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A construção social da subcidadania
Jessé Souza
Kalyne Menezes
Universidade Federal de GoiásMestrado em Comunicação
Goiânia, 2013.
Tema central A naturalização da desigualdade social
em países periféricos de modernização recente (Brasil) pode ser mais adequadamente percebida como consequência, não a partir de um processo de uma suposta herança pré-moderna e personalista, resultante de um processo efetivo de modernização de grandes proporções que toma o país no início do século XIX.
A RECONSTRUÇÃO DA IDEOLOGIA ESPONTÂNEA DO CAPITALISMOJessé Souza reconstrói essa visão a partir de Charles Taylor e Pierre Bourdieu
Charles Taylor “naturalismo”: tendência moderna de
desvincular ação e experiência humana da moldura contextual que lhe confere sensibilidade e realidade
O indivíduo se vê solto no mundo e descontextualizado possibilitando a ideologia espontânea do naturalismo
O naturalismo se mostra tanto na dimensão da vida cotidiana quando as pessoas se mostram incapazes de articular os próprios valores-guia que orientariam suas escolhas existenciais e políticas
instituições definem o que é bom, valorável perseguir
“Avaliações fortes”: possibilitam a discriminação entre o que é certo ou errado, melhor ou pior, superior ou inferior...a partir de parâmetros que se impõem
A nossa identidade é formada pelas identificações e escolhas providas por este pano de fundo valorativo
Apenas formulamos sentido para nossa vida com base na relação que estabelecemos com as avaliações fortes que formam a referência última da condição de vida do sujeito moderno
Ocidente moderno – contraposição com Antiguidade Clássica
Platão: concepção moral do ocidente Santo Agostinho: noção de
interioridade
“Fontes morais” como formadoras da cultura ocidental. Passagem para uma condição superior pela interioridade.
Pela interioridade somos capazes de tornar superior
Agostinho: hierarquia valorativa – o vivente é superior ao existente, e o ser inteligente é superior ao vivente
Razão como superior aos sentidos
Descartes: fontes da moralidade dentro de nós (diferente de Asgostinho). Concepção mecanicista e não-teológica do universo
Noção de sujeito em Descartes como “descontextualizado” corresponde à noção de sujeito que instrumentaliza a si mesmo em nome de uma orientação já antecipadamente decidida em nome de algum fim externo
Somos criaturas de relações contingentes
Concepção histórica e contingente se “naturaliza”. As “ideias” se tornam “práticas sociais” e se naturalizam na medida em que esquecem as suas raízes
Taylor/Weber: reforma como porta da singularidade moral e cultural no ocidente
Tema da vida cotidiana em oposição à Antiguidade Clássica que exaltava a vida contemplativa à vida prática
Sacralização do trabalho: desprestígio das atividades contemplativas
A concepção do trabalho dentro desse contexto vai enfatizar não o que se faz, mas como se faz. O vínculo social adequado às relações interpessoais vai ser contratual
Essa nova visão de mundo vai ser consagrada sob a forma de direitos subjetivos e, conforme tendência igualitária, definidos universalmente
Kant: é o fato de sermos racionais que nos garante “dignidade única”. Essa dignidade é construída precisamente contra a noção de natureza.
Taylor, “As fontes do self”: o tema do reconhecimento (das precondições sociais necessárias à atribuição de respeito e autoestima) é transformado em mote central para a produção da solidariedade como também das percepções dos conflitos específicos no mundo contemporâneo
Duas formas de reconhecimento: universalizante (dignidade) e particularizante (autenticidade)
Reconhecimento, por estar ligado às formas de atribuição de respeito e autoestima, é percebido como vinculado às questões da identidade individual e coletiva
Reconhecimento como necessidade humana de existência
Noção moderna de dignidade: uuso iguallitário e universal que confere dignidade a todo ser humano
Autentiidade: elimina do plano de a definição da identidade com base em papéis sociais já dados
A definição de identidade (partindo da autenticidade) implica uma reação tanto em relação à pressão por conformidade social quanto em relação à atitude instrumental em si mesma
Taylor centraliza as sociedades industriais na ideia de autenticidade.
Isso tem a ver com o pressuposto de que as democracias norte-americanas e europeias ocidentais teriam solucionado as desigualdades sociais mais virulentas e efetivamente a partir do welfare state, garantindo um patamar de igualdade entre diversos grupos sociais
Autenticidade:
› Aspecto coletivo: “política da diferença”. Respeito à identidade única de um certo grupo social, normalmente minoritário. E que precisa se proteger contra a assimilação por uma identidade majoritária ou dominante
› Aspecto individual: Crescente trivialidade à medida que o pano de fundo que dá profundidade e coer~encia se eprde em favor de uma perspectiva autorreferida.
Quanto ao coletivo, nós somos formados através do reconhecimento ou da sua ausência. Reconhecimento tem base comunitária, linguística
Torna-se imediatamente compreensível que a proteção de minorias e culturas minoritárias passa a ser um objetivo político incontornável
Compreender outra cultura implica uma abertura em relação á ela que equivale, em alguma medida, a transformação (mesmo parcial) dos parâmetros de julgamento da própria cultura hegemônica
Em relação ao aspecto individual, contradição à lógica da autenticidade na medida em que exige revelação expressiva da originalidade, cujo ineditismo (quando se refere à pessoa e a sua singularidade) é ameaçado pela lógica do quick fix
“reconhecimento social” na base da noção moderna de cidadania
Temática busca esclarecer porque existem sujeitos de 1ª e 2ª classe em sociedades periféricas com contextos democráticos e plurais, como o Brasil
Pode esclarecer de que modo disfarçado e intransparente as instituições aparentemente neutras implicam em uma imposição subliminar de critérios particularistas e contingentes
“O mesmo modo como andamos, gesticulamos e falamos é formado desde os primeiros momentos de nossa consciência para aparecermos para os outros, que nós estamos num espaço público e que esse espaço é potencialmente perpassado por respeito ou desprezo, orgulho ou vergonha.”
Taylor possibilita conferir sentido e relevância moral a aspectos naturalizados da realidade social (dimensão cotidiana e também institucional, cuja eficácia depende de sua aparente neutralidade)
Pierre Bourdieu
Desmascaramento da “ideologia da igualdade de oportunidades” (capitalismo tardio)
Crítica ao estruturalismo: engano a partir de uma ilusão de autonomia
Dilema objetivismo/subjetivismo: estrutura, habitus e prática
Habitus: sistema de estruturas cognitivas e motivadoras. Disposições duráveis articuladas desde a infância. Pré-molda possibilidades e impossibilidades, oportunidades e proibições, liberdade e limites de acordo com condições objetivas
Disposições do Habitus são pré-adaptadas às suas demandas
É o habitus que produz a “mágica social” que faz com que as pessoas se tornem instituições feitas de carne.
Para Bourdieu a ênfase do habitus seria no condicionamento pré-reflexivo, automático, emotivo, espontâneo...”inscrito no corpo”.
Os nossos corpos são a mais tangível manifestação social de nós mesmos.
É com base no conjunto de sinais visíveis que classificamos as pessoas e os grupos sociais e lhe atribuímos prestígio ou desprezo.
Bourdieu: toda sociedade constrói mecanismos mascaradores das relações de dominação, que são operantes em todas as dimensões sociais
A forma com que essa illusio assume é histórica e mutável. “Capital simbólico
Quebra da ilusão criada pelo capital simbólico: noção de “trabalho” separada da noção de “mera atividade”
Capital simbólico pressupõe marcaramento e opacidade com relação às suas origens e funcionamento prático.
Quanto mais difícil for o exercício da dominação direta mais e mais precisar-se-ia de formas mascaradas de dominação
A ideologia mais bem-sucedida é precisamente aquela que não precisa de palavras e se mantém a partir do silêncio cúmplice de sistemas auto-regulados que produzem, sob a máscara da igualdade formal e da ideologia do talento meritocrático, a “sociodicéia dos próprios privilégios” das classes dominantes. (SOUSA, 2003, p.50)
A especificidade da dominação social no capitalismo
Crescente importância socioeconômica do “conhecimento”
Forma mais opaca e intransparente de dominação ideológica no capitalismo avançado (capital cultural)
Gostos e necessidades culturais de acordo com socialização familiar e grau de escolaridade
Estilização da vida. Sublimação das necessidades primárias. Refinamento.
Hierarquia entre as classes a partir do gosto.
Ideologia do gosto é eficaz, se impõe casualmente na vida cotidiana “naturalizando” diferenças sociais, as quais possuindo um fundo econômico aparecem como diferenças de natureza.
O habitus vai permitir redefinir de modo inovador a ideia de classe social e pertencimento a ela.
Introjeção e inscrição corporal de disposição que condicionam um estilo de vida e uma visão de mundo específica.
O pertencimento à classe explica porque os indivíduos não se movem de modo arbitrário no espaço social.
Luta de classes = luta cultural pela hegemonia
Poder de definir nos seus próprios termos os esquemas classificatórios que guirão o comportamento das classes sociais sob o seu jugo
Relações implícitas e opacas entre consumo cultural e estilo de vida como forma de garantir privilégios, reconhecimento social e autoestima
Nas lutas por distinção não há apenas interesses econômicos, mas psicológicos (atitudes em relação à vida)
Bourdieu: classe trabalhadora – vulnerabilidade e dependência em relação à cultura legítima
Classe trabalhadora é obrigada a fazer da “necessidade” (padrão mínimo de consumo e estilo de vida) uma virtude
Classe trabalhadora se vê através dos olhos da classe dominante. É reduzida à sua força de trabalho, á atividade muscular.
Dependência; autoestima em relação ao mercado por salários, status, ação do sistema educacional.
Taylor e Bourdieu Experiência da naturalização da
desigualdade
Ambos autores recusam o “dado”, a experiência imediata cuja opacidade nos confunde e nos torna impotentes moral e politicamente
Reconhecimento da diferença implica pleitear uma reivindicação de autenticidade
Taylor considera que as democracias modernas deveriam ser avaliadas a partir da forma como elas tratam as minorias
Jessé concentra na temática da dignidade, não da autenticidade. Investiga o véu mascarador da pretensa igualdade e universalidade presente na noção de dignidade
Taylor pretende recapturar um acesso simbólico e valorativo que retira a neutralidade e a ingenuidade dessas instituições fundamentais que determinam nosso comportamento social em todas as suas dimensões
Desconstrução do naturalismo, ideologia do capitalismo. Desconstrução da naturalização da desigualdade periférica e da ilusão de “igualdade de oportunidades”
Genealogia tayloriana permite“re-culturalizar”, ressignificar, reconstruir e ressocializar uma hierarquia implícita já naturalizada pela opacidade de forma de atuação dessas instituições
Às gerações que já nascem sob a égide das práticas disciplinadores consolidada institucionalmente, esse modelo contingente assume a forma naturalizada de uma realidade de uma realidade auto-evidente que dispensa justificação.
Responder aos imperativos empíricos de Estado e mercado passa a ser tão óbvio quanto respirar ou andar.
Leitura tayloriana permite dar conta das mudanças históricas das lutas sociais nos países avançados
Segunda metade do século XX: demandas em favor de uma “política da diferença” tende a ganhar proeminência
Reconhecimento é um consenso contingente e culturalmente produzido, categoria que se aplica tanto à noção de dignidade quanto de autenticidade e respeito à diferença
Hierarquia opaca no mundo naturalizado: mecanismo mascarador e legitimador de relações desiguais
Não só a divisão entre classes mas a oposição entre minorias (sexuais, raciais, culturais) e a classe dominante vai assumir a forma da oposição entre mente e corpo.
