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Growing Beyond A hora de investir Pesquisa de atratividade Ernst & Young — 2012 Brasil TM Rio 2016

A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

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O Brasil conseguiu rapidamente se tornar uma economia estável. Apesar dos riscos da valorização de sua moeda, o mercado doméstico, impelido pelo desenvolvimento da classe média, continuou a ser a espinha dorsal da economia brasileira. A forte presença do Brasil no mapa global é evidenciada pelo fato de que 60% dos entrevistados pretendem investir no País no curto prazo.

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Growing Beyond

A hora de investirPesquisa de atratividade Ernst & Young — 2012

Brasil

TMRio2016

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Emerging Markets Center

O Emerging Markets Center é o centro de excelência da Ernst & Young que conecta você com rapidez e eficiência às economias de crescimento mais acelerado do mundo. Nosso contínuo investimento nelas nos permite compartilhar a amplitude de nosso conhecimento por meio de um amplo leque de iniciativas, ferramentas e aplicativos, oferecendo às empresas, tanto em mercados maduros como emergentes, uma abordagem em profundidade e transnacional sustentada por nossa estrutura inovadora e altamente integrada globalmente.

Para mais informações sobre mercados emergentes, consulte http://www.emergingmarkets.ey.com

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1Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Índice

3 Introdução4 Sumário executivo7 Dados informativos sobre o Brasil

8 Panorama da economia mundial

8 Esperança, de fato10 Posicionando o Brasil na economia mundial 10 IED global supera a média pré-crise, mas a incerteza persiste

12 Um ano recorde

14 Desempenho em 2011: IED atinge nível recorde no Brasil16 IED por função18 IED por setor28 Para onde: Sudeste lidera IED; Nordeste é promessa para o futuro30 De onde: os investidores de IED do Brasil32 Planos dos investidores para 2013: maioria tem o Brasil em mente

34 Grande momento

36 Brasil: líder da América Latina39 Cidades brasileiras: a liderança inconteste de São Paulo

42 Intensificar o crescimento

44 Forte confiança no Brasil em 2015 45 Os setores mais atraentes do Brasil no futuro: serviços de apoio à indústria48 Visão de longo prazo: a necessária diversificação50 Plano de ação para o Brasil

56 Metodologia

A hora de investir Pesquisa de atratividade Ernst & Young — 2012

Brasil

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2 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Ponto de vista Tempo de inovar Mauro Borges, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI)

Em 2004, o governo brasileiro decidiu mobilizar esforços para realizar plenamente o potencial da indústria nacional, promovendo a execução das estratégias para essa área em linha com as políticas de ciência, tecnologia, inovação e de comércio exterior. Foi com essa missão que surgiu a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

A agência, ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), busca atuar como elo entre os setores público e privado, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do País por meio de ações que ampliem a competitividade da indústria.

“A missão não é simples, pois temos de superar os gargalos criados pelos custos de produção”, diz o presidente da ABDI, Mauro Borges. “Na indústria manufatureira no Brasil, temos gargalos relacionados tanto ao custo do capital e do trabalho quanto ao custo de insumos básicos. Parte disso decorre da tributação incidente sobre os fatores de produção e sobre os insumos básicos. É uma herança do processo de industrialização brasileiro que tem de ser removida.”

Borges cita como exemplo a tarifa de energia para o setor industrial. “Cerca de 50% do custo decorrem de tributação. É bem mais do que o preço médio da energia nos países concorrentes diretos do Brasil”, afirma. Outro ponto é o custo do trabalho. “Basta lembrar que o custo para a empresa é quase duas vezes o salário que o empregado recebe.”

A intensificação da concorrência estrangeira, em um contexto de crise internacional e incerteza na recuperação da demanda global, dificulta o avanço da indústria brasileira – que cresceu apenas 1,6% em 2011. No entanto, segundo o presidente da ABDI, o Brasil está posicionado para se tornar um líder global em manufatura – expectativa manifestada por muitos empresários estrangeiros – porque detém um elemento decisivo para a indústria do século 21: a base de conhecimento científico das novas tecnologias. Por um lado, afirma Borges, o País tem centros de conhecimento de excelência para sustentar essa indústria em setores estratégicos, como a biotecnologia e a microeletrônica. Por outro, está ampliando o financiamento para que esse conhecimento se transforme em ações concretas. “Felizmente, temos o BNDES, o segundo maior banco de desenvolvimento do mundo, que está aprimorando e reformulando suas linhas voltadas para a inovação tecnológica. E temos a financiadora de estudos e projetos, a Finep, que está voltando fortemente sua ação para o crédito – está promovendo uma reestruturação de suas linhas de financiamento e passando da subvenção para o crédito.”

O desenvolvimento da indústria vai ao encontro de uma nova realidade econômica que colocou o País definitivamente no mapa dos investimentos estrangeiros. “O evento mais transcendente da última década é nossa transformação em um país de classe média, com um mercado crescente de consumo de massa. Pela dimensão continental do Brasil, isso tem enorme relevância aos olhos do mundo.” Se esse foi o maior avanço dos últimos tempos, há também um obstáculo principal, na opinião de Borges: o gargalo da infraestrutura. “Esse aspecto encerra dois grandes desafios: a infraestrutura de capital físico — particularmente a área de logística de transporte — e a infraestrutura de capital humano. O País tem um déficit muito elevado de formação básica e técnica ante os requisitos da indústria manufatureira do século 21”, afirma. “Esse é o problema que ameaça nossa capacidade de dar o grande salto de desenvolvimento que esperamos.”

Por sua dimensão continental, o Brasil tem enorme relevância aos olhos

do mundo

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3Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Introdução

Introdução

O Brasil conseguiu rapidamente se tornar uma economia estável. Apesar dos riscos da valorização de sua moeda, o mercado doméstico, impelido pelo desenvolvimento da classe média, continuou a ser a espinha dorsal da economia brasileira. A forte presença do Brasil no mapa global é evidenciada pelo fato de que 60% dos entrevistados pretendem investir no País no curto prazo.

O Brasil lidera os índices de atratividade na América Latina com quase sete em cada dez líderes empresariais declarando que o País é o lugar mais atraente para estabelecer operações. O crescente consumo doméstico de bens e serviços e uma ampla base de recursos naturais e industriais são o fundamento da economia brasileira.

A imagem do Brasil como país rico em commodities atrai investimento estrangeiro, o que cria desafios como o efeito colateral indesejado de valorizar a moeda do País. Para manter o ímpeto e diminuir os riscos ao Brasil dos efeitos colaterais de sua riqueza em commodities, o governo precisa continuar a implementar medidas para diversificar a economia para atividades inovadoras e de valor agregado. Falta de mão de obra qualificada, taxas de juros altas e sistema fiscal complexo são outros desafios importantes que se apresentam para a economia brasileira.

Em termos de prioridades regionais, São Paulo é nitidamente mais atraente para a maioria dos investidores. Em nossa pesquisa, mais de 55% dos investidores nomearam São Paulo como a região mais atraente no Brasil, seguida pelo Rio de Janeiro (26%). O desenvolvimento de cidades de segundo escalão e sua promoção para investidores estrangeiros são decisivos para o Brasil conseguir disseminar os benefícios de seu desenvolvimento econômico de maneira mais equitativa.

Acreditamos que a próxima fase da competição do investimento estrangeiro direto (IED) terá como alvo atividades menos exploradas como o estabelecimento de sedes de operações, centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e serviços inovadores para empresas, impulsionadas pela cultura empreendedora e um ambiente político estável.

O panorama para o Brasil como um destino de IED é promissor, com 83% dos investidores acreditando que a atratividade vai melhorar nos próximos três anos. Os investidores percebem o Brasil como um futuro líder no setor energético até 2020, com uma infraestrutura substancialmente melhorada, e esperam melhorias no sistema educacional para suprir a carência de mão de obra especializada e desenvolver capacidade de inovação. De mais a mais, a realização no Brasil da Copa do Mundo da Fifa em 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 atrairá investidores de todos os setores. Mas o Brasil também precisa se esforçar para garantir um ambiente operacional seguro e tranquilo, aumentar a transparência, reduzir a corrupção e criar uma estrutura fiscal simplificada.

Nossa primeira edição da pesquisa sobre atratividade do Brasil inclui uma seção sobre a próxima fase de crescimento do País —impulsionado pela indústria e pelo setor de serviços — e também uma análise dos setores-chave de crescimento, que, acreditamos, impulsionarão o IED.

Gostaríamos de agradecer a todos os tomadores de decisões e profissionais da Ernst & Young que se prontificaram a partilhar seus pensamentos conosco.

Tom McGrath Vice-presidente sênior para as Américas - Mercados - Ernst & Young

Jorge Menegassi CEO, América do Sul e Brasil Ernst & Young

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4 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Sumário executivo

Sumário executivoPanorama da economia mundial Esperança, de fato

• Esperança, de fato Saindo da crise financeira, a economia global iniciou 2011 em modo de recuperação, reconhecidamente fraco e desequilibrado, mas mesmo assim com alguma esperança e otimismo. As perspectivas da economia mundial podem depender de os mercados de rápido crescimento (RGMs, na sigla em inglês) continuarem sendo os vetores de crescimento e recuperação. O grupo de 25 RGMs que monitoramos na Ernst & Young como um todo deve se recuperar para alcançar um crescimento do PIB total de 5,9% em 2013 e 6,5% em 2014. Projeções feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em sua atualização trimestral apontam uma expansão da economia global de 3,5% e 3,9% em 2012 e 2013, respectivamente.

• IED global supera média pré-crise, mas a incerteza prevalece Apesar das perturbações econômicas mundiais, os aportes globais totais em IED cresceram 16% em 2011 – de sua base reconhecidamente baixa em 2010 – para US$ 1,5 trilhão, segundo a Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD). Os aportes de IED se recuperaram em todos os principais grupos econômicos: economias desenvolvidas, em desenvolvimento e em transição. A UNCTAD calcula que os fluxos de IED crescerão moderadamente em 2012, para aproximadamente US$ 1,6 trilhão, com base nas perspectivas correntes de fatores subjacentes, incluindo crescimento do PIB e efetivos em caixa de corporações transnacionais.

O investimento estrangeiro no Brasil Um ano recorde

• O Brasil entre os cinco principais do mundo em IED O Brasil é o segundo destino global mais popular em termos de valor de IED e o quinto em termos de projetos de IED. O número de projetos de IED no Brasil cresceu 39% em 2011,para um número recorde de 507. Esses projetos criaram estimados 161.166 empregos.

• A produção traz 75% dos empregos, os serviços trazem 52% dos projetos Investidores entraram no Brasil para montar fábricas e também para aproveitar o rápido crescimento do setor de serviços em 2011. Apesar de a atividade industrial ter trazido a maioria dos empregos (75% do total de empregos), as atividades de serviço impulsionaram uma quantidade significativa de projetos (52% do total de projetos). Mas o Brasil ainda precisa melhorar sua atratividade para funções estratégicas (escritórios centrais, centros de P&D e desenvolvimento e educação e treinamento). Em 2011, o Brasil recebeu somente 25 projetos estratégicos.

• De onde? Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Alemanha e Espanha responderam por 59% dos projetos de IED em 2011. A China está despontando como um forte parceiro do Brasil, registrando-se um aumento no investimento e nos laços comerciais entre os dois países.

• Desempenho em tecnologia da informação e das comunicações (TIC) e serviços empresariais: rumo a uma atratividade baseada em serviços? O setor de TIC gerou 105 projetos de IED no Brasil em 2011. O setor de TIC despontou como o quarto maior em termos de criação de empregos no Brasil em 2011, com 17.724 empregos. Os serviços empresariais atraíram 53 projetos em 2011, constituindo 10% dos projetos de IED totais, 8% mais que em 2010, um recorde. Os serviços financeiros atraíram 35 projetos de IED em 2011 (7% do total), ante 20 projetos em 2010.

• São Paulo continua a ser a líder inconteste em IED A principal região para IED no Brasil é a Sudeste; São Paulo tem recebido a maior parte do interesse (26% dos projetos de IED). O Rio de Janeiro vem em segundo com 8% dos projetos. O terceiro destino é Curitiba com somente 2% dos projetos. A Região Nordeste também está se destacando rapidamente no radar do IED; atraiu 93 projetos de investimento e criou mais de 57.000 empregos entre 2007 e 2011.

• Planos dos investidores para 2013 Sessenta por cento dos líderes empresariais pesquisados indicaram um panorama positivo sobre a instalação de operações no Brasil no futuro próximo; 33% deles ressaltaram planos firmes de estabelecer atividades no País.

Fatos 2°: Brasil é o segundo destino global mais atraente em termos de valor de IED e o quinto em termos de número de projetos.

507 projetos de IED foram registrados no Brasil em 2011, um aumento de 39% desde 2010.

161.166 empregos foram criados no Brasil como resultado de investimentos estrangeiros diretos.

52% dos projetos de IED no Brasil foram gerados por atividades de serviços.

26% dos projetos de IED estão estabelecidos em São Paulo.

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5Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

O Brasil na visão dos investidores Grande momento

• Brasil, o mercado mais atraente do continente Setenta e oito por cento dos entrevistados para a pesquisa nomearam o Brasil como o país mais atraente. Oitenta e sete por cento dos investidores consideram o tamanho do mercado do Brasil seu ativo mais interessante. A sólida cultura empreendedora do Brasil (citada por 71,9% dos entrevistados) fortaleceu ainda mais sua posição como principal escolha de companhias estrangeiras.

• Um líder em energia em formação O setor de petróleo e gás do Brasil será a força motriz do crescimento do País nos próximos anos, segundo 44,2% dos investidores. Assombrosos 30,1% dos investidores esperam que o Brasil seja o líder no setor de energia até 2020, uma visão motivada pela descoberta das reservas do pré-sal.

• Questões sobre conhecimentos especializados, custos e condições operacionais A capacitação da mão de obra ocupa o quinto lugar nos critérios mais atrativos do Brasil. O item custos trabalhistas fica muito mais abaixo (10º, 40% não o consideram atraente), pouco acima do ambiente político, legislativo e administrativo (11º, 41% não o consideram atraente). O sistema de transporte de alto custo e baixa qualidade permanece sendo o fator fraco para investidores (só 43,4% o mencionaram como atraente).

• Forte confiança no futuro Quase 83,4% dos pesquisados acreditam que a atratividade do Brasil vai melhorar nos três próximos anos.

O futuro da atratividade do Brasil Intensificar o crescimento

• Ação 1: melhorar a competência profissional e garantir o ambiente operacional Dos pesquisados, 28,8% consideram o desenvolvimento da educação e das habilidades profissionais a medida prioritária para aumentar a atratividade do Brasil.

• Ação 2: construir capacidade de inovação e diversificar setores Para construir sua capacidade de inovação, o Brasil precisa focar em melhorar a educação e treinamento em novas tecnologias segundo 60,3% dos investidores. Nossos painéis de investidores também pensam que o Brasil devia aumentar os incentivos fiscais para companhias inovadoras (29,7%) e desenvolver programas de pesquisa conjuntos (26,1%). Essas medidas ajudarão a desenvolver uma economia mais diversificada, reduzindo a exposição à volatilidade dos mercados de commodities (vistos como o principal setor na promoção do crescimento por 44,2% dos investidores).

• Ação 3: promover as regiões do Brasil As cidades brasileiras de menor porte não estão atualmente no radar dos investidores. Dos pesquisados, 39% não conseguiram indicar uma preferência forte por cidades exceto São Paulo e Rio de Janeiro. Entretanto, Curitiba e Belo Horizonte foram citadas 24,5% e 20,2%, respectivamente. Quando perguntados sobre projetos para aumentar a atratividade de cidades brasileiras, o desenvolvimento da infraestrutura foi a primeira resposta de 55,8% dos pesquisados.

Percepções 78% dos entrevistados para a pesquisa percebem o Brasil como o país mais atraente da América Latina.

60% dos líderes empresariais entrevistados estão estudando o estabelecimento de operações no Brasil (em 2013).

30% dos investidores esperam que o Brasil seja o líder no setor de energia até 2020, uma visão provocada pela descoberta das reservas do pré-sal.

60% dos entrevistados consideram o desenvolvimento da educação em novas tecnologias como o principal motor para aumentar a capacidade de inovação do Brasil.

56% dos líderes empresariais consideram que o desenvolvimento da infraestrutura é a prioridade para aumentar a atratividade das cidades de menor porte brasileiras.

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6 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Sumário executivo

Foto: vista panorâmica de praia em Fernando de Noronha.Foto da capa: litoral arenoso, Brasil.

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7Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Superfície territorial 8.459.417 km quadrados

População (julho 2012) 205,7 milhões (quinto país mais populoso do mundo)

Proporção da população urbana (2011) 84,6%

Estrutura etária (2011) 0–19 anos (32,8%); 20–54 anos (50,9%); 55 e acima (16,3%)

LínguasLíngua oficial: português. Nota: outras línguas comuns no Brasil incluem espanhol (áreas fronteiriças e escolas), alemão, italiano, japonês, inglês e um grande número de línguas de minorias ameríndias.

Presidente Dilma Rousseff (desde 1º de janeiro de 2011)

Vice-presidente Michel Temer (desde 1º de janeiro de 2011)

PIB (2011) US$ 2,5 trilhões (sexta maior economia do mundo) O FMI espera que o Brasil se torne a quinta economia até 2017, com PIB de US$ 3,3 trilhões

PIB – taxa de crescimento real (2011) 2,7%

PIB per capita – PPP (2011) US$ 11.600

Distribuição da renda familiar – índice Gini (2012) 51,9

Composição do PIB por setor (2011)►Brasil: Agricultura (5,5%); Indústria (27,5%); Serviços (67%) China: Agricultura (10,1%); Indústria (46,8%); Serviços (43,1%) Índia: Agricultura (17,2%); Indústria (26,4%); Serviços (56,4%)

Dívida pública (2011) Brasil: 54,4% do PIB, China: 43,5% do PIB, Índia: 51,6% do PIB

Força de trabalho (2011) 104,3 milhões

Taxa de desemprego (2011) 6,0%

Inflação (2011) 6,5%

Bolsa de valores BM&FBOVESPA (terceira maior do mundo em valor de mercado; principal bolsa da América Latina)

Banco central Banco Central do Brasil

Taxa SELIC (taxa básica de juro) 8% (julho de 2012)

Imposto de renda da pessoa jurídica 34%

Imposto de renda da pessoa física 27,5%

Imposto sobre valor agregado 0%–25%

Principais aeroportos internacionais►Aeroporto Internacional de Brasília Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão), Rio de Janeiro Aeroporto Internacional de Guarulhos, São Paulo

Principais portos Ilha Grande (Gebig), Paranaguá, Rio Grande, Santos, São Sebastião e Tubarão

Principais cidades São Paulo, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e Santos

Zona horária Três horas atrás do Greenwich Mean Time (GMT)

Moeda Real

Taxa de câmbio (2011) 1 US$ = 1,67251 BRL, 1 INR = 0,03557 BRL, 1 CNY = 0,258875 BRL

Capital Brasília, situada na Região Centro-Oeste

Administração O Brasil tem 26 Estados e um Distrito Federal

Países fronteiriços Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela

Informações sobre o Brasil

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8 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Esperança, de fato

Saindo da crise financeira, a economia global começou 2011 em modo de recuperação, reconhecidamente fraca e desequilibrada, mas mesmo assim com alguma esperança e otimismo1. No entanto, a recuperação da economia global começou a desacelerar no segundo semestre do ano com as perspectivas se limitando, a confiança do investidor do consumidor se enfraquecendo de novo e os riscos crescendo de maneira acentuada no quarto trimestre. O crescimento econômico em muitas economias desenvolvidas atingiu uma calmaria perto do fim de 2011, uma vez que muitas economias ocidentais ficaram face a face com a probabilidade de uma dupla recessão. As incertezas aumentadas na União Monetária Europeia, a persistência de altas dívidas soberanas e dos respectivos planos de austeridade que agora mostram seu verdadeiro impacto no crescimento do PIB são as principais forças que impedem recuperação econômica no Ocidente.

As economias em rápido crescimento mostraram recentemente certo arrefecimento de sua trajetória de crescimento sem precedentes, primeiro com o impacto da crise financeira e, mais recentemente, com a redução da demanda

1. Rapid-growth markets forecast, Ernst & Young, julho 2012.

por commodities e uma desaceleração das exportações de bens manufaturados causada pelos desdobramentos na Europa.

Embora espere-se que muitos RGMs tenham uma expansão mais lenta em 2012, de 4,9%, estas economias devem continuar como motores da recuperação global, com crescimento em aceleração no médio prazo. O grupo de 25 RGMs monitorado pela Ernst & Young deve reagir e alcançar um crescimento do PIB de 5,9% em 2013 e 6,5% em 2014.

O surgimento contínuo de uma classe média economicamente ativa, combinado com uma demografia favorável, alimenta o crescimento da demanda doméstica, que está na espinha dorsal do crescimento do mundo em desenvolvimento. Um aumento contínuo do comércio entre mercados emergentes ajudará a isolar ainda mais o desenvolvimento econômico de desdobramentos desfavoráveis no Hemisfério Ocidental. Os mercados em desenvolvimento que dependem de exportações de energia poderão enfrentar algumas variações no curto prazo; no entanto, o panorama de médio e longo prazo continua fortemente positivo, já que os preços da energia devem subir ainda mais. Os investimentos em mercados emergentes continuarão fortes na medida em que companhias ocidentais

procuram participar desse crescimento projetado e os próprios mercados emergentes estão usando sua posição financeira favorável para promover o desenvolvimento.

Existem diferenças nacionais e regionais entre as economias emergentes, e surgem neste ano diferenças significativas de crescimento. Espera-se que os RGMs asiáticos tenham taxa de crescimento mais alta, de 6,2%, em 2012, em comparação com RGMs nas regiões EMEIA e Américas, que devem crescer 4% e 3,2%, respectivamente. Em 2013, espera-se um crescimento forte do Brasil (5,1%) e Chile (4,8%) nas Américas; Índia (7,5%), Cazaquistão (7%) e Catar (6%) na EMEIA; e China e Hong Kong (8,3%), Vietnã (6,9%), Indonésia (6,6%) e Tailândia (6,5%) na Ásia.

O FMI, em sua atualização trimestral de julho de 2012, projeta que a economia global se expandirá 3,5% e 3,9% em 2012 e 2013, respectivamente, ante um crescimento projetado de 3,5% e 4,1% em abril de 2012 para esses anos. Nosso mapa mostra as taxas de crescimento do PIB projetadas tanto para as importantes zonas econômicas ocidentais como para RGMs, com o Brasil continuando nitidamente a superar as expectativas de crescimento do Ocidente e de cerca da metade das economias emergentes.

Panorama da economia mundial

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9Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Panorama da economia mundial

Fontes: World Economic Outlook (WEO): Growth resuming, dangers remain, abril de 2012, IMF 2012; Rapid-growth markets forecast, Ernst & Young, julho de 2012.

Foto: Pantanal, Brasil.

África do Sul 3,1 2,8 3,8

Taxas reais de crescimento do PIB (%) 2011 2012 2013

Argentina 8,9 3,3 3,5

Brasil 2,7 2,2 5,1

EUA 1,7 2,0 2,3

México 3,9 3,8 3,8

Colômbia 5,9 4,5 4,2

Chile 5,9 4,7 4,8

Reino Unido 0,7 0,2 1,4

Zona do euro 1,5 -0,3 0,3

Índia 7,5 5,7 7,5

China 9,2 7,5 8,4

Japão-0,7 2,4 1,5

Mundo 3,9 3,5 3,9

RGMs 6,3 4,9 5,9 Rússia

4,3 4,0 3,1

Somando tudo: surgem sinais de recuperação, mas os riscos persistem

Page 12: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

10 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Panorama da economia mundial

Posicionando o Brasil na economia mundial

Em razão da estabilidade macroeconômica e da crescente demanda doméstica do Brasil, o País suportou as ondas de crise com resiliência2. Após uma breve pausa no 3T de 2011, a economia brasileira retornou ao crescimento nos meses finais do ano, uma vez que os gastos domésticos reagiram em resposta a medidas de estímulo do governo, entre as quais, cortes de impostos. O crescimento do PIB em 2012 deve desacelerar para 2,2%, com a revisão de uma projeção anterior de 3,1%, em razão do panorama global menos favorável.

2. Crescimento retomando, perigos permanecem, abril de 2012, FMI 2012; Atualização do WEO: Recuperação global estagnada, riscos intensificados de retrocesso, janeiro de 2012, FMI 2012; Global Economic Prospects, janeiro de 2012, Banco Mundial, 2012; Rapid-growth markets forecast, Ernst & Young, julho de 2012.

Entretanto, no médio prazo, as projeções são de que o crescimento avançará para 5,1% em 2013 para 4,8% em 2014, impelido em grande parte pelo consumo doméstico. Medidas de sustentação do crescimento como o rebaixamento das taxas dos empréstimos pelo Banco Central e medidas adicionais de estímulo fiscal do governo proporcionarão novos impulsos. Os riscos à projeção de crescimento do País em 2013 parecem agora mais equilibrados do que inclinados para baixo. Apesar de o Brasil permanecer exposto às decorrências de uma deterioração mais pronunciada das condições econômicas globais, existe potencial para o crescimento se acelerar mais rapidamente que o esperado, dadas as medidas de política

contracíclicas em preparação no lado positivo. Outros fatores, como o crescente comércio do País com a China e alguma recuperação da economia americana, também beneficiarão o Brasil.

Para se alcançar as metas ambiciosas do governo brasileiro para o crescimento econômico no médio prazo, vai ser preciso uma mudança de foco, do uso da política fiscal como estímulo da demanda para o investimento em infraestrutura e educação, que são as maiores limitações enfrentadas pela economia. Sem esse investimento, o crescimento do PIB está previsto para uma média em torno de 4% anuais apenas de 2015 a 2020.

IED global supera a média pré-crise, mas a incerteza persiste

Apesar das conturbações econômicas mundiais, o aporte global total em IED cresceu 16% em 2011 – de sua base reconhecidamente baixa em 2010 – para US$ 1,5 trilhão, segundo a UNCTAD. Os aportes de IED reagiram em todos os grandes grupos econômicos: economias desenvolvidas, em desenvolvimento e em transição.

As economias em desenvolvimento ou em transição foram responsáveis por 51% do IED global em 2011 quando seu aporte atingiu um novo recorde superior com estimados US$ 776 bilhões, puxados principalmente pelos investimentos robustos em empresas novas. O crescimento nos países em desenvolvimento foi sustentado por um avanço de 10% na Ásia e 16% na América Latina e Caribe. O Brasil recebeu a maior parcela (31%) dos aportes de IED na América Latina e Caribe. Os aportes para a África continuaram a cair marginalmente pelo terceiro ano consecutivo. Egito, Líbia e Tunísia tiveram fortes quedas, em grande parte pela situação de instabilidade após a Primavera Árabe.

Nas economias desenvolvidas, boa parte do crescimento de IED resultou de fusões e aquisições transnacionais, particularmente na Europa. Os aportes de IED para a União Europeia (EU) cresceram 32,2%, para US$ 420,7 bilhões em 2011. Os EUA continuaram sendo o maior receptor de investimento estrangeiro em 2011, atraindo US$ 226,9 bilhões, com um aumento de 15% em relação a 20103.

A UNCTAD estima que os aportes de IED vão crescer moderadamente em 2012 para aproximadamente US$ 1,6 trilhão, com base nas perspectivas atuais de fatores subjacentes, incluindo o crescimento do PIB e as disponibilidades de caixa das corporações transnacionais. A instituição espera um crescimento apenas moderado nos três grupos – economias desenvolvidas, em desenvolvimento e em transição.

3. Global Investment Trends Monitor, janeiro de 2012, UNCTAD, 2012; World Investment Report, julho de 2012, UNCTAD, 2012.

Entrada de IED global(US$ trilhões)

Fonte: UNCTAD.Nota: os dados incluem projetos novos, projetos de expansão e fusões e aquisições.

1.7

1.21.3

1.5

2008 2009 2010 2011

2.0

2007

Page 13: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

11Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Ponto de vista Jogos Olímpicos de 2016 no Rio: grande fonte de oportunidades de investimentosMárcio Fortes, presidente da Autoridade Pública Olímpica

Os próximos quatro anos reforçarão o protagonismo do Brasil no cenário internacional. A começar pela Rio+20, a conferência mundial da Organização das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, realizada este ano, o País sediará a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude, em 2013; a Copa do Mundo da Fifa, um ano depois; e encerrando o calendário de grandes

eventos com os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Este último evento já movimenta a cidade-sede desde 2009, quando a candidatura foi ratificada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Levantamento da Fundação Instituto de Administração (FIA) estima que os investimentos diretos, públicos e privados, na infraestrutura dos jogos serão de US$ 14,4 bilhões, com impactos positivos em diversos setores da economia. Esses investimentos diretos geram um pacto multiplicador muito significativo na economia do País, em razão do efeito cascata de toda a cadeia de produção afetada.

A Autoridade Pública Olímpica (APO) é um consórcio público que reúne representantes

dos governos federal, estadual e municipal e cuja atribuição é monitorar e entregar toda a infraestrutura e os serviços necessários para a realização dos Jogos, respeitando os prazos e requisitos básicos do COI e das 41 federações esportivas internacionais com modalidades durante a competição. “Desde a candidatura tivemos a intenção de demonstrar que o Rio de Janeiro mantinha uma gestão ativa envolvendo União, Estado e município, com projetos importantes de urbanização, saneamento, habitação e transporte urbano. Os projetos mostram que, independentemente dos Jogos Olímpicos, a cidade está mudando e continuará a mudar”, diz o presidente da APO, Márcio Fortes.

Ex-ministro das Cidades no Governo Lula, Fortes refere-se a projetos com grande impacto para a cidade do Rio de Janeiro, como a despoluição da Baía da Guanabara e da Lagoa Rodrigo de Freitas, que sediarão as competições náuticas, a revitalização do Porto do Rio de Janeiro, que ampliará seu berço para receber até seis navios com leitos para turistas, e os projetos de mobilidade urbana como o Bus Rapid Transit (BRT), que ligará os quatro clusters que abrigarão as competições na cidade, entre muitos outros.

A eles juntam-se os projetos essenciais para os Jogos, como a montagem de centro de imprensa e de transmissão, a construção de um moderno laboratório antidoping e de instalações específicas para cada modalidade, denominadas

“venues” — como o slalom, que requer engenharia hidráulica complexa e que exigiu investimentos de 90 milhões de libras nos Jogos de Londres, pistas de atletismo e velódromo. “Sem instalações, não existe competição. Não podemos errar em nenhum dos casos, e tudo tem de estar pronto com um ano de antecedência, em meados de 2015, para as rodadas de eventos de teste”, afirma Fortes.

Outra preocupação é elevar a oferta de leitos para atender à “família olímpica”, que inclui atletas, comissões técnicas, árbitros e demais envolvidos na competição. A estimativa é receber 11 mil atletas, 40 mil jornalistas e cerca de 80 mil voluntários. “Os Jogos Olímpicos são motivos de atração de muitos investimentos, além dos projetos públicos. A indústria hoteleira tem uma oportunidade inédita de expansão no Rio de Janeiro, e há uma nova legislação que estimula a construção de hotéis. Há oportunidades na área de receptivo de turismo, incluindo transporte e restaurantes, e a necessidade de qualificação de mão de obra para atender os visitantes. Os Jogos também pedem consultoria especializada na construção das instalações, abrindo a oportunidade de associações entre empresas brasileiras e estrangeiras e a chegada de profissionais capacitados do exterior”, diz Fortes.

Os Jogos Olímpicos são uma grande fonte de atração de

investimentos

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12 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Um ano recordeA realidade do investimento estrangeiro no Brasil

Foto: Rio Ibicuí e paisagem, Brasil

Page 15: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

13Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Um ano recorde

39% de aumento de projetos de IED desde 2010.

507 projetos em 2011, um número recorde.

161.166 empregos criados em 2011.

75% do total de empregos são gerados

pela atividade industrial.

52% do total de projetos são associados

às atividades de serviços.

26% dos projetos de IED estão concentrados

em São Paulo.

60% dos entrevistados são favoráveis

a estabelecer operações no Brasil.

Page 16: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

14 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Um ano recorde

Desempenho em 2011: IED atinge nível recorde no Brasil

Contra o pano de fundo de um ambiente externo em deterioração — um panorama de crescimento incerto para os Estados Unidos e uma intensificação da crise da dívida soberana europeia —, a IED no Brasil aumentou em 2011. O número de projetos de IED aumentou 39%, atingindo 507 projetos, e o investimento em IED acelerou, com crescimento de 43% em 2011.

Desde 2007, o número de projetos de IED tem aumentado continuamente, indicando a confiança do investidor. Entretanto, a soma investida em um projeto tem sido dependente das condições macroeconômicas. Em 2009 e 2010, enquanto o número de projetos aumentou, o panorama econômico global arriscado manteve o valor investido relativamente baixo. O valor médio de um projeto de IED caiu de US$ 175 milhões em 2008 para US$ 120 milhões em 2010 — principalmente porque os investidores não estavam dispostos a comprometer grandes somas de recursos — e depois aumentou ligeiramente para US$ 124 milhões em 2011.

Uma crescente classe média, a forte demanda doméstica e enormes reservas inexploradas de recursos naturais situaram o Brasil como um destino privilegiado de investimentos para companhias globais com um portfólio centrado em mercados emergentes. Políticas de estímulo do governo, entre as quais incentivos fiscais a investidores estrangeiros centrados em produção e conteúdo local, simplificação de procedimentos de licenciamento e da estrutura regulatória, crédito subsidiado e opções fáceis de financiamento também

criaram um importante estímulo para empresas internacionais investirem no Brasil. Além disso, o fato de o Brasil receber a Copa do Mundo da Fifa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 contribuirá para o desenvolvimento de infraestrutura e para atrair IED adicional para o País.4 Nosso painel de pesquisa confirmou essas potencialidades no Brasil com os entrevistados citando o grande mercado doméstico, a trajetória de crescimento econômico de longo prazo e a riqueza em recursos naturais como as vantagens mais significativas. Um grande número de nossos entrevistados também mencionou a abertura da sociedade brasileira, que abraça uma diversidade de raças e religiões – um fator importante para investidores estrangeiros que poderiam alocar pessoal no País.

O Brasil registrou 507 projetos em 2011, com aumento de 39% sobre 2010, e a taxa de crescimento mais alta entre os países da lista. O País ficou em segundo lugar em termos de valor de IED, atrás da China e à frente da Índia, Estados Unidos e Reino Unido. O valor médio de um projeto no Brasil em 2011, de US$ 124 milhões, foi mais alto do que na China (US$ 71 milhões) e na Índia (US$ 63 milhões). Em comparação com seu grupo de pares latino-americanos, o Brasil se destaca em nossa enquete, sugerindo que tem, de longe, o mais alto reconhecimento entre investidores estrangeiros.

Entretanto, o Brasil enfrenta alguns desafios relacionados à escassez de mão de obra

4. “Emerging Markets: Brazil and Chile,” website de Frost & Sullivan, acessado em 25 de abril de 2012; “New FDI Record Set in Brazil,” IHS Global Insight Daily Analysis, 27 de janeiro de 2012, via Dow Jones Factiva, © 2012, IHS Global Insight Limited.

especializada e à qualidade de sua infraestrutura, que representam empecilhos ao investimento de companhias globais no País.

A falta de pessoal qualificado é a principal fraqueza da economia brasileira. Segundo uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 69% das 1.616 companhias entrevistadas enfrentam dificuldades com a falta de mão de obra especializada. Cinquenta e dois por cento das empresas industriais indicaram que a precariedade da educação básica é um dos principais obstáculos para os trabalhadores adquirirem qualificações. O problema é particularmente agudo no caso das companhias que procuram recrutar talentos gerenciais e técnicos de ponta.

As medidas tomadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva melhoraram o acesso à educação no País. Além disso, o foco da atual presidente Dilma Rousseff, em melhorar a educação superior brasileira deve criar uma nação com uma força de trabalho mais produtiva.

Iniciativas como o projeto Brasil Maior — lançado pelo governo brasileiro em 2011 cujo foco é aumentar a competitividade do País, melhorar sua produtividade e estimular a inovação tecnológica deverão reforçar a confiança do investidor no médio e longo prazo.

As altas taxas de juros e um sistema tributário complicado também continuam sendo empecilhos importantes para a economia. O crescimento do Brasil

Número de projetos de IED

Fonte: fDi Intelligence.

165

268 289

366

507

2007 2008 2009 2010 2011

Empregos criados

Fonte: fDi Intelligence.

2007 2008 2009 2010 2011

48.901

124.125

88.430

127.406

161.166

IED por valor (US$ bilhões)

Fonte: fDi Intelligence.

2007 2008 2009 2010 2011

19

47 45 44

63

Page 17: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

15Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

estagnou no segundo semestre de 2011, em razão sobretudo das políticas monetária e fiscal mais apertadas adotadas pelo governo em meio aos respingos da crise da dívida na Europa. O Banco Central do País está tomando medidas para estimular o investimento e impulsionar o crescimento econômico com ações como reduções nas taxas de juros, cortes de impostos e um relaxamento dos requisitos para empréstimos bancários.5

A economia brasileira está se beneficiando

5. “Cash boost for schools in Brazil,” website da BBC, news.bbc.co.uk, acessado em 11 de julho de 2012; “Brazil and U.S. Accentuate the Positive,” website de The New York Times, www.nytimes.com, acessado em 11 de julho de 2012; “The ‘Chinafication’ Of Brazil,” website da Forbes, www.forbes.com, acessado em 11 de julho de 2012. “Wrapup 1-Brazil inflation slows more than expected,” website da Reuters, www.reuters.com, acessado em 28 de abril de 2012; “Brazil Economic Update”, Deutsche Bank, 9 de fevereiro de 2012, via ThomsonONE.com; “Brazil blames all of its problems on the exchange rate, but keep ignoring structural reforms,” website Bloomberg, brazilianbubble.com, acessado em 30 de abril de 2012.

significativamente de seu boom de commodities, que atrai investimento estrangeiro e faz a economia prosperar. Entretanto, isso também conduz a um efeito colateral indesejado de empurrar o valor da moeda para cima. Essa valorização da moeda representa um grande ônus para a competitividade das exportações do País e muitos de seus fabricantes estão encontrando dificuldade para permanecer competitivos no cenário mundial. Outro risco decorrente da riqueza do País em commodities é caracterizado pela drenagem

de recursos de outros setores industriais. A escassez de talentos, combinada com o real forte, cria um risco adicional de desindustrialização da economia brasileira. Na esteira do foco da economia brasileira e da dependência de commodities, o governo precisa adotar iniciativas para diversificar a economia e criar um impulso para desenvolver e promover atividades e setores de valor agregado e inovadores.

Cinco principais países receptores por número de projetosPosição Cinco principais

paísesNúmero de projetos Mudança

2011vs. 2010

Valor (US$ milhões)

20112010 2011

1 Estados Unidos 1,522 1,707 12% 57,2752 China 1,344 1,409 5% 100,6883 Reino Unido 941 1,014 8% 36,0394 Índia 774 932 20% 58,2615 Brasil 366 507 39% 62,916

Fonte: fDi Intelligence

Ponto de vista Recorde na atração de investimentosFernando Blumenschein, coordenador de Projetos da Fundação Getulio Vargas

Os países latino-americanos receberam US$ 153 bilhões em Investimentos Estrangeiros Diretos (EID) em 2011, um recorde histórico para a região e o correspondente a 10% do fluxo mundial no período. Líder disparado na região, o Brasil foi o destino de 43,8% das aplicações, em um total de US$ 66,7 bilhões, o maior montante em um único ano na história do País, segundo estatísticas da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) divulgadas em maio. “Economias de escala investem cada vez mais no Brasil por uma série de fatores. Um deles é o próprio tamanho geográfico do País na América Latina. Sua posição geográfica também permite às corporações, em termos de logística e de geopolítica, utilizar o País como estratégia de entrada na América Latina”, resume o coordenador da FGV Projetos, Fernando Blumenschein.

As razões da maior atratividade brasileira para os investimentos de empresas globais superam e muito a questão da geografia, explica o especialista, que lista os cinco

maiores fatores de atratividade do Brasil. Um fator importante é a posição de destaque na América Latina como a democracia mais consolidada, que respeita a continuidade das regras políticas e de transição de poder. “De certa forma esse fator é um diferencial do Brasil em relação aos outros países. A continuidade democrática é uma questão importante e percebida a nível global”, afirma Blumenschein.

O coordenador de Projetos da FGV destaca ainda o tamanho do mercado consumidor, que viu a chegada de mais de 30 milhões de pessoas à classe média nos últimos anos, e um processo de desconcentração de renda que potencializou a produção e o

consumo de bens e serviços nos últimos anos. “Outro fator é a diversificação da economia. De todas as economias da América Latina e mesmo no plano global, atraímos investimentos que não iriam para outros países com mercado menor, sem tanta diversificação ou com posição logística desfavorável. O Brasil tem recursos naturais, potencial turístico e de agronegócios, tecnologia de ponta em várias áreas, uma indústria de transformação e uma pauta de exportações diversificada. São vantagens que colocam o Brasil acima de muitas economias globais”, afirma.

Um quinto fator seria a própria estabilidade macroeconômica brasileira, baseada no tripé equilíbrio fiscal, estabilidade dos gastos públicos e uma política de metas de inflação. “Nossa política monetária tem um arcabouço implantado há anos e que vem se aperfeiçoando. Esses fatores, no conjunto, garantem previsibilidade e segurança aos investidores e a chegada de capital se acentua”, diz Blumenschein.

Atraímos recursos que não iriam para países sem diversificação

Page 18: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

16 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Um ano recorde

IED por função

Atividades industriais trazem os empregos

Durante 2011, os investidores colocaram US$ 62,9 bilhões no Brasil, 59% dos quais foram para o setor industrial. Um total de 190 projetos e 120.774 empregos (75% do total de novos empregos de IED do País), com uma média de 636 empregos por projeto, foi criado pelo setor industrial. A presença de recursos naturais e a fartura de terras sempre tornaram o Brasil atraente para atividades industriais. O País ocupa o sexto lugar do mundo em tamanho da força de trabalho. No entanto, em razão de sua longa dependência de commodities e importações de produtos manufaturados, a IED em atividade industrial não atingiu seu pleno potencial.

Quando investem em projetos industriais no Brasil, os investidores miram os seguintes setores: máquinas, equipamentos e ferramentas industriais (32 projetos); automotivo (26 projetos); e metalúrgico (20 projetos). Durante 2011, o setor metalúrgico superou os outros projetos industriais em criação de empregos, atraindo 38.613 postos de trabalho, com o automotivo vindo em segundo, (15.515 empregos). O investimento no setor metalúrgico

salienta a forte posição do Brasil no âmbito dos minerais. O setor automotivo, que despertou o interesse de várias companhias europeias, pode facilmente visar à população doméstica, com sua crescente renda disponível.

Os participantes de nossa enquete classificaram o setor de petróleo e gás como o principal para atrair IED, impelido pela descoberta recente da camada de pré-sal ao largo do litoral sul do Brasil. Imóveis e construção civil vêm em seguida, criando uma expectativa de que grandes projetos de infraestrutura serão realizados nos próximos anos. Não surpreende que os setores de agricultura e turismo sejam valorizados pelos investidores, além de produtos de consumo, mineração, transporte e automotivo. É interessante notar a diferença entre os projetos de IED existentes e o sentimento do investidor revelado pela pesquisa, mostrando potencial não só para petróleo e gás, mas também para agricultura, produtos de consumo e turismo que ainda não se manifestou em dólares de investimento.

Na última década, o Brasil experimentou um crescimento acelerado nas costas de sua rica base de commodities. Mas o País terá de olhar para outras áreas para diversificar mais seu desenvolvimento e se proteger da enorme volatilidade inerente aos mercados globais de commodities.

O investimento em atividade industrial, incluindo infraestrutura, juntamente com uma forte cultura de empreendedorismo, ajudará a impulsionar uma virada das commodities para bens manufaturados. Entre 2011 e 2014, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) do Brasil prevê que o setor industrial e o de infraestrutura do País terão um investimento total de US$ 906 bilhões (R$ 1,6 trilhão). Segundo o BNDES, a indústria de transformação do Brasil deve receber US$ 422 bilhões (R$ 741 bilhões), e os projetos de infraestrutura e construção devem acolher US$ 484 bilhões (R$ 848 bilhões) no mesmo período.6

6. “BNDES sees 1.6 Trillion Reais of Brazil Investment 2011-2014,” website de The Businessweek, www.businessweek.com, acessado em 30 de abril de 2012.

Fonte: fDi Intelligence.Indústria inclui: produção, logística, distribuição & transporte, eeletricidade. Serviços inclui: vendas, marketing & suporte, serviços empresariais,design, desenvolvimento & teste, central de atendimento ao consumidor, centro de suporte técnico, manutenção & reparos, infraestrutura de TIC & internet, centro de serviços compartilhados. Funções estratégicas incluem: escritório central, pesquisa & desenvolvimento, educação & treinamento. Outras funções incluem: varejo, construção, reciclagem, extração.

