos asfĆ”lticos sĆ£o compostos pelo revestimento, que Ć© formado

por uma mistura de agregados e ligantes asfƔlticos. O revestimento asfƔltico pode

ser composto por camada de rolamento, que estĆ” em contato direto com as rodas

dos veĆ­culos e por camadas intermediĆ”rias ou de ligaĆ§Ć£o (binder). Dependendo do

trĆ”fego e dos materiais disponĆ­veis, pode-se ter ausĆŖncia de algumas camadas

(PAPAGIANNAKIS & MASAD, 2007; BERNUCCI et. al. , 2010).

As camadas de base, sub-base e reforƧo do subleito sĆ£o de grande

importĆ¢ncia estrutural, pois precisam limitar as tensƵes e deformaƧƵes na estrutura

do pavimento, por meio de combinaƧƵes entre os materiais e as espessuras das

camadas constituintes (MEDINA, 1997; HUANG, 2004). A Figura 2 ilustra o sistema

de camadas e as tensƵes impostas ao pavimento.

2.2.1.1 Subleito

O subleito Ć© formado por material natural consolidado e compactado, ou por

material de emprĆ©stimo compactado. Os esforƧos que sĆ£o impostos a sua superfĆ­cie

serĆ£o absorvidos em sua profundidade, geralmente isto acontece no primeiro metro.

Desta forma, as camadas superiores deverĆ£o absorver as maiores solicitaƧƵes de

esforƧos (BALBO, 2007; BRANCO, 2006).

Figura 2 - Sistema de camadas e tensƵes impostas ao pavimento

Fonte: ALBERNAZ, 1997 apud BERNUCCI et. al. , 2010.

Page 35: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

35

2.2.1.2 ReforƧo subleito

A camada de reforƧo do subleito se aplica para que a fundaĆ§Ć£o tenha maior

capacidade de resistĆŖncia e ajude as camadas superiores, ou seja, aliviando a

magnitude dos esforƧos impostos a esta. Para evitar custos mais elevados com

camadas muito espessas de base e sub-bases, se faz uso de camada de reforƧo do

subleito nos casos em que o solo de subleito Ć© de baixa capacidade (BALBO, 2007;

BRANCO, 2006).

2.2.1.3 Sub-base

Tem por finalidade diminuir a espessura da camada de base, ou seja, quando

as condiƧƵes de solicitaƧƵes Ơ camada de base resultar em uma camada muito

espessa Ć© realizada a divisĆ£o desta, aplicando a camada de sub-base que resulta

em valores menores de custo. Os materiais utilizados podem ser os mesmos

utilizados nas bases, quando hĆ” a utilizaĆ§Ć£o de aglomerantes o consumo de material

Ć© menor (BALBO, 2007; BRANCO, 2006).

2.2.1.4 Bases

As bases tĆŖm como finalidade receber as solicitaƧƵes que sĆ£o transmitidas do

revestimento e tambĆ©m possui a funĆ§Ć£o hidrĆ”ulica no caso de materiais granulares.

Podendo ser composta de solo estabilizado naturalmente e quimicamente, misturas

de solos e agregados, brita graduada e brita graduada tratada com cimento (BALBO,

2007; BRANCO, 2006).

2.2.1.5 Revestimento asfƔltico

Os revestimentos asfĆ”lticos devem receber as cargas estĆ”ticas e dinĆ¢micas

impostas sem sofrer elevadas deformaƧƵes elĆ”sticas ou plĆ”sticas, desagregaĆ§Ć£o

dos componentes e perda de compactaĆ§Ć£o. Devendo ser constituĆ­do de uma

estrutura interna evitando a movimentaĆ§Ć£o horizontal. Para os revestimentos

asfĆ”lticos novos existe uma subdivisĆ£o em duas camadas, a camada de rolamento

que consiste na camada superficial que receberĆ” o contato direto das cargas e

Page 36: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

36

aƧƵes do ambiente, e a camada de ligaĆ§Ć£o (binder) que tambĆ©m Ć© constituĆ­da de

mistura asfƔltica e estƔ entre a camada de rolamento e a base, agindo como

camada impermeƔvel (BALBO, 2007; BRANCO, 2006).

2.2 COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DOS PAVIMENTOS

A estrutura de um pavimento asfƔltico Ʃ submetida a um carregamento

superficial distribuƭdo em uma Ɣrea circular, aproximadamente uma elipse e as suas

dimensƵes dependem do tipo de pneu, pressĆ£o de enchimento e da carga que a

roda submete ao pavimento (BRANCO, 2006; FRANCO, 2007; PAPAGIANNAKIS &

MASAD, 2007). Assim, no dimensionamento de pavimentos a aproximaĆ§Ć£o da Ć”rea

ao cĆ­rculo traz a equaĆ§Ć£o para Ć”rea de contato entre pneu ā€“ pavimento pela

equaĆ§Ć£o 1.

š“ =š‘ƒ

š‘ (1)

Onde: A Ć© a Ć”rea de contato entre o pneu ā€“ pavimento;

P Ć© a carga por roda;

p Ć© a pressĆ£o de enchimento do pneu.

A Figura 3 demonstra o esquema dos carregamentos e tensƵes atuantes nos

pavimentos submetidos pelas rodas dos veĆ­culos. Os esforƧos sĆ£o transmitidos por

aƧƵes verticais, que advĆŖm do peso na forma de pressĆ£o na superfĆ­cie de contato, e

as forƧas tangenciais que sĆ£o oriundas do rolamento do veĆ­culo ou tambĆ©m

ocorridas na derrapagem e travagem (BRANCO, 2006).

Com a caracterizaĆ§Ć£o da estrutura e dos materiais e as espessuras das

camadas predefinidas, os mĆ³dulos de resiliĆŖncia, os coeficientes de Poisson e

tambĆ©m a composiĆ§Ć£o do trĆ”fego atuante, a resposta do pavimento pode ser

estimada via cƔlculo das tensƵes, deformaƧƵes e deslocamentos gerados na

estrutura (FRANCO, 2007).

Page 37: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

37

Figura 3 - DistribuiĆ§Ć£o de tensƵes verticais devido Ć  passagem da roda

Fonte: AI, 1981 apud BRANCO, 2006.

Para isto, Boussinesq desenvolveu um conjunto de equaƧƵes para o cƔlculo

de tensƵes e deformaƧƵes em um espaƧo semi-infinito, linear, elĆ”stico, homogĆŖneo

e isotrĆ³pico submetido a um carregamento pontual (MEDINA, 1997; BALBO, 2007;

FRANCO, 2007; PAPAGIANNAKIS & MASAD, 2007). A Figura 4 demonstra o

esquema dos esforƧos atuantes em um semiā€“espaƧo elĆ”stico e as equaƧƵes de 2 a

5 representam o cƔlculo destes esforƧos.

Figura 4 - EsforƧos da carga externa superficial um ponto do semi-espaƧo elƔstico

Fonte: BALBO, 2007.

Page 38: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

38

šœš‘„ =š‘ƒ

2šœ‹ 1 āˆ’ 2šœˆ

1

š‘Ÿ2āˆ’

š‘§

š‘Ÿ2 š‘Ÿ2 + š‘§2 āˆ’1/2 āˆ’ 3š‘Ÿ2š‘§ š‘Ÿ2 + š‘§2 āˆ’5/2 (2)

šœš‘§ = āˆ’3š‘ƒ

2šœ‹š‘§3 š‘Ÿ2 + š‘§2 āˆ’5/2 (3)

šœš‘„š‘§ = āˆ’3š‘ƒ

2šœ‹š‘Ÿš‘§2 š‘Ÿ2 + š‘§2 āˆ’5/2 (4)

š‘¤ =š‘ƒ

2šœ‹šø š‘§2 1 + šœˆ š‘Ÿ2 + š‘§2 āˆ’3/2 + 2 1 āˆ’ šœˆ2 š‘Ÿ2 + š‘§2 āˆ’1/2 (5)

Onde: P Ć© carga aplicada;

E Ć© o mĆ³dulo de elasticidade do meio;

Ī½ Ć© o coeficiente de Poisson;

Ļƒx Ć© a tensĆ£o normal na direĆ§Ć£o x;

Ļƒz Ć© a tensĆ£o normal na direĆ§Ć£o z;

Ļ„xz Ć© a tensĆ£o de cisalhamento da direĆ§Ć£o xz;

w Ć© o deslocamento do ponto em estudo;

r e z sĆ£o as distĆ¢ncias horizontal e vertical entre o ponto de aplicaĆ§Ć£o de

carga e o ponto em estudo.

Esses cƔlculos consideram as tensƵes e deformaƧƵes para um determinado

local e espaƧo de tempo infinitesimal, ou seja, ao se deslocar a roda do ponto inicial

de aplicaĆ§Ć£o da carga, as tensƵes e as deformaƧƵes relativas diminuem e anulam-

se. O pavimento recupera praticamente sua condiĆ§Ć£o inicial. No entanto, uma

pequena parcela da deformaĆ§Ć£o nĆ£o Ć© recuperada devido aos materiais que

constituem a estrutura do pavimento nĆ£o serem perfeitamente elĆ”sticos (YODER &

WITCZAK,1975; HUANG, 2004; BRANCO, 2006).

Com as passagens sucessivas das rodas dos veĆ­culos, os efeitos descritos

anteriormente vĆ£o se repetindo, assim a deformaĆ§Ć£o sucessiva pode implicar em

uma ruptura do pavimento ao final de determinado nĆŗmero de passagens. Este

fenƓmeno Ʃ chamado de fadiga dos materiais, comumente chamado de Lei da

Fadiga, ou seja, cada material Ć© correspondente a uma deformaĆ§Ć£o para

determinado carregamento atĆ© atingir a ruĆ­na do material por uma repetiĆ§Ć£o

excessiva deste carregamento (BRANCO, 2006; MEDINA & MOTTA; 2015).

Para anƔlise estrutural Branco (2006) diz que em pavimentos flexƭveis a

tensĆ£o e deformaĆ§Ć£o relativas a cada passagem do eixo ā€“ padrĆ£o (8,2 tf) permite

determinar por meio da Lei da Fadiga o nĆŗmero mĆ”ximo (admissĆ­vel) de passagens

do eixo ā€“ padrĆ£o durante a vida Ćŗtil do pavimento. Para isto a equaĆ§Ć£o 6, determina

o dano gerado no pavimento.

Page 39: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

39

š· =š‘š‘

š‘š‘Ž100 (6)

Onde: D Ć© percentual de resistĆŖncia;

Np Ć© nĆŗmero de eixos ā€“ padrĆ£o;

Na Ć© nĆŗmero de eixos ā€“ padrĆ£o que podem provocar deformaĆ§Ć£o no

pavimento sem que exista ruĆ­na.

A condiĆ§Ć£o de regularidade do dimensionamento Ć© que: D>100%, haverĆ” o

subdimensionamento e se D<80%, haverĆ” sobredimensionamento. O dano total

para cada tipo de manifestaĆ§Ć£o Ć© obtido pelo somatĆ³rio de todos os danos unitĆ”rios,

em todos os pontos crƭticos da estrutura do pavimento, ou seja, os danos unitƔrios

calculados sĆ£o acumulados de forma anĆ”loga a HipĆ³tese de Miner, apresentada na

equaĆ§Ć£o 7.

š·š‘” = š‘š‘

š‘š‘Ž= š· (7)

Desta forma, Balbo (2007) e Branco (2006), conforme as figuras 5 e 6,

respectivamente, propƵem o esquema de anƔlise para dimensionamento de

pavimentos.

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40

Figura 5 - Processo de seleĆ§Ć£o de estruturas de pavimentos

Fonte: BALBO, 2007.

Page 41: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

41

Figura 6 - Esquema do procedimento de dimensionamento mecanĆ­stico ā€“ empĆ­rico

de um pavimento flexĆ­vel

Fonte: BRANCO, 2006.

2.3 TRƁFEGO

Para Bevenides (2000) e Darous (2003) o trƔfego Ʃ um fator de suma

importĆ¢ncia ao se desenvolver um projeto de dimensionamento de pavimentos. Pois

ao se obter informaƧƵes sobre o volume de trĆ”fego de forma aleatĆ³ria, defasadas e

sem a aplicaĆ§Ć£o de uma metodologia de trabalho concisa, pode levar a falhas na

escolha do pavimento.

Page 42: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

42

2.3.1 Eixos

O trƔfego Ʃ formado por uma diversidade de veƭculos e cargas, onde estes

veĆ­culos sĆ£o constituĆ­dos por diferentes configuraƧƵes de eixos, com uma

significativa diferenƧa de cargas impostas por estes eixos ao pavimento (BALBO,

2007; MEDINA, 1997). A Figura 7 ilustra o formato destes eixos que percorrem as

rodovias brasileiras. A previsĆ£o de demanda e de crescimento de trĆ”fego depende

diretamente do estabelecimento de critĆ©rios para realizaĆ§Ć£o da contagem e

pesagem de veĆ­culos (DAROUS, 2003).

Medina (1997) considerou a previsĆ£o da evoluĆ§Ć£o do trĆ”fego ao longo do

tempo, juntamente com a mensuraĆ§Ć£o do poder destrutivo como uma das

dificuldades ao se dimensionar pavimentos, devido Ơs variaƧƵes de cargas e nƭveis

de repetiƧƵes. Na Tabela 2 estĆ£o as cargas mĆ”ximas legais permitidas no Brasil

para cada tipo de eixo. No entanto, estes valores podem ser ultrapassados caso nĆ£o

exista uma fiscalizaĆ§Ć£o, como mostra Balbo (2007) em estudo realizado na BR ā€“

101/SC no ano de 1986 (Tabela 3).

Tabela 1 - Cargas mƔximas legais permitidas no paƭs

Eixo Carga MƔxima Legal (kN) Carga possƭvel por pneu (kN)

ESRS 60 30

ESRD 100 25

ETD 170 21,25

ETT 255 21,25

Fonte: BALBO, 2007.

Tabela 2 - Cargas encontradas nos estudos na BR 101 SC

Eixo Carga Mƭnima (kN) Carga MƔxima (kN)

ESRS 5 70

ESRD 10 220

ETD 40 200

ETT 50 540

Fonte: BALBO, 2007.

Page 43: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

43

Todos os eixos mostraram valores de carga mƔxima acima do determinado

por lei, e no caso dos eixos ESRD e ETT, a carga mƔxima encontrada passou de

100%, ou seja, o dobro de esforƧos sendo impostos ao pavimento (BALBO, 2007).

Figura 7 - Formato dos eixos predominantes no paĆ­s

Eixo simples de rodas

simples (ESRS)

Eixo simples de rodas

duplas (ESRD)

Eixo tandem duplo

(ETD)

Eixo tandem triplo

(ETT)

Fonte: BALBO, 2007.

2.3.2 Tipos de veĆ­culos e classificaĆ§Ć£o para os eixos

No Manual de ConservaĆ§Ć£o de Rodovias do DNIT (2005), os veĆ­culos que

trafegam nas rodovias estĆ£o classificados da seguinte forma:

-AutomĆ³veis: com dois eixos e quatro rodas, destinados ao transporte de

pessoas;

Page 44: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

44

-Ɣnibus: com dois ou trĆŖs eixos e quatro rodas, o eixo dianteiro possui duas

rodas e os demais com quatro rodas cada;

-CaminhƵes leves: com dois eixos e quatro rodas, destinados ao transporte

de cargas leves;

-CaminhƵes mƩdios: com dois eixos, o traseiro possui rodas duplas,

destinado ao transporte de cargas;

-CaminhƵes pesados: com dois eixos traseiros com quatro rodas cada e o

dianteiro com duas rodas;

-Reboques e Semi-reboques: VeĆ­culos que sĆ£o constituĆ­dos de mais de uma

unidade. Eixo dianteiro simples de rodas duplas no veĆ­culo trator, os demais

possuem quatro rodas podendo ser simples, em tandem duplo ou triplo.

O DNER adotou uma nomenclatura dos veĆ­culos, assim determinando a

configuraĆ§Ć£o de eixos que compƵem o veĆ­culo como mostra no Quadro 1.

2.3.3 EquivalĆŖncia de cargas (FEC)

O conceito de equivalĆŖncia entre cargas surge ao se observar que os efeitos

destrutivos ocasionados ao longo do tempo, por veĆ­culos com carregamentos

diferentes, sĆ£o diversos em estruturas semelhantes de pavimentos, o que levou ao

desenvolvimento de um critƩrio comparativo entre os veƭculos (BALBO, 2007).

Para Sales et al. (1987) o efeito destrutivo sobre um pavimento sĆ³ pode ser

obtido atravĆ©s da determinaĆ§Ć£o da quantidade e do peso dos eixos que por ele

trafegarĆ£o, inĆŗmeras pesquisas tiveram como objetivo correlacionar o peso dos

eixos e seu efeito destrutivo. Assim, o fator de equivalĆŖncia de uma carga, Ć© definido

como o nĆŗmero de passagens equivalentes de um eixo-padrĆ£o de 8,2 tf que produz

o mesmo efeito no pavimento que a carga em questĆ£o.

Para Yoder e Witczak (1975) os fatores de equivalĆŖncia de cargas sĆ£o

definidos como sendo a relaĆ§Ć£o entre o dano que Ć© causado por um veĆ­culo

qualquer em um tipo especĆ­fico de pavimento, e um veĆ­culo tomado arbitrariamente

como padrĆ£o. Onde nas pistas da AASHO foram definidos como 80 kN em eixos

simples de rodas duplas.

Page 45: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

45

Quadro 1 - ConfiguraĆ§Ć£o de eixos

Tipo ConfiguraĆ§Ć£o Eixos de Projeto ClassificaĆ§Ć£o

AutomĆ³vel

- 2C

Ɣnibus

ESRS; ESRD ou ESRS 2C

UtilitƔrio

- 2C

CaminhĆ£o

ESRS; ESRD 2C

CaminhĆ£o

ESRS; ETD 3C

CaminhĆ£o

ESRS; ETT 4C

Semirreboque

ESRS; ESRD (2) 2S1

Semirreboque

ESRS; ESRD; ETD 2S2

Semirreboque

ESRS; ESRD; ETT 2S3

Semirreboque

ESRS; ETD; ETD 3S2

Semirreboque

ESRS; ETD; ETT 3S3

Reboque

ESRS; ESRD (3) 2C2

Reboque

ESRS; ESRD (2); ETD 2C3

Fonte: BALBO, 2007.

Pereira (1985) considera que o fator de equivalĆŖncia de cargas foi adotado

como medida de desempenho de pavimentos porque comparativamente mede os

efeitos que os excessos de carga por eixo provocam nos pavimentos flexĆ­veis.

Page 46: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

46

No dimensionamento de pavimentos flexĆ­veis do Brasil, o FEC para o DNER

partiu dos trabalhos de Souza (1981), pressupostos nas avaliaƧƵes realizadas pela

USACE, no entanto Pereira (1985) contestou os fatores de equivalĆŖncia de cargas

adotados. Segundo Pereira (1985), a USACE nĆ£o considera nem de forma indireta

as espessuras e caracterƭsticas dos materiais que compƵem os pavimentos. Desta

forma, em seu trabalho apresentou resultados baseados em uma pesquisa de

campo que verificou as dimensƵes dos eixos, pneumƔticos e cargas tƭpicas das

rodovias do paĆ­s.

As equaƧƵes usadas pelo DNER em 1981 e 1985 estĆ£o no Quadro 2.

Quadro 2 - Fator de equivalĆŖncia de cargas DNER

Tipo de Eixo ExpressĆ£o para cargas em (kN)

DNER - 1985

ExpressĆ£o para cargas em (kN)

DNER ā€“ 1981

ESRS š‘„

76,20

4,32

š‘„

80

5,01

ESRD š‘„

80,12

4,32

š‘„

80

5,01

ETD š‘„

147,88

4,14

š‘„

114

4,46

ETT š‘„

225,06

4,22

š‘„

163

4,65

Fonte: BALBO, 2007.

Para a AASHTO (1993) o mƩtodo de projeto de pavimentos flexƭveis deve

considerar algumas premissas fundamentadas nos conceitos de ruptura funcional,

relacionado Ć  serventia do pavimento e na parametrizaĆ§Ć£o da estrutura do

pavimento considerando o nĆŗmero estrutural ā€œSNā€. Com isto a AASHTO (1993)

determinou por meio de tĆ©cnica estatĆ­stica de regressĆ£o, conforme equaĆ§Ć£o 8 as

expressƵes para obter os valores dos fatores de equivalĆŖncia de cargas (Quadro 3).

Page 47: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

47

š¹šøš¶ = š‘„š‘—

š‘„š‘ š›¾

(8)

Onde: Qj Ć© a carga sobre um eixo qualquer;

Qp Ć© a carga sobre o eixo-padrĆ£o de 80 kN;

É£ Ć© a constante de regressĆ£o.

Quadro 3 - Fator de equivalĆŖncia de cargas AASTHO

Tipo de Eixo ExpressĆ£o para cargas em (kN)

ESRD š‘„

80

3,998

ETD š‘„

154

4,052

ETT š‘„

222

3,987

Fonte: AASHTO, 1993.

2.3.4 HipĆ³tese de Miner

O estudo da fadiga partiu de Miner em 1945 em estruturas metƔlicas e

posteriormente sendo adaptada para os pavimentos (SANTOS, 2005; MEDINA &

MOTTA, 2015).

A equaĆ§Ć£o que descreve a hipĆ³tese de Miner (eq. 7) mostra que quando

vĆ”rias tensƵes de valor constante sĆ£o repetidas certo nĆŗmero de vezes, Ć© verificado

um desgaste progressivo na resistĆŖncia Ć  fadiga dos materiais e quando estiver

totalmente consumida a relaĆ§Ć£o proposta na equaĆ§Ć£o 7 chega a valor igual a 1. Ou

seja, quando uma tensĆ£o aplicada certo nĆŗmero de vezes, esta aĆ§Ć£o serĆ”

responsƔvel por certo consumo da vida de fadiga do material (SANTOS, 2005).

A relaĆ§Ć£o entre a deformaĆ§Ć£o e o nĆŗmero de aplicaƧƵes de cargas, estĆ”

representada no grƔfico ilustrado na Figura 8.

PorƩm, como mostra a Figura 9, estudos posteriores foram apresentados

descrevendo que a linearidade proposta por Miner poderia nĆ£o ser exatamente

Page 48: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

48

sempre verdade, ou seja, em certas situaƧƵes como fossem aplicados os

carregamentos para se ter os valores das proposiƧƵes de Miner seria necessƔrio um

fator de correĆ§Ć£o (É£), no entanto, Oā€™Niell (1970), em seus estudos chegou a

conclusĆ£o que nenhuma hipĆ³tese diferente da regra de adiĆ§Ć£o linear de razƵes de

ciclo se mostrou superioridade nos resultados.

Figura 8 - AplicaĆ§Ć£o grĆ”fica da HipĆ³tese de Miner

Fonte: GONTIJO, 1980 apud SANTOS, 2005.

Page 49: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

49

Figura 9 - CaracterĆ­stica da funĆ§Ć£o de danos hĆ­bridos e comparaĆ§Ć£o com a regra de

Miner e da teoria Henry

Fonte: FATEMI & YANG, 1998.

De modo geral o estudo de Miner propƵe que o nƭvel em que chegar o

resultado da equaĆ§Ć£o 6 a unidade, o trincamento ocorrerĆ” ao longo da vida Ćŗtil do

projeto, desta forma, sendo considerado um dimensionamento adequado. No

entanto, quando o resultado da equaĆ§Ć£o 6 for superior a unidade, Ć© provĆ”vel que o

trincamento ocorrerĆ” antes do final da vida de projeto, ou seja, desta forma sendo

necessƔrio que ocorra um ajuste no dimensionamento do pavimento de modo a

evitar a deformaĆ§Ć£o das fibras inferiores do revestimento asfĆ”ltico (SANTOS, 2011).

2.4 DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS FLEXƍVEIS

Conforme Balbo (2007), dimensionar um pavimento trata da determinaĆ§Ć£o da

espessura das camadas a serem aplicadas e a composiĆ§Ć£o dos materiais que serĆ£o

aplicados, pois desta maneira Ć© possĆ­vel construir uma estrutura que tenha

DA

NO

RELAƇƃO DE CICLO

TEORIA DE HENRY

TEORIA DE MINER

TEORIA HƍBRIDA

Page 50: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

50

capacidade de suportar o carregamento imposto por determinado volume de trƔfego

em situaƧƵes climƔticas do meio em que estƔ inserido.

Para Bevenides (2000) e Domingos (2007), a espessura e os materiais que

compƵem a estrutura de um pavimento devem suportar certo nĆŗmero de repetiƧƵes

de cargas durante sua vida Ćŗtil. A vida Ćŗtil Ć© o tempo em que o pavimento nĆ£o

apresenta um grau inaceitĆ”vel de deterioraĆ§Ć£o, tanto estrutural quanto funcional. Ou

seja, quando se atinge um trincamento generalizado do pavimento, isto mostra que

sua vida Ćŗtil chegou ao fim.

Para o dimensionamento dos pavimentos flexĆ­veis Ć© disseminado no Brasil o

mƩtodo do DNER, que utiliza como base as curvas de dimensionamento da USACE

(Corpo de Engenheiros Militares dos EUA) e no ensaio de CBR (MEDINA, 1997). O

mƩtodo de dimensionamento do DNER se inclui nos mƩtodos empƭricos, ou seja,

baseia-se na experiĆŖncia adquirida e faz algumas correlaƧƵes entre o desempenho

obtido do pavimento e certas propriedades dos materiais que integram a estrutura

deste pavimento (BEZERRA NETO, 2004).

Segundo Bezerra Neto (2004) os mĆ©todos empĆ­ricos sĆ£o de fĆ”cil

empregabilidade, devido aos ensaios serem de grande simplicidade, o que torna

desnecessĆ”rio a utilizaĆ§Ć£o de equipamentos sofisticados. No entanto, as condiƧƵes

do clima da regiĆ£o, os materiais, o trĆ”fego, se tornam limitantes, assim nĆ£o tornando

possĆ­vel a generalizaĆ§Ć£o para diferentes cargas de trĆ”fego, novos tipos de materiais

e diferentes regiƵes.

Devido o pavimento ser uma estrutura complexa e a previsĆ£o de seu

desempenho ser realizada com uma gama de simplificaƧƵes desenvolveram-se

alguns mĆ©todos de dimensionamento de pavimentos. Desta forma, chegou-se a trĆŖs

mĆ©todos de dimensionamento de pavimentos: os empĆ­ricos, mecanĆ­sticos e teĆ³ricos-

experimentais (BEVENIDES, 2000; SILVA, 2009).

Balbo (2007) relata que a existĆŖncia de diferentes formas de

dimensionamento se deve ao fato da utilizaĆ§Ć£o de distintos critĆ©rios de ruptura da

estrutura. Onde a ruptura se divide em: ruptura plƔstica, que ocorre quando o

pavimento nĆ£o suporta mais as cargas aplicadas e demonstra excessiva deformaĆ§Ć£o

plƔstica, ruptura por fadiga, que Ʃ de natureza estrutural, e ruptura funcional ou

operacional que ocorre quando o pavimento nĆ£o apresenta mais condiƧƵes para o

usuƔrio no que se refere a conforto e seguranƧa ao rolamento.

Page 51: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

51

Motta (1991) diz que de maneira geral os mƩtodos de dimensionamento de

pavimentos levam uma grande dose do empirismo. No entanto, apontam as tƩcnicas

computacionais e as teorias de mĆŗltiplas camadas como um avanƧo para mĆ©todos

mais racionais de raƭzes mecanƭsticas, logo Ʃ necessƔrio ainda correƧƵes para os

valores de campo, isto devido Ć  complexidade da estrutura, seus componentes e a

relaĆ§Ć£o veĆ­culo-pavimento.

A confiabilidade de um projeto de pavimento pode ser definida como a

probabilidade de certa seĆ§Ć£o do pavimento projetado desempenhar de forma

satisfatĆ³ria durante o perĆ­odo de projeto as solicitaƧƵes de trĆ”fego e as condiƧƵes

ambientais (AASHTO, 1993).

No dimensionamento de pavimentos pode ser feito uso de sistemas

determinĆ­sticos ou probabilĆ­sticos. Onde no primeiro sistema, Ć© atribuĆ­do ao projeto

um fator de seguranƧa, para prevenir os parĆ¢metros de incertezas. PorĆ©m, este tipo

de abordagem pode resultar em um superdimensionamento ou subdimensionamento

das estruturas, variando conforme a magnitude dos fatores ou modelos aplicados

(HUANG, 2004). Para o sistema probabilĆ­stico de projeto de pavimentos, a

confiabilidade Ć© avaliada estimando uma distribuiĆ§Ć£o por meio de mĆ©todos de

simulaĆ§Ć£o (SANTOS, 2011).

Em um projeto de rodovia de natureza probabilĆ­stica, nenhum dos parĆ¢metros

possui somente um valor determinĆ­stico, ou seja, deve ser tratado no formato

estatĆ­stico (MOTTA, 1991).

Para uma anĆ”lise determinĆ­stica de uma seĆ§Ć£o do pavimento, sĆ£o utilizados

parĆ¢metros mĆ©dios para previsĆ£o dos indicadores funcionais e estruturais para vida

de projeto, ou seja, os resultados destas previsƵes baseados em valores mƩdios de

entrada possuem confiabilidade de 50%, desta forma, ficando o resultado da anƔlise

com uma probabilidade de 50% de ser maior ou menor do que estimado (SANTOS,

2011).

O nƭvel de confianƧa estƔ relacionado com os procedimentos de

dimensionamento, estipulando uma faixa de seguranƧa que considere variaƧƵes de

trĆ”fego e desempenho. A Tabela 3 apresenta a classificaĆ§Ć£o funcional conforme o

tipo de via.

Page 52: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

52

Tabela 3 - ClassificaĆ§Ć£o funcional da via ou confiabilidade

ClassificaĆ§Ć£o Funcional da Via Urbana Rural

Interestaduais e autoestradas 85 ā€“ 99,9 80 ā€“ 99,9

Arteriais principais 80 ā€“ 99 75 ā€“ 95

Coletoras 80 ā€“ 95 75 ā€“ 95

Locais 50 ā€“ 80 50 ā€“ 80

Fonte: BALBO, 2007.

Estudos mostraram que a incorporaĆ§Ć£o da confiabilidade no mĆ©todo empĆ­rico

mecanƭstico, compatƭvel com a realidade brasileira, permitiu identificar as variƔveis

de incerteza na previsĆ£o de desempenho dos pavimentos ao longo do tempo, por

consequĆŖncia serĆ” possĆ­vel dar maior eficiĆŖncia no dimensionamento de pavimentos

flexĆ­veis (SANCHEZ & FERNANDES JR, 2015)

Santos (2011), enfatiza em seus estudos que o cƔlculo da confiabilidade de

dimensionamento Ć© uma importante ferramenta para tomada de decisĆ£o no que se

refere Ć  aceitaĆ§Ć£o de uma estrutura de pavimento. Desta forma, Ć© possĆ­vel

determinar o risco que se assume na aceitaĆ§Ć£o, verificando tambĆ©m quais

parĆ¢metros de entrada tem maior influĆŖncia no desempenho do pavimento, o que

facilita o aumento da atenĆ§Ć£o no controle geomĆ©trico e de fatores de campo.

