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194 1. INTRODUÇÃO A matemática é vista por muitos, ainda hoje, como uma disciplina que impõe dificuldades no processo ensino- aprendizagem. Essa visão tem sido expressa por alunos, professores, pais e a sociedade. De um lado, percebe-se a incompreensão e a falta de motivação em relação aos conteúdos matemáticos ensinados nas salas de aula, e do outro, está o professor que deixa de atingir os resultados mais satisfatórios no ensino da disciplina. O processo ensino aprendizagem das crianças na disciplina de Matemática começa mesmo antes delas irem à escola, por essa razão o ensino da Matemática precisa ser trabalhado de forma diferenciada para que o aprendizado ocorra com mais frequência. Segundo Golbert (2002) é preciso reconhecer que os processos de aprendizagem da matemática e do pensamento matemático, são provenientes do meio social. A criança elabora dinamicamente a compreensão de conhecimentos matemáticos, conforme ela interage no grupo no coletivo da sociedade e da na sala de aula. O tema escolhido prioriza saber como ocorre o ensino aprendizagem da Matemática nos três primeiros anos do Ensino Fundamental, uma vez que essa área de conhecimento está presente no cotidiano das pessoas. Como desenvolver atividades Matemática, de modo que envolvam as crianças em período de alfabetização, de forma mais natural e elas venham a gostar da disciplina? Esse é um dos desafios a serem enfrentados por muitos profissionais que atuam nesses anos iniciais do Ensino Fundamental. Na tentativa de encontrar respostas aos desafios encontrados nas experiências pré-profissionais é que foram realizadas pesquisas bibliográficas para a busca de rumos que possam direcionar o trabalho com a disciplina de matemática, nesse primeiro ciclo de aprendizagem do Ensino Fundamental. É importante destacar que a matemática é considerada por muitos como uma matéria complexa e de difícil aprendizagem. Por isso existe uma grande rejeição por parte de adultos e crianças. O estudo desenvolvido Interdisciplinar: Revista Eletrônica da UNIVAR http://revista.univar.edu.br ISSN 1984-431X Ano de publicação: 2014 N°.:11 Vol.:1 Págs.:194 - 199 ENSINO APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA Liliane Alves Madureira Ribeiroo 1 Maria Bernadete Pozzobom Costa 2 RESUMO: Ensinar e aprender Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental tem sido um dos desafios a ser enfrentado no cotidiano das escolas. O artigo busca compreender o processo de ensino aprendizagem de Matemática, de forma que a criança, em fase de alfabetização, tenha prazer em desenvolver atividades propostas nas aulas de Matemática. A organização do estudo utilizou-se de pesquisa exploratória tendo como base de investigação a técnica de questionário e estudo bibliográfico. Identificou-se desenvolvimento de atividades matemáticas que motivam e estimulam o aluno, porém há necessidade de intenções educativas. As atividades lúdicas poderiam ser usadas nas aulas de Matemática de forma intencional. Palavras-chave: Matemática, ensino, aprendizagem, lúdico. ABSTRACT: Teach and learn math in the early years of elementary education have been one of challenges to be faced everyday of schools. The article seeks to comprehend the processo of teaching and learning of math , so that child, in phase literacy, have pleasure developing activities proposals in the math lessons. The organization of survey and study Bibliografies, indentified the developing of activities math that motivate and estimulate the student, but have need of intentions educational. The activities lucid can be used in the class of math intentionally Keywords: Math, teaching, learning, ludic 1 Acadêmica do 4º ano do Curso de Pedagogia das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia UNIVAR. - [email protected] 2 Orientadora do Trabalho de Conclusão de Curso em forma de Artigo. Graduação em Pedagogia pelas Faculdades Unidas do Vale do Araguaia. Especialização Lato Sensu em Metodologia e Didática-UFMT. Professora nas Faculdades Unidas do Vale do Araguaia. e-mail [email protected]

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1. INTRODUÇÃO

A matemática é vista por muitos, ainda hoje, como

uma disciplina que impõe dificuldades no processo ensino-

aprendizagem. Essa visão tem sido expressa por alunos,

professores, pais e a sociedade. De um lado, percebe-se a

incompreensão e a falta de motivação em relação aos

conteúdos matemáticos ensinados nas salas de aula, e do

outro, está o professor que deixa de atingir os resultados

mais satisfatórios no ensino da disciplina.

