3
Texto II Especialistas em segurança pública acreditam que um dos reflexos provocados pela pandemina do novo coronavírus no Brasil, além das graves consequências na área sanitária do país, deverá ser o crescimento da atividade de grupos que atuam no tráfico humano, em especial aqueles voltados para exploração sexual de mulheres, uma das principais vertentes deste tipo de crime. Para o coordenador do NETP (Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo) da Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, Ricardo Alves, uma das explicações para a provável ascensão dos casos pode ser o aumento da vulnerabilidade das pessoas nos aspectos econômico e social no país. "O aliciamento tem sempre uma face perversa. Lida com aquilo que é mais sagrado para as pessoas: a qualidade de vida e a família. Geralmente, [as vítimas são] pessoas em alto grau de vulnerabilidade, carentes ou problemas nos seus locais de origem. Essas pessoas são seduzidas pela possibilidade de uma vida melhor para si e seus familiares", avaliou Ricardo Alves. A psicóloga Juliana Martins, coordenadora institucional do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), considera ainda mais perigosas as situações nas quais o aliciamento é feito pela internet, além de casos em que as mulheres já estejam subjugadas. "O isolamento social é fundamental para a gente diminuir o contágio por coronavírus e o colapso do sistema de saúde, mas vai agravar inúmeras situações no que se refere à violência de gênero e contra a mulher", enfatizou. O mundo virtual concentra grande parte do campo de ação dos aliciadores. Muitas vítimas são adolescentes ou mulheres jovens, moradoras de cidades pequenas - com poucas opções de crescimento profissional - que caem na teia dos criminosos por vislumbrar a oportunidade de encontrar um bom emprego na metrópole. https://noticias.r7.com/sao-paulo/trafico-de-pessoas-pode-aumentar-com-pandemia-dizem-especialistas-29042020 Texto I Texto III É claro que estas condições e fatores como a pobreza, a busca por melhores oportunidades de trabalho, necessidade de sustentar a família, motivos ambientais (secas ou inundações) estão entre as motivações que levam a pessoas a cair em falsas promessas que se revelam em situações de exploração posterior. Mas as motivações podem ser mais complexas como, por exemplo, o desejo de conhecer novas culturas, o desejo de transformar o corpo, o casamento com um estrangeiro, ou a necessidade de sair de uma condição de violação de direitos (violência doméstica, abuso sexual intrafamiliar, homofobia). Assim, o tráfico se aproveita daquilo que é o bem mais precioso do ser humano - a capacidade de sonhar, de querer mais, de ir mais longe. Ele entra exatamente nos espaços onde os sonhos ainda são negados, onde restam poucas ou nenhuma alternativa, com uma promessa que parece aceitável. Fonte: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-invisivel-realidade-do-trafico-de-pessoas Acesso em 01/05/2017 Turma: 3ª SÉRIE, SEMI E EXTENSIVOS Lista Nº Redação Data: __/__/2020 ____ EIXO TEMÁTICO - CIDADANIA TEXTOS MOTIVADORES A Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Decreto no 5.948/2006) adota a expressão “tráfico de pessoas” conforme o Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em especial Mulheres e Crianças, conhecido como Protocolo de Palermo, que a define como “o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração. A exploração incluirá, no mínimo, a exploração da prostituição de outrem ou outras formas de exploração sexual, o trabalho ou serviços forçados, escravatura ou práticas similares à escravatura, a servidão ou a remoção de órgãos”. Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Disponível em: < https://www.justica.gov.br/sua-protecao/trafico-de-pessoas/leia-mais/leia-mais >. Acesso em: jan. 2019. Texto IV A pena do crime de tráfico de pessoas (pena de reclusão, de três a oito anos) é menor do que as penas impostas ao crime do tráfico internacional de armas e de drogas. E, por mais que o tipo penal “tráfico de pessoas” tenha passado por diversas alterações legislativas, ainda permanece insuficiente para contemplar as características do fenômeno e todas as suas formas de exploração. Ainda convivemos com a distância entre o que compreende o tráfico de pessoas e a perspectiva criminal que o caracteriza. Fonte: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-invisivel-realidade-do-trafico-de-pessoas Acesso em 01/05/2017 Texto V PF lança campanha nacional para combater o tráfico de pessoas Ação conjunta com Ministério da Justiça e Segurança Pública prevê a entrega de folhetos nos principais pontos de emissão de passaportes do país

Turma: 3ª SÉRIE Lista Nº€¦ · Em A construção da subcidadania, Jessé Souza apresenta o que denomina de “construção social da subcidadania” a partir de um sistema que

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Turma: 3ª SÉRIE Lista Nº€¦ · Em A construção da subcidadania, Jessé Souza apresenta o que denomina de “construção social da subcidadania” a partir de um sistema que

