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História da Cultura e das Artes
Módulo 6 – A Cultura do PalcoAno Letivo 2016/2017Prof. Ana Sofia Victor
Êxtase de Santa Teresa (1647–1652), Gian Bernini, Igreja de Santa Maria dellaVittoria, Roma, Itália
Tempo: 29 aulas
• Em França, o estilo renascentista permaneceu até mais tarde devido à resistência das Academias ao Barroco.
• O estilo Barroco manifestou-se sobretudo pela gramática decorativa, mantendo as estruturas arquitetónicas clássicas.
• Foi a partir do reinado de Luís XIV, os franceses adotaram e adaptaram o Barroco ao seu gosto.
O Caso Francês: a oposição Barroco-Classicismo
É considero a prefiguração de Versalhes. Foi construído pelos mesmos arquitetos e decoradores.
Tem a forma de U, com prevalência longitudinal, cujo centro é um corpo em elipse transversal, coroado por uma cúpula.
Vista aérea do palácio Palácio de Vaux-le-Vicomte inserido no jardim.
O Caso Francês: a oposição Barroco-Classicismo
Palácio de Vaux-le-Vicomte, 1658 e 1661
O Caso Francês: a oposição Barroco-Classicismo
Caraterísticas clássicas:Fachada RetilíneaHorizontalidadeSimetria
O Caso Francês: a oposição Barroco-Classicismo
• Mandado construir por Nicolas Fouquet, ministro das finanças de Luís XIV;
• Inaugurado com a presença do rei e rainha, com festas música, fogo de artifício e um ballet-comique de Moliére.
• Fouquet acabou preso acusado de desbaratar os fundos do Estado e o rei confiscou os seus bens, passando este palácio para os bens da coroa.
• Os seus arquitetos foram mobilizados para a construção de Versalhes.
O Caso Francês: a oposição Barroco-Classicismo
• O exemplo mais perfeito do absolutismo foi Luís XIV, o rei-sol.
• Ele colocou ao seu serviço os artistas franceses mais importantes bem como as fábricas e as academias para erguer Versalhes, que se tornou no símbolo triunfal da monarquia absoluta.
O Caso Francês
Palácio de Versalhes:
• Nasce como a materialização de uma ideia de poder autocrático e absoluto em que todas as disciplinas são mobilizadas para glorificar o rei.
• O rei entendeu o caráter propagandístico da Arte.
• Arquiteto: Louis Le Vau (1612-1670) e Jules Mansart (1646-1708) que continuou o projeto após a morte de Louis Le Vau.
O Caso Francês: Versalhes
Palácio de Versalhes:
Decorador: Charles Le Brun (1619-1690)
• Foi responsável pelos interiores, onde concebe pinturas alegóricas exaltando o rei, o seu governo e as suas vitórias militares com alusões a Apolo, o deus-sol.
Arquiteto paisagista: André Le Nôtre (1613-1700)
• Projetou todos os espaços exteriores como jardins, fontes, lagos, canteiros e passeios, organizados segundo o eixo do palácio que obedecem a traçados geométricos e racionais.
O Caso Francês: Versalhes
Palácio de Versalhes:
• O palácio e os jardins foram palco de grandiosas festas onde se representavam peças de teatro e ópera, bailes e exibições de fogos de artifício organizados por equipas de artistas.
Estilo:
linguagem clássica e racional oposta à exuberância do barroco italiano.
O Caso Francês: Versalhes
Arquitetura religiosa francesa
O Caso Francês: a oposição Barroco-Classicismo
Igreja de Saint Gervais, Paris Igreja de Saint-Paul-Saint Loius, Paris
Estilo “jesuíta”Grande ornamentação no interior e exterior.
Arquiteto: padre Jesuíta Étienne Martellange(1569-1641)
Construção clássicaA fachada e a cúpula mostram uma correta leitura do barroco italiano mas com uma interpretação mais clássica, sóbria e menos exuberante.
Arquitetura religiosa francesa
O Caso Francês: a oposição Barroco-Classicismo
Igreja de Val-de-Grâce, François Mansart, Paris, 1645-1667.
Escultura Francesa:
• Revelou uma forte influência do renascimento, aceitando do Barroco, apenas a influência de Bernini.
Escultores:
• François Girardon (1628-1715) – principal escultor de Versalhes, com um estilo leve e clássico.
• Pierre Puget (1620-1694) – foi o mais barroco de todos os escultores franceses.
O Caso Francês: a oposição Barroco-Classicismo
Pierre Puget, Milo de Crotona, 1682, mármore, 270 cm, Museu do Louvre, Paris
Pintura Francesa:
• Não foi verdadeiramente barroca, revelando tendências classicistas. Os temas mais comuns eram a mitologia religião, retrato e paisagens.
Pintores:
• Nicolas Poussin (1594-1665)• Claude Lorrain (1600-1682)
O Caso Francês: a oposição Barroco-Classicismo
Classicismo, simetria, Procura da harmonia e beleza ideais
A Dança da Música do Tempo, Nicolas Poussin, 1640.
Pintura Francesa:
• Georges de la Tour (1593-1652) - Foi o maior pintor caravagista de entre os pintores franceses. Usou o tenebrismo, no jogo da luz e sombra.
O Caso Francês: a oposição Barroco-Classicismo
S. José, o Carpinteiro, Georges de La Tour, 1645.
• A irradiação do Barroco para os restantes países europeus, recebeu influências de Roma e de Versalhes, adotando as caraterísticas regionais de cada país.
• Inglaterra – O gótico perdurou até tarde e no séc. XVII, seguiu-se o modo clássico, austero e racional mais de acordo com a Igreja Anglicana de inspiração protestante.
O Barroco pelo Mundo
O Barroco pelo Mundo
Catedral de S. Paulo, Sir Cristopher Wren Londres, 1677
Exprime contenção e sobriedade. Adversa à excentricidade das formas vindas de Roma, a sociedade inglesa foi mais sensível a uma expressão racional, tipicamente classicista.
• Áustria e Sul da Alemanha – forte impacto do barroco de inspiração romana, com a construção de igrejas e palácios com formas e decorações exuberantes.
O Barroco pelo Mundo
Palácio Zwinger, Mattaus Poppelmann(1662-1735) uma das mais significativas obras do Barroco alemão.
A escultura barroca:
• A escultura dos restantes países europeus, sobretudo os católicos, evidenciou influência italiana.
O Barroco pelo Mundo
A Pintura Barroca
Holanda e a Flandres:
• tiveram um importante papel neste período. Para isso, contribuiu a Holanda ter-se tornado na grande potência económica e mercantil do mundo.
• Para além da maior frota naval europeia, a Holanda era um país de ricos mercadores, industriais e banqueiros, tendo-se tornado Amesterdão no maior centro financeiro e comercial do mundo.
O Barroco pelo Mundo
A Pintura Barroca
Holanda e a Flandres:
Apareceu uma sociedade rica e com gosto refinado, com uma intensa atividade cultural e artística que dinamizava o mercado de arte.
• Temas: retratos, paisagens, cenas mitológicas, pintura de género.
O Barroco pelo Mundo
A Pintura Barroca: Holanda e a Flandres
O Barroco pelo Mundo
Em Amesterdão, Rembrandt (1606-1669) dominou, elevando a luz dramática de Caravaggio a novos patamares.
A Lição de Anatomia do Dr. Tulp, Rembrandt, pintada em 1632 (óleo sobre tela) 169,5 × 216,5
A pintura holandesa: Rembrandt(1606-1669)
- É o mais conhecido pintor holandês.- interessou-se em pintar o ser humano
de modo reflexivo e introspetivo.- Deixou-se influenciar pelo tratamento
da luz de Caravaggio. - Pintou retratos individuais e de grupo,
cenas bíblicas e outras.- Utiliza uma luz difusa, com o uso de
amarelos e castanhos.
O Barroco pelo Mundo
Auto-retrato, 1659
A pintura holandesa: Rembrandt(1606-1669)
- Perfeição técnica na manipulação da luz, do contraste claro/escuro e da cor, utilizando tonalidades suaves.
- Exprime a densidade psicológica das personagens.
- Pintou mais de cem auto-retratos e morreu na miséria.