O processo ensino aprendizagem das crianças na

disciplina de Matemática começa mesmo antes delas irem à

escola, por essa razão o ensino da Matemática precisa ser

trabalhado de forma diferenciada para que o aprendizado

ocorra com mais frequência. Segundo Golbert (2002) é

preciso reconhecer que os processos de aprendizagem da

matemática e do pensamento matemático, são provenientes

do meio social. A criança elabora dinamicamente a

compreensão de conhecimentos matemáticos, conforme ela

interage no grupo no coletivo da sociedade e da na sala de

aula.

O tema escolhido prioriza saber como ocorre o

ensino aprendizagem da Matemática nos três primeiros anos

do Ensino Fundamental, uma vez que essa área de

conhecimento está presente no cotidiano das pessoas. Como

desenvolver atividades Matemática, de modo que envolvam

as crianças em período de alfabetização, de forma mais

natural e elas venham a gostar da disciplina? Esse é um dos

desafios a serem enfrentados por muitos profissionais que

atuam nesses anos iniciais do Ensino Fundamental. Na

tentativa de encontrar respostas aos desafios encontrados

nas experiências pré-profissionais é que foram realizadas

pesquisas bibliográficas para a busca de rumos que possam

direcionar o trabalho com a disciplina de matemática, nesse

primeiro ciclo de aprendizagem do Ensino Fundamental.

É importante destacar que a matemática é

considerada por muitos como uma matéria complexa e de

difícil aprendizagem. Por isso existe uma grande rejeição

por parte de adultos e crianças. O estudo desenvolvido

Interdisciplinar: Revista Eletrônica da UNIVAR http://revista.univar.edu.br ISSN 1984-431X

Ano de publicação: 2014

N°.:11 Vol.:1 Págs.:194 - 199

ENSINO APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA

Liliane Alves Madureira Ribeiroo1 Maria Bernadete Pozzobom Costa

2

RESUMO: Ensinar e aprender Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental tem sido um dos desafios a ser

enfrentado no cotidiano das escolas. O artigo busca compreender o processo de ensino aprendizagem de Matemática, de

forma que a criança, em fase de alfabetização, tenha prazer em desenvolver atividades propostas nas aulas de

Matemática. A organização do estudo utilizou-se de pesquisa exploratória tendo como base de investigação a técnica de

questionário e estudo bibliográfico. Identificou-se desenvolvimento de atividades matemáticas que motivam e estimulam

o aluno, porém há necessidade de intenções educativas. As atividades lúdicas poderiam ser usadas nas aulas de

Matemática de forma intencional.

Palavras-chave: Matemática, ensino, aprendizagem, lúdico.

ABSTRACT: Teach and learn math in the early years of elementary education have been one of challenges to be faced

everyday of schools. The article seeks to comprehend the processo of teaching and learning of math , so that child, in

phase literacy, have pleasure developing activities proposals in the math lessons. The organization of survey and study

Bibliografies, indentified the developing of activities math that motivate and estimulate the student, but have need of

intentions educational. The activities lucid can be used in the class of math intentionally

Keywords: Math, teaching, learning, ludic

1Acadêmica do 4º ano do Curso de Pedagogia das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia – UNIVAR. -

[email protected] 2Orientadora do Trabalho de Conclusão de Curso em forma de Artigo. Graduação em Pedagogia pelas Faculdades

Unidas do Vale do Araguaia. Especialização Lato Sensu em Metodologia e Didática-UFMT. Professora nas Faculdades

Unidas do Vale do Araguaia. e-mail [email protected]

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buscou a compreensão do processo ensino aprendizagem

que possa ajudar a criança a desenvolver o gosto pela

matemática que contribui para o desenvolvimento da

aprendizagem, superando barreiras nessa área de

conhecimento.

2. OS CONHECIMENTOS E AS APRENDIZAGENS

MATEMÁTICAS

De acordo com os Parâmetros Curriculares

Nacionais (PCN) de Matemática (2000), a criança quando

vai para escola ela já possui uma bagagem de conhecimento

matemático, que se construiu no seio familiar e no meio

social que ela vive. Um conhecimento simples de números,

de medidas e de espaço.

O professor, nesse primeiro ciclo de aprendizagem,

deve usar esse conhecimento para desenvolver e aprofundar

nos conteúdos. O conhecimento que o aluno traz de sua

vivência precisa ser diagnosticado e a partir daí o professor

proporcionar a construção de novos saberes. Esses por sua

vez estarão embasados nos anteriores, possibilitando que o

aluno faça conexão com que sabe e com o novo conteúdo.

