UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PĆS-GRADUAĆĆO EM ENGENHARIA CIVIL
Wagner Dambros Fernandes
ANĆLISE COMPARATIVA ENTRE OS MĆTODOS DE DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS FLEXĆVEIS DO BRASIL E O
MĆTODO DA AASHTO
Santa Maria, RS 2016
Wagner Dambros Fernandes
ANĆLISE COMPARATIVA ENTRE OS MĆTODOS DE DIMENSIONAMENTO DE
PAVIMENTOS FLEXĆVEIS DO BRASIL E O MĆTODO DA AASHTO
DissertaĆ§Ć£o apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de PĆ³s-GraduaĆ§Ć£o em Engenharia Civil, Ćrea de concentraĆ§Ć£o em ConstruĆ§Ć£o Civil e PreservaĆ§Ć£o Ambiental, dĆ” Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenĆ§Ć£o do grau de Mestre em Engenharia Civil.
Orientador: Prof. Dr. Luciano Pivoto Specht
Coorientador: Prof. Dr. Deividi da Silva Pereira
Santa Maria, RS, Brasil 2016
Wagner Dambros Fernandes
ANĆLISE COMPARATIVA ENTRE OS MĆTODOS DE DIMENSIONAMENTO DE
PAVIMENTOS FLEXĆVEIS DO BRASIL E O MĆTODO DA AASHTO
DissertaĆ§Ć£o apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de PĆ³s-GraduaĆ§Ć£o em Engenharia Civil dĆ” Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenĆ§Ć£o do tĆtulo de Mestre em Engenharia Civil.
Aprovada em 14 de julho de 2016:
__________________________ Luciano Pivoto Specht, Dr. (UFSM)
(Presidente/Orientador)
_________________________ Deividi da Silva Pereira, Dr. (UFSM)
(Coorientador)
_________________________ LƩlio AntƓnio Teixeira Brito, PhD. (PUCRS)
_________________________ Tatiana Cureau Cervo, Dr. (UFSM)
Santa Maria, RS 2016
DEDICATĆRIA
Dedico este trabalho a
Minha esposa Andriellen e filha Helena,
Meus pais, Valdemar e Cleuza,
Pelo apoio, amor e carinho.
AGRADECIMENTO
AgradeƧo:
A Deus por me dar condiƧƵes para realizar mais uma etapa na vida,
Aos meus familiares:
- Minha esposa, companheira incansƔvel para todas as situaƧƵes que fizeram
parte da realizaĆ§Ć£o deste trabalho, sem nunca hesitar em ajudar e estar sempre ao
meu lado,
- Minha filha, por compreender minhas ausĆŖncias, mesmo com sua pouca
idade, permanecendo sempre com a alegria contagiante que foi auxĆlio importante
para desenvolver este trabalho.
- Meus pais, por sempre apoiarem os passos a serem dados,
Ao Prof. Luciano, meu orientador, por estar sempre pronto e disponĆvel para
auxiliar e responder Ć s minhas perguntas, independentes do dia, horĆ”rio e local, os
inĆŗmeros e-mails respondidos nos finais de semana,
Ao Prof. Deividi, meu coorientador, pelo auxĆlio e diversas ideias e opiniƵes
para desenvolver e melhorar meu trabalho,
Aos Professores LĆ©lio e Tatiana, por aceitarem fazer parte da avaliaĆ§Ć£o deste
trabalho e contribuĆrem com as melhorias,
Aos colegas Lucas Bueno e Rodrigo Klamt, que muito dispuseram de seus
tempos para me auxiliarem e ajudarem no desenvolvimento do trabalho,
A empresa Prime Engenharia e Consultoria, pelo emprƩstimo do computador
com o software AASHTOWare Pavement para realizaĆ§Ć£o das anĆ”lises desta
pesquisa,
Aos Professores e Colegas do curso que de uma forma ou outra contribuĆram
para este trabalho,
Para todos muito obrigado.
RESUMO
ANĆLISE COMPARATIVA ENTRE OS MĆTODOS DE DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS FLEXĆVEIS DO BRASIL E O MĆTODO DA AASHTO
AUTOR: WAGNER DAMBROS FERNANDES ORIENTADOR: LUCIANO PIVOTO SPECHT
COORIENTADOR: DEIVIDI DA SILVA PEREIRA
O Brasil como um paĆs rodoviĆ”rio, necessita muito de suas rodovias, no entanto, atualmente o paĆs faz uso para dimensionamento de pavimentos de um mĆ©todo desenvolvido em 1966 e atualizado em 1981, pelo Engenheiro Murilo Souza do extinto DNER. MĆ©todo este que seu principal fundamento de dimensionamento estĆ” no CBR, baseando-se no mĆ©todo empĆrico. Desta forma, juntamente Ć crescente frota do paĆs e com o surgimento de alguns trabalhos de cunho mecanĆstico-empĆrico, este trabalho tem como objetivos, fazer a anĆ”lise de um pavimento por meio do MĆ©todo do DNIT e do uso do software SisPavBR desenvolvido por Felipe Franco em seus estudos que iniciaram em 2007 em sua tese, realizando o ajuste e calibraĆ§Ć£o de alguns modelos de previsĆ£o de desempenho. Da mesma forma, foi utilizado tambĆ©m o software AASHTOWare Pavement desenvolvido pela AASHTO, bem como a determinaĆ§Ć£o da espessura da camada de revestimento necessĆ”ria para atender as solicitaƧƵes impostas aos pavimentos por meio dos mĆ©todos mecanĆsticos-empĆricos. Para isto, foi entĆ£o feito uso da contagem de veĆculos realizados para BR116, no entanto, foi necessĆ”rio criar faixas de volume de trĆ”fego (N), devido o mĆ©todo do DNIT nĆ£o considerar o arranjo dos eixos que o SisPavBR e AASHTO fazem em suas avaliaƧƵes. Foi realizado tambĆ©m o levantamento do custo executivo do km de pavimento dimensionado por cada mĆ©todo, e uma anĆ”lise estatĆstica foi realizada por meio da AASHTO com variaƧƵes nas espessuras do revestimento, base, sub-base, mĆ³dulos de resiliĆŖncia da base, sub-base, subleito e o volume de trĆ”fego, para determinar quais destas variĆ”veis causam maior interferĆŖncia nos critĆ©rios de desempenho. Desta maneira, verificou-se que o pavimento dimensionado pelo DNIT necessita de uma espessura de revestimento de 12,5 cm, o SisPavBR necessita de 19,5 cm e a AASHTO precisou de 40 cm, da mesma forma que o custo do pavimento foi mais elevado para o dimensionamento da AASHTO e o DNIT e SisPavBR tiveram custos mais prĆ³ximos. A vida de projeto do pavimento do DNIT ficou bem abaixo do esperado em ambas as anĆ”lises, chegando em um caso durar apenas 2 meses. A anĆ”lise estatĆstica determinou 5 equaƧƵes para determinaĆ§Ć£o dos mecanismos de deterioraĆ§Ć£o com RĀ² acima de 0,85; foi possĆvel determinar que as principais variĆ”veis que influenciam no desempenho dos pavimentos flexĆveis sĆ£o o volume de trĆ”fego e a espessura do revestimento.
Palavras-chaves: Dimensionamento Pavimentos. Custo. Vida Ćtil. AnĆ”lise EstatĆstica.
ABSTRACT
COMPARATIVE ANALYSIS BETWEEN THE FLOORS SCALING METHODS OF BRAZIL AND THE FLEXIBLE APPROACH AASHTO
AUTHOR: WAGNER DAMBROS FERNANDES SUPERVISOR: LUCIANO PIVOTO SPECHT
COSUPERVISOR: DEIVIDI DA SILVA PEREIRA
The Brazil as a country road, which needs much its highways, however, currently the country uses for PAVEMENT scaling of a method developed in 1966 and updated in 1981 by Murilo Souza Engineer extinct DEER. The method that your main idea it is sizing foundation which is in the CBR, based on the empirical method. This way , along the growing fleet of the country and the emergence of some works of mechanistic-empirical nature, this work aims to make the analysis of a pavement through DNIT method and software use SisPavBR developed by Felipe Franco in their studies that began in 2007 in his thesis, making the adjustment and calibration of some performance prediction models .Similarly, We also did the use the AASHTOWare Pavement software developed by AASHTO as well as determining the thickness of the coating layer required to meet the demands imposed on the floor by means of mechanistic and empirical methods. For this, was then done using vehicle counting performed to BR116, however, they were necessary to create traffic volume of tracks (N) due DNIT method does not consider the arrangement of axes that SisPavBR and AASHTO are in their reviews .It was also conducted a survey of the executive cost km deck sized for each method, and statistical analysis was performed by AASHTO with variations in thickness of the coating base, subbase, base resilience modules, sub-base, subgrade and the volume of traffic to determine which of these variables cause greater interference on performance criteria. Thus, it was found that the surface scaled by DNIT need a coating thickness of 12.5 cm, the need SisPavBR 19.5 cm and 40 cm AASHTO needed, as the cost of the pavement was more higher for the dimensioning and AASHTO DNIT and SisPavBR had closest costs. The life time of DNIT pavement scaling was well below expectations in both analyzes, arriving in a case last only two months. Statistical analysis determined five equations to determine the deterioration mechanisms with RĀ² above 0.85; it was determined that the major variables that affect the performance of flexible pavements are traffic volume and thickness of the coating.
Keywords: Pavement Design. Cost. Lifespan. Statistical analysis.
LISTA DE ILUSTRAĆĆES
Figura 1 - Estrutura do pavimento .................................................................. 33
Figura 2 - Sistema de camadas e tensƵes impostas ao pavimento ................ 34
Figura 3 - DistribuiĆ§Ć£o de tensƵes verticais devido Ć passagem da roda ....... 37
Figura 4 - EsforƧos da carga externa superficial um ponto do semi-espaƧo
elƔstico ...................................................................................................................... 37
Figura 5 - Processo de seleĆ§Ć£o de estruturas de pavimentos ........................ 40
Figura 6 - Esquema do procedimento de dimensionamento mecanĆstico ā
empĆrico de um pavimento flexĆvel ............................................................................ 41
Figura 7 - Formato dos eixos predominantes no paĆs ..................................... 43
Figura 8 - AplicaĆ§Ć£o grĆ”fica da HipĆ³tese de Miner ......................................... 48
Figura 9 - CaracterĆstica da funĆ§Ć£o de danos hĆbridos e comparaĆ§Ć£o com a
regra de Miner e da teoria Henry ............................................................................... 49
Figura 10 - Esquema camadas do pavimento em relaĆ§Ć£o Ć s camadas
equivalentes .............................................................................................................. 54
Figura 11 - Ćbaco espessura do pavimento dado pelo valor de N e o CBR ... 55
Figura 12 - Fluxograma do mƩtodo integrado de anƔlise e dimensionamento
de pavimentos asfƔlticos de Franco (2007) ............................................................... 59
Figura 13 - Esquema de camadas .................................................................. 63
Figura 14 - Fluxograma bƔsico do sistema MEPDG (2004) ............................ 66
Figura 15 - Escala de avaliaĆ§Ć£o da serventia das rodovias ............................ 67
Figura 16 - Faixas de VariaĆ§Ć£o do IRI conforme o caso e situaĆ§Ć£o ................ 69
Figura 17 - MediĆ§Ć£o do perfil da rodovia......................................................... 69
Figura 18 - Fluxograma de Atividades ............................................................ 77
Figura 19 - Tela inicial SisPavBR ................................................................... 84
Figura 20 - OpĆ§Ć£o para alteraĆ§Ć£o das camadas ............................................. 85
Figura 21 - Interface de alteraĆ§Ć£o das caracterĆsticas das camadas .............. 86
Figura 22 - Aba modelagem ........................................................................... 86
Figura 23 - Tela de entrada dos dados de carregamento ............................... 87
Figura 24 - Interface de escolha do clima ....................................................... 88
Figura 25 - Tela inicial do AASHTOWare ....................................................... 89
Figura 26 - Tela de um projeto novo ............................................................... 90
Figura 27 - Dados iniciais do tipo de pavimento ............................................. 90
Figura 28 - Condicionantes a serem avaliadas pelo AASHTOWare .............. 91
Figura 29 - Tela de entrada de dados do trƔfego ........................................... 92
Figura 30 - Tela de informaƧƵes do volume de trƔfego .................................. 93
Figura 31 - Entrada do percentual de veĆculos por classe e crescimento ...... 93
Figura 32 - Tela dos valores do percentual de VDM com relaĆ§Ć£o mensal ..... 94
Figura 33 - Entrada do espectro de eixos ...................................................... 94
Figura 34 - Entrada do percentual de carga das classes em relaĆ§Ć£o mensal 95
Figura 35 - Interface de escolha do local e condiƧƵes climƔticas ................... 96
Figura 36 - Comparativo entre a temperatura de Porto Alegre e Savannah .. 97
Figura 37 - Comparativo entre a precipitaĆ§Ć£o em Porto Alegre e Savannah . 98
Figura 38 - Tela de entrada com estrutura do pavimento ............................... 99
Figura 39 - Escolha do material e suas caracterĆsticas .................................. 99
Figura 40 - Entrada dos limites de Atterberg e percentuais de material
passante em cada peneira ...................................................................................... 100
Figura 41 - Interface de aderĆŖncia entre camadas ....................................... 101
Figura 42 - Estrutura do pavimento de referĆŖncia e composiĆ§Ć£o das camadas
................................................................................................................................ 104
Figura 43 - Espessura revestimento para subleito com MR de 53 MPa....... 116
Figura 44 - Espessura revestimento para subleito com MR de 110 MPa ..... 117
Figura 45 - Espessura revestimento para subleito com MR de 124 MPa ..... 117
Figura 46 - Custo do pavimento para subleito com MR de 53 MPa ............. 121
Figura 47 - Custo do pavimento para um subleito com MR de 110 MPa ..... 121
Figura 48 - Custo do pavimento para subleito com MR de 124 MPa ........... 122
Figura 49 - Vida Ćŗtil do pavimento dimensionado pelo DNIT e avaliado seu
desempenho pelo SisPavBR e AASHTO................................................................ 130
Figura 50 - Valores obtidos x previstos para IRI .......................................... 135
Figura 51 - Valores obtidos x previstos para deformaĆ§Ć£o total pavimento ... 137
Figura 52 - Valores obtidos x previstos para trincamento no revestimento
bottom-up ................................................................................................................ 139
Figura 53 - Valores obtidos x previstos para trincamento revestimento top-
down ....................................................................................................................... 141
Figura 54 - Valores obtidos x previstos para deformaĆ§Ć£o permanente do
revestimento ........................................................................................................... 143
Figura 55 - Valores observados x previstos do IRI (3ĀŖ ordem) ..................... 146
Figura 56 - Valores observados x previstos deformaĆ§Ć£o total pavimento (3ĀŖ
ordem) ..................................................................................................................... 149
Figura 57 - Valores observados x previstos trincamento revestimento de baixo
para cima (3ĀŖ ordem) ............................................................................................... 152
Figura 58 - Valores observados x previstos trincamento revestimento de cima
para baixo (3ĀŖ ordem) .............................................................................................. 155
Figura 59 - Valores observados x previstos deformaĆ§Ć£o revestimento ........ 158
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - ConfiguraĆ§Ć£o de eixos .................................................................. 45
Quadro 2 - Fator de equivalĆŖncia de cargas DNER ........................................ 46
Quadro 3 - Fator de equivalĆŖncia de cargas AASTHO ................................... 47
Quadro 4 - CaracterĆsticas dos materiais do pavimento ................................. 53
Quadro 5 - ConsideraƧƵes sobre a pista experimental AASHTO ................... 60
Quadro 6 - Classes de mediĆ§Ć£o de irregularidade .......................................... 70
Quadro 7 - VariĆ”veis com maior influĆŖncia nos critĆ©rios de desempenho .... 158
LISTA DE TABELAS
Tabela 2 - Cargas mĆ”ximas legais permitidas no paĆs ................................... 42
Tabela 3 - Cargas encontradas nos estudos na BR 101 SC .......................... 42
Tabela 3 - ClassificaĆ§Ć£o funcional da via ou confiabilidade ............................ 52
Tabela 4 - Faixas granulomƩtricas materiais granulares ................................ 54
Tabela 5 - Tipo de revestimento em relaĆ§Ć£o aos valores de N e espessuras
mĆnimas ..................................................................................................................... 56
Tabela 6 - Coeficiente de equivalĆŖncia estrutural DNIT .................................. 57
Tabela 7 - Coeficiente de equivalĆŖncia estrutural ........................................... 62
Tabela 8 ā Coeficientes de drenagem ............................................................ 63
Tabela 9 - Espessuras mĆnimas AASHTO ...................................................... 64
Tabela 10 ā Ordem de grandeza dos critĆ©rios de ruptura da AASHTO (2008)
.................................................................................................................................. 65
Tabela 11 ā Modelos de previsĆ£o dos danos e fatores de calibraĆ§Ć£o destes
modelos da AASHTO (2008) ..................................................................................... 65
Tabela 12 ā Modelos de PrevisĆ£o de Desempenho ....................................... 73
Tabela 13 ā NĆŗmero de combinaƧƵes a serem analisadas ............................ 78
Tabela 14 ā Casos em estudo ........................................................................ 79
Tabela 15 ā Volume de trĆ”fego de 2013 para cada categoria da BR 116 ...... 80
Tabela 16 ā Fatores de equivalĆŖncia de carga da USACE ............................. 80
Tabela 17 ā Espectro de eixos de cada categoria .......................................... 81
Tabela 18 ā Valores de N utilizados na pesquisa ........................................... 81
Tabela 19 ā Cargas por eixo para cada situaĆ§Ć£o ........................................... 82
Tabela 20 ā Percentuais VDM (BR 116) atual utilizados para atingir os valores
de āNā ........................................................................................................................ 82
Tabela 21 ā Estrutura do pavimento usado para dimensionamento ............... 83
Tabela 22 ā Limites CritĆ©rio de Desempenho DNIT (2006b) .......................... 92
Tabela 23 ā DistĆ¢ncia mĆ©dia de transporte para levantamento de custos ... 102
Tabela 24 ā Custo transporte materiais betuminosos ................................... 102
Tabela 25 ā Custo materiais betuminosos .................................................... 103
Tabela 26 ā ComposiĆ§Ć£o custo CBUQ ......................................................... 103
Tabela 27 ā ComposiĆ§Ć£o custo pintura de ligaĆ§Ć£o ....................................... 104
Tabela 28 ā ComposiĆ§Ć£o custo imprimaĆ§Ć£o ................................................. 105
Tabela 29 ā ComposiĆ§Ć£o custo camada BGS .............................................. 105
Tabela 30 ā ComposiĆ§Ć£o custo camada MS ................................................ 105
Tabela 31 ā ComposiĆ§Ć£o custo camada bloqueio ........................................ 106
Tabela 32 ā ComposiĆ§Ć£o custo camada TSD .............................................. 106
Tabela 33 ā Custo unitĆ”rio final para pavimento .......................................... 106
Tabela 34 ā Espessuras do pavimento ........................................................ 108
Tabela 35 ā Espessuras do Pavimento para N de 2,5x106 pelo SisPavBR . 109
Tabela 36 ā Espessuras do Pavimento para N de 7,5x106 pelo SisPavBR . 109
Tabela 37 ā Espessuras do Pavimento para N de 2,5x107 pelo SisPavBR . 110
Tabela 38 ā Espessuras do Pavimento para N de 7,5x107 pelo SisPavBR . 110
Tabela 39 ā Espessuras do Pavimento para N de 1,0x108 pelo SisPavBR . 110
Tabela 40 ā Estrutura pavimento para N de 2,5x106 confiabilidade 90% ..... 111
Tabela 41 ā Estrutura do pavimento para N de 7,5x106 confiabilidade 90% 112
Tabela 42 ā Estrutura do pavimento para N de 2,5x107 confiabilidade 90% 112
Tabela 43 ā Espessuras do Pavimento N de 2,5x106 - AASHTO confiabilidade
50%......................................................................................................................... 113
Tabela 44 ā Espessuras do Pavimento N de 7,5x106 - AASHTO confiabilidade
50%......................................................................................................................... 114
Tabela 45 ā Espessuras do Pavimento N de 2,5x107 - AASHTO confiabilidade
50%......................................................................................................................... 114
Tabela 46 ā Espessuras do Pavimento para N de 7,5x107 pela AASHTO ... 115
Tabela 47 ā Custo do km do pavimento para N de 2,5x106 ......................... 118
Tabela 48 ā Custo do km do pavimento para N de 7,5x106 ......................... 119
Tabela 49 ā Custo do km do pavimento para N de 2,5x107 ......................... 119
Tabela 50 ā Custo do km do pavimento para N de 7,5x107 ......................... 120
Tabela 51 ā Custo do km do pavimento para N de 1,0x108 ......................... 120
Tabela 52 ā Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 2,5x106 pelo
SisPavBR ................................................................................................................ 123
Tabela 53 ā Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 7,5x106 pelo
SisPavBR ................................................................................................................ 124
Tabela 54 ā Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 2,5x107 pelo
SisPavBR ................................................................................................................ 124
Tabela 55 ā Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 7,5x107 pelo
SisPavBR ................................................................................................................ 125
Tabela 56 ā Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 1,0x108 pelo
SisPavBR ................................................................................................................ 125
Tabela 57 ā Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 2,5x106 pela
AASHTO.................................................................................................................. 126
Tabela 58 ā Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 7,5x106 pela
AASHTO.................................................................................................................. 127
Tabela 59 ā Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 2,5x107 pela
AASHTO.................................................................................................................. 127
Tabela 60 ā Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 7,5x107 pela
AASHTO.................................................................................................................. 128
Tabela 61 ā Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 1,0x108 pela
AASHTO.................................................................................................................. 128
Tabela 62 ā Custo Pavimento DNIT para durabilidade 10 anos conforme
SisPavBR e AASHTO ............................................................................................. 132
Tabela 63 ā Coeficientes obtidos para regressĆ£o linear dos valores do IRI . 134
Tabela 64 ā Coeficientes obtidos para regressĆ£o linear dos valores da
DeformaĆ§Ć£o Total Pavimento .................................................................................. 136
Tabela 65 ā Coeficientes obtidos para regressĆ£o linear dos valores do
trincamento no revestimento de baixo para cima .................................................... 138
Tabela 66 ā Coeficientes obtidos para regressĆ£o linear dos valores do
trincamento no revestimento de cima para baixo .................................................... 140
Tabela 67 ā Coeficientes obtidos para regressĆ£o linear dos valores da
deformaĆ§Ć£o do revestimento ................................................................................... 142
Tabela 68 ā Coeficientes de regressĆ£o linear do IRI .................................... 144
Tabela 69 ā Coeficientes de regressĆ£o linear deformaĆ§Ć£o total pavimento.. 147
Tabela 70 ā Coeficientes de regressĆ£o linear trincamento de baixo-cima
revestimento ............................................................................................................ 150
Tabela 71 ā Coeficientes de regressĆ£o linear trincamento de cima para baixo
revestimento ............................................................................................................ 153
Tabela 72 ā Coeficientes de regressĆ£o linear deformaĆ§Ć£o do revestimento 156
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AASHO: American Association of State Highway Officials
AASHTO: American Association of State Highway and Transportation Officials
ANP: AgĆŖncia Nacional do PetrĆ³leo, GĆ”s Natural e BiocombustĆveis
ATR: Afundamento na Trilha de Roda
BGS: Brita Graduada Simples
CA: Concreto AsfƔltico
CAP: Cimento AsfĆ”ltico de PetrĆ³leo
CBR: California Bearing Ratio (Ćndice de Suporte CalifĆ³rnia)
CBUQ: Concreto Betuminoso Usinado a Quente
CDC: Coordenadoria de Defesa da ConcorrĆŖncia
CNT: ConfederaĆ§Ć£o Nacional do Transporte
CONTRAN: Conselho Nacional de TrĆ¢nsito
CTB: CĆ³digo de TrĆ¢nsito Brasileiro
D: Percentual de resistĆŖncia
Di: Espessura da camada
DN: Dano CrĆtico
DNER: Departamento Nacional de Estradas de Rodagem
DNIT: Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes
Dpr: DeformaĆ§Ć£o Permanente do Revestimento
Dtp: DeformaĆ§Ć£o Total Permanente do Pavimento
E: MĆ³dulo de Elasticidade
ECOSUL: Empresa ConcessionƔria de Rodovias do Sul
Ebas: Espessura Base
Erev: Espessura Revestimento
ESRD: Eixo Simples de Rodas Duplas
ESRS: Eixo Simples de Rodas Simples
Esub: Espessura Sub-base
ETD: Eixo Tandem Duplo
ETT: Eixo Tandem Triplo
FR: Fator de Clima
Fd: Fator de distribuiĆ§Ć£o
FEC: Fator de EquivalĆŖncia de Cargas
Ff: Fator de frota
FGV: FundaĆ§Ć£o GetĆŗlio Vargas
Fv: Fator de VeĆculo
Fs: Fator de sentido
FWD: Falling Weigth Deflectometer
HDM: Highway Design Management
ICMS: Imposto sobre CirculaĆ§Ć£o de Mercadorias e ServiƧos
IG: Ćndice de grupo
IP: ImprimaĆ§Ć£o
IRI: International Roughness Index (Ćndice de Rugosidade Internacional)
kN: Quilonewton
LL: Limite de Liquidez
LDI: Lucros e Despesas Indiretas
MCT: Miniatura CompactaĆ§Ć£o Tropical
mi: Coeficiente de drenagem da camada
MR: MĆ³dulo de ResiliĆŖncia
Mrbas: MĆ³dulo de ResiliĆŖncia Base
Mrsl: MĆ³dulo de ResiliĆŖncia Subleito
Mrsub: MĆ³dulo de ResiliĆŖncia Sub-base
MPa: Megapascal
MS: Macadame Seco
N: NĆŗmero N de eixos padrƵes
Na: NĆŗmero de eixos ā padrĆ£o que podem provocar deformaĆ§Ć£o
SICRO: Sistema de Custos RodoviƔrios
SN: NĆŗmero estrutural
tf: Toneladas ForƧa
Tbc: Trincamento Bottom-up
Tcb: Trincamento Top-down
TS: Tratamento superficial
TSD: Tratamento Superficial Duplo
USACE: United States Army Corps of Engineers
VDM: Volume MƩdio DiƔrio
SUMĆRIO
1 INTRODUĆĆO ....................................................................................................... 29
1.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 31
1.2 OBJETIVOS ESPECĆFICOS ........................................................................... 31
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................ 32
2 REVISĆO DE LITERATURA ................................................................................. 33
2.1 PAVIMENTOS FLEXĆVEIS .............................................................................. 33
2.1.1 Estrutura das camadas do pavimento ................................................... 33
2.2.1.1 Subleito ................................................................................................. 34
2.2.1.2 ReforƧo subleito .................................................................................... 35
2.2.1.3 Sub-base ............................................................................................... 35
2.2.1.4 Bases .................................................................................................... 35
2.2.1.5 Revestimento asfƔltico .......................................................................... 35
2.2 COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DOS PAVIMENTOS ............................. 36
2.3 TRĆFEGO ....................................................................................................... 41
2.3.1 Eixos ......................................................................................................... 42
2.3.2 Tipos de veĆculos e classificaĆ§Ć£o para os eixos .................................. 43
2.3.3 EquivalĆŖncia de cargas (FEC) ................................................................ 44
2.3.4 HipĆ³tese de Miner .................................................................................... 47
2.4 DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS FLEXĆVEIS ................................... 49
2.4.1 MĆ©todo de Dimensionamento DNIT ....................................................... 52
2.4.2 MĆ©todo de Dimensionamento Proposto por Franco (2007) ................. 57
2.4.3 MĆ©todo de Dimensionamento da AASHTO ........................................... 59
2.4.3.1 MĆ©todo AASHTO 1993 ......................................................................... 59
2.4.3.2 MĆ©todo AASHTO 2008 ......................................................................... 64
2.5 MECANISMOS DE DETERIORAĆĆO DOS PAVIMENTOS ........................... 66
2.5.1 IRI (International Roughness Index) ...................................................... 68
2.5.2 DeformaĆ§Ć£o .............................................................................................. 70
2.5.3 Trincamento ............................................................................................. 71
2.6 SOFTWARE SISPAVBR ................................................................................. 72
2.7 SOFTWARE AASHTOWARE PAVEMENT ..................................................... 72
2.8 MODELOS DE PREVISĆO DE DESEMPENHO ............................................. 73
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 77
3.1 PLANEJAMENTO ........................................................................................... 77
3.1.1 Estudo comparativo ................................................................................ 78
3.1.2 Estudo estatĆstico por meio AASHTOWare .......................................... 78
3.2 TRĆFEGO DE REFERĆNCIA ........................................................................ 79
3.3 ESTRUTURA DO PAVIMENTO UTILIZADO .................................................. 83
3.4 UTILIZAĆĆO DO SOFTWARE SISPAVBR .................................................... 83
3.5 UTILIZAĆĆO DO SOFTWARE AASHTOWARE ............................................ 89
3.6 CĆLCULO DO CUSTO DO PAVIMENTO .................................................... 101
3.7 SOFTWARE STATISTICA ............................................................................ 107
4 RESULTADOS .................................................................................................... 108
4.1 DIMENSIONAMENTO .................................................................................. 108
4.1.1 Dimensionamento pelo MĆ©todo DNIT .................................................. 108
4.1.2 Dimensionamento pelo SisPavBR ....................................................... 109
4.1.3 Dimensionamento pelo MĆ©todo da AASHTO ...................................... 113
4.1.4 Comparativo entre as espessuras de revestimento e custos
executivos ............................................................................................................. 116
4.2 ANĆLISE DESEMPENHO DO PAVIMENTO PELO SISPAVBR E AASHTO 123
4.2.1 AnƔlise do pavimento por meio do SisPavBR .................................... 123
4.2.2 AnƔlise do pavimento por meio da AASHTO ...................................... 126
4.3 ESTUDO ESTATĆSTICO DOS RESULTADOS DO AASHTOWARE
PAVEMENT ............................................................................................................ 133
4.4 ANĆLISE DOS MĆTODOS DE DIMENSIONAMENTO ................................ 159
5 CONSIDERAĆĆES FINAIS ................................................................................ 161
5.1 CONCLUSĆES ............................................................................................ 161
5.2 SUGESTĆES TRABALHOS FUTUROS ...................................................... 162
REFERENCIAS BIBLIOGRĆFICAS ...................................................................... 163
29
1 INTRODUĆĆO
O Brasil apresenta atualmente uma malha rodoviĆ”ria numa extensĆ£o de
1.720.607 km, onde destes sĆ£o pavimentados apenas 213.299 km, ou seja, 12,4%
do total. PorĆ©m, as rodovias brasileiras foram classificadas segundo o Ćndice de
competitividade global do FĆ³rum EconĆ“mico Mundial, onde participaram 144 paĆses
e receberam notas entre 1 e 7 onde representam, extremamente subdesenvolvida
(entre as piores do mundo) e extensa e eficiente (entre as melhores do mundo), o
Brasil recebeu nota 2,8 e ficou na posiĆ§Ć£o 122Āŗ (CNT, 2014).
JĆ” no ano seguinte com a anĆ”lise de 140 paĆses o Brasil passou para posiĆ§Ć£o
121Āŗ com a nota 2,7 (CNT, 2015). AlĆ©m das rodovias estarem em condiƧƵes nĆ£o
muito adequadas, a frota total brasileira segundo CNT (2015) aumentou em 118%,
ou seja, os pavimentos executados em 2005, com taxas de crescimento baixas, hoje
estĆ£o com mais do dobro de frota rodando sobre estes.
Mesmo com o Brasil tendo no seu modo de transporte o predomĆnio do
sistema rodoviĆ”rio, o paĆs tem um histĆ³rico de carĆŖncias no que se refere Ć
infraestrutura. Na dƩcada de 50, o governo Kubistschek impulsionou a primeira
grande expansĆ£o da malha viĆ”ria do Brasil, no entanto, a partir da segunda metade
dos anos de 1980, com a crise econĆ“mica e a extinĆ§Ć£o do Fundo RodoviĆ”rio
Nacional, o crescimento da malha foi mĆnimo. PorĆ©m este cenĆ”rio comeƧou mudar
com as implantaƧƵes de obras do Programa de AceleraĆ§Ć£o do Crescimento (PAC)
(MATTOS, 2014).
Como o PAC disponibiliza recursos para recuperaĆ§Ć£o e expansĆ£o da malha
viĆ”ria, o dimensionamento de pavimentos flexĆveis voltou a ocupar um espaƧo de
suma importĆ¢ncia para situaĆ§Ć£o de evoluĆ§Ć£o do sistema (MATTOS, 2014).
PorĆ©m, o mecanismo oficial de dimensionamento de pavimentos flexĆveis
adotado no Brasil para conjuntura de concepĆ§Ć£o de pavimentos Ć© fundamentada no
Ćndice de Suporte CalifĆ³rnia (CBR ā California Bearing Ratio), consistindo em um
mĆ©todo empĆrico de dimensionamento de pavimentos flexĆveis desenvolvido em
1966 pelo extinto DNER, atual DNIT (FRANCO, 2007).
Este mƩtodo se baseia em regras desenvolvidas a partir de observaƧƵes e
experiĆŖncia com certos tipos de pavimentos, para certos materiais de pavimentaĆ§Ć£o
e condiƧƵes especĆficas de clima. Este mĆ©todo empĆrico apresenta vĆ”rias situaƧƵes
30
que sĆ£o tratadas de forma simplificada. Sua maior limitaĆ§Ć£o estĆ” em nĆ£o pode ser
generalizado com confiabilidade adequada para outras condiƧƵes senĆ£o Ć quelas
para o qual foi desenvolvido, levando a uma anĆ”lise superficial sobre a situaĆ§Ć£o e
especificidades das diversas variƔveis que influenciam no desempenho funcional e
estrutural de um pavimento (FRANCO, 2007; COUTINHO, 2011; MATTOS, 2014).
Para sanar algumas dessas defasagens criadas pelos mecanismos empĆricos
vĆŖm se tentando aprimorar o desenvolvimento de mĆ©todos mecanĆstico-empĆrico,
onde se considera fatores de laboratĆ³rio/campo. Assim estes fatores podem ser
ajustados com as caracterĆsticas dos materiais, estruturas, trĆ”fego e clima. Como os
trabalhos de Franco a partir de 2007 no SISPav, com sistema especificamente
brasileiro, e o AASHTOWare desenvolvido a partir de 2002 pela AASHTO para os
pavimentos Americanos (BEVENIDES et al, 2000; MATTOS, 2014).
Estas anĆ”lises buscam o entendimento mais analĆtico do problema e tentam
com isso, reduzir a parcela do empirismo. No sistema analĆtico, o pavimento Ć©
tratado como uma estrutura de engenharia e seu comportamento mecĆ¢nico Ć©
avaliado em funĆ§Ć£o do carregamento e da resistĆŖncia dos materiais, assim como Ć©
feito com as estruturas de aƧo ou concreto. Relacionando as tensƵes de traĆ§Ć£o na
base da camada asfĆ”ltica com a formaĆ§Ć£o de trincas no revestimento do pavimento
ou as deformaƧƵes verticais com o desenvolvimento do afundamento de trilha de
roda (MOTTA, 1991).