Texto II

Especialistas em segurança pública acreditam que um dos reflexos provocados pela pandemina do novo coronavírus no Brasil, além das graves consequências na área sanitária do país, deverá ser o crescimento da atividade de grupos que atuam no tráfico humano, em especial aqueles voltados para exploração sexual de mulheres, uma das principais vertentes deste tipo de crime.Para o coordenador do NETP (Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo) da Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, Ricardo Alves, uma das explicações para a provável ascensão dos casos pode ser o aumento da vulnerabilidade das pessoas nos aspectos econômico e social no país. "O aliciamento tem sempre uma face perversa. Lida com aquilo que é mais sagrado para as pessoas: a qualidade de vida e a família. Geralmente, [as vítimas são] pessoas em alto grau de vulnerabilidade, carentes ou problemas nos seus locais de origem. Essas pessoas são seduzidas pela possibilidade de uma vida melhor para si e seus familiares", avaliou Ricardo Alves.A psicóloga Juliana Martins, coordenadora institucional do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), considera ainda mais perigosas as situações nas quais o aliciamento é feito pela internet, além de casos em que as mulheres já estejam subjugadas. "O isolamento social é fundamental para a gente diminuir o contágio por coronavírus e o colapso do sistema de saúde, mas vai agravar inúmeras situações no que se refere à violência de gênero e contra a mulher", enfatizou.O mundo virtual concentra grande parte do campo de ação dos aliciadores. Muitas vítimas são adolescentes ou mulheres jovens, moradoras de cidades pequenas - com poucas opções de crescimento profissional - que caem na teia dos criminosos por vislumbrar a oportunidade de encontrar um bom emprego na metrópole.

https://noticias.r7.com/sao-paulo/trafico-de-pessoas-pode-aumentar-com-pandemia-dizem-especialistas-29042020

Texto I

Texto III

É claro que estas condições e fatores como a pobreza, a busca por melhores oportunidades de trabalho, necessidade de sustentar a família, motivos ambientais (secas ou inundações) estão entre as motivações que levam a pessoas a cair em falsas promessas que se revelam em situações de exploração posterior. Mas as motivações podem ser mais complexas como, por exemplo, o desejo de conhecer novas culturas, o desejo de transformar o corpo, o casamento com um estrangeiro, ou a necessidade de sair de uma condição de violação de direitos (violência doméstica, abuso sexualintrafamiliar, homofobia). Assim, o tráfico se aproveita daquilo que é o bem mais precioso do ser humano - a capacidade de sonhar, de querer mais, deir mais longe. Ele entra exatamente nos espaços onde os sonhos ainda são negados, onde restam poucas ou nenhuma alternativa, com uma promessaque parece aceitável.

Fonte: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-invisivel-realidade-do-trafico-de-pessoas Acesso em 01/05/2017

Turma: 3ª SÉRIE, SEMI E EXTENSIVOS Lista Nº

Redação Data: __/__/2020____

EIXO TEMÁTICO - CIDADANIA

TEXTOS MOTIVADORES

A Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Decreto no 5.948/2006) adota a expressão “tráfico de pessoas” conforme o Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em especial Mulheres e Crianças, conhecido como Protocolo de Palermo, que a define como “o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração. A exploração incluirá, no mínimo, a exploração da prostituição de outrem ou outras formas de exploração sexual, o trabalho ou serviços forçados, escravatura ou práticas similares à escravatura, a servidão ou a remoção de órgãos”.

Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Disponível em: < https://www.justica.gov.br/sua-protecao/trafico-de-pessoas/leia-mais/leia-mais >. Acesso em: jan. 2019.

Texto IV

A pena do crime de tráfico de pessoas (pena de reclusão, de três a oito anos) é menor do que as penas impostas ao crime do tráfico internacional de armas e de drogas. E, por mais que o tipo penal “tráfico de pessoas” tenha passado por diversas alterações legislativas, ainda permanece insuficiente para contemplar as características do fenômeno e todas as suas formas de exploração. Ainda convivemos com a distância entre o que compreende o tráfico de pessoas e a perspectiva criminal que o caracteriza.

Fonte: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-invisivel-realidade-do-trafico-de-pessoas Acesso em 01/05/2017

Texto V

PF lança campanha nacional para combater o tráfico de pessoasAção conjunta com Ministério da Justiça e Segurança Pública prevê a entrega de folhetos nos principais pontos de emissão de passaportes do país

Page 2: Turma: 3ª SÉRIE Lista Nº€¦ · Em A construção da subcidadania, Jessé Souza apresenta o que denomina de “construção social da subcidadania” a partir de um sistema que

A Polícia Federal lançou nesta quarta-feira (29), em São Paulo, uma campanha de abrangência nacional para alertar os brasileiros sobre o tráfico de pessoas. A ação conjunta com o Ministério da Justiça e Segurança Pública prevê a distribuição de panfletos no Distrito Federal e sete Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Ceará, Pará e Amazonas) que têm os maiores volumes de emissão de passaportes e registros de denúncias deste tipo de crime.