Capital cultural, trabalho intelectual e mental burguês em oposição ao trabalho muscular, manual e corporal das classes trabalhadoras - instância legitimadora do diferencial no salário e no prestígio
Importância do protestantismo como uma nova visão de mundo em todas as dimensões
Mas, indivíduo antes moldado pela religião passa a ser “moldado plasticamente” pelas necessidades dos seus imperativos disciplinadores (Estado, mercado etc)
Princípios da dignidade e autenticidade como índice fundamentado de distinção social, tanto entre classes sociais como em minorias culturais
Em Bourdieu, temos uma análise da forma que a dominação ideológica assume na modernidade tardia
Essa perspectiva “nos permite ir além de um conceito de reconhecimento que assume, pelo menos tendencialmente, como realidade efetiva a ideologia da igualdade prevalecente nas sociedades centrais do Ocidente”
Bourdieu: descontrução da ideologia da igualdade que serve de base ao consenso social e político das sociedades ocidentais
Sociedades centrais ou periféricas não se equivalem. Existem dimensões de desigualdades e de (não) reconhecimento social que variam
A CONSTITUIÇÃO DA MODERNIDADE PERIFÉRICA
Singularidade da “nova periferia”
Noção de imaginário social: percepção das pessoas comuns sobre o seu ambiente social, sob a forma de lendas, ditos populares etc.
Imaginário social não é preso a contextos específicos
Como se dá mudanças sociais e revoluções que permitem tanto a transformação de um imaginário social em outro
Imaginário não é unilateral. É definido por condições específicas de espaço e tempo em cada sociedade (esquematização)
Nas sociedades periféricas o imaginário social possui uma “esquematização” própria
Jessé: essa “nova periferia” é tomada de assalto por uma cultura material e simbólica cujo dinamismo e vigor não deixaram espaço para compromisso ou reação
Visão de mundo articulada institucional e simbolicamente era inexistente
Legitimação das relações hierárquicas e desiguais a custo de violência física aberta ou violência psíquica encoberta
Cultura material e simbólica no Brasil colonial era rasteira e pouco articulada
Gilberto Freyre: por causa disso, nas cidades com maior influência europeia toda a hierarquia valorativa em todas as dimensões sociais era posta de cabeça para baixo
Era colonial e portuguesa(mau gosto). Inglês e francês – burguês (bom gosto e desejável)
Brasil: padrão de modernização no qual as práticas institucionais se impõe sem o lastro ideal e valorativo (articulação, reflexão e consciência dos dilemas e contradições)
Revolução burguesa encapuzada (Florestan Fernandes) ou revolução passiva (Werneck Vianna)
Isso implica num hipereconomicismo: economia como solução de conflitos e contradições
A constituição do poder pessoal: patriarcalismo e escravidão
Existe algo sintomaticamente psicanalítico no “esquecimento” brasileiro em relação á escravidão
Os interesses organicamente articulados à escravidão que permitiram a manutenção da unidade no vasto território brasileiro e foi também a escravidão que determinou o modo peculiar do homem livre no brasil
Patriarcalismo: extraordinária influência familiar na organização do Brasil
Faziam parte da família elemento dominante (senhor e núcleo), mas também bastardos, dependentes, domésticos e escravos
Casa grande e Senzala (Freyre): português como elemento principal do processo sincrético brasileiro
Em Freyre a especificidade da escravidão brasileira se alterna entre o sadomasoquismo e a mestiçagem
Estratégia do domínio (escravidão muçulmana) expansão da durabilidade e das conquistas inigualáveis na medida em que associa o acesso a bens materiais e ideais muito concretos à identificação do dominado com valores do opressor
Essa estratégia de dominação implica subordinação e sistemática reprodução social da baixa autoestima dos grupos dominados
“...a forma menos cruel de escravidão desenvolvida pelos portugueses no Brasil parece ter sido resultado de seu contato com os escravocratas maometanos, conhecidos pela maneira familial que tratavam seus escravos, pelo motivo muito mais concretamente sociológico do que abstratamente étnico de sua concepção doméstica da escravidão
Herança moura na escravidão parece ter sido decisivo na singularidade da sociedade escravocrata
Isso possibilitou esquematizar a sociedade sincrética com influência europeia, burguesa e antiportuguesa
Portugueses espelharam-se nos maometanos. Ampliação da família como necessidade de escravos e expansão, mas também havia reconhecimento (p. 113)