A maioria dessas teorias nĆ£o modela alguns fatores no dimensionamento de
um sistema em camadas, em que as propriedades variam com o tempo e com as
condiƧƵes ambientais, e que tem a deterioraĆ§Ć£o acumulada com a passagem das
cargas variĆ”veis em intensidade, distribuiĆ§Ć£o e velocidade. Por isso a parcela de
empirismo acaba sendo inevitĆ”vel, com a aplicaĆ§Ć£o dos fatores de calibraĆ§Ć£o
laboratĆ³rio-campo sobre os modelos desenvolvidos em laboratĆ³rio (MOTTA, 1991;
FRANCO, 2007).
Segundo Mattos (2014), existem vĆ”rios softwares que se propƵem Ć anĆ”lise
mecanĆstica ā empĆrica de pavimentos, no entanto, os modelos de degradaĆ§Ć£o
precisam ser calibrados, para que se possa empregar com confiabilidade os
resultados de ensaios de laboratĆ³rios e de anĆ”lises mecanĆsticas na previsĆ£o de
fadiga da camada asfĆ”ltica, evoluĆ§Ć£o das deformaƧƵes permanentes (ATR) e
irregularidade longitudinal (IRI) na superfĆcie do pavimento, ao mesmo tempo
considerando os aspectos estruturais e funcionais de serventia e de seguranƧa.
31
Ferreira (2013) em seu trabalho teve como objetivo estudar o mƩtodo de
dimensionamento mecanĆstico-empĆrico expresso no programa SisPav, desenvolvido
na COPPE/UFRJ por Filipe Franco, em 2007 e atualizado em 2013 com o programa
SisPavBR, dentro do desenvolvimento da pesquisa da Rede TemĆ”tica de Asfalto ā
COPPE/CENPES. No estudo foi possĆvel concluir que o mĆ©todo empĆrico do DNIT
tambĆ©m nĆ£o tira proveito dos materiais das camadas do pavimento, jĆ” os modelos
mecanĆstico-empĆricos de desempenho de pavimentos, apesar da parcela empĆrica
ainda presente, tiram maior proveito dos materiais, podendo levar a configuraƧƵes
julgadas imprĆ³prias pelo mĆ©todo do DNIT. Um exemplo disso Ć© a utilizaĆ§Ć£o de solos
tropicais laterĆticos nas camadas dos pavimentos.
Conhecer as diferenƧas entre os mƩtodos de dimensionamento, e o tamanho
desta diferenƧa, pode gerar resultados de grande valia econƓmica para o
dimensionamento de pavimentos flexĆveis, para que se caminhe em direĆ§Ć£o
contrĆ”ria ao dimensionamento empĆrico, ou seja, conhecer melhor como a estrutura
do pavimento tende a se comportar para determinada situaĆ§Ć£o. A possibilidade de
chegar ao sistema estrutural mais adequado para atender as solicitaƧƵes impostas
pelos carregamentos crescentes ano a ano, de forma a se ter economia para
execuĆ§Ć£o deste sistema e maior durabilidade.
1.1 OBJETIVO GERAL
Comparar os mĆ©todos de dimensionamento de pavimentos flexĆveis, do DNIT
(1981), proposto por Franco (2007) e AASHTO (2008), efetuando a anƔlise de cada
mĆ©todo, bem como obter dados estatĆsticos do comportamento dos pavimentos
flexĆveis por meio do software AASHTOWare Pavement.
1.2 OBJETIVOS ESPECĆFICOS
Submeter a estrutura de pavimento obtido por meio do dimensionamento do
DNIT, aos modelos propostos pelo mƩtodo de dimensionamento de Franco (2007),
atravƩs do software SisPavBR;
32
Submeter a estrutura de pavimento obtido por meio do dimensionamento do
DNIT, aos modelos propostos pelo mƩtodo de dimensionamento da AASHTO
(2008), atravƩs do software AASHTOWare Pavement;
Determinar a espessura de revestimento necessƔria para atender as cargas
impostas, por meio da anƔlise do SisPavBR;
Determinar a espessura de revestimento necessƔria para atender as cargas
impostas, por meio da anƔlise do AASHTOWare;
Comparar as estruturas obtidas por meio do dimensionamento do DNIT,
SisPavBR e AASHTO;
Identificar os parĆ¢metros que influenciam no comportamento dos pavimentos
flexĆveis por meio de anĆ”lise estatĆstica com o mĆ©todo executado no software
AASHTOWare Pavement.
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO
O trabalho estĆ” dividido nas unidades:
- Unidade 1: apresenta introduĆ§Ć£o e objetivos que nortearam o
desenvolvimento do trabalho;
- Unidade 2: revisĆ£o de literatura, que traz conceitos, estudos e trabalhos jĆ”
realizados que nortearam o desenvolvimento dos mƩtodos;
- Unidade 3: metodologia demonstra e explica como foram realizadas as
atividades para obter os dados e resultados;
- Unidade 4: resultados estĆ£o contidos os valores, equaƧƵes e observaƧƵes
realizadas e obtidos no desenvolvimento do estudo do trabalho;
- Unidade 5: consideraƧƵes finais selecionam as principais e mais importantes
conclusƵes obtidas ao longo dos resultados, bem como sugestƵes para futuras
pesquisas que possam vir a aprimorar e refinar os resultados.
33
2 REVISĆO DE LITERATURA
2.1 PAVIMENTOS FLEXĆVEIS
Para o DNIT (2006a) o pavimento Ć© a superestrutura constituĆda por um
sistema de camadas de espessuras finitas, assentados sobre um semi-espaƧo
considerado teoricamente como infinito (infraestrutura ou terreno de fundaĆ§Ć£o) a
qual Ć© designada de subleito.
Na NBR 7207 (1982) o pavimento Ć© definido como uma estrutura construĆda
sobre a terraplanagem e destinada a resistir e distribuir ao subleito os esforƧos
verticais, melhorar as condiƧƵes de rolamento e resistir aos esforƧos horizontais.
2.1.1 Estrutura das camadas do pavimento
Para Balbo (2007) a estrutura do pavimento nĆ£o Ć© perpĆ©tua, sendo formado
por camadas de diferentes materiais compactados partindo do subleito do corpo da
rodovia, atendendo estruturalmente e operacionalmente ao trƔfego, de forma durƔvel
e com menor custo, levando em conta a cronologia para os serviƧos de manutenĆ§Ć£o
preventiva, corretiva e de reabilitaĆ§Ć£o. O pavimento asfĆ”ltico Ć© formado por cinco
camadas principais: revestimento asfƔltico, base, sub-base, reforƧo do subleito e
subleito (YODER & WITCZAK; 1975), conforme mostra da Figura 1.
Figura 1 - Estrutura do pavimento
Fonte: adaptado de BERNUCCI et. al. , 2010.
34
Os pavimentos asfĆ”lticos sĆ£o compostos pelo revestimento, que Ć© formado
por uma mistura de agregados e ligantes asfƔlticos. O revestimento asfƔltico pode
ser composto por camada de rolamento, que estĆ” em contato direto com as rodas
dos veĆculos e por camadas intermediĆ”rias ou de ligaĆ§Ć£o (binder). Dependendo do
trĆ”fego e dos materiais disponĆveis, pode-se ter ausĆŖncia de algumas camadas
(PAPAGIANNAKIS & MASAD, 2007; BERNUCCI et. al. , 2010).
As camadas de base, sub-base e reforƧo do subleito sĆ£o de grande
importĆ¢ncia estrutural, pois precisam limitar as tensƵes e deformaƧƵes na estrutura
do pavimento, por meio de combinaƧƵes entre os materiais e as espessuras das
camadas constituintes (MEDINA, 1997; HUANG, 2004). A Figura 2 ilustra o sistema
de camadas e as tensƵes impostas ao pavimento.
2.2.1.1 Subleito
O subleito Ć© formado por material natural consolidado e compactado, ou por
material de emprĆ©stimo compactado. Os esforƧos que sĆ£o impostos a sua superfĆcie
serĆ£o absorvidos em sua profundidade, geralmente isto acontece no primeiro metro.
Desta forma, as camadas superiores deverĆ£o absorver as maiores solicitaƧƵes de
esforƧos (BALBO, 2007; BRANCO, 2006).
Figura 2 - Sistema de camadas e tensƵes impostas ao pavimento
Fonte: ALBERNAZ, 1997 apud BERNUCCI et. al. , 2010.
35
2.2.1.2 ReforƧo subleito
A camada de reforƧo do subleito se aplica para que a fundaĆ§Ć£o tenha maior
capacidade de resistĆŖncia e ajude as camadas superiores, ou seja, aliviando a
magnitude dos esforƧos impostos a esta. Para evitar custos mais elevados com
camadas muito espessas de base e sub-bases, se faz uso de camada de reforƧo do
subleito nos casos em que o solo de subleito Ć© de baixa capacidade (BALBO, 2007;
BRANCO, 2006).
2.2.1.3 Sub-base
Tem por finalidade diminuir a espessura da camada de base, ou seja, quando
as condiƧƵes de solicitaƧƵes Ć camada de base resultar em uma camada muito
espessa Ć© realizada a divisĆ£o desta, aplicando a camada de sub-base que resulta
em valores menores de custo. Os materiais utilizados podem ser os mesmos
utilizados nas bases, quando hĆ” a utilizaĆ§Ć£o de aglomerantes o consumo de material
Ć© menor (BALBO, 2007; BRANCO, 2006).
2.2.1.4 Bases
As bases tĆŖm como finalidade receber as solicitaƧƵes que sĆ£o transmitidas do
revestimento e tambĆ©m possui a funĆ§Ć£o hidrĆ”ulica no caso de materiais granulares.
Podendo ser composta de solo estabilizado naturalmente e quimicamente, misturas
de solos e agregados, brita graduada e brita graduada tratada com cimento (BALBO,
2007; BRANCO, 2006).
2.2.1.5 Revestimento asfƔltico
Os revestimentos asfĆ”lticos devem receber as cargas estĆ”ticas e dinĆ¢micas
impostas sem sofrer elevadas deformaƧƵes elĆ”sticas ou plĆ”sticas, desagregaĆ§Ć£o
dos componentes e perda de compactaĆ§Ć£o. Devendo ser constituĆdo de uma
estrutura interna evitando a movimentaĆ§Ć£o horizontal. Para os revestimentos
asfĆ”lticos novos existe uma subdivisĆ£o em duas camadas, a camada de rolamento
que consiste na camada superficial que receberĆ” o contato direto das cargas e
36
aƧƵes do ambiente, e a camada de ligaĆ§Ć£o (binder) que tambĆ©m Ć© constituĆda de
mistura asfƔltica e estƔ entre a camada de rolamento e a base, agindo como
camada impermeƔvel (BALBO, 2007; BRANCO, 2006).
2.2 COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DOS PAVIMENTOS
A estrutura de um pavimento asfƔltico Ʃ submetida a um carregamento
superficial distribuĆdo em uma Ć”rea circular, aproximadamente uma elipse e as suas
dimensƵes dependem do tipo de pneu, pressĆ£o de enchimento e da carga que a
roda submete ao pavimento (BRANCO, 2006; FRANCO, 2007; PAPAGIANNAKIS &
MASAD, 2007). Assim, no dimensionamento de pavimentos a aproximaĆ§Ć£o da Ć”rea
ao cĆrculo traz a equaĆ§Ć£o para Ć”rea de contato entre pneu ā pavimento pela
equaĆ§Ć£o 1.
š“ =š
š (1)
Onde: A Ć© a Ć”rea de contato entre o pneu ā pavimento;
P Ć© a carga por roda;
p Ć© a pressĆ£o de enchimento do pneu.
A Figura 3 demonstra o esquema dos carregamentos e tensƵes atuantes nos
pavimentos submetidos pelas rodas dos veĆculos. Os esforƧos sĆ£o transmitidos por
aƧƵes verticais, que advĆŖm do peso na forma de pressĆ£o na superfĆcie de contato, e
as forƧas tangenciais que sĆ£o oriundas do rolamento do veĆculo ou tambĆ©m
ocorridas na derrapagem e travagem (BRANCO, 2006).
Com a caracterizaĆ§Ć£o da estrutura e dos materiais e as espessuras das
camadas predefinidas, os mĆ³dulos de resiliĆŖncia, os coeficientes de Poisson e
tambĆ©m a composiĆ§Ć£o do trĆ”fego atuante, a resposta do pavimento pode ser
estimada via cƔlculo das tensƵes, deformaƧƵes e deslocamentos gerados na
estrutura (FRANCO, 2007).
37
Figura 3 - DistribuiĆ§Ć£o de tensƵes verticais devido Ć passagem da roda
Fonte: AI, 1981 apud BRANCO, 2006.
Para isto, Boussinesq desenvolveu um conjunto de equaƧƵes para o cƔlculo
de tensƵes e deformaƧƵes em um espaƧo semi-infinito, linear, elĆ”stico, homogĆŖneo
e isotrĆ³pico submetido a um carregamento pontual (MEDINA, 1997; BALBO, 2007;
FRANCO, 2007; PAPAGIANNAKIS & MASAD, 2007). A Figura 4 demonstra o
esquema dos esforƧos atuantes em um semiāespaƧo elĆ”stico e as equaƧƵes de 2 a
5 representam o cƔlculo destes esforƧos.
Figura 4 - EsforƧos da carga externa superficial um ponto do semi-espaƧo elƔstico
Fonte: BALBO, 2007.
38
šš„ =š
2š 1 ā 2š
1
š2ā
š§
š2 š2 + š§2 ā1/2 ā 3š2š§ š2 + š§2 ā5/2 (2)
šš§ = ā3š
2šš§3 š2 + š§2 ā5/2 (3)
šš„š§ = ā3š
2ššš§2 š2 + š§2 ā5/2 (4)
š¤ =š
2ššø š§2 1 + š š2 + š§2 ā3/2 + 2 1 ā š2 š2 + š§2 ā1/2 (5)
Onde: P Ć© carga aplicada;
E Ć© o mĆ³dulo de elasticidade do meio;
Ī½ Ć© o coeficiente de Poisson;
Ļx Ć© a tensĆ£o normal na direĆ§Ć£o x;
Ļz Ć© a tensĆ£o normal na direĆ§Ć£o z;
Ļxz Ć© a tensĆ£o de cisalhamento da direĆ§Ć£o xz;
w Ć© o deslocamento do ponto em estudo;
r e z sĆ£o as distĆ¢ncias horizontal e vertical entre o ponto de aplicaĆ§Ć£o de
carga e o ponto em estudo.
Esses cƔlculos consideram as tensƵes e deformaƧƵes para um determinado
local e espaƧo de tempo infinitesimal, ou seja, ao se deslocar a roda do ponto inicial
de aplicaĆ§Ć£o da carga, as tensƵes e as deformaƧƵes relativas diminuem e anulam-
se. O pavimento recupera praticamente sua condiĆ§Ć£o inicial. No entanto, uma
pequena parcela da deformaĆ§Ć£o nĆ£o Ć© recuperada devido aos materiais que
constituem a estrutura do pavimento nĆ£o serem perfeitamente elĆ”sticos (YODER &
WITCZAK,1975; HUANG, 2004; BRANCO, 2006).
Com as passagens sucessivas das rodas dos veĆculos, os efeitos descritos
anteriormente vĆ£o se repetindo, assim a deformaĆ§Ć£o sucessiva pode implicar em
uma ruptura do pavimento ao final de determinado nĆŗmero de passagens. Este
fenƓmeno Ʃ chamado de fadiga dos materiais, comumente chamado de Lei da
Fadiga, ou seja, cada material Ć© correspondente a uma deformaĆ§Ć£o para
determinado carregamento atĆ© atingir a ruĆna do material por uma repetiĆ§Ć£o
excessiva deste carregamento (BRANCO, 2006; MEDINA & MOTTA; 2015).
Para anĆ”lise estrutural Branco (2006) diz que em pavimentos flexĆveis a
tensĆ£o e deformaĆ§Ć£o relativas a cada passagem do eixo ā padrĆ£o (8,2 tf) permite
determinar por meio da Lei da Fadiga o nĆŗmero mĆ”ximo (admissĆvel) de passagens
do eixo ā padrĆ£o durante a vida Ćŗtil do pavimento. Para isto a equaĆ§Ć£o 6, determina
o dano gerado no pavimento.
39
š· =šš
šš100 (6)
Onde: D Ć© percentual de resistĆŖncia;
Np Ć© nĆŗmero de eixos ā padrĆ£o;
Na Ć© nĆŗmero de eixos ā padrĆ£o que podem provocar deformaĆ§Ć£o no
pavimento sem que exista ruĆna.
A condiĆ§Ć£o de regularidade do dimensionamento Ć© que: D>100%, haverĆ” o
subdimensionamento e se D<80%, haverĆ” sobredimensionamento. O dano total
para cada tipo de manifestaĆ§Ć£o Ć© obtido pelo somatĆ³rio de todos os danos unitĆ”rios,
em todos os pontos crĆticos da estrutura do pavimento, ou seja, os danos unitĆ”rios
calculados sĆ£o acumulados de forma anĆ”loga a HipĆ³tese de Miner, apresentada na
equaĆ§Ć£o 7.
š·š” = šš
šš= š· (7)
Desta forma, Balbo (2007) e Branco (2006), conforme as figuras 5 e 6,
respectivamente, propƵem o esquema de anƔlise para dimensionamento de
pavimentos.
40
Figura 5 - Processo de seleĆ§Ć£o de estruturas de pavimentos
Fonte: BALBO, 2007.
41
Figura 6 - Esquema do procedimento de dimensionamento mecanĆstico ā empĆrico
de um pavimento flexĆvel
Fonte: BRANCO, 2006.
2.3 TRĆFEGO
Para Bevenides (2000) e Darous (2003) o trƔfego Ʃ um fator de suma
importĆ¢ncia ao se desenvolver um projeto de dimensionamento de pavimentos. Pois
ao se obter informaƧƵes sobre o volume de trĆ”fego de forma aleatĆ³ria, defasadas e
sem a aplicaĆ§Ć£o de uma metodologia de trabalho concisa, pode levar a falhas na
escolha do pavimento.
42
2.3.1 Eixos
O trĆ”fego Ć© formado por uma diversidade de veĆculos e cargas, onde estes
veĆculos sĆ£o constituĆdos por diferentes configuraƧƵes de eixos, com uma
significativa diferenƧa de cargas impostas por estes eixos ao pavimento (BALBO,
2007; MEDINA, 1997). A Figura 7 ilustra o formato destes eixos que percorrem as
rodovias brasileiras. A previsĆ£o de demanda e de crescimento de trĆ”fego depende
diretamente do estabelecimento de critĆ©rios para realizaĆ§Ć£o da contagem e
pesagem de veĆculos (DAROUS, 2003).
Medina (1997) considerou a previsĆ£o da evoluĆ§Ć£o do trĆ”fego ao longo do
tempo, juntamente com a mensuraĆ§Ć£o do poder destrutivo como uma das
dificuldades ao se dimensionar pavimentos, devido Ć s variaƧƵes de cargas e nĆveis
de repetiƧƵes. Na Tabela 2 estĆ£o as cargas mĆ”ximas legais permitidas no Brasil
para cada tipo de eixo. No entanto, estes valores podem ser ultrapassados caso nĆ£o
exista uma fiscalizaĆ§Ć£o, como mostra Balbo (2007) em estudo realizado na BR ā
101/SC no ano de 1986 (Tabela 3).
Tabela 1 - Cargas mĆ”ximas legais permitidas no paĆs
Eixo Carga MĆ”xima Legal (kN) Carga possĆvel por pneu (kN)
ESRS 60 30
ESRD 100 25
ETD 170 21,25
ETT 255 21,25
Fonte: BALBO, 2007.
Tabela 2 - Cargas encontradas nos estudos na BR 101 SC
Eixo Carga MĆnima (kN) Carga MĆ”xima (kN)
ESRS 5 70
ESRD 10 220
ETD 40 200
ETT 50 540
Fonte: BALBO, 2007.
43
Todos os eixos mostraram valores de carga mƔxima acima do determinado
por lei, e no caso dos eixos ESRD e ETT, a carga mƔxima encontrada passou de
100%, ou seja, o dobro de esforƧos sendo impostos ao pavimento (BALBO, 2007).
Figura 7 - Formato dos eixos predominantes no paĆs
Eixo simples de rodas
simples (ESRS)
Eixo simples de rodas
duplas (ESRD)
Eixo tandem duplo
(ETD)
Eixo tandem triplo
(ETT)
Fonte: BALBO, 2007.
2.3.2 Tipos de veĆculos e classificaĆ§Ć£o para os eixos
No Manual de ConservaĆ§Ć£o de Rodovias do DNIT (2005), os veĆculos que
trafegam nas rodovias estĆ£o classificados da seguinte forma:
-AutomĆ³veis: com dois eixos e quatro rodas, destinados ao transporte de
pessoas;
44
-Ćnibus: com dois ou trĆŖs eixos e quatro rodas, o eixo dianteiro possui duas
rodas e os demais com quatro rodas cada;
-CaminhƵes leves: com dois eixos e quatro rodas, destinados ao transporte
de cargas leves;
-CaminhƵes mƩdios: com dois eixos, o traseiro possui rodas duplas,
destinado ao transporte de cargas;
-CaminhƵes pesados: com dois eixos traseiros com quatro rodas cada e o
dianteiro com duas rodas;
-Reboques e Semi-reboques: VeĆculos que sĆ£o constituĆdos de mais de uma
unidade. Eixo dianteiro simples de rodas duplas no veĆculo trator, os demais
possuem quatro rodas podendo ser simples, em tandem duplo ou triplo.
O DNER adotou uma nomenclatura dos veĆculos, assim determinando a
configuraĆ§Ć£o de eixos que compƵem o veĆculo como mostra no Quadro 1.
2.3.3 EquivalĆŖncia de cargas (FEC)
O conceito de equivalĆŖncia entre cargas surge ao se observar que os efeitos
destrutivos ocasionados ao longo do tempo, por veĆculos com carregamentos
diferentes, sĆ£o diversos em estruturas semelhantes de pavimentos, o que levou ao
desenvolvimento de um critĆ©rio comparativo entre os veĆculos (BALBO, 2007).
Para Sales et al. (1987) o efeito destrutivo sobre um pavimento sĆ³ pode ser
obtido atravĆ©s da determinaĆ§Ć£o da quantidade e do peso dos eixos que por ele
trafegarĆ£o, inĆŗmeras pesquisas tiveram como objetivo correlacionar o peso dos
eixos e seu efeito destrutivo. Assim, o fator de equivalĆŖncia de uma carga, Ć© definido
como o nĆŗmero de passagens equivalentes de um eixo-padrĆ£o de 8,2 tf que produz
o mesmo efeito no pavimento que a carga em questĆ£o.
Para Yoder e Witczak (1975) os fatores de equivalĆŖncia de cargas sĆ£o
definidos como sendo a relaĆ§Ć£o entre o dano que Ć© causado por um veĆculo
qualquer em um tipo especĆfico de pavimento, e um veĆculo tomado arbitrariamente
como padrĆ£o. Onde nas pistas da AASHO foram definidos como 80 kN em eixos
simples de rodas duplas.
45
Quadro 1 - ConfiguraĆ§Ć£o de eixos
Tipo ConfiguraĆ§Ć£o Eixos de Projeto ClassificaĆ§Ć£o
AutomĆ³vel
- 2C
Ćnibus
ESRS; ESRD ou ESRS 2C
UtilitƔrio
- 2C
CaminhĆ£o
ESRS; ESRD 2C
CaminhĆ£o
ESRS; ETD 3C
CaminhĆ£o
ESRS; ETT 4C
Semirreboque
ESRS; ESRD (2) 2S1
Semirreboque
ESRS; ESRD; ETD 2S2
Semirreboque
ESRS; ESRD; ETT 2S3
Semirreboque
ESRS; ETD; ETD 3S2
Semirreboque
ESRS; ETD; ETT 3S3
Reboque
ESRS; ESRD (3) 2C2
Reboque
ESRS; ESRD (2); ETD 2C3
Fonte: BALBO, 2007.
Pereira (1985) considera que o fator de equivalĆŖncia de cargas foi adotado
como medida de desempenho de pavimentos porque comparativamente mede os
efeitos que os excessos de carga por eixo provocam nos pavimentos flexĆveis.
46
No dimensionamento de pavimentos flexĆveis do Brasil, o FEC para o DNER
partiu dos trabalhos de Souza (1981), pressupostos nas avaliaƧƵes realizadas pela
USACE, no entanto Pereira (1985) contestou os fatores de equivalĆŖncia de cargas
adotados. Segundo Pereira (1985), a USACE nĆ£o considera nem de forma indireta
as espessuras e caracterĆsticas dos materiais que compƵem os pavimentos. Desta
forma, em seu trabalho apresentou resultados baseados em uma pesquisa de
campo que verificou as dimensƵes dos eixos, pneumĆ”ticos e cargas tĆpicas das
rodovias do paĆs.
As equaƧƵes usadas pelo DNER em 1981 e 1985 estĆ£o no Quadro 2.
Quadro 2 - Fator de equivalĆŖncia de cargas DNER
Tipo de Eixo ExpressĆ£o para cargas em (kN)
DNER - 1985
ExpressĆ£o para cargas em (kN)
DNER ā 1981
ESRS š
76,20
4,32
š
80
5,01
ESRD š
80,12
4,32
š
80
5,01
ETD š
147,88
4,14
š
114
4,46
ETT š
225,06
4,22
š
163
4,65
Fonte: BALBO, 2007.
Para a AASHTO (1993) o mĆ©todo de projeto de pavimentos flexĆveis deve
considerar algumas premissas fundamentadas nos conceitos de ruptura funcional,
relacionado Ć serventia do pavimento e na parametrizaĆ§Ć£o da estrutura do
pavimento considerando o nĆŗmero estrutural āSNā. Com isto a AASHTO (1993)
determinou por meio de tĆ©cnica estatĆstica de regressĆ£o, conforme equaĆ§Ć£o 8 as
expressƵes para obter os valores dos fatores de equivalĆŖncia de cargas (Quadro 3).
47
š¹šøš¶ = šš
šš š¾
(8)
Onde: Qj Ć© a carga sobre um eixo qualquer;
Qp Ć© a carga sobre o eixo-padrĆ£o de 80 kN;
É£ Ć© a constante de regressĆ£o.
Quadro 3 - Fator de equivalĆŖncia de cargas AASTHO
Tipo de Eixo ExpressĆ£o para cargas em (kN)
ESRD š
80
3,998
ETD š
154
4,052
ETT š
222
3,987
Fonte: AASHTO, 1993.
2.3.4 HipĆ³tese de Miner
O estudo da fadiga partiu de Miner em 1945 em estruturas metƔlicas e
posteriormente sendo adaptada para os pavimentos (SANTOS, 2005; MEDINA &
MOTTA, 2015).
A equaĆ§Ć£o que descreve a hipĆ³tese de Miner (eq. 7) mostra que quando
vĆ”rias tensƵes de valor constante sĆ£o repetidas certo nĆŗmero de vezes, Ć© verificado
um desgaste progressivo na resistĆŖncia Ć fadiga dos materiais e quando estiver
totalmente consumida a relaĆ§Ć£o proposta na equaĆ§Ć£o 7 chega a valor igual a 1. Ou
seja, quando uma tensĆ£o aplicada certo nĆŗmero de vezes, esta aĆ§Ć£o serĆ”
responsƔvel por certo consumo da vida de fadiga do material (SANTOS, 2005).
A relaĆ§Ć£o entre a deformaĆ§Ć£o e o nĆŗmero de aplicaƧƵes de cargas, estĆ”
representada no grƔfico ilustrado na Figura 8.
PorƩm, como mostra a Figura 9, estudos posteriores foram apresentados
descrevendo que a linearidade proposta por Miner poderia nĆ£o ser exatamente
48
sempre verdade, ou seja, em certas situaƧƵes como fossem aplicados os
carregamentos para se ter os valores das proposiƧƵes de Miner seria necessƔrio um
fator de correĆ§Ć£o (É£), no entanto, OāNiell (1970), em seus estudos chegou a
conclusĆ£o que nenhuma hipĆ³tese diferente da regra de adiĆ§Ć£o linear de razƵes de
ciclo se mostrou superioridade nos resultados.
Figura 8 - AplicaĆ§Ć£o grĆ”fica da HipĆ³tese de Miner
Fonte: GONTIJO, 1980 apud SANTOS, 2005.
49
Figura 9 - CaracterĆstica da funĆ§Ć£o de danos hĆbridos e comparaĆ§Ć£o com a regra de
Miner e da teoria Henry
Fonte: FATEMI & YANG, 1998.
De modo geral o estudo de Miner propƵe que o nĆvel em que chegar o
resultado da equaĆ§Ć£o 6 a unidade, o trincamento ocorrerĆ” ao longo da vida Ćŗtil do
projeto, desta forma, sendo considerado um dimensionamento adequado. No
entanto, quando o resultado da equaĆ§Ć£o 6 for superior a unidade, Ć© provĆ”vel que o
trincamento ocorrerĆ” antes do final da vida de projeto, ou seja, desta forma sendo
necessƔrio que ocorra um ajuste no dimensionamento do pavimento de modo a
evitar a deformaĆ§Ć£o das fibras inferiores do revestimento asfĆ”ltico (SANTOS, 2011).
2.4 DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS FLEXĆVEIS
Conforme Balbo (2007), dimensionar um pavimento trata da determinaĆ§Ć£o da
espessura das camadas a serem aplicadas e a composiĆ§Ć£o dos materiais que serĆ£o
aplicados, pois desta maneira Ć© possĆvel construir uma estrutura que tenha
DA
NO
RELAĆĆO DE CICLO
TEORIA DE HENRY
TEORIA DE MINER
TEORIA HĆBRIDA
50
capacidade de suportar o carregamento imposto por determinado volume de trƔfego
em situaƧƵes climƔticas do meio em que estƔ inserido.
Para Bevenides (2000) e Domingos (2007), a espessura e os materiais que
compƵem a estrutura de um pavimento devem suportar certo nĆŗmero de repetiƧƵes
de cargas durante sua vida Ćŗtil. A vida Ćŗtil Ć© o tempo em que o pavimento nĆ£o
apresenta um grau inaceitĆ”vel de deterioraĆ§Ć£o, tanto estrutural quanto funcional. Ou
seja, quando se atinge um trincamento generalizado do pavimento, isto mostra que
sua vida Ćŗtil chegou ao fim.
Para o dimensionamento dos pavimentos flexĆveis Ć© disseminado no Brasil o
mƩtodo do DNER, que utiliza como base as curvas de dimensionamento da USACE
(Corpo de Engenheiros Militares dos EUA) e no ensaio de CBR (MEDINA, 1997). O
mĆ©todo de dimensionamento do DNER se inclui nos mĆ©todos empĆricos, ou seja,
baseia-se na experiĆŖncia adquirida e faz algumas correlaƧƵes entre o desempenho
obtido do pavimento e certas propriedades dos materiais que integram a estrutura
deste pavimento (BEZERRA NETO, 2004).
Segundo Bezerra Neto (2004) os mĆ©todos empĆricos sĆ£o de fĆ”cil
empregabilidade, devido aos ensaios serem de grande simplicidade, o que torna
desnecessĆ”rio a utilizaĆ§Ć£o de equipamentos sofisticados. No entanto, as condiƧƵes
do clima da regiĆ£o, os materiais, o trĆ”fego, se tornam limitantes, assim nĆ£o tornando
possĆvel a generalizaĆ§Ć£o para diferentes cargas de trĆ”fego, novos tipos de materiais
e diferentes regiƵes.
Devido o pavimento ser uma estrutura complexa e a previsĆ£o de seu
desempenho ser realizada com uma gama de simplificaƧƵes desenvolveram-se
alguns mĆ©todos de dimensionamento de pavimentos. Desta forma, chegou-se a trĆŖs
mĆ©todos de dimensionamento de pavimentos: os empĆricos, mecanĆsticos e teĆ³ricos-
experimentais (BEVENIDES, 2000; SILVA, 2009).
Balbo (2007) relata que a existĆŖncia de diferentes formas de
dimensionamento se deve ao fato da utilizaĆ§Ć£o de distintos critĆ©rios de ruptura da
estrutura. Onde a ruptura se divide em: ruptura plƔstica, que ocorre quando o
pavimento nĆ£o suporta mais as cargas aplicadas e demonstra excessiva deformaĆ§Ć£o
plƔstica, ruptura por fadiga, que Ʃ de natureza estrutural, e ruptura funcional ou
operacional que ocorre quando o pavimento nĆ£o apresenta mais condiƧƵes para o
usuƔrio no que se refere a conforto e seguranƧa ao rolamento.
51
Motta (1991) diz que de maneira geral os mƩtodos de dimensionamento de
pavimentos levam uma grande dose do empirismo. No entanto, apontam as tƩcnicas
computacionais e as teorias de mĆŗltiplas camadas como um avanƧo para mĆ©todos
mais racionais de raĆzes mecanĆsticas, logo Ć© necessĆ”rio ainda correƧƵes para os
valores de campo, isto devido Ć complexidade da estrutura, seus componentes e a
relaĆ§Ć£o veĆculo-pavimento.
A confiabilidade de um projeto de pavimento pode ser definida como a
probabilidade de certa seĆ§Ć£o do pavimento projetado desempenhar de forma
satisfatĆ³ria durante o perĆodo de projeto as solicitaƧƵes de trĆ”fego e as condiƧƵes
ambientais (AASHTO, 1993).
No dimensionamento de pavimentos pode ser feito uso de sistemas
determinĆsticos ou probabilĆsticos. Onde no primeiro sistema, Ć© atribuĆdo ao projeto
um fator de seguranƧa, para prevenir os parĆ¢metros de incertezas. PorĆ©m, este tipo
de abordagem pode resultar em um superdimensionamento ou subdimensionamento
das estruturas, variando conforme a magnitude dos fatores ou modelos aplicados
(HUANG, 2004). Para o sistema probabilĆstico de projeto de pavimentos, a
confiabilidade Ć© avaliada estimando uma distribuiĆ§Ć£o por meio de mĆ©todos de
simulaĆ§Ć£o (SANTOS, 2011).
Em um projeto de rodovia de natureza probabilĆstica, nenhum dos parĆ¢metros
possui somente um valor determinĆstico, ou seja, deve ser tratado no formato
estatĆstico (MOTTA, 1991).
Para uma anĆ”lise determinĆstica de uma seĆ§Ć£o do pavimento, sĆ£o utilizados
parĆ¢metros mĆ©dios para previsĆ£o dos indicadores funcionais e estruturais para vida
de projeto, ou seja, os resultados destas previsƵes baseados em valores mƩdios de
entrada possuem confiabilidade de 50%, desta forma, ficando o resultado da anƔlise
com uma probabilidade de 50% de ser maior ou menor do que estimado (SANTOS,
2011).
O nĆvel de confianƧa estĆ” relacionado com os procedimentos de
dimensionamento, estipulando uma faixa de seguranƧa que considere variaƧƵes de
trĆ”fego e desempenho. A Tabela 3 apresenta a classificaĆ§Ć£o funcional conforme o
tipo de via.
52
Tabela 3 - ClassificaĆ§Ć£o funcional da via ou confiabilidade
ClassificaĆ§Ć£o Funcional da Via Urbana Rural
Interestaduais e autoestradas 85 ā 99,9 80 ā 99,9
Arteriais principais 80 ā 99 75 ā 95
Coletoras 80 ā 95 75 ā 95
Locais 50 ā 80 50 ā 80
Fonte: BALBO, 2007.
