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Locação financeira Locação financeira ou arrendamento mercantil também conhecido pelo termo em inglês leasing, é um contrato através do qual a arrendadora ou locadora (a empresa que se dedica à exploração de leasing) adquire um bem escolhido por seu cliente (o arrendatário, ou locatário) para, em seguida, alugá-lo a este último, por um prazo determinado. Ao término do contrato o arrendatário pode optar por renová-lo por mais um período, por devolver o bem arrendado à arrendadora (que pode exigir do arrendatário, no contrato, a garantia de um valor residual) ou dela adquirir o bem, pelo valor de mercado ou por um valor residual previamente definido no contrato. O cliente deste tipo de crédito, é tipicamente, uma empresa, podendo, no entanto, ser, também, contratado por pessoa física. O leasing é um contrato denominado na legislação inglesa como “arrendamento mercantil”. As partes desse contrato são denominadas “arrendador” e “arrendatário”, conforme sejam, de um lado, um banco ou sociedade de arrendamento mercantil e, de outro, o cliente. O objecto do contrato é a aquisição, por parte do arrendador, de bem escolhido pelo arrendatário para sua utilização. O arrendador é, portanto, o proprietário do bem, sendo que a posse e o usufruto, durante a vigência do contrato, são do arrendatário. O contrato de arrendamento

LEASING E FACTORING

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Locação financeira

Locação financeira ou arrendamento mercantil também conhecido pelo termo em inglês

leasing, é um contrato através do qual a arrendadora ou locadora (a empresa que se dedica à

exploração de leasing) adquire um bem escolhido por seu cliente (o arrendatário, ou

locatário) para, em seguida, alugá-lo a este último, por um prazo determinado. Ao término

do contrato o arrendatário pode optar por renová-lo por mais um período, por devolver o

bem arrendado à arrendadora (que pode exigir do arrendatário, no contrato, a garantia de

um valor residual) ou dela adquirir o bem, pelo valor de mercado ou por um valor residual

previamente definido no contrato.

O cliente deste tipo de crédito, é tipicamente, uma empresa, podendo, no entanto, ser,

também, contratado por pessoa física.

O leasing é um contrato denominado na legislação inglesa como “arrendamento mercantil”.

As partes desse contrato são denominadas “arrendador” e “arrendatário”, conforme sejam,

de um lado, um banco ou sociedade de arrendamento mercantil e, de outro, o cliente. O

objecto do contrato é a aquisição, por parte do arrendador, de bem escolhido pelo

arrendatário para sua utilização. O arrendador é, portanto, o proprietário do bem, sendo que

a posse e o usufruto, durante a vigência do contrato, são do arrendatário. O contrato de

arrendamento mercantil pode prever ou não a opção de compra, pelo arrendatário, do bem

de propriedade do arrendador.

Formas de leasing

Existem 3 formas de leasing ou locação financeira:

Financeiro;

Operacional;

Leasing back.

No leasing operacional, existe uma cláusula de prestação de serviços (assistência técnica,

treinamento especializado, etc.), ligada à locação dos bens. As despesas oriundas desta

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prestação de serviços tanto podem ser de responsabilidade da arrendadora quanto da

arrendatária. O prazo mínimo para esse tipo de leasing é de 90 dias.

O leasing financeiro se diferencia do operacional por inexistência de cláusula de prestação

de serviços. É uma espécie de locação com a opção de devolução ou compra do bem, bem

como de renovação do contrato ao fim dele. Caso a arrendatária resolva comprar o bem,

pagará um valor residual preestabelecido no contrato.

O leasing back, ou leasing de retorno, é a modalidade na qual a arrendatária, sendo

proprietária de um bem, vende-o à arrendadora e esta o aluga àquela. Geralmente ocorre

quando uma empresa necessita de capital de giro. Ela vende seus bens a uma empresa que

aluga de volta os mesmos. Essa modalidade está disponível apenas para arrendatários

pessoas jurídicas.

CONTRATOS DE FINANCIAMENTO

Os contratos de financiamento: A locação financeira (Leasing)

A classificação destes novos contratos deve, ser cautelosa, sem deixar de os ligar ao seu

“território de origem”: o Direito Económico, entendido como tecido normativo inerente à

relação entre Estado e os agentes económicos, tanto numa perspectiva de exercício de

autoridade, como de eventuais atitudes na qualidade de agente económico.