Serão impressos 495 mil folders com várias orientações para vítimas e testemunhas, além dos canais de denúncia — entre eles, o Disque 100 e o Ligue 180. O material também contém um QR CODE que conduz o usuário ao site do Ministério da Justiça e Segurança Pública para outros esclarecimentos sobre o tema.

O delegado Roberto Mello Milaneze, coordenador geral da Defesa Institucional da Polícia Federal, ressaltou que a intenção é incentivar as denúncias e humanizar o atendimento. Por isso, as queixas serão recebidas por funcionários do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Fonte: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-invisivel-realidade-do-trafico-de-pessoas Acesso em 01/05/2017

PROPOSTA DE REDAÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre sobre o tema A PERSISTÊNCIA DO TRÁFICO DE PESSOAS NA REALIDADE BRASILEIRA apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Page 3: Turma: 3ª SÉRIE Lista Nº€¦ · Em A construção da subcidadania, Jessé Souza apresenta o que denomina de “construção social da subcidadania” a partir de um sistema que

REPERTÓRIO SOCIOCULTURAL

REPERTÓRIO ESTÉTICO

REPERTÓRIO CONCEITUAL

REPERTÓRIO FACTUAL

http://olma.org.br/wp-content/uploads/2018/10/dialogando.pdf

Jessé José Freire de Souza nasceu em Natal, aos 29 de março de 1960), é um sociólogo, professor universitário e pesquisador brasileiro que atua nas áreas de Teoria Social, pensamento social brasileiro e estudos teórico/empíricos sobre desigualdade e classes sociais no Brasil contemporâneo, é autor de livros como A Ralé Brasileira, A Radiografia do Golpe, A Elite do Atraso e A Classe Média no Espelho. Em Ralé Brasileira, o autor denuncia a “invisibilidade” social, analítica e política do que chama provocativamente de “ralé” estrutural brasileira. Essa é a classe, que compõe cerca de 1/3 da população brasileira, está abaixo dos princípios de dignidade e, por isso, condenada a ser explorada, desprezada e não reconhecida por todas as outras classes que compõem nossa sociedade. Em A construção da subcidadania, Jessé Souza apresenta o que denomina de “construção social da subcidadania” a partir de um sistema que o desigualdade e acusa que o princípio da dignidade humana de todos os cidadãos não foi incorporado pelo conjunto das classes sociais, construindo-se uma hierarquia social.

O CONCEITO DE "SUBCIDADANIA"

A “ralé brasileira” resulta da apropriação desigual dos capitais cultural e econômico, uma classe inteira de indivíduos desprovida das condições sociais, morais e culturais que permitam essa apropriação, pois está bloqueada por uma estrutura que perpetua a desigualdade, essa é a razão da dificuldade de seus membros construírem qualquer fonte efetiva de autoconfiança e de estima social.É essa classe que Jessé Souza designa como “ralé” estrutural - não para “ofender” essas pessoas já tão sofridas e humilhadas, mas provocativamente - para chamar a atenção para nosso maior conflito social e político: o abandono social e político, “consentido por toda a sociedade”, de toda uma classe de indivíduos “precarizados” que se reproduz há gerações enquanto tal. Essa classe social, que é sempre esquecida enquanto uma classe com uma gênese e um destino comum, só é percebida no debate público como um conjunto de “indivíduos” carentes ou perigosos, tratados fragmentariamente por temas de discussão superficiais, dado que nunca chegam sequer a nomear o problema real, tais como “violência”, “segurança pública”, “problema da escola pública”, “carência da saúde pública”, “combate à fome”, etc.Quanto à ^subcidadania^, Jessé Souza aponta para a existência de um sistema de valores – baseado nos ideais capitalistas – que legitima a violência e a desigualdade social e mantém a permanente produção de cidadãos com desiguais condições de exercerem sua cidadania. Assim, os subcidadãos que não têm acesso aos seus direitos mínimos e vivem em condições indignas são vítimas de uma desigualdade que se mostra estrutural, logo um sistema que se alimenta a medida que causa mais desigualdades. Assim, o subcidadão não apenas sofre com a miséria como é explorado, nas mais diversas formas, por ser miserável.

https://www.youtube.com/watch?v=2U4PHZJl434

FILME

“Anjos do Sol”, do diretor Rudi Lagemann, que conta a história de uma brasileira de 12 anos vítima do tráfico de pessoas para exploração sexual.

ARTIGO/RELATÓRIO DA ONU (JAN/2019)

Número de casos de tráfico de pessoas atinge recorde em 13 anos, indica relatório

https://nacoesunidas.org/numero-de-casos-de-trafico-de-pessoas-atinge-recorde-em-13-anos-indica-relatorio/Leia o artigo completo aqui:

Assista ao filme aqui: