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i Sérgio Alfredo Macore Análise do Papel dos Stocks na Gestão Financeira das Pequenas e Medias Empresas: um estudo de caso na empresa Nova Base, Lda. - Nampula, 2014 2015 Licenciatura em Gestão de Empresas com Habilitações em Gestão Financeira

Monografia análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

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Sérgio Alfredo Macore

Análise do Papel dos Stocks na Gestão Financeira das Pequenas e Medias Empresas: um

estudo de caso na empresa Nova Base, Lda. - Nampula, 2014 – 2015

Licenciatura em Gestão de Empresas com Habilitações em Gestão Financeira

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Universidade Pedagógica

Nampula

2016

Sérgio Alfredo Macore

Análise do Papel dos Stocks na Gestão Financeira das Pequenas e Medias

Empresas: um estudo de caso na empresa Nova Base, Lda. - Nampula, 2014 – 2015

Monografia Científica Apresentada a

Escola de Contabilidade e Gestão,

Delegação de Nampula para obtenção do

grau académico de licenciatura em Gestão

de Empresas com Habilitações em Gestão

Financeira.

Supervisor: dr. Benedito Machado

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Universidade Pedagógica

Nampula

2016

Índice

LISTA DE TABELAS...................................................................................................... vi

LISTA DE FIGURAS...................................................................................................... vii

LISTA DE GRÁFICOS .................................................................................................. viii

LISTA DE ABREVIATURAS ......................................................................................... ix

DECLARAÇÃO ................................................................................................................x

DEDICATÓRIA ............................................................................................................... xi

AGRADECIMENTO ...................................................................................................... xii

RESUMO........................................................................................................................ xiii

CAPITULO 1: INTRODUÇÃO ..................................................................................... 15

1.1. Introdução ............................................................................................................ 15

1.2. Objectivos do Estudo ........................................................................................... 16

1.2.1. Objectivo Geral ............................................................................................. 16

1.2.2. Objectivos Específicos .................................................................................. 16

1.3. Justificativa .......................................................................................................... 16

1.4. Definição do Problema......................................................................................... 17

1.5. Hipóteses de Estudo ............................................................................................. 17

1.6. Delimitação do Estudo ......................................................................................... 18

1.7. Estrutura do trabalho ............................................................................................ 18

CAPÍTULO 2: REVISÃO DA LITERATURA ............................................................. 20

2.1. Introdução ............................................................................................................ 20

2.2. STOCKS: CONCEITO E CARACTERISTICAS ............................................... 20

2.2.1. A Importância dos Stocks.............................................................................. 21

2.2.2. Tipos de Stocks.............................................................................................. 23

2.2.3 Função dos Stocks .......................................................................................... 23

2.2.4. Stock de Segurança........................................................................................ 24

Page 4: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

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2.2.5. Procedimentos da administração de materiais .................................................. 25

2.2.5.1. Cadastro ...................................................................................................... 25

2.2.5.2. Compras...................................................................................................... 25

2.2.5.3. Recebimento ............................................................................................... 27

2.2.5.4. Armazenamento.......................................................................................... 27

2.2.5.5. Inventário Físico ......................................................................................... 28

2.2.5.6. Giro dos stocks ........................................................................................... 29

2.2.5.7. Tempo de cobertura do stock (ponto de pedido e tempo de reposição) ..... 30

2.2.6. Gestão de Stocks ............................................................................................... 30

2.2.6.1. Função da Gestão de Stock......................................................................... 31

2.2.6.2. Planeamento e controlo de stocks............................................................... 31

2.2.6.3. Função do controlo de stock ....................................................................... 32

2.2.6.4. Custos dos Stocks ....................................................................................... 32

2.2.6.5. Classificação de sistemas de gestão de stocks ............................................... 33

2.2.6.5.1. Sistemas de quantidade fixa de encomenda ............................................ 33

2.2.6.5.2. Sistemas periódicos de encomenda ......................................................... 34

2.2.6.6. Elementos a ter em conta com a Gestão de Stocks .................................... 34

2.2.6.7. Técnicas de Gestão dos stocks ................................................................... 34

2.2.6.7.1. Classificação dos stocks segundo o valor de uso – Sistema ABC .......... 35

2.2.6.7.2. Classificação XYZ................................................................................... 36

2.2.6.7.3. Sistema Just-in-time (JIT) ....................................................................... 36

2.2.6.7.4. Tempo de Reposição por ponto de pedido .............................................. 38

2.2.6.7.5. Modelo de Reposição - Sistema duas Gavetas ........................................ 38

2.2.6.8. Modelo de Controlo de stocks .................................................................... 39

2.2.6.8.1. Controle de stocks pelo MRP .................................................................. 40

2.2.6.9. Analise e Níveis de Stocks............................................................................. 41

2.2.6.9.1. Método PEPS ou FIFO ............................................................................ 41

2.2.6.9.2. Método UEPS ou LIFO ........................................................................... 41

CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DA PESQUISA ....................................................... 44

3.1 Tipo da pesquisa.................................................................................................... 44

3.2.Método de abordagem da pesquisa ....................................................................... 44

3.3. Método de procedimento da pesquisa .................................................................. 44

3.4. Técnicas de colecta de dados ............................................................................... 44

Page 5: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

v

3.5. População em estudo e tamanho da amostra........................................................ 45

3.5.1. População em estudo ..................................................................................... 45

3.5.2. Tamanho da amostra...................................................................................... 45

3.6. Ferramentas da análise e softwares usados .......................................................... 45

CAPÍTULO 4: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS .................................... 46

4.1. Introdução ............................................................................................................ 46

4.2. Localização geográfica do campo de estudo........................................................ 46

4.3. Caracterização da Empresa .................................................................................. 46

4.4. Apresentação de dados obtidos ............................................................................ 47

4.4.1. Pesquisa sobre controlo de stocks ................................................................. 48

CAPÍTULO 5: CONCLUSÃO E SUGESTÕES ............................................................ 56

5.1. Conclusão............................................................................................................. 56

5.2. Sugestões.............................................................................................................. 57

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ........................................................................... 58

APÊNDICE..................................................................................................................... 60

ANEXOS ........................................................................................................................ 63

Page 6: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

vi

LISTA DE TABELAS

Tabela. 1. Hipóteses, Variáveis e Indicadores ............................................................... 17

Tabela. 2. Classificação da dificuldade na obtenção dos itens ...................................... 25

Tabela. 3. Técnica XYZ................................................................................................. 35

Tabela. 4. Exemplos de enfoques JIT para alguns problemas ....................................... 36

Tabela. 5. Movimento de stocks e cálculo do custo médio pelo método PEPS ............ 40

Tabela. 6. Movimento de stocks e cálculo médio pelo método UEPS .......................... 41

Tabela. 7. A Influência da Gestão de Stocks nos Índices Financeiros .......................... 42

Page 7: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

vii

LISTA DE FIGURAS

Figura. 1. Curva ABC para classificação de stocks....................................................... 34

Figura. 2. Sistema de duas gavetas ................................................................................ 37

Figura. 3. Sistema de duas gavetas ................................................................................ 38

Figura. 5. Vista frontal do edifício da empresa Nova Base, Lda. - filial de Nampula. . 45

Figura. 6. Organograma da empresa Nova Base, Lda. .................................................. 46

Page 8: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

viii

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico. 1. Nível Académico dos respondentes ao questionário ................................... 47

Gráfico. 2. Género dos respondentes ao questionário ................................................... 47

Gráfico. 3. Tipos de stock de matérias vendidos na empresa ........................................ 48

Gráfico. 4. Modelo de controlo de stock realizado na empresa..................................... 48

Gráfico. 5. Quantidade de pedidos de compra mensal .................................................. 49

Gráfico. 6. Critério usado para reabastecimento dos stocks .......................................... 50

Gráfico. 7. Custos associados na manutenção dos stocks em armazém ........................ 50

Gráfico. 8. Quantidade de stocks mensal necessária para atender as necessidades dos

pedidos dos clientes ........................................................................................................ 51

Gráfico. 9. Principal critério na escolha do fornecedor ................................................. 52

Gráfico. 10. Principal barreira encontrada por sua empresa para a gestão dos stocks

eficiente........................................................................................................................... 52

Gráfico. 11. Análise pessoal em relação a adopção de um sistema informatizado na

empresa ........................................................................................................................... 53

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ix

LISTA DE ABREVIATURAS

LIFO Last In First Out: Ultimo a Entrar, Primeiro a Sair

FIFO First In First Out: Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair

QOE Quantidade Óptima a Encomendar

PNE Ponto da Nova Encomenda

PME Pequena e Medias Empresas

APE Atraso no Prazo de Entrega

ROI Return on Inventory Investiments / Retorno sobre

Investimento em Stock

MRP Manufacturing Resource Planning: Planeamento das

Necessidades de Materiais

JIT Just In Time

AC Aumento do Consumo Diário

PE Prazo de Entrega

S Seg. Stock de Segurança ou de Reserva

TR Tempo de Reposição

CF Custo Financeiro de Manter o Stock

PP Ponto de Pedido

ed. Editora

Q Quantidade

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x

C Consumo Diário

D Procura anual

S Custo de preparação da encomenda

H Custo anual de posse ou armazenamento

R Ponto da nova encomenda

L Prazo de acomodamento

DECLARAÇÃO

Declaro por minha honra que este trabalho é da minha autoria, resulta da minha

investigação e sob orientação do meu Supervisor. Esta é a primeira vez que submeto

numa instituição Académica para obter o grau Académico de Licenciatura em Gestão de

Empresas com Habilitações em Gestão Financeira.

Nampula, aos ______ de Março de 2016

Nome do Autor

______________________________________________

(Sérgio Alfredo Macore)

Nome do Supervisor

_____________________________________________

(dr. Benedito Machado)

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xi

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha mãe Dona Jacinta João Baptista.

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xii

AGRADECIMENTO

Em primeiro lugar agradeço à Deus por me dar o dom da vida e a capacidade de superar

todas as dificuldades e barreiras encontradas.

Aos meus parentes, amigos e colegas do curso que lutamos juntos durante todo o

percurso sempre com o mesmo objectivo.

Ao meu supervisor dr. Benedito Machado pela sua orientação e todos os docentes que

contribuíram para que o meu objectivo fosse atingido.

A todos que deram o seu contributo, respondendo os questionários.

Meu muito obrigado!

