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www.gesconta.com.br CRÉDITOS DE PIS E COFINS NA ATIVIDADE DE EMPRESA PREPONDERANTEMENTE EXPORTADORA AUTORA EDIANE OLIVEIRA SÓCIA DA GESCONTA CONSULTORIA CONTABIL E TRIBUTÁRIA. São Paulo 2014

Créditos de pis e cofins na atividade de empresa preponderantemente exportadora

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CRÉDITOS DE PIS E COFINS NA ATIVIDADE DE EMPRESA PREPONDERANTEMENTE

EXPORTADORA

AUTORA EDIANE OLIVEIRA

SÓCIA DA GESCONTA CONSULTORIA CONTABIL E TRIBUTÁRIA.

São Paulo

2014

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RESUMO

Esse artigo trata a respeito do reconhecimento de créditos referente às contribuições

PIS e COFINS na sistemática não cumulativa em uma Empresa Preponderantemente

Exportadora que veio com advento das Leis 10.637/02 e 10.833/03 que instituiu a sistema da

não cumulatividade, com a finalidade de eliminar os efeitos cascatas, a fim de desonerar o

contribuinte. Tendo em vista a complexidade do tema em questão, o contribuinte tem

dificuldade na compensação e ressarcimento dos créditos, por essa razão resolvemos

discorrer sobre o tema, onde propusemos evidenciar como tomar créditos, bem como a

utilização dos créditos excedentes e os procedimentos para a fazer a compensação ou pedir

o ressarcimento, sendo a metodologia utilizada foi pesquisa qualitativa e revisão

bibliográfica.

Verificamos que se as empresas adotarem uma boa gestão fiscal focada em controles

internos poderá minimizar os riscos com possíveis contingências fiscais, bem como obter

melhores resultados financeiros, gerando maior remuneração aos investidores e ser mais

competitivas.

Palavras chaves: Contribuições PIS e COFINS, valor agregado, créditos,

ressarcimento, compensação, preponderantemente exportadora.

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1. INTRODUÇÃO

As contribuições do PIS ( Programa de Integração Social) e COFINS ( Contribuição

para Financiamento da Seguridade Social), atualmente, estão regidas pela Lei 9.718/98, com

as alterações subsequentes.

As duas contribuições, apesar de originarem-se de diferentes legislações, têm uma

relativa semelhança na base de cálculo, pois em sua formação devem ser somadas todas as

receitas auferidas, com as exceções e exclusões previstas em lei, e as mudanças introduzidas

pelas Leis 10.637/2002 e 10.833/2003 que instituíram a chamada “não cumulatividade”,

10.865/2004 (que introduziu o PIS e COFINS sobre importação) e 10.925/2004 , MP

627/2013 convertida na Lei 12.973/2014 trouxe a Definição de Receita e Faturamento para

a apuração do PIS e da COFINS , as mudanças trazidas por essa Lei passará a vigora somente

a parti de 01 janeiro de 2015. O principal motivo das medidas ora propostas é o de estimular

a eficiência econômica, gerando condições para um crescimento mais acelerado da economia

brasileira nos próximos anos. Neste sentido, a instituição da COFINS e do PIS não

cumulativa visa corrigir distorções relevantes decorrentes da cobrança cumulativa do tributo,

como por exemplo a indução a uma verticalização artificial das empresas, em detrimento da

distribuição da produção por um número maior de empresas mais eficientes. Em particular

empresas de pequeno e médio porte, que usualmente são mais intensivas em mão-de-obra.

Em decorrência ao princípio da não cumulatividade que trouxe aí o benefício ao

contribuinte de compensar o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas

anteriores.

1.1 OBJETIVOS

Os objetivos estão apresentados a seguir:

1.1.1. OBJETIVO GERAL

Este trabalho tem por objetivo geral analisar a forma e de apuração de Créditos de

PIS e COFINS na sistemática não cumulativa em empresa preponderantemente Exportadora

e como utilizar os créditos.

1.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS

Este trabalho tem por objetivos específicos demonstrar a forma de apuração de

créditos do PIS e da COFINS na sistemática não cumulativa em empresa

preponderantemente Exportadora, apresentar como controlar os créditos de PIS e COFINS,

e propor um planejamento fiscal adotando procedimentos para a utilização dos respectivos

créditos.

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1.3 JUSTIFICATIVA

Entretanto pelos motivos já mencionados a justificativa do estudo é que muitas

empresas por ser preponderantemente exportadora acumulam muitos créditos em sua escrita

fiscal, gerando um impacto no fluxo de caixa, aumentando o custo do produto.

Dentro deste contexto, justifica-se o tema “Crédito de PIS e COFINS na Atividade

de empresas empresa preponderantemente exportadora .”

1.4 PROBLEMA E DELIMITAÇÃO

Em virtude da matéria tributária está sempre em destaque no País, seja pela

ganância da máquina arrecadadora do Estado, e em decorrência das constantes mudanças na

Legislação, por essa razão discorremos sobre as contribuições do PIS e a COFINS em

empresa preponderantemente Exportadora, utilizaremos exemplos hipotéticos de empresa

Mineradora, também, com a instituição da não – cumulatividade introduzidas pelas Leis

10.637/2002 e 10.833/2003, observamos que há uma grande dificuldade na aplicação da

legislação, como apurar os créditos e sua utilização, na empresa preponderantemente

exportadora.

Tendo em vista que diferentemente da tributação em cascata, o sistema não

cumulativo proporciona a tributação apenas sobre o valor agregado, assim, evita-se a

cumulação de tributos.

Dessa forma o problema que se pretende analisar neste estudo reside em duas

questões.

1) Como apurar os créditos do PIS e da COFINS ?

2) Como utilizar os créditos do PIS e da COFINS?

As abordagens que se seguem delimitam-se na apuração de créditos das

contribuições de PIS e COFINS na sistemática cumulativa para empresa Mineradora

preponderantemente Exportadora no Brasil, vamos utilizar ao longo do trabalho exemplos

hipotéticos.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

Discorremos neste tópico sobre o conceito, objetivo, aplicabilidade da Legislação

do PIS e COFINS na sistemática não cumulativa, no quadro abaixo mostraremos a evolução

da Legislação das Contribuições, porém, limitamos somente demonstrar as principais Leis.

Figura 1 – Histórico das Contribuições PIS e COFINS

Fonte: A autora.

2.1. SISTEMAS NÃO CUMULATIVOS

“O principal motivo das medidas ora propostas é o de estimular a eficiência

econômica, gerando condições para um crescimento mais acelerado da economia

brasileira nos próximos anos. Neste sentido, a instituição da COFINS não

cumulativa visa corrigir distorções relevantes decorrentes da cobrança

cumulativa do tributo, como por exemplo a indução a uma verticalização artificial

das empresas, em detrimento da distribuição da produção por um número maior

de empresas mais eficientes” (EM No 197-A/2003 – MF)

Page 6: Créditos de pis e cofins na atividade de empresa preponderantemente exportadora

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2.2. NÃO CUMULATIVIDADE (DEFINIÇÃO CONSTITUCIONAL)

Conforme Constituição Federal (CF) Arts. 153 (§3º, II) e 155 (§ 2º, I), e STF – RE

nº 350.446/PR, entende-se a tributação sobre as saídas, reservando-se o direito ao

contribuinte de compensar o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas

anteriores. (BRASIL, 1988).

2.3. CONTRIBUINTES

São Contribuintes das contribuições não cumulativas, as Pessoas Jurídicas de

direito privado e as que lhe são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, tributadas

com base no Lucro Real.

(Leis nºs 10.637/02 (art. 8º), 10.684/03 (art. 25), 10.833/03 (art. 10) e 10.865/04.

2.4. FATO GERADOR

O PIS-PASEP / COFINS, com a incidência não-cumulativa, tem como fato

gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela Pessoa

Jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil.

O total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas

operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela Pessoa

Jurídica. Leis nºs 10.637/02 (Art. 1º) e 10.833/03 (Art. 1º).

2.5. BASE DE CÁLCULO E ALÍQUOTAS

A base de cálculo é o total das receitas mensais, que compreende a receita bruta da

venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas

auferidas pela pessoa jurídica na modalidade de apuração da sistemática a não cumulativa e

as alíquotas são 1,65% para o PIS e 7,6% para a COFINS.