O Barroco pelo Mundo
Auto-retrato, 1659
A pintura holandesa: Johannes Vermeer (1606-1669)
- Perfeição técnica na manipulação da luz e no rigor da composição.
- A maioria dos seus quadros retratam interiores de casas holandesas, com figuras isoladas em tarefas quotidianas.
- Tranquilidade e equilíbrio.
O Barroco pelo Mundo
A leitura, Johannes Vermeer, 1657–1658, (Óleo)
A pintura holandesa: Johannes Vermeer (1606-1669)
• Realismo no tratamento das figuras.
• Atmosfera calma, intimista.
• Tratamento de luz natural e misteriosa.
• Visão poética da luz e das cores.
O Barroco pelo Mundo
Rapariga com brinco de Pérola, Johannes Vermeer, 1665 (óleo sobre tela)
A pintura da Flandres: Peter Paul Rubens (1577-1640)
- Mantinha uma das oficinas mais ativas da época.
- Destacou-se pelo tratamento lírico das temáticas mitológicas
- Grande exuberância e sensualidade dos corpos femininos
- Técnica das pinceladas fluidas e sumptuosas.
O Barroco pelo Mundo
Rubens, Descida da Cruz., 1612-1614,
Antuérpia, (óleo sobre tela)
O Barroco em Espanha
• Coincidiu com o governo dos Habsburgos, com uma época de declínio político e económico.
• A criação intelectual e artística também estava condicionada pela Inquisição.
• O Barroco italiano foi facilmente absorvido devido ao espirito da Contra-Reforma e à propaganda do regime absoluto.
O Barroco pelo Mundo
Plaza Mayor de Salamanca, Alberto Churriguera, Salamanca, Espanha, 1729-1756
O Barroco em Espanha
• Neste período, a pintura espanhola chegou a níveis nunca antes alcançados.
Pintores:
• Velázquez (1599-1664)
O Barroco pelo Mundo
As Meninas, Vélazquez, 1656, 3,18 X2,76
A pintura espanhola: Velázquez(1599-1664)
- Foi considerado um dos maiores pintores de sempre.
- Sofreu influências de Rubens e Ticiano.
- Foi designado pintor da corte.
- Esteve várias vezes em Itália.
O Barroco pelo Mundo
As Meninas, Vélazquez, 1656, 3,18 X2,76
A pintura espanhola: Velázquez (1599-1664)
- Introduziu nos temas religiosos uma interpretação realista.
- abordou assuntos do quotidiano e ambientes populares com realismo.
- Pintura mais luminosa e cromaticamente mais rica.
- Domínio na representação de emoções
- Correta construção do espaço pictórico.
O Barroco pelo Mundo
As Meninas, Vélazquez, 1656, 3,18 X2,76
A pintura espanhola: Velázquez (1599-1664)
- Na sua obra “As Meninas” retrata a família de Filipe IV.
- A sua imagem aparece no espelho do fundo onde se integra no espaço de representação pictórica.
- Perfeição no tratamento da luz e do espelho.
O Barroco pelo Mundo
As Meninas, Vélazquez, 1656, 3,18 X2,76
- Entrou mais tardiamente em Portugal, devido à persistência do maneirismo.
- Até à construção da Igreja de Santa Engrácia, só na grande decoração de interiores, em azulejo e talha e na exuberância de alguns elementos, como portais, janelas ou torres, o novo estilo parece estar refletido.
O Barroco em Portugal
Igreja de Santa Engrácia, João Antunes, Lisboa, 1682-1966.
O Barroco em Portugal
Igreja de Santa Engrácia, João Antunes, Lisboa, 1682-1966.
Fachada ondulanteSegue o modelo da Basílica de São Pedro de BramanteElementos côncavos e convexosPredomínio do mármore no interior
• Foi com D. João V e o seu reinado politica e economicamente forte que se iniciou uma proteção às letras, às artes e às ciências.
• Os seus projetos grandiosos valeram-lhe o cognome de “O Magnânimo”
O Barroco em Portugal
D. João V (1707-1750)
O Barroco em Portugal
Aqueduto das Águas Livres, José da Silva Pais, 1713, Lisboa
O Barroco em Portugal
• Porto e Braga apresentam-se como cidades com vários exemplares do estilo barroco.