Estudos mostraram que a incorporaĆ§Ć£o da confiabilidade no mĆ©todo empĆrico
mecanĆstico, compatĆvel com a realidade brasileira, permitiu identificar as variĆ”veis
de incerteza na previsĆ£o de desempenho dos pavimentos ao longo do tempo, por
consequĆŖncia serĆ” possĆvel dar maior eficiĆŖncia no dimensionamento de pavimentos
flexĆveis (SANCHEZ & FERNANDES JR, 2015)
Santos (2011), enfatiza em seus estudos que o cƔlculo da confiabilidade de
dimensionamento Ć© uma importante ferramenta para tomada de decisĆ£o no que se
refere Ć aceitaĆ§Ć£o de uma estrutura de pavimento. Desta forma, Ć© possĆvel
determinar o risco que se assume na aceitaĆ§Ć£o, verificando tambĆ©m quais
parĆ¢metros de entrada tem maior influĆŖncia no desempenho do pavimento, o que
facilita o aumento da atenĆ§Ć£o no controle geomĆ©trico e de fatores de campo.
2.4.1 MĆ©todo de Dimensionamento DNIT
O mƩtodo que era adotado pelo DNER foi proposto pelo engenheiro Murillo
Lopes de Souza na dĆ©cada de 60, com base no critĆ©rio do CBR, o eixo-padrĆ£o de 80
kN e considerando o coeficiente de equivalĆŖncia estrutural obtido nas pistas da
AASHTO (BALBO, 2007; MEDINA, 1997; MOTTA, 1991).
Bezerra Neto (2004) conclui que o mƩtodo de dimensionamento estƔ dividido
em trĆŖs etapas fundamentais: a definiĆ§Ć£o dos materiais a serem utilizados, a
determinaĆ§Ć£o do trafego e o dimensionamento propriamente dito.
Com isto, a definiĆ§Ć£o dos materiais deve levar em consideraĆ§Ć£o algumas
observaƧƵes feitas por Souza (1981), relacionadas a partir do CBR dos materiais a
serem utilizados, ou seja, respeitando os valores mĆnimos de algumas
caracterĆsticas. Isto para que nĆ£o ocorra a ruptura precoce no pavimento. Estas
caracterĆsticas dos materiais estĆ£o no Quadro 4.
53
Souza (1981) determinou tambƩm faixas granulomƩtricas em que os materiais
granulares devem estar para serem utilizados como base (Tabela 4). Para isto
algumas consideraƧƵes a respeito destas faixas devem ser consideradas como a
fraĆ§Ć£o passante na peneira nĀ° 200 sendo inferior a 2/3 da fraĆ§Ć£o passante na
peneira nĀ° 40 e tambĆ©m a fraĆ§Ć£o graĆŗda deve apresentar um desgaste Los Angeles
igual ou inferior a 50%. Para materiais com experiĆŖncia de uso pode-se adotar
valores de desgaste maior.
Quadro 4 - CaracterĆsticas dos materiais do pavimento
Camada CritƩrios
Material de subleito CBR ā„ 2%
ExpansĆ£o menor que 2%
Material para reforƧo do subleito CBR maior que o do subleito
ExpansĆ£o menor que 1%
Material para sub-base
CBR ā„ 20% ExpansĆ£o menor que 1%
(Com sobrecarga de 4,536 kgf) Ćndice de grupo (IG) igual a zero
Material para base
CBR ā„ 80% ExpansĆ£o menor que 0,5%
(Com sobrecarga de 4,536 kgf)
LL ā¤ 25%
IP ā¤ 6%
Fonte: SOUZA, 1981.
Para a determinaĆ§Ć£o do trĆ”fego Souza (1981), propƵe o levantamento do
nĆŗmero de veĆculos, faixas, tipo do veĆculo (comercial ou passeio) e tipo de eixo. O
valor de repetiƧƵes de passagem do eixo-padrĆ£o de 80 kN Ć© dado por:
š = 365 Ć š Ć šš Ć š¹š Ć š¹š (9)
Onde:
N = nĆŗmero de operaƧƵes do eixo padrĆ£o;
P = perĆodo de projeto em anos;
Vm = Volume mƩdio diƔrio de trƔfego durante a vida de projeto;
FV = Fator de veĆculo da frota;
FR = Fator climƔtico regional.
54
Tabela 4 - Faixas granulomƩtricas materiais granulares
Peneiras Porcentagem que passa
A B C D
2ā 100 100 - -
1ā - 75 ā 90 100 100
3/8ā 30 ā 65 40 ā 75 50 ā 85 60 ā 100
nĀ° 4 25 ā 55 30 ā 60 35 ā 65 50 ā 85
nĀ° 10 15 ā 40 20 ā 45 25 ā 50 40 ā 70
nĀ° 40 8 ā 20 15 ā 30 15 ā 30 25 ā 45
nĀ° 200 2 ā 8 5 ā 15 5 ā 15 5 ā 20
Fonte: SOUZA, 1981.
Para o dimensionamento do pavimento primeiro se determina a espessura
total do pavimento, posteriormente a determinaĆ§Ć£o (escolha) do tipo de revestimento
e por fim a espessura das demais camadas que compƵem o pavimento. A Figura 10
demonstra o esquema das camadas do pavimento.
Figura 10 - Esquema camadas do pavimento em relaĆ§Ć£o Ć s camadas equivalentes
Fonte: DNIT, 2006a.
A espessura do pavimento correlacionando os valores de N e CBR sĆ£o dados
pelo Ć”baco construĆdo por Souza (1981), Figura 11. No entanto, Balbo (2007) cita a
equaĆ§Ć£o 10, como soluĆ§Ć£o para as retas contidas no Ć”baco, estas obtidas por
regressĆ£o linear mĆŗltipla.
55
š»šš = 77,67 Ć š0,0482 Ć š¶šµš ā0,598 (10)
Onde: Heq = espessura equivalente em cm;
N = nĆŗmero de repetiƧƵes de carga;
CBR = valor da camada de suporte.
Figura 11 - Ćbaco espessura do pavimento dado pelo valor de N e o CBR
Fonte: SOUZA, 1981 apud BEZERRA NETO, 2004.
A escolha do tipo e espessura do revestimento parte de valores mĆnimos
conforme faixas de valor de repetiƧƵes de carga a serem aplicadas no pavimento,
conforme Tabela 5.
56
Tabela 5 - Tipo de revestimento em relaĆ§Ć£o aos valores de N e espessuras mĆnimas
N (repetiƧƵes do ESRD de 80kN) Tipo de Revestimento Espessura (mm)
ā¤106 Tratamentos superficiais 15 a 30
106 < N ā¤ 5 x 106 CA, PMQ, PMF 50
5 x 106 < N ā¤ 107 Concreto asfĆ”ltico 75
107 < N ā¤ 5 x 107 Concreto asfĆ”ltico 100
N > 5 x 107 Concreto asfƔltico 125
Fonte: SOUZA, 1981 apud BALBO, 2007.
O cĆ”lculo das demais camadas do pavimento Ć© obtido por meio da resoluĆ§Ć£o
sucessiva das seguintes inequaƧƵes:
š Ć š¾š + šµ Ć š¾š ā„ š»20 (11)
š Ć š¾š + šµ Ć š¾š + š20 Ć š¾š ā„ š»š (12)
š Ć š¾š + šµ Ć š¾š + š20 Ć š¾š + šš Ć š¾š ā„ š»š (13)
Onde:
Kr, Kb, Ks e Kn = sĆ£o os coeficientes de equivalĆŖncia estrutural dos materiais
do pavimento;
R, B, h20 e hn = sĆ£o os valores das espessuras das camadas de revestimento,
base, sub-base e reforƧo do subleito;
H20, Hn e Hm = sĆ£o os valores das espessuras das camadas equivalentes, de
referĆŖncia pedra britada graduada, sobre a sub-base, reforƧo do subleito e subleito.
Os coeficientes de equivalĆŖncia estruturais sĆ£o obtidos por meio da Tabela 6,
que correlaciona o coeficiente com o tipo de material.
57
Tabela 6 - Coeficiente de equivalĆŖncia estrutural DNIT
Tipo de Material Coeficiente de EquivalĆŖncia
Estrutural (K)
Base ou revestimento de concreto asfƔltico 2,0
Base ou revestimento prĆ©-misturado a quente de graduaĆ§Ć£o densa
1,7
Base ou revestimento prĆ©-misturado a frio com graduaĆ§Ć£o densa
1,4
Base ou revestimento asfĆ”ltico por penetraĆ§Ć£o 1,2
Camadas granulares 1,0
Solo-cimento com resistĆŖncia aos 7 dias superior a 4,5 MPa (compressĆ£o)
1,7
Solo-cimento com resistĆŖncia aos 7 dias entre 2,8 a 4,5 MPa (compressĆ£o)
1,4
Solo-cimento com resistĆŖncia aos 7 dias entre 2,1 a 2,8 MPa (compressĆ£o)
1,2
Bases de solo-cal 1,2
Fonte: SOUZA, 1981 apud BALBO, 2007.
2.4.2 MĆ©todo de Dimensionamento Proposto por Franco (2007)
Para o cƔlculo de tensƵes, deformaƧƵes e deslocamentos na estrutura de
pavimentos submetidos ao trĆ”fego de veĆculos, existem dois mĆ©todos mais
conhecidos, sendo a Teoria da Elasticidade e o MĆ©todo de Elementos Finitos.
Franco optou pela Teoria da Elasticidade e Medina & Motta (2015) ressaltam ser
importante a avaliaĆ§Ć£o entre o compromisso e o rigor analĆtico dos cĆ”lculos, bem
como a definiĆ§Ć£o e escolha dos parĆ¢metros dos materiais.
Franco (2007) considera que o critƩrio de ruptura do pavimento asfƔltico Ʃ um
dos fatores de suma importĆ¢ncia no projeto estrutural de pavimentaĆ§Ć£o. E a
definiĆ§Ć£o deve ser bem clara, visto que esta influencia diretamente nos custos de
implantaĆ§Ć£o da rodovia. Sendo que se o projeto ficar subdimensionado, serĆ£o
necessĆ”rios custos extras para reparaĆ§Ć£o e no caso de superdimensionado, existirĆ”
excesso de investimentos que poderiam ter sido economizados.
No mƩtodo Ʃ considerado tambƩm que a mistura asfƔltica envelhece ao
passar do tempo devido Ć exposiĆ§Ć£o ao sol e intempĆ©ries. Pois com o aumento da
temperatura no decorrer do dia, ocorre Ć diminuiĆ§Ć£o do mĆ³dulo de resiliĆŖncia e da
resistĆŖncia Ć traĆ§Ć£o da mistura asfĆ”ltica e o tempo de uso do pavimento modifica as
58
caracterĆsticas quĆmicas e reolĆ³gicas do CAP, ocasionando um aumento de sua
consistĆŖncia (MEDINA & MOTTA, 2015).
Para essa estimativa de envelhecimento Franco em seus trabalhos se
apropriou da equaĆ§Ć£o 14 de Witczak & Mirza (1995).
ššš. ššš š = š“ + ššš. ššš š + 459,67 (14)
Onde: A e VTS sĆ£o constantes da regressĆ£o;
Ī· Ć© a viscosidade do ligante asfĆ”ltico em centi Poise;
T Ć© a temperatura do ligante asfĆ”ltico em Ā°F.
Franco (2007) fez a avaliaĆ§Ć£o da evoluĆ§Ć£o do envelhecimento do ligante em
relaĆ§Ć£o Ć temperatura, bem como a evoluĆ§Ć£o do mĆ³dulo dinĆ¢mico, desta forma a
implementaĆ§Ć£o desta tĆ©cnica foi realizada por meio do SisPav, que caracteriza a
mistura asfĆ”ltica com base no mĆ³dulo de resiliĆŖncia, coeficiente de Poisson,
granulometria da mistura, parĆ¢metros de viscosidade do ligante e Ćndices
volumƩtricos.
O mĆ©todo tambĆ©m considera o efeito de cada configuraĆ§Ć£o do eixo sobre o
pavimento, onde de forma individual o programa efetua o cƔlculo das tensƵes e
deformaƧƵes nos pontos crĆticos da estrutura (MEDINA & MOTTA, 2015).
Como anƔlise final, o mƩtodo dimensiona a estrutura com base nos dados de
entrada e determina a espessura que atende aos critƩrios de projeto. Possibilitando
tambƩm verificar os dados e requisitos informados pelo projetista informando se a
estrutura suporta os esforƧos durante a vida de projeto. Ć possĆvel obter as
estimativas de afundamento de trilha de roda e danos relativos Ć deflexĆ£o mĆ”xima
na superfĆcie do pavimento e a tensĆ£o limite no topo do subleito (MEDINA &
MOTTA, 2015).
O software implementado por Franco verifica os danos acumulados por fadiga
no revestimento asfƔltico e se necessƔrio nas camadas de base cimentadas. O
fluxograma de anƔlise do pavimento proposto por Franco estƔ ilustrado na Figura 12.
59
Figura 12 - Fluxograma do mƩtodo integrado de anƔlise e dimensionamento de
pavimentos asfƔlticos de Franco (2007)
Fonte: FRANCO, 2007.
2.4.3 MĆ©todo de Dimensionamento da AASHTO
2.4.3.1 MĆ©todo AASHTO 1993
O mĆ©todo foi fundamentado na anĆ”lise estatĆstica dos resultados que se
obtiveram na pista experimental da AASHO, localizada em Ottawa nos EUA, que foi
concluĆda em 1958 e monitorada atĆ© 1960. Foram monitorados os efeitos das cargas
de trĆ”fego por meio de fatores de equivalĆŖncia estrutural, estes foram definidos
atravĆ©s da determinaĆ§Ć£o de correlaƧƵes entre a repetiĆ§Ć£o de cargas de ESRD com
18 libras (80kN), a espessura das camadas e perda de qualidade de trafegabilidade
60
do pavimento e a variaĆ§Ć£o de serventia. O Quadro 5 mostra as informaƧƵes que
Balbo (2007) levantou sobre os testes realizados na AASHO Road Test.
Quadro 5 - ConsideraƧƵes sobre a pista experimental AASHTO
InformaĆ§Ć£o Detalhes
Temperaturas e clima
MĆ©dia no mĆŖs de julho: 24,5Ā°C MĆ©dia no mĆŖs de janeiro: -2,8Ā°C Ćndice pluviomĆ©trico anual: 837mm Profundidade mĆ©dia de congelamento do pavimento: 711mm
Pistas Seis circuitos Circuitos 2 e 6 submetidos ao trƔfego Circuito 1 apenas para o estudo de efeitos do clima
O que foi medido
durante os testes
Irregularidade Serventia Defeitos (visuais) DeflexƵes DeformaƧƵes
TrƔfego durante os
testes
Loop 2 ā ESRD (8,9kN) e ETD (26,7kN) Loop 3 ā ESRD (53,3kN) e ETD (106,7kN) Loop 4 ā ESRD (80kN) e ETD (142,2kN) Loop 5 ā ESRD (99,6kN) e ETD (177,8kN) Loop 6 ā ESRD (133,3kN) e ETD (213,3kN)
Misturas asfƔlticas
Revestimento em CBUQ com agregado de calcĆ”rio, areia silicosa natural e cal como material de enchimento, empregando-se um CAP 80-100. Material dosado pelo ensaio Marshall com 50 golpes por face. O teor de asfalto foi de 5,4%, e os vazios, em torno de 7,7 %. Camadas de ligaĆ§Ć£o em PMQ com agregado de calcĆ”rio, areia silicosa natural e cal como material de enchimento, empregando-se um CAP 80-100. Material dosado pelo ensaio Marshall com 50 golpes por face. O teor de asfalto foi de 4,4%, e os vazios, em torno de 7,7 %.
Bases e sub-bases
Bases de BGS com CBR de 107% em laboratĆ³rio, porĆ©m entre 52 e 160% em pistas, umidade variando entre 5,6% e 6,1%, massa especĆfica aparente seca mĆ”xima entre 22,42kN/mĀ³ e 22,75kN/mĀ³. Sub-bases com misturas de areia natural e pedregulhos naturais com CBR entre 28% e 51%, umidade variando entre 6,1% e 6,8%, e massa especĆfica aparente seca mĆ”xima entre 22,27kN/mĀ³ e 22,59kN/mĀ³. Estudos secundĆ”rios com bases tratadas com asfalto e com cimento e tambĆ©m com pedregulho nĆ£o britado.
Subleito na Ɣrea
A CFT foi construĆda em 1m de espessura cm solo tipo total das pistas A-6, LL de 31%, IP de 16% e umidade de compactaĆ§Ć£o de 13%, com CBR variando entre 1,9% e 3,5% e grau de compactaĆ§Ć£o de 98%.
Fonte: BALBO, 2007.
AASHTO (1993) mensurou a serventia em um valor variando entre 0 e 5,
onde a definiĆ§Ć£o deste Ćndice Ć© dado como sendo as condiƧƵes de qualidade de um
61
pavimento em determinado momento, levando em conta o conforto e seguranƧa, sob
determinadas condiƧƵes do clima.
Com isto a AASHTO equalizou seu mĆ©todo baseando-se na relaĆ§Ć£o
serventia-desempenho. E determinou a equaĆ§Ć£o 15 que leva em consideraĆ§Ć£o
trƔfego, serventia e a espessura das camadas para demonstrar o desempenho do
pavimento flexĆvel. Para isto, foram realizadas 1.114.000 aplicaƧƵes de cargas e
quando a seĆ§Ć£o de aplicaĆ§Ć£o de carga atingia um valor de serventia de 1,5,
recebiam um reforƧo em CBUQ antes dos novos testes.
šššš = šš Ć š0 + 9,36 Ć ššš šš + 1 ā 0,2 +
ššš š0āšš”
š0ā1,5
0,40+1094
šš +1 Ć5,19
+ 2,32 Ć ššššš ā 8,07 (15)
Onde:
SN Ć© o nĆŗmero estrutural do pavimento;
p0 Ć© a serventia inicial;
pt Ć© a serventia ao final do projeto;
Mr Ć© o mĆ³dulo de resiliĆŖncia;
Zr Ć© o nĆvel de confianƧa do processo de dimensionamento.
O valor de SN Ć© dado pela equaĆ§Ć£o 16, que expressa Ć capacidade estrutural
do pavimento para um nĆŗmero de repetiƧƵes do eixo padrĆ£o em uma serventia ao
final da vida Ćŗtil, considerando as condiƧƵes climĆ”ticas.
šš = š1 Ć š·1 + š2 Ć š·2 Ć š2 + š3 Ć š·3 Ć š3 (16)
Onde:
ai Ć© o coeficiente estrutural da camada;
Di a espessura da camada;
mi o coeficiente de drenagem da camada.
A serventia inicial Ć© o valor que se define pela qualidade da construĆ§Ć£o do
pavimento logo apĆ³s a construĆ§Ć£o. Pela AASHO foi obtido um valor mĆ©dio de 4,2. A
serventia terminal Ʃ o momento em que a rodovia para de ser trafegƔvel e o valor
determinado foi de 1,5.
O coeficiente de equivalĆŖncia estrutural Ć© a medida de capacidade do material
em atuar dentro do sistema como mecanismo estrutural, dissipando as pressƵes que
o pavimento Ć© submetido sobre as camadas inferiores. A AASHTO estabeleceu
correlaƧƵes entre as propriedades mecĆ¢nicas dos materiais como CBR e mĆ³dulo de
62
resiliĆŖncia para obtenĆ§Ć£o do coeficiente de equivalĆŖncia estrutural como mostra na
Tabela 7.
Tabela 7 - Coeficiente de equivalĆŖncia estrutural
Material ParĆ¢metro de controle CE
CBUQ, PMQ, a 20Ā°C Mr = 3.160 MPa Mr = 2.110 MPa Mr = 1.406 MPa
0,44 0,37 0,30
Bases granulares CBR = 100% CBR = 33%
0,14 0,10
Sub-bases granulares CBR = 100% CBR = 23%
0,14 0,10
Materiais cimentados (aos 7dias)
Rc = 5,6 MPa Rc = 3,1 MPa Rc = 1,4 MPa
0,22 0,16 0,13
Fonte: AASHTO, 1993.
O mƩtodo da AASHTO especificou coeficientes modificadores, que levam em
consideraĆ§Ć£o as caracterĆsticas drenantes dos materiais, onde a eficĆ”cia da
drenagem estƔ correlacionada com o tempo em que se leva para que a Ɣgua seja
removida do pavimento nas camadas granulares. Assim a remoĆ§Ć£o da Ć”gua em
duas horas Ć© excelente, em um dia Ć© boa, em uma semana Ć© regular, em um mĆŖs Ć©
pobre e, quando a Ć”gua nĆ£o Ć© drenada considera-se como muito pobre.
Determinados os valores dos nĆŗmeros estruturais, calcula-se a espessura
para cada camada do pavimento conforme as equaƧƵes abaixo:
-Para a espessura do revestimento utiliza se a equaĆ§Ć£o 17:
š·1 =šš1
š1 (17)
-A espessura da base Ć© dada pela equaĆ§Ć£o 18:
š·2 =šš2āšš1
š2Ćš2 (18)
-A espessura da camada de sub-base Ć© determinada pela equaĆ§Ć£o 19:
š·3 =šš3āšš2
š3Ćš3 (19)
Na Tabela 8, estĆ£o os valores de modificaĆ§Ć£o mi para coeficientes estruturais
de camadas granulares de bases e sub-bases.
63
Tabela 8 ā Coeficientes de drenagem
Qualidade de Drenagem
Porcentagem de Tempo a que o Pavimento estarĆ” sujeito a condiƧƵes de umidade prĆ³ximas da saturaĆ§Ć£o
<1% 1% a 5% 5% a 25% >25%
Excelente 1,40 ā 1,35 1,35 ā 1,30 1,30 ā 1,20 1,20
Boa 1,35 ā 1,25 1,25 ā 1,15 1,15 ā 1,00 1,00
Regular 1,25 ā 1,15 1,15 ā 1,05 1,00 ā 0,80 0,80
Pobre 1,15 ā 1,05 1,05 ā 0,80 0,80 ā 0,60 0,60
Muito pobre 1,05 ā 0,95 0,95 ā 0,75 0,75 ā 0,40 0,40
Fonte: BALBO, 2007.
A Figura 13 demonstra um esquema dos valores que sĆ£o necessĆ”rios para se
obter a espessura das camadas dos pavimentos.
Figura 13 - Esquema de camadas
Fonte: BALBO, 2007.
Como para a determinaĆ§Ć£o dos valores dos nĆŗmeros estruturais, Ć© possĆvel
se obter inĆŗmeras possibilidades para soluĆ§Ć£o da equaĆ§Ć£o 15, a AASHTO
determinou espessuras mĆnimas para as camadas de pavimentos como mostra a
Tabela 9.
64
Tabela 9 - Espessuras mĆnimas AASHTO
NĆŗmero de repetiƧƵes do eixo ā padrĆ£o (80 kN)
Espessura do Revestimento AsfƔltico
(mm)
Espessura bases granulares (mm)
ā¤ 5 x 104 25 * 100
5 x 104 < N ā¤ 1,5 x 105 50 100
1,5 x 105 < N ā¤ 5 x 105 65 100
5 x 105 < N ā¤ 2 x 106 75 150
2x 106 < N ā¤ 7 x 106 90 150
N > 7 x 106 100 150
* Pode ser adotado TS (Tratamento Superficial)
Fonte: AASHTO, 1993.
Desta forma, para o cƔlculo da espessura das camadas do pavimento, deve-
se levar em conta as espessuras mĆnimas, ou seja, deve ser feita a conferĆŖncia pĆ³s
cƔlculo.
2.4.3.2 MĆ©todo AASHTO 2008
A partir de 2002, vĆ”rios estados americanos deram inĆcio as atividades de
implementaĆ§Ć£o de um guia de dimensionamento. Compreendendo as atividades,
treinamento de pessoal, coleta de dados de entrada, trƔfego e os materiais,
aquisiĆ§Ć£o de equipamentos para testes, bem como a seleĆ§Ć£o e preparaĆ§Ć£o de
seƧƵes teste para calibraĆ§Ć£o local (KALOUSH & RODEZNO, 2011).
A AASHTO vem evoluindo para uma concepĆ§Ć£o mecanĆstica-empĆrica, onde o
projetista deve ter uma abordagem iterativa, dando a possibilidade do projetista apĆ³s
escolhida a estrutura inicial, efetuar a anƔlise detalhada se os critƩrios de
desempenho estĆ£o sendo atendidos, onde o mĆ©todo em questĆ£o avalia os critĆ©rios
de deformaĆ§Ć£o permanente (ATR), trincas por fadiga de baixo para cima (bottom-up)
e de cima para baixo (top-down), trincas tƩrmicas e irregularidades superficiais (IRI)
(MEDINA & MOTTA, 2015).
As Tabelas 10 e 11 descrevem a ordem de grandeza dos critƩrios de ruptura
recomendados e os fatores de calibraĆ§Ć£o dos modelos de previsĆ£o da AASHTO de
2008, respectivamente.
65
Tabela 10 ā Ordem de grandeza dos critĆ©rios de ruptura da AASHTO (2008)
Defeito Valor limite em cada nĆvel de confiabilidade
Irregularidade ā IRI final (pol/milha ou m/km)
Interestadual: 160 in/mi (2,7 m/km) PrimƔria e secundƔria: 200 in/mi (3,3 m/km)
Trincamento interligado (Couro de jacarƩ - % da Ɣrea da faixa)
Rodovia Interestadual: 10% Rodovia PrimƔria: 20% Rodovia SecundƔria: 35%
Fratura tƩrmica (trincamento transversal) (pƩ/milha ou m/km)
Interestadual: 500 ft/mi (100 m/km) PrimƔria e secundƔria: 700 ft/mi (140 m/km)
DeformaĆ§Ć£o permanente ou afundamento total de trilha de roda (pol/mm)
Interestadual: 0,40 pol (10 mm) PrimƔria: 0,50 pol (13 mm) Outras < 45 mph (75 km/h): 0,65 pol (17 mm)
Fonte: MEDINA & MOTTA, 2015.
Tabela 11 ā Modelos de previsĆ£o dos danos e fatores de calibraĆ§Ć£o destes modelos
da AASHTO (2008)
ParĆ¢metro FĆ³rmula Fator de
CalibraĆ§Ć£o Valor
default
Valores de calibraĆ§Ć£o
trecho
Fadiga šš = š½š1š1 šš” š½š2š2 šø āš½š3š3
š½š1 1.0 1.0
š½š2 1.0 0.8
š½š3 1.0 1.5
Trinca Longitudinal
š¹. š¶ = 6000
1 + šš¶1+š¶2āšššš· ā 10,56
C1 7.0 Default
C2 3.5 Default
Trinca couro jacarƩ
š¹. š¶ = 6000
1 + šš¶1+š¶2āšššš· ā
1
60
C1 1.0 Default
C2 1.0 Default
Default: Valor bĆ”sico disponĆvel no programa
Fonte: MEDINA & MOTTA, 2015.
As equaƧƵes descritas na Tabela 11 estĆ£o melhores compostas no item 2.8
(modelos de previsĆ£o de desempenho), para o ano de 2008.
Os parĆ¢metros de anĆ”lise (critĆ©rio) por desempenho da AASHTO asseguram
uma avaliaĆ§Ć£o mais adequada do pavimento durante sua vida de serviƧo (KALOUSH
& RODEZNO, 2011).
O fluxograma mostrado na Figura 14, demonstra a estrutura bƔsica de anƔlise
do AASHTOWare.
66
Figura 14 - Fluxograma bƔsico do sistema MEPDG (2004)
Fonte: MEDINA & MOTTA, 2015.
2.5 MECANISMOS DE DETERIORAĆĆO DOS PAVIMENTOS
Para Mattos (2014) os principais mecanismos de deterioraĆ§Ć£o dos pavimentos
flexĆveis que devem ser considerados em um dimensionamento de pavimentos
racional, sĆ£o os que afetem o nĆvel de serventia em termos funcionais ou que gerem
falhas na estrutura durante a vida de projeto. O valor de serventia Ć© uma nota
atribuĆda por cinco avaliadores dentro de um veĆculo de passeio, classificando o
estado da superfĆcie de um determinado pavimento quanto ao seu conforto ao
rolamento.
O valor de serventia atual normatizado pelo DNIT (2003) estĆ” ilustrado por
meio da escala de avaliaĆ§Ć£o na Figura 15, onde estes valores variam de perfeitas
condiƧƵes (Ć³timo), nota 5, atĆ© condiƧƵes extremamente insatisfatĆ³rias (pĆ©ssimo),
nota zero. Aonde a nota final vem da mƩdia das notas de 5 avaliadores.
Dados de entrada
TrĆ”fego ā Cond. ClimĆ”ticas - Estrutura
Tentativa de Projeto
Modelos de Danos Calibrados
Danos ā Serventia
Acumulo de Danos ao
longo do PerĆodo de AnĆ”lise
CritƩrios de Falha
Confiabilidade
de Projeto
Respostas Estruturais (Ļ, Īµ, Ī“)
ExigĆŖncias de
Projetos Satisfeitas?
Projeto ViƔvel
Sim
NĆ£o
Re
vis
ar te
nta
tiva
de
Pro
jeto
67
Figura 15 - Escala de avaliaĆ§Ć£o da serventia das rodovias
Fonte: DNIT, 2003.
O Valor de serventia impactarĆ” na confiabilidade, visto que segundo Motta
(1991) a confiabilidade Ć© definida como a medida da probabilidade da serventia do
pavimento permanecer em um nĆvel adequado atravĆ©s da vida de serviƧo, ou seja, Ć©
a probabilidade de sucesso no projeto do pavimento. E para avaliar a Confiabilidade,
Ć© necessĆ”rio considerar os possĆveis modos de ruptura, sendo que esta avaliaĆ§Ć£o
deve ser feita por meio de estudos probabilĆsticos.
Hartmann (2009) diz que a degradaĆ§Ć£o de um pavimento estĆ” correlacionada
a vƔrias patologias, como: deformaƧƵes permanentes, trincamento por fadiga,
trincamento por retraĆ§Ć£o tĆ©rmica, perda de adesĆ£o entre o agregado e o ligante e
suscetibilidade a umidade. No entanto, cita que as duas primeiras estĆ£o mais
relacionadas com o trƔfego atuante e a estrutura do pavimento, enquanto as outras
estĆ£o relacionadas mais diretamente com as caracterĆsticas dos materiais utilizados
e as condiƧƵes climĆ”ticas em que o pavimento estĆ” construĆdo.
68
2.5.1 IRI (International Roughness Index)
O IRI Ć© um Ćndice estatĆstico, que Ć© expresso em m/km e que quantifica os
desvios da superfĆcie do pavimento em relaĆ§Ć£o Ć de projeto (BERNUCCI et. al.,
2010). O Ćndice de irregularidade foi amplamente utilizado, devido o mĆ©todo de
anƔlise visar o uso de diversos tipos de perfilƓmetros. As equaƧƵes de anƔlise foram
desenvolvidas de maneira a minimizar os efeitos de alguns parĆ¢metros de medida
dos perfilƓmetros (SAYERS & KARAMIHAS, 1998).
Com isto o IRI se tornou uma ferramenta de controle de obras e aceitaĆ§Ć£o de
serviƧos. A irregularidade Ʃ medida ao longo de uma linha imaginƔria, paralela ao
eixo da estrada e, na maioria das vezes, coincidente com as trilhas de roda,
podendo em alguns casos haver o interesse de melhor detalhar o perfil. A linha de
levantamento longitudinal possui uma largura variĆ”vel de alguns milĆmetros a
centĆmetros e depende do tipo de equipamento empregado (BERNUCCI et. al.,
2010).
A Figura 16 mostra as faixas de variaĆ§Ć£o do IRI em diversas situaƧƵes e a
Figura 17 ilustra como Ć© a mediĆ§Ć£o do IRI como tambĆ©m demonstra a irregularidade
transversal Ć rodovia. A irregularidade pode ser levantada com medidas topogrĆ”ficas
ou por equipamentos com capacidade para medir o perfil longitudinal com ou sem
contato, ou ainda indiretamente avaliada por equipamentos do tipo ārespostaā, que
fornecem um somatĆ³rio de desvios do eixo de um veĆculo em relaĆ§Ć£o Ć suspensĆ£o
(BERNUCCI et. al., 2010).
69
Figura 16 - Faixas de VariaĆ§Ć£o do IRI conforme o caso e situaĆ§Ć£o
Fonte: SAYERS & KARAMIHAS, 1998 apud BERNUCCI et. al. 2010.
Figura 17 - MediĆ§Ć£o do perfil da rodovia
Fonte: COTTO, 2007.
A classificaĆ§Ć£o de mediĆ§Ć£o das irregularidades estĆ” descrita no Quadro 6 de
COTTO (2007), correlacionando a classes de equipamentos e as caracterĆsticas
destes.
70
Quadro 6 - Classes de mediĆ§Ć£o de irregularidade
Classe de equipamento (dispositivo)
PadrĆ£o e CaracterĆsticas de Classe
Classe 1: Perfis de PrecisĆ£o
Mais alto padrĆ£o de acurĆ”cia nas mediƧƵes
Demanda mediƧƵes de precisĆ£o de estradas e apuraĆ§Ć£o do IRI
2% de acurƔcia em 320 m
IRI repetitivamente de aproximadamente 0,3 m/km em estradas pavimentadas
IRI repetitivamente de aproximadamente 0,5 m/km em todos os tipos de estrada.
Classe 2: Perfis
imprecisos
Demanda mediĆ§Ć£o de perfis de estradas e computaĆ§Ć£o de IRI
Inclui fazer perfis com equipamentos incapazes de acurƔcia classe 1
Classe 3: Estimativa do
IRI por correlaƧƵes
NĆ£o demanda mediƧƵes de perfis de estrada
Inclui todos os tipos de equipamento de resposta
Equipamentos sĆ£o calibrados por correlaĆ§Ć£o de resultados de valores de IRI conhecidos em especĆficas secƧƵes de estradas
Classe 4: ClassificaƧƵes subjetivas e
equipamentos nĆ£o
calibrados
Inclui classificaƧƵes subjetivas de rugosidade
Inclui equipamentos tipo - resposta descalibrados e perfilƓmetros
Fonte: COTTO, 2007.
2.5.2 DeformaĆ§Ć£o
Branco (2006) cita o afundamento de trilha de rodas, um tipo de deformaĆ§Ć£o
longitudinal que se desenvolve na banda de passagem dos pneus dos veĆculos. E
que este tipo de degradaĆ§Ć£o do pavimento Ć© o mais significativo dos tipos de
deformaĆ§Ć£o.
Para medir o afundamento de trilha de rodas pode ser utilizada uma treliƧa de
alumĆnio 1,20 m de base, sendo conectada a sua base uma rĆ©gua vertical, onde Ć©
possĆvel levar a rĆ©gua atĆ© o fundo da deformaĆ§Ć£o e medir o afundamento (MEDINA
& MOTTA, 2015). Bem como o perfilƓmetro a laser, que faz a leitura por meio
automatizado, utilizando um automĆ³vel com o equipamento acoplado, dando maior
71
precisĆ£o e rapidez nos resultados, visto que os valores sĆ£o obtidos a cada 2 cm com
o cĆ”lculo do valor mĆ©dio da deformaĆ§Ć£o para cada 10 metros (SEVERO, 2004).
Medina & Motta (2015) em seu trabalho citam que o afundamento de trilha de
roda admissĆvel em autoestradas Ć© de 10 mm, e para estradas com menor
intensidade de trƔfego pode ser admitido o valor de 16 mm, porƩm no instante que
atingir 20 mm Ʃ recomendƔvel o reparo imediato do pavimento. TambƩm
mencionaram os estudos da ASSHO, que determinou em pista experimental o
percentual de contribuiĆ§Ć£o de cada camada na deformaĆ§Ć£o permanente, sendo 32%
do revestimento asfƔltico, 4% da base (britada), 5% da sub-base e 9% do subleito.
2.5.3 Trincamento
O defeito mais frequente nos pavimentos flexĆveis no Brasil Ć© o trincamento
da camada superior de concreto asfĆ”ltico. Que se desenvolve pela flexĆ£o alternada
da camada superficial apoiada em camadas granulares, geralmente bastante
deformƔveis elasticamente (MEDINA & MOTTA, 2015).
Nos pavimentos flexĆveis, tem origem na maioria dos casos na fadiga dos
materiais constituintes das camadas betuminosas, isto devido Ć repetiĆ§Ć£o dos
esforƧos submetidos ao pavimento. Podem ser tambƩm do tipo isoladas ou
ramificadas, longitudinal ou transversal dependendo do sentido do desenvolvimento
(GONĆALVES, 1999; BRANCO, 2006).
Quando a repetiĆ§Ć£o de cargas ocorre gerando flexĆ£o no revestimento
asfĆ”ltico, podem aparecer fissuras na fibra inferior que se expandem atĆ© chegar Ć
superfĆcie do pavimento, dando entĆ£o origem ao trincamento por fadiga de baixo
para cima (bottom-up cracking) (MATTOS, 2004).
NuƱez et. al. (2011) relatam em seus estudos que a tensĆ£o cisalhante Ć© um
dos fatores que mais influĆŖncia no desempenho de pavimentos asfĆ”lticos. Quando
esta tensĆ£o for de grandeza elevada, poderĆ” ocorrer ruptura por cisalhamento,
gerando trincamentos superficiais de cima para baixo (top-down cracking).
O trincamento resultante da variaĆ§Ć£o de temperatura Ć© devido Ć combinaĆ§Ć£o
da retraĆ§Ć£o tĆ©rmica e da alta rigidez do ligante betuminoso, que ocorre quando a
temperatura Ć© reduzida consideravelmente (DNER, 1998).
72
2.6 SOFTWARE SISPAVBR
O software foi desenvolvido com estrutura no Visual C++, versĆ£o 6.0, onde o
programa buscou unir a praticidade e simplificaĆ§Ć£o na entrada de dados Ć agilidade
e velocidade nos cĆ”lculos, e processamento com a apresentaĆ§Ć£o em grĆ”ficos e
tabelas de fĆ”cil manipulaĆ§Ć£o dos resultados. As janelas e tabelas foram
desenvolvidas para fĆ”cil ediĆ§Ć£o e com acesso direto a outras ferramentas, como os
programas de Elementos Finitos EFin3D de anĆ”lise elĆ”stica de mĆŗltiplas camadas
AEMC. O intuito Ć© de facilitar o contato de estudantes e projetistas com o processo
de anĆ”lise e dimensionamento mecanĆstico-empĆrico de pavimentos (FRANCO,
2007).
Franco (2007) desenvolveu originalmente o SisPav baseado nos modelos
aprimorados e calibrados em seus estudos desenvolvidos para sua tese e
posteriormente deu sequĆŖncia aos estudos atualizando o software por meio do
SisPavBR no ano de 2013.
2.7 SOFTWARE AASHTOWARE PAVEMENT
AASHTOWare Pavement ME Design Ć© um software de dimensionamento de
pavimentos, que se baseia no Guia AASHTO em uma metodologia mecanĆstica-
empĆrica. Os engenheiros podem prever com precisĆ£o o desempenho do pavimento,
pois o software incorpora propriedades dos materiais, dados climƔticos, espectros de
carga por eixo e outros avanƧos (AASHTO, 2014).
O programa MEPDG analisa o desempenho da estrutura de um pavimento
mediante critĆ©rios preestabelecidos. O software utiliza uma aproximaĆ§Ć£o hierĆ”rquica
na incorporaĆ§Ć£o das variĆ”veis de entrada, em funĆ§Ć£o da importĆ¢ncia do projeto e da
disponibilidade dos dados. Tal aproximaĆ§Ć£o se refere aos dados de entrada de
trƔfego, materiais e meio ambiente. A partir dos resultados obtidos no MEPDG, Ʃ
possĆvel conduzir uma anĆ”lise de sensibilidade para verificar os efeitos da variaĆ§Ć£o
dos parĆ¢metros de projeto no comportamento dos pavimentos ao longo de sua vida
Ćŗtil. (PELISSON et. al., 2015).
73
2.8 MODELOS DE PREVISĆO DE DESEMPENHO
Segundo Mattos (2014) os principais modelos de previsĆ£o de desempenho de
pavimentos flexĆveis estĆ£o na Tabela 12. Em seu trabalho mostra que o
desenvolvimento de um mƩtodo racional Ʃ fundamental para determinar critƩrios de
projeto com base em modelos de previsĆ£o de desempenho adequados. No Brasil os
que repercutiram em maior reconhecimento internacional foram os desenvolvidos
por Queiroz e Paterson, que foram inseridos no Highway Design Management
(HDM), que por sua vez serve como base a AASTHO e estĆ£o empregados nos
softwares AASTHOWare Pavement e SisPavBR.
Tabela 12 ā Modelos de PrevisĆ£o de Desempenho
(continua)
Modelo de previsĆ£o de desempenho
Qu
eiro
z (
198
1)
šš¼ = 12,63šøš + 3,31šš + 0,393š“ + 8,66 log šššš¢š
ššš¶ + 7,17. 10ā5 šµ. log šššš¢š 2
QI Ć© o coeficiente de irregularidade;
ER Ć© a variĆ”vel que indica a existĆŖncia ou nĆ£o de restauraĆ§Ć£o;
A Ć© a idade do pavimento desde a construĆ§Ć£o;
Nacum Ć© o nĆŗmero equivalente acumulado de solicitaƧƵes do eixo padrĆ£o;
SNC Ć© o nĆŗmero estrutural corrigido;
B Ć© a deflexĆ£o com viga Benkelman (10-2mm)
Pa
ters
on (
198
7)
š š·š = š“šŗšø0,166 Ć ššš¶ā0,502 Ć š¶šššā2,30 Ć ššø4šøš š
šøš š = 0,0902 + 0,0384 Ć š·šøš¹ ā 0,009 Ć š š» + 0,00158 Ć ššš Ć š¶š š
š¼š š¼ = š¼š š¼0 + 725(1 + ššš¶)ā4,99 Ć ššø4 Ć š0,0153āš“šŗšø
RDM Ʃ a profundidade mƩdia das trilhas de roda;
AGE Ć© a idade do pavimento desde a construĆ§Ć£o;
COMP Ć© o Ćndice de compactaĆ§Ć£o de Paterson;
NE4 Ć© o nĆŗmero equivalente acumulado de solicitaĆ§Ć£o de eixo padrĆ£o, calculado pelos
fatores de equivalĆŖncia de carga;
DEF Ć© a deflexĆ£o mĆ”xima mĆ©dia medida com viga Benkelman (10-2mm);
RH Ć© a variĆ”vel que indica se o pavimento Ć© restaurado ou nĆ£o;
MMP Ć© a precipitaĆ§Ć£o mĆ©dia mensal;
CRX Ʃ a Ɣrea de trincamento proposto por Paterson (1987);
IRI0 Ć© a irregularidade longitudinal inicial;
SNC Ć© o nĆŗmero estrutural corrigido.
74
(continuaĆ§Ć£o)
Ma
rcon
(199
6)
šš¼ = 25,783 + 4,0 Ć 10ā6 Ć šš“ ā 5,0 Ć 10ā14 Ć šš“2
š·šøš¹š = 44,928 + 1,0 Ć 10ā5 Ć šš“
šš š¼ = 3,3051 + 5,0 Ć 10ā7 Ć šš“
QI Ć© o quociente de irregularidade;
DEFM Ć© a deflexĆ£o mĆ”xima mĆ©dia;
TRI Ʃ a profundidade mƩdia nas trilhas de roda;
NA Ć© o nĆŗmero equivalente acumulado de solicitaƧƵes do eixo-padrĆ£o.
Ysh
iba
(2
003
)
š¼š š¼ = 2,8 + 0,38.š š¼ + 0,31.š š ā 0,16.š š + 0,09.š š¼ . š š ā 0,08. š š¼ . š(š)
š·šøš¹ = 56 + 8,7. š š¼ + 4,25. š š ā 4,75. š š + 1,81. š š¼ .š(š)
š š¼ =š¼ā13
8 š š =
šā5Ć104
105 š š =šā5,5
2
IRI Ć© a irregularidade longitudinal;
DEF Ć© a deflexĆ£o medida pela viga Benkelman;
I Ć© a idade do revestimento;
N Ć© o nĆŗmero de solicitaƧƵes de trĆ”fego;
S Ć© o nĆŗmero estrutural corrigido.
Vito
rello
(200
8)
š·šøš¹ = 47,87 + 1,65. šššš¢š
šš¼ = 19,35 + 0,82. šššš¢š + 5,81. š
š“šš = 2,36 + 0,56. šššš¢š
DEF Ć© a deflexĆ£o medida com o FWD (10-2mm);
QI Ć© o quociente de irregularidade;
Nacum Ć© o nĆŗmero acumulado de solicitaƧƵes do eixo padrĆ£o;
i Ć© a variĆ”vel que indica se o pavimento sofreu restauraĆ§Ć£o;
ATR Ʃ o afundamento mƩdio nas trilhas de rodas.
75
(continuaĆ§Ć£o) A
AS
HT
O/M
EP
DG
(2
00
4/2
00
8)
šš = 0,00432 Ć š1ā² Ć š¶ Ć
1
šš”
3,9492
Ć 1
šø
1,281
š1ā² =
1
0,000398 +0,003602
1 + š11,02ā3,49ššš
Bottom-up
š1ā² =
1
0,0001 +29,844
1 + š30,544ā5,7357ššš
Top-down
š¶ = 104,84 šš
šš+ššā0,69
š¹š¶ššš”š”šš = 6000
1 + š š¶1ā² +š¶2
ā² .log 10 š·1.100
1
60
š¹š¶š”šš = 1000
1 + š 2,8ā1,4.log 10 š·2.100 10,56
š¶1ā² = ā2. š¶
š¶ = ā2,40874 ā 39,748. (1 + ššš )ā2,856
Nf Ć© a vida Ćŗtil do pavimento quanto Ć
fadiga;
kā1 Ć© o coeficiente em funĆ§Ć£o da
espessura do revestimento;
C Ć© coeficiente em funĆ§Ć£o dos
parĆ¢metros volumĆ©tricos da mistura
asfƔltica;
Īµt Ć© a deformaĆ§Ć£o de traĆ§Ć£o no
revestimento;
E Ć© o mĆ³dulo dinĆ¢mico do revestimento;
hac Ć© a espessura do revestimento;
Va Ć© o volume de vazios com ar no
revestimento;
Vb Ć© o teor de asfalto em volume no
revestimento;
FCbottom Ć© o tricamento da base
para o topo;
D1 Ć© o dano de fadiga da base para
o topo;
D2 Ć© o dado de fadiga do topo para
a base;
76
(conclusĆ£o)
Fra
nco
(200
7/2
01
4)
šš = ššš. š1. šš”š2 . šš š3
šš(š)
šš= š. š āš¼
šššš
š0=
š3
š0+
š
š0
1
š1 š3š0
š2
šš4
š3 (GUIMARĆES, 2014)
Nf Ć© a vida Ćŗtil do pavimento quanto Ć fadiga;
fcl Ć© o fator campo ā laboratĆ³rio (10000);
k1, k2, k3, sĆ£o os coeficientes de regressĆ£o, (1,904x10ā6, -2,821, -0,740);
Īµt Ć© a deformaĆ§Ć£o especĆfica de traĆ§Ć£o no revestimento;
MR Ć© o mĆ³dulo de resiliĆŖncia da mistura asfĆ”ltica;
Īµp Ć© a deformaĆ§Ć£o permanente devido Ć repetiĆ§Ć£o de carga;
Īµr Ć© a deformaĆ§Ć£o especifica resiliente;
N Ć© o nĆŗmero de repetiƧƵes de carga;
Ī¼ e Ī± sĆ£o os coeficientes de regressĆ£o;
Ļadm Ć© a tensĆ£o admissĆvel;
Ļ3 Ć© tensĆ£o de desvio;
Ļ1,Ļ2,Ļ3 sĆ£o coeficientes de regressĆ£o que dependem do solo.
š0 pressĆ£o atmosfĆ©rica 1kgf/cmĀ².
Ma
tto
s (
20
09
)
šµššššššš = 2,67 + 0,95. šµšššššš ššš ā 0,7. Īš
š»šššššš = 0,14 + 0,7. š»šššššššš ā 0,008. Īš
BPNfinal Ć© a previsĆ£o de atrito apĆ³s determinado tempo;
BPNinicial Ć© o valor do atrito medido;
āT Ć© o intervalo de tempo;
HSfinal Ć© a previsĆ£o da macrotextura apĆ³s determinado tempo;
HSinicial Ć© o valor da macrotextura medida.
Fonte: adaptado MATTOS, 2014.
77
3 METODOLOGIA
3.1 PLANEJAMENTO
O trabalho serƔ estruturado com base em dois segmentos de anƔlises. O
primeiro visa realizar a comparaĆ§Ć£o das anĆ”lises obtidas por meio dos Softwares
AASHTOWare Pavement e SisPavBR, apĆ³s dimensionamento dos pavimentos pelo
mƩtodo oficial do DNIT. O segundo ramo do estudo se baseia em fazer uma anƔlise
paramĆ©trica de cunho estatĆstico, onde serĆ” desenvolvida uma anĆ”lise de
comportamento da estrutura do pavimento, quando ocorrer variaĆ§Ć£o na espessura e
mĆ³dulos de resiliĆŖncia das camadas constituintes.
O fluxograma demonstra as seguintes questƵes a serem desenvolvidas e
analisadas durante o trabalho (Figura 18).
Figura 18 - Fluxograma de Atividades
CriaĆ§Ć£o dos perfis de trĆ”fego do VDM apartir do
estudo da BR 116
Dimensionamento pelo mƩtodo DNIT
AnƔlise de custo dos pavimentos
AnƔlise da estrutura com o Software AASHTOWare
Pavement
Estudo do comportamento da
estrutura com variaĆ§Ć£o
AnĆ”lise estatĆstica dos critĆ©rios de desempenho
Dimensionamento pelo AASHTOWare
AnƔlise da estrutura com Software SisPavBR
Dimensionamento pelo SisPavBR
78
3.1.1 Estudo comparativo
Foi realizado o estudo comparativo entre o mƩtodo do DNIT e os softwares do
SisPavBR e AASHTOWare Pavement. Este estudo procedeu-se da seguinte forma,
de primeiro momento foi realizado o dimensionamento pelo mƩtodo do DNIT, onde
foi obtida a espessuras das camadas do pavimento.
Com esta estrutura definida foi entĆ£o feito uso do software do SisPavBR para
determinar se a estrutura teria capacidade de suporte durante a vida Ćŗtil prevista em
projeto conforme os modelos de previsĆ£o do software. O mesmo foi realizado com o
software da AASHTO (level 3). Vale lembrar que foram definidos os materiais a
serem utilizados nas camadas do pavimento e nĆ£o houve alteraĆ§Ć£o nas
caracterĆsticas dos materiais no decorrer dos estudos.
As simulaƧƵes se deram por meio da avaliaĆ§Ć£o com confiabilidade de 50% e
90% para ambos os softwares. Desta forma, a Tabela 13 mostra o nĆŗmero de
combinaƧƵes que foram realizadas para ārodarā em cada sistema.
Tabela 13 ā NĆŗmero de combinaƧƵes a serem analisadas
Valores de āNā MĆ³dulo Subleito Confiabilidade
5 casos 3 casos 2 casos
Total
30 casos para cada Software
3.1.2 Estudo estatĆstico por meio AASHTOWare
Por meio do software AASHTOWare foi realizada a anƔlise do comportamento
dos parĆ¢metros de avaliaĆ§Ć£o do pavimento, efetuando a variaĆ§Ć£o das espessuras e
mĆ³dulos de resiliĆŖncia das camadas, isto para os cinco carregamentos utilizados
(Tabela 14).
Com as combinaƧƵes usadas se buscou abranger o maior nĆŗmero de
possibilidades de variaĆ§Ć£o do pavimento, no entanto, os materiais utilizados nĆ£o
variaram, fez-se uso apenas de MS e BGS, mais comumente utilizados nas rodovias
da regiĆ£o sul.
79
Tabela 14 ā Casos em estudo
Revestimento Base Sub-base Subleito
Espessura 5; 10; 15; 20 cm 15; 20; 25 cm 16; 20; 32 cm NĆ£o se aplica
MĆ³dulo de ResiliĆŖncia
Default (sistema calcula)
100; 200; 300 MPa
100; 200; 300 MPa
53; 124 MPa
Valores de āNā (USACE)
2,5x106; 7,5x106; 2,5x107; 7,5x107; 1,0x108
Total 3240 casos
3.2 TRĆFEGO DE REFERĆNCIA
Foram utilizados os dados do trƔfego da BR 116, obtidos por Klamt (2014) por
meio da ECOSUL ā Empresa ConcessionĆ”ria de Rodovias do Sul, na PraƧa de Bom
Retiro, em Pelotas/RS. Com estes dados o autor chegou aos valores de volume de
trƔfego correspondente a cada categoria conforme a Tabela 15.
Foi aplicado um percentual aos valores de VDM, para que fosse possĆvel
definir o volume de trƔfego correspondente ao N desejado; desta forma obteve-se o
N para o dimensionamento por meio do mƩtodo oficial do DNIT e nos sistemas
SisPavBr e AASHTOWare que sĆ£o baseados na HipĆ³tese de Miner e necessitam da
discretizaĆ§Ć£o do trĆ”fego.
Para o cĆ”lculo dos valores de N, foi levada em consideraĆ§Ć£o a taxa de
crescimento determinada no trabalho de Klamt (2014) de 4,86% com um
crescimento do volume de trĆ”fego mĆ©dio geomĆ©trico, por meio da equaĆ§Ć£o 20. E
para o cĆ”lculo do FECās foram utilizadas as equaƧƵes preconizadas pela USACE
(Tabela 16) e o espectro de eixos conforme a Tabela 17.
š = 365. šš·š. 1+š” š
ln(1+š”). š¹š£. š¹š. š¹š . š¹š (20)
Onde: VDM Ʃ o volume diƔrio mƩdio;
t Ć© a taxa de crescimento;
P Ć© o tempo de vida do projeto;
Fv Ć© o fator de veĆculos;
Ff Ć© o fator de frota;
Fs Ć© o fator de sentido;
80
Fd Ć© o fator de distribuiĆ§Ć£o.
Tabela 15 ā Volume de trĆ”fego de 2013 para cada categoria da BR 116
Categoria Silhueta Contagem 2013
1
1.650.844
2
217.749
3
9.626
4
228.612
5
1.874
6
43.999
7
156.135
8
225.244
10
22.584
11
551
12
8.698
15
12
Total 2.565.928
Tabela 16 ā Fatores de equivalĆŖncia de carga da USACE
Fonte: DNIT, 2006b.
81
Tabela 17 ā Espectro de eixos de cada categoria
Categoria Eixos de VeĆculos
ESRS1 ESRD ETD ETT
1 0 0 0 0
2 1 1 0 0
3 0 0 0 0
4 1 0 1 0
5 0 0 0 0
6 1 1 1 0
7 1 1 0 1
8 1 0 1 1
10 1 2 2 0
11 1 2 1 1
12 1 1 2 1
15 1 3 3 0 1 Eixo dianteiro
Fonte: KLAMT, 2014.
Os valores de N definidos pelo DNIT para as espessuras mĆnimas de
revestimentos variam entre faixas, foi entĆ£o utilizado valores mĆ©dios desta faixa
como referĆŖncia para se determinar qual seria o percentual do volume de trĆ”fego
atual que deveria ser aplicado. A Tabela 18 mostra os valores utilizados.
Tabela 18 ā Valores de N utilizados na pesquisa
Faixa de valores de āNā (DNIT)
Valores de āNā utilizados
Espessura mĆnima (mm)
ā¤106 - 15 a 30
106 < N ā¤ 5 x 106 2,5 x 106 50
5 x 106 < N ā¤ 107 7,5 x 106 75
107 < N ā¤ 5 x 107 2,5 x 107 100
N > 5 x 107 7,5 x 107 125
- 1,0 x 108 125
Para as cargas por eixo foi considerada a hipĆ³tese de que o carregamento se
deu com 80,0% da frota com carga mƔxima no valor mƔximo estabelecido pelo CTB,
e que os demais 20,0% de veĆculos trafegam vazios, se deslocando na busca de
carga ou retornando para as bases de referĆŖncia (LASTRAN, 2003). Os valores
utilizados de carga por eixo sĆ£o os descritos na Tabela 19.
82
Tabela 19 ā Cargas por eixo para cada situaĆ§Ć£o
ESRS ESRD ETD ETT
Carga MƔxima Legal (tf) 6 10 17 25,5
Carga veĆculo vazio (tf) 0,5 1 4 5
Foi determinado com auxĆlio dos valores e equaƧƵes mencionadas
anteriormente os percentuais de VDM necessƔrios (Tabela 20) para atingir os
valores de N (utilizados), com isso foi realizado o dimensionamento dos pavimentos
pelo MĆ©todo do DNIT, predefinindo assim as espessuras das camadas do pavimento
que foram utilizados no sistema do AASHTOWare e SisPavBR.
Tabela 20 ā Percentuais VDM (BR 116) atual utilizados para atingir os valores de āNā
Vale lembrar que a contagem inicial do volume de trƔfego, foi feita nos dois
sentidos pela concessionƔria, ou seja, o trƔfego Ʃ bidirecional. Assim para fins de
cƔlculo de N os valores do volume de trƔfego foram divididos em dois.
Para o estudo foi encontrado um valor de 0,35 para o fator de frota, que Ć© a
relaĆ§Ć£o entre o VDM e o VDM de veĆculos comerciais.
Percentual
do VDM
CATEGORIA Total 80% 20% Total 80% 20% Total 80% 20% Total 80% 20% Total 80% 20%
CAT1 4319 3455 864 3236 2589 647 1076 861 215 323 259 65 108 86 22
CAT2 570 456 114 427 341 85 142 114 28 43 34 9 14 11 3
CAT3 25 20 5 19 15 4 6 5 1 2 2 0 1 1 0
CAT4 598 479 120 448 359 90 149 119 30 45 36 9 15 12 3
CAT5 5 4 1 4 3 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0
CAT6 115 92 23 86 69 17 29 23 6 9 7 2 3 2 1
CAT7 409 327 82 306 245 61 102 81 20 31 24 6 10 8 2
CAT8 589 471 118 442 353 88 147 117 29 44 35 9 15 12 3
CAT 10 59 47 12 44 35 9 15 12 3 4 4 1 1 1 0
CAT 11 1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
CAT 12 23 18 5 17 14 3 6 5 1 2 1 0 1 0 0
CAT 15 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
TOTAL 6714 5371 1343 5030 4024 1006 1673 1339 335 503 402 101 168 134 34
N 2,5x107
177
7,5x106
VDM DIARIO
1,0x108 7,5x107
59
2,5x106
VDM TOTAL
VEĆCULOS
COMERCIAIS
2364
143% 48% 14% 5%
589
191%
1771
83
3.3 ESTRUTURA DO PAVIMENTO UTILIZADO
Foram iniciados os dimensionamentos dos pavimentos a partir dos materiais e
parĆ¢metros que compƵem a Tabela 21. Sendo que tanto no dimensionamento pelo
software AASHTOWare ou SisPavBR a aderĆŖncia entre as camadas foi
desconsiderada, desta forma, o pavimento ficou mais prĆ³ximo ao que se consegue
executar em campo com maior facilidade, e assim o projeto jĆ” parte de um fator de
seguranƧa no dimensionamento.
Tabela 21 ā Estrutura do pavimento usado para dimensionamento
Camada Material MĆ³dulo de ResiliĆŖncia Coeficiente de Poisson
Revestimento CA Calculado pelo AASHTOWare
SisPavBR = 5000 MPa 0,35
Base BGS 300 MPa 0,40
Sub-base MS 208 MPa 0,40
Subleito Solo
(variando CBR) 53, 110 e 124 MPa 0,45
Os valores mencionados na Tabela 21 foram baseados no trabalho de Ribas
(2014), sendo os coeficientes de Poisson os utilizados nos seus estudos e os
mĆ³dulos os valores mĆ©dios obtidos apĆ³s uma anĆ”lise de refinamento estatĆstico dos
valores obtidos. Os mĆ³dulos de subleito utilizados basearam-se no banco de dados
do AASHTOWare, desta forma, para equivalĆŖncia aos CBRās de 5, 10 e 15%, foi
optado pelos solos A-5 (5%), A-3 (10%) e A-1-a (15%).
O ligante utilizado no software AASHTOWare foi o 70-22 e no SisPavBR
como equivalĆŖncia foi feito uso do modificado.
3.4 UTILIZAĆĆO DO SOFTWARE SISPAVBR
A tela inicial ao ser acessado o software do SisPavBR versĆ£o 2.0.8.2 Ć©
ilustrada na Figura 19, onde Ć© possĆvel observar que o sistema estĆ” dividido em
cinco itens, sendo eles a estrutura, modelo, carregamento, clima e por fim a aba que
apĆ³s efetuado dimensionamento ou estimativa de vida do pavimento, fica aberta
com acesso aos resultados.
84
A versĆ£o utilizada no trabalho estĆ” baseada nos esforƧos de traĆ§Ć£o na
camada inferior do revestimento para determinaĆ§Ć£o do dano crĆtico, sendo que
atualmente a versĆ£o do SisPavBR jĆ” estĆ” sendo implementada para fazer a
avaliaĆ§Ć£o de um pavimento levando em consideraĆ§Ć£o uma faixa (malha) de pontos
onde ocorrem os esforƧos de traĆ§Ć£o e assim obter o dano mĆ©dio para o
revestimento.
Figura 19 - Tela inicial SisPavBR
Dentro da aba estrutura Ć© possĆvel inserir/remover camadas, como tambĆ©m
alterar o material e o tipo de material ao fazer o acesso conforme mostra a Figura
20. Cada camada que se deseja efetuar modificaƧƵes deve estar selecionada para
que haja possibilidade de alteraƧƵes destinadas a cada camada e material, como
por exemplo, no revestimento asfĆ”ltico existe a possibilidade de alteraĆ§Ć£o do ligante
asfƔltico, diferentemente da camada de subleito, que irƔ dispor apenas de materiais
como solos.
85
Ć possĆvel tambĆ©m fazer a ediĆ§Ć£o dos materiais, espessura da camada,
coeficiente de Poisson, mĆ³dulo de resiliĆŖncia, e tambĆ©m caracterĆsticas mais
especĆficas de cada camada, como por exemplo, no caso do revestimento que
mostra a Figura 21, onde estĆ£o grifados os dados que se referem Ć faixa
granulomĆ©trica, percentual de ligante, Ćndice de vazios e o percentual de abrasĆ£o.
Figura 20 - OpĆ§Ć£o para alteraĆ§Ć£o das camadas
Como no caso do software AASHTOWare, a estrutura do pavimento seguiu a
mesma utilizada, sendo que os materiais foram escolhidos no Ćcone āprojetoā visto
que neste existia a possibilidade de editar os valores para que assim ficassem iguais
aos utilizados anteriormente.
Na aba de modelagem Ć© possĆvel definir a confiabilidade implicada ao projeto,
vida de projeto, percentual de erro, as condiƧƵes de trƔfego, como percentual de
veĆculos trafegando na faixa, variaĆ§Ć£o lateral, alinhamento e tambĆ©m pode ser
informado o raio de carregamento (FWD), a carga a ser aplicada e os pontos de
leitura (Figura 22).
86
Figura 21 - Interface de alteraĆ§Ć£o das caracterĆsticas das camadas
Figura 22 - Aba modelagem
Para o trabalho foi alterado a confiabilidade, ou seja, para a previsĆ£o de
capacidade do pavimento utilizando as espessuras obtidas por meio do
ā
87
dimensionamento do DNIT, a confiabilidade imposta foi de 50% e 90%, no entanto,
para o dimensionamento se fez uso apenas de 50%.
No carregamento Ć© realizada a escolha dos eixos que farĆ£o parte do
dimensionamento e em seguida Ć© inserido o eixo na tabela (Figura 23). Ao inserir o
eixo Ć© possĆvel entĆ£o realizar a ediĆ§Ć£o do nĆŗmero de veĆculos que irĆ£o passar sobre
o pavimento, a taxa de crescimento do trƔfego, o carregamento, o posicionamento,
Ć”rea de contato, pressĆ£o dos pneus e raio. Sendo que devem ser informados todos
os eixos que farĆ£o parte da composiĆ§Ć£o deste trĆ”fego.
Figura 23 - Tela de entrada dos dados de carregamento
No trabalho, foi inserido cada tipo de eixo duas vezes, sendo que uma vez o
eixo estava com 80% da carga mĆ”xima legal e 20% com o carregamento mĆnimo
(vazio) e, foi tambƩm alterado o VDM, correspondente a cada percentual
mencionado de carregamento. Para todos os eixos a taxa de crescimento foi
considerado o valor de 4,6%, determinados por Klamt (2014).
88
Na opĆ§Ć£o destinada ao clima, Ć© possĆvel informar o mĆŖs de abertura do
pavimento ao trĆ”fego e tambĆ©m escolher o municĆpio para se usufruir dos dados de
temperatura mƩdia mensal do ar (Figura 24), sendo que o software possui um banco
de dados com 25 municĆpios, entre capitais e grandes centros. TambĆ©m Ć© possĆvel
optar por āoutrosā e criar o modelo de temperatura que se queira utilizar para o
dimensionamento, ou seja, caso se tenha Ć disposiĆ§Ć£o as informaƧƵes climĆ”ticas de
temperatura da regiĆ£o onde irĆ” se desenvolver o projeto Ć© possĆvel informar isto ao
sistema.
Figura 24 - Interface de escolha do clima
Para o dimensionamento realizado no trabalho, foram utilizados os dados
referentes ao municĆpio de Porto Alegre no Rio Grande do Sul, visto que o trĆ”fego
utilizado Ć© de uma rodovia localizada em partes da regiĆ£o escolhida e abertura do
trĆ”fego no mĆŖs de janeiro, onde existe uma severidade das altas temperaturas, o
que pode implicar em maiores deformaƧƵes iniciais do pavimento.
89
3.5 UTILIZAĆĆO DO SOFTWARE AASHTOWARE
A versĆ£o do software utilizado foi AASHTOWare Pavement ME Design 2.1 do
ano de 2014 (level 3). Na tela inicial de acesso ao software Ć© mostrada na Figura 25,
onde o sistema disponibiliza as primeiras opƧƵes para dar inicio Ć entrada de
informaƧƵes que constituirĆ£o o projeto de dimensionamento de pavimentos, ou seja,
deve ser informado o tipo de projeto que serĆ” desenvolvido.
Figura 25 - Tela inicial do AASHTOWare
Em sequĆŖncia deve ser optado por um projeto novo, que permite efetuar a
escolha do tipo de pavimento que serĆ” dimensionado, ou seja, Ć© possĆvel partir de
um pavimento novo, sendo este um pavimento flexĆvel ou rĆgido, tambĆ©m a
recuperaĆ§Ć£o de pavimentos com reforƧos estruturais.
A Figura 26 demonstra o inĆcio da entrada de dados para a caracterizaĆ§Ć£o do
pavimento e tambƩm os critƩrios a serem avaliados pelo software. A imagem mostra
que estĆ” dividida em dois setores, sendo que cada um deles compete a
desempenhar as seguintes funƧƵes:
Na Figura 27 que representa o setor (1) estĆ£o os dados iniciais onde se
escolhe o tipo de pavimento, a vida de projeto determinada para este pavimento, a
90
data inicial da construĆ§Ć£o do pavimento, o tĆ©rmino e a liberaĆ§Ć£o do pavimento para o
uso. Isto devido ao software levar em consideraĆ§Ć£o os efeitos climĆ”ticos que o
pavimento pode sofrer.
Figura 26 - Tela de um projeto novo
Figura 27 - Dados iniciais do tipo de pavimento
Desta forma, para o estudo foi considerado que a liberaĆ§Ć£o ao trafego se deu
prĆ³ximo ao meio do ano, no Brasil, pois desta maneira o software americano estima
as aƧƵes climƔticas nos meses mais quentes, assim condicionando o pavimento ao
ā ā”
91
seu inĆcio de vida Ćŗtil a elevadas temperaturas e consequentemente a maiores
deformaƧƵes iniciais ao pavimento.
A Figura 28 representa o setor (2) da Figura 26 onde estĆ£o as condicionantes
que irĆ£o avaliar a estrutura do pavimento e atenderĆ” as solicitaƧƵes dentro da vida
de projeto, onde o software avalia a IRI (Irregularidade Longitudinal da pista),
trincamento do revestimento de cima para baixo, trincamento no revestimento de
baixo para cima, trincamento tĆ©rmico, deformaĆ§Ć£o total do pavimento e deformaĆ§Ć£o
do revestimento, tambƩm nesta aba pode-se estipular a confiabilidade que se
pretende impor ao projeto. Para este estudo os limites para as condicionantes de
dimensionamento foram mantidas as do software e como dimensionamento em
referĆŖncia ao previsto pelo DNIT a confiabilidade proposta foi de 50 e 90%, no
entanto, para o dimensionamento da estrutura de forma a atender os limites de
projeto a confiabilidade utilizada foi de 50%. Os valores contidos na imagem sĆ£o os
limites dos critƩrios de desempenho utilizado pela AASHTOWare.
Figura 28 - Condicionantes a serem avaliadas pelo AASHTOWare
A Tabela 22 foi construĆda com os valores de referĆŖncia do manual de
restauraĆ§Ć£o de pavimentos asfĆ”lticos do DNIT, o trincamento top-down, tĆ©rmico e a
deformaĆ§Ć£o do revestimento nĆ£o sĆ£o considerados pelo DNIT. O trincamento
bottom-up foi considerado o valor de 30%, sendo que o manual determina que 20%
jƔ apresentam condiƧƵes regulares, porƩm, sugere que seja adotado valor de
referĆŖncia entre 25 a 30% do trincamento total.
92
Tabela 22 ā Limites CritĆ©rio de Desempenho DNIT (2006b)
CritƩrio Desempenho Limite
IRI (m/km) 3,5
Trincamento top-down revestimento (m/km) -
Trincamento bottom-up revestimento (%) 30
Trincamento tƩrmico (m/km) -
DeformaĆ§Ć£o permanente pavimento (mm) 12
DeformaĆ§Ć£o permanente revestimento (mm) -
Para o dimensionamento sĆ£o divididas as informaƧƵes em trĆŖs grandes
grupos, estrutura do pavimento (juntamente com materiais utilizados), trƔfego em
que o pavimento serĆ” submetido e os fatores relevantes do clima. Com isto na
Figura 29 estĆ£o as principais fontes de entrada para o trĆ”fego.
Figura 29 - Tela de entrada de dados do trƔfego
A tela anterior foi dividida em 4 segmentos de informaƧƵes que compƵem a
estrutura destinada Ć s informaƧƵes de trĆ”fego. Onde o segmento (1) trata das
informaƧƵes relevantes ao VDM, nĆŗmero de faixas por sentido, percentual de
veĆculos comerciais (8,2tf), percentual de sentido, configuraĆ§Ć£o dos eixos (distĆ¢ncia)
ā ā”
ā¢
ā£
93
e variaĆ§Ć£o lateral dos rodados, como mostra na Figura 30. No entanto, para a
pesquisa foi utilizado apenas Ć s cinco primeiras informaƧƵes, sendo que o VDM
variou conforme os valores de N foi considerado apenas uma faixa, acarretando
assim em 100% de veĆculos nesta faixa e o percentual de veĆculos comerciais foram
considerados como 100%, visto que no VDM desconsiderou os veĆculos de passeio.
Figura 30 - Tela de informaƧƵes do volume de trƔfego
No segmento (2) (Figura 31) estĆ” disponĆvel o espaƧo para inserĆ§Ć£o do
percentual de veĆculos de cada classe que compƵem o VDM, como tambĆ©m a taxa
de crescimento, sendo que esta pode ser informada para cada classe, no caso de
ocorrer variaĆ§Ć£o de crescimento de uma determinada classe para certa rodovia
devido informaƧƵes que o projetista possua da regiĆ£o. Ć possĆvel optar se o
crescimento se darƔ de forma linear ou geomƩtrica. Para o trabalho como
mencionado anteriormente, os percentuais de VDM partiram dos valores de N e, o
crescimento geomĆ©trico, visto que o nĆŗmero de veĆculos cresce de maneira elevada,
assim o dimensionamento estaria prevendo a pior condiĆ§Ć£o que este pavimento
pode estar submetido.
Figura 31 - Entrada do percentual de veĆculos por classe e crescimento
94
Na Figura 32 que ilustra o segmento (3), estĆ£o as informaƧƵes referentes ao
percentual de trĆ”fego do VDM, distribuĆdos por classe em relaĆ§Ć£o aos meses, ou
seja, caso ocorra sazonalidade do volume de veĆculos sobre o pavimento, isto pode
ser informado. Para o trabalho foram mantidas as distribuiƧƵes de forma uniforme,
visto que nĆ£o foi realizado estudo da regiĆ£o que usufrui a BR 116, apenas se fez uso
do trƔfego desta rodovia.
No segmento (4) (Figura 33) estĆ” o local destinado para informar o nĆŗmero de
eixos que compƵem cada classe, ou seja, o espectro de eixos. Neste trabalho foi
utilizado o que Klamt (2014) determinou em seu trabalho, para que assim
pudĆ©ssemos informar para o software o formato dos veĆculos que transitam pelas
rodovias brasileiras.
Figura 32 - Tela dos valores do percentual de VDM com relaĆ§Ć£o mensal
Figura 33 - Entrada do espectro de eixos
Ć importante salientar que no caso dos estudos da AASHTO eles nĆ£o
consideram os eixos simples de rodas simples, onde estĆ” na tela disponĆvel para
95
inserir informaƧƵes sobre o eixo āsingleā, referindo-se ao eixo simples de rodas
duplas, ou seja, os valores de rodas dianteiras que compƵem o espectro de Klamt
(2014) nĆ£o foram utilizados.
Na Figura 34, temos mais uma opĆ§Ć£o que compƵem as informaƧƵes do
trĆ”fego, ou seja, a opĆ§Ć£o de informar o percentual de veĆculos com certa carga que
passa em determinado mĆŖs.
Figura 34 - Entrada do percentual de carga das classes em relaĆ§Ć£o mensal
Na Figura 34 o local circulado e indicado com uma seta mostra os tipos de
eixos, onde ao ser clicado libera a aba que Ć© mostrada ao lado referente ao tipo do
eixo. Nesta aba temos os meses, dentro de cada mĆŖs todas as classes e na guia
superior estĆ£o Ć s cargas em kgf, ou seja, na tabela Ć© possĆvel estipular o percentual
de cada carregamento por eixo. No trabalho foi utilizado aqui a relaĆ§Ć£o de 80% de
carga mĆ”xima legal e 20% com carregamento para veĆculos vazios.
A Figura 35 mostra a aba que abre quando efetuado um clique sobre o
espaƧo entre o pneu e o pavimento na ilustraĆ§Ć£o que estĆ” Ć direita da interface do
software. Esta aba irĆ” permitir a escolha do local sobre o qual estarĆ” o pavimento,
ou seja, Ć© possĆvel escolher as condiƧƵes climĆ”ticas que estarĆ£o agindo sobre a
estrutura.
96
Figura 35 - Interface de escolha do local e condiƧƵes climƔticas
Para o trabalho foram utilizadas as condiƧƵes climĆ”ticas da regiĆ£o de
Savannah nos EUA, devido ao software necessitar de um banco de dados climƔticos
e na licenƧa que se teve acesso as condiƧƵes climĆ”ticas eram dos EUA. Ć possĆvel
observar na Figura 36 que existe uma correspondĆŖncia das temperaturas mĆ©dias
mensais entre Porto Alegre e Savannah, sendo que nas duas localidades a
temperatura mĆ©dia anual Ć© muito prĆ³xima, Porto Alegre 19,49Ā°C e Savannah
18,98Ā°C.
97
Figura 36 - Comparativo entre a temperatura de Porto Alegre e Savannah
Fonte: adaptado INMET, 2016 e AASHTO, 2014.
A pluviometria entre Porto Alegre e Savannah tambĆ©m sĆ£o bem semelhantes
como demonstra a Figura 37, uma distribuiĆ§Ć£o com certa semelhanƧa, a diferenƧa
de precipitaĆ§Ć£o acumulada durante o ano fica em 92 mm, ou seja, se dividido
uniformemente por todos os meses a diferenƧa nĆ£o atinge 8 mm em cada mĆŖs.
101214161820222426
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Tem
per
atu
ra (
Ā°C)
Meses
PORTO ALEGRE
5
10
15
20
25
30
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Tem
per
atu
ra (
Ā°C)
Meses
SAVANNAH
98
Figura 37 - Comparativo entre a precipitaĆ§Ć£o em Porto Alegre e Savannah
Fonte: adaptado INMET, 2016 e AASHTO, 2014.
E por fim para montagem da estrutura do pavimento, se procede da seguinte
forma: um clique sobre a ilustraĆ§Ć£o, na Ć”rea do pavimento e se opta por adicionar
uma nova camada. Como mostra na Figura 38, Ć© possĆvel entĆ£o selecionar onde
serƔ inserida esta nova camada e tambƩm que tipo de camada serƔ esta.
ApĆ³s escolhido o tipo de camada Ć© realizado entĆ£o a escolha do material que
irĆ” compor como mostra na Figura 39, destacado pela seta. Em sequĆŖncia Ć©
possĆvel efetuar a modificaĆ§Ć£o dos Ćndices que compƵem a camada, no local
circulado, onde Ć© possĆvel inserir valores como coeficiente de Poisson, espessura,
mĆ³dulo de resiliĆŖncia.
40
60
80
100
120
140
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Pre
cip
itaƧ
Ć£o (m
m)
Meses
PORTO ALEGRE
40
60
80
100
120
140
160
180
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Pre
cip
itaƧ
Ć£o (m
m)
Meses
SAVANNAH
99
Figura 38 - Tela de entrada com estrutura do pavimento
Figura 39 - Escolha do material e suas caracterĆsticas
100
Por meio do acesso ao āGradation & other engineering propertiesā Ć© possĆvel
fazer modificaƧƵes nas camadas, referentes ao percentual granulomƩtrico de cada
diĆ¢metro de material, Ćndices de Atterberg, coeficiente hidrĆ”ulico e compactaĆ§Ć£o da
camada (Figura 40). No trabalho foram utilizados os dados referentes Ć s camadas
contidos no software, apenas informou-se que as camadas foram compactadas.
E para finalizar a estrutura, como foram mencionadas anteriormente, as
camadas foram consideradas como nĆ£o aderidas, para inserir no software Ć© preciso
ir Ć aba que estĆ” indicada na Figura 41, escolher a opĆ§Ć£o āAC layer propertiesā onde
ficarĆ” disponĆvel a aba circulada, no item āLayer interfaceā e determinar como as
camadas adjacentes terĆ£o sua ligaĆ§Ć£o, sendo que o software considera que o valor
1 Ć© totalmente aderido e o valor 0 Ć© sem aderĆŖncia.
Figura 40 - Entrada dos limites de Atterberg e percentuais de material passante em
cada peneira
101
Figura 41 - Interface de aderĆŖncia entre camadas
3.6 CĆLCULO DO CUSTO DO PAVIMENTO
O custo unitƔrio do pavimento foi realizado com base nas tabelas
desenvolvidas nos estudos de Ribas (2014), atualizadas por meio dos custos de
serviƧos e materiais de referĆŖncia do SICRO 2 de julho de 2015 e materiais
betuminosos da AgĆŖncia Nacional de PetrĆ³leo, GĆ”s Natural e BiocombustĆveis no
ano de referĆŖncia 2015.
Ribas (2014) na determinaĆ§Ć£o do custo unitĆ”rio de transporte dos materiais
betuminosos utilizou a metodologia apresentada na instruĆ§Ć£o de serviƧo DNIT-IS/DG
nĀŗ 02 de 18 de janeiro de 2011, que define as equaƧƵes tarifĆ”rias para o cĆ”lculo do
custo base de transporte para materiais betuminosos a quente e a frio em diferentes
condiƧƵes de superfĆcie. Foi atualizado por meio do Ćndice de reajustamento de
obras rodoviĆ”rias da fundaĆ§Ć£o GetĆŗlio Vargas (FGV) na data base de dezembro de
2015, e mantido o adicional de ICMS referente ao estado do Rio Grande do Sul
(17%). A Tabela 23 demonstra as distĆ¢ncias que foram utilizadas para fins de
construĆ§Ć£o de referĆŖncia dos cĆ”lculos de custos.
102
Tabela 23 ā DistĆ¢ncia mĆ©dia de transporte para levantamento de custos
DescriĆ§Ć£o Origem Destino DistĆ¢ncia mĆ©dia de
transporte (km) CondiĆ§Ć£o de
superfĆcie
Mat. bet. a quente Refinaria Usina 300 Pavimentado
Mat. bet. a frio Distribuidora Usina 300 Pavimentado
Areia/brita comercial
Jazida Usina 10 NĆ£o pavimentado
Areia/brita comercial
Jazida Pista 70 NĆ£o pavimentado
Concreto AsfĆ”ltico Usina Pista 60 NĆ£o pavimentado
Brita graduada Jazida Pista 70 NĆ£o pavimentado
Macadame seco Jazida Pista 70 NĆ£o pavimentado
Bloqueio Jazida Pista 70 NĆ£o pavimentado
Fonte: RIBAS, 2014.
A Tabela 24 demonstra a obtenĆ§Ć£o do custo unitĆ”rio por tonelada para o
transporte de materiais betuminosos. JĆ” na Tabela 25 tĆŖm-se os valores dos
materiais betuminosos obtidos por meio da ANP no mĆŖs de referĆŖncia de dezembro
de 2015 para o estado do Rio Grande do Sul com 17% de ICMS.
Tabela 24 ā Custo transporte materiais betuminosos
Com base na IS/DG nĀŗ 02 de 18 de janeiro de 2011
Custo base (R$ / t) Ćndice de
pavimentaĆ§Ć£o FGV Custo corrigido (R$ / t)
Custo final (R$ / t) com acrƩscimo ICMS 17%
A quente: Cb = 24,715 + 0,247 x D
A frio: Cb = 22,244 + 0,223 x D
Janeiro de 2010
Dezembro de 2015
222,272 298,334 A
quente A frio
A quente
A frio
98,82 89,14 Fator de correĆ§Ć£o:
1,3422 132,63 119,65 159,79 144,16
Nota: D representa a distĆ¢ncia mĆ©dia de transporte definida.
Fonte: adaptado de RIBAS, 2014.
Nas Tabelas 26, 27, 28, 29, 30, 31 e 32 estĆ£o as composiƧƵes de custo
unitĆ”rio dos serviƧos e materiais, do Concreto AsfĆ”ltico, Pintura de LigaĆ§Ć£o,
ImprimaĆ§Ć£o, Brita Graduada Simples, Macadame Seco, Camada de Bloqueio e
Tratamento Superficial Duplo, respectivamente.
103
Tabela 25 ā Custo materiais betuminosos
CĆ³digo Sicro
DescriĆ§Ć£o Rio Grande do Sul
Custo final com acrƩscimo de ICMS
17%
R$/kg R$/ton R$/kg R$/ton
M101 Cimento asfƔltico CAP
50/70 1,3576 1357,5645 1,6356 1635,62
M103 Asfalto diluĆdo CM-30 2,2480 2247,9706 2,7084 2708,40
M104 EmulsĆ£o asfĆ”ltica RR-1C 1,3303 1330,3039 1,6028 1602,78
M105 EmulsĆ£o asfĆ”ltica RR-2C 1,1109 1110,9476 1,3385 1338,49
A Figura 42 demonstra o modelo de pavimento utilizado como referĆŖncia para
levantamento dos valores de custo final do pavimento conforme as dimensƵes,
sendo o mesmo utilizado no estudo de Klamt (2014) para pavimentos novos, desta
forma explica a existĆŖncia e local de aplicaĆ§Ć£o das camadas de bloqueio,
imprimaĆ§Ć£o, pintura de ligaĆ§Ć£o, bem como o tratamento superficial duplo, que no
caso deste pavimento de referĆŖncia Ć© relativo ao acostamento.
Tabela 26 ā ComposiĆ§Ć£o custo CBUQ
2 S 02 540 51 - CBUQ - capa de rolamento AC/BC PE (t/h): 75
Etapa DescriĆ§Ć£o ComposiƧƵes Auxiliares Custo (R$)
A Equipamentos - 529,76
B MĆ£o de obra - 135,76
C ExecuĆ§Ć£o (A+B / PE) - 8,87
D Atividades auxiliares 1 A 01 390 52 64,87
E Transp. mat.
produzidos/comerciais 1 A 00 001 05 / 1 A 00 001 91 46,50
F Materiais
betuminosos:
AquisiĆ§Ć£o - 89,96
Transporte - 8,79
Custo unitƔrio (C+D+E) 120,25
PreƧo unitƔrio (LDI: 29,98%) 156,30
Custo unitƔrio materiais betuminosos (F) 98,75
PreƧo unitƔrio materiais betuminosos (LDI: 15,00%) 113,56
PreƧo unitƔrio final/t 269,86
PreƧo unitĆ”rio final/mĀ³ (D = 2,425) 654,40
104
Figura 42 - Estrutura do pavimento de referĆŖncia e composiĆ§Ć£o das camadas
Fonte: adaptado de KLAMT, 2014.
Tabela 27 ā ComposiĆ§Ć£o custo pintura de ligaĆ§Ć£o
2 S 02 400 00 - Pintura de ligaĆ§Ć£o PE (mĀ²/h): 1687
Etapa DescriĆ§Ć£o ComposiƧƵes
Auxiliares Custo (R$)
A Equipamentos - 200,50
B MĆ£o de obra - 79,12
C ExecuĆ§Ć£o (A+B / PE) - 0,17
E Materiais
betuminosos:
AquisiĆ§Ć£o - 0,64
Transporte - 0,06
Custo unitƔrio (C) 0,17
PreƧo unitƔrio (LDI: 29,98%) 0,22
Custo unitƔrio materiais betuminosos (E) 0,70
PreƧo unitƔrio materiais betuminosos (LDI: 15,00%) 0,80
PreƧo unitĆ”rio final/mĀ² 1,02
105
Tabela 28 ā ComposiĆ§Ć£o custo imprimaĆ§Ć£o
2 S 02 300 00 - ImprimaĆ§Ć£o PE (mĀ²/h): 1125
Etapa DescriĆ§Ć£o ComposiƧƵes
Auxiliares Custo (R$)
A Equipamentos - 195,29
B MĆ£o de obra - 82,55
C ExecuĆ§Ć£o (A+B / PE) - 0,25
E Materiais
betuminosos:
AquisiĆ§Ć£o - 3,25
Transporte - 0,17
Custo unitƔrio (C) 0,25
PreƧo unitƔrio (LDI: 29,98%) 0,32
Custo unitƔrio materiais betuminosos (E) 3,42
PreƧo unitƔrio materiais betuminosos (LDI: 15,00%) 3,94
PreƧo unitĆ”rio final/mĀ² 4,26
Tabela 29 ā ComposiĆ§Ć£o custo camada BGS
2 S 02 230 50 - Base de brita graduada BC PE (mĀ³/h): 121
Etapa DescriĆ§Ć£o ComposiƧƵes
Auxiliares Custo (R$)
A Equipamentos - 1002,80
B MĆ£o de obra - 79,12
C ExecuĆ§Ć£o (A+B / PE) - 8,94
D Atividades auxiliares 1 A 01 395 51 91,92
E Transp. mat. produzidos/comerciais 1 A 00 001 91 90,72
Custo unitĆ”rio total/mĀ³ (C+D+E) 191,58
PreƧo unitĆ”rio final/mĀ³ (LDI: 29,98%) 249,02
Tabela 30 ā ComposiĆ§Ć£o custo camada MS
2 S 02 231 50 - Base de macadame BC PE (mĀ³/h): 136
Etapa DescriĆ§Ć£o ComposiƧƵes
Auxiliares Custo (R$)
A Equipamentos - 865,19
B MĆ£o de obra - 79,12
C ExecuĆ§Ć£o (A+B / PE) - 6,94
D Atividades auxiliares 1 A 00 717 00 82,42
E Transp. mat. produzidos/comerciais 1 A 00 001 91 85,05
Custo unitĆ”rio total/mĀ³ (C+D+E) 174,41
PreƧo unitĆ”rio final/mĀ³ (LDI: 29,98%) 226,70
106
Tabela 31 ā ComposiĆ§Ć£o custo camada bloqueio
2 S 04 999 07 - Bloqueio PE (mĀ³/h): 3
Etapa DescriĆ§Ć£o ComposiƧƵes
Auxiliares Custo (R$)
A Equipamentos - 17,80
B MĆ£o de obra - 8,85
C ExecuĆ§Ć£o (A+B / PE) - 8,88
D Atividades auxiliares 1 A 01 200 01 31,80
E Transp. mat. produzidos/comerciais 1 A 00 001 91 85,05
Custo unitĆ”rio total/mĀ³ (C+D+E) 125,73
PreƧo unitĆ”rio final/mĀ³ (LDI: 29,98%) 163,43
Tabela 32 ā ComposiĆ§Ć£o custo camada TSD
2 S 02 501 01 - Trat. sup. duplo c/ emulsĆ£o PE (mĀ²/h): 343
Etapa DescriĆ§Ć£o ComposiƧƵes
Auxiliares Custo (R$)
A Equipamentos - 448,34
B MĆ£o de obra - 135,76
C ExecuĆ§Ć£o (A+B / PE) - 1,70
D Atividades auxiliares 1 A 00 717 00 1,41
E Transp. mat. produzidos/comerciais 1 A 01 200 01 2,05
F Materiais
betuminosos:
AquisiĆ§Ć£o - 4,02
Transporte - 0,43
Custo unitƔrio (C+D+E) 5,16
PreƧo unitƔrio (LDI: 29,98%) 6,71
Custo unitƔrio materiais betuminosos (E) 4,45
PreƧo unitƔrio materiais betuminosos (LDI: 15,00%) 5,12
PreƧo unitĆ”rio final/mĀ² 11,83
O custo unitƔrio final do pavimento estƔ resumido na Tabela 33, com as
respectivas unidades de mensuraĆ§Ć£o.
Tabela 33 ā Custo unitĆ”rio final para pavimento
CA (mĀ³) PL (mĀ²) IP (mĀ²) BGS (mĀ³) MS (mĀ³) BL (mĀ³) TSD (mĀ²)
R$ 654,40 R$ 1,02 R$ 4,26 R$ 249,02 R$ 226,70 R$ 163,43 R$ 11,83
Legenda: CA: concreto asfĆ”ltico; PL: pintura de ligaĆ§Ć£o; IP: imprimaĆ§Ć£o; BGS: brita graduada simples; MS: macadame seco; BL: bloqueio; TSD: tratamento superficial duplo
107
3.7 SOFTWARE STATISTICA
O STATISTICA auxilia a entender melhor o que acontece em cada processo
realizado. Saber por que determinado processo estĆ” acontecendo e tentar antecipar
movimentos futuros sĆ£o conhecimentos altamente recomendĆ”veis para
determinados processos e projetos. Desta forma, as ferramentas do software sĆ£o de
uso fĆ”cil e de alta tecnologia, com acesso a banco de dados, consultas, relatĆ³rios e
algoritmos. (STATSOFT, 2016).
Bueno (2014) define como um software de mĆ©todos estatĆsticos, aquele que
possui um conjunto de ferramentas para anĆ”lises estatĆsticas, bem como ter vĆ”rias
ferramentas de gestĆ£o e visualizaĆ§Ć£o de bases de dados e Data Mining, com
mecanismos de modelaĆ§Ć£o preditiva, agrupamentos e ferramentas exploratĆ³rias
utilizando em seu trabalho a regressĆ£o mĆŗltipla que Ć© um processo estatĆstico
realizado para analisar a influĆŖncia das variĆ”veis independentes nas variĆ”veis
dependentes atravĆ©s do mĆ©todo de variĆ¢ncia ANOVA (Analysis of Variance).
No presente estudo as variƔveis dependentes foram os critƩrios de
desempenho definidos pelo software AASHTOWare, como IRI, trincamento do
revestimento (tĆ©rmico, top-down e bottom-up), deformaĆ§Ć£o permanente do
pavimento e do revestimento. As variƔveis independentes foram o volume de trƔfego
(N), espessuras das camadas (revestimento, base e sub-base) e mĆ³dulos de
resiliĆŖncia (base, sub-base e subleito). Sendo que as variĆ”veis independentes foram
relacionadas diretamente com as variĆ”veis dependentes, bem como os efeitos de 2ĀŖ
e 3ĀŖ ordem (produto das variĆ”veis) das variĆ”veis independentes.
108
4 RESULTADOS
4.1 DIMENSIONAMENTO
4.1.1 Dimensionamento pelo MĆ©todo DNIT
Para o dimensionamento pelo mƩtodo do DNIT, foram utilizadas as
espessuras mĆnimas previstas conforme mostra a Tabela 34, para cada valor de N
(USACE) aplicado como carregamento imposto ao pavimento.
Tabela 34 ā Espessuras do pavimento
N 2,5x106 7,5x106 2,5x107 7,5x107 1,0x108
(%) CBR Subleito
5 10 15 5 10 15 5 10 15 5 10 15 5 10 15
Erev (cm) 5 5 5 7,5 7,5 7,5 10 10 10 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5 12,5
Ebas (cm) 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15
Esub (cm) 34 16 16 34 16 16 32 16 - 32 16 - 32 16 -
Para o caso do N de 2,5x106 a espessura do revestimento e base se mantƩm
a mesma, apenas varia a espessura da sub-base, sendo que entre o CBR de 10% e
15% nĆ£o ocorreram modificaƧƵes. Bem como para N de 7,5x106 que nĆ£o varia entre
o CBR de 10% e 15%. Existe apenas no CBR de 5% uma variaĆ§Ć£o significativa que
acontece na espessura da sub-base com 34 cm.
Ć possĆvel observar que com o aumento na espessura de revestimento para o
N de 2,5x107 a camada de sub-base diminui 2 cm, bem como no caso em que o
CBR do subleito Ć© 15%, que acaba por dispensar o uso de sub-base. Para o N de
7,5x107 as espessuras das camadas de base e sub-base se mantiveram iguais as
do N de 2,5x107, visto que a espessura do revestimento aumentou em 2,5 cm.
A manutenĆ§Ć£o da espessura do revestimento a partir de N 7,5x107 se dĆ”
devido o mĆ©todo do DNIT levar em consideraĆ§Ć£o as faixas atĆ© chegar em N>5x107,
onde a partir deste volume de trĆ”fego a espessura mĆnima Ć© de 12,5 cm de
revestimento, os dois Ćŗltimos volumes de trĆ”fego mantiveram o mesmo formato de
perfil de pavimento.
109
4.1.2 Dimensionamento pelo SisPavBR
Para o dimensionamento por meio do SisPavBR a capacidade de suporte do
subleito Ć© dada em MPa (mĆ³dulo de resiliĆŖncia) e as camadas de base e sub-base
se mantiveram as mesmas das obtidas pelo dimensionamento do DNIT (referĆŖncia),
variando a espessura do revestimento como mostra nas Tabelas 35 a 39, para uma
confiabilidade de 50%. A variaĆ§Ć£o do revestimento aconteceu baseada nos estudos
de Ribas (2014) que mostram como sendo a camada que causa maior impacto no
desempenho do pavimento.
Tabela 35 ā Espessuras do Pavimento para N de 2,5x106 pelo SisPavBR
N 2,5x106
MR Subleito (MPa) 53 110 124
Erev (cm) 6,3 6,9 6,8
Ebas (cm) 15 15 15
Esub (cm) 34 16 16
Observando a referĆŖncia (DNIT), a espessura do revestimento pelo SisPavBR
para o N mostrado na Tabela 35, variou para os trĆŖs MR numa ordem menor que 2
cm, ou seja, um aumento em torno de 35%.
Tabela 36 ā Espessuras do Pavimento para N de 7,5x106 pelo SisPavBR
N 7,5x106
MR Subleito (MPa) 53 110 124
Erev (cm) 9,9 10,3 10,1
Ebas (cm) 15 15 15
Esub (cm) 34 16 16
Para este caso nota-se tambƩm que o aumento na espessura do revestimento
seguiu a mesma ordem, visto que a maior espessura foi obtida para um mĆ³dulo de
resiliĆŖncia de 110 MPa, com um ganho de 2,8 cm, cerca de 37% com relaĆ§Ć£o a
referĆŖncia.
110
Tabela 37 ā Espessuras do Pavimento para N de 2,5x107 pelo SisPavBR
N 2,5x107
MR Subleito (MPa) 53 110 124
Erev (cm) 14,1 13,9 13,8
Ebas (cm) 15 15 15
Esub (cm) 32 16 -
Com uma ordem de grandeza mais elevada de volume de trƔfego o
dimensionamento chegou a um aumento de 41% na espessura do revestimento para
o subleito com mĆ³dulo de resiliĆŖncia de 53 MPa.
Tabela 38 ā Espessuras do Pavimento para N de 7,5x107 pelo SisPavBR
N 7,5x107
MR Subleito (MPa) 53 110 124
Erev (cm) 18,4 17,7 17,4
Ebas (cm) 15 15 15
Esub (cm) 32 16 -
No caso mostrado na Tabela 38 se manteve o maior aumento na espessura
do revestimento para o subleito com MR de 53 MPa, porƩm passou de 41% o
aumento para em torno de 47% com relaĆ§Ć£o a referĆŖncia. Para o subleito com MR
de 110 e 124 MPa o aumento na espessura do revestimento ficou prĆ³ximo a 40%.
Tabela 39 ā Espessuras do Pavimento para N de 1,0x108 pelo SisPavBR
N 1,0x108
MR Subleito (MPa) 53 110 124
Erev (cm) 19,5 18,7 18,5
Ebas (cm) 15 15 15
Esub (cm) 32 16 -
111
Para o volume de trƔfego de 108, o SisPavBR chegou a um aumento de 7 cm
na espessura do revestimento em relaĆ§Ć£o ao mĆ©todo do DNIT, ou seja, 56% de
aumento.
Desta forma, o percentual de aumento na espessura do revestimento para os
volumes de trĆ”fego na ordem de 106 foi maior para o mĆ³dulo de resiliĆŖncia do
subleito de 110 MPa, onde ficou em torno de 37%, que pode ser relacionado com a
diminuiĆ§Ć£o na camada de sub-base em relaĆ§Ć£o ao MR do subleito de 53 MPa e, o
aumento da capacidade de suporte do subleito para o MR de 124 MPa. Visto que
desta maneira, a deformaĆ§Ć£o da camada de sub-base Ć© evitada, bem como as
tensƵes no topo do subleito sĆ£o melhores absorvidas, resultados que o SisPavBR
avalia em seu conjunto de modelos de previsĆ£o de deformaĆ§Ć£o das camadas e
tensƵes no subleito.
JƔ no caso de volumes de trƔfego mais elevados a necessidade de espessura
maior comeƧa a ser onde o mĆ³dulo do subleito Ć© menor, visto que se chega ao
subleito com maior tensĆ£o e consequentemente uma maior deformaĆ§Ć£o, assim a
variaĆ§Ć£o de espessura ficou entre 32% e 56%. A maior espessura de revestimento
foi obtida para maior solicitaĆ§Ć£o, ou seja, N de 108 e mĆ³dulo de resiliĆŖncia do
subleito com menor capacidade de suporte (53 MPa).
Com o SisPavBR fazendo uso de uma confiabilidade de 90%, foi possĆvel
rever as espessuras do pavimento para os volumes de trƔfego de 2,5x106; 7,5x106 e
2,6x107 (Tabelas 40, 41 e 42); para os casos de 7,5x107 e 1,0x108 as espessuras
atingiram o limite previsto pelo software.
Tabela 40 ā Estrutura pavimento para N de 2,5x106 confiabilidade 90%
N 2,5x106
MR Subleito (MPa) 53 110 124
Erev (cm) 8,6 9,0 8,8
Ebas (cm) 15 15 15
Esub (cm) 34 16 16
Ao aumentar a confiabilidade de 50% para 90% o SisPavBR aumenta a
espessura do revestimento em torno de 35% para o volume de trƔfego de 2,5x106,
112
com a confiabilidade de 50% o maior aumento de espessura acontece para o
subleito com MR de 110 MPa.
No volume de trĆ”fego exposto na Tabela 41 a variaĆ§Ć£o de espessuras para o
revestimento entre os subleitos Ć© de 2 mm, ou seja, praticamente a mesma
espessura de revestimento satisfaz os trĆŖs casos. Em relaĆ§Ć£o Ć confiabilidade de
50%, para este caso aconteceu um aumento na espessura em torno de 2,3 cm,
cerca de 23%.
Tabela 41 ā Estrutura do pavimento para N de 7,5x106 confiabilidade 90%
N 7,5x106
MR Subleito (MPa) 53 110 124
Erev (cm) 12,3 12,4 12,2
Ebas (cm) 15 15 15
Esub (cm) 34 16 16
Para o N de 2,5x107 (Tabela 42) com confiabilidade de 90%, o aumento de
espessura do revestimento se manteve um valor prĆ³ximo a 2,3 cm com relaĆ§Ć£o Ć
confiabilidade de 50%, ou seja, um aumento de aproximadamente 17%.
Tabela 42 ā Estrutura do pavimento para N de 2,5x107 confiabilidade 90%
N 2,5x107
MR Subleito (MPa) 53 110 124
Erev (cm) 16,7 16,3 16,1
Ebas (cm) 15 15 15
Esub (cm) 32 16 -
O aumento que se dĆ” na camada de revestimento quando a confiabilidade
passa de 50% para 90%, pode ser entendido como Franco (2007, p. 217) definiu em
seus estudos onde a confiabilidade pode ser āa medida da probabilidade da
serventia do pavimento permanecer em um nĆvel adequado atravĆ©s da vida de
serviƧoā. Ou seja, se Ć© necessĆ”rio maior seguranƧa de que o pavimento irĆ”
113
responder positivamente, entĆ£o Ć© preciso que o pavimento esteja com melhor
arranjo para suportar os esforƧos que irĆ£o ser impostos.
A variaĆ§Ć£o de espessura do revestimento pelo SisPavBR com confiabilidade
de 90% em relaĆ§Ć£o a referĆŖncia variou da seguinte forma: para subleito com mĆ³dulo
de resiliĆŖncia de 53 MPa em torno de 4 cm; para MR 110 MPa em mĆ©dia 5 cm e
para MR de 124 MPa ficou prĆ³ximo a 7 cm.
4.1.3 Dimensionamento pelo MĆ©todo da AASHTO
Para o dimensionamento pelo mƩtodo da AASHTO, foram utilizadas as
espessuras previstas pelo mƩtodo do DNIT nas camadas de base e sub-base,
variando apenas a espessura do revestimento conforme mostram as Tabelas 43 Ć
46, para cada valor de N aplicado como carregamento imposto ao pavimento. Por
este mƩtodo a capacidade de suporte do subleito Ʃ medido em MPa, por ser levado
em consideraĆ§Ć£o o mĆ³dulo de resiliĆŖncia e nĆ£o mais o CBR como Ć© feito no mĆ©todo
do DNIT.
Tabela 43 ā Espessuras do Pavimento N de 2,5x106 - AASHTO confiabilidade 50%
N 2,5x106
MR Subleito (MPa) 53 110 124
Erev (cm) 15 7,5 7,5
Ebas (cm) 15 15 15
Esub (cm) 34 16 16
Em relaĆ§Ć£o ao mĆ©todo do DNIT, o dimensionamento pela AASHTO triplicou a
espessura do revestimento com um MR de 53 MPa e para os casos de MR de 110 e
124 MPa a variaĆ§Ć£o foi menor, um aumento de 50%, ou seja, 2,5 cm de
revestimento a mais para suportar a passagem dos veĆculos mĆ©dios diĆ”rios.
Para o N de 7,5x106 o dimensionamento da AASHTO mantƩm a espessura do
revestimento igual para o MR de 53 e 110 MPa, variando para o MR de 124 MPa
onde ocorre uma reduĆ§Ć£o de 2,5 cm na espessura do revestimento devido ao ganho
no subleito (Tabela 44).
114
Tabela 44 ā Espessuras do Pavimento N de 7,5x106 - AASHTO confiabilidade 50%
N 7,5x106
MR Subleito (MPa) 53 110 124
Erev (cm) 22,5 22,5 20
Ebas (cm) 15 15 15
Esub (cm) 34 16 16
No caso mostrado na Tabela 45 Ć© possĆvel observar que o aumento na
camada de revestimento passa de 22,5 cm em N de 7,5x106, para 32,5 cm para o N
de 2,5x107, um ganho de 10 cm, ou seja, a espessura mĆnima prevista para este
caso quando dimensionado pelo mƩtodo do DNIT. Para os MR do subleito de 110 e
124 MPa a espessura do revestimento se manteve, do mesmo modo que aconteceu
no dimensionamento do DNIT, elevando na ordem de 225% a espessura.