IED em Outras Funções

IED em Funções Estratégicas

IED em Serviços

IED na Indústria

37%

75%59%

52%

13%

27%

5% 3% 4%

6% 9% 10%

Número de projetos

de IED

Criação de Empregos

Valor do IED

Page 19: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

17Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Serviços trazem os projetos

O Brasil recebeu 262 projetos de serviços de suporte em 2011, registrando a taxa de crescimento mais alta (53%) e respondendo por 52% dos projetos de investimento no País. O setor de serviços continua sendo fundamental para a economia brasileira, já que ele contribui com aproximadamente 67% do PIB. O setor de serviços no Brasil é puxado por sua grande população urbana (80%) em comparação com alguns outros RGMs, como Índia (40%) e China (em torno de 50%).

Entretanto, faltam escala e tamanho a esses projetos, custando aos investidores em média US$ 65 milhões e criando aproximadamente 79 empregos por projeto, em comparação com projetos industriais (tamanho médio de projeto: US$ 196 milhões; criação média de empregos por projeto: 636).

• Vendas, marketing e suporte registraram a maior fatia dentro do setor de serviços

O setor de vendas, marketing e suporte atraiu 141 projetos, 54% dos projetos de serviços, dominando o setor e fornecendo evidências da crescente importância do Brasil entre os fornecedores mundiais. Entretanto, ele criou somente 17% dos empregos em serviços de suporte totais, com uma média de 25 empregos por projeto.

• Os serviços empresariais continuam a atrair investidores A função de serviços empresariais contribuiu com 27% dos projetos de serviços, a segunda marca mais alta para serviços. O Brasil tem um mix de TIC, serviços financeiros, ciências biológicas e habitação, hotelaria e construção civil sob o guarda-chuva de serviços empresariais. O setor de serviços empresariais registrou um crescimento de 61% em projetos de IED durante 2011 em razão da crescente percepção do Brasil como um destino importante para serviços empresariais. Segundo um estudo de 2011 da Comissão Europeia, empresas estrangeiras importantes de TI foram responsáveis por 40% da receita do setor.

Funções estratégicas: moldando o futuro da atratividade do Brasil

O Brasil ainda precisa melhorar sua atratividade para funções estratégicas. Em 2011, o Brasil recebeu somente 25 projetos desse tipo, ante 19 em 2010. Esses criaram 4.997 empregos, ou 3% do total de empregos de IED em 2011. O lento crescimento do IED em funções estratégicas é causado principalmente pela falta de talentos administrativos de alto nível, resultando do fato de o País ter negligenciado historicamente investir em educação e treinamento por sua dependência excessiva de commodities.

Entretanto, o Brasil está se concentrando agora em P&D e investindo em treinamento e educação para se tornar um player conhecido nesse campo. Segundo a revista The Economist7, o Brasil é o líder mundial em pesquisa em medicina tropical, bioenergia e biologia vegetal, e gasta 1% do seu PIB em pesquisa – metade da taxa dos países desenvolvidos, mas quase o dobro da média dos demais países da América Latina.

Houve 13 projetos de IED para escritórios centrais de empresas no Brasil em 2011, ante 7 em 2010. Com a estabilidade no ambiente político, e a melhoria na infraestrutura e nas condições de vida, mais companhias provavelmente instalarão suas sedes no Brasil.

Além disso, na medida em que companhias globais procuram aumentar a flexibilidade proporcionando uma maior autonomia gerencial a seus escritórios regionais, o Brasil tem uma oportunidade de atrair mais projetos de IED em escritórios centrais para supervisionar e administrar operações comerciais por toda a região latino-americana.

A competição por IED em funções estratégicas se intensificará com a crescente sofisticação no ambiente empresarial e o foco do governo em funções de P&D. O BNDES também respalda companhias com opções de financiamento para promover a inovação e pesquisa e desenvolvimento.

Os resultados de nossa pesquisa deixam claro que o Brasil é percebido como um mercado doméstico altamente atrativo, com vários investidores estrangeiros criando instalações de produção para atender à demanda crescente no país. Os investimentos em escritórios de vendas e marketing ocupam o segundo lugar já que permitem que instalações de produção locais operem com sucesso no mercado doméstico brasileiro. Os investidores estrangeiros, contudo, não parecem mostrar uma intenção significativa de estabelecer centrais de distribuição no Brasil que ofereceriam serviços empresariais ou funções de P&D off-shored. Para atrair esse tipo de investimento, o Brasil precisa tomar medidas para criar uma investida para serviços de alto valor agregado.

7. “Science in Brazil — Go south, young scientist — An emerging power in research,” website de The Economist, www.economist.com, acessado em 30 de abril de 2012.

Função Projetos de IED Parte de IED

2011

Alteração 2011 vs. 2010

Empregos criados 2011

2010 2011

Vendas, marketing e suporte 92 141 54% 53% 3.530

Serviços empresariais 44 71 27% 61% 3.218

Design, desenvolvimento e teste 12 23 9% 92% 6.091

Central de atendimento ao consumidor 5 3 1% -40% 3.729

Centro de suporte técnico 3 1 0,4% -67% 206

Manutenção e reparos 3 3 1% - 131

TIC e infraestrutura de internet 11 20 8% 82% 3.791

Central de serviços compartilhados 1 - - -100% -

Total de serviços 171 262 100% 53% 20.696

Fonte: fDi Intelligence.

Page 20: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

18 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Um ano recorde

IED por setorSetores dominantes de IED

• TIC e indústria de transformação Estes são os dois principais setores de projetos de IED no Brasil, tendo atraído 105 e 94 projetos, respectivamente, em 2011. O setor de TIC destacou-se como o quarto maior em termos de criação de emprego no Brasil em 2011, com 17.724 postos de trabalho. Os investidores interessados na indústria de transformação estão despejando dinheiro no estabelecimento de instalações para atender tanto à demanda doméstica como a de exportação. O setor mostrou força em termos de geração de emprego; criando 21.822 posições em 2011.

• Serviços empresariais Esses atraíram 53 projetos em 2011, constituindo 10% do número total de projetos de IED, ante 8% em 2010. A participação crescente do setor de serviços empresariais evidencia a lenta transição do Brasil de país dependente de commodities para uma nação conduzida pelos serviços.

• O setor de produtos de varejo e consumo Conhecido como RCP na sigla em inglês, o setor foi impulsionado pela emergente crescente classe média e o crescente poder de consumo no País. Em 2011, o setor foi responsável por 9% de todos os projetos de IED, sendo o segundo

em criação de empregos, com 23.051 postos de trabalho.

Em transição

• Serviços financeiros Esse mercado atraiu 35 projetos de IED em 2011 (7% do total), ante 20 projetos em 2010. Apesar de bancos estrangeiros virem estabelecendo sua presença no Brasil, o País continua dominado por bancos domésticos, como Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil.

• Mineração e metais O setor também registrou 35 projetos, tendo criado em 2011 a maioria dos empregos, 45.778. Com um dos maiores repositórios minerais do mundo, esse setor no Brasil oferece fortes perspectivas para investidores estrangeiros.

• O setor automotivo A indústria automotiva atraiu 33 projetos de IED no Brasil em 2011, gerando empregos para 16.327 pessoas, a quinta mais alta no País. A demanda crescente de consumo e a fácil disponibilidade de crédito levaram ao crescimento do setor.

• Química A indústria química brasileira, que é a sétima no mundo, registrou 32 projetos de IED em 2011; o setor continua modesto em termos de investimento estrangeiro.

Atrasados

• Imóveis, hotelaria e construção O segmento atraiu 12 projetos de IED, e criou um total de 4.075 empregos no País em 2011. Apesar de o Brasil estar crescendo como destino de lazer e negócios (por meio de eventos, conferências e convenções), o País ainda precisa atingir seu pleno potencial em turismo. O investimento nesse setor deve ganhar tração enquanto o Brasil se prepara para receber a Copa do Mundo da Fifa em 12 cidades em 2014 e os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em 2016. Entretanto, de todas as cidades-sedes, somente Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba estão bem preparadas para acomodar os turistas durante esses eventos esportivos, já que as outras cidades enfrentam um grande déficit de quartos de hotel projetado. O desafio de superar esse déficit requererá que o setor amplie a ajuste sua capacidade, demandando com isso investimentos significativos.8

• Tecnologia limpa O Brasil está construindo sua posição na indústria de tecnologia limpa. É o terceiro maior produtor e consumidor de biodiesel do mundo. Quase 50% da demanda brasileira de energia é suprida por fontes de energia renováveis. Entretanto, a atividade de IED no setor permaneceu baixa, com 11 projetos.

• O setor de energia O setor de energia atraiu oito projetos em 2011, ficando abaixo do radar de IED por enquanto. Mas, com reservas abundantes de petróleo e gás e a recente descoberta da camada de pré-sal, oferece grandes oportunidades no longo prazo.

• Ciências médicas e biológicas Esse segmento registrou oito projetos de IED em 2011, abaixo dos 15 projetos em 2010. O Brasil precisaria melhorar sua cultura de P&D para promover um maior investimento estrangeiro no setor de ciências biológicas.

• O setor aeroespacial Este registrou quatro projetos tanto em 2010 como em 2011, embora o número de empregos criados tenha recuado de 542 em 2010 para 284 em 2011.

Posição Setor

Número de projetos Participação

em 2011Alteração 2011 vs.

2010

Empregos criados 2011

Valor (US$ milhões) 2011

2010 2011

1 TIC 69 105 21% 52% 17.724 14.780

2 Produção 47 94 19% 100% 21.822 4.678

3 Serviços empresariais 29 53 10% 83% 2.043 687

4 Varejo e produtos de consumo (RCP) 41 44 9% 7% 23.051 6.872

5 Serviços financeiros 20 35 7% 75% 2.,464 600

6 Mineração metais 18 35 7% 94% 45.778 18.965

7 Automotivo 31 33 7% 7% 16.327 6.034

8 Químico 30 32 6% 7% 5.956 1.677

9 Transporte e logística 17 17 3% 0% 2.689 725

10 Equipamentos 11 16 3% 45% 7.519 375

11 Imóveis, hospitalidade e construção 17 12 2% -29% 4.075 969

12 Tecnologia limpa 13 11 2% -15% 7.165 4.290

13 Energia 4 8 2% 100% 3.517 2.047

14 Biociências 15 8 2% -47% 752 108

15 Aeroespacial 4 4 1% 0% 284 110

Total geral 366 507 100% 39% 16.166 62.916

15 maiores setores por projetos

Fonte: fDi Intelligence.8. Brasil Sustentável, 2011, Ernst & Young Terco.

Page 21: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

19Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Foco no setor Tecnologia da informação e das comunicações (TIC)*

Software e serviços de TI; comunicações; semicondutores

TIC atraiu no Brasil 105 projetos de IED em 2011, 21% do número total no País. O setor criou 17.724 empregos, o quarto mais alto de todos os setores no Brasil em 2011.

O setor de TIC brasileiro é o sétimo maior do mundo e líder na América Latina. O Programa Nacional de Banda Larga, abrindo o mercado de TV a cabo para empresas telefônicas e companhias com propriedade estrangeira superior a 49%, aumentará a demanda por produtos e serviços de TI. As metas do governo brasileiro para 2014, que incluem estender o acesso à banda larga a 68% da população, lançar serviços 4G em 80% das áreas metropolitanas e alcançar 100% de cobertura telefônica em áreas rurais servirão como propulsoras dos investimentos em infraestrutura. Outras medidas governamentais também

são importantes para fortalecer o setor, como incentivos que incluem isenções fiscais. Várias gigantes estrangeiras do setor já estão presentes no Brasil como Toshiba, IBM, HP, Accenture, Capgemini, Infosys e Tata Consultancy Services. O mercado de telecomunicações também conta com grandes players estrangeiros, a exemplo da Vivendi (França), Telefónica (Espanha), Telmex (México), e TIM (Itália). O mercado brasileiro de TI tem uma estrutura regional distinta, com a maioria dos gastos distribuída entre São Paulo e Rio de Janeiro. Persistem desafios como a elevada dependência de componentes eletrônicos importados e escassez de mão de obra qualificada. Esses desafios colocaram o Brasil na 39a posição no Índice de Competitividade do Setor de TI 2011, atrás de Índia (34a) e China (38a).

IBM Corporation (IBM)

Com sede nos EUA, a IBM está presente no Brasil desde 1917. A companhia oferece soluções integradas para várias empresas no País. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), a companhia ficou em primeiro lugar (em faturamento total) ante todas as exportadoras de BPO (outsourcing de processos empresariais) de TI no Brasil em 2010. Em abril de 2012, a IBM formou uma parceria estratégica com o grupo empresarial brasileiro EBX Group. Pelos termos desse acordo, a IBM pode adquirir 26% da SIX Automação, uma subsidiária do EBX Group, com foco nos setores de operações de petróleo e gás. As companhias também trabalhariam juntas para lançar um Centro Conjunto de Soluções Industriais na SIX Automação. O centro faria programas focados em recursos naturais e sustentabilidade. O EBX Group também terceirizaria suas operações de TI para a IBM por aproximadamente US$ 1 bilhão até 2022. A IBM, que operou com 23 sucursais em 2010, pretende aumentar esse número para 43 até 2015.

Número de projetos de IED

Valor de IED (US$ bilhões)

49 47 53

69

105

1,32,4

10,6

6,4

14,8

2007 2008 2009 2010 2011

2.907 3.621

7.827 8.571

17.724

2007 2008 2009 2010 2011

Valor e número de projetos de IED Número de empregos

Fonte: FDI Intelligence Fonte: FDI Intelligence.Fonte: fDi Intelligence Fonte: fDi Intelligence

* Fonte: relatório regional mensal do Business Monitor International sobre perspectivas macroeconômicas e de risco político, Business Monitor International, março de 2012.

Número de empregosValor e número de projetos de IED

Crescimento 2010 -11 +52,2% projetos +106,8% empregos +130,5% valor de IED

Page 22: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

20 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Um ano recorde

Foco no setor Produção industrial*

Motores e turbinas; máquinas industriais; equipamentos e ferramentas; papel, impressão e embalagem; borracha; espaço e defesa; têxteis; produtos de madeira

O setor de produção industrial no Brasil atraiu 94 projetos de IED em 2011, 19% do número total de projetos de IED no País. O setor criou 21.822 empregos, alcançando o terceiro lugar de todos os setores brasileiros em 2011. Nossa pesquisa confirma a atratividade do Brasil como local para atividades de transformação industrial, com 52% dos entrevistados procurando investimentos para instalar uma fábrica ou unidade de produção no País.

O Plano Brasil Maior da presidente, Dilma Rousseff, lançado em agosto de 2011, pretende aumentar a produtividade e reforçar o papel da indústria manufatureira na economia. Suas principais medidas incluem incentivos fiscais para exportações e uma redução da contribuição previdenciária para setores que são sensíveis à taxa de câmbio e que utilizam mão de obra intensiva – como vestuário, calçados, mobiliário e software. A política também torna o BNDES responsável por financiar a inovação e investimentos feitos por empresas.

Os fabricantes competitivos, com capacidade de exportação, são um elemento importante do dinamismo e estabilidade da economia brasileira. BASF, Siemens, ArcelorMittal e Doosan são os players que investiram no setor manufatureiro do País em 2011.

Apesar de o custo da mão de obra no Brasil ser maior do que em outras economias emergentes, como China e Índia, ele ainda é competitivo em comparação com as economias de mercado desenvolvidas como, Estados Unidos, Japão e a zona do euro. O Brasil enfrenta ameaças da “fabricação” de produtos de alta tecnologia do mundo desenvolvido, bem como da mão de obra barata e treinada de outros países emergentes. Esses fatores, combinados com a valorização da moeda brasileira, aumentaram a importação de produtos manufaturados do País. Ademais, um sistema tributário complexo se soma às dificuldades enfrentadas pelo setor de produção industrial.

ArcelorMittal

A ArcelorMittal (Arcelor), com sede em Luxemburgo, opera no Brasil por intermédio de sua subsidiária ArcelorMittal Brasil S.A. e é a maior produtora de aço do País. A companhia tem uma forte presença no Brasil em aços longos e planos. A unidade brasileira da Arcelor planeja aumentar sua produção de minério de ferro, matéria-prima chave para a fabricação de aço, em 65%, para 7,1 milhões de toneladas até 2013. Com suas minas Andrade e Serra Azul, no Estado brasileiro de Minas Gerais, a Arcelor fornece minério de ferro para suas próprias siderúrgicas no Brasil e também vende para clientes locais. A medida faz parte da estratégia global da empresa para aumentar a autossuficiência na produção de minério de ferro. A Arcelor também está mantendo conversações com a brasileira Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. (Usiminas) para criar um consórcio e fazer uma oferta conjunta por uma área portuária para minério de ferro – o porto Área do Meio – no Estado do Rio de Janeiro.

2007 2008 2009 2010 2011 2007 2008 2009 2010 2011

1218

3847

94

0,6 0,7

1,4

3,2

4,7

2.169

11.041

3.539

6.301

21.822 Números de projetos de IED

Valor de IED (US$ bilhões)

Valor e número de projetos de IED Número de empregos

Fonte: FDI Intelligence Fonte: FDI Intelligence.Source: fDi Intelligence. Source: fDi Intelligence.

* Fonte: “Energy in Brazil — Ethanol’s mid-life crisis”, website The Economist, www.economist.com; “U.S. sugar prices fall as supplies improve –Domino”, website Reuters, uk.reuters.com, acessado em 28 de abril de 2012; Brasil Sustentável: horizontes da competitividade industrial, abril de 2011, Ernst & Young Terco.

Valor e número de projetos de IED

Crescimento 2010 -11 +100% projetos +97,6% empregos +46,4% valor de IED

Número de empregos

Page 23: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

21Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Foco no setor Serviços empresariais*

Serviços empresariais; lazer e entretenimento

O setor de serviços empresariais brasileiro atraiu 53 projetos em 2011, com um valor de IED totalizando US$ 0,7 bilhão, e a criação de 2.043 empregos no País. Os projetos de IED no setor foram direcionados principalmente para funções como vendas, marketing e suporte; educação e treinamento; CIT e infraestrutura de internet; e centrais de atendimento ao cliente.

Os serviços empresariais são fundamentais para a economia brasileira, já que o País funciona como uma importante base para companhias com operações na América Latina. Incentivos fiscais e maior

financiamento a empresas com foco em P&D, juntamente com um número crescente de parques de tecnologia e negócios por todo o País proporcionaram novos incentivos para empresas estrangeiras criarem escritórios no Brasil, com foco nos consumidores locais e no atendimento do mercado latino-americano em geral.

O País emergiu como um importante mercado para centrais de atendimento ao cliente de companhias de todo o mundo. São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais são as três regiões de maior destaque para estabelecimentos de centrais de atendimento no Brasil. Companhias como

HCL, Wipro, Teleperformance, Genpact e Sitel têm suas centrais de atendimento ao cliente no País.

Entretanto, a escassez de oferta de imóveis de alta qualidade em São Paulo, Rio de Janeiro e outras grandes capitais estaduais levou a preços de aluguel exorbitantes nessas áreas, causando preocupações para companhias internacionais que planejam estabelecer sua base no Brasil. O Rio de Janeiro tem o quarto maior preço de aluguel do mundo, e São Paulo o oitavo.

2007 2008 2009 2010 2011 2007 2008 2009 2010 2011

9

23

37

29

53

0,1 0,1 0,2 0,2

0,7

353

2.484

4.316

2.250 2.043

Números de projetos de IED

Valor de IED (US$ bilhões)

Valor e número de projetos de IED

Fonte: FDI Intelligence Fonte: FDI Intelligence.

Número de empregos

Fonte: fDi Intelligence. Fonte: fDi Intelligence.

* Fonte: “Dark side of Brazil’s rise,” website The Wall Street Journal, online.wsj.com, acessado em 6 de maio de 2012; “Brazil sambas onto offshore outsourcing stage,” website Cio.com, www.cio.com, acessado em 5 de maio de 2012; Marketbeat — Brazil, 2011, Cushman & Wakefield, 2011.

Número de empregosValor e número de projetos de IED

Crescimento 2010 -11 +82,8% projetos -9,2% empregos +309,8% valor de IED

Page 24: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

22 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Um ano recorde

Foco no setor Varejo e produtos de consumo (RCP)*

Bebidas; eletrônicos de consumo; produtos de consumo; alimentos e tabaco; têxteis (para varejo)

O setor de RCP no Brasil atraiu 44 projetos de IED em 2011, 9% do número total de projetos de IED no País. O setor criou 23.051 empregos, sendo o segundo mais alto em todos os setores no Brasil.

O setor de RCP é impulsionado pela crescente população de classe média do País. Atualmente, mais de 50% dos brasileiros pertencem à classe média (classe C – com uma renda familiar na faixa de US$ 750 a US$ 3.229 mensais). Quase 40 milhões de brasileiros ascenderam a essa classe entre 2003 e 2011. A população economicamente ativa do Brasil (faixa etária de 20 a 54 anos) aumentou 12,3%, de 90,5 milhões em 2003 para 101,6 milhões em 2011. O Brasil está passando por uma forte expansão do varejo. Foi classificado em primeiro lugar no Índice de Desenvolvimento do Varejo Global A. T. Kearney de 2011, ante o 30o em 2002. A rede de varejo Cencosud, com base no Chile, a companhia de bebidas mexicana

FEMSA e a francesa L’Oréal são alguns dos principais players no setor de RCP do Brasil. Muitas companhias de RCP como Nestlé, Danone e Kraft Foods, anunciaram planos para uma maior participação no mercado brasileiro. Players importantes como Carrefour, da França, e Wal-Mart, dos Estados Unidos, têm uma forte presença no País. O marketing online, com o crescimento do setor de e-commerce, também contribuiu para o setor de RCP no Brasil. A maioria desses investimentos se concentra na Região Sul; entretanto, com o iminente crescimento das Regiões Norte e Nordeste, companhias pretendem diversificar seus investimentos. Apesar de vermos um setor de RCP robusto no Brasil, ainda existem muitos desafios. Altos tributos foram impostos às importações para promover a produção local. Os gargalos de logística e infraestrutura no Brasil continuam a afetar não só o RCP, mas outros setores também.

L'Oréal SA

O grupo francês de cosméticos L’Oréal S.A. (L’Oréal) estabeleceu sua subsidiária no Brasil em 1959. A L’Oréal Brasil oferece um portfólio completo de marcas no País por vários canais de distribuição. O Brasil é o maior mercado mundial da empresa para produtos para os cabelos. A L’Oréal planeja duplicar suas vendas no Brasil e acrescentar 50 milhões de consumidores até 2015 com uma série de medidas que incluem oferecer serviços personalizados de aquiagem, fortalecer canais de varejo para competir com vendedores diretos e investir em inovação para adequar suas ofertas às necessidades dos consumidores locais. A L’Oréal Brasil também planeja um investimento de US$ 39 milhões para a construção de um Centro de Pesquisa e Inovação no Rio de Janeiro até 2014.