O filho da africana “poderia” ser aceito como “europeizado” se aceitasse a fé, rituais e costumes do pai
Caso brasileiro: ausência de instituições intermediárias faz com que a família seja o elemento principal da sociedade
Não existia Estado, Igreja, Polícia. Não existia limites à autoridade pessoal do senhor de terras e escravos
“Foi sádica a relação do home português com as mulheres índias e negras. Era sádica a relação do senhor com suas próprias mulheres brancas, as bonecas para reprodução e sexo unilateral [...]. Era sádica, finalmente, a relação do senhor com os próprios filhos, os seres que mais apanhavam depois dos escravos”
Senhor de terras: hiperindivíduo, super-homem do passado, bárbaro sem limites aos impulsos primários
O componente de “proximidade” entre desiguais é instável, imprevisível e particularista
Nesse contexto de total dependência dos escravos em relação ao senhor, sem a proteção que o costume e a tradição garantiam ao elemento dominado em outras sociedades tradicionais, possibilitando desse modo [...] formas de constituição de autoestima e reconhecimento social independentes da vontade do senhor, é que podemos compreender a especificidade desse tipo de sociedade, baseada no poder pessoal, que aqui se constituiu (SOUSA, 2003, p. 121)
O dependente formalmente “livre”
Independente da cor, o ‘dependente’ ou ‘agregado’ situava-se em posição intermediária entre o senhor e o escravo
Sobrevivia ocupando funções nos sistemas como um todo
Formou-se uma ralé que cresceu e vagou ao longo de quatro séculos. Homens a rigor dispensáveis, desvinculados de processos essenciais à sociedade
A agricultura mercantil e escravidão abria espaço para sua existência e os deixava sem razão de ser
A ralé não exerce papéis fundamentais para a cadeia produtiva e consegue sobreviver nas ocupações marginais dessa produção (vendeiro, sitiante, braço direito, camarada...)
Dependente tinha uma liberdade subjetiva, também possuía um vínculo de dependência com o senhor (favor e proteção)
O dependente se relaciona com o proprietário como se fosse seu igual
Contraprestação de valores e proteção a partir as sujeição absoluta
Falta de consciência, fechamento de horizonte para a compreensão de qualquer relação impessoal
Servidão involuntária
O caminho do dependente foi e é o da submissão
Tanto o dependente como o escravo na ‘visão muçulmana’ formam a ralé dos imprestáveis e inadaptados ao novo sistema impessoal que chega de fora para dentro como “prática institucional”
Do poder pessoal ao poder impessoal
Personalismo continua dominante, mas agora em um contexto estatal
Florestan Fernandes – A revolução burguesa no Brasil: burguês surge como um produto econômico e não uma visão de mundo revolucionária, como na europa
...mercado e Estado já reproduzem uma visão de mundo e do ser humano contingente historicamente produziram que hierarquizam indivíduos e classes sociais de acordo com seus hiperativos funcionais. É com base nessa hierarquia que classificados e desclassificados sociais são produzidos sob um aparência de naturalidade e neutralidade pela ação de princípios supostamente universais e acima de qualquer discussão como, por exemplo, a noção de desempenho diferencial (p. 132)
Freyre: dimensão macrossocial da vida cotidiana (Sobrados e mucambos)
A lenta superação do personalismo e do familismo se deu tanto no espaço privado como no público
Relações do patriarca com a família mudaram radicalmente, principalmente em relação à mulher
Mutilação social e moral da mulher legitimava o duplo padrão de moralidade: todas as liberdades aos homens e as obrigações á mulher
O conhecimento, a perícia, passa a ser o novo elemento que passa a contar de forma crescente na hierarquia social
A partir de 1808 temos um processo modernizador da nova periferia no Brasil
Sociedades formadas pelo influxo do crescimento do capitalismo industrial
Não apenas um influxo modernizante exógeno (fora pra dentro), mas endógeno a partir de um lento processo de conscientização e luta política, refletida de um projeto modernizador autônomo nacional
Revolução de 1930 e projeto modernizador autônomo nacional
Florestan: liberalismo como língua única. Parcelas privilegiadas da população.
Pressões democrarizantes – descontentamento
1935: para “assumir” a representação das classes subalternas o corporativismo precisa acabar com as organizações e lideranças independentes
Sindicalização facultativa estimulada em detrimento de uma séria de direitos.
Estado autoritário e modernizante.
Obrigada!