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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESENVOLVIDA NO JARDIM BOTÂNICO PLANTARUM EM 2012 Por: José André Verneck Monteiro Orientadora: Profª. Maria Esther de Araújo Co-orientadora: Profª. Giselle Böger Brand Nova Odessa 2014 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

A educação ambiental desenvolvida no jardim botânico plantarum em 2012 josé andré verneck monteiro monografia especialização avm 52313

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM FACULDADE INTEGRADA

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESENVOLVIDA NO JARDIM BOTÂNICO

PLANTARUM EM 2012

Por: José André Verneck Monteiro

Orientadora: Profª. Maria Esther de Araújo

Co-orientadora: Profª. Giselle Böger Brand

Nova Odessa

2014

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESENVOLVIDA NO JARDIM BOTÂNICO

PLANTARUM EM 2012

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Educação Ambiental.

Por: José André Verneck Monteiro

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AGRADECIMENTOS

Agradeço pela permissão de atuar na educação, contribuindo para o

desenvolvimento de pessoas e para a conservação da Natureza.

À Patrícia e Kauã, esposa e filho, por tudo que não é possível descrever.

A todos os demais familiares, pelo afeto e estímulo reconfortante.

Aos amigos, pela oportunidade de convívio e crescimento pessoal.

Aos colegas guias de turismo, em especial ao Amarailton Costa Souza,

por contagiar aos amigos com sua incansável fé e exemplar dedicação em prol

da causa socioambiental.

Aos colegas da licenciatura em Pedagogia, pelo intercâmbio de saberes

e perspectivas de um mundo melhor.

Aos Jovens Jardineiros Dione, Jeferson, Junio, Lorraine e Ualisson, pela

franqueza e alegria nos desafios que vivenciamos juntos.

Aos colaboradores da Sala Verde Inhotim, pelo aprendizado e incentivo

à formação acadêmica.

À Bere Adams e sua equipe por disponibilizarem tão úteis informações e

propostas didáticas através do Informativo da Associação APOEMA.

À turma 03 do PPGPDS pelas inspiradoras visões de sustentabilidade.

A todos os professores com os quais tive o privilégio de compartilhar

minha jornada de estudante, minha gratidão para sempre.

Às professoras Maria Esther de Araújo e Giselle Böger Brand, pela

orientação indispensável à realização deste trabalho.

À gentil colaboração da equipe Plantarum e seu Diretor Harri Lorenzi

pela contribuição nesta pesquisa. Em retribuição, espero que este registro lhes

seja útil, colaborando para o pleno funcionamento da organização e de seu

programa de educação ambiental.

Aos autores citados que contribuíram para a fundamentação teórica

deste trabalho e aos inventores das ferramentas de tecnologia de informação,

que por intermédio de sua obra facilitaram sobremaneira a construção e a

difusão do conhecimento.

A todos que participaram destas linhas, meu cordial agradecimento.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais

Manoel e Maria José, raízes e fontes de

amor, sensibilidade, sabedoria,

perseverança e altruísmo.

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EPÍGRAFE

“Você, eu, um sem número de educadores sabemos

todos que a educação não é a chave das

transformações do mundo, mas sabemos também

que as mudanças do mundo são um fazer educativo

em si mesmo. Sabemos que a educação não pode

tudo, mas alguma coisa pode. Sua força reside

exatamente na sua fraqueza. Cabe a nós pôr sua

força a serviço de nossos sonhos.”

Paulo Freire

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RESUMO

O presente trabalho monográfico destina-se a avaliar os resultados obtidos com o Programa de Educação Ambiental desenvolvido pela equipe do Jardim Botânico Plantarum (JBP) em 2012, primeiro ano de funcionamento de seu projeto político pedagógico. O estudo foi elaborado pelo método exploratório e descritivo, ex-post-facto. Os dados apresentados foram obtidos e sistematizados entre agosto/2013 e abril/2014, por meio da apreciação do acervo documental da instituição pesquisada, originada em 2012. No período pesquisado o Programa de Educação Ambiental da instituição beneficiou, diretamente, a aproximadamente 6700 pessoas, nas diversas modalidades de atendimento. O público usufruente caracterizou-se predominantemente por pessoas oriundas dos municípios de Nova Odessa, Americana e São Paulo. Foram detectadas como as principais limitações ao programa no período: (I) a baixa adesão de estudantes da Rede Pública Municipal de Nova Odessa, ocasionada por indisponibilidade de recursos financeiros da Prefeitura, para custear a taxa de realização de visitas escolares, e (II) a dificuldade de captar patrocínio de empresas para integrar os estudantes da Rede Pública no Programa de Educação Ambiental do Jardim Botânico Plantarum.

Palavras-chave: educação ambiental, projeto político pedagógico, jardim

botânico.

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METODOLOGIA

O estudo para construção da presente monografia teve propósito

exploratório e descritivo, ex-post-facto. Segundo GIL (2002):

“A tradução literal da expressão ex-post-facto é a partir do fato passado. Isso significa que neste tipo de pesquisa o estudo foi realizado após a ocorrência de variações na variável dependente no curso natural dos acontecimentos”.

Tal método é o mais apropriado ao conteúdo desta pesquisa, a qual

descreve e analisa fenômenos já ocorridos.

Os três principais autores que fundamentam teoricamente este trabalho

são Leonardo Boff, Genebaldo Freire Dias e Fritjof Capra.

Os dados aqui apresentados foram sistematizados entre agosto/2013 e

fevereiro/2014, por meio da revisão bibliográfica e apreciação do acervo

documental da instituição pesquisada, originada em 2012.

São as principais fontes: o projeto político pedagógico, planilhas de

agendamento e realização de visitas escolares, controle de ingressos,

inscrições em cursos, registros de atividades educativas, fotos, biblioteca,

website, opinários (anônimos) e o livro de registro dos visitantes.

Detalhes sobre os documentos supracitados e informações

complementares foram obtidos em entrevistas junto à equipe da instituição.

A amostragem elucidou alguns dados quantitativos relacionados ao

programa de educação ambiental, em 2012, tais como: o número de pessoas

atendidas pelo programa, procedência, bem como os períodos de maior e

menor fluxo de participantes.