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xiii

RESUMO

O presente estudo trata-se sobre o tema Analise do papel dos Stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas, uma vez que a gestão de stocks constitui

em acções que permitem o gestor analisar se os stocks estão sendo bem utilizados, bem localizados, bem manuseados e controlados. A gestão de stock busca garantir a máxima

disponibilidade de produto, com o menor de stock possível. Portanto o objectivo da pesquisa é analisar a contribuição da Gestão de stocks no desempenho financeiro das pequenas e medias empresas, dessa forma, a pesquisa aqui desenvolvida tem por

finalidade analisar as técnicas e modelos de controlo de stock utilizadas pela empresa Nova Base, Lda. no intuito de averiguar como estes contribuem para eficiência, eficácia

e prevenção de desperdícios de materiais. Para tanto, foi realizado um estudo de caso na referida empresa, por meio de questionário com alguns trabalhadores da empresa e os responsáveis da gestão de Stocks na organização. Por fim, conclui-se que a gestão de

stock segundo os autores pesquisados é sem dúvida uma das ferramentas que os gestores podem utilizar para a redução de custos dentro da organização.

Palavras-chave: Stock. Controlo. Gestão.

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Page 15: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

15

CAPITULO 1: INTRODUÇÃO

1.1. Introdução

O cenário em que as empresas estão vivenciando no momento tem uma característica de

alta competitividade, devido ao alto grau de instabilidade vindo do exterior como as

crises, sem contar com a grande competitividade das empresas locais onde a cada

instante surgem um novo concorrente que entra para dividir a fatia de clientes que antes

eram fiéis a uma empresa.

Deste modo as empresas que pretendem permanecer no mercado estão focalizando em

novas técnicas de controlo e na procura de funcionários especializados. Um controlo

efectivo do stock só gera benefícios, como redução de perdas que leva a maximização

dos lucros e um ganho capital.

Assim a gestão eficaz de stock é cada vez mais fundamental nas organizações,

tornando-se uma questão determinante no desempenho das empresas. Dai que

aperfeiçoar o investimento em stocks, sua gestão e possuir um stock eficiente, influi no

desempenho da produção e nas vendas.

Em tempos de competitividade, as empresas travam uma verdadeira guerra pela busca e

fidelização de clientes. Para tanto, são investidos muitos recursos da mesma, não apenas

financeiro, mas de tempo. Dessa forma, a gestão de stocks, propiciando atendimento

pontual aos clientes, no momento e quantidade desejada, é um diferencial competitivo,

assumindo então características estratégicas.

A gestão de stocks começa antes mesmo do produto estar finalizado. Toda empresa

existe por que produz bens ou serviços visando suprir uma necessidade, obtendo dessa

transacção um retorno financeiro. Para tanto, as empresas passam pelo modelo de

produção: inputs1, transformação e outputs2.

Entretanto, no processo produtivo podem ocorrer diversos factores que interrompam a

produção (greve operacional, falta de matéria prima, por exemplo) justificando assim,

um stock de produtos acabados, para que as vendas e as receitas da organização não

1 Input (entradas) -Trata-se do primeiro item a entrar no processo de transformação, geralmente uma

matéria-prima ou um outro produto terminado que agora será transformado novamente.

2 Output (saídas) - versa-se do produto final depois de concluído o proces so de transformação, este por

sua vez já pronto para ser fornecido ao consumidor.

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sejam afectadas todas as vezes que problemas ocorram. Assim a presente pesquisa visa

analisar uma série de acções que permitem o Gestor verificar se os stocks estão sendo

bem utilizados, bem localizados em relações aos sectores que eles utilizam, bem

manuseados e bem controlados do modo a contribuir no desempenho financeiro da

empresa.

1.2. Objectivos do Estudo

A presente pesquisa procura alcançar os objectivos traçados, isto é, geral e os

específicos de modo que se materialize a questão acima colocada acerca da gestão de

stock nas pequenas e medias empresas, em particular a empresa NOVA BASE LDA.

1.2.1. Objectivo Geral

Assim a presente pesquisa tem como objectivo geral:

Demonstrar a contribuição da gestão de stocks no desempenho financeiro das

pequenas e medias empresas, em particular a empresa Nova Base, Lda.

1.2.2. Objectivos Específicos

Descrever as principais funções da gestão de stocks;

Identificar o melhor nível de stock a ser usado pelas empresas;

Apresentar os modelos de gestão de stock que possam melhorar a empresas.

Avaliar os métodos usados no controlo de stocks;

Mostrar os principais custos associados a manutenção dos stocks.

1.3. Justificativa

O mundo actual está ficando cada vez mais competitivo devido a globalização, com isto

os negócios estão se tornando um campo de batalha, cujo objectivo é manter e

conquistar mais clientes. Esta nova realidade está transformando as empresas em geral.

Os clientes estão ficando cada vez mas selectivos e exigentes, acompanhando a

evolução dos produtos e da tecnologia. Devido a isto as empresas estão se sentindo

forçadas a competir e utilizar de tudo para reduzir despesas e custos sem perder a

qualidade dos seus produtos.

Dai que a gestão de stocks engloba o planeamento do stock e o seu controlo. O

planeamento irá determinar antecipadamente a quantidade do stock a data de entrada e

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17

saída e os pontos de pedido do material. O controlo consiste em registar os dados e

comparar com o planeamento, apontando possíveis desvios.

Destaca-se, ainda, o interesse do pesquisador na realização da presente pesquisa o que

amplia a possibilidade de sua aplicação prática, sem contar no acréscimo de

conhecimento e um melhor entendimento sobre o assunto. Trata-se, portanto, de um

verdadeiro incremento de competência profissional para o autor.

Desta forma pretende-se com a realização deste trabalho contribuir para que empresas

possam atender aos seus anseios de redução de custos e maximizar os seus lucros na

área dos stocks. Com este trabalho espera-se que as pequenas e médias empresas

tenham uma visão mais aprofundada sobre a gestão de stock.

1.4. Definição do Problema

A gestão das pequenas e médias empresas normalmente não dão prioridade o controlo

de stocks e este nem sempre é realizado de forma eficiente, podendo levar os gestores a

tomar decisões controversas.

Pode-se dizer que devido à má gestão dos stocks, o caixa da empresa é atingido

directamente, pois as compras não são feitas com bases técnicas, ou seja, pessoas que

não tem qualificação para gerir os stocks. Neste caso, o gestor de stock tem como maior

objectivo buscar métodos que o leve a melhorar o seu controlo de mercadorias. Com

isso a principal questão que será levantada nesta pesquisa é: Até que ponto a Gestão de

stock influencia no desempenho financeiro das empresas?

1.5. Hipóteses de Estudo

Em menção ao problema em estudo, o autor propõe as seguintes hipóteses:

H1: A utilização de ferramentas adequadas de planeamento e controlo dos Stocks,

contribui na melhoria da gestão das pequenas e medias empresas.

H2: O uso dos modelos eficazes de controlo de Stocks, influenciam significamente na

redução dos níveis de ruptura dos mesmos.

Page 18: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

18

Tabela 1. Hipóteses, Variáveis e Indicadores

Hipóteses Variáveis Indicadores

H1: A utilização de ferramentas

adequadas de planeamento e controlo dos Stocks, contribui na melhoria da gestão das pequenas e

medias empresas.

Independente: Utilização de ferramentas de planeamento e

controlo de stocks.

Definição dos objectivos.

Definição de metas.

Dependente: Melhora a gestão das Pequenas e Medias Empresas.

Definição dos

objectivos e a forma de

os atingir;

Coordenar a execução

de tudo o que foi

planeado;

Controlar os resultados

obtidos, comparando-

os com os objectivos

pretendidos.

H2: O uso dos modelos eficazes de controlo de Stocks, influenciam

significamente na redução dos níveis de ruptura dos mesmos.

Independente: Uso dos modelos

eficazes de controlo de stocks.

Disponibilidade de produtos;

Reduz o índice de atrasos na entrega.

Dependente: Reduz níveis de ruptura dos mesmos.

Existência de material disponível para fazer face aos pedidos;

Redução de trabalho na elaboração de novos

pedidos.

Fonte: adaptado pelo autor.

1.6. Delimitação do Estudo

A presente pesquisa realizou-se na empresa Nova Base, Lda. – filial de Nampula, no

período de 2014 a 2015. Onde irá abordar como a gestão de stock colabora nas

actividades dentro da organização.

1.7. Estrutura do trabalho

Para uma melhor percepção e análise, o trabalho está estruturado em cinco capítulos,

sendo:

No capítulo introdutório é apresentada a introdução, os objectivos do estudo: geral e

específico que se esperam alcançar e a justificativa. Depois, é apresentada a definição

do problema de pesquisa, a hipótese de estudo e a delimitação do estudo.

Page 19: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

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No segundo capítulo é apresentada a revisão da literatura, onde diferentes autores

apresentam os principais delineamentos acerca da gestão de stock.

No terceiro capítulo é apresentada a metodologia da pesquisa, onde foi evidenciada a

classificação da pesquisa, fontes de dados, universo e amostra, dados da pesquisa, o

plano de colecta de dados e por fim instrumentos usados para a colecta de dados.

O quarto capítulo apresenta uma caracterização actual da empresa em análise e faz

análise, apresentação e interpretação dos dados dos inquiridos.

No último capítulo é apresentada conclusões e sugestões, referencia bibliográfica

utilizada para a elaboração do trabalho, sem deixar de lado os apêndices em anexos.

Page 20: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

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CAPÍTULO 2: REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Introdução

Para melhor compreensão do tema proposto no trabalho, faz-se necessária a

apresentação dos conceitos teóricos que envolvem a situação analisada. Neste capítulo,

serão apresentadas abordagens de autores referentes ao estudo de gestão de stock,

2.2. STOCKS: CONCEITO E CARACTERISTICAS

Stocks são mercadorias tanto acabadas quanto em processo de finalização que estão nas

dependências da empresa. Conforme a definição do autor Slack (2009), stock pode ser

definido como:

Stock é definido aqui como a acumulação armazenada de recursos

materiais em um sistema de transformação. Algumas vezes, o termo

stock também é usado para descrever qualquer recurso transformador de

capitais. (SLACK, 2009, p. 356).

Segundo Slack (2009), stocks são quantidades armazenadas ou em processo de

produção, que tem a finalidade de dar uma independência entre os processos da cadeia

produtiva. Os stocks geralmente são usados como uma forma de se proteger contra a

imprevisibilidade dos processos ou da demanda do mercado.

O termo stock pode ter vários significados, visto tradicionalmente pode-se considerá-lo

como representativo de matérias-primas, produtos semi-acabados, acabados,

componentes para montagem, sobressalentes, materiais administrativos e suprimentos

variados, ou então no stock pode configurar máquinas, equipamentos, ferramentas,

recursos financeiros e até humanos, podendo ser de livros, imóveis, dinheiro em banco,

cientistas, professores, etc. (SEGALL E VIANA, 1988, p.35).

Quando se busca as características do stock deve-se levar em conta alguns factores que

podem influenciar nas operações de uma determinada empresa, levando em

consideração que cada produto deve ser armazenado de forma específica. As principais

características segundo o autor Slack (2009) são: “Stock de segurança, stock de ciclo,

stock de desacoplamento, stock de antecipação e stock no canal de distribuição”

(SLACK, 2009, p. 358-360).

Page 21: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

21

Stock de ciclo: Este tipo de stock aparece à medida que as empresas aumentam seu mix

de produtos com objectivos de redução do custo unitário e redução da ociosidade dos

equipamentos, mantendo sempre em produção. Assim Slack (2009, p. 358), salienta que

“o stock de ciclo ocorre porque um ou mais estágios na operação não podem fornecer

simultaneamente todos os itens que produzem”.

Stock de desacoplamento: Esse tipo de stock para Slack (2009) é o stock de materiais

que estão esperando para ser transformados, com isto pode-se programar a velocidade

de cada operação optimizando suas operações. Com isto o gestor pode desmembrar as

operações e aplicar a velocidade necessária para seu processamento sem que prejudique

a qualidade dos outros processos.

Stock de antecipação: O stock de antecipação segundo Slack (2009), pode ser muito

utilizado quando se tem uma variação muito grande de fornecimento de matérias-primas

ou de produtos essenciais para o funcionamento da organização. Utiliza-se este tipo de

stock no varejo quando em alguns períodos pré-definidos, como uma época do ano já

conhecida que aumenta as vendas dos produtos oferecidos pela empresa, exemplo:

natal, carnaval etc. Promoção de certos produtos, período de férias de fornecedores, etc.

Com o stock de antecipação os gestores podem se prevenir dos imprevistos ligados à

demanda, ou seja, evita um desabastecimento e o não atendimento das demandas

previstas.

Stock no canal de distribuição: Slack (2009), define stock no canal de distribuição

como: stock no canal existem porque o material não pode ser transportado

instantaneamente entre o ponto de fornecimento e o ponto de demanda. Se uma loja de

varejo encomendar itens de consignação de um de seus fornecedores, o fornecedor vai

alocar stocks para a loja de varejo em seu próprio armazém embalá-lo, carregá-lo em

seus próprios caminhões, transporta-lo para seu destino, e descarregá-lo no stock do

varejista. (Slack, 2009, p. 281) portanto Slack (2009), diz que este tipo de stock ocorre

quando não se pode locomover os produtos desejados pelas empresas rapidamente do

fornecedor ao depósito.

2.2.1. A Importância dos Stocks

Os stocks representam boa parte dos activos da empresa, em alguns casos podendo

representar aproximadamente 46% dos activos totais.

Page 22: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

22

Então, pode-se considerar que, “os stocks são recursos ociosos que possuem valor

económico, os quais representam um investimento destinado a incrementar as

actividades de produção e servir aos clientes” (VIANA, 2000, p.144).

Hoje o relacionamento cliente/fornecedor é totalmente diferente de alguns anos atrás,

quando cada um procurava tirar o máximo de proveito do outro, e, se não eram amigos,

pelo menos a desconfiança era mútua. Actualmente o relacionamento é do tipo parceria,

com elevada confiança, em que cliente e fornecedor se ajudam sempre na procura de

soluções eficazes e que possam trazer mais benefícios aos consumidores finais,

(MARTINS e CAMPOS, 2006, p.171).

Contudo, houve a necessidade de se estudar uma melhor forma para manter um stock de

segurança. Para Ballou (1993), Um dos mais respeitados gurus da logística, afirmou

que, em sistemas logísticos, os inventários são mantidos para:

Melhorar o serviço ao cliente: dando suporte a área de marketing, que ao criar

demanda precisa de material disponível para concretizar vendas.

Economia de escala: os custos são tipicamente menores quando o produto é

fabricado continuamente e em quantidades constantes.

Protecção contra mudanças de preços em tempo de inflação alta: um alto

volume de compras minimiza o impacto do aumento de preços dos fornecedores.

Protecção contra incertezas na demanda e no tempo de entrega: considera o

problema que advém do sistema logístico quando tanto o comportamento de

demanda dos clientes quanto o tempo de entrega dos fornecedores não são

perfeitamente conhecidos, ou seja, para atender os clientes são necessários

stocks de segurança.

Protecção contra contingências: proteger a empresa contra greves, incêndios,

inundações, instabilidades políticas e outras variáveis exógenas que podem criar

problemas. O risco diminuiria com a manutenção de stocks.

Atender aos clientes na hora certa, com a quantidade certa e requerida, tem sido o

objectivo da maioria das empresas. Assim, a rapidez e presteza na distribuição das

mercadorias assumem cada vez mais um papel preponderante na obtenção de uma

vantagem competitiva duradoura.

Page 23: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

23

2.2.2. Tipos de Stocks

Segundo o autor Pozo (2007, p 41) em uma organização pode-se encontrar vários tipos

de stocks, dentre eles:

Stock de matérias-primas: corresponde aos materiais básicos da produção que

não sofreram nenhuma transformação dentro das dependências da organização.

Este tipo de stock pode ser lã, tecidos, madeiras;

Stock de materiais intermediários: também conhecido como produtos em

processamento. Este tipo de stock é o que está em fase mais avançada de

processamento, faltando poucos processos para a finalização do produto;

Stock de materiais acabados: é o Stock que já passou por todas as fases de

processos como matéria-prima e semi -acabado é está embalados e prontos para

a revenda;

Materiais de manutenção: são materiais que servem para fazer a manutenção

das máquinas e do edifício, podem ser ferramentas, papel, rolamentos etc.

2.2.3 Função dos Stocks

Os stocks têm a função de regular o volume de materiais, auxiliando como regulador na

diferença entre entradas e saídas de materiais.

Para Mayer:

Os stocks devem compensar erros na projecção e demanda dos produtos da

empresa, mas para que isso ocorra à matéria-prima e partes adquiridas devam

ser programadas e que estejam disponíveis na hora certa, assim como os

produtos finais, função quase impossível. Por isso as maiorias das organizações

optam em manter stocks, para prevenir possíveis imprevistos. (MAYER, 1990,

p.41).

As funções do stock para Ballou (1993), podem estar nos diversos sectores da

organização, pois melhoram o nível de serviço oferecido devido à localização dos

stocks mais próximos dos clientes e pontos de vendas, fazendo com que o produto esteja

sempre disponível.

O stock incentiva economias de produção, pois quando se produz grande lote, o custo

unitário é o mínimo, permitindo assim economias de escala nas compras e descontos no

transporte, protecção contra contingências, como greves, incêndios e inundações. No

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24

entanto, apesar dos inúmeros benefícios dos stocks é necessário destacar os custos

elevados que advêm da sua manutenção.

2.2.4. Stock de Segurança

Conhecido também como stock isolador, para Slack (2002) este compensa as incertezas

inerentes ao fornecimento e demanda, variação que pode surgir devido às variações

humanas no tempo de processamento ou outros motivos como quebras ocasionais,

perturbações, atrasos de entrega etc.

Tubino (1997) complementa que quanto maior as variações na demanda, maior devem

ser o stock de segurança, que deve estar relacionado a dois factores, o custo de

manutenção do stock e dos custos decorrentes do esgotamento do item.

Quantidade mínima possível capaz de suportar um tempo de ressuprimento superior ao

programado ou um consumo desproporcional. Ao ser atingido pelo stock em declínio,

indica a condição do material, desencadeando providências, como, por exemplo, a

activação das encomendas em andamento, objectivando evitar a ruptura do stock.

(VIANA, 2000, p151).

Podendo ser calculado pela fórmula geral:

SS: Stock de reserva ou de segurança;

C: consumo diário;

APE: atraso no prazo de entrega;

AC: aumento do consumo diário;

PE: prazo de entrega.

As principais falhas no processo de reposição de stock ocorrem em três pontos

principais:

Atraso de entrega pelo fornecedor: muitas vezes o fornecedor não tem as

condições necessárias para cumprir com os prazos de entrega, por ter falhas no

sistema de transporte ou produção gerando falta de stocks por parte do

fornecedor.

Aumento repentino da demanda: ocorre fora da previsão da empresa, pela

grande alta rotatividade de um determinado item, ou por outras causas, como

Page 25: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

25

exemplo promoções, a chegada de um grande pedido para um determinado

cliente, aumento da produção para manter o stock.

Demora no procedimento do pedido de compra: são um conjunto de falhas do

sistema de gestão e controle do stock de materiais, falhas em gerar informações

do almoxarifado relativas à área de compras, que podem incidir em atrasos

excessivos no processo de pedidos.

2.2.5. Procedimentos da administração de materiais

O objectivo da administração de materiais é agrupar os produtos de diversas origens e

finalidades, a fim de que na hora de reabastecer a loja, possa ser feita com mais

agilidade, e com controlo dos materiais referentes à demanda da empresa. Na

administração de materiais, estão incluídos os sectores típicos da maioria das empresas,

dos quais trataremos a seguir.

2.2.5.1. Cadastro

O cadastro dos produtos é fundamental para uma empresa, pois é aqui se encontram

todos os dados referentes a ele.

Para Viana (2002) o cadastro de materiais é essencial para cadastrar os materiais

necessários para a manutenção e o desenvolvimento da organização, no qual precisa ser

completo, com todos os dados necessários para a identificação do produto, no qual os

envolvidos na administração de materiais tenham facilidade na hora que trabalhar com

os produtos.

De acordo com Bowersox, Closs e Cooper (2006) antigamente o processo de cadastro

de produtos, era um sistema burocrático ou de baixa importância, com o passar dos

anos, esse conceito foi mudando.

Segundo Francischini e Gurgel (2002) para cada item do mix, precisa-se criar uma lista

de fornecedores do mesmo, sendo que apenas devem-se comprar os produtos do

fornecedor cadastrado na lista. Por outro lado, a empresa deve acompanhar a logística

de fornecimento, sendo que a partir do momento que o produto é cadastrado, ele deve

estar em vigor quando aprovado o cadastro do fornecedor.