2.4.1 MĆ©todo de Dimensionamento DNIT

O mƩtodo que era adotado pelo DNER foi proposto pelo engenheiro Murillo

Lopes de Souza na dĆ©cada de 60, com base no critĆ©rio do CBR, o eixo-padrĆ£o de 80

kN e considerando o coeficiente de equivalĆŖncia estrutural obtido nas pistas da

AASHTO (BALBO, 2007; MEDINA, 1997; MOTTA, 1991).

Bezerra Neto (2004) conclui que o mƩtodo de dimensionamento estƔ dividido

em trĆŖs etapas fundamentais: a definiĆ§Ć£o dos materiais a serem utilizados, a

determinaĆ§Ć£o do trafego e o dimensionamento propriamente dito.

Com isto, a definiĆ§Ć£o dos materiais deve levar em consideraĆ§Ć£o algumas

observaƧƵes feitas por Souza (1981), relacionadas a partir do CBR dos materiais a

serem utilizados, ou seja, respeitando os valores mĆ­nimos de algumas

caracterĆ­sticas. Isto para que nĆ£o ocorra a ruptura precoce no pavimento. Estas

caracterĆ­sticas dos materiais estĆ£o no Quadro 4.

Page 53: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

53

Souza (1981) determinou tambƩm faixas granulomƩtricas em que os materiais

granulares devem estar para serem utilizados como base (Tabela 4). Para isto

algumas consideraƧƵes a respeito destas faixas devem ser consideradas como a

fraĆ§Ć£o passante na peneira nĀ° 200 sendo inferior a 2/3 da fraĆ§Ć£o passante na

peneira nĀ° 40 e tambĆ©m a fraĆ§Ć£o graĆŗda deve apresentar um desgaste Los Angeles

igual ou inferior a 50%. Para materiais com experiĆŖncia de uso pode-se adotar

valores de desgaste maior.

Quadro 4 - CaracterĆ­sticas dos materiais do pavimento

Camada CritƩrios

Material de subleito CBR ā‰„ 2%

ExpansĆ£o menor que 2%

Material para reforƧo do subleito CBR maior que o do subleito

ExpansĆ£o menor que 1%

Material para sub-base

CBR ā‰„ 20% ExpansĆ£o menor que 1%

(Com sobrecarga de 4,536 kgf) ƍndice de grupo (IG) igual a zero

Material para base

CBR ā‰„ 80% ExpansĆ£o menor que 0,5%

(Com sobrecarga de 4,536 kgf)

LL ā‰¤ 25%

IP ā‰¤ 6%

Fonte: SOUZA, 1981.

Para a determinaĆ§Ć£o do trĆ”fego Souza (1981), propƵe o levantamento do

nĆŗmero de veĆ­culos, faixas, tipo do veĆ­culo (comercial ou passeio) e tipo de eixo. O

valor de repetiƧƵes de passagem do eixo-padrĆ£o de 80 kN Ć© dado por:

š‘ = 365 Ɨ š‘ƒ Ɨ š‘‰š‘š Ɨ š¹š‘‰ Ɨ š¹š‘… (9)

Onde:

N = nĆŗmero de operaƧƵes do eixo padrĆ£o;

P = perĆ­odo de projeto em anos;

Vm = Volume mƩdio diƔrio de trƔfego durante a vida de projeto;

FV = Fator de veĆ­culo da frota;

FR = Fator climƔtico regional.

Page 54: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

54

Tabela 4 - Faixas granulomƩtricas materiais granulares

Peneiras Porcentagem que passa

A B C D

2ā€ 100 100 - -

1ā€ - 75 ā€“ 90 100 100

3/8ā€ 30 ā€“ 65 40 ā€“ 75 50 ā€“ 85 60 ā€“ 100

nĀ° 4 25 ā€“ 55 30 ā€“ 60 35 ā€“ 65 50 ā€“ 85

nĀ° 10 15 ā€“ 40 20 ā€“ 45 25 ā€“ 50 40 ā€“ 70

nĀ° 40 8 ā€“ 20 15 ā€“ 30 15 ā€“ 30 25 ā€“ 45

nĀ° 200 2 ā€“ 8 5 ā€“ 15 5 ā€“ 15 5 ā€“ 20

Fonte: SOUZA, 1981.

Para o dimensionamento do pavimento primeiro se determina a espessura

total do pavimento, posteriormente a determinaĆ§Ć£o (escolha) do tipo de revestimento

e por fim a espessura das demais camadas que compƵem o pavimento. A Figura 10

demonstra o esquema das camadas do pavimento.

Figura 10 - Esquema camadas do pavimento em relaĆ§Ć£o Ć s camadas equivalentes

Fonte: DNIT, 2006a.

A espessura do pavimento correlacionando os valores de N e CBR sĆ£o dados

pelo Ɣbaco construƭdo por Souza (1981), Figura 11. No entanto, Balbo (2007) cita a

equaĆ§Ć£o 10, como soluĆ§Ć£o para as retas contidas no Ć”baco, estas obtidas por

regressĆ£o linear mĆŗltipla.

Page 55: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

55

š»š‘’š‘ž = 77,67 Ɨ š‘0,0482 Ɨ š¶šµš‘…āˆ’0,598 (10)

Onde: Heq = espessura equivalente em cm;

N = nĆŗmero de repetiƧƵes de carga;

CBR = valor da camada de suporte.

Figura 11 - Ɓbaco espessura do pavimento dado pelo valor de N e o CBR

Fonte: SOUZA, 1981 apud BEZERRA NETO, 2004.

A escolha do tipo e espessura do revestimento parte de valores mĆ­nimos

conforme faixas de valor de repetiƧƵes de carga a serem aplicadas no pavimento,

conforme Tabela 5.

Page 56: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

56

Tabela 5 - Tipo de revestimento em relaĆ§Ć£o aos valores de N e espessuras mĆ­nimas

N (repetiƧƵes do ESRD de 80kN) Tipo de Revestimento Espessura (mm)

ā‰¤106 Tratamentos superficiais 15 a 30

106 < N ā‰¤ 5 x 106 CA, PMQ, PMF 50

5 x 106 < N ā‰¤ 107 Concreto asfĆ”ltico 75

107 < N ā‰¤ 5 x 107 Concreto asfĆ”ltico 100

N > 5 x 107 Concreto asfƔltico 125

Fonte: SOUZA, 1981 apud BALBO, 2007.

O cĆ”lculo das demais camadas do pavimento Ć© obtido por meio da resoluĆ§Ć£o

sucessiva das seguintes inequaƧƵes:

š‘… Ɨ š¾š‘Ÿ + šµ Ɨ š¾š‘ ā‰„ š»20 (11)

š‘… Ɨ š¾š‘Ÿ + šµ Ɨ š¾š‘ + š‘•20 Ɨ š¾š‘  ā‰„ š»š‘› (12)

š‘… Ɨ š¾š‘Ÿ + šµ Ɨ š¾š‘ + š‘•20 Ɨ š¾š‘  + š‘•š‘› Ɨ š¾š‘› ā‰„ š»š‘š (13)

Onde:

Kr, Kb, Ks e Kn = sĆ£o os coeficientes de equivalĆŖncia estrutural dos materiais

do pavimento;

R, B, h20 e hn = sĆ£o os valores das espessuras das camadas de revestimento,

base, sub-base e reforƧo do subleito;

H20, Hn e Hm = sĆ£o os valores das espessuras das camadas equivalentes, de

referĆŖncia pedra britada graduada, sobre a sub-base, reforƧo do subleito e subleito.

Os coeficientes de equivalĆŖncia estruturais sĆ£o obtidos por meio da Tabela 6,

que correlaciona o coeficiente com o tipo de material.

Page 57: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

57

Tabela 6 - Coeficiente de equivalĆŖncia estrutural DNIT

Tipo de Material Coeficiente de EquivalĆŖncia

Estrutural (K)

Base ou revestimento de concreto asfƔltico 2,0

Base ou revestimento prĆ©-misturado a quente de graduaĆ§Ć£o densa

1,7

Base ou revestimento prĆ©-misturado a frio com graduaĆ§Ć£o densa

1,4

Base ou revestimento asfĆ”ltico por penetraĆ§Ć£o 1,2

Camadas granulares 1,0

Solo-cimento com resistĆŖncia aos 7 dias superior a 4,5 MPa (compressĆ£o)

1,7

Solo-cimento com resistĆŖncia aos 7 dias entre 2,8 a 4,5 MPa (compressĆ£o)

1,4

Solo-cimento com resistĆŖncia aos 7 dias entre 2,1 a 2,8 MPa (compressĆ£o)

1,2

Bases de solo-cal 1,2

Fonte: SOUZA, 1981 apud BALBO, 2007.

2.4.2 MĆ©todo de Dimensionamento Proposto por Franco (2007)

Para o cƔlculo de tensƵes, deformaƧƵes e deslocamentos na estrutura de

pavimentos submetidos ao trƔfego de veƭculos, existem dois mƩtodos mais

conhecidos, sendo a Teoria da Elasticidade e o MĆ©todo de Elementos Finitos.

Franco optou pela Teoria da Elasticidade e Medina & Motta (2015) ressaltam ser

importante a avaliaĆ§Ć£o entre o compromisso e o rigor analĆ­tico dos cĆ”lculos, bem

como a definiĆ§Ć£o e escolha dos parĆ¢metros dos materiais.

Franco (2007) considera que o critƩrio de ruptura do pavimento asfƔltico Ʃ um

dos fatores de suma importĆ¢ncia no projeto estrutural de pavimentaĆ§Ć£o. E a

definiĆ§Ć£o deve ser bem clara, visto que esta influencia diretamente nos custos de

implantaĆ§Ć£o da rodovia. Sendo que se o projeto ficar subdimensionado, serĆ£o

necessĆ”rios custos extras para reparaĆ§Ć£o e no caso de superdimensionado, existirĆ”

excesso de investimentos que poderiam ter sido economizados.

No mƩtodo Ʃ considerado tambƩm que a mistura asfƔltica envelhece ao

passar do tempo devido Ć  exposiĆ§Ć£o ao sol e intempĆ©ries. Pois com o aumento da

temperatura no decorrer do dia, ocorre Ć  diminuiĆ§Ć£o do mĆ³dulo de resiliĆŖncia e da

resistĆŖncia Ć  traĆ§Ć£o da mistura asfĆ”ltica e o tempo de uso do pavimento modifica as

Page 58: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

58

caracterĆ­sticas quĆ­micas e reolĆ³gicas do CAP, ocasionando um aumento de sua

consistĆŖncia (MEDINA & MOTTA, 2015).

Para essa estimativa de envelhecimento Franco em seus trabalhos se

apropriou da equaĆ§Ć£o 14 de Witczak & Mirza (1995).

š‘™š‘œš‘”. š‘™š‘œš‘” šœ‚ = š“ + š‘‰š‘‡š‘†. š‘™š‘œš‘” š‘‡ + 459,67 (14)

Onde: A e VTS sĆ£o constantes da regressĆ£o;

Ī· Ć© a viscosidade do ligante asfĆ”ltico em centi Poise;

T Ć© a temperatura do ligante asfĆ”ltico em Ā°F.

Franco (2007) fez a avaliaĆ§Ć£o da evoluĆ§Ć£o do envelhecimento do ligante em

relaĆ§Ć£o Ć  temperatura, bem como a evoluĆ§Ć£o do mĆ³dulo dinĆ¢mico, desta forma a

implementaĆ§Ć£o desta tĆ©cnica foi realizada por meio do SisPav, que caracteriza a

mistura asfĆ”ltica com base no mĆ³dulo de resiliĆŖncia, coeficiente de Poisson,

granulometria da mistura, parĆ¢metros de viscosidade do ligante e Ć­ndices

volumƩtricos.

O mĆ©todo tambĆ©m considera o efeito de cada configuraĆ§Ć£o do eixo sobre o

pavimento, onde de forma individual o programa efetua o cƔlculo das tensƵes e

deformaƧƵes nos pontos crƭticos da estrutura (MEDINA & MOTTA, 2015).

Como anƔlise final, o mƩtodo dimensiona a estrutura com base nos dados de

entrada e determina a espessura que atende aos critƩrios de projeto. Possibilitando

tambƩm verificar os dados e requisitos informados pelo projetista informando se a

estrutura suporta os esforƧos durante a vida de projeto. Ɖ possƭvel obter as

estimativas de afundamento de trilha de roda e danos relativos Ć  deflexĆ£o mĆ”xima

na superfĆ­cie do pavimento e a tensĆ£o limite no topo do subleito (MEDINA &

MOTTA, 2015).

O software implementado por Franco verifica os danos acumulados por fadiga

no revestimento asfƔltico e se necessƔrio nas camadas de base cimentadas. O

fluxograma de anƔlise do pavimento proposto por Franco estƔ ilustrado na Figura 12.

Page 59: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

59

Figura 12 - Fluxograma do mƩtodo integrado de anƔlise e dimensionamento de

pavimentos asfƔlticos de Franco (2007)

Fonte: FRANCO, 2007.

2.4.3 MĆ©todo de Dimensionamento da AASHTO

2.4.3.1 MĆ©todo AASHTO 1993

O mƩtodo foi fundamentado na anƔlise estatƭstica dos resultados que se

obtiveram na pista experimental da AASHO, localizada em Ottawa nos EUA, que foi

concluƭda em 1958 e monitorada atƩ 1960. Foram monitorados os efeitos das cargas

de trĆ”fego por meio de fatores de equivalĆŖncia estrutural, estes foram definidos

atravĆ©s da determinaĆ§Ć£o de correlaƧƵes entre a repetiĆ§Ć£o de cargas de ESRD com

18 libras (80kN), a espessura das camadas e perda de qualidade de trafegabilidade

Page 60: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

60

do pavimento e a variaĆ§Ć£o de serventia. O Quadro 5 mostra as informaƧƵes que

Balbo (2007) levantou sobre os testes realizados na AASHO Road Test.

Quadro 5 - ConsideraƧƵes sobre a pista experimental AASHTO

InformaĆ§Ć£o Detalhes

Temperaturas e clima

MĆ©dia no mĆŖs de julho: 24,5Ā°C MĆ©dia no mĆŖs de janeiro: -2,8Ā°C ƍndice pluviomĆ©trico anual: 837mm Profundidade mĆ©dia de congelamento do pavimento: 711mm

Pistas Seis circuitos Circuitos 2 e 6 submetidos ao trƔfego Circuito 1 apenas para o estudo de efeitos do clima

O que foi medido

durante os testes

Irregularidade Serventia Defeitos (visuais) DeflexƵes DeformaƧƵes

TrƔfego durante os

testes

Loop 2 ā€“ ESRD (8,9kN) e ETD (26,7kN) Loop 3 ā€“ ESRD (53,3kN) e ETD (106,7kN) Loop 4 ā€“ ESRD (80kN) e ETD (142,2kN) Loop 5 ā€“ ESRD (99,6kN) e ETD (177,8kN) Loop 6 ā€“ ESRD (133,3kN) e ETD (213,3kN)

Misturas asfƔlticas

Revestimento em CBUQ com agregado de calcĆ”rio, areia silicosa natural e cal como material de enchimento, empregando-se um CAP 80-100. Material dosado pelo ensaio Marshall com 50 golpes por face. O teor de asfalto foi de 5,4%, e os vazios, em torno de 7,7 %. Camadas de ligaĆ§Ć£o em PMQ com agregado de calcĆ”rio, areia silicosa natural e cal como material de enchimento, empregando-se um CAP 80-100. Material dosado pelo ensaio Marshall com 50 golpes por face. O teor de asfalto foi de 4,4%, e os vazios, em torno de 7,7 %.

Bases e sub-bases

Bases de BGS com CBR de 107% em laboratĆ³rio, porĆ©m entre 52 e 160% em pistas, umidade variando entre 5,6% e 6,1%, massa especĆ­fica aparente seca mĆ”xima entre 22,42kN/mĀ³ e 22,75kN/mĀ³. Sub-bases com misturas de areia natural e pedregulhos naturais com CBR entre 28% e 51%, umidade variando entre 6,1% e 6,8%, e massa especĆ­fica aparente seca mĆ”xima entre 22,27kN/mĀ³ e 22,59kN/mĀ³. Estudos secundĆ”rios com bases tratadas com asfalto e com cimento e tambĆ©m com pedregulho nĆ£o britado.

Subleito na Ɣrea

A CFT foi construĆ­da em 1m de espessura cm solo tipo total das pistas A-6, LL de 31%, IP de 16% e umidade de compactaĆ§Ć£o de 13%, com CBR variando entre 1,9% e 3,5% e grau de compactaĆ§Ć£o de 98%.

Fonte: BALBO, 2007.

AASHTO (1993) mensurou a serventia em um valor variando entre 0 e 5,

onde a definiĆ§Ć£o deste Ć­ndice Ć© dado como sendo as condiƧƵes de qualidade de um

Page 61: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

61

pavimento em determinado momento, levando em conta o conforto e seguranƧa, sob

determinadas condiƧƵes do clima.

Com isto a AASHTO equalizou seu mĆ©todo baseando-se na relaĆ§Ć£o

serventia-desempenho. E determinou a equaĆ§Ć£o 15 que leva em consideraĆ§Ć£o

trƔfego, serventia e a espessura das camadas para demonstrar o desempenho do

pavimento flexƭvel. Para isto, foram realizadas 1.114.000 aplicaƧƵes de cargas e

quando a seĆ§Ć£o de aplicaĆ§Ć£o de carga atingia um valor de serventia de 1,5,

recebiam um reforƧo em CBUQ antes dos novos testes.

š‘™š‘œš‘”š‘ = š‘š‘Ÿ Ɨ š‘†0 + 9,36 Ɨ š‘™š‘œš‘” š‘†š‘ + 1 āˆ’ 0,2 +

š‘™š‘œš‘” š‘0āˆ’š‘š‘”

š‘0āˆ’1,5

0,40+1094

š‘†š‘ +1 Ɨ5,19

+ 2,32 Ɨ š‘™š‘œš‘”š‘€š‘Ÿ āˆ’ 8,07 (15)

Onde:

SN Ć© o nĆŗmero estrutural do pavimento;

p0 Ć© a serventia inicial;

pt Ć© a serventia ao final do projeto;

Mr Ć© o mĆ³dulo de resiliĆŖncia;

Zr Ʃ o nƭvel de confianƧa do processo de dimensionamento.

O valor de SN Ć© dado pela equaĆ§Ć£o 16, que expressa Ć  capacidade estrutural

do pavimento para um nĆŗmero de repetiƧƵes do eixo padrĆ£o em uma serventia ao

final da vida Ćŗtil, considerando as condiƧƵes climĆ”ticas.

š‘†š‘ = š‘Ž1 Ɨ š·1 + š‘Ž2 Ɨ š·2 Ɨ š‘š2 + š‘Ž3 Ɨ š·3 Ɨ š‘š3 (16)

Onde:

ai Ć© o coeficiente estrutural da camada;

Di a espessura da camada;

mi o coeficiente de drenagem da camada.

A serventia inicial Ć© o valor que se define pela qualidade da construĆ§Ć£o do

pavimento logo apĆ³s a construĆ§Ć£o. Pela AASHO foi obtido um valor mĆ©dio de 4,2. A

serventia terminal Ʃ o momento em que a rodovia para de ser trafegƔvel e o valor

determinado foi de 1,5.

O coeficiente de equivalĆŖncia estrutural Ć© a medida de capacidade do material

em atuar dentro do sistema como mecanismo estrutural, dissipando as pressƵes que

o pavimento Ć© submetido sobre as camadas inferiores. A AASHTO estabeleceu

correlaƧƵes entre as propriedades mecĆ¢nicas dos materiais como CBR e mĆ³dulo de

Page 62: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

62

resiliĆŖncia para obtenĆ§Ć£o do coeficiente de equivalĆŖncia estrutural como mostra na

Tabela 7.

Tabela 7 - Coeficiente de equivalĆŖncia estrutural

Material ParĆ¢metro de controle CE

CBUQ, PMQ, a 20Ā°C Mr = 3.160 MPa Mr = 2.110 MPa Mr = 1.406 MPa

0,44 0,37 0,30

Bases granulares CBR = 100% CBR = 33%

0,14 0,10

Sub-bases granulares CBR = 100% CBR = 23%

0,14 0,10

Materiais cimentados (aos 7dias)

Rc = 5,6 MPa Rc = 3,1 MPa Rc = 1,4 MPa

0,22 0,16 0,13

Fonte: AASHTO, 1993.

O mƩtodo da AASHTO especificou coeficientes modificadores, que levam em

consideraĆ§Ć£o as caracterĆ­sticas drenantes dos materiais, onde a eficĆ”cia da

drenagem estƔ correlacionada com o tempo em que se leva para que a Ɣgua seja

removida do pavimento nas camadas granulares. Assim a remoĆ§Ć£o da Ć”gua em

duas horas Ć© excelente, em um dia Ć© boa, em uma semana Ć© regular, em um mĆŖs Ć©

pobre e, quando a Ć”gua nĆ£o Ć© drenada considera-se como muito pobre.

Determinados os valores dos nĆŗmeros estruturais, calcula-se a espessura

para cada camada do pavimento conforme as equaƧƵes abaixo:

-Para a espessura do revestimento utiliza se a equaĆ§Ć£o 17:

š·1 =š‘†š‘1

š‘Ž1 (17)

-A espessura da base Ć© dada pela equaĆ§Ć£o 18:

š·2 =š‘†š‘2āˆ’š‘†š‘1

š‘Ž2Ɨš‘š2 (18)

-A espessura da camada de sub-base Ć© determinada pela equaĆ§Ć£o 19:

š·3 =š‘†š‘3āˆ’š‘†š‘2

š‘Ž3Ɨš‘š3 (19)

Na Tabela 8, estĆ£o os valores de modificaĆ§Ć£o mi para coeficientes estruturais

de camadas granulares de bases e sub-bases.

Page 63: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

63

Tabela 8 ā€“ Coeficientes de drenagem

Qualidade de Drenagem

Porcentagem de Tempo a que o Pavimento estarĆ” sujeito a condiƧƵes de umidade prĆ³ximas da saturaĆ§Ć£o

<1% 1% a 5% 5% a 25% >25%

Excelente 1,40 ā€“ 1,35 1,35 ā€“ 1,30 1,30 ā€“ 1,20 1,20

Boa 1,35 ā€“ 1,25 1,25 ā€“ 1,15 1,15 ā€“ 1,00 1,00

Regular 1,25 ā€“ 1,15 1,15 ā€“ 1,05 1,00 ā€“ 0,80 0,80

Pobre 1,15 ā€“ 1,05 1,05 ā€“ 0,80 0,80 ā€“ 0,60 0,60

Muito pobre 1,05 ā€“ 0,95 0,95 ā€“ 0,75 0,75 ā€“ 0,40 0,40

Fonte: BALBO, 2007.

A Figura 13 demonstra um esquema dos valores que sĆ£o necessĆ”rios para se

obter a espessura das camadas dos pavimentos.

Figura 13 - Esquema de camadas

Fonte: BALBO, 2007.

Como para a determinaĆ§Ć£o dos valores dos nĆŗmeros estruturais, Ć© possĆ­vel

se obter inĆŗmeras possibilidades para soluĆ§Ć£o da equaĆ§Ć£o 15, a AASHTO

determinou espessuras mĆ­nimas para as camadas de pavimentos como mostra a

Tabela 9.

Page 64: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

64

Tabela 9 - Espessuras mĆ­nimas AASHTO

NĆŗmero de repetiƧƵes do eixo ā€“ padrĆ£o (80 kN)

Espessura do Revestimento AsfƔltico

(mm)

Espessura bases granulares (mm)

ā‰¤ 5 x 104 25 * 100

5 x 104 < N ā‰¤ 1,5 x 105 50 100

1,5 x 105 < N ā‰¤ 5 x 105 65 100

5 x 105 < N ā‰¤ 2 x 106 75 150

2x 106 < N ā‰¤ 7 x 106 90 150

N > 7 x 106 100 150

* Pode ser adotado TS (Tratamento Superficial)

Fonte: AASHTO, 1993.

Desta forma, para o cƔlculo da espessura das camadas do pavimento, deve-

se levar em conta as espessuras mĆ­nimas, ou seja, deve ser feita a conferĆŖncia pĆ³s

cƔlculo.

2.4.3.2 MĆ©todo AASHTO 2008

A partir de 2002, vƔrios estados americanos deram inƭcio as atividades de

implementaĆ§Ć£o de um guia de dimensionamento. Compreendendo as atividades,

treinamento de pessoal, coleta de dados de entrada, trƔfego e os materiais,

aquisiĆ§Ć£o de equipamentos para testes, bem como a seleĆ§Ć£o e preparaĆ§Ć£o de

seƧƵes teste para calibraĆ§Ć£o local (KALOUSH & RODEZNO, 2011).

A AASHTO vem evoluindo para uma concepĆ§Ć£o mecanĆ­stica-empĆ­rica, onde o

projetista deve ter uma abordagem iterativa, dando a possibilidade do projetista apĆ³s

escolhida a estrutura inicial, efetuar a anƔlise detalhada se os critƩrios de

desempenho estĆ£o sendo atendidos, onde o mĆ©todo em questĆ£o avalia os critĆ©rios

de deformaĆ§Ć£o permanente (ATR), trincas por fadiga de baixo para cima (bottom-up)

e de cima para baixo (top-down), trincas tƩrmicas e irregularidades superficiais (IRI)

(MEDINA & MOTTA, 2015).

As Tabelas 10 e 11 descrevem a ordem de grandeza dos critƩrios de ruptura

recomendados e os fatores de calibraĆ§Ć£o dos modelos de previsĆ£o da AASHTO de

2008, respectivamente.

Page 65: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

65

Tabela 10 ā€“ Ordem de grandeza dos critĆ©rios de ruptura da AASHTO (2008)

Defeito Valor limite em cada nĆ­vel de confiabilidade

Irregularidade ā€“ IRI final (pol/milha ou m/km)

Interestadual: 160 in/mi (2,7 m/km) PrimƔria e secundƔria: 200 in/mi (3,3 m/km)

Trincamento interligado (Couro de jacarƩ - % da Ɣrea da faixa)

Rodovia Interestadual: 10% Rodovia PrimƔria: 20% Rodovia SecundƔria: 35%

Fratura tƩrmica (trincamento transversal) (pƩ/milha ou m/km)

Interestadual: 500 ft/mi (100 m/km) PrimƔria e secundƔria: 700 ft/mi (140 m/km)

DeformaĆ§Ć£o permanente ou afundamento total de trilha de roda (pol/mm)

Interestadual: 0,40 pol (10 mm) PrimƔria: 0,50 pol (13 mm) Outras < 45 mph (75 km/h): 0,65 pol (17 mm)

Fonte: MEDINA & MOTTA, 2015.

Tabela 11 ā€“ Modelos de previsĆ£o dos danos e fatores de calibraĆ§Ć£o destes modelos

da AASHTO (2008)

ParĆ¢metro FĆ³rmula Fator de

CalibraĆ§Ć£o Valor

default

Valores de calibraĆ§Ć£o

trecho

Fadiga š‘š‘“ = š›½š‘“1š‘˜1 šœ€š‘” š›½š‘“2š‘˜2 šø āˆ’š›½š‘“3š‘˜3

š›½š‘“1 1.0 1.0

š›½š‘“2 1.0 0.8

š›½š‘“3 1.0 1.5

Trinca Longitudinal

š¹. š¶ = 6000

1 + š‘’š¶1+š¶2āˆ—š‘™š‘œš‘”š· āˆ— 10,56

C1 7.0 Default

C2 3.5 Default

Trinca couro jacarƩ

š¹. š¶ = 6000

1 + š‘’š¶1+š¶2āˆ—š‘™š‘œš‘”š· āˆ—

1

60

C1 1.0 Default

C2 1.0 Default

Default: Valor bƔsico disponƭvel no programa

Fonte: MEDINA & MOTTA, 2015.

As equaƧƵes descritas na Tabela 11 estĆ£o melhores compostas no item 2.8

(modelos de previsĆ£o de desempenho), para o ano de 2008.

Os parĆ¢metros de anĆ”lise (critĆ©rio) por desempenho da AASHTO asseguram

uma avaliaĆ§Ć£o mais adequada do pavimento durante sua vida de serviƧo (KALOUSH

& RODEZNO, 2011).

O fluxograma mostrado na Figura 14, demonstra a estrutura bƔsica de anƔlise

do AASHTOWare.

Page 66: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

66

Figura 14 - Fluxograma bƔsico do sistema MEPDG (2004)

Fonte: MEDINA & MOTTA, 2015.

2.5 MECANISMOS DE DETERIORAƇƃO DOS PAVIMENTOS

Para Mattos (2014) os principais mecanismos de deterioraĆ§Ć£o dos pavimentos

flexĆ­veis que devem ser considerados em um dimensionamento de pavimentos

racional, sĆ£o os que afetem o nĆ­vel de serventia em termos funcionais ou que gerem

falhas na estrutura durante a vida de projeto. O valor de serventia Ć© uma nota

atribuĆ­da por cinco avaliadores dentro de um veĆ­culo de passeio, classificando o

estado da superfĆ­cie de um determinado pavimento quanto ao seu conforto ao

rolamento.

O valor de serventia atual normatizado pelo DNIT (2003) estĆ” ilustrado por

meio da escala de avaliaĆ§Ć£o na Figura 15, onde estes valores variam de perfeitas

condiƧƵes (Ć³timo), nota 5, atĆ© condiƧƵes extremamente insatisfatĆ³rias (pĆ©ssimo),

nota zero. Aonde a nota final vem da mƩdia das notas de 5 avaliadores.

Dados de entrada

TrĆ”fego ā€“ Cond. ClimĆ”ticas - Estrutura

Tentativa de Projeto

Modelos de Danos Calibrados

Danos ā€“ Serventia

Acumulo de Danos ao

longo do Perƭodo de AnƔlise

CritƩrios de Falha

Confiabilidade

de Projeto

Respostas Estruturais (Ļƒ, Īµ, Ī“)

ExigĆŖncias de

Projetos Satisfeitas?

Projeto ViƔvel

Sim

NĆ£o

Re

vis

ar te

nta

tiva

de

Pro

jeto

Page 67: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

67

Figura 15 - Escala de avaliaĆ§Ć£o da serventia das rodovias

Fonte: DNIT, 2003.

O Valor de serventia impactarĆ” na confiabilidade, visto que segundo Motta

(1991) a confiabilidade Ć© definida como a medida da probabilidade da serventia do

pavimento permanecer em um nƭvel adequado atravƩs da vida de serviƧo, ou seja, Ʃ

a probabilidade de sucesso no projeto do pavimento. E para avaliar a Confiabilidade,

Ć© necessĆ”rio considerar os possĆ­veis modos de ruptura, sendo que esta avaliaĆ§Ć£o

deve ser feita por meio de estudos probabilĆ­sticos.

Hartmann (2009) diz que a degradaĆ§Ć£o de um pavimento estĆ” correlacionada

a vƔrias patologias, como: deformaƧƵes permanentes, trincamento por fadiga,

trincamento por retraĆ§Ć£o tĆ©rmica, perda de adesĆ£o entre o agregado e o ligante e

suscetibilidade a umidade. No entanto, cita que as duas primeiras estĆ£o mais

relacionadas com o trƔfego atuante e a estrutura do pavimento, enquanto as outras

estĆ£o relacionadas mais diretamente com as caracterĆ­sticas dos materiais utilizados

e as condiƧƵes climƔticas em que o pavimento estƔ construƭdo.

