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APOSTILA DE CONHECIMENTOS BANCÁRIOS PARA CONCURSOS Encontre o material de estudo para seu concurso preferido em www.oreidasapostilas.com.br Conteúdo: Sistema Financeiro Nacional: Instituições Normativas: Conselho Monetário Nacional; Entidades Supervisoras; Banco Central do Brasil e Comissão de Valores Mobiliários. Operadores: Instituições financeiras captadoras de depósito à vista; demais instituições financeiras e outros intermediários financeiros e administrativos de recursos de terceiros. Conhecimentos de Serviços Bancários: Abertura e movimentação de contas: documentos básicos para pessoa física e pessoa jurídica, capacidade e incapacidade civil, representação e domicílio, Documentos comerciais: conceitos, finalidade, principais características e circulação: nota fiscal, fatura, borderô, contrato, duplicata, nota promissória, cheque, ordem de pagamento e DOC - documento de crédito e TED – Transferência Eletrônica de Dados. Prestação de serviços bancários: arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais, recolhimento por conta de terceiros, recebimento de prêmios e seguros, custódia de valores, cartões magnéticos e cartões de crédito. Operações Bancárias: Noções gerais sobre: Operações Ativas (Operações de Crédito, Empréstimo em Conta, Títulos Descontados, Adiantamento a Depositantes, Cheque Especial, Financiamentos Rurais, Crédito Direto ao Consumidor, Fiança Bancária, Operação de Câmbio). Operações Passivas (Caderneta de Poupança, Depósitos à vista, a prazo, CDB, RDB, Obrigações por Empréstimos, Fundos). Operações Acessórias (Cobrança. Garantias Bancárias Reais: Hipoteca, Penhor e Caução. Alienação Fiduciária e Pessoal: fiança e aval).

Apostila conhecimentos bancarios_04

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APOSTILA DE CONHECIMENTOS BANCÁRIOSPARA CONCURSOS

Encontre o material de estudo para seu concurso preferido em

www.oreidasapostilas.com.br

Conteúdo:

Sistema Financeiro Nacional: Instituições Normativas: Conselho Monetário Nacional; EntidadesSupervisoras; Banco Central do Brasil e Comissão de Valores Mobiliários. Operadores: Instituiçõesfinanceiras captadoras de depósito à vista; demais instituições financeiras e outros intermediáriosfinanceiros e administrativos de recursos de terceiros. Conhecimentos de Serviços Bancários:Abertura e movimentação de contas: documentos básicos para pessoa física e pessoa jurídica,capacidade e incapacidade civil, representação e domicílio, Documentos comerciais: conceitos,finalidade, principais características e circulação: nota fiscal, fatura, borderô, contrato, duplicata, notapromissória, cheque, ordem de pagamento e DOC - documento de crédito e TED – TransferênciaEletrônica de Dados. Prestação de serviços bancários: arrecadação de tributos federais, estaduais emunicipais, recolhimento por conta de terceiros, recebimento de prêmios e seguros, custódia devalores, cartões magnéticos e cartões de crédito. Operações Bancárias: Noções gerais sobre:Operações Ativas (Operações de Crédito, Empréstimo em Conta, Títulos Descontados, Adiantamentoa Depositantes, Cheque Especial, Financiamentos Rurais, Crédito Direto ao Consumidor, FiançaBancária, Operação de Câmbio). Operações Passivas (Caderneta de Poupança, Depósitos à vista, aprazo, CDB, RDB, Obrigações por Empréstimos, Fundos). Operações Acessórias (Cobrança.Garantias Bancárias Reais: Hipoteca, Penhor e Caução. Alienação Fiduciária e Pessoal: fiança e aval).

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ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL;BANCO CENTRAL DO BRASIL; COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOSFunção Social dos Bancos

Quem nos dias de hoje, ousaria imaginar o mundo sem as instituições financeiras. Afinal, não épor acaso que por menor que seja uma cidade, lá estará uma agência bancária, que entre outrasatribuições, estará apta a captar e aplicar recursos na região, ou seja, enquanto as casas comerciaiscompram e vendem produtos, as industrias transformam a matéria-prima nos mais diversificadosprodutos, o Banco tem por finalidade o comércio do dinheiro, funcionando na intermediação daquelesque possuem capital para aplicar com aqueles que necessitam do capital para ampliar/manter suasatividades.

Os Bancos estão cada vez mais sofisticados, oferecendo uma gama considerável de prestaçãode serviços, que vão além dos acima citados até a recolhimento de tributos, seguros, cobrança detítulos, cartões de credito, leasing etc.

Prestando serviços ao setor público e ao privado, como agente regulador do mercadofinanceiro, como intermediário na movimentação dos valores, empregando milhares de funcionáriosespecializados, os Bancos penetram intimamente no cenário econômico-financeiro-social do País.

Com a queda acentuada de suas receitas, oriundas da inflação, com a implantação do Real, osBancos que desde o Plano Cruzado já possuíam uma receita relativa com a cobrança de tarifas naprestação de serviços, foram levados a reajustar as existentes, cancelando convênios que deixaram deser rentáveis, e buscaram alternativas de minimizar custos, entre elas a informatização de seusserviços, buscando conquistar junto a sua clientela a credibilidade nos instrumentos tecnológicoscolocados a sua disposição.

ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONALO Sistema Financeiro Nacional conforme apresentado por Lopes & Rossetti é caracterizado

por quatro fases distintas:O Sistema Financeiro Nacional em sua primeira fase caracterizou-se pela intermediação

financeira na sua forma mais simples através de atividades relacionadas ao setor cafeeiro e aimplantação de projetos no setor de infra-estrutura.

A partir da segunda fase caracterizada pelo período das Guerras e da Depressão, que seestendeu de 1914 a 1945, houve uma série de processos de considerável importância no quadro geralda intermediação financeira no Brasil, com destaque aos seguintes:- expansão do sistema de intermediação financeira de curto e médio prazo;- disciplina, integração e ampliação das margens de segurança, face à criação da Inspetoria Geral dosBancos (1920), instalação da Câmara de Compensação (1921) e a implantação da Carteira deRedescontos do Banco do Brasil (1921);- estudos para criação de um Banco Central no país.

Esses destaques trouxeram amplos benefícios ao sistema financeiro do país, à medida quedeu maior consistência ao processo de intermediação.

A terceira fase que se estendeu de 1945 a 1964, caracterizou-se como fase de transição entrea estrutura simples de intermediação financeira da primeira metade do século e a complexa estruturamontada a partir das reformas institucionais de 1964-65. Nos anos de transição as principaistransformações no sistema financeiro nacional foram:- consolidação e penetração no espaço geográfico da rede de intermediação financeira de curto emédio prazo;- implantação de um órgão normativo, de assessoria, controle e fiscalização, o SUMOC -Superintendência da Moeda e do Crédito;- criação de uma instituição financeira central de fomento, o Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico, BNDE;- criação de instituições financeiras de apoio a regiões carentes;- desenvolvimento espontâneo de Companhias de crédito, financiamento e investimento de médio elongo prazos.

A última fase da evolução da intermediação financeira no Brasil iniciou-se em 1964-65, com apromulgação de três leis que introduziram profundas alterações na estrutura do sistema financeironacional:

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- Lei n°- 4.380 - 21/08/64: instituiu a correção monetária nos contratos imobiliários de interesse social,criou o Banco Nacional de Habitação e institucionalizou o Sistema Financeiro de Habitação;- Lei n°- 4.595 - 31/12/64: definiu as características e as áreas específicas de atuação das instituiçõesfinanceiras e transformação do SUMOC e seu Conselho em Banco Central do Brasil e ConselhoMonetário Nacional, respectivamente;- Lei n° 4.728 - 14/07/65: disciplinou o mercado de capitais e estabeleceu medidas para seudesenvolvimento.

A partir desses três institutos legais, o sistema financeiro brasileiro passou a contar com maiore mais diversificado número de intermediários financeiros não bancários, com áreas específicas e bemdeterminadas de atuação. Ao mesmo tempo, foi significativamente ampliada a pauta de ativosfinanceiros, abrindo-se um novo leque de opções para aplicação de poupanças e criando-se,decorrentemente, condições mais efetivas para a ativação do processo de intermediação.

A quarta fase iniciou-se pela implementação dessas reformas até os dias atuais. Alémdaquelas instituições citadas, foi incorporado ao quadro do sistema a Comissão de Valores Mobiliários,criada pela Lei n° 6.385, de 7/12/76.

Após o período de 1968 a 1973, o país passou a conviver com uma conjuntura internacionaladversa (choque do petróleo de 73 e 79 e a crise da dívida externa de 82) e conturbada a nível interno(redemocratização e inflação). Influenciado também por esses acontecimentos, surgiu por parte dosagentes econômicos a necessidade de se protegerem quanto as oscilações adversas a que estãosujeitos, tanto a fatos e políticas interna, quanto externa.

A transformação que vem passando a intermediação financeira nos últimos anos é motivadapelo desenvolvimento da economia, refletindo em processos de fusões e incorporações, resultando emaumento de competitividade.

Diante disso a atividade de intermediação financeira, além de minimizar a incerteza e os riscosa níveis compatíveis com as exigências de maximização dos ganhos, terá que proporcionar cada vezmais segurança e agilidade no julgamento e previsão de melhores retornos.

SISTEMA FINANCEIRO NACIONALO Sistema Financeiro Nacional, é constituído:

- do Conselho Monetário Nacional;- do Banco Central do Brasil;- do Banco do Brasil S.A.;- do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social;- das demais instituições financeiras públicas e privadas.

CONSELHO MONETÁRIO NACIONALA política do Conselho Monetário Nacional objetiva:

- adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia nacional e seuprocesso de desenvolvimento;- regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários oudeflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbriosoriundos de fenômenos conjunturais;- regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamentos do País, tendo em vista amelhor utilização dos recursos em moeda estrangeira;- orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas, tendo emvista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico daeconomia nacional;- propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maioreficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos;- zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;- coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa.

Compete ao Conselho Monetário Nacional:

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- autorizar a emissão de papel moeda- aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central do Brasil, por meio dos quais seestimarão as necessidades globais de moeda e crédito;- fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto à compra e venda de ouro equaisquer operações em direitos especiais de saque e em moeda estrangeira;- disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suasformas, inclusive aceites, avais e prestações de quaisquer garantias por parte das instituiçõesfinanceiras;- regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem atividades subordinadas aesta Lei, bem como a aplicação das penalidades previstas;- limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos, comissões e qualquer outra forma deremuneração de operações e serviços bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo BancoCentral do Brasil, assegurando taxas favorecidas aos financiamentos que se destinem a promover:- recuperação e fertilização do solo;- reflorestamento;- combate a epizootias e pragas, nas atividades rurais;- eletrificação rural;- mecanização; - irrigação;- investimentos indispensáveis às atividades agropecuárias;- determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão emprestar aum mesmo cliente ou grupo de empresas;- estipular índices e outras condições técnicas sobre encaixes, imobilizações e outras relaçõespatrimoniais, a serem observadas pelas instituições financeiras;- expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituiçõesfinanceiras;- delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos, o capital mínimo das instituições financeirasprivadas, levando em conta sua natureza, bem como a localização de suas sedes e agências ou filiais;- estabelecer para as instituições financeiras públicas a dedução dos depósitos de pessoas jurídicas dedireito público que lhes detenham o controle acionário, bem como das respectivas autarquias esociedades de economia mista.- regulamentar, fixando limites, prazos e outras condições, as operações de redesconto e deempréstimo, efetuadas com quaisquer instituições financeiras públicas e privadas de naturezabancária;- outorgar ao Banco Central do Brasil o monopólio das operações de câmbio quando ocorrer gravedesequilíbrio no balanço de pagamentos ou houver sérias razões para prever a iminência de talsituação;- estabelecer normas a serem observadas pelo Banco Central do Brasil em suas transações com títulospúblicos e de entidades de que participe o Estado;- autorizar o Banco Central do Brasil e as instituições financeiras públicas federais a efetuar asubscrição, compra e venda de ações e outros papéis emitidos ou de responsabilidade das sociedadesde economia mista e empresas do Estado;- disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos públicos;- estatuir normas para as operações das instituições financeiras públicas, para preservar sua solidez eadequar seu funcionamento aos objetivos desta Lei;- baixar normas que regulem as operações de câmbio, inclusive swaps, fixando limites, taxas, prazos eoutras condições.

BANCO CENTRAL DO BRASILÓrgão executivo central do sistema financeiro, com responsabilidade de cumprir e fazer

cumprir as disposições que regulam o funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo CMN.Através do BC o Estado intervém diretamente no sistema financeiro e, indiretamente, na

economia. Principais atribuições:

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- emitir moeda de acordo com condições do CMN;- executar os serviços do meio circulante;- receber os recolhimentos compulsórios dos bancos;- realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras;- regular a compensação de cheques e outros papéis;- efetuar política monetária através da compra e venda de títulos federais;- exercer o controle de crédito;- fiscalizar as instituições financeiras;- autorizar o funcionamento e operacionalidade das instituições;- controlar o fluxo de capitais estrangeiros.

COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVMÓrgão normativo do sistema financeiro, voltado para o desenvolvimento, disciplina e

fiscalização do mercado de valores mobiliários, basicamente o mercado de ações e debêntures.Principais objetivos:

- estimular a aplicação de poupança no mercado acionário;- assegurar o funcionamento às bolsas de valores e instituições auxiliares;- proteger os titulares de valores mobiliários contra irregularidades;- fiscalizar a emissão, o registro, a distribuição e a negociação de títulos emitidos;- fortalecimento do Mercado de Ações.

CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONALHistórico

O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional - CRSFN foi criado pelo Decreto n°91.152, de 15/03/85. Transferiu-se do Conselho Monetário Nacional - CMN para o CRSFN acompetência para julgar, em segunda e última instância administrativa, os recursos interpostos dasdecisões relativas à aplicação das penalidades administrativas referidas nos itens I a IV do art. 1 ° doreferido Decreto. Permanece com o CMN a competência residual para julgar os demais casos aliprevistos, por força do disposto no artigo 44, § 5°, da Lei 4.595/64.

Com o advento da Lei n° 9.069, de 29/06/95, mais especificamente em razão do seu artigo 81e parágrafo único, ampliou-se a competência do CRSFN, que recebeu igualmente do CMN aresponsabilidade de julgar os recursos interpostos contra as decisões do Banco Central do Brasilrelativas a aplicação de penalidades por infração à legislação cambial, de capitais estrangeiros, decrédito rural e industrial.

O CRSFN tem o seu Regimento Interno aprovado pelo Decreto n° 1.935, de 20/06/96, com anova redação dada pelo Decreto n° 2.277, de 17/07/97, dispondo sobre as competências, prazos edemais atos processuais vinculados às suas atividades.

AtribuiçõesSão atribuições do Conselho de Recursos: julgar em segunda e última instância administrativa

os recursos interpostos das decisões relativas às penalidades administrativas aplicadas pelo BancoCentral do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários e pela Secretaria de Comércio Exterior; nasinfrações previstas na legislação.

O Conselho tem ainda como finalidade julgar os recursos de ofício interpostos pelos órgãos deprimeira instância, das decisões que concluírem pela não aplicação das penalidades previstas no itemanterior.

EstruturaO Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional é constituído por oito Conselheiros,

possuidores de conhecimentos especializados em assuntos relativos aos mercados financeiro, decâmbio, de capitais, e de crédito rural e industrial, observada a seguinte composição:

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I - um representante do Ministério da Fazenda;II - um representante do Banco Central do Brasil (Bacen);III - um representante da Secretaria de Comércio Exterior (MIDIC);IV - um representante da Comissão de Valores Mobiliários (CVM);V - quatro representantes das entidades de classe dos mercados afins, por estas indicados em listatríplice.

As entidades de classe que integram o CRSFN são as seguintes: Abrasca (AssociaçãoBrasileira das Companhias Abertas), Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), CNBV(Comissão de Bolsas de Valores), Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), Abel(Associação Brasileira das Empresas de Leasing), Adeval (Associação das Empresas Distribuidoras deValores), AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), sendo que os representantes das quatroprimeiras entidades têm assento no Conselho como membros-titulares e os demais, como suplentes.

Tanto os Conselheiros Titulares, como os seus respectivos suplentes, são nomeados peloMinistro da Fazenda, com mandatos de dois anos, podendo ser reconduzidos uma única vez.

Fazem ainda parte do Conselho de Recursos dois Procuradores da Fazenda Nacional,designados pelo Procurador-Geral da Fazenda Nacional, com a atribuição de zelar pela fielobservância da legislação aplicável, e um Secretário-Executivo, nomeado pelo Ministério da Fazenda,responsável pela execução e coordenação dos trabalhos administrativos. Para tanto, o Banco Centraldo Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários e a Secretaria de Comércio Exterior proporcionam orespectivo apoio técnico e administrativo.

O representante do Ministério da Fazenda é o presidente do Conselho e o vice presidente é orepresentante designado pelo Ministério da Fazenda dentre os quatro representantes das entidades declasse que integram o Conselho.

AGENTES ESPECIAISBANCO DO BRASIL

Até 1986 o Banco do Brasil atuou como co-responsável pela emissão de moeda, através doajustamento das contas das autoridades monetárias e do Tesouro Nacional.

Atualmente atua como banco comercial sendo agente financeiro do Governo Federal.Principais atribuições:- principal executor da política de crédito rural e industrial;- responsável pelo Departamento de Comércio Exterior (Decex);- Câmara de Compensação de cheques e outros papéis;- executar os serviços ligados ao orçamento geral da União;- executar o serviço da dívida pública consolidada;- adquirir os estoques de produção exportável;- executar a política de preços mínimos de produtos agropecuários.

BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIALÉ a instituição responsável pela política de investimentos de longo prazo do Governo Federal,

sendo a principal instituição financeira de fomento do País.

Principais objetivos:- impulsionar o desenvolvimento econômico e social do País;- fortalecer o setor empresarial nacional;- criar novos pólos de produção regionais;- promover o desenvolvimento agrícola, industrial e de serviços;- promover o crescimento e a diversificação das exportações;- gerir o processo de privatização das empresas estatais.

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BANCOS COMERCIAIS; CAIXAS ECONÔMICAS; COOPERATIVAS DE CRÉDITO; BANCOSCOMERCIAIS COOPERATIVOS; BANCOS DE INVESTIMENTO; BANCOS DEDESENVOLVIMENTOBancos Comerciais

São sociedades cujo objetivo consiste na intromissão entre os que dispõem de capital e os queprecisam obtê-lo, isto é, receber e concentrar capitais para distribuí-los através de operações decrédito, ou seja, seu objetivo principal é o suprimento oportuno e adequado de recursos necessáriospara financiar, a curto e médio prazo, pessoas físicas ou jurídicas, com recursos captados no mercado.

Para atingir seus objetivos os Bancos comerciais podem, segundo o Manual de Normas einstruções do Bacen:- captação a vista e a prazo;- cobrança de títulos;- arrecadação de tributos e tarifas públicas;- descontar títulos;- realizar operações de abertura de crédito simples ou em conta corrente;- realizar operações especiais (crédito rural, resolução 63, etc)

Caixas EconômicasIntegrando simultaneamente o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo e o Sistema

Financeiro de Habitação, junto com os Bancos comerciais, foram as primeiras instituições do SistemaFinanceiro Nacional.

Suas atividades assemelham-se às dos Bancos comerciais, no que diz respeito a captação dedepósito a vista e prestação de serviços, porém as operações de empréstimos destinam-se apenas àspessoas físicas. Operam no crédito direto ao consumidor, financiando bens de consumo duráveis,emprestar sob garantia de penhor industrial e caução de títulos, além de possuir monopólio deoperações sob penhor de bens pessoais, e sob consignação.

Tem ainda a competência para a venda de bilhetes de loteria, cujo o produto da administraçãoé uma fonte valiosa de recursos para sua gestão.

A captação de poupança, que é privativo das instituições ligadas ao SFH, é sem dúvida suagrande fonte de recursos.

Sua mais nova atuação está voltada para a centralização do recolhimento e a posterioraplicação de todos os recursos oriundos do FGTS.

As Caixas Econômicas são instituições de cunho eminentemente social, sendo suas operaçõesde crédito e financiamento voltada para as áreas de assistência social, saúde, educação etc.

Atualmente só existem duas Caixas Econômicas, a Federal (resultado da unificação de 23Caixas Econômicas Federais, pelo DL 759 de 12/08/69) e a Caixa Econômica Estadual do Rio Grandedo Sul.

Cooperativas de créditoAs cooperativas de crédito são instituições financeiras, sociedade de pessoas, homologadas

pelo Banco Central do Brasil, sem fins lucrativos e não sujeitas a falência (Lei 5.764/71 e 4.595/64),cuja regulamentação é disciplinada pela Resolução 2.771 de 30/08/2000.

O funcionamento de cooperativas de crédito depende de prévia autorização do Banco Centraldo Brasil, concedida sem ônus e por prazo indeterminado.

As cooperativas de crédito podem praticar as seguintes operações:I - captação de recursos:a) de associados, oriundos de depósitos a vista e depósitos a prazo sem emissão de certificado;b) de instituições financeiras, nacionais ou estrangeiras, na forma de empréstimos, repasses,refinanciamentos e outras modalidades de operações de crédito;c) de qualquer entidade, na forma de doações, de empréstimos ou repasses, em caráter eventual,isentos de remuneração ou a taxas favorecidas;

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II - concessão de créditos, exclusivamente a seus associados, incluídos os membros de órgãosestatutários, nas modalidades de:a) desconto de títulos;b) operações de empréstimo e de financiamento;c) crédito rural;d) repasses de recursos oriundos de órgãos oficiais e instituições financeiras;III - aplicações de recursos no mercado financeiro, inclusive depósitos a prazo, com ou sem emissãode certificado, observadas eventuais restrições legais e regulamentares específicas de cada aplicação;IV - prestação de serviços:a) de cobrança, de custódia, de correspondente no País, de recebimentos e pagamentos por conta deterceiros e sob convênio com instituições públicas e privadas, nos termos da regulamentação aplicávelàs demais instituições financeiras;b) a outras instituições financeiras, mediante convênio, para recebimento e pagamento de recursoscoletados com vistas a aplicação em depósitos, fundos e outras operações disponibilizadas pelainstituição conveniente;V - formalização de convênios com outras instituições financeiras com vistas a:a) obter acesso indireto à conta Reservas Bancárias, na forma da regulamentação em vigor;b) participar do Serviço de Compensação de Cheques e Outros Papéis (SCCOP);c) realizar outros serviços complementares às atividades fins da cooperativa;VI - outros tipos previstos na regulamentação em vigor ou autorizados pelo Banco Central do Brasil.

Bancos Comerciais CooperativosOs Bancos Cooperativos são bancos comerciais que diferenciam-se dos demais por terem

como acionistas, exclusivamente, as Cooperativas de Crédito. Sua atuação é restrita às unidades dafederação onde estão situadas as sedes das Cooperativas Controladoras.

As cooperativas, os bancos e outras instituições financeiras têm algumas coisas em comum,tais como: todas dependem da autorização do banco central para funcionar, tanto a cooperativa comoas demais instituições financeiras emprestam dinheiro. Mas, a principal diferença da cooperativa estájustamente na maneira de fazer empréstimo, pois como ela não tem fins lucrativos, pode cobrar jurosabaixo dos de mercado, e não tem as burocracias do mesmo ( Saldo médio e outros mais).

Vantagens de uma cooperativa:- Benefícios sociais e educativos;- Liberdade de escolha (compras a vista);- Crédito rápido;-Seguros (diversos);-Contas correntes;-Aplicações financeiras com taxas superiores;- Cobertura de emergência;-Tranqüilidade de saber que é um órgão administrado pelos próprios associados.

Banco de InvestimentoCriados com a finalidade de prover o mercado de recursos de médio e longo prazo, para

suprimento de capital de giro e investimento. Seu objetivo é aumentar o prazo das operações efinanciamentos, dando fôlego financeiro às empresas para que elas possam reestruturar-se econômicae financeiramente.

Não podem manter contas correntes. As aplicações tem origem em CDB e RDB captados,através de repasses de recursos internos e externos a pela venda de cotas de fundos de investimentospor eles administrados.

Grande parte das operações dos Bancos de investimento, estão voltadas para as empresasprivadas, havendo limites para apoiar empresas e órgãos públicos.

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Os financiamentos ao capital fixo são precedidos de cuidadosas avaliações do projeto, nãopodendo destinar recursos a empreendimentos imobiliários.

Operações ativas praticadas pelos Bancos de investimento:- empréstimo a prazo mínimo de um ano para financiamento de capital de giro e/ou capital fixo;- aquisição de ações e outros títulos para investimento ou revenda no mercado de capitais (operaçõesde underwriting);- repasses de recursos de origem interna ou externa;- prestação de garantia de empréstimo no pais ou proveniente do exterior.

Banco de DesenvolvimentoO BNDES é o principal agente do Governo para financiamento de médio e longo prazo aos

setores primário, secundário e terciário.O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e o Banco da Amazônia (BASA) são instituições de

fomento de âmbito regional.Os Bancos estaduais de desenvolvimento são instituições financeiras controladas pelos

estados com a finalidade de fornecer financiamentos de médio e longo prazo às empresas dosrespectivos estados, geralmente com repasses de órgão financeiros do Governo Federal

SOCIEDADES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO; SOCIEDADES DEARRENDAMENTO MERCANTIL; SOCIEDADES CORRETORAS DE TÍTULOS E VALORESMOBILIÁRIOS; SOCIEDADES DISTRIBUIDORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS;Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento

Sua finalidade é o financiamento de bens de consumo duráveis através do crédito direto aoconsumidor. Assim como os Bancos de investimento não podem manter contas correntes, e sua fontede recursos são as letras de câmbio e títulos de crédito emitidos pelos financiados e aceitos pelasfinanceiras.

Por tratar-se de operação de alto risco, suas operações passivas não podem ultrapassar 12vezes o montante do seu capital realizado, mais as reservas, sendo também limitada à suaresponsabilidade direta por clientes.

Sociedade de Arrendamento MercantilOperam com operações de "leasing". Tratam-se de locação de bens de forma que, no final do

contrato, o locatário pode renovar o contrato, adquirir o bem por um valor residencial ou devolver o bemlocado à sociedade. Atualmente, tem sido comum operações de leasing em que o valor residual é pagode forma diluída ao longo do período contratual ou de forma antecipada, no início do período. AsSociedades de Arrendamento Mercantil captam recursos através da emissão de debêntures, comcaracterísticas de longo prazo.

Às sociedades de arrendamento mercantil é facultada a captação de recursos no exterior paralivre aplicação no mercado doméstico, observados os respectivos campos operacionais.

Em se tratando de instituições financeiras, a faculdade inclui a realização de operações derepasse a pessoas físicas ou jurídicas não-financeiras.

Às sociedades de arrendamento mercantil é facultada a realização de repasse interfinanceirode recursos captados no exterior a outras instituições e sociedades da espécie.

Sociedades Corretoras de Títulos e Valores MobiliáriosSão instituições típicas do mercado financeiro e do mercado acionário, operando com compra,

venda e distribuição de títulos e valores mobiliários (inclusive ouro) por conta de terceiros.Sua constituição depende de autorização do Bacen e o exercício de sua atividade depende de

autorização da CVM.As corretoras atuam na bolsa de valores e de mercadorias, efetuando lançamento público de

ações, administrando carteira e custodiando valores mobiliários.

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Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores MobiliáriosSuas atividades são mais restritas de que a das corretoras, uma vez que não podem operar

nas bolsas de mercadorias e de valoresSão atividades básicas das distribuidoras:

- subscrição isolada ou em consórcio de emissão de títulos e valores mobiliários;- intermediação da colocação de emissões de capital no mercado;- operações no mercado aberto, desde que satisfaça as exigências do Bacen.- administrar clubes de investimentos

BOLSAS DE VALORES; BOLSAS DE MERCADORIAS E DE FUTUROS SISTEMA ESPECIAL DELIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA (SELIC) CENTRAL DE LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA E DE CUSTÓDIADE TÍTULOS (CETIP)BOLSAS DE VALORESDEFINIÇÃO:

São associações civis, sem fins lucrativos. Seu patrimônio é representado por títulos quepertencem às sociedades corretoras membros. Possuem autonomia financeira, patrimonial eadministrativa, mas estão sujeitas à supervisão da CVM - Comissão de Valores Mobiliários eobedecem às diretrizes e políticas emanadas do CMN - Conselho Monetário Nacional.

OBJETIVO:Fornecem o ambiente para negociação de títulos em sistema de apregoação, com

intermediação privativa dos corretores de valores associados. Promovem ampla e imediata divulgaçãodos negócios realizados e tem poder para interferir nesses negócios, visando a clareza e amplo acessodos participantes. Detém poder regulatório bastante eficiente.

O PREGÃOCARACTERÍSTICAS:. Local de realização de negócios de compra e venda de títulos, principalmente ações, em mercadolivre e aberto;

É o principal recinto de uma Bolsa de Valores, onde se realiza todo processo operacional;Onde se efetuam milhares de negócios em um só dia, de forma segura, ágil e livre; Encontram-se osfluxos de oferta e procura do mercado de ações;. Funciona de forma transparente;. Sistema de informações instantâneas;. Sistemas interligados (pregão de uma Bolsa aos pregões das demais Bolsas do País, às sociedadescorretoras dos diversos Estados, a bancos de investimento e investidores individuais.

A NEGOCIAÇÃO NO PREGÃOO pregão pode ser organizado segundo os sistemas de negociação existentes: Call System,

Trading Post ou Pregão Contínuo e pregões eletrônicos.

TRADING POST:. Negócios são realizados durante todo o período do pregão;. Títulos são agrupados em postos de negociações segundo ramos afins de atividades econômicas, ehomogeneidade quanto aos volumes de transação;. Sistema consagrado nas maiores Bolsas do País e estrangeiras, por permitir efetuar grandes volumesde negócios.

PROCESSOS DE NEGOCIAÇÃO

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NEGOCIAÇÃO DIRETA: O mesmo operador é simultaneamente comprador e vendedor: compradorpara um dos clientes de sua corretora e vendedor para outro.NEGOCIAÇÃO COMUM: Realiza-se entre dois representantes. Apregoação de viva voz mencionaintenção de comprar e vender o título, características, quantidade e preço unitário.NEGOCIAÇÃO POR OFERTA: Realizada entre dois operadores, sendo um deles representado peloposto de negociação que recebeu sua oferta.NEGOCIAÇÃO POR LEILÃO: Semelhante à negociação direta. Ao ocorrer a apregoação de compra evenda de grande quantidade, representante da Bolsa interfere colocando em leilão.

O TELEPREGÃOCATS (COMPUTER ASSISTED TRADING SYST&M)CARACTERÍSTICAS:. Operado pela Bolsa de Valores de São Paulo;. É uma versão atualizada do sistema desenvolvido pela Bolsa de Valores de Toronto, no Canadá;. O sistema reproduz em terminal de computador os registros de ofertas de compra e venda de ações eos fechamentos de negócios;. Confirmação de fechamento on line;. Pode ser acionado por sociedades corretoras em qualquer local do país, em tempo real, no mesmohorário de funcionamento do pregão;. Oferece um sistema de informações de mercado e instrumentos de análise de investimentos.

SENN (A NEGOCIAÇÃO NACIONAL)CARACTERÍSTICAS:

Sistema Eletrônico de Negociação Nacional, administrado pela CNBV (Comissão Nacional deBolsas de Valores) e operacionalizado pela Bolsa de Valores do Rio de Janeiro;. Utiliza terminais de vídeo conectados ao Sistema de Processamento de Dados da Bolsa do RioPermite negociação de ações no mercado à vista;..Operações são processadas e fechadas automaticamente;. As corretoras registram no sistema sua intenção de compra ou venda de determinada ação; a qual édifundida nos terminais, tornando-se conhecido de todo o mercado;. Os negócios realizados no SENN interferem nos preços do pregão de viva voz, e vice-versa.

BOLSA DE MERCADORIAS & FUTUROS - BM&FSão associações exatamente como as Bolsas de Valores, porém em vez de negociar ações, as

Bolsas de Mercadorias e Futuros negociam somente ativos no mercado futuro (para entrega emdeterminada data), com exceção do ouro, que tem cotação à vista.

