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CONHECENDO O PROGRAMA ESTADUAL DE PREVENÇÃO E ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL

00327 conhecendo o programa de erradicação do trabalho infantil

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CONHECENDO OPROGRAMA ESTADUAL

DE PREVENÇÃO EERRADICAÇÃO DO

TRABALHO INFANTIL

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APRESENTAÇÃO

Esta Cartilha foi elaborada a partir de so-licitação de comunidades, grupos, entidadesque estavam necessitando de melhores infor-mações sobre o Programa Estadual dePrevenção e Erradicação do Trabalho Infantil.

É nosso desejo que ela seja um instru-mento útil para o melhor entendimento e de-senvolvimento participativo do programa.

Este texto é provisório. Críticas e suges-tões serão bem vindas.

Feira de Santana, julho de 2000.

NAIDISON DE QUINTELLA BAPTISTASecretário Executivo.

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NO COMEÇO ERA ASSIM...

Durante mui-to tempo, no Brasil,o trabalho infantil,mesmo aquele ex-plorador, era consi-derado “normal”.

Se falavamuito que eramelhor a criançatrabalhar do que“ v a g a b u n d a r ” ,“crescer vadio”.

Se falava mui-to, também, que erapreciso a criançapobre trabalhar paraajudar a aumentar arenda da família. E... muita gente achava, além do mais,que somente com a modificação radical da estruturasocial e econômica do país, seria possível solucionar oproblema do trabalho infantil.

Muitas dessas pessoas, como diz o Prof. AntônioCarlos Gomes da Costa, achavam que o trabalho infantilera uma solução para a pobreza, para a educação dacriança pobre. Não achavam que o trabalho infantil fosseum problema!!!

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A VIRADA DA HISTÓRIAA nível internacional,

aconteceram trabalhos,congressos, conferênciassob iniciativa da OIT1 eUNICEF2, e começaram acondenar o trabalho infantile discutir e chamar ospaíses do mundo a assinartratados e convenções queos obrigassem a eliminar otrabalho infantil, tanto nasleis, quanto na prática.

O Brasil, enquanto nação, assinou muitas dessasconvenções, mas não as colocava em prática.

Mas aí começaram a surgir mobilizações, a nívelinternacional, a nível do governo e a nível da sociedadecivil.

O trabalho infantil começa a deixar de ser “solução”para ser “problema”.

E então?Formou-se o Fórum Nacional de Prevenção e

Erradicação do Trabalho Infantil que elaborou, em 1995,um programa, visando solucionar a problemática do trabalhoinfantil em São Paulo (setor de fabricação de calçados), MatoGrosso do Sul (extração de carvão), Pernambuco (cana-de-açúcar) e Bahia (sisal e pedreiras). Em 1995, o GovernoFederal decidiu iniciar a execução do programa, em parceriacom os Governos Estaduais e a sociedade.

O Programa criado pelo Fórum Nacional écoordenado, a nível nacional, pela SEAS (Secretaria deEstado de Ação Social), do Ministério da Previdência Social.

1 Organização Internacional do Trabalho2 Fundo das Nações Unidas para a Criança

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E na Bahia e em nossa região?

A nível da região sisaleira, também havia grandemobilização e a reivindicação para eliminar o trabalho infantil.Com a iniciativa do governo federal de implementar oprograma, iniciaram-se, em 1996, os primeiros passos nessaperspectiva. Pioneiros nessa discussão, na região, desde1993, foram o Sindicato de Trabalhadores Rurais deRetirolândia e o MOC (Movimento de OrganizaçãoComunitária), em convênio com a OIT.

Inicialmente formou-se a Comissão Estadual dePrevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, comrepresentantes do Governo do Estado da Bahia , do GovernoFederal, da Justiça e da Sociedade Civil. Em meados de1996, estabeleceram-se os primeiros contatos, visandomobilizar as forças políticas e sociais dos municípios paraassumirem a implementação do trabalho.

Assim, desde os primeiros momentos, a perspectivafoi de construir um sistema de parcerias entre o poder públicoe a sociedade civil que constitui, ainda hoje, o alicerce detodo o trabalho. Aliás, a nível geral, o programa se sustenta,também, por um sistema de parcerias que se estabeleceramentre a Organização Internacional do Trabalho (OIT), Fundodas Nações Unidas para a Criança (UNICEF), GovernoEstadual e Governo Federal, Governos Municipais eSociedade.