Page 68: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

68

2.5.1 IRI (International Roughness Index)

O IRI Ć© um Ć­ndice estatĆ­stico, que Ć© expresso em m/km e que quantifica os

desvios da superfĆ­cie do pavimento em relaĆ§Ć£o Ć  de projeto (BERNUCCI et. al.,

2010). O ƭndice de irregularidade foi amplamente utilizado, devido o mƩtodo de

anƔlise visar o uso de diversos tipos de perfilƓmetros. As equaƧƵes de anƔlise foram

desenvolvidas de maneira a minimizar os efeitos de alguns parĆ¢metros de medida

dos perfilƓmetros (SAYERS & KARAMIHAS, 1998).

Com isto o IRI se tornou uma ferramenta de controle de obras e aceitaĆ§Ć£o de

serviƧos. A irregularidade Ʃ medida ao longo de uma linha imaginƔria, paralela ao

eixo da estrada e, na maioria das vezes, coincidente com as trilhas de roda,

podendo em alguns casos haver o interesse de melhor detalhar o perfil. A linha de

levantamento longitudinal possui uma largura variƔvel de alguns milƭmetros a

centĆ­metros e depende do tipo de equipamento empregado (BERNUCCI et. al.,

2010).

A Figura 16 mostra as faixas de variaĆ§Ć£o do IRI em diversas situaƧƵes e a

Figura 17 ilustra como Ć© a mediĆ§Ć£o do IRI como tambĆ©m demonstra a irregularidade

transversal Ơ rodovia. A irregularidade pode ser levantada com medidas topogrƔficas

ou por equipamentos com capacidade para medir o perfil longitudinal com ou sem

contato, ou ainda indiretamente avaliada por equipamentos do tipo ā€œrespostaā€, que

fornecem um somatĆ³rio de desvios do eixo de um veĆ­culo em relaĆ§Ć£o Ć  suspensĆ£o

(BERNUCCI et. al., 2010).

Page 69: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

69

Figura 16 - Faixas de VariaĆ§Ć£o do IRI conforme o caso e situaĆ§Ć£o

Fonte: SAYERS & KARAMIHAS, 1998 apud BERNUCCI et. al. 2010.

Figura 17 - MediĆ§Ć£o do perfil da rodovia

Fonte: COTTO, 2007.

A classificaĆ§Ć£o de mediĆ§Ć£o das irregularidades estĆ” descrita no Quadro 6 de

COTTO (2007), correlacionando a classes de equipamentos e as caracterĆ­sticas

destes.

Page 70: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

70

Quadro 6 - Classes de mediĆ§Ć£o de irregularidade

Classe de equipamento (dispositivo)

PadrĆ£o e CaracterĆ­sticas de Classe

Classe 1: Perfis de PrecisĆ£o

Mais alto padrĆ£o de acurĆ”cia nas mediƧƵes

Demanda mediƧƵes de precisĆ£o de estradas e apuraĆ§Ć£o do IRI

2% de acurƔcia em 320 m

IRI repetitivamente de aproximadamente 0,3 m/km em estradas pavimentadas

IRI repetitivamente de aproximadamente 0,5 m/km em todos os tipos de estrada.

Classe 2: Perfis

imprecisos

Demanda mediĆ§Ć£o de perfis de estradas e computaĆ§Ć£o de IRI

Inclui fazer perfis com equipamentos incapazes de acurƔcia classe 1

Classe 3: Estimativa do

IRI por correlaƧƵes

NĆ£o demanda mediƧƵes de perfis de estrada

Inclui todos os tipos de equipamento de resposta

Equipamentos sĆ£o calibrados por correlaĆ§Ć£o de resultados de valores de IRI conhecidos em especĆ­ficas secƧƵes de estradas

Classe 4: ClassificaƧƵes subjetivas e

equipamentos nĆ£o

calibrados

Inclui classificaƧƵes subjetivas de rugosidade

Inclui equipamentos tipo - resposta descalibrados e perfilƓmetros

Fonte: COTTO, 2007.

2.5.2 DeformaĆ§Ć£o

Branco (2006) cita o afundamento de trilha de rodas, um tipo de deformaĆ§Ć£o

longitudinal que se desenvolve na banda de passagem dos pneus dos veĆ­culos. E

que este tipo de degradaĆ§Ć£o do pavimento Ć© o mais significativo dos tipos de

deformaĆ§Ć£o.

Para medir o afundamento de trilha de rodas pode ser utilizada uma treliƧa de

alumƭnio 1,20 m de base, sendo conectada a sua base uma rƩgua vertical, onde Ʃ

possĆ­vel levar a rĆ©gua atĆ© o fundo da deformaĆ§Ć£o e medir o afundamento (MEDINA

& MOTTA, 2015). Bem como o perfilƓmetro a laser, que faz a leitura por meio

automatizado, utilizando um automĆ³vel com o equipamento acoplado, dando maior

Page 71: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

71

precisĆ£o e rapidez nos resultados, visto que os valores sĆ£o obtidos a cada 2 cm com

o cĆ”lculo do valor mĆ©dio da deformaĆ§Ć£o para cada 10 metros (SEVERO, 2004).

Medina & Motta (2015) em seu trabalho citam que o afundamento de trilha de

roda admissĆ­vel em autoestradas Ć© de 10 mm, e para estradas com menor

intensidade de trƔfego pode ser admitido o valor de 16 mm, porƩm no instante que

atingir 20 mm Ʃ recomendƔvel o reparo imediato do pavimento. TambƩm

mencionaram os estudos da ASSHO, que determinou em pista experimental o

percentual de contribuiĆ§Ć£o de cada camada na deformaĆ§Ć£o permanente, sendo 32%

do revestimento asfƔltico, 4% da base (britada), 5% da sub-base e 9% do subleito.

2.5.3 Trincamento

O defeito mais frequente nos pavimentos flexĆ­veis no Brasil Ć© o trincamento

da camada superior de concreto asfĆ”ltico. Que se desenvolve pela flexĆ£o alternada

da camada superficial apoiada em camadas granulares, geralmente bastante

deformƔveis elasticamente (MEDINA & MOTTA, 2015).

Nos pavimentos flexĆ­veis, tem origem na maioria dos casos na fadiga dos

materiais constituintes das camadas betuminosas, isto devido Ć  repetiĆ§Ć£o dos

esforƧos submetidos ao pavimento. Podem ser tambƩm do tipo isoladas ou

ramificadas, longitudinal ou transversal dependendo do sentido do desenvolvimento

(GONƇALVES, 1999; BRANCO, 2006).

Quando a repetiĆ§Ć£o de cargas ocorre gerando flexĆ£o no revestimento

asfƔltico, podem aparecer fissuras na fibra inferior que se expandem atƩ chegar Ơ

superfĆ­cie do pavimento, dando entĆ£o origem ao trincamento por fadiga de baixo

para cima (bottom-up cracking) (MATTOS, 2004).

NuƱez et. al. (2011) relatam em seus estudos que a tensĆ£o cisalhante Ć© um

dos fatores que mais influĆŖncia no desempenho de pavimentos asfĆ”lticos. Quando

esta tensĆ£o for de grandeza elevada, poderĆ” ocorrer ruptura por cisalhamento,

gerando trincamentos superficiais de cima para baixo (top-down cracking).

O trincamento resultante da variaĆ§Ć£o de temperatura Ć© devido Ć  combinaĆ§Ć£o

da retraĆ§Ć£o tĆ©rmica e da alta rigidez do ligante betuminoso, que ocorre quando a

temperatura Ć© reduzida consideravelmente (DNER, 1998).

Page 72: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

72

2.6 SOFTWARE SISPAVBR

O software foi desenvolvido com estrutura no Visual C++, versĆ£o 6.0, onde o

programa buscou unir a praticidade e simplificaĆ§Ć£o na entrada de dados Ć  agilidade

e velocidade nos cĆ”lculos, e processamento com a apresentaĆ§Ć£o em grĆ”ficos e

tabelas de fĆ”cil manipulaĆ§Ć£o dos resultados. As janelas e tabelas foram

desenvolvidas para fĆ”cil ediĆ§Ć£o e com acesso direto a outras ferramentas, como os

programas de Elementos Finitos EFin3D de anĆ”lise elĆ”stica de mĆŗltiplas camadas

AEMC. O intuito Ć© de facilitar o contato de estudantes e projetistas com o processo

de anƔlise e dimensionamento mecanƭstico-empƭrico de pavimentos (FRANCO,

2007).

Franco (2007) desenvolveu originalmente o SisPav baseado nos modelos

aprimorados e calibrados em seus estudos desenvolvidos para sua tese e

posteriormente deu sequĆŖncia aos estudos atualizando o software por meio do

SisPavBR no ano de 2013.

2.7 SOFTWARE AASHTOWARE PAVEMENT

AASHTOWare Pavement ME Design Ć© um software de dimensionamento de

pavimentos, que se baseia no Guia AASHTO em uma metodologia mecanĆ­stica-

empĆ­rica. Os engenheiros podem prever com precisĆ£o o desempenho do pavimento,

pois o software incorpora propriedades dos materiais, dados climƔticos, espectros de

carga por eixo e outros avanƧos (AASHTO, 2014).

O programa MEPDG analisa o desempenho da estrutura de um pavimento

mediante critĆ©rios preestabelecidos. O software utiliza uma aproximaĆ§Ć£o hierĆ”rquica

na incorporaĆ§Ć£o das variĆ”veis de entrada, em funĆ§Ć£o da importĆ¢ncia do projeto e da

disponibilidade dos dados. Tal aproximaĆ§Ć£o se refere aos dados de entrada de

trƔfego, materiais e meio ambiente. A partir dos resultados obtidos no MEPDG, Ʃ

possĆ­vel conduzir uma anĆ”lise de sensibilidade para verificar os efeitos da variaĆ§Ć£o

dos parĆ¢metros de projeto no comportamento dos pavimentos ao longo de sua vida

Ćŗtil. (PELISSON et. al., 2015).

Page 73: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

73

2.8 MODELOS DE PREVISƃO DE DESEMPENHO

Segundo Mattos (2014) os principais modelos de previsĆ£o de desempenho de

pavimentos flexĆ­veis estĆ£o na Tabela 12. Em seu trabalho mostra que o

desenvolvimento de um mƩtodo racional Ʃ fundamental para determinar critƩrios de

projeto com base em modelos de previsĆ£o de desempenho adequados. No Brasil os

que repercutiram em maior reconhecimento internacional foram os desenvolvidos

por Queiroz e Paterson, que foram inseridos no Highway Design Management

(HDM), que por sua vez serve como base a AASTHO e estĆ£o empregados nos

softwares AASTHOWare Pavement e SisPavBR.

Tabela 12 ā€“ Modelos de PrevisĆ£o de Desempenho

(continua)

Modelo de previsĆ£o de desempenho

Qu

eiro

z (

198

1)

š‘„š¼ = 12,63šøš‘… + 3,31š‘‡š‘… + 0,393š“ + 8,66 log š‘š‘Žš‘š‘¢š‘š

š‘†š‘š¶ + 7,17. 10āˆ’5 šµ. log š‘š‘Žš‘š‘¢š‘š 2

QI Ć© o coeficiente de irregularidade;

ER Ć© a variĆ”vel que indica a existĆŖncia ou nĆ£o de restauraĆ§Ć£o;

A Ć© a idade do pavimento desde a construĆ§Ć£o;

Nacum Ć© o nĆŗmero equivalente acumulado de solicitaƧƵes do eixo padrĆ£o;

SNC Ć© o nĆŗmero estrutural corrigido;

B Ć© a deflexĆ£o com viga Benkelman (10-2mm)

Pa

ters

on (

198

7)

š‘…š·š‘€ = š“šŗšø0,166 Ɨ š‘†š‘š¶āˆ’0,502 Ɨ š¶š‘‚š‘€š‘ƒāˆ’2,30 Ɨ š‘šø4šøš‘…š‘€

šøš‘…š‘€ = 0,0902 + 0,0384 Ɨ š·šøš¹ āˆ’ 0,009 Ɨ š‘…š» + 0,00158 Ɨ š‘€š‘€š‘ƒ Ɨ š¶š‘…š‘‹

š¼š‘…š¼ = š¼š‘…š¼0 + 725(1 + š‘†š‘š¶)āˆ’4,99 Ɨ š‘šø4 Ɨ š‘’0,0153āˆ’š“šŗšø

RDM Ʃ a profundidade mƩdia das trilhas de roda;

AGE Ć© a idade do pavimento desde a construĆ§Ć£o;

COMP Ć© o Ć­ndice de compactaĆ§Ć£o de Paterson;

NE4 Ć© o nĆŗmero equivalente acumulado de solicitaĆ§Ć£o de eixo padrĆ£o, calculado pelos

fatores de equivalĆŖncia de carga;

DEF Ć© a deflexĆ£o mĆ”xima mĆ©dia medida com viga Benkelman (10-2mm);

RH Ć© a variĆ”vel que indica se o pavimento Ć© restaurado ou nĆ£o;

MMP Ć© a precipitaĆ§Ć£o mĆ©dia mensal;

CRX Ʃ a Ɣrea de trincamento proposto por Paterson (1987);

IRI0 Ć© a irregularidade longitudinal inicial;

SNC Ć© o nĆŗmero estrutural corrigido.

Page 74: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

74

(continuaĆ§Ć£o)

Ma

rcon

(199

6)

š‘„š¼ = 25,783 + 4,0 Ɨ 10āˆ’6 Ɨ š‘š“ āˆ’ 5,0 Ɨ 10āˆ’14 Ɨ š‘š“2

š·šøš¹š‘€ = 44,928 + 1,0 Ɨ 10āˆ’5 Ɨ š‘š“

š‘‡š‘…š¼ = 3,3051 + 5,0 Ɨ 10āˆ’7 Ɨ š‘š“

QI Ć© o quociente de irregularidade;

DEFM Ć© a deflexĆ£o mĆ”xima mĆ©dia;

TRI Ʃ a profundidade mƩdia nas trilhas de roda;

NA Ć© o nĆŗmero equivalente acumulado de solicitaƧƵes do eixo-padrĆ£o.

Ysh

iba

(2

003

)

š¼š‘…š¼ = 2,8 + 0,38.š‘ƒ š¼ + 0,31.š‘ƒ š‘ āˆ’ 0,16.š‘ƒ š‘† + 0,09.š‘ƒ š¼ . š‘ƒ š‘ āˆ’ 0,08. š‘ƒ š¼ . š‘ƒ(š‘†)

š·šøš¹ = 56 + 8,7. š‘ƒ š¼ + 4,25. š‘ƒ š‘ āˆ’ 4,75. š‘ƒ š‘† + 1,81. š‘ƒ š¼ .š‘ƒ(š‘†)

š‘ƒ š¼ =š¼āˆ’13

8 š‘ƒ š‘ =

š‘āˆ’5Ɨ104

105 š‘ƒ š‘† =š‘†āˆ’5,5

2

IRI Ć© a irregularidade longitudinal;

DEF Ć© a deflexĆ£o medida pela viga Benkelman;

I Ć© a idade do revestimento;

N Ć© o nĆŗmero de solicitaƧƵes de trĆ”fego;

S Ć© o nĆŗmero estrutural corrigido.

Vito

rello

(200

8)

š·šøš¹ = 47,87 + 1,65. š‘š‘Žš‘š‘¢š‘š

š‘„š¼ = 19,35 + 0,82. š‘š‘Žš‘š‘¢š‘š + 5,81. š‘–

š“š‘‡š‘… = 2,36 + 0,56. š‘š‘Žš‘š‘¢š‘š

DEF Ć© a deflexĆ£o medida com o FWD (10-2mm);

QI Ć© o quociente de irregularidade;

Nacum Ć© o nĆŗmero acumulado de solicitaƧƵes do eixo padrĆ£o;

i Ć© a variĆ”vel que indica se o pavimento sofreu restauraĆ§Ć£o;

ATR Ʃ o afundamento mƩdio nas trilhas de rodas.

Page 75: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

75

(continuaĆ§Ć£o) A

AS

HT

O/M

EP

DG

(2

00

4/2

00

8)

š‘š‘“ = 0,00432 Ɨ š‘˜1ā€² Ɨ š¶ Ɨ

1

šœ€š‘”

3,9492

Ɨ 1

šø

1,281

š‘˜1ā€² =

1

0,000398 +0,003602

1 + š‘’11,02āˆ’3,49š‘•š‘Žš‘

Bottom-up

š‘˜1ā€² =

1

0,0001 +29,844

1 + š‘’30,544āˆ’5,7357š‘•š‘Žš‘

Top-down

š¶ = 104,84 š‘‰š‘

š‘‰š‘Ž+š‘‰š‘āˆ’0,69

š¹š¶š‘š‘œš‘”š‘”š‘œš‘š = 6000

1 + š‘’ š¶1ā€² +š¶2

ā€² .log 10 š·1.100

1

60

š¹š¶š‘”š‘œš‘ = 1000

1 + š‘’ 2,8āˆ’1,4.log 10 š·2.100 10,56

š¶1ā€² = āˆ’2. š¶

š¶ = āˆ’2,40874 āˆ’ 39,748. (1 + š‘•š‘Žš‘ )āˆ’2,856

Nf Ć© a vida Ćŗtil do pavimento quanto Ć 

fadiga;

kā€™1 Ć© o coeficiente em funĆ§Ć£o da

espessura do revestimento;

C Ć© coeficiente em funĆ§Ć£o dos

parĆ¢metros volumĆ©tricos da mistura

asfƔltica;

Īµt Ć© a deformaĆ§Ć£o de traĆ§Ć£o no

revestimento;

E Ć© o mĆ³dulo dinĆ¢mico do revestimento;

hac Ć© a espessura do revestimento;

Va Ć© o volume de vazios com ar no

revestimento;

Vb Ć© o teor de asfalto em volume no

revestimento;

FCbottom Ć© o tricamento da base

para o topo;

D1 Ć© o dano de fadiga da base para

o topo;

D2 Ć© o dado de fadiga do topo para

a base;

Page 76: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

76

(conclusĆ£o)

Fra

nco

(200

7/2

01

4)

š‘š‘“ = š‘“š‘š‘™. š‘˜1. šœ€š‘”š‘˜2 . š‘€š‘…š‘˜3

šœ€š‘(š‘)

šœ€š‘Ÿ= šœ‡. š‘ āˆ’š›¼

šœš‘Žš‘‘š‘š

šœŒ0=

šœ3

šœŒ0+

šœ€

š‘™0

1

šœ‘1 šœ3šœŒ0

šœ‘2

š‘šœ‘4

šœ‘3 (GUIMARƃES, 2014)

Nf Ć© a vida Ćŗtil do pavimento quanto Ć  fadiga;

fcl Ć© o fator campo ā€“ laboratĆ³rio (10000);

k1, k2, k3, sĆ£o os coeficientes de regressĆ£o, (1,904x10āˆ’6, -2,821, -0,740);

Īµt Ć© a deformaĆ§Ć£o especĆ­fica de traĆ§Ć£o no revestimento;

MR Ć© o mĆ³dulo de resiliĆŖncia da mistura asfĆ”ltica;

Īµp Ć© a deformaĆ§Ć£o permanente devido Ć  repetiĆ§Ć£o de carga;

Īµr Ć© a deformaĆ§Ć£o especifica resiliente;

N Ć© o nĆŗmero de repetiƧƵes de carga;

Ī¼ e Ī± sĆ£o os coeficientes de regressĆ£o;

Ļƒadm Ć© a tensĆ£o admissĆ­vel;

Ļƒ3 Ć© tensĆ£o de desvio;

Ļ†1,Ļ†2,Ļ†3 sĆ£o coeficientes de regressĆ£o que dependem do solo.

šœŒ0 pressĆ£o atmosfĆ©rica 1kgf/cmĀ².

Ma

tto

s (

20

09

)

šµš‘ƒš‘š‘“š‘–š‘›š‘Žš‘™ = 2,67 + 0,95. šµš‘ƒš‘š‘–š‘›š‘–š‘ š‘–š‘Žš‘™ āˆ’ 0,7. Ī”š‘‡

š»š‘†š‘“š‘–š‘›š‘Žš‘™ = 0,14 + 0,7. š»š‘†š‘–š‘›š‘–š‘š‘–š‘Žš‘™ āˆ’ 0,008. Ī”š‘‡

BPNfinal Ć© a previsĆ£o de atrito apĆ³s determinado tempo;

BPNinicial Ć© o valor do atrito medido;

āˆ†T Ć© o intervalo de tempo;

HSfinal Ć© a previsĆ£o da macrotextura apĆ³s determinado tempo;

HSinicial Ć© o valor da macrotextura medida.

Fonte: adaptado MATTOS, 2014.

Page 77: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

77

3 METODOLOGIA

3.1 PLANEJAMENTO

O trabalho serƔ estruturado com base em dois segmentos de anƔlises. O

primeiro visa realizar a comparaĆ§Ć£o das anĆ”lises obtidas por meio dos Softwares

AASHTOWare Pavement e SisPavBR, apĆ³s dimensionamento dos pavimentos pelo

mƩtodo oficial do DNIT. O segundo ramo do estudo se baseia em fazer uma anƔlise

paramƩtrica de cunho estatƭstico, onde serƔ desenvolvida uma anƔlise de

comportamento da estrutura do pavimento, quando ocorrer variaĆ§Ć£o na espessura e

mĆ³dulos de resiliĆŖncia das camadas constituintes.

O fluxograma demonstra as seguintes questƵes a serem desenvolvidas e

analisadas durante o trabalho (Figura 18).

Figura 18 - Fluxograma de Atividades

CriaĆ§Ć£o dos perfis de trĆ”fego do VDM apartir do

estudo da BR 116

Dimensionamento pelo mƩtodo DNIT

AnƔlise de custo dos pavimentos

AnƔlise da estrutura com o Software AASHTOWare

Pavement

Estudo do comportamento da

estrutura com variaĆ§Ć£o

AnƔlise estatƭstica dos critƩrios de desempenho

Dimensionamento pelo AASHTOWare

AnƔlise da estrutura com Software SisPavBR

Dimensionamento pelo SisPavBR

Page 78: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

78

3.1.1 Estudo comparativo

Foi realizado o estudo comparativo entre o mƩtodo do DNIT e os softwares do

SisPavBR e AASHTOWare Pavement. Este estudo procedeu-se da seguinte forma,

de primeiro momento foi realizado o dimensionamento pelo mƩtodo do DNIT, onde

foi obtida a espessuras das camadas do pavimento.

Com esta estrutura definida foi entĆ£o feito uso do software do SisPavBR para

determinar se a estrutura teria capacidade de suporte durante a vida Ćŗtil prevista em

projeto conforme os modelos de previsĆ£o do software. O mesmo foi realizado com o

software da AASHTO (level 3). Vale lembrar que foram definidos os materiais a

serem utilizados nas camadas do pavimento e nĆ£o houve alteraĆ§Ć£o nas

caracterĆ­sticas dos materiais no decorrer dos estudos.

As simulaƧƵes se deram por meio da avaliaĆ§Ć£o com confiabilidade de 50% e

90% para ambos os softwares. Desta forma, a Tabela 13 mostra o nĆŗmero de

combinaƧƵes que foram realizadas para ā€œrodarā€ em cada sistema.

Tabela 13 ā€“ NĆŗmero de combinaƧƵes a serem analisadas

Valores de ā€œNā€ MĆ³dulo Subleito Confiabilidade

5 casos 3 casos 2 casos

Total

30 casos para cada Software

3.1.2 Estudo estatĆ­stico por meio AASHTOWare

Por meio do software AASHTOWare foi realizada a anƔlise do comportamento

dos parĆ¢metros de avaliaĆ§Ć£o do pavimento, efetuando a variaĆ§Ć£o das espessuras e

mĆ³dulos de resiliĆŖncia das camadas, isto para os cinco carregamentos utilizados

(Tabela 14).

Com as combinaƧƵes usadas se buscou abranger o maior nĆŗmero de

possibilidades de variaĆ§Ć£o do pavimento, no entanto, os materiais utilizados nĆ£o

variaram, fez-se uso apenas de MS e BGS, mais comumente utilizados nas rodovias

da regiĆ£o sul.

Page 79: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

79

Tabela 14 ā€“ Casos em estudo

Revestimento Base Sub-base Subleito

Espessura 5; 10; 15; 20 cm 15; 20; 25 cm 16; 20; 32 cm NĆ£o se aplica

MĆ³dulo de ResiliĆŖncia

Default (sistema calcula)

100; 200; 300 MPa

100; 200; 300 MPa

53; 124 MPa

Valores de ā€œNā€ (USACE)

2,5x106; 7,5x106; 2,5x107; 7,5x107; 1,0x108

Total 3240 casos

3.2 TRƁFEGO DE REFERƊNCIA

Foram utilizados os dados do trƔfego da BR 116, obtidos por Klamt (2014) por

meio da ECOSUL ā€“ Empresa ConcessionĆ”ria de Rodovias do Sul, na PraƧa de Bom

Retiro, em Pelotas/RS. Com estes dados o autor chegou aos valores de volume de

trƔfego correspondente a cada categoria conforme a Tabela 15.

Foi aplicado um percentual aos valores de VDM, para que fosse possĆ­vel

definir o volume de trƔfego correspondente ao N desejado; desta forma obteve-se o

N para o dimensionamento por meio do mƩtodo oficial do DNIT e nos sistemas

SisPavBr e AASHTOWare que sĆ£o baseados na HipĆ³tese de Miner e necessitam da

discretizaĆ§Ć£o do trĆ”fego.

Para o cĆ”lculo dos valores de N, foi levada em consideraĆ§Ć£o a taxa de

crescimento determinada no trabalho de Klamt (2014) de 4,86% com um

crescimento do volume de trĆ”fego mĆ©dio geomĆ©trico, por meio da equaĆ§Ć£o 20. E

para o cĆ”lculo do FECā€™s foram utilizadas as equaƧƵes preconizadas pela USACE

(Tabela 16) e o espectro de eixos conforme a Tabela 17.

š‘ = 365. š‘‰š·š‘€. 1+š‘” š‘ƒ

ln(1+š‘”). š¹š‘£. š¹š‘“. š¹š‘ . š¹š‘‘ (20)

Onde: VDM Ʃ o volume diƔrio mƩdio;

t Ć© a taxa de crescimento;

P Ć© o tempo de vida do projeto;

Fv Ć© o fator de veĆ­culos;

Ff Ć© o fator de frota;

Fs Ć© o fator de sentido;

Page 80: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

80

Fd Ć© o fator de distribuiĆ§Ć£o.

Tabela 15 ā€“ Volume de trĆ”fego de 2013 para cada categoria da BR 116

Categoria Silhueta Contagem 2013

1

1.650.844

2

217.749

3

9.626

4

228.612

5

1.874

6

43.999

7

156.135

8

225.244

10

22.584

11

551

12

8.698

15

12

Total 2.565.928

Tabela 16 ā€“ Fatores de equivalĆŖncia de carga da USACE

Fonte: DNIT, 2006b.

Page 81: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

81

Tabela 17 ā€“ Espectro de eixos de cada categoria

Categoria Eixos de VeĆ­culos

ESRS1 ESRD ETD ETT

1 0 0 0 0

2 1 1 0 0

3 0 0 0 0

4 1 0 1 0

5 0 0 0 0

6 1 1 1 0

7 1 1 0 1

8 1 0 1 1

10 1 2 2 0

11 1 2 1 1

12 1 1 2 1

15 1 3 3 0 1 Eixo dianteiro

Fonte: KLAMT, 2014.

Os valores de N definidos pelo DNIT para as espessuras mĆ­nimas de

revestimentos variam entre faixas, foi entĆ£o utilizado valores mĆ©dios desta faixa

como referĆŖncia para se determinar qual seria o percentual do volume de trĆ”fego

atual que deveria ser aplicado. A Tabela 18 mostra os valores utilizados.

Tabela 18 ā€“ Valores de N utilizados na pesquisa

Faixa de valores de ā€œNā€ (DNIT)

Valores de ā€œNā€ utilizados

Espessura mĆ­nima (mm)

ā‰¤106 - 15 a 30

106 < N ā‰¤ 5 x 106 2,5 x 106 50

5 x 106 < N ā‰¤ 107 7,5 x 106 75

107 < N ā‰¤ 5 x 107 2,5 x 107 100

N > 5 x 107 7,5 x 107 125

- 1,0 x 108 125

Para as cargas por eixo foi considerada a hipĆ³tese de que o carregamento se

deu com 80,0% da frota com carga mƔxima no valor mƔximo estabelecido pelo CTB,

e que os demais 20,0% de veĆ­culos trafegam vazios, se deslocando na busca de

carga ou retornando para as bases de referĆŖncia (LASTRAN, 2003). Os valores

utilizados de carga por eixo sĆ£o os descritos na Tabela 19.

Page 82: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

82

Tabela 19 ā€“ Cargas por eixo para cada situaĆ§Ć£o

ESRS ESRD ETD ETT

Carga MƔxima Legal (tf) 6 10 17 25,5

Carga veĆ­culo vazio (tf) 0,5 1 4 5

Foi determinado com auxƭlio dos valores e equaƧƵes mencionadas

anteriormente os percentuais de VDM necessƔrios (Tabela 20) para atingir os

valores de N (utilizados), com isso foi realizado o dimensionamento dos pavimentos

pelo MĆ©todo do DNIT, predefinindo assim as espessuras das camadas do pavimento

que foram utilizados no sistema do AASHTOWare e SisPavBR.

Tabela 20 ā€“ Percentuais VDM (BR 116) atual utilizados para atingir os valores de ā€œNā€

Vale lembrar que a contagem inicial do volume de trƔfego, foi feita nos dois

sentidos pela concessionƔria, ou seja, o trƔfego Ʃ bidirecional. Assim para fins de

cƔlculo de N os valores do volume de trƔfego foram divididos em dois.

Para o estudo foi encontrado um valor de 0,35 para o fator de frota, que Ć© a

relaĆ§Ć£o entre o VDM e o VDM de veĆ­culos comerciais.

Percentual

do VDM

CATEGORIA Total 80% 20% Total 80% 20% Total 80% 20% Total 80% 20% Total 80% 20%

CAT1 4319 3455 864 3236 2589 647 1076 861 215 323 259 65 108 86 22

CAT2 570 456 114 427 341 85 142 114 28 43 34 9 14 11 3

CAT3 25 20 5 19 15 4 6 5 1 2 2 0 1 1 0

CAT4 598 479 120 448 359 90 149 119 30 45 36 9 15 12 3

CAT5 5 4 1 4 3 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0

CAT6 115 92 23 86 69 17 29 23 6 9 7 2 3 2 1

CAT7 409 327 82 306 245 61 102 81 20 31 24 6 10 8 2

CAT8 589 471 118 442 353 88 147 117 29 44 35 9 15 12 3

CAT 10 59 47 12 44 35 9 15 12 3 4 4 1 1 1 0

CAT 11 1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

CAT 12 23 18 5 17 14 3 6 5 1 2 1 0 1 0 0

CAT 15 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

TOTAL 6714 5371 1343 5030 4024 1006 1673 1339 335 503 402 101 168 134 34

N 2,5x107

177

7,5x106

VDM DIARIO

1,0x108 7,5x107

59

2,5x106

VDM TOTAL

VEƍCULOS

COMERCIAIS

2364

143% 48% 14% 5%

589

191%

1771

Page 83: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

83

3.3 ESTRUTURA DO PAVIMENTO UTILIZADO

Foram iniciados os dimensionamentos dos pavimentos a partir dos materiais e

parĆ¢metros que compƵem a Tabela 21. Sendo que tanto no dimensionamento pelo

software AASHTOWare ou SisPavBR a aderĆŖncia entre as camadas foi

desconsiderada, desta forma, o pavimento ficou mais prĆ³ximo ao que se consegue

executar em campo com maior facilidade, e assim o projeto jĆ” parte de um fator de

seguranƧa no dimensionamento.