A Bolsa de Mercadorias e Futuros - BM&F de São Paulo é uma das maiores Bolsas de Futurosdo mundo. Nela, atuam as corretoras de mercadorias (ou commodities), que negociam ouro, índiceBovespa futuro, dólar comercial futuro, DI futuro (índice de taxa de juros), açúcar, boi gordo, bezerro,café, soja e algodão.

SELIC E CETIPAs aplicações bancárias não são iguais. Variam de acordo com o tipo de papel que as

lastreiam e onde esse título está custodiado, ou seja, fisicamente guardado. Quanto ao lastro, temospapéis privados: Certificado de Depósito Bancário (CDB), Letras de Câmbio (LC), por exemplo; epúblicos: Letras do Tesouro Nacional (LTN), Letras Financeiras do Tesouro (LFT), entre outros.

Essas modalidades podem ser custodiadas de duas formas:1 - SELIC;2 - CETIP.

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Se custodiado no SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), o papel adquirido peloaplicador é necessariamente um título público e deverá ser registrado em seu nome nos computadoresdo Banco Central (o chamado SELIC I), ou em nome da instituição que intermediou a operação (SELICII).

No primeiro caso, a garantia é total. Mesmo que ocorra algum problema com a instituiçãointermediária, os recursos aplicados não poderão ser transferidos para a instituição. Já o SELIC II nãooferece essa garantia. O CETIP (Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos) é umasociedade civil sem fins lucrativos, criada em 1986 para preencher a lacuna de um sistema eletrônicode custódia e liquidação financeira no mercado de títulos privados.

Ao contrário do SELIC, que surgiu há cerca de vinte anos, a CETIP não é administradadiretamente pela Associação Nacional das Instituições de Mercado Aberto (ANDIMA), apesar de estarintimamente ligada a ela. Funciona de forma similar ao SELIC, só que apenas com títulos privados.Nesta operação, os títulos estão custodiados ou guardados em um grupo de instituições financeirasreconhecidas pelo Banco Central.

Se houver algum problema com a instituição na qual o investidor fez a aplicação, o BancoCentral garantirá a entrega do título. O investidor não perde.

Como você viu, o que para o aplicador era apenas uma simples operação bancária passou aser algo diferente e um pouco mais complicado.

SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO - ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMOSociedades de Crédito Imobiliário

Ao contrário das Caixas Econômicas, essas sociedades são voltadas ao público de maiorrenda. A captação ocorre através de Letras Imobiliárias, depósitos de poupança e repasses da CEF.Esses recursos são destinados, principalmente, ao financiamento imobiliário diretos ou indiretos.

As sociedades de crédito imobiliário somente poderão operar em financiamento paraconstrução, venda ou aquisição de habitações mediante:- abertura de crédito a favor de empresários que promovam projetos de construção de habitações paravenda a prazo;- abertura de crédito para a compra ou construção de casa própria com liquidação a prazo de créditoutilizado;- desconto, mediante cessão de direitos de receber a prazo o preço da construção ou venda dehabitações;- outras modalidades de operações autorizadas pelo Banco Nacional da Habitação.

Cada sociedade de crédito imobiliário somente poderá operar com imóveis situados na áreageográfica para a qual for autorizada a funcionar.

As sociedades de crédito imobiliário não poderão operar em compra e venda ou construção deimóveis, salvo para liquidação de bens que tenham recebido em pagamento dos seus créditos ou nocaso dos imóveis necessários à instalação de seus serviços.

Nas suas operações as sociedades de crédito imobiliário observarão as normas expedidaspelo Banco Nacional da Habitação, com relação dos limites do valor unitário, prazo, condições depagamento, juros, garantias, seguro, ágios e deságios na colocação de letras imobiliárias ediversificação de aplicações.

Associações de Poupança e EmpréstimoSão sociedades civis onde os associados têm direito à participação nos resultados. A captação

de recursos ocorre através de caderneta de poupança e seu objetivo é principalmente financiamentoimobiliário. Dentro das normas gerais que forem estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional,poderão ser autorizadas a funcionar, associações de poupança e empréstimo, que se constituirãoobrigatoriamente sob a forma de sociedades civis, de âmbito regional restrito, tendo por objetivosfundamentais:- propiciar ou facilitar a aquisição de casa própria aos associados;- captar, incentivar e disseminar a poupança.

São características essenciais das associações de poupança e empréstimo:

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- a formação de vínculo societário, para todos os efeitos legais, através de depósitos em dinheiroefetuados por pessoas físicas interessadas em delas participar;- a distribuição aos associados, como dividendos, da totalidade dos resultados líquidos operacionais,uma vez deduzidas as importâncias destinadas à constituição dos fundos de reserva e de emergênciae a participação da administração nos resultados das associações.

É assegurado aos Associados:- retirar ou movimentar seus depósitos, observadas as condições regulamentares;- tomar parte nas assembléias gerais, com plena autonomia deliberativa, em todos os assuntos dacompetência delas;- votar e ser votado.

Para o exercício de seus direitos societários, cada associado terá pelo menos um voto,qualquer que seja o volume de seus depósitos na Associação, e terá tantos votos quantas "Unidades-Padrão de Capital do Banco Nacional da Habitação" se contenham no respectivo depósito.

As Associações de poupança e empréstimo são isentas de imposto de renda; são tambémisentas de imposto de renda as correções monetárias que vierem a pagar a seus depositantes.

SISTEMA DE SEGUROS PRIVADOS E PREVIDÊNCIA COMPLEMENTARSistema Nacional de Seguros Privados

O Sistema Nacional de Seguros Privados é constituído:- do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)- da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP);- do Instituto de Resseguros do Brasil - (IRB);- das Sociedades Seguradoras autorizadas a operar em seguros privados;- dos Corretores de Seguros habilitados.

Contrato de SeguroA contratação de qualquer seguro só poderá ser feita mediante proposta assinada pelo

interessado, seu representante legal ou por corretor registrado, exceto quando o seguro for contratadopor emissão de bilhete de seguro.

O início de cobertura do risco constará da apólice e coincidirá com a aceitação da proposta. Aemissão da apólice será feita até 15 dias da aceitação da proposta.

CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOSO órgão máximo, que estabelece as grandes diretrizes do setor de seguros, é o Conselho

Nacional de Seguros Privados (CNSP), cujo presidente é o ministro da Fazenda e onde têm acento osrepresentantes de outros ministérios, além dos presidentes do IRB e da SUSEP e de quatro integrantesdo sistema privado, nomeados pelo presidente da República.

O CNSP é também o órgão que decide as pendências no campo de seguros em últimainstância, regulamenta os seguros obrigatórios e estabelece os limites das operações de seguros noPaís.

Esse Conselho se reúne toda vez que for convocado pelo seu presidente.

SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOSPara que o sistema funcione como uma engrenagem bem azeitada, um órgão fiscaliza todos

seus componentes, de modo que obedeçam às normas estabelecidas. Esse órgão é aSuperintendência de Seguros Privados (SUSEP). Recentemente, afora sociedades corretoras ecorretores de seguros, a Superintendência administrava 18 massas liquidandas (o patrimônio dasempresas de seguro, previdência privada aberta ou capitalização que foram compulsoriamentefechadas), além de 7 outras entidades sob regime de direção-fiscal.

Além da fiscalização e da intervenção no caso de mau funcionamento de alguma das peças daengrenagem do mercado de seguros, a SUSEP autoriza a abertura de sociedades seguradoras,

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entidades de previdência privada abertas ou empresas de capitalização. Aprova ou não os planos deseguros que são colocados no mercado e fiscaliza também os corretores de seguros.

Com a missão de garantir o bom funcionamento do sistema, os cerca de 400 funcionários daSUSEP se subdividem em oito departamentos regionais, que cobrem todo o País. A SUSEP, aoautorizar o funcionamento de uma empresa, verifica se ela tem as qualificações mínimas para operarno mercado e se os planos oferecidos atendem às normas legais.

CONSELHO DE GESTÃO DA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTARConselho de Gestão da Previdência Complementar - CGPC é órgão colegiado, normativo, de

deliberação, controle e avaliação da execução da política nacional das entidades fechadas deprevidência complementar, integrante da estrutura regimental do Ministério da Previdência eAssistência Social.

O CGPC tem a seguinte estrutura:1. Plenário (instância de deliberação configurada pela reunião ordinária ou extraordinária de seusmembros, competindo-lhe examinar e propôr soluções às matérias submetidas ao CGPC).2. Secretaria-Executiva (executa as atividades técnico-administrativas e de assessoramento, prestandotodo o apoio necessário ao cumprimento das finalidades do Conselho).

COMPETÊNCIASa) estabelecer as normas gerais complementares à legislação e regulamentação aplicável às entidadesfechadas de previdência complementar para implementação da política determinada pelo Ministro deEstado ao qual está vinculado o órgão regulador e fiscalizador;b) determinar padrões para instituição e operação dos planos de benefícios, de modo a assegurar suatransparência, solvência, liquidez e equilíbrio financeiro;c) normalizar novas modalidades de planos de benefícios;d) estabelecer normas complementares para os institutos da portabilidade e do benefício proporcionaldiferido, garantidos aos participantes;e) estabelecer normas especiais para a organização de planos patrocinados por instituidores;f) determinar a metodologia a ser empregada nas avaliações atuariais;g) fixar limite para as despesas administrativas dos planos de benefícios e das entidades deprevidência complementar; eh) estabelecer regras para o número mínimo de participantes ou associados de planos de benefícios;

COMPOSIÇÃOO Conselho é composto de 15 membros, assim representados:

I - Ministro de Estado da Previdência Social, que o presidirá;II - Secretário da Previdência Complementar;III - um representante da Secretaria da Previdência Complementar;IV- um representante do Ministério da Fazenda;V- um representante do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;VI - um representante da Superintendência de Seguros Privados - SUSEP;VII - um representante do Banco Central do Brasil - BACEN;VIII - um representante da Comissão de Valores Mobiliários - CVM;IX - um representante da Secretaria da Previdência Social;X - um representante de entidades fechadas de previdência complementar;XI - um representante dos participantes de entidades fechadas de previdência complementar;XII - um representante das patrocinadoras de entidades fechadas de previdência complementar;XIII - um representante da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Privada -ABRAPP; e

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XIV- um representante do Instituto Brasileiro de Atuária - IBA, cujo mandato será exercido de formaalternada com um representante da Associação Nacional dos Contabilistas das Entidades Fechadas dePrevidência Privada - ANCEPP, iniciando-se pelo primeiro; eXV - um representante da Associação dos Fundos de Pensão de Empresas Privadas - APEP. Cadarepresentante referido nos incisos III a XV tem um suplente.

SECRETARIA DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTARPrevidência complementar

É o sistema de complemento das aposentadorias recebidas por trabalhadores tanto dainiciativa privada quanto do serviço público, desde que eles tenham contribuído para esta modalidadede previdência. No caso das entidades fechadas de previdência complementar, os chamados fundosde pensão, a adesão só ocorre para aqueles que têm vínculo empregatício com a empresa quepatrocina o fundo. Estas entidades são fiscalizadas pela Secretaria de Previdência Complementar, quefaz parte da estrutura do Ministério da Previdência Social.

A Secretaria de Previdência Complementar - SPC, órgão do Ministério da Previdência Social,possui as seguintes atribuições:I - propor as diretrizes básicas para o Sistema de Previdência Complementar;II - harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdência privada com as políticas dedesenvolvimento social e econômico-financeira do Governo;III - supervisionar, coordenar, orientar e controlar as atividades relacionadas com a previdênciacomplementar fechada;IV - analisar os pedidos de autorização para constituição, funcionamento, fusão, incorporação,grupamento, transferência de controle e reforma dos estatutos das entidades fechadas de previdênciaprivada, submetendo parecer técnico ao Ministro de Estado;V - fiscalizar as atividades das entidades fechadas de previdência privada, quanto ao cumprimento dalegislação e normas em vigor e aplicar as penalidades cabíveis;VI - proceder a liquidação das entidades fechadas de previdência privada que tiverem cassada a

autorização de funcionamento ou das que deixarem de ter condições para funcionar.

INSTITUTO DE RESSEGUROS DO BRASILO IRB é uma espécie de câmara de compensação do setor de seguros. Quando uma

seguradora ultrapassa suas capacidades de garantia, o IRB absorve o excesso via resseguro. Caso asquantias envolvidas ultrapassem a capacidade do próprio IRB, ele repassa a diferença a maior para asdiversas empresas do mercado, pulverizando o risco, na operação que se chama de retrocessão. Seassim mesmo não for possível obter todo o montante necessário para a garantia, procura-se outrasseguradoras no exterior.

Há ocasiões em que o IRB sempre tem que ser solicitado. É o caso de seguros de grandesvalores. O seguro de aeronave, por exemplo, e das plataformas de petróleo, que valem em torno de350 milhões de dólares. O IRB é acionado e vai procurar cobertura no mercado segurador estrangeiro.

Para abarcar todo o mercado ressegurador brasileiro, o IRB emprega em torno de 600funcionários concursados. Eles se encarregam da análise e do controle de todas as operações degrande vulto no País. Em outros países o resseguro é uma atividade privada, mas no Brasil ainda éuma atribuição exclusiva do IRB, que tem uma composição mista: 50% de suas ações pertencem aoINSS e 50% às sociedades seguradoras. Em função de ser o operador único do resseguro, o IRBassumiu também funções normativas no mercado, em termos de obrigatoriedade de consulta dasseguradoras, de resseguro, co-seguro ou retrocessão.

Essa situação de única resseguradora brasileira deu ao IRB um volume de negócios que ocoloca entre as 30 maiores resseguradoras do Mundo, com R$ 796 milhões em prêmios.

PRINCÍPIO DE NACIONALIZAÇÃO DO SEGUROCom a promulgação da Constituição de 1937 (Estado Novo), foi estabelecido o "Princípio de

Nacionalização do Seguro", já preconizado na Constituição de 1934. Em conseqüência, foi promulgadoo Decreto n° 5.901, de 20 de junho de 1940, criando os seguros obrigatórios para comerciantes,industriais e concessionários de serviços públicos, pessoas físicas ou jurídicas, contra os riscos de

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incêndios e transportes (ferroviário, rodoviário, aéreo, marítimo, fluvial ou lacustre), nas condiçõesestabelecidas no mencionado regulamento.

CRIAÇÃO DO INSTITUTO DE RESSEGUROS DO BRASIL- IRBNesse mesmo período foi criado, em 1939, o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), através

do Decreto-lei n° 1.186, de 3 de abril de 1939. As sociedades seguradoras ficaram obrigadas, desdeentão, a ressegurar no IRB as responsabilidades que excedessem sua capacidade de retenção própria,que, através da retrocessão, passou a compartilhar o risco com as sociedades seguradoras emoperação no Brasil. Com esta medida, o Governo Federal procurou evitar que grande parte das divisasfosse consumida com a remessa, para o exterior, de importâncias vultosas relativas a prêmios deresseguros em companhias estrangeiras.

É importante reconhecer o saldo positivo da atuação do IRB, propiciando a criação efetiva e aconsolidação de um mercado segurador nacional, ou seja, preponderantemente ocupado por empresasnacionais, sendo que as empresas com participação estrangeira deixaram de se comportar comomeras agências de captação de seguros para suas respectivas matrizes, sendo induzidas a seorganizar como empresas brasileiras, constituindo e aplicando suas reservas no País.

O IRB adotou, desde o início de suas operações, duas providências eficazes visando criarcondições de competitividade para o aparecimento e o desenvolvimento de seguradoras de capitalbrasileiro: o estabelecimento de baixos limites de retenção e a criação do chamado excedente único.Através da adoção de baixos limites de retenção e do mecanismo do excedente único, empresaspouco capitalizadas e menos instrumentadas tecnicamente - como era o caso das empresas de capitalnacional - passaram a ter condições de concorrer com as seguradoras estrangeiras, uma vez quetinham assegurada a automaticidade da cobertura de resseguro.

CRIAÇÃO DA SUSEPEm 1966, através do Decreto-lei no 73, de 21 de novembro de 1966, foram reguladas todas as

operações de seguros e resseguros e instituído o Sistema Nacional de Seguros Privados, constituídopelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP); Superintendência de Seguros Privados(SUSEP); Instituto de Resseguros do Brasil (IRB); sociedades autorizadas a operar em segurosprivados; e corretores habilitados.

O Departamento Nacional de Seguros Privados e Capitalização - DNSPC - foi substituído pelaSuperintendência de Seguros Privados - SUSEP - entidade autárquica, dotada de personalidadejurídica de Direito Público, com autonomia administrativa e financeira, jurisdicionada ao Ministério daIndústria e do Comércio até 1979, quando passou a estar vinculada ao Ministério da Fazenda.

Em 28 de fevereiro de 1967, o Decreto n° 22.456/33, que regulamentava as operações dassociedades de capitalização, foi revogado pelo Decreto-lei n° 261, passando a atividade decapitalização a subordinar-se, também, a numerosos dispositivos do Decreto-lei n° 73/66.Adicionalmente, foi instituído o Sistema Nacional de Capitalização, constituído pelo CNSP, SUSEP epelas sociedades autorizadas a operar em capitalização.

SOCIEDADES SEGURADORASTemos hoje no Brasil cerca de 150 companhias de seguros privados, previdência privada e

capitalização. Uma vez agregadas em grupos empresariais elas se reduzem a 90 e se regem pelasseguintes normas principais:- Não podem explorar qualquer outro ramo de comércio ou consultoria. Podem operar em qualquerramo de seguro mediante autorização da SUSEP.- Não podem reter responsabilidades cujo valor ultrapasse seus limites técnicos;- Fornecer dados e informações relacionadas a quaisquer aspectos de sua atividade;- Têm a obrigação de constituir reservas técnicas e provisões.- Têm que aplicar as reservas técnicas segundo normas do Banco Central do Brasil.- Devem publicar as demonstrações contábeis semestralmente, auditadas por auditores independentese publicadas no Diário Oficial e jornal de grande circulação;

Para operar uma seguradora é preciso obter autorização junto à SUSEP e observarprincipalmente o Capital Social mínimo para uma seguradora operar nos seguros de ramos

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elementares, de vida de planos de pecúlios e rendas de previdência privada aberta em todas asregiões do País.

SOCIEDADES DE CAPITALIZAÇÃOAs Sociedades de Capitalização formam um segmento de Mercado bastante particular,

constituindo os produtos por elas comercializados, os títulos de capitalização, num misto de formaçãode poupança e de premiação por sorteio.

Conceitualmente, a capitalização consiste numa simbiose entre a poupança programada e osorteio, funcionando este com o poder de antecipar a meta estabelecida para a poupança.

Ao longo do tempo, novos produtos têm sido concebidos, onde as 2 parcelas: poupança esorteio, com características distintas, atingem cada uma seus objetivos no contexto de cada plano.

Os planos de capitalização são formatados tecnicamente a prêmios mensais (PM) ou a prêmioúnico (PU), embora nada impeça que possam ser estruturados com periodicidades diversas. Éimportante não confundir "prêmio", que é o pagamento efetivado pelo comprador do título, com "prêmiode sorteio" que normalmente é denominado, simplesmente, por sorteio.

Após o advento da estabilização econômica, tem se verificado interesse crescente dosegmento financeiro pelo Mercado das Sociedades de Capitalização.

Recentemente, por iniciativa da SUSEP - Superintendência de Seguros Privados, que fiscalizaeste Mercado, foi proposta às Empresas operadoras dos títulos de capitalização a formatação de"produtos-padrão", objetivando a simplificação e agilidade nos processos de aprovação das NotasTécnicas Atuariais e Condições Gerais.

ENTIDADES ABERTAS E ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA PRIVADAPREVIDÊNCIA PRIVADA - A ALTERNATIVA IMPRESCINDÍVEL

Oficialmente implantada no país pela Lei 6435/77, a Previdência Privada foi separada em 2segmentos, a saber

As ENTIDADES FECHADAS, também conhecidas por "Fundos de Pensão", pela semelhançaaos "Pensions Funds americanos", que são constituídas no âmbito das empresas, exclusivamente naforma de entidades sem fins lucrativos e têm como característica básica a obrigatoriedade dacontribuição do empregador, podendo o empregado contribuir ou não.

As ENTIDADES ABERTAS, que podem ser constituídas nas formas de entidades sem finslucrativos (muito comum antes do advento da Lei - os chamados "Montepios") e entidades comfinalidade lucrativa, ligadas geralmente ao mercado financeiro, tendo Bancos e Seguradoras comoacionistas majoritários. Neste caso, os planos são vendidos ao público em geral, sendo que quandocomercializados no âmbito de uma empresa para seus empregados, podem ou não ter a contribuiçãodo empregador.

A Previdência Privada, embora só regulamentada na década de 70, vem de longa data, sendode se ressaltar iniciativas pioneiras como o Mongeral de 1835 e a PREVI - Fundação Previdenciáriados Funcionários do Banco do Brasil, que data do início do século, apenas para citar exemplos deEntidades ainda hoje existentes e ligadas aos segmentos das Entidades Abertas e das Fechadas,respectivamente. Decorridos mais de 18 anos do advento da Lei da Previdência Privada, é de sedestacar o crescimento que teve o mercado, sendo relevante hoje os seguintes aspectosa) patrimônio superior a 60 bilhões de reais, sendo mais de 95% pertencente ao grupamento dasEntidades Fechadas;b) massa de participantes ativos, assistidos e dependentes totalizando mais de 5 milhões de pessoas;c) significativo contingente de empresas privadas que já implantaram ou vêm estudando a implantaçãode planos previdenciários, quer por meio de Entidades próprias, participação em fundosmultipatrocinados ou mediante compra de planos coletivos ou individuais às Entidades Abertas;d) maior preocupação e interesse da população com o assunto Previdência, em particular nas camadasde renda superiora 10 salários-mínimos, que se vêem desprotegidas pelos benefícios da PrevidênciaSocial e buscam a Previdência Privada como salvaguarda.

A situação da Previdência Social é caótica, trabalhando no Regime de Caixa já há muitotempo, sem nenhum respaldo técnico-atuarial, vem sobrevivendo nos últimos anos em função doganho perverso centrado no binômio inflação e achatamento dos valores dos benefícios. Diante destequadro, é inevitável que venha a ser procedida significativa e radical reforma, onde a alternativa é aPrevidência Privada, não como única, mas sim como parceira da Previdência Social, absorvendo para

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si os benefícios na forma suplementar para as camadas de renda que ultrapassem, por exemplo, a 3ou 5 salários-mínimos, viabilizando a operação por um dos diversos mecanismos que o mercadooferece.

Portanto, vislumbramos a Previdência Privada como alternativa imprescindível, e porconseguinte, é necessário que seja bem conhecida daqueles que diretamente estão envolvidos: osempregados, os empregadores e o Governo. Esta sinergia é importante, e na prática beneficiará atodos, senão vejamos:- para os empregados - é a alternativa de poupança programada, geradora de recursos para usufrutode benefícios quando da inatividade, objetivando a manutenção do status salarial e por conseguinte, amesma qualidade de vida desfrutada quando do período laborativo, beneficiada a partir de 1996 com oincentivo fiscal do Imposto de Renda.- para os empregadores - é importante ferramenta de recursos humanos, pois lhes dá condição paraestabilização dos seus quadros funcionais, mantendo o bem estar no presente e a segurança para ofuturo dos empregados, o que lhes dará certamente como retorno maiores e melhores níveis deprodução, além de importante mecanismo alavancador da economia interna da Empresa.- para o Governo - é a certeza de carrear poupança estável e de longo prazo, que inevitavelmentedinamizará a economia do país, sendo uma das poucas alternativas de atividade econômica quepoderá gerar benefícios para todos, mediante significativo e rápido incremento da sua participação noProduto Interno Bruto.

CORRETORAS DE SEGUROSEmpresas que oferecem serviços de intermediação na contratação de seguros, entre a

empresa seguradora e o interessado em ter o bem segurado. No Brasil, todo seguro deve sercontratado através de um corretor de seguros.

CORRETORES PESSOAS JURÍDICAS - Direitos, Deveres e PenalidadesAs Corretoras Pessoas Jurídicas, ou melhor, as Empresas cujo objetivo é a Corretagem de

Seguros podem ser constituídas, como em outras atividades, nas formas jurídicas de:a) Sociedade Civil - S/Cb) Sociedade Por Quotas de Responsabilidade Limitada - LTDAc) Sociedade Por Ações - S/A.

Qualquer que seja a forma de constituição de uma Empresa Corretora de Seguros ela teráassegurado por Lei, como o Corretor Pessoa Física, o direito de receber as comissões que lhe sãodevidas pela intermediação de seguros, desde que promova e mantenha atualizados todos os seusAtos Societários e/ou Estatutos registrados e arquivados nos órgãos a seguir indicados, onde estiverlocalizada a Sede da empresa:a) Sociedade Civil: Registro Civil de Pessoas Jurídicas - RCPJ e SUSEPb) Sociedade Por Quotas de Responsabilidade Limitada: Registro Civil de Pessoas Jurídicas - RCPJ ouJunta Comercial - JUCERJA e SUSEPc) Sociedade por Ações: Junta Comercial - JUCERJA e SUSEP

É vedado às Corretoras de Seguros serem constituídas na forma jurídica de Firma Individual(Empresa de um único proprietário), conforme restrição contida na legislação do Imposto de Renda, porser uma empresa de serviços. Por outro lado, na forma de Micro e Pequenas Empresas, os benefíciosfiscais concedidos pelas legislações Federal e Municipal excluem a atividade de seguros, e, porconseqüência, as Corretoras de Seguros.

Quanto às penalidades aplicáveis às Corretoras de Seguros o tratamento é igual àqueledispensado aos Corretores Pessoas Físicas, porém, os procedimentos fiscais são mais amplos,considerando seu aspecto formal de Empresas, impondo-lhes, por esta razão, o uso obrigatório delivros e registros, tais como:a) Livros Societáriosb) Registros Trabalhistasc) Registros Previdenciáriosd) Livros Fiscaise) Livros Contábeis

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Além do cumprimento dos deveres já enunciados as Corretoras de Seguros estão sujeitas ainspeções periódicas de rotina efetuadas pela SUSEP, com a finalidade de auditar, diretamente, aangariação de seus negócios, e o cumprimento das Leis, regulamentos e resoluções em vigor,conforme preceitua o Art. 127 do Decreto-Lei n° 73/66 (Lei de Seguros).

SOCIEDADES ADMINISTRADORAS DE SEGURO-SAÚDEO produto majoritariamente comercializado pelas seguradoras está incluído na definição legal

de plano e não no de seguro saúde. As empresas prestadoras de serviços de saúde precisam estarengajadas na política de saúde, valorizando a promoção à saúde e a prevenção.

As sociedades seguradoras devem estar constituídas como especializadas, vedando em seuestatuto social a atuação em quaisquer outros ramos ou modalidades de seguro.- o seguro saúde enquadra-se como plano privado de assistência à saúde e a sociedade seguradoraespecializada em saúde como operadora de plano de assistência à saúde. Dessa forma, a fim deoperar esses planos as sociedades seguradoras deverão promover a sua especialização.- operadoras de planos privados de assistência à saúde: toda e qualquer pessoa jurídica de direitoprivado, independente da forma jurídica de sua constituição, que ofereça tais planos mediantecontraprestações pecuniárias, com atendimento em serviços próprios ou de terceiros;- operadoras de seguros privados de assistência à saúde: as pessoas jurídicas constituídas ereguladas em conformidade com a legislação específica para a atividade de comercialização deseguros e que garantam a cobertura de riscos de assistência à saúde, mediante livre escolha pelosegurado do prestador do respectivo serviço e reembolso de despesas, exclusivamente.

SOCIEDADES DE FOMENTO MERCANTIL (FACTORING)O que é fomento mercantil - factoring

É a prestação de serviços, em base contínua, os mais variados e abrangentes, conjugada coma aquisição de créditos de empresas, resultantes de suas vendas mercantis ou de prestação deserviços, realizadas a prazo. Esta definição, aprovada na Convenção Diplomática de Ottawa, em maiode 1988, da qual participou o Brasil com mais 52 Nações, consta do Art. 28 da Lei 8981/95. No Brasil,traduzimos a expressão FACTORING, de origem latina, para fomento mercantil. As empresas aqui sãoconhecidas como sociedades de fomento mercantil. São sociedades mercantis, registradas earquivadas nas Juntas Comerciais.

Como se opera o fomento mercantil - factoringO ciclo operacional do Fomento Mercantil - Factoring inicia-se com a prestação de serviços, os

mais variados e abrangentes e se completa com a compra dos créditos (dos direitos) gerados pelasvendas mercantis que são efetuadas por suas empresas-clientes. São 2 tempos e 2 componentes:1º - Os serviços de apoio às empresas-clientes constituem-se o pressuposto básico da operação deFomento Mercantil - Factoring. Serviços que normalmente presta uma sociedade de fomento mercantilà sua clientela-alvo, a pequena e média empresa, notadamente do setor produtivo.

Orienta suas empresas-clientes na compra de matéria-prima, na organização da contabilidade,no controle do fluxo de caixa, no acompanhamento de suas contas a receber e a pagar, na buscanovos clientes, de modo a melhorar o padrão de seus produtos e a expandir as vendas. O Agente deFomento Mercantil tem de ser o parceiro de suas empresas-clientes com elas mantendo estreito, e atédiário, contato. É um profissional polivalente que deve estar preparado para dar ampla assistência asuas empresas-clientes, possibilitando-lhes alcançar o equilíbrio financeiro e permitir uma expansãosegura dos seus negócios. Pela prestação de serviços cobra-se uma comissão.2° - A conseqüência de toda aquela gama de serviços prestados se justifica para facilitar a compra doscréditos mercantis de suas empresas-clientes. Tais direitos são representadas por títulos de crédito, ouseja, a sociedade de fomento mercantil fornece os recursos necessários ao giro dos negócios das suasempresas-clientes, através da compra à vista dos créditos, por ela aprovados, resultantes das vendas aprazo realizadas por suas empresas-clientes. É uma alienação de direitos creditórios prevista no Artigo286 do Código Civil. Como a sociedade de fomento mercantil compra créditos, é necessário calcular opreço pelo qual ela vai adquirí-los. Chama-se FATOR DE COMPRA. Empresa de Fomento Mercantil -Factoring não faz empréstimos, portanto, não pode cobrar juros. Fomento Mercantil não é operação decrédito.

Fomento Mercantil - Factoring -.é atividade mercantil mista atípica.

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À sociedade de fomento mercantil é proibido, por lei, fazer captação de recursos de terceirosno mercado e emprestar dinheiro. Quem capta dinheiro e empresta dinheiro é BANCO, que dependede autorização do Banco Central para funcionar. Quem pratica, sem autorização do Banco Central,qualquer atividade que legalmente é de banco, responde por processo administrativo e por processocriminal (Resolução 2144/95 do CMN). O Fomento Mercantil - Factoring é instituto que pressupõe aprestação de serviços e a compra de créditos (direitos) de empresas, resultantes de suas vendasmercantis a prazo. A transação do Fomento Mercantil é mercantil, enquadrada no disposto do Art. 286do Código Civil. O fomento mercantil destina-se a alavancar a produção e só pode trabalhar compessoas jurídicas como clientes. Importa salientar, com efeito, que no fomento mercantil se excluem astransações de consumo.

Benefícios do Factoring para a empresa-clienteParceria: aconselhamento ao empresário em suas decisões importantes e estratégicas, além daatividades rotineiras.Menor envolvimento e preocupação do empresário com as atividades rotineiras de pagar, receber eprover recursos, liberando-o para tarefas que considera importantes para melhor gestão empresarial:Novos produtos e mercados, maior produção e redução dos custos operacionais.Melhor fluxo de caixa, pagando à vista o que ele vende a prazo e propiciando a expansão segura dasvendas. Transforma vendas a prazo em vendas à vista.Condições excepcionais de barganha com seus fornecedores.Crédito ampliado: limite concedido ao sacado. Análise do padrão creditício do sacado-devedor.Eliminação do endividamento.100% de dedicação à sua empresa, permitindo aprimorar produção e venda e melhorar acompetitividade no seu ramo de negócio.Racionalização de todos os custos da empresa-cliente.

SOCIEDADES ADMINISTRADORAS DE CARTÕES DE CRÉDITOO contrato de utilização de cartão de crédito celebrado entre a sociedade administradora de

cartão de crédito e o usuário, como regra, possibilita a utilização do cartão de crédito para a aquisiçãode mercadorias e de serviços em locais credenciados e o parcelamento do saldo devedor mensal.