Também foram identificados aspectos relativos à qualidade da

experiência pessoal dos participantes. No que se refere ao aprimoramento do

programa de educação ambiental da entidade, foram consideradas as

informações do livro de registro de visitantes, dos questionários de avaliação

preenchidos por participantes do programa em 2012, bem como no conteúdo

dos relatos proferidos pela equipe da instituição durante as entrevistas abertas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - EDUCAÇÃO AMBIENTAL 11

CAPÍTULO II - JARDIM BOTÂNICO PLANTARUM 20

CAPÍTULO III – ANÁLISE DOS RESULTADOS 25

3.1 – DIVULGAÇÃO 25

3.2 – ATENDIMENTO AO PÚBLICO 27

3.2.1 – VISITAÇÃO 27

3.2.2 – ATIVIDADES EXTERNAS 31

3.3 – OPINIÕES DE VISITANTES 32

3.4 – ASPECTOS LIMITANTES 33

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 37

WEBGRAFIA 38

ANEXOS 40

ANEXO I – IMAGENS DO JBP 40

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INTRODUÇÃO

A presente monografia tem como objetivo principal avaliar os resultados

obtidos em 2012 pelo programa de educação ambiental do Jardim Botânico

Plantarum (JBP), organização da sociedade civil, de caráter privado, mantida

sem recursos governamentais, situado em Nova Odessa – SP.

O intervalo temporal – 2012 - delimita o primeiro ano completo de

funcionamento de seu projeto político pedagógico para atendimento ao público.

A consecução dos objetivos específicos também possibilita identificar e

elucidar outras questões, tais como: os principais aspectos limitantes ao

programa; quais parcerias foram desenvolvidas pela instituição e quais os que

requerem reforço; os benefícios proporcionados pela instituição à cidade onde

está situada, bem como fornece subsídios básicos para se compreender qual a

percepção da entidade a partir da ótica de parte de seus visitantes.

O estudo foi desenvolvido na entidade, com base na documentação

institucional e mediante a participação do autor em atividades educacionais

realizadas durante a pesquisa.

Como definido pelo Manual para Elaboração, Administração e Avaliação

de Projetos Socioambientais (2005, p.15):

“A avaliação de resultado consiste em verificar o cumprimento dos objetivos e das metas estabelecidas, no período de tempo previsto. Normalmente a avaliação inclui uma visita ao local do projeto, a verificação dos relatórios técnicos e fotográficos, listas de presença das reuniões realizadas, e um olhar atento sobre o material gerado como fotos, documentos, material instrucional e de comunicação, entre outros itens.”

Portanto, a presente investigação reúne de forma sistematizada a

memória dos trabalhos desenvolvidos em 2012 pela equipe de atendimento

com o público usufruente, no jardim e em atividades externas.

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Nesse sentido, asseveram TOMAZELLO e FERREIRA (2001, p. 204):

“O processo de avaliação não objetiva o julgamento do programa ou dos seus responsáveis. Sua função é facilitar através das informações recolhidas, de sua interpretação, a valoração, que deve ser feita pelos próprios participantes; eles sim devem emitir juízos para o aperfeiçoamento tanto do programa como dos profissionais envolvidos.”

Em consonância, reitera STOFFEL (2013): “o sistema adequado de

avaliação de desempenho busca equilibrar resultados com os comportamentos

praticados para a sua obtenção”.

Portanto, esta monografia pode subsidiar a construção de um sistema

mais abrangente e contínuo de avaliação do desempenho institucional,

permitindo, inclusive, o aprimoramento permanente do seu programa

educacional. Para melhor compreensão, este trabalho é apresentado em 03

capítulos.

O Capítulo I é dedicado a contextualizar a educação ambiental (EA), o

marco legal que rege a EA no Brasil, sua importância em face do panorama

contemporâneo de degradação ambiental e enfatiza o papel dos jardins

botânicos como espaços de educação ambiental voltada à conservação da

biodiversidade vegetal.

O segundo capítulo intenciona caracterizar o Jardim Botânico Plantarum,

seu histórico de implantação, personalidade jurídica, estrutura física de

atendimento ao público, composição de seu acervo botânico e principais

projetos atuais em desenvolvimento.

O Capítulo III trata da análise dos resultados obtidos em 2012 por meio

do programa de educação ambiental do JBP, incluindo as iniciativas

empreendidas para a divulgação; o detalhamento das modalidades de

atendimento ao público e as ações educacionais realizadas no período da

pesquisa; o contingente de pessoas atendidas e sua procedência; a opinião de

participantes e principais aspectos limitantes ao programa.

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CAPÍTULO I

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A humanidade vem se distanciando das Leis da Natureza e em

consequência disso tem provocado profundas alterações no equilíbrio dos

ecossistemas, em escala planetária.

Esse processo se intensificou a partir da Revolução Industrial, no século

XVIII e até hoje mantém uma tendência de degradação dos recursos naturais,

voltada ao desenvolvimento econômico por meio da produção, transporte e

comercialização de bens industrializados.

No Brasil o estado atual de conservação ambiental é resultado de cinco

séculos de ação humana predominantemente espoliatória, de caráter imediatista,

desvinculada de atenção à resiliência dos ecossistemas.

“O processo histórico de ocupação de terras revestiu-se de um caráter predatório que resultou na destruição de grande parte das formações vegetais originais. A palavra de ordem era o desmatamento visando à expansão da fronteira agrícola e desenvolvimento a qualquer custo”. (BARBOSA, 2006).

A extinção precoce de espécies vegetais representa uma perda

irreparável de entidades biológicas e também das relações ecológicas

interdependentes das plantas.

Além da gravidade da redução da biota planetária, merece destaque a

constatação de que as alterações humanas sobre os ecossistemas podem vir a

desencadear abruptas contribuições para intensificação das mudanças

climáticas extremas em curso.

Dessa forma, se mostra imprevisível um panorama futuro relacionado à

continuidade e eficiência dos serviços ambientais, os quais dependem da

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integridade dos ecossistemas para promover regulação térmica, fornecimento

de água, recomposição de fertilidade dos solos e purificação do ar.

A humanidade depende da biodiversidade vegetal, também, como fonte

de sobrevivência e desenvolvimento sustentável, sob a forma de alimentos,

fármacos, matérias primas artesanais e industriais.

Portanto, a conservação da diversidade botânica é também um

instrumento aliado aos campos da ciência aplicada ao desenvolvimento

humano, que pode inclusive contribuir para a formulação de políticas públicas

voltadas à solução de problemas atuais e futuros relacionados à segurança

alimentar e ao fornecimento de insumos de múltiplos usos.

“O Brasil possui a mais diversa flora do mundo, com mais de 55 mil espécies descritas, o que representa aproximadamente 24% do total mundial, e abriga alguns dos biomas mais ricos do planeta em número de espécies vegetais - a Amazônia, a Mata Atlântica e o Cerrado. A Floresta Amazônica brasileira, com aproximadamente 30 mil espécies vegetais, compreende em torno de 26% das florestas tropicais remanescentes no planeta”. (MMA, 2014).

A conservação de tal patrimônio é realizada de formas distintas [in situ –

ex situ] definidas pela Convenção da Diversidade Biológica (2012), a saber:

“Conservação in situ significa a conservação de ecossistemas e habitats naturais e a manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido suas propriedades e características. Conservação ex situ significa a conservação de componentes da diversidade biológica fora de seus habitats naturais”.