Mas foi-se vendo que o funcionamento apenas comas Comissões Estadual e Municipal não estava dando certo.

Era necessário uma instância que reunisse as forçasinteressadas no programa, tanto a nível municipal, quanto anível regional, em constante ligação com a ComissãoEstadual.

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Foram então, organizadas as Comissões Municipaisde Erradicação e Prevenção do Trabalho Infantil, asComissões Regionais e os Grupos Gestores, responsáveispela coordenação dos trabalhos na instância municipal eregional. Posteriormente, formaram-se os Fóruns da Criançae Adolescente.

PONTOS CENTRAIS DO PROGRAMA COMO FORAM DEFINIDOS?

Os pontos centrais do Programa, a nível do Estadoda Bahia, foram definidos no Planejamento Estratégico doPrograma.

Este planejamento estratégico foi discutido numencontro de três dias, do qual participaram representantesdo Estado, da sociedade civil, do Governo Federal e doFórum Nacional de Prevenção e Erradicação, para definir orumo e as ações do Programa na Bahia. Ou seja: oplanejamento foi realizado pela Comissão Estadual dePrevenção e Erradicação do Trabalho Infantil.

Assim, as definições foram tomadas de formademocrática, discutida e parceira.

Não são definições do Governo ou de Sindicatos. Sãodefinições de todos, para serem assumidas por todos.

Por isso, o Programa não tem um dono. Não temum Pai. Não pertence a ninguém. Os erros e acertos sãode responsabilidade comum, porque sempre discutidos eassumidos em comum.

Isso quer dizer que a chave do programa é a par-ceria, o construir juntos. E parceria quer dizer olharesdivergentes e diferentes convergindo para um pontocomum. Em nosso caso, o bem estar da criança e o

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resgate de sua cidadania. Cada um deve assumir oprograma como seu, na relação e respeito ao outro.

Deste modo, o Programa é uma escola decidadania, de democracia concreta.

QUAL NOSSO PENSAMENTO , DE NOSSO

MUNICÍPIO, DE NOSSA COMUNIDADE A ESSE

RESPEITO?

ESTAMOS MESMO AFIM DE CONSTRUIR ESTA

PARCERIA?

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Recuperação econômica, social e cidadã daregião, para se prevenir e erradicar o trabalho infantil.

O Programa constata que o trabalho infantil é frutoda miséria e da pobreza da região, que impedem o exercícioda cidadania. Por isso, é fundamental enfrentar essasquestões, para erradicar e prevenir o trabalho infantil. Daí asdefinições de:

constituir-se num plano integrado de ações quepretende direcionar para a região sisaleira açõesestratégicas

PONTOS CHAVES DOPROGRAMA. QUAIS SÃO?

LINHA 01

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capazes de modificar a realidade sócio-econômica da região.

prever ações nas áreas de educação, saúde,agricultura, trabalho e incentivo a investimentos econômicosdiversos, a serem executados de forma articulada, semparalelismos, tanto pelo Governo quanto por ONG’s,Universidades, de sorte a garantir uma mudança naqualidade de vida das pessoas.

VAMOS IDENTIFICAR ALGUNS TIPOS DE AÇÕESNESSA LINHA 01?

* recuperação da lavoura sisaleira e identificação deutilizações econômicas do sisal, além das hoje existentes.* incentivo à caprinocultura de leite e de corte.* capacitação profissional na área rural e urbana, de sorte aidentificar novas profissões e qualificar a intervenção dosagricultores, principalmente em suas propriedades.* incentivo à implantação, na região, de programas públicosque objetivem a geração de emprego e renda, a exemplo doPROGER, PROFAT, PRONAF e outros.* criação e estruturação das Comissões Municipais deGeração de Emprego e Renda.* beneficiamento da produção dos agricultores,especialmente do leite caprino e carne caprina e ovina,.* maior capacitação para convivência com a seca* provisoriamente, concessão de uma bolsa-escola paraas crianças de 07 a 14 anos, de sorte que possam sairimediatamente do trabalho e ingressar na escola e nelapermanecer.* ações preventivas e curativas, no campo da saúde.

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Isso quer dizer que o Programa não é a bolsaescola. A bolsa escola é um instrumento provisório, parainiciar o programa na região e retirar, imediatamente, ascrianças do trabalho encaminhando-as para a escola.

Do ponto de vista econômico e social, consideraro programa como igual à bolsa, é querer dar esmolasàs crianças e a seus pais. É não considerá-los cidadãos.