Tabela 45 ā Espessuras do Pavimento N de 2,5x107 - AASHTO confiabilidade 50%
N 2,5x107
MR Subleito (MPa) 53 110 124
Erev (cm) 32,5 27,5 27,5
Ebas (cm) 15 15 15
Esub (cm) 32 16 -
Para o N de 7,5x107 (Tabela 46) ocorreu tanto para o subleito com MR de 53,
110 e 124 MPa um aumento na camada de revestimento de 7,5 cm com relaĆ§Ć£o ao
N de 2,5x107. Com o mƩtodo da AASHTO a sensibilidade dos modelos de
desempenho no que se refere ao mĆ³dulo de resiliĆŖncia do subleito, visto que para
todos os casos as maiores espessuras do revestimento se deram no subleito com
MR de 53 MPa, tambĆ©m Ć© significativa a importĆ¢ncia da espessura do revestimento,
pois mesmo dobrando a espessura sub-base em relaĆ§Ć£o a um subleito com MR de
110 MPa, mantĆŖm-se a necessidade de maiores espessuras de revestimento.
115
Tabela 46 ā Espessuras do Pavimento para N de 7,5x107 pela AASHTO
N 7,5x107
MR Subleito (MPa) 53 110 124
Erev (cm) 40 35 35
Ebas (cm) 15 15 15
Esub (cm) 32 16 -
Para o N de 1,0x108 nĆ£o foi possĆvel realizar o dimensionamento do
revestimento, bem como do pavimento, pois foi realizada a verificaĆ§Ć£o da estrutura
do pavimento com alteraƧƵes nas camadas de base e sub-base, onde atendeu um
critĆ©rio de desempenho nĆ£o atendendo os demais. Foi tambĆ©m realizado o teste
com camadas de base rĆgida e base asfĆ”ltica e nenhuma resultou em uma estrutura
capaz de suportar o volume de trƔfego imposto, o que pode indicar que seja
necessƔrio o dimensionamento de um pavimento com placas de concreto de
cimento Portland para atender as necessidades.
No entanto, a estrutura acabava por nĆ£o atender a deformaĆ§Ć£o total do
pavimento. Ou seja, a partir do N de 1,0x108 com confiabilidade de 50% e os casos
com confiabilidade de 90% nĆ£o foram realizados os dimensionamentos pelo mĆ©todo
da AASHTO. Este fato pode ter acontecido devido Ć severidade que a composiĆ§Ć£o
do trƔfego com 80% em carga mƔxima legal e 20% vazios.
NĆ£o foi possĆvel realizar o dimensionamento com confiabilidade de 90% por
meio do mĆ©todo da AASHTO e para o mĆ©todo proposto por FRANCO nĆ£o foi
possĆvel dimensionar uma espessura de revestimento para N de 7,5x107 e 1,0x108,
pois o sistema acusou que o dimensionamento ultrapassou a espessura mƔxima de
revestimento. Ou seja, para estes casos pode-se entender que o pavimento de
comportamento flexĆvel nĆ£o seja a melhor soluĆ§Ć£o.
Em uma anƔlise entre o mƩtodo da AASHTO e o SisPavBR, o mƩtodo
americano mostra-se bem mais rigoroso quanto ao desempenho satisfatĆ³rio de seus
pavimentos. Desta forma, a execuĆ§Ć£o dos pavimentos nĆ£o representa ligaĆ§Ć£o direta
ao fator econĆ“mico em relaĆ§Ć£o aos pavimentos brasileiros, no entanto, conforme
serĆ” demonstrado em sequĆŖncia e tambĆ©m com um refinamento do estudo
econƓmico pode se definir que o pavimento da AASHTO e SisPavBR seja mais
viƔvel no ponto de vista de durabilidade.
116
Nota se que a diferenƧa de espessura do revestimento aumenta conforme o
trĆ”fego Ć© mais alto, que se deve ao fato do mĆ©todo ter sua calibraĆ§Ć£o na dĆ©cada de
60, ou seja, as modificaƧƵes e atualizaƧƵes nos projetos se mostram necessƔria.
4.1.4 Comparativo entre as espessuras de revestimento e custos executivos
Nas Figuras 43 Ć 45 estĆ£o os grĆ”ficos que relacionam o comportamento da
espessura do revestimento conforme o volume de trƔfego imposto ao pavimento.
Para cada grĆ”fico variou-se o mĆ³dulo de resiliĆŖncia do subleito. Como demonstra em
todos os grĆ”ficos para N de 108 nĆ£o consta espessura de revestimento para o
dimensionamento pela AASHTO e ilustra o aumento significativo na espessura do
revestimento, no entanto, as espessuras mais delgadas sĆ£o para o
dimensionamento por meio do mĆ©todo do DNIT e em sequĆŖncia o dimensionamento
realizado pelo SisPavBR.
Figura 43 - Espessura revestimento para subleito com MR de 53 MPa
Para o subleito com mĆ³dulo de resiliĆŖncia de 110 MPa e 124 MPa, com
volume de trƔfego de 2,5x106; os resultados obtidos pelo SisPavBR e AASHTO
foram muito semelhantes, acontecendo variaĆ§Ć£o significativa para os demais valores
de N. PorĆ©m, Ć© possĆvel notar a semelhanƧa do comportamento na evoluĆ§Ć£o das
5
10
15
20
25
30
35
40
0,00E+00 2,50E+07 5,00E+07 7,50E+07 1,00E+08
Esp
essu
ra R
eves
tim
ento
(cm
)
Volume de TrƔfego (N)
DNIT
SisPavBR
AASHTO
117
espessuras do revestimento entre o SisPavBR e o DNIT, este fato pode acontecer
devido o trabalho desenvolvido por Franco ser mais focado aos pavimentos
Brasileiros, ou seja, com calibraĆ§Ć£o dos coeficientes por meio de estudo dos solos e
materiais do prĆ³prio paĆs.
Figura 44 - Espessura revestimento para subleito com MR de 110 MPa
Figura 45 - Espessura revestimento para subleito com MR de 124 MPa
5
10
15
20
25
30
35
40
0,00E+00 2,50E+07 5,00E+07 7,50E+07 1,00E+08
Esp
essu
ra R
eves
tim
ento
(cm
)
Volume de TrƔfego (N)
DNIT
SisPavBR
AASHTO
5
10
15
20
25
30
35
40
0,00E+00 2,50E+07 5,00E+07 7,50E+07 1,00E+08
Esp
essu
ra R
eves
tim
ento
(cm
)
Volume de TrƔfego (N)
DNIT
SisPavBR
AASHTO
118
A metodologia utilizada para o cƔlculo do custo do pavimento foi a descrita no
item 3.6, sendo o modelo de pavimento composto pela mesma estrutura de
camadas, configuraĆ§Ć£o de execuĆ§Ć£o, variando apenas a espessura do revestimento
conforme cada mƩtodo de dimensionamento utilizado.
Para o levantamento do custo foi considerado a construĆ§Ć£o de 1 km de
pavimento para cada mƩtodo de dimensionamento. Nas Tabelas 47 a 51, estƔ o
custo para execuĆ§Ć£o do pavimento (material e serviƧos), a diferenƧa de valores em
relaĆ§Ć£o Ć referĆŖncia (DNIT), bem como o percentual de aumento no custo em
relaĆ§Ć£o ao dimensionamento do DNIT. Estes valores de custo variam conforme o
mĆ³dulo de resiliĆŖncia do subleito.
A Tabela 47, mostra que o custo de construĆ§Ć£o do pavimento dimensionado
por meio do mƩtodo da AASHTO Ʃ o mais elevado, sendo que se destaca o caso em
que o MR do subleito Ć© de 53 MPa, pois o aumento de custo em relaĆ§Ć£o ao do DNIT
ultrapassa meio milhĆ£o de reais, enquanto o dimensionamento por meio do
SisPavBR fica prĆ³ximo a 80 mil reais de aumento. Para o subleito com MR de 53
MPa a variaĆ§Ć£o de custo vai de 4% com o SisPavBR para prĆ³ximo Ć 32% com a
AASHTO, uma diferenƧa em torno de 450 mil reais.
Tabela 47 ā Custo do km do pavimento para N de 2,5x106
MR Subleito 53 MPa 110 MPa 124 MPa
MĆ©
tod
o
DNIT R$ 1.905.426,21 R$ 1.383.103,40 R$ 1.383.103,40
SisPavBR R$ 1.983.835,56 R$ 1.497.701,67 R$ 1.491.670,18
AASHTO R$ 2.508.575,02 R$ 1.533.890,60 R$ 1.533.890,60
(+) DNIT/SisPavBR R$ 78.409,35 R$ 114.598,27 R$ 108.566,79
(+) DNIT/AASHTO R$ 603.148,81 R$ 150.787,20 R$ 150.787,20
ā (%) DNIT/SisPavBR 4,12% 8,29% 7,85%
ā (%) DNIT/AASHTO 31,65% 10,90% 10,90%
A Tabela 48 traz os valores do custo do pavimento para N de 7,5x106, bem
como os percentuais de aumento do custo conforme a referĆŖncia do DNIT.
Para o volume de trĆ”fego de 7,5x106 o valor de construĆ§Ć£o de 1 km de
pavimento ultrapassa 2 milhƵes de reais para subleito com MR de 53 MPa, sendo
que o pavimento dimensionado pela AASHTO chegou muito prĆ³ximo aos 3 milhƵes
de reais. No mĆ©todo da AASHTO para os trĆŖs tipos de pavimentos o custo
119
ultrapassa 2 milhƵes de reais, uma diferenƧa de custo acima de 900 mil reais para
subleito com MR de 53 e 110 MPa e para MR de 124 MPa fica acima de 750 mil
reais o aumento de custo.
Tabela 48 ā Custo do km do pavimento para N de 7,5x106
MR Subleito 53 MPa 110 MPa 124 MPa
MĆ©
tod
o
DNIT R$ 2.056.213,41 R$ 1.533.890,60 R$ 1.533.890,60
SisPavBR R$ 2.200.969,13 R$ 1.702.772,27 R$ 1.690.709,29
AASHTO R$ 2.960.936,63 R$ 2.438.613,81 R$ 2.287.826,61
(+) DNIT/SisPavBR R$ 144.755,71 R$ 168.881,67 R$ 156.818,69
(+) DNIT/AASHTO R$ 904.723,21 R$ 904.723,21 R$ 753.936,01
ā (%) DNIT/SisPavBR 7,04% 11,01% 10,22%
ā (%) DNIT/AASHTO 44,00% 58,98% 49,15%
Com N de 2,5x107 (Tabela 49), o custo de 1 km de pavimento pelo
dimensionamento da AASHTO para subleito com MR de 53 MPa passa de
aproximadamente 2 milhƵes e 100 mil reais para valor superior a 3,5 milhƵes de
reais. Sendo que o aumento de custo pela AASHTO fica superior a 1 milhĆ£o de reais
enquanto pelo SisPavBR o aumento nos trĆŖs casos fica prĆ³ximo a 230 mil reais. Ou
seja, a variaĆ§Ć£o de diferenƧa de custo com relaĆ§Ć£o Ć referĆŖncia gira de 11% a 18%
com o dimensionamento por meio do SisPavBR e varia de 63% a 86% para a
AASHTO, cerca de 800mil reais a mais de custo para cada km.
Tabela 49 ā Custo do km do pavimento para N de 2,5x107
MR Subleito 53 MPa 110 MPa 124 MPa
MĆ©
tod
o
DNIT R$ 2.148.964,75 R$ 1.655.659,87 R$ 1.220.390,86
SisPavBR R$ 2.396.255,76 R$ 1.890.887,90 R$ 1.449.587,40
AASHTO R$ 3.506.049,57 R$ 2.711.170,28 R$ 2.275.901,27
(+) DNIT/SisPavBR R$ 247.291,01 R$ 235.228,04 R$ 229.196,55
(+) DNIT/AASHTO R$ 1.357.084,82 R$ 1.055.510,42 R$ 1.055.510,42
ā (%) DNIT/SisPavBR 11,51% 14,21% 18,78%
ā (%) DNIT/AASHTO 63,15% 63,75% 86,49%
Para o volume de trƔfego apresentado na Tabela 50, o valor do km chega
prĆ³ximo a 4 milhƵes de reais para um subleito com MR de 53 MPa no
120
dimensionamento realizado pela AASHTO. O custo adicional em relaĆ§Ć£o a
referĆŖncia passa de 1 milhĆ£o e 600 mil reais. Para os MR do subleito de 110 MPa e
124 MPa o adicional de custo fica acima de 1 milhĆ£o e 300 mil reais, enquanto no
pavimento obtido por meio do SisPavBR o aumento fica em torno de 300 mil reais.
Tabela 50 ā Custo do km do pavimento para N de 7,5x107
MR Subleito 53 MPa 110 MPa 124 MPa
MĆ©
tod
o
DNIT R$ 2.299.751,95 R$ 1.806.447,07 R$ 1.371.178,06
SisPavBR R$ 2.655.609,75 R$ 2.120.084,45 R$ 1.666.720,98
AASHTO R$ 3.958.411,18 R$ 3.163.531,89 R$ 2.728.262,88
(+) DNIT/SisPavBR R$ 355.857,80 R$ 313.637,38 R$ 295.542,92
(+) DNIT/AASHTO R$ 1.658.659,23 R$ 1.357.084,82 R$ 1.357.084,82
ā (%) DNIT/SisPavBR 15,47% 17,36% 21,55%
ā (%) DNIT/AASHTO 72,12% 75,12% 98,97%
No volume de trĆ”fego de N 1,0x108 nĆ£o foi possĆvel obter uma espessura de
revestimento asfƔltico que satisfizesse todos os critƩrios de desempenho para o
dimensionamento pela AASHTO, assim a Tabela 51 apresenta apenas os valores do
custo do pavimento para o DNIT e FRANCO, onde o aumento no custo para
construĆ§Ć£o do pavimento que atenda este volume de trĆ”fego Ć© de cerca de 360 mil
reais.
Tabela 51 ā Custo do km do pavimento para N de 1,0x108
MR Subleito 53 MPa 110 MPa 124 MPa
MĆ©
tod
o
DNIT R$ 2.299.751,95 R$ 1.806.447,07 R$ 1.371.178,06
SisPavBR R$ 2.721.956,12 R$ 2.180.399,33 R$ 1.733.067,34
(+) DNIT/SisPavBR R$ 422.204,17 R$ 373.952,26 R$ 361.889,29
ā (%) DNIT/SisPavBR 18,36% 20,70% 26,39%
Por meio do dimensionamento realizado pelo SisPavBR, todos os tipos de
pavimentos analisados necessitam de uma camada mais espessa de revestimento
asfƔltico, bem como o dimensionamento da AASHTO, no entanto as espessuras que
que sĆ£o propostas aos pavimentos sĆ£o de grandeza bem menor, o que resulta em
121
um custo mais prĆ³ximo ao do DNIT. Este fator de grandeza do custo entre os trĆŖs
dimensionamentos pode ser observado por meio das Figuras 46 Ć 48.
Figura 46 - Custo do pavimento para subleito com MR de 53 MPa
Figura 47 - Custo do pavimento para um subleito com MR de 110 MPa
1,201,401,601,802,002,202,402,602,803,003,203,403,603,804,00
0,00E+00 2,50E+07 5,00E+07 7,50E+07 1,00E+08
Cu
sto
Pav
imen
to (
milh
Ƶe
s R
$/k
m)
Volume de TrƔfego (N)
DNIT
SisPavBR
AASHTO
1,201,401,601,802,002,202,402,602,803,003,203,403,603,804,00
0,00E+00 2,50E+07 5,00E+07 7,50E+07 1,00E+08
Cu
sto
Pav
imen
to (
milh
Ƶe
s R
$/k
m)
Volume de TrƔfego (N)
DNIT
SisPavBR
AASHTO
122
Figura 48 - Custo do pavimento para subleito com MR de 124 MPa
Nas figuras fica evidente, que quanto maior a capacidade do subleito, menor
o custo de execuĆ§Ć£o do pavimento, bem como ao ser imposto maior volume de
trĆ”fego maior sĆ£o os custos. Isto se dĆ” devido ao aumento da espessura do
revestimento, onde estĆ£o os materiais mais caros, como o ligante e tambĆ©m o
processo executivo, mostrado no item 3.6. Por este estudo o custo com o concreto
asfƔltico representa entre 17% a 32% do custo final do pavimento para o DNIT, 15%
a 33% para o SisPavBR e de 23% a 47% para a AASHTO.
Para o subleito com mĆ³dulo de resiliĆŖncia de 124 MPa, existe uma queda na
curva que demonstra o custo conforme o aumento de volume de trƔfego no
pavimento, isto se dĆ” devido a retirada da camada de sub-base para valores de N a
partir de 2,5x107, o que ocasiona a diminuiĆ§Ć£o deste custo para execuĆ§Ć£o do
pavimento.
1,201,401,601,802,002,202,402,602,803,003,203,403,603,804,00
0,00E+00 2,50E+07 5,00E+07 7,50E+07 1,00E+08
Cu
sto
Pav
imen
to (
milh
Ƶe
s R
$/k
m)
Volume de TrƔfego (N)
DNIT
SisPavBR
AASHTO
123
4.2 ANĆLISE DESEMPENHO DO PAVIMENTO PELO SISPAVBR E
AASHTO
Nesta etapa foram realizadas as anƔlises do desempenho dos pavimentos
dimensionados pelo mĆ©todo do DNIT (referĆŖncia), ou seja, por meio dos softwares
AASHTOWare Pavement e SisPavBR. Determinando a vida Ćŗtil do pavimento e o
critĆ©rio de desempenho nĆ£o atendido para confiabilidade 50%.
4.2.1 AnƔlise do pavimento por meio do SisPavBR
O mƩtodo proposto por FRANCO (2007) o software do SisPavBR determina o
tempo de vida Ćŗtil do pavimento por meio do dano crĆtico (%), conforme mostra nas
Tabelas 52 Ć 56, que leva em consideraĆ§Ć£o a deformaĆ§Ć£o e fadiga, bem como a
tensĆ£o no topo do subleito.
Tabela 52 ā Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 2,5x106 pelo SisPavBR
N 2,5x106
MR Subleito (MPa) 53 110 124
AvaliaĆ§Ć£o
CritƩrio desempenho (falha)
DN DN DN
143,81 175,29 167,88
Vida Ćtil do Pavimento
Anos 7,0 5,7 6,0
DN: Dano CrĆtico (%)
Para N de 2,5x106, a vida Ćŗtil do pavimento com subleitos de mĆ³dulo de
resiliĆŖncia de 110 MPa e 124 MPa, ficou muito prĆ³ximo entre 5,7 anos e 6 anos, uma
diminuiĆ§Ć£o de aproximadamente 40% na duraĆ§Ć£o do pavimento em relaĆ§Ć£o a
referĆŖncia.
Do mesmo modo do volume de trƔfego mostrado na Tabela 53, o pavimento
submetido ao N de 7,5x106 avaliado pelo SisPavBR tem a vida Ćŗtil mais elevada
para um subleito de MR 53 MPa, e com certa igualdade para o pavimento com
subleito com MR 110 e 124 MPa (Tabela 53).
124
Tabela 53 ā Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 7,5x106 pelo SisPavBR
N 7,5x106
MR Subleito (MPa) 53 110 124
AvaliaĆ§Ć£o
CritƩrio desempenho (falha)
DN DN DN
205,31 248,43 235,05
Vida Ćtil do Pavimento
Anos 4,9 4,0 4,3
DN: Dano CrĆtico (%)
Na Tabela 54 estĆ” a vida Ćŗtil do pavimento para N de 2,5x107 avaliado pelo
SisPavBR.
Tabela 54 ā Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 2,5x107 pelo SisPavBR
N 2,5x107
MR Subleito (MPa) 53 110 124
AvaliaĆ§Ć£o
CritƩrio desempenho (falha)
DN DN DN
329,46 355,58 346,29
Vida Ćtil do Pavimento
Anos 3,0 2,8 2,9
DN: Dano CrĆtico (%)
Com o N de 2,5x107 o tempo de vida Ćŗtil do pavimento ficou praticamente o
mesmo, variando apenas cerca de 2 meses e mantendo como maior tempo de
duraĆ§Ć£o o pavimento com mĆ³dulo de resiliĆŖncia do subleito de 53 MPa. A avaliaĆ§Ć£o
do SisPavBR demonstra que o pavimento projetado pelo mƩtodo do DNIT teria vida
Ćŗtil em torno de 30%.
Como mostra a Tabela 55, o volume de trƔfego de 7,5x107, avaliado pelo
SisPavBR a vida Ćŗtil do pavimento chega a pouco mais de 2 anos para os trĆŖs
mĆ³dulos de resiliĆŖncia do subleito, ou seja, o pavimento dimensionado pelo DNIT
para uma vida de projeto de 10 anos, mais 10% em relaĆ§Ć£o ao N de 2,5x107.
125
Tabela 55 ā Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 7,5x107 pelo SisPavBR
N 7,5x107
MR Subleito (MPa) 53 110 124
AvaliaĆ§Ć£o
CritƩrio desempenho (falha)
DN DN DN
470,10 467,46 446,44
Vida Ćtil do Pavimento
Anos 2,1 2,1 2,2
DN: Dano CrĆtico (%)
No caso em que N Ć© de grandeza na ordem de 108, a vida Ćŗtil do pavimento
chega a pouco mais de 1,5 anos nĆ£o apresentando variaĆ§Ć£o significativa em os MR
do subleito. O dano crĆtico neste caso chega aproximadamente a 600% (Tabela 56).
Tabela 56 ā Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 1,0x108 pelo SisPavBR
N 1,0x108
MR Subleito (MPa) 53 110 124
AvaliaĆ§Ć£o
CritƩrio desempenho (falha)
DN DN DN
627,45 623,94 595,88
Vida Ćtil do Pavimento
Anos 1,6 1,6 1,7
DN: Dano CrĆtico (%)
A semelhanƧa entre a vida de projeto e dano crĆtico dos pavimentos que
possuem o mĆ³dulo de resiliĆŖncia de 110 MPa e 124 MPa, pode ser explicada pelas
consideraƧƵes no cĆ”lculo da tensĆ£o admissĆvel no subleito, pois conforme estĆ” nos
estudos de GuimarĆ£es (2014), o mĆ³dulo de resiliĆŖncia contribui 0,6% o que ocasiona
em uma parcela muito prĆ³xima, ou seja, uma diferenƧa na ordem de 0,08 MPa.
A vida de projeto ser maior para o pavimento com subleito de mĆ³dulo de
resiliĆŖncia de 53 MPa, para N de 2,5x106 e 7,5x106, pode ser entendida devido a
camada de sub-base ser atƩ o dobro da espessura dos outros perfis, assim este
esforƧo acaba sendo absorvido parcialmente atƩ chegar ao subleito.
126
4.2.2 AnƔlise do pavimento por meio da AASHTO
Com uma confiabilidade de 50% foram obtidos o tempo de vida Ćŗtil do
pavimento e o critĆ©rio de desempenho que nĆ£o foi atendido, conforme mostra as
Tabelas 57 Ć 61.
Tabela 57 ā Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 2,5x106 pela AASHTO
N 2,5x106
MR Subleito (MPa) 53 110 124
AvaliaĆ§Ć£o
CritƩrio desempenho (falha)
DT - DT
27,46 - 19,51
Vida Ćtil do Pavimento
Anos 2,3 10 9,5
DT : DeformaĆ§Ć£o total pavimento (mm)
O pavimento que satisfez o tempo de projeto de 10 anos foi onde o subleito
tem MR de 110 MPa e muito prĆ³ximo de atingir esta idade foi quando MR foi de 124
MPa, no entanto, para MR de 53 MPa, a estrutura ficou longe de atender e a
deformaĆ§Ć£o total do pavimento foi o critĆ©rio de desempenho nĆ£o atendido, ficando
em 27,46 mm de deformaĆ§Ć£o e o limite avaliado pelo mĆ©todo Ć© de 19 mm,
ultrapassou em aproximadamente 45% o limite.
Com o volume de trƔfego mais elevado (Tabela 58) consequentemente a vida
Ćŗtil do pavimento para um subleito com MR de 53 MPa caiu de 2,3 anos para 1,8
anos excedendo o limite da deformaĆ§Ć£o total permanente do pavimento. Para o MR
de 110 e 124 MPa, a vida Ćŗtil tambĆ©m reduziu, porĆ©m o critĆ©rio de desempenho nĆ£o
atendido foi o trincamento no revestimento de cima para baixo, onde o MR de 110
MPa ultrapassou o limite de 378,8 m/km em aproximadamente 45% e para o MR de
124 MPa o limite foi ultrapassado em mais de 140%.
127
Tabela 58 ā Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 7,5x106 pela AASHTO
N 7,5x106
MR Subleito (MPa) 53 110 124
AvaliaĆ§Ć£o
CritƩrio desempenho (falha)
DT AC TD AC TD
30,4 549,24 922,35
Vida Ćtil do Pavimento
Anos 1,8 7,8 4,8
DT: DeformaĆ§Ć£o total pavimento (mm)
AC TD : Trincamento top-down revestimento (m/km)
Para volume de trĆ”fego na casa de 107 o pavimento nĆ£o chega atingir a vida
Ćŗtil de 1 ano com o subleito de MR 124 MPa e o critĆ©rio de desempenho nĆ£o
atendido para este mĆ³dulo e o de 110 MPa Ć© o trincamento do pavimento de cima
para baixo, no caso do MR de 53 MPa a deformaĆ§Ć£o total do pavimento nĆ£o Ć©
satisfeita. Sendo que a deformaĆ§Ć£o ultrapassa o limite em 87% e o trincamento em
360% (Tabela 59).
Tabela 59 ā Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 2,5x107 pela AASHTO
N 2,5x107
MR Subleito (MPa) 53 110 124
AvaliaĆ§Ć£o
CritƩrio desempenho (falha)
DT AC TD AC TD
35,66 1702,65 1837,12
Vida Ćtil do Pavimento
Anos 1,1 1,2 0,8
DT : DeformaĆ§Ć£o total pavimento (mm)
AC TD : Trincamento top-down revestimento (m/km)
Com N de 7,5x107 (Tabela 60) os critĆ©rios de desempenho nĆ£o atendidos
para cada MR do subleito foram os mesmos do volume de trƔfego de 2,5x107, no
entanto, o tempo de vida Ćŗtil do pavimento caiu bruscamente chegando ao nĆvel da
maior expectativa de vida Ćŗtil do pavimento foi para MR de 53 MPa com pouco mais
de 6 meses. O trincamento de cima para baixo ultrapassou o limite em 410%, ou
seja, uma vida Ćŗtil de aproximadamente 2,5 meses.
128
Tabela 60 ā Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 7,5x107 pela AASHTO
N 7,5x107
MR Subleito (MPa) 53 110 124
AvaliaĆ§Ć£o
CritƩrio desempenho (falha)
DT AC TD AC TD
41,48 1931,82 1969,7
Vida Ćtil do Pavimento
Anos 0,6 0,3 0,2
DT : DeformaĆ§Ć£o total pavimento (mm)
AC TD : Trincamento top-down revestimento (m/km)
Para o caso demonstrado na Tabela 61, observa-se que nĆ£o foram atendidos
os mesmos critƩrios de desempenho do N de 7,5x107 e o percentual ultrapassado
em cada estrutura de pavimento tambĆ©m foram prĆ³ximos, no entanto, a vida Ćŗtil do
pavimento nĆ£o ultrapassou hĆ” 2,5 meses.
Demonstra que o pavimento dimensionado pelo mƩtodo do DNIT tem
durabilidade menor a cada momento em que o N Ć© aumentado.
Tabela 61 ā Vida Ćŗtil e desempenho do pavimento para N de 1,0x108 pela AASHTO
N 1,0x108
MR Subleito (MPa) 53 110 124
AvaliaĆ§Ć£o
CritƩrio desempenho (falha)
DT AC TD AC TD
45,87 1950,76 1969,7
Vida Ćtil do Pavimento
Anos 0,2 0,2 0,1
DT : DeformaĆ§Ć£o total pavimento (mm)
AC TD : Trincamento top-down revestimento (m/km)
A deformaĆ§Ć£o total do pavimento pode estar acontecendo em subleitos de MR
de 53 MPa devido a baixa capacidade de suporte. O aparecimento do trincamento
top-down no revestimento se explica por meios dos estudos de NuƱez (2011) em
valores de N a partir de 7,5x106, pois constatou comum e relevante para cargas mais
elevadas o surgimento de esforƧos de cisalhamento do concreto asfƔltico.
No trabalho de Matos (2011) onde fez a avaliaĆ§Ć£o do surgimento de
trincamento no revestimento asfƔltico, foi determinado que 78% dos pavimentos
129
avaliados obtiveram trincamento top-down, mostrando a relevĆ¢ncia de se considerar
este tipo de mecanismo de deterioraĆ§Ć£o. Outro fator determinado nos estudos foi
que surgimento do trincamento top-down estĆ” relacionado com a rigidez da camada
de base.
Desta forma, o surgimento do trincamento top-down nos casos de estudos do
trabalho podem estar relacionados com a rigidez das camadas inferiores ao
revestimento, em especĆfico o subleito, visto que pode ser melhor entendido por
meio da anƔlise apresentada no item 4.3, onde mostra na Tabela 66 os coeficientes
obtidos por regressĆ£o linear para o trincamento top-down onde o volume de trĆ”fego
e o mĆ³dulo do subleito colaboram com o desenvolvimento da deterioraĆ§Ć£o do
pavimento.
Com a formaĆ§Ć£o da equaĆ§Ć£o 31 Ć© possĆvel verificar que com o aumento do
MR do subleito, o trincamento top-down irĆ” se desenvolver com maior intensidade.
TambĆ©m fica evidente que a espessura do revestimento Ć© que tem menor influĆŖncia
neste critĆ©rio, visto que com o aumento de espessura existente uma tendĆŖncia maior
ao cisalhamento do revestimento segundo os estudos de Kern (2014)
Na Figura 49 estĆ” a evoluĆ§Ć£o da vida Ćŗtil dos pavimentos avaliados por meio
do SisPavBR e AASHTO, variando em funĆ§Ć£o do volume de trĆ”fego. Ć possĆvel
observar que a avaliaĆ§Ć£o realizada pelo SisPavBR demonstra uma semelhanƧa no
formato das curvas, o que pode ser reflexo de uma calibraĆ§Ć£o dos modelos mais
eficazes, visto que todas evoluem da mesma maneira.
130
Figura 49 - Vida Ćŗtil do pavimento dimensionado pelo DNIT e avaliado seu
desempenho pelo SisPavBR e AASHTO
Para avaliaĆ§Ć£o realizada pela AASHTO nota-se que existe certa variabilidade,
visto que para os volumes de trƔfego de 2,5x106 e 7,5x106 o grƔfico demonstra uma
evidente variaĆ§Ć£o na vida de Ćŗtil, bem como a partir destes volumes de trĆ”fego os
pavimentos alternam-se, passando o subleito com menor capacidade de suporte ter
vida Ćŗtil mais elevada.
O pavimento com mĆ³dulo de resiliĆŖncia de 53 MPa, ter maior vida Ćŗtil em
alguns casos, pode ser devido a camadas de sub-base serem mais espessas, assim
transmitindo menores tensƵes ao subleito. No caso da avaliaĆ§Ć£o da AASHTO chegar
a uma vida Ćŗtil maior no subleito de mĆ³dulo de resiliĆŖncia de 110 MPa do que no
pavimento com MR de 124 MPa, pode ser devido as caracterĆsticas do solos que
sĆ£o considerados nas avaliaƧƵes, bem como nos procedimentos de execuĆ§Ć£o dos
pavimentos.
Com a expectativa de vida do pavimento e considerando verdade que o
pavimento dimensionado pelo DNIT de forma empĆrica nĆ£o tem a durabilidade que
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0,00E+00 2,00E+07 4,00E+07 6,00E+07 8,00E+07 1,00E+08
Vid
a Ć
til d
o P
avim
ento
(an
os)
Volume TrƔfego (N)
53MPa - AASHTO
110MPa - AASHTO
124MPa - AASHTO
53MPa - SisPavBR
110MPa - SisPavBR
124MPa - SisPavBR
131
diz os dimensionamentos mecanĆstico-empĆrico da AASHTO e SisPavBR. O
pavimento pode ser relacionado com os valores de custo obtidos no item 4.1.4 e
estimar o custo deste pavimento para uma durabilidade de 10 anos, desta forma foi
construĆda a Tabela 62, considerando a execuĆ§Ć£o de reparos a cada ciclo de vida do
pavimento segundo o SisPavBR e AASHTO.
Para isto, foi considerada a execuĆ§Ć£o de recuperaĆ§Ć£o do pavimento de uma
camada de tratamento superficial duplo, imprimaĆ§Ć£o e pintura de ligaĆ§Ć£o, com
valores de R$85.161,66; R$30.654,25 e R$7.337,02 (km); respectivamente.
Vale lembrar que o desenvolvimento da Tabela 62 Ʃ de carƔter ilustrativo,
visto que a aplicaĆ§Ć£o de tratamento superficial duplo nĆ£o pode ser considerada uma
soluĆ§Ć£o generalizada, dependendo de uma avaliaĆ§Ć£o da estrutura. Foi adotado este
valor devido ser mediano entre um microrevestimento e um recapeamento, ou seja,
sendo um valor de custo mĆ©dio para a soluĆ§Ć£o de forma geral.
O ciclo de reaplicaĆ§Ć£o da recuperaĆ§Ć£o nĆ£o foi avaliado, pois ao ser aplicado o
tratamento superficial duplo a estrutura deveria ser novamente submetida ao trƔfego
e determinar a nova estimativa de vida. TambĆ©m nĆ£o foi trazido o valor do custo
para o presente lĆquido, que gera um custo pouco menor, no entanto o objetivo Ć©
fazer uma simples avaliaĆ§Ć£o se existe diferenƧa de custo significativa, como tambĆ©m
mostrar que Ć© possĆvel que o pavimento que estĆ” se demonstrando mais econĆ“mico
pode nĆ£o ser real ao ser levado em consideraĆ§Ć£o mais variĆ”veis.
Desta forma os valores e condiƧƵes utilizadas para montagem da Tabela 62
provavelmente estĆ£o inferiores Ć realidade de custo que serĆ” necessĆ”rio para
desenvolver a recuperaĆ§Ć£o do pavimento, pois alĆ©m de nĆ£o ser possĆvel aplicar em
grande maioria o TSD como soluĆ§Ć£o, deverĆ” ser realizada em muitos locais a
fresagem do pavimento para aplicaĆ§Ć£o de uma nova camada de revestimento. Bem
como o ciclo de aplicaĆ§Ć£o da recuperaĆ§Ć£o que em alguns casos pode parecer
pequeno, em algumas situaƧƵes poderĆ” ser necessĆ”ria a aplicaĆ§Ć£o de TSD em
ciclos ainda menores. Ou seja, existe uma grande probabilidade da realidade de
custo de recuperaĆ§Ć£o dos pavimentos estudados ser maior que o exposto na tabela.