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2.6. EXCLUSÕES PERMITIDAS

Não integram a base de cálculo das contribuições não cumulativas os itens abaixo:

a) Receitas decorrentes de saídas isentas ou sujeitas a alíquota Zero;

b) Receitas não operacionais, decorrentes da venda de ativo permanente;

c) Receitas auferidas pela PJ substituída, de mercadorias sujeitas a substituição

tributária;

d) Receitas de venda de produtos sujeitos a tributação monofásica;

e) Vendas canceladas; e

f) Leis nºs 10.637/02 (art. 1º, § 3º) e 10.833/03 (art. 1º, § 3º).

2.7. AS CONTRIBUIÇÕES PIS/COFINS NÃO INCIDEM SOBRE AS

RECEITAS DECORRENTES DE OPERAÇÕES DE:

a) Exportação de mercadorias para o exterior;

b) Prestação de serviços para pessoa física ou jurídica domiciliada no exterior, cujo

pagamento represente ingresso de divisas; e

c) Vendas a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação.

2.8. DEDUÇÕES DOS CRÉDITOS

Diferentemente da tributação em cascata, o sistema não cumulativo proporciona a

tributação apenas sobre o valor agregado, assim, evita-se a cumulação de tributos.

Do valor apurado das contribuições não cumulativas, poderá descontar créditos

calculados em relação a aquisições feitas no mês, de:

Bens e serviços utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados à

venda ou na prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes; e bens adquiridos

para revenda, exceto mercadorias sujeitas a substituição tributária ou tributação monofásica.

Poderá também ser descontado créditos calculados em relação a custos e despesas

incorridas no mês, relativas à:

a) Energia elétrica consumida nos estabelecimentos da empresa;

Os aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos à pessoa jurídica,

utilizados nas atividades da empresa. Permitem créditos os encargos de depreciação e

amortização, incorridos no mês, relativos à:

a) Máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado,

utilizados na produção ou na prestação de serviços;

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b) Edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros, inclusive mão-de-obra, quando

o custo tenha sido suportado pela locatária.

c) Opcionalmente, o crédito mensal poderá ser calculado considerando a vida útil dos

bens em 48 meses.

2.9. EXCEDENTES DE CRÉDITOS – COMPENSAÇÃO OU

RESSARCIMENTO

No contexto dos créditos da contribuição para o Programa de Integração Social -

PIS e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social - COFINS, reconhecidos na

escrita fiscal por pessoa jurídica que tenha obtido receitas tributável na modalidade de

regime de tributação não-cumulativa, de que tratam as Lei nº. 10.637/2002 e Lei nº.

10.833/2003, são utilizados na dedução dos débitos das mesmas contribuições, decorrentes

de suas receitas tributadas.

Com base nas Leis mencionadas no parágrafo acima as Pessoas Jurídicas que são

preponderantemente exportadoras, poderão compensar ou pleitear o ressarcimento dos

créditos excedentes em sua escrita fiscal, portanto para melhor entendimento abordaremos

de forma sucinta os temas compensação e Ressarcimento.

2.10. COMPENSAÇÃO

De acordo com a Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012 os créditos abrangidos

pela aludida IN, poderão ser compensados com débitos próprios, vencidos ou vincendos,

relativos a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Todos os créditos referidos na tabela abaixo poderão ser objeto de compensação,

observando os prazos abaixo:

Tempo a partir do qual

há o direito à

compensação

Crédito

Um mês

Decorrente das operações de exportação de mercadorias para o exterior,

prestação de serviços a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior,

cujo pagamento represente ingresso de divisas, e vendas a empresa comercial

exportadora, com o fim específico de exportação

Trimestre civil Vinculado às vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou

não-incidência, inclusive no caso de importação com pagamento de PIS e COFINS –

Importação

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Decorrente de aquisições de embalagens de bebidas para revenda pelas

pessoas jurídicas comerciais a que se referem os §§ 3º e 4º do art. 51 da Lei nº

10.833/2003, desde que os créditos tenham sido apurados a partir de 1º de abril de 2005.

Créditos do Reintegra.

Os custos, despesas e encargos vinculados às receitas decorrentes da venda

de álcool, inclusive para fins carburantes, aplicando-se aos créditos apurados entre

11.09.2013 e 31.12.2016.