O mais importante é criar condições econômicase sociais para que os pais, tendo elevada sua rendafamiliar, possam manter seus filhos na escola,independente de bolsa-escola.Sonho? ...mas que havemos de conseguir!

O QUÊ NOSSOS MUNICÍPIOS JÁ TÊM DE PRO-CESSOS DE RECUPERAÇÃO ECONÔMICA E

ELEVAÇÃO DA RENDA DAS FAMÍLIAS?DOS PONTOS ACIMA COLOCADOS QUAL O

QUE DEVEMOS COMEÇAR A TRABALHAR

MAIS, DE IMEDIATO?

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LINHA 02

Melhoria da qualidade da escola

É objetivo básico do programa assegurar o ingresso,a permanência e o sucesso na escola de crianças envolvidascom atividades laborais irregulares e insalubres, assim acriança deverá passar o dia na escola, tanto no turno deaula normal, como no turno inverso, (jornada ampliada),em atividades complementares como: reforço escolar,esporte, recreação, cultura e lazer. É preocupação básicaoferecer uma escola de qualidade e outras atividadesculturais e desportivas próprias de criança, na busca de lazer,crescimento e novos conhecimentos, além decomplementação alimentar, evitando

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que essas crianças e adolescentes tenham que se submetera atividades perigosas e insalubres, para assegurar asobrevivência da família.

VAMOS IDENTITICAR ALGUNS TIPOS DE AÇÕESNESSA LINHA 02?

* Capacitação de professores rurais.* seleção e treinamento dos monitores da jornada ampliada.* implantação da jornada ampliada, de sorte que as criançaspossam permanecer na escola a jornada inteira.* desenvolvimento de atividades artísticas e culturais comas crianças.* produção de material específico para a jornada.* integração entre professores e monitores da jornada.* formação dos Conselhos Escolares e do Conselho Munici-pal de Educação.* melhoria da merenda escolar.* melhoria dos salários dos professores.* recuperação e ampliação física da rede escolar dosmunicípios.* construção de espaços adequados para funcionamento dajornada.

ISSO quer dizer que a qualidade da escola éfundamental para o bom funcionamento doprograma; e que, perseguindo esta meta devemosestar todos: Município, Secretaria de Educação doEstado, sindicatos, ONG’s, juntos, embora a res-ponsabilidade maior esteja a cargo das Secretariasde Educação do Estado e do Município.

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Ou seja: a qualidade de nossas escolas nãoé boa. E para que a criança possa ingressar,permanecer e ter sucesso nela é preciso melhorara sua qualidade, efetivamente.

Essa é uma tarefa enorme. Mas...possível.

COMO ESTÃO AS ESCOLAS DE NOSSA

REGIÃO?HÁ CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES?TEMOS UM LEVANTAMENTO DAS NECESSI-DADES DE NOSSAS ESCOLAS?HÁ VAGAS PARA TODAS AS CRIANÇAS EM

NOSSO MUNICÍPIO?

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LINHA 03

Conscientizar as pessoas e organizações/instituições que incentivam o trabalho infantil sobre osmalefícios causados por ele.

O programa éde todos. Mas nemtodos entendem di-reito, ainda, o porquêde um programacomo esse. Muitagente lucra com otrabalho infantil emuita gente afirmaque se, quando eracriança, trabalhou, porque seus filhos, agora, não podemtrabalhar?

Ou seja: para o programa dar certo, precisamosmodificar a cultura e a mentalidade das pessoas a respeitodo trabalho infantil.

VAMOS PENSAR ALGUNS TIPOS DE ATIVIDADESNESSA LINHA 03?

reuniões e debates sobre o trabalho infantil com:* donos de campos* donos de motores* famílias das crianças* empreiteiros das pedreiras* donos de pedreiras* donos de batedeiras

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Isso significa dizer que, se não conseguir mudara mentalidade de todas estas pessoas, o programa nãodá certo.

Este é o tipo de programa que não funciona comoum decreto. Temos que estar convencidos de suaimportância, de que ele é chave para o futuro de nossascrianças e do nosso país.

O QUE PENSAM AS PESSOAS DE NOSSA

COMUNIDADE SOBRE O TRABALHO

INFANTIL?COMO PODEMOS INFLUENCIAR PARA

MODIFICAR A MENTALIDADE DE QUE O

TRABALHO INFANTIL É UMA SOLUÇÃO PARA

A POBREZA E MISÉRIA?

