A Econometria pode nos salvar?

Motivacao Evidencias Conclusoes Referencias

A Econometria pode nos salvar?

Matheus Albergaria de Magalhaes

Centro Academico Livre de Economia

Universidade Federal do Espırito Santo (UFES)

23 de Maio de 2013

Palestrante: Matheus Albergaria de Magalhaes

Econometria


Organizacao

Motivacao

Evidencias

Conclusoes

Referencias


Econometria


Motivacao

I Tıtulo: provocacao.

I Econometria: tema de acaloradas discussoes em Economia.

I Por um lado, alguns defendem a utilizacao de metodoseconometricos como condicao sine qua non para praticacientıfica...

I ...por outro, ha quem argumente que metodos desta naturezatendem a limitar consideravelmente interpretacao defenomenos socioeconomicos.


Econometria


Motivacao

Minhas metas hoje:

I Motivar utilizacao do metodo econometrico em cursos degraduacao em Economia e Ciencias Sociais Aplicadas.

I Ilustrar algumas interessantes (e inusitadas) aplicacoes destesmetodo econometrico.

I Propor temas de pesquisa futura (enfase sobre trabalhos deconclusao de curso).


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Evidencias

I Crıticas comuns a Econometria em faculdades:

1. “Econometria e instrumento de dominacao”.

2. “Com Econometria, voce prova qualquer coisa”.

3. “Se voce torturar bastante os dados, eles acabam confessandoaquilo que voce quer ouvir”.


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Evidencias

I Comentarios de Economistas Renomados:

1. ”Doing econometrics is like trying to learn the laws ofelectricity by playing the radio” (Guy Orcutt).

2. “If you torture the data long enough, Nature will confess”(Ronald Coase).

3. ”Hardly anyone takes data analyses seriously. Or perhaps moreaccurately, hardly anyone take anyone else’s analyses seriously”(Edward Leamer) (Leamer 1983, p.37).


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Evidencias

I Apesar das crıticas, metodos econometricos continuam sendoutilizados por diversos economistas atualmente.

I Alguns exemplos:

1. Polıtica Macroeconomica (Sims 1980; Blanchard e Quah 1989;

Galı 1999).

2. Praticas de Corrupcao (Levitt e Duggan 2002; Fisman e Miguel

2007; Levitt 2006).

3. Amizade e Redes Sociais (Marmaros e Sacerdote 2006; Jackson

2008).

4. Historia e Instituicoes (Acemoglu, Johnson e Robinson 2001;

Nunn 2009).


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Evidencias

I Sugestao: vamos verificar um exemplo aplicado de utilizacaodo metodo econometrico.

I Questao: qual e a importancia das instituicoes para odesenvolvimento de uma localidade?

I A primeira vista, esta parece uma questao difıcil de responder.

I Afinal, o que sao instituicoes?


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Evidencias

I Uma definicao de Douglass North (Premio Nobel de Economiade 1993):

”Instituicoes podem ser definidas como restricoes constituıdas a

partir da acao humana que estruturam interacoes polıticas,

economicas e sociais de uma sociedade. Podem ter tanto um

carater formal (como as leis e a Constituicao Federal, por exemplo)

quanto informal (como tradicoes e codigos de conduta restritos a

certos ambientes). As instituicoes tendem a mudar ao longo do

tempo, o que faz com que eventos ocorridos em certa epoca possam

vir a ter efeitos duradouros sobre o presente” (North 1991, p.97).


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Evidencias

I Dificuldade: como mensurar a importancia de instituicoespara o processo de desenvolvimento?

I Possibilidade: taxas de mortalidade de colonizadores (Acemoglu

et al. 2001)

I Logica do Argumento:

1. Paıses com maiores taxas de mortalidade acabaram tendo umprocesso de colonizacao predominantemente extrativista epredatorio.

2. Por outro lado, paıses com menores taxas passaram porprocessos de colonizacao onde colonizadores tentaram reforcarcondicoes de vida e instituicoes da metropole.


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Evidencias

Resultados

Fonte: Acemoglu et al. (2001, Fig.1, p.1371).Palestrante: Matheus Albergaria de Magalhaes

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Evidencias

Resultados

Fonte: Acemoglu et al. (2001, Fig.2, p.1380).Palestrante: Matheus Albergaria de Magalhaes

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Evidencias

Resultados

Fonte: Acemoglu et al. (2001, Tab.3, p.1385).Palestrante: Matheus Albergaria de Magalhaes

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Evidencias

I Analise de Acemoglu et al. (2001) chama atencao paraimportante questao da atualidade (papel das instituicoes).

I Mas, esta analise nao ficou isenta a crıticas de outroseconomistas.

I Alguns autores argumentaram que variaveis geograficas (e.g.,clima, doencas e distancia do Equador) tendem a ser maisimportantes que instituicoes (Sachs 2003).

I Outros, por sua vez, questionaram a propria construcao dabase de dados empregada por Acemoglu et al. (2001), assimcomo conclusoes daı derivadas (Albouy 2012).


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Evidencias

I A primeira vista, o que este debate nos diz?

1. Ha mais diversidade de pontos de vista entre economistasaplicados do que se poderia imaginar.

2. Analise econometrica de Acemoglu et al. (2001) nao prova aimportancia de instituicoes para processo dedesenvolvimento. . .

3. . . . mas atua como evidencia sugestiva sobre o tema, o que, emconjunto com outras evidencias, pode vir a corrobar a hipotesetestada

4. Transparencia metodologica e replicacao de resultados saocada vez mais comuns em Econometria, embora pudessemocorrer em maior escala (King 2006; Hamermesh 2007; Glandon

2011).


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Conclusoes

I Area de Econometria apresentou consideraveis avancos nasultimas decadas (Angrist e Pischke 2010).

I Economistas empıricos vem desempenhando papel cada vezmais relevante na sociedade, seja em termos academicos ouaplicados (e.g., Levitt e Dubner 2005; 2009; Fisman e Miguel 2007).

I Metodos econometricos deixam a desejar em alguns sentidos...

I ...mas esta crıtica parece valida para qualquer outro tipo demetodo.

I Sugestao: utilizacao de metodos econometricos em conjuntocom outros (historico, experimental, narrativo, etc.).


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Conclusoes

I Estudantes de Ciencias Sociais Aplicadas: metodoseconometricos podem ser muito uteis em termos de pesquisae investigacao.

I Profissionais de Economia: apesar destes metodos naorepresentarem a unica alternativa disponıvel, sua utilizacaopode auxiliar na resposta a importantes questoes (e.g.,instituicoes).

I Conclusao: a Econometria nao pode nos salvar...

I ...embora possa ajudar a entender alguns aspectos darealidade que nos cerca.


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Referencias

ACEMOGLU, D.; JOHNSON, S.; ROBINSON, J.A. The colonial origins of

comparative development: an empirical investigation. American Economic

Review, v.91, n.3, p.1369-1401, Dec.2001.

ALBOUY, D.Y. The colonial origins of comparative development: an empirical

investigation: comment. American Economic Review, v.102, n.6, p.3059-3076,

Oct.2012.

ANGRIST, J.D.; PISCHKE, J.S. The credibility revolution in empirical

economics: how better research design is taking the con out of econometrics.

Journal of Economic Perspectives, v.24, n.2, p.3-30, Spring 2010.


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Referencias

BLANCHARD, O.J. ; QUAH, D.T. The dynamic effects of aggregate demand

and supply disturbances. American Economic Review, v. 79, n. 4, pp. 655-673,

sept.1989.

GALI, J. Technology, employment and the business cycle: do technology shocks

explain aggregate fluctuations? American Economic Review, v.89, n.1,

p.249-271, Mar.1999.

GLANDON, P.J. Appendix to the Report of the Editor: report on the American

Economic Review Data Availability Compliance Project. American Economic

Review (Papers and Proceedings), v.101, n.3, p.695-699, May 2011.


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Referencias

HAMERMESH, D.S. Viewpoint: replication in economics. Canadian Journal of

Economics, v.40, n.3, p.715-733, Aug.2007.

JACKSON, M.O. Network formation. In: DURLAUF, S.N.; BLUME, L.E.

(Org.). The New Palgrave Dictionary of Economics and the Law, Macmillan,

2008.

KING, G. Publication, Publication. PS: Political Science and Politics, v.34, n.1,

p.119-125, Jan.2006.


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Referencias

LEAMER, E.E. Let’s take the con out of econometrics. American Economic

Review, v.73, n.1, p.31-43, Mar.1983.

LEVITT, S.D.; DUBNER, S.J. Freakonomics: o lado oculto e inesperado de

tudo que nos afeta. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005, 256p.

LEVITT, S.D.; DUBNER, S.J. Superfreakonomics: o lado oculto do dia a dia.

Rio de Janeiro: Campus Elsevier, 2009, 288p.


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Referencias

LEVITT, S.D.; DUGGAN, M. Winning isn’t everything : corruption in Sumo

wrestling. American Economic Review, v.92, n.5, p.1594-1605, 2002.

MARMAROS, D.; SACERDOTE, B. How do friendships form? Quarterly

Journal of Economics, v.121, n.1, p.79-119, Feb.2006.

NORTH, D. Institutions. Journal of Economic Perspectives, v.5, n.1, p.97-112,

Winter 1991.


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Referencias

NUNN, N. The importance of history for economic development. Annual

Review of Economics, v.1, p.65-92, 2009.

SACHS, J.D. Institutions don’t rule: direct effects of geography on per capita

income. NBER Working Paper n.9490, Feb.2003, 12p.

SIMS, C. Macroeconomics and reality. Econometrica, v.48, n.1, p.1-48,

Jan.1980.


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