De larga aplicabilidade na vida das empresas e em outros domínios da vida social, são

capazes de influenciar toda a estrutura económica, como exemplo, os contratos de locação

financeira, factoring e franchaising. Na sua forma moderna, a locação financeira ou leasing

surgiu nos Estados Unidos da América, como nova fórmula comercial e financeira.

No decurso da década de 80, as empresas, inseridas numa conjuntura económica restritiva,

suportando fortes dificuldades de acesso ao crédito e uma elevada carga fiscal, recorreram

aos empréstimos a médio e curto prazo junto das instituições monetárias, com

consequências em muitos casos desastrosas, mas como única forma de sobrevivência de um

sector empresarial constituído pelas PMEs, levando a um grande desenvolvimento do

leasing no nosso país, onde tinha sido regulamentado.

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O leasing permite o aumento da capacidade de endividamento da empresa sem afectar a sua

capacidade de obtenção de empréstimos, proporcionando a cobertura total do investimento

e ainda a total dedutibilidade das prestações a pagar.

O contrato de locação financeira é recebido da ordem jurídica portuguesa como um

contrato de locação financeira, e o art. 1º DL 171/79 definia-o como o contrato pelo qual

uma das partes se obriga, contra a retribuição, a conceder à outra o gozo temporário de uma

coisa, adquirida ou construída por indicação desta, e que a mesma pode comprar, total ou

parcialmente, num prazo convencionado, mediante o pagamento de um preço determinado

ou determinável nos termos do próprio contrato.

Nestes termos, o modelo adoptado foi o do contrato de amortização total com opção de

compra no fim: trata-se de um contrato de locação com opção de compra, de quaisquer

bens, desde que realizado por um período inferior ao da vida útil do objecto do contrato;

nestes termos, a locação financeira é, um contrato de médio ou longo prazo, dirigido a

“financiar” alguém, não através da prestação de uma quantia em dinheiro, mas através do

uso de um bem. Hoje a locação financeira tem o seu regime jurídico no DL 149/95 de 24 de

Junho. A actual definição legal, diz, que “locação financeira é todo o contrato pelo qual

uma das partes se obriga, mediante retribuição, a ceder à outra o gozo temporário de uma

coisa, móvel ou imóvel, adquirida ou construída por indicação desta, e que o locatário

poderá comprar, decorrido o período acordado, por um preço nele determinado ou

determinável, mediante simples aplicação dos critérios nele fixados”.

Como traços essenciais, pode-se destacar os seguintes:

O objecto do contrato pode ser quaisquer bens;

Quanto à forma apenas é necessário documento particular, embora, no caso de

bens imóveis, se exija reconhecimento notarial presencial das assinaturas das

partes;

Compete ao Banco estabelecer os limites mínimos e máximos do valor residual;

A locação de coisas móveis pode ser celebrada por um prazo mínimo de 18

meses, e a de imóveis por um prazo mínimo de sete anos;

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O locador obriga-se a adquirir ou mandar construir o bem a locar, conceder o

gozo do bem para os fins a que se destina, e vender o bem ao locatário, se este

estiver interessado, findo o contrato;

O locatário obriga-se a pagar as rendas, facultar ao locador o exame do bem

locado, não aplicar o bem diverso daquele a que se destina, assegurar a sua boa

conservação, efectuar o seguro do bem locado e a restitui-lo findo o contrato,

quando não opte pela sua aquisição, entre outras obrigações.

Por fim, referia-se que as sociedades de locação financeira, definidas como instituições

de crédito que têm por exclusivo o exercício daquela actividade, têm o seu regime jurídico

contido no DL 72/95 de 15 de Abril.

 Factoring

É a actividade parabancária, que consiste na aquisição de créditos a curto prazo, derivados

da venda de produtos ou da prestação de serviços, no mercado interno e externo. Encontra-

se previsto no ordenamento jurídico português desde 1965, na qualidade de actividade

parabancária típica, e já em 1986, foram regulamentadas as sociedades de factoring (DL

171/95 de 18 de Julho):

a)      A actividade de factoring é definida com uma cessão de financeira, consistindo na

aquisição de créditos de curto prazo, derivando da venda de bens ou da prestação de

serviços, tanto no mercado interno como no externo;

b)      Aquela actividade só pode ser desenvolvida por sociedades de factoring e pelos

bancos;

c)      O contrato de factoring tem sempre forma escrita e nele intervêm o factor ou

cessionário e o aderente ou cedente dos créditos;

d)      O direito subsidiário aplicável às sociedades de factoring é o regime geral das

Instituições de Crédito e das Sociedades Financeiras.