Quadro 1 – Tempo para a Compensação e Ressarcimento

Como se observa, o saldo credor decorrente de operações de exportações ou vendas

à comercial exportadora poderá ser objeto de compensação logo após o encerramento do

mês.

2.11. PROCEDIMENTO ESPECIAL PARA RESSARCIMENTO – CRÉDITOS

VINCULADOS À EXPORTAÇÃO

Os procedimentos especiais para ressarcimento de créditos de PIS E COFINS

decorrentes exportação de mercadorias e serviços foram instituídos com o advento da

Portaria MF nº 348/2010, art. 1º, I e II, da Portaria MF nº 348/2010.

Este procedimento especial aplica-se somente aos créditos apurados em relação a

custos, despesas e encargos vinculados à receita de exportação, observadas as regras de

apropriação direta ou rateio proporcional previstas nos §§ 8º e 9º do art. 3º da Lei nº

10.833/2003.

Também o procedimento especial se aplica somente aos créditos que, após o final

de cada trimestre do ano civil, não tenham sido utilizados para dedução do valor das referidas

contribuições a recolher, decorrentes das demais operações no mercado interno, ou não

tenham sido compensados com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos

administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Cabe ainda destacar que estas regras especiais não alcançam pedidos de

ressarcimento efetuados por pessoa jurídica com processo judicial ou com processo

administrativo fiscal de determinação e exigência de crédito cuja decisão definitiva, judicial

ou administrativa, possa alterar o valor a ser ressarcido.

Fundamentação: art. 1º, §§ 1º e 3º, da Portaria MF nº 348/2010.

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2.12. PAGAMENTOS E CONDIÇÕES

A Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) deverá, no prazo máximo de 30

(trinta) dias contados da data do Pedido de Ressarcimento dos referidos créditos, efetuar o

pagamento de 50% (cinquenta por cento) do valor pleiteado por pessoa jurídica que atenda,

cumulativamente, às seguintes condições:

a) cumpra os requisitos de regularidade fiscal para o fornecimento de certidão negativa

ou de certidão positiva, com efeitos de negativa, de débitos relativos aos tributos

administrados pela RFB e à Dívida Ativa da União administrada pela Procuradoria-

Geral da Fazenda Nacional (PGFN);

b) não tenha sido submetida ao regime especial de fiscalização de que trata o art. 33 da

Lei nº 9.430/1996, nos 36 meses anteriores à apresentação do pedido;

c) esteja obrigado a manter Escrituração Fiscal Digital (EFD);

d) tenha efetuado exportações no ano calendário anterior ao do pedido em valor igual

ou superior a 10% (dez por cento) da receita bruta total;

e) nos 24 (vinte e quatro) meses anteriores à apresentação do pedido objeto do

procedimento especial, não tenha havido indeferimentos de Pedidos de

Ressarcimento ou não-homologações de compensações, relativos a créditos de

Contribuição para o PIS/PASEP, de COFINS e de IPI, totalizando valor superior a

15% (quinze por cento) do montante solicitado ou declarado, sendo independe da

data de apresentação dos Pedidos de Ressarcimentos ou das declarações de

compensação analisados.

3. METODOLOGIA

A metodologia que será aplicada a este artigo serão a pesquisa qualitativa, descritiva

e explicativa por tratar-se de uma revisão bibliográfica, para responder os problemas da

questão e o desenvolvimento do trabalho faremos demonstrações de cálculos.

Para elaboração deste artigo foi feita referencial teórico de vários autores conforme

elencados na referência bibliográfica. Para melhor entendimento podemos a definição de

pesquisa bibliográfica:

“A pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir do registro

disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como

livros, teses, etc.” Severino, 2007 p 134

Pesquisa quantitativa, no entanto, trata-se de uma atividade da ciência, que tem

como objetivo relatar a realidade, mas que se preocupa com as ciências social, apesar de não

conseguir transmitir totalmente a realidade, tendo em vista que trabalha com variáveis que

envolvem um conjunto de crenças, valores, dificultado obter resultados totalmente reais.

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4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste tópico passaremos a evidenciar a apuração de PIS e COFINS contemplando

todos os insumos, serviços e locações que são alocados indiretamente na produção passíveis

de créditos efetuadas por empresas Mineradora preponderantemente exportadora .

Como apurar os créditos de PIS e COFINS e como utilizar?

A fim de evidenciar como apresentamos uma tabela abaixo demonstrando alguns

insumos e matéria prima passíveis de créditos.

TOTAL da Base de Cálculo para Créditos a Descontar do

mês R$ 9.657.108,58

Aquisição de bens e Serviços utilizados como insumos na

fabricação de produtos destinados a venda ou prestação de

serviços (CFOP’s 1.101 e 2.101) + Beneficiamento - para

obtenção de Receita no Mercado Externo.

R$ 4.893.899,91

Serviços Utilizados para Insumos R$ 629.212,70

Armazenagem de mercadoria e Frete na operação de venda,

transporte entre filiais - R$ 1.101.979,18

Despesas de Aluguéis de prédios pagos a pessoa jurídica,

utilizados nas atividades da empresa R$ -

Despesas de Aluguéis máquinas e equipamentos, pagos a

pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa R$ 610.637,32

Despesas c/ Energia Elétrica consumida no estabelecimento R$ -

Aquisições de Bens Imobilizado Lei 11.051/04 - 1/48 R$ 1.483.192,88

Despesas com encargos de depreciação e amortização de

máquinas e equipamentos utilizados na fabricação de produtos

destinados à venda e/ou na prestação de serviços.

Despesas com encargos de depreciação e amortização das

edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros, quando o

custo é pago pelo locatário.

R$ 938.186,59

PIS sobre Descontos do Mês R$ 159.342,29

Saldo Anterior

Crédito Utilizado no mês

Crédito Lançado Extemporâneo

Saldo Atual - PIS sobre Descontos R$ 159.342,29

COFINS sobre Descontos do Mês R$ 733.940,25

Saldo Anterior

Crédito Utilizado no mês

Crédito Lançado Extemporâneo

Saldo Atual - COFINS sobre Descontos R$ 733.940,25

QUADRO 2 - Apuração de Créditos de PIS e COFINS

Page 12: Créditos de pis e cofins na atividade de empresa preponderantemente exportadora

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Diante do acima exposto a Mineradora Hipotética auferiu 100% de Receita de

Exportação, desta feita não existem débitos de PIS e COFINS a pagar tendo em vista que

Receitas provenientes de Exportação são isentas de PIS e COFINS, no entanto apesar da

Isenção de PIS e COFINS sobre Exportação, a legislação atinente permite o contribuinte

tomar créditos, com isto a empresa obteve os seguintes créditos com COFINS R$ R$

733.940,25 e PIS R$ 159.342,29.

Como utilizar estes créditos COFINS R$ R$ 733.940,25 e PIS R$ 159.342,29?

A Legislação pertinente prevê que os aludidos créditos poderão ser utilizados para

compensar débitos administrados pela Receita Federal, como por exemplo para pagar

IRPJ(Imposto de Renda Pessoa Jurídica) E CSL ( Contribuição Social Líquida).

Os procedimentos para utilizar os referidos créditos serão feitos por meio da

PERDCOMP (Programa para compensação).

A empresa apurou R$ 900.000,00 referentes a CSL e IRPJ, logo a com a

compensação teremos a seguinte valor a pagar por desembolso financeiro.

Para melhor elucidar vamos demonstrar a forma de compensação.

Período Impostos Débitos Créditos Compensação

1º Trimestre PIS/COFINS R$893.285,54 R$893.285,54

2º Trimestre IRPJ/CSL R$ 900.000,00 (R$ 900.000,00)

Saldo a

pagar

R$ 6.714,46

Quadro 3 – Demonstração de Compensação de Impostos

Como regra, os créditos da contribuição para o Programa de Integração Social - PIS

e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social - COFINS, escriturados por

pessoa jurídica que tenha auferido receitas submetidas ao regime de tributação não-

cumulativa, de que trata a Lei nº. 10.637/2002 e Lei nº. 10.833/2003, são utilizados na

dedução dos débitos das mesmas contribuições, decorrentes de suas receitas tributadas.

No que concerne aos créditos acumulados porém sem débitos há compensar a

legislação pertinente permite a solicitação do ressarcimento, conforme previsto na Portaria

MF nº 348/2010, art. 1º, I e II, da Portaria MF nº 348/2010.