2.2.5.2. Compras

Dias (1993), menciona que a função de compras é essencial no departamento de

matérias, por ela ser responsável pelo suprimento de materiais, devendo assim ser

Page 26: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

26

planeada para que sejam supridas a necessidade no momento certo e quantidade corre ta

de acordo com o que foi citado no pedido e planear o armazenamento dos produtos

comprados.

Conforme Viana (2002) a actividade de compras tem por função, suprir as necessidades

da empresa, de acordo com a demanda dos clientes, buscando sempre as melhores

condições comerciais para a satisfação do cliente.

Bowersox, Closs e Cooper (2006) citam que antigamente, a função principal do

comprador, era de conseguir manter a empresa, com recursos de baixo custo, agregando

valor maior e assim obtendo mais lucro.

Gasnier (2010) exemplifica a classificação de aquisição 1 2 3, que diz respeito ao

processo de compras dos itens em stock, fazendo assim a qualificação e confiabilidade

dos fornecedores quanto ao prazo de entrega proposto no ato da compra. As classes 1, 2

e 3 são denominadas da seguinte forma:

Tabela 2. Classificação da dificuldade na obtenção dos itens

Classe Dificuldade

1

Complexa: tratam-se dos itens de obtenção muito difícil,

pois envolvem diversos factores complicadores

combinados;

2

Difícil: Envolve alguns poucos factores complicadores

relacionados acima, tornando o processo de obtenção

relativamente difícil

3

Fácil: Fornecimento, ágil, rápidos e pontuais, o item

possui amplas alternativas a disposição no mercado

fornecedor.

Fonte: GASNIER (2010 p.43)

Para Chiavenato (2005, p. 100):

A área de compras tem por finalidade a aquisição de materiais,

componentes e serviços para suprir às necessidades da empresa e do seu

sistema de produção nas quantidades certas, nas especificações exactas

e no tempo certo.

Page 27: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

27

2.2.5.3. Recebimento

A função do sector de recebimento de materiais é a de garantir que o produto entregue

está de acordo com as especificações descritas na ordem de compra.

Segundo Francischini e Gurgel (2002) é denominado recebimento de materiais a partir

do momento que a empresa passa a ter responsabilidade pelo material comprado, após

conferir todas as informações junto à ordem de compra da empresa. Após esse

momento, a empresa não tem mais o direito de reclamar sobre possíveis danos, avarias

sobre os produtos adquiridos.

Para Martins e Laugeni (2003) os procedimentos para o recebimento de materiais são:

verificar o pedido de compra, verificar os elementos fiscais constantes na nota fiscal de

entrega, conferir unidades e preços, vistoriar as embalagens e por último verificar

qualidade dos produtos adquiridos pela empresa.

De acordo com Chiavenato (2005), o recebimento de materiais é responsável pelas

características do produto, qualidade, preço e prazo, sendo de obrigação do sector de

compras repassar estas informações ao sector de recebimento. Chiavenato ainda diz que

conferias as informações, o sector recebe os produtos e armazena-os e com isso esta

autorizando o sector de finanças pagar pelos produtos adquiridos.

2.2.5.4. Armazenamento

Para Viana (2002) o armazenamento dos produtos pode ser simples ou complexa,

dependendo da variação da armazenagem se da em função do tipo do produto, peso,

volume, fragilidade, etc.

De acordo com Martins e Laugeni (2003 p.445) o armazenamento de materiais é

importante para reduzir o custo de fretes, reduzirem o custo de produção e melhor

atendimento ao cliente. Os objectivos de um bom armazenamento são:

Permitir o sistema PEPS (primeiro ao entrar, primeiro ao sair);

Manter a qualidade dos materiais tomando o devido cuidado para que o

armazenamento não altere as suas características;

Obter identificação clara dos materiais;

Controle sobre a quantidade armazenada;

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28

Promover o equilíbrio sobre compra e demanda, identificando materiais com

baixo nível de demanda com stock alto, materiais iguais com denominações

diferentes;

Diminuir os espaços alocados;

Diminuição de custos referente a stocks;

Manter um sistema de informação rápido e eficaz.

Dias (1993) diz que um sistema coreto de armazenamento influi no aproveitamento dos

produtos e dos meios de movimentação, evita rejeição de peças com danos ocasionados

por batidas e impactos, devido ao manuseio inadequado, e reduzem as perdas.

Dias, Martins e Laugeni, falam que o armazenamento de matérias é responsável pela

qualidade dos produtos e pelo controlo de que os primeiros materiais que entram são os

primeiros a sair. A organização deste sector é que expressa a administração de uma

empresa.

2.2.5.5. Inventário Físico

Conforme Viana (2002) o inventário físico visa o estabelecimento de auditoria de stocks

em poder do almoxarifado, cujo objectivo é garantir confiança e exactidão dos registos

contabilísticos e físicos, essencial para que o sistema funcione de forma eficaz.

Para Martins e Alt (2001) o inventário físico é o responsável pela informação da

quantidade dos itens constantes no stock. O autor ainda salienta que um dos meios que a

empresa tem para auxiliar no fluxo de caixa é os inventários. Com um inventário físico

alto, a empresa gera custos, que não trarão benefícios. Os recursos utilizados pela

empresa para fabricação de deus produtos devem ser bem administrados, com isso

pode-se agregar mais valor a ele e o custo final diminuirá.

Para Dias (1993 p. 399), as empresas devem salvar seus dados de inventários em

softwares ou em documentos seguros, com estes dados em mãos, auxiliarão o gestor na

sua tomada de decisão na hora da compra.

Gasnier (2010 p. 316) diz que existem tipos de inventários de acordo com a necessidade

de cada empresa:

Inventário geral: é a contagem física de todos os itens da empresa a portas

fechadas e em uma data pré-fixada, ou no fechamento contabilístico do ano;

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29

Inventário permanente: consiste na contagem dos produtos pelo menos uma

vez ao ano;

Inventário rotativo: neste inventário, os produtos são contados semanal ou

diariamente conforme a determinação do gestor quanto a frequência do

inventário. A partir do resultado deste, os registos que encontram transacções

divergentes são reconciliados, buscando identificar e remover as causas das

divergências.

2.2.5.6. Giro dos stocks

Para Martins e Alt (2001), giro de stock consiste em medir a quantidade de vezes por

um determinado período o stock se renovou ou girou.

Francischini e Gurgel (2002 p.310) têm o mesmo pensamento: “Giro ou rotatividade de

stock é definido como o número de vezes em que o stock é totalmente renovado em um

período de tempo, geralmente anual”. Dá-se o cálculo pela seguinte fórmula:

Utilizando o exemplo de um item em stock que sua demanda média anual foi de 1420

unidades e seu stock médio foi de 109 unidades:

Os autores ainda falam que alem do giro de stock calculado, pode-se calcular o tempo

médio dos produtos em stock, este é definido pelo tempo médio que o stock é renovado,

tem como calculo o inverso do giro de stock:

Que ao utilizar o mesmo exemplo do giro de stocks, tem-se o seguinte resultado:

Tempo Médio em Stock = 0,077 anos = 0,92 meses

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30

Com as informações acima geradas correctamente, o gestor de stocks tem segurança

para saber quando comprar novamente sem prejudicar a empresa. Com o tempo médio,

o gestor poderá saber qual o tempo ideal par renovação de seu stock e dar maior atenção

aos itens que tem maior giro e demanda.

2.2.5.7. Tempo de cobertura do stock (ponto de pedido e tempo de reposição)

Segundo Martins e Alt (2001) a cobertura dos stocks é definida pela quantidade do

stock dividido pela quantidade média da demanda, resultante em dias que o stock

suprirá as necessidades. Desta forma, o autor mostra um modelo de cálculo para a

cobertura do stock:

Utilizando o exemplo de um período de 6 (seis) meses:

6meses x 30 dias/mês = 180dias

Giro = 17,34 Unidades/dia

Com o cálculo acima apurado, o gestor tem a quantidade em dias que terá produtos a

venda, programando assim a compra ideal para o próximo período (tempo de entrega

em dias do próximo pedido).

2.2.6. Gestão de Stocks

Segundo Martins e Alt (quinta tiragem, 2003) ambos mestres em engenharia de

Produção afirmam que a gestão de stocks constitui em acções que permitem o gestor

analisar se os stocks estão sendo bem utilizados, bem localizados, bem manuseados e

controlados. A gestão de stock busca garantir a máxima disponibilidade de produto,

com o menor de stock possível.

A gestão de stocks entende que quantidade de stock parada é capital parado. Ou seja,

não esta tendo nenhum retorno do investimento efectuado e, por outro lado, este capital

investido poderia estar suprindo a urgência de outro segmento da empresa, motivo pelo

qual a gestão deve projectar níveis adequados, objectivando manter o equilíbrio entre

stock e consumo. Os níveis devem ser actualizados periodicamente para evitar

problemas provocados pelo crescimento do consumo ou vendas e alterações dos tempos

de reposição.

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31

2.2.6.1. Função da Gestão de Stock

Uma má gestão no stock acarretaria em inúmeros prejuízos à empresa. Dentre eles

elevação do cancelamento de pedidos, parada de produção por falta de matérias, falta de

espaço para armazenamento, quantidades maiores de stock enquanto a produção

permanece constante, e assim vai. Portanto, sua existência em meio ao planeamento do

controle de stock torna-se essencial. A gestão age como protectora do aumento dos

preços é quem incentiva as economias na produção e mais, é a gestão quem protege as

empresas das incertezas na demanda e no tempo de reabastecimento do stock.

(MARTINS e ALT, 2003)

2.2.6.2. Planeamento e controlo de stocks

De acordo com Arnold (1999), nas técnicas de planeamento e controlo de material, a

decisão de o que, quando e quanto comprar é tomado com base em modelos de stocks

que, além de procurarem atender essas questões considerando, basicamente, o factor

custo e o factor capital, minimizando um e maximizando o outro, utilizam previsões que

supõem uma demanda do tipo contínuo, na qual os seus instantes são relativamente

próximos e as suas variações razoavelmente pequenas, o seu enfoque, na gestão de

stock convencional, como observa Arnold (1999), cada item é controlado

individualmente e suas demandas são previstas com base em factores de aleatoriedade,

o que ocorre, porém, na produção, são relações de dependência simples de demandas

entre diversos materiais.

Para Slack; Chambers; Johnston (2002), para melhor gestão de stocks, os gestores

devem realizar duas tarefas: primeiramente, precisam discriminar todos os diferentes

itens armazenados, de maneira que possam aplicar um grau de controlo em cada item,

de acordo com sua importância e, posteriormente a esta distinção, necessitam realizar

um investimento em um sistema de processamento de informação que tenha capacidade

de gerir o controlo dos stocks.