Dessa forma, ele terá uma aprendizagem com mais

significado. (PCN-MATEMÁTICA, 2000).

É de fundamental importância que o ensino e a

aprendizagem da criança nesta fase escolar sejam pautados

numa dinâmica que valorize a socialização dela, uma vez

que chega a escola com algumas práticas egocêntricas,

principalmente no primeiro ciclo do Ensino Fundamental.

Sendo assim, cabe ao professor a orientação para o

compartilhamento do conhecimento, para o trabalho em

grupo, para a expressão oral que contribuem para torná-la

um ser socializado.

Nesta perspectiva, os objetivos da Matemática, do

primeiro ciclo de aprendizagem escolar, necessitam ser

direcionados considerando a importância de alguns aspectos

relevantes para a criança nesse período o construir e o

reconhecer os números naturais dentro do seu contexto de

vida, explorando situações do seu dia que envolva medidas,

contagem e códigos numéricos. E, ainda, levar o aluno a

compreender que a matemática está presente no mundo à

sua volta, percebendo a ligação entre as informações

matemáticas com as outras disciplinas utilizando

conhecimentos, formas de raciocínio e meios de

comunicação matemáticas. (PCN-MATEMÁTICA, 2000).

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais

(2000), os conteúdos a serem desenvolvidos no primeiro

ciclo do Ensino Fundamental devem contemplar o estudo

dos números e das operações, no campo da álgebra e da

aritmética; da geometria no estudo do espaço e das formas;

das medidas e do tratamento da informação. Esses

conhecimentos devem ter objetivos claros, para o seu

alcance, ao serem trabalhados como conteúdo. A proposta é

de que os números sejam trabalhados de modo bem simples.

Dando ideia de quantidade. Eles estão presentes em códigos

de objetos como em placa de carro, números de telefones,

entre outros. Temos ainda os números que dão ideia de

posição, sendo que estes o professor precisa partir de

situações do dia a dia da criança para que possa construir

conhecimentos sobre eles.

Pelos estudos realizados, percebe-se que o

problema com a matemática surge a partir da resolução das

operações fundamentais. Para o início da utilização das

operações a proposta é de que o professor utilize de situação

problema do cotidiano dos alunos.

O primeiro ciclo tem, portanto, como

característica geral o trabalho com atividades que

aproximem o aluno das operações, dos números,

das medidas, das formas e espaços e da

organização de informações, pelo

estabelecimento de vínculos com os

conhecimentos com que chega á escola. Nesse

trabalho, é fundamental que o aluno adquira

confiança em sua própria capacidade para

aprender Matemática explore um bom repertorio

de problemas que lhe permitam avançar no

processo de formação de conceito.

(PARÂMETROS CURRICULARES

NACIONAIS DE MATEMÁTICA 2000, p.70).

A principal característica do processo de ensino e

aprendizagem da criança do primeiro ciclo é a aproximação

dela com o conteúdo a ser trabalhado. Dessa forma, usa o

que esta já sabe desenvolvendo o sentimento de confiança

para que a criança possa desenvolver sua atividade sem

temor, pois ela é capaz desde que essa proximidade a

estimule para tal ação. O aluno precisa fazer uma ligação

dos conteúdos que estuda na escola com os conhecimentos

de seu cotidiano como para medir usando instrumentos

adequados e formais ou os informais como um pedaço de

barbante, de madeira, de papel, dentre outros.

Mas para o conhecimento escolar do aluno são

apontados alguns caminhos que podem ser utilizados para o

ensino aprendizagem das crianças na primeira etapa do

Ensino Fundamental. Dentre eles podemos lançar mão dos

jogos, resolução de problemas.

2.1 OS JOGOS NA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA

As aprendizagens são variadas e vão se ampliando

conforme os conhecimentos vão sendo apreendidos. Lima

(2005, p.32) diz que as crianças aprendem “a partir das

comparações, das discussões, dos questionamentos, das

criações, das socializações” que oportunizam a reflexão

sobre as aprendizagens e dessa forma, elas ampliam-se.

Campos, afirma que (2010, p. 13) “Na vida humana

a aprendizagem se inicia com o nascimento, ou até antes e

se prolonga até a morte”. A criança desde o nascimento e a

vida toda passa pelo processo de aprendizagem.

Segundo Lino Macedo (2012), quando os

conteúdos são mais importantes na aprendizagem, os jogos

ficam no escanteio. Já quando a aprendizagem está em

primeiro lugar os jogos são parceiros nas ações pedagógicas.

Nos jogos o professor precisa estar do lado das crianças e

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196

deixar bem claro as regras. Assim a aprendizagem irá

ocorrer melhor, pois não há aprendizagem só através de

livros didático ou da fala do professor. A aprendizagem

ocorre principalmente através do lúdico, pois fazem parte da

vivência da criança que pode inventar construir e imaginar

coisas diferentes. O importante é que as regras do jogo

precisam ser passadas para serem respeitadas e seguidas. O

jogo é importante para que a criança desse ciclo se socialize

e para que saibam que pode ganhar ou perder, pois na vida

não ganhamos sempre.

Os jogos podem trazer o desenvolvimento de

conteúdos matemáticos. Como os que os alunos devem

anotar a pontuação para depois somá-la. Ainda, os que

devem resolver as operações propostas em uma trilha para

chegar ao final do percurso primeiro, dentre muitos outros

como os que desafiam o aluno a encontrar uma resposta

coerente.

2.2- LER E APRENDER MATEMÁTICA

Segundo Smole (2001), os alunos possuem

dificuldades em ler e interpretar problemas ou exercícios de

Matemática por possuírem dificuldades na leitura. Para a

resolução de exercícios, em qualquer disciplina, é preciso

fazer uma boa leitura e interpretação.

As escolas precisam formar leitores fluentes, pois

para exercermos a cidadania é preciso saber ler

matematicamente também, pois o mundo ao qual se vive é

letrado. A escola de Ensino Fundamental, principalmente o

primeiro ciclo, precisa estar instigando a leitura aos alunos,

colocando-os para a pesquisa de respostas. Dessa forma, a

autora afirma que a escola estará contribuindo para a

formação da pessoa mais crítica, que busca sempre outra

resposta e não aceito tudo já formado como se houvesse um

só meio de resolver uma situação problema. Ainda, que

essas considerações:

Levam-nos a considerar que os alunos devem

aprender a ler matemática e ler para aprender

matemática durante as aulas dessa disciplina, pois

para interpretar um texto matemático, o leitor

precisa familiarizar-se com a linguagem e os

símbolos próprios desse componente curricular,

encontrando sentimentos no que se lê,

compreendendo o significado das formas escritas

que são inerentes ao texto matemático,

percebendo como ele se articula e expressa

conhecimentos. (SMOLE, 2001, p.71).

Muitas pessoas pensam e acreditam que a

Matemática não exige leitura e interpretação. Entendem-na

como simplesmente pegar o lápis e resolver as continhas

sem mesmo ler o enunciado da questão. Portanto, é preciso

ler e interpretar o problema, tentar resolvê-lo, comparar com

o resultado com os dos colegas e a forma que se procedeu

para a resolução deles e explicar aos colegas os caminhos

percorridos de como encontrou a resposta.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Para o trabalho realizou-se pesquisa bibliográfica

tomando por base os Parâmetros Curriculares Nacionais e

outros autores. Como técnica de pesquisa utilizou-se de

questionário. Caracterizou-se como pesquisa exploratória

uma vez que segundo Severino (2007, p. 123) “A pesquisa

busca apenas levantar informações sobre um determinado

objetivo, delimitando assim um campo de trabalho,

mapeando as condições de manifestação desse objeto com o

método quanti-qualitativo”.

3.1 AMOSTRAGEM

O estudo de pesquisa se caracterizou pela utilização

dos instrumentos de observação durante os estágios no curso

e de questionários com dez questões respondidos por doze

professoras do 1º, 2º e 3º ano do Ensino Fundamental da

Escola Municipal “Professora Elizabete Sanchez Lacerda”

da Cidade de Barra do Garças- MT. Essa escola tem doze

turmas do primeiro ciclo do Ensino Fundamental.

O trabalho realizado abordou pesquisa bibliográfica

que segundo Lakatos (2011) faz-se um levantamento de

referências bibliográficas já publicadas, em forma de livros,

revistas, artigos científicos, já publicados por meio de

registros escritos e impressos. Como técnica de pesquisa

utilizou-se de observação em sala de aulas das ações

pedagógicas do professor titular das turmas, durante os

estágios e de questionários aplicados em professores do

primeiro ciclo Ensino Fundamental, na escola Municipal

“Professora Elizabete Sanchez Lacerda”, localizada na

cidade de Barra do Garças, MT. Para Gil (2010 p. 129) a

observação “se caracteriza pelo contato direto do

pesquisador com o fenômeno estudado, com a finalidade de

obter informações acerca da realidade vivenciada pelas

pessoas em seus próprios contextos.” e esse mesmo autor

afirma que o entendimento da técnica de questionário é “um

conjunto de questões que são respondidas por escrito pelo

pesquisado” (2010, p. 102).