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LINHA 04

Denunciar, fiscalizar e punir legalmente quemexplora o trabalho infantil.

Há muita gen-te que enriquece comos lucros do trabalhoinfantil explorador.São pessoas quesabem os malefíciosdesse trabalho e,apesar disso, oexploram, economi-camente.

As leis brasileiras, especialmente a Constituição Federale o Estatuto da Criança e do Adolescente proíbem o trabalhoinfantil. É preciso que estas leis sejam para valer e não fiquemapenas no papel.

É tarefa de Sindicatos, Associações e de toda a socie-dade, inclusive do poder público municipal, vigiar o cumprimentodas leis, e buscar punição para aqueles que não querem fazer.

O Ministério Público, a DRT-Delegacia Regional do Tra-balho e o Ministério Público do Trabalho são parceiros do pro-jeto, justamente, para que se possa lhes encaminhar as de-núncias de irregularidades e eles possam tomar as providên-cias legais.

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VAMOS PENSAR ALGUMAS ATIVIDADESNESSA LINHA 04?

* levantar nomes de crianças que estejam trabalhando embatedeiras.* visitar batedeiras, juntamente com o Conselho Tutelar, paraidentificar crianças que trabalham.* denunciar à DRT e ao Ministério Público as empresas queutilizam mão de obra infantil.* fiscalizar constantemente essas empresas.* informar o Ministério Público e DRT, assim como ao Conselhoda Criança e do Adolescente, sobre empresas que empregammão de obra infantil.* tornar público na comunidade as empresas que utilizamtrabalho infantil.

Isso significa dizer que as leis que proíbem otrabalho infantil precisam ser cumpridas. E...também quemuita gente só vai cumprir essas LEIS, se souber que tempunição para quem não as cumpre.

Significa dizer que o exercício da cidadania nosobriga a fiscalizar, denunciar e encaminhar aos órgãoscompetentes a relação de nomes daqueles que queremdesrespeitar as leis.

SABEMOS AS FUNÇÕES E ENDEREÇOS DO

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO E DRT?COMO PODEMOS NOS ORGANIZAR PARA FAZER

VALER AS LEIS SOBRE O TRABALHO INFANTIL EM

NOSSO MUNICÍPIO?

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LINHA 05

Construir no município um processo autêntico decidadania e participação, de sorte, que o projeto seja umexercício de democracia

Um programacomo este, que envolvesociedade e poderpúblico em todas assuas esferas, não sepode concretizar, seminstâncias efetivas quesejam instrumentos daparticipação de todos.

A participação,por conseguinte, não pode se transformar em puro palavrórioe em simples aprovação ou legitimação por parte da sociedadedaquilo que o governo define e quer.

Por isso, a importância de instâncias e organizaçõesonde se planeje , execute e avalie em conjunto o processodo programa e das políticas municipais em relação à criançae ao adolescente.

VAMOS IDENTIFICAR ALGUMAS ATIVIDADES?

* FORMAR, em nossos municípios a Comissão de Erradicaçãodo Trabalho Infantil, de forma paritária.* formar os Conselhos de Gestão do Município, especialmenteaqueles que têm relação com a criança e adolescente: como oConselho de Direitos da Criança e Adolescente, Conselho de

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Educação, Conselho de Assistência Social e o Conselho Tutelar.* formar o Grupo Gestor do programa, também de formaparitária (nº igual de representantes do poder público e dasociedade civil).

Isso significa dizer que os Conselhos, a Comissãoe o Grupo Gestor são indispensáveis para o funcionamentodo programa. A sua formação e bom funcionamento são,inclusive, critérios de seleção para os municípios que vãoentrar no Programa.

A Comissão Estadual tem sempre acentuado que onível de organização do município é condição paraingressar no programa.

Sabe por quê? Porque o programa não é algo doEstado. O local real e concreto onde ele se realiza é omunicípio. E...se o município não estiver organizado...nadavai dar certo.

JÁ FOI FORMADA A COMISSÃO DE NOSSO

MUNICÍPIO? ELA É PARITÁRIA, COM REPRE-SENTANTES DA SOCIEDADE CIVIL INDICADOS

POR ELES? QUAL DOS CONSELHOS ESTÁ

EFETIVAMENTE FUNCIONANDO EM NOSSO

MUNICÍPIO? TEMOS NOS INFORMADO DE

EVENTOS DE CAPACITAÇÃO SOBRE CONSELHOS

DE QUE PODEMOS PARTICIPAR? TEMOS

PARTICIPADO DE ALGUM?