O Barroco em Portugal
Igreja e Torre dos Clérigos, Nicolau Nasoni, Porto, 1732-1748
Plano ElípticoFachada com decoração abundanteParedes laterais curvas e lisasmotivos decorativos: conchas, palmas, florões, folhagens, frontões curvos e interrompidos.
O Barroco em Portugal
Santuário do Bom Jesus do Monte, Carlos Amarante, 1784-1811,Braga
O Barroco em Portugal
Santuário do Bom Jesus do Monte, Carlos Amarante, 1784-1811,Braga
O Barroco em Portugal
Igreja de Santa Maria Madalena de Falperra, André Soares, Braga, 1753-1755
O Barroco em Portugal
Solar de Mateus, Nicolau Nasoni, Séc. XVIII, Vila Real
O Barroco em Portugal
João Carvalho Ferreira, Biblioteca Joanina, 1717-1728, Coimbra
O Barroco em Portugal
João Carvalho Ferreira, Biblioteca Joanina, 1717-1728, Coimbra
O Barroco em Portugal
João Carvalho Ferreira, Biblioteca Joanina, 1717-1728, Coimbra
O Barroco em Portugal
Igreja de São Francisco, Porto, 1730 (interior em talha)
O Barroco em Portugal
Igreja de São Francisco, Porto, 1730 (interior em talha)
O Barroco em Portugal
Igreja de São Lourenço, Almancil, Algarve, Séc. XVIII
O Barroco em Portugal
Igreja de São Lourenço, Almancil, Algarve, Séc. XVIII
O Barroco em PortugalCoche de D. João V
Mandado
construir
pelo rei D.
João V para
a Casa Real
Portuguesa.
Escultores:
José de
Almeida e
seu irmão
Félix
Vicente de
Almeida,
entalhador
da Casa
Real.
A especificidade do Barroco em Portugal:
• Afirmação da talha dourada e do azulejo a revestir paredes, retábulos, púlpitos, cornijas, frisos para criar o cromatismo, a teatralidade e a riqueza ornamental.
O Barroco em Portugal
1500 – Descoberta oficial do Brasil por Pedro Álvares Cabral.
Pouco depois, os portugueses começaram a explorar economicamente território trazendo de lá, o Pau-Brasil.
O Brasil
A viagem de Pedro Álvares Cabral em 1500
A armada de Pedro Álvares Cabral
• Em 1537, iniciou-se a colonização através do sistema de capitanias-donatarias.
• A colonização foi feita com negros trazidos de África, de índios que se procurou evangelizar e de portugueses.
O Brasil
Sistema de Capitanias-Donatarias introduzido em 1537
• Ainda no século XVI, os portugueses introduzem no Brasil a cana-de-açúcar que passa a ser a base da exploração económica do território.
O Brasil
Engenho de cana-de-açúcar
O Brasil
A evangelização dos índios no Brasil feita pelos Jesuítas
O Barroco no Brasil
Igrejas construídas no Brasil:
• Tipologia igreja-salão, de nave única de tipo Jesuíta.
• fachadas planas e austeras, de caráter jesuítico, simples e despojadas de decoração;
• Interior cenográfico e grande decoração em talha dourada.
Interior e exterior da Sé Catedral de Belém do Pará, 1748-1771.
O Barroco no Brasil
• 1759 – os Jesuítas são expulsos e as construções passam a manifestar mais volume, exuberância decorativa e mais complexidade formal.
• Coincidiu com um período de paz e prosperidade económica devido à descoberta de ouro no Brasil. Fachada da Igreja de São Francisco de
Assis, O Aleijadinho, Ouro Preto, Brasil, 1765-18910.
O Barroco no Brasil
• Pintura e escultura registaram grande evolução técnica e plástica.
• Igrejas adquirem nas fachadas a linguagem barroca.
• Principal artista colonial brasileiro: António Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814).
Igreja de S. Francisco da
Penitência, O aleijadinho, Rio de
Janeiro, Brasil, 1657-1733.