As sociedades administradoras de cartões de crédito são empresas constituídas com afinalidade de intermediar a relação comercial entre o consumidor. A empresa arca com o pagamentodos produtos ou serviços, ficando responsável perante o fornecedor de quitar o pagamento no prazoestipulado - 30 dias - mediante uma comissão acordada entre as partes.

Atualmente existe um grande questionamento em relação a eficácia jurídica desta relaçãocomercial tendo em vista que a referida administradora não é instituição financeira, e portanto não estásujeita a regulamentação do Sistema Financeiro Nacional, e não pode atuar como tal, entretanto naprática ao cobrar juros de seus clientes inadimplentes sem consultá-los para tomar empréstimos emseu nome, prática necessária para cobrir o seu equilíbrio monetário, estaria praticando ato ilícito.

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NOÇÕES DE SERVIÇOS BANCÁRIOSConheça a essência dos serviços bancários, que interessam ao concurso público:

1. Abertura e Movimentação de ContasSegundo ensina o Prof. FRAN MARTINS, “Conta Corrente é o contrato segundo o qual duas

pessoas convencionam fazer remessas recíprocas de valores --- sejam bens, títulos ou dinheiro ---anotando os créditos daí resultantes em uma conta para posterior verificação do saldo exigível,mediante balanço. As partes contratantes têm o nome de correntistas ou correspondentes; dessescorrentistas denomina-se remetente em favor de quem é lançado o crédito; recipiente é aquele querecebe o crédito e o lança, na conta, a seu débito. As remessas são as operações praticadas peloscorrentistas para alimentar a conta. Podem constar essas remessas de dinheiro, bens ou títulos decrédito; deverão, sempre, ter um valor determinado, para que possam servir de base aos lançamentosque são feitos na conta" - (em “Contrato e Obrigações Comerciais”, 7a ed. Forense/1984, pg. 460).

Movimentação de Contas CorrentesParece óbvio que os recursos (dinheiro) de uma pessoa física ou jurídica, devem, ao invés de

guardados em casa ou nos escritórios de uma empresa, ser depositados em um Banco. Se o clientedesejar movimentar livremente tais recursos, fazendo novos depósitos e retiradas quando melhor lheconvier, o Banco deve abrir uma "Conta Corrente".

As contas correntes podem ser abertas também com a finalidade do recebimento de salário,benefícios da Previdência Social, Pensões, e Pensões Judiciais. Assim, o empregador pode depositaro salário de um empregado em conta corrente aberta para esse fim específico ou para livremovimento. O INPS, igualmente pode efetuar depósito referente a aposentadorias e pensões devidasaos seus beneficiários. Por decisão judicial, em razão de separação de casais ou outro motivo,pessoas ou empresas são obrigadas a pagar pensões. Nesse caso, a conta será aberta em nome dobeneficiário, ficando aqueles obrigados a depositar periodicamente o valor determinado.

Atualmente, em nosso país, as contas correntes não têm qualquer tipo de remuneração. Se ocliente desejar rendimentos, deverá abrir uma conta de investimentos (Fundão), ou, ainda, fazer umaaplicação em títulos, RDB ou CDB. Poderá, também investir em ações, fundos de ações ou ouro,através do Banco.

Para a abertura de uma conta corrente, o Banco exigirá, além de outros, documento deidentidade e CPF (CIC) da pessoa física, Contrato Social ou Estatuto e CGC da pessoa jurídica.

Para melhor compreensão, confira alguns conceitos próprios da linguagem bancária e osformulários utilizados na abertura e movimentação de contas correntes:a) "Titular": é a pessoa que tem a conta. Se a conta for de duas ou mais pessoas, todos são titulares.b) “Correntista”: é o mesmo que titular.c) "Procuração”: na linguagem bancária é o instrumento da procuração, ou seja, o documento queprova que uma pessoa pode praticar alguns atos em nome de outra pessoa. Quem passa aprocuração é denominado "outorgante”; quem recebe a procuração e praticará o ato em nome dooutorgante é chamado "outorgado" ou seja, "procurador"; a procuração pode ser outorgada porinstrumento particular, isto é, em papel comum, manuscrito ou datilografado, assinado pelo outorgante.Nesse caso os Bancos exigem que o instrumento particular tenha a "firma reconhecida" em cartório.Há também a chamada "procuração por instrumento público". É aquela passada em cartório (ooutorgante vai a um cartório e manda que o cartorário redija a procuração, num papel do cartório, ondeficará registrada a outorga (nomeação do procurador). Esse documento tem fé pública e, por isso, nãoprecisa de firma reconhecida.

Conforme determina a Lei Civil, os poderes dados ao procurador cessam com o falecimento dooutorgante. O que vale dizer que a procuração perde o seu valor. Dessa forma, quando morre ooutorgante, os Bancos pagam somente os cheques emitidos pelo procurador anteriormente à mortedaquele.d) "Fontes de Referência": Os Bancos consideram como "Fontes de Referência" os estabelecimentoscomerciais, o "Serviço de Proteção ao Crédito das Associações Comerciais", o "Cadastro de Emitentesde Cheques sem Fundos do Banco Central", assim como toda e qualquer pessoa que possa informarsobre a idoneidade do cliente que propõe a abertura de conta corrente ou obtenção de empréstimos.e) "C.C.F." (Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundos, mantido pelo Banco Central do Brasil):O "CCF" foi criado para tentar diminuir o grande número de cheques sem fundos. Consiste em um

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Cadastro onde são lançados os nomes das pessoas que emitem cheques sem fundos. A inclusão donome dessas pessoas se faz quando ocorre um dos seguintes fatos: (a) um mesmo cheque édevolvido, por falta de fundos, 2 (duas) vezes; (b) são devolvidos, do mesmo correntista, 6 (seis)cheques, por falta de fundos, dentro do período de 6 (seis) meses. O correntista utiliza-se de "práticasespúrias na movimentação de sua conta". O correntista que constar da relação do CCF não poderáabrir nem movimentar conta corrente em nenhuma agência bancária, sendo-lhe vedado o uso detalões de cheques. As retiradas só poderão ser feitas através de cheques avulsos ou recibos de saque.Para ser excluído da relação, deverá fazer declaração ao Banco, onde um dos fatos acima ocorreu,juntando documentação probatória, de que não causou qualquer prejuízo a outrem, e que os chequesdevolvidos foram todos quitados. O Gerente da Agência bancária, após analisar rigorosamente o caso,deferirá, ou não, o pedido de exclusão. Deferida a solicitação, enviar ao Banco Central formuláriopróprio para que seja feita a exclusão.

Documentos Básicosa) "Ficha-proposta":- formulário onde são anotados o nome, endereço completo, telefone, data do nascimento, filiação,estado civil, atividade profissional, dados sobre o documento de identidade, CPF (CIC), renda mensal,nome da empresa em que o cliente trabalha, fontes de referência e espaços para anotações sobre amovimentação da conta, inclusive devoluções de cheques, etc. Após a abertura da conta corrente oseu número também é anotado. Alguns bancos também a usam como Ficha Cadastral para pequenosempréstimos ou concessão de Cheque Especial.

b) "Registro de Assinaturas" ou "Cartão de Assinaturas":- ao abrir a conta, o cliente lança no cartão a assinatura que irá usar para retirar talões e emitircheques, contratar empréstimos, fazer aplicações financeiras e dar outras ordens ao Banco.Normalmente os Bancos pedem para que o cliente assine o cartão duas ou mais vezes. Assim asassinaturas em cheques e nos demais documentos serão sempre confrontadas com as do referidocartão, por funcionário especializado em grafologia.

c) "Fichas de Depósitos":- são documentos pelos quais o correntista efetua depósitos em dinheiro e em cheques. Devem serpreenchidas pelo cliente ou por funcionário do Banco, constando os valores, separadamente emcheques e em dinheiro. Uma das vias da ficha, após autenticação mecânica que comprova orecebimento, é devolvida ao cliente.

d) "Cheque":- é um formulário cedido pelo Banco, para que o cliente possa sacar parte ou total do valor depositado,usando para pagamento de seus compromissos (sobre "cheque" ver adiante título com matériaespecífica).

Confira agora alguns modelos de documentos básicos para abertura/movimentação de contacorrente:

2. Pessoa Física e Pessoa Jurídica

Duas são as espécies de "pessoas": as naturais ou físicas e as jurídicas.Enquanto a pessoa física é o ser humano, ou seja, a que nasce da natureza, a pessoa jurídica

não nasce da natureza, mas resulta de uma ficção jurídica, ou seja, é uma invenção do direito; é,portanto, uma criação do direito, da lei (a palavra direito vem do latim, juris, daí se chamar pessoajurídica).

É importante que se destaque que "As pessoas jurídicas têm existência distinta da dos seusmembros" (art.20/Cód.Civil) --- ou seja, não se pode confundir a pessoa jurídica com as pessoasnaturais de seus sócios ou associados.

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Capacidade e Incapacidade CivilTodas as pessoas nascem "para fazer alguma coisa". "Fazer alguma coisa" significa tomar

posições, agir, vale dizer assumir obrigações e exercitar direitos. A essa aptidão das pessoas,conseguindo por si mesmas assumir obrigações ou exercitar direitos, dá-se o nome de capacidade.

Uma pessoa pode ser "capaz" para "gozar" seus direitos, não ter capacidade para "exercitá-los". A capacidade de gozo é inerente a todo ser humano, diz o Código Civil e ninguém pode ser delaprivado.

Já a capacidade para exercitar os direitos (também chamada de capacidade de fato)pressupõe uma consciência e uma vontade (consciente) da pessoa: ela precisa querer e saber o queestá querendo e fazendo. É fácil, portanto, de perceber, capacidade de uma pessoa, para querer esaber o que está querendo, depende, basicamente, de sua idade, de seu estado de saúde, e, àsvezes, de seu sexo.

Incapacidade AbsolutaSegundo nosso Código Civil (art.5°) certas pessoas são absolutamente incapazes -- quer

dizer, não querem, nem sabem o que querem, nem podem, por si mesmas, agir em busca do exercíciode seus direitos:a) os menores de 16 anos;b) os loucos de todo gênero;c) os surdos-mudos, que não puderem exprimir a sua vontade;d) os ausentes, declarados tais por ato do juiz.

Assim, de acordo com o nosso Código Civil, tais pessoas não dispõem de capacidade deexercício de seus direitos (o que não impede que eles gozem, beneficiem-se de seus direitos, poisqualquer pessoa tem plena capacidade de gozo).

Há outras pessoas que não se enquadram nessas categorias, mas também não podempraticar sozinhos os atos de exercício de seus direitos. Só têm capacidade para exercitar seus direitosse contarem com a assistência de uma outra pessoa (esta outra deve ter plena capacidade paraauxiliá-lo).

Incapacidade RelativaTais pessoas, que precisam da assistência de uma outra, têm "capacidade relativa". São

relativamente capazes:1) os maiores de 16 anos e menores de 21 anos;2) Os pródigos (pródigo é quem não sabe conservar seu patrimônio e o gasta sem nenhum controle,esbanjando perdulariamente);3) os silvícolas (os índios).

As pessoas que têm capacidade relativa podem praticar alguns atos (apenas alguns), semnecessidade de serem assistidos por outra pessoa. Exemplos:a) servir de testemunha, inclusive em testamentos;b) fazer seu próprio testamento;c) ser mandatário (ser procurador de alguém);d) passar recibos de pagamento de benefícios da previdência social, a critério da Instituiçãoprevidenciária;e) exercer a pesca profissional;f) ingressar e participar de sociedade cooperativa;g) responder às obrigações resultantes de atos ilícitos, equiparando-se ao maior para tais efeitos.

Cessação da IncapacidadeAutomaticamente, toda pessoa alcançará a plena capacidade, e, assim, poderá praticar todos

os atos da vida civil, exercitando seus direitos -- quando atingir os 21 anos de idade. É pouco importa

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se a pessoa é do sexo masculino ou feminino; homens e mulheres são considerados maiores quandoatingem aos 21 anos de idade.

De regra, a incapacidade termina com a maioridade, que pode ser uma simples decorrência(a) do tempo (a pessoa atinge 21 anos de idade), ou (b) de um ato civil (a pessoa se casa e se tornaplenamente capaz; ou seu pai lhe dá --- outorga --- a emancipação, etc).

De fato, "Aos vinte e um anos completos acaba a menoridade, ficando habilitado o indivíduopara todos os atos da vida civil", é a disposição do art.9° do Cód.Civil --- e só não é válida se talpessoa for doente mental, ou louco, etc.

As pessoas de capacidade relativa poderão tornar-se plenamente (totalmente) capazes, seocorrer uma das seguintes outras hipóteses:

a) já tendo pelo menos 18 anos, se o pai, ou a mãe lhe conceder a emancipação; se não os tiver,o juiz depois de ouvir seu tutor, poderá sentenciar sua plena capacidade;

b) se se casar (casando-se a pessoa torna-se plenamente capaz);c) se entrar para um emprego público efetivo;d) se colar grau em alguma faculdade;e) se montar um estabelecimento comercial (ou civil), com suas próprias economias.Vejamos como as pessoas físicas incapazes se relacionarão com Bancos, tendo ou não contas

correntes:! Interdito: é a pessoa física, maior de 21 anos, que por decisão judicial, está incapacitada para atosda vida civil. A abertura da conta só poderá ser feita por seu Curador, que é a pessoa nomeada (porum Juiz) para responder por ela. Nesse caso, além dos seus documentos pessoais, deverão serapresentados os documentos do Curador. Também deverá ser apresentada certidão da Curatela,devidamente registrada em Cartório Civil. A conta, neste caso, só será aberta para receber créditos desalários ou benefícios da Previdência Social, os quais deverão ser retirados através de Cheque Avulso,também chamado de Recibo de Saque.! Menor Trabalhador (de 12 anos a 18 anos incompletos): a conta poderá ser aberta pelo própriomenor. Além dos documentos pessoais (RG ou Carteira de Trabalho e CPF) não é exigido nenhumoutro documento. Nesse caso, a conta só será aberta para crédito de seus salários e as retiradasdeverão ser feitas através do Cheque Avulso ou Recibo de Saque.! Menor (até 16 anos incompletos): a conta só poderá ser aberta pelo responsável legal (pai, ou mãeou tutor). São exigidos os documentos do menor e do seu responsável. Quando o menor tiver perdidoo pai e a mãe, o Juiz de Menores nomeará um TUTOR para que por ele seja responsável. Neste caso,para a abertura da conta será necessária também a apresentação da certidão da tutela. Amovimentação poderá ser livre, mas somente pelo responsável, que assinará os cheques fornecidospelo Banco. Em caso de falecimento do menor, a tutela perde efeito, e o Banco pagará somente oscheques emitidos pelo responsável anteriormente à morte do menor.Menor (de 16 anos a 21 incompletos): a conta deverá ser aberta mediante autorização do responsável(pai ou mãe ou tutor). Os documentos a serem apresentados são os do menor e do seu responsável.No caso de tutela, deverá também ser apresentada a certidão da tutela, expedida pelo Juizado deMenores. O menor poderá, ainda, movimentar sua conta através de procurador. Ao outorgar aprocuração a outra pessoa, o menor deverá ser assistido pelo seu responsável. O original ou cópiaautenticada da procuração deverá ser entregue ao Banco para a abertura da conta corrente. Oscheques dos talões que o Banco fornecer serão, então, assinados pelo próprio menor, ou, em caso deprocuração, por seu procurador. Em caso de falecimento do menor, a tutela e a procuração perdemseus efeitos. Assim, caso a conta esteja sendo movimentada pelo procurador, o Banco só pagará oscheques emitidos anteriormente à morte do menor.! Menor Emancipado: o menor de 21 anos poderá se emancipar em razão de um dos seguintesfatos:

a) emancipação outorgada pelo seu responsável (pai, mãe ou tutor), através de Escritura Pública,devidamente registrada em Cartório Civil.

b) emancipação que se dá em virtude de casamento, conforme estabelece a Lei Civil.c) emancipação pela conclusão de Curso Superior, também estabelecida pela Lei Civil.d) se o menor se estabelecer comercialmente também adquirirá sua emancipação.Ele próprio poderá abrir sua conta corrente em um Banco, apresentando além do seu documento

de identidade e o CPF, o documento que prove sua emancipação: Escritura de Emancipação, ou

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certidão de casamento, ou diploma de Curso Superior, ou Registro na Junta Comercial do seuEstabelecimento.

A conta também poderá ser aberta e movimentada por seu procurador.! Analfabeto: obviamente, não podendo assinar, não poderá, senão por intermédio de um procura-dor, abrir e movimentar conta corrente. No caso, além de seus documentos pessoais, os doprocurador, bem como a procuração, deverão ser apresentados. Entretanto, se a conta corrente sedestinar a receber crédito de salários ou benefícios da Previdência Social, ele próprio poderá abri-la.Entretanto só poderá fazer retiradas, usando de cheques avulsos ou recibos de saques, colocandono local destinado a assinatura sua impressão digital.! Cego: a conta deverá ser aberta e movimentada por procurador, com a apresentação dosdocumentos pessoais de ambos e da procuração pública. Da mesma forma, vindo o cego a falecer,cessam os efeitos da procuração: o Banco pagará somente os chequesemitidos anteriormente à suamorte.! Contas Coletivas: são contas abertas em nome de 2 (duas) ou mais pessoas. São abertasmediante a apresentação de documentos de todos os titulares. Pode acontecer que um, ou mais, outodos desejem que a abertura e a movimentação sejam feitas por procurador. Nesse caso, deverão sertambém apresentados os documentos do procurador e a procuração, que pode ser pública ouparticular. Os cheques deverão ser assinados, em conjunto, por todos os titulares da conta corrente,ou, se for o caso, pelo procurador ou procuradores.! Contas Conjuntas: também chamadas de Solidárias, são igualmente, contas correntes abertas emnome de duas ou mais pessoas, mas com cláusula de solidariedade. Deverá ser aberta pessoalmentepor todos ou por seus procuradores. A documentação a ser apresentada é a mesma da conta coletiva.Havendo procuração, deverá ser apresentado o instrumento público ou particular. A diferença entre aconta corrente coletiva e conjunta está na movimentação dos recursos depositados. Enquanto naquelaos cheques devem ser assinados por todos, nesta qualquer um dos titulares poderá emiti-los,assinando-os isoladamente. No caso de falecimento de um dos titulares que seja representado porprocurador, prevalece a regra já citada.

Contas de Pessoas JurídicasContas de Pessoas Jurídicas são contas de Sociedades, de Associações, de Empresas

Particulares (Privadas) e de Empresas Públicas. Para simplificar a identificação, podemos dizer quequem tem o C.P.F (CIC) é pessoa física, sendo o C.N.P.J. (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas,antigo C.G.C. – Cadastro Geral de Contribuintes) exclusivo das Pessoas Jurídicas. Vejamos algunstipos de Contas Correntes abertas como sendo de Pessoas Jurídicas:! Condomínio em Edifício: a conta será aberta por pessoa ou pessoas autorizadas para tal atravésde Assembléia. Normalmente o autorizado é o Síndico do prédio. Na abertura serão exigidos osdocumentos pessoais dessa pessoa e a Ata ou cópia da Assembléia realizada. Se houver procurador,também necessário será o original ou cópia autenticada do instrumento de procuração, particular oupública. Os cheques serão assinados pelo autorizado ou Síndico, ou, se for o caso, por seuprocurador.! Associações Civis (não visam a lucro): A abertura da conta depende da apresentação do ContratoSocial da sociedade, onde constem o nome de diretores autorizados a abrir contas e movimentar seusrecursos, além dos documentos pessoais. Também essas pessoas podem ser representadas porprocurador ou procuradores, quando, então, o devido instrumento deverá ser apresentado. Amovimentação, então, será feita por esses diretores ou procuradores.! Sociedades Civis ou Comerciais (visam a lucro): As "Sociedades Anônimas" são constituídasatravés de um "Estatuto". As demais, através do "Contrato Social". A abertura de conta para aSociedade Anônima será feita com a apresentação do Estatuto e de ata de Assembléia dos acionistasna qual foram definidos diretores autorizados. Nas demais, exigir-se-ão, além dos documentospessoais, o Estatuto e alterações, se houver. É bom lembrar que, no caso das S.A.'s, a lei não permiteque os seus diretores outorguem procuração para representar a empresa. Os sócios das demaisempresas poderão constituir procuradores. A movimentação da conta, igualmente, será feita: da S.A.pelos Diretores autorizados, e das demais pelos sócios autorizados ou por seus procuradores.

RepresentaçãoVimos que todas as pessoas têm capacidade para gozar seus direitos, mas nem todas têm

capacidade para exercitá-los, ou seja, para praticar atos da vida civil.

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"Aos vinte e um anos completos acaba a menoridade, ficando habilitado o indivíduo para todosos atos da vida civil", é a disposição do art.9° do Código Civil --- e só não é válida se tal pessoa fordoente mental, ou louco, etc.

Surge então a questão: Como tais pessoas (as que não têm capacidade de exercício)exercitam seus direitos ??? Segundo o art.84 do Código Civil, "As pessoas absolutamente incapazesserão representadas pelos pais, tutores, ou curadores em todos os atos jurídicos". Assim, o exercíciodo direito do incapaz será feito por outrem (ou os pais, ou, se não houver, pelos tutores, ou, se nãohouver, pelo curador) substituindo o incapaz. A essa substituição dá-se o nome de representaçãojurídica.

A representação, de regra, é feita pelos pais (ninguém melhor que os pais, para bem exercitaros direitos de seus filhos). Quando o incapaz for um menor e órfão (não tiver pais), normalmente, teráum tutor; se for uma pessoa com mais de 21 anos, considerado incapaz por ser (por exemplo) louco,será nomeado um curador, para administrar seus bens e interesses e representá-lo em todos os atos enegócios.

Resumindo: todo filho é representado pelos pais (hoje, com a Nova Constituição, tanto podeser o pai como a mãe, pois foram equiparados e têm iguais responsabilidades, direitos e deveres);"menor" sem pais será representado por tutor e incapaz (louco) por um curador.

AssistênciaComo você sabe, a pessoa capaz age por si mesma, pratica todos os atos da vida civil, que

queira ou deva praticar. E, consoante já vimos, os incapazes não podem agir por si mesmos:dependem da ação de alguém que os represente, que é quem praticará o ato por eles.

E a pessoa relativamente capaz, ou seja, aquele que não é nem inteiramente capaz, paraagir sozinho e por si mesmo, nem é incapaz, para necessitar de um representante??? Orelativamente capaz pode praticar os atos da vida civil, mas deverá ser assistido por uma pessoacapaz, que lhe dará apoio e orientação, complementando sua capacidade, para que ele saiba o queestá fazendo e as conseqüências do ato, que está praticando.

Nisso consiste a assistência: o apoio e orientação, que uma pessoa maior (capaz) emprestaao relativamente capaz, para que este pratique um ato da vida civil. Assim, p.ex., se um rapazola com20 anos de idade, quer vender um imóvel, de que é proprietário, ele precisará da assistência de seuspais, que deverão participar da lavratura da escritura de venda-e-compra, para que o negócio sejaválido.

Quem deve dar assistência ao relativamente capaz??? Primeiramente seus pais, e, se nãohouver, seu tutor, ou se for o caso, seu curador.

Representação da Pessoa JurídicaComo funciona a pessoa jurídica? Ou, como se define a capacidade da pessoa jurídica,

para ela agir, se é uma simples ficção? Sendo uma ficção jurídica, ela funciona por intermédio deseus sócios. Eles é que agirão em nome da pessoa jurídica, e quando assim o fizerem, estarãoassumindo obrigações (ou exercitando direitos) em nome dela, e não em nome pessoal.

É importante que se destaque que "As pessoas jurídicas têm existência distinta da dos seusmembros" (art.20/Cód.Civil) --- ou seja, não se pode confundir a pessoa jurídica com as pessoasnaturais de seus sócios ou associados.

Normalmente, tal representação é feita pelos seus sócios-diretores, ou seja, aqueles sócios aquem o contrato social de constituição da sociedade conferir poderes para representar a sociedade, ouseja, a quem o contrato social der poderes para assinar em nome da sociedade, assumir obrigaçõesem nome dela, bem como gozar (em nome/benefício da sociedade), os direitos, que a sociedade tiver.

Nada impede que tais poderes sejam conferidos a um gerente, que assim representará asociedade.

DomicílioVocê já notou que as pessoas "de fora" nos causam receio: temos medo de fazer negócios

com elas (e até de namorá-las). Isto se deve ao fato de que não saberemos onde encontrá-las, casoocorra algum problema. É muito importante que uma pessoa tenha bem definido o local em que seráencontrada, caso as demais pessoas (que com ela se relacionem) queiram encontrá-las para asolução de pendência. Como as pessoas mantêm muitas relações entre si, a Lei estabeleceu que

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todas as pessoas devem ter bem definido esse "lugar', em que serão encontradas por todas asdemais.

A esse lugar dá-se o nome de domicílio. O domicílio é, portanto, a vinculação de uma pessoa(pouco importa se pessoa física ou pessoa jurídica), pois nesse local serão cobradas suasresponsabilidades, suas dívidas, etc. De regra, é no domicílio da pessoa que será ela processadajudicialmente.

Domicílio da Pessoa NaturalSegundo nosso Código Civil, "o domicílio civil da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece

a sua residência com ânimo definitivo" (artigo 31). Significa que o lugar em que a pessoa mantém suaresidência definitiva é que é seu domicílio -- não podendo ser considerado o hotel, ou pensão em quese hospeda, ou mesmo uma casa (ou apartamento), em que a pessoa, provisoriamente, está residindo(por exemplo, em dois meses de férias).Atenção: isso dá bem a noção de que domicílio não se confunde com a residência: aquele é umconceito jurídico criado por lei, e tanto pode coincidir com o local da residência, como será o local ondea pessoa exerce suas atividades. Já a residência exprime a simples realidade de um fato, ou seja, olugar em que a pessoa está habitando (e só a pessoa natural habita, ou seja, a pessoa jurídica nãoterá jamais residência).

O Prof.WASHINGTON DE BARROS MONTEIRO bem estabelece a diferença entre domicílio eresidência: "o primeiro é conceito jurídico, criado pela própria lei e através do qual, para efeitosjurídicos se presume estar presente a pessoa em determinado lugar. Residência, por sua vez é relaçãode fato, é o lugar em que a pessoa habita ou tem como o centro de suas ocupações. A essência doprimeiro é puramente jurídica e correspondente à necessidade de fixar a pessoa em dado local; a dasegunda é morada de fato" f/n "Curso de Direito Civil", Parte Geral, 1 ° vol., 5a ed.Saraiva/1 977, p.133/41.

O Prof. ORLANDO GOMES, ao elaborar seu anteprojeto de Código Civil, no art.45 estabeleciaclara distinção entre os dois conceitos: "o domicílio da pessoa física é o lugar onde ela tem a sedeprincipal da sua atividade, e a residência onde mora com a intenção de permanecer".

Pluralidade e Mudança de DomicílioSabemos, entretanto, que algumas pessoas têm residências em vários lugares e em todas

com "ânimo definitivo". Nesses casos todas essas localidades de residências serão consideradasdomicílio: "Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências onde alternadamente viva, ou várioscentros de ocupações habituais, considerar-se-á domicílio seu, qualquer destes ou daquelas"(art.32/Cód.Civil).

Se a pessoa não tem qualquer residência, mas trabalha, habitualmente, num determinadolocal, esse será seu domicílio. Há pessoas, porém, que não moram em qualquer lugar: passam todo otempo viajando, hospedando-se em hotéis (ou pensões) e, às vezes, nem têm lugar definido, em quetrabalham.

Qual será seu domicílio ??? Eis a definição do Cód.Civil, art.33: "Tem-se por domicílio dapessoa natural, que não tenha residência habitual (artigo 31), ou empregue a vida em viagens, semponto central de negócios, o lugar onde for encontrada".

Embora todos tenham um domicílio (nem que seja simples lugar em que for encontrado), nadaimpedirá que uma pessoa altere seu domicílio, mude-o. Bastará que transfira sua residência (definitiva)para outro local, ou seu ponto habitual de trabalho (caso não tenha residência) -- e, automaticamente,terá mudado seu domicílio.

Percebe-se, desta forma, que o domicílio resulta da vontade da pessoa: chama-se "voluntário"tal domicílio. Nem sempre, porém, é ele voluntário; às vezes é a Lei que define, impõe qual será odomicílio da pessoa (chama-se, então, domicílio "necessário"). Assim, p.ex., o domicílio do funcionáriopúblico é a praça da repartição pública em que ele trabalha.

Domicílio da Pessoa JurídicaJá as pessoas jurídicas têm sede, que é o centro em que concentra sua administração e

patrimônio, e, também, onde deverá ser judicialmente processada.

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Rigorosamente, o domicílio das pessoas jurídicas é "o lugar onde funcionarem as respectivasdiretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial nos seus estatutos ou atosconstitutivos" (art.35, inc. IV, do Cód.Civil.

E se a pessoa jurídica de direito privado tiver diversos estabelecimentos em diferentes lugares,cada um deles será considerado domicílio em relacão aos atos que ali se praticarem (art.35- Parág.3°/Cód.Civ.). Vale o mesmo, quando a sede da pessoa jurídica for no estrangeiro (art.35- Parág.4°/Cód.Civil)

A União tem seu domicílio no Distrito Federal, enquanto o domicílio dos Estados é suarespectiva Capital, e do Município o lugar onde funcionar a administração municipal (a prefeitura).

Pluralidade e Mudança de DomicílioEm sabendo-se que, rigorosamente, o domicílio das pessoas jurídicas é "o lugar onde

funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial nos seusestatutos ou atos constitutivos" (art.35, inc.IV, do Cód.Civil) --- tem-se a compreensâo de que, caso apessoa jurídica de direito privado tenha diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada umdeles será considerado domicílio em relação aos atos que ali se praticarem (art.35 – Parág.3°,Cód.Civil). Vale o mesmo, quando a sede da pessoa jurídica for no estrangeiro (art.35 – Parág.4°/Cód.Civil).

A transferência geográfica do estabelecimento, poderá, igualmente, alterar seu domicílio.

Domicílio dos Funcionários PúblicosSabidamente, o domicílio é um conceito jurídico, que a lei impõe, para estabelecer a

presunção de que é num determinado lugar, que a pessoa deve ser procurada e encontrada,satisfazendo a necessidade jurídica de fixar a pessoa em dado local - daí sua definição no art. 45 doanteprojeto do Prof. ORLANDO GOMES: "o domicílio da pessoa física é o lugar onde ela tem a sedeprincipal da sua atividade..."

É o que basta para se compreender que "Os funcionários públicos reputam-se domiciliadosonde exercem as suas funções, não sendo temporárias, periódicas, ou de simples comissão, porque,nestes casos, elas não operam mudança no domicílio anterior" (art.37 do Cód. Civil).

Trocando em miúdos, se o funcionário está lotado numa determinada cidade, e é ali queexerce ele, permanentemente, suas funções públicas - é na respectiva Comarca que deverá ele serprocurado e encontrado, por todos quantos o queiram encontrar e dele cobrar suas obrigações.

Naturalmente, se o servidor estiver designado para trabalhar em outra cidade,temporariamente, essa pequena e passageira alteração não é suficiente para alterar seu domicílio, atéporque sua sede principal de atividade continua sendo aquela anterior.

Domicílio do Militar em Serviço AtivoO militar em serviço ativo - lato sensu - é um funcionário público, igualmente vinculado a uma

determinada cidade, mais especificamente, à cidade em que se situa seu quartel, ou sua base militar.Por isso mesmo, o critério de definição do domicílio do militar em serviço ativo não é,

essencialmente, diferente: "O domicílio do militar em serviço ativo é o lugar onde servir" - proclama oart.38 do Código Civil.

O dispositivo é de fácil compreensão em relação aos militares do Exército, à medida que osquartéis têm vínculo terrestre. Mas em relação aos militares da Aeronáutica a regra não é diferente:aviões levantam vôo, mas retornam a uma base específica, e a situação geográfica dessa base ésuficiente para a definição do domicílio desses militares.

Em relação aos militares da Marinha, haveria preocupação especial: afinal, os marinheiros têmem seu navio sua base militar, que se desloca ao sabor das ondas do mar, ora aportando aqui, oraacolá. Qual seria o domicílio do marinheiro militar???