Tabela 21 ā€“ Estrutura do pavimento usado para dimensionamento

Camada Material MĆ³dulo de ResiliĆŖncia Coeficiente de Poisson

Revestimento CA Calculado pelo AASHTOWare

SisPavBR = 5000 MPa 0,35

Base BGS 300 MPa 0,40

Sub-base MS 208 MPa 0,40

Subleito Solo

(variando CBR) 53, 110 e 124 MPa 0,45

Os valores mencionados na Tabela 21 foram baseados no trabalho de Ribas

(2014), sendo os coeficientes de Poisson os utilizados nos seus estudos e os

mĆ³dulos os valores mĆ©dios obtidos apĆ³s uma anĆ”lise de refinamento estatĆ­stico dos

valores obtidos. Os mĆ³dulos de subleito utilizados basearam-se no banco de dados

do AASHTOWare, desta forma, para equivalĆŖncia aos CBRā€™s de 5, 10 e 15%, foi

optado pelos solos A-5 (5%), A-3 (10%) e A-1-a (15%).

O ligante utilizado no software AASHTOWare foi o 70-22 e no SisPavBR

como equivalĆŖncia foi feito uso do modificado.

3.4 UTILIZAƇƃO DO SOFTWARE SISPAVBR

A tela inicial ao ser acessado o software do SisPavBR versĆ£o 2.0.8.2 Ć©

ilustrada na Figura 19, onde Ć© possĆ­vel observar que o sistema estĆ” dividido em

cinco itens, sendo eles a estrutura, modelo, carregamento, clima e por fim a aba que

apĆ³s efetuado dimensionamento ou estimativa de vida do pavimento, fica aberta

com acesso aos resultados.

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A versĆ£o utilizada no trabalho estĆ” baseada nos esforƧos de traĆ§Ć£o na

camada inferior do revestimento para determinaĆ§Ć£o do dano crĆ­tico, sendo que

atualmente a versĆ£o do SisPavBR jĆ” estĆ” sendo implementada para fazer a

avaliaĆ§Ć£o de um pavimento levando em consideraĆ§Ć£o uma faixa (malha) de pontos

onde ocorrem os esforƧos de traĆ§Ć£o e assim obter o dano mĆ©dio para o

revestimento.

Figura 19 - Tela inicial SisPavBR

Dentro da aba estrutura Ʃ possƭvel inserir/remover camadas, como tambƩm

alterar o material e o tipo de material ao fazer o acesso conforme mostra a Figura

20. Cada camada que se deseja efetuar modificaƧƵes deve estar selecionada para

que haja possibilidade de alteraƧƵes destinadas a cada camada e material, como

por exemplo, no revestimento asfĆ”ltico existe a possibilidade de alteraĆ§Ć£o do ligante

asfƔltico, diferentemente da camada de subleito, que irƔ dispor apenas de materiais

como solos.

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Ɖ possĆ­vel tambĆ©m fazer a ediĆ§Ć£o dos materiais, espessura da camada,

coeficiente de Poisson, mĆ³dulo de resiliĆŖncia, e tambĆ©m caracterĆ­sticas mais

especĆ­ficas de cada camada, como por exemplo, no caso do revestimento que

mostra a Figura 21, onde estĆ£o grifados os dados que se referem Ć  faixa

granulomĆ©trica, percentual de ligante, Ć­ndice de vazios e o percentual de abrasĆ£o.

Figura 20 - OpĆ§Ć£o para alteraĆ§Ć£o das camadas

Como no caso do software AASHTOWare, a estrutura do pavimento seguiu a

mesma utilizada, sendo que os materiais foram escolhidos no Ć­cone ā€œprojetoā€ visto

que neste existia a possibilidade de editar os valores para que assim ficassem iguais

aos utilizados anteriormente.

Na aba de modelagem Ć© possĆ­vel definir a confiabilidade implicada ao projeto,

vida de projeto, percentual de erro, as condiƧƵes de trƔfego, como percentual de

veĆ­culos trafegando na faixa, variaĆ§Ć£o lateral, alinhamento e tambĆ©m pode ser

informado o raio de carregamento (FWD), a carga a ser aplicada e os pontos de

leitura (Figura 22).

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Figura 21 - Interface de alteraĆ§Ć£o das caracterĆ­sticas das camadas

Figura 22 - Aba modelagem

Para o trabalho foi alterado a confiabilidade, ou seja, para a previsĆ£o de

capacidade do pavimento utilizando as espessuras obtidas por meio do

ā€˜

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dimensionamento do DNIT, a confiabilidade imposta foi de 50% e 90%, no entanto,

para o dimensionamento se fez uso apenas de 50%.

No carregamento Ć© realizada a escolha dos eixos que farĆ£o parte do

dimensionamento e em seguida Ć© inserido o eixo na tabela (Figura 23). Ao inserir o

eixo Ć© possĆ­vel entĆ£o realizar a ediĆ§Ć£o do nĆŗmero de veĆ­culos que irĆ£o passar sobre

o pavimento, a taxa de crescimento do trƔfego, o carregamento, o posicionamento,

Ć”rea de contato, pressĆ£o dos pneus e raio. Sendo que devem ser informados todos

os eixos que farĆ£o parte da composiĆ§Ć£o deste trĆ”fego.

Figura 23 - Tela de entrada dos dados de carregamento

No trabalho, foi inserido cada tipo de eixo duas vezes, sendo que uma vez o

eixo estava com 80% da carga mƔxima legal e 20% com o carregamento mƭnimo

(vazio) e, foi tambƩm alterado o VDM, correspondente a cada percentual

mencionado de carregamento. Para todos os eixos a taxa de crescimento foi

considerado o valor de 4,6%, determinados por Klamt (2014).

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Na opĆ§Ć£o destinada ao clima, Ć© possĆ­vel informar o mĆŖs de abertura do

pavimento ao trƔfego e tambƩm escolher o municƭpio para se usufruir dos dados de

temperatura mƩdia mensal do ar (Figura 24), sendo que o software possui um banco

de dados com 25 municƭpios, entre capitais e grandes centros. TambƩm Ʃ possƭvel

optar por ā€œoutrosā€ e criar o modelo de temperatura que se queira utilizar para o

dimensionamento, ou seja, caso se tenha Ć  disposiĆ§Ć£o as informaƧƵes climĆ”ticas de

temperatura da regiĆ£o onde irĆ” se desenvolver o projeto Ć© possĆ­vel informar isto ao

sistema.

Figura 24 - Interface de escolha do clima

Para o dimensionamento realizado no trabalho, foram utilizados os dados

referentes ao municƭpio de Porto Alegre no Rio Grande do Sul, visto que o trƔfego

utilizado Ć© de uma rodovia localizada em partes da regiĆ£o escolhida e abertura do

trĆ”fego no mĆŖs de janeiro, onde existe uma severidade das altas temperaturas, o

que pode implicar em maiores deformaƧƵes iniciais do pavimento.

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89

3.5 UTILIZAƇƃO DO SOFTWARE AASHTOWARE

A versĆ£o do software utilizado foi AASHTOWare Pavement ME Design 2.1 do

ano de 2014 (level 3). Na tela inicial de acesso ao software Ć© mostrada na Figura 25,

onde o sistema disponibiliza as primeiras opƧƵes para dar inicio Ơ entrada de

informaƧƵes que constituirĆ£o o projeto de dimensionamento de pavimentos, ou seja,

deve ser informado o tipo de projeto que serĆ” desenvolvido.

Figura 25 - Tela inicial do AASHTOWare

Em sequĆŖncia deve ser optado por um projeto novo, que permite efetuar a

escolha do tipo de pavimento que serĆ” dimensionado, ou seja, Ć© possĆ­vel partir de

um pavimento novo, sendo este um pavimento flexƭvel ou rƭgido, tambƩm a

recuperaĆ§Ć£o de pavimentos com reforƧos estruturais.

A Figura 26 demonstra o inĆ­cio da entrada de dados para a caracterizaĆ§Ć£o do

pavimento e tambƩm os critƩrios a serem avaliados pelo software. A imagem mostra

que estĆ” dividida em dois setores, sendo que cada um deles compete a

desempenhar as seguintes funƧƵes:

Na Figura 27 que representa o setor (1) estĆ£o os dados iniciais onde se

escolhe o tipo de pavimento, a vida de projeto determinada para este pavimento, a

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90

data inicial da construĆ§Ć£o do pavimento, o tĆ©rmino e a liberaĆ§Ć£o do pavimento para o

uso. Isto devido ao software levar em consideraĆ§Ć£o os efeitos climĆ”ticos que o

pavimento pode sofrer.

Figura 26 - Tela de um projeto novo

Figura 27 - Dados iniciais do tipo de pavimento

Desta forma, para o estudo foi considerado que a liberaĆ§Ć£o ao trafego se deu

prĆ³ximo ao meio do ano, no Brasil, pois desta maneira o software americano estima

as aƧƵes climƔticas nos meses mais quentes, assim condicionando o pavimento ao

ā‘ ā‘”

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seu inĆ­cio de vida Ćŗtil a elevadas temperaturas e consequentemente a maiores

deformaƧƵes iniciais ao pavimento.

A Figura 28 representa o setor (2) da Figura 26 onde estĆ£o as condicionantes

que irĆ£o avaliar a estrutura do pavimento e atenderĆ” as solicitaƧƵes dentro da vida

de projeto, onde o software avalia a IRI (Irregularidade Longitudinal da pista),

trincamento do revestimento de cima para baixo, trincamento no revestimento de

baixo para cima, trincamento tĆ©rmico, deformaĆ§Ć£o total do pavimento e deformaĆ§Ć£o

do revestimento, tambƩm nesta aba pode-se estipular a confiabilidade que se

pretende impor ao projeto. Para este estudo os limites para as condicionantes de

dimensionamento foram mantidas as do software e como dimensionamento em

referĆŖncia ao previsto pelo DNIT a confiabilidade proposta foi de 50 e 90%, no

entanto, para o dimensionamento da estrutura de forma a atender os limites de

projeto a confiabilidade utilizada foi de 50%. Os valores contidos na imagem sĆ£o os

limites dos critƩrios de desempenho utilizado pela AASHTOWare.

Figura 28 - Condicionantes a serem avaliadas pelo AASHTOWare

A Tabela 22 foi construĆ­da com os valores de referĆŖncia do manual de

restauraĆ§Ć£o de pavimentos asfĆ”lticos do DNIT, o trincamento top-down, tĆ©rmico e a

deformaĆ§Ć£o do revestimento nĆ£o sĆ£o considerados pelo DNIT. O trincamento

bottom-up foi considerado o valor de 30%, sendo que o manual determina que 20%

jƔ apresentam condiƧƵes regulares, porƩm, sugere que seja adotado valor de

referĆŖncia entre 25 a 30% do trincamento total.

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Tabela 22 ā€“ Limites CritĆ©rio de Desempenho DNIT (2006b)

CritƩrio Desempenho Limite

IRI (m/km) 3,5

Trincamento top-down revestimento (m/km) -

Trincamento bottom-up revestimento (%) 30

Trincamento tƩrmico (m/km) -

DeformaĆ§Ć£o permanente pavimento (mm) 12

DeformaĆ§Ć£o permanente revestimento (mm) -

Para o dimensionamento sĆ£o divididas as informaƧƵes em trĆŖs grandes

grupos, estrutura do pavimento (juntamente com materiais utilizados), trƔfego em

que o pavimento serĆ” submetido e os fatores relevantes do clima. Com isto na

Figura 29 estĆ£o as principais fontes de entrada para o trĆ”fego.

Figura 29 - Tela de entrada de dados do trƔfego

A tela anterior foi dividida em 4 segmentos de informaƧƵes que compƵem a

estrutura destinada Ơs informaƧƵes de trƔfego. Onde o segmento (1) trata das

informaƧƵes relevantes ao VDM, nĆŗmero de faixas por sentido, percentual de

veĆ­culos comerciais (8,2tf), percentual de sentido, configuraĆ§Ć£o dos eixos (distĆ¢ncia)

ā‘ ā‘”

ā‘¢

ā‘£

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93

e variaĆ§Ć£o lateral dos rodados, como mostra na Figura 30. No entanto, para a

pesquisa foi utilizado apenas Ơs cinco primeiras informaƧƵes, sendo que o VDM

variou conforme os valores de N foi considerado apenas uma faixa, acarretando

assim em 100% de veĆ­culos nesta faixa e o percentual de veĆ­culos comerciais foram

considerados como 100%, visto que no VDM desconsiderou os veĆ­culos de passeio.

Figura 30 - Tela de informaƧƵes do volume de trƔfego

No segmento (2) (Figura 31) estĆ” disponĆ­vel o espaƧo para inserĆ§Ć£o do

percentual de veƭculos de cada classe que compƵem o VDM, como tambƩm a taxa

de crescimento, sendo que esta pode ser informada para cada classe, no caso de

ocorrer variaĆ§Ć£o de crescimento de uma determinada classe para certa rodovia

devido informaƧƵes que o projetista possua da regiĆ£o. Ɖ possĆ­vel optar se o

crescimento se darƔ de forma linear ou geomƩtrica. Para o trabalho como

mencionado anteriormente, os percentuais de VDM partiram dos valores de N e, o

crescimento geomĆ©trico, visto que o nĆŗmero de veĆ­culos cresce de maneira elevada,

assim o dimensionamento estaria prevendo a pior condiĆ§Ć£o que este pavimento

pode estar submetido.

Figura 31 - Entrada do percentual de veĆ­culos por classe e crescimento

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Na Figura 32 que ilustra o segmento (3), estĆ£o as informaƧƵes referentes ao

percentual de trĆ”fego do VDM, distribuĆ­dos por classe em relaĆ§Ć£o aos meses, ou

seja, caso ocorra sazonalidade do volume de veĆ­culos sobre o pavimento, isto pode

ser informado. Para o trabalho foram mantidas as distribuiƧƵes de forma uniforme,

visto que nĆ£o foi realizado estudo da regiĆ£o que usufrui a BR 116, apenas se fez uso

do trƔfego desta rodovia.

No segmento (4) (Figura 33) estĆ” o local destinado para informar o nĆŗmero de

eixos que compƵem cada classe, ou seja, o espectro de eixos. Neste trabalho foi

utilizado o que Klamt (2014) determinou em seu trabalho, para que assim

pudƩssemos informar para o software o formato dos veƭculos que transitam pelas

rodovias brasileiras.

Figura 32 - Tela dos valores do percentual de VDM com relaĆ§Ć£o mensal

Figura 33 - Entrada do espectro de eixos

Ɖ importante salientar que no caso dos estudos da AASHTO eles nĆ£o

consideram os eixos simples de rodas simples, onde estĆ” na tela disponĆ­vel para

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inserir informaƧƵes sobre o eixo ā€œsingleā€, referindo-se ao eixo simples de rodas

duplas, ou seja, os valores de rodas dianteiras que compƵem o espectro de Klamt

(2014) nĆ£o foram utilizados.

Na Figura 34, temos mais uma opĆ§Ć£o que compƵem as informaƧƵes do

trĆ”fego, ou seja, a opĆ§Ć£o de informar o percentual de veĆ­culos com certa carga que

passa em determinado mĆŖs.

Figura 34 - Entrada do percentual de carga das classes em relaĆ§Ć£o mensal

Na Figura 34 o local circulado e indicado com uma seta mostra os tipos de

eixos, onde ao ser clicado libera a aba que Ć© mostrada ao lado referente ao tipo do

eixo. Nesta aba temos os meses, dentro de cada mĆŖs todas as classes e na guia

superior estĆ£o Ć s cargas em kgf, ou seja, na tabela Ć© possĆ­vel estipular o percentual

de cada carregamento por eixo. No trabalho foi utilizado aqui a relaĆ§Ć£o de 80% de

carga mƔxima legal e 20% com carregamento para veƭculos vazios.

A Figura 35 mostra a aba que abre quando efetuado um clique sobre o

espaƧo entre o pneu e o pavimento na ilustraĆ§Ć£o que estĆ” Ć  direita da interface do

software. Esta aba irĆ” permitir a escolha do local sobre o qual estarĆ” o pavimento,

ou seja, Ć© possĆ­vel escolher as condiƧƵes climĆ”ticas que estarĆ£o agindo sobre a

estrutura.

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96

Figura 35 - Interface de escolha do local e condiƧƵes climƔticas

Para o trabalho foram utilizadas as condiƧƵes climĆ”ticas da regiĆ£o de

Savannah nos EUA, devido ao software necessitar de um banco de dados climƔticos

e na licenƧa que se teve acesso as condiƧƵes climĆ”ticas eram dos EUA. Ɖ possĆ­vel

observar na Figura 36 que existe uma correspondĆŖncia das temperaturas mĆ©dias

mensais entre Porto Alegre e Savannah, sendo que nas duas localidades a

temperatura mĆ©dia anual Ć© muito prĆ³xima, Porto Alegre 19,49Ā°C e Savannah

18,98Ā°C.

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Figura 36 - Comparativo entre a temperatura de Porto Alegre e Savannah

Fonte: adaptado INMET, 2016 e AASHTO, 2014.

A pluviometria entre Porto Alegre e Savannah tambĆ©m sĆ£o bem semelhantes

como demonstra a Figura 37, uma distribuiĆ§Ć£o com certa semelhanƧa, a diferenƧa

de precipitaĆ§Ć£o acumulada durante o ano fica em 92 mm, ou seja, se dividido

uniformemente por todos os meses a diferenƧa nĆ£o atinge 8 mm em cada mĆŖs.

101214161820222426

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Tem

per

atu

ra (

Ā°C)

Meses

PORTO ALEGRE

5

10

15

20

25

30

Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Tem

per

atu

ra (

Ā°C)

Meses

SAVANNAH

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98

Figura 37 - Comparativo entre a precipitaĆ§Ć£o em Porto Alegre e Savannah

Fonte: adaptado INMET, 2016 e AASHTO, 2014.

E por fim para montagem da estrutura do pavimento, se procede da seguinte

forma: um clique sobre a ilustraĆ§Ć£o, na Ć”rea do pavimento e se opta por adicionar

uma nova camada. Como mostra na Figura 38, Ć© possĆ­vel entĆ£o selecionar onde

serƔ inserida esta nova camada e tambƩm que tipo de camada serƔ esta.

ApĆ³s escolhido o tipo de camada Ć© realizado entĆ£o a escolha do material que

irĆ” compor como mostra na Figura 39, destacado pela seta. Em sequĆŖncia Ć©

possĆ­vel efetuar a modificaĆ§Ć£o dos Ć­ndices que compƵem a camada, no local

circulado, onde Ć© possĆ­vel inserir valores como coeficiente de Poisson, espessura,

mĆ³dulo de resiliĆŖncia.

40

60

80

100

120

140

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Pre

cip

itaƧ

Ć£o (m

m)

Meses

PORTO ALEGRE

40

60

80

100

120

140

160

180

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Pre

cip

itaƧ

Ć£o (m

m)

Meses

SAVANNAH

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99

Figura 38 - Tela de entrada com estrutura do pavimento

Figura 39 - Escolha do material e suas caracterĆ­sticas

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100

Por meio do acesso ao ā€œGradation & other engineering propertiesā€ Ć© possĆ­vel

fazer modificaƧƵes nas camadas, referentes ao percentual granulomƩtrico de cada

diĆ¢metro de material, Ć­ndices de Atterberg, coeficiente hidrĆ”ulico e compactaĆ§Ć£o da

camada (Figura 40). No trabalho foram utilizados os dados referentes Ć s camadas

contidos no software, apenas informou-se que as camadas foram compactadas.

E para finalizar a estrutura, como foram mencionadas anteriormente, as

camadas foram consideradas como nĆ£o aderidas, para inserir no software Ć© preciso

ir Ć  aba que estĆ” indicada na Figura 41, escolher a opĆ§Ć£o ā€œAC layer propertiesā€ onde

ficarĆ” disponĆ­vel a aba circulada, no item ā€œLayer interfaceā€ e determinar como as

camadas adjacentes terĆ£o sua ligaĆ§Ć£o, sendo que o software considera que o valor

1 Ć© totalmente aderido e o valor 0 Ć© sem aderĆŖncia.

Figura 40 - Entrada dos limites de Atterberg e percentuais de material passante em

cada peneira

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101

Figura 41 - Interface de aderĆŖncia entre camadas

3.6 CƁLCULO DO CUSTO DO PAVIMENTO

O custo unitƔrio do pavimento foi realizado com base nas tabelas

desenvolvidas nos estudos de Ribas (2014), atualizadas por meio dos custos de

serviƧos e materiais de referĆŖncia do SICRO 2 de julho de 2015 e materiais

betuminosos da AgĆŖncia Nacional de PetrĆ³leo, GĆ”s Natural e BiocombustĆ­veis no

ano de referĆŖncia 2015.

Ribas (2014) na determinaĆ§Ć£o do custo unitĆ”rio de transporte dos materiais

betuminosos utilizou a metodologia apresentada na instruĆ§Ć£o de serviƧo DNIT-IS/DG

nĀŗ 02 de 18 de janeiro de 2011, que define as equaƧƵes tarifĆ”rias para o cĆ”lculo do

custo base de transporte para materiais betuminosos a quente e a frio em diferentes

condiƧƵes de superfƭcie. Foi atualizado por meio do ƭndice de reajustamento de

obras rodoviĆ”rias da fundaĆ§Ć£o GetĆŗlio Vargas (FGV) na data base de dezembro de

2015, e mantido o adicional de ICMS referente ao estado do Rio Grande do Sul

(17%). A Tabela 23 demonstra as distĆ¢ncias que foram utilizadas para fins de

construĆ§Ć£o de referĆŖncia dos cĆ”lculos de custos.

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102

Tabela 23 ā€“ DistĆ¢ncia mĆ©dia de transporte para levantamento de custos

DescriĆ§Ć£o Origem Destino DistĆ¢ncia mĆ©dia de

transporte (km) CondiĆ§Ć£o de

superfĆ­cie

Mat. bet. a quente Refinaria Usina 300 Pavimentado

Mat. bet. a frio Distribuidora Usina 300 Pavimentado

Areia/brita comercial

Jazida Usina 10 NĆ£o pavimentado

Areia/brita comercial

Jazida Pista 70 NĆ£o pavimentado

Concreto AsfĆ”ltico Usina Pista 60 NĆ£o pavimentado

Brita graduada Jazida Pista 70 NĆ£o pavimentado

Macadame seco Jazida Pista 70 NĆ£o pavimentado

Bloqueio Jazida Pista 70 NĆ£o pavimentado

Fonte: RIBAS, 2014.

A Tabela 24 demonstra a obtenĆ§Ć£o do custo unitĆ”rio por tonelada para o

transporte de materiais betuminosos. JĆ” na Tabela 25 tĆŖm-se os valores dos

materiais betuminosos obtidos por meio da ANP no mĆŖs de referĆŖncia de dezembro

de 2015 para o estado do Rio Grande do Sul com 17% de ICMS.

Tabela 24 ā€“ Custo transporte materiais betuminosos

Com base na IS/DG nĀŗ 02 de 18 de janeiro de 2011

Custo base (R$ / t) ƍndice de

pavimentaĆ§Ć£o FGV Custo corrigido (R$ / t)

Custo final (R$ / t) com acrƩscimo ICMS 17%

A quente: Cb = 24,715 + 0,247 x D

A frio: Cb = 22,244 + 0,223 x D

Janeiro de 2010

Dezembro de 2015

222,272 298,334 A

quente A frio

A quente

A frio

98,82 89,14 Fator de correĆ§Ć£o:

1,3422 132,63 119,65 159,79 144,16

Nota: D representa a distĆ¢ncia mĆ©dia de transporte definida.

Fonte: adaptado de RIBAS, 2014.

Nas Tabelas 26, 27, 28, 29, 30, 31 e 32 estĆ£o as composiƧƵes de custo

unitĆ”rio dos serviƧos e materiais, do Concreto AsfĆ”ltico, Pintura de LigaĆ§Ć£o,

ImprimaĆ§Ć£o, Brita Graduada Simples, Macadame Seco, Camada de Bloqueio e

Tratamento Superficial Duplo, respectivamente.

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103

Tabela 25 ā€“ Custo materiais betuminosos

CĆ³digo Sicro

DescriĆ§Ć£o Rio Grande do Sul

Custo final com acrƩscimo de ICMS

17%

R$/kg R$/ton R$/kg R$/ton

M101 Cimento asfƔltico CAP

50/70 1,3576 1357,5645 1,6356 1635,62

M103 Asfalto diluĆ­do CM-30 2,2480 2247,9706 2,7084 2708,40

M104 EmulsĆ£o asfĆ”ltica RR-1C 1,3303 1330,3039 1,6028 1602,78

M105 EmulsĆ£o asfĆ”ltica RR-2C 1,1109 1110,9476 1,3385 1338,49

A Figura 42 demonstra o modelo de pavimento utilizado como referĆŖncia para

levantamento dos valores de custo final do pavimento conforme as dimensƵes,

sendo o mesmo utilizado no estudo de Klamt (2014) para pavimentos novos, desta

forma explica a existĆŖncia e local de aplicaĆ§Ć£o das camadas de bloqueio,

imprimaĆ§Ć£o, pintura de ligaĆ§Ć£o, bem como o tratamento superficial duplo, que no

caso deste pavimento de referĆŖncia Ć© relativo ao acostamento.

Tabela 26 ā€“ ComposiĆ§Ć£o custo CBUQ

2 S 02 540 51 - CBUQ - capa de rolamento AC/BC PE (t/h): 75

Etapa DescriĆ§Ć£o ComposiƧƵes Auxiliares Custo (R$)

A Equipamentos - 529,76

B MĆ£o de obra - 135,76

C ExecuĆ§Ć£o (A+B / PE) - 8,87

D Atividades auxiliares 1 A 01 390 52 64,87

E Transp. mat.

produzidos/comerciais 1 A 00 001 05 / 1 A 00 001 91 46,50

F Materiais

betuminosos:

AquisiĆ§Ć£o - 89,96

Transporte - 8,79

Custo unitƔrio (C+D+E) 120,25

PreƧo unitƔrio (LDI: 29,98%) 156,30

Custo unitƔrio materiais betuminosos (F) 98,75

PreƧo unitƔrio materiais betuminosos (LDI: 15,00%) 113,56

PreƧo unitƔrio final/t 269,86

PreƧo unitĆ”rio final/mĀ³ (D = 2,425) 654,40

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104

Figura 42 - Estrutura do pavimento de referĆŖncia e composiĆ§Ć£o das camadas

Fonte: adaptado de KLAMT, 2014.

Tabela 27 ā€“ ComposiĆ§Ć£o custo pintura de ligaĆ§Ć£o

2 S 02 400 00 - Pintura de ligaĆ§Ć£o PE (mĀ²/h): 1687

Etapa DescriĆ§Ć£o ComposiƧƵes

Auxiliares Custo (R$)

A Equipamentos - 200,50

B MĆ£o de obra - 79,12

C ExecuĆ§Ć£o (A+B / PE) - 0,17

E Materiais

betuminosos:

AquisiĆ§Ć£o - 0,64

Transporte - 0,06

Custo unitƔrio (C) 0,17

PreƧo unitƔrio (LDI: 29,98%) 0,22

Custo unitƔrio materiais betuminosos (E) 0,70

PreƧo unitƔrio materiais betuminosos (LDI: 15,00%) 0,80

PreƧo unitĆ”rio final/mĀ² 1,02

Page 105: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

105

Tabela 28 ā€“ ComposiĆ§Ć£o custo imprimaĆ§Ć£o

2 S 02 300 00 - ImprimaĆ§Ć£o PE (mĀ²/h): 1125

Etapa DescriĆ§Ć£o ComposiƧƵes

Auxiliares Custo (R$)

A Equipamentos - 195,29

B MĆ£o de obra - 82,55

C ExecuĆ§Ć£o (A+B / PE) - 0,25

E Materiais

betuminosos:

AquisiĆ§Ć£o - 3,25

Transporte - 0,17

Custo unitƔrio (C) 0,25

PreƧo unitƔrio (LDI: 29,98%) 0,32

Custo unitƔrio materiais betuminosos (E) 3,42

PreƧo unitƔrio materiais betuminosos (LDI: 15,00%) 3,94

PreƧo unitĆ”rio final/mĀ² 4,26

Tabela 29 ā€“ ComposiĆ§Ć£o custo camada BGS

2 S 02 230 50 - Base de brita graduada BC PE (mĀ³/h): 121

Etapa DescriĆ§Ć£o ComposiƧƵes

Auxiliares Custo (R$)

A Equipamentos - 1002,80

B MĆ£o de obra - 79,12

C ExecuĆ§Ć£o (A+B / PE) - 8,94

D Atividades auxiliares 1 A 01 395 51 91,92

E Transp. mat. produzidos/comerciais 1 A 00 001 91 90,72

Custo unitĆ”rio total/mĀ³ (C+D+E) 191,58

PreƧo unitĆ”rio final/mĀ³ (LDI: 29,98%) 249,02

Tabela 30 ā€“ ComposiĆ§Ć£o custo camada MS

2 S 02 231 50 - Base de macadame BC PE (mĀ³/h): 136

Etapa DescriĆ§Ć£o ComposiƧƵes

Auxiliares Custo (R$)

A Equipamentos - 865,19

B MĆ£o de obra - 79,12

C ExecuĆ§Ć£o (A+B / PE) - 6,94

D Atividades auxiliares 1 A 00 717 00 82,42

E Transp. mat. produzidos/comerciais 1 A 00 001 91 85,05

Custo unitĆ”rio total/mĀ³ (C+D+E) 174,41

PreƧo unitĆ”rio final/mĀ³ (LDI: 29,98%) 226,70

Page 106: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

106

Tabela 31 ā€“ ComposiĆ§Ć£o custo camada bloqueio

2 S 04 999 07 - Bloqueio PE (mĀ³/h): 3

Etapa DescriĆ§Ć£o ComposiƧƵes

Auxiliares Custo (R$)

A Equipamentos - 17,80

B MĆ£o de obra - 8,85

C ExecuĆ§Ć£o (A+B / PE) - 8,88

D Atividades auxiliares 1 A 01 200 01 31,80

E Transp. mat. produzidos/comerciais 1 A 00 001 91 85,05

Custo unitĆ”rio total/mĀ³ (C+D+E) 125,73

PreƧo unitĆ”rio final/mĀ³ (LDI: 29,98%) 163,43

Tabela 32 ā€“ ComposiĆ§Ć£o custo camada TSD

2 S 02 501 01 - Trat. sup. duplo c/ emulsĆ£o PE (mĀ²/h): 343

Etapa DescriĆ§Ć£o ComposiƧƵes

Auxiliares Custo (R$)

A Equipamentos - 448,34

B MĆ£o de obra - 135,76

C ExecuĆ§Ć£o (A+B / PE) - 1,70

D Atividades auxiliares 1 A 00 717 00 1,41

E Transp. mat. produzidos/comerciais 1 A 01 200 01 2,05

F Materiais

betuminosos:

AquisiĆ§Ć£o - 4,02

Transporte - 0,43

Custo unitƔrio (C+D+E) 5,16

PreƧo unitƔrio (LDI: 29,98%) 6,71

Custo unitƔrio materiais betuminosos (E) 4,45

PreƧo unitƔrio materiais betuminosos (LDI: 15,00%) 5,12

PreƧo unitĆ”rio final/mĀ² 11,83

O custo unitƔrio final do pavimento estƔ resumido na Tabela 33, com as

respectivas unidades de mensuraĆ§Ć£o.