Importante salientar que o procedimento para solicitar o Ressarcimento é através

do programa PERD/COMP disponível no site da receita federal, pois bem ao proceder o

envio a Receita Federal faz o pagamento de 50% no prazo de 30 dias a contar a data da

recepção da solicitação.

Page 13: Créditos de pis e cofins na atividade de empresa preponderantemente exportadora

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5. CONCLUSÃO

O estudo ainda que não esgotado, concluímos que a sistemática de apuração das

contribuições PIS e COFINS na modalidade não cumulativa vieram trazer benefícios para

as empresas, porque diferentemente da tributação em cascata, o sistema não cumulativo

proporciona a tributação apenas sobre o valor agregado, assim, evita-se a cumulação de

tributos.

Verificamos que o crédito não utilizado gera perdas substanciais e a criação de

contingências fiscais, afetando o resultado das empresas. Na maioria das vezes, isto acontece

porque as contribuições não foram lançadas corretamente ou não tiveram o tratamento

adequado, por essa razão as Empresas Preponderantemente exportadora ao implementar

controles internos e segregar os itens que são insumos para obtenção do crédito das

contribuições de PIS e COFINS poderá obter oportunidades tributárias, trazendo recursos

financeiros para a empresa, tendo em vista que os gastos e os dispêndios podem ser

enquadrados como insumos na atividade operacional.

Ressaltamos a importância de controlar os créditos, faz-se necessário elaborar um

demonstrativo de apuração de créditos das contribuições contemplando todos os itens com

seus respectivos valores que tomou os créditos, pois esse servira como documento suporte

para conciliações contábeis e saldos das contribuições PIS e COFINS a recuperar sobre o

valor agregado.

Salientamos também a necessidade de cumprimento das obrigações acessórias, bem

como o EFD (Escrituração Fiscal Digital) e para usufruir do benefício deverá utilizar sistema

PER/DCOMP (Programa de compensação e restituição de créditos).

Concluímos que as empresas ao absorver os benefícios de créditos das

contribuições poderão ter um melhor resultado financeiro, com isso poderá oferecer maior

remuneração aos investidores, e ter uma economicidade de impostos acarretando em um

menor desembolso financeiro.

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CREDITS AND BENEFITS OF PIS AND COFINS ACTIVITY IN GOLD MINING

PREPONDERATLY EXPORTER

ABSTRACT

This article is about the recognition of credits related to PIS and COFINS non-

cumulative system in a preponderantly exporting Gold Mining Industry that came with the

advent of Law 10.637 / 02 and 10.833 / 03 established the system of non-cumulative, for

purpose of eliminating the cascading effects in order to relieve the taxpayer. Due to

complexity of the issue in question, the taxpayer has difficulty identifying the inputs that

could take credit, Therefore, we decided to discuss this subject, claims, as well as utilization

excess credits and the procedures for to apply compensation or reimbursement request.

We found that if companies adopt a strongly management focused on internal controls can

minimize the risks with potential tax contingencies as well as get better financial results,

take a well return to stakeholder and be more competitive.

Key words - PIS and COFINS Contributions, VAT, credit, compensation,

reimbursement.

Page 15: Créditos de pis e cofins na atividade de empresa preponderantemente exportadora

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 10.426/2002, art. 7º, com redação dada pela Lei nº 11.051/2004

BRASIL. Decreto nº 4.524/2002

BRASIL. Decreto nº 5442/2005

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BRASIL. Instrução Normativa SRF nº 209/2002 (revogada pela BRASIL.IN SRF nº

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http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/ins/2002/in2472002.htm

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http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/AtosInterpretativos/2005/SRF/ADISRF003.h

tm

BRASIL.ADI SRF nº 25/2003 disponível em 15/11/2014

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BRASIL.ADI SRF nº 21/2002.disponível em 15/11/2014

http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/atosinterpretativos/2003/SRF/ADISRF021.ht

m

BRASIL. Lei nº 11.196/2005, disponível em 15/11/2014 decorrente da conversão em lei da

Medida Provisória nº 255/2005 (também incorporou os dispositivos da Medida Provisória

nº 252/2005) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11196.htm

Page 16: Créditos de pis e cofins na atividade de empresa preponderantemente exportadora

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BRASIL. Lei nº 11.051/2004, disponível em 15/11/2014 decorrente da Medida Provisória

nº 219/2004 http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/leis/2004/lei11051.htm

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