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QUAL A CHAVE DO SUCESSODO PROGRAMA?

O Programa, para funcionar bem, precisa ter, de umlado, a participação do Poder Público (prefeitos, secretários,vereadores, técnicos dos órgãos públicos, etc.) e, de outro,representantes da Sociedade Civil (sindicatos, igrejas, as-sociações, etc.). Esses dois segmentos estabelecem par-cerias entre si, criando os instrumentos necessários à execu-ção das atividades. Assim, poder-se-ia dizer que o Programatem duas pernas e cada uma precisa cumprir bem suas atri-buições para o corpo poder andar. Se uma das pernasfraquejar, seja o Poder Público ou a Sociedade Civil, otrabalho emperra.

O elemento mais importante, para o Programa funci-onar bem, é a mobilização e a organização das forças doPoder Público e da Sociedade Civil de cada Município. Essanão é uma tarefa fácil. Não temos experiência em trabalharjuntos. A Sociedade Civil acostumou-se, ao longo dos anos,a ficar sempre de fora, a entregar tudo ao Poder Público, oudar-lhe as costas. O Poder Público, por outro lado, tambémacostumou-se a fazer tudo sozinho a definir ou decidir tudosó. Precisamos, agora, aprender juntos a caminhar juntos.

ESTRUTURA BÁSICA DEFUNCIONAMENTO DO PROGRAMA

A NÍVEL ESTADUAL

Comissão Estadual de Prevenção e Erradicação do Tra-balho Infantil, diretamente vinculada à SETRAS

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(Secretaria do Trabalho e Ação Social) que a preside ecoordena, com participação efetiva de vários outros órgãosdo governo estadual e federal, entidades não governamentais,Ministério Público do Trabalho, Sindicatos, Igrejas e ONG’s.Esta Comissão é o órgão máximo de decisão, análise e enca-minhamentos de todas as ações do programa a nível do Estadoda Bahia.

A NIVEL REGIONAL

Há três comissões regionais, inclusive com participação formalna Comissão Estadual. Uma é a da Região Nordeste, outra, daregião do Paraguassu e outra do Piemonte de Diamantina. Asduas primeiras estão atuando sempre em conjunto, através doFÓRUM REGIONAL que se reúne todo mês em Conceição doCoité.A função fundamental dessas comissões é fazer a ligação entrea Comissão Estadual e os Municípios; avaliar o programa noconjunto dos municípios onde ele está implantado e a seimplantar; encaminhar à Comissão Estadual as sugestões eavaliações necessárias ao andamento do Programa.

A NIVEL MUNICIPAL

Além dos Conselhos de Gestão, especialmente o deAssistência Social, há duas instâncias fundamentais para adimensão municipal:- A Comissão Paritária Municipal de Prevenção eErradicação do Trabalho Infantil, que tem as seguintesatribuições: tarefa de segurar a peteca a nível de cadaMunicípio. É da sua responsabilidade fazer com que asprovidências sejam tomadas para o programa funcionar;

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cobrar a atuação do Poder Público naquilo que for da suaresponsabilidade, dos Conselhos Municipais, das entidadesda sociedade civil; promover reuniões e debates (nasescolas, nas igrejas, nos sindicatos, nas associações, nasCâmaras Municipais, nas comunidades) sobre o Programa,fiscalizar o funcionamento como um todo.- O Grupo Gestor, encarregado de gerir os recursos dabolsa-escola e da jornada ampliada em cada município.

ALGUMAS ATRIBUIÇÕES DEPARCEIROS NO PROGRAMA

COMPETÊNCIAS DAS ESFERAS GOVERNA-MENTAIS E NÃO GOVERNAMENTAIS E INSTÂNCIASDELIBERATIVAS NA IMPLANTAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃODO PROGRAMA

FEDERAL

Ministério da Previdência e Assistência Social/Secretaria de Assistência SocialDefinição de diretrizes e normas gerais; Repasse financeiropara manutenção do Programa; Assessoramento técnico;Supervisão e acompanhamento.