132
Tabela 62 ā Custo Pavimento DNIT para durabilidade 10 anos conforme SisPavBR e
AASHTO
N MR 53 MPa 110 MPa 124 MPa
2,5
0E
+0
6
DNIT/ SisPavBR
Custo / Km R$ 2.081.358,96 R$ 1.599.161,16 R$ 1.588.358,27
VM (anos) 7 5,7 6
DNIT/ AASHTO
Custo / Km R$ 2.440.873,71 R$ 1.506.256,32 R$ 1.519.939,98
VM (anos) 2,3 10 9
7,5
0E
+0
6
DNIT/ SisPavBR
Custo / Km R$ 2.307.545,91 R$ 1.841.772,91 R$ 1.820.292,75
VM (anos) 4,9 4 4,3
DNIT/ AASHTO
Custo / Km R$ 2.740.396,32 R$ 1.691.778,96 R$ 1.790.459,19
VM (anos) 1,8 7,8 4,8
2,5
0E
+0
7
DNIT/ SisPavBR
Custo / Km R$ 2.559.474,49 R$ 2.095.491,74 R$ 1.645.056,11
VM (anos) 3 2,8 2,9
DNIT/ AASHTO
Custo / Km R$ 3.268.536,78 R$ 2.681.934,24 R$ 2.759.802,41
VM (anos) 1,1 1,2 0,8
7,5
0E
+0
7
DNIT/ SisPavBR
Custo / Km R$ 2.886.194,45 R$ 2.392.889,57 R$ 1.930.964,08
VM (anos) 2,1 2,1 2,2
DNIT/ AASHTO
Custo / Km R$ 4.352.300,68 R$ 5.911.544,54 R$ 7.528.824,26
VM (anos) 0,6 0,3 0,2
1,0
0E
+0
8
DNIT/ SisPavBR
Custo / Km R$ 3.069.457,73 R$ 2.576.152,85 R$ 2.095.607,02
VM (anos) 1,6 1,6 1,7
DNIT/ AASHTO
Custo / Km R$ 8.457.398,15 R$ 7.964.093,28 R$ 13.686.470,47
VM (anos) 0,2 0,2 0,1
VM: Vida ManutenĆ§Ć£o - tempo que o pavimento necessitarĆ” reparos
Com os valores de custos da Tabela 62, o custo de execuĆ§Ć£o do pavimento
dimensionado pelo DNIT passa a ser mais elevado, mesmo para os casos em que o
volume de trĆ”fego Ć© menor, pois a comparaĆ§Ć£o com um N de 108 pode ocasionar em
um preƧo super elevado, visto que os ciclos de manutenĆ§Ć£o conforme obtido pelos
softwares Ć© muito pequeno.
Desta forma, indica que o pavimento dimensionado pelo DNIT de forma
empĆrica resulta em um pavimento que pode estar causando uma ideia equivocada
de economicidade, enquanto na verdade este pavimento causa gasto mais elevado,
bem como a insatisfaĆ§Ć£o do usuĆ”rio da rodovia.
Assim, outros mƩtodos de dimensionamento podem se mostrar mais
atraentes para realidade atual do trƔfego brasileiro, da mesma forma que
133
pavimentos rĆgidos para determinadas rodovias, visto que em longo prazo o retorno
financeiro e satisfaĆ§Ć£o do usuĆ”rio sejam melhores atendidos.
4.3 ESTUDO ESTATĆSTICO DOS RESULTADOS DO AASHTOWARE
PAVEMENT
No estudo realizado por meio do software de anĆ”lise estatĆstica, foram obtidos
por meio de regressĆ£o linear mĆŗltipla com confiabilidade de 95% os resultados que
se mostra nas Tabelas 63 Ć 67 para os critĆ©rios de desempenho avaliados pelo
AASHTOWare Pavement, estes dados levaram em consideraĆ§Ć£o a relaĆ§Ć£o de
dependĆŖncia dos critĆ©rios de desempenho com o volume de trĆ”fego, espessuras das
camadas e mĆ³dulo de resiliĆŖncia das camadas. Nas Figuras 50 Ć 54 mostram o
agrupamento destes valores, para relaĆ§Ć£o entre os valores previstos e os valores
obtidos pelo software.
Vale lembrar que os coeficientes contidos nas tabelas marcados de vermelho,
determinam as variĆ”veis que o software identifica como com maior influĆŖncia para
determinaĆ§Ć£o dos critĆ©rios de desempenho (variĆ”veis dependentes). TambĆ©m deve
ser considerado que o software analisa as variƔveis independentes com a mesma
amplitude de variaĆ§Ć£o, ou seja, os valores devem ser parametrizados para que
exista a identificaĆ§Ć£o da influĆŖncia causada por cada variĆ”vel.
Desta forma, as variƔveis independentes devem ser parametrizadas por meio
das equaƧƵes 21 Ć 27, antes dos valores serem inseridos nas equaƧƵes obtidas
para determinaĆ§Ć£o dos critĆ©rios de desempenho do pavimento.
šš = ā1,05 + 2,05 Ć 10ā8š (21)
šøššš£š= ā1,67 + 13 Ć 10ā3šøššš£ (22)
šøššš š= ā4 + 2 Ć 10ā2šøššš (23)
šøš š¢šš= ā3 + 13 Ć 10ā3šøš š¢š (24)
šššš š= ā3 + 2 Ć 10ā2šššš (25)
šš š¢šš= ā2 + 1 Ć 10ā2šš š¢š (26)
šš šš = ā2,59 + 29 Ć 10ā3šš š (27)
Onde:
134
šš , š = Volume de trĆ”fego parametrizado e volume de trĆ”fego real;
šøššš£ š,šøššš£ = Espessura revestimento parametrizado e espessura
revestimento real;
šøššš š, šøššš = Espessura base parametrizado e espessura base real;
šøš š¢š š, šøš š¢š = Espessura sub-base parametrizado e espessura sub-base real;
šššš š, šššš = MR da base parametrizado e MR da base real;
šš š¢š š, šš š¢š = MR da sub-base parametrizado e MR da sub-base real;
šš š š, šš š = MR do subleito parametrizado e MR do subleito real;
Tabela 63 ā Coeficientes obtidos para regressĆ£o linear dos valores do IRI
Regression Summary for Dependent Variable: IRI R= 0,93630147 RĀ²= 0,87666045 Adjusted RĀ²= 0,87639332 F(7,3232)=3281,7 p<0,0000 Std.Error of estimate: 0,18523
b Std. Err. of. b
Intercept 2,189215 0,003406
N 0,454667 0,004098
Erev -0,373157 0,004366
Ebas -0,018532 0,003985
Esub -0,018130 0,003829
Mrbas -0,083046 0,003985
Mrsub -0,042333 0,003985
Mrsl -0,171139 0,003254
A equaĆ§Ć£o 28 determina o IRI por meio dos coeficientes contidos na Tabela
63.
š¼š š¼ = 2,189 + 0,454. š ā 0,373. šøššš£ ā 0,0185. šøššš ā 0,0181. šøš š¢š ā
0,083. ššššš ā 0,042. ššš š¢š ā 0,171. ššš š (28)
A Tabela 63 demonstra que o nĆvel de significĆ¢ncia das variĆ”veis sĆ£o todas
expressivas para determinaĆ§Ć£o do IRI, sendo que o N causa aumento no valor do
IRI, bem como as espessuras e mĆ³dulos de resiliĆŖncia das camadas que evitam a
formaĆ§Ć£o de irregularidades no pavimento. PorĆ©m, a espessura do revestimento e
mĆ³dulo de resiliĆŖncia do subleito tem maior influĆŖncia para inibir o desenvolvimento
do IRI no pavimento.
135
Nos grƔficos que relacionam os valores previstos e os obtidos por meio da
anĆ”lise estatĆstica, estĆ£o demarcados os limites que devem ser atendidos pela
AASHTO (vermelho) e pelo DNIT (verde), sendo que os limites desenvolvidos pelo
DNIT estĆ£o demonstrados no item 3.5 do trabalho, que foram obtidos por meio das
consideraƧƵes contidas no Manual de RestauraĆ§Ć£o de Pavimentos AsfĆ”lticos de
2006.
Na Figura 50, estĆ” o limite do DNIT para IRI conforme Manual de
RestauraĆ§Ć£o, o que indica que os pavimentos analisados estĆ£o quase em sua
totalidade dentro deste limite, ou seja, a utilizaĆ§Ć£o desta equaĆ§Ć£o para determinaĆ§Ć£o
deste critĆ©rio em um dimensionamento de pavimento regular Ć© de Ćndice satisfatĆ³rio
significativo.
Figura 50 - Valores obtidos x previstos para IRI
Na deformaĆ§Ć£o total permanente do pavimento, mantĆŖm-se a mesma
influĆŖncia das variĆ”veis N, causando aumento na deformaĆ§Ć£o, as espessuras e
Valores Observados x Previstos
IRI (m/km)
0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8 2.0 2.2 2.4 2.6 2.8 3.0 3.2 3.4 3.6
Valores Previstos
1.2
1.4
1.6
1.8
2.0
2.2
2.4
2.6
2.8
3.0
3.2
3.4
3.6
3.8
4.0
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AASHTO
DNIT
136
mĆ³dulos ajudando a inibir o desenvolvimento de deformaƧƵes, porĆ©m as espessuras
da base e sub-base neste caso causam menor influĆŖncia e resultado segundo a
avaliaĆ§Ć£o.
Na Tabela 64 estĆ£o os coeficientes obtidos por regressĆ£o linear para
deformaĆ§Ć£o total permanente do pavimento.
Tabela 64 ā Coeficientes obtidos para regressĆ£o linear dos valores da DeformaĆ§Ć£o
Total Pavimento
Regression Summary for Dependent Variable: Def. Total Pavimento R= 0,95092181 RĀ²= 0,90425229 Adjusted RĀ²= 0,90404492 F(7,3232)=4360,5 p<0,0000 Std.Error of estimate: 4,0975
b Std. Err. of. b
Intercept 31,93536 0,075348
N 10,69071 0,090656
Erev -9,64488 0,096580
Ebas -0,08641 0,088165
Esub -0,09112 0,084706
Mrbas -1,55781 0,088165
Mrsub -0,96457 0,088165
Mrsl -5,67279 0,071986
A equaĆ§Ć£o 29 determina a DeformaĆ§Ć£o total pavimento por meio dos
coeficientes contidos na Tabela 64.
š·š”š = 31,935 + 10,69. š ā 9,644. šøššš£ ā 0,086. šøššš ā 0,091. šøš š¢š ā
1,557. ššššš ā 0,964. ššš š¢š ā 5,672. ššš š (29)
Se considerado ambos os limites descrito pelo DNIT e AASHTO para
deformaĆ§Ć£o permanente total do pavimento ficam os valores obtidos por meio da
regressĆ£o linear para determinaĆ§Ć£o deste critĆ©rio com grande parte dos valores fora
do limite, no entanto a equaĆ§Ć£o da deformaĆ§Ć£o total do pavimento tem boa
aceitabilidade para utilizaĆ§Ć£o como dimensionamento do pavimento.
Observando os grĆ”ficos das Figuras 50 e 51, Ć© possĆvel verificar que os
valores tendem a ficarem mais prĆ³ximos da reta de ajuste, com uma tendĆŖncia linear
com valores de RĀ² entre 0,85 a 0,9; com um percentual de convergĆŖncia dos valores
superior a 85%. No entanto, para o trincamento bottom-up e top-down Ʃ fƔcil verificar
137
que acontece uma queda na convergĆŖncia dos valores, visto que o caso mostrado
na figura 53 apresenta o RĀ² de 0,73; onde mostra que os valores apresentam uma
pequena dispersĆ£o nos valores intermediĆ”rios.
Figura 51 - Valores obtidos x previstos para deformaĆ§Ć£o total pavimento
A Tabela 65 indica que o volume de trƔfego incide no desenvolvimento de
trincas de baixo para cima e da mesma forma que os demais critƩrios, as
espessuras e mĆ³dulos das camadas evitam esta ocorrĆŖncia, porĆ©m a variĆ”vel mais
significativa neste caso Ć© a espessura revestimento, ou seja, quanto maior
espessura menor serĆ” a incidĆŖncia de trincas bottom-up.
Valores Observados x Previstos
DeformaĆ§Ć£o Total Pavimento (mm)
0 10 20 30 40 50 60 70
Valores Previstos
0
10
20
30
40
50
60
70
80
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AASHTO
DNIT
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Tabela 65 ā Coeficientes obtidos para regressĆ£o linear dos valores do trincamento
no revestimento de baixo para cima
Regression Summary for Dependent Variable: Trinc. bottom-up Revest. R= 0,85622483 RĀ²= 0,73312096 Adjusted RĀ²= 0,73254295 F(7,3232)=1268,3 p<0,0000 Std.Error of estimate: 15,843
b Std. Err. of. b
Intercept 31,5983 0,291333
N 25,1203 0,350524
Erev -21,0887 0,373429
Ebas -1,9171 0,340892
Esub -1,7792 0,327519
Mrbas -5,7402 0,340892
Mrsub -2,2858 0,340892
Mrsl -3,5600 0,278337
A equaĆ§Ć£o 30 determina o trincamento bottom-up no revestimento por meio
dos coeficientes contidos na Tabela 65.
ššš = 31,598 + 25,12. š ā 21,08. šøššš£ ā 1,917. šøššš ā 1,779. šøš š¢š ā
5,77. ššššš ā 2,28. ššš š¢š ā 3,56. ššš š (30)
Na Figura 52 que trata do trincamento do revestimento bottom-up os valores
analisados se afastam dos limites da AASHTO e DNIT, ficando com um percentual
maior de resultados que nĆ£o atendem os limites previstos para um pavimento com
condiƧƵes regulares de uso, porƩm ainda permanece com a maioria dos resultados
analisados dentro da regiĆ£o de valores satisfatĆ³rios, visto que existe uma
concentraĆ§Ć£o de valores na faixa inicial da reta, prĆ³ximo ao limite da AASHTO de
25%.
139
Figura 52 - Valores obtidos x previstos para trincamento no revestimento bottom-up
No caso do trincamento no revestimento de cima para baixo (Tabela 66) o RĀ²
cai para 0,4 onde os valores ficam em uma nuvem, ou seja, com uma dispersĆ£o
significativa entre os resultados. Onde os valores centrais (intermediƔrios) tendem a
se afastarem da reta de ajuste dos valores.
A equaĆ§Ć£o 31 determina o trincamento no revestimento de top-down por meio
dos coeficientes contidos na Tabela 66.
ššš = 955,4 + 550,44. š ā 12,1. šøššš£ ā 69,46. šøššš ā 90,28. šøš š¢š ā
147,75. ššššš ā 80,13. ššš š¢š + 99,65. ššš š (31)
Valores Observados x Previstos
Trincamento Revestimento bottom-up (%)
-40 -20 0 20 40 60 80 100
Valores Previstos
-20
0
20
40
60
80
100
120
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AASHTO
DNIT
140
Tabela 66 ā Coeficientes obtidos para regressĆ£o linear dos valores do trincamento
no revestimento de cima para baixo
Regression Summary for Dependent Variable: Trinc. top-down Revest. R= 0,63695810 RĀ²= 0,40571562 Adjusted RĀ²=0,40442849 F(7,3232)=315.21 p<0.0000 Std.Error of estimate: 579,88
b Std. Err. of. b
Intercept 955,405 10,66309
N 550,443 12,82954
Erev -12,108 13,66788
Ebas -69,462 12,47701
Esub -90,280 11,98752
Mrbas -147,759 12,47701
Mrsub -80,138 12,47701
Mrsl 99,659 10,18744
Por meio dos coeficientes contidos na Tabela 66, verifica-se que possuem
valores altos (em mĆ³dulo), porĆ©m o valor da constante Ć© bem superior chegando a
aproximadamente o dobro do valor do coeficiente do volume de trƔfego, apontando a
nĆ£o convergĆŖncia dos valores, bem como a estimativa de erro passa a ser elevada.
TambĆ©m define como menor fator de influĆŖncia para o trincamento de cima
para baixo a espessura do revestimento, bem como o mĆ³dulo de resiliĆŖncia do
subleito colabora para o surgimento deste trincamento, ou seja, quanto mais elevado
o mĆ³dulo do subleito maior serĆ” a probabilidade do surgimento de trincas.
Para este critĆ©rio de desempenho do pavimento nĆ£o Ć© aconselhĆ”vel definir
uma equaĆ§Ć£o linear para descrever o comportamento do trincamento do
revestimento quando ocorrido de cima para baixo, a dispersĆ£o dos valores obtidos
nĆ£o definem uma equaĆ§Ć£o de ajuste por meio da regressĆ£o levando em
consideraĆ§Ć£o o volume de trĆ”fego, espessuras das camadas e mĆ³dulo de resiliĆŖncia
das mesmas. Observando o limite da AASHTO, verifica-se que a grande maioria dos
pavimentos analisados estĆ” com trincamento do tipo top-down em uma vasta
extensĆ£o do pavimento (Figura 53).
141
Figura 53 - Valores obtidos x previstos para trincamento revestimento top-down
Na Tabela 67, o N demonstra que auxilia no aumento da deformaĆ§Ć£o do
revestimento, juntamente com a espessura da base, no entanto, a espessura da
base com valor bem menor, ou seja, a grande carga de deformaĆ§Ć£o vem do volume
de trƔfego.
JĆ” a espessura do revestimento e mĆ³dulo de resiliĆŖncia sĆ£o as variĆ”veis que
causam menor incidĆŖncia de deformaĆ§Ć£o no revestimento. A espessura da sub-base
e os mĆ³dulos de resiliĆŖncia da base e sub-base tem influĆŖncia muito baixa para
sobre a determinaĆ§Ć£o da deformaĆ§Ć£o do revestimento.
Valores Observados x Previstos
Trincamento Revestimento top-down (m/km)
-200 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200
Valores Previstos
-200
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2200
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AASHTO
142
Tabela 67 ā Coeficientes obtidos para regressĆ£o linear dos valores da deformaĆ§Ć£o
do revestimento
Regression Summary for Dependent Variable: Defor. Revestimento
R= 0,95457891 RĀ²= 0,91122089 Adjusted RĀ²= 0,91102861
F(7,3232)=4739,0 p<0,0000 Std.Error of estimate: 1,9819
b Std. Err. of. b
Intercept 11,91647 0,036445
N 7,32744 0,043849
Erev -3,36967 0,046714
Ebas 0,10596 0,042644
Esub -0,02471 0,040971
Mrbas -0,05951 0,042644
Mrsub -0,02371 0,042644
Mrsl -0,21103 0,034819
A Figura 54 mostra os valores agrupados em intervalos, porƩm sua grande
maioria em torno da reta de ajuste. Em relaĆ§Ć£o ao limite da AASHTO os valores
ficam com uma quantidade significativa fora do limite, no entanto o RĀ² descreve boa
confiabilidade para o uso da equaĆ§Ć£o da deformaĆ§Ć£o permanente do revestimento.
143
Figura 54 - Valores obtidos x previstos para deformaĆ§Ć£o permanente do
revestimento
Devido Ć dispersĆ£o dos valores em relaĆ§Ć£o Ć reta de ajuste, com o percentual
de convergĆŖncia dos valores em um caso inferior atĆ© mesmo a 50%, foram
realizadas anƔlises dos critƩrios de desempenho dos pavimentos por meio da
interaĆ§Ć£o de 2ĀŖ e 3ĀŖ ordem das variĆ”veis independentes, volume de trĆ”fego,
espessura das camadas e mĆ³dulo de resiliĆŖncia das camadas do pavimento como
pode ser observado nas Tabelas 68 Ć 72.
Valores Observados x Previstos
DeformaĆ§Ć£o Permanente Revestimento (mm)
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Valores Previstos
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
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AASHTO
144
Tabela 68 ā Coeficientes de regressĆ£o linear do IRI
Regression Summary for Dependent Variable: IRI
R= 0,98738369 RĀ²= 0,97492656 Adjusted RĀ²= 0,97450145
F(54,3185)=2293,4 p<0,0000 Std.Error of estimate: 0,08413
b Std. Err. of. b
b Std. Err. of. b
Intercept 2,328875 0,006209
N 0,444496 0,001906 EsubxMrsub -0,015622 0,002130
Erev -0,405974 0,002075 EsubxMrsl 0,015821 0,001739
Ebas -0,018280 0,001895 MrbasxMrbas 0,022435 0,003135
Esub -0,019043 0,001857 MrbasxMrsub -0,001930 0,002259
Mrbas -0,086411 0,001895 MrbasxMrsl 0,000754 0,001845
Mrsub -0,046662 0,001895 MrsubxMrsub 0,013880 0,003135
Mrsl -0,176907 0,001547 MrsubxMrsl 0,004965 0,001845
NxN -0,223639 0,004407 ErevxEbasxEsub -0,008626 0,002858
NxErev -0,192568 0,002497 ErevxEbasxMrbas 0,019433 0,002974
NxEbas -0,004944 0,002280 ErevxEbasxMrsub -0,013546 0,002974
NxEsub -0,005302 0,002190 ErevxEbasxMrsl -0,009297 0,002429
NxMrbas -0,017235 0,002280 ErevxEsubxMrbas -0,000917 0,002858
NxMrsub -0,009089 0,002280 ErevxEsubxMrsub 0,010509 0,002858
NxMrsl -0,044296 0,001861 ErevxEsubxMrsl -0,015349 0,002333
ErevxErev -0,027021 0,003325 ErevxMrbasxMrsub -0,002842 0,002974
ErevxEbas 0,019310 0,002475 ErevxMrbasxMrsl -0,002533 0,002429
ErevxEsub 0,022329 0,002333 ErevxMrsubxMrsl -0,003544 0,002429
ErevxMrbas 0,090992 0,002475 EbasxEsubxMrbas 0,001446 0,002609
ErevxMrsub 0,039157 0,002475 EbasxEsubxMrsub 0,002338 0,002609
ErevxMrsl 0,057636 0,002021 EbasxEsubxMrsl -0,004468 0,002130
EbasxEbas -0,001662 0,003135 EbasxMrbasxMrsub 0,001729 0,002715
EbasxEsub 0,007143 0,002130 EbasxMrbasxMrsl 0,002347 0,002217
EbasxMrbas -0,019954 0,002259 EbasxMrsubxMrsl -0,001257 0,002217
EbasxMrsub 0,011105 0,002259 EsubxMrbasxMrsub -0,001165 0,002609
EbasxMrsl 0,007797 0,001845 EsubxMrbasxMrsl -0,000530 0,002130
EsubxEsub -0,000802 0,004351 EsubxMrsubxMrsl 0,002733 0,002130
EsubxMrbas -0,000568 0,002130 MrbasxMrsubxMrsl -0,002208 0,002217
Com os valores da Tabela 68, foi construĆda a equaĆ§Ć£o 33 que determina o
valor do IRI com a ampliaĆ§Ć£o da interaĆ§Ć£o entre as variĆ”veis.
145
š¼š š¼ = 2,3289 + 0,4445š ā 0,406šøššš£ ā 0,2236š2 ā 0,1926š. šøššš£ ā
0,1769ššš š + 0,091šøššš£ .ššššš ā 0,0864ššššš + 0,0576šøššš£ . ššš š ā 0,0467ššš š¢š ā
0,0443š. ššš š + 0,0392šøššš£ .ššš š¢š ā 0,027šøššš£2 + 0,0224ššššš
2 + 0,0223šøššš£ .šøš š¢š ā
0,02šøššš . ššššš + 0,0194šøššš£ .šøššš . ššššš + 0,0193šøššš£ .šøššš ā 0,019šøš š¢š ā
0,0183šøššš ā 0,0172š. ššššš + 0,0158šøš š¢š . ššš š ā 0,0156šøš š¢š . ššš š¢š ā
0,0153šøššš£ . šøš š¢š . ššš š + 0,0139ššš š¢š2 ā 0,0135šøššš£ . šøššš . ššš š¢š + 0,0111šøššš . ššš š¢š +
0,0105šøššš£ . šøš š¢š . ššš š¢š ā 0,0093šøššš£ . šøššš . ššš š ā 0,0091š. ššš š¢š ā
0,0086šøššš£ . šøššš . šøš š¢š + 0,0078šøššš . ššš š + 0,0071šøššš . šøš š¢š ā 0,0053š. šøš š¢š +
0,005ššš š¢š . ššš š ā 0,0049š. šøššš ā 0,0045šøššš . šøš š¢š . ššš š ā 0,0035šøššš£ . ššš š¢š .ššš š ā
0,0028šøššš£ . ššššš . ššš š¢š + 0,0027šøš š¢š . ššš š¢š .ššš š ā 0,0025šøššš£ . ššššš . ššš š +
0,0023šøššš . ššššš . ššš š + 0,0023šøššš . šøš š¢š . ššš š¢š ā 0,0022ššššš . ššš š¢š .ššš š ā
0,0019ššššš . ššš š¢š + 0,0017šøššš . ššššš . ššš š¢š ā 0,0017šøššš 2 +
0,0014šøššš . šøš š¢š . ššššš ā 0,0013šøššš . ššš š¢š .ššš š ā 0,0012šøš š¢š . ššššš . ššš š¢š ā
0,0009šøššš£ . šøš š¢š . ššššš ā 0,0008šøš š¢š2 + 0,0008ššššš . ššš š ā 0,0006šøš š¢š . ššššš ā
0,0005šøš š¢š . ššššš . ššš š (33)
Na Tabela 68 Ć© observado que o valor de RĀ² chega 0,97 aumentando em
aproximadamente 10% em relaĆ§Ć£o Ć equaĆ§Ć£o composta apenas com os critĆ©rios de
desempenho, porĆ©m nota-se que algumas interaƧƵes sĆ£o de pouca interferĆŖncia nos
resultados visto que os coeficientes sĆ£o de ordem 10-4.
Com a anĆ”lise dos valores da Tabela 68 e a construĆ§Ć£o da equaĆ§Ć£o 33 que
estĆ” em ordem de maior grandeza de influĆŖncia dos valores sobre o IRI e,
demonstrou que o volume de trĆ”fego tem maior relaĆ§Ć£o com o aumento das
irregularidades do pavimento, a espessura do revestimento e mĆ³dulo de resiliĆŖncia
do subleito diminuem a existĆŖncia ou desenvolvimento do IRI.
Os grĆ”ficos que trazem a relaĆ§Ć£o entre os valores previstos e observados
estĆ£o nas Figuras 55 Ć 59, sendo que consta a inclusĆ£o das interaƧƵes de 2ĀŖ e 3ĀŖ
ordem das variƔveis independentes. Nos mesmos grƔficos encontram-se os limites
considerados pela AASHTO e DNIT para um pavimento em condiƧƵes regulares de
trafegabilidade.
146
Figura 55 - Valores observados x previstos do IRI (3ĀŖ ordem)
Na Figura 50 os valores do IRI somente com a interaĆ§Ć£o dos critĆ©rios de
desempenho do pavimento mostram uma linearidade no comportamento dos
valores, porĆ©m no inĆcio e final da reta de ajuste ocorre uma pequena dispersĆ£o nos
valores, onde compreende um volume de trƔfego baixo e elevado. No entanto, com
a Figura 55 do grĆ”fico dos valores com as correlaƧƵes de 3ĀŖ ordem os resultados
ficam praticamente lineares, todos sobre a reta de ajuste ou envoltos, sem dispersĆ£o
de dados, o que ocasiona em uma convergĆŖncia dos dados de aproximadamente
97% dos resultados.
Os resultados obtidos com maior interaĆ§Ć£o dos resultados tambĆ©m
demonstram que os valores observados permanecem em praticamente sua
totalidade dentro dos limites de pavimentos aceitƔveis.
Para a deformaĆ§Ć£o total do pavimento o RĀ² passou de 0,90 para 0,98; um
aumento menor que o ocorrido no IRI, no entanto, este critƩrio jƔ estava com uma
convergĆŖncia dos dados mais precisa e com estes resultados passa a ter uma
Valores Previstos x Observados
IRI (m/km)
1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0
Valores Previstos
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
2,8
3,0
3,2
3,4
3,6
3,8
4,0
Va
lore
s O
bse
rva
do
s
0,95 Conf.Int.
AASHTO
DNIT
147
precisĆ£o bem maior nos resultados da deformaĆ§Ć£o. Pois se observados os
coeficientes obtidos, verifica-se que os valores nĆ£o possuem uma variaĆ§Ć£o muito
elevada, bem como coeficientes de ordem muito pequena, neste caso apresentou
apenas um coeficiente na casa de 10-3, o restante dos coeficientes de dimensĆ£o
pequena variaram em torno de 10-1 e 10-2, desta forma a estimativa de erro Ć©
reduzida.
Tabela 69 ā Coeficientes de regressĆ£o linear deformaĆ§Ć£o total pavimento
Regression Summary for Dependent Variable: Def. Total Pavimento R= 0,99179050 RĀ²= 0,98364839 Adjusted RĀ²= 0,98337116 F(54,3185)=3548,1 p<0,0000 Std.Error of estimate: 1,7058
b Std. Err. of. b
b Std. Err. of. b
Intercept 32,8793 0,125885
N 10,4766 0,038637 EsubxMrsub 0,2068 0,045807
Erev -10,1793 0,042083 EsubxMrsl 0,1504 0,037401
Ebas -0,0601 0,038416 MrbasxMrbas -0,0426 0,088221
Esub -0,0963 0,037657 MrbasxMrsub 0,0180 0,043188
Mrbas -1,5858 0,038416 MrbasxMrsl -0,3461 0,043188
Mrsub -1,0573 0,038416 MrsubxMrsub 0,2755 0,035262
Mrsl -5,9065 0,031367 MrsubxMrsl 0,5801 0,063570
NxN -4,9430 0,089364 ErevxEbasxEsub 0,0088 0,045807
NxErev -3,2445 0,050633 ErevxEbasxMrbas 0,0368 0,037401
NxEbas 0,0314 0,046221 ErevxEbasxMrsub 0,4171 0,063570
NxEsub -0,0531 0,044408 ErevxEbasxMrsl 0,1148 0,037401
NxMrbas -0,1636 0,046221 ErevxEsubxMrbas -0,1532 0,057942
NxMrsub -0,1850 0,046221 ErevxEsubxMrsub 0,4337 0,060308
NxMrsl -1,4738 0,037739 ErevxEsubxMrsl -0,3166 0,060308
ErevxErev 3,1052 0,067426 ErevxMrbasxMrsub -0,2149 0,049241
ErevxEbas 0,3160 0,050179 ErevxMrbasxMrsl -0,0948 0,057942
ErevxEsub 0,4871 0,047310 ErevxMrsubxMrsl 0,3187 0,057942
ErevxMrbas 1,8001 0,050179 EbasxEsubxMrbas -0,4145 0,047310
ErevxMrsub 1,0355 0,050179 EbasxEsubxMrsub -0,1614 0,060308
ErevxMrsl 1,7723 0,040971 EbasxEsubxMrsl -0,1649 0,049241
EbasxEbas -0,0706 0,063570 EbasxMrbasxMrsub -0,0873 0,049241
EbasxEsub 0,1219 0,043188 EbasxMrbasxMrsl 0,0396 0,052894
EbasxMrbas -0,3281 0,045807 EbasxMrsubxMrsl 0,0279 0,052894
EbasxMrsub 0,2068 0,045807 EsubxMrbasxMrsub -0,0622 0,043188
EbasxMrsl 32,8793 0,125885 EsubxMrbasxMrsl 0,0221 0,055053
EsubxEsub 10,4766 0,038637 EsubxMrsubxMrsl 0,0570 0,044951
EsubxMrbas -10,1793 0,042083 MrbasxMrsubxMrsl -0,0352 0,044951
148
Com os valores da Tabela 69, foi construĆda a equaĆ§Ć£o 34 para determinaĆ§Ć£o
da deformaĆ§Ć£o permanente total do pavimento.
š·š”š = 32,8793 + 32,8793šøššš . ššš š + 10,4766š + 10,4766šøš š¢š2 ā
10,1793šøššš£ ā 10,1793šøš š¢š . ššššš ā 5,9065ššš š ā 4,943š2 ā 3,2445š. šøššš£ +
3,1052šøššš£2 + 1,8001šøššš£ .ššššš + 1,7723šøššš£ .ššš š ā 1,5858ššššš ā 1,4738š. ššš š ā
1,0573ššš š¢š + 1,0355šøššš£ .ššš š¢š + 0,5801ššš š¢š . ššš š + 0,4871šøššš£ .šøš š¢š +
0,4337šøššš£ . šøš š¢š . ššš š¢š + 0,4171šøššš£ . šøššš . ššš š¢š ā 0,4145šøššš . šøš š¢š . ššššš ā
0,3461ššššš . ššš š ā 0,3281šøššš . ššššš + 0,3187šøššš£ .ššš š¢š . ššš š ā
0,3166šøššš£ . šøš š¢š . ššš š + 0,316šøššš£ .šøššš + 0,2755ššš š¢š2 ā 0,2149šøššš£ . ššššš . ššš š¢š +
0,2068šøššš . ššš š¢š + 0,2068šøš š¢š . ššš š¢š ā 0,185š. ššš š¢š ā 0,1649šøššš . šøš š¢š . ššš š ā
0,1636š. ššššš ā 0,1614šøššš . šøš š¢š . ššš š¢š ā 0,1532šøššš£ . šøš š¢š . ššššš +
0,1504šøš š¢š . ššš š + 0,1219šøššš . šøš š¢š + 0,1148šøššš£ . šøššš . ššš š ā 0,0963šøš š¢š ā
0,0948šøššš£ . ššššš . ššš š ā 0,0873šøššš . ššššš . ššš š¢š ā 0,0706šøššš 2 ā
0,0622šøš š¢š . ššššš . ššš š¢š ā 0,0601šøššš + 0,057šøš š¢š . ššš š¢š . ššš š ā 0,0531š. šøš š¢š ā
0,0426ššššš 2 + 0,0396šøššš . ššššš . ššš š + 0,0368šøššš£ .šøššš . ššššš ā
0,0352ššššš . ššš š¢š .ššš š + 0,0314š. šøššš + 0,0279šøššš . ššš š¢š . ššš š +
0,0221šøš š¢š . ššššš . ššš š + 0,018ššššš . ššš š¢š + 0,0088šøššš£ .šøššš . šøš š¢š (34)
A Figura 56 demonstra a linearidade e a convergĆŖncia entre os valores
previstos e os obtidos para a deformaĆ§Ć£o total do pavimento, os valores todos
envoltos a reta de ajuste. Sendo que o grƔfico que demonstrava os valores apenas
com os critƩrios de desempenho do pavimento mostrou um comportamento
semelhante ao do IRI, uma dispersĆ£o para os valores no inĆcio e final da reta, porĆ©m
com a interaĆ§Ć£o de mais valores, os resultados se aproximam mais da reta, assim
aumentando a confiabilidade dos coeficientes obtidos para formaĆ§Ć£o da equaĆ§Ć£o
que descreve o comportamento do pavimento em relaĆ§Ć£o Ć deformaĆ§Ć£o total do
pavimento.
Com as interaƧƵes os valores apenas ajustaram-se com maior proximidade a
reta de ajuste, assim mantendo tambƩm os resultados em grande parte dentro da
Ɣrea de aceitabilidade, principalmente pelas recomendaƧƵes do DNIT, pois pela
AASHTO os pavimentos jĆ” estariam em sua maioria com deformaĆ§Ć£o excessiva.
149
Figura 56 - Valores observados x previstos deformaĆ§Ć£o total pavimento (3ĀŖ ordem)
Com o acrĆ©scimo de mais variĆ”veis para determinaĆ§Ć£o do trincamento do
revestimento de baixo para cima passa de RĀ² de 0,73 para 0,91; ou seja, com as
interaƧƵes de 2ĀŖ e 3ĀŖ ordem a precisĆ£o na convergĆŖncia dos valores aumenta em
18%, aumenta significativamente a precisĆ£o dos resultados (Tabela 70).
Nos coeficientes obtidos pela regressĆ£o linear para o trincamento no
revestimento de baixo para cima, verifica-se que as variƔveis independentes
resultantes diretas do volume de trĆ”fego, espessuras e mĆ³dulo de resiliĆŖncia das
camadas do pavimento possuem maior influĆŖncia no resultado, ou seja, para as
interaƧƵes de 2ĀŖ ordem cai a influĆŖncia e nas de 3ĀŖ ordem diminui mais a influĆŖncia
sobre o resultado.