2007 2008 2009 2010 2011 2007 2008 2009 2010 2011

14

2428

4144

1,33,1

4,1 3,6

6,9

4.350

11.782 11.217

15.471

23.051

Números de projetos de IED

Valor de IED (US$ bilhões)

Valor e número de projetos de IED Número de empregos

Fonte: FDI Intelligence Fonte: FDI Intelligence.Fonte: fDi Intelligence. Fonte: fDi Intelligence.

* Fonte: Rapid-growth markets forecast, Ernst & Young, julho de 2012. “FDI in multi-brand retail: The next big thing in reforms, but roadblocks persist”, website Knowledge@Wharton, knowledge.wharton.upenn.edu, acessado em 10 de maio de 2012.

Número de empregosValor e número de projetos de IED

Crescimento 2010 -11 +7.3% projetos +49,0% empregos +91,9% valor de IED

Page 25: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

23Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Foco no setor Serviços financeiros*

O setor de serviços financeiros brasileiro atraiu 35 projetos de IED em 2011, o quinto maior de todos os setores no País, e criou 2.464 empregos – um aumento de 134,7% sobre 2010. O valor do IED total desses projetos foi de US$ 600 milhões em 2011.

Bancos estrangeiros vêm estabelecendo sua presença no País para atender à nova geração de consumidores que está procurando crédito para empresas, imóveis e bens, entre outras coisas. Impulsionado por seu crescimento expressivo em todos os setores, o Brasil se tornou um importante destino para bancos de investimento que procuram aumentar suas receitas visando à classe crescente de investidores. Por conseguinte, vários bancos de investimento globais estabeleceram suas

unidades brasileiras, entre os quais Bank of America, Citigroup e Goldman Sachs Group, baseados nos EUA; Deutsche Bank, da Alemanha; Credit Suisse, da Suíça; e o banco HSBC, da China. Entretanto, os bancos estrangeiros enfrentam uma dura competição no mercado brasileiro, que atualmente é dominado por bancos domésticos, como Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil. O sofisticado sistema financeiro e estruturado setor de fundos de investimento do Brasil também capacitaram o afluxo de IED para o País. O setor de seguros brasileiro também está aberto a investidores estrangeiros desde 1996, com a maioria das empresas norte-americanas representada por acordos de joint venture.

Banco Santander S.A.

O Banco Santander Brasil S.A. (Santander), uma subsidiária do Grupo Santander, da Espanha, entrou no mercado brasileiro em 1957 mediante um acordo operacional com o Banco Intercontinental do Brasil S.A. Com uma série de aquisições combinada com uma estratégia de crescimento orgânico, o Santander cresceu para se tornar o maior banco estrangeiro no Brasil atualmente e o sexto maior banco do mundo em ativos totais. O Santander tem uma presença forte no País com 3.755 agências e postos de serviço, 18.419 caixas eletrônicos e 25,3 milhões de clientes. O Brasil gerou 28% dos lucros do Grupo Santander em 2011 — à frente de Espanha, Reino Unido e México —, o que fez do País um mercado estratégico para o grupo. Os objetivos do Santander para o mercado brasileiro incluem acrescentar de 100 a 120 agências por ano no período de 2011 a 2013, tornando-se o banco número um em satisfação do cliente até 2013 e capitalizando suas iniciativas globais de construção de marca para se tornar um dos três maiores bancos no Brasil até 2013. O banco também pretende alcançar um aumento de receita entre 14% e 16% e expandir seu lucro líquido em 15% em média nos exercícios fiscais de 2012 e 2013.

2007 2008 2009 2010 2011 2007 2008 2009 2010 2011

12

33

19 20

35

0,2 1,7

0,3 0,6 0,6 581

4.152

7671.050

2.464

Números de projetos de IED

Valor de IED (US$ bilhões)

Valor e número de projetos de IED Número de empregos

Fonte: FDI Intelligence Fonte: FDI Intelligence.Fonte: fDi Intelligence. Fonte: fDi Intelligence.

* Fonte: Viewpoint: Brazil in focus, setembro de 2011, Ernst & Young 2011.

Crescimento 2010 -11 +75,0% projetos +134,7% empregos -3,3% valor de IED

Valor e número de projetos de IED Número de empregos

Page 26: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

24 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Um ano recorde

Foco no setor Mineração e metais*

Setor de mineração e metais

O setor de mineração e metais brasileiro atraiu 35 projetos de IED em 2011, 7% do número total. O setor criou 45.778 empregos, o número mais alto no País, O Brasil tem um dos maiores repositórios mundiais de minerais e abriga a sexta maior produção mineral do mundo.

Apesar de o setor brasileiro de mineração ter sido afetado pela crise financeira de 2008, as companhias vêm aumentando seu investimento desde então. O Brasil detém posições de liderança na produção de várias commodities — é o maior produtor mundial de nióbio; o segundo maior produtor de minério de ferro e tantalita; o terceiro maior produtor de bauxita; e o quinto maior produtor de cobre, estanho e caulim.

O setor é formado por uma mistura de players globais e domésticos, que inclui Vale (Brasil), MMX (Brasil), BHP Billiton (multinacional britânico-australiana), Rio Tinto (multinacional britânico-australiana), e Barrick (Canadá). As companhias de mineração do Brasil estão concentradas em grande parte nas Regiões Sudeste e Sul, com o Sudeste com a maior parte (43%), seguido por Sul (24%), Nordeste (16%), Centro-Oeste (12%) e Norte (6%). O enorme repositório de recursos minerais

inexplorados da Amazônia oferece amplas perspectivas de exploração. O governo desenvolveu a Zona Franca de Manaus, uma área de livre comércio que oferece incentivos fiscais especiais para projetos na região amazônica.

O Plano Nacional de Mineração 2030 prevê investimentos de aproximadamente US$ 270 bilhões e triplicação da produção de ouro, ferro e cobre até aquele ano. Os riscos enfrentados pelo setor de metais e mineração são a falta de infraestrutura, escassez de mão de obra especializada, regulamentos complexos, insuficiência de dados de mapeamento geológico e dependência excessiva da China como mercado principal para exportações de minério de ferro. A enorme dependência do Brasil das exportações de commodities também deixa o País vulnerável aos riscos associados aos voláteis mercados globais de commodities.

BHP Billiton

A BHP Billiton (BHP) formou uma joint venture (JV) chamada Mineração Rio do Norte (MRN — na qual tem uma participação de 14,8%), com uma mineradora de bauxita no Brasil, em 1976; a MRN começou a operar em 1979. Subsequentemente, a BHP expandiu sua presença no País com JVs. A emrpesa pretende aumentar sua presença no Brasil com sua JV de mineração de minério de ferro meio a meio, Samarco Mineração S.A. (Samarco). Em 2011, a Samarco deu início a um programa de expansão de US$ 3,5 bilhões para construir uma quarta planta de pellets, um novo concentrador e um mineroduto no País. Em 2011, a BHP também assinou uma carta de intenções com o governo do Estado de Minas Gerais para investir US$ 2,4 bilhões num projeto de produção de minério de ferro. O projeto, que deve ficar operacional em 2017, empregará 1.100 pessoas e gerará 1.100 empregos indiretos.

2007 2008 2009 2010 2011 2007 2008 2009 2010 2011

14

21

1618

35

6

2317 14

19 15.722

27.617 24.929

35.227

45.778Números de projetos de IED

Valor de IED (US$ bilhões)

Valor e número de projetos de IED Número de empregos

Fonte: FDI Intelligence Fonte: FDI Intelligence.Fonte: fDi Intelligence. Fonte: fDi Intelligence.

* Fonte: “Brazil to triple gold, iron, copper output by 2030”, website Reuters, uk.reuters.com, acessado em 10 de maio de 2012.

Número de empregosValor e número de projetos de IED

Crescimento 2010 -11 +94,4% projetos +30,0% empregos +32,6% valor de IED

Page 27: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

25Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Foco no setor Químico*

Químicos; plásticos

O setor químico no Brasil atraiu 32 projetos de IED em 2011, 6% do número total de projetos de IED no país, criando 5.956 empregos.

A indústria química brasileira é a sétima maior do mundo. Sua produção dá suporte aos setores de agricultura, mineração, extração de petróleo, industrial, transporte, saúde e embalagem.

A demanda por produtos químicos no Brasil é atendida por importações líquidas, porque o investimento nesse setor ocupou um lugar secundário. Apesar de o Brasil ter três grandes companhias químicas nacionais e várias grandes multinacionais bem estabelecidas e integradas à cultura brasileira, o investimento tem ficado muito aquém das necessidades do país,

resultando num déficit comercial em produtos químicos que cresceu de US$ 1,2 bilhão em 1990 para US$ 26,5 bilhões em 2011. O Pacto Nacional para a Indústria Química de 2010, uma iniciativa da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) — que representa mais de 140 produtores químicos, compreendendo aproximadamente 85% da produção química industrial do país —, delineou passos para fortalecer o setor. Essas ações visam a promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável da indústria química fortalecendo o investimento e superando desafios que dificultam novos investimentos.

Um dos objetivos principais desse programa é tornar o Brasil um líder

global em químicos verdes. Para explorar oportunidades na indústria química verde, players internacionais como a Dow Chemical, baseada nos EUA, e a Mitsui, do Japão, formaram uma JV para estabelecer uma operação integrada de polímeros, usando o etanol de cana- de-açúcar para produzir bioplásticos para embalagens. Apesar de ser um dos líderes mundiais em químicos, os gargalos de infraestrutura, os enormes custos da eletricidade (o Brasil tem o terceiro custo de eletricidade mais alto do mundo), os altos preços das matérias-primas, impostos, taxas de juro, e uma moeda sobrevalorizada continuam ameaçando a posição do Brasil no primeiro plano do mercado global de químicos.

10

18

14

3032

0,3

1,8

0,5 0,7

1,7

2007 2008 2009 2010 2011 2007 2008 2009 2010 2011

1.584

7.119

1.719

4.8765.956

Números de projetos de IED

Valor de IED (US$ bilhões)

Valor e número de projetos de IED Número de empregos

Fonte: FDI Intelligence.Fonte: FDI IntelligenceFonte: fDi Intelligence. Fonte: fDi Intelligence.

* Fonte: “Bioplastics in Brazil: Beyond the Green Speech,” website Frost & Sullivan, www.frost.com, acessado em 16 de maio de 2012; “Exclusive: Brazil to cut electricity taxes to boost economy,” website Reuters, www.reuters.com, acessado de 16 de maio de 2012.

Número de empregosValor e número de projetos de IED

Crescimento 2010 -11 +6,7% projetos +22,1% empregos +126,4% valor de IED

Page 28: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

26 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Um ano recorde

Foco no setor Automotivo*

Fabricantes de equipamentos originais automotivos (OEM); componentes automotivos ►

O setor automotivo no Brasil atraiu 33 projetos de IED em 2011, 7% do número total de projetos de IED no País. O setor criou 16.327 empregos, o quinto nível mais alto de todos os setores. O Brasil é o quarto maior mercado mundial e o maior mercado de carros da América Latina.

O desempenho robusto do setor foi estimulado por uma combinação de incentivos fiscais e demanda doméstica aquecida. As medidas de estímulo adotadas pelo governo brasileiro — incluindo o Plano Real, que criou oportunidades de financiamento barato, e o plano industrial Brasil Maior, que ofereceu um pacote de empréstimos para financiar o capital de giro de fabricantes de autopeças de pequeno e médio portes e ajudar a produção local — contribuíram para um enorme crescimento do setor. Além disso, o governo intensificou seus esforços para encorajar mais IED na fabricação de carros e na produção de componentes automotivos concedendo isenções fiscais a empresas que têm produção local. O governo isentou 18 montadoras dos EUA, EU, Japão e Brasil

de pagar um imposto mais alto sobre automóveis em fevereiro de 2012. Muitos gigantes do setor automotivo estão presentes no Brasil, entre eles a fabricante italiana Fiat, a Volkswagen, da Alemanha, a Nissan, do Japão, e as americanas General Motors e Ford Motor Company. A rápida expansão da classe consumidora e baixa proporção de automóveis (137 carros por 1.000 pessoas) devem impulsionar ainda mais a demanda por carros no País.

No entanto, o ingresso de importações baratas da China e da Coreia do Sul ameaça o setor automotivo do Brasil. Para mitigar esses desafios, o governo elevou recentemente os impostos sobre carros importados e pretende lançar um programa de crédito fiscal gradativo no período de 2013 a 2017 para assegurar um crédito fiscal proporcional à quantidade de conteúdo local estratégico usado pelo fabricante.

Fiat S.p.A.

A Fiat S.p.A. (Fiat), fabricante automotiva italiana, está presente no mercado brasileiro desde 1976 por meio de sua subsidiária Fiat Automóveis. A Fiat é líder do mercado de carros brasileiro nos últimos dez anos, vendendo carros para diferentes segmentos de consumidores. Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o Fiat Uno se tornou o carro mais vendido no Brasil em março de 2012, registrando um total de vendas de 23.109 unidades. A Fiat planeja aumentar os investimentos no País em aproximadamente US$ 5,9 bilhões no período de 2011 a 2014 para desenvolver novos produtos, processos e tecnologia, e também expandir sua capacidade de produção. A companhia pretende vender mais de 1 milhão de carros anualmente no Brasil até 2014.

11

20

28 31

33

4,1 4,9

5,86,9

6

2007 2008 2009 2010 2011 2007 2008 2009 2010 2011

7.511

16.418 16.502

19.113

16.327

Números de projetos de IED

Valor de IED (US$ bilhões)

Valor e número de projetos de IED Número de empregos

Fonte: FDI Intelligence Fonte: FDI Intelligence.Fonte: fDi Intelligence. Fonte: fDi Intelligence.

* Fonte: “Car parts makers: Vehicle-buying surge in Brazil fuels component sector”, website The Financial Times, www.ft.com, acessado em 12 de maio de 2012; “Eighteen automakers to be eligible for lower taxes, says Brazilian government,” IHS Global Insight Daily Analysis, 1º de fevereiro de 2012, via Dow Jones Factiva, © 2012, IHS Global Insight Limited.

Crescimento 2010 -11 +6,5% projetos -14,6% empregos -12,9% valor de IED

Número de empregosValor e número de projetos de IED

Page 29: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

27Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Foco no setor Tecnologia limpa*

Energia alternativa e renovável

O setor de tecnologia limpa no Brasil atraiu 11 projetos de IED em 2011, 2% do número total de projetos de IED no País, criando 7.165 empregos. O Brasil tem 15,3 GW de capacidade instalada de energia renovável e figura em 10º lugar em âmbito mundial nesse quesito.

O País atende quase 50% de sua demanda de energia com fontes renováveis. O etanol constitui uma parte importante do setor de energia limpa brasileiro, já que 40% da frota de automóveis e 90% de todos os carros novos vendidos no Brasil são bicombustíveis, usando gasolina misturada com etanol. O País é o segundo produtor mundial de etanol, atrás apenas dos Estados Unidos. Shell, BP, Bunge, LS9, Dow e Amyris estão investindo pesadamente na indústria brasileira de biocombustíveis. Recentemente, depois de uma queda da produção, surgiram temores com respeito à escassez no abastecimento

doméstico de etanol. Mas o governo brasileiro anunciou que injetará US$ 38 bilhões no setor de etanol nos próximos quatro anos sob a forma de crédito subsidiado para reativar a produção desse combustível e atrair investimentos. De acordo com a Estratégia Nacional de Tecnologia Limpa 2020, o Brasil pretende triplicar a produção de etanol.

A estratégia para 2020 visa aumentar a geração de energia renovável em 11,5 GW até 2019, aumentando em dez vezes a geração de energia da biomassa de eólica. O governo também pretende instalar medidores inteligentes em cada casa até 2020 e atingir uma redução de 40% nas emissões de carbono. O Brasil terá de diversificar seu mix de energia para enfrentar os desafios do desmatamento, deslocamento populacional e apagões de energia.

Amyris

A Amyris, com sede nos EUA, uma companhia integrada de produtos renováveis, vem investindo no setor de tecnologia limpa do Brasil. A companhia conduz suas operações brasileiras na fabricação e comercialização de produtos por meio da Amyris Brasil S.A. (Amyris Brasil), subsidiária na qual tem participação majoritária. A Amyris Brasil vem expandindo sua capacidade de produção trabalhando com os produtores de açúcar e etanol para produzir biocombustíveis e bioquímicos. A empresa adotou um modelo de operação em que os produtores investem uma parte substancial da soma requerida para estabelecer uma unidade da Amyris, e a Amyris fornece tecnologia, projetos das plantas e expertise técnica. A empresa pretende investir aproximadamente US$ 5 bilhões no Brasil até 2020 por meio de parcerias locais e está aumentando sua produção de farneseno renovável no Brasil, com a marca Biofene. A Amyris Brasil firmou acordos com as empresas brasileiras Usina São Martinho, Paraíso Bioenergia, ETH Bioenergia e Usina Alvorada para produzir Biofene de 2012 a 2014. A companhia mantém ainda uma parceria com a Cosan para desenvolver, produzir e vender óleos base renováveis para o mercado de lubrificantes.

6

8

2

13

11

3,5 3

0,8

3,84,3

2007 2008 2009 2010 2011 2007 2008 2009 2010 2011

3.474

4.836

1.462

4.532

7.165Números de projetos de IED

Valor de IED (US$ bilhões)

Valor e número de projetos de IED Número de empregos

Fonte: FDI Intelligence Fonte: FDI Intelligence.Fonte: fDi Intelligence. Fonte: fDi Intelligence.

* Fonte: “Brazil plans $ 38 bln sweetener to revive ethanol sector”, website Reuters, www.reuters.com, acessado em 18 de maio de 2012; “Brazil ethanol drive falters on domestic supply shortage”, website Bloomberg, www.bloomberg.com, acessado em 18 de maio de 2012; Cleantech matters: Seizing transformational opportunities, Global cleantech insights and trends report 2011, Ernst & Young 2011.

Crescimento 2010 -11 -15,4% projetos +58,1% empregos +14,1% valor de IED

Número de empregosValor e número de projetos de IED

Page 30: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

28 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Um ano recorde

Para onde: Sudeste lidera IED; Nordeste é promessa para o futuro

O Brasil exibe características diferentes em cada uma de suas regiões. O Sudeste e o Sul lideram o País em termos de desenvolvimento de infraestrutura e instituições educacionais. Para diversificar os investimentos e o desenvolvimento econômico para todo o País, o governo introduziu vários incentivos para as regiões Nordeste e Norte.

O Brasil começou a receber IED em todas as regiões, graças aos esforços para decentralizar investimentos e força de trabalho. Embora São Paulo e Rio de Janeiro continuem sendo os centros econômicos mais importantes, outras cidades também

começaram a atrair a atenção dos investidores estrangeiros. A Copa do Mundo de 2014, programada para acontecer em 12 cidades brasileiras, também promoverá a integração de investimentos em numerosos centros urbanos. Mas a corrupção e a burocracia continuam sendo empecilhos importantes em muitas cidades.

Os resultados de nossa pesquisa também demonstram o foco de investidores estrangeiros nas grandes regiões metropolitanas do Sudeste. São Paulo e Rio de Janeiro permanecem como prioritários para quase 80% dos entrevistados, com uma forte queda

observada no conhecimento de qualquer outro local do Brasil. Impressionantes 25% de todas as companhias que ainda não investiram no País não conseguem apontar nenhum local específico que seria atrativo no Brasil e a vasta maioria é completamente desinformada até mesmo sobre as maiores cidades que não são os principais centros urbanos. Para o Brasil ter êxito em distribuir de maneira mais homogênea o desenvolvimento econômico por todo o território, será imprescindível trabalhar para divulgar o perfil dessas cidades e informar e instruir investidores estrangeiros sobre as oportunidades fora do Rio de Janeiro e São Paulo.

Regiões Sudeste e Sul continuam sendo a prioridade dos investidores

• Sudeste9

►O Sudeste é a região mais atraente no Brasil, com cidades como São Paulo e Rio de Janeiro recebendo a maior parte da atenção. A Região Sudeste atraiu 901 projetos entre 2007 e 2011, criando mais de 250.000 empregos e recebendo mais de 55% dos projetos de IED. Os projetos são dirigidos principalmente para os setores de TIC, transformação industrial, serviços empresariais e varejo. O Sudeste contribui com mais de 50% do PIB do País — além de apresentar disponibilidade de mão de obra especializada, já que importantes universidades estão localizadas na região.

• São Paulo São Paulo, a maior cidade brasileira, estabeleceu uma forte posição nos campos industrial, comercial, financeiro e de artes e entretenimento. Além de ser uma grande base industrial, é também o centro financeiro do Brasil. O Rio de Janeiro é a segunda cidade mais importante atraindo interesse estrangeiro nos setores de TIC, transformação industrial, turismo e energia. Outra cidade da região, Campinas, destacou-se como polo de tecnologia, com sólida infraestrutura de TI, engenharia e eletrônica; um eficiente sistema de transportes e

proximidade de fornecedores. A presença degrandes multinacionais em Campinas, como Bosch, Hewlett Packard e Dell, é uma evidência de sua posição dominante no setor de TIC.

• Sul ►A região Sul também tem sido uma área de foco para investimentos, pois oferece infraestrutura de qualidade. Ela atraiu 115 projetos entre 2007 e 2011, criando mais de 48.000 empregos. Entre os setores

que são do interesse de investidores estrangeiros destacam-se o automotivo, de transformação industrial e TIC. Grandes companhias europeias, como Renault e Volkswagen, têm presença estabelecida na região. Iniciativas do governo local para o desenvolvimento do setor de tecnologia devem fortalecer o investimento privado. As cidades de Porto Alegre e Florianópolis já criaram uma imagem forte como destinos de tecnologia.

9. fDi Intelligence.

Fonte: fDi Intelligence. +: Infraestrutura bem desenvolvida / -: Gargalos de Infraestrutura.