O questionário foi o principal instrumento de

pesquisa. Era composto de questões objetivas sendo que da

primeira a sétima eram de múltipla escolha e ateve-se em

saber das professoras o tempo de serviço, como avaliam os

alunos, que metodologias e recursos utilizam em suas aulas,

disciplina que mais gostam de trabalhar, e o objetivo mais

priorizava no ensino aprendizagem dos alunos. As questões

restantes deveriam marcar sim, não, às vezes. Essas

questões apontavam a opinião das professoras quanto ao

trabalho com a realidade dos alunos, se eles têm dificuldade

de aprender matemática, se trabalhar com o lúdico nas aulas

de matemática a criança demonstra mais prazer e se com o

lúdico a criança tem mais dificuldade em resolver as

questões propostas.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A obtenção dos resultados e a discussão da

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197

pesquisa englobam observações realizadas durante os

estágios do curso e a de coleta de dados no formato de

questionário. De acordo com a pesquisa os professores

responderam da forma como se apresenta a seguir

considerando as questões propostas. Nas observações foi

possível constatar que as professora não utilizam de

recursos pedagógicos, ficam presos no livro, quadro e giz.

Essas possuem domínio de conteúdo e procura esclarecer

todas as dúvidas surgidas, maneja com habilidade as

técnicas de ensino e seleciona as mesmas com objetivos e o

conteúdo programado. Proporciona a participação ativa dos

alunos, estimulando o desenvolvimento de pensamento e

atitude dos mesmos.

Quando questionados sobre o tempo de magistério,

obteve-se como resposta que 58.4% tem entre 15 e 25 anos

de serviço e 25% entre 10 e 15 anos de trabalho nos anos

iniciais do Ensino Fundamental. Observa-se que a maioria

tem experiência profissional nessa etapa de ensino.

Tabela 1: Modo de trabalhar com matemática

nas aulas

Número de

professores

%

Jogos e exercícios no caderno e

folha.

3 25

Livro didático e atividades escritas

no caderno.

2 16,6

Resolução de problemas 1 8,4

Anularam 6 50

Total 12 100

Quanto à forma de trabalhar com Matemática em

sala de aula houve destaque para o trabalho com jogos e

exercícios escritos no caderno e em folha. Metade dos

professores anulou a questão apontando todas as

alternativas. Apenas 8.4% trabalham com resolução de

problemas. Segundo Schneider (2007), os jogos

pedagógicos devem ser usados de forma diferenciada, antes

mesmo de desenvolver um novo conteúdo. Dessa forma, a

autora acredita estar despertando o aluno ao aprendizado. O

professor deve estimular com o jogo o pensar dos seus

alunos, indagando se a resposta é aquela mesmo. Não é

papel de o professor dar respostas. Kishimoto (2009, p. 24)

afirma que “muitos profissionais devem aprender a

diferenciar os tipos de jogos, não só como brincadeira, mas

como recurso de ensino, dando o verdadeiro valor a esta

importante ferramenta de ensino”. O PCN de Matemática

traz como proposta de trabalho a resolução de problemas

como uma atividade de “orientação para a aprendizagem,

pois proporciona o contexto em que se pode apreender

conceitos, procedimentos e atitudes matemáticas.” ( 2000,

p.44).

Tabela 2: Recursos de ensino mais utilizados nas

aulas;

Números de

professores

%

Livro, caderno, papel sulfite, lápis,

quadro.

6 50

Material concreto disponível no

próprio ambiente.

2 16,6

Utilizam mais de dois recursos 3 25

Assinalaram todas as alternativas 1 8,4

Total 12 100

Sobre os recursos de ensino mais utilizados nas

aulas de matemática, observa-se que metade dos professores

marcou que utilizam livros, caderno, papel, lápis e quadro.

Percebe-se que a metade dos professores é mais tradicional

na utilização de recurso de ensino nas aulas de matemática.

Destaca-se que “conhecer diversas possibilidades de

trabalho em sala de aula é fundamental para que o professor

construa sua prática.” (PCN Matemática, 2000, p. 42).

No questionamento sobre o objetivo que priorizam

no processo Ensino e aprendizagem das crianças nessa etapa

de ensino, 33,3% dos professores apontaram que tem como

objetivo principal desafiar os alunos à resolução e também

33,3% dos professores afirmou estimular o gosto pelas

atividades matemática utilizando de atividades lúdicas.