Para Francischini e Gurgel (2002 p.310), controlo, é definido como fluxo de informação

que permite comparar o resultado real com o planeado. Esse fluxo pode ser visual ou

oral. Recomenda-se que seja documentado, para que possa ser analisado, visualizado e

recuperado quando necessário.

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De acordo com Ching (2007 p.220), o controlo de stock exerce grande influência sobre

a rentabilidade da empresa. Os stocks usam capital de uso potencial e tem o mesmo

custo de capital de qualquer outro projecto de investimento.

Viana (2002 p.448) enfatiza que, qualquer que seja o método, é fundamental a

observância das rotinas em prática, a fim de evitar problemas de controlo, com

consequências no inventário, que tragam prejuízos para a empresa.

2.2.6.3. Função do controlo de stock

A função do controlo de stocks é a de controlar entradas e saídas de mercadorias,

registando seus preços conforme a operação e no final verificar as informações

registadas com o saldo físico disponível no stock.

Dias (1993 p.399), diz que as funções para a organização do sector de controlo de stock

são:

Determinar “o que” deve permanecer em stock, em números;

Determinar “quando” se devem reabastecer os stocks, em períodos;

Determinar “quanto” de stock é necessário para o período pré determinado;

Receber, armazenar e atender os produtos adquiridos de acordo com as

necessidades;

Controlar os stocks em quantidades e valores e fornecer as informações sobre

posição de stock;

Manter inventários periódicos para conferência das quantidades e avaliação do

estado dos materiais, e

Identificar e retirar do stock os produtos antigos ou danificados.

Assim, a função de do controlo de stock denomina-se o controlo sobre a posição dos

produtos, a hora de comprar, a quantidade a ser comprado, o que realmente se possui no

stock e todas as informações necessárias sobre os produtos armazenados.

2.2.6.4. Custos dos Stocks

A gestão de stock incorre em dois tipos básicos de custo: custos de manutenção de stock

e os custos associados à falta do mesmo. Este segundo tipo de custo é relacionado ao

nível de serviço da empresa, sendo muitas vezes negligenciado pela mesma.

Para Dias (1993 p.399); Existem certos componentes de custo que não podem ser

calculados com grande precisão, mas que ocorrem quando um pedido atrasa ou não

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33

pode ser entregue pelo fornecedor. Podemos determinar os custos de falta de stock ou

Custo de Ruptura das seguintes maneiras:

Por meio de lucros cessantes, devidos a incapacidade de fornecer. Perdas de

lucros, com cancelamento de pedidos.

Por meio de custos adicionais, causados por fornecimentos em substituição com

material de terceiros.

Por meio de custos causados pelo não cumprimento dos prazos contratuais como

multas, prejuízos, bloqueio de reajustes.

Por meio de “quebra de imagem” da empresa, e em consequência beneficiando o

concorrente.

Como a gestão de stock abrange uma grande gama de actividades de uma empresa,

normalmente existem custos, que não os de manutenção de stock ou associados

directamente à falta de produto, que são impactados pelo processo de gestão.

Contador (1998) descreve a relação de custos mais relevantes e seus componentes:

Custo de obtenção: È proporcional a ordem de produção ou a compra do lote, este custo

é fixo e se refere:

Preparação para a produção de itens.

Preparação das máquinas (setup).

Inspecção das primeiras peças.

Custo de manutenção de stocks: São proporcionais ao volume do stock e ao tempo de

permanência deste.

Custo de seguro (impostos e juros).

Custos de stock que incluem um espaço e manuseio.

Custos de obsolescência.

Custos de depreciação.

Custos de oportunidade do capital.

2.2.6.5. Classificação de sistemas de gestão de stocks

2.2.6.5.1. Sistemas de quantidade fixa de encomenda

As respostas às questões quando e quanto encomendar, dependem do natureza da

procura e dos parâmetros usados para caracterizar o sistema. Neste caso, é assumido que

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34

a procura é conhecida e constante, o que significa que o número de artigos a

encomendar e o tempo entre o processamento de encomendas não sofrem variações. Os

artigos são sujeitos a uma revisão contínua e quando o ponto de encomenda atinge um

determinado nível, é feito o pedido de uma nova encomenda com um número fixo de

artigos. (SEGALL, 1988)

2.2.6.5.2. Sistemas periódicos de encomenda

São sistemas em que as encomendas são colocadas de períodos em períodos de tempo

previamente determinados e onde a quantidade a encomendar depende da procura

(conhecida) entre revisões. De períodos em períodos de tempo faz-se uma revisão do

stock e encomenda-se a quantidade necessária para elevar o nível de stock ao nível

máximo pretendido. (SEGALL, 1998)

2.2.6.6. Elementos a ter em conta com a Gestão de Stocks

1. Quantidade Óptima a encomendar

D – Procura anual

S – Custo de preparação da encomenda

H – Custo anual de posse ou armazenamento.

2. Ponto da Nova Encomenda

R – Ponto da nova encomenda

d – Procura media diária

L – Prazo de acomodamento

3. Custo Total Anual

2.2.6.7. Técnicas de Gestão dos stocks

As técnicas e ferramentas utilizadas para auxiliar e orientar o administrador em uma

eficiente gestão de materiais busca reduzir e eliminar falhas nos processos de

atendimento ao cliente. O excesso e falta de mercadoria, que podem gerar um custo não

programado, além de complicar o fluxo de caixa da empresa.

Page 35: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

35

2.2.6.7.1. Classificação dos stocks segundo o valor de uso – Sistema ABC

Nas organizações de hoje, existem várias ferramentas para fazer a medida dos custos e

uma das mais usadas é o sistema de custeio ABC, que são os custos baseados em

actividades.

O método ABC é o mais utilizado, pois leva em consideração a sua abrangência em

relação a determinado factor, separando os itens por classes de acordo com sua

importância relativa. Para classificar os itens podem ser utilizados vários parâmetros,

peso, volume ou número de movimentações, ou ainda por volume financeiro investido

em stock. No entanto o mais utilizado é o emprego da demanda valorizada, ou seja, a

quantidade do produto pelo seu custo unitário.

Dias (1993, p.77), Após os itens terem sido ordenados pela importância relativa, as

classes da curva ABC podem ser definidas das seguintes maneiras:

Classe A: grupo de itens importantes que devem ser tratados com uma atenção

especial pela administração.

Classe B: grupo de itens em situação intermediaria entre as classes A e C.

Classe C: grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção por

parte da administração.

De acordo com a classificação ABC, os itens podem ser separados em classe A, que são

os itens em pequenas quantidades, porém caros, e o contrário ocorre na classe C, onde

grandes quantidades, mas, porém com custos menores e a classe B que seria o

intermediário entre as duas classes.

Figura. 1 - Curva ABC para classificação de stocks

Fonte: (MOREIRA, 1996, p.463).

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36

2.2.6.7.2. Classificação XYZ

Itens são segmentados baseando-se no critério de criticidade e facilita as rotinas de

planeamento, reposição e gestão de stocks.

Tabela 3. Técnica XYZ

Classe Designação

X

Ordinário: Item de baixa criticidade, cuja falta

naturalmente compromete o atendimento de um

usuário interno (serviço ou produção) ou externos

(clientes finais), mas não implica em maiores

consequências.

Y

Inter-cambiável: Apresenta razoável

possibilidade de substituição com outros itens

disponíveis em stock sem comprometer os

processos críticos, caso seja necessário e em

detrimento dos custos envolvidos.

Z

Vital: Item cuja falta acarreta consequências

críticas, tais como interrupção dos processos da

empresa, podendo comprometer a integridade de

equipamentos ou segurança operacional. Para

facilitar a memorização, optamos por denominar

os itens mais críticos pela letra Z devido a sua

posição no extremo oposto do alfabeto.

Fonte: Prof. Fernando Augusto Silva Marins

2.2.6.7.3. Sistema Just-in-time (JIT)

“O sistema jus in time é um método de produção com o objectivo de disponibilizar os

materiais requeridos pela manufactura apenas quando forem necessários para que o

custo de stock seja maior. (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.127).”

Segundo Viana (2000), É a produção na quantidade necessária, no momento necessário,

para atender a variação de vendas com o mínimo de stocks em produtos acabados, em

processos e em matéria-prima. Para Martins e Campos (2006), O sistema just-in-time3 é

3 Just in time (na hora certa” ou "momento certo) - é um sistema de administração da produção que

determina que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora certa.

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um método de reprodução com objectivo de disponibilizar os materiais requeridos pela

manufactura apenas quando forem necessários para que o custo de stock seja menor.

Aborda-se geralmente o JIT, alguns de seus aspectos, como:

Melhoria contínua dos processos.

Eliminação de desperdícios.

Esforço contínuo na resolução de problemas.

Produção em stock.

Manufactura de fluxo contínuo.

O JIT é muito mais do que uma simples ferramenta de gestão, é um conjunto de técnicas

de administração do stock e da produção, considerada uma derivação do sistema

japonês “Kanban” (quantidade e momento da necessidade de reabastecimento),

especificando quanto será retirado do stock do fornecedor. (CHING, 2001, p.136).

Moura 2006, O objectivo do JIT é estreitar ainda mais o relacionamento entre

vendedores e clientes, eliminando a necessidade de intermediários, na medida em que o

vendedor assume responsabilidades dentro das instalações dos clientes, dispensando,

desse modo, parte das funções de compras para o cliente e de vendas para o fornecedor.

Tabela 4. Exemplos de enfoques JIT para alguns problemas

Problemas Solução JIT

Maquina não confiável Torna-la confiável

Grandes tamanhos de lote Produzir necessidade do cliente e adoptar sistema de puxar a demanda

Longos lead times4 de produção Melhorar a flexibilidade da produção e reduzir tempo de set up5

Qualidade insatisfatória Melhorar processos e trabalhar com fornecedores para garantir a qualidade assegurada

Fonte. Adaptado HONG (2006, p. 39).

4 Lead times (tempo de aprovisionamento ) - é o tempo entre o momento de entrada do material até à sua

saída do inventário. 5Set up - é o tempo decorrido para a troca (ferramenta, programa, equipamento) de um processo em

execução até a inicialização do próximo processo.