Para o trincamento de baixo para cima continuam sendo os principais fatores
que influenciam no aparecimento ou nĆ£o de trincas no pavimento, o volume de
trƔfego e a espessura do revestimento, respectivamente.
Valores Previstos x Observados
Def. Total Pavimento (mm)
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Valores Previstos
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Va
lore
s O
bse
rva
do
s
0,95 Conf.Int.
AASHTO
DNIT
150
Tabela 70 ā Coeficientes de regressĆ£o linear trincamento de baixo-cima
revestimento
Regression Summary for Dependent Variable: Trinc. bottom-up Revest. R= 0,95843026 RĀ²= 0,91858857 Adjusted RĀ²= 0,91720828 F(54,3185)=665,51 p<0,0000 Std.Error of estimate: 8,8148
b Std. Err. of. b
b Std. Err. of. b
Intercept 42,9012 0,650526
N 24,5027 0,199660 EsubxMrsub -0,8509 0,223176
Erev -24,2659 0,217466 EsubxMrsl 0,9759 0,182223
Ebas -1,9939 0,198519 MrbasxMrbas 0,9296 0,328507
Esub -1,9143 0,194597 MrbasxMrsub -0,2023 0,236714
Mrbas -6,1184 0,198519 MrbasxMrsl -0,0699 0,193276
Mrsub -2,6042 0,198519 MrsubxMrsub 0,4712 0,328507
Mrsl -3,7746 0,162090 MrsubxMrsl 0,1472 0,193276
NxN -12,2572 0,461796 ErevxEbasxEsub -0,5419 0,299422
NxErev -18,1417 0,261650 ErevxEbasxMrbas 1,5284 0,311649
NxEbas -0,8405 0,238853 ErevxEbasxMrsub -0,8300 0,311649
NxEsub -0,6518 0,229482 ErevxEbasxMrsl -0,3694 0,254460
NxMrbas -1,8503 0,238853 ErevxEsubxMrbas 0,1958 0,299422
NxMrsub -0,9306 0,238853 ErevxEsubxMrsub 0,6236 0,299422
NxMrsl -1,9879 0,195022 ErevxEsubxMrsl -0,7036 0,244477
ErevxErev -7,6259 0,348434 ErevxMrbasxMrsub 0,2199 0,311649
ErevxEbas 1,8901 0,259307 ErevxMrbasxMrsl 0,2634 0,254460
ErevxEsub 1,5909 0,244477 ErevxMrsubxMrsl -0,0058 0,254460
ErevxMrbas 6,7359 0,259307 EbasxEsubxMrbas 0,1568 0,273334
ErevxMrsub 2,1968 0,259307 EbasxEsubxMrsub 0,1985 0,273334
ErevxMrsl 0,9234 0,211724 EbasxEsubxMrsl -0,2458 0,223176
EbasxEbas -0,0362 0,328507 EbasxMrbasxMrsub 0,0912 0,284495
EbasxEsub 0,4963 0,223176 EbasxMrbasxMrsl 0,0864 0,232289
EbasxMrbas -1,4999 0,236714 EbasxMrsubxMrsl 0,0383 0,232289
EbasxMrsub 0,8026 0,236714 EsubxMrbasxMrsub -0,1428 0,273334
EbasxMrsl 0,4731 0,193276 EsubxMrbasxMrsl 0,0221 0,223176
EsubxEsub 0,0996 0,455894 EsubxMrsubxMrsl 0,1684 0,223176
EsubxMrbas -0,1625 0,223176 MrbasxMrsubxMrsl 0,0189 0,232289
Nos casos onde as variĆ”veis com interaƧƵes de 3ĀŖ ordem ainda causam
influĆŖncias significativas, segundo a anĆ”lise estatĆstica Ć© onde a variĆ”vel
independente da espessura do revestimento estĆ” envolvida, ou seja, confirmando a
importĆ¢ncia que a espessura do revestimento representa para o pavimento.
Com os valores da Tabela 70, foi construĆda a equaĆ§Ć£o 35 para determinaĆ§Ć£o
do trincamento de baixo para cima no revestimento.
151
ššš = 42,9012 + 24,5027š ā 24,2659šøššš£ ā 18,1417š. šøššš£ ā 12,2572š2 ā
7,6259šøššš£2 + 6,7359šøššš£ .ššššš ā 6,1184ššššš ā 3,7746ššš š ā 2,6042ššš š¢š +
2,1968šøššš£ . ššš š¢š ā 1,9939šøššš ā 1,9879š. ššš š ā 1,9143šøš š¢š + 1,8901šøššš£ .šøššš ā
1,8503š. ššššš + 1,5909šøššš£ .šøš š¢š + 1,5284šøššš£ . šøššš . ššššš ā 1,4999šøššš . ššššš +
0,9759šøš š¢š . ššš š ā 0,9306š. ššš š¢š + 0,9296ššššš 2 + 0,9234šøššš£ .ššš š ā
0,8509šøš š¢š . ššš š¢š ā 0,8405š. šøššš ā 0,83šøššš£ . šøššš . ššš š¢š + 0,8026šøššš . ššš š¢š ā
0,704šøššš£ .šøš š¢š . ššš š ā 0,6518š. šøš š¢š + 0,6236šøššš£ . šøš š¢š . ššš š¢š ā
0,5419šøššš£ . šøššš . šøš š¢š + 0,4963šøššš . šøš š¢š + 0,4731šøššš . ššš š + 0,4712ššš š¢š2 ā
00,3694šøššš£ .šøššš . ššš š + 0,2634šøššš£ .ššššš . ššš š ā 0,246šøššš . šøš š¢š . ššš š +
0,2199šøššš£ . ššššš . ššš š¢š ā 0,202ššššš . ššš š¢š ā 0,1985šøššš . šøš š¢š . ššš š¢š +
0,1958šøššš£ . šøš š¢š . ššššš + 0,1684šøš š¢š . ššš š¢š . ššš š ā 0,163šøš š¢š . ššššš +
0,1568šøššš . šøš š¢š . ššššš + 0,1472ššš š¢š .ššš š ā 0,143šøš š¢š . ššššš . ššš š¢š + 0,0996šøš š¢š2 ā
0,0912šøššš . ššššš . ššš š¢š + 0,0864šøššš . ššššš . ššš š ā 0,07ššššš . ššš š +
0,0383šøššš . ššš š¢š . ššš š ā 0,036šøššš 2 + 0,0221šøš š¢š . ššššš . ššš š +
0,0189ššššš . ššš š¢š .ššš š ā 0,006šøššš£ .ššš š¢š . ššš š (35)
Na Figura 57 estĆ” demonstrada Ć aproximaĆ§Ć£o dos valores para reta de
ajuste, no entanto, Ć© possĆvel perceber a existĆŖncia de uma pequena dispersĆ£o nos
valores prĆ³ximos aos valores centrais.
No entanto, os valores avaliados ficam cerca de 50% dos valores dentro dos
limites previstos pelo DNIT, pois pela AASHTO o pavimento tem grande nĆŗmero com
condiƧƵes nĆ£o satisfatĆ³rias para o surgimento de trincas, mesmo que o grĆ”fico
apresente uma condensaĆ§Ć£o de valor prĆ³ximo aos dados iniciais.
Nas Figuras 56 e 57, Ć© possĆvel verificar a existĆŖncia de, em cada caso, um
ponto disperso do restante dos pontos, isto pode ser devido a algum problema de
avaliaĆ§Ć£o que o software possa ter realizado, bem como, alguma informaĆ§Ć£o
descrita de forma equivocada, no entanto, estes pontos nĆ£o podem ser
considerados como influenciadores visto que a nuvem de dados envolvidos nesta
avaliaĆ§Ć£o com interaƧƵes de 3ĀŖ ordem sĆ£o de 246240 pontos.
152
Figura 57 - Valores observados x previstos trincamento revestimento de baixo para
cima (3ĀŖ ordem)
No trincamento do revestimento de cima para baixo, com a interaĆ§Ć£o das
variĆ”veis em 2ĀŖ e 3ĀŖ ordem o valor de RĀ² variou de 0,40 para 0,85; ou seja, com essa
avaliaĆ§Ć£o dos critĆ©rios de desempenho, ocorre um aumento em mais de 100% de
valores convergindo para linearidade, para a equaĆ§Ć£o de ajuste determinada pelo
Statistica.
No entanto, a constante da equaĆ§Ć£o linear Ć© de valor bem elevado, gerando
cerca de 2 km de trincamento inicial, ou seja, sem levar em consideraĆ§Ć£o o volume
de trĆ”fego, espessuras e mĆ³dulos de resiliĆŖncia dos materiais que compƵem o
pavimento. Este elevado valor da constante pode ocasionar um significativo fator de
erro na convergĆŖncia dos valores para equaĆ§Ć£o linear que melhor descreve o
comportamento do pavimento sobre os critƩrios de desempenho.
Valores Previstos x Observados
Trinc. bottom-up Revest. (%)
-40 -20 0 20 40 60 80 100 120 140
Valores Previstos
-20
0
20
40
60
80
100
120
Va
lore
s O
bse
rva
do
s
0,95 Conf.Int.
AASHTO
DNIT
153
Tabela 71 ā Coeficientes de regressĆ£o linear trincamento de cima para baixo
revestimento
Regression Summary for Dependent Variable: Trinc. top-down Revestimento R= 0,92417825 RĀ²= 0,85410543 Adjusted RĀ²= 0,85163187 F(54,3185)=345,29 p<0,0000 Std.Error of estimate: 289,43
b Std. Err. of. b
b Std. Err. of. b
Intercept 1788,18 21,35968
N 533,22 6,55575 EsubxMrsub -29,75 7,32788
Erev -4,33 7,14040 EsubxMrsl 46,85 5,98319
Ebas -65,41 6,51827 MrbasxMrbas 27,25 10,78635
Esub -89,46 6,38951 MrbasxMrsub -8,23 7,77239
Mrbas -153,89 6,51827 MrbasxMrsl 5,83 6,34613
Mrsub -81,65 6,51827 MrsubxMrsub 13,30 10,78635
Mrsl 122,97 5,32214 MrsubxMrsl 14,60 6,34613
NxN -427,88 15,16285 ErevxEbasxEsub -11,18 9,83139
NxErev 46,13 8,59114 ErevxEbasxMrbas -8,15 10,23283
NxEbas 1,39 7,84260 ErevxEbasxMrsub -9,56 10,23283
NxEsub 3,27 7,53493 ErevxEbasxMrsl -22,58 8,35507
NxMrbas -24,35 7,84260 ErevxEsubxMrbas -5,66 9,83139
NxMrsub 18,17 7,84260 ErevxEsubxMrsub -23,39 9,83139
NxMrsl 81,71 6,40346 ErevxEsubxMrsl -21,48 8,02729
ErevxErev -1029,80 11,44065 ErevxMrbasxMrsub -6,68 10,23283
ErevxEbas -0,76 8,51423 ErevxMrbasxMrsl -9,27 8,35507
ErevxEsub -5,83 8,02729 ErevxMrsubxMrsl -23,22 8,35507
ErevxMrbas 59,23 8,51423 EbasxEsubxMrbas 2,88 8,97479
ErevxMrsub -8,81 8,51423 EbasxEsubxMrsub 5,25 8,97479
ErevxMrsl 135,44 6,95184 EbasxEsubxMrsl -17,62 7,32788
EbasxEbas -6,69 10,78635 EbasxMrbasxMrsub 3,55 9,34125
EbasxEsub 22,75 7,32788 EbasxMrbasxMrsl 8,39 7,62710
EbasxMrbas -44,71 7,77239 EbasxMrsubxMrsl -6,27 7,62710
EbasxMrsub 22,94 7,77239 EsubxMrbasxMrsub -10,32 8,97479
EbasxMrsl 28,44 6,34613 EsubxMrbasxMrsl 1,02 7,32788
EsubxEsub -1,70 14,96905 EsubxMrsubxMrsl 2,09 7,32788
EsubxMrbas -9,07 7,32788 MrbasxMrsubxMrsl -0,60 7,62710
Devido aos valores nĆ£o terem uma convergĆŖncia significativa, Ć© possĆvel
observar que o valor da espessura do revestimento nĆ£o Ć© significativo para inibir o
desenvolvimento de trincas do tipo top-down, no entanto, os efeitos de 2ĀŖ ordem da
espessura do revestimento apresentam maior influĆŖncia para evitar as trincas.
Com os valores da Tabela 71, foi construĆda a equaĆ§Ć£o 36 para determinaĆ§Ć£o
do trincamento de cima para baixo no revestimento.
154
ššš = 1788,18 ā 1029,8šøššš£2 + 533,22š ā 427,88š2 ā 153,89ššššš +
135,44šøššš£ . ššš š + 122,97ššš š ā 89,46šøš š¢š + 81,71š. ššš š ā 81,65ššš š¢š ā 65,41šøššš +
59,23šøššš£ .ššššš + 46,85šøš š¢š .ššš š + 46,13š. šøššš£ ā 44,71šøššš . ššššš ā
29,75šøš š¢š . ššš š¢š + 28,44šøššš . ššš š + 27,25ššššš 2 ā 24,35š. ššššš ā
23,39šøššš£ .šøš š¢š . ššš š¢š ā 23,22šøššš£ .ššš š¢š .ššš š + 22,94šøššš . ššš š¢š + 22,75šøššš . šøš š¢š ā
22,58šøššš£ .šøššš . ššš š ā 21,48šøššš£ . šøš š¢š . ššš š + 18,17š. ššš š¢š ā 17,62šøššš . šøš š¢š . ššš š +
14,6ššš š¢š .ššš š + 13,3ššš š¢š2 ā 11,18šøššš£ .šøššš . šøš š¢š ā 10,32šøš š¢š . ššššš . ššš š¢š ā
9,56šøššš£ . šøššš . ššš š¢š ā 9,27šøššš£ .ššššš . ššš š ā 9,07šøš š¢š . ššššš ā 8,81šøššš£ . ššš š¢š +
8,39šøššš . ššššš . ššš š ā 8,23ššššš . ššš š¢š ā 8,15šøššš£ . šøššš . ššššš ā 6,69šøššš 2 ā
6,68šøššš£ . ššššš . ššš š¢š ā 6,27šøššš . ššš š¢š . ššš š + 5,83ššššš . ššš š ā 5,83šøššš£ . šøš š¢š ā
5,66šøššš£ . šøš š¢š . ššššš + 5,25šøššš . šøš š¢š . ššš š¢š ā 4,33šøššš£ + 3,55šøššš . ššššš . ššš š¢š +
3,27š. šøš š¢š + 2,88šøššš . šøš š¢š . ššššš + 2,09šøš š¢š . ššš š¢š .ššš š ā 1,7šøš š¢š2 + 1,39š. šøššš +
1,02šøš š¢š . ššššš . ššš š ā 0,76šøššš£ .šøššš ā 0,6ššššš . ššš š¢š .ššš š (36)
Analisando graficamente os valores obtidos pela regressĆ£o linear dos valores
para o trincamento do revestimento de cima para baixo, verifica-se que a nuvem de
valores contidos na Figura 58 Ʃ condensada quando avaliado as interaƧƵes entre as
variĆ”veis independentes. PorĆ©m, ainda Ć© possĆvel observar que os valores nĆ£o
apresentam um comportamento linear, os valores menores e maiores tem um
comportamento constante e nos valores centrais a nuvem se condensou em torno
da reta de ajuste, no entanto, ficando em partes sobre a reta e em outra parte abaixo
da reta.
Vale lembrar que foi realizada tambĆ©m a tentativa de obter uma equaĆ§Ć£o para
o trincamento de cima para baixo no revestimento de forma nĆ£o linear, com
exponencial, no entanto, o ajuste com RĀ² mais alto foi ainda na forma linear.
Os casos avaliados estĆ£o grande parte fora dos limites de aceitabilidade do
pavimento para AASHTO. Pois observado a condensaĆ§Ć£o de valor no topo da
nuvem de dados, Ć© possĆvel notar que uma gama de pavimentos obteve valores em
torno de 1500 a 2000 m/km de trincamento, um valor bem expressivo.
155
Figura 58 - Valores observados x previstos trincamento revestimento de cima para
baixo (3ĀŖ ordem)
A equaĆ§Ć£o da deformaĆ§Ć£o do revestimento formada pelas varĆ”veis
independentes de primeira ordem jĆ” tinha uma linearidade considerĆ”vel com RĀ² de
0,91 e com a adiĆ§Ć£o das variĆ”veis de 3ĀŖ ordem (Tabela 72) passa para RĀ² de 0,98.
Com as interaƧƵes de 2ĀŖ e 3ĀŖ ordem a equaĆ§Ć£o de ajuste nĆ£o sofre muitas
alteraƧƵes, visto que os coeficientes com maior relevĆ¢ncia para formaĆ§Ć£o da
equaĆ§Ć£o sĆ£o principalmente os valores de 1ĀŖ ordem, pois nas interaƧƵes de 3ĀŖ
ordem chega-se a valores na casa de 10-4, ou seja, de pequena significĆ¢ncia para o
resultado final da deformaĆ§Ć£o do revestimento, esta que tem como resultado de
saĆda valores em mm.
Ocorre neste caso uma influĆŖncia mais significativa nos coeficientes para
equaĆ§Ć£o da deformaĆ§Ć£o permanente do revestimento, nas interaƧƵes de 2ĀŖ ordem,
porĆ©m ainda permanece como causador de ruĆna o volume de trĆ”fego e a espessura
Valores Previstos x Observados
Trinc. top-down Revest. (m/km)
-1000 -500 0 500 1000 1500 2000 2500
Valores Previstos
-200
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2200
Va
lore
s O
bse
rva
do
s
0,95 Conf.Int.
AASHTO
156
do revestimento como fator determinante para que nĆ£o exista deformaĆ§Ć£o excessiva
do revestimento.
Tabela 72 ā Coeficientes de regressĆ£o linear deformaĆ§Ć£o do revestimento
Regression Summary for Dependent Variable: Defor. Revestimento R= 0,99319603 RĀ²= 0,98643836 Adjusted RĀ²= 0,98620842 F(54,3185)=4290,2 p<0,0000 Std.Error of estimate: 0,78031
b Std. Err. of. b
b Std. Err. of. b
Intercept 13,35184 0,057587
N 7,20617 0,017675 EsubxMrsub 0,00286 0,019756
Erev -3,77594 0,019251 EsubxMrsl 0,01231 0,016131
Ebas 0,12137 0,017574 MrbasxMrbas 0,04387 0,029081
Esub -0,02367 0,017226 MrbasxMrsub 0,01399 0,020955
Mrbas -0,05402 0,017574 MrbasxMrsl -0,00297 0,017110
Mrsub -0,02203 0,017574 MrsubxMrsub 0,00077 0,029081
Mrsl -0,22686 0,014349 MrsubxMrsl 0,00506 0,017110
NxN -2,93588 0,040880 ErevxEbasxEsub -0,05324 0,026506
NxErev -2,28519 0,023162 ErevxEbasxMrbas 0,12312 0,027588
NxEbas 0,06604 0,021144 ErevxEbasxMrsub -0,07418 0,027588
NxEsub 0,00391 0,020315 ErevxEbasxMrsl -0,04574 0,022526
NxMrbas 0,02180 0,021144 ErevxEsubxMrbas 0,00407 0,026506
NxMrsub 0,00631 0,021144 ErevxEsubxMrsub 0,08381 0,026506
NxMrsl -0,09424 0,017264 ErevxEsubxMrsl -0,10305 0,021642
ErevxErev 0,88794 0,030845 ErevxMrbasxMrsub 0,00634 0,027588
ErevxEbas -0,05746 0,022955 ErevxMrbasxMrsl 0,01739 0,022526
ErevxEsub 0,16396 0,021642 ErevxMrsubxMrsl -0,01325 0,022526
ErevxMrbas 0,48402 0,022955 EbasxEsubxMrbas 0,00499 0,024197
ErevxMrsub 0,22667 0,022955 EbasxEsubxMrsub 0,00137 0,024197
ErevxMrsl 0,62395 0,018743 EbasxEsubxMrsl -0,00904 0,019756
EbasxEbas -0,03385 0,029081 EbasxMrbasxMrsub -0,00255 0,025185
EbasxEsub 0,01725 0,019756 EbasxMrbasxMrsl 0,00446 0,020563
EbasxMrbas -0,00935 0,020955 EbasxMrsubxMrsl -0,00326 0,020563
EbasxMrsub 0,02423 0,020955 EsubxMrbasxMrsub 0,00624 0,024197
EbasxMrsl 28,44 6,34613 EsubxMrbasxMrsl 0,00156 0,019756
EsubxEsub -1,70 14,96905 EsubxMrsubxMrsl -0,00015 0,019756
EsubxMrbas -9,07 7,32788 MrbasxMrsubxMrsl 0,01149 0,020563
Com os valores da Tabela 72, foi construĆda a equaĆ§Ć£o 37 para determinaĆ§Ć£o
da deformaĆ§Ć£o permanente do revestimento.
157
š·šš = 28,44šøššš . ššš š + 13,3518 ā 9,07šøš š¢š . ššššš + 7,20617š ā
3,77594šøššš£ ā 2,93588š2 ā 2,28519š. šøššš£ ā 1,7šøš š¢š2 + 0,88794šøššš£
2 +
0,62395šøššš£ .ššš š + 0,48402šøššš£ .ššššš ā 0,22686ššš š + 0,22667šøššš£ .ššš š¢š +
0,16396šøššš£ .šøš š¢š + 0,12312šøššš£ . šøššš . ššššš + 0,12137šøššš ā 0,10305šøššš£ .šøš š¢š . ššš š ā
0,09424š. ššš š + 0,08381šøššš£ .šøš š¢š . ššš š¢š ā 0,07418šøššš£ . šøššš . ššš š¢š +
0,06604š. šøššš ā 0,05746šøššš£ .šøššš ā 0,05402ššššš ā 0,05324šøššš£ .šøššš . šøš š¢š ā
0,04574šøššš£ .šøššš . ššš š + 0,04387ššššš 2 ā 0,03385šøššš
2 + 0,02423šøššš . ššš š¢š ā
0,02367šøš š¢š ā 0,02203ššš š¢š + 0,0218š. ššššš + 0,01739šøššš£ .ššššš . ššš š +
0,01725šøššš . šøš š¢š + 0,01399ššššš . ššš š¢š ā 0,01325šøššš£ .ššš š¢š . ššš š +
0,01231šøš š¢š . ššš š + 0,01149ššššš . ššš š¢š . ššš š ā 0,00935šøššš . ššššš ā
0,00904šøššš . šøš š¢š .ššš š + 0,00634šøššš£ .ššššš . ššš š¢š + 0,00631š. ššš š¢š +
0,00624šøš š¢š . ššššš . ššš š¢š + 0,00506ššš š¢š . ššš š + 0,00499šøššš . šøš š¢š . ššššš +
0,00446šøššš . ššššš . ššš š + 0,00407šøššš£ .šøš š¢š . ššššš + 0,00391š. šøš š¢š ā
0,00326šøššš . ššš š¢š .ššš š ā 0,00297ššššš . ššš š + 0,00286šøš š¢š . ššš š¢š ā
0,00255šøššš . ššššš . ššš š¢š + 0,00156šøš š¢š . ššššš . ššš š + 0,00137šøššš . šøš š¢š . ššš š¢š +
0,00077ššš š¢š2 ā 0,00015šøš š¢š . ššš š¢š . ššš š (37)
Com os resultados mais prĆ³ximos da reta de ajuste, a dispersĆ£o dos
resultados diminui, ocasionando uma estimativa de erro para deformaĆ§Ć£o do
revestimento baixa.
Em relaĆ§Ć£o aos valores mostrados no grĆ”fico com as variĆ”veis de 1ĀŖ ordem, a
deformaĆ§Ć£o no revestimento, apresenta linearidade nos resultados, porĆ©m em
intervalos pontuais, diferentemente do que aconteceu com os valores para
resultados com interaƧƵes de 2ĀŖ e 3ĀŖ ordem mostrados na figura 60. Os valores
ficam mais lineares e tambĆ©m mais distribuĆdos ao longo da reta de ajuste.
No entanto, os resultados observados ficam com uma quantidade mais
significativa de valores fora dos limites preconizados pela AASHTO, porƩm existe
uma concentraĆ§Ć£o de valores dentro destes limites, entretanto, a equaĆ§Ć£o que
descreve a deformaĆ§Ć£o permanente do revestimento pode ser utilizada com boa
convergĆŖncia dos valores.
158
Figura 59 - Valores observados x previstos deformaĆ§Ć£o revestimento
O quadro 7 traz um resumo das 5 primeiras variƔveis que mais influenciam na
determinaĆ§Ć£o do valor de cada critĆ©rio de desempenho, levando em consideraĆ§Ć£o
todas as interaƧƵes entre as variƔveis.
Quadro 7 - VariĆ”veis com maior influĆŖncia nos critĆ©rios de desempenho
Ordem de
importĆ¢ncia
(š°š¹š°)
Irregularidade
(š«šš)
DeformaĆ§Ć£o
Pavimento
(š»šš)
Trincamento
Bottom-up
(š»šš)
Trincamento
Top-down
(š«šš)
DeformaĆ§Ć£o
Revestimento
1Āŗ +š +šøššš . ššš š +š āšøššš£2 +šøššš . ššš š
2Āŗ āšøššš£ +š āšøššš£ +š āšøš š¢š .ššššš
3Āŗ āš2 +šøš š¢š2 āš. šøššš£ āš2 +š
4Āŗ āš. šøššš£ āšøššš£ āš2 āššššš āšøššš£
5Āŗ āššš š āšøš š¢š . ššššš āšøššš£2 +šøššš£ .ššš š āš2
Valores Previstos x Observados
Defor. Revestimento (mm)
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28
Valores Previstos
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
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0,95 Conf.Int.
AASHTO
159
O sinal Ć frente das variĆ”veis indicam se este causa dano (+), ou seja, auxilia
o desenvolvimento da deterioraĆ§Ć£o do pavimento, ou no caso de inibir os
mecanismos de deterioraĆ§Ć£o do pavimento (-).
O que pode-se notar, concluir e enfatizar Ć© que o volume de trĆ”fego influĆŖncia
em todos os critĆ©rios como principal ocasionador de deterioraĆ§Ć£o aos pavimentos e
o aumento da espessura do revestimento como sendo o principal fator que auxilia a
nĆ£o ocorrĆŖncia de danos ao pavimento.
O valor de N como sendo o maior causador de danos, Ć© um fato lĆ³gico ao se
pensar que este Ć© a Ćŗnica variĆ”vel que estĆ” impondo esforƧos ao pavimento (exceto
peso prĆ³prio das camadas), porĆ©m como as interaƧƵes que sĆ£o puramente
matemĆ”ticas, ainda assim esta variĆ”vel deixa evidente sua importĆ¢ncia.
Da mesma forma, a espessura do revestimento destaca-se e demonstra sua
superioridade sobre as demais camadas, isto pode ser evidenciado e afirmado
devido ao fato do mĆ³dulo de resiliĆŖncia do pavimento ser de grandeza bem superior
ao da maior camada de base e sub-base, ou seja, absorve e resiste Ć grande parte
dos esforƧos impostos ao pavimento.
4.4 ANĆLISE DOS MĆTODOS DE DIMENSIONAMENTO
Por meio das anƔlises realizadas fica evidente que o mƩtodo brasileiro do
DNIT estĆ” com certa defasagem nas formas de dimensionamento, ou seja, os
projetos atuais realizados no paĆs por meio deste mĆ©todo com embasamento
empĆrico nĆ£o atendem as realidades que hoje constituem nosso trĆ”fego, bem como
a capacidade de carga que se desenvolve cada vez mais nos veĆculos. Pois, jĆ”
tivemos alteraƧƵes nos limites de carga e o mƩtodo do DNIT nada alterou em termos
destes carregamentos maiores em pavimentos sem consideraƧƵes climƔticas,
pressĆ£o de inflaĆ§Ć£o dos pneus, esforƧos entre eixos, tipos de ligantes, dentre outros.
O MĆ©todo americano da AASHTO estĆ” em seus dimensionamentos prevendo
cargas mais elevadas e uma amplitude de caracterĆsticas bĆ”sicas em seus projetos,
como aderĆŖncia entre camadas, compactaĆ§Ć£o das camadas de base, granulometria
dos materiais, vazios e teor de ligante, dentre outros. Bem como, tem consideraƧƵes
a respeito do limite de trĆ”fego que pode ser imposto a um pavimento flexĆvel, ou
160
seja, para determinados casos fica inviƔvel solucionar uma demanda de trƔfego por
meio de pavimento flexĆvel.
O software SisPavBR baseado em estudos brasileiros tambƩm demonstrou
que o sistema atual de dimensionamento de pavimentos, precisa ser revisto para
auxiliar a melhor elaboraĆ§Ć£o dos projetos. Ć uma soluĆ§Ć£o de dimensionamento que
jƔ estƔ com consideraƧƵes sobre os materiais e esforƧos nas camadas do
pavimento, bem como demonstra a necessidade de se aumentar a espessura das
camadas de revestimento, uma soluĆ§Ć£o jĆ” aplicada no mĆ©todo americano.
Os mecanismos de deterioraĆ§Ć£o dos pavimentos tambĆ©m devem ser
estudados com maior profundidade, pois pode ser visto que os tipos de trincamento
que se desenvolvem primeiro ou com maior intensidade tendem a ser o top-down. A
soluĆ§Ć£o para este mecanismo Ć© dependente da configuraĆ§Ć£o das camadas de base
e sub-base, bem como a rigidez do subleito.
Ou seja, o dimensionamento de pavimentos flexĆveis estĆ” precisando ser
revisto e necessitando de um sistema de dimensionamento mais amplo, onde o
projetista possa realizar configuraƧƵes diversas, assim tendo que fazer uso de uma
gama de informaƧƵes sobre trƔfego, solos, materiais, clima e os mecanismos de
deterioraĆ§Ć£o que mais afetam os pavimentos, para assim melhor desenvolver uma
soluĆ§Ć£o de projeto.
O trĆ”fego atual do paĆs tambĆ©m demonstra pelos sistemas da AASHTO e
SisPavBR que os pavimentos flexĆveis nĆ£o podem ser adotados como soluĆ§Ć£o
generalizada para os pavimentos das rodovias brasileiras.
161
5 CONSIDERAĆĆES FINAIS
5.1 CONCLUSĆES
Entre os dimensionamentos realizados pelo DNIT, SisPavBR e AASHTO,
ficou evidente que os mĆ©todos empĆrico-mecanisticos sĆ£o mais criteriosos, visto que
estes mĆ©todos levam em consideraĆ§Ć£o, os fatores como clima, mĆ³dulo de resiliĆŖncia
das camadas, granulometria, dentre outros.
As maiores espessuras de revestimento obtidas para uma confiabilidade de
50% foi de 19,5 cm para N de 108 em um subleito de MR de 53 MPa pelo SisPavBR
e 40 cm para um volume de trƔfego de 7,5x107 com subleito de MR de 53 MPa pelo
AASHTO.
Em relaĆ§Ć£o ao mĆ©todo do DNIT o aumento de espessura do revestimento
variou entre 32% a 56% para SisPavBR e superior a 200% para AASHTO.
O aumento no custo do pavimento em relaĆ§Ć£o ao dimensionamento pelo
DNIT variou entre 4% a pouco mais de 26% para o SisPavBR e aproximadamente
11% a 98% pela ASSHTO, quando submetido a N de 1,0x108.
PorƩm, vale ressaltar que se o pavimento dimensionado pelo DNIT de forma
empĆrica nĆ£o tiver a durabilidade de 10 anos, o custo de manutenĆ§Ć£o pode
ocasionar em valores mais elevados que a AASHTO e o SisPavBR. Ou seja,
verificar os mƩtodos de dimensionamento, refinar os projetos pode apresentar em
longo prazo melhor retorno.
A anƔlise dos pavimentos efetuada por meio do SisPavBR apresentou maior
vida Ćŗtil, sendo que estes valores ficaram o dobro ou o triplo e, ainda o tempo de
utilizaĆ§Ć£o do pavimento em boas condiƧƵes segundo a avaliaĆ§Ć£o da AASHTO para
N de 1,8x108 foi de pouco mais de 1 mĆŖs para o subleito com mĆ³dulo de resiliĆŖncia
de 124 MPa.
Para valores de N elevados a AASHTO e SisPavBR mostraram que o
pavimento flexĆvel nĆ£o ser a melhor soluĆ§Ć£o. E o mĆ©todo do DNIT apresenta boa
durabilidade quando submetido a valores de N baixos.
Num comparativo entre AASHTO e o SisPavBR, o mƩtodo americano mostra-
se bem mais criterioso quanto ao desempenho satisfatĆ³rio de seus pavimentos.
PorƩm, o SisPavBR pode estar mais adequado (calibrado) para as condiƧƵes
162
climĆ”ticas do Brasil, bem como as propriedades dos solos, visto a classificaĆ§Ć£o dos
solos ser direcionada a solos do paĆs (MCT). Ou seja, um ponto de partida para
mudanƧas nos projetos brasileiros.
Nos estudos realizados com o software Statistica utilizando as interaƧƵes de
2ĀŖ e 3ĀŖ ordem das variĆ”veis independentes, os valores se agruparam de forma linear
ao entorno da reta de ajuste, reduzindo a probabilidade de erros. No entanto,
mesmo o trincamento top-down tendo refinado seus resultados, os grƔficos
mostraram certa dispersĆ£o nos valores, o que para certas situaƧƵes pode acabar por
conduzir a erros.
As duas variĆ”veis que mostraram maior relevĆ¢ncia para determinaĆ§Ć£o dos
mecanismos de deterioraĆ§Ć£o dos pavimentos foram o volume de trĆ”fego e
espessura do revestimento, aumentando a propagaĆ§Ć£o de ineficiĆŖncia do pavimento
e inibindo a deterioraĆ§Ć£o, respectivamente.
5.2 SUGESTĆES TRABALHOS FUTUROS
Para os trabalhos futuros fica como sugestĆ£o:
- Dimensionamento de pavimentos com alteraƧƵes nas camadas de base e
sub-base;
- Utilizar em alguns casos a aderĆŖncia entre as camadas do pavimento;
- Trabalhar com valores de pesagem dos veĆculos, para determinaĆ§Ć£o da
sobrecarga;
- Utilizar o software AASHTOWare, com os dados inseridos em sua totalidade
por meio de valores de referĆŖncia regional;
- Fazer uso da versĆ£o atualizada do SisPavBR;
- Efetuar um levantamento da durabilidade dos pavimentos brasileiros;
- Testar pavimentos rĆgidos como soluĆ§Ć£o para os volumes de trĆ”fego;
- Realizar estimativa de custos executivos de pavimentos rĆgidos;
- Fazer comparativo de vida Ćŗtil dos pavimentos flexĆveis e rĆgidos;
- Efetuar a previsĆ£o de vida Ćŗtil dos pavimentos com reforƧo;
- Realizar estudo financeiro dos pavimentos do tempo presente.
163
REFERENCIAS BIBLIOGRĆFICAS
AMERICAN ASSOCIATION OF STATE HIGHWAY AND TRANSPORTATION
OFFICIALS. AASHTOWare Pavement ME Design. Informativo Software. DisponĆvel
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