Ministério PúblicoNa área preventiva expedir recomendações, visando amelhoria dos serviços públicos de relevância, além do res-peito aos interesses, direitos e bens, cuja defesa lhe cabepromover, fixando prazo razoável para a adoção das

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providências cabíveis.Na área repressiva, promover o inquérito civil e a açãopública para a proteção dos direitos da criança e doadolescente, para tanto podendo requerer diligências juntoaos órgãos de administração pública direta e indireta e àsentidades privadas, para obtenção de informações edocumentos, inclusive o auxílio da força policial. Adotarprovidências no sentido de corrigir ilicitudes via compromissoextra-judicial de ajustamento de conduta.

Ministério do TrabalhoControlar, fiscalizar e reprimir a ocorrência de trabalho infantile a exploração laboral do adolescente, responsabilizando,juridicamente, os violadores da lei.

Comunidade SolidáriaIncentivar a parceria e a integração entre as instâncias dosgovernos federal, estadual e municipais, visando aconjugação de esforços no combate ao trabalho infantil.

ESTADUAL

Secretaria do Trabalho e Ação SocialCoordenação do Programa de Prevenção e Erradicação doTrabalho Infantil no Estado da Bahia; Articulaçãointergovernamental e interinstitucional; acompanhamento eavaliação do Programa nos diversos Municípios; asses-soramento técnico; elaboração de relatórios à Secretaria deAssistência Social/Brasília; desenvolvimento de atividadesde capacitação profissional e geração de renda junto àsfamílias beneficiárias do Programa através de recursos doFAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador.

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Instituto MauáDesenvolvimento de ações voltadas para a organização degrupos de produção, formados a partir dos cursosprofissionalizantes na área de artesanato regional..

Secretaria de EducaçãoGarantir vagas nas escolas para as crianças e adolescentesda zona rural, envolvidos no Programa; Implantação doProjeto Escola Ativa, em parceria com as PrefeiturasMunicipais e o Projeto Nordeste, tendo como objetivofortalecer a prática pedagógica desenvolvida nas escolas,através de capacitação dos professores, da implantação deum currículo diferenciado, da viabilização de material deconsumo e permanente, além do assessoramento técnicopedagógico às referidas classes.Fornecimento de material didático; Capacitação ereciclagem de professores; Desenvolver reforço escolar najornada ampliada; Distribuição da merenda escolar; Reformae manutenção física das escolas; Acompanhamento eavaliação do trabalho pedagógico.

Secretaria de SaúdePromover a melhoria do atendimento na área de saúde;Capacitar agentes de saúde quanto à prevenção de doenças,noções de higiene, planejamento familiar, aleitamentomaterno e orientação sexual para adolescentes e suasfamílias;Fazer o cadastramento de crianças com problemas de saúdedecorrentes do trabalho; Estabelecer medidas curativas aosmales já ocasionados; Implementar as ações básicas desaúde.

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Secretaria de AgriculturaDesenvolvimento de ações de conscientização voltadas àpopulação rural no tocante à convivência com o semi-árido;Incentivar a integração do Projeto Nordeste e Sertão Forteao Projeto de Erradicação do Trabalho Infantil.

Secretaria da Indústria e ComércioPromover e apoiar ações que visem o desenvolvimento daRegião Sisaleira.

Conselho Estadual do Direito da Criança e doAdolescentePromover e apoiar campanhas de mobilização esensibilização com esclarecimentos sobre a questão infanto-juvenil, junto à sociedade e suas instâncias municipais;acompanhar no Município o desenvolvimento das açõesvoltadas para a erradicação do trabalho infantil e a proteçãodo adolescente trabalhador; cumprir e fazer cumprir asDiretrizes Nacionais do CONANDA, para a política deAtenção Integral à criança e ao adolescente, nas áreas desaúde, educação, assistência social, trabalho e garantia dedireitos, aprovados pela resolução do CONANDA, n.º 42,de 13.10.95.

Conselho Estadual de Assistência SocialEstimular e apoiar a criação dos Conselhos Municipais deAssistência Social; zelar, estimular e apoiar a efetivação dosistema descentralizado e participativo da Assistência Soci-al; fiscalizar e avaliar a gestão dos recursos do Fundo Esta-dual de Assistência Social - FEAS, bem como os ganhos so-ciais e o desempenho dos serviços e projetos aprovados;participar de Encontros Regionais para discussão, avaliação

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Trabalho Infantil; participar de todas as etapas de implanta-ção do Programa, que incluam negociação com o GestorEstadual; aprovar o Plano de Operacionalização de Paga-mento do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil.