Posição Região Cidade

Projetos de IEDAlteração

(2011 vs. 2010)

Desenvolvimento de infraestrutura2010 2011

Participação em IED 2011

1 Sudeste São Paulo 93 134 26% 44% +2 Sudeste Rio de Janeiro 23 43 8% 87% +3 Sul Curitiba 5 11 2% 120% -4 Sudeste Campinas 8 7 1% -13% +5 Sul Porto Alegre 3 5 1% 67% -6 Norte Manaus 8 5 1% -38% -7 Sudeste Taubaté 1 4 1% 300% +8 Nordeste Salvador 4 3 1% -25% -9 Nordeste Recife 3 3 1% 0% -

10 Sudeste Pindamonhangaba - 3 1% 0% +11 Outras 218 289 57% 33%

Total 366 507 100% 39%

Fluxos de IED por cidade de destino

Page 31: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

29Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Fonte: fDi IntelligenceNota: o mapa indica o número de projetos 144 projetos não tiveram a região especificada

O Brasil emergente: regiões Nordeste e Norte

• NordesteA Região Nordeste tem ficado historicamente mal posicionada nas listas de investimento de investidores estrangeiros por ser marcada pela pobreza e um desenvolvimento econômico precário. Entretanto, com o lançamento de vários programas de bem-estar social (como o Bolsa Família), a situação está melhorando gradativamente. A região atraiu 93 projetos de investimento entre 2007 e 2011, criando mais de 57.000 empregos principalmente nos setores de transformação industrial e de metais e mineração. A expansão do complexo industrial de Suape é um dos principais caminhos de crescimento para o Nordeste. Os governos estaduais da região vêm investindo substancialmente em projetos de infraestrutura, melhorando com isso as perspectivas de investimento por companhias internacionais. A demanda de mais de 55 milhões de brasileiros que vivem na região e o rápido crescimento atrairam muitas multinacionais, entre elas Kraft Foods,

Novartis, Unilever e InBev.10 Outros exemplos de desenvolvimento na Região Nordeste incluem o recente anúncio da Fiat de seu plano de investir US$ 1,78 bilhão num projeto de fabricação automotivo no Estado de Pernambuco, além da construção de uma ferrovia oeste-leste e uma autoestrada.

• Norte A Região Norte é semelhante à Nordeste em desenvolvimento econômico e, portanto, não recebeu muito interesse dos investidores. A região atraiu apenas 48 projetos de investimento entre 2007 e 2011, criando cerca de 42.000 empregos. Mas espera gerar compromissos estrangeiros a partir da Copa do Mundo de 2014 porque Manaus fará parte do evento.

10. “Brazil: country at a glance,” website do Banco Mundial, acessado em 19 de maio de 2012; “Brazil: Confidence is the keyword,” website Forbes, www.forbescustom.com, acessado em 19 de maio de 2012; “Brazil’s north-east: Catching up in a hurry”, website The Economist, www.economist.com, acessado em 19 de maio de 2012.

Centro-Oeste

A região não teve muito êxito na atração de investimentos estrangeiros. Somente 38 projetos foram registrados e 22.853 empregos foram criados entre 2007 e 2011. Brasília, porém, ainda oferece um clima de investimentos favorável para bens de consumo e serviços para a população da cidade que se caracteriza por uma alta renda per capita.

21 23

201 278

+2010 2011

Infraestrutura bem desenvolvidaGargalos de infraestrutura

Norte –11 12

30 39

9 11

-

Nordeste –

Centro-Oeste –

Sudeste +

Sul +

Projetos de IED por região

• Muitos governos locais no Norte e no Nordeste do Brasil oferecem

incentivos importantes para atrair empresas para suas regiões. Os incentivos incluem o adiamento ou a redução do imposto estadual sobre valor agregado (VAT), terreno gratuito ou aluguel gratuito de prédios e isenção do imposto municipal sobre serviços (ISS).

Page 32: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

30 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Um ano recorde

De onde: os investidores de IED do Brasil

Estados Unidos, Japão e alguns países europeus, entre os quais Reino Unido, Alemanha e Espanha, lideram a atividade de IED no Brasil. Isso pode ser atribuído ao investimento histórico e nos acordos comerciais com o Brasil. Além disso, a proximidade com outros mercados latino-americanos e norte-americanos torna o Brasil mais propenso a ser um destino fundamental de investimentos no curto e médio prazo.

• Estados Unidos11 Os EUA continuaram sendo o maior investidor no Brasil em 2011, em termos de número de projetos de investimento (149), valor de IED (US$ 12.358 milhões) e número de empregos criados (35.195). Isso é explicado em grande parte por sua proximidade geográfica e a existência e o desenvolvimento de acordos comerciais. As empresas norte-americanas atuam, sobretudo, nos setores de TIC, serviços empresariais e serviços financeiros no Brasil.

A Overseas Private Investment Corporation, uma organização que visa promover empresas norte-americanas no exterior, está continuamente melhorando o clima de cooperação para investimento entre o Brasil e os EUA. Para fortalecer ainda mais os laços com o Brasil, os EUA assinaram o Acordo de Comércio e Cooperação Econômica em março de 2011. Importantes multinacionais norte- americanas, como General Motors,

IBM, ow Chemical Company e General Electric Company, expandiram sua presença no Brasil. Essas empresas se concentram tanto na demanda doméstica como em exportações.

• Reino Unido12 A Reino Unido se posicionou como segundo maior investidoro no Brasil, tanto em termos do número de projetos de IED como de seu valor: 45 projetos e US$ 12.248 milhões, respectivamente. O número de projetos mais que dobrou entre 2010 e 2011. O país também criou 21.040 empregos para a economia brasileira em 2011. Várias companhias grandes, como Rolls Royce, BP, Royal Dutch Shell e o grupo BG estão presentes no Brasil há muitos anos. Os investidores britânicos buscam projetos de IED nos setores de serviços empresariais, transformação industrial, mineração e metais e TIC.

• Espanha13

A Espanha manteve sua posição por entre os cinco maiores investidores no Brasil em termos de número de projetos tanto em 2011 como em 2012. O país empreendeu 37 projetos no Brasil no valor de US$ 4.483 milhões, e criou 7.660 empregos 2011. Os fortes laços entre Brasil e Espanha em termos de língua e cultura foram um incentivo extra para os investimentos espanhóis. Importantes empresas espanholas, como Telefónica e Iberdrola, estão presentes no Brasil e têm planos de aumentar seus investimentos no País nos próximos anos.

11. “Brazil.” Website do Escritório do Representante Comercial dos EUA, www.ustr.gov, acessado em 30 de maio de 2012

12. “Brazil-UK Trade and Economic Relations,” website da Embaixada do Brasil em Londres, www.brazil.org.uk, acessado em 28 de abril de 2012.

13. “New fDi record set in Brazil”, IHS Global Insight Daily Analysis, 27 de janeiro de 2012, via Dow Jones Factiva © 2012, IHS Global Insight Limited; “Spain’s Telefonica to invest $14.7 bn in Brazil through 2014”, website Fox news Latino, latino.foxnews.com, acessado em 30 de abril 2012.

Fonte: fDi Intelligence.

Posição PaísProjetos de IED

Alteração 2011 vs. 2010

Valor (US$ milhões)

2011

Criação de empregos

20112010 2011 Participação em IED 2011

1 Estados Unidos 104 149 29% 43% 12.358 35.1952 Reino Unido 20 45 9% 125% 12.248 21.0403 Espanha 36 37 7% 3% 4.483 7.6604 Alemanha 33 36 7% 9% 3.045 8.6785 Japão 23 36 7% 57% 4.954 14.0696 França 18 26 5% 44% 4.899 13.7047 Suíça 12 19 4% 58% 330 1.7298 China 10 17 3% 70% 4.487 9.0499 Itália 6 15 3% 150% 1.832 7.215

10 Canadá 11 13 3% 18% 1.002 1.47911 Outros 93 114 23% 23% 13.278 41.348

Total 366 507 100% 39% 62.916 161.166

Ingressos de IED por país de origem

Page 33: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

31Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

• Alemanha14

Outro país europeu, a Alemanha, iniciou 7% de todos os projetos de IED no Brasil em 2011, criando 8.678 empregos; entretanto, o valor desses projetos permaneceu baixo, com US$ 3.045 milhões. O Brasil tem aumentado seu diálogo e sua comunicação com a Alemanha. O País convidou a Alemanha a investir na economia brasileira para melhorar sua infraestrutura no momento em que se prepara para a Copa do Mundo da Fifa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. O Brasil também pretende atrair investimento alemão para explorar suas reservas de petróleo em águas profundas. A Alemanha está estudando a expansão de seus investimentos no Brasil principalmente nas áreas de defesa e energia. Grandes fabricantes automotivas alemãs como Volkswagen e Daimler AG, também estão presentes no Brasil. Essas companhias planejam fazer novos investimentos substanciais em suas unidades de produção brasileiras para atender ao crescimento do mercado local.

• Japão15 O número de projetos de IED do Japão no Brasil cresceu 57%, para 36 em 2011. A participação japonesa em projetos de IED foi de 7%, em um valor total de US$ 4.954 milhões em 2011. O Brasil tem consistentemente encorajado companhias japonesas a investirem em seu desenvolvimento. Algumas empresas

japonesas, como a automotiva Nissan, a produtora de aço Nippon Steel e a fabricante de cabos Furukawa Electric estão presentes no Brasil. A necessidade do Japão de recursos naturais em razão de sua escassez de energia, e a procura pelo Brasil por alta tecnologia para aumentar suas infraestruturas públicas criaram perspectivas para uma parceria estratégica para investimentos mútuos.

Além disso, companhias japonesas com grandes reservas de caixa devem buscar mais oportunidades de crescimento fora de sua economia doméstica.

• Relações emergentes com a China16 O número de projetos de IED da China no Brasil cresceu 70% – de 10 em 2010 para 17 em 2011. O país se destacou como o quinto maior investidor no Brasil, em 2011, em termos de valor de IED com US$ 4.487 milhões; seis vezes superior ao valor alcançado em 2010. A China também ficou em quinto lugar no número de empregos criados no País (9.049 empregos). A maior parte do IED no Brasil pode ser caracterizada como procura por recursos naturais, com as ricas reservas de petróleo, gás e minerais do Brasil agindo como uma forte atração para os investidores chineses. Como a China precisa de diversidade e grandes quantidades de recursos naturais, vem se abastecendo desses recursos no Brasil. Além disso o recente boom no mercado de consumo brasileiro acarretou em um aumento nos

investimentos de companhias chinesas de pequeno e médio porte na área de produção industrial do Brasil.17

Com o Brasil encorajando as companhias chinesas a investir em setores não relacionados a matérias-primas, os investimentos da China devem ir diretamente para setores como tecnologia, logística e infraestrutura. O ímpeto do investimento chinês no Brasil deve aumentar como resultado de um acordo conjunto assinado em 2011 para promover a cooperação em comércio e investimento. Mas as diferenças de cultura, estilo de gestão e os baixos padrões chineses de proteção da mão de obra podem criar desafios ao desenvolvimento de companhias chinesas no Brasil.

14. “Daimler Mulling Small Car Production Site In Brazil – Report”, website Fox business, www.foxbusiness. com, acessado em 24 de abril de 2012. 15. “Japan’s number 2 automaker plans to increase production in Brazil”, website MercoPress, en.mercopress.com, acessado em 29 de abril de 2012; Invest in Brazil, 2011, Nikkei Business & Nikkei Business Online, 2011. 16. “China invests $ 12.67 billion in Brazil,” website The Economic Times, articles.economictimes.indiatimes. com, acessado em 24 de abril de 2012; “China, Brazil to promote trade, investment co-op,” website China Daily, www.chinadaily.com, acessado em 26 e abril de 2012.17. “Chinese Investments in Brazil”, maio de 2011, China-Brazil Business Council, 2011.

Page 34: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

32 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Um ano recorde

Planos dos investidores para 2013: maioria tem o Brasil em mente

Quando perguntados sobre investir no Brasil, os investidores deram respostas diversas. Os alicerces da economia brasileira levam 60% dos investidores a dizer que pretendem estabelecer operações no Brasil, contra 31% que dizem o contrário.

O Brasil transformou-se de um país com perspectivas econômicas sombrias na década de 70 em uma força formidável na economia global desfrutando de taxas de crescimento acima da média do crescimento do PIB mundial nos últimos anos. O Brasil, que apresentou baixo desempenho por um longo período, experimentando repetidas crises e hiperinflação, conseguiu alcançar uma trajetória de crescimento estável, o que tornou o país atraente para investidores. O alcance da estabilidade política foi um fator decisivo. O Brasil conseguiu manter um risco baixo para investidores com seu governo estável. O País ficou acima de outros países latino-americanos, como México, Argentina, Colômbia e Peru, no Índice de Estabilidade Política 2009/10 da The Economist.

No curto prazo, os investidores podem contar com o crescimento do consumo interno brasileiro e colher os benefícios. O governo também tomou várias medidas, incluindo cortes nas taxas de juros, para criar demanda e fortalecer a competitividade industrial. Entretanto, o sucesso dessas medidas dependerá bastante do equilíbrio entre o consumo futuro e os padrões de investimento do País.

Os fatores que podem dissuadir os investidores incluem as taxas de juros altas e o complexo regime fiscal brasileiro. As empresas que investirem no Brasil terão de considerar isso ao avaliar os prováveis resultados de seus investimentos.18 As empresas que ainda não se estabeleceram no País possuem grandes preocupações a respeito de desafios relacionados à economia. Das companhias sem presença no Brasil, espantosos 64% não têm planos para investir no País por não estarem familiarizados com os regulamentos e o ambiente de negócios local.

As companhias que já operam no País estão dispostas a enfrentar esses desafios por acreditarem convictamente que o Brasil tem perspectivas econômicas sólidas. Em nossa pesquisa, quase 73% dos entrevistados disseram que não pensam em realocar parte de suas atividades do Brasil para outro lugar. Analisando os 15% das companhias que podem deslocar suas operações, as razões para isso estão associadas ao desejo de explorar e desenvolver novos mercados locais e aumentar seu marketshare — e não pelas dificuldades existentes para investir no Brasil.

Apesar desse panorama positivo, os números de IED para o primeiro trimestre de 2012 apontaram um quadro diferente sobre as percepções dos investidores a respeito da expansão de suas atividades no País. O Brasil registrou ingressos de IED

totalizando US$ 5 bilhões no 1T de 2012, uma queda ante os US$23 bilhões no 1T de 2011. O país registrou 110 projetos no período (19% menos do que no 1T de 2011) criando 17.422 empregos (70% menos do que no 1T de 2011).

O setor de TIC e as atividades de vendas, marketing e suporte foram as principais áreas de investimento estrangeiro no 1T de 2012. TIC teve o maior número de projetos de IED no trimestre, com 35 projetos, seguido por RCP (14 projetos) e produção industrial (13 projetos). O setor de TIC também se destacou como o mais forte em termos de valor de IED no 1T de 2012 (US$ 1,2 bilhão) e criação de emprego (3.522). As atividades de vendas, marketing e suporte atraíram a maioria dos projetos de IED no 1T de 2012 (43), criando 1.291 empregos. A realidade do IED em 2012 será determinada, em última instância, pela capacidade do Brasil em aproveitar suas forças e enfrentar os desafios apresentados pela economia.

Em geral, seu grupo está estudando estabelecer ou desenvolver atividades no Brasil?

Fonte: Ernst & Young 2012 Brazil attractiveness survey. Total de entrevistados: 250

Sim,definitivamente33,5%

26,3%Sim, provavelmente

22,6%Definitivamente

não

22,6%Definitivamente

não

Provavelmentenão

8,4%

Não sabem (não sugerem)9,3%

59,8% dos investidores planejam investir no Brasil

18. Rapid-growth markets forecast, Ernst & Young, julho de 2012.

Page 35: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

33Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Ponto de vista O boom do mercado imobiliárioLuiz Lopes, CEO da Brookfield Brasil

Em 2006, ano que marcou sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), a subsidiária brasileira da gestora de ativos canadense Brookfield comemorava um total de US$ 180 milhões em vendas. Cinco anos depois, as demonstrações financeiras indicavam faturamento de US$ 2,2 bilhões com a comercialização de imóveis. Um crescimento aproximadamente 12 vezes maior que garantiu ao Brasil um market share de 22% nos negócios globais da companhia.

“A principal razão da atratividade de investimentos e de crescimento do Brasil é que o País está crescendo rápido e oferece um número enorme de oportunidades com um nível de dificuldades e riscos baixos”, opina o CEO da Brookfield Brasil, Luiz Lopes.

Do total de US$ 12 bilhões em ativos sob a gestão da Brookfield no Brasil em 2011, 39,7% foram alocados na área de incorporações e 19,9% em shopping centers. Esse é um bom reflexo direto de como o crescimento robusto do Produto Interno Bruto (PIB), a maior oferta de crédito e uma classe média ascendente capaz de comprar o primeiro imóvel transformaram o segmento imobiliário brasileiro na última década. Com a crise na zona do euro se estendendo e

as constantes incertezas sobre a recuperação econômica dos Estados Unidos, o Brasil se transformará no segundo maior mercado de investimento imobiliário do mundo em 2012, revela uma pesquisa da Associação de Investidores Estrangeiros no Setor Imobiliário (Afire, na sigla em inglês). O País está nos planos de investimentos de 18,6% dos entrevistados (empresas e fundos que, somados, controlam mais de US$ 800 bilhões em ativos administrados), atrás apenas dos Estados Unidos, com 42,2%.

No caso da Brookfield, a estratégia já está desenhada: reforçar a presença nas regiões que concentram a maior parte da renda e dos atuais negócios na área de incorporação, como São Paulo (40% dos negócios) e a região Centro-Oeste (30%) e aumentar a penetração geográfica em mercados no Sul do País, com destaque para Curitiba e Florianópolis.

O grosso das vendas da empresa (80%) está concentrado nos produtos “médios”, residenciais, avaliados em R$ 250 mil. “Acreditamos que o mercado como um todo terá crescimento sólido por muitos anos, com capacidade de crescer de 8% a 10% ao ano”, prevê Lopes.

Sem considerar os aspectos macroeconômicos, o otimismo é embasado por dois outros fatores: o perfil demográfico brasileiro, com uma grande quantidade de jovens mais maduros, com renda estável e à procura de moradia, e um grande déficit habitacional, que encerrou 2011 em 5,5 milhões de imóveis.

Atualmente, 10% dos negócios imobiliários da Brookfield são voltados para o programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, com imóveis populares cujo preço médio é de R$ 60 mil. “Há um terceiro movimento não tão visível, mas que acreditamos que será um negócio para os próximos 30 anos: a troca de barracos por apartamentos. As favelas representam um potencial enorme de espaço para novos negócios”, afirma.

A principal razão para a atratividade do Brasil é que o País

está crescendo rápido

Page 36: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

34 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Grande momentoO Brasil na visão dos investidores

Foto: Floresta amazônica, Pará, Brasil

Page 37: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

35Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Grande momento

78% veem o Brasil como o país mais

atraente da América Latina.

87% dos investidores veem o tamanho do

mercado brasileiro como seu ativo mais atraente.

72% dos entrevistados acreditam que o Brasil

tem uma forte cultura empresarial.

42% dos investidores esperam que o setor de

petróleo e gás do Brasil conduza seu crescimento.

30% dos entrevistados acreditam que o Brasil

será o líder no setor de energia até 2020.

Pré-sal: descoberta de reservas vai abrir novas oportunidades.

Desafios a enfrentar: competência profissional, custos e condições operacionais, além de um sistema de transporte de baixa qualidade e alto custo.

Page 38: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

36 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Grande momento

Brasil: líder da América Latina

O Brasil se destacou como o país mais atraente para investimentos, nomeado entre os três primeiros da América Latina por 78,4% dos entrevistados da pesquisa de atratividade do Brasil 2012 da Ernst & Young. O Brasil ocupa o primeiro lugar entre os investidores por causa de suas bases econômicas sólidas: uma florescente classe média, elevando o consumo doméstico de bens e serviços, e uma ampla base de recursos naturais e industriais. Em comparação com outras economias latino-americanas, o País se destaca em termos de atratividade; os resultados de nossa pesquisa sugerem que o Brasil tem, de longe, o mais alto nível de percepção e atração. O Brasil foi o primeiro país mencionado por 10 vezes mais entrevistados que a Argentina (que ficou em segundo lugar em percepção, atrás do Brasil e junto com o Chile). O Brasil foi

mencionado também muito mais vezes do que qualquer outro país. Seus competidores prováveis estão nas grandes economias emergentes da China e Índia, bem como nas economias desenvolvidas do Ocidente. Nossos entrevistados (49%) acreditam que a China é o maior concorrente do Brasil, seguida por Índia (14%) e Estados Unidos (10%). Na América Latina, a taxa de crescimento do PIB da Argentina, que foi maior que a do Brasil em 2011, e seu modelo de desenvolvimento sustentável único podem fazer dos argentinos um concorrente do Brasil no longo prazo.

Favorecida por um conjunto de medidas de política econômica, a classe C (classe média) aumentou de 66 milhões de pessoas em 2003 para 105 milhões em 2011, e deve crescer para 118 milhões até 2014. Por

outro lado, as classes pobres do País caíram de 96 milhões de pessoas em 2003 para 63 milhões em 2011. O PIB per capita do Brasil aumentou a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR, na sigla em inglês) de 11,8% entre 2000 e 2011, mais que a de outros RGMs da América Latina: Argentina (3,2%), Chile (9,7%) e México (3,6%) durante o mesmo período. Segundo as conclusões da Nielsen sobre a confiança do consumidor global no T4 de 2011, o Brasil registrou a mais alta confiança na América Latina, com um índice de 112, o quinto maior entre 56 países medidos globalmente. O Brasil oferece muitas oportunidades a investidores nos setores crescentes de infraestrutura, produção, petróleo e gás e turismo.19

19. Reuters; relatório da Nielsen Global Consumer Confidence Q42011; The Financial Times; CIA world factbook; Fundação Getulio Vargas (FGV); The Economist; Bloomberg.

De um ponto de vista geral, poderia listar, em ordem decrescente, os três países mais atraentes para estabelecer operações na América Latina?

Fonte: Ernst & Young 2012 Brazil attractiveness survey. Total de entrevistados: 250

8,6%

3,8%

0,4%

0,4%

0,7%

1,0%

1,9%

1,9%

3,0%

3,1%

3,2%

3,9%

8,8%

17,0%

17,9%

42,9%

44,6%

78,4%

Não sabe dizer

Nenhuma

Belize

Honduras

Panamá

República Dominicana

Bolívia

Costa Rica

Equador

Paraguai

Venezuela

Uruguai

Peru

Colômbia

México

Chile

Argentina

Brasil

Qual é o critério para avaliar o grau de atratividade do Brasil como local onde estabelecer novas atividades?

Fonte: Ernst & Young 2012 Brazil attractiveness survey. Total de entrevistados: 250

32,7%

41,4%

43,4%

53,2%

59,0%

59,4%

60,8%

61,7%

64,4%

68,5%

71,9%

72,8%

76,0%

86,5%

Tributação corporativa

Flexibilidade da legislação trabalhista

Infraestrutura de transporte e logística

Educação

Ambiente político, legislativo e administrativo

Custos trabalhistas

Iniciativas do governo sobre desenvolvimento sustentável

Disponibilidade e qualidade de P&D

Acesso a financiamento e a parcerias locais

Competência da mão de obra local

Cultura empresarial

Infraestrutura de telecomunicações

Qualidade de vida, cultura, meio ambiente e linguagem

Mercado doméstico brasileiro

Page 39: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

37Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Ponto de vista Como atender 40 milhões de novos consumidores?Ivan Zarur, CFO do McDonald’s Brasil

Nos últimos oito anos, mais de 30 milhões de brasileiros atingiram a classe média, o equivalente à população total do Canadá. A expectativa, embasada por pesquisas como a da Fundação Getulio Vargas (FGV), é de que outros 12 milhões atinjam a classe C até 2014, quando o País sediará a Copa do Mundo da Fifa, com o potencial de atingir 17 milhões. Esse novo contingente de pessoas com crescente

poder de consumo, aliado à estabilidade de renda e emprego na última década, trouxe reflexos diretos no mercado de alimentação rápida no Brasil. De 2001 a 2011, o número de cadeias de franquias de alimentação em operação passou de 113 para 481, em um mercado

que movimentou R$ 17,4 bilhões apenas no ano passado, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF).

“Globalmente, o Brasil é um dos dez maiores mercados da marca — um dos países com maior crescimento, ao lado da China. No plano regional, o Brasil é uma potência fundamental e líder disparado nos negócios. Hoje, na América Latina, o México promete ser o segundo grande mercado”, opina Ivan Zarur, CFO da operação brasileira do McDonald’s, marca que na região é explorada pela empresa Arcos Dourados. De acordo com a ABF, em 2011 o McDonald’s era a segunda maior rede de franquias do Brasil em faturamento e a quinta no número de lojas.

Sustentar o crescimento e atender à nova demanda traz uma série de desafios para as empresas do segmento. No Brasil, as mulheres representam 54% do mercado de trabalho – há dez anos, eram 43%. Com mais tempo fora de casa, aumentam os gastos com alimentação rápida.

No caso do McDonald’s, o primeiro desafio diz respeito à própria expansão da base instalada para reduzir o déficit de pontos de atendimento. No Canadá, por exemplo, são 1.400 restaurantes para uma população de 32 milhões de pessoas. No Brasil, são cerca de 670 lojas e 200 milhões de habitantes. “Considerando que nossa renda per capita se aproxima das economias mais robustas, há muito espaço para crescimento”, prevê.

Outro desafio está relacionado à mão-de-obra. Com o fortalecimento da renda, os pais têm condições de arcar com o orçamento familiar e permitir que os filhos possam estudar e vislumbrar um curso superior no médio prazo. São fatores que trouxeram dificuldades maiores no momento da contratação. “Há uma crescente dificuldade em encontrar pessoal disponível, contratar, treinar e reter as pessoas. No mais, 55% de nossa base de restaurantes encontra-se em shopping centers, onde a concorrência é ainda mais forte. É disparado o maior desafio do setor”, afirma.

Na América Latina, o México promete ser o segundo

grande mercado

• Oportunidades de mercado e empreendedorismo como principais ativos do Brasil Quase 86,5% dos investidores indicaram o mercado doméstico brasileiro como um critério que faz do Brasil um local atraente para estabelecer novas atividades. O crescimento econômico brasileiro criou um enorme mercado doméstico, com vastas oportunidades de negócios. Isso atrai investidores para instalar suas atividades no País. Sua forte cultura empresarial (citada por 71,9% dos entrevistados), compreendendo um clima favorável aos negócios e suporte financeiro para as empresas, fortaleceu ainda mais sua primazia na escolha de companhias estrangeiras. Em outubro de 2011, o Brasil estava situado como o terceiro melhor país do G-20 em proporcionar um ambiente de negócios favorável para jovens empreendedores (Ernst & Young’s The Nice Côte d’Azur 2011 Entrepreneurship Barometer).

• Percepções desiguais sobre habilidades de RH Nossa pesquisa revelou um leque de visões sobre as competências da mão de obra local. Das companhias ainda não presentes no Brasil, somente 56% identificaram as competências da força de trabalho como uma base para investir no País – ante 76% das já estabelecidas. Apesar de P&D ser indicada como influente por 61,7% dos investidores, a educação foi salientada por 53,2%. O País ainda fica atrás da média do G20 em termos de educação universitária e P&D, segundo o Ernst & Young’s The Nice Côte d’Azur 2011 Entrepreneurship Barometer. P&D como função representou apenas 2% dos projetos de IED totais empreendidos no Brasil no período de 2007 a 2011.

• Questões sobre ambiente de negócios e custos operacionais no Brasil O ambiente político estável, comparado com os de outros países emergentes como Rússia,

Índia e China, tornou o País razoavelmente atraente para empresas internacionais, com 59% dos entrevistados apontando essa opção. No entanto, as imensas oportunidades apresentadas pelo Brasil precisam ser consideradas relativamente aos contratempos associados à operação no País. Um sistema de transporte de alto custo e baixa qualidade continua sendo um fator fraco para investidores (somente 43,4% o mencionaram como atrativo), já que acarreta ineficiências operacionais. Os custos elevados da mão de obra em comparação com outros RGMs, como Rússia, China e México, somados a regulamentos trabalhistas rígidos e inflexíveis, continuam a suscitar temores em companhias estrangeiras. Uma alta alíquota fiscal empresarial, de 34%, comparada com pares latino-americanos como o Chile (18,5%) e México (30%), também prejudica o interesse de investidores no Brasil.

Page 40: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

38 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Grande momento

Ponto de vista O impulso de R$ 140 bilhões do BrasilRicardo Trade, diretor-executivo de Operações e Competição do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo da Fifa de 2014

Dentro de dois anos, uma audiência calculada em cerca de 3 bilhões de telespectadores voltará suas atenções para um dos maiores eventos esportivos do planeta e o mais popular, a Copa do Mundo da Fifa, que será realizada pela segunda vez no Brasil. A eles somam-se os mais de 600 mil estrangeiros que circularão pelas 12 cidades-sede da competição. Um evento dessa magnitude requer um extenso processo de preparação e complexas operações. Um estudo da Ernst & Young Terco, em colaboração com a Fundação Getulio Vargas (FGV), joga luz no ambiente que se desenha com o País na Copa do Mundo e que poderá proporcionar inúmeras oportunidades de crescimento.

Além dos investimentos diretos superiores a R$ 22 bilhões, realizados pelo governo e pela iniciativa privada, em infraestrutura (estádios e seus entornos, aeroportos, rodovias, parque hoteleiro e planejamento urbano), o torneio deverá injetar, adicionalmente, mais de R$ 112 bilhões na economia, considerando os efeitos em cascata de toda a cadeia de produção. No total, o País deverá movimentar mais de R$ 142 bilhões no período entre 2010 e 2014, com a previsão de geração de mais de 3,6 milhões de empregos/ano. Os cálculos consideram os investimentos

em infraestrutura e novos negócios, e os impactos diretos e indiretos na geração de emprego e renda, na produção nacional de bens e serviços, gastos dos visitantes e arrecadação de impostos. Apenas os turistas devem responder por despesas da ordem de R$ 6 bilhões. Além de dar grande visibilidade internacional, a Copa do Mundo também é capaz de potencializar a atração e o interesse de empresas e investidores de outros países que buscam desenvolver oportunidades e negócios no Brasil.

“O maior desafio é administrar uma competição com distâncias continentais em que é preciso transportar pessoas, garantir serviços eficientes e seguros, bem como monitorar o andamento das obras para que tudo esteja pronto a tempo e com qualidade”, afirma Ricardo Trade, diretor-executivo de Operações e Competições do Comitê

Organizador Local da Copa do Mundo 2014. A equipe atual de 80 funcionários da entidade privada tem como atribuições desenvolver toda a logística de transporte de delegações, árbitros e convidados da Fifa, analisar mais de 240 centros de treinamento para selecionar os 64 que poderão ser utilizados pelas equipes, montar os 12 diferentes centros de imprensa, além de um centro de transmissão de TV, no Rio de Janeiro, e relacionar-se com as cidades-sede e com órgãos do governo para que os estádios, aeroportos e os serviços públicos funcionem adequadamente durante o Mundial.

“A Copa do Mundo é uma oportunidade enorme de ganho de imagem para o Brasil, de mostrarmos que recebemos bem, temos serviços públicos e privados adequados, que somos seguros e que existe muito mais no País além de Rio de Janeiro e São Paulo”, diz Trade. “Acima de tudo, mostraremos nossa capacidade de organização de um evento dessa magnitude. É uma mudança de parâmetro para darmos um grande passo adiante.”

A Copa do Mundo é uma oportunidade enorme de ganho de

imagem para o Brasil

Page 41: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

39Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Cidades brasileiras: a liderança inconteste de São Paulo

São Paulo mantém fortes perspectivas de investimento, enquanto o Rio de Janeiro se beneficia do espírito olímpico

Na pesquisa de atratividade do Brasil 2012 da Ernst & Young, 56,8% dos investidores nomearam São Paulo, a maior cidade do Brasil, como a metrópole mais atraente do País, enquanto 24,6% dos entrevistados favoreceram o Rio de Janeiro.

São Paulo se estabeleceu como um centro industrial e comercial proeminente para o Brasil. As mais importantes instituições bancárias brasileiras e mundiais, bem como a maior bolsa de valores da América Latina, a BM&FBovespa, estão localizadas na cidade. São Paulo oferece vantagens competitivas consideráveis para investidores que queiram estabelecer e expandir sua presença. Elas incluem uma força de trabalho altamente qualificada, parques industriais bem desenvolvidos e uma classe consumidora afluente. Um dos principais diferenciais da cidade quando comparada com outras cidades e regiões do Brasil é sua

infraestrutura logística e de transportes, formada por uma rede moderna de estradas, um aeroporto internacional, ferrovias e hidrovias desenvolvidas. São Paulo também possui um bom sistema de educacão profissional e abriga várias instituições de pesquisa importantes, que ajudam a promover e estimular o desenvolvimento econômico e tecnológico da cidade.20

O Rio de Janeiro também está se projetando como um destino preferido para investimentos, tendo recebido um impulso por suas recentes descobertas de petróleo e pela vitória na disputa para sediar os Jogos Olímpicos de 2016. A cidade oferece oportunidades em setores como turismo, energia e infraestrutura. Entretanto, a alta taxa de criminalidade do Rio de Janeiro continua a ser um empecilho para as multinacionais.21

Brasília, a capital do País e ponto focal do governo federal, foi nomeada como cidade preferida por 4,2% dos investidores em nossa pesquisa. A população jovem e bem-educada da cidade, com uma alta renda per capita, cria um clima de investimentos interessante para companhias internacionais.

20.“Oil Investment in Brazil Continues,” website Riotimesonline, riotimesonline.com, acessado em 24 de maio de 2012; “Skilled Labor Force,” website Investe São Paulo (Agência de Promoção de Investimentos e Competitividade de São Paulo), www.investe.sp.gov.br, acessado em 25 de maio de 2012; “Reasons to Invest in SP,” website Investe São Paulo, www.investe.sp.gov.br acessado em 25 de maio de 2012. 21. “Brazil: Creatively coming out ahead,” website Forbes, www.forbescustom.com, acessado em 24 de maio de 2012.

Qual a cidade brasileira mais atraente?

Fonte: Ernst & Young 2012 Brazil attractiveness survey. Total de entrevistados: 250.

11,7%

0,6%

0,9%

1,2%

4,2%

24,6%

56,8%

Não sabe dizer

Belo Horizonte

Porto Alegre

Curitiba

Brasília

Rio de Janeiro

São Paulo

Page 42: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

40 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Grande momento

As cidades menores do Brasil enfrentam uma grave falta de reconhecimento

Os entrevistados não puderam indicar uma forte preferência por cidades além de São Paulo e Rio de Janeiro. Quase 39% dos investidores tiveram dificuldade de identificar uma cidade promissora fora das regiões de negócios tradicionais do Brasil.

Curitiba e Belo Horizonte, ambas capitais dos respectivos Estados do Paraná e Minas Gerais, foram citadas por mais de um em cada cinco entrevistados, recebendo indicações de 24,5% e 20,2% dos investidores, respectivamente. Curitiba ganhou importância como um centro de TI em razão de seu crescente repositório de talentos e salários baixos, ao lado de fatores como um bom sistema de transportes e facilidade de conexão com outras regiões brasileiras. Incentivos na forma de isenções fiscais e a infraestrutura favorável mediante o estabelecimento de instalações como parques de tecnologia e de software também ajudaram a construir um ambiente de negócios atraente na cidade.22

Belo Horizonte tem um próspero setor de mineração — apoiado em seus ricos recursos minerais, particularmente o minério de ferro — e apresenta um rápido avanço dos setores de biotecnologia e TI, além de boas conexões e infraestrutura. Os investidores estrangeiros, particularmente os que ainda não estabeleceram operações no Brasil, deviam ser mais bem informados sobre a geografia do País.

O governo precisa realizar uma campanha salientando os atributos das diferentes cidades, encorajando investidores a escolher de um conjunto mais amplo de locais. Isso é particularmente importante porque o alto custo dos imóveis no Rio de Janeiro e São Paulo poderá tornar esses locais menos atraentes para empresas terceirizadas de serviços.

22.“Curitiba,” website da Missão Econômica de Israel no Brasil, www.brazil-israel2016.com, acessado em 28 de maio de 2012.

Fonte: Ernst & Young 2012 Brazil attractiveness survey. Total de entrevistados: 250.

0,4%

0,4%

0,5%

0,7%

0,8%

1,0%

1,7%

1,9%

2,2%

2,7%

4,6%

6,0%

9,2%

11,2%

11,9%

14,6%

15,6%

20,2%

24,5%

38,9%

Palmas

Santos

Foz do Iguaçu

Ribeirão Preto

Belém

Vitória

Campo Grande

Goiânia

Manaus

Florianópolis

Natal

Fortaleza

Brasília

Salvador

Campinas

Porto Alegre

Recife

Belo Horizonte

Curitiba

Não sabe dizer

Quais são as cidades mais promissoras? (excluindo São Paulo e Rio de Janeiro)

Page 43: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

41Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Page 44: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

42 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Intensificar o crescimentoA atratividade futura do Brasil

Foto: Ilha de Fernando de Noronha

Page 45: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

43Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Intensificar o crescimento

83% dos entrevistados acreditam que

a atratividade do Brasil vai melhorar nos próximos três anos.

Melhorar o preparo profissional e

assegurar o ambiente operacional. Vinte e nove por cento dos investidores veem o desenvolvimento da educação e da competência profissional como prioridade.

Aumentar a capacidade de

inovação e diversificar setores. Sessenta por cento dos investidores dizem que melhorar a educação e o treinamento em novas tecnologias pode alavancar a capacidade de inovação do Brasil.

Promover as regiões brasileiras.

Cinquenta e seis por cento dos entrevistados citam o desenvolvimento da infraestrutura como fundamental para a atratividade das cidades brasileiras.

Page 46: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

44 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Intensificar o crescimento

Forte confiança no Brasil em 2015

Os investidores estão prontos para apostar nas perspectivas do Brasil para o médio prazo. De acordo com os resultados de nossa pesquisa, 83,4% dos participantes acreditam que a atratividade do Brasil vai aumentar nos próximos três anos. Dos entrevistados, 41,7% creem que o aumento será substancial. Somente 2% dos participantes acham que as condições no Brasil vão se deteriorar, ilustrando a forte confiança dos investidores no País decorrente de seu desempenho econômico em 2011. Em comparação, apenas 38% dos entrevistados acreditam que a atratividade da Europa vai aumentar no médio prazo, e 22% disseram esperar que ela diminua.

De acordo com a Economist Intelligence Unit (EIU), o Brasil deve atrair fluxos constantes de investimentos estrangeiros diretos no médio prazo porque as dimensões do seu mercado doméstico, suas reservas de recursos naturais e sua estabilidade política e macroeconômica compensarão em parte as deficiências do ambiente de negócios. O crescimento econômico, somado a um aumento contínuo na renda real, deve criar novas oportunidades para os investidores nas indústrias de bens de consumo e de varejo. A descoberta da camada pré-sal criará também novas rotas para o crescimento nas indústrias relacionadas ao petróleo.

Vários investidores demonstraram seu interesse no Brasil no médio prazo. Em 2012, por exemplo, o BG Group anunciou um investimento de US$ 2 bilhões em pesquisa e desenvolvimento no setor brasileiro de petróleo e gás, e a fabricante americana de produtos de alumínio Novelis planeja investir US$ 400 milhões no Brasil para aumentar sua capacidade de produção e atender o aumento esperado no consumo doméstico. O governo brasileiro terá de criar um ambiente mais favorável aos investimentos, incluindo os investimentos privados, para superar os gargalos logísticos que retardam o crescimento.23

Nos próximos três anos, você acredita que a atratividade do Brasil como país para sua companhia estabelecer ou desenvolver atividades irá ...?

Fonte: Ernst & Young 2012 Brazil attractiveness survey. Total de entrevistados: 250

0,7%

2,3%

13,6%

83,4%

Não sabe (sem resposta)

Piorar

Permanecer igual

Melhorar83% dos investidores acreditam que o Brasil vai se tornar mais atrativo no decorrer dos próximos três anos

23. “Brazil Business Environment: Country forecast Brazil August 2010”, website The EIU, store.eiu.com, acessado em 24 de maio de 2012.

Page 47: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

45Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Os setores mais atraentes do Brasil no futuro: serviços de apoio à indústria

O setor brasileiro de petróleo e gás deve impulsionar o crescimento do País nos próximos anos, de acordo com 44,2% dos investidores. O setor atraiu 33 projetos entre 2007 e 2011, com valor total de US$ 5,7 bilhões, criando neste período 7.312 empregos. O setor de petróleo e gás no Brasil não está apenas criando projetos industriais, mas também projetos de serviços de ponta a ponta. Os projetos de gás e petróleo criam empregos nos serviços; na concepção, desenvolvimento e teste; e nas funções de vendas, marketing e suporte.

O setor tem imenso potencial com a recente descoberta de vastas reservas comprovadas na área conhecida como camada “pré-sal”. Além de aumentar a produção brasileira de petróleo, a exploração da área pré-sal deve ampliar as oportunidades de trabalho no País à medida que um número cada vez maior de empresas estrangeiras investe nos processos de exploração e produção. O período de prosperidade esperado pelo setor deve trazer efeitos benéficos para outras indústrias, como a da fabricação de maquinário, além de atrair maiores investimentos em pesquisa e desenvolvimento. A demanda crescente, somada aos incentivos às tecnologias inovadoras para a exploração das reservas do pré-sal, encorajou empresas internacionais, como GE, Siemens, IBM, Schlumberger, FMC Technologies e Baker Hughes, a estabelecer seus centros de pesquisa e desenvolvimento no Brasil.

Várias das principais operadoras globais têm sua presença no setor brasileiro de petróleo e gás. Entre os principais nomes estão Total SA, Technip, Chevron, Royal Dutch Shell, Repsol, BG Group, Sinopec, ONGC e Statoil. Com vários campos de petróleo em estágio de desenvolvimento e grande parte da área do pré-sal ainda por ser vendida, cerca de 80 operadoras diferentes confirmaram seus planos de investir no País um total estimado em US$ 330 bilhões nos próximos dez anos. São esperados investimentos significativos em áreas como exploração, avaliação, produção, construção de navios, perfuração e unidades de produção.

Ponto de vista Os desafios da indústria do petróleoAndré Araujo, presidente da Shell Brasil

Poucos setores são tão estratégicos na agenda de crescimento do Brasil quanto a exploração de petróleo e gás nos campos do pré-sal. Os desafios operacionais e tecnológicos que envolvem as atividades de exploração e produção em águas profundas devem movimentar investimentos de US$ 250 bilhões nos próximos dez anos, de acordo com estudo conjunto realizado pela Ernst & Young Terco e a Fundação Getulio Vargas (FGV). Outro estudo, do Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), calcula que a demanda doméstica por bens e serviços em exploração e produção offshore está avaliada em US$ 400 bilhões para os próximos anos.

No Brasil, os campos petrolíferos do pré-sal situam-se entre 2 mil e 7 mil metros de profundidade no subsolo, em uma faixa de aproximadamente 800 quilômetros de comprimento ao longo do litoral brasileiro. Estima-se que guardem entre 70 bilhões e 100 bilhões de barris de petróleo e gás, o que, caso confirmado, transformaria o Brasil em uma superpotência energética e o colocaria na sexta posição entre os maiores detentores de reservas no mundo. Já são

mais de 36 players internacionais disputando esse mercado, de acordo com a Ernst & Young Terco.

“O pré-sal é uma oportunidade única para o Brasil, e a Shell quer contribuir com o desenvolvimento desse enorme potencial de produção”, afirma o presidente da Shell no Brasil, André Araujo. A Shell está presente em um bloco na área do pré-sal da Bacia de Santos, o BMS-54, ainda em fase de exploração. No total, a empresa está presente em dez blocos de exploração, desenvolvimento e produção no País – cinco onshore e cinco offshore. Desses, dois já produzem petróleo e gás em escala comercial: Parque das Conchas e Bijupirá-Salema, ambos na Bacia de Campos. A produção média desses dois blocos foi de aproximadamente 80 mil barris de petróleo por dia em 2011. Ao longo dos próximos 18 meses, a empresa deve perfurar de oito a 12 poços em suas áreas de concessão, diz Araujo.

“A regulação fiscal provavelmente será fator decisivo na atração de investidores para o Brasil. Isso vale para qualquer setor, mas especialmente para a indústria de petróleo e gás. O fato é que qualquer projeto de exploração e produção implica em compromissos de longo prazo e na demanda por um altíssimo grau de investimentos. É preciso ter um marco regulatório claro e estável para continuar atraindo investidores, e felizmente o Brasil tem honrado os contratos. Acredito que estamos no caminho certo”, afirma Araujo.

O governo e o setor privado deveriam trabalhar juntos. Acredito que

estamos no caminho certo

Page 48: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

46 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Intensificar o crescimento

O Brasil tem aproximadamente 14 bilhões de barris de petróleo e 14,7 trilhões de metros cúbicos de gás natural em reservas comprovadas. O governo brasileiro planeja buscar o capital internacional para financiar o desenvolvimento desses recursos complexos e estabelecer um acordo de partilha da produção para a província do pré-sal. Entretanto, a carência de mão de obra qualificada decorrente da insuficiência dos programas de treinamento e ensino continua a afetar a indústria brasileira de petróleo e gás.24

O mercado brasileiro de imóveis e construção deve registrar um crescimento expressivo, como destacam 27,7% dos entrevistados. A próspera economia brasileira e o ambiente mais seguro para os investimentos tornaram o mercado imobiliário do País extremamente atrativo para os investidores locais. A pesquisa da Associação de Investidores Estrangeiros no Mercado Imobiliário realizada em 2012 colocou o mercado imobiliário brasileiro em segundo lugar em termos de atratividade em 2012, superando a China e todos os países da Europa. Além disso, São Paulo foi identificada como a quarta melhor cidade para investimento imobiliário em 2012, um salto em relação à 26ª posição obtida no ano passado.25

O segmento de construção habitacional do País recebeu um forte impulso do programa Minha Casa, Minha Vida, criado pelo governo brasileiro em março de 200926 com o objetivo de tornar a moradia mais acessível. O programa, que entrou na sua segunda fase, tem como objetivo construir 2 milhões de lares para grupos de baixa renda antes

de 2014, e envolve subsídios para o financiamento, a construção e a venda dessas casas acessíveis.

O turismo continua a ser outro setor de destaque no Brasil. Isso é confirmado pelas respostas de 27,3% dos investidores entrevistados. Fatores como a beleza natural e as melhorias na infraestrutura de turismo colocaram o Brasil entre os melhores destinos turísticos do mundo, funcionando como um grande ímã para visitantes estrangeiros. São Paulo e Rio de Janeiro, importantes centros econômicos, contam com uma infraestrutura notável, que abriu caminho para o turismo de negócios por meio de eventos, conferências e convenções. Suas paisagens naturais também funcionaram como forte atrativo para os turistas que buscam o lazer. Em seu Índice de Competitividade em Viagem e Turismo de 2011, o Fórum Econômico Mundial colocou o Brasil em primeiro lugar entre os 139 países classificados, graças a seus recursos naturais. De acordo com a Autoridade Internacional para Congressos e Convenções, o País ficou na nona posição entre os escolhidos como destino de eventos internacionais conforme o número de reuniões organizadas em 2010.

Mas o potencial do País enquanto destino turístico ainda não foi aproveitado. De acordo com a Organização Mundial do Turismo, o Brasil registrou a chegada de 5,2 milhões de turistas em 2010, menos do que outros países da América, como México (22,4 milhões) e Canadá (16,1 milhões). As visitas a muitos países da Ásia na costa do Pacífico também tiveram números mais altos do que os observados no Brasil — com a

3,0%

0,4%

1,6%

3,1%

7,2%

7,6%

9,0%

10,7%

13,3%

16,4%

18,6%

20,3%

20,7%

27,3%

27,3%

27,7%

44,2%

Não sabe

Nenhum

Indústria pesada

Serviços básicos (energia, saneamento etc.)

Indústria farmacêutica e de biotecnologia

Tecnologias limpas

Bancos, finanças e seguros

Serviços B2B excluindo finanças (serviços de TI, consultoria, auditoria, comunicação etc.)

Logística e canais de distribuição

Tecnologias da informação e da comunicação

Mineração

Bens de consumo

Indústria automotiva e de transportes

Agricultura e indústria de alimentos

Turismo

Mercado imobiliário e construção

Petróleo e gás

Dos setores empresariais abaixo, indique três que devem impulsionar o crescimento do Brasil nos próximos dois anos

Fonte: Ernst & Young 2012 Brazil attractiveness survey.Total de entrevistados: 250

24. “Brazil At Risk Of Becoming One Big Petrobras”, website Forbes, www.forbes.com, acessado em 28 de maio de 2012; “Brazil: Country analysis briefs,” website Energy Information Administration, www.eia.gov, acessado em 29 de maio de 2012; “Skills shortage in Brazil’s oil industry,” website The Financial Times, www.ft.com, acessado em 28 de maio de 2012.

25. “Foreign R.E. investors: Buying but seeking improved fundamentals and FIRPTA reform”, Business Wire, 1o de janeiro de 2012; “U.S. is top 2012 property investment pick”, website de notícias ABS-CBN, www.abs-cbnnews.com, acessado em 28 de maio de 2012.

26. “India, Brazil and South Africa Address the challenge of slums”, website The World Bank, wbi.worldbank.org, acessado em 27 de maio de 2012; “Minha Casa, Minha Vida Phase Two”, website Riotimesonline, riotimesonline.com, acessado em 28 de maio de 2012; “Minha Casa Minha Vida Development”, website Riotimesonline, riotimesonline.com, acessado em 28 de maio de 2012.

Page 49: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

47Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Malásia contabilizando 24,6 milhões de turistas, Hong Kong registrando 20,1 milhões, 15,8 milhões de visitantes na Tailândia e 9,2 milhões em Cingapura.

O governo brasileiro tem promovido ativamente o turismo por meio de campanhas promocionais e da oferta de opções de financiamento. Em 2010, a Embratur, órgão que supervisiona o turismo no País, lançou a campanha “O Brasil Te Chama” para incentivar o fluxo de visitantes, seja a negócios ou a lazer, destacando as oportunidades locais. A iniciativa de marketing faz parte da estratégia do plano Aquarela 2020, que busca um aumento de 300% na entrada de moeda estrangeira trazida pelos turistas, arrecadando US$ 17,6 bilhões e garantindo um crescimento de 113% no turismo internacional com a chegada de 11,1 milhões de visitantes até 2020. Analisando as perspectivas de crescimento para o setor nos próximos anos, o Ministério do Turismo e o BNDES abriram uma linha de crédito no total de R$ 1 bilhão (aproximadamente US$ 500 milhões) para financiar a melhoria, a expansão e a construção de novos hotéis no País.27

27. “Brazil is leading the Travel & Tourism economy in Latin America”, website The World Travel & Tourism Council, www.wttc.org, acessado em 25 de maio de 2012; “Brazil tourism board unveils Aquarela 2020 outlining international promotion as 2016 Olympic host city”, PR Newswire, 16 de dezembro de 2009.

Ponto de vista Economia impulsiona turismo no BrasilRicardo Amaral, CEO da Royal Caribbean International

A abertura de um escritório em São Paulo, há três anos, foi o primeiro indício de que o Brasil se tornava um mercado estratégico para a Royal Caribbean International, a gigante norte-americana que explora o mercado mundial de cruzeiros marítimos desde 1968.

A confirmação ocorreu no ano passado, com a escolha do executivo brasileiro Ricardo Amaral para acumular as funções de diretor-geral do Brasil e também da América Latina e do Caribe. “As operações das multinacionais são muitas vezes determinadas por questões geográficas, mas o dia a dia acaba sendo direcionado pela lógica do volume de negócios, sejam os atuais ou futuros. Há três anos, essa posição ficava baseada em Miami e agora está no Brasil, o segundo escritório do mundo em termos de resultados”, afirma Amaral.

A reestruturação estratégica não acontece por acaso. No fim de 2011, o Brasil tinha ultrapassado o Reino Unido como a sexta maior economia do mundo. O contingente de mais de 30 milhões de brasileiros que saíram da pobreza e atingiram a classe média na última década turbinou o turismo no período. Alguns dados comprovam: os gastos dos 3,5 milhões de brasileiros em viagem ao exterior totalizaram R$ 37,3 bilhões

(US$ 21,2 bilhões) em 2011, com alta de 28% sobre o ano anterior e atingindo um recorde histórico, segundo dados do Banco Central. Para efeito de comparação, os estrangeiros que visitaram o País no ano passado desembolsaram US$ 11,8 bilhões.

A estabilidade da economia, o aumento da renda do brasileiro e a facilidade no parcelamento dos pacotes também estimularam o turismo interno e chamaram a atenção dos grandes operadores de cruzeiros. Ofertando pacotes com preços similares aos de uma viagem de férias ao exterior, os navios turísticos de cabotagem (que circulam na costa brasileira) embarcaram 805.189 turistas — sendo 100 mil estrangeiros — na temporada de 2011 a 2012, divididos em 17 navios. Um estudo conjunto da Fundação Getulio Vargas (FGV) e da Associação Brasileira das Empresas de Cruzeiros Marítimos (Abremar) mostra que os impactos totais dos armadores e operadores de cruzeiros na economia foram de R$ 1,4 bilhão na última temporada.

Esse cenário também trouxe desafios. “O Brasil se tornou de forma absoluta um mercado com custo operacional alto e problemas de infraestrutura significativos. Os custos com impostos e combustíveis fazem com que operar um cruzeiro no Brasil seja 25% mais caro do que em outros países, o que leva à perda de competitividade. Por outro lado, um elemento interessante é o grau de complexidade das operações. Trata-se de um ambiente legal e tributário bastante específico, e a expertise adquirida aqui pode ser levada depois para outros mercados”, diz Amaral, que também é presidente da Abremar.

Os custos operacionais são altos e existem problemas significativos

de infraestrutura, apesar das melhorias recentes

Page 50: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

48 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Intensificar o crescimento

Visão de longo prazo: a necessária diversificação

Os investidores estrangeiros enxergam cinco áreas principais nas quais o Brasil deve se tornar mais atraente. Enquanto 30,1% dos entrevistados percebem o Brasil como líder no setor energético em 2020 por causa

da descoberta das reservas do pré-sal, 24,2% dos entrevistados disseram esperar melhorias substanciais na infraestrutura do país. Quase 24% dos participantes acham que o Brasil vai se tornar um líder na economia verde graças à sua posição fortalecida na produção e consumo de biocombustíveis; 23,2% esperam que a atividade manufatureira aumente muito, e outros 20,8% veem o País se desenvolvendo no sentido de um dos principais destinos turísticos no longo prazo.

A abundância de recursos naturais beneficiou o Brasil ao permitir o crescimento de sua economia, ao mesmo tempo criando um desafio ao afastar o dos setores de valor agregado e serviços baseados na inovação.

Ainda há preocupações para o Brasil no longo prazo, e apenas 5,2% dos investidores enxergam o País como possível líder nos serviços de alto valor agregado; 5,1% veem o País como um dos principais destinos para centros de serviços partilhados e apenas 3,3% dos entrevistados esperam que o Brasil se torne dono de um dos melhores sistemas de aprendizado e ensino superior. O País precisa ampliar sua capacidade de inovação, estimular os esforços de pesquisa e desenvolvimento e desenvolver seu sistema de ensino para construir uma força de trabalho altamente qualificada.

• Centros de serviços compartilhados28

A proximidade geográfica e de zona horária em relação aos países latino-americanos, bem como em relação aos EUA e ao Canadá, atraiu um número de players da área de terceirização. O País se tornou um local importante para empresas que buscam estabelecer seus escritórios de terceirização de processos de negócios, centros de serviços compartilhados, call centers e centros de entrega offshore.

Entretanto, o pequeno número de funcionários capacitados para falar o idioma inglês no Brasil representa um desafio para os investidores dispostos a aplicar seus recursos no estabelecimento de centros de relacionamento no País. O Índice de Inglês Empresarial de 2012, elaborado pela Corporação Global de Inglês, que mede a fluência empresarial no idioma no ambiente de trabalho, destacou a falta de fluência no inglês empresarial entre os brasileiros, que obtiveram nota abaixo de 4, algo que coloca o País em desvantagem no mercado global. Em 2012 o Brasil teve nota 2,95, perdendo para Rússia (3,60), China (4,44) e Índia (5,57). O Brasil precisa aprimorar as habilidades da população na língua inglesa para que possa prosperar em nível global.

28. “GlobalEnglish Business English Index reveals skills shortage and unequal odds for international business success in 2012,” The GlobalEnglish Corporation press release, www.globalenglish.com, 3 de abril de 2012.

Como você vê o Brasil em 2020?

Fonte: Ernst & Young 2012 Brazil attractiveness survey. Total de entrevistados: 250

4,1%

1,1%

3,2%

3,3%

5,1%

5,2%

7,7%

13,0%

20,8%

23,2%

23,8%

24,2%

30,1%

Não sabe

Nenhum

Outro

País com um dos melhores sistemas de educação e ensino

Entre os principais destinos mundiais dos centros de serviços compartilhados

Líder nos serviços de alto valor agregado

Líder na inovação

Centro regional e global de operações

Importante destino turístico

Entre os principais destinos mundiais da manufatura

Líder na economia verde

Infraestrutura substancialmente melhorada

Líder no setor energético

Page 51: A hora de investir, pesquisa de atratividade Ernst & Young

49Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Ponto de vista Recorde histórico na indústria automotivaCledorvino Belini, presidente da Fiat Brasil

A indústria automotiva brasileira não para de quebrar recordes. Após registrar o melhor desempenho de sua história em 2010, as vendas de carros totalizaram 3,63 milhões de unidades no ano passado, um crescimento de 3,4% na comparação com 2010, quando os números atingiram 3,51 milhões de unidades. Segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a produção em 2011 atingiu 3,4 milhões de unidades, alta de 0,7% ante o exercício anterior e também um novo recorde histórico.

A Fiat, montadora líder no segmento de veículos comerciais leves no Brasil, comemora o bom momento. Em 2011, a fábrica da montadora italiana localizada na cidade de Betim, em Minas Gerais, totalizou 762.181 carros produzidos, ante os 757.418 montados em 2010. Betim é a maior planta da montadora fora da Itália. Para 2012, as previsões são de um crescimento de até 4% em relação ao ano anterior. “O mercado brasileiro

passa por uma fase inédita e peculiar em sua história. Quatro anos depois de uma crise que abalou economias tradicionalmente mais fortalecidas, o Brasil é uma das poucas nações em que as perspectivas de crescimento são reais e onde há espaço e flexibilidade

para esse crescimento. Hoje, somos o terceiro mercado mundial com maiores perspectivas de expansão de venda de veículos, atrás apenas dos Estados Unidos e da China”, afirma o presidente da Fiat Brasil, Cledorvino Belini.

A estabilidade de emprego e renda na última década e as facilidades

no financiamento de veículos explicam parte do bom momento atravessado pela indústria automotiva brasileira. Conforme Cledorvino, que também preside a Anfavea, mesmo com uma concorrência feroz — são 45 marcas e mais de 2.000 modelos e versões de veículos à disposição do consumidor brasileiro —, esse mercado ainda oferece grandes oportunidades de crescimento e o governo federal cada vez mais dá mostras de reconhecer sua relevância. Em setembro de 2011, por exemplo, o governo elevou o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os modelos importados, em uma medida de estímulo às montadoras com fábricas no Brasil.

“A atratividade da nossa economia estimula também o setor automotivo. Enquanto na Europa o mercado de automóveis é praticamente de reposição, pois a taxa de motorização já atingiu dois habitantes por veículo, no Brasil há uma grande demanda a ser atendida. O País conta com um carro para cada seis habitantes”, diz Belini.

O Brasil é um dos poucos países com reais perspectivas

de crescimento

• Serviços de valor agregado, aprendizado e ensino superior29 Um sistema fraco de ensino superior resultou na escassez de mão de obra qualificada no Brasil. Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada destacou a falta das habilidades necessárias entre a força de trabalho brasileira. O número de estudantes do ensino médio com diploma técnico é relativamente baixo. No Brasil, as empresas precisam gastar quantias consideráveis todos os anos na qualificação de seus funcionários. A escassez de mão de obra qualificada é particularmente aguda no setor brasileiro de TI. De acordo com a Brasscom, o País terá um déficit de 750 mil trabalhadores na área de TI até 2020.

O governo brasileiro precisa reforçar e expandir medidas como o projeto Pronatec (parte do plano Brasil Maior), que oferece linhas de financiamento educacional para jovens profissionais e aqueles que acabam de deixar a escola. A meta da iniciativa é aumentar a qualificação de quatro milhões de pessoas, até 2014, em diferentes áreas da tecnologia. O Brasil precisa aumentar seu ímpeto em programas como o Ciência sem Fronteiras, que oferece bolsas a estudantes brasileiros de graduação para um ano de estudos em universidades americanas a fim de promover a inovação e o ensino no País.

O Brasil precisa se diversificar, concentrando-se em serviços de maior valor agregado, se quiser se isolar da volatilidade dos mercados

de commodities e oferecer à sua população a oportunidade de empregos que ofereçam uma remuneração melhor e exijam mais qualificação. Isso precisa ser apoiado por políticas governamentais adequadas que possibilitem um ambiente favorável à inovação no País.

29 “Brazil Science Without Borders Undergraduate Program,” website Institute of International Education, www.iie.org, acessado em 28 de maio de 2012.

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50 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Intensificar o crescimento

Plano de ação para o Brasil

Ação 1: Aprimorar as habilidades e garantir o ambiente operacional

Dos participantes da pesquisa, 29% disseram acreditar que o desenvolvimento educacional e das habilidades terá um impacto importante na atratividade do Brasil. O crescimento constante apresentado na última década ampliou a exigência de uma força de trabalho qualificada e produtiva por parte da indústria. Entretanto, o País enfrenta escassez de mão de obra qualificada, e a lacuna é mais acentuada no caso das companhias com necessidade de contratar gestores, técnicos e engenheiros.

De acordo com a pesquisa de escassez de talento realizada em 2011 pela empresa de serviços de emprego ManpowerGroup, 57% dos empregadores brasileiros

enfrentam dificuldade para preencher as posições vagas por causa da falta de talento disponíveis — como comparação, a média mundial é de 34%. Outro estudo, realizado pela FGV, prevê um déficit de 800 mil profissionais na indústria brasileira em 2014. Em meio a essa forte demanda por profissionais qualificados, o desenvolvimento do sistema brasileiro de ensino é um passo imperativo.30

O investimento em grandes projetos urbanos e de infraestrutura foi citado por 28,5% dos entrevistados como uma das áreas fundamentais para a melhoria das perspectivas brasileiras. O governo tem implementado várias medidas para melhorar a infraestrutura do País.

Todos esses investimentos por parte do governo brasileiro vão desenvolver substancialmente a infraestrutura, criando um legado duradouro de benefícios. A corrupção e a burocracia nos negócios despertam preocupação entre os investidores. Quase 24% dos entrevistados indicaram que o aumento das medidas para a redução da corrupção ajudaria o País a se tornar mais atraente. Fraudes, subornos e corrupção são questões

1,7%Não sabe

0,7%Nenhuma

1,4%Outras

2,8%Relaxamento das regras de concorrência

6,2%Facilitação o acesso ao crédito

14,9%Custos mais baixos para o trabalho

17,1%Garantia de um sistema tributário mais transparente

23,2%Melhoria da segurança urbana

23,6%Redução da tributação corporativa

23,8%Aumento dos incentivos contra a corrupção

28,5%Investimento em grandes projetos urbanos e de infraestrutura

28,8%Desenvolvimento do ensino e das habilidades

6,5%

Apoio às indústrias de alta tecnologia e à inovação (tecnologia limpa, TI, logística, setores criativos, ciências da vida etc.)

5,9%

Promoção do desenvolvimento de pequenas e médias empresas

Quais medidas deveriam receber prioridade no Brasil para tornar o País mais atrativo nos próximos anos?

Fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC II)

Entre 2011 e 2014, o Brasil planeja gastar US$ 526 bilhões (R$ 959 bilhões) para ampliar a capacidade de produção energética do País; construir novos lares e escolas; melhorar o transporte, a oferta de água e eletricidade; e aprimorar o saneamento, a segurança e a mobilidade urbana.

Eventos esportivos

O gasto planejado pelo Brasil para as 12 cidades que receberão a Copa do Mundo da Fifa 2014 chega a US$ 21 bilhões (R$ 39,4 bilhões). A soma será dedicada a áreas como melhoria da mobilidade urbana; aprimoramento dos estádios, aeroportos e portos; hotelaria; e melhorias na segurança pública. O governo brasileiro também destinará US$ 7 bilhões (R$ 12,5 bilhões) para o Rio, que receberá os Jogos Olímpicos de 2016. Os planos incluem melhorias nas instalações esportivas, na acomodação, na infraestrutura de transporte e na segurança e tecnologia.

Energia

Construção

11%49%

29%

6%

3%2%

Transporte

Saneamento, segurança edesenvolvimento urbano

Água e eletricidade

Escolas

Fonte: Business Monitor International, Presidência da República

Mobilidade urbana

Estádios

Aeroportos

Portos

Hotelaria Segurança pública

40%

35%

21%

3%1% 0%

Fonte: Presidência da República, Brasil

Fonte: Ernst & Young 2012 Brazil attractiveness survey. Total de entrevistados: 250

30. “Brazil faces highest skills gap in Americas-manpower”, website Reuters, www.reuters.com, acessado em 26 de maio de 2012; “Brazil’s Boom Needs Talent”, website The Wall Street Journal, online.wsj.com, acessado em 28 de maio de 2012; “Latin American Markets Aim for a New Decade of Gains”, website The New York Times. www.nytimes.com, acessado em 24 de maio de 2012.

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51Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

significativas no Brasil. Um estudo recente da Federação das Indústrias de São Paulo revelou que a corrupção custa ao Brasil entre 1,4% e 2,3% do PIB a cada ano, cerca de US$ 146 bilhões. No Índice de Percepções da Corrupção da Transparência Internacional, o Brasil ficou na 73a posição entre os 182 países avaliados em 2011.31 Entretanto, o atual governo tenta remediar o problema; a recente saída de vários ministros ligados a suspeitas de corrupção sugere uma abordagem mais rigorosa por parte do governo. O Congresso Nacional também avalia um projeto de lei que criaria mecanismos de responsabilização direta dos indivíduos e outras entidades flagrados na tentativa de subornar funcionários

31. 12th Global Fraud Survey, Growing Beyond: a place for integrity, Regional insights: Brazil, 2012, Ernst & Young, 2012.

públicos estrangeiros. As penas corporativas podem incluir multas de até 20% da receita anual e a proibição da participação em leilões de contratos do governo.

Em 2011, o Brasil permitiu que a OCDE analisasse a integridade do setor público do País, no primeiro relatório do tipo envolvendo um país do G20. Até 2014, o governo brasileiro planeja implementar integralmente as Normas Internacionais de Responsabilidade do Setor Público (IPSAS) nos níveis federal e estadual, bem como nos municípios. O IPSAS é um conjunto globalmente aceito de normas de responsabilidade do setor público de alta qualidade que exige e promove o registro e o relato de bens e riscos do governo com base num modelo cumulativo, bem como a revelação de informações

complementares adicionais envolvendo a questão do emprego dos recursos. Esse importante processo de modernização tem como objetivo alterar o comportamento governamental em todos os níveis, com foco no aspecto da equidade entre as gerações.Espera-se que isso aumente a transparência e a responsabilidade do setor público.

Os investidores que ainda não atuam no Brasil estão mais preocupados com a segurança nas áreas urbanas do que as empresas que já operam em território brasileiro. As cidades brasileiras começaram a adotar medidas para lidar com o problema do crime, melhorando a segurança por meio do estabelecimento de uma presença policial mais efetiva. Entretanto, isso precisa ser divulgado para os investidores estrangeiros.

Ponto de vista Gestão pública eficazJorge Gerdau Johannpeter, membro do Conselho Superior do Movimento Brasil Competitivo

Buscar a melhoria da governança e da gestão na área pública, promovendo maior eficácia, competitividade e resultados para a sociedade, são ações fundamentais e necessárias para acelerar o desenvolvimento do Brasil.

Essa é uma das missões na qual se engajou o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, por meio do Movimento Brasil Competitivo. O MBC, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), foi criado com a sua liderança, para contribuir expressivamente para a melhoria da competitividade das organizações privadas e da qualidade e produtividade das organizações públicas, de maneira sustentável, elevando a qualidade de vida da população brasileira. Em seu escopo, atua na mobilização e articulação dos agentes representativos da sociedade.

“Tecnicamente, os desafios para superar as deficiências que impedem um melhor desenvolvimento para o Brasil não são de difícil solução. A tecnologia está disponível – é um bem universal. As grandes dificuldades na implementação de melhorias e de inovação na gestão pública brasileira, em qualquer área, têm um forte ingrediente político. As dificuldades são políticas, e não técnicas,

e essas dificuldades políticas são sempre mais complexas”, afirma o empresário, membro do Conselho Superior do MBC.

Na opinião de Gerdau, para que o País realize seu pleno potencial como nação, é necessário um debate com visão estratégica. Ele observa que o sucesso econômico de muitos países asiáticos só foi possível graças à definição clara e efetiva de pensamentos estratégicos. “Desde 2007, o ritmo de crescimento médio do Brasil foi de 2,5%, porque não definimos correta e profundamente as nossas metas e os meios necessários para seu cumprimento. Hoje, eu concentraria o esforço estratégico do País em três questões principais: educação, logística – para que o custo sobre o PIB se nivele ao patamar dos

países mais competitivos – e a reforma fiscal, em especial sobre o sistema de impostos cumulativos. Falta transparência nesse tema, na medida em que ninguém sabe corretamente qual é a carga tributária real embutida nos produtos e serviços. Se essas três questões forem enfrentadas com visão estratégica, serão eliminados entre 50% e 60% dos problemas existentes na gestão tributária do Brasil”, diz Gerdau. Ele destaca também a importância da educação: “É preciso investir na educação, principalmente na formação básica, para garantir uma boa formação dos cidadãos e uma melhor capacitação técnica dos profissionais.”

Gerdau aponta o nível de segurança jurídica existente no Brasil como um dos principais fatores de atratividade do País para investimentos. Segundo ele, comparando com os parceiros no Bric – Rússia, Índia e China –, nenhum desses países apresenta uma segurança jurídica igual à brasileira, apesar de toda a burocracia e demora nos processos que isso envolve. Outro aspecto positivo citado por ele é o envolvimento emocional dos empresários brasileiros com seu país. Isso, na opinião de Gerdau, faz aumentar a vontade deles de investir no Brasil.

As dificuldades são políticas, e não técnicas, e essas dificuldades

políticas são sempre mais complexas

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52 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Intensificar o crescimento

Ação 2: Aumentar a capacidade de inovação e diversificar os setores

O governo brasileiro estimula a inovação por meio da lei de inovação32. A lei permite que empresas privadas financiem instituições públicas para que estas realizem pesquisas em seu nome. Incentiva também os setores público e privado a compartilharem funcionários e instalações, como laboratórios.

Em 2007, o Brasil lançou um novo plano científico quadrienal, com o objetivo de fortalecer o papel da ciência, da tecnologia e da inovação. O plano incluía o foco em prioridades estratégicas como o aumento dos recursos humanos na pesquisa científica, o reforço da estrutura de ensino e a promoção da inovação industrial com a oferta de isenções fiscais e recursos para empresas dedicadas a atividades de pesquisa e desenvolvimento. O Ministério da Ciência e Tecnologia iniciou a segunda fase desse plano para o período de 2011 a 2014 para expandir a pesquisa e o desenvolvimento no País. Como parte do plano, o ministério planeja oferecer mais recursos para financiar

32. “Government of Brazil and ECLAC Create Programme to Train Promoters of Science and Technology”, website ECLAC, www.eclac.cl; acessado em 24 de maio de 2012; “The many facets of innovation in Brazil”, website Thomson Reuters, thomsonreuters.com, acessado em 26 de maio de 2012.

a pesquisa e a inovação nas pequenas e médias empresas.33

O Brasil é também um dos países mais atraentes para os jovens empreendedores. Mas desafios como a alta carga tributária e a burocracia que envolve a abertura de novas empresas ainda afetam os jovens empreendedores no Brasil. O governo, entretanto, lançou programas nos últimos anos para oferecer apoio financeiro às firmas iniciantes. Com o objetivo de ajudar novas empresas inovadoras na sua fase inicial de desenvolvimento, a agência brasileira de inovação (Finep) investe num programa de bolsas chamado Programa PRIME (Primeira Empresa Inovadora). Junto com vários grupos bancários locais e estrangeiros, o BNDES criou o Fundo Garantidor do Investimento para estimular o crédito às pequenas e médias empresas brasileiras. Há também agências que apoiam a inovação, como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que se concentra na promoção da competitividade e no desenvolvimento sustentável de micro

33. “Brazil economy: More stimulus”, website The Economist Intelligence Unit, viewswire.eiu.com, acessado em 23 de maio de 2012.

e pequenas empresas, bem como no fomento ao empreendedorismo.34

Entretanto, o Brasil continua atrasado no seu ritmo de inovação. O País ficou na 47a posição do Índice de Inovação do INSEAD35 em 2011, perdendo para outros RGMs como República Tcheca (27a), China (29a) e Polônia (43a). Os participantes da pesquisa Ernst & Young sobre a atratividade do Brasil em 2012 disseram que o País terá de melhorar o ensino e o treinamento em novas tecnologias (de acordo com 60,3% deles), aumentar os incentivos fiscais para companhias inovadoras (29,7%) e desenvolver programas conjuntos de pesquisa (26,1%) para melhorar sua capacidade de inovação.

• Melhorar o ensino e o treinamento em novas tecnologias O Brasil precisa se concentrar na melhoria do ensino e no treinamento em novas tecnologias. Muitos dos investidores

34. The Nice Côte d’Azur 2011, Entrepreneurship Barometer report, October 2011, Ernst & Young, 2011; “Brazil launches US$23b science plan,” Scidev.net website, www.scidev.net, acessado em 22 de maio de 212; infoDev.

35. Acrônimo para o francês “Institut Européen d’Aministration des Affaires” ou Instituto Europeu de Administração de Negócios.

8,0%Não sabe

1,4%Outros

8,3%

Desenvolver o capital de investimento e outras ferramentas financeiras

13,6%Desenvolver o empreendedorismo

17,1%Desenvolver uma cultura de inovação e criatividade

26,1%Desenvolver programas conjuntos de pesquisa

29,7%Aumentar os incentivos fiscais para empresas inovadoras

60,3%Melhorar o ensino e o treinamento em novas tecnologias

Quais são as principais áreas cuja reforma melhoraria a capacidade brasileira de inovação?

Fonte: Ernst & Young 2012 Brazil attractiveness survey. Total de entrevistados: 250.

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53Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

citaram a falta de uma força de trabalho qualificada no País como um problema. O gasto brasileiro com pesquisa e desenvolvimento precisa aumentar. Em termos de pesquisa e desenvolvimento como porcentagem do PIB, o Brasil ficou em 30º lugar, abaixo de outros RGMs como República Tcheca (23º) e China (24º) no Índice de Inovação 2011. O governo está adotando medidas para melhorar a situação.

Recentemente, o Brasil assinou um acordo com a Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (Eclac) para oferecer programas de treinamento para a promoção de novas políticas para a ciência, a tecnologia e a inovação na América Latina. Esses programas são organizados em cooperação com universidades e instituições de pesquisa científica.

• Aumentar os incentivos fiscais para empresas inovadoras

O Brasil oferece incentivos fiscais às empresas com o objetivo de estimular um ambiente de inovação em todo o País e melhorar sua competitividade nos mercados domésticos e estrangeiros. Em abril de 2012, o governo brasileiro anunciou quatro critérios para que as montadoras de automóveis se valessem de uma redução no imposto sobre os veículos. Para ter direito a impostos mais baixos, as empresas automobilísticas

terão de atender a pelo menos três dos quatro – que incluem o investimento de pelo menos 0,15% da renda bruta em pesquisa e desenvolvimento; gastar ao menos 0,5% da renda na engenharia; estabelecer centros de produção no País (englobando ao menos oito das 12 etapas de produção no caso dos veículos leves, e dez das 14 etapas no caso dos veículos pesados); e a realização de avaliações de eficiência no consumo de energia em ao menos 25% dos veículos. Até 2017, será exigido das empresas que gastem 0,5% de sua renda em pesquisa e desenvolvimento, além de dobrar seu investimento em engenharia para 1% da renda.36

• Desenvolver projetos conjuntos de pesquisa37

O governo brasileiro vem também implementando medidas para incentivar a cooperação das universidades com a indústria. Como resultado direto, 27% de todas as patentes brasileiras pertencem a universidades.

Várias empresas estrangeiras estão empreendendo atividades de pesquisa e inovação no Brasil por meio de parcerias com universidades para se valer da estrutura de pesquisa e desenvolvimento existente no País. A Baker Hughes tem acordos de cooperação com várias instituições de ensino, entre elas a Universidade

Federal do Rio de Janeiro, a Pontifícia Universidade Católica do Rio e a Universidade de Campinas, para o desenvolvimento de projetos de perfuração e otimização de recuperação de reservatórios. A FMC Technologies estabeleceu parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro em 2010 para desenvolver no Brasil um centro de tecnologia.

O governo assinou acordos de cooperação com diferentes países para incentivar as atividades colaborativas de pesquisa e desenvolvimento. O Acordo Brasil- Canadá de Cooperação em Ciência, Tecnologia e Inovação, assinado em 2010, permite que a academia, a indústria e o governo de ambos os países cooperem em projetos de pesquisa e desenvolvimento, workshops científicos e conferências. O Brasil estabeleceu também um acordo com a UE em 2005 para incentivar a cooperação numa ampla gama de áreas científicas e tecnológicas.38

36. “Bigger Brazil Plan: $16 Billion in taxes breaks to fight surging real and cheap imports from China,” website Forbes, www.forbes.com, acessado em 22 de maio de 2012.

37. “Brazil becoming, ‘the grown-up BRIC,’ according to Thomson Reuters report,” Thomson Reuters website, thomsonreuters.com, acessado em maio de 2012; “Rice’s Baker Institute to partner with Brazilian think tank Fundação Getúlio Vargas,” Rice University news release, news.rice.edu, 29 de março de 2012; “Canada-Brazil Relations,” website do governo do Canadá, www.canadainternational.gc.ca, acessado em 23 de maio de 2012.

38. “Canada-Brazil Relations”, website do governo do Canadá, www.canadainternational.gc.ca, acessado em 23 de maio de 2012; “Policy framework: Brazil”, website da European Commission, Research–International Cooperation, ec.europa.eu, acessado em 23 de maio de 2012.

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54 Pesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

Intensificar o crescimento

Ação 3: Promover as regiões do Brasil

Os investidores consideram o crescimento da infraestrutura um dos principais atrativos no Brasil. Quando indagados a respeito dos projetos capazes de aumentar a atratividade das cidades brasileiras, o desenvolvimento infraestrutural foi a primeira escolha de mais da metade dos participantes.

O governo brasileiro tem implementado significativos gastos infraestruturais como parte do seu programa PAC multianual, tendo como objetivo promover o crescimento por meio da criação de uma rede eficiente e extensa de infraestrutura capaz de abranger todas as regiões do País. O PAC injetou US$ 276 bilhões (R$ 503,9 bilhões) na primeira fase do programa, em 2007- 10. A segunda fase do programa, subdividida em dois períodos, 2011-14 e pós-2014, destinará US$ 872,4 bilhões

(R$ 1,59 trilhão) para o aprimoramento da infraestrutura. Isto deve resultar em um crescimento econômico adicional e na maior entrada de investimentos estrangeiros no Brasil.39

A realização das próximas edições da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, citada por 27,4% dos investidores, também vai melhorar as perspectivas para as cidades brasileiras. O governo planeja aprimorar a infraestrutura de todas as cidades que receberão os eventos.40

Vinte e dois por cento dos entrevistados destacaram os parques empresariais inovadores como uma atração em diferentes cidades brasileiras. Além de proporcionar as tão necessárias instalações nas quais os investidores internacionais podem criar

seus escritórios, esses parques oferecem incentivos sob a forma de impostos baixos.

Campanhas internacionais de promoção, citadas por 18,6% dos entrevistados, também atraíram os investidores para diferentes cidades brasileiras. A Apex-Brasil, agência de promoção do comércio e do investimento no País, organiza vários seminários e fóruns para apresentar as oportunidades de investimento aos investidores estrangeiros.

39. “My House My Life Brazil”, website Minha Casa Minha Vida, myhousemylifebrazil.com, acessado em 24 de maio de 2012; “PAC 2”, website do governo brasileiro, www.brasil.gov.br, acessado em 23 de maio de 2012.

40. “My House My Life Brazil”, website Minha Casa Minha Vida, myhousemylifebrazil.com, acessado em 24 de maio de 2012; “PAC 2”, website do governo brasileiro, www.brasil.gov.br, acessado em 23 de maio de 2012.

4,7%

2,3%

8,1%

12,0%

18,6%

22,1%

27,4%

55,8%

Não sabe

Nenhum

Investidores ou personalidades de reputação estabelecida

Eventos culturais internacionais

Campanhas internacionais de promoção

Parques empresariais inovadores

Eventos esportivos internacionais

Grandes projetos de infraestrutura

Fonte: Ernst & Young 2012 Brazil attractiveness survey. Total de entrevistados: 250

Em sua opinião, quais seriam os projetos que mais contribuiriam com o desenvolvimento da visibilidade e da atratividade das cidades brasileiras para os investidores estrangeiros?

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Apêndice

Metodologia

A pesquisa Ernst & Young de atratividade do Brasil toma como base uma metodologia dupla que reflete:

1 A atratividade do Brasil para os investidores estrangeiros

Nossa avaliação da realidade do investimento estrangeiro direto no Brasil toma como base fontes do fDi Markets, da UNCTAD e do governo brasileiro como o Banco Central do Brasil. O banco de dados fDi Markets acompanha novos projetos de expansão no investimento estrangeiro direto. Joint ventures são incluídas somente quando levam a uma nova operação física. As fusões e aquisições e outros investimentos de capital não são acompanhados. Não existe tamanho mínimo para a inclusão de um projeto. Entretanto, todo projeto precisa criar diretamente novos empregos.

A criação de projetos e o número de empregos gerados são informações disponíveis na área do investimento estrangeiro direto. Como definido acima, o investimento estrangeiro direto inclui o de capital próprio, a renda reinvestida e os empréstimos entre empresas. Entretanto, muitos analistas se interessam mais pela quantificação dos projetos em termos de bens como instalações e equipamentos num país estrangeiro. Esses números, raramente registrados nas fontes institucionais, oferecem uma perspectiva valiosa de como são realizados os projetos de investimento

interno, em quais atividades, por quem e, é claro, onde. Para mapear esses investimentos reais realizados no Brasil, a Ernst & Young usou dados do fDi Markets, o único banco de dados online que acompanha os investimentos cobrindo todos os setores e países do mundo. A ferramenta oferece o monitoramento em tempo real dos projetos de investimento e da criação de empregos, com ferramentas poderosas para rastrear e retratar as empresas que investem no exterior.

2 As percepções das perspectivas para o Brasil e seus concorrentes de acordo com os investidores estrangeiros

Definimos a atratividade de um local como a combinação da imagem, da confiança dos investidores e da percepção da capacidade de um país ou área de oferecer os benefícios mais competitivos para o investimento estrangeiro direto. A pesquisa de campo

foi realizada pelo Instituto CSA em maio de 2012, por meio de entrevistas telefônicas, com base num painel representativo de 250 profissionais internacionais encarregados de tomar decisões. As empresas com desenvolvimento internacional foram

identificadas com o uso do Dun & Bradstreet Family Tree e verificadas por meio dos sites individuais das empresas. A Dun & Bradstreet é uma das principais e mais antigas firmas mundiais de informação empresarial.

49%Diretor financeiro

22%Diretor comercial e de marketing

7%Diretor administrativo/VPS/COO

7%Diretor de desenvolvimento

16%Outros

América Latina3%

48%Europa Ocidental

Outros1%Norte da Europa

4%Ásia

12%

32%América do Norte

Perfil das empresas pesquisadasGeografia

Perfil das empresas pesquisadasGiro

42%Entre US$ 205 milhões e US$ 2,04 bilhões

Mais deUS$ 2,04 bilhões

31%

Menos de US$ 204 milhões27%

Perfil das empresas pesquisadasCargo

Perfil das empresas pesquisadasEntrevistados por setor

Setor EntrevistadosIndústria, automóveis, energia 41%Consumidor 25%Serviços privados e empresariais 17%Indústria química e farmacêutica 10%Telecomunicação, infraestrutura e equipamento, equipamento de alta tecnologia

7%

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A Ernst & Young Terco no Brasil

A Ernst & Young Terco integra a estrutura global da Ernst & Young e é uma das empresas líderes em serviços de Auditoria, Impostos, Transações Corporativas e Consultoria no Brasil. Estabelecida em 1950, nossa operação no País conta com uma equipe de 4.500 profissionais e está presente em 12 cidades. Nossas pessoas trabalham alinhadas à visão da organização de contribuir para o sucesso de seus clientes criando confiança e valor.

A Ernst & Young Terco atua com empresas com alto potencial de crescimento e dedica-se a ajudá-las efetivamente a realizar todo o seu potencial identificando e aproveitando oportunidades no Brasil e no mundo.

O sucesso em mercados em crescimento requer pensamento inovador e a constante melhoria de práticas. Muitas das principais companhias brasileiras e multinacionais escolhem a Ernst & Young Terco para ajudá-las nos aspectos mais desafiadores de um ambiente de negócios em rápida evolução.

Em 2012, a Ernst & Young Terco tornou-se Apoiadora Oficial dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e fornecedora exclusiva de serviços de Consultoria para o Comitê Organizador.

Também foi eleita por dois anos consecutivos uma das Melhores Empresas para Começar a Carreira, em premiação realizada por uma das mais importantes publicações do País, o guia Exame/Você S/A. Outra importante conquista é o reconhecimento da Ernst & Young University como uma das melhores universidades corporativas do País.

A Ernst & Young Terco tornou-se ainda em 2012 a primeira empresa do setor de serviços a atingir o nível máximo de transparência em governança e desempenho ambiental, social e econômico em seu primeiro relatório de sustentabilidade, de acordo com as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI).

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Relatório de Sustentabilidade

• 2011

Em nosso primeiro relatório de sustentabilidade, apresentamos as informações mais relevantes sobre nossas atividades no Brasil, bem como as políticas e ferramentas que guiam nossas atividades diárias. Apresentamos também os princípios e procedimentos que norteiam nossa governança corporativa, nossa administração e as relações da companhia com seus acionistas.

Ernst & Young’s rapid growth markets forecast

• Edição de julho de 2012

Nossa análise de Rapid-Growth Markets Forecast deste trimestre sugere que os mercados de rápido crescimento provavelmente vão atravessar em segurança a atual crise na zona do euro e permanecer na condição de motores do crescimento global, mas muitos terão uma expansão mais lenta neste ano. Sua expansão deve se acelerar novamente em 2013, ajudando a estimular uma recuperação mais ampla.

Ernst & Young’s 2012 Africa attractiveness survey

• Construir pontes

Essa pesquisa analisa a atratividade da África como o destino de investimentos, oferecendo um panorama das forças e desafios do continente, e também um panorama da IED na seleção de países africanos. Esse panorama salienta que, apesar do aumento do IED por todo o continente, percepções negativas sobre a África persistem entre os que não estão fazendo negócios no continente.

• Publicações da Ernst & Young

Série Brasil Sustentável

• Um panorama dos principais setores econômicos

A série Brasil Sustentável oferece projeções bem fundamentadas sobre os principais setores da economia brasileira, incluindo análises e perspectivas sobre habitação, energia, bens de consumo, os setores de indústria e agribusiness, além de um estudo especial sobre a Copa do Mundo de 2014 e o setor de Petróleo e Gás.

Ernst & Young’s 2012 European attractiveness survey

• Crescimento, de fato

A despeito da fragilidade da economia na zona do euro, o investimento de fora para dentro continuou a aumentar na Europa em 2011, com um número total de projetos significativamente superior aos níveis pré-crise. Isso de acordo com a Ernst & Young’s 10th annual European Attractiveness Survey, que examina a atratividade do continente para investidores estrangeiros diretos.

Ernst & Young’s 2012 India attractiveness survey

• Pronta para a transição

Os investidores estrangeiros veem a Índia como uma opção atraente de investimento, apesar das incertezas do clima econômico global, segundo a Ernst & Young’s 2012 Indian Attractiveness Survey, que combina uma análise do IED para a Índia com uma pesquisa com executivos globais sobre suas visões com respeito ao potencial do mercado indiano.

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CPesquisa de atratividade do Brasil - Ernst & Young - 2012 A hora de investir

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Growing BeyondNeste ambiente econômico desafiador, ainda existem oportunidades de crescimento. Em Growing Beyond, exploramos como as empresas podem aproveitar essas oportunidades da melhor maneira - expandindo-se para novos mercados, encontrando novos modos de inovar e adotando novas abordagens para os talentos. Você encontrará ideias práticas sobre o que é preciso para crescer. Junte-se ao debate em www.ey.com/growingbeyond.

Contatos

Antonio Vita Sócio-líder de Consultoria - América do Sul e Brasil Tel.: + 55 11 2573 3707 E-mail: [email protected]

Marly Parra Diretora Executiva — Departamento de Marketing Tel.: + 55 11 3054 0445 E-mail: [email protected]

Ines Hotte Gerente de Relações Públicas Tel.: +55 11 3054 0419 E-mail: [email protected]

Sandra Sasson Diretora de Marketing e Comunicação Emerging Markets Center Tel: +30 (0)210 2886 032 Email: [email protected]

Bijal Tanna Relações com a Mídia - Global Tel: +44 (0)20 7951 8837 Email: [email protected]

Ernst & Young Terco

Auditoria | Impostos | Transações Corporativas | Consultoria

Sobre a Ernst & Young

A Ernst & Young é líder global em serviços de Auditoria, Impostos, Transações Corporativas e Consultoria. Em todo o mundo, nossos 152 mil colaboradores estão unidos por valores pautados pela ética e pelo compromisso constante com a qualidade. Nosso diferencial consiste em ajudar nossos colaboradores, clientes e as comunidades com as quais interagimos a atingir todo o seu potencial, em um mundo cada vez mais integrado e competitivo.

No Brasil, a Ernst & Young Terco é a mais completa empresa de Auditoria, Impostos, Transações Corporativas e Consultoria, com 4.500 profissionais que dão suporte e atendimento a mais de 3.400 clientes de pequeno, médio e grande portes.

Em 2012, a Ernst & Young Terco tornou-se Apoiadora Oficial dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e fornecedora exclusiva de serviços de Consultoria para o Comitê Organizador. O alinhamento dos valores do Movimento Olímpico e da Ernst & Young Terco foi decisivo nessa iniciativa.

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Esta é uma publicação do Departamento de Marketing.

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