Tabela 33 ā€“ Custo unitĆ”rio final para pavimento

CA (mĀ³) PL (mĀ²) IP (mĀ²) BGS (mĀ³) MS (mĀ³) BL (mĀ³) TSD (mĀ²)

R$ 654,40 R$ 1,02 R$ 4,26 R$ 249,02 R$ 226,70 R$ 163,43 R$ 11,83

Legenda: CA: concreto asfĆ”ltico; PL: pintura de ligaĆ§Ć£o; IP: imprimaĆ§Ć£o; BGS: brita graduada simples; MS: macadame seco; BL: bloqueio; TSD: tratamento superficial duplo

Page 107: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

107

3.7 SOFTWARE STATISTICA

O STATISTICA auxilia a entender melhor o que acontece em cada processo

realizado. Saber por que determinado processo estĆ” acontecendo e tentar antecipar

movimentos futuros sĆ£o conhecimentos altamente recomendĆ”veis para

determinados processos e projetos. Desta forma, as ferramentas do software sĆ£o de

uso fĆ”cil e de alta tecnologia, com acesso a banco de dados, consultas, relatĆ³rios e

algoritmos. (STATSOFT, 2016).

Bueno (2014) define como um software de mƩtodos estatƭsticos, aquele que

possui um conjunto de ferramentas para anƔlises estatƭsticas, bem como ter vƔrias

ferramentas de gestĆ£o e visualizaĆ§Ć£o de bases de dados e Data Mining, com

mecanismos de modelaĆ§Ć£o preditiva, agrupamentos e ferramentas exploratĆ³rias

utilizando em seu trabalho a regressĆ£o mĆŗltipla que Ć© um processo estatĆ­stico

realizado para analisar a influĆŖncia das variĆ”veis independentes nas variĆ”veis

dependentes atravĆ©s do mĆ©todo de variĆ¢ncia ANOVA (Analysis of Variance).

No presente estudo as variƔveis dependentes foram os critƩrios de

desempenho definidos pelo software AASHTOWare, como IRI, trincamento do

revestimento (tĆ©rmico, top-down e bottom-up), deformaĆ§Ć£o permanente do

pavimento e do revestimento. As variƔveis independentes foram o volume de trƔfego

(N), espessuras das camadas (revestimento, base e sub-base) e mĆ³dulos de

resiliĆŖncia (base, sub-base e subleito). Sendo que as variĆ”veis independentes foram

relacionadas diretamente com as variĆ”veis dependentes, bem como os efeitos de 2ĀŖ

e 3ĀŖ ordem (produto das variĆ”veis) das variĆ”veis independentes.

Page 108: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

108

4 RESULTADOS

4.1 DIMENSIONAMENTO

4.1.1 Dimensionamento pelo MĆ©todo DNIT

Para o dimensionamento pelo mƩtodo do DNIT, foram utilizadas as

espessuras mĆ­nimas previstas conforme mostra a Tabela 34, para cada valor de N

(USACE) aplicado como carregamento imposto ao pavimento.

Tabela 34 ā€“ Espessuras do pavimento

N 2,5x106 7,5x106 2,5x107 7,5x107 1,0x108

(%) CBR Subleito

5 10 15 5 10 15 5 10 15 5 10 15 5 10 15

Erev (cm) 5 5 5 7,5 7,5 7,5 10 10 10 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5

Ebas (cm) 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15

Esub (cm) 34 16 16 34 16 16 32 16 - 32 16 - 32 16 -

Para o caso do N de 2,5x106 a espessura do revestimento e base se mantƩm

a mesma, apenas varia a espessura da sub-base, sendo que entre o CBR de 10% e

15% nĆ£o ocorreram modificaƧƵes. Bem como para N de 7,5x106 que nĆ£o varia entre

o CBR de 10% e 15%. Existe apenas no CBR de 5% uma variaĆ§Ć£o significativa que

acontece na espessura da sub-base com 34 cm.

Ɖ possƭvel observar que com o aumento na espessura de revestimento para o

N de 2,5x107 a camada de sub-base diminui 2 cm, bem como no caso em que o

CBR do subleito Ć© 15%, que acaba por dispensar o uso de sub-base. Para o N de

7,5x107 as espessuras das camadas de base e sub-base se mantiveram iguais as

do N de 2,5x107, visto que a espessura do revestimento aumentou em 2,5 cm.

A manutenĆ§Ć£o da espessura do revestimento a partir de N 7,5x107 se dĆ”

devido o mĆ©todo do DNIT levar em consideraĆ§Ć£o as faixas atĆ© chegar em N>5x107,

onde a partir deste volume de trƔfego a espessura mƭnima Ʃ de 12,5 cm de

revestimento, os dois Ćŗltimos volumes de trĆ”fego mantiveram o mesmo formato de

perfil de pavimento.

Page 109: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

109

4.1.2 Dimensionamento pelo SisPavBR

Para o dimensionamento por meio do SisPavBR a capacidade de suporte do

subleito Ć© dada em MPa (mĆ³dulo de resiliĆŖncia) e as camadas de base e sub-base

se mantiveram as mesmas das obtidas pelo dimensionamento do DNIT (referĆŖncia),

variando a espessura do revestimento como mostra nas Tabelas 35 a 39, para uma

confiabilidade de 50%. A variaĆ§Ć£o do revestimento aconteceu baseada nos estudos

de Ribas (2014) que mostram como sendo a camada que causa maior impacto no

desempenho do pavimento.

Tabela 35 ā€“ Espessuras do Pavimento para N de 2,5x106 pelo SisPavBR

N 2,5x106

MR Subleito (MPa) 53 110 124

Erev (cm) 6,3 6,9 6,8

Ebas (cm) 15 15 15

Esub (cm) 34 16 16

Observando a referĆŖncia (DNIT), a espessura do revestimento pelo SisPavBR

para o N mostrado na Tabela 35, variou para os trĆŖs MR numa ordem menor que 2

cm, ou seja, um aumento em torno de 35%.

Tabela 36 ā€“ Espessuras do Pavimento para N de 7,5x106 pelo SisPavBR

N 7,5x106

MR Subleito (MPa) 53 110 124

Erev (cm) 9,9 10,3 10,1

Ebas (cm) 15 15 15

Esub (cm) 34 16 16

Para este caso nota-se tambƩm que o aumento na espessura do revestimento

seguiu a mesma ordem, visto que a maior espessura foi obtida para um mĆ³dulo de

resiliĆŖncia de 110 MPa, com um ganho de 2,8 cm, cerca de 37% com relaĆ§Ć£o a

referĆŖncia.

Page 110: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

110

Tabela 37 ā€“ Espessuras do Pavimento para N de 2,5x107 pelo SisPavBR

N 2,5x107

MR Subleito (MPa) 53 110 124

Erev (cm) 14,1 13,9 13,8

Ebas (cm) 15 15 15

Esub (cm) 32 16 -

Com uma ordem de grandeza mais elevada de volume de trƔfego o

dimensionamento chegou a um aumento de 41% na espessura do revestimento para

o subleito com mĆ³dulo de resiliĆŖncia de 53 MPa.

Tabela 38 ā€“ Espessuras do Pavimento para N de 7,5x107 pelo SisPavBR

N 7,5x107

MR Subleito (MPa) 53 110 124

Erev (cm) 18,4 17,7 17,4

Ebas (cm) 15 15 15

Esub (cm) 32 16 -

No caso mostrado na Tabela 38 se manteve o maior aumento na espessura

do revestimento para o subleito com MR de 53 MPa, porƩm passou de 41% o

aumento para em torno de 47% com relaĆ§Ć£o a referĆŖncia. Para o subleito com MR

de 110 e 124 MPa o aumento na espessura do revestimento ficou prĆ³ximo a 40%.

Tabela 39 ā€“ Espessuras do Pavimento para N de 1,0x108 pelo SisPavBR

N 1,0x108

MR Subleito (MPa) 53 110 124

Erev (cm) 19,5 18,7 18,5

Ebas (cm) 15 15 15

Esub (cm) 32 16 -

Page 111: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

111

Para o volume de trƔfego de 108, o SisPavBR chegou a um aumento de 7 cm

na espessura do revestimento em relaĆ§Ć£o ao mĆ©todo do DNIT, ou seja, 56% de

aumento.

Desta forma, o percentual de aumento na espessura do revestimento para os

volumes de trĆ”fego na ordem de 106 foi maior para o mĆ³dulo de resiliĆŖncia do

subleito de 110 MPa, onde ficou em torno de 37%, que pode ser relacionado com a

diminuiĆ§Ć£o na camada de sub-base em relaĆ§Ć£o ao MR do subleito de 53 MPa e, o

aumento da capacidade de suporte do subleito para o MR de 124 MPa. Visto que

desta maneira, a deformaĆ§Ć£o da camada de sub-base Ć© evitada, bem como as

tensƵes no topo do subleito sĆ£o melhores absorvidas, resultados que o SisPavBR

avalia em seu conjunto de modelos de previsĆ£o de deformaĆ§Ć£o das camadas e

tensƵes no subleito.

JƔ no caso de volumes de trƔfego mais elevados a necessidade de espessura

maior comeƧa a ser onde o mĆ³dulo do subleito Ć© menor, visto que se chega ao

subleito com maior tensĆ£o e consequentemente uma maior deformaĆ§Ć£o, assim a

variaĆ§Ć£o de espessura ficou entre 32% e 56%. A maior espessura de revestimento

foi obtida para maior solicitaĆ§Ć£o, ou seja, N de 108 e mĆ³dulo de resiliĆŖncia do

subleito com menor capacidade de suporte (53 MPa).

Com o SisPavBR fazendo uso de uma confiabilidade de 90%, foi possĆ­vel

rever as espessuras do pavimento para os volumes de trƔfego de 2,5x106; 7,5x106 e

2,6x107 (Tabelas 40, 41 e 42); para os casos de 7,5x107 e 1,0x108 as espessuras

atingiram o limite previsto pelo software.

Tabela 40 ā€“ Estrutura pavimento para N de 2,5x106 confiabilidade 90%

N 2,5x106

MR Subleito (MPa) 53 110 124

Erev (cm) 8,6 9,0 8,8

Ebas (cm) 15 15 15

Esub (cm) 34 16 16

Ao aumentar a confiabilidade de 50% para 90% o SisPavBR aumenta a

espessura do revestimento em torno de 35% para o volume de trƔfego de 2,5x106,

Page 112: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

112

com a confiabilidade de 50% o maior aumento de espessura acontece para o

subleito com MR de 110 MPa.

No volume de trĆ”fego exposto na Tabela 41 a variaĆ§Ć£o de espessuras para o

revestimento entre os subleitos Ć© de 2 mm, ou seja, praticamente a mesma

espessura de revestimento satisfaz os trĆŖs casos. Em relaĆ§Ć£o Ć  confiabilidade de

50%, para este caso aconteceu um aumento na espessura em torno de 2,3 cm,

cerca de 23%.

Tabela 41 ā€“ Estrutura do pavimento para N de 7,5x106 confiabilidade 90%

N 7,5x106

MR Subleito (MPa) 53 110 124

Erev (cm) 12,3 12,4 12,2

Ebas (cm) 15 15 15

Esub (cm) 34 16 16

Para o N de 2,5x107 (Tabela 42) com confiabilidade de 90%, o aumento de

espessura do revestimento se manteve um valor prĆ³ximo a 2,3 cm com relaĆ§Ć£o Ć 

confiabilidade de 50%, ou seja, um aumento de aproximadamente 17%.

Tabela 42 ā€“ Estrutura do pavimento para N de 2,5x107 confiabilidade 90%

N 2,5x107

MR Subleito (MPa) 53 110 124

Erev (cm) 16,7 16,3 16,1

Ebas (cm) 15 15 15

Esub (cm) 32 16 -

O aumento que se dĆ” na camada de revestimento quando a confiabilidade

passa de 50% para 90%, pode ser entendido como Franco (2007, p. 217) definiu em

seus estudos onde a confiabilidade pode ser ā€œa medida da probabilidade da

serventia do pavimento permanecer em um nƭvel adequado atravƩs da vida de

serviƧoā€. Ou seja, se Ć© necessĆ”rio maior seguranƧa de que o pavimento irĆ”

Page 113: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

113

responder positivamente, entĆ£o Ć© preciso que o pavimento esteja com melhor

arranjo para suportar os esforƧos que irĆ£o ser impostos.

A variaĆ§Ć£o de espessura do revestimento pelo SisPavBR com confiabilidade

de 90% em relaĆ§Ć£o a referĆŖncia variou da seguinte forma: para subleito com mĆ³dulo

de resiliĆŖncia de 53 MPa em torno de 4 cm; para MR 110 MPa em mĆ©dia 5 cm e

para MR de 124 MPa ficou prĆ³ximo a 7 cm.

4.1.3 Dimensionamento pelo MĆ©todo da AASHTO

Para o dimensionamento pelo mƩtodo da AASHTO, foram utilizadas as

espessuras previstas pelo mƩtodo do DNIT nas camadas de base e sub-base,

variando apenas a espessura do revestimento conforme mostram as Tabelas 43 Ć 

46, para cada valor de N aplicado como carregamento imposto ao pavimento. Por

este mƩtodo a capacidade de suporte do subleito Ʃ medido em MPa, por ser levado

em consideraĆ§Ć£o o mĆ³dulo de resiliĆŖncia e nĆ£o mais o CBR como Ć© feito no mĆ©todo

do DNIT.

Tabela 43 ā€“ Espessuras do Pavimento N de 2,5x106 - AASHTO confiabilidade 50%

N 2,5x106

MR Subleito (MPa) 53 110 124

Erev (cm) 15 7,5 7,5

Ebas (cm) 15 15 15

Esub (cm) 34 16 16

Em relaĆ§Ć£o ao mĆ©todo do DNIT, o dimensionamento pela AASHTO triplicou a

espessura do revestimento com um MR de 53 MPa e para os casos de MR de 110 e

124 MPa a variaĆ§Ć£o foi menor, um aumento de 50%, ou seja, 2,5 cm de

revestimento a mais para suportar a passagem dos veƭculos mƩdios diƔrios.

Para o N de 7,5x106 o dimensionamento da AASHTO mantƩm a espessura do

revestimento igual para o MR de 53 e 110 MPa, variando para o MR de 124 MPa

onde ocorre uma reduĆ§Ć£o de 2,5 cm na espessura do revestimento devido ao ganho

no subleito (Tabela 44).

Page 114: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

114

Tabela 44 ā€“ Espessuras do Pavimento N de 7,5x106 - AASHTO confiabilidade 50%

N 7,5x106

MR Subleito (MPa) 53 110 124

Erev (cm) 22,5 22,5 20

Ebas (cm) 15 15 15

Esub (cm) 34 16 16

No caso mostrado na Tabela 45 Ć© possĆ­vel observar que o aumento na

camada de revestimento passa de 22,5 cm em N de 7,5x106, para 32,5 cm para o N

de 2,5x107, um ganho de 10 cm, ou seja, a espessura mĆ­nima prevista para este

caso quando dimensionado pelo mƩtodo do DNIT. Para os MR do subleito de 110 e

124 MPa a espessura do revestimento se manteve, do mesmo modo que aconteceu

no dimensionamento do DNIT, elevando na ordem de 225% a espessura.

Tabela 45 ā€“ Espessuras do Pavimento N de 2,5x107 - AASHTO confiabilidade 50%

N 2,5x107

MR Subleito (MPa) 53 110 124

Erev (cm) 32,5 27,5 27,5

Ebas (cm) 15 15 15

Esub (cm) 32 16 -

Para o N de 7,5x107 (Tabela 46) ocorreu tanto para o subleito com MR de 53,

110 e 124 MPa um aumento na camada de revestimento de 7,5 cm com relaĆ§Ć£o ao

N de 2,5x107. Com o mƩtodo da AASHTO a sensibilidade dos modelos de

desempenho no que se refere ao mĆ³dulo de resiliĆŖncia do subleito, visto que para

todos os casos as maiores espessuras do revestimento se deram no subleito com

MR de 53 MPa, tambĆ©m Ć© significativa a importĆ¢ncia da espessura do revestimento,

pois mesmo dobrando a espessura sub-base em relaĆ§Ć£o a um subleito com MR de

110 MPa, mantĆŖm-se a necessidade de maiores espessuras de revestimento.

Page 115: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

115

Tabela 46 ā€“ Espessuras do Pavimento para N de 7,5x107 pela AASHTO

N 7,5x107

MR Subleito (MPa) 53 110 124

Erev (cm) 40 35 35

Ebas (cm) 15 15 15

Esub (cm) 32 16 -

Para o N de 1,0x108 nĆ£o foi possĆ­vel realizar o dimensionamento do

revestimento, bem como do pavimento, pois foi realizada a verificaĆ§Ć£o da estrutura

do pavimento com alteraƧƵes nas camadas de base e sub-base, onde atendeu um

critĆ©rio de desempenho nĆ£o atendendo os demais. Foi tambĆ©m realizado o teste

com camadas de base rƭgida e base asfƔltica e nenhuma resultou em uma estrutura

capaz de suportar o volume de trƔfego imposto, o que pode indicar que seja

necessƔrio o dimensionamento de um pavimento com placas de concreto de

cimento Portland para atender as necessidades.

No entanto, a estrutura acabava por nĆ£o atender a deformaĆ§Ć£o total do

pavimento. Ou seja, a partir do N de 1,0x108 com confiabilidade de 50% e os casos

com confiabilidade de 90% nĆ£o foram realizados os dimensionamentos pelo mĆ©todo

da AASHTO. Este fato pode ter acontecido devido Ć  severidade que a composiĆ§Ć£o

do trƔfego com 80% em carga mƔxima legal e 20% vazios.

NĆ£o foi possĆ­vel realizar o dimensionamento com confiabilidade de 90% por

meio do mĆ©todo da AASHTO e para o mĆ©todo proposto por FRANCO nĆ£o foi

possĆ­vel dimensionar uma espessura de revestimento para N de 7,5x107 e 1,0x108,

pois o sistema acusou que o dimensionamento ultrapassou a espessura mƔxima de

revestimento. Ou seja, para estes casos pode-se entender que o pavimento de

comportamento flexĆ­vel nĆ£o seja a melhor soluĆ§Ć£o.

Em uma anƔlise entre o mƩtodo da AASHTO e o SisPavBR, o mƩtodo

americano mostra-se bem mais rigoroso quanto ao desempenho satisfatĆ³rio de seus

pavimentos. Desta forma, a execuĆ§Ć£o dos pavimentos nĆ£o representa ligaĆ§Ć£o direta

ao fator econĆ“mico em relaĆ§Ć£o aos pavimentos brasileiros, no entanto, conforme

serĆ” demonstrado em sequĆŖncia e tambĆ©m com um refinamento do estudo

econƓmico pode se definir que o pavimento da AASHTO e SisPavBR seja mais

viƔvel no ponto de vista de durabilidade.

Page 116: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

116

Nota se que a diferenƧa de espessura do revestimento aumenta conforme o

trĆ”fego Ć© mais alto, que se deve ao fato do mĆ©todo ter sua calibraĆ§Ć£o na dĆ©cada de

60, ou seja, as modificaƧƵes e atualizaƧƵes nos projetos se mostram necessƔria.

4.1.4 Comparativo entre as espessuras de revestimento e custos executivos

Nas Figuras 43 Ć  45 estĆ£o os grĆ”ficos que relacionam o comportamento da

espessura do revestimento conforme o volume de trƔfego imposto ao pavimento.

Para cada grĆ”fico variou-se o mĆ³dulo de resiliĆŖncia do subleito. Como demonstra em

todos os grĆ”ficos para N de 108 nĆ£o consta espessura de revestimento para o

dimensionamento pela AASHTO e ilustra o aumento significativo na espessura do

revestimento, no entanto, as espessuras mais delgadas sĆ£o para o

dimensionamento por meio do mĆ©todo do DNIT e em sequĆŖncia o dimensionamento

realizado pelo SisPavBR.

Figura 43 - Espessura revestimento para subleito com MR de 53 MPa

Para o subleito com mĆ³dulo de resiliĆŖncia de 110 MPa e 124 MPa, com

volume de trƔfego de 2,5x106; os resultados obtidos pelo SisPavBR e AASHTO

foram muito semelhantes, acontecendo variaĆ§Ć£o significativa para os demais valores

de N. PorĆ©m, Ć© possĆ­vel notar a semelhanƧa do comportamento na evoluĆ§Ć£o das

5

10

15

20

25

30

35

40

0,00E+00 2,50E+07 5,00E+07 7,50E+07 1,00E+08

Esp

essu

ra R

eves

tim

ento

(cm

)

Volume de TrƔfego (N)

DNIT

SisPavBR

AASHTO

Page 117: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

117

espessuras do revestimento entre o SisPavBR e o DNIT, este fato pode acontecer

devido o trabalho desenvolvido por Franco ser mais focado aos pavimentos

Brasileiros, ou seja, com calibraĆ§Ć£o dos coeficientes por meio de estudo dos solos e

materiais do prĆ³prio paĆ­s.

Figura 44 - Espessura revestimento para subleito com MR de 110 MPa

Figura 45 - Espessura revestimento para subleito com MR de 124 MPa

5

10

15

20

25

30

35

40

0,00E+00 2,50E+07 5,00E+07 7,50E+07 1,00E+08

Esp

essu

ra R

eves

tim

ento

(cm

)

Volume de TrƔfego (N)

DNIT

SisPavBR

AASHTO

5

10

15

20

25

30

35

40

0,00E+00 2,50E+07 5,00E+07 7,50E+07 1,00E+08

Esp

essu

ra R

eves

tim

ento

(cm

)

Volume de TrƔfego (N)

DNIT

SisPavBR

AASHTO

Page 118: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

118

A metodologia utilizada para o cƔlculo do custo do pavimento foi a descrita no

item 3.6, sendo o modelo de pavimento composto pela mesma estrutura de

camadas, configuraĆ§Ć£o de execuĆ§Ć£o, variando apenas a espessura do revestimento

conforme cada mƩtodo de dimensionamento utilizado.

Para o levantamento do custo foi considerado a construĆ§Ć£o de 1 km de

pavimento para cada mƩtodo de dimensionamento. Nas Tabelas 47 a 51, estƔ o

custo para execuĆ§Ć£o do pavimento (material e serviƧos), a diferenƧa de valores em

relaĆ§Ć£o Ć  referĆŖncia (DNIT), bem como o percentual de aumento no custo em

relaĆ§Ć£o ao dimensionamento do DNIT. Estes valores de custo variam conforme o

mĆ³dulo de resiliĆŖncia do subleito.

A Tabela 47, mostra que o custo de construĆ§Ć£o do pavimento dimensionado

por meio do mƩtodo da AASHTO Ʃ o mais elevado, sendo que se destaca o caso em

que o MR do subleito Ć© de 53 MPa, pois o aumento de custo em relaĆ§Ć£o ao do DNIT

ultrapassa meio milhĆ£o de reais, enquanto o dimensionamento por meio do

SisPavBR fica prĆ³ximo a 80 mil reais de aumento. Para o subleito com MR de 53

MPa a variaĆ§Ć£o de custo vai de 4% com o SisPavBR para prĆ³ximo Ć  32% com a

AASHTO, uma diferenƧa em torno de 450 mil reais.

Tabela 47 ā€“ Custo do km do pavimento para N de 2,5x106

MR Subleito 53 MPa 110 MPa 124 MPa

MĆ©

tod

o

DNIT R$ 1.905.426,21 R$ 1.383.103,40 R$ 1.383.103,40

SisPavBR R$ 1.983.835,56 R$ 1.497.701,67 R$ 1.491.670,18

AASHTO R$ 2.508.575,02 R$ 1.533.890,60 R$ 1.533.890,60

(+) DNIT/SisPavBR R$ 78.409,35 R$ 114.598,27 R$ 108.566,79

(+) DNIT/AASHTO R$ 603.148,81 R$ 150.787,20 R$ 150.787,20

ā†‘ (%) DNIT/SisPavBR 4,12% 8,29% 7,85%

ā†‘ (%) DNIT/AASHTO 31,65% 10,90% 10,90%

A Tabela 48 traz os valores do custo do pavimento para N de 7,5x106, bem

como os percentuais de aumento do custo conforme a referĆŖncia do DNIT.

Para o volume de trĆ”fego de 7,5x106 o valor de construĆ§Ć£o de 1 km de

pavimento ultrapassa 2 milhƵes de reais para subleito com MR de 53 MPa, sendo

que o pavimento dimensionado pela AASHTO chegou muito prĆ³ximo aos 3 milhƵes

de reais. No mĆ©todo da AASHTO para os trĆŖs tipos de pavimentos o custo

Page 119: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

119

ultrapassa 2 milhƵes de reais, uma diferenƧa de custo acima de 900 mil reais para

subleito com MR de 53 e 110 MPa e para MR de 124 MPa fica acima de 750 mil

reais o aumento de custo.

Tabela 48 ā€“ Custo do km do pavimento para N de 7,5x106

MR Subleito 53 MPa 110 MPa 124 MPa

MĆ©

tod

o

DNIT R$ 2.056.213,41 R$ 1.533.890,60 R$ 1.533.890,60

SisPavBR R$ 2.200.969,13 R$ 1.702.772,27 R$ 1.690.709,29

AASHTO R$ 2.960.936,63 R$ 2.438.613,81 R$ 2.287.826,61

(+) DNIT/SisPavBR R$ 144.755,71 R$ 168.881,67 R$ 156.818,69

(+) DNIT/AASHTO R$ 904.723,21 R$ 904.723,21 R$ 753.936,01

ā†‘ (%) DNIT/SisPavBR 7,04% 11,01% 10,22%

ā†‘ (%) DNIT/AASHTO 44,00% 58,98% 49,15%

Com N de 2,5x107 (Tabela 49), o custo de 1 km de pavimento pelo

dimensionamento da AASHTO para subleito com MR de 53 MPa passa de

aproximadamente 2 milhƵes e 100 mil reais para valor superior a 3,5 milhƵes de

reais. Sendo que o aumento de custo pela AASHTO fica superior a 1 milhĆ£o de reais

enquanto pelo SisPavBR o aumento nos trĆŖs casos fica prĆ³ximo a 230 mil reais. Ou

seja, a variaĆ§Ć£o de diferenƧa de custo com relaĆ§Ć£o Ć  referĆŖncia gira de 11% a 18%

com o dimensionamento por meio do SisPavBR e varia de 63% a 86% para a

AASHTO, cerca de 800mil reais a mais de custo para cada km.

Tabela 49 ā€“ Custo do km do pavimento para N de 2,5x107

MR Subleito 53 MPa 110 MPa 124 MPa

MĆ©

tod

o

DNIT R$ 2.148.964,75 R$ 1.655.659,87 R$ 1.220.390,86

SisPavBR R$ 2.396.255,76 R$ 1.890.887,90 R$ 1.449.587,40

AASHTO R$ 3.506.049,57 R$ 2.711.170,28 R$ 2.275.901,27

(+) DNIT/SisPavBR R$ 247.291,01 R$ 235.228,04 R$ 229.196,55

(+) DNIT/AASHTO R$ 1.357.084,82 R$ 1.055.510,42 R$ 1.055.510,42

ā†‘ (%) DNIT/SisPavBR 11,51% 14,21% 18,78%

ā†‘ (%) DNIT/AASHTO 63,15% 63,75% 86,49%

Para o volume de trƔfego apresentado na Tabela 50, o valor do km chega

prĆ³ximo a 4 milhƵes de reais para um subleito com MR de 53 MPa no

Page 120: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

120

dimensionamento realizado pela AASHTO. O custo adicional em relaĆ§Ć£o a

referĆŖncia passa de 1 milhĆ£o e 600 mil reais. Para os MR do subleito de 110 MPa e

124 MPa o adicional de custo fica acima de 1 milhĆ£o e 300 mil reais, enquanto no

pavimento obtido por meio do SisPavBR o aumento fica em torno de 300 mil reais.

Tabela 50 ā€“ Custo do km do pavimento para N de 7,5x107

MR Subleito 53 MPa 110 MPa 124 MPa

MĆ©

tod

o

DNIT R$ 2.299.751,95 R$ 1.806.447,07 R$ 1.371.178,06

SisPavBR R$ 2.655.609,75 R$ 2.120.084,45 R$ 1.666.720,98

AASHTO R$ 3.958.411,18 R$ 3.163.531,89 R$ 2.728.262,88

(+) DNIT/SisPavBR R$ 355.857,80 R$ 313.637,38 R$ 295.542,92

(+) DNIT/AASHTO R$ 1.658.659,23 R$ 1.357.084,82 R$ 1.357.084,82

ā†‘ (%) DNIT/SisPavBR 15,47% 17,36% 21,55%

ā†‘ (%) DNIT/AASHTO 72,12% 75,12% 98,97%

No volume de trĆ”fego de N 1,0x108 nĆ£o foi possĆ­vel obter uma espessura de

revestimento asfƔltico que satisfizesse todos os critƩrios de desempenho para o

dimensionamento pela AASHTO, assim a Tabela 51 apresenta apenas os valores do

custo do pavimento para o DNIT e FRANCO, onde o aumento no custo para

construĆ§Ć£o do pavimento que atenda este volume de trĆ”fego Ć© de cerca de 360 mil

reais.

Tabela 51 ā€“ Custo do km do pavimento para N de 1,0x108

MR Subleito 53 MPa 110 MPa 124 MPa

MĆ©

tod

o

DNIT R$ 2.299.751,95 R$ 1.806.447,07 R$ 1.371.178,06

SisPavBR R$ 2.721.956,12 R$ 2.180.399,33 R$ 1.733.067,34

(+) DNIT/SisPavBR R$ 422.204,17 R$ 373.952,26 R$ 361.889,29

ā†‘ (%) DNIT/SisPavBR 18,36% 20,70% 26,39%

Por meio do dimensionamento realizado pelo SisPavBR, todos os tipos de

pavimentos analisados necessitam de uma camada mais espessa de revestimento

asfƔltico, bem como o dimensionamento da AASHTO, no entanto as espessuras que

que sĆ£o propostas aos pavimentos sĆ£o de grandeza bem menor, o que resulta em

Page 121: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

121

um custo mais prĆ³ximo ao do DNIT. Este fator de grandeza do custo entre os trĆŖs

dimensionamentos pode ser observado por meio das Figuras 46 Ć  48.