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No Brasil a modalidade de Conservação in situ tem como principais

sedes as áreas particulares (reservas legais, áreas de preservação permanente

e iniciativas espontâneas) e as áreas que compõe o Sistema Nacional de

Unidades de Conservação.

Porém, desacopladas de eficazes programas de educação ambiental,

isoladamente a criação de Áreas Protegidas não assegura, por si, todos os

meios necessários para a conservação de espécies raras de plantas, devido a

inúmeros fatores como incêndios florestais, invasão de áreas protegidas, coleta

e extrativismo não licenciados, falta de recursos físicos e humanos destinados

à fiscalização.

No caso da modalidade de Conservação Vegetal ex situ as principais

iniciativas são desenvolvidas pelos jardins botânicos, hortos, viveiros públicos e

privados, bancos de germoplasma, cultivos comerciais e por colecionadores de

plantas.

A Conservação ex situ é uma prática multidisciplinar, complementar à

conservação in situ, que envolve conhecimentos científicos e habilidades de

botânica, ecologia, agronomia, fitotecnia, administração, direito, informática e

educação, constituindo um dos mais atuais e relevantes objetivos dos jardins

botânicos.

Em nenhum outro percurso da história humana houve uma crise

civilizatória tão ampla como a atual, de caráter generalizado nos diversos

setores: governamental, político, socioambiental e empresarial, cujos impactos

refletem de forma inédita nos ambientes naturais.

“A presente crise desnuda a enganosa compreensão dominante da história, da natureza e da Terra. Ela colocava o ser humano fora e acima da natureza com a excepcionalidade de sua missão, a de dominá-la. Perdemos a noção de todos os povos originários de que pertencemos à natureza. Hoje diríamos, somos parte do sistema solar, de nossa galáxia que, por sua vez, é parte do universo. Todos surgimos ao longo de um imenso processo evolucionário. Tudo é alimentado pela energia de fundo e pelas quatro interações que sempre atuam

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juntas: a gravitacional, a eletromagnética e a nuclear fraca e forte. A vida e a consciência são emergências desse processo. Nós humanos, representamos a parte consciente e inteligente da Via-Láctea e da própria Terra, com a missão, não de dominá-la, mas de cuidar dela para manter as condições ecológicas que nos permitem levar avante nossa vida e a civilização”. (BOFF, 2011).

Porém, há de se considerar que os recursos do Planeta são finitos e que

a Natureza não existe somente para servir ao homem, o que nos leva a refletir

sobre a gênese da tomada de consciência ambiental a partir do movimento

ambientalista mundial.

Desde 1972, após a realização da Conferência de Estocolmo, a

conservação da biodiversidade e dos recursos ambientais assumiu relevância

nas pautas governamentais de vários países, iniciando um processo de

valorização do conceito de desenvolvimento sustentável, de forma a

compatibilizar o desenvolvimento econômico com a conservação da Natureza e

de todos os elementos que a compõem.

De fato, vários instrumentos de regulação da atividade humana foram

criados desde então, para minimizar a crescente devastação ambiental, mas

que por si não são suficientes para coibir plenamente o avanço das atividades

antrópicas sobre os ecossistemas.

Não é possível estimar, sem alarme, as consequências da continuidade

desse processo para as próximas gerações, em relação aos níveis de

degradação humana e ambiental, propagação do belicismo, conflitos originados

por raízes corporativas e surpreendentemente até com caráter religioso.

Portanto a realidade socioambiental contemporânea impõe a

necessidade de uma reorientação da trajetória existencial humana e uma

mudança de olhar sobre o clima, a biodiversidade, os serviços ambientais e a

pluralidade de culturas.

“Por que é urgente que se incorpore esta revolução paradigmática? Porque é ela que nos fornecerá a base teórica necessária para resolvemos os atuais problemas

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do sistema-Terra em processo acelerado de degradação. Ela nos permite ver nossa interdependência e mutualidade com todos os seres. Formamos junto com a Terra viva a grande comunidade cósmica e vital. Somos a expressão consciente do processo cósmico e responsáveis por este pedaço dele, a Terra, sem a qual tudo o que estamos dizendo seria impossível. Porque não nos sentimos parte da Terra e a estamos destruindo”. (BOFF; HATHWAY, 2011).

Por conseguinte, um desafio para os próximos anos consiste em tornar

as pessoas capazes de servir à Natureza e colaborar para que seu equilíbrio e

harmonia sejam reestabelecidos, de modo que se tenha uma perspectiva mais

pacífica, pautada pelos princípios da solidariedade, justiça, inclusão, respeito,

ética, moralidade e dignidade, de forma que todo cidadão - independentemente

de origem, nacionalidade, grupo étnico, religião, profissão, idade ou gênero –

possa exercer plenamente sua cidadania planetária e defender a teia da vida.

“Em outras palavras, a teia da vida consiste em redes dentro de redes. Em cada escala, sob estreito e minucioso exame, os nodos da rede se revelam como redes menores. Tendemos a arranjar esses sistemas, todos eles aninhados dentro de sistemas maiores, num sistema hierárquico colocando os maiores acima dos menores, à maneira de uma pirâmide. Mas isso é uma projeção humana. Na natureza, não há "acima" ou "abaixo", e não há hierarquias. Há somente redes aninhadas dentro de outras redes”. (CAPRA, 1996 p. 45).

Em setembro de 2013 foi lançado o relatório do Painel

Intergovernamental sobre Mudança do Clima, uma avaliação criteriosa de 2500

páginas tendo por base mais de 9000 publicações científicas.

“Em tal documento conclui-se que a atmosfera e os oceanos estão aquecendo, as quantidades de gelo e neve estão reduzindo, o nível do mar e a concentração de gás carbônico estão aumentando. Tais efeitos se prolongarão para além de 2.100. Não há governança global para cuidar dessa situação. Fomos todos "treinados" por meio de uma educação alienadora e uma

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mídia parcial para ignorar tal situação e achar que nada disso nos afeta. Assim, continuamos nessa trajetória maluca de autoflagelação coletiva com a nossa percepção embotada pelo valor econômico - o único válido. Há de se promover uma iluminação coletiva, ampliar a percepção para esses cenários e desafios”. (DIAS, 2014).

Como as questões que se apresentam são urgentes e não podem

esperar a plena eficácia das políticas públicas, o que mais importa agora são

as ações individuais, que somadas, podem fazer notável diferença positiva.