A resposta é dada pelo parágrafo único do art.38 do Código Civil: "As pessoas com praça naarmada têm o seu domicílio na respectiva estação naval, ou na sede do emprego que estiveremexercendo, em terra".

De fato, toda embarcação tem sua vinculação a uma estação naval terrestre - e,indiferentemente de onde esteja o navio, o marinheiro estará também vinculado àquela base navalterrestre e tal local será o indicativo de seu domicílio civil.

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Domicílio do PresoNão é pelo fato de uma pessoa estar aprisionada, que deixará ela de ter obrigações civis, e,

portanto, sua prisão não impedirá que seus credores o acionem, para dele haverem seus créditos.O simples fato de a pessoa estar aprisionada já a sugere que deva ela ser procurada e

cobrada exatamente na Comarca em que se situar o estabelecimento penitenciário.Essa é, de fato, a regra do art. 40 do Código Civil: "O preso, ou o desterrado, tem o domicílio

no lugar onde cumpre a sentença, ou desterro (art. 80, parág. 2°, n° 2, da Constituição Federal )".Anote-se que a lei civil não se importou com o anterior domicílio do preso, impondo-lhe um

novo domicílio, que é o da Comarca em que se situa a penitenciária, em que está ele aprisionado.Trata-se, pois, de domicílio necessário, que se sobrepõe ao domicílio voluntário. Assim, não temqualquer relevância que o preso morasse, vivesse e trabalhasse na Capital de São Paulo; se ele estápreso na Cadeia de Presidente Venceslau, seu domicílio é, necessariamente, a Comarca dePresidente Venceslau.

Domicílio do Agente Diplomático Brasileiro que, citado no estrangeiro, alegaextra-territorialidade

Rigorosamente, o Agente Diplomático Brasileiro não é mais que um funcionário público (latosensu). Decorrentemente, mercê da regra de que o domicílio do funcionário é o local em que eleexerce suas funções, o domicílio do Agente Diplomático Brasileiro seria a embaixada, no estrangeiro,em que estiver ele exercendo suas funções.

Poderá ocorrer, entretanto, que tal Agente Diplomático Brasileiro se sinta prejudicado com taldomicílio - e não seria justo que, estando ele no exterior a serviço do País, ainda resulte prejudicadoem direitos e interesses. Por isso, a lei civil cria uma exceção em benefício desse Agente Diplomático,permitindo que ele alegue a extraterritorialidade, ou seja, que alegue que está fora do territórionacional, e que seja observado seu domicílio dentro do território brasileiro. Que domicílio terá eledentro do Território Brasileiro ???

A resposta é dada pelo Código Civil: seu domicílio será ou (1) o Distrito Federal, ou (2) o últimolugar em que ele tinha domicílio, quando estava no Brasil. Confira a regra do art. 41 do Código Civil:

"O ministro ou agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extra-territorialidade sem designar onde tem, no País, o seu domicílio poderá ser demandado noDistrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve".

Domicílio x Conta CorrenteToda pessoa domiciliada no Brasil pode ter corrente.Já o Estrangeiro/Turista também poderá abrir conta corrente em um Banco, pessoalmente ou

pelo seu procurador. A procuração deverá ser passada no Brasil e preferencialmente através deinstrumento público (passada em Cartório de Notas). Além de seus documentos de identidade, deveráapresentar a comprovação de sua condição de turista. Não é praxe dos Bancos fornecer talonários decheques para livre movimentação. É conveniente que as retiradas sejam feitas através de chequesavulsos ou recibos de saques.

3. Documentos Comerciais e Títulos de Crédito

Você já pensou se o único instrumento de troca de que dispuséssemos fosse o dinheiro ???Teríamos de andar com a "burra cheia", ou mesmo com um caminhão de dinheiro, caso fôssemosrealizar um negócio mais vultoso.

Por serem papéis que se preencherão com ampla liberdade na definição de seus valores, ostítulos de crédito suprem com vantagens o poder liberatório da moeda.

Observa FRAN MARTINS que “no que diz respeito às obrigações de ordem pecuniária, com autilização do crédito as transações se tornaram mais rápidas e mais amplas, principalmente pelapossibilidade de uma pessoa gozar, hoje, de dinheiro cujo pagamento será feito posteriormente(dinheiro presente por dinheiro futuro). Isso, melhor explicado, significa que, com a utilização do

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crédito, pode alguém, hoje, ser suprido de determinada importância, empregá-la no seu interesse,fazê-la produzir em proveito próprio desde que tenha assumido a obrigação de, em época futura,retornar a quem lhe forneceu a importância de que se utilizou. Inegavelmente, nas atividadescomerciais, em que o capital é sempre necessário pala que os comerciantes possam realizaroperações lucrativas com maior amplitude, a utilização do crédito veio aumentar consideravelmenteessas transações, trazendo benefícios para o comércio e maiores possibilidades de desenvolvimentodo mesmo... Com o aparecimento dos títulos de crédito e a possibilidade de circulação fácil dosdireitos nele incorporados, o mundo na verdade ganhou um dos mais decisivos instrumentos para odesenvolvimento e o progresso" (in "Títulos de Crédito", vol. I, 3a ed. Forense/1983, pg. 3 e 6).

JOÃO EUNÁPIO BORGES lembra que "o entusiasmo de economistas e comercialistas que,com MACLEOD, GIORGI e muitos outros, afirmam que os títulos de crédito têm contribuído mais quetodas as minas do mundo para o enriquecimento das nações. Por meio deles, o direito conseguevencer tempo e espaço, transportando com facilidade bens distantes e materializando no presente ---atualizando-as --- as possíveis riquezas futuras" - (in "Títulos de Crédito", 2a ed. Forense, 1972, pg. 9).

Conceito JurídicoPara se cobrar alguma coisa de alguém é necessário que tenhamos um fundamento, uma

razão autorizativa. Assim, se um pai cobra um bom comportamento do filho ele o faz porque tem título:é o pai. Se uma vizinha critica a outra, tachando-a, por exemplo, de fofoqueira, ela poderá responder-lhe que esta não tem título para falar aquilo, pois "não é meu pai, nem parente, etc." e que falta "títulomoral", pois é muito fofoqueira também.

O título de crédito é a "razão pela qual" uma pessoa tem o direito de cobrar algum valor deoutra pessoa.

O título de crédito é, portanto, um documento que comprova que uma pessoa tem razão decobrar um crédito de outra pessoa, ou seja, tem tal crédito com ela. .

Das mais conhecidas e prestigiadas é a definição de VIVANTE : "Título de crédito é odocumento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado" (in "Trattato diDiritto Commercialle, 5a ed., vol. III, pg. 123).

O título de crédito corporifica o crédito de uma pessoa em relação a uma outra, legitimando-a aexigir-lo.

Nosso direito disciplinou os títulos de crédito e lhes emprestou muita força jurídica, o que lhesdá uma grande importância na vida comercial, até substituindo a moeda, pois a circulatoriedade (elescirculam como dinheiro) é também uma das significativas características dos títulos de crédito.

Vários são os tipos de títulos de crédito: o cheque, a nota promissória, a duplicata, a letra decâmbio, o conhecimento de transporte, o conhecimento de depósito e o warrant.

Características dos Títulos de CréditoDa natureza do título de crédito como documento necessário e suficiente à exigência do

direito, literal e autônomo, que nele se contém, extrai-se a conclusão de que suas características e osatributos são (a) a incorporação, (b) a literalidade e (c) a autonomia.

"Tais características são comuns a todos os títulos de crédito", como observa JOÃO EUNÁPIOBORGES (in "Títulos de Crédito", 2a ed.Forense, 1972, p.12).

IncorporaçãoA incorporação também chamada de "cartularidade" significa que o direito representado no

título de crédito só existe como tal, só tem validade como tal, só será reconhecido como tal e só seráexigível como tal, se estiver incorporado naquele papel/formulário, regularmente preenchido eassinado como título de crédito.

Sem aquele "corpo", mesmo que haja milhares de testemunhas provando, por exemplo, quealguém prometeu pagar ao credor uma quantia, tal credor não terá tal título de crédito e não poderádele fazer o gozo respeitado pelo Direito.

Enfim, título de crédito só existe como direito incorporado num papel/formulário legal.Ensina o Mestre RUBENS REQUIÃO que a cartularidade significa o documento necessário: "O

título de crédito se assenta, se materializa, numa cártula, ou seja, num papel ou documento. Para oexercício do direito resultante do crédito concedido torna-se essencial a exibição do documento. O

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documento é necessário para o exercício do direito de crédito. Sem a sua exibição material não pode ocredor exigir ou exercitar qualquer direito fundado no título de crédito. Vivante, como esse conceito,substitui o vulgar, que combate, pelo qual se afirma que o direito está incorporado ao título" (in "Cursode Direito Comercial", Vol.II, 8a ed. Saraiva/1977, pg. 296).

LiteralidadeA literalidade quer dizer que o credor tem o direito exatamente escrito no papel/formulário

legal, nem um centavo a menos, nem a mais: vale apenas o que está literalmente escrito e só.FRAN MARTINS, igualmente, define a literalidade como "o que está escrito no título, limitando

os direitos nele incorporados" (in "Títulos de Crédito", vol. l, 3a ed.Forense/1983, pg.10).É também o que anota RUBENS REQUIÃO: "O título é literal porque sua existência se regula

pelo teor de seu conteúdo. O título de crédito se enuncia em um escrito, e somente o que está neleinserido se leva em consideração, uma obrigação que ele não conste, embora sendo expressa emdocumento, separado, nele não se integra" (in "Curso de Direito Comercial", Vol. II, 8a ed. -Saraiva/1977, pg.296).

AutonomiaA autonomia dá ao título -- perante terceiras pessoas -- uma objetiva desvinculação de

qualquer outro negócio: ele vale por si mesmo e tem força de exigibilidade, exatamente porque foiemitido e existe como papel/formulário legal.

Pela autonomia, uma vez em circulação o título de crédito (transferido a terceiros), mesmo queo negócio, de que ele nasceu não tenha validade, será válido o negócio de sua transferência e todasas terceiras pessoas envolvidas na circulação poderão exigir o cumprimento do título.

A autonomia não impedirá, porém, que o devedor final oponha ao credor o defeito (invalidade)do negócio, de que nasceu a emissão do título de crédito: p.ex., se foi sacada uma duplicata, mas amercadoria entregue estava defeituosa, foi devolvida e a venda e compra não se consumou ---continuará válido o desconto da duplicata com terceira pessoa, que a redescontou num Bancoqualquer; quando cobrado, o comprador deixará de pagar, comprovando que a venda-e-compra não seconsumou, portanto nada deve; então o Banco sacado cobrará daquele terceiro que descontou o título,e este cobrará o valor do sacador, de quem havia descontado a duplicata. Todos os negócioscontinuaram válidos, embora baseados numa duplicata, que depois se comprovou inválida.

Para FRAN MARTINS "significa a autonomia o fato de não estar o cumprimento dasobrigações assumidas por alguém no título vinculado a outra obrigação qualquer, mesmo ao negócioque deu lugar ao nascimento do título. Isso se justifica porque a obrigação, em princípio, tem a suaorigem nos verdadeiros títulos de crédito, em um ato unilateral da vontade de quem se obriga; aqueleque assim o faz não subordina sua obrigação a qualquer outra por acaso já existente no título. Daí opoder do portador, no momento oportuno, exigir de qualquer obrigado a realização da obrigação porele assumida, desde que tenha praticado os atos determinados pela lei (p. ex., antes dele, o portadordeve, por determinação da lei, comprovar que o obrigado principal não pagou... mediante... protesto... "- (in “Títulos de Crédito", vol. I, 3a ed, Forense, p. 11).

Classificação dos Títulos de CréditoTambém os títulos de crédito podem ser vistos e analisados sob vários ângulos, permitindo

várias classificações, dentre outras, as mais conhecidas:

(a) quanto à forma de sua circulação:- ao portador- nominativo- à ordem

(b) quanto à natureza ou ao conteúdo do direito que encerra:- abstratos- causais

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(c) quanto à pessoa do emitente:- público (apólices, bônus, etc);- privados (nota promissória, letra de câmbio...)

(d) em relação à natureza ou espécie de emissão:- Individuais (ou singulares), em que cada título tem sua própria e distinta emissão e existência

como título de crédito; ex.: o cheque, letra de câmbio, etc.- Em série, emitidos em massa, como ações, debêntures, títulos da dívida pública, etc.

A Principal Classificação: - quanto à Circulação1) nominativos;2) ao portador; e3) à Ordem.

Os títulos nominativos são emitidos em "nome" de uma determinada pessoa, e sua transferênciaa terceira pessoa depende de um "termo de transferência", a ser lavrado num livro próprio (como p.ex.,livro de transferência de ações, de apólices e outros).

Já os títulos ao portador são transferíveis pela simples tradição (entrega do título) a terceiro.Aquele que recebe em mãos um título de crédito ao portador pode se apresentar como seu credor eexigir o pagamento do devedor.

Por final, os títulos à ordem são um meio termo entre aqueles extremos: são emitidosnominativamente, mas podem ser transferidos por um simples endosso (assinatura no dorso, nascostas do título) e entrega ao nome credor.

Atenção: A Lei n° 9.069/95 passou a exigir que todo cheque (título de crédito) acima de umdeterminado valor (na época RS 100,00 cem reais) seja nominativo.

Espécies de Títulos de CréditoEis as espécies de títulos de crédito admitidas e disciplinadas no Direito Comercial Brasileiro:

� Letra de CâmbioArts. 1 a 53 do Decreto n° 2.044, de 31 de dezembro de 1908, alterado pelo Decreto n° 57.663,

de 24 de janeiro de 1966 - Lei Uniforme de Genebra.

� Nota PromissóriaArts. 54 a 57 do Decreto n° 2.044, de 31 de dezembro de 1908, alterado pelo Decreto n°

57.663, de 24 de janeiro de 1966 - Lei Uniforme de Genebra.

� ChequeLei n° 7.357, de 02 de setembro de 1985, com base no Decreto n° 57.595, de janeiro de 1966 -

Lei Uniforme de Genebra.

� Duplicata ComercialLei n° 5.474, de 18 de julho de 1968, alterada pelo Decreto-lei n° 436, de 27 de janeiro de

1969.

� Duplicata de Serviço

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Arts. 20 a 22 da Lei n° 5.474, de 18 de julho de 1968, alterada pelo Decreto-lei n° 436, de 27de janeiro de 1969.

� Conhecimento de DepósitoArts. 1 5 a 27 do Decreto n° 1.102, de 21 de novembro de 1903.

� "Warrant"Arts. 15 a 27 do Decreto n° 1.102, da 21 de novembro de 1903.

� Conhecimento de TransporteLei n° 9.611, de 19 de fevereiro de 1998.

� Letra HipotecáriaDecreto-Lei n° 2.478, de 27 de setembro de 1988 completado pela Lei n° 7.684, de 02 de

dezembro de 1988.

� Cédula Rural PignoratíciaArts. 14 a 19 do Decreto-Lei 167, de 14 de fevereiro de 1967.

� Cédula Rural HipotecáriaArts. 20 a 24 do Decreto-Lei n°, de 14 de fevereiro de 1967.

� Cédula Rural Pignoratícia e HipotecáriaArts. 25 e 26 do Decreto-Lei n° 167, de 14 de fevereiro de 1967.

� Nota de Crédito RuralArts. 27 a 29 do Decreto-Lei n° 167, de 14 de fevereiro de 1967.

� Nota Promissória RuralArts. 42 a 45 do Decreto-Lei n° 167, de 24 de fevereiro de 1967.

� Duplicata RuralArts. 46 a 54 do Decreto- Lei n° 167, de 14 de fevereiro de 1967.

� Letra ImobiliáriaLei n° 4.380, de 21 de agosto de 1964.

� Certificado de Depósito BancárioArt. 30 da Lei n° 4.728, de 14 de julho de 1965.

� Cédula de Crédito IndustrialArts. 9° a 14 do Decreto-Lei n° 413, de 9 de janeiro de 1969.

� Nota de Crédito IndustrialArts. 15 a 18 do Decreto-Lei n° 413, de 9 de janeiro de 1969.

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� Ações de Sociedade por AçõesArts. 11 a 42 da Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de 1976.

� Certificado de Depósito de AçõesArts.43 a 45 da Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de l976.

� Partes BeneficiáriasArts. 46 a 51 da Lei n° 6.404, de l5.dezembro de 1976.

� Certificado de Depósito de Partes BeneficiáriasArt.50 e art.43 da Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de l976.

� DebêntureArts. 52 a 74 da Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de 1976.

� Certificado de Depósito de DebêntureArts. 64 e 65 da Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de 1976.

� Cédula Pignoratícia de DebêntureArt. 72 da Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de 1976.

� Bônus de Subscrição de AçõesArts. 75 a 79 da Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de 1976.

� Bilhete de Mercadoria - sem disposição específica.

� Cédula HipotecáriaDecreto-Lei n° 70, de 21 de novembro de 1966, e Resolução n° 228, de 4 de julho de 1972, do

Banco Central do Brasil.

� Certificados de Depósito em GarantiaArt.31 da Lei n° 4.728, de 14 de julho de 1965, art. 31.

Certificado de InvestimentoResolução n° 145, de 14 de abril de 1970 do Banco Central do Brasil.

Princípios GeraisOs doutrinadores que escreveram sobre os títulos de crédito, de JOÃO EUNÁPIO BORGES (in

"Títulos de Crédito", 2a ed. Forense, 1972, p.12) a RUBENS REQUIÃO (in "Curso de Direito Comercial"Vol. II, 8a ed Saraiva/1977 p. 296) --- esposam o entendimento de FRAN MARTINS, de que o sucessode aceitação dos títulos de crédito deveu-se a admissão de "certos princípios a revestirem essestítulos, princípios que se incorporaram à natureza do mesmo e que, por tal razão, hoje os ca-racterizam" - (in "Títulos de Crédito", vol. I, 3a ed. Forense/1983, pg.9).

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Noutras palavras, os princípios gerais em que se esteiam os títulos de crédito não são maisque suas próprias características básicas, e que JOÃO EUNÁPIO BORGES observa serem "comuns atodos os títulos de crédito" (in "Títulos de Crédito", 2a ed.Forense, 1972, pg.12), ou seja, (a) aincorporação ou cartularidade, (b) a literalidade e (c) a autonomia --- a que se podem acrescentar aindependência e a abstração, já particulares de alguns títulos de crédito.

E não se há de desconsiderar, ainda, o princípio da inoponibilidade das exceções pessoais,princípio importantíssimo, que empresta garantia a todos quantos portem um título de crédito evenham a exigir do devedor o respectivo crédito.

CartularidadeComo já vimos, a cartularidade --- também chamada de "incorporação" --- significa que o

direito representado no título de crédito só existe como tal, só tem validade como tal, só seráreconhecido como tal e só será exigível como tal, se estiver incorporado naquele papel/formulário,regularmente preenchido e assinado como título de crédito.

Sem aquele "corpo", mesmo que haja milhares de testemunhas provando, por exemplo, quealguém prometeu pagar ao credor uma quantia, tal credor não terá tal título de crédito e não poderádele fazer o gozo respeitado pelo Direito.

Enfim, título de crédito só existe como direito incorporado num papel/formulário legal.Ensina o Mestre RUBENS REQUIÃO que a cartularidade significa o documento necessário: "O

título de crédito se assenta, se materializa, numa cártula, ou seja, num papel ou documento. Para oexercício do direito resultante do crédito concedido torna-se essencial a exibição do documento. Odocumento é necessário para o exercício do direito de crédito. Sem a sua exibição material não pode ocredor exigir ou exercitar qualquer direito fundado no título de crédito. Vivante, como esse conceito,substitui o vulgar, que combate, pelo qual se afirma que o direito está incorporado ao título" (in "Cursode Direito Comercial", Vol. II, 8a ed. Saraiva/1977, pág. .296).

AutonomiaÉ a autonomia que dá ao título -- perante terceiras pessoas -- uma objetiva desvinculação de

qualquer outro negócio: ele vale por si mesmo e tem força de exigibilidade, exatamente porque foiemitido e existe como papel/formulário legal.

Pela autonomia, uma vez em circulação o título de crédito (transferido a terceiros), mesmo queo negócio, de que ele nasceu não tenha validade, será válido o negócio de sua transferência e todasas terceiras pessoas envolvidas na circulação poderão exigir o cumprimento do título.

A autonomia não impedirá, porém, que o devedor final oponha ao credor o defeito (invalidade)do negócio, de que nasceu a emissão do título de crédito: p.ex., se foi sacada uma duplicata, mas amercadoria entregue estava defeituosa, foi devolvida e a venda e compra não se consumou ---continuará válido odesconto da duplicata com terceira pessoa, que a redescontou num Banco qualquer; quando cobrado,o comprador deixará de pagar, comprovando que a venda-e-compra não se consumou, portanto nadadeve; então o Banco sacado cobrará daquele terceiro que descontou o título, e este cobrará o valor dosacador, de quem havia descontado a duplicata. Todos os negócios continuaram válidos, emborabaseados numa duplicata, que depois se comprovou inválida.

LiteralidadeA literalidade quer dizer que o credor tem o direito exatamente escrito no papel/formulário

legal, nem um centavo a menos, nem a mais: vale apenas o que está literalmente escrito e só.Leciona RUBENS REQUIAO que "O título é literal porque sua existência se regula pelo teor de

seu conteúdo. O título de crédito se enuncia em um escrito, e somente o que está nele inserido se levaem consideração, uma obrigação que ele não conste, embora sendo expressa em documento,separado, nele não se integra" (in "Curso de Direito Comercial", Vol. II, 8a Ed. - Saraiva/1977, pg. 296).

AbstraçãoA abstração empresta aos títulos de crédito a natureza de títulos desvinculados da causa a

que devem sua origem. Tal causa --- ainda que exista --- é apartada da obrigação, como, p.ex., nocaso da letra de câmbio e notas bancárias.

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Dada a abstração a causa de sua emissão é irrelevante, não essencial ao título de crédito.Mas a invocação da abstração alcança eficácia máxima "quando põe em relação duas pessoas quenão contratam entre si, encontrando-se uma em frente da outra, em virtude apenas dó título", segundoobserva VIVANTE.

A abstração para JOÃO EUNÁPIO BORGES, significa que "É claro que em qualquer caso,quer na emissão, quer na negociação do título está presa a uma causa concreta - compara e venda,mútuo etc. --- mas a lei ---- em certos títulos ---- faz completa abstração de tal causa. São títulosabstratos e neutros no sentido de que não se prendem legalmente a nenhuma causa certa edeterminada, podendo servir de molde para qualquer obrigação, qualquer que seja a natureza e aorigem desta, poderá ela incorporar-se no título abstrato, cuja absoluta independência em relação àcausa desconhecida constitui fator de maior segurança e tranqüilidade para os sucessivos adquirentesde títulos, como a letra de câmbio, a nota promissória e o cheque: é a abstração ou abstratividade (aastrattezza dos autores italianos) - que Valeri diz constituir a exacerbação da autonomia, do mesmomodo que o formalismo é a exacerbação da literalidade. Na doutrina alemã, há autores, como JúlioAdler, que falam ainda em grau superior, em maior intensificação da obrigação abstrata: é a obrigaçãoKausaloss (destituída de causa), na qual o apelo à causa de que se originou é impossível, mesmo soba forma de exceção. Assim, a cambial, nas mãos do tomador seria apenas abstrata, nas mãos deterceiros, seria Kausaloss" (in "Títulos de Crédito" Ed. Forense/1971, pg.17).

Inoponiblidade das Exceções PessoaisA inoponibilidade das exceções pessoais é longamente definida por FRAN MARTINS, como

"Decorrência do princípio da autonomia das obrigações cambiárias (cada obrigação é autônoma eindependente, não ficando sua validade subordinada a uma outra obrigação, donde se concluirá quecada obrigado se obriga não apenas com a pessoa a quem transfere o título mas com o portador domesmo, seja ele quem for), surgiu a regra chamada da inoponibilidade das exceções. Por essa regra,consagrada no art. 17 da Lei Uniforme, o obrigado em uma letra não pode recusar o pagamento aoportador alegando suas relações pessoais com o sacador ou outros obrigados anteriores do título (porexemplo, não pode o obrigado recusar o pagamento alegando que é credor do sacador). Taisexceções ou defesas inoponíveis ao portador que fica, sempre, assegurado quanto ao cumprimento daobrigação pelo obrigado" (in “Titulos de crédito"; vol. I, 3a Ed., Forense/1983, pg.18).

Não se poderiam ignorar os ensinamentos de RUBENS REQUIÃO sobre o tema dainoponibilidade das exceções que "A segurança do terceiro de boa fé é essencial na negociabilidadedos títulos de crédito. O direito, em diversos preceitos legais, realiza essa proteção, impedindo que osubscritor ou devedor do título se valha, contra o terceiro adquirente, de defesa que tivesse contraaquele com quem manteve relação direta e a favor de quem dirigiu a sua declaração de vontade. Porconseguinte, em toda a fase da circulação do título, o emissor pode opor ao seu credor direito àsexceções de direito pessoal que contra ele tiver, tais como, por exemplo, a circunstância de já lhe terefetuado o pagamento do mesmo título, ou pretender compensá-lo com crédito que contra ele possuir.Mas, se o mesmo título houver saído das mãos do credor direto e for apresentado por um terceiro, queesteja de boa-fé, já nenhuma exceção de defesa ou oposição poderá usar o devedor contra o novocredor, baseado na relação pessoal anterior. Este, ao receber o título, houve-o purificado de todas asrelações pessoais anteriores que não lhe dizem respeito" (in "Curso de Direito Comercial", Vol. II, 8a

Ed. - Saraiva/1977, pg. 301).

Nota PromissóriaEste título de crédito também é muito conhecido: retrata uma promessa de pagamento de uma

importância.O "emitente" faz uma promessa escrita de que pagará a uma pessoa "beneficiária" uma

importância. Assim, quem dá nascimento à nota promissória é o próprio devedor. Por conseqüênciaeste título (assim como o cheque) também não precisa de aceite (a emissão já seria o próprio aceite).

Para que esse título de crédito tenha validade será necessário que dele constem os seguintesrequisitos:

a) o nome "Nota Promissória" (ainda que em língua estrangeira, se toda a nota for redigida emoutro idioma --- "billet à ordre", "promissory note", "eigener wechsel", "paghero cambiario","vaglia cambiario", "cambiale propria", "livrança"...);

b) o valor da quantia em dinheiro a pagar, por extenso.c) o nome da pessoa a quem se promete pagar (o beneficiário). Atenção: a nota promissória não

pode ser emitida ao portador.

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d) a assinatura do emitente (ou de um seu procurador, com poderes especiais para emitir a notapromissória).

Sem esses requisitos o título é nulo, não terá validade como nota promissória.É costume fazer-se constar da nota promissória a "indicação por algarismos" do valor da quantia a

ser paga (o mesmo costume que existe em cheque). Claro que se houver divergência entre esse valorgrafado em numeral e o valor redigido por extenso, prevalece o valor deste último (extenso).

Pode constar também da nota promissória a data e o lugar de sua emissão. Se faltar, porém,nenhuma conseqüência advirá, podendo o credor preenchê-los a seu bel prazer.

Também a "data do vencimento", ou seja, o dia em que a promessa de pagamento será cumpridadeverá constar do título. Se faltar, não haverá nulidade do título: entender-se-á que o vencimento é "àvista".

Finalmente, na nota promissória deverá ser lançado o lugar do pagamento. Também não há maiorimportância na omissão desse requisito, pois, se faltar, será considerado como "lugar do pagamento" olugar do domicílio do emitente (lembra-se da matéria sobre o "domicílio" ?).

RegistroHouve uma época, em que a lei estabelecia a obrigatoriedade do registro das notas

promissórias na partição da Fazenda Federal. Se não houvesse o registro, a nota promissória nãopoderia ser executada. Hoje não mais existe essa obrigação. A nota promissória, portanto, não precisae não deve ser registrada para ter validade.

Endosso da Nota PromissóriaJá vimos que uma nota promissória embora emitida nominativamente pode conter cláusula "à

ordem", exatamente para que atenda à característica principal dos títulos de crédito, suacirculatoriedade, quer dizer, possa circular de mão em mão, sempre representando uma riqueza.

Assim, sendo a nota promissória nominativa, será necessário que o beneficiário (a pessoa querecebeu a promessa de pagar) a endosse, lançando em seu dorso uma assinatura, transferindo seusdireitos de credor.

Naturalmente, quem passa algum bem a outra pessoa responde pelo que faz: significa que oendossante pagará a nota promissória, caso o devedor/emitente não a pague por qualquer razão.Assim, o endossatário tanto poderá cobrar a nota promissória do devedor/emitente, como docredor/endossante.

Porque o título não pode ser emitido ao portador, também não admitirá endosso em branco:assim, necessariamente ao endossar, o endossante fará constar o nome do endossatário (endosso"em preto"), não podendo, simplesmente, assinar a nota promissória no verso, deixando de colocar onome do novo beneficiário, para que se tornasse ao portador (endosso "em branco").

O endosso pode ser inutilizado: basta riscá-lo.O endosso é transferência de todo o valor da nota promissória: não pode ser transferida

apenas uma parte da quantia. É proibida, igualmente, a fixação de qualquer condição: "se me deralguma coisa .." etc. -- se endossou, está endossado.

Quando o endosso for feito em favor do próprio emitente (o devedor), equivalerá à quitação danota promissória e o devedor/emitente não poderá endossá-la novamente.

Nada impede que um endossatário reendosse a nota promissória para outro endossatário eassim sucessivamente. Cada novo endossante responderá para com seu endossatário.

Aval da Nota PromissóriaCaso uma pessoa não confie ou no emitente da nota promissória, ou mesmo no endossante,

poderá exigir uma garantia pessoal de outra pessoa. É o aval.O aval é lançado na nota promissória, ou numa folha de alongamento e será reconhecido pela

expressão "por aval" ou por qualquer expressão equivalente ("por garantia de pagamento, etc."), oumesmo a simples assinatura do avalista no anverso (frente) da nota promissória (naturalmente, umaassinatura diferente da do emitente).

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Do aval deverá constar o nome do avalizado, ou seja, a pessoa a quem se está emprestandogarantia de cumprimento de suas obrigações na nota promissória. Se não constar nenhum nome, é dese entender que o aval está sendo prestado em favor do emitente da nota promissória.

O avalista terá as mesmíssimas obrigações da pessoa a quem está avalizando. Se ele pagar anota promissória, ficará com todos os direitos de cobrança do título do avalizado e outros que estejamobrigados na nota promissória.

Protesto e Prazo PrescricionalA nota promissória, como todo título de crédito, tem a chamada força executiva. A cobrança da

nota promissória em ação executiva, contra o emitente ou seus avalistas, deve ser promovida em trêsanos, a contar do vencimento do título.

Essa ação poderá ser promovida diretamente, sem qualquer necessidade de protesto. Já aação para cobrar dos endossantes (na hipótese de os aceitantes ou avalistas não pagarem),dependerá de prévio protesto e deverá ser promovida em um ano, a contar da data em que foi feito oprotesto (no tempo legal).

Se algum endossante pagou a dívida e pretender cobrar dos demais endossantes, deverápromover sua ação executiva em seis meses a contar do dia em que pagou a nota promissória, ou dodia em que ele foi acionado.

Duplicata e FaturaDe todos os títulos de crédito, é a duplicata o único que teve origem genuinamente brasileira.

Tal origem vem do velho Código Comercial, que obrigava o vendedor (comerciante) a apresentar aocomprador, "por duplicata", isto é, em duas vias, no ato da entrega das mercadorias, a fatura, ou seja,a conta dos gêneros vendidos.

Essa fatura (relação das mercadorias e preços) era assinada pelos dois (comprador evendedor) para se comprovar a perfeição e consumação do negócio, e, assim, da dívida docomprador.

Desta forma, se o comprador não pagasse, o vendedor (comerciante) tinha um documento(título) representativo de seu crédito, podendo cobrá-lo judicialmente.

A fatura (também chamada de "nota de venda") é, portanto, a relação das mercadoriasvendidas, com a discriminação de sua quantidade, qualidade, espécies, tipos, marcas, preços, etc.

Da fatura é que poderá ser extraída a duplicata, conforme permite a lei: "no ato da emissão dafatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação com efeito comercial, não sendoadmitida qualquer outra espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pelaimportância faturada ao comprador" .

De acordo com o Prof. RUBENS REQUIÃO, "Com a extração da fatura de venda, o vendedorpoderá sacar uma duplicata correspondente, para circular como título de crédito. Esse título é aduplicata comercial, ou duplicata de fatura por alguns também denominada conta assinada. São trêsexpressões." (in Curso de Direito Comercial, 2° vol., 8a ed., Ed.Saraiva, pág. 436).

Significa que o comerciante, como tem tal crédito a receber, pode criar um documento, umtítulo de seu crédito e pô-lo em circulação (passar para outras pessoas), pois ele representa umaquantia de dinheiro a receber.

Só que nenhum outro título de crédito poderá ser emitido, para "simbolizar" essa dívida (nemcheque pós-datado, nem nota promissória, nada). A venda e compra só autoriza o saque da duplicata.

Hoje a duplicata não é mais restrita à venda-e-compra de mercadorias. Também para aprestação de serviços é admitido o saque da duplicata.

A duplicata tanto pode ser sacada com "data certa de vencimento", como pode ser "à vista".Quando sacada "à vista", o devedor deverá pagá-la na hora que a duplicata lhe for apresentada. Se osaque for com "data certa de vencimento", o pagamento ocorrerá no dia marcado para o vencimento.

Para que tenha validade uma duplicata, deverá o título conter os seguintes requisitos:a) denominação “duplicata";b) a data de sua emissão;c) seu número de ordem;

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d) o número de fatura de que foi ela extraída;e) seu vencimento (com "data certa" ou "à vista");f) o nome e domicílio do vendedor (sacador) e do comprador-devedor (sacado);g) o valor a ser pago, em algarismos e por extenso;h) a praça de pagamento (cidade em que deverá ser paga);i) a cláusula "à ordem" (possibilidade para que o credor-sacador transfira seu crédito para outra

pessoa, mediante endosso);j) a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada

pelo comprador-sacado, como aceite da duplicata;k) o nome e assinatura do sacador.Observe-se que a duplicata é um título feito (sacado, emitido) pelo próprio credor, nele intervindo o

devedor com seu “aceite”.E se o devedor se recusar a aceitar a duplicata, terá ela valor? Como já vimos, a maior força de to-

do título de crédito está na certeza que ele retrata, de que alguém deve uma importância a outrem.Tanta é essa certeza, que nem há necessidade de uma sentença, declarando essa dívida. O credorpode requerer ao juiz que determine o imediato pagamento (em 24 horas) e tome (penhore) bens dodevedor, caso este não pague.

A duplicata, rigorosamente, só se aperfeiçoa com o aceite. A falta de aceite, entretanto, não lhetirará o "poder” de ser executada, se o comerciante juntar à duplicata o canhoto comprobatório daentrega da mercadoria (ou do recebimento do serviço prestado).

Curioso anotar que a duplicata deve ser, previamente, enviada ao sacado para que ele a aceite.Deverá ele devolver a duplicata ao credor. Se não o fizer, segundo o art. 885 do Código de ProcessoCivil Brasileiro, poderá até ter sua prisão decretada, caso o portador da duplicata prove ao juiz queentregou o título e o devedor se recusou a devolvê-lo. Como se trata de uma variação de "depositárioinfiel", essa modalidade de prisão foi preservada pela Nova Constituição.

Desta forma, mesmo que não seja aceita a duplicata, não se abala sua "executividade", se ocomerciante tiver o canhoto da entrega da mercadoria (ou serviço).

Triplicata: não passa de uma cópia da duplicata, que se destina a substituir a original, caso estaseja extraviada. Naturalmente, o pagamento da triplicata estabelece a quitação da original, que nãomais poderá ser cobrada. Determina o artigo 23 da Lei n° 5.474/68: "A perda ou extravio da duplicataobrigará o vendedor a extrair triplicata que terá os mesmos efeitos e requisitos e obedecerá àsmesmas formalidades daquela”.

Endosso da DuplicataJá vimos que uma duplicata embora emitida nominativamente pode conter cláusula "à ordem",

exatamente para que atenda à característica principal dos títulos de crédito, sua circulatoriedade, querdizer, possa circular de mão em mão, sempre representando uma riqueza.

Assim, sendo a duplicata nominativa, será necessário que o sacador (a pessoa que vendeu etem o crédito a receber) o endosse, lançando em seu dorso uma assinatura, transferindo seus direitosde credor.

Naturalmente, quem passa algum bem a outra pessoa responde pelo que faz: significa que oendossante pagará a duplicata, caso o devedor/sacado não o pague por qualquer razão. Assim, oendossatário tanto poderá cobrar a duplicata do devedor, emitente, como do credor/endossante.

Se ao endossar, o endossante fizer constar o nome do endossatário teremos o chamadoendosso "em preto". Se, simplesmente, assinar a duplicata no verso, não colocando o nome do novobeneficiário, haverá endosso "em branco".

O endosso é transferência de todo valor da duplicata: não pode ser transferida apenas umaparte da quantia. É proibida, igualmente, a fixação de qualquer condição: “se me der alguma coisa...”etc. - se endossou, está endossado.

Quando o endosso for feito em favor do próprio sacado (o devedor), equivalerá à quitação daduplicata e o devedor/sacado não poderá endossá-la novamente. E nada impede que um endossatáriore-endosse a duplicata para outro endossatário e assim sucessivamente. Cada novo endossanteresponderá para com seu endossatário.

O endosso pode ser inutilizado: basta riscá-lo.

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Aval da DuplicataCaso uma pessoa não confie ou no sacador (o emitente) da duplicata, ou mesmo no

sacado/devedor, ou até no endossante, poderá exigir uma garantia pessoal de outra pessoa. É o aval.O aval é lançado na nota promissória, ou numa folha de alongamento e será reconhecido pela

expressão "por aval" ou por qualquer expressão equivalente ("por garantia de pagamento, etc."), oumesmo a simples assinatura do avalista no anverso (frente) da nota promissória (naturalmente, umaassinatura diferente da do emitente).

Do aval deverá constar o nome do avalizado, ou seja, a pessoa a quem se está emprestandogarantia de cumprimento de suas obrigações na nota promissória. Se não constar nenhum nome, é dese entender que o aval está sendo prestado em favor do emitente da nota promissória.

O avalista terá as mesmíssimas obrigações da pessoa a quem está avalizando. Se ele pagar anota promissória, ficará com todos os direitos de cobrança do título do avalizado e outros que estejamobrigados na nota promissória.

PrescriçãoA duplicata, como todo título de crédito, tem a chamada força executiva. A cobrança da

duplicata em ação executiva, contra o aceitante (sacado) ou seus avalistas, deve ser promovida emtrês anos, a contar do vencimento do título.

Essa ação poderá ser promovida diretamente, sem qualquer necessidade de protesto.Já a ação para cobrar dos endossantes (na hipótese de os aceitantes ou avalistas não

pagarem), dependerá de prévio protesto e deverá ser promovida em um ano, a contar da data em quefoi feito o protesto (no tempo legal).

Se algum endossante pagou a dívida e pretender cobrar dos demais endossantes, deverápromover sua ação executiva em seis meses a contar do dia em que ele pagou a letra, ou do dia emque ele foi acionado.

4. Nota Fiscal"Fisco" é sinônimo de fazenda pública, ou seja, o poder público que cobra os tributos. Em todo

negócio há uma implícita revelação de capacidade econômica, logo, uma capacidade de pagartributos.

As leis prevêem (com base na Constituição Federal) os impostos que deverão ser pagos aoFisco.

O controle desses impostos se faz pelo registro de todos os negócios em notas, que sãochamadas notas fiscais.

Assim, quando um comerciante vende mercadorias, ele está praticando um ato comercial quemotiva a cobrança de um imposto: o imposto de circulação de mercadorias e serviços.

A lei obrigou a todos os comerciantes registrarem suas vendas de mercadoria em nota fiscal,para que assim, haja controle do volume de vendas e, conseqüentemente, do volume de impostosdevidos.

A nota fiscal, portanto, é menos importante como documento comercial e mais significativacomo documento de controle do fisco.

Também o "prestador de serviços" (empresa de natureza civil) deve pagar impostos (não o decirculação de mercadoria, pois não vende mercadorias, mas o imposto sobre serviços. Por isso,quando a nota fiscal não for relativa à venda e compra de mercadoria, será de prestação de serviços.

A nota fiscal, segundo o Regulamento do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviçosserá, obrigatoriamente emitida, sempre que for promovida a saída de mercadoria de estabelecimentocomercial, ou houver a transmissão da propriedade das mercadorias (mesmo que estas permaneçamno mesmo lugar).

A nota fiscal pode ser:a) Nota Fiscal - Mod. 1

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b) Nota Fiscal de venda a consumidor - Mod. 2c) Nota Fiscal de entrada - Mod.3d) Nota Fiscal de produtor - Mod.4A "Nota Fiscal - Modelo 1 " será emitida em duas vias (uma acompanha a mercadoria, a 2a via

fica com o comerciante, para exibir ao fisco) sempre que a venda (ou transporte) for para outrocomerciante (também contribuinte do I.C.M.S.).

A "Nota Fiscal de venda ao consumidor - Modelo 2" poderá ser substituída ou por Nota Fiscalsimplificada, ou por cupom fiscal.

A "Nota Fiscal - Modelo 3" deve ser emitida para comerciante sempre que receber em seuestabelecimento uma mercadoria desacompanhada de nota.

A "Nota Fiscal - Modelo 4" só pode ser emitida pelos produtores (o industrial, quando faz umamercadoria e a vende para outro comerciante).

Toda Nota Fiscal deverá conter:a) a denominação Nota Fiscal;b) o número de ordem, da série e subsérie, e o número da via;c) a natureza da operação de que decorrer a saída da mercadoria: venda transferência,

devolução, consignação, remessa (para fins de demonstração, ou de industrialização ououtro qualquer);

d) a data da emissão;e) o nome do titular o endereço e os números de inscrição estadual e o CNPJ do estabeleci-

mento emitente;f) o nome do titular, o endereço e os números de inscrição, estadual e o CNPJ do estabeleci-

mento destinatário;g) a data da saída efetiva das mercadorias do estabelecimento emitente;h) a discriminação das mercadorias, quantidade, marca, tipo, modelo, espécie, qualidade e

demais elementos que permitam sua perfeita identificação;i) a classificação fiscal dos produtos, prevista na legislação do imposto sobre produtos

industrializados, quando for o caso (nota fiscal de produto);j) os valores, unitários e total das mercadorias e o valor da operação;k) a alíquota e o valor do imposto sobre produtos industrializados, quando for o caso;l) a base de cálculo do imposto sobre produtos industrializados e/ou do ICMS quando

diferente do valor da operação e o preço da venda no varejo ou no atacado, quando a eleestiverem subordinados os cálculos dos referidos impostos;

m) a importância do ICMS devido sobre a operação, que deverá constar em destaque dentrode um retângulo, colocado fora do quadro reservado à discriminação das mercadorias;

n) o nome do transportador, seu endereço e a placa do veículo;o) a forma de acondicionamento dos produtos, bem como marca, numeração, quantidade,

espécie e peso dos volumes;p) o nome, o endereço e os números de inscrição, estadual e no CNPJ, do impressor da nota,

a data e a quantidade da impressão, o número de ordem da primeira e da última notaimpressa e respectiva série e subsérie e o número da autorização para impressão dedocumentos fiscais.

Nas operações bancárias de financiamento de aquisição de mercadorias é muito importante aapresentação da nota fiscal, que deverá instruir o processo do financiamento.

Essa nota demonstrará a regularidade da operação de aquisição e, conseqüentemente, daráao Banco maior segurança, pois, normalmente, o financiamento será garantido com alienaçãofiduciária (a propriedade da mercadoria será do banco, só sendo restituída ao financiado-devedordepois que ele pagar todo o valor do empréstimo).

Confira a seguir alguns modelos de nota fiscal:

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5. ChequeEsse é o mais utilizado de todos os títulos de crédito: é uma ordem de pagamento à vista.Uma pessoa (emitente), tendo fundos em poder de um estabelecimento bancário, emite (saca)

uma ordem para que tal banco (sacado) pague uma determinada quantia a uma outra pessoa(beneficiário ou tomador). Essa ordem é à vista, ou seja, quando o banco a receber vai tê-la sob suavista, devendo então pagá-la.Essa é a característica mais importante do cheque: a ordem é a vista. Significa que não existemcheques com data futura ("pós-datado"). Mesmo que a data lançada no documento seja futura, obanco, tendo o cheque sob sua vista deverá pagá-lo.

A lei do cheque (n° 7.357, de 02/09/85) dispõe que "O cheque apresentado para pagamentoantes do dia indicado como data de emissão é pagável no dia da apresentação".

Requisitos EssenciaisPara que um cheque tenha validade como título de crédito, deverá constar, obrigatoriamente

do formulário os seguintes requisitos:a) a denominação "cheque" inscrita no contexto do título e expressa na língua em que este é

redigido;b) a ordem incondicional de pagar (observe que o verbo está no imperativo: "pague!");c) o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (o nome do sacado);d) a assinatura do emitente (sacador) (ou de um mandatário -- sinônimo de procurador -- com

especiais poderes para emitir o cheque).São também requisitos facultativos dos cheques --porque, se faltarem, não acarretarão a nulidade

do cheque como título de crédito:a) a indicação do lugar do pagamento (o endereço da agência bancária);b) a indicação da data e do lugar da emissão. Na prática adotou-se o costume de reservar um

espaço para que conste do cheque seu valor escrito em números, mas não é um requisito devalidade do cheque. Inclusive, se ocorrer divergência entre o valor lançado por extenso e ovalor expresso em números, prevalecerá aquele (lançado por extenso).

O cheque não precisa de aceite para ter validade. Aliás, mesmo que o banco sacado declare queaceita o cheque, essa declaração não terá nenhuma validade.

Como sabemos, um título de crédito com aceite tem mais validade pois significa que o devedornão nega a dívida e está disposto ao pagamento. Só que o cheque não admite o aceite.

Há, porém, uma fórmula indireta, para dar maior crédito ao cheque, substituindo o aceite: é ocheque visado.

O cheque será visado quando o Banco sacado nele lançar um visto no verso do cheque. Sempreque o banco lançar esse visto significará que ele, obrigatoriamente, já debitou seu valor na conta doemitente, reservando-a para pagamento do cheque.

Este visto só terá validade dentro do prazo de apresentação do cheque (todo cheque tem umprazo para ser apresentado ao banco sacado: o beneficiário terá 30 dias para apresentar o chequepara pagamento, quando ele for emitido no mesmo lugar (mesma praça) onde está o banco sacado; ou60 dias, quando a emissão se deu em lugar diverso do lugar do banco sacado).

Em resumo, o prazo para apresentação é: 30 dias (cheque da praça) ou 60 dias (cheque de forada praça).Terminado esse prazo, se o cheque visado não for apresentado, o banco re-creditará àconta do emitente no valor que havia debitado quando visara o cheque.

CirculaçãoA emissão de um cheque pode ser nominativa ou ao portador. Será nominativa quando constar

do cheque o nome do beneficiário do cheque. Será ao portador quando não constar tal nome, ouquando constar o nome do beneficiário, mas também estiver escrito "ou ao portador".

O cheque nominativo tanto poderá constar cláusula "à ordem", como cláusula "não à ordem".No primeiro caso (com a cláusula à ordem) fica autorizado o beneficiário a endossar o cheque, ou seja,transferi-lo a terceira pessoa, simplesmente assinando no seu dorso (no verso).

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Se, entretanto, constar do cheque a cláusula "não à ordem", somente o beneficiário poderárecebê-lo: não poderá transferi-lo a outrem.

Atenção: A Lei n° 9.069, de 29.06.95, em seu artigo 69, proibiu a emissão, o pagamento e acompensação de cheque de valor superior a RS 100,00 (cem reais) sem a identificação do beneficiário-- ou seja, todo cheque acima deste valor deverá ser nominativo.

O cheque tanto poderá ser emitido pelo próprio correntista (sacador), como uma sua ordem aobanco, quanto pode ser emitido "por conta terceiro", ou pelo próprio banco sacado (contra ele mesmo).Nesta última hipótese o cheque, necessariamente, será nominativo (não pode ser ao portador).

Não poderá constar do cheque nenhuma cláusula determinando o pagamento de juros: seconstar, nenhuma validade terá (considera-se não escrita).

Se se tratar de um cheque em moeda estrangeira (recebido do exterior, por exemplo, ou um"traveler check" será ele pago em reais: essa conversão será feita ao câmbio do dia do pagamento(essa data é importante, porque as moedas estrangeiras e, principalmente, o dólar têm cotaçãovariável em nosso país, e "todo dia sobem".

Assim, mesmo que o cheque tenha sido emitido há um mês atrás, se hoje é ele apresentadoao Banco sacado, este deverá proceder à conversão da moeda estrangeira em reais, conforme ocâmbio de hoje e não conforme o câmbio de 30 dias atrás.

Várias providências dão característica especial ao cheque:

EndossoJá vimos que um cheque pode ser nominativo ou ao portador. Vimos, também, que os títulos

de crédito têm por característica principal sua circulatoriedade, quer dizer, circulam de mão em mão,sempre representando uma riqueza. Essa transferência, em se tratando de cheque ao portador, ésimples: basta que se entregue o cheque a outra pessoa.

Se, entretanto, tratar-se de cheque nominativo, será necessário que o beneficiário o endosse,quer dizer, lance em seu dorso uma assinatura, transferindo seus direitos de credor.

Naturalmente, quem passa algum bem a outra pessoa responde pelo que faz: significa que oendossante pagará o cheque, caso o banco sacado não o pague por falta de fundos e o emitentetambém não o pague. Assim, o endossatário tanto poderá cobrar o cheque do emitente, como doendossante.

Se ao endossar o endossante fizer constar o nome do endossatário teremos o chamadoendosso em preto. Se, simplesmente, assinar o cheque no verso, não colocando o nome do novobeneficiário, haverá o endosso em branco.

Atenção: acima de um determinado valor, o cheque s6 pode ser endossado "em preto" (vernota sobre cheque ao portador).

O endosso pode ser inutilizado: basta riscá-lo.O endosso é transferência de todo o valor do cheque; não pode ser transferida apenas uma

parte da quantia. É proibida, igualmente, a fixação de qualquer condição: "se me der alguma coisa..."etc. - se endossou, está endossado.

Quando o endosso for feito em favor do próprio banco sacado, equivalerá à quitação docheque e o banco não poderá endossa-lo novamente.

Como já vimos, o cheque com cláusula "não à ordem" é intransferível: não pode, portanto, serendossado, já que o endosso é uma forma de transferência do direito de crédito do cheque. Nadaimpede que um endossatário re-endosse o cheque para outro endossatário e assim sucessivamente.

AvalCaso uma pessoa não confie no emitente do cheque (ou mesmo no banco sacado), ou no

endossante, poderá exigir uma garantia pessoal de outra pessoa. É o aval.O aval é lançado no cheque, ou numa folha de alongamento e será reconhecido pela

expressão "por aval" ou por qualquer expressão equivalente ("por garantia de pagamento”, etc.), oumesmo a simples . assinatura do avalista no anverso (frente) do cheque (naturalmente, uma assinaturadiferente da do emitente).

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Do aval deverá constar o nome do avalizado, ou seja, a pessoa a quem se está emprestandogarantia de cumprimento de suas obrigações no cheque. Se não constar nenhum nome, é de seentender que o aval está sendo prestado em favor do emitente do cheque.

O avalista terá as mesmíssimas obrigações da pessoa a quem está avalizando. Se ele pagar ocheque, ficará com todos os direitos de cobrança do cheque do avalizado e de outros que estejamobrigados no cheque.

CruzamentoQuando o emitente (ou mesmo quem o detiver) apõe dois traços paralelos no anverso (frente)

do cheque, este será considerado um cheque cruzado.O cheque cruzado só será pago pelo banco sacado mediante crédito em conta (ou o

beneficiário o deposita num outro banco, ou no próprio banco sacado). Enfim, não poderá serresgatado diretamente no caixa.

Poderá ainda ser lançado o nome de um banco no meio desses dois traços paralelos: ocorreráo cruzamento especial. Nessa hipótese o cheque só poderá ser pago ao banco cujo nome ali constar(claro que, se constar o nome do próprio banco sacado, o cheque poderá ser pago mediante crédito naconta corrente de seu cliente).

Assim, se sou credor de um cheque com cruzamento especial (por exemplo, cheque sacadocontra o BRADESCO e cruzamento com o nome do Banco do Brasil), só poderei receber esse chequedepositando-o em minha conta corrente no Banco do Brasil, que o apresentará ao BRADESCO,cobrando-o desse Banco sacado (e, depois, creditando-o em minha conta corrente). Se eu tiver contano próprio BRADESCO, poderei depositá-lo em minha conta; mas se não tiver conta nem no Banco doBrasil, nem no BRADESCO não poderei receber o cheque, salvo se eu o transferir a uma outrapessoa, que tenha conta corrente num desses dois Bancos (essa outra pessoa poderá ser um outroBanco, onde eu tenha conta corrente).

O cruzamento geral (apenas os dois traços paralelos, sem nome de banco no meio) pode serconvertido em especial (basta que se lance, a qualquer hora, o nome de um banco ali no meio dos doistraços), mas o cruzamento especial não poderá ser transformado em geral. Uma vez cruzado umcheque, não poderá o cruzamento ser inutilizado (se o for, nenhuma validade terá a inutilização).

Cheque para ser Creditado em ContaSe o emitente (ou quem detiver o cheque) quiser impedir que o cheque seja descontado

diretamente no caixa, poderá obrigar o beneficiário a depositá-lo, para que seu valor seja apenascreditado em conta corrente. Bastará que escreva no anverso do cheque, transversalmente, aexpressão "para ser creditado em conta".Nesse caso, o banco sacado somente poderá proceder ao lançamento contábil do cheque, sejacreditando em conta, seja transferindo crédito para outra conta corrente, seja compensando. Uma vezlançada essa cláusula, não mais poderá ser alterado o cheque: se tal expressão for inutilizada, essainutilização será considerada inexistente.

Outros Tipos de ChequeNa linguagem bancária corriqueira, há alguns nomes de cheques, referidos a seguir. Vejamo-

los:a) cheques de Viagem: (também conhecidos como "traveller check") - são cheques emitidos porinstituições bancárias, resgatáveis por outros bancos, do país ou do exterior (segundo convênio), oupor suas outras agências. São "vendidos" a seus clientes para facilitarem o transporte de dinheiro: háuma assinatura do beneficiário na parte superior e este deverá, quando for resgatá-lo, assinarnovamente, ao pé do cheque, possibilitando a conferência das assinaturas e seu resgate (se perder oufor roubado, não haverá condições de resgate e, assim, não sofrerá prejuízo). Trazem muitasegurança, principalmente, a turistas e viajantes.b) cheque Fiscal: são emitidos por autoridades fiscais (tributárias), em restituição de eventuaisexcessos de arrecadação (imposto de renda, p.ex.).c) cheque Administrativo: também conhecidos como cheques comprados, são emitidos pelo própriobanco, para pagamento ou por outro banco, ou por sua outra agência.

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São "vendidos" ao cliente, que, normalmente, os procura para ter maior segurança notransporte de dinheiro (por que eu viajaria até o Rio de Janeiro, levando uma sacola com 1 milhão,correndo o risco de roubo, acidente, etc., se posso ir ao banco de que sou cliente, comprar-lhe umcheque nesse valor e para ser resgatado por sua Agência do Rio de Janeiro? -- o Banco me dá talcheque, nominal, debita tal valor em minha conta corrente e ainda me cobra uma pequena "taxa deexpediente" e eu viajo tranqüilo e seguro).

CompensaçãoA compensação é um serviço que se realiza entre bancos, pelo qual um Banco entrega para

os outros todos os cheques, que estão em seu poder, e que devem ser pagos por aqueles outrosBancos --- e deles recebe todos os cheques que estão com aqueles, e que ele deve pagar. Nessa"troca", cada banco tem cheques a receber e cheques a pagar. Esses valores ficam "compensados"até o valor em que se igualam.

Assim, se a Caixa Econômica Federal tem R$ 1.350.000,00 em cheques sacados contra oCREDIREAL e o CREDIREAL tem cheques sacados contra a Caixa Econômica Federal, no total de R$1.780.000,00, ficarão compensados os R$ 1.350.000,00 e a Caixa Econômica Federal só pagará aoCREDIREAL o saldo de R$ 430.000,00.

Os Bancos de cada cidade reúnem-se toda noite no Banco do Brasil, S.A., e lá fazem acompensação: todos levam os cheques que têm para receber um do outro e o Banco do Brasilorganiza a reunião.

No final, fica apurado quanto cada Banco tem para receber e pagar, e o saldo devedor oucredor. Para não haver manipulação de dinheiro, há uma conta corrente de todo Banco junto aopróprio Banco do Brasil, onde é debitado o saldo devedor, ou creditado o saldo credor que o Bancotiver naquela noite na compensação.

E se o cheque levado não tiver fundo??? Nesse caso, ele será devolvido na manhã seguinte,numa outra reunião no próprio Banco do Brasil, quando os Bancos se reúnem novamente para asessão de devolução.

Naturalmente, o débito e crédito correspondente serão estornados. Observe, portanto, que,quando um banco recebe um cheque (ou em depósito, ou em pagamento de um conta qualquer), háalguma demora para receber o valor de tal cheque, porque também tem de esperar para ver se ocheque não será devolvido.

O Banco Central do Brasil, que disciplina as atividades bancárias estabelece um prazo paraque o depósito em cheque a ser compensado seja liberado para o depositante. Se o cheque é inferiora um valor ele deve ser liberado em 48 horas. Se é superior àquela quantia, há de ser liberado em 24horas. Esse limite é corrigido de tempo em tempo, por causa da inflacão.

Protesto e Prazo PrescricionalTodo mundo que tem um direito deve exercitá-lo num prazo. Se dormir poderá perdê-lo. Não

existe direito eterno. Esse prazo em que a pessoa deve exercitar seu direito chama-se prescrição.O cheque como título de crédito é que traz a certeza de um crédito. Por tal motivo pode ser

executado (não há necessidade de uma prévia sentença, declarando que a pessoa tem o crédito e queuma outra deve aquela importância) contra o emitente e seu avalista sem qualquer necessidade deprotesto.

Mas atenção: o cheque, para ser executado contra os endossantes e seus avalistas,necessitará de protesto ou de declaração do banco escrita e datada sobre o cheque com indicação dodia de apresentação ou, ainda, por declaração escrita e datada por câmara de compensação (art.47 -Lei do Cheque).

Essa ação de execução deve ser promovida pelo credor no máximo em seis meses, a contardo término do prazo para a apresentação do cheque.

Vimos que o cheque da praça deve ser apresentado em 30 dias a contar da emissão. Assim,se um cheque foi emitido em 5 de janeiro em São Paulo, para ser pago por um Banco de São Paulo,ele deverá ser apresentado ao banco até, no máximo, o dia 4 de fevereiro. A partir dessa data, de 5 defevereiro começa a correr o prazo prescricional de 6 meses: portanto em 4 de agosto o cheque estaráprescrito.

Significa que o credor já não mais poderá promover a ação executiva. Daí para a frenteprecisará de uma sentença, que declare que ele realmente é credor e que a outra pessoa é realmente

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a devedora. Se ganhar tal processo, só então promoverá a ação de execução contra o devedor (masexecução da sentença, e não mais do cheque).

Este é um "formulário de cheque", preenchido nominalmente com dados fictícios, ou seja, sãofantasiosos os nomes do cliente (sacador ou emitente), qual o do Banco sacado.

6. Ordem de PagamentoDefinição

A emissão de Ordem de Pagamento é um serviço prestado pelos Bancos, que possibilita oenvio (remessa) de dinheiro de uma praça (cidade, localidade) a outra, sem o correspondentedeslocamento físico do numerário (dinheiro).

Pela "ordem de pagamento" uma Agência Bancária de uma localidade "ordena" a uma outraAgência do mesmo Banco, em outra localidade, que pague a uma determinada pessoa uma certaquantia em dinheiro.

Assim, uma pessoa pode pedir à sua Agência Bancária que remeta (envie) uma quantia dedinheiro para ser usada em outra cidade. Lá o dinheiro tanto poderá ser retirado no caixa, quantocreditado em conta corrente. E poderá ser retirado ou creditado na conta da própria pessoa que pediua remessa, quanto de uma outra pessoa.

Atenção: o envio de valor só pode ser feito de uma agência bancária para outra, do mesmo Banco. Sóse admite a transferência de dinheiro por ordem de pagamento, de uma Agência Bancária para outrade outro Banco, quando se tratar de Bancos do Convênio ASBACE (Associação de Bancos ComerciaisEstaduais), ou seja, entre Bancos do Estado (de Minas Gerais, ou de São Paulo, do Pará, daAmazônia, etc).

Dessa forma, eu posso mandar uma Ordem de Pagamento do BANESPA para a Agência deCrato/CE do Banco do Estado do Ceará --- mas não posso mandar para uma Agência do BRADESCO,ou do ITAÚ, etc., que não são bancos estaduais.

É evidente que, em se tratando de um serviço prestado, os Bancos cobram para enviar ordensde pagamento.

TiposA Ordem de Pagamento pode ser transmitida por ou (a) carta, ou (b) por telex, ou ainda por (c)

telefone, ou por (d) processamento automático de dados, ou finalmente, por (e) emissão de cheque-OP.

Na ordem de pagamento por carta, a Agência manda uma "carta", via malote interno decorrespondência do Banco, para a agência destinatária, que, ao receber tal "carta" conferirá suavalidade e a cumprirá.

Na ordem de pagamento por telefone, a Agência telefone para a outra, transmitindo códigossecretos e a Agência "chamada" confere a autenticidade e validade do telefonema, e depois cumpre aordem, pagando o dinheiro.

Na ordem de pagamento por telex, semelhantemente ao telefone, é enviado um telex,mencionando códigos secretos (para evitar fraudes), que são conferidos pela Agência destinatária,que, depois de se certificar da validade paga a ordem.

Na ordem de pagamento por processamento de automático de dados, a ordem é transmitidapelo computador do Banco, diretamente.

Finalmente, na Ordem de Pagamento por emissão de Cheque O.P., a Agência para a qual oserviço é solicitado, emite um Cheque, sacado contra o próprio Banco, para pagamento em cidadeonde exista outra agência do mesmo Banco.

A solicitação para a emissão do "Cheque OP" é feita em formulário próprio do Banco, onde sãoespecificados os nomes do tomador, do favorecido, valor e praça de pagamento. Este tipo de cheque,de qualquer valor, só poderá ser "nominal", isto é, não pode ser "ao portador". É assinado poradministradores autorizados e entregue ao "tomador". Este, por seus próprios meios, fará chegar ocheque às mãos do favorecido, que poderá depositar o cheque em sua conta corrente em qualquerBanco ou apanhar o dinheiro na Agência cumpridora.

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EmissãoA agência que remete o valor é chamada "emitente" e a destinatária de "cumpridora". A pessoa

que solicita o serviço é chamada "tomador", o outro cliente "favorecido".A ordem de pagamento é um serviço que os Bancos prestam tanto a pessoas que sejam seus

clientes, como também o prestam a outras pessoas, mesmo que não sejam correntistas.Para solicitar a emissão da Ordem de Pagamento preenche-se formulário próprio, fornecido pela

Agência emitente, onde devem constar nomes do tomador e do favorecido, valor a ser enviado e localdo pagamento. Para que não haja possibilidade de erro quanto à pessoa do favorecido, os Bancosrecomendam que se anote o número de sua Carteira de Identidade.

LiquidaçãoA Agência "cumpridora" fará o pagamento ao beneficiário da Ordem em seu Caixa ou poderá

creditar o valor, se for cliente, em sua conta corrente.Quando a pessoa se apresenta no caixa da agência cumpridora e recebe o dinheiro, ficou

liquidada a ordem de pagamento. Da mesma forma, haverá liquidação da ordem de pagamento,quando lançado o crédito na conta corrente do favorecido.

Naturalmente, as Agências bancárias farão entre si o acerto interno contábil, para que uma nãolucre às custas da outra.

7. Documento de Crédito – DOCNoções Gerais

Outra modalidade interessante de Ordem de Pagamento é o "DOC", cuja característicaimportante é a compensação entre Bancos.

Com o "D. O. C." é possível transferir valores entre pessoas, através de Agências "emitentes" e"Cumpridoras" de Bancos diferentes. Entretanto tal transferência só é possível entre Agênciasbancárias de um mesmo Sistema de Compensação de Cheques e desde que o favorecido sejacorrentista da Agência cumpridora.

Diferentemente dos outros dois tipos de Ordem de Pagamento, em que se faz o pedido em outroimpresso, o próprio DOC é preenchido pelo tomador, contendo nome e endereço seu e do favorecido,nome do Banco e da Agência cumpridora e, se possível, o número da conta do favorecido.

Obviamente, DOC pode ser enviado pelo próprio tomador, para crédito de sua conta em outraAgência de outro Banco.

O "DOC" é também resgatado através do serviço de compensação de cheques --- identicamenteà forma como e compensado o cheque.

TiposConfira agora os DOC's mais usados na prática bancária:

→ DOC "A" pré-emitido pelo BANCO X:

- destina-se à transferência de recursos, através de outros bancos, para crédito de clientes daAgência.

→ DOC "A" ou "B" pré-emitido por outros bancos:

- destina-se à transferência de recursos de clientes do BANCO X, para crédito em outro banco, afavor de terceiros, conforme as instruções pré-impressas no formulário.

Obs.: O Banco Banespa, embora outros bancos o façam, não emite DOC B.

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→ DOC "C":

- destina-se à transferência de recursos de clientes e não-clientes, para crédito em outro banco,a favor do próprio remetente ou de terceiros.

→ DOC "D" :

- utilizado nos casos de transferências de recursos entre contas correntes de depósito dosmesmos titulares, envolvendo instituições financeiras distintas. O titular deverá optar pelo DOC "D".

→ DOC "E":

- destina-se ao uso na transferência de créditos em geral.

→ OP (DOC) ASBACE - Sistema Verde Amarelo:

- usado para transferência de recursos de terceiros, entre agências de bancos comerciaisestaduais, e praças a elas subordinadas, através de DOC ASBACE. No OP ASBACE, a transferênciase dará da seguinte maneira:

- se participarem agências integradas ao mesmo SIRC, através da compensação: no mesmodia, se em dinheiro e/ou após a compensação do cheque, se em cheque;

- se participarem agências não integradas ao mesmo SIRC, através de telex, fax ou telefone,para a dependência centralizadora/retransmissora: no mesmo dia, se em dinheiro e/ou após acompensação do cheque, se em cheque.

Na prática, os modelos de Documento de Crédito - DOC serão -- basicamente -- desta forma(compostos por 3 vias = 1ª - banco destinatário / 2ª - banco remetente / 3ª - remetente/devedor).

8. Produtos e Serviços Financeiros:

Depósitos à Vista e a PrazoO depósito nada mais é que a entrega de um numerário (dinheiro) ao Banco, para que este o

guarde (ou aplique) para o cliente, e lho restitua, total ou parcialmente, ou na época combinada, ouquando este pedir.

Os depósitos são classificados em "depósito a vista" e "depósito a prazo".Os depósitos a vista são aqueles que o cliente quer deixar o dinheiro à sua pessoal disposição,

para sacar tudo ou uma parcela, a hora que lhe convier. Normalmente os depósitos a vista são feitosem conta corrente.

Já os depósitos a prazo são investimentos, que não estão à imediata disposição e liberação aocliente. Este deve ou aguardar um prazo de vencimento, para resgatá-los, ou dar um aviso antecipado,de que pretende seu numerário.

De regra todo depósito é feito no Caixa do Banco, que recebe o dinheiro e autentica a ficha dedepósito, que vale como prova de que foi feito o depósito e que o cliente entregou tal dinheiro aoBanco.

As fichas de depósitos devem ser preenchidas pelo cliente ou por funcionário do Banco,constando, especificamente, os valores em cheque e em dinheiro, sendo que uma das vias da fichaserá entregue ao cliente e a outra será o documento contábil do caixa.

O depósito tanto pode ser feito em dinheiro corrente, como em cheques, que serão resgatadospelo Banco depositário junto ao serviço de compensação de cheques, ou pelo serviço de cobrança.

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Os depósitos em dinheiro produzem o imediato crédito na conta corrente em que foi depositado,mas os depósitos em cheque só terão o crédito liberado após seu resgate.

8. Produtos e Serviços Financeiros:Depósitos a Prazo ( CDB e RDB )

Os bancos de investimentos de natureza privada (que só podem ser constituídos com especialautorização do Banco Central), segundo a lei reguladora do Mercado de Capitais (Lei nº 4.728 -14.07.65), podem receber dinheiro de investidores, com prazo superior a 18 meses, aos quais pagarãorendimentos (juros, correção monetária, etc.).

Quando um banco de investimento privado receber tais depósitos, deverá emitir um documento,que comprovará o crédito do investidor. Será um título, provando que o investidor tem tal importância(mais os juros e correção, que renderão) com aquele Banco. Esse recibinho chama-se Certificado deDepósito Bancário, ou Recibo de Depósito Bancário, abreviadamente R.D.B..

O Certificado de Depósito Bancário ou C. D. B., para que tenha absoluta validade, deverá ter osseguintes requisitos:

a) o local e a data da emissão;b) o nome do banco emitente e as assinaturas de seus representantes;c) a denominação Certificado de Depósito Bancário;d) a indicação da importância depositada e a data prevista para sua retirada (data de

exigibilidade);e) o nome e a qualificação do credor (depositante);f) a taxa de juros contratada e a época de seu pagamento;g) o lugar de pagamento do depósito e dos juros;h) a cláusula de correção monetária, se contratada.Assim, o Certificado de Depósito Bancário é uma "promessa de pagamento à ordem da

importância do depósito, acrescida do valor da correção e dos juros convencionados".Poderá o Certificado de Depósito Bancário ser transferido por endosso em preto (isto é, com o

nome e qualificação do endossatário).Aplicam-se ao Certificado de Depósito Bancário todas as disposições relativas às notas

promissórias, título de crédito que a ele muito se assemelha.São vários os tipos de investimentos em depósito bancário. Confira:

Recibos de Depósito Bancário Pré-FixadoO RDB-pré é um título emitido por Bancos Comerciais e Bancos de Investimento, que os

Investidores poderão adquirir através de agências bancárias ou de sociedades Corretoras eDistribuidoras de Valores - oferecendo rendimento pré-fixado, no ato da aplicação, sendo que oImposto de Renda, porém, só será cobrado no vencimento.

Um RDB é nominativo e inegociável antes do vencimento acertado, sendo esta sua principaldiferença de um CDB.

Recibos de Depósito Bancário Pós-FixadoOs RDB-pós têm as mesmas características dos RDB-pré, diferenciando-se quanto aos

rendimentos, que dependerão da correção monetária do período, e quanto à alíquota do Imposto deRenda incidente sobre os juros, que varia conforme o prazo da aplicação, sendo retido no resgate.

Certificados de Depósito Bancário Pré-FixadoOs CDB's são títulos emitidos e garantidos por Bancos Comerciais, Bancos de Investimentos e

Bancos de Desenvolvimento: os investidores podem adquiri-los em agências bancárias, sociedadescorretoras e distribuidoras de valores.

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São nominativos endossáveis, podendo ser endossados em branco, tornando-se, portanto, aoportador --- e seu rendimento pode ser pago mensal, trimestral, semestralmente ou até no momentodo resgate, mas a rentabilidade de um CDB-pré é definida já no momento da aplicação, quandotambém o Imposto de Renda já será descontado, em alíquota que variará de acordo com o prazo daaplicação.

Certificados de Depósito Bancário Pós-FixadoOs CDB-pós são semelhantes aos CDB-pré, diferenciando-se nos rendimentos, pois, embora

paguem juros previamente determinados, o rendimento final dependerá da definição da correçãomonetária do período, enquanto no CDB-pré a remuneração total é definida no momento da aplicação,estimando-se uma taxa, que englobe correção (estimada) e juros.

Outra diferença está no pagamento do Imposto de Renda, que só e retido (e na fonte) porocasião do resgate.

Os Depósitos da Caderneta de PoupançaEstes também são depósitos: rendem para o investidor a correção monetária do período, mais

juros de 0,5% ao mês. 0 depositante (investidor) não pode sacar antes do vencimento do períodomínimo de 30 dias, sob pena de perder os juros e a correção monetária dos dias já transcorridos.

Os "Depósitos Judiciais"Os bancos podem acolher, por ordem do Poder Judiciário, valores para depósitos em conta de

uma das partes que estejam litigando na Justiça. Tais depósitos são comuns em muitos tipos decausas, ficando a sua liberação, a favor de um dos litigantes, determinada pelo juiz.

Para o acolhimento do depósito judicial, necessária se fará a ordem judicial, expedida peloCartório de Ofício e que, por praxe, é acompanhada de uma "guia" na qual devem constar o nº doprocesso e o nome das partes litigantes, além de outras informações complementares.

O depósito poderá ser feito em dinheiro ou cheque. Ao depositante deve ser fornecido um"recibo" autenticado, para comprovar que ele fez o depósito. Normalmente, tal "recibo" é uma das viasda própria guia de recolhimento (depósito).

Após o recebimento, esse depósito passa a render juros e correção monetária, nos mesmosmoldes da Caderneta de Poupança, ou seja, rendimentos calculados com base na TRD (TaxaReferencial Diária) mais juros de 0,5% ao mês.

Se, por decisão do juiz, o depósito e os rendimentos forem pagos a uma das partes até 60(sessenta) depois do depósito, incidirá o Imposto de Renda, devido ao Governo Federal, à alíquota de30%, então, corresponderá a 1,5% sobre os juros (totalizando um desconto de 31,5% somente sobreos juros).

No caso em que a retirada se der após mais de 60 dias, a alíquota do Imposto de Renda será de25%. Nesse caso, então, o Adicional de 5% sobre o valor do imposto, corresponderá 1,25% sobre osjuros. O total descontado será, pois, de 31,25% (somente sobre os juros).

Em qualquer caso, para retirar o depósito, será necessário apresentar a autorização judicial,acompanhada de guia emitida pelo Cartório onde corre o processo.

O pagamento do depósito, correção e juros ser feito pelo Banco à pessoa indicada pelo juiz ouao seu advogado/procurador, mediante recibo. Pode ser feito por cheque de emissão do próprio Banco(chamado de "Cheque Ordem de Pagamento") ou através de crédito em conta corrente, se forcorrentista, ou, ainda, em dinheiro.

Confira agora um modelo de depósito bancário:

8. Produtos e Serviços Financeiros:Cobrança e Pagamento de Títulos e Carnês

A cobrança bancária tem por finalidade processar mediante registro a cobrança de títulosentregues ao Banco através de borderaux de cobrança, referentes ao faturamento das empresas.

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Para tal são emitidos bloquetes e entregues aos sacados, ficando o Banco incumbido docontrole, acatando sempre que solicitado pelo cedente instruções para alterações de cobrançanecessárias.

Os bloquetes são emitidos em substituição às duplicatas, notas promissórias, letra de câmbio,recibos ou cheques e têm o poder de circular pela câmara de compensação. Devido à enormeconcorrência e à necessidade de qualificar cada vez mais o produto, foram criados diferentes esofisticados tipos de cobrança baseados na tecnologia dos recursos da informática.

O fluxo de cobrança bancária se resume: no cedente (quem vende), no sacado (quem compra) eno banco, que faz a intermediação da operação, recebendo o valor do sacado e repassando aocedente.

Os Bancos oferecem diversas formas de procedimentos, os quais tem custos diferenciados paraos cedentes, podendo-se utilizadas das modalidade a seguir:

- convencional;- cobrança pré-impressa sem registro;- cobrança pré impressa com registro;- cobrança escritural;- cobrança por teleprocessamento.A cobrança de títulos é de suma importância aos bancos comerciais, pois estreitam relações

entre o banco e as empresas.

8. Produtos e Serviços Financeiros:Transferências Automáticas de Fundos

É uma prestação de serviço, onde o banco, automaticamente, movimenta as contas do cliente,mediante prévia autorização, entre uma ou mais contas em uma ou mais agências do banco.

A transferência - débito de uma conta de aplicação para a conta corrente, ou vice-versa, tantopode ser feita, programadamente (agenciada), quando mediante ordem direta do correntista.

É, ainda, possível, que a transferência automática de fundos se processe em razão danecessidade suprimento da conta-corrente: sempre que esta estiver carente de provisão, deverá obanco sacar de algum fundo e supri-ia.

Pagamentos de Títulos e CarnêsO pagamento de títulos tem o mesmo tratamento que o recebimento. O banco executa todo o

fluxo de pagamento do cliente, através do débito em conta, documento de crédito ou ordem depagamento e o informa de todos os passos executados.

8. Produtos e Serviços Financeiros:Arrecadação de Tributos e Tarifas Públicas

A arrecadação de Tributos e Tarifas Públicas é um serviço prestado às instituições públicas, emregra por força de acordos e convênios específicos, que estabelecem as condições de arrecadação erepasse desses tributos/tarifas.

Para os entes estatais a vantagem é a facilitação da arrecadação, à medida que o contribuinteterá maior facilidade para o pagamento, o que contribui, decisivamente, para o adimplemento pontualdos débitos. Acresça-se, ainda, que a centralização da arrecadação em determinados Bancos facilita ocontrole de caixa e dos débitos dos contribuintes.

Para os bancos também há vantagens: se de um lado despende com a estrutura de suamáquina para um serviço em favor da Entidade Pública, de outro lado recebe um fluxo maior derecursos, que permanecem em seu caixa - além, é claro, de ser um fato de aproximação, senão até deexpansão, de sua clientela.

8. Produtos e Serviços Financeiros:Dinheiro de Plástico

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O dinheiro já assumiu muitas formas diferentes, de conchas a moedas, primeiro cunhadas nascostas do Mar Egeu em 600 a.C., seguidas por cédulas e cheques e, mais recentemente por cartõesde plásticos, conforme Revista Exame, edição 652 de 27.12.1997, página 36, reportagem assinada porMatthew Valencia, jornalista financeiro do The Economist.

O dinheiro de plástico será liderado pelos cartões inteligentes (smart cards) ou cartões dearmazenamento, semelhante aos cartões de crédito na sua aparência, eles contêm microchips quearmazenam unidades digitais de valor que podem ser trocadas por bens e serviços, como o dinheirotradicional.

Esses cartões também são conhecidos por carteiras eletrônicas, tem o seu melhor uso comosubstituto do dinheiro em transações de pequeno porte. Os Banco já estão testando a idéia em todo omundo, inclusive no Brasil.

Cartões MagnéticosOs cartões magnéticos são utilizados para saques, extratos, autorizações para resgates e

aplicações entre contas correntes e investimentos.Muitas vezes substituem os cheques, pois em locais com equipamentos de transferência

eletrônica de fundos, são utilizados como forma de pagamento.O cartão tende a se tornar um cheque eletrônico, com grande vantagem de redução de custo

para os bancos, garantia de recebimento pelos estabelecimentos comerciais, rapidez nas operaçõesde venda e eliminação das consultas prévias sobre a saúde financeira dos clientes, com economia decustos e de tráfego telefônico.

Cartões de Débito - (Private Labels)Este cartão foi idealizado para garantia de venda, isto é, garante ao recebedor o crédito

previamente aprovado para o usuário do cartão, que é um cliente preferencial.Há uma cobrança de juros sobre o saldo devedor no momento em que é efetuada a compra.

Mas esse cartão poderá oferecer prazos, carências e taxas mais baixas do que as praticadas nomercado.

Cartões de CréditoOs cartões de crédito são uma forma dos clientes adquirirem bens ou serviços, com a facilidade

de terem um prazo para o seu pagamento, muitas vezes no valor à vista. E para quem vende há agarantia do recebimento da venda, havendo um estímulo no crescimento da aceitação desse cartão,apesar de suposta desvantagem pela demora no repasse do valor da venda.

Existem dois tipos de cartões de crédito, quanto ao usuário: de pessoa física ou empresarial; equanto à utilização: nacional ou internacional.

Cartões InteligentesSão cartões dotados de processador e módulo de memória, que além de reunir as

características de todos os cartões já mencionados, possuem um chip embutido, para realizarinternamente as operações e suportar um volume de dados 200 vezes maior. Executa funções extrasde segurança: criptografia, vários níveis de licença de acesso, etc.

Além de incorporar múltiplas funções como instrumento de operação financeira, conter áreaspré-gravadas (funções de stored card com fundos predefinidos) e áreas de livre gravação paratransações financeiras em geral, admitindo também a criação de áreas só para leitura.

Podem atualizar automaticamente valores e suportar aplicações não bancárias, com agendaeletrônica, ficha médica, carteira de documento, curriculum vitae e outros.

Cartão de AfinidadeÉ um cartão de crédito em que grupos, organizações, associações, clubes e afins exibem sua

marca ou logotipo.O Cartão de Afinidade possui as características de um cartão de crédito, porém oferta privilégios

ou serviços extras, que o grupo ao qual o cliente pertence houver contratado.

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8. Produtos e Serviços Financeiros:Cartões de Crédito

A modernidade fez da pecúnia uma coisa obsoleta. Os cartões de crédito têm hoje maior poderliberatório que qualquer moeda, sendo mesmo o preferido nas transações comerciais, pela maiorfacilidade e segurança, que propicia aos contratantes.

Há por trás de um cartão de crédito vários contratos, imprescindíveis à sua utilização:primeiramente, um contrato de crédito entre a entidade financeira e o usuário; depois, um outrocontrato de crédito entre o comerciante e a entidade financeira; e, finalmente, o contrato entre ousuário e o comerciante, em que o pagamento será feito como débito no cartão de crédito.

A entidade financeira é denominada "emissor", enquanto o comerciante (ou prestador deserviços), a que o aceitará, se chama "fornecedor", e o usuário é o "titular do cartão".

Ao emissor cabe a tarefa de dar lastro ao crédito, pois sua obrigação será pagar o fornecedor,ainda que não receba do "titular do cartão": é dele o maior risco da operação, razão por que lhe caberáo zelo de não conceder o crédito a que o não mereça. Naturalmente, será remunerado não só pelotitular do cartão, como também pelo fornecedor, já que concede crédito ao primeiro e facilita a vendapara o segundo.

O titular do cartão é o beneficiário do crédito concedido pelo emissor, e haverá de ser pessoamaior e capaz, para poder assumir as obrigações financeiras conexas ao uso do cartão, desde opagamento das despesas, que fizer, até o pagamento do custo do crédito, que lhe foi dado peloemissor.

É oportuna a consideração de que no contrato entre o titular e o emissor há previsão dapossibilidade de o débito ser parcelado, porém, respondendo o devedor por pesados juros.

Finalmente, o fornecedor (vendedor ou prestador de serviço) assume perante o emissor aobrigação de aceitar o valor do preço da mercadoria vendida ou do serviço prestado, mediante aapresentação do cartão de crédito pelo usuário: será preenchido um documento, devidamenteassinado pelo titular do cartão, que produzirá o crédito do fornecedor junto ao emissor (desse créditoserá descontada uma comissão de remuneração do emissor por ter intermediado o negócio).

Embora os fornecedores - de regra – obriguem-se a aceitar os cartões e não lançarem no preçoda mercadoria/serviço qualquer acréscimo, a realidade do mercado tem mostrado uma distorçãocontratual, pois àqueles que pagam em cash (dinheiro) ou em cheque, alguns comerciantes concedemdesconto (não raro em valor superior ao da comissão, que pagarão à financeiras emissoras de cartão):é que só receberão do emissor algum tempo depois, e muitas vezes têm necessidades de caixa(pagamento de duplicatas, funcionários, etc), que antecedem àquela data do recebimento.

Natureza Jurídica dos Cartões de CréditoO cartão concede crédito ao titular e facilita o negócio (venda ou serviço) para o fornecedor: é

pois uma contratação acessória, que constitui relevantíssima prestação de serviço ao negócioprincipal, entre o usuário e o comerciante (ou prestador de serviços).

Dessa natureza de prestação de serviços decorre que o emissor se sujeitará à incidência doI.S.S. sobre suas operações todas, conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal (decisão emRecurso Extraordinário nº 75.952-SP).

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PRODUTOS E SERVIÇOS FINANCEIROS:DEPÓSITOS À VISTA

São contas de depósito à vista em conta corrente, com livre movimentação por meio de ordense cheques. São classificadas em Pessoas Físicas (individual ou conjunta) e Pessoas Jurídicas,podendo acolher depósito em dinheiro ou em cheque. Por ocasião da abertura se faz necessáriocomprovar a idoneidade do depositante, e o pagamento de ordens e cheques está condicionado aexistência de saldo.

DEPÓSITOS A PRAZO (CDB E RDB)Captação de recursos a prazo, remuneráveis a taxa de mercado. e resgatáveis em prazos

preestabelecidos na aplicação com ou sem emissão de certificado. São dois os tipos de deposito aprazo:RDB - Recibo de Deposito BancárioCDB - Certificado de Depósito Bancário

LETRAS DE CÂMBIOA Letra de Câmbio é um título emitido pelo credor (sacador) determinando ao devedor (sacado)

o pagamento de um valor em um certo prazo. Esta determinação pressupõe uma obrigação anteriorassumida pelo devedor. Se este reconhecer a obrigação "aceitará" a letra.

No caso das Financeiras a Letra de Câmbio funciona através das seguintes etapas:1 - A Financeira abre um crédito ao cliente ou mutuário, já que é o credor no contrato.2 - O mutuário emite contra a Financeira Letras de Câmbio, já que é o credor no contrato.3 - A Financeira "aceita" as Letras de Câmbio e as coloca no mercado. Para o comprador das letrasnão interessa o emissor (sacador) mas sim o devedor (sacado) que é a Financeira.4 - No vencimento o portador da letra resgata-a na Financeira.

Como vimos o sacador é o próprio financiado (mutuário). Entretanto posteriormente surgiu afigura do "interveniente sacador" que é uma espécie de procurador do mutuário para desburocratizar oprocesso de emissão da letra. O interveniente sacador geralmente é uma empresa ligada à própriaFinanceira.- Garantias ao investidor - o portador da Letra de Câmbio tem a garantia da Financeira que a aceitou,além da garantia dos sacadores das mesmas que são os financiados. Estes, cadastrados pelaFinanceira, oferecem a elas garantias diversas, além de avais.- Prazos e juros das L.C.'s - as Letras de Câmbio devem ser emitidas sempre de acordo com ascondições do financiamento concedido para evitar problemas no fluxo de caixa da Financeira. Devehaver compatibilidade de prazos. Em relação aos juros a taxa paga ao investidor deve ser inferior àtaxa utilizada no financiamento, sendo que o "spread" obtido é o lucro da Financeira. São proibidasoperações de financiamento sem o "lastro" das Letras de Câmbio.- Outras fontes de recursos - as Financeiras podem obter empréstimos em outras instituiçõesfinanceiras. A forma mais comum é a cessão de suas carteiras ou parte delas quando necessitam decaixa.

COBRANÇA E PAGAMENTO DE TÍTULOS E CARNÊSCobrança Integrada: Os recebimentos de uma empresa alimentam seu fluxo de caixa.

Modalidades da Cobrança IntegradaA Cobrança Integrada opera com diversas modalidades de cobrança para atender às

necessidades de micro, pequenas, médias e grandes empresas.- COBRANÇA SIMPLES SEM REGISTRO - Destina-se à cobrança de Duplicata Mercantil-DM,Duplicata de Serviço-DS, Nota Promissória-NP, Letra de Câmbio-LC, Warrant, Nota de Seguro eApólice de Seguro, emitidas em moeda corrente ou em unidades variáveis onde o Banco atua comomandatário da empresa, prestando serviço de recebimento de títulos. A operação mercantil não ficaregistrada no Sistema Corporativo do Banco. Não admite instruções.

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- COBRANÇA SIMPLES COM REGISTRO - Destina-se à cobrança de Duplicata Mercantil-DM,Duplicata Rural-DR, Duplicata de Serviço-DS, Letra de Câmbio, Nota de Débito-ND, Nota Promissória-NP, Recibo-RC e Warrant-WR, emitidas na moeda corrente ou em unidades variáveis, onde o Bancoatua como mandatário da empresa, prestando serviço de recebimento de títulos. A operação mercantilfica registrada no Sistema Corporativo do Banco. Permite ao cliente baixar, modificar os dados dostítulos registrados, através de instruções, bem como o adiantamento de recursos sobre títulosregistrados.- COBRANÇA DESCONTADA - Destina-se à cobrança de Duplicata Mercantil-DM, Duplicata deServiços-DS e Letra de Câmbio-LC emitidas em moeda corrente, com adiantamento dos recebíveisatravés da venda dos títulos ao Banco, mediante aplicação de taxa de desconto. Permite ao clientebaixar e modificar os dados dos títulos registrados através de instruções.- COBRANÇA CAUCIONADA - Destina-se à cobrança de Duplicata Mercantil-DM, Duplicata deServiços-DS, Nota Promissoria-NP e Letra de Câmbio-LC e Warrant emitidas na moeda corrente eentregues em garantia de operação de crédito ou como mecanismo de autoliquidez. Permite ao clientebaixar e modificar os dados dos títulos registrados, através de instruções.- COBRANÇA PRÊMIO DE SEGURO (Exceto micro e pequenas empresas) - Destina-se à cobrança deApólice de Seguro-AP e Nota de Seguro-SG, com recolhimento automático do IOF na liquidação,emitidas na moeda corrente. Permite ao cliente modificar, em algumas situações, os dados dos títulosregistrados no Sistema Corporativo do Banco.- COBRANÇA FINANCIADA VENDOR - Destina-se à cobrança de Duplicata Mercantil-DM, Duplicatade Serviços-DS e Letra de Câmbio-LC, emitidas na moeda corrente onde o Banco adianta os recursospara o vendedor (cedente) e os encargos financeiros são repassados para o comprador (sacado).Permite ao cliente baixar e modificar os dados dos títulos registrados através de instruções.

TRANSFERÊNCIAS AUTOMÁTICAS DE FUNDOSOs elevados investimentos em tecnologia realizados pelos bancos permitiram aumentar de

forma expressiva os postos de atendimento eletrônico à disposição dos clientes. O número dessasdependências cresceu rapidamente, multiplicando as opções de serviços e ampliando fortemente ohorário de atendimento.

O número de agências físicas e de postos tradicionais também voltaram a crescer, refletindo acompetição cada vez mais intensa por clientes no mercado bancário.

Investimento em informática e telecomunicação crescem continuamente.Os investimentos em tecnologia continuam aumentando em percentuais elevados para permitir

a ampliação da crescente demanda dos clientes por serviços com maior conforto, segurança eagilidade. Verifica-se um crescimento significativo da participação nos investimentos dos equipamentose linhas de comunicação e dos softwares. Os investimentos em hardware continuam representando omaior volume, mas sua participação mostra tendência declinante.

Transações crescem mais por meios eletrônicosO crescimento do número de contas correntes, os investimentos em equipamentos de

telecomunicações e de informática e o aumento no volume de serviços prestados se refletiram naelevação do total de transações. Merece especial destaque o crescimento das transações porcomputadores - via Internet ou home e office banking - por equipamentos de auto-atendimento e as deorigem interna, que são aquelas executadas pelo próprio banco para atender a demanda dos clientes -pagamentos programados, débitos de financiamentos, de tarifas etc.

Computador e telefone tornam serviços mais acessíveisPor permitirem o acesso a serviços bancários com conforto, agilidade, segurança e custos

menores, os telefones e os computadores transformaram-se em canais de importância crescente paraos bancos e seus clientes. Os elevados investimentos dos bancos em tecnologia e a ampliação doacesso da clientela aos serviços telefônicos e aos equipamentos de informática viabilizaram umaexpansão excepcional dos serviços prestados por intermédio desses canais.

COMMERCIAL PAPERS - (Notas Promissórias)

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São títulos de curto prazo que as empresas por sociedades anônimas (S.A.) emitem, visandocaptar recursos no mercado interno para financiar suas necessidades de capital de giro. É umaalternativa às operações de empréstimos bancários convencionais, permitindo geralmente umaredução nas taxas de juros pela eliminação da intermediação financeira bancária (spread). Oscommercial papers imprimem ainda maior agilidade às captações das empresas, determinada pelapossibilidade de os tomadores negociarem diretamente com os investidores de mercado (bancos,fundos de pensão, etc.). As instituições financeiras, as sociedades corretoras e distribuidoras devalores mobiliários e sociedades de arrendamento mercantil (empresas de leasing), não podem emitiresses títulos.

Os custos de emissão destes títulos são, em geral, formados pelos juros pagos aosaplicadores, comissões e despesas diversas (publicações, taxas de registro na Comissão de ValoresMobiliários, etc.). Os commercial papers negociados em Bolsas de Valores previstos na Instrução CVMn° 217, de 2-8-94, não estão sujeitos à tabela de corretagem adotada pelos membros das Bolsas deValores

Os commercial papers costumam ser negociados com descontos, sendo seu valor de facepago por ocasião do resgate. Os títulos podem ser adquiridos no mercado ou por meio de fundos deinvestimentos. Eles podem ser transferidos de titularidade mediante endosso em preto e o IE (índice deendividamento) da empresa emissora não poderá exceder a 1,2. A empresa emissora deverá possuirregistro atualizado junto à CVM.

ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS E TARIFAS PÚBLICASMaior controle, comodidade e maximização de recursos na arrecadação de tributos e tarifas

públicas. A facilidade e conveniência para os contribuintes pagarem. Para o administrador público, aprecisão e agilidade tanto no recebimento da informação de quem pagou quanto no crédito parafacilitar a implantação de instrumentos de controle e previsão da receita de arrecadação.

Através de meios eletrônicos e da captura do código de barras nas guias, o banco disponibilizatoda a sua tecnologia para facilitar a vida do administrador e de seus contribuintes.

Vantagens para o órgão Público e para os contribuintes:- Informa de maneira precisa, rápida e em horários flexíveis quem efetuou pagamento através detransmissão de arquivos;- Facilita a gestão da receita tributária realizada;- Diminui os custos de arrecadação pelo pagamento dos tributos na rede bancária, através do autoatendimento ou por débito automático;- Ajuda na previsão de arrecadação;- Reduz os custos administrativos devido à racionalização de processos;- Aumenta a satisfação da sociedade pela conveniência, praticidade e agilidade;

HOME/OFFICE BANKING - REMOTE BANKING BANCO VIRTUAL - DINHEIRO DE PLÁSTICOUm dos serviços de home banking oferecidos por quase todos os bancos são as operações por

telefone. Discando para uma central - cujo telefone muitas vezes é um DDG (Discagem Direta Gratuita)-, o correntista tem acesso a diversos serviços bancários. Basta digitar os números da agência, daconta e da senha para receber informações básicas, como saldo e últimos lançamentos em contacorrente, desbloquear talões de cheques e até fazer aplicações.

Em operações mais simples você nem fala com um operador, apenas segue instruções do tipo"disque 1 para saldos, disque 2 para desbloquear cheques". Para outras operações mais complexas,um funcionário do banco entra na linha.

O acesso via computador acontece de duas formas: ou pela Internet ou por meio de modem,utilizando-se nesse caso um software próprio fornecido pelo banco. A única diferença é a forma deconexão, mas o conteúdo é basicamente o mesmo.

O sistema funciona o tempo todo, oferecendo uma enorme flexibilidade de horário. Opagamento de contas, por exemplo, pode ser feito após o fechamento das agências - o limite variaconforme o banco, mas em geral fica entre 21 h e 22h. E a segurança desse tipo de operação é umadas maiores preocupações dos bancos. Eles garantem que até os sites da Internet são bem

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protegidos. A maioria das fraudes acontece por descuido do correntista, que acaba revelando suasenha a estranhos.

Para acessar o Internet Banking basta que você tenha um computador ligado à Internet por umprovedor de acesso.

O acesso ao Internet Banking segue rígidos controles de segurança, pois utiliza a maismoderna tecnologia de segurança eletrônica do mercado. As transações passam por processo decriptografia eletrônica de 128 bits, que transforma as mensagens em códigos secretos, o que dificultaque as informações sejam decifradas por terceiros.

Mantendo sua senha em absoluto sigilo e evitando cadastrar senhas consideradas óbvias, taiscomo: datas, números de telefone, placas de veículos, números repetidos ou seqüenciais (1111,1234,...) etc. Você pode realizar, ou agendar para data futura, o pagamento de títulos bancários,serviços públicos, DARF, GPS, cartões de crédito, transferências entre contas, entre outras opções.

Tarifas: O uso do Internet Banking normalmente é gratuito.Cookies: são pequenas quantidades de dados enviadas do servidor web para o seu

computador. Eles possibilitam o uso total dos serviços na Internet. Para acessar alguns dos serviços dosite, como as Simulações e o Internet Banking, você precisa habilitar o recebimento de cookies o quedepende da versão do seu navegador.

Serviços disponíveis:Conta Corrente: saldo, extrato diário, extrato semanal, extrato mensal e transferências entre contas(imediatas ou agendadas). Todos estes serviços são online, ou seja, atualizados com a posição nomomento da consulta.Poupança: saldo, extratos e transferências entre contas, desde que a Conta Poupança origem estejavinculada à Conta Corrente utilizada para acessar o Internet Banking.Pagamento de Serviços Públicos: pagamento de água, luz, telefone, gás de empresas conveniadas.Pagamento de Títulos: pagamento de títulos bancários do banco e de outros bancos.Pagamento de DARF (Documento de Arrecadação da Receita Federal).Pagamento de GPS (Guia da Previdência Social).DOC Eletrônico: transferência de valores para outros bancos (tipo E - titularidade diferente e tipo D -mesma titularidade).Possibilidade de consulta e impressão dos avisos de lançamentos dos pagamentos e transferênciasrealizados, com possibilidade de alteração e exclusão dos pagamentos e transferências agendadospara o futuro.Investimentos: comando de aplicações e de resgates em Fundos de Investimento, investimento

programado, posição, extratos e posição consolidada de todos os fundos nos quais vocêpossui investimentos, bem como consulta à rentabilidade dos principais Fundos de Investimento.Empréstimos: solicitação de empréstimos, com possibilidade de simulações das operações.Cartões de Crédito: possibilidade de pagar suas faturas de Cartões de Crédito; Consultar o extrato doscartões de crédito.Serviços: índices econômicos, demonstrativo de Imposto de Renda, alteração de senha, cancelamentode assinatura, consulta ao Termo de Uso do Internet Banking, cadastramento e manutenção de seusdébitos automáticos de empresas conveniadas, cadastramento para receber informações financeirasno celular, pager, e-mail e Palm Pilot (este último com possibilidade de comandar e agendartransferências entre contas e pagamentos de títulos bancários do banco e de outros bancos), recargapara celular do tipo "Pré-Pago" e desbloqueio do módulo financeiro para efetuar transferências,pagamentos e demais operações financeiras.

DINHEIRO DE PLÁSTICOO chamado "dinheiro de plástico" (cartões de crédito e de débito) experimentou crescimento

significativo no Brasil desde a estabilização da economia com o plano Real, em 1994, tendência queainda permanece. Antes uma ferramenta utilizada mais por pessoas com rendas superiores, nosúltimos anos chegou também às faixas de renda mais baixas e ocupa cada vez mais o espaço do papelnas transações financeiras.

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Historicamente, o uso de cartões no Brasil era insignificante, na comparação com outrospaíses de economia estável. Isso ocorria devido à alta inflação, que fazia com que estabelecimentoscomerciais desprezassem a alternativa de pagamento por cartão, já que parte de seus lucros seriamcorroídos pela inflação até a data de receber a importância pela venda de um produto.

SMART CARDO Internet Banking já permite que você movimente sua conta e faça todo tipo de transações

financeiras sem sair de casa. Mas e na hora de fazer um saque? Do jeito que o sistema funciona hoje,a comodidade acaba aí. Ainda é preciso sair à rua e procurar o caixa eletrônico mais próximo parapegar dinheiro. Seria possível pegar dinheiro sem sair de casa? Sim e, ao que tudo indica, em breveestará nas mãos de todo mundo. Só que em vez do papel-moeda, será dinheiro de plástico e silício: osmart card.

Com um chip embutido no seu corpo - que lembra cartões de crédito comuns - o smart card é asaída escolhida por grandes bancos para automatizar até mesmo o dinheiro utilizado no dia-a-dia dousuário. Imagine só: nada melhor do que tomar um cafezinho, comprar o jornal e pagar sua passagemde ônibus para o trabalho sem ter que se incomodar com troco e moedas, usando sempre o mesmocartãozinho.

A grande novidade, no entanto, é a possibilidade de se carregar com dinheiro os smart cardspela Internet. Os usuários precisarão de um terminal de leitura para que possam recarregar seuscartões de casa, através do PC.

Existe também a possibilidade do usuário poder transferir o valor de dinheiro real para dentrodo cartão inteligente. A operação é feita da seguinte forma: depois de inserir o dinheiro em cédulas poruma entrada, o valor exato é repassado eletronicamente para o chip do smart card, que foi colocado,simultaneamente, em outra entrada. "Esse tipo de transferência facilita o pagamento de quantiaspequenas e "quebradas" , como centavos, sem preocupações com o troco. Basta colocar o cartão namáquina, que o monitor mostra os tipos de operações possíveis: desde carregar o smart card até umasimples consulta ao saldo. O cliente deve, então, digitar sua senha, pedir o valor a ser carregado econferir se o montante foi mesmo transferido para o cartão. Depois dessa etapa, o cliente retira ocartão do banco e coloca o smart card no caixa eletrônico, para onde é feita a transferência de fundospropriamente dita. Para terminar, o usuário deve retirar um comprovante da transferência.

CONCEITOS DE CORPORATE FINANCEA área de Corporate Finance é responsável pelas atividades de Underwriting, Fusões e

Aquisições, Repasse de Recursos do BNDES e Administração de Recursos de Terceiros.A Diretoria de Underwriting está estruturada para desenvolver operações de emissões públicas

e privadas, de renda fixa e renda variável, nos mercados doméstico e externo.O já comentado grau de incertezas que marcou o ano de 2002 levou a uma concentração dos

negócios de mercado de capitais durante o 1o semestre do ano, que mais uma vez foram centrados emoperações de renda fixa no mercado local. Contribuiu ainda para a concentração dos negócios nomercado local o baixo interesse de investidores estrangeiros por investimento atrelados ao risco Brasil,bem como a disparada da cotação do dólar frente ao real.

Num mundo caracterizado pela mudança contínua, a integração global de mercados e aconsolidação setorial, o Departamento de Corporate Finance distingue-se pela sua independência,rigor e capacidade de propor soluções inovadoras aos seus clientes. Os serviços são assegurados poruma equipe dinâmica de profissionais com competências nas diversas áreas de assessoria financeira ecom uma experiência internacional considerável.

Os Colaboradores que integram o Departamento de Corporate Finance têm a oportunidade deassessorar clientes numa diversidade de operações, nomeadamente:- Aconselhamento a clientes em fusões e aquisições.- Estruturação de operações de financiamento de empresas e de projetos.- Avaliação de empresas.- Assessoria em processos de privatização.- Assessoria financeira estratégica.

FUNDOS MÚTUOS DE INVESTIMENTO

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Os fundos mútuos de investimento funcionam como uma sociedade de investidores,organizada por uma instituição financeira ou por um administrador de recursos. Nesta sociedade, cadainvestidor entra com o dinheiro que quiser investir, comprando cotas da carteira que tem o perfildesejado. E depois sai do investimento vendendo estas cotas.

Seu ganho ou prejuízo estará expresso na diferença de preço entre a compra e a venda dastais cotas. Os fundos apresentam diversas vantagens, especialmente para o pequeno investidor,porque permite um maior rendimento por tipo de aplicação e uma maior diversificação das aplicações,com potencial redução do risco.

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHOA avaliação de desempenho dos fundos de investimento deve sempre considerar a

rentabilidade obtida pela carteira por unidade de risco. A rigor, este é o sistema correto de avaliação dedesempenho de qualquer investimento. Não basta pensar no nível de retorno esperado se o cliente nãoconhece o risco do investimento.

Por isso, os rankings que consideram apenas a rentabilidade são insuficientes, embora aindasejam de uso bastante comum. A meta de qualquer investidor é escolher fundos e ativos que tenhammaior retorno por unidade de risco. Ou, em outras palavras, que garantam um nível de retorno commenor risco. O gestor deve ter a preocupação de garantir retorno compatível com o nível de riscoaceito pelo investidor.

CLASSIFICAÇÃOExistem várias classificações formais e informais para os fundos de investimento. O importante

é o investidor entender os conceitos necessários para avaliar suas aplicações. Vale lembrar que alegislação que classifica os fundos de investimento sofre constantes atualizações. Mais um motivo paratentar entender melhor os conceitos.

De forma mais genérica, os fundos de investimento podem ser divididos em dois grandesgrupos: renda fixa e renda variável. Desta classificação, de imediato surge uma terceira possibilidade:os fundos mistos, que misturam numa única carteira ativos de renda fixa e renda variável (tambémchamados de multiportfólio ou multicarteira).

A legislação atual dá uma liberdade grande aos gestores na composição da carteira, de formaque um fundo de renda fixa pode ter até 49% em ações. E uma carteira de ações pode ter até 49% emrenda fixa. Por isso, o quotista deve estar atento ao regulamento do fundo mais do que aos nomesgenéricos que as instituições apresentam ou mesmo a classificação oficial da carteira.

FUNDOS DE RENDA FIXAOs fundos de renda fixa concentram suas operações com títulos que pagam juros, sejam

prefixados ou pós-fixados. Também é possível obter rendimento similar aos juros pós-fixados comoperações nos mercados futuros e de derivativos. Os fundos de renda variável concentram suasoperações em ativos que não sejam títulos de renda fixa, especialmente ações, ou qualquer outro ativoque tenha rendimento variável.

Novamente, o quotista precisa ter muita atenção. Fundos fiscalizados pelo Banco Central, osFIFs (Fundos de Investimento Financeiro), genericamente chamados de renda fixa, podem ter um pesogrande de derivativos e papéis de renda variável, ou estarem vinculados à ativos atrelados ao câmbio(fundos cambiais).

Neste ponto é preciso explicar claramente que uma coisa é o conceito, renda fixa e rendavariável, outra coisa é a prática do mercado. A rigor, fundos derivativos e multiportfólio s são de rendavariável, mas estão sob a fiscalização do Banco Central dentro do grupo dos FIFs.

De forma menos técnica, é comum o mercado dizer que os FIFs são carteiras de renda fixa,mas nem sempre. No grupo de FIFs temos carteiras com perfil de renda fixa, e carteiras com elevadaconcentração de risco e papéis diversos, de renda variável, incluindo derivativos.

Tentando esclarecer melhor o investidor sobre nível de risco, o Banco Central exige que asinstituições classifiquem os FIFs em referenciados, não referenciados e genéricos. Os fundosreferenciados são os de menor risco (menor oscilação). Seu desempenho deve seguir um determinadoreferencial. O administrador deve compor a carteira com no mínimo 95% em ativos ou operações quepossam proporcionar rendimento próximo ao do referencial. O investidor ainda pode perder, mas commenor probabilidade. Desta carteira, 80% deve ser de títulos públicos federais e privados de baixorisco.

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No caso dos fundos não referenciados, a carteira não precisa de um referencial de rendimento,como o próprio nome diz. A carteira também deve concentrar 80% em títulos federais ou privados debaixo risco, mas a carteira pode ter um pouco mais de risco à medida que não há um referencial fixo.Estes fundos podem até aplicar em derivativos (mercados futuros), com a finalidade de proteger acarteira (operações de hedge). Mas estas operações devem estar limitadas ao património do fundo. Arentabilidade destas carteiras pode ser maior que os referenciados, mas também o risco é maior.

Os fundos genéricos, por sua vez, têm uma administração livre. Por isso mesmo, os riscos sãomaiores. O investidor pode perder tudo o que colocou e ainda ser obrigado a colocar mais dinheiro, seo fundo tiver prejuízos com as operações. O problema é que nesta classificação também podem estarfundos com administração mais conservadora. O problema vai ser o enquadramento de compramínima de títulos, e o fato de ter ou não um referencial fixo. Então é preciso conhecer a política deinvestimento do fundo para saber se um genérico tem ou não maior risco. Neste grupo devem seenquadrar os chamados fundos multiportfólio e de derivativos, dependendo da composição dascarteiras.

FUNDOS DE AÇÕESOs fundos fiscalizados pela CVM, por sua vez, são chamados Fundos de Investimento em

Títulos e Valores Mobiliários, sempre de renda variável, embora também possam ter grandeconcentração de aplicação em renda fixa ou mesmo derivativos. Neste grupo, o nome do fundo devesempre indicar qual o valor mobiliário que é o principal foco de investimento (principal ativo). Por isso,no caso da carteira concentrar ações, será chamado Fundo de Investimento em Ações.

Vale lembrar que existem outros valores mobiliários, como as cotas dos contratos de parceriade engorda de animais e certificados audio-visuais. Os fundos de renda variável fiscalizados pela CVMnão são classificados por risco, embora o administrador precise indicar claramente no prospecto e noregulamento o nível de risco que o investidor está correndo. Informalmente, os administradorescostumam falar em conservador, moderado e agressivo, a partir do critério crescente de risco, mas nãoé uma classificação formal.

Também informalmente se fala em fundo "tarja preta", para aqueles que carregam muito risco,mas não há uma definição formal sobre nível de risco, nem esta é uma classificação legal. Oadministrador, no entanto, precisa dar claros indicativos do nível de risco no prospecto do fundo.

Nos fundos de ações, o horizonte é o mesmo do investimento em ações, ou seja, de longoprazo. Embora o fundo permita o resgate diário (com ou sem dias de carência para o saque,dependendo do regulamento), o mais conveniente é fazer investimentos sem horizonte de saque.Quando se fala em longo prazo não significa colocar o dinheiro por um prazo definido, dois ou cincoanos, mas colocar o dinheiro sem prazo definido para resgate. Pode acontecer de o fundo ter umrendimento alto e suficiente no prazo de um ou seis meses, e o investidor querer mudar sua aplicaçãopor não confiar mais no potencial do fundo.

O importante é não entrar com um horizonte definido, porque pode acontecer de o fundo estardesvalorizado na data marcada de resgate. Por isso também, não se deve colocar o dinheiro no fundode ações e depois esquecer de acompanhar. É preciso ver como o investimento se comporta ao longodo tempo, o que mudou na conjuntura econômica do país e nas suas exigências pessoais para saberse mantém ou não na mesma carteira.

PRAZO DE RESGATEO prazo de resgate corresponde ao período que o investidor precisa aguardar para retirar seu

dinheiro, sem perder o rendimento. Pela atual legislação, os fundos não têm mais um prazo de resgate.Na legislação anterior, havia fundos que não pagavam rendimento para saques por prazos inferiores a60 dias. Hoje os fundos de renda fixa têm rendimento diário, porém penalizado por uma maiortributação se o saque acontecer antes de 29 dias corridos.

Nos fundos de ações, o prazo para saque dos recursos deve constar do regulamento do fundo.Regra geral é de 4 dias, sendo que o valor do resgate é pelo preço da cota no dia seguinte ao pedidode resgate. É costume o gestor solicitar uma carência de poucos dias para poder vender as ações epagar o resgate das cotas aos clientes. Mas também existem fundos de ações que permitem o saquediário.

REGULAMENTO E FISCALIZAÇÃO

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A fiscalização dos fundos, inclusive para garantir que seu regulamento está sendo seguido,bem como a legislação, é feita pelo Banco Central (no caso dos fundos de renda fixa e derivativos) epela Comissão de Valores Mobiliários (fundos de renda variável de títulos de valores mobiliários).

RISCOOs fundos de investimento tendem a oferecer carteiras com menor risco que ativos financeiros

similares. Isso é possível porque os fundos conseguem diversificar melhor suas aplicações.Um grande investidor pode aplicar seus recursos em vários tipos de ativo, de títulos públicos a

ações e imóveis, reduzindo seu risco. Mas pequenos e médios investidores não conseguem. Como ofundo reúne um volume expressivo de dinheiro, o administrador pode fazer uma diversificação que nãoseria possível ao pequeno investidor.

Desta forma, mesmo com pouco dinheiro, todos os quotistas de um fundo vão se beneficiardesta maior diversificação, que reduz o risco. Este conceito é fácil de entender quando se lembra doditado: Não coloque todos os ovos em uma única cesta!

SEGURO BANCÁRIO PROTEGE FUNDOS DE INVESTIMENTOO investidor precisa compreender que o fundo é um sistema de cotas, como se fosse uma

empresa. Logo, se o fundo faz uma aposta e perde, é preciso que os quotistas se unam para cobriresta perda. O Fundo Garantidor de Crédito, também chamado de seguro bancário, não cobre perdasde fundos de investimentos.

HOT MONEYNo mercado financeiro brasileiro, é o termo usado para operações de crédito voltadas às

empresas que precisam de capital de curtíssimo prazo (inferior a 30 dias).As empresas tomam dinheiro no hot money para cobrir eventual falta de caixa para suas

atividades.

CONTAS GARANTIDAS, CRÉDITO ROTATIVOCRÉDITO

As empresas precisam de maior flexibilidade de trabalho e de formas de conseguir dinheirorápido, para um investimento em capacidade produtiva, para pagar dívidas ou como capital de giro.

E as vantagens das empresas na área de crédito vão além de variedade, quantidade evelocidade de aprovação. Estão também na qualidade do crédito: juros menores do que os oferecidosàs pessoas físicas e prazos de pagamento mais adequados, em alguns casos com carência paracomeçar a pagar.

Isso acontece principalmente por três razões:1. empresas costumam ter mais garantias para oferecer ao banco;2. o banco considera menor o perigo de inadimplência de empresas por ter mais mecanismos decontrole sobre elas - a possibilidade de requerer a falência em caso de não-pagamento e a fiscalizaçãoda Receita Federal (CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica);3. há linhas subsidiadas de bancos oficiais, em condições mais favoráveis que as de mercado,repassadas pelos bancos de varejo.

Para uma empresa, tomar crédito é um caminho natural para investir e crescer. Existe apenasum cuidado a tomar: nunca endividar-se demais. Os parâmetros de endividamento devem ser o fluxode caixa da empresa (este precisa comportar os pagamentos) e os ativos do balanço patrimonial (ospassivos não devem superá-los). Portanto, se você é um pequeno empresário, não deixe de aproveitaras vantagens que lhe são oferecidas nesse terreno. Confira a seguir as principais linhas disponíveis nomercado e faça a escolha segundo a sua necessidade - para financiar investimentos ou capital de giro,para longo prazo ou curto prazo. O gerente de sua agência poderá ser um grande aliado nessemomento: cabe a ele defendê-lo diante do comitê de crédito do banco, o que reforça a importância deseu relacionamento com ele.

CONTA GARANTIDA

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É uma espécie de cheque especial. Trata-se de uma conta corrente com limite pré-aprovado,com juros menores do que os do cheque especial. Para essa conta, a empresa dá garantias comonotas promissórias (NPs), duplicatas ou cheques pré-datados. É uma alternativa interessante e rápidapara obter capital de giro.

Conta garantida com caução de cheque pré-datadoÉ uma alternativa de empréstimo que permite a abertura de crédito rotativo em conta corrente.

Para isso, é preciso dar como garantia cheques pré-datados, que ficam em poder da agência.

Cheque especial de empresaOs cheques especiais de empresas costumam ter limite de crédito maior e juros menores do

que os das pessoas físicas. São uma forma de ter dinheiro rápido e sem burocracia, para emergências.Além disso, quem consegue se planejar pode obter bons resultados. Suponha que você precise pagaro salário de seus funcionários no dia 5 e, por azar, um importante cliente pediu para lhe pagar só no dia10. Você fica sabendo disso com certa antecedência, então procura seu gerente e negocia a taxa dejuros do cheque especial por esse período. É bem possível que consiga reduzi-la expressivamente.

Desconto de notas promissórias, Duplicatas e Cheques Pré-DatadosEssa linha funciona da seguinte forma: a empresa entrega algumas duplicatas, NPs e cheques

pré-datados de terceiros para serem descontados no banco antes de seu prazo de vencimento. Obanco oferece um adiantamento (baseado nas taxas de juros do momento) sobre o valor dos papéis erepassa o dinheiro para a empresa. O banco só poderá descontar os papéis na data de vencimento.

Linhas de capital de giroExistem linhas específicas para capital de giro, com prazo mínimo de 30 dias, nas quais as

empresas colocam títulos como garantia. Podem ser NPs de terceiros, NP da própria empresa oumesmo um veículo leve. Diferentemente do desconto de NP, nesses casos o banco oferece um valorde empréstimo e os papéis ficam como garantia. Quando a dívida for quitada no banco, as garantiassão simplesmente devolvidas ao cliente.

Desconto de títulos em cobrançaPara as empresas que fazem cobrança bancária, é possível receber adiantado o dinheiro

correspondente aos papéis a serem recebidos pelo banco. Aqui também há um desconto sobre o valorprincipal dos papéis em poder do banco.

Adiantamento de Recebíveis de cartão de créditoO banco adianta recursos que serão cobertos com os recebíveis do cartão de crédito. A

empresa recebe o dinheiro com um desconto sobre o valor total a título de juros pela operação e obanco receberá sua parte no vencimento. Esse tipo de empréstimo também funciona como capital degiro.

FactoringAs empresas de comércio fazem factoring com os cheques pré-datados que recebem. Elas

entregam os cheques e recebem adiantado o dinheiro, com desconto. Essa operação pode ser feitacom empresas de factoring e algumas instituições financeiras. Procure a que tiver menor taxa dedesconto.

ConsórcioSistema de compra de qualquer bem a longo prazo. Serve tanto para pessoa física como

jurídica. Em ambos os casos, as condições são semelhantes.

FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE GIRO

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São as operações tradicionais de empréstimo vinculadas a um contrato específico queestabeleça prazo, taxas, valores e garantias necessárias e que atendem às necessidades de capital degiro das empresas.

O plano de amortização é estabelecido de acordo com os interesses e necessidades daspartes. O capital de giro é um fator crucial no dia-a-dia da tesouraria de uma empresa. Adequá-lo àsnecessidades qualitativas e quantitativas, bem como otimizar seu custo de oportunidade entre asinúmeras formas de financá-lo, pode representar a diferença entre a liquidez e a insolvência.

A rede de bancos comerciais possui uma série de produtos destinados ao financiamento decapital de giro das empresas, diferenciados principalmente pelos seguintes fatores:- prazos;- taxas (custo);- tributação;- garantias;- critérios operacionais de cada banco: concentração de crédito com clientes, garantias exigidas, etc.;- restrições impostas pelo Banco Central do Brasil; - capacidade de forma de obtenção de funding.

As principais fontes e mecanismos de financiamento de capital de giro são:. Commercial Paper. Factoring. Debêntures. Export Note. Forfaiting. Pagaré. Mercado de Opções. Sale lease-back. Sistema BNDES. Vendor. Hot Money

Desconto de Duplicatas Contas GarantidasEsse tipo de empréstimo normalmente é garantido por duplicatas em geral numa relação de

120 a 150% do principal emprestado. Nesse caso, as taxas de juros são mais baixas. Quando agarantia envolve outras garantias, como aval, hipotecas e notas promissórias, os juros são mais altos.

Nos grandes bancos, os contratos podem ter características informais como "garantia" decrédito para as empresas que optam por dar algum tipo de reciprocidade aos bancos, como, porexemplo, manter sobra de caixa aplicada em Fundo de Curto Prazo.

Os empréstimos contratados com encargos pré-fixados são realizados com prazo de até 90dias, sendo mais freqüentes os concedidos por prazos inferiores a 30 dias, chamados hot-money, cujatradução é dinheiro quente. Neste caso, é comum o empréstimo por apenas um dia. Os encargoscobrados correspondem a juros mais IOF (pois o prazo é inferior a 30 dias).

Nunca devemos nos esquecer que em toda operação financeira de saque incide a CPMFA caracterização das operações de Capital de Giro com encargos pós-fixados é a mesma feita

acima para os encargos pré-fixados. Apenas o prazo é maior, superior a 120 dias.Como todas as operações pós-fixadas, os juros contratuais são calculados com base no

principal (ou saldo devedor) corrigido por um dos vários indexadores atualmente utilizados, entre osquais o IGPM, a TR e a variação cambial, ou por um indexador qualquer criado por um órgão estatal oupor uma entidade privada, como é o caso da UR (Unidade de Referência), utilizada para corrigir asprestações do FINAME e POC, cuja variação mensal é calculada com base na TJLP (Taxa de Juro deLongo Prazo). Os planos de pagamentos podem ser os mais diversos: em uma única prestação(principal corrigido mais juros pagos no final) ou em prestações iguais ou variáveis, mensais, trimestraisou semestrais.

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VENDOR FINANCE / COMPROR FINANCEVendor Finance

Trata-se de uma operação de financiamento de vendas fundamentada no princípio da cessãode crédito, que permite a uma empresa vender o seu produto a prazo e receber o pagamento à vista. Aoperação de vendor pressupõe que a empresa compradora seja cliente conhecido e habitual daempresa vendedora, pois será esta que irá assumir o risco do negócio junto ao banco. A empresavendedora transfere seu crédito ao banco e este, em troca de uma taxa de intermediação, paga aovendedor à vista e financia o comprador.

A grande vantagem para a empresa vendedora é a de que, como a venda não é financiadadiretamente por ela, a base de cálculo para a cobrança de impostos, comissões de venda e royalties,no caso de fabricação sob licença, torna-se menor, reduzindo a carga de IPI, ICM, PIS e Cofins queincide sobre o valor da Nota Fiscal da empresa vendedora. Se ela estivesse financiando a venda, teriaque embutir no preço os custos financeiros, o que agravaria o valor dos impostos a pagar. Deste modo,torna-se possível vender por um preço mais competitivo.

Assim, ao receber à vista, a empresa registra um imediato fluxo positivo no seu caixa. Dessaforma, o comprador (cliente da empresa vendedora) garante taxas de financiamento que são menoresdo que as praticadas para um financiamento isolado a uma única empresa, pois está obtendo um preçoà vista financiado por um empréstimo ao custo do risco de crédito do vendedor, ou seja, no vendor ofabricante ou vendedor estabelece um "acordo" com o banco, de modo que os créditos sejamconcedidos rapidamente, dispensando a verificação do risco de crédito do tomador final (comprador doproduto e cliente preferencial da empresa vendedora), que recebe uma espécie de aval do seufornecedor. Importa ainda realçar que o vendor não interfere na gestão da cobrança de seus títulos,pois, apesar do financiamento ser concedido pelo banco, a empresa vendedora pode dar descontos ouprazos maiores de pagamento, caso haja atraso na entrega dos produtos.

Resumindo, é uma forma de financiamento de vendas para empresas onde quem contrata ocrédito é o vendedor do bem, mas quem paga o crédito é o comprador. Assim, as empresasvendedoras deixam de financiar os clientes, e param de recorrer aos empréstimos de capital de gironos bancos, ou aos seus recursos próprios para não se descapitalizarem e/ou pressionarem seu caixa.O vendor também permite financiamentos por prazos mais longos que os habituais 30 dias concedidospelo fabricante.

As operações podem ser pré-fixadas de 30 a 90 dias, pós-fixadas corrigidas pela TR de 120 a360 dias, e acima de 360 dias corrigidas pelo IPC-R. Podem também ser feitas operações de vendorcom correção cambial de 90 a 180 dias, com a realização de operações de swaps que transformem acorreção pré ou pós-fixada em cambial. Os bancos diminuem a burocracia do vendor ao estabeleceremlimite de crédito para os vendedores e fabricantes dentro dos quais as operações são feitas sem anecessidade de elaboração de um novo contrato a cada operação. As duas partes assinam umcontrato-mãe sem mencionar prazo de validade ou valor, e as operações são realizadas até o limite docrédito preestabelecido.

Compror/FinanceÉ uma operação de financiamento de compras onde a iniciativa parte do comprador, que

concentra em si o risco de crédito. O compror visa financiar as compras de clientes do banco junto aosfornecedores. O risco da operação concentra-se no comprador, não existindo regresso contra ofornecedor (vendedor).

LEASING (TIPOS, FUNCIONAMENTO, BENS)A palavra leasing, em inglês, significa aluguel, arrendamento. Assim, o leasing é um contrato

especial de aluguel ou arrendamento de bens duráveis, móveis ou imóveis, novos ou usados, no fim doqual é assegurado à arrendatária (empresa de leasing) ou adquiri-lo por um preço previamenteestipulado no contrato. Esse preço é conhecido por "valor residual garantido". As prestaçõescorrespondentes ao aluguel, também chamadas "contraprestações", podem ser fixas ou reajustáveisde acordo com a variação cambial ou de outro indexador qualquer. No Brasil, há cerca de 20 anos temprevalecido a forma reajustável, isto é, prestações pós-fixadas, sendo mais utilizados comoindexadores o IGPM, a TR e a correção cambial.

Normalmente, a tomadora do leasing é uma pessoa jurídica. Entretanto, a legislação brasileirapermite contratos com pessoas físicas, desde que sejam profissionais liberais ou autônomos.

O usuário deve considerar o bem como se lhe pertencesse, sendo o responsável pela suamanutenção e funcionamento; todas as garantias dadas ao comprador (arrendadora) lhes são

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automaticamente transferidas. O prêmio correspondente ao seguro obrigatório do bem é pago pelousuário. O contrato de leasing é irrevogável durante o prazo de vigência.

A determinação do valor das prestações (ou contraprestações) é feita de forma semelhanteàquela utilizada para o cálculo das prestações referentes a um financiamento de veículos através doCrédito Direto ao Consumidor com encargos pós-fixados, como veremos mais adiante.

Uma operação de leasing segue as seguintes etapas:1. o usuário potencial procura o fornecedor do bem, acerta preço, data, e local de entrega;2. o usuário procura a empresa de leasing e negocia o arrendamento, estabelecendo o prazo docontrato, o valor das presações, o valor residual garantido e demais condições;3. depois de assinado o contrato, a empresa de leasing (arrendadora) autoriza o fornecedor a faturar obem em seu nome e a entregá-lo ao usuário (empresa arrendatária);4. após a comprovação do recebimento do bem por parte do usuário, o que é feito com base nochamado “termo de recebimento e aceitação", tem início o contrato de arrendamento, com a fixaçãodas datas em que o aluguel ou as contraprestações serão pagas.

Principais elementos a considerar no leasingPrazo: mínimo de 24 meses para bens de vida útil de até 5 anos e mínimo de 36 meses para

os bens com vida útil superior a esse limite.Periodicidade das prestações: normalmente, as prestações são mensais, podendo a primeira

ser devida no ato da assinatura do contrato ou um mês após (portanto, com pagamentos antecipadosou postecipados); as prestações também podem ser bimestrais, trimestrais ou semestrais, iguais ouvariáveis, fixadas de acordo com os interesses da arrendatária, desde que o intervalo de tempo entreduas prestações não seja superior a um semestre.

Valor das prestações ou aluguel: são fixadas com base numa taxa de juros que tem variadoentre 30% e 60% ao ano; na grande maioria dos contratos, as prestações são iguais e consecutivas,corrigidas mensalmente pelo indexador escolhido (ou expressas em quantidades de dólares ou doindexador escolhido e convertidas na moeda corrente por ocasião dos respectivos vencimentos).

Fontes de recursos: os recursos utilizados pelas empresas de leasing para aquisição dosequipamentos provêem de duas fontes principais: repasses de recursos do exterior (Resolução n° 63) ecolocação de debêntures de sua própria emissão; obviamente o indexador que corrige o recursoutilizado é o mesmo que corrige o valor das contraprestações do arrendamento. .

Taxa de compromisso: é cobrada da arrendatária sobre o valor dos recursos eventualmentedesembolsados pela empresa de leasing antes da data de vigência do contrato; é o casoprincipalmente dos bens adquiridos sob encomenda, em que o fabricante exige pagamento antecipadode alguns componentes ou de parte dos custos; o valor dessa taxa pode ser pago pela arrendatária nadata do contrato ou incluído no valor da prestação.

Valor residual garantido (opção de compra): é estabelecido no contrato e corresponde a umpercentual variável do valor do bem; esse valor no Brasil oscila normalmente entre 1% e 5%, mas hácasos com percentuais bem mais elevados. Embora esse valor seja quase sempre pago no final docontrato, existem vários casos em que seu pagamento é antecipado, feito na data da assinatura docontrato, ou, como em outros, diluído mensalmente e pago em prestações iguais juntamente com ascontraprestações. O valor residual com pagamento previsto no vencimento do contrato funciona comouma opção de compra; caso pague, a arrendatária passa a ser proprietária do bem; caso contrário, elatem três opções: transferir esse direito a terceiros, devolver o bem à arrendadora ou prorrogar ocontrato; se optar por esta última, novo contrato será redigido, dentro de novas condições e com prazomínimo de 12 meses; e se optar pela devolução do bem, o mesmo será vendido pela arrendadora pelamelhor oferta. Neste último caso, se o valor de venda for superior ao valor residual, o lucro ficará com ousuário; caso contrário, a diferença será paga pelo usuário à empresa de leasing. Esta última hipóteseé muito rara.