Figura 46 - Custo do pavimento para subleito com MR de 53 MPa

Figura 47 - Custo do pavimento para um subleito com MR de 110 MPa

1,201,401,601,802,002,202,402,602,803,003,203,403,603,804,00

0,00E+00 2,50E+07 5,00E+07 7,50E+07 1,00E+08

Cu

sto

Pav

imen

to (

milh

Ƶe

s R

$/k

m)

Volume de TrƔfego (N)

DNIT

SisPavBR

AASHTO

1,201,401,601,802,002,202,402,602,803,003,203,403,603,804,00

0,00E+00 2,50E+07 5,00E+07 7,50E+07 1,00E+08

Cu

sto

Pav

imen

to (

milh

Ƶe

s R

$/k

m)

Volume de TrƔfego (N)

DNIT

SisPavBR

AASHTO

Page 122: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

122

Figura 48 - Custo do pavimento para subleito com MR de 124 MPa

Nas figuras fica evidente, que quanto maior a capacidade do subleito, menor

o custo de execuĆ§Ć£o do pavimento, bem como ao ser imposto maior volume de

trĆ”fego maior sĆ£o os custos. Isto se dĆ” devido ao aumento da espessura do

revestimento, onde estĆ£o os materiais mais caros, como o ligante e tambĆ©m o

processo executivo, mostrado no item 3.6. Por este estudo o custo com o concreto

asfƔltico representa entre 17% a 32% do custo final do pavimento para o DNIT, 15%

a 33% para o SisPavBR e de 23% a 47% para a AASHTO.

Para o subleito com mĆ³dulo de resiliĆŖncia de 124 MPa, existe uma queda na

curva que demonstra o custo conforme o aumento de volume de trƔfego no

pavimento, isto se dĆ” devido a retirada da camada de sub-base para valores de N a

partir de 2,5x107, o que ocasiona a diminuiĆ§Ć£o deste custo para execuĆ§Ć£o do

pavimento.

1,201,401,601,802,002,202,402,602,803,003,203,403,603,804,00

0,00E+00 2,50E+07 5,00E+07 7,50E+07 1,00E+08

Cu

sto

Pav

imen

to (

milh

Ƶe

s R

$/k

m)

Volume de TrƔfego (N)

DNIT

SisPavBR

AASHTO

Page 123: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

123

4.2 ANƁLISE DESEMPENHO DO PAVIMENTO PELO SISPAVBR E

AASHTO

Nesta etapa foram realizadas as anƔlises do desempenho dos pavimentos

dimensionados pelo mĆ©todo do DNIT (referĆŖncia), ou seja, por meio dos softwares

AASHTOWare Pavement e SisPavBR. Determinando a vida Ćŗtil do pavimento e o

critĆ©rio de desempenho nĆ£o atendido para confiabilidade 50%.

4.2.1 AnƔlise do pavimento por meio do SisPavBR

O mƩtodo proposto por FRANCO (2007) o software do SisPavBR determina o

tempo de vida Ćŗtil do pavimento por meio do dano crĆ­tico (%), conforme mostra nas

Tabelas 52 Ć  56, que leva em consideraĆ§Ć£o a deformaĆ§Ć£o e fadiga, bem como a

tensĆ£o no topo do subleito.

Tabela 52 ā€“ Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 2,5x106 pelo SisPavBR

N 2,5x106

MR Subleito (MPa) 53 110 124

AvaliaĆ§Ć£o

CritƩrio desempenho (falha)

DN DN DN

143,81 175,29 167,88

Vida ƚtil do Pavimento

Anos 7,0 5,7 6,0

DN: Dano CrĆ­tico (%)

Para N de 2,5x106, a vida Ćŗtil do pavimento com subleitos de mĆ³dulo de

resiliĆŖncia de 110 MPa e 124 MPa, ficou muito prĆ³ximo entre 5,7 anos e 6 anos, uma

diminuiĆ§Ć£o de aproximadamente 40% na duraĆ§Ć£o do pavimento em relaĆ§Ć£o a

referĆŖncia.

Do mesmo modo do volume de trƔfego mostrado na Tabela 53, o pavimento

submetido ao N de 7,5x106 avaliado pelo SisPavBR tem a vida Ćŗtil mais elevada

para um subleito de MR 53 MPa, e com certa igualdade para o pavimento com

subleito com MR 110 e 124 MPa (Tabela 53).

Page 124: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

124

Tabela 53 ā€“ Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 7,5x106 pelo SisPavBR

N 7,5x106

MR Subleito (MPa) 53 110 124

AvaliaĆ§Ć£o

CritƩrio desempenho (falha)

DN DN DN

205,31 248,43 235,05

Vida ƚtil do Pavimento

Anos 4,9 4,0 4,3

DN: Dano CrĆ­tico (%)

Na Tabela 54 estĆ” a vida Ćŗtil do pavimento para N de 2,5x107 avaliado pelo

SisPavBR.

Tabela 54 ā€“ Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 2,5x107 pelo SisPavBR

N 2,5x107

MR Subleito (MPa) 53 110 124

AvaliaĆ§Ć£o

CritƩrio desempenho (falha)

DN DN DN

329,46 355,58 346,29

Vida ƚtil do Pavimento

Anos 3,0 2,8 2,9

DN: Dano CrĆ­tico (%)

Com o N de 2,5x107 o tempo de vida Ćŗtil do pavimento ficou praticamente o

mesmo, variando apenas cerca de 2 meses e mantendo como maior tempo de

duraĆ§Ć£o o pavimento com mĆ³dulo de resiliĆŖncia do subleito de 53 MPa. A avaliaĆ§Ć£o

do SisPavBR demonstra que o pavimento projetado pelo mƩtodo do DNIT teria vida

Ćŗtil em torno de 30%.

Como mostra a Tabela 55, o volume de trƔfego de 7,5x107, avaliado pelo

SisPavBR a vida Ćŗtil do pavimento chega a pouco mais de 2 anos para os trĆŖs

mĆ³dulos de resiliĆŖncia do subleito, ou seja, o pavimento dimensionado pelo DNIT

para uma vida de projeto de 10 anos, mais 10% em relaĆ§Ć£o ao N de 2,5x107.

Page 125: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

125

Tabela 55 ā€“ Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 7,5x107 pelo SisPavBR

N 7,5x107

MR Subleito (MPa) 53 110 124

AvaliaĆ§Ć£o

CritƩrio desempenho (falha)

DN DN DN

470,10 467,46 446,44

Vida ƚtil do Pavimento

Anos 2,1 2,1 2,2

DN: Dano CrĆ­tico (%)

No caso em que N Ć© de grandeza na ordem de 108, a vida Ćŗtil do pavimento

chega a pouco mais de 1,5 anos nĆ£o apresentando variaĆ§Ć£o significativa em os MR

do subleito. O dano crĆ­tico neste caso chega aproximadamente a 600% (Tabela 56).

Tabela 56 ā€“ Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 1,0x108 pelo SisPavBR

N 1,0x108

MR Subleito (MPa) 53 110 124

AvaliaĆ§Ć£o

CritƩrio desempenho (falha)

DN DN DN

627,45 623,94 595,88

Vida ƚtil do Pavimento

Anos 1,6 1,6 1,7

DN: Dano CrĆ­tico (%)

A semelhanƧa entre a vida de projeto e dano crƭtico dos pavimentos que

possuem o mĆ³dulo de resiliĆŖncia de 110 MPa e 124 MPa, pode ser explicada pelas

consideraƧƵes no cĆ”lculo da tensĆ£o admissĆ­vel no subleito, pois conforme estĆ” nos

estudos de GuimarĆ£es (2014), o mĆ³dulo de resiliĆŖncia contribui 0,6% o que ocasiona

em uma parcela muito prĆ³xima, ou seja, uma diferenƧa na ordem de 0,08 MPa.

A vida de projeto ser maior para o pavimento com subleito de mĆ³dulo de

resiliĆŖncia de 53 MPa, para N de 2,5x106 e 7,5x106, pode ser entendida devido a

camada de sub-base ser atƩ o dobro da espessura dos outros perfis, assim este

esforƧo acaba sendo absorvido parcialmente atƩ chegar ao subleito.

Page 126: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

126

4.2.2 AnƔlise do pavimento por meio da AASHTO

Com uma confiabilidade de 50% foram obtidos o tempo de vida Ćŗtil do

pavimento e o critĆ©rio de desempenho que nĆ£o foi atendido, conforme mostra as

Tabelas 57 Ć  61.

Tabela 57 ā€“ Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 2,5x106 pela AASHTO

N 2,5x106

MR Subleito (MPa) 53 110 124

AvaliaĆ§Ć£o

CritƩrio desempenho (falha)

DT - DT

27,46 - 19,51

Vida ƚtil do Pavimento

Anos 2,3 10 9,5

DT : DeformaĆ§Ć£o total pavimento (mm)

O pavimento que satisfez o tempo de projeto de 10 anos foi onde o subleito

tem MR de 110 MPa e muito prĆ³ximo de atingir esta idade foi quando MR foi de 124

MPa, no entanto, para MR de 53 MPa, a estrutura ficou longe de atender e a

deformaĆ§Ć£o total do pavimento foi o critĆ©rio de desempenho nĆ£o atendido, ficando

em 27,46 mm de deformaĆ§Ć£o e o limite avaliado pelo mĆ©todo Ć© de 19 mm,

ultrapassou em aproximadamente 45% o limite.

Com o volume de trƔfego mais elevado (Tabela 58) consequentemente a vida

Ćŗtil do pavimento para um subleito com MR de 53 MPa caiu de 2,3 anos para 1,8

anos excedendo o limite da deformaĆ§Ć£o total permanente do pavimento. Para o MR

de 110 e 124 MPa, a vida Ćŗtil tambĆ©m reduziu, porĆ©m o critĆ©rio de desempenho nĆ£o

atendido foi o trincamento no revestimento de cima para baixo, onde o MR de 110

MPa ultrapassou o limite de 378,8 m/km em aproximadamente 45% e para o MR de

124 MPa o limite foi ultrapassado em mais de 140%.

Page 127: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

127

Tabela 58 ā€“ Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 7,5x106 pela AASHTO

N 7,5x106

MR Subleito (MPa) 53 110 124

AvaliaĆ§Ć£o

CritƩrio desempenho (falha)

DT AC TD AC TD

30,4 549,24 922,35

Vida ƚtil do Pavimento

Anos 1,8 7,8 4,8

DT: DeformaĆ§Ć£o total pavimento (mm)

AC TD : Trincamento top-down revestimento (m/km)

Para volume de trĆ”fego na casa de 107 o pavimento nĆ£o chega atingir a vida

Ćŗtil de 1 ano com o subleito de MR 124 MPa e o critĆ©rio de desempenho nĆ£o

atendido para este mĆ³dulo e o de 110 MPa Ć© o trincamento do pavimento de cima

para baixo, no caso do MR de 53 MPa a deformaĆ§Ć£o total do pavimento nĆ£o Ć©

satisfeita. Sendo que a deformaĆ§Ć£o ultrapassa o limite em 87% e o trincamento em

360% (Tabela 59).

Tabela 59 ā€“ Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 2,5x107 pela AASHTO

N 2,5x107

MR Subleito (MPa) 53 110 124

AvaliaĆ§Ć£o

CritƩrio desempenho (falha)

DT AC TD AC TD

35,66 1702,65 1837,12

Vida ƚtil do Pavimento

Anos 1,1 1,2 0,8

DT : DeformaĆ§Ć£o total pavimento (mm)

AC TD : Trincamento top-down revestimento (m/km)

Com N de 7,5x107 (Tabela 60) os critĆ©rios de desempenho nĆ£o atendidos

para cada MR do subleito foram os mesmos do volume de trƔfego de 2,5x107, no

entanto, o tempo de vida Ćŗtil do pavimento caiu bruscamente chegando ao nĆ­vel da

maior expectativa de vida Ćŗtil do pavimento foi para MR de 53 MPa com pouco mais

de 6 meses. O trincamento de cima para baixo ultrapassou o limite em 410%, ou

seja, uma vida Ćŗtil de aproximadamente 2,5 meses.

Page 128: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

128

Tabela 60 ā€“ Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 7,5x107 pela AASHTO

N 7,5x107

MR Subleito (MPa) 53 110 124

AvaliaĆ§Ć£o

CritƩrio desempenho (falha)

DT AC TD AC TD

41,48 1931,82 1969,7

Vida ƚtil do Pavimento

Anos 0,6 0,3 0,2

DT : DeformaĆ§Ć£o total pavimento (mm)

AC TD : Trincamento top-down revestimento (m/km)

Para o caso demonstrado na Tabela 61, observa-se que nĆ£o foram atendidos

os mesmos critƩrios de desempenho do N de 7,5x107 e o percentual ultrapassado

em cada estrutura de pavimento tambĆ©m foram prĆ³ximos, no entanto, a vida Ćŗtil do

pavimento nĆ£o ultrapassou hĆ” 2,5 meses.

Demonstra que o pavimento dimensionado pelo mƩtodo do DNIT tem

durabilidade menor a cada momento em que o N Ć© aumentado.

Tabela 61 ā€“ Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 1,0x108 pela AASHTO

N 1,0x108

MR Subleito (MPa) 53 110 124

AvaliaĆ§Ć£o

CritƩrio desempenho (falha)

DT AC TD AC TD

45,87 1950,76 1969,7

Vida ƚtil do Pavimento

Anos 0,2 0,2 0,1

DT : DeformaĆ§Ć£o total pavimento (mm)

AC TD : Trincamento top-down revestimento (m/km)

A deformaĆ§Ć£o total do pavimento pode estar acontecendo em subleitos de MR

de 53 MPa devido a baixa capacidade de suporte. O aparecimento do trincamento

top-down no revestimento se explica por meios dos estudos de NuƱez (2011) em

valores de N a partir de 7,5x106, pois constatou comum e relevante para cargas mais

elevadas o surgimento de esforƧos de cisalhamento do concreto asfƔltico.

No trabalho de Matos (2011) onde fez a avaliaĆ§Ć£o do surgimento de

trincamento no revestimento asfƔltico, foi determinado que 78% dos pavimentos

Page 129: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

129

avaliados obtiveram trincamento top-down, mostrando a relevĆ¢ncia de se considerar

este tipo de mecanismo de deterioraĆ§Ć£o. Outro fator determinado nos estudos foi

que surgimento do trincamento top-down estĆ” relacionado com a rigidez da camada

de base.

Desta forma, o surgimento do trincamento top-down nos casos de estudos do

trabalho podem estar relacionados com a rigidez das camadas inferiores ao

revestimento, em especĆ­fico o subleito, visto que pode ser melhor entendido por

meio da anƔlise apresentada no item 4.3, onde mostra na Tabela 66 os coeficientes

obtidos por regressĆ£o linear para o trincamento top-down onde o volume de trĆ”fego

e o mĆ³dulo do subleito colaboram com o desenvolvimento da deterioraĆ§Ć£o do

pavimento.

Com a formaĆ§Ć£o da equaĆ§Ć£o 31 Ć© possĆ­vel verificar que com o aumento do

MR do subleito, o trincamento top-down irĆ” se desenvolver com maior intensidade.

TambĆ©m fica evidente que a espessura do revestimento Ć© que tem menor influĆŖncia

neste critĆ©rio, visto que com o aumento de espessura existente uma tendĆŖncia maior

ao cisalhamento do revestimento segundo os estudos de Kern (2014)

Na Figura 49 estĆ” a evoluĆ§Ć£o da vida Ćŗtil dos pavimentos avaliados por meio

do SisPavBR e AASHTO, variando em funĆ§Ć£o do volume de trĆ”fego. Ɖ possĆ­vel

observar que a avaliaĆ§Ć£o realizada pelo SisPavBR demonstra uma semelhanƧa no

formato das curvas, o que pode ser reflexo de uma calibraĆ§Ć£o dos modelos mais

eficazes, visto que todas evoluem da mesma maneira.

Page 130: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

130

Figura 49 - Vida Ćŗtil do pavimento dimensionado pelo DNIT e avaliado seu

desempenho pelo SisPavBR e AASHTO

Para avaliaĆ§Ć£o realizada pela AASHTO nota-se que existe certa variabilidade,

visto que para os volumes de trƔfego de 2,5x106 e 7,5x106 o grƔfico demonstra uma

evidente variaĆ§Ć£o na vida de Ćŗtil, bem como a partir destes volumes de trĆ”fego os

pavimentos alternam-se, passando o subleito com menor capacidade de suporte ter

vida Ćŗtil mais elevada.

O pavimento com mĆ³dulo de resiliĆŖncia de 53 MPa, ter maior vida Ćŗtil em

alguns casos, pode ser devido a camadas de sub-base serem mais espessas, assim

transmitindo menores tensƵes ao subleito. No caso da avaliaĆ§Ć£o da AASHTO chegar

a uma vida Ćŗtil maior no subleito de mĆ³dulo de resiliĆŖncia de 110 MPa do que no

pavimento com MR de 124 MPa, pode ser devido as caracterĆ­sticas do solos que

sĆ£o considerados nas avaliaƧƵes, bem como nos procedimentos de execuĆ§Ć£o dos

pavimentos.

Com a expectativa de vida do pavimento e considerando verdade que o

pavimento dimensionado pelo DNIT de forma empĆ­rica nĆ£o tem a durabilidade que

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

0,00E+00 2,00E+07 4,00E+07 6,00E+07 8,00E+07 1,00E+08

Vid

a ƚ

til d

o P

avim

ento

(an

os)

Volume TrƔfego (N)

53MPa - AASHTO

110MPa - AASHTO

124MPa - AASHTO

53MPa - SisPavBR

110MPa - SisPavBR

124MPa - SisPavBR

Page 131: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

131

diz os dimensionamentos mecanĆ­stico-empĆ­rico da AASHTO e SisPavBR. O

pavimento pode ser relacionado com os valores de custo obtidos no item 4.1.4 e

estimar o custo deste pavimento para uma durabilidade de 10 anos, desta forma foi

construĆ­da a Tabela 62, considerando a execuĆ§Ć£o de reparos a cada ciclo de vida do

pavimento segundo o SisPavBR e AASHTO.

Para isto, foi considerada a execuĆ§Ć£o de recuperaĆ§Ć£o do pavimento de uma

camada de tratamento superficial duplo, imprimaĆ§Ć£o e pintura de ligaĆ§Ć£o, com

valores de R$85.161,66; R$30.654,25 e R$7.337,02 (km); respectivamente.

Vale lembrar que o desenvolvimento da Tabela 62 Ʃ de carƔter ilustrativo,

visto que a aplicaĆ§Ć£o de tratamento superficial duplo nĆ£o pode ser considerada uma

soluĆ§Ć£o generalizada, dependendo de uma avaliaĆ§Ć£o da estrutura. Foi adotado este

valor devido ser mediano entre um microrevestimento e um recapeamento, ou seja,

sendo um valor de custo mĆ©dio para a soluĆ§Ć£o de forma geral.

O ciclo de reaplicaĆ§Ć£o da recuperaĆ§Ć£o nĆ£o foi avaliado, pois ao ser aplicado o

tratamento superficial duplo a estrutura deveria ser novamente submetida ao trƔfego

e determinar a nova estimativa de vida. TambĆ©m nĆ£o foi trazido o valor do custo

para o presente lĆ­quido, que gera um custo pouco menor, no entanto o objetivo Ć©

fazer uma simples avaliaĆ§Ć£o se existe diferenƧa de custo significativa, como tambĆ©m

mostrar que Ʃ possƭvel que o pavimento que estƔ se demonstrando mais econƓmico

pode nĆ£o ser real ao ser levado em consideraĆ§Ć£o mais variĆ”veis.

Desta forma os valores e condiƧƵes utilizadas para montagem da Tabela 62

provavelmente estĆ£o inferiores Ć  realidade de custo que serĆ” necessĆ”rio para

desenvolver a recuperaĆ§Ć£o do pavimento, pois alĆ©m de nĆ£o ser possĆ­vel aplicar em

grande maioria o TSD como soluĆ§Ć£o, deverĆ” ser realizada em muitos locais a

fresagem do pavimento para aplicaĆ§Ć£o de uma nova camada de revestimento. Bem

como o ciclo de aplicaĆ§Ć£o da recuperaĆ§Ć£o que em alguns casos pode parecer

pequeno, em algumas situaƧƵes poderĆ” ser necessĆ”ria a aplicaĆ§Ć£o de TSD em

ciclos ainda menores. Ou seja, existe uma grande probabilidade da realidade de

custo de recuperaĆ§Ć£o dos pavimentos estudados ser maior que o exposto na tabela.

Page 132: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

132

Tabela 62 ā€“ Custo Pavimento DNIT para durabilidade 10 anos conforme SisPavBR e

AASHTO

N MR 53 MPa 110 MPa 124 MPa

2,5

0E

+0

6

DNIT/ SisPavBR

Custo / Km R$ 2.081.358,96 R$ 1.599.161,16 R$ 1.588.358,27

VM (anos) 7 5,7 6

DNIT/ AASHTO

Custo / Km R$ 2.440.873,71 R$ 1.506.256,32 R$ 1.519.939,98

VM (anos) 2,3 10 9

7,5

0E

+0

6

DNIT/ SisPavBR

Custo / Km R$ 2.307.545,91 R$ 1.841.772,91 R$ 1.820.292,75

VM (anos) 4,9 4 4,3

DNIT/ AASHTO

Custo / Km R$ 2.740.396,32 R$ 1.691.778,96 R$ 1.790.459,19

VM (anos) 1,8 7,8 4,8

2,5

0E

+0

7

DNIT/ SisPavBR

Custo / Km R$ 2.559.474,49 R$ 2.095.491,74 R$ 1.645.056,11

VM (anos) 3 2,8 2,9

DNIT/ AASHTO

Custo / Km R$ 3.268.536,78 R$ 2.681.934,24 R$ 2.759.802,41

VM (anos) 1,1 1,2 0,8

7,5

0E

+0

7

DNIT/ SisPavBR

Custo / Km R$ 2.886.194,45 R$ 2.392.889,57 R$ 1.930.964,08

VM (anos) 2,1 2,1 2,2

DNIT/ AASHTO

Custo / Km R$ 4.352.300,68 R$ 5.911.544,54 R$ 7.528.824,26

VM (anos) 0,6 0,3 0,2

1,0

0E

+0

8

DNIT/ SisPavBR

Custo / Km R$ 3.069.457,73 R$ 2.576.152,85 R$ 2.095.607,02

VM (anos) 1,6 1,6 1,7

DNIT/ AASHTO

Custo / Km R$ 8.457.398,15 R$ 7.964.093,28 R$ 13.686.470,47

VM (anos) 0,2 0,2 0,1

VM: Vida ManutenĆ§Ć£o - tempo que o pavimento necessitarĆ” reparos

Com os valores de custos da Tabela 62, o custo de execuĆ§Ć£o do pavimento

dimensionado pelo DNIT passa a ser mais elevado, mesmo para os casos em que o

volume de trĆ”fego Ć© menor, pois a comparaĆ§Ć£o com um N de 108 pode ocasionar em

um preƧo super elevado, visto que os ciclos de manutenĆ§Ć£o conforme obtido pelos

softwares Ć© muito pequeno.

Desta forma, indica que o pavimento dimensionado pelo DNIT de forma

empĆ­rica resulta em um pavimento que pode estar causando uma ideia equivocada

de economicidade, enquanto na verdade este pavimento causa gasto mais elevado,

bem como a insatisfaĆ§Ć£o do usuĆ”rio da rodovia.

Assim, outros mƩtodos de dimensionamento podem se mostrar mais

atraentes para realidade atual do trƔfego brasileiro, da mesma forma que

Page 133: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

133

pavimentos rĆ­gidos para determinadas rodovias, visto que em longo prazo o retorno

financeiro e satisfaĆ§Ć£o do usuĆ”rio sejam melhores atendidos.

4.3 ESTUDO ESTATƍSTICO DOS RESULTADOS DO AASHTOWARE

PAVEMENT

No estudo realizado por meio do software de anƔlise estatƭstica, foram obtidos

por meio de regressĆ£o linear mĆŗltipla com confiabilidade de 95% os resultados que

se mostra nas Tabelas 63 Ơ 67 para os critƩrios de desempenho avaliados pelo

AASHTOWare Pavement, estes dados levaram em consideraĆ§Ć£o a relaĆ§Ć£o de

dependĆŖncia dos critĆ©rios de desempenho com o volume de trĆ”fego, espessuras das

camadas e mĆ³dulo de resiliĆŖncia das camadas. Nas Figuras 50 Ć  54 mostram o

agrupamento destes valores, para relaĆ§Ć£o entre os valores previstos e os valores

obtidos pelo software.

Vale lembrar que os coeficientes contidos nas tabelas marcados de vermelho,

determinam as variĆ”veis que o software identifica como com maior influĆŖncia para

determinaĆ§Ć£o dos critĆ©rios de desempenho (variĆ”veis dependentes). TambĆ©m deve

ser considerado que o software analisa as variƔveis independentes com a mesma

amplitude de variaĆ§Ć£o, ou seja, os valores devem ser parametrizados para que

exista a identificaĆ§Ć£o da influĆŖncia causada por cada variĆ”vel.

Desta forma, as variƔveis independentes devem ser parametrizadas por meio

das equaƧƵes 21 Ơ 27, antes dos valores serem inseridos nas equaƧƵes obtidas

para determinaĆ§Ć£o dos critĆ©rios de desempenho do pavimento.

š‘š‘ = āˆ’1,05 + 2,05 Ɨ 10āˆ’8š‘ (21)

šøš‘Ÿš‘’š‘£š‘= āˆ’1,67 + 13 Ɨ 10āˆ’3šøš‘Ÿš‘’š‘£ (22)

šøš‘š‘Žš‘ š‘= āˆ’4 + 2 Ɨ 10āˆ’2šøš‘š‘Žš‘  (23)

šøš‘ š‘¢š‘š‘= āˆ’3 + 13 Ɨ 10āˆ’3šøš‘ š‘¢š‘ (24)

š‘€š‘š‘Žš‘ š‘= āˆ’3 + 2 Ɨ 10āˆ’2š‘€š‘š‘Žš‘  (25)

š‘€š‘ š‘¢š‘š‘= āˆ’2 + 1 Ɨ 10āˆ’2š‘€š‘ š‘¢š‘ (26)

š‘€š‘ š‘™š‘ = āˆ’2,59 + 29 Ɨ 10āˆ’3š‘€š‘ š‘™ (27)

Onde:

Page 134: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

134

š‘š‘ , š‘ = Volume de trĆ”fego parametrizado e volume de trĆ”fego real;

šøš‘Ÿš‘’š‘£ š‘,šøš‘Ÿš‘’š‘£ = Espessura revestimento parametrizado e espessura

revestimento real;

šøš‘š‘Žš‘  š‘, šøš‘š‘Žš‘  = Espessura base parametrizado e espessura base real;

šøš‘ š‘¢š‘ š‘, šøš‘ š‘¢š‘ = Espessura sub-base parametrizado e espessura sub-base real;

š‘€š‘š‘Žš‘  š‘, š‘€š‘š‘Žš‘  = MR da base parametrizado e MR da base real;

š‘€š‘ š‘¢š‘ š‘, š‘€š‘ š‘¢š‘ = MR da sub-base parametrizado e MR da sub-base real;

š‘€š‘ š‘™ š‘, š‘€š‘ š‘™ = MR do subleito parametrizado e MR do subleito real;

Tabela 63 ā€“ Coeficientes obtidos para regressĆ£o linear dos valores do IRI

Regression Summary for Dependent Variable: IRI R= 0,93630147 RĀ²= 0,87666045 Adjusted RĀ²= 0,87639332 F(7,3232)=3281,7 p<0,0000 Std.Error of estimate: 0,18523

b Std. Err. of. b

Intercept 2,189215 0,003406

N 0,454667 0,004098

Erev -0,373157 0,004366

Ebas -0,018532 0,003985

Esub -0,018130 0,003829

Mrbas -0,083046 0,003985

Mrsub -0,042333 0,003985

Mrsl -0,171139 0,003254

A equaĆ§Ć£o 28 determina o IRI por meio dos coeficientes contidos na Tabela

63.

š¼š‘…š¼ = 2,189 + 0,454. š‘ āˆ’ 0,373. šøš‘Ÿš‘’š‘£ āˆ’ 0,0185. šøš‘š‘Žš‘  āˆ’ 0,0181. šøš‘ š‘¢š‘ āˆ’

0,083. š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’ 0,042. š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 0,171. š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ (28)

A Tabela 63 demonstra que o nĆ­vel de significĆ¢ncia das variĆ”veis sĆ£o todas

expressivas para determinaĆ§Ć£o do IRI, sendo que o N causa aumento no valor do

IRI, bem como as espessuras e mĆ³dulos de resiliĆŖncia das camadas que evitam a

formaĆ§Ć£o de irregularidades no pavimento. PorĆ©m, a espessura do revestimento e

mĆ³dulo de resiliĆŖncia do subleito tem maior influĆŖncia para inibir o desenvolvimento

do IRI no pavimento.

Page 135: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

135

Nos grƔficos que relacionam os valores previstos e os obtidos por meio da

anĆ”lise estatĆ­stica, estĆ£o demarcados os limites que devem ser atendidos pela

AASHTO (vermelho) e pelo DNIT (verde), sendo que os limites desenvolvidos pelo

DNIT estĆ£o demonstrados no item 3.5 do trabalho, que foram obtidos por meio das

consideraƧƵes contidas no Manual de RestauraĆ§Ć£o de Pavimentos AsfĆ”lticos de

2006.

Na Figura 50, estĆ” o limite do DNIT para IRI conforme Manual de

RestauraĆ§Ć£o, o que indica que os pavimentos analisados estĆ£o quase em sua

totalidade dentro deste limite, ou seja, a utilizaĆ§Ć£o desta equaĆ§Ć£o para determinaĆ§Ć£o

deste critĆ©rio em um dimensionamento de pavimento regular Ć© de Ć­ndice satisfatĆ³rio

significativo.

Figura 50 - Valores obtidos x previstos para IRI

Na deformaĆ§Ć£o total permanente do pavimento, mantĆŖm-se a mesma

influĆŖncia das variĆ”veis N, causando aumento na deformaĆ§Ć£o, as espessuras e

Valores Observados x Previstos

IRI (m/km)

0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8 2.0 2.2 2.4 2.6 2.8 3.0 3.2 3.4 3.6

Valores Previstos

1.2

1.4

1.6

1.8

2.0

2.2

2.4

2.6

2.8

3.0

3.2

3.4

3.6

3.8

4.0

Va

lore

s O

bse

rva

do

s

0.95 Conf.Int.

AASHTO

DNIT

Page 136: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

136

mĆ³dulos ajudando a inibir o desenvolvimento de deformaƧƵes, porĆ©m as espessuras

da base e sub-base neste caso causam menor influĆŖncia e resultado segundo a

avaliaĆ§Ć£o.

Na Tabela 64 estĆ£o os coeficientes obtidos por regressĆ£o linear para

deformaĆ§Ć£o total permanente do pavimento.

Tabela 64 ā€“ Coeficientes obtidos para regressĆ£o linear dos valores da DeformaĆ§Ć£o

Total Pavimento

Regression Summary for Dependent Variable: Def. Total Pavimento R= 0,95092181 RĀ²= 0,90425229 Adjusted RĀ²= 0,90404492 F(7,3232)=4360,5 p<0,0000 Std.Error of estimate: 4,0975

b Std. Err. of. b

Intercept 31,93536 0,075348

N 10,69071 0,090656

Erev -9,64488 0,096580

Ebas -0,08641 0,088165

Esub -0,09112 0,084706

Mrbas -1,55781 0,088165

Mrsub -0,96457 0,088165

Mrsl -5,67279 0,071986

A equaĆ§Ć£o 29 determina a DeformaĆ§Ć£o total pavimento por meio dos

coeficientes contidos na Tabela 64.