Desta forma a educação, em seu sentido mais amplo, tem papel

fundamental para sensibilizar e motivar as pessoas para que tal transformação

seja levada a efeito, pois a educação é um instrumento de transformação social

capaz de atribuir às pessoas a autonomia necessária para optar com

sabedoria. De acordo com o postulado por Nelson Mandela:

“A educação é a arma mais poderosa que se pode usar para mudar o mundo. Não está além do nosso poder a criação de um mundo no qual crianças tenham acesso a uma boa educação. Os que não acreditam nisso têm imaginação pequena”. (PORVIR, 2014)

No Brasil, a Política Nacional de Educação Ambiental foi instituída pela

Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, que define educação ambiental como:

“Processo por meio do qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltados para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”.

Portanto, a educação ambiental deve ser um processo contínuo e

interdisciplinar constituído por aspectos legais, metodológicos e conceituais, e

que deve ocorrer em todos os espaços onde haja reunião de pessoas, com o

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objetivo de proporcionar uma (re) valorização do ambiente e das relações que

se estabelecem entre todos os seus constituintes.

“A educação ambiental (EA) envolve a construção de valores sociais, conhecimentos, habilidades e competências vinculadas à conservação e comprometimento com problemas futuros. Buscando assim, uma maior harmonia do ambiente da vida. Um dos princípios básicos na EA é o reconhecer que a proteção da diversidade de todas as formas de vida é essencial para a sobrevivência também dos seres humanos”. (DIAS, 2014).

A educação ambiental pode ocorrer em diferentes âmbitos, quais sejam:

formal, não formal e informal. O presente estudo enfatizou a modalidade de

educação ambiental não formal, assim definida por SMITH (2001):

“Educação não formal é qualquer atividade educacional organizada fora do sistema formal estabelecido - se operando separadamente ou como um recurso importante de alguma atividade mais ampla - que se destina a servir clientelas aprendizagem identificáveis e objetivos de aprendizagem”.

Em razão do sentido de prioridade imposto pelas alterações do clima,

poluição e alterações dos ecossistemas ocasionados pela atividade industrial,

se faz imprescindível ampliar os horizontes de difusão da educação ambiental,

em todos os níveis, pois a perda de biodiversidade está ocorrendo em um ritmo

vertiginoso.

Segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação

da Natureza (IUCN, 2013), de 70.294 espécies avaliadas, 20.934 foram

consideradas ameaçadas de extinção. Em 2004 eram 8.321 em tal condição.

Estima-se que mais de oitocentas espécies tenham sido extintas nos

últimos quinhentos anos (BAILEY, 2004), e com estatísticas sugerindo taxas de

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extinção cem a mil vezes superiores às taxas de referência (PIMM, 1995) esse

número deve aumentar drasticamente no futuro.

Apesar dos prognósticos alarmantes sobre a erosão do patrimônio

biológico planetário e indispensável inclusive à vida humana, cabe destacar

que todo cidadão pode colaborar diariamente, com ações simples, para

redução de seu impacto sobre o ambiente.

Reduzir o consumo desnescessário, adotar a coleta seletiva, fortalecer a

economia local, priorizar alimentos frescos, utilizar menos combustíveis fósseis,

dentre outras medidas são apenas algumas das iniciativas que podem ser

adotadas por pessoas de todas as classes sociais para minimizar a

degradação ambiental.

Porém, tal conhecimento precisa ser mais amplamente difundido,

sobretudo entre a comunidade estudantil e seus mestres, capazes de propagar

entre mais pessoas a importância da conservação das plantas e do

ecossistema, para a manutenção da paz entre o homem e a Natureza.

No que se refere à sensibilização de pessoas para a importância da

conservação das plantas, merecem destaque os programas de educação

ambiental desenvolvidos pelos Jardins Botânicos Brasileiros.

“Os Jardins Botânicos desempenham um papel relevante e vital na conservação vegetal, porém, sem uma atuação ativa em um processo educacional, os JB se tornam incapazes de atingirem suas metas. Ao chamar a atenção para as ameaças que os vegetais e os habitat enfrentam, os jardins botânicos podem conduzir a sociedade a pensar em formas de proteção da biodiversidade”. (REDE BRASILEIRA DE JARDINS BOTÂNICOS, 2014).

Segundo a Rede Brasileira de Jardins Botânicos (RBJB), há no Brasil

mais de quarenta Jardins Botânicos, sediadas em todas as regiões do país, os

quais totalizam mais de 3000 profissionais, das diversas áreas do

conhecimento, atuantes no setor.

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De acordo com a resolução n° 339 do Conselho Nacional de Meio

Ambiente, no Brasil Jardim Botânico é definido como:

“Área protegida, constituída no seu todo, ou em parte, por coleções de plantas vivas cientificamente reconhecidas, organizadas, documentadas e identificadas, com a finalidade de estudo, pesquisa e documentação do patrimônio florístico do País, acessível ao público, no todo ou em parte, servindo à educação, à cultura, ao lazer e à conservação do meio ambiente” (CONAMA, 2003).

Atualmente os principais instrumentos formais que norteiam a atuação

dos Jardins Botânicos para minimizar a extinção precoce de espécies vegetais

são a Convenção sobre Diversidade Biológica e a Estratégia Global para a

Conservação de Plantas, ambos documentos redigidos e aprovados pela

Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,

realizada em 1992 no Rio de Janeiro (CBD, 2012).

No Brasil, desde 2004 se adota como documento primordial e

complementar aos anteriormente citados, o Plano de Ação para os Jardins

Botânicos Brasileiros, elaborado pela Rede Brasileira de Jardins Botânicos

(PEREIRA, 2004).

Os Jardins Botânicos Brasileiros têm muito a oferecer em termos de

entretenimento aliado ao conhecimento. São importantes centros de educação

ambiental e seu potencial vem sendo progressivamente descoberto pelo

público.

Ao invés de sala de aula, quadro e giz, o cenário propulsor do

aprendizado é a biodiversidade vegetal e a aquisição de conhecimentos,

motivações e atitudes provêm da interação entre os participantes, mediador e

acervo, em atividades lúdico-didáticas, no âmbito prático e reflexivo.

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CAPÍTULO II

JARDIM BOTÂNICO PLANTARUM

O Jardim Botânico Plantarum (JBP) é uma associação sem fins

lucrativos, dedicada à educação, pesquisa e conservação da flora brasileira,

reconhecida pela Comissão Nacional de Jardins Botânicos (DOU, 2012) e

filiada à Rede Brasileira de Jardins Botânicos. (JBP, 2013).

O JBP foi fundado em 2007 por 16 pessoas, de formação e áreas de

atuação profissional diversa. É aberto a novos sócios. Ao fim de 2012 o JBP

tinha em seu quadro 94 associados. (JBP, 2013).