MUNICIPAL

Secretarias de Educação e SaúdeMobilização e divulgação do Programa no Município. Apoiare executar programas voltados para a erradicação dotrabalho infantil. Apoiar a Comissão Interinstitucional, notocante às ações a serem desenvolvidas no Município, paraa erradicação do trabalho infantil; manter a rede escolar deensino em condições físicas e materiais adequadas para ofuncionamento do programa; responsabilizar-se pela quali-dade dos serviços prestados na rede escolar, no tocanteaos recursos humanos, currículo, merenda escolar eatividades complementares; apoiar e executar projetos desaúde para a clientela envolvida no Programa. Execuçãolocal e interveniência nos convênio.

ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS

UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a InfânciaFinanciamento de uma Oficina de Planejamento paraelaboração de um Plano de Ações Integradas. Apoio àcapacitação para professores da zona rural. Assessoriatécnica à Comissão Interinstitucional. Alocação de recursospara programas de erradicação do trabalho infantil,notadamente os referentes à jornada ampliada e deeducação para a cidadania.

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MOC - Movimento de Organização ComunitáriaApoiar e incentivar, junto aos Municípios, os programas vol-tados para a erradicação do trabalho infantil; responsabili-zar-se pela implementação das atividades complementaresna escola; desenvolver atividades de capacitação junto aosprofessores da zona rural; mobilização e conscientizaçãoda população na totalidade dos municípios; capacitação pro-fissional dos pais; coordenação de agentes de família.

Centrais SindicaisOrientar e apoiar o Município, estabelecimentos rurais e em-presas no acompanhamento da aplicação de recursos pú-blicos e para que denunciem a ocorrência do trabalho infantile a exploração do trabalho do adolescente, bem comoorientar e desenvolver ações que combatam o trabalhoinfanto-juvenil; promover e apoiar campanhas e açõesespecíficas sobre a ilegalidade e ilegitimidade do trabalhoinfantil; desenvolver ações complementares à escola,apoiando a jornada ampliada.

Igreja / PastoraisPromover e apoiar, entre suas entidades vinculadas, cam-panhas e ações educativas específicas de esclarecimentosobre a ilegalidade e ilegitimidade do trabalho infantil; apoiarinstituições públicas e privadas que desenvolvem ações juntoao núcleo familiar, voltadas à erradicação do trabalho infan-til e proteção do adolescente no trabalho; Desenvolver es-forços no sentido de erradicar o trabalho infantil e eliminara exploração do adolescente no trabalho, dentro das cadeiasprodutivas ou comerciais.

Federações de TrabalhadoresOrientar e apoiar suas entidades vinculadas, para queexerçam junto aos Municípios o acompanhamento da

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aplicação de recursos públicos e para que denunciem aocorrência do trabalho infantil e a exploração do trabalhodo adolescente.

Universidade Federal da BahiaEfetuar pesquisa e cadastramento das famílias situadas nazona rural dos municípios atendidos pelo Projeto.

Universidade Estadual de Feira de SantanaCapacitar professores em parceria com o MOC e outrasONG’s.

Projeto axéParticipação especial na capacitação de monitores.

ALGUMAS DICAS PARADINAMIZAR OS

TRABALHOS DO PROGRAMA

♦MUNICÍPIOS ONDE O PROGRAMA JÁ COMEÇOU

n verificar o funcionamento da comissão paritária e do grupo gestorn eles são paritários? todos os integrantes participam?n há um planejamento mensal de atividades?n estão conseguindo fiscalizar e acompanhar o pagamento da bolsa e a jornada ampliada?n há reuniões com os pais para discutir e refletir o programa?n como está o relacionamento entre monitores e professores?n e a merenda escolar?

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n quais as atividades de fato realizadas de capacitação de profes- sores?n foi melhorada a rede escolar do município? Em quê?n quê atividades de geração de renda já foram realizadas no mu- nicípio?

♦ MUNICÍPIOS ONDE VAI COMEÇAR

n foram criadas as comissões municipais do programa? como foram escolhidos os representantes da sociedade civil?n há Conselhos de Gestão no Município?n o município, poder público e sociedade civil estão participando das Comissões regionais?

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Rua Pontal, 61 - CruzeiroFone: (75) 221.1393 - Fax: (75) 221.1604

E-mail: [email protected]. Postal 338 - CEP 44017-170 - Feira de Santana-Bahia

Comissão Estadual de Prevenção e Erradicação doTrabalho Infantil

Apoio: UNICEF