š·š‘”š‘ = 31,935 + 10,69. š‘ āˆ’ 9,644. šøš‘Ÿš‘’š‘£ āˆ’ 0,086. šøš‘š‘Žš‘  āˆ’ 0,091. šøš‘ š‘¢š‘ āˆ’

1,557. š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’ 0,964. š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 5,672. š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ (29)

Se considerado ambos os limites descrito pelo DNIT e AASHTO para

deformaĆ§Ć£o permanente total do pavimento ficam os valores obtidos por meio da

regressĆ£o linear para determinaĆ§Ć£o deste critĆ©rio com grande parte dos valores fora

do limite, no entanto a equaĆ§Ć£o da deformaĆ§Ć£o total do pavimento tem boa

aceitabilidade para utilizaĆ§Ć£o como dimensionamento do pavimento.

Observando os grƔficos das Figuras 50 e 51, Ʃ possƭvel verificar que os

valores tendem a ficarem mais prĆ³ximos da reta de ajuste, com uma tendĆŖncia linear

com valores de RĀ² entre 0,85 a 0,9; com um percentual de convergĆŖncia dos valores

superior a 85%. No entanto, para o trincamento bottom-up e top-down Ʃ fƔcil verificar

Page 137: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

137

que acontece uma queda na convergĆŖncia dos valores, visto que o caso mostrado

na figura 53 apresenta o RĀ² de 0,73; onde mostra que os valores apresentam uma

pequena dispersĆ£o nos valores intermediĆ”rios.

Figura 51 - Valores obtidos x previstos para deformaĆ§Ć£o total pavimento

A Tabela 65 indica que o volume de trƔfego incide no desenvolvimento de

trincas de baixo para cima e da mesma forma que os demais critƩrios, as

espessuras e mĆ³dulos das camadas evitam esta ocorrĆŖncia, porĆ©m a variĆ”vel mais

significativa neste caso Ć© a espessura revestimento, ou seja, quanto maior

espessura menor serĆ” a incidĆŖncia de trincas bottom-up.

Valores Observados x Previstos

DeformaĆ§Ć£o Total Pavimento (mm)

0 10 20 30 40 50 60 70

Valores Previstos

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Va

lore

s O

bse

rva

do

s

0.95 Conf.Int.

AASHTO

DNIT

Page 138: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

138

Tabela 65 ā€“ Coeficientes obtidos para regressĆ£o linear dos valores do trincamento

no revestimento de baixo para cima

Regression Summary for Dependent Variable: Trinc. bottom-up Revest. R= 0,85622483 RĀ²= 0,73312096 Adjusted RĀ²= 0,73254295 F(7,3232)=1268,3 p<0,0000 Std.Error of estimate: 15,843

b Std. Err. of. b

Intercept 31,5983 0,291333

N 25,1203 0,350524

Erev -21,0887 0,373429

Ebas -1,9171 0,340892

Esub -1,7792 0,327519

Mrbas -5,7402 0,340892

Mrsub -2,2858 0,340892

Mrsl -3,5600 0,278337

A equaĆ§Ć£o 30 determina o trincamento bottom-up no revestimento por meio

dos coeficientes contidos na Tabela 65.

š‘‡š‘š‘ = 31,598 + 25,12. š‘ āˆ’ 21,08. šøš‘Ÿš‘’š‘£ āˆ’ 1,917. šøš‘š‘Žš‘  āˆ’ 1,779. šøš‘ š‘¢š‘ āˆ’

5,77. š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’ 2,28. š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 3,56. š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ (30)

Na Figura 52 que trata do trincamento do revestimento bottom-up os valores

analisados se afastam dos limites da AASHTO e DNIT, ficando com um percentual

maior de resultados que nĆ£o atendem os limites previstos para um pavimento com

condiƧƵes regulares de uso, porƩm ainda permanece com a maioria dos resultados

analisados dentro da regiĆ£o de valores satisfatĆ³rios, visto que existe uma

concentraĆ§Ć£o de valores na faixa inicial da reta, prĆ³ximo ao limite da AASHTO de

25%.

Page 139: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

139

Figura 52 - Valores obtidos x previstos para trincamento no revestimento bottom-up

No caso do trincamento no revestimento de cima para baixo (Tabela 66) o RĀ²

cai para 0,4 onde os valores ficam em uma nuvem, ou seja, com uma dispersĆ£o

significativa entre os resultados. Onde os valores centrais (intermediƔrios) tendem a

se afastarem da reta de ajuste dos valores.

A equaĆ§Ć£o 31 determina o trincamento no revestimento de top-down por meio

dos coeficientes contidos na Tabela 66.

š‘‡š‘š‘ = 955,4 + 550,44. š‘ āˆ’ 12,1. šøš‘Ÿš‘’š‘£ āˆ’ 69,46. šøš‘š‘Žš‘  āˆ’ 90,28. šøš‘ š‘¢š‘ āˆ’

147,75. š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’ 80,13. š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ + 99,65. š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ (31)

Valores Observados x Previstos

Trincamento Revestimento bottom-up (%)

-40 -20 0 20 40 60 80 100

Valores Previstos

-20

0

20

40

60

80

100

120

Va

lore

s O

bse

rva

do

s

0.95 Conf.Int.

AASHTO

DNIT

Page 140: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

140

Tabela 66 ā€“ Coeficientes obtidos para regressĆ£o linear dos valores do trincamento

no revestimento de cima para baixo

Regression Summary for Dependent Variable: Trinc. top-down Revest. R= 0,63695810 RĀ²= 0,40571562 Adjusted RĀ²=0,40442849 F(7,3232)=315.21 p<0.0000 Std.Error of estimate: 579,88

b Std. Err. of. b

Intercept 955,405 10,66309

N 550,443 12,82954

Erev -12,108 13,66788

Ebas -69,462 12,47701

Esub -90,280 11,98752

Mrbas -147,759 12,47701

Mrsub -80,138 12,47701

Mrsl 99,659 10,18744

Por meio dos coeficientes contidos na Tabela 66, verifica-se que possuem

valores altos (em mĆ³dulo), porĆ©m o valor da constante Ć© bem superior chegando a

aproximadamente o dobro do valor do coeficiente do volume de trƔfego, apontando a

nĆ£o convergĆŖncia dos valores, bem como a estimativa de erro passa a ser elevada.

TambĆ©m define como menor fator de influĆŖncia para o trincamento de cima

para baixo a espessura do revestimento, bem como o mĆ³dulo de resiliĆŖncia do

subleito colabora para o surgimento deste trincamento, ou seja, quanto mais elevado

o mĆ³dulo do subleito maior serĆ” a probabilidade do surgimento de trincas.

Para este critĆ©rio de desempenho do pavimento nĆ£o Ć© aconselhĆ”vel definir

uma equaĆ§Ć£o linear para descrever o comportamento do trincamento do

revestimento quando ocorrido de cima para baixo, a dispersĆ£o dos valores obtidos

nĆ£o definem uma equaĆ§Ć£o de ajuste por meio da regressĆ£o levando em

consideraĆ§Ć£o o volume de trĆ”fego, espessuras das camadas e mĆ³dulo de resiliĆŖncia

das mesmas. Observando o limite da AASHTO, verifica-se que a grande maioria dos

pavimentos analisados estĆ” com trincamento do tipo top-down em uma vasta

extensĆ£o do pavimento (Figura 53).

Page 141: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

141

Figura 53 - Valores obtidos x previstos para trincamento revestimento top-down

Na Tabela 67, o N demonstra que auxilia no aumento da deformaĆ§Ć£o do

revestimento, juntamente com a espessura da base, no entanto, a espessura da

base com valor bem menor, ou seja, a grande carga de deformaĆ§Ć£o vem do volume

de trƔfego.

JĆ” a espessura do revestimento e mĆ³dulo de resiliĆŖncia sĆ£o as variĆ”veis que

causam menor incidĆŖncia de deformaĆ§Ć£o no revestimento. A espessura da sub-base

e os mĆ³dulos de resiliĆŖncia da base e sub-base tem influĆŖncia muito baixa para

sobre a determinaĆ§Ć£o da deformaĆ§Ć£o do revestimento.

Valores Observados x Previstos

Trincamento Revestimento top-down (m/km)

-200 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200

Valores Previstos

-200

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

2200

Va

lore

s O

bse

rva

do

s

0.95 Conf.Int.

AASHTO

Page 142: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

142

Tabela 67 ā€“ Coeficientes obtidos para regressĆ£o linear dos valores da deformaĆ§Ć£o

do revestimento

Regression Summary for Dependent Variable: Defor. Revestimento

R= 0,95457891 RĀ²= 0,91122089 Adjusted RĀ²= 0,91102861

F(7,3232)=4739,0 p<0,0000 Std.Error of estimate: 1,9819

b Std. Err. of. b

Intercept 11,91647 0,036445

N 7,32744 0,043849

Erev -3,36967 0,046714

Ebas 0,10596 0,042644

Esub -0,02471 0,040971

Mrbas -0,05951 0,042644

Mrsub -0,02371 0,042644

Mrsl -0,21103 0,034819

A Figura 54 mostra os valores agrupados em intervalos, porƩm sua grande

maioria em torno da reta de ajuste. Em relaĆ§Ć£o ao limite da AASHTO os valores

ficam com uma quantidade significativa fora do limite, no entanto o RĀ² descreve boa

confiabilidade para o uso da equaĆ§Ć£o da deformaĆ§Ć£o permanente do revestimento.

Page 143: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

143

Figura 54 - Valores obtidos x previstos para deformaĆ§Ć£o permanente do

revestimento

Devido Ć  dispersĆ£o dos valores em relaĆ§Ć£o Ć  reta de ajuste, com o percentual

de convergĆŖncia dos valores em um caso inferior atĆ© mesmo a 50%, foram

realizadas anƔlises dos critƩrios de desempenho dos pavimentos por meio da

interaĆ§Ć£o de 2ĀŖ e 3ĀŖ ordem das variĆ”veis independentes, volume de trĆ”fego,

espessura das camadas e mĆ³dulo de resiliĆŖncia das camadas do pavimento como

pode ser observado nas Tabelas 68 Ć  72.

Valores Observados x Previstos

DeformaĆ§Ć£o Permanente Revestimento (mm)

-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24

Valores Previstos

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

Va

lore

s O

bse

rva

do

s

0.95 Conf.Int.

AASHTO

Page 144: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

144

Tabela 68 ā€“ Coeficientes de regressĆ£o linear do IRI

Regression Summary for Dependent Variable: IRI

R= 0,98738369 RĀ²= 0,97492656 Adjusted RĀ²= 0,97450145

F(54,3185)=2293,4 p<0,0000 Std.Error of estimate: 0,08413

b Std. Err. of. b

b Std. Err. of. b

Intercept 2,328875 0,006209

N 0,444496 0,001906 EsubxMrsub -0,015622 0,002130

Erev -0,405974 0,002075 EsubxMrsl 0,015821 0,001739

Ebas -0,018280 0,001895 MrbasxMrbas 0,022435 0,003135

Esub -0,019043 0,001857 MrbasxMrsub -0,001930 0,002259

Mrbas -0,086411 0,001895 MrbasxMrsl 0,000754 0,001845

Mrsub -0,046662 0,001895 MrsubxMrsub 0,013880 0,003135

Mrsl -0,176907 0,001547 MrsubxMrsl 0,004965 0,001845

NxN -0,223639 0,004407 ErevxEbasxEsub -0,008626 0,002858

NxErev -0,192568 0,002497 ErevxEbasxMrbas 0,019433 0,002974

NxEbas -0,004944 0,002280 ErevxEbasxMrsub -0,013546 0,002974

NxEsub -0,005302 0,002190 ErevxEbasxMrsl -0,009297 0,002429

NxMrbas -0,017235 0,002280 ErevxEsubxMrbas -0,000917 0,002858

NxMrsub -0,009089 0,002280 ErevxEsubxMrsub 0,010509 0,002858

NxMrsl -0,044296 0,001861 ErevxEsubxMrsl -0,015349 0,002333

ErevxErev -0,027021 0,003325 ErevxMrbasxMrsub -0,002842 0,002974

ErevxEbas 0,019310 0,002475 ErevxMrbasxMrsl -0,002533 0,002429

ErevxEsub 0,022329 0,002333 ErevxMrsubxMrsl -0,003544 0,002429

ErevxMrbas 0,090992 0,002475 EbasxEsubxMrbas 0,001446 0,002609

ErevxMrsub 0,039157 0,002475 EbasxEsubxMrsub 0,002338 0,002609

ErevxMrsl 0,057636 0,002021 EbasxEsubxMrsl -0,004468 0,002130

EbasxEbas -0,001662 0,003135 EbasxMrbasxMrsub 0,001729 0,002715

EbasxEsub 0,007143 0,002130 EbasxMrbasxMrsl 0,002347 0,002217

EbasxMrbas -0,019954 0,002259 EbasxMrsubxMrsl -0,001257 0,002217

EbasxMrsub 0,011105 0,002259 EsubxMrbasxMrsub -0,001165 0,002609

EbasxMrsl 0,007797 0,001845 EsubxMrbasxMrsl -0,000530 0,002130

EsubxEsub -0,000802 0,004351 EsubxMrsubxMrsl 0,002733 0,002130

EsubxMrbas -0,000568 0,002130 MrbasxMrsubxMrsl -0,002208 0,002217

Com os valores da Tabela 68, foi construĆ­da a equaĆ§Ć£o 33 que determina o

valor do IRI com a ampliaĆ§Ć£o da interaĆ§Ć£o entre as variĆ”veis.

Page 145: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

145

š¼š‘…š¼ = 2,3289 + 0,4445š‘ āˆ’ 0,406šøš‘Ÿš‘’š‘£ āˆ’ 0,2236š‘2 āˆ’ 0,1926š‘. šøš‘Ÿš‘’š‘£ āˆ’

0,1769š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 0,091šøš‘Ÿš‘’š‘£ .š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’ 0,0864š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  + 0,0576šøš‘Ÿš‘’š‘£ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 0,0467š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’

0,0443š‘. š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 0,0392šøš‘Ÿš‘’š‘£ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 0,027šøš‘Ÿš‘’š‘£2 + 0,0224š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘ 

2 + 0,0223šøš‘Ÿš‘’š‘£ .šøš‘ š‘¢š‘ āˆ’

0,02šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  + 0,0194šøš‘Ÿš‘’š‘£ .šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  + 0,0193šøš‘Ÿš‘’š‘£ .šøš‘š‘Žš‘  āˆ’ 0,019šøš‘ š‘¢š‘ āˆ’

0,0183šøš‘š‘Žš‘  āˆ’ 0,0172š‘. š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  + 0,0158šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 0,0156šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’

0,0153šøš‘Ÿš‘’š‘£ . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 0,0139š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘2 āˆ’ 0,0135šøš‘Ÿš‘’š‘£ . šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ + 0,0111šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ +

0,0105šøš‘Ÿš‘’š‘£ . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 0,0093šøš‘Ÿš‘’š‘£ . šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 0,0091š‘. š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’

0,0086šøš‘Ÿš‘’š‘£ . šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ + 0,0078šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 0,0071šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 0,0053š‘. šøš‘ š‘¢š‘ +

0,005š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 0,0049š‘. šøš‘š‘Žš‘  āˆ’ 0,0045šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 0,0035šøš‘Ÿš‘’š‘£ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’

0,0028šøš‘Ÿš‘’š‘£ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ + 0,0027šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 0,0025šøš‘Ÿš‘’š‘£ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ +

0,0023šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 0,0023šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 0,0022š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’

0,0019š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ + 0,0017šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 0,0017šøš‘š‘Žš‘ 2 +

0,0014šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’ 0,0013šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 0,0012šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’

0,0009šøš‘Ÿš‘’š‘£ . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’ 0,0008šøš‘ š‘¢š‘2 + 0,0008š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 0,0006šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’

0,0005šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ (33)

Na Tabela 68 Ć© observado que o valor de RĀ² chega 0,97 aumentando em

aproximadamente 10% em relaĆ§Ć£o Ć  equaĆ§Ć£o composta apenas com os critĆ©rios de

desempenho, porĆ©m nota-se que algumas interaƧƵes sĆ£o de pouca interferĆŖncia nos

resultados visto que os coeficientes sĆ£o de ordem 10-4.

Com a anĆ”lise dos valores da Tabela 68 e a construĆ§Ć£o da equaĆ§Ć£o 33 que

estĆ” em ordem de maior grandeza de influĆŖncia dos valores sobre o IRI e,

demonstrou que o volume de trĆ”fego tem maior relaĆ§Ć£o com o aumento das

irregularidades do pavimento, a espessura do revestimento e mĆ³dulo de resiliĆŖncia

do subleito diminuem a existĆŖncia ou desenvolvimento do IRI.

Os grĆ”ficos que trazem a relaĆ§Ć£o entre os valores previstos e observados

estĆ£o nas Figuras 55 Ć  59, sendo que consta a inclusĆ£o das interaƧƵes de 2ĀŖ e 3ĀŖ

ordem das variƔveis independentes. Nos mesmos grƔficos encontram-se os limites

considerados pela AASHTO e DNIT para um pavimento em condiƧƵes regulares de

trafegabilidade.

Page 146: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

146

Figura 55 - Valores observados x previstos do IRI (3ĀŖ ordem)

Na Figura 50 os valores do IRI somente com a interaĆ§Ć£o dos critĆ©rios de

desempenho do pavimento mostram uma linearidade no comportamento dos

valores, porĆ©m no inĆ­cio e final da reta de ajuste ocorre uma pequena dispersĆ£o nos

valores, onde compreende um volume de trƔfego baixo e elevado. No entanto, com

a Figura 55 do grĆ”fico dos valores com as correlaƧƵes de 3ĀŖ ordem os resultados

ficam praticamente lineares, todos sobre a reta de ajuste ou envoltos, sem dispersĆ£o

de dados, o que ocasiona em uma convergĆŖncia dos dados de aproximadamente

97% dos resultados.

Os resultados obtidos com maior interaĆ§Ć£o dos resultados tambĆ©m

demonstram que os valores observados permanecem em praticamente sua

totalidade dentro dos limites de pavimentos aceitƔveis.

Para a deformaĆ§Ć£o total do pavimento o RĀ² passou de 0,90 para 0,98; um

aumento menor que o ocorrido no IRI, no entanto, este critƩrio jƔ estava com uma

convergĆŖncia dos dados mais precisa e com estes resultados passa a ter uma

Valores Previstos x Observados

IRI (m/km)

1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0

Valores Previstos

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,2

2,4

2,6

2,8

3,0

3,2

3,4

3,6

3,8

4,0

Va

lore

s O

bse

rva

do

s

0,95 Conf.Int.

AASHTO

DNIT

Page 147: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

147

precisĆ£o bem maior nos resultados da deformaĆ§Ć£o. Pois se observados os

coeficientes obtidos, verifica-se que os valores nĆ£o possuem uma variaĆ§Ć£o muito

elevada, bem como coeficientes de ordem muito pequena, neste caso apresentou

apenas um coeficiente na casa de 10-3, o restante dos coeficientes de dimensĆ£o

pequena variaram em torno de 10-1 e 10-2, desta forma a estimativa de erro Ć©

reduzida.

Tabela 69 ā€“ Coeficientes de regressĆ£o linear deformaĆ§Ć£o total pavimento

Regression Summary for Dependent Variable: Def. Total Pavimento R= 0,99179050 RĀ²= 0,98364839 Adjusted RĀ²= 0,98337116 F(54,3185)=3548,1 p<0,0000 Std.Error of estimate: 1,7058

b Std. Err. of. b

b Std. Err. of. b

Intercept 32,8793 0,125885

N 10,4766 0,038637 EsubxMrsub 0,2068 0,045807

Erev -10,1793 0,042083 EsubxMrsl 0,1504 0,037401

Ebas -0,0601 0,038416 MrbasxMrbas -0,0426 0,088221

Esub -0,0963 0,037657 MrbasxMrsub 0,0180 0,043188

Mrbas -1,5858 0,038416 MrbasxMrsl -0,3461 0,043188

Mrsub -1,0573 0,038416 MrsubxMrsub 0,2755 0,035262

Mrsl -5,9065 0,031367 MrsubxMrsl 0,5801 0,063570

NxN -4,9430 0,089364 ErevxEbasxEsub 0,0088 0,045807

NxErev -3,2445 0,050633 ErevxEbasxMrbas 0,0368 0,037401

NxEbas 0,0314 0,046221 ErevxEbasxMrsub 0,4171 0,063570

NxEsub -0,0531 0,044408 ErevxEbasxMrsl 0,1148 0,037401

NxMrbas -0,1636 0,046221 ErevxEsubxMrbas -0,1532 0,057942

NxMrsub -0,1850 0,046221 ErevxEsubxMrsub 0,4337 0,060308

NxMrsl -1,4738 0,037739 ErevxEsubxMrsl -0,3166 0,060308

ErevxErev 3,1052 0,067426 ErevxMrbasxMrsub -0,2149 0,049241

ErevxEbas 0,3160 0,050179 ErevxMrbasxMrsl -0,0948 0,057942

ErevxEsub 0,4871 0,047310 ErevxMrsubxMrsl 0,3187 0,057942

ErevxMrbas 1,8001 0,050179 EbasxEsubxMrbas -0,4145 0,047310

ErevxMrsub 1,0355 0,050179 EbasxEsubxMrsub -0,1614 0,060308

ErevxMrsl 1,7723 0,040971 EbasxEsubxMrsl -0,1649 0,049241

EbasxEbas -0,0706 0,063570 EbasxMrbasxMrsub -0,0873 0,049241

EbasxEsub 0,1219 0,043188 EbasxMrbasxMrsl 0,0396 0,052894

EbasxMrbas -0,3281 0,045807 EbasxMrsubxMrsl 0,0279 0,052894

EbasxMrsub 0,2068 0,045807 EsubxMrbasxMrsub -0,0622 0,043188

EbasxMrsl 32,8793 0,125885 EsubxMrbasxMrsl 0,0221 0,055053

EsubxEsub 10,4766 0,038637 EsubxMrsubxMrsl 0,0570 0,044951

EsubxMrbas -10,1793 0,042083 MrbasxMrsubxMrsl -0,0352 0,044951

Page 148: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

148

Com os valores da Tabela 69, foi construĆ­da a equaĆ§Ć£o 34 para determinaĆ§Ć£o

da deformaĆ§Ć£o permanente total do pavimento.

š·š‘”š‘ = 32,8793 + 32,8793šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 10,4766š‘ + 10,4766šøš‘ š‘¢š‘2 āˆ’

10,1793šøš‘Ÿš‘’š‘£ āˆ’ 10,1793šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’ 5,9065š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 4,943š‘2 āˆ’ 3,2445š‘. šøš‘Ÿš‘’š‘£ +

3,1052šøš‘Ÿš‘’š‘£2 + 1,8001šøš‘Ÿš‘’š‘£ .š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  + 1,7723šøš‘Ÿš‘’š‘£ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 1,5858š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’ 1,4738š‘. š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’

1,0573š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ + 1,0355šøš‘Ÿš‘’š‘£ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ + 0,5801š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 0,4871šøš‘Ÿš‘’š‘£ .šøš‘ š‘¢š‘ +

0,4337šøš‘Ÿš‘’š‘£ . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ + 0,4171šøš‘Ÿš‘’š‘£ . šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 0,4145šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’

0,3461š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 0,3281šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  + 0,3187šøš‘Ÿš‘’š‘£ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’

0,3166šøš‘Ÿš‘’š‘£ . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 0,316šøš‘Ÿš‘’š‘£ .šøš‘š‘Žš‘  + 0,2755š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘2 āˆ’ 0,2149šøš‘Ÿš‘’š‘£ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ +

0,2068šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ + 0,2068šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 0,185š‘. š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 0,1649šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’

0,1636š‘. š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’ 0,1614šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 0,1532šøš‘Ÿš‘’š‘£ . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  +

0,1504šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 0,1219šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ + 0,1148šøš‘Ÿš‘’š‘£ . šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 0,0963šøš‘ š‘¢š‘ āˆ’

0,0948šøš‘Ÿš‘’š‘£ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 0,0873šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 0,0706šøš‘š‘Žš‘ 2 āˆ’

0,0622šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 0,0601šøš‘š‘Žš‘  + 0,057šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 0,0531š‘. šøš‘ š‘¢š‘ āˆ’

0,0426š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘ 2 + 0,0396šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 0,0368šøš‘Ÿš‘’š‘£ .šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’

0,0352š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 0,0314š‘. šøš‘š‘Žš‘  + 0,0279šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ +

0,0221šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 0,018š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ + 0,0088šøš‘Ÿš‘’š‘£ .šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ (34)

A Figura 56 demonstra a linearidade e a convergĆŖncia entre os valores

previstos e os obtidos para a deformaĆ§Ć£o total do pavimento, os valores todos

envoltos a reta de ajuste. Sendo que o grƔfico que demonstrava os valores apenas

com os critƩrios de desempenho do pavimento mostrou um comportamento

semelhante ao do IRI, uma dispersĆ£o para os valores no inĆ­cio e final da reta, porĆ©m

com a interaĆ§Ć£o de mais valores, os resultados se aproximam mais da reta, assim

aumentando a confiabilidade dos coeficientes obtidos para formaĆ§Ć£o da equaĆ§Ć£o

que descreve o comportamento do pavimento em relaĆ§Ć£o Ć  deformaĆ§Ć£o total do

pavimento.

Com as interaƧƵes os valores apenas ajustaram-se com maior proximidade a

reta de ajuste, assim mantendo tambƩm os resultados em grande parte dentro da

Ɣrea de aceitabilidade, principalmente pelas recomendaƧƵes do DNIT, pois pela

AASHTO os pavimentos jĆ” estariam em sua maioria com deformaĆ§Ć£o excessiva.

Page 149: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

149

Figura 56 - Valores observados x previstos deformaĆ§Ć£o total pavimento (3ĀŖ ordem)

Com o acrĆ©scimo de mais variĆ”veis para determinaĆ§Ć£o do trincamento do

revestimento de baixo para cima passa de RĀ² de 0,73 para 0,91; ou seja, com as

interaƧƵes de 2ĀŖ e 3ĀŖ ordem a precisĆ£o na convergĆŖncia dos valores aumenta em

18%, aumenta significativamente a precisĆ£o dos resultados (Tabela 70).

Nos coeficientes obtidos pela regressĆ£o linear para o trincamento no

revestimento de baixo para cima, verifica-se que as variƔveis independentes

resultantes diretas do volume de trĆ”fego, espessuras e mĆ³dulo de resiliĆŖncia das

camadas do pavimento possuem maior influĆŖncia no resultado, ou seja, para as

interaƧƵes de 2ĀŖ ordem cai a influĆŖncia e nas de 3ĀŖ ordem diminui mais a influĆŖncia

sobre o resultado.

Para o trincamento de baixo para cima continuam sendo os principais fatores

que influenciam no aparecimento ou nĆ£o de trincas no pavimento, o volume de

trƔfego e a espessura do revestimento, respectivamente.

Valores Previstos x Observados

Def. Total Pavimento (mm)

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Valores Previstos

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Va

lore

s O

bse

rva

do

s

0,95 Conf.Int.

AASHTO

DNIT

Page 150: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

150

Tabela 70 ā€“ Coeficientes de regressĆ£o linear trincamento de baixo-cima

revestimento

Regression Summary for Dependent Variable: Trinc. bottom-up Revest. R= 0,95843026 RĀ²= 0,91858857 Adjusted RĀ²= 0,91720828 F(54,3185)=665,51 p<0,0000 Std.Error of estimate: 8,8148

b Std. Err. of. b

b Std. Err. of. b

Intercept 42,9012 0,650526

N 24,5027 0,199660 EsubxMrsub -0,8509 0,223176

Erev -24,2659 0,217466 EsubxMrsl 0,9759 0,182223

Ebas -1,9939 0,198519 MrbasxMrbas 0,9296 0,328507

Esub -1,9143 0,194597 MrbasxMrsub -0,2023 0,236714

Mrbas -6,1184 0,198519 MrbasxMrsl -0,0699 0,193276

Mrsub -2,6042 0,198519 MrsubxMrsub 0,4712 0,328507

Mrsl -3,7746 0,162090 MrsubxMrsl 0,1472 0,193276

NxN -12,2572 0,461796 ErevxEbasxEsub -0,5419 0,299422

NxErev -18,1417 0,261650 ErevxEbasxMrbas 1,5284 0,311649

NxEbas -0,8405 0,238853 ErevxEbasxMrsub -0,8300 0,311649

NxEsub -0,6518 0,229482 ErevxEbasxMrsl -0,3694 0,254460

NxMrbas -1,8503 0,238853 ErevxEsubxMrbas 0,1958 0,299422

NxMrsub -0,9306 0,238853 ErevxEsubxMrsub 0,6236 0,299422

NxMrsl -1,9879 0,195022 ErevxEsubxMrsl -0,7036 0,244477

ErevxErev -7,6259 0,348434 ErevxMrbasxMrsub 0,2199 0,311649

ErevxEbas 1,8901 0,259307 ErevxMrbasxMrsl 0,2634 0,254460

ErevxEsub 1,5909 0,244477 ErevxMrsubxMrsl -0,0058 0,254460

ErevxMrbas 6,7359 0,259307 EbasxEsubxMrbas 0,1568 0,273334

ErevxMrsub 2,1968 0,259307 EbasxEsubxMrsub 0,1985 0,273334

ErevxMrsl 0,9234 0,211724 EbasxEsubxMrsl -0,2458 0,223176

EbasxEbas -0,0362 0,328507 EbasxMrbasxMrsub 0,0912 0,284495

EbasxEsub 0,4963 0,223176 EbasxMrbasxMrsl 0,0864 0,232289

EbasxMrbas -1,4999 0,236714 EbasxMrsubxMrsl 0,0383 0,232289

EbasxMrsub 0,8026 0,236714 EsubxMrbasxMrsub -0,1428 0,273334

EbasxMrsl 0,4731 0,193276 EsubxMrbasxMrsl 0,0221 0,223176

EsubxEsub 0,0996 0,455894 EsubxMrsubxMrsl 0,1684 0,223176

EsubxMrbas -0,1625 0,223176 MrbasxMrsubxMrsl 0,0189 0,232289

Nos casos onde as variĆ”veis com interaƧƵes de 3ĀŖ ordem ainda causam

influĆŖncias significativas, segundo a anĆ”lise estatĆ­stica Ć© onde a variĆ”vel

independente da espessura do revestimento estĆ” envolvida, ou seja, confirmando a

importĆ¢ncia que a espessura do revestimento representa para o pavimento.

Com os valores da Tabela 70, foi construĆ­da a equaĆ§Ć£o 35 para determinaĆ§Ć£o

do trincamento de baixo para cima no revestimento.