Sua sede é situada no perímetro urbano do município de Nova Odessa,

Região Metropolitana de Campinas (SP), em uma área de 10 hectares,

anteriormente ocupada por uma indústria de lançadeiras (peças de madeira

utilizadas em maquinário de indústria têxtil), desativada em 1990. (JBP, 2013).

A referida área foi adquirida em 1998 pelo Instituto Plantarum de Estudos

da Flora, em estado avançado de degradação ambiental, desprovida quase

totalmente de vegetação autóctone, com solo compactado e acúmulo de detritos,

além de intensa infestação por formigas e plantas invasoras. (JBP, 2013).

A implantação do JBP foi precedida pela elaboração de um plano diretor

idealizado pelo engenheiro agrônomo brasileiro Harri Lorenzi. (JBP, 2013).

Autor de uma série de livros em estilo popular sobre identificação de

plantas, publicados no Brasil, Lorenzi percorre há mais de 40 anos os diversos

ecossistemas da América do Sul, em expedições científicas destinadas ao

conhecimento e à conservação das plantas ameaçadas de extinção e se sentiu

motivado a abrir o jardim ao público. (JBP, 2013).

Desde a aquisição da área, após mais de uma década de investimento

financeiro e intenso trabalho em equipe, o Jardim Botânico Plantarum foi

inaugurado no dia 11 de novembro de 2011.

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Segundo o próprio pesquisador:

“Realizo expedições de prospecção botânica no Brasil desde 1970. Após todos esses anos vivenciando a destruição dos biomas, me senti motivado a apresentar ao público o acervo botânico vivo, fruto de minha pesquisa. Espero que o conhecimento e o trabalho desenvolvido por nossa equipe colaborem para reduzir a degradação ambiental e a perda irreparável das espécies vegetais”. (Harri Lorenzi in O CAMPEÃO, 2012 p. 15).

Atualmente o acervo botânico vivo do JBP, em constante crescimento, é

constituído por exemplares de 3,7 mil espécies vegetais, com predominância

de plantas do Brasil e ênfase na conservação de dezenas de espécies vegetais

ameaçadas de extinção por ação humana. (JBP, 2013).

A instituição mantém o Herbário HPL (credenciado ao Index Herbariorum),

com 15 mil exsicatas, além de coleções especiais como carpoteca, xiloteca,

sementeca, biblioteca especializada em taxonomia e um acervo fotográfico com

um milhão de imagens botânicas. (JBP, 2013).

De acordo com a página da instituição a internet:

“A Missão do Jardim Botânico Plantarum é desenvolver e apoiar estudos taxonômicos e conservacionistas com o maior número possível de grupos botânicos da flora brasileira através da organização e manutenção de coleções vivas e conservação dos recursos genéticos, fornecendo suporte para pesquisadores, mediante a realização de ações educacionais em diversos níveis” (JBP, 2013).

A estrutura para atendimento ao público dispõe de estacionamento

interno arborizado, recepção climatizada, lanchonete e restaurante panorâmico.

O Centro Administrativo é instalado em um casarão em estilo colonial

paulista, edificado em 2010, cujo projeto arquitetônico resgata a paisagem

cultural das antigas fazendas de café do século XIX, porém com adequações

voltadas a atender os critérios atuais de sustentabilidade ambiental (ANEXO I).

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No empório da associação são ofertados diversos souvenires

elaborados com foco na sustentabilidade ambiental, dentre os quais se

destacam as mudas de árvores nativas, ilustrações botânicas, livros, camisetas

de tecido feito a partir da reciclagem de garrafas PET, lápis feitos de jornal,

cerâmicas, cestos de fibras naturais e outra sorte de artesanato produzido por

associações e cooperativas regionais.

O Centro de Eventos JBP, com aproximadamente 1000 m2, é equipado

com auditório multimídia, salão social, salas de reunião e cozinha industrial. No

espaço são realizados anualmente diversos eventos técnico-científicos e de

caráter social. (JBP, 2013).

O Centro Cultural Vera Luzia Samartin Lorenzi é utilizado para reuniões e

atividades educativas, tendo como principais atrativos as exposições

permanentes de pinturas e desenhos artísticos, coleção de frutos e sementes de

árvores brasileiras. O local também é utilizado para cursos de pintura botânica

em aquarela. (JBP, 2013).

O circuito educativo do JBP tem cinco kilômetros de trilhas interpretativas

pavimentadas, implantadas em 80 mil m2 de jardins temáticos planos, lagos,

bosques e áreas de convívio repletas de placas de identificação botânica e

painéis interpretativos (Figura 1).

Figura 1 - Circuito Educativo JBP – Fonte: www.plantarum.org.br

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O percurso é realizado a pé, com múltiplas possibilidades de trajeto, sem

que obrigatoriamente se tenha de seguir um itinerário lógico preestabelecido. A

cada curva do labiríntico caminho surgem os jardins temáticos, o que possibilita

ao público construir intuitivamente uma rota de visitação a partir de seus

principais interesses, com o uso do guia impresso de visitação.

A área de visitação não tem degraus, possibilitando sua fruição

confortável por pessoas com mobilidade reduzida, portadores de deficiência

física ou mesmo por pessoas condutoras de carinhos de bebê. (JBP, 2013).

Para ampliar a relação entre os visitantes e as plantas é permitido andar

nos gramados. De forma a incentivar o consumo consciente pelos visitantes e

evitar proliferação de vetores, não há lixeiras no jardim, exceto na recepção,

sanitários e lanchonete.

Além do acervo botânico, primorosamente conservado pela equipe de

jardineiros, merecem destaque outros instrumentos educacionais, como as

edificações sustentáveis e as instalações de tecnologias para impacto

ambiental positivo.

Um sistema de captação e armazenamento de água de chuva com

capacidade para 10 milhões de litros é utilizado para a irrigação da área verde.

Na unidade de compostagem de resíduos orgânicos, todos os materiais

originados de podas, corte de grama, folhas secas e sobras de alimento dão

origem a um rico fertilizante natural, obtido a partir da ação das minhocas e

bactérias decompositoras.

Para o centro de triagem de resíduos sólidos são levados todos os

materiais recicláveis (papel, metal, vidro, plástico) que mensalmente são

doados a uma associação local de catadores que comercializa tais recursos e

distribui a receita entre seus associados.

Os materiais de demolição são reaproveitados em construções e em

canteiros elevados de alta drenagem, apropriados ao cultivo de plantas

cactáceas e suculentas, típicas de ambientes pouco úmidos.

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O Projeto Político Pedagógico inicial do JBP foi elaborado entre março e

outubro de 2011, com simultânea capacitação da equipe da instituição e

conclusão das obras necessárias para abertura da instituição ao público.

Tal documento foi enviado impresso, em janeiro/2012, visando atender à

exigência para enquadramento e categorização do JBP no Sistema Nacional

de Registro de Jardins Botânicos.

O PPP é dividido em três eixos principais – situacional, conceitual e

operacional – e reúne toda a informação necessária para que o público tenha

meios de planejar a visitação e a realização de atividades escolares no jardim.

“Seu conteúdo também foi utilizado nos impressos

institucionais, no portal da entidade na internet, e serviu

como base para elaboração do material didático de apoio

aos professores”. (MONTEIRO, 2011 p.5).

Inspirado em Oliveira & Carvalho ([s.d.], p. 26), é fundamental elucidar

que “o PPP pode ser entendido como o plano global da instituição ou o projeto

educativo, um instrumento teórico-metodológico, cuja finalidade é contribuir

para a organização do conhecimento escolar”.

Por esta razão, mesmo não sendo uma escola em seu sentido mais

estrito, ao se considerar o JBP como um espaço de educação, seu PPP

assume relevância equivalente ao das instituições de ensino formal.

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25

CAPÍTULO III

ANÁLISE DOS RESULTADOS

3.1 - DIVULGAÇÃO

Por ser uma instituição prestes a receber visitas, se detectou como ação

prioritária à época da implantação de seu PPP, o empreendimento de uma

campanha de divulgação, que ao mesmo tempo fosse educativa e compatível

com a limitada disponibilidade de recursos financeiros, sem resultar em uma

profusão de impressos distribuídos maciçamente, contrariando a filosofia

institucional de uso parcimonioso dos recursos ambientais.

A primeira iniciativa voltada à divulgação estruturada sobre a

inauguração do JBP foi realizada no mês de setembro/2011, durante a

EXPOFLORA, em Holambra – SP. Nesta ocasião o JBP apresentou na mostra

de paisagismo a Exposição Educativa Árvores Brasileiras Raras e Notáveis

(MINHA CASA MEU JARDIM, 2011). Tal campanha atingiu diretamente

aproximadamente 60 mil pessoas que visitaram a exposição.

Em outubro/2011 foi enviado material paradidático do JBP às instituições

de ensino públicas e privadas, da Região Metropolitana de Campinas,

totalizando 19 municípios, convidando às Coordenações Pedagógicas a

conhecer a instituição e a participar do programa de educação ambiental.

Em novembro de 2011 foi inaugurado o portal JBP na internet, com

todas as informações necessárias ao planejamento de visitas e com uma seção

especial de apoio didático aos professores.

Neste mesmo mês a equipe de educação ambiental do JBP iniciou o

atendimento aos interessados em agendar visitas escolares para o ano letivo

seguinte, ocasião a partir da qual se planejava em conjunto as atividades a

serem desenvolvidas com os professores e alunos, buscando-se delinear com

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os coordenadores das escolas, atividades e projetos que proporcionassem

complementaridade entre o plano de aulas e o estudo no jardim.

Entre 2011 e 2012, por meio do envio contínuo de sugestões de pauta e

calendário de atividades educacionais aos diversos meios de comunicação

locais, regionais e nacionais, foram obtidas como mídia espontânea e isenta de

cobrança as seguintes inserções, descritas na Tabela 1.

Tabela 1 - Inserções na mídia em 2012

TELEVISÃO

Programa Emissora Data Link

Leitura Dinâmica Rede TV 14/11/2011 http://bit.ly/uZDYoZ

Repórter Brasil TV Brasil 15/11/2011 http://bit.ly/uCwIPQ

Balanço Geral TVB / Record 24/11/2011 http://bit.ly/Qyalem

Rural Revista Canal Rural 04/12/2011 http://bit.ly/Ogtof8

Antena Paulista Rede Globo 10/01/2012 http://glo.bo/O6xMul

Mais Cidadão TVB / Record 21/01/2012 http://bit.ly/NywZX2

Repórter ECO TV Cultura 29/01/2012 http://bit.ly/NnkGPg

RF Ecologia TV Rede Família 27/03/2012 http://bit.ly/NJxQmd

O jardineiro casual VEJA Outubro 2012 http://bit.ly/SLdBnX

VEÍCULOS IMPRESSOS

Veículo Localidade Data Jornal Correio Popular Campinas (SP) 07/6/2011

Revista Metrópole Campinas (SP) 30/10/2011

Jornal o Estado de São Paulo Nacional 02/11/2011

Jornal O Liberal Americana (SP) 16/11/2011

Jornal Correio Popular Campinas (SP) 16/12/2011

Jornal Destak Campinas (SP) 22/11/2011

Revista Globo Rural Nacional 05/12/2011

Revista Natureza Nacional 10/12/2011

Jornal Metro Campinas (SP) 30/01/2012

Revista de bordo GOL Nacional 05/04/2012

Jornal O Liberal Americana (SP) 24/05/2012

Revista TUDO UP! Americana (SP) 10/05/2012

Jornal de Piracicaba Piracicaba (SP) 19/07/2012

Revista Residenz Rio Claro (SP) 10/08/2012

Revista CEMARA Americana (SP) 20/09/2012

Revista Referência Americana (SP) 15/11/2012

Fonte: Jardim Botânico Plantarum

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3.2 - ATENDIMENTO AO PÚBLICO

3.2.1 - VISITAÇÃO

Em 2012 o sistema de visitação compreendia as seguintes modalidades:

VISITA AUTÔNOMA – 4ª-feira a domingo, de 9 às 17h. Ideal para os visitantes

que desejam criar seu próprio roteiro e explorar o jardim com o auxílio do guia

impresso de visitação e das placas interpretativas. Para ingresso nesta

modalidade cada visitante faz uma doação ao JBP no valor de R$ 20,00 (vinte

reais), concedida meia-entrada nos seguintes casos:

- Estudante menor de 18 anos; Estudante maior de 18 anos com

documentação que comprove estar matriculado; Pessoa com mais de 60 anos,

com documentação que comprove sua idade e; Professores que comprovem o

exercício atual da profissão.

VISITA GUIADA - 4ª-feira a domingo. Trilha interpretativa, guiada, ao ar livre,

com duração média de duas horas. Destinadas a grupos interessados em

abordagens mais aprofundadas sobre os projetos desenvolvidos pelo JBP.

Cada grupo de até 15 pessoas faz uma doação no valor de R$ 450,00

(quatrocentos e cinquenta reais).

VISITAS ESCOLARES - trilha interpretativa, guiada, ao ar livre, realizadas as

quintas e sextas-feiras de 9 às 11h ou de 14 às 16h. A mediação de

conhecimentos enfatiza a diversidade vegetal e a importância de sua

conservação. São utilizados como instrumentos didáticos o acervo botânico, as

estruturas técnicas e tecnologias destinadas ao desenvolvimento dos projetos

pela instituição. A linguagem utilizada, assim como a abordagem de cada tema,

depende da idade, conhecimento prévio dos alunos e do projeto escolar que

motivou a visita. Valor por aluno: R$ 10,00 (escola pública) e R$ 20,00 (escola

privada).

A Tabela 2 apresenta o índice de visitação mensal alcançado em 2012 e

a Tabela 3 exibe a Curva de visitação obtida no mesmo ano.

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Tabela 2- Índice de visitação mensal 2012.

Meses Autônoma

Inteira

Meia

estudante

Meia

professor

Meia

idoso

Escola

privada

Escola

pública

Visita

guiada Total mensal

Janeiro 231 135 29 132 0 0 0 527

Fevereiro 274 77 18 102 0 0 0 471

Março 187 97 27 138 0 0 86 535

Abril 142 75 17 51 0 0 182 467

Maio 135 62 22 52 46 53 15 385

Junho 205 78 21 73 134 28 4 543

Julho 266 204 30 129 0 0 0 629

Agosto 190 109 34 101 238 168 0 840

Setembro 202 115 28 58 0 0 30 433

Outubro 137 126 15 106 31 53 0 468

Novembro 157 151 38 126 18 182 27 699

Dezembro 65 58 23 38 0 0 24 208

Subtotal 2191 1287 302 1106 467 484 368

Total 6205

Fonte: Jardim Botânico Plantarum

Pode-se concluir que os meses de janeiro, fevereiro, maio, setembro e

dezembro apresentaram os menores índices de visitação, possivelmente por se

tratar de períodos de férias e avaliações escolares, porém tal hipótese somente

poderá ser validada a partir da análise da série histórica de tais dados, o que

pode ocorrer posteriormente a este trabalho.

Gráfico 1 - Curva de visitação 2012

Fonte: Jardim Botânico Plantarum

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Os Gráficos 2 e 3, construídos a partir da análise das planilhas de

agendamento, mostram as principais cidades de origem dos grupos

participantes das vistas guiadas, bem como os tipos de instituições atendidas.

Gráfico 2 - Procedência de vistas guiadas

Fonte: Jardim Botânico Plantarum

Gráfico 3 - Instituições atendidas em 2012

Fonte: Jardim Botânico Plantarum

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A Tabela 3 apresenta o número de participantes dos cursos realizados

em 2012 pela instituição.

Tabela 3 - Cursos realizados e número de participantes

Curso Data Participantes

1ª Jornada de Paisagismo 19/05/2012 192

1º Seminário Árvores Brasileiras 22/09/2012 174

1º Simpósio de Palmeiras 10/11/2012 133

Fonte: Jardim Botânico Plantarum

Tais cursos tiveram duração de um dia inteiro e foram realizados no

Centro de Eventos do JBP, cuja capacidade é de 200 pessoas.

Cada um dos cursos teve quatro palestrantes expoentes na área

temática do conhecimento abordado.

A inscrição em cada curso teve o custo médio de R$ 210,00 por pessoa

e incluía a participação nas palestras, acesso à área de visitação do jardim,

almoço e certificado.

A divulgação dos cursos era iniciada em média dois meses antes da

data de sua realização.

Notou-se intensa participação de estudantes e profissionais de todas as

regiões do Brasil, mas principalmente do Sudeste.

Aproximadamente 15% das pessoas inscritas participaram de mais de

um curso. Também foi expressiva a participação de funcionários de órgãos

governamentais, principalmente das secretarias de meio ambiente e do setor

de educação ambiental dos municípios do entorno de Nova Odessa.

O 1º Curso de pintura botânica a aquarela foi realizado pela artista

plástica Margherita Leoni, em setembro, no Centro Cultural Vera Luzia

Samartin Lorenzi,

Durante os finais de semana setembro, a programação do Festival da

Primavera ofereceu diversas atividades lúdico-didáticas aos frequentadores do

jardim, como apresentações artísticas, exposições de flores, minicursos e

oficinas dedicadas às crianças.

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3.2.2 - ATIVIDADES EXTERNAS

Em 2012 o JBP foi representado nas seguintes atividades externas:

- Apoio à organização de temas para realização da Feira Cultural nas seguintes

instituições de ensino: Colégio Objetivo de Nova Odessa, Escola Mundo

Encantado, de Santa Bárbara d’Oeste e Colégio Anglo Cezanne, de

Americana.

- Participação no 1º Encontro de educadores ambientais, promovido pela

Associação Barco Escola da Natureza, em Americana (SP).

- Apresentação de palestra na VII Reunião da Rede Paulista de Jardins

Botânicos - Jundiaí (SP).

- Participação no 63º Congresso Nacional de Botânica, em Joinville (SC).

- Participação na 19ª Reunião Anual do Instituto de Botânica de São Paulo.

- Inauguração do projeto de arborização do canteiro central da Avenida Brasil –

Nova Odessa – SP, realizada pela entidade desde 2007, com o plantio e

manutenção de um bosque heterogêneo constituído por exemplares arbóreos

de 120 espécies nativas do Brasil.

- Adoção da implantação do jardim e manutenção da Praça de Lazer Vera

Luzia Samartin Lorenzi, com área de sete mil m2, situada no bairro Jardim

Marajoara - Nova Odessa (SP).

- Comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente com palestra e plantio de

árvores nativas na Escola Municipal de Educação Infantil Vereador Osvaldo

Luiz da Silva, Nova Odessa (SP).

- Doação de mudas de árvores aos grupos de alunos participantes das visitas

escolares, para seu plantio nas escolas, totalizando 47 árvores, de 15 espécies

nativas do Brasil.

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3.3 - OPINIÕES DE VISITANTES

A seguir são apresentados alguns dos principais aspectos relacionados

à visitação ao jardim, expressos anônima e espontaneamente por seus

visitantes, durante pesquisa realizada pela equipe do JBP, em 2012:

Número de participantes da pesquisa: 80 pessoas.

Gênero: 42 homens + 38 mulheres.

1 - Utilizou o site da instituição para obter informações? Sim 67 / Não 13.

2 - Tem conhecimento que o JBP é uma associação e não um órgão público?

Sim 61 / Não 12 / Não responderam 07.

3 - Já visitou outro jardim botânico? Sim 58 / Não 32.

4 - Em sua opinião qual o principal benefício proporcionado pelo JBP?

Educação ambiental: 39

Conhecimento: 18

Lazer: 12

Contato com a Natureza: 08

Paz: 01

Cultura: 01

Ar limpo: 01

5 - De maneira geral como avalia sua experiência no JBP?

Excelente: 62

Ótima: 11

Boa: 02

Regular: 03

Ruim: 02

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3.4 - ASPECTOS LIMITANTES

No Brasil, por enquanto, o hábito de pagar ingresso para apreciar e

aprender entre as plantas é uma prática incomum, diferentemente dos países

anglo-saxônicos, nos quais é notável a cultura de visitar os jardins botânicos,

principalmente durante a primavera, com temperaturas mais amenas e

profusão de maciços floríferos.

Considerando que no Brasil a maioria dos jardins botânicos brasileiros é

instituição de caráter governamental, dotada de verbas públicas para seu

funcionamento, o que possibilita às tais instituições não cobrar ou cobrar taxas

irrisórias para visitação.

Em razão de o JBP dispor de limitados recursos financeiros em seu

orçamento ficam prejudicados os investimentos em propaganda. Contudo, em

2012 foram estabelecidas parcerias com agências de turismo regionais de

pequeno e médio porte, visando operacionalizar o roteiro de estudos do meio

junto às instituições de ensino de Nova Odessa e dos municípios vizinhos.

Comumente a demanda financeira inviabiliza a realização de diversas

atividades educacionais extracurriculares. Por esta razão a cobrança pelo

ingresso pode ser considerada o principal empecilho à abrangência inicial do

programa de educação ambiental do JBP, em 2012, no qual houve

relativamente baixo índice de visitas escolares provenientes da rede pública

municipal de ensino de Nova Odessa, totalizando 250 alunos (dos 4000

matriculados no município durante o referido ano letivo).

De acordo com o relato de José de Assis Grilo, Diretor Municipal de

Educação à época:

“Não havia dotação orçamentária para custear a taxa de visitação dos alunos do município, por isso as escolas visitantes tiveram de arcar com as despesas da vista, com recursos próprios ou mediante contribuição financeiros dos pais e responsáveis dos alunos”. (Informação verbal).

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Visando contemplar a todos os alunos da Rede Pública de Nova Odessa

a equipe do Jardim Botânico Plantarum submeteu o Projeto Sementes de

Conhecimento a dois Editais, realizados em 2012 pelo Instituto Carlyle Brasil e

pela empresa OI, não sendo contemplado em ambos.

Nesse sentido merece atenção o fato do JBP não possuir em 2012 o

reconhecimento como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público,

inviabilizando sua participação nos Editais proclamados por órgãos públicos.

Tal limitação jurídica também amplia de forma abismal a dificuldade de

captar patrocínio a projetos educacionais com recursos oriundos da iniciativa

privada, que não sejam amparados por deduções fiscais / tributárias.

Cabe ressaltar que:

“O reconhecimento da importância da missão dos jardins botânicos por parte de instituições governamentais, não governamentais e privadas é fundamental para a formação das parcerias que auxiliarão na geração do conhecimento sobre a flora brasileira. Ao trabalharem em rede – a RBJB – os jardins botânicos demonstram estar imbuídos da necessidade de agir localmente em busca de soluções globais para problemas que afetam a conservação dos recursos vegetais vitais ao planeta”. (PEREIRA & COSTA, 2010, p.25).

De acordo com Harri Lorenzi, Diretor do JBP:

“Até 2011 o Instituto Plantarum de Estudos da Flora foi a principal empresa mantenedora do Jardim Botânico Plantarum. O JBP jamais recebeu verba pública e desde sua idealização se buscou atender à legislação pertinente, contribuindo rigorosamente com os impostos, taxas e alvarás, além de cumprir as exigências documentais para sua atuação idônea perante todas as instâncias que regem seu funcionamento”. (Informação verbal).

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Presume-se que no decorrer de seu funcionamento a imagem da

instituição e de seus parceiros seja cada vez mais colaborativa para ampliação

de seu público e que possibilite ampliar seu espectro de atuação educacional.

Dentre as ações estratégicas adotadas ao fim de 2012 voltadas à

captação de novas parceiras, para seu o desenvolvimento durante 2013,

destacam-se:

- Abertura da sede à realização de eventos sociais e empresariais de terceiros;

- Criação e envio de folder institucional às instituições de ensino da região;

- Elaboração de um calendário mais abrangente de atividades educacionais;

- Empreendimento de campanhas publicitárias em revistas regionais;

- Elaboração e veiculação digital de um vídeo institucional apresentado por

Regina Casé, produzido pela Pindorama Filmes, hospedado em

http://bit.ly/1gvPwQX e disponível na seção Apoio Didático do portal JBP.

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CONCLUSÃO

Na opinião do autor o presente trabalho monográfico serviu como

oportunidade ímpar de aprofundar os conhecimentos teóricos apreendidos

durante o curso, mediante a imersão nas práticas em educação ambiental

voltadas à conservação do patrimônio florístico brasileiro, realizadas no Jardim

Botânico Plantarum.

Por estar situado em região de vocação explicitamente industrial, na qual

os recursos naturais se encontram em processo de franco declínio, a instituição

representa um valioso instrumento educacional que deve ser mais amplamente

popularizado entre a população e educadores (as) da região, bem como deve

ser mais prestigiado pelo governo e empresariado local.

Em decorrência de o estudo haver sido realizado com foco no primeiro

ano completo de funcionamento do Programa de Educação Ambiental da

entidade, se faz oportuno destacar o valor do pioneirismo da iniciativa, bem

como realçar a importância de se registrar, detalhar e analisar o desempenho

institucional, a fim de se identificar seus pontos positivos e negativos,

possibilitando dessa maneira a correção de sua trajetória.

Como não há fórmula única e ideal que seja adequada a todas as

situações em que é requerida a avaliação de programas de educação

ambiental, toda iniciativa nesse sentido pode colaborar para transferência de

conhecimentos, os quais podem ser úteis inclusive, para tomada de decisões

voltadas à implantação de futuros Jardins Botânicos e demais áreas verdes de

uso público.

Espera-se que o presente trabalho estimule e subsidie a realização de

estudos complementares, nos quais seja possível elucidar algumas das

questões aqui não exploradas, tais como: a continuidade do Programa de

Educação Ambiental da entidade; as formas de apropriação e percepção do

Programa por alunos e professores da Rede Formal de Ensino e; estratégias

de captação de recursos financeiros para integrar a Rede Pública de Ensino.

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ANEXO 1

Imagens do Jardim Botânico Plantarum

Centro administrativo

Vista panorâmica do jardim

Lago da Ninfa

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Largo das Flores

Vista panorâmica do lago principal

Largo das Flores

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Vista aérea do JBP

Largo das Flores

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rafia > Envio

Título da Monografia Protocolo Imprimir

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESENVOLVIDA NO JARDIM BOTÂNICO PLANTARUM EM 2012 20140422115655

Verifique periodicamente a orientação do professor no link Envio de Monografia.

Lá você poderá enviar mensagens ao professor quanto as suas dúvidas.

POSTADA EM 22 DE ABRIL 12H