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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO (PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E INTERDISCIPLINARES) MÓDULO: SUJEITO, CULTURA E CONTEMPORANEIDADE POLO: JOÃO PESSOA(PB) Ministrante: Profª Dnd. Eliete Correia dos Santos E-mail: [email protected] CV: http://lattes.cnpq.br/3267723385743006 http://generosnoensinosuperior.blogspot.com.br / https :// twitter.com/generoacademico

1ª Aula de cultura e sujeito

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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO (PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E INTERDISCIPLINARES)

MÓDULO: SUJEITO, CULTURA E CONTEMPORANEIDADE POLO: JOÃO PESSOA(PB)

Ministrante: Profª Dnd. Eliete Correia dos SantosE-mail: [email protected]

CV: http://lattes.cnpq.br/3267723385743006http://generosnoensinosuperior.blogspot.com.br

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Para começo de conversa, vamos falar sobre as diversas

concepções de sujeito discursivo.Curta as imagens.

Sujeito discursivo1. (À luz da A.D. Francesa) - LUGAR/POSIÇÃO QUE DEVE E PODE OCUPAR TODO INDIVÍDUO PARA SER SUJEITO DO QUE DIZ. (FOUCAULT, 1969 apud ORLANDI, 2001. P. 49).2. É definido pela posição que ocupa.3. É sujeito à língua e à História

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Um indivíduo que fala da posição de um sujeito político (vice-prefeito de C. Grande (2008 – 2012) a partir de três discursos: o religioso, o político

e o social.

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Sujeito psicanalítico (Perspectiva de FREUD, apud. BRANDÃO, 2000. p.

55)a) Constitui-se no outro; é heterogêneo; na interação com um 3º elemento: o inconsciente, nem sempre permitido.b) É descentrado, clivado, fragmentado. Ser “centro” é golpe montado, é pura ilusão.c) É efeito de linguagem. É fruto da ordem da linguagem na qual ele tem sido aculturado.

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Sujeito e ideologia1. O indivíduo é interpelado em sujeito, através da ideologia, para que se produza a dizer.

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IDEOLOGIA2. Concepção marxista (Crítica ao capitalismo e ao desnudamento da burguesia): (CHAUI, 2002): Sistema ordenado de ideias ou representações e das normas e regras como algo separado e independente das condições materiais, visto que seus produtores – os teóricos, os ideólogos, os intelectuais – não estão diretamente vinculados à produção material das condições de existência.

3. Separa-se trabalho intelectual e material autonomiza o primeiro. Este passa responder aos interesses da classe dominante.

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4. A IDEOLOGIA MASCARA A REALIDADE: ATRAVÉS DE UM SISTEMA LÓGICO E COERENTE DE REPRESENTAÇÕES (IDEIAS E VALORES) E DE NORMAS OU REGRAS (DE CONDUTA) QUE INDICAM E PRESCREVEM AOS MEMBROS DA SOCIEDADE O QUE E COMO DEVEM PENSAR, VALORIZAR, SENTIR OU FAZER, POR EXEMPLO. (CHAUI, 1980, P.113).

5. TODA IDEOLOGIA OBJETIVA TRANSFORMAR INDIVÍDUOS CONCRETOS EM SUJEITOS. LOGO, NÃO EXISTE IDEOLOGIA SEM SUJEITO.

6. É DEFORMADORA. TOMA A IMAGEM PELO REAL.

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CulturaPara Silva (2008, p. 95): “Tudo aquilo que é produzido pela humanidade, seja no plano concreto ou no imaterial, desde artefatos e objetos até ideias e crenças. É todo complexo de conhecimentos e toda habilidade humana empregada socialmente. É também todo comportamento apreendido, de modo independente da questão biológica. Conjunto de atividades, instituições, padrões de comportamento, conhecimentos, crenças, costumes, tradições, valores morais, espirituais e intelectuais produzidos por grupos sociais/sociedade.

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O TEXTO: OBJETO DAS CIÊNCIAS HUMANAS

Em primeiro lugar, o homem não só é conhecido através dos textos nos ou por meio dos textos.

Em segundo lugar, se o texto é o objeto comum das Ciências Humanas, como diferenciá-las? (BARROS, 1996, p.23)

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DIÁLOGO ENTRE INTERLOCUTORES E DIÁLOGO

ENTRE DISCURSOS

BAHKTIN CONSIDERA QUE NAS CIÊNCIAS HUMANAS O OBJETO E

MÉTODOS SÃO DIALÓGICOS

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QUANTO AO OBJETO, O TEXTO SE DEFINE COMO:

a) Objeto significante ou de significação, isto é, o texto significa;

b) Produto da criação ideológica ou de uma enunciação (contexto histórico, social, cultural, etc);

c) Dialógico (diálogo entre os interlocutores e pelo diálogo com outros textos (da situação, da enunciação);

d) Único, não reproduzível;

(BARROS, 1996, p.24)

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QUANTO AO MÉTODO Bakhtin afirma que se trata

da compreensão respondente que é, por definição, dialógica, no sentido de diálogo entre interlocutores, principalmente.

Para o autor, procura-se conhecer um objeto, nas ciências naturais, um sujeito – produtor de textos -, nas ciências humanas.

(BARROS, 1996, p.24)

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Dialogismo

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A alteridade define o ser humano, pois o outro é imprescindível para

sua concepção: é impossível pensar no homem fora das

relações que o ligam ao outro. (BAKHTIN, 1992, P. 35-36 apud

BARROS, 1996, P. 26).