Segundo o PCN Matemática (2000) as ações de ensino

aprendizagem devem ser planejadas, uma vez que há

objetivos propostos a alcançar. E ao professor cabe traçar o

rumo do seu trabalho tendo por base os objetivos e os

conteúdos como guias.

Com relação à preferência e facilidade em trabalhar

as disciplinas do currículo, 50% dos professores apontou

para mais de uma disciplina e 25% marcou matemática.

Esse percentual demostra que a Matemática não é uma

disciplina rejeitada por esses professores e 91.6%

concordam em trabalhar a matemática a partir da realidade

do aluno.

Tabela 3: Dificuldade de aprendizagem de

Matemática.

Números de

professores

%

Às vezes os alunos possuem

dificuldades na a disciplina.

5 41,7

Não tem dificuldades na disciplina. 5 41,7

Possui dificuldade 2 16,6

Total 12 100

Quanto às dificuldades do aluno em aprender

Matemática (Tabela: 3), observa-se na tabela que 41,7% dos

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198

professores marcam que às vezes os alunos têm dificuldades

e a mesma porcentagem de professor assinalam que os

alunos não têm dificuldades e 16,6% marcaram que os

alunos possuem dificuldade de aprendizagem na disciplina.

Tabela 4: Prazer na aula de Matemática com o lúdico.

Números de

professores

%

Sim 11 91,6

Não 1 8,4

Total 12 100

Os resultados neste questionamento demonstram

que grande maioria dos professores concorda que

trabalhando o lúdico na Matemática a aula se torna mais

prazerosa. Para Rolim e Guerra (2008), o brincar é um

instrumento que ajuda a criança a se desenvolver. Por isso

essa atividade precisa ser estimulada, pois por meio do

brincar ela aprende. Uma criança que é incentivada à brincar

desde pequena, ao crescer terá o seu desenvolvimento

cognitivo maior e, consequentemente, menos dificuldades

no aprendizado.

Tabela 5: Quando o professor utiliza atividades lúdicas o

aluno apresenta mais dificuldade em aprender

matemática.

Números de

professores

%

Não apresentam

dificuldades

11 91,6

Às vezes 1 8,4

Total 12 100

Nessa questão 91.6% dos professores marcou que

os alunos não apresentam dificuldades se o lúdico for

utilizado no processo de ensino aprendizagem de

matemática. Pimentel (2012) defende que o ensino por meio

da ludicidade torna o ambiente atrativo e assim serve de

estímulo para o desenvolvimento integral da criança, pois o

lúdico facilita o processo ensino aprendizagem.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A matemática precisa ser vista com outro olhar

tanto pelos alunos como pelos professores, pois o mundo do

trabalho exige pessoas pensantes. Com esta exigência é

preciso mudar a forma de ensinar e de aprender a

Matemática. Esse conhecimento favorece o

desenvolvimento e a atuação do cidadão no meio social.

No ensino e na aprendizagem da matemática é

importante que as atividades sejam geradoras de

conhecimentos com significado. Nesse sentido, destacam-se

as atividades lúdicas que envolvem as brincadeiras, os

jogos, os desafios, os problemas, dentre outros. Porém de

forma organizada evitando a falta de direcionamento e

intencionalidade nas ações pedagógicas desenvolvidas.

No processo de ensino aprendizagem de

matemática nos três primeiros anos do Ensino Fundamental

constatou-se que o uso de atividades lúdicas não são uma

constante de forma que a criança possa ter prazer e aprender.

O estudo realizado objetivou a compreensão do processo

ensino aprendizagem que possa ajudar a criança a

desenvolver o gosto pela matemática que contribui para o

desenvolvimento da aprendizagem, superando barreiras

nessa área de conhecimento. Assim, percebe-se que as

atividades que dão prazer ao aluno nas aulas de matemática

foram identificadas, mas há ausência de planejamento e

orientações do professor ao realizar as atividades propostas

nos jogos, nas situações problema, nas brincadeiras.

Entende-se que não há compreensão adequada de que a

criança também pode aprender com atividades lúdicas os

conteúdos matemáticos.

Dessa forma, a utilização de atividades lúdicas

deveriam ser uma constante nas aulas de matemática dos

professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental, uma

vez que elas motivam e estimulam a criança na etapa da

alfabetização. A ludicidade é uma prática útil nas aulas,

porém não é efetivada de forma adequada e são pouco

exploradas.

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