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38

2.2.6.7.4. Tempo de Reposição por ponto de pedido

Uma das informações básicas de que se necessita para calcular o stock mínimo é o

tempo de reposição, isto é, o tempo gasto desde a verificação de que o stock precisa ser

reposto até a chegada efectiva do material no almoxarifado da empresa. Segundo Dias

(1993), este tempo pode ser desmembrado em três partes:

1. Emissão do pedido: Tempo que leva desde a emissão do pedido de compra pela

empresa até ele chegar ao fornecedor.

2. Preparação do pedido: Tempo que leva o fornecedor para fabricar os produtos,

separar os produtos, emitir facturamento e deixá-los em condições de serem

transportados.

3. Transportes: Tempo que leva da saída do fornecedor ate o recebimento dos

materiais encomendados.

2.2.6.7.5. Modelo de Reposição - Sistema duas Gavetas

O modelo de reposição contínua, também chamado de modelo do lote económico

padrão, modelo de stock mínimo ou modelo do ponto de reposição, consiste em emitir

um pedido de compras, com quantidade igual ao lote económico (ou outro, a critério do

administrador de materiais), sempre que o nível de stocks atingirem o ponto de pedido.

(MARTINS e CAMPOS, 2006).

Esse é um método que consiste em executar o pedido de compra quando o stock de um

certo item atinge um nível previamente determinado. Este sistema é ainda mais

relevante para itens de baixo valor, os da classe C, procurando-se reduzir a burocracia

de compra do produto, sem cálculos, garantindo o suprimento normal dos itens.

Gonçalves e Schwember (1979) representaram este sistema por uma representação

gráfica de maneira bem prática, Sejam duas caixas:

Figura. 2 - Sistema de duas gavetas

Fonte: (GONÇALVES e SCHWEMBER, 1979, p.207)

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39

Todo material necessário é retirado da caixa 1, ficando fechada a caixa 2. Quando a

caixa nº 1 mostrar-se insuficiente para atender a demanda abre-se a caixa nº 2, uma

ordem é emitida para que se permita encher as duas caixas, sendo a demanda e o tempo

de reposição determinísticos. O material chegará exactamente no momento que o

material da caixa nº 2 tenha chegado à zero. Para uma melhor compreensão a disposição

das caixas ficará da seguinte maneira:

Figura. 3 - Sistema de duas gavetas

Fonte: (GONÇALVES e SCHWEMBER, 1979, p.208)

Logo, adiciona-se um stock de segurança para evitar possíveis imprevistos, então se

trabalha com um sistema de reposição com quantidade fixa com a vantagem de não

precisar de um registo com anotações e controle permanente. No entanto, esse sistema

não é adequado para itens que apresentem uma alta variação no consumo.

2.2.6.8. Modelo de Controlo de stocks

Os modelos de controlo de stocks podem ser divididos em dois grupos: os de emissão

directa e os de emissão indirecta. Nos modelos de emissão indirecta, os itens são

considerados independentes dos demais, cuja necessidade de reposição é função apenas

da previsão da demanda do item do mercado, ao contrário dos dependentes cujas

necessidades de reposição não são conhecidas até que a demanda dos itens aos quais

este item tem dependência seja determinada. Ex. de emissão indirecta: modelo de

controlo por ponto de pedido e por revisões periódicas.

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40

Os modelos de controlo de stock baseado em emissão directa são baseados na lógica do

MRP (Manufacturing Resource Planning6) que incluem itens com demanda dependente

e independente.

2.2.6.8.1. Controlo de stocks pelo MRP

Para Gonçalves e Schwember (1979), o sistema de planeamento dos requerimentos é

um tipo de gerência sistemática dos stocks baseados em um conjunto de procedimentos

e regras de decisão projectadas para determinar as necessidades de stocks dos itens que

compõem o produto em todos os níveis, a partir do produto final, com a finalidade de

gerar ordens de acção para esses requerimentos.

Mas, para Martins e Campos (2006), O Planeamento das necessidades de materiais é

uma técnica que permite determinar as necessidades de compras dos materiais que serão

utilizados na fabricação de um certo produto.

Os principais pré-requisitos e suposições envolvidos no MRP são:

Existe um programa mestre de produção que contém a lista de materiais.

Todos os itens do stock têm uma identificação única.

Os registos dos stocks contêm os dados históricos de cada item.

Os prazos de entrega são conhecidos.

Existem informações para conhecer oportunamente os recebimentos e consumos

de cada item.

Existe processamento independente dos itens em fabricação.

O MRP apoia-se num pacote de software para cálculo das necessidades de materiais e

de outros recursos, garantindo a sua disponibilidade no exacto momento em que são

necessários, nem antes (o que eu significa desperdícios) e nem depois (atrasando o

planeamento). (MOURA, 2006).

As quantidades devem estar correctas nos momentos certos para que a programação das

actividades seja no momento mais tarde possível, de modo a minimizar os stocks.

Quando se deduz as necessidades brutas do stock já existente, têm-se as necessidades

líquidas, a partir da qual são geradas as ordens de compra ou de produção.

6 Manufacturing Resource Planning MRP – Planeamento das necessidades de materiais

Page 41: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

41

2.2.6.9. Analise e Níveis de Stocks

2.2.6.9.1. Método PEPS ou FIFO

Conforme Pozo (2007) o sistema PEPS (Primeiro que entra, Primeiro a Sair): É baseado

na cronologia das entradas e saídas. O procedimento de baixa dos itens de stocks é feito

por ordem de entrada do material na empresa, o primeiro que entrou será o primeiro que

sairá, e assim utilizamos seus valores na contabilização do stock. (POZO, 2007, p. 88)

O autor Gonçalves (2007) contribui com Pozo (2007), sobre o método PEPS, ao utilizar

este método deverá considerar a ordem em que o produto entrou no stock. A saída ira

levar em conta o histórico das entradas.

O autor Francischini (2002), contribui com os demais autores dando sua definição para

o método PEPS:

PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair) ou FIFO (First In, First Out)

é o método que da prioridade a ordem cronológica das entradas. Ou

seja, sai o primeiro material que entrou no stock, com seu respectivo

preço unitário. Neste caso, cada lote de compra é controlado

separadamente. (FRANCISCHINI, 2002, p. 172)

Exemplo 1.

Exemplo de movimento de stock utilizando o método PEPS, “Numa empresa entraram

em stock, no dia 6-5, 100 unidades, de peça, ao preço de 15,00 cada; no dia seguinte 7-5

entraram mais 150 unidades a 20,00 cada: no dia 8-5, saíram de stock 150

unidades”.(DIAS, 2006, p. 161)

Tabela 5. Movimento de stocks e cálculo do custo médio pelo método PEPS

Fonte. Adaptado Dias (2006, p. 161).

2.2.6.9.2. Método UEPS ou LIFO

Para Pozo (2007), o método UEPS último que entra, primeiro que sai consiste na

cronologia das saídas e entradas, levando em considerarão o último que entrou, que será

Page 42: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

42

o primeiro a sair. Conforme Pozo (2007, p. 89) “é um procedimento muito utilizado em

economias inflacionárias, facilitando a contabilização dos produtos para definição de

preços de venda e reflectindo custos mais próximos da realidade de mercado.

Neste contexto o autor Gonçalves (2007), salienta que este método UEPS consiste ao

inverso do método PEPS, as entradas e saídas deverão proceder de maneira que o último

a entrar deverá ser o último a sair. Assim o autor Gonçalves (2007), ressalta que:

As saídas são processadas conforme as quantidades de cada, reduzindo

as quantidades de acordo com o histórico das entradas; porém,

considerando sempre que as primeiras unidades a sair devem ser

valorizadas com base na última entrada e, assim, sucessivamente.

(GONÇALVES, 2007, p. 185)

O autor Francischini (2002), contribui com a definição do método UEPS ou LIFO:

UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair) ou LIFO (Last In, First Out) inverte a

ordem cronológica de entrada no stock. Ou seja, o último lote a entrar no stock

que é o primeiro a ser considerado separadamente. (FRANCISCHINI, 2002, p.

172)

Exemplo 2.

O autor Dias (2006) exemplifica com um exemplo similar aos anteriores o

funcionamento do método UEPS, “Em uma empresa entraram em stock, no dia 2 -3,

150 unidades de uma peça ao preço unitário de 15,00; no dia 3-3, entraram mais 100

unidades a 20,00 cada, e saíram do stock, no dia 5-3, 150 unidades” (DIAS, 2006, p.

162).

Tabela 6. Movimento de stocks e cálculo médio pelo método UEPS

Fonte. Adaptado Dias (2006, p. 162)

Page 43: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

43

Tabela 7. A Influência da Gestão de Stocks nos Índices Financeiros

Índice Financeiro

Influência da Logística

LIQUIDEZ SECA

(Mostra a capacidade da empresa em atender suas obrigações no curto prazo

em suas datas de vencimento)

Melhora a composição do Activo

Circulante

Aceleração da conversão dos stocks

em vendas;

Gestão económica dos stocks.

Reduz o Passivo

Requisição dos recursos nas

quantidades e nos momentos certos (duplicatas com valores menores);

Evita necessidade de empréstimos.

ACTIVIDADE

(Mostra a rapidez com que certas contas são convertidas em vendas ou em caixa).

Aumento do Giro de Stock

Aumento do Giro do Activo Total

Diminuição dos stocks;

Troca dos stocks por informações;

Redução das áreas de armazenagem.

ENDIVIDAMENTO GERAL

(mostra o montante de terceiros usados para gerar lucros)

A gestão eficiente da logística

diminui o endividamento da empresa e ajuda facilitando o pagamento de

suas dívidas.

RENTABILIDADE

(quanto maiores as vendas e menores os

custos, maiores os lucros)

ROI (RETURN ON INVENTORY

INVESTMENTS/RETORNO SOBRE INVESTIMENTOS EM ESTOQUE):

É o indicador de desempenho que mede o resultado em relação a investimentos em stock. O denominador mais utilizado no

cálculo desse indicador é o stock médio para o período (normalmente anual), por ser

mais representativo em termos de níveis de stock ao longo do ano em comparação ao balanço do último dia do ano.

Fonte: CORRÉA, 2001

Page 44: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

44

CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DA PESQUISA

Este capítulo reserva-se em descrever o delineamento metodológico da pesquisa, para

melhor se compreender os métodos científicos usados na elaboração do trabalho, como

base inequívoca para a apresentação das conclusões do mesmo.

3.1 Tipo da pesquisa

Quanto ao tipo esta pesquisa caracteriza-se como pesquisa do tipo descritiva, esta

pesquisa consiste em investigações de pesquisa empírica cuja principal finalidade é o

delineamento ou análise das características de factos ou fenómenos, a avaliação de

programas, ou o isolamento de variáveis principais ou chave.