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DIALÓGO ENTRE INTERLOCUTORES

Em Marxismo e Filosofia da Linguagem (1986), Bakhtin faz opção pelo social

Quatro aspectos:a) A interação entre interlocutores é o

princípio fundador da linguagemb) O sentido do texto e a significação

das palavras dependem da relação entre sujeitos, ou seja, constroem-se na produção e na interpretação dos textos

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c) A intersubjetividade é anterior à subjetividade;

d) As observações feitas podem conduzir a conclusões equivocadas sobre a concepção bakhtiniana de sujeito, considerando-a individualista ou subjetivista.

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QUAL A NOÇÃO DE SUJEITO PARA BAKHTIN?

Sujeito Sujeito

Sujeito

Sociedade

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SUA NOÇÃO DE SUJEITO É ...

A de sujeito social, caracterizado por pertencera uma classe social e em que dialogam os diferentes discursos da sociedade.

O dialogismo interacional de Bakhtin desloca o conceito de sujeito, que perde o papel de centro ao ser substituído por diferentes vozes sociais que fazem dele um sujeito histórico e ideológico.

(BARROS, 1996, P. 28).

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BARROS APONTA A CRITICA FEITA A TEORIA DA INFORMAÇÃO E OPÕE A CONCEPÇÃO DE

COMUNICAÇÃO DE BAKHTIN.

1. Simplificação excessiva da comunicação linguística;

2. Modelo linear que se ocupa apenas ou de preferência com o plano da expressão;

3. Caráter por demais mecanicista.

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Bakhtin insiste enormemente na questão da variação linguística, funcional, discursiva, facetas da heterologia ou pluridiscursividade que caracteriza os discursos. (BARROS, 1996, p. 30)

Os falantes no diálogo se constroem e constroem juntos o texto e seus sentidos, em segundo lugar, surge a questão da dinâmica da interação e da construção dos simulacros intersubjetivos (BAKHTIN, 1988 , p. 83 apud BARROS, 1996, p. 31)

Precisam ser considerados como sujeito plenos ou preenchidos, tanto por qualidades modais necessárias a suas competências comunicativas, quanto por valores decorrentes das relações com o extralinguístico e com a sociedade. (BARROS, 1996, p. 32)

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DIÁLOGO ENTRE DISCURSO

Bakhtin aponta no enunciado-discurso dois aspectos: o que vem da língua e o vem do contexto (TODOROV, 1981, p. 79, 43-44) ou, em outras palavras, concebe, como vimos, o enunciado como produto de uma enunciação ou de um contexto histórico, social, cultural, etc. (BARROS, 1996, p. 33)

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TRÊS PONTOS PARA ESCLARECER

As relações do discurso com a enunciação, com o contexto sócio-histórico ou com o outro são, para Bakhtin, relações entre discursos-enunciados.

Deve-se distinguir o dialogismo interno ao discurso, que o define como tal e em que se reproduzem os diálogos com outros discursos, das relações que se podem estabelecer externamente entre os textos.

O caráter ideológicos dos discursos assim definidos. (...) Os discursos são ideológicos, marcados por coerções sociais. . (BARROS, 1996, p. 34)

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MAIS DUAS QUESTÕES

O caráter dialógico da língua em relação ao dialogismo dos discursos e a do mascaramento (ocultamento) ou não do dialogismo dos textos.

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O DIALOGISMO CONSTITUTIVO DA LINGUAGEM

A linguagem é, por constituição, dialógica e a língua não é ideologicamente neutra e sim complexa.

A relação entre língua e ideologia é muito diferente da existente entre discurso e ideologia, pois, se o discurso reflete as mais imperceptíveis alterações da existência social, na língua as modificações processam-se lentamente. . (BARROS, 1996, p. 35)

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DIALOGISMO E POLIFONIA

Princípio dialógico constitutivo da linguagem e de todo discurso.

Caracteriza um certo tipo de texto, aquele em que o dialogismo se deixa ver, aquele em que são percebidas muitas vozes, por ocasião aos textos monofônicos que escondem os diálogos que os constituem.

Dialogismo Polifonia

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EFEITOS DE SENTIDO, DECORRENTES DE PROCEDIMENTOS DISCURSIVOS

Os diálogos se ocultam sob a aparência de um discurso único, de uma única voz.

Escuta-se apenas uma voz, pois as demais são abafadas;

Discurso autoritário

Os diálogos entre os discursos mostram-se, deixam-se ver ou entrever;

Escutam-se várias vozes;

Discurso poético.

Monofonia Polifonia

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•Heterogeneidade discursiva•Heterogeneidade mostrada

Semântica da enunciação ou linguística interacional(Ducrot)

Semiótica narrativa e discursiva(Fiorin)

•Distingue o falante empírico•Discursos indiretos livres, das negações polêmicas, da ironia, dos mecanismos de pressuposições e dos subtendidos

•Distingue a intertextualidade da interdiscursividade

Análise do discurso(Authier-Revuz)

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CONCLUINDO O DIÁLOGO

Gilberto de Castro (2001, p. 97) pontua que(...) Bakhtin não é um autor

temático – a profusão temática é conseqüência da inquietação epistemológica causada pela

sua concepção de linguagem e não motivo primeiro de suas

pesquisas-, mas antes e, acima de tudo, é um filósofo/ epistemólogo que, ao olhar

pela janela da interação sociolingüística, descobriu

alguns segredos do mundo.