Page 151: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

151

š‘‡š‘š‘ = 42,9012 + 24,5027š‘ āˆ’ 24,2659šøš‘Ÿš‘’š‘£ āˆ’ 18,1417š‘. šøš‘Ÿš‘’š‘£ āˆ’ 12,2572š‘2 āˆ’

7,6259šøš‘Ÿš‘’š‘£2 + 6,7359šøš‘Ÿš‘’š‘£ .š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’ 6,1184š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’ 3,7746š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 2,6042š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ +

2,1968šøš‘Ÿš‘’š‘£ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 1,9939šøš‘š‘Žš‘  āˆ’ 1,9879š‘. š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 1,9143šøš‘ š‘¢š‘ + 1,8901šøš‘Ÿš‘’š‘£ .šøš‘š‘Žš‘  āˆ’

1,8503š‘. š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  + 1,5909šøš‘Ÿš‘’š‘£ .šøš‘ š‘¢š‘ + 1,5284šøš‘Ÿš‘’š‘£ . šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’ 1,4999šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  +

0,9759šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 0,9306š‘. š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ + 0,9296š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘ 2 + 0,9234šøš‘Ÿš‘’š‘£ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’

0,8509šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 0,8405š‘. šøš‘š‘Žš‘  āˆ’ 0,83šøš‘Ÿš‘’š‘£ . šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ + 0,8026šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’

0,704šøš‘Ÿš‘’š‘£ .šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 0,6518š‘. šøš‘ š‘¢š‘ + 0,6236šøš‘Ÿš‘’š‘£ . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’

0,5419šøš‘Ÿš‘’š‘£ . šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ + 0,4963šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ + 0,4731šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 0,4712š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘2 āˆ’

00,3694šøš‘Ÿš‘’š‘£ .šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 0,2634šøš‘Ÿš‘’š‘£ .š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 0,246šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ +

0,2199šøš‘Ÿš‘’š‘£ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 0,202š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 0,1985šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ +

0,1958šøš‘Ÿš‘’š‘£ . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  + 0,1684šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 0,163šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  +

0,1568šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  + 0,1472š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 0,143šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ + 0,0996šøš‘ š‘¢š‘2 āˆ’

0,0912šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ + 0,0864šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 0,07š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ +

0,0383šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 0,036šøš‘š‘Žš‘ 2 + 0,0221šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ +

0,0189š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 0,006šøš‘Ÿš‘’š‘£ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ (35)

Na Figura 57 estĆ” demonstrada Ć  aproximaĆ§Ć£o dos valores para reta de

ajuste, no entanto, Ć© possĆ­vel perceber a existĆŖncia de uma pequena dispersĆ£o nos

valores prĆ³ximos aos valores centrais.

No entanto, os valores avaliados ficam cerca de 50% dos valores dentro dos

limites previstos pelo DNIT, pois pela AASHTO o pavimento tem grande nĆŗmero com

condiƧƵes nĆ£o satisfatĆ³rias para o surgimento de trincas, mesmo que o grĆ”fico

apresente uma condensaĆ§Ć£o de valor prĆ³ximo aos dados iniciais.

Nas Figuras 56 e 57, Ć© possĆ­vel verificar a existĆŖncia de, em cada caso, um

ponto disperso do restante dos pontos, isto pode ser devido a algum problema de

avaliaĆ§Ć£o que o software possa ter realizado, bem como, alguma informaĆ§Ć£o

descrita de forma equivocada, no entanto, estes pontos nĆ£o podem ser

considerados como influenciadores visto que a nuvem de dados envolvidos nesta

avaliaĆ§Ć£o com interaƧƵes de 3ĀŖ ordem sĆ£o de 246240 pontos.

Page 152: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

152

Figura 57 - Valores observados x previstos trincamento revestimento de baixo para

cima (3ĀŖ ordem)

No trincamento do revestimento de cima para baixo, com a interaĆ§Ć£o das

variĆ”veis em 2ĀŖ e 3ĀŖ ordem o valor de RĀ² variou de 0,40 para 0,85; ou seja, com essa

avaliaĆ§Ć£o dos critĆ©rios de desempenho, ocorre um aumento em mais de 100% de

valores convergindo para linearidade, para a equaĆ§Ć£o de ajuste determinada pelo

Statistica.

No entanto, a constante da equaĆ§Ć£o linear Ć© de valor bem elevado, gerando

cerca de 2 km de trincamento inicial, ou seja, sem levar em consideraĆ§Ć£o o volume

de trĆ”fego, espessuras e mĆ³dulos de resiliĆŖncia dos materiais que compƵem o

pavimento. Este elevado valor da constante pode ocasionar um significativo fator de

erro na convergĆŖncia dos valores para equaĆ§Ć£o linear que melhor descreve o

comportamento do pavimento sobre os critƩrios de desempenho.

Valores Previstos x Observados

Trinc. bottom-up Revest. (%)

-40 -20 0 20 40 60 80 100 120 140

Valores Previstos

-20

0

20

40

60

80

100

120

Va

lore

s O

bse

rva

do

s

0,95 Conf.Int.

AASHTO

DNIT

Page 153: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

153

Tabela 71 ā€“ Coeficientes de regressĆ£o linear trincamento de cima para baixo

revestimento

Regression Summary for Dependent Variable: Trinc. top-down Revestimento R= 0,92417825 RĀ²= 0,85410543 Adjusted RĀ²= 0,85163187 F(54,3185)=345,29 p<0,0000 Std.Error of estimate: 289,43

b Std. Err. of. b

b Std. Err. of. b

Intercept 1788,18 21,35968

N 533,22 6,55575 EsubxMrsub -29,75 7,32788

Erev -4,33 7,14040 EsubxMrsl 46,85 5,98319

Ebas -65,41 6,51827 MrbasxMrbas 27,25 10,78635

Esub -89,46 6,38951 MrbasxMrsub -8,23 7,77239

Mrbas -153,89 6,51827 MrbasxMrsl 5,83 6,34613

Mrsub -81,65 6,51827 MrsubxMrsub 13,30 10,78635

Mrsl 122,97 5,32214 MrsubxMrsl 14,60 6,34613

NxN -427,88 15,16285 ErevxEbasxEsub -11,18 9,83139

NxErev 46,13 8,59114 ErevxEbasxMrbas -8,15 10,23283

NxEbas 1,39 7,84260 ErevxEbasxMrsub -9,56 10,23283

NxEsub 3,27 7,53493 ErevxEbasxMrsl -22,58 8,35507

NxMrbas -24,35 7,84260 ErevxEsubxMrbas -5,66 9,83139

NxMrsub 18,17 7,84260 ErevxEsubxMrsub -23,39 9,83139

NxMrsl 81,71 6,40346 ErevxEsubxMrsl -21,48 8,02729

ErevxErev -1029,80 11,44065 ErevxMrbasxMrsub -6,68 10,23283

ErevxEbas -0,76 8,51423 ErevxMrbasxMrsl -9,27 8,35507

ErevxEsub -5,83 8,02729 ErevxMrsubxMrsl -23,22 8,35507

ErevxMrbas 59,23 8,51423 EbasxEsubxMrbas 2,88 8,97479

ErevxMrsub -8,81 8,51423 EbasxEsubxMrsub 5,25 8,97479

ErevxMrsl 135,44 6,95184 EbasxEsubxMrsl -17,62 7,32788

EbasxEbas -6,69 10,78635 EbasxMrbasxMrsub 3,55 9,34125

EbasxEsub 22,75 7,32788 EbasxMrbasxMrsl 8,39 7,62710

EbasxMrbas -44,71 7,77239 EbasxMrsubxMrsl -6,27 7,62710

EbasxMrsub 22,94 7,77239 EsubxMrbasxMrsub -10,32 8,97479

EbasxMrsl 28,44 6,34613 EsubxMrbasxMrsl 1,02 7,32788

EsubxEsub -1,70 14,96905 EsubxMrsubxMrsl 2,09 7,32788

EsubxMrbas -9,07 7,32788 MrbasxMrsubxMrsl -0,60 7,62710

Devido aos valores nĆ£o terem uma convergĆŖncia significativa, Ć© possĆ­vel

observar que o valor da espessura do revestimento nĆ£o Ć© significativo para inibir o

desenvolvimento de trincas do tipo top-down, no entanto, os efeitos de 2ĀŖ ordem da

espessura do revestimento apresentam maior influĆŖncia para evitar as trincas.

Com os valores da Tabela 71, foi construĆ­da a equaĆ§Ć£o 36 para determinaĆ§Ć£o

do trincamento de cima para baixo no revestimento.

Page 154: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

154

š‘‡š‘š‘ = 1788,18 āˆ’ 1029,8šøš‘Ÿš‘’š‘£2 + 533,22š‘ āˆ’ 427,88š‘2 āˆ’ 153,89š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  +

135,44šøš‘Ÿš‘’š‘£ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 122,97š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 89,46šøš‘ š‘¢š‘ + 81,71š‘. š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 81,65š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 65,41šøš‘š‘Žš‘  +

59,23šøš‘Ÿš‘’š‘£ .š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  + 46,85šøš‘ š‘¢š‘ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 46,13š‘. šøš‘Ÿš‘’š‘£ āˆ’ 44,71šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’

29,75šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ + 28,44šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 27,25š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘ 2 āˆ’ 24,35š‘. š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’

23,39šøš‘Ÿš‘’š‘£ .šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 23,22šøš‘Ÿš‘’š‘£ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 22,94šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ + 22,75šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ āˆ’

22,58šøš‘Ÿš‘’š‘£ .šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 21,48šøš‘Ÿš‘’š‘£ . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 18,17š‘. š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 17,62šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ +

14,6š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 13,3š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘2 āˆ’ 11,18šøš‘Ÿš‘’š‘£ .šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 10,32šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’

9,56šøš‘Ÿš‘’š‘£ . šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 9,27šøš‘Ÿš‘’š‘£ .š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 9,07šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’ 8,81šøš‘Ÿš‘’š‘£ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ +

8,39šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 8,23š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 8,15šøš‘Ÿš‘’š‘£ . šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’ 6,69šøš‘š‘Žš‘ 2 āˆ’

6,68šøš‘Ÿš‘’š‘£ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 6,27šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 5,83š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 5,83šøš‘Ÿš‘’š‘£ . šøš‘ š‘¢š‘ āˆ’

5,66šøš‘Ÿš‘’š‘£ . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  + 5,25šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 4,33šøš‘Ÿš‘’š‘£ + 3,55šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ +

3,27š‘. šøš‘ š‘¢š‘ + 2,88šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  + 2,09šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 1,7šøš‘ š‘¢š‘2 + 1,39š‘. šøš‘š‘Žš‘  +

1,02šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 0,76šøš‘Ÿš‘’š‘£ .šøš‘š‘Žš‘  āˆ’ 0,6š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ (36)

Analisando graficamente os valores obtidos pela regressĆ£o linear dos valores

para o trincamento do revestimento de cima para baixo, verifica-se que a nuvem de

valores contidos na Figura 58 Ʃ condensada quando avaliado as interaƧƵes entre as

variĆ”veis independentes. PorĆ©m, ainda Ć© possĆ­vel observar que os valores nĆ£o

apresentam um comportamento linear, os valores menores e maiores tem um

comportamento constante e nos valores centrais a nuvem se condensou em torno

da reta de ajuste, no entanto, ficando em partes sobre a reta e em outra parte abaixo

da reta.

Vale lembrar que foi realizada tambĆ©m a tentativa de obter uma equaĆ§Ć£o para

o trincamento de cima para baixo no revestimento de forma nĆ£o linear, com

exponencial, no entanto, o ajuste com RĀ² mais alto foi ainda na forma linear.

Os casos avaliados estĆ£o grande parte fora dos limites de aceitabilidade do

pavimento para AASHTO. Pois observado a condensaĆ§Ć£o de valor no topo da

nuvem de dados, Ć© possĆ­vel notar que uma gama de pavimentos obteve valores em

torno de 1500 a 2000 m/km de trincamento, um valor bem expressivo.

Page 155: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

155

Figura 58 - Valores observados x previstos trincamento revestimento de cima para

baixo (3ĀŖ ordem)

A equaĆ§Ć£o da deformaĆ§Ć£o do revestimento formada pelas varĆ”veis

independentes de primeira ordem jĆ” tinha uma linearidade considerĆ”vel com RĀ² de

0,91 e com a adiĆ§Ć£o das variĆ”veis de 3ĀŖ ordem (Tabela 72) passa para RĀ² de 0,98.

Com as interaƧƵes de 2ĀŖ e 3ĀŖ ordem a equaĆ§Ć£o de ajuste nĆ£o sofre muitas

alteraƧƵes, visto que os coeficientes com maior relevĆ¢ncia para formaĆ§Ć£o da

equaĆ§Ć£o sĆ£o principalmente os valores de 1ĀŖ ordem, pois nas interaƧƵes de 3ĀŖ

ordem chega-se a valores na casa de 10-4, ou seja, de pequena significĆ¢ncia para o

resultado final da deformaĆ§Ć£o do revestimento, esta que tem como resultado de

saĆ­da valores em mm.

Ocorre neste caso uma influĆŖncia mais significativa nos coeficientes para

equaĆ§Ć£o da deformaĆ§Ć£o permanente do revestimento, nas interaƧƵes de 2ĀŖ ordem,

porƩm ainda permanece como causador de ruƭna o volume de trƔfego e a espessura

Valores Previstos x Observados

Trinc. top-down Revest. (m/km)

-1000 -500 0 500 1000 1500 2000 2500

Valores Previstos

-200

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

2200

Va

lore

s O

bse

rva

do

s

0,95 Conf.Int.

AASHTO

Page 156: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

156

do revestimento como fator determinante para que nĆ£o exista deformaĆ§Ć£o excessiva

do revestimento.

Tabela 72 ā€“ Coeficientes de regressĆ£o linear deformaĆ§Ć£o do revestimento

Regression Summary for Dependent Variable: Defor. Revestimento R= 0,99319603 RĀ²= 0,98643836 Adjusted RĀ²= 0,98620842 F(54,3185)=4290,2 p<0,0000 Std.Error of estimate: 0,78031

b Std. Err. of. b

b Std. Err. of. b

Intercept 13,35184 0,057587

N 7,20617 0,017675 EsubxMrsub 0,00286 0,019756

Erev -3,77594 0,019251 EsubxMrsl 0,01231 0,016131

Ebas 0,12137 0,017574 MrbasxMrbas 0,04387 0,029081

Esub -0,02367 0,017226 MrbasxMrsub 0,01399 0,020955

Mrbas -0,05402 0,017574 MrbasxMrsl -0,00297 0,017110

Mrsub -0,02203 0,017574 MrsubxMrsub 0,00077 0,029081

Mrsl -0,22686 0,014349 MrsubxMrsl 0,00506 0,017110

NxN -2,93588 0,040880 ErevxEbasxEsub -0,05324 0,026506

NxErev -2,28519 0,023162 ErevxEbasxMrbas 0,12312 0,027588

NxEbas 0,06604 0,021144 ErevxEbasxMrsub -0,07418 0,027588

NxEsub 0,00391 0,020315 ErevxEbasxMrsl -0,04574 0,022526

NxMrbas 0,02180 0,021144 ErevxEsubxMrbas 0,00407 0,026506

NxMrsub 0,00631 0,021144 ErevxEsubxMrsub 0,08381 0,026506

NxMrsl -0,09424 0,017264 ErevxEsubxMrsl -0,10305 0,021642

ErevxErev 0,88794 0,030845 ErevxMrbasxMrsub 0,00634 0,027588

ErevxEbas -0,05746 0,022955 ErevxMrbasxMrsl 0,01739 0,022526

ErevxEsub 0,16396 0,021642 ErevxMrsubxMrsl -0,01325 0,022526

ErevxMrbas 0,48402 0,022955 EbasxEsubxMrbas 0,00499 0,024197

ErevxMrsub 0,22667 0,022955 EbasxEsubxMrsub 0,00137 0,024197

ErevxMrsl 0,62395 0,018743 EbasxEsubxMrsl -0,00904 0,019756

EbasxEbas -0,03385 0,029081 EbasxMrbasxMrsub -0,00255 0,025185

EbasxEsub 0,01725 0,019756 EbasxMrbasxMrsl 0,00446 0,020563

EbasxMrbas -0,00935 0,020955 EbasxMrsubxMrsl -0,00326 0,020563

EbasxMrsub 0,02423 0,020955 EsubxMrbasxMrsub 0,00624 0,024197

EbasxMrsl 28,44 6,34613 EsubxMrbasxMrsl 0,00156 0,019756

EsubxEsub -1,70 14,96905 EsubxMrsubxMrsl -0,00015 0,019756

EsubxMrbas -9,07 7,32788 MrbasxMrsubxMrsl 0,01149 0,020563

Com os valores da Tabela 72, foi construĆ­da a equaĆ§Ć£o 37 para determinaĆ§Ć£o

da deformaĆ§Ć£o permanente do revestimento.

Page 157: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

157

š·š‘š‘Ÿ = 28,44šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 13,3518 āˆ’ 9,07šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  + 7,20617š‘ āˆ’

3,77594šøš‘Ÿš‘’š‘£ āˆ’ 2,93588š‘2 āˆ’ 2,28519š‘. šøš‘Ÿš‘’š‘£ āˆ’ 1,7šøš‘ š‘¢š‘2 + 0,88794šøš‘Ÿš‘’š‘£

2 +

0,62395šøš‘Ÿš‘’š‘£ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 0,48402šøš‘Ÿš‘’š‘£ .š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’ 0,22686š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 0,22667šøš‘Ÿš‘’š‘£ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ +

0,16396šøš‘Ÿš‘’š‘£ .šøš‘ š‘¢š‘ + 0,12312šøš‘Ÿš‘’š‘£ . šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  + 0,12137šøš‘š‘Žš‘  āˆ’ 0,10305šøš‘Ÿš‘’š‘£ .šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’

0,09424š‘. š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 0,08381šøš‘Ÿš‘’š‘£ .šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 0,07418šøš‘Ÿš‘’š‘£ . šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ +

0,06604š‘. šøš‘š‘Žš‘  āˆ’ 0,05746šøš‘Ÿš‘’š‘£ .šøš‘š‘Žš‘  āˆ’ 0,05402š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’ 0,05324šøš‘Ÿš‘’š‘£ .šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ āˆ’

0,04574šøš‘Ÿš‘’š‘£ .šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 0,04387š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘ 2 āˆ’ 0,03385šøš‘š‘Žš‘ 

2 + 0,02423šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’

0,02367šøš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 0,02203š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ + 0,0218š‘. š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  + 0,01739šøš‘Ÿš‘’š‘£ .š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ +

0,01725šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ + 0,01399š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’ 0,01325šøš‘Ÿš‘’š‘£ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ +

0,01231šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 0,01149š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 0,00935šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’

0,00904šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 0,00634šøš‘Ÿš‘’š‘£ .š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ + 0,00631š‘. š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ +

0,00624šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ + 0,00506š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 0,00499šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  +

0,00446šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 0,00407šøš‘Ÿš‘’š‘£ .šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  + 0,00391š‘. šøš‘ š‘¢š‘ āˆ’

0,00326šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’ 0,00297š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 0,00286šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ āˆ’

0,00255šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ + 0,00156šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ + 0,00137šøš‘š‘Žš‘  . šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ +

0,00077š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘2 āˆ’ 0,00015šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ (37)

Com os resultados mais prĆ³ximos da reta de ajuste, a dispersĆ£o dos

resultados diminui, ocasionando uma estimativa de erro para deformaĆ§Ć£o do

revestimento baixa.

Em relaĆ§Ć£o aos valores mostrados no grĆ”fico com as variĆ”veis de 1ĀŖ ordem, a

deformaĆ§Ć£o no revestimento, apresenta linearidade nos resultados, porĆ©m em

intervalos pontuais, diferentemente do que aconteceu com os valores para

resultados com interaƧƵes de 2ĀŖ e 3ĀŖ ordem mostrados na figura 60. Os valores

ficam mais lineares e tambƩm mais distribuƭdos ao longo da reta de ajuste.

No entanto, os resultados observados ficam com uma quantidade mais

significativa de valores fora dos limites preconizados pela AASHTO, porƩm existe

uma concentraĆ§Ć£o de valores dentro destes limites, entretanto, a equaĆ§Ć£o que

descreve a deformaĆ§Ć£o permanente do revestimento pode ser utilizada com boa

convergĆŖncia dos valores.

Page 158: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

158

Figura 59 - Valores observados x previstos deformaĆ§Ć£o revestimento

O quadro 7 traz um resumo das 5 primeiras variƔveis que mais influenciam na

determinaĆ§Ć£o do valor de cada critĆ©rio de desempenho, levando em consideraĆ§Ć£o

todas as interaƧƵes entre as variƔveis.

Quadro 7 - VariĆ”veis com maior influĆŖncia nos critĆ©rios de desempenho

Ordem de

importĆ¢ncia

(š‘°š‘¹š‘°)

Irregularidade

(š‘«š’•š’‘)

DeformaĆ§Ć£o

Pavimento

(š‘»š’ƒš’„)

Trincamento

Bottom-up

(š‘»š’„š’ƒ)

Trincamento

Top-down

(š‘«š’‘š’“)

DeformaĆ§Ć£o

Revestimento

1Āŗ +š‘ +šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ +š‘ āˆ’šøš‘Ÿš‘’š‘£2 +šøš‘š‘Žš‘  . š‘€š‘Ÿš‘ š‘™

2Āŗ āˆ’šøš‘Ÿš‘’š‘£ +š‘ āˆ’šøš‘Ÿš‘’š‘£ +š‘ āˆ’šøš‘ š‘¢š‘ .š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘ 

3Āŗ āˆ’š‘2 +šøš‘ š‘¢š‘2 āˆ’š‘. šøš‘Ÿš‘’š‘£ āˆ’š‘2 +š‘

4Āŗ āˆ’š‘. šøš‘Ÿš‘’š‘£ āˆ’šøš‘Ÿš‘’š‘£ āˆ’š‘2 āˆ’š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’šøš‘Ÿš‘’š‘£

5Āŗ āˆ’š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’šøš‘ š‘¢š‘ . š‘€š‘Ÿš‘š‘Žš‘  āˆ’šøš‘Ÿš‘’š‘£2 +šøš‘Ÿš‘’š‘£ .š‘€š‘Ÿš‘ š‘™ āˆ’š‘2

Valores Previstos x Observados

Defor. Revestimento (mm)

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28

Valores Previstos

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

Va

lore

s O

bse

rva

do

s

0,95 Conf.Int.

AASHTO

Page 159: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

159

O sinal Ơ frente das variƔveis indicam se este causa dano (+), ou seja, auxilia

o desenvolvimento da deterioraĆ§Ć£o do pavimento, ou no caso de inibir os

mecanismos de deterioraĆ§Ć£o do pavimento (-).

O que pode-se notar, concluir e enfatizar Ć© que o volume de trĆ”fego influĆŖncia

em todos os critĆ©rios como principal ocasionador de deterioraĆ§Ć£o aos pavimentos e

o aumento da espessura do revestimento como sendo o principal fator que auxilia a

nĆ£o ocorrĆŖncia de danos ao pavimento.

O valor de N como sendo o maior causador de danos, Ć© um fato lĆ³gico ao se

pensar que este Ć© a Ćŗnica variĆ”vel que estĆ” impondo esforƧos ao pavimento (exceto

peso prĆ³prio das camadas), porĆ©m como as interaƧƵes que sĆ£o puramente

matemĆ”ticas, ainda assim esta variĆ”vel deixa evidente sua importĆ¢ncia.

Da mesma forma, a espessura do revestimento destaca-se e demonstra sua

superioridade sobre as demais camadas, isto pode ser evidenciado e afirmado

devido ao fato do mĆ³dulo de resiliĆŖncia do pavimento ser de grandeza bem superior

ao da maior camada de base e sub-base, ou seja, absorve e resiste Ć  grande parte

dos esforƧos impostos ao pavimento.

4.4 ANƁLISE DOS MƉTODOS DE DIMENSIONAMENTO

Por meio das anƔlises realizadas fica evidente que o mƩtodo brasileiro do

DNIT estĆ” com certa defasagem nas formas de dimensionamento, ou seja, os

projetos atuais realizados no paƭs por meio deste mƩtodo com embasamento

empĆ­rico nĆ£o atendem as realidades que hoje constituem nosso trĆ”fego, bem como

a capacidade de carga que se desenvolve cada vez mais nos veĆ­culos. Pois, jĆ”

tivemos alteraƧƵes nos limites de carga e o mƩtodo do DNIT nada alterou em termos

destes carregamentos maiores em pavimentos sem consideraƧƵes climƔticas,

pressĆ£o de inflaĆ§Ć£o dos pneus, esforƧos entre eixos, tipos de ligantes, dentre outros.

O MĆ©todo americano da AASHTO estĆ” em seus dimensionamentos prevendo

cargas mais elevadas e uma amplitude de caracterƭsticas bƔsicas em seus projetos,

como aderĆŖncia entre camadas, compactaĆ§Ć£o das camadas de base, granulometria

dos materiais, vazios e teor de ligante, dentre outros. Bem como, tem consideraƧƵes

a respeito do limite de trƔfego que pode ser imposto a um pavimento flexƭvel, ou

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160

seja, para determinados casos fica inviƔvel solucionar uma demanda de trƔfego por

meio de pavimento flexĆ­vel.

O software SisPavBR baseado em estudos brasileiros tambƩm demonstrou

que o sistema atual de dimensionamento de pavimentos, precisa ser revisto para

auxiliar a melhor elaboraĆ§Ć£o dos projetos. Ɖ uma soluĆ§Ć£o de dimensionamento que

jƔ estƔ com consideraƧƵes sobre os materiais e esforƧos nas camadas do

pavimento, bem como demonstra a necessidade de se aumentar a espessura das

camadas de revestimento, uma soluĆ§Ć£o jĆ” aplicada no mĆ©todo americano.

Os mecanismos de deterioraĆ§Ć£o dos pavimentos tambĆ©m devem ser

estudados com maior profundidade, pois pode ser visto que os tipos de trincamento

que se desenvolvem primeiro ou com maior intensidade tendem a ser o top-down. A

soluĆ§Ć£o para este mecanismo Ć© dependente da configuraĆ§Ć£o das camadas de base

e sub-base, bem como a rigidez do subleito.

Ou seja, o dimensionamento de pavimentos flexĆ­veis estĆ” precisando ser

revisto e necessitando de um sistema de dimensionamento mais amplo, onde o

projetista possa realizar configuraƧƵes diversas, assim tendo que fazer uso de uma

gama de informaƧƵes sobre trƔfego, solos, materiais, clima e os mecanismos de

deterioraĆ§Ć£o que mais afetam os pavimentos, para assim melhor desenvolver uma

soluĆ§Ć£o de projeto.

O trƔfego atual do paƭs tambƩm demonstra pelos sistemas da AASHTO e

SisPavBR que os pavimentos flexĆ­veis nĆ£o podem ser adotados como soluĆ§Ć£o

generalizada para os pavimentos das rodovias brasileiras.

Page 161: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

161

5 CONSIDERAƇƕES FINAIS

5.1 CONCLUSƕES

Entre os dimensionamentos realizados pelo DNIT, SisPavBR e AASHTO,

ficou evidente que os mĆ©todos empĆ­rico-mecanisticos sĆ£o mais criteriosos, visto que

estes mĆ©todos levam em consideraĆ§Ć£o, os fatores como clima, mĆ³dulo de resiliĆŖncia

das camadas, granulometria, dentre outros.

As maiores espessuras de revestimento obtidas para uma confiabilidade de

50% foi de 19,5 cm para N de 108 em um subleito de MR de 53 MPa pelo SisPavBR

e 40 cm para um volume de trƔfego de 7,5x107 com subleito de MR de 53 MPa pelo

AASHTO.

Em relaĆ§Ć£o ao mĆ©todo do DNIT o aumento de espessura do revestimento

variou entre 32% a 56% para SisPavBR e superior a 200% para AASHTO.

O aumento no custo do pavimento em relaĆ§Ć£o ao dimensionamento pelo

DNIT variou entre 4% a pouco mais de 26% para o SisPavBR e aproximadamente

11% a 98% pela ASSHTO, quando submetido a N de 1,0x108.

PorƩm, vale ressaltar que se o pavimento dimensionado pelo DNIT de forma

empĆ­rica nĆ£o tiver a durabilidade de 10 anos, o custo de manutenĆ§Ć£o pode

ocasionar em valores mais elevados que a AASHTO e o SisPavBR. Ou seja,

verificar os mƩtodos de dimensionamento, refinar os projetos pode apresentar em

longo prazo melhor retorno.

A anƔlise dos pavimentos efetuada por meio do SisPavBR apresentou maior

vida Ćŗtil, sendo que estes valores ficaram o dobro ou o triplo e, ainda o tempo de

utilizaĆ§Ć£o do pavimento em boas condiƧƵes segundo a avaliaĆ§Ć£o da AASHTO para

N de 1,8x108 foi de pouco mais de 1 mĆŖs para o subleito com mĆ³dulo de resiliĆŖncia

de 124 MPa.

Para valores de N elevados a AASHTO e SisPavBR mostraram que o

pavimento flexĆ­vel nĆ£o ser a melhor soluĆ§Ć£o. E o mĆ©todo do DNIT apresenta boa

durabilidade quando submetido a valores de N baixos.

Num comparativo entre AASHTO e o SisPavBR, o mƩtodo americano mostra-

se bem mais criterioso quanto ao desempenho satisfatĆ³rio de seus pavimentos.

PorƩm, o SisPavBR pode estar mais adequado (calibrado) para as condiƧƵes

Page 162: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

162

climĆ”ticas do Brasil, bem como as propriedades dos solos, visto a classificaĆ§Ć£o dos

solos ser direcionada a solos do paĆ­s (MCT). Ou seja, um ponto de partida para

mudanƧas nos projetos brasileiros.

Nos estudos realizados com o software Statistica utilizando as interaƧƵes de

2ĀŖ e 3ĀŖ ordem das variĆ”veis independentes, os valores se agruparam de forma linear

ao entorno da reta de ajuste, reduzindo a probabilidade de erros. No entanto,

mesmo o trincamento top-down tendo refinado seus resultados, os grƔficos

mostraram certa dispersĆ£o nos valores, o que para certas situaƧƵes pode acabar por

conduzir a erros.

As duas variĆ”veis que mostraram maior relevĆ¢ncia para determinaĆ§Ć£o dos

mecanismos de deterioraĆ§Ć£o dos pavimentos foram o volume de trĆ”fego e

espessura do revestimento, aumentando a propagaĆ§Ć£o de ineficiĆŖncia do pavimento

e inibindo a deterioraĆ§Ć£o, respectivamente.

5.2 SUGESTƕES TRABALHOS FUTUROS

Para os trabalhos futuros fica como sugestĆ£o:

- Dimensionamento de pavimentos com alteraƧƵes nas camadas de base e

sub-base;

- Utilizar em alguns casos a aderĆŖncia entre as camadas do pavimento;

- Trabalhar com valores de pesagem dos veĆ­culos, para determinaĆ§Ć£o da

sobrecarga;

- Utilizar o software AASHTOWare, com os dados inseridos em sua totalidade

por meio de valores de referĆŖncia regional;

- Fazer uso da versĆ£o atualizada do SisPavBR;

- Efetuar um levantamento da durabilidade dos pavimentos brasileiros;

- Testar pavimentos rĆ­gidos como soluĆ§Ć£o para os volumes de trĆ”fego;

- Realizar estimativa de custos executivos de pavimentos rĆ­gidos;

- Fazer comparativo de vida Ćŗtil dos pavimentos flexĆ­veis e rĆ­gidos;

- Efetuar a previsĆ£o de vida Ćŗtil dos pavimentos com reforƧo;

- Realizar estudo financeiro dos pavimentos do tempo presente.

Page 163: Wagner Dambros Fernandes - UFSM

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