3.2.Método de abordagem da pesquisa

A elaboração da presente pesquisa foi delineada com base na seguinte abordagem:

Quanto ao problema, o estudo contempla uma abordagem do método indutivo, uma vez

que usou-se a Matemática através da Estatística. Utilizando como exemplo a

enumeração, trata-se de um raciocínio indutivo baseado na contagem.

3.3. Método de procedimento da pesquisa

Para a realização da pesquisa foi utilizado o método de procedimento monográfico ou

estudo de caso, em que a literatura empírica que fornece um fenómeno antigo para

actual dentro do seu contexto da realidade é a base no qual são utilizadas várias fontes

de evidência.

O que significa que para este trabalho, a investigação pressupõe uma abordagem

concreta em que o proponente inteirou-se sobre a matéria da analise do papel dos stocks

na gestão financeiras das PMEs, em particular a empresa Nova Base, Lda. Filial de

Nampula.

3.4. Técnicas de colecta de dados

Os dados necessários para a realização terão fonte primária, uma vez que serão obtidos

a partir das observações feitas directamente na empresa, sem a necessidade de consultar

documentos, pastas ou arquivos armazenados. Os dados primários, são aqueles colhidos

directamente na fonte.

Na recolha das informações referentes ao problema em estudo normalmente é

imprescindível o questionário. O uso desta técnica prende-se no facto de querer colher

Page 45: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

45

opiniões e ideias das individualidades escolhidas como amostra mediante uma série de

perguntas elaboradas pelo autor de forma clara, coerente e concisa.

Para o presente trabalho, foi elaborado um questionário dirigido a dez (10)

individualidades dos quais responsáveis da logística e pessoal do armazém. (Vide

apêndice).

3.5. População em estudo e tamanho da amostra

3.5.1. População em estudo

No presente trabalho, o universo é de 17 trabalhadores, o que corresponde ao total de

trabalhadores da empresa Nova Base, Lda. - filial de Nampula, distribuídos entre

pessoal de escritório, postos de venda, distribuição e armazém, considerado pelo

proponente do presente trabalho, como reunindo características pretendidas para a

pesquisa.

3.5.2. Tamanho da amostra

Para a efectivação deste trabalho utilizou-se uma amostra disponível e probabilística,

pois, cada elemento do universo tem a mesma probabilidade de ser escolhido para

pertencer a amostra. Dada a natureza do tema em estudo, a amostra cingiu-se aos

gestores do departamento da logística e o pessoal do armazém.

A amostra deste trabalho é constituída por 10 individualidades, sendo 2 responsáveis do

departamento de logística e 8 trabalhadores afectos em armazéns, que se mostraram

disponíveis.

3.6. Ferramentas da análise e softwares usados

Como parte prática de colecta de dados, para o presente trabalho, a pesquisa teve como

foco analisar a gestão de stock da empresa e com isso a colecta de dados ocorreu com

visitas a organização, foi usada a observação direita participativa em que o proponente

participou na colecta de dados observando directamente e questionário com alguns

trabalhadores responsáveis pela administração de materiais da empresa e para análise

dos dados colectados usou-se o método comparativo percentual.

Page 46: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

46

CAPÍTULO 4: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

4.1. Introdução

Este capítulo faz referência ao cenário actual da empresa, descreve e analisa os

procedimentos de controlo dos stocks adoptado pela mesma no seu departamento

logístico e apresenta as sugestões de melhoria necessárias para alguns destes

procedimentos.

Com o intuito de almejar os objectivos gerais e específicos desta pesquisa, foi aplicado

um questionário conforme apêndice A, direccionado ao pessoal do armazém da

empresa.

4.2. Localização geográfica do campo de estudo

A empresa Nova Base, Lda. - filial de Nampula, está estabelecida na cidade de

Nampula, na Rua da Unidade, nº 101.

Figura 5. Vista frontal do edifício da empresa Nova Base, Lda. - filial de Nampula.

Fonte: adaptado pelo autor

4.3. Caracterização da Empresa

A Nova Base, Lda. dedica-se ao comércio de equipamentos de higiene e segurança no

trabalho, contando com a experiência e dedicação de mais de 15 anos neste ramo,

Page 47: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

47

sempre com os olhos postos no futuro. Possui uma vasta gama de produtos e

comercialização das melhores marcas do mercado, sempre a preços muito acessíveis.

Desde Janeiro de 2009 as empresas que desempenham o serviço de manutenção de

extintores estão obrigadas por lei a estarem certificadas com a norma de 2012.

A Nova Base, Lda. possui todas as certificações oficiais para desempenhar o serviço de

manutenção de extintores em pequena ou larga escala.

Faz-se a manutenção de todos os tipos de extintores. Tem oficina certificada e todos os

equipamentos necessários para esta tarefa, bem como pessoal especializado para a

desempenhar. Também oferece formação de plano de evacuação de emergência e

Manuseamento de Equipamentos de Combate a Incêndio, ministrada na empresa

referida.

A Nova Base, Lda. possui um grande stock e variedade de produtos na área dos

equipamentos de segurança no trabalho: Calçado de trabalho, equipamento anti - queda,

mascaras, óculos e capacetes, vestuário de trabalho, luvas, produtos de higiene, combate

a incêndios, sinalizadores e outros.

4.4. Apresentação de dados obtidos

Os dados apurados do questionário dirigido aos responsáveis e pessoal do armazém da

empresa Nova Base, Lda. - filial de Nampula, estão organizados em categorias de

acordo com a natureza das respostas que foram dadas pelos inqueridos e os resultados

são apresentados em gráficos de acordo com o tipo de respostas, estes gráficos mostram

o estado de prevalência do fenómeno do controlo dos stocks da empresa.

Figura 6. Organograma da empresa Nova Base, Lda.

Fonte: adaptado pelo autor

Director

Contabilista Area Tecnica Gestor de Stock

Supervisores de Armazens

Gestor de RH

Page 48: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

48

Gráfico 1. Nível Académico dos respondentes ao questionário

Fonte: Adaptado pelo autor

Dos 10 respondentes dos questionários encaminhados apenas 1 que corresponde a 10%

possui nível superior, 3 que correspondem a 30% possuem nível técnico médio e 6 que

perfazem 60% possuem nível médio do ensino geral.

Gráfico 2. Género dos respondentes ao questionário

Fonte: adaptado pelo autor

Numa amostra de 10 trabalhadores inqueridos apenas 2 que correspondem 20% da

pesquisa são do sexo feminino e os restantes 8 que por sua vez correspondem 80% são

do sexo masculino, deste modo nota-se que há um desequilíbrio em termos de género na

empresa em questão.

4.4.1. Pesquisa sobre controlo de stocks

Para efectuar esta presente pesquisa, foi usado como critério a escolha de dez

trabalhadores da empresa, que tenham correlação directa com o armazém da empresa,

0

1

2

3

4

5

6

7

Doutorado Mestrado Superior Tecnico Medio Medio Basico

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Masculino Feminino

Page 49: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

49

tendendo a possibilidade de uma visão geral e ao mesmo tempo direccionado a sectores

que solicitam e efectuam compras.

Gráfico 3. Tipos de stock de matérias vendidos na empresa

Fonte: adaptado pelo autor

Dos 10 trabalhadores inqueridos no que correspondem 100% da amostra da pesquisa

afirmam que a empresa em questão utiliza um e único tipo de stock para a venda que é

stock de materiais de higiene e segurança no trabalho.

Gráfico 4. Modelo de controlo de stock realizado na empresa

Fonte: Elaborado pelo autor

Numa amostra de 10 trabalhadores inquiridos, 4 que correspondem a 40% afirma que o

controlo de stock e feito manualmente e por volta de 6 que perfazem 60% responderam

que o controlo é informatizado. Contudo, foi constatado que a empresa Nova Base, Lda.

0

2

4

6

8

10

12

Stock de materialde construção

Stock de materialeléctrico

Stocks de materialde higiene e

segurança notrabalho

Stocks de matériasperecíveis

Outro

0

1

2

3

4

5

6

7

Controlo Manual Visual Contrlo Informatizado Outro Nenhum

Page 50: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

50

possui o controlo de stock informatizado, mas ainda é utilizado o modelo de controlo

manual visual, que está sujeito a erros no processo de gestão dos stocks. Com isso a

empresa não trabalha de maneira eficiente e positiva com os softwares, gerando dois

relatórios, um manual e um visual.

Gráfico 5. Quantidade de pedidos de compra mensal

Fonte: Elaborado pelo autor

Dos trabalhadores inqueridos 3 que correspondem a 30% da amostra afirmam que a

empresa efectua ate 10 pedidos de compra mensal, 2 que correspondem a 20% da

amostra afirmam que a empresa efectua de 11 a 20 pedidos de compras mensal, 1 que

corresponde a 10% afirma que a empresa efectua de 21 a 30 pedidos por mês e por sua

volta os 4 que perfazem 40% sendo a maioria responderam que a empresa efectua mais

de 30 pedidos por mês.

Esta análise aponta para grande necessidade de implantação de um controlo de stock

muito bem elaborado.

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

3.5

4

4.5

Ate 10 pedidos de 11 a 20 pedidos de 21 a 30 pedidos mais de 30 pedidos

Page 51: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

51

Gráfico 6. Critério usado para reabastecimento dos stocks

Fonte: adaptado pelo autor

Numa amostra de 10 trabalhadores inquiridos, apenas 3 que correspondem 30% da

amostra afirmam que a empresa utiliza o critério de reabastecimento de stock em função

do tempo, este sistema vai em função do período independentemente ter o stock ou não

e os 7 trabalhadores que correspondem a 70% afirmam que a empresa utiliza o critério

de reabastecimento de stock em função das quantidades. Pode-se notar que a empresa

preocupa-se mais com aquisição de stock em função da quantidade fixa de encomenda,

dai que o controlo de stock é com base na quantidade de stock que a empresa usa.

Gráfico 7. Custos associados na manutenção dos stocks em armazém

Fonte: adaptado pelo autor

Dos 10 trabalhadores inqueridos, 2 que correspondem a 20% responderam que os custos

associados na manutenção de stocks é o custo de posse, 1 que corresponde 10% da

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Em função do tempo Em função das quantidades

0

1

2

3

4

5

6

Custo de posse Custos deobsolescência

Custos dedepreciação

Custo deencomenda

Custo de rupturade stock

Page 52: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

52

amostra afirma que a empresa associa custo de depreciação na manutenção dos stocks, 5

que correspondem 50% da amostra, sendo assim a maioria afirmam que os custos

associados na manutenção dos stocks da empresa é o custo de encomenda e por sua

volta 2 que perfazem 20% afirmam que o custo de ruptura de stock é associado ao

custos de manutenção dos stocks.