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As sociedades que tenham por objecto a actividade de factoring têm que constituir-se

sob a forma de Sociedade Anónima, não podendo desenvolver qualquer outra actividade.

Modalidades:

Serviço completo (Full Factoring): trata-se de um acordo consubstanciado através de um

contrato do qual o fornecedor se compromete a ceder sistematicamente a uma sociedade de

factoring todos os seus créditos provenientes da venda de mercadorias ou da prestação de

serviços e que esses créditos se encontram representados por facturas ou por outra

documentação equivalente.

Factoring com recurso: os aspectos da cobrança e antecipação dos fundos são

privilegiados, o factor não classifica os devedores, limitando-se a uma análise sumária da

sua credibilidade, não garante o risco de crédito e reserva o direito de regresso sobre o

aderente no caso de insucesso das cobranças; obriga o factor a uma análise mais complexa

e pormenorizada da aderente e do produto ou serviços fornecidos.

Matority factoring: a grande incidência nesta versão verifica-se na prestação de serviços,

não sendo praticamente contemplada a componente financeira.

Bulk factoring: o factor apenas procede à antecipação dos fundos e não efectua qualquer

prestação de serviços; consiste no desconto de facturas, com a diferença que os créditos são

efectivamente cedidos ao factor (na prática).

Factoring confidencial: destina-se a aderentes que necessitam da antecipação dos fundos

mas que têm o seu próprio serviço de cobranças pelo que não pretendem usar o factor.

 Franchaising

Este não é propriamente um contrato de financiamento, embora esta operação esteja

presente, mas reflexamente, pelo que constitui uma das características do contrato.

Trata-se essencialmente de um contrato de expansão e desenvolvimento, para o

franquiador, e a possibilidade de iniciar uma nova etapa da sua vida empresarial, para o

franquiado. Dispondo de um mercado mais vasto, com um mínimo de investimento, ao

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contrário das filiais, em que o investimento é integralmente suportado por uma única

estrutura empresarial, no franchaising o franquiador conta ainda com os pagamentos do

franquiado: prestações periódicas e preços de aquisição dos produtos, residindo aqui, o

elemento dinamizador de expansão e desenvolvimento. Juridicamente o franchaising é um

contrato atípico. Isto quer dizer que se trata dum contrato que não tem regime jurídico

próprio, ao contrário da locação financeira e do factoring, os quais são contratos tipificados

na lei. O contrato de franchaising, consiste num sistema de distribuição em que uma parte

(o franchisador) concede a uma outra parte (o franchisado) o direito de distribuir os

produtos ou prestar serviços e a explorar um negócio de acordo com um dado sistema de

marketing, com o mínimo de risco e de investimento. Atendendo a este facto, toda a sua

disciplina, no nosso ordenamento jurídico se reporta à parte geral dos contratos, onde

impera o princípio da liberdade contratual das partes (art. 405º e segs. CC). À luz deste

princípio (autonomia privada), cabe às partes fixarem, em termos vinculativos, a disciplina

que mais lhe aprouver, desde que conforme com a lei.

a)      Contrato de franchaising de distribuição: é o contrato pelo qual o franquiado se

obriga a vender determinados produtos num estabelecimento seu, mas com o nome e

imagem do franquiador, ou seja, o contrato visa a comercialização de determinados

produtos do franquiador.

b)      Contratos de franchaising de serviço: o franquiado oferece serviços sobre a

insígnia, o nome comercial ou a marca do franquiador, garantir a qualidade dos

serviços fornecidos por operadores independentes sob a imagem e indicação dos

franquiadores.

c)      Contrato de franchaising de produção industrial: o franquiado fica autorizado,

mediante o fornecimento know-hout, por parte do franquiador, a produzir bens que

depois vende sob a marca deste, resumindo, o sistema franquiado tem por objecto o

fabrico e venda de um determinado produto.

Os direitos permanentes (do franchisador) são normalmente indicados como principal fonte

de rendimento do franchisador e constituem a maior contribuição para as suas despesas

centrais, podem ser pagos numa das três formas:

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Um royalty, uma percentagem fixa do volume de negócio, sobre o volume dos

negócios.

Uma margem sobre o preço dos materiais adquiridos ao franchisador;

Um montante regular fixo por estabelecimento.