Gráfico 8. Quantidade de stocks mensal necessária para atender as necessidades

dos pedidos dos clientes

Fonte: adaptado pelo autor

Numa amostra de 10 trabalhadores, apenas 2 que perfazem 20% afirmam que a

quantidade de stock necessária para atender as necessidades dos pedidos dos clientes é

de 41 a 60 unidades por mês e por sua vez 8 que correspondem 80% sendo assim, a

maioria afirmam que a empresa precisa de mais de 60 unidades mensais para atender as

necessidades dos pedidos dos clientes. Dessa forma nota-se que a empresa apresenta um

stock necessário para atender a demanda dos clientes.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

ate 20 Unidades de 21 a 40 Unidades de 41 a 60 Unidades mais de 60 Unidades

Page 53: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

53

Gráfico 9. Principal critério na escolha do fornecedor

Fonte: Elaborado pelo autor

Dos trabalhadores inqueridos podemos perceber que 6 trabalhadores no qual

correspondem 60% da amostra afirmam que a empresa utiliza o preço como critério da

escolha de seus fornecedores e 2 que correspondem a 20% optam na qualidade do

produto, o restante dividem-se entre confiança e prazo de entrega.

Diante desse facto, é perceptivo que no processo de cotação de preços, não é avaliado o

histórico dos fornecedores, pois não há preocupação com a formação de parcerias,

lembrando que a confiança e a parceria reduzem os custos e auxilia no controlo, que no

médio e longo prazo propicia um retorno financeiro bastante atractivo para empresa.

Gráfico 10. Principal barreira encontrada por sua empresa para a gestão dos

stocks eficiente

Fonte: Elaborado pelo autor

0

1

2

3

4

5

6

7

Preco Qualidade do produto Prazo de entrega Confianca

0

1

2

3

4

5

6

7

Dificuldade deentendimento

Financeira Falta de softwareinformático

apropriado degestão de stock

Falta de pessoalqualificado em

matéria de gestãode stock

Outro

Page 54: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

54

O gráfico mostra que 6 trabalhadores inqueridos que corresponde a 60% da amostra,

respondem que as principais barreiras encontradas para a não gestão eficiente de stock

da organização, é devido à falta de software informático apropriado para a gestão de

stocks, em seguida apenas 3 que perfazem 30% da amostra afirmam que há falta de

pessoal qualificado em matéria de gestão de stocks, e não menos importante a

dificuldade financeira.

Gráfico 11 - Análise pessoal em relação a adopção de um sistema informatizado na

empresa

Fonte: Elaborado pelo autor

Numa amostra de 10 trabalhadores inqueridos, 6 que correspondem a 60% respondem

que a adopção de um sistema informatizado melhoraria o processo de aquisição de

mercadorias, 3 que correspondem 30% respondem que melhoraria o processo de

controlo de stock e apenas 1 que corresponde a 10% afirma que melhoraria e evitaria

perdas. Com base no gráfico acima, nota-se que as opiniões dos colaboradores são

argumentos suficientes para que a empresa reavalie seus processos, conforme os dados

obtidos, pois nenhum deles acredita que com a implantação de um sistema bem

elaborado, não iria melhorar em aspecto algum os processos de gestão e controlo do

stock.

4.4.1.1. Descrição do departamento de controlo de stocks da empresa

De acordo com o questionário respondido pelos responsáveis do sector, percebe-se que

não existe um bom relacionamento do órgão com algumas áreas como a de vendas,

finanças, manutenção, e desenvolvimento dos recursos humanos. Os critérios mais

importantes para a obtenção de vantagens competitivas segundo a empresa são o menor

0

1

2

3

4

5

6

7

Melhoraria oprocesso de

aquisição/comprade mercadorias

Melhoraria eevitaria perdas

(prazo de validade)

Melhoraria oprocesso de

controlo de stock

Não melhoraria Outro

Page 55: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

55

custo comparado à concorrência, a qualidade, o desempenho de entrega e a

flexibilidade.

A empresa Nova Base, Lda. tem conhecimento do custo médio anual de seu sistema de

stock e possui espaço suficiente para armazenamento da quantidade necessária de

mercadorias.

O lote económico de compra è calculado para a definição do tamanho do pedido, para

esse cálculo é levado em consideração o custo de manter o stock e o custo de obter o

stock, mas, no entanto não é utilizado o lote económico de compra para todos os

materiais.

4.4.1.2. Processo de aquisição de mercadorias

Departamento de aquisição coordena as contratações de serviços, materiais e

equipamentos para a empresa Nova base, Lda. A empresa planeia a forma de aquisição

de mercadorias e serviços conforme a necessidade, elaborando editais de licitação para a

respectiva contratação.

4.4.1.3. Processo de armazenamento

Toda mercadoria que ingressa na empresa é inspeccionada pelo departamento de

qualidade o qual tem o papel de verificar se os bens foram entregues conforme as

especificações. As inspecções são feitas na fábrica ou no recebimento. A partir da

liberação pela inspecção as mercadorias são endereçadas para guarda, armazenamento e

posterior distribuição.

Page 56: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

56

CAPÍTULO 5: CONCLUSÃO E SUGESTÕES

5.1. Conclusão

Conforme foi proposto no objectivo geral desse trabalho a metodologia utilizada gerou

informações que possibilitaram a chegar as seguintes conclusões:

Foi constatado que a empresa em questão demanda mais de 60 unidades mensais para

atender as necessidades dos pedidos dos clientes. Dessa forma nota-se que a empresa

apresenta um stock necessário para atender a demanda dos clientes.

Para uma gestão eficiente a empresa optou pelo critério de reabastecimento de stock em

função das quantidades. Pode-se notar que a empresa preocupa-se mais com aquisição

de stock em função da quantidade fixa de encomenda, dai que o controlo de stock é com

base na quantidade de stock que a empresa utiliza.

Contudo, foi constatado ainda que a empresa Nova Base, Lda. possui o controlo de

stock informatizado, mas ainda é utilizado o modelo de controlo manual, que está

sujeito a erros no processo de gestão dos stocks. Com isso a empresa não trabalha de

maneira eficiente e positiva com o software.

O modelo de controlo adequado dos stocks permite saber quais são as quantidades e a

qualidade dos mesmos existentes, assim como o seu valor actual, permitindo minimizar

as eventuais rupturas em armazém, garantindo a plena satisfação dos pedidos dos

clientes.

Conclui-se ainda que os custos associados na manutenção dos stocks da empresa é o

custo de encomenda e por sua volta não menos importante o custo de ruptura, custo de

posse, custo de depreciação e custo de obsolescência.

Page 57: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

57

5.2. Sugestões

Tendo se chegado as conclusões da pesquisa, sugere – se o seguinte:

Que se incremente de controlo de stock informatizado na sua totalidade do modo

que a empresa possa estar de acordo com a sua estrutura, sempre pronto a

oferecer seus produtos e serviço desejado pelo cliente, mantendo o mínimo de

stock, vislumbrando um menor custo possível.

Que se adopte um sistema de informações eficiente e pessoas qualificadas para

cuidar deste sector que é muito importante dentro da organização.

Que se faça aperfeiçoamento e domínio das ferramentas responsáveis pelo

sistema de cálculos de perdas na movimentação de stock, bem como no controlo

dos produtos que se encontram próximos do seu prazo de validade.

Que se fixe os limites de stock mínimo e máximo, já que este é um ponto

importante na gestão da produção, como forma de evitar o excesso e as rupturas

dos mesmos.

Page 58: Monografia   análise do papel dos stocks na gestão financeira das pequenas e medias empresas

58

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24. VIANA, João J. Administração de Materiais: Um Enfoque Prático. 1ª Ed. São

Paulo: Atlas, 2000.

25. _____________. Administração de Materiais: Um enfoque prático. São Paulo:

Atlas, 2002. 448 p.

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APÊNDICE

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APÊNDICE – QUESTIONARIO: PESQUISA SOBRE CONTROLO DE STOCKS

Cargo/Função: _____________________________________________________

Nível de escolaridade: Nível Básico do ensino geral ( ) Nível Médio do ensino geral ( )

Técnico Médio ( ) Superior ( ) Mestrado ( ) Doutorado ( )

Género: Masculino ( ) Feminino ( )

Quais são os tipos de stock de matérias vendidos na empresa?

( ) Stock de material de construção

( ) Stock de material eléctrico

( ) Stocks de material de higiene e segurança no trabalho

( ) Stocks de matérias perecíveis

( ) Outro. Qual? __________________________________________________

Qual é a principal forma de controlo de Stock realizado?

( ) Controlo manual visual

( ) Controlo informatizado

( ) Outro

( ) Nenhum

Qual é a quantidade de pedidos de compras mensal?

( ) até 10 pedidos

( ) de 11 e 20 pedidos

( ) de 21 a 30 pedidos

( ) mais de 30 pedidos

Qual o critério usado para reabastecimento dos stocks?

( ) Em função do tempo

( ) Em função das quantidades

Quais são os custos associados na manutenção dos stocks em armazém?

( ) Custo de posse

( ) Custos de obsolescência

( ) Custos de depreciação

( ) Custo de encomenda

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( ) Custo de ruptura de stock

Qual a quantidade de stocks mensal necessária para atender as necessidades dos pedidos

dos clientes?

( ) ate 20 Unidades

( ) de 21 a 40 Unidades

( ) de 41 a 60 Unidades

( ) mais de 60 Unidades

Qual o principal critério na escolha do fornecedor?

( ) Preço

( ) Qualidade do produto

( ) Prazo de entrega

( ) Confiança

( ) Outro. Qual? __________________________________________________

Qual a principal barreira encontrada por sua empresa para a gestão dos stocks?

( ) Dificuldade de entendimento

( ) Financeira

( ) Falta de software informático apropriado de gestão de stock

( ) Falta de pessoal qualificado em matéria de gestão de stock

( ) Outro. Qual? ___________________________________________

Como o Sr. (a) analisa a mudança em sua empresa com a implantação de um sistema

informatizado?

( ) Melhoraria o processo de aquisição/compra de mercadorias

( ) Melhoraria e evitaria perdas (prazo de validade)

( ) Melhoraria o processo de controle de stock

( ) Não melhoraria

( ) Outro. Qual? ____________________________________________

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ANEXOS