Imposto Sobre Serviços (ISS): incide sobre o valor dos aluguéis, sendo pago pelo usuário porocasião dos respectivos vencimentos e recolhido ao governo municipal pela empresa de leasing. Aalíquota desse imposto varia normalmente entre 0,2% e 5%. Na cidade de São Paulo é de 5% e emalguns municípios próximos de apenas 0,5%. E é exatamente por esta razão que as empresas deleasing anteriormente sediadas naquela capital transferiram suas sedes para cidades próximas, comoItapevi e Osasco por exemplo.

Vantagens e desvantagens do leasing

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Os especialistas apresentam uma série de vantagens de ordem financeira, e principalmentefiscal, que essa operação teria em relação a diversas outras modalidades de financiamentosexistentes, entre as quais a do Crédito Direto ao Consumidor e a da Finame. Com relação àsvantagens financeiras elas são indiscutíveis, uma vez que o equipamento pode ser obtido sem nenhumdesembolso inicial, sendo que até gastos com transportes, impostos, licenciamentos e seguros podemser incluídos no valor da prestação. Quanto às vantagens de ordem fiscal - que dizem respeito ainfluência das despesas com aluguéis, juros, correção monetária do ativo e depreciação deequipamentos - podem ser de validade discutível.

FINANCIAMENTO DE CAPITAL FIXOFINAME Pessoa Jurídica e FINAME Agrícola

São linhas de financiamento com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômicoe Social (BNDES) para um destino certo: a aquisição de máquinas e equipamentos industriais ouagrícolas, veículos médios e pesados de fabricação nacional. Esse dinheiro é repassado pelos bancoscredenciados pelo BNDES.

O prazo de pagamento varia de 12 a 60 meses, com carência variável para começar a pagar. Ataxa de juros do Finame PJ vai de 5,5% a 6,5% ao ano, mais variação da taxa de juros de Longo Prazo(TJLP), significativamente inferior à TR. A taxa de juros do FINAME Agrícola fica entre 5% e 6% aoano, mais TJLP.

BNDES AutomáticoÉ uma linha do BNDES para financiamento de valores até R$ 7 milhões. O dinheiro é

repassado pelos bancos credenciados pelo BNDES. Nesse empréstimo pagam-se o custo financeiro(que varia de acordo com o custo do dinheiro no mercado), um spread de risco de até 2,5% ao ano emais o spread do agente financeiro, em torno de 2,5%. Incide ainda sobre o valor do empréstimo avariação da TJLP ou a taxa de câmbio, conforme o contrato.

Essa linha serve para quase tudo, de projetos editoriais a reformas de loja. É mais fácil dizer oque ela não financia: reestruturação empresarial, empreendimentos imobiliários, atividades financeiras,comércio de armas e serrarias.

FINEM (Financiamento a Empreendimentos)É uma linha do BNDES para financiamentos de valores superiores a R$ 7 milhões, mas

restritos a 60% do total. O empréstimo pode ser contratado diretamente com o BNDES ou com umbanco credenciado por ele. O custo é o mesmo do BNDES Automático.

As garantias ficam a critério do agente financeiro - pode ser exigida uma garantia real de valorsuperior ao do financiamento (isso é definido caso a caso).

Outras Linhas de Bancos PúblicosAlém dos financiamentos do BNDES, há outras linhas de crédito oficiais com condições

privilegiadas, como o Proger, da Caixa Econômica Federal (CEF), a linha do Banco do Povo, e oMipem do Banco do Brasil, nas versões FAT, investimento e Custeio. Elas se destinam tanto a capitalde giro como a investimentos e têm taxas de juros bem inferiores às do restante do mercado.

CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR (CDC)O Crédito Direto ao Consumidor é uma linha de empréstimo que está diretamente ligada à

compra de bens. É a linha que se encontra em lojas, na compra de eletrodomésticos, roupas oumesmo automóveis. O crédito pode ser prefixado, quando já se conhece o valor de todas asprestações no ato da compra, ou pós-fixado, quando o valor das prestações vai sendo calculado novencimento das mesmas.

Os prazos de financiamento são os mais variados. Dependem das condições da economia, dotipo de bem financiado e do fôlego do comprador. Bens mais caros costumam ter financiamentos porprazos mais longos. Em períodos de instabilidade econômica, os prazos ficam mais curtos. E vice-versa, quando há maior estabilidade.

Regra geral, a loja tem um acordo com banco ou financeira, que efetivamente é quem faz aanálise do crédito. Para a loja, é como se a venda fosse à vista. O bem comprado fica como garantia

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do empréstimo. Em caso de não pagamento, a financeira pode retomar o bem. Isso é comum no casode bens de maior valor, como automóveis, que têm valor no mercado. No caso de bens de pequenovalor, na maioria das vezes não há execução da garantia. O inadimplente perde, no entanto, porquetem seu nome incluído nas listas de maus pagadores.

JurosNo CDC, um dos maiores cuidados que o comprador deve ter é com as taxas de juros.

Algumas são realmente muito abusivas. Às vezes o custo do juro nem fica claro para o cliente. OCódigo de Defesa do Consumidor exige que a loja informe exatamente o juro que está sendo cobradodo cliente, mas nem sempre esta disposição é respeitada. Se for financiar, veja se a taxa de jurocobrada é razoável. Não basta que a prestação caiba no orçamento.

Muitas lojas oferecem também a alternativa de financiar a compra com o cheque pré-datado.Neste caso, é o lojista que assume o risco do crédito junto ao cliente. Muitos clientes preferem ocheque pré-datado para não ter que enfrentar o cadastro junto à instituição financeira, e porque é maisfácil de negociar condições fora de padrão.

Empréstimo pessoalO empréstimo pessoal é uma linha de crédito oferecida por bancos e financeiras, regra geral

cobrando juros menores que linhas semelhantes, como o cheque especial. Assim como o chequeespecial, o empréstimo pessoal é dado pelo banco independentemente do destino que for dado aodinheiro. Portanto, é uma linha diferente do CDC (Crédito Direto ao Consumidor), que está vinculado àcompra de bens específicos.

Para pedir este empréstimo, o interessado preenche um cadastro. É a partir dele que ainstituição financeira vai avaliar o nível de risco do cliente, para saber as possibilidades do cliente pagarcorretamente ou ficar inadimplente. Se tudo estiver bem com esta avaliação, o cliente pode receber ocrédito.

Muitos bancos, com base no histórico do cliente, já têm linhas de empréstimo pessoalaprovadas previamente. Quando isso acontece, os bancos costumam enviar correspondência avisandodo crédito disponível. Se estiver interessado, o cliente usa a linha. Se não estiver, não está perdendonada em ter este crédito junto ao banco.

Regra geral o empréstimo pessoal trabalha com juros prefixados, o que resulta em prestaçõesfixas, embora também existam operações com juros pós-fixados. O crédito desta linha, teoricamente,depende de uma avaliação de risco cuidadosa. Por isso os juros costumam ser menores do que ospraticados no cheque especial, no cartão de crédito e no CDC. O tomador também pode ofereceralguma garantia real ao banco, como imóvel ou carro, com o objetivo de reduzir o juro. Quanto menor orisco, menor deve ser esta taxa.

CRÉDITO RURALObjetivos do crédito rural- Estimular os investimentos rurais feitos pelos produtores ou pelas cooperativas rurais;- favorecer o custeio, a produção e a comercialização de produtos agropecuários;- fortalecer o setor rural, notadamente no que se refere a pequenos e médios produtores;- incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de produção.

Atividades financiadas pelo crédito rural:- Custeio das despesas normais de cada ciclo produtivo;- investimento em bens ou serviços cujo aproveitamento se estenda por vários ciclos produtivos;- comercialização da produção.

Beneficiários- O produtor rural (pessoa física ou jurídica);- cooperativa de produtores rurais; e

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- a pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo produtor rural, se dedique a uma das seguintesatividades:. pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas ou certificadas;. pesquisa ou produção de sêmem para inseminação artificial;. prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária, em imóveis rurais, inclusive para aproteção do solo;. prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis rurais;. exploração de pesca, com fins comerciais.

Renda agropecuária bruta anual- Considera-se como renda agropecuária bruta anual a prevista para o período de um ano de produçãonormal, englobando todas as atividades agropecuárias exploradas pelo produtor, tendo por base opreço mínimo na data de classificação ou, na sua falta, o preço de mercado operado pela agência queestá oferecendo o crédito rural;- a classificação como miniprodutor e pequeno produtor fica condicionada a que, no mínimo, 80% desua renda anual sejam provenientes da atividade agropecuária;- deve ser abatida em 50% a renda bruta proveniente da avicultura, olericultura, pecuária leiteira,piscicultura, sericicultura e suinocultura.

A classificação do beneficiário é de responsabilidade exclusiva da instituição financeira, quedeve manter os documentos comprovantes, para efeitos de fiscalização.

Classificação da renda apropecuária- miniprodutor: renda agropecuária bruta anual até R$7.500,00;- pequeno produtor: renda agropecuária bruta anual entre R$7.500,00 e R$22.000,00;- demais produtores: renda agropecuária bruta anual superior a R$22.000,00.

Exigências essenciais para concessão de crédito rural- Idoneidade do tomador;- apresentação de orçamento, plano ou projeto, salvo no financiamento de lavouras com valor básicode custeio (VBC) ou em operações de desconto;- oportunidade, suficiência e adequação de recursos;- obervância de cronograma de utilização e de reembolso;- fiscalização pelo financiador.

GarantiasAs garantias são livremente acertadas entre o financiado e o financiador, que devem ajustá-las

de acordo com a natureza e o prazo do crédito.

Constituição da garantia- Penhor agrícola, pecuário, mercantil ou cedular;- alienação fiduciária;- hipoteca comum ou cedular;- aval ou fiança;- outros bens que o Conselho Monetário Nacional admitir.

Despesas- Remuneração financeira;

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- imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre operações relativas a Títulos eValores Mobiliários;- custo de prestação de serviços;- comissão sobre Empréstimos do Governo Federal.;- EGF;- adicional do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROAGRO);- sanções pecuniárias.

Nenhuma outra despesa pode ser exigida do mutuário, salvo o exato valor de gastos efetuadosà sua conta pela instituição financeira ou decorrentes de expressas disposições legais.

Taxas de juros segundo a origem dos recursos aplicados- Recursos controlados: taxa efetiva de juros de até 16% a.a.;- recursos não controlados: livremente pactuados entre as partes;- recursos das Operações Oficiais de Crédito destinados a investimentos: Taxa de Juros de LongoPrazo (TJPL), acrescida de taxa efetiva de juros fixada semestralmente pelo Conselho MonetárioNacional.

Hipóteses em que se concederá o Crédito Rural a taxas inferiores às praticadas nosfinanciamentos com recursos obrigatórios será:- Norma expressa do Banco Central do Brasil, em programa ou linha de crédito específica;- operação amparada por recursos fiscais transferidos à instituição financeira pelo erário público federalou estadual.

Cédulas de crédito ruralAs cédulas de crédito rural são promessas de pagamento sem ou com garantia real

cedularmente constituída, isto é, no próprio título, dispensando documento à parte. A garantia pode serofertada pelo próprio financiado, ou por um terceiro. Embora seja considerada um título civil, é evidentesua comerciabilidade, por sujeitar-se à disciplina do direito cambiário.

CADERNETAS DE POUPANÇACaptação específica destinada a incrementar o Sistema Financeiro de Habitação,

proporcionando financiamento aos construtores e a compadres de casa própria. São dois os tipos decaderneta de poupança:- Livre- Programada

A caderneta de poupança tornou-se com o passar do tempo a aplicação mais popular.proporcionando aos aplicados liquidez, segurança e rentabilidade.

As contas de poupança não têm datas especificas de vencimento nem limite em termos devolume. As contas vencem no dia escolhido pelos titulares, e depósitos e retiradas são feitos aqualquer hora.

As contas de poupança em geral são chamadas "caderneta de poupança" porquetradicionalmente o poupador recebia uma pequena caderneta onde os caixas do Banco registravamtodas as retiradas e depósitos, incluindo juros, e cuja apresentação era obrigatória para que fosseefetuada uma transação. As cadernetas foram eliminadas pelos Bancos, que agora oferecem ao clienteum extrato mensal mostrando todas as atividades da conta. As contas de poupança compõem umpouco mais de um quarto dos depósitos bancários.

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GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL:INTRODUÇÃO

Reunimos sob a denominação genérica "garantias bancárias" o estudo de duas realidadesdistintas. De um lado, temos as garantias recebidas pelos Bancos em seus contratos bancários, quesão prestadas por seus clientes ou por terceiros em favor desses. E de outro encontram-se asgarantias que são prestadas pelos bancos em favor de seus clientes.

Como todos sabem, a contratação de financiamentos envolve o maior dos riscos negociais, istoporque a mercadoria com que trabalham os banqueiros é da maior nobreza: dinheiro, sob forma demoeda corrente no país. Nada há mercadoria que tenha liquidez igual. Toda vez que ocorre umempréstimo, a instituição financeira abre mão de sua liquidez para receber mera promessa dedevolução da coisa emprestada, que pode até retornar, ou mesmo que retorne, é passível de não dar-se pela mesma forma líquida como saiu. O risco, portanto, dificilmente poderia ser maior,

Além do risco negocial, a mercadoria com que trabalham resulta de empréstimo tomado aterceiros e que só se torna da propriedade dos Bancos em virtude do milagre da fungibilidade.Portanto, o interesse público prevalece nessa atividade, impondo normas operacionais rígidas ecautelosas, como garantia aos depositantes e aplicadores, tudo mediante rigorosa fiscalização doBanco Central. E uma das exigências de segurança é a da constituição de sólidas garantias de retornodo capital mutuado, sem as quais nenhuma instituição financeira pode sobreviver.

Essa questão envolve a primeira espécie de garantia, que denominaremos de Garantia aBancos. A segunda espécie se reduz a serviço bancário, o qual, em vez de segurança, gera riscos,pois se destina a garantir terceiro em operação com seu cliente. Em contrapartida, esse serviço, produzseu próprio esquema de salvaguarda. Nomeá-lo-emos de Garantia de Bancos.

GARANTIA A BANCOS - ESPÉCIESAs garantias exigidas pelos banqueiros dividem-se em duas e tradicionais modalidades:

pessoais e reais.As garantias pessoais são também chamadas fidejussórias em virtude da elevada confiança

que deve haver entre prestador e favorecido, confiança que tem dupla base: a) no desempenhopessoal do garantidor, em face do conhecimento que dele tenha o banqueiro a respeito de sua vidapregressa; e b) no património do mesmo.

São elas a fiança e o aval. A primeira é instituto do direito obrigacional comum, enquanto asegunda é instituto cambiário.

GARANTIAS PESSOAISFIANÇA

A fiança é um negócio jurídico acessório que tem por finalidade prestar garantia de pagamentode uma obrigação principal à qual adere. Constitui-se ao estabelecer relações entre fiador e credor daobrigação principal. Afiançado é como se chama o devedor principal da obrigação cujo pagamento ofiador garante.

Via-de-regra, o fiador só se torna obrigado a pagar caso o devedor principal não o faça. Destasorte, primeiro deve ser exigido o pagamento do devedor afiançado. Sem embargo de ser assim emsua estrutura tradicional, a lei abriu alternativa para que o fiador possa, a seu livre alvedrio, abdicar dobenefício de ordem que em seu favor instaurou-se, renunciando a ele ou obrigando-se como devedorsolidário e principal pagador. O principal efeito é funcionar como co-obrigação, como se aval fosse. É oque se vê na prática de todos os dias.

O benefício de ordem deve ser invocado pelo fiador como exceção no prazo de constestaçãoda lide, nomeando então os bens do afiançado que se situem no mesmo município e que se encontremlivres e desembaraçados para que sejam primeiro excutidos.

Este fiador pode ter atrás de si um abonador, espécie de subfiador, sendo a obrigação destesubsidiária à obrigação acessória, com todas as mesmas características da fiança, aplicando-se-lhe asdisposições desta para todos os efeitos e respondendo o abonador pela dívida apenas caso exigido opagamento primeiro do devedor principal, depois do fiador, não tenha havido a satisfação do crédito.

A lei exige sua constituição por forma escrita (ad probationem tantum), não sendo emconseqüência passível de presunção nem admissível prova testemunhal. Faltando a prova escrita,ainda que perfeita seja sua caracterização como fiança, reputar-se-á simples mediação ourecomendação ou qualquer outra figura não jurídica que explique o interesse do terceiro na relação. A

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própria interpretação do contrato de fiança será feita restritivamente, tendo presentes os claros limitesem que se contém: a dependência com relação a outro contrato em todos os aspectos e condições e apossibilidade apenas de que o conteúdo obrigacional seja menor, caso não tenha a mesma extensão,vedada sua ampliação relativa.

A despeito de sua aderência a outro contrato, o vínculo do fiador é com o credor,independendo, pois, para sua constituição, da concordância ou não do afiançado.

Pode ser prestada mesmo por dívidas ainda incertas quanto à sua existência e valor, valeacrescentar que, conquanto contrato acessório, ele pode ser formalizado antes do principal. Todavia,não poderá ser instaurada nenhuma demanda antes que se torne obrigação, isto é, antes de tornar-seexigível, dispondo também, da certeza e liquidez, mesmo porque, antes de vir ao fiador o credor, deveter cobrado o devedor, sem sucesso.

Não tendo o fiador tornado menor o contéudo de sua obrigação relativamente ao contratoprincipal, responde também pelos acessórios da dívida e despesas judiciais desde sua citação.

Por aderir a outra obrigação, a validade da fiança fica na estrita dependência da validade docontrato principal. Só assim não será se a nulidade do contrato principal decorrer da falta dacapacidade civil do afiançado, quando então sobrevive a obrigação do fiador, desde que não se tratede mútuo não autorizado pelo que tem a guarda do menor.

Tornando-se o fiador incapaz ou insolvente, tem o credor o direito de exigir sua substituição.Há um outro benefício na fiança conhecido como benefício de divisão, possível sempre que

houver mais de um fiador pela mesma obrigação (co-fiança) e preferirem dividir a responsabilidade,que tanto pode ser proporcional como fixada de forma diversa, não respondendo um só e qualquerdeles pela dívida total. Mas necessita ser convencionada porque, caso contrário, a responsabilidadeserá tida como solidária.

Havendo solidariedade entre os fiadores, aquele que realizar o pagamento sub-roga-se nodireito do credor, podendo cobrar a dívida toda do devedor, bem como a cota pela qual respondem osdemais fiadores e se algum desses houver insolvente entre os outros fiadores distribuir-se-á o ônus dopagamento.

O ajuizamento conjunto da cobrança regressiva contra o devedor e fiadores solidáriosimportará na obrigação do demandante de, tão logo satisfeito por uma das partes (devedor oufiadores), desistir da ação contra os demais ou proceder a sub-rogação no processo. O devedor podeser demandado pelo seu fiador pelas perdas e danos que eventualmente e de forma cabal tiversuportado pelo fato de ter-lhe sido exigido o pagamento e sido obrigado a realizá-lo.

A obrigação do fiador cessa com sua morte, transmitindo-se aos herdeiros, até a força daherança, todos os efeitos decorrentes de sua responsabilidade até a ocasião.

Desobriga-se o fiador em qualquer condição e circunstância em que, por tolerância, omissãoou conivência do credor, sem consentimento seu:a) for concedido moratória ao devedor;b) tenha aceito dação em pagamento, mesmo que esta se torne nula ou ineficaz;c) torne-se impossível a sub-rogação do fiador no crédito;d) requerido o benefício de ordem e feita a nomeação dos bens do devedor, observados os requisitoslegais, provada sua suficiência ao tempo, o retardo na execução tenha feito possível o desvio dos bensreferidos.

Também desobrigado está o fiador, cujo afiançado seja menor e que se tenha obrigado emcontrato de mútuo sem a devida autorização de que lhe tenha guarda.

Além das exceções pessoais, pode o fiador argüir as mesmas que competem ao devedorprincipal relativas à extinção das obrigações, tais como pagamento, novação, compensação, confusão,perda da coisa, prescrição, resolução, nulidade, etc., com exclusão daquelas referentes à incapacidadepessoal do afiançado, salvo se se tratar de mútuo.

A fiança pode ser prestada no mesmo instrumento obrigacional do negócio principal,constituindo cláusulas no contrato. O fenômeno que ocorre então é o da coligação de contratos.

É um contrato unilateral porque dele decorre obrigação apenas a uma das partes: ao fiador.Normalmente é gratuito, embora conhecidos hoje os fiadores de aluguel, presentes mais nos contratoslocatícios.

O aval é um instituto do direito cambiário. Apesar do Magister Pontes de Miranda não ver oaval como garantia, dizendo ser mero resquício essa noção - no que tem razão em certo sentido, v. g.,ao gerar dívida abstrata e independente, capaz de sobrevier à declaração unilateral de vontade a que

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se refere, não pode ser definida como garantia por faltar-lhe objeto - é totalmente inútil e sem serventiaessa posição, pois constitui o próprio ser do aval, justificativa e finalidade, servir como garantia. Não sepresta aval por qualquer outra razão. O exemplo não serve porque sobreviver o aval à declaraçãounilateral de vontade é exceção, e não regra.

Não se pode tomar, como propugnava o Mestre, o aval como um gesto de solidariedade paracom o avalizado, "a promessa de comunhão de sorte" como ele referia, porque estaríamos olhandopara um só lado da questão, esquecendo que o aval existe unicamente por exigência do credor quenele vê uma garantia: a vinculação de um terceiro de bom conceito e patrimônio, na mesma obrigação,aumentando suas chances de ser satisfeito em seu crédito. Não teria sentido, não houvesse talexigência pelo credor, que o devedor, sponte sua, tomasse o interesse de constituir avalista. Mais.Sendo uma obrigação unilateral que nenhum proveito traz ao avalista, o que realmente conta é o ônuse não o prazer da solidariedade, diga-se de passagem, quase sempre forçada.

Distingue-se da fiança por ser esta negócio jurídico bilateral e aquele declaração unilateral devontade; por esta exigir outorga uxória às pessoas casadas e aquele prescindir disso, porém,obrigando os bens apenas do cônjuge que se vinculou; por depender esta do contrato principal paraexistir, condicionando-se por ele, e aquele por ter vida totalmente independente, que se prolonga, emalguns casos, para além da existência da obrigação cambiária a qual garante.

Entretanto, são invocáveis disposições a respeito da fiança, na execução cambiária, sob formade exceções, como, a exceção de excussão, bem como pode exigir que o avalizado faça seuadimplemento estando vencida a dívida, assim, também pode promover o andamento da execuçãocontra o avalizado se, sem justa causa, o credor mostrar-se negligente, por questão de eqüidade esimetria. Comunga dessa opinião mestre Pontes, apesar de não ter exposto o fundamento.

Como a fiança, o aval também admite que outro aval a ele se sobreponha, como uma espéciede subaval, a este aplicando-se as regras cambiárias atinentes ao aval. E não só um aval, masdiversos são suscetíveis de acontecer, empilhando-se um sobre o outro, tendo apenas como limite ocampo físico do título e as necessidades de ordem prática.

Dissente da fiança no aspecto da pluralidade de avais ao mesmo vinculado. Os avalistas domesmo avalizado não mantêm cambiariamente nenhuma solidariedade entre eles com relação à dívidaque asseguram. Entrementes, não é defeso fazer pacto de solidariedade extracambiário.

O aval admite responder por parte apenas da dívida do avalizado e pode ser prestado porterceiro ou mesmo por alguém que já se tenha vinculado anteriormente na mesma cambial porqualquer tipo de vínculo, como sacador ou sacado ou endossante ou interveniente ou avalista.

O aval, não sendo limitado quantitativamente, terá o mesmo conteúdo obrigacional do vínculodo avalizado. Deve constar da própria letra ou de folha anexa, desde que não contenha declaração oucaracterísticas incompatíveis com o rigorismo cambiário, a qual, juntada à cambial, formará umalongamento. Este entendimento é o que melhor combina com o uso francês do aval em separado,para fins de aplicação uniforme a documento estrangeiro de país signatário da Lei Uniforme deGenebra, evitando dar-se-lhe tratamento diferenciado dos efeitos que produz em seu local de origem.

É recomendável que o avalista indique o nome da pessoa avalizada. Não o indicando, ter-se-ácomo avalizada a pessoa cuja assinatura, com declaração de aval, localiza-se logo acima ou,encontrando-se a assinatura completamente isolada, a presunção ex lege operará no sentido de ser oaval dado em favor do criador da cambial (sacador / subscritor).

Mesmo que a obrigação do avalizado seja nula, desde que não o seja por vício de forma,persistirá válida a obrigação de seu avalista. E se este pagar a cambial, conquanto a expressão jurídicausada na má tradução da LUG fale em sub-rogação, não ficará sub-rogado no crédito, mas sim,adquirirá um novo direito emergente do mesmo título, autônomo com relação ao endossante anterior,como se tivesse se operado novo negócio de circulação cambiária, podendo acionar de regresso seuavalizado, bem como, atendidos os requisitos cambiários, agir contra os demais co-obrigadosregressivos.

Se o aval, com declaração precisa, é posto antes de acontecer a vinculação cambiária doavalizado e esta não chega a acontecer, o aval não vem a se tornar eficaz. Se o aval é prestadoquando já precluso o prazo para protesto, sem ele, só valerá se o avalizado for obrigado direto. Damesma forma se prestado após o protesto tirado fora do prazo. Mas, se protestado tempestivamente,poderá ser formalizado válida e eficazmente em favor de qualquer vinculado cambiário antes doajuizamento da cobrança.

Doe qualquer sorte, não produzirá efeitos cambiários, aval não sendo, quando dado após oajuizamento da ação cambiária, quando terá cessado a vida útil da cambial.

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O aval é declaração abstrata. Cambiariamente essa declaração não tem causa. Possível causaou motivação pertence ao domínio da relação extracambiária, não passível de investigação nem deinteresse cambiário.

GARANTIAS REAISEnquanto as garantias pessoais, como vimos, consistem em promessa de pagamento feita

pelo garantidor em favor do credor, as garantias reais submetem ao poder direto do credor coisasportadoras de valor econômico pertencentes ao prestador de garantia, para maior segurança doretorno dos créditos deferidos.

São conhecidas e usadas basicamente as seguintes garantias reais nas operações bancárias:penhor, caução, hipoteca e alienação fiduciária em garantia. Essa última, a rigor, não pertence aogênero, porém, tendo em vista, a função de garantia que lhe inere, não poderia deixar de assim serconsiderada em seu duplo aspecto: como garantia e como real.

PENHORO penhor comum é o único que pode ser definido e caracterizado satisfatoriamente, dentro da

variedade de que o penhor se compõe. É o direito real que se constitui pela tradição efetiva, emgarantia, de coisa móvel passível de apropriação. Essa definição não se ajusta a outras espéciescomo, v. g., os penhores agrícola, pecuário, industrial e às vezes também, mercantil

O penhor divide-se em convencional e legal.

PENHOR LEGALPenhor legal é o que o legislador institui a favor dos hospedeiros, estalajadeiros, fornecedores

de pousada ou alimentos, donos de prédios, sejam rústicos ou urbanos, sobre os bens móveis defregueses, consumidores e inquilinos, por dívida constituída na relação jurídica que os vincula. Faz-secom a retenção dos bens e requerimentos de homologação do penhor ao Juiz.

PENHOR CONVENCIONALO penhor convencional é o que deriva da vontade dos contratantes que o constituem. É

negócio jurídico acessório que fica na estrita dependência de um negócio principal, preso ao qualviverá todos os seus dias. Se este acaba, o penhor se extingue. Se o negócio principal não se forma ounão ganha eficácia, tão pouco formar-se-á ou ganhará eficácia o penhor. Se o negócio principal fornulo, não haverá penhor.

Também é caracterizado pela indivisibilidade da garantia. Não obstante ser sensível, por seracessório à sorte do negócio ao qual garante, eventual diminuição da dívida, a cujo pagamentoresponde a coisa penhorada, não produz correspectiva redução da garantia. Significa que o pagamentoparcial da dívida principal não é liberatório de parte da garantia.

O penhor comum é o civil. Os demais penhores convencionais são tidos como especiais e suasmodalidades conhecidas são: rural (subdividido em agrícola e pecuário), industrial, mercantil e dedireitos. O penhor comum e, algumas vezes, o mercantil, exige para sua instituição a efetiva tradiçãoda coisa para o credor. Este, ao tomar posse assume a condição de depositário. Tem a obrigação dezelar e guardar o objeto recebido, agindo com a diligência habitual exigível para a manutenção edefesa da integridade do bem que lhe foi confiado. Não pode fazer uso da coisa, salvo movimentá-lacaso necessário para sua conservação. Fará jus ao ressarcimento das despesas que houver suportadonessa administração. Vedado lhe é estipular pacto comissório. Extinta a dívida principal, o depositáriotem o dever de devolver o objeto do penhor nas mesmas condições em que o recebeu, acompanhadodo acréscimo que acaso tenha produzido.

PENHOR MERCANTILO penhor mercantil constitui-se pela entrega real ou simbólica do bem apenhado, significando

a possibilidade de ser convencionado o constituto possessório. Aliás, em nenhuma forma de penhor háimpedimento legal a que se convencione a entrega real da coisa dada em garantia. Aqui menciona-se apossibilidade da entrega real, tendo em vista a natureza do bem que possa ser oferecido, de nãopertencer à classe de coisas cuja disponibilidade imediata seja uma necessidade inerente à próprianatureza da atividade do devedor, possibilidade extremamente difícil nos outros tipos de penhorespecial.

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O penhor mercantil inicialmente foi regulamentado pelo Código Comercial. O Código Civiladotou suas disposições, donde assemelharem-se os normativos.

Modernamente, o penhor mercantil ganhou roupagens novas através da Lei n° 6.840, de 3 denovembro de 1980, com a criação da Cédula de Crédito Comercial.

Nos demais negócios entre comerciantes, o penhor mercantil, conquanto anterior no tempo,rege-se como um penhor convencional diferindo na possibilidade do uso do constituto possessório,como indicado acima, e na não exigência de registro.

O pernhor mercantil pode ser estabelecido sobre coisas corpóreas, móveis ou imobilizadas poracessão, ou incorpóreas, constituídas, via-de-regra, por direitos creditórios, sejam ordinários,decorrentes de contrato, sejam cartulares, representados por títulos de crédito. O penhor de título decrédito será examinado à parte, quando tratarmos da caução.

Uma única novidade surge no penhor mercantil cedular relativamente ao penhor industrial,consistente na dispensa de descrição da garantia quando esta se tratar de títulos de crédito, comoveremos a seguir.

HIPOTECAA hipoteca é considerada a mais nobre das garantias reais, justamente por servir-lhe de objeto

os bens de maior significado econômico, ensejando a constituição de uma garantia sólida. Constitui-sesobre bens imóveis e seus acessórios (compreendidos aqui acessões, melhoramentos e construções);sobre o domínio direto e/ou o domínio útil; sobre as estradas de ferro; sobre as minas e pedreiras;sobre navios (mesmo que ainda em construção); e sobre aeronaves.

Característica dos direitos reais de garantia é a especialização de bens do patrimônio parasobre eles recaírem com exclusividade. Essa especialização realiza-se pela individualização das coisasa serem oneradas, consignando-se todos os sinais distintivos e particulares do objeto que permitamsua plena e eficaz identificação de entre outros da mesma espécie.

Como se pode perceber acima, nem só os imóveis servem como objeto de hipoteca. Ocorretambém sobre direitos (domínio direto, domínio útil) e excepcionalmente sobre raros móveis (navio eaeronaves). O bem hipotecado permanece na posse do devedor hipotecante, o qual prossegue com alivre disposição dos mesmos, podendo aliená-los e/ou onerá-los novamente pela instituição de outrosgravames. A alienação do bem hipotecado em tese não prejudica o credor hipotecário, como tampoucolhe causa dano a imposição sobre o mesmo bem de hipotecas em graus subseqüentes, as chamadassub-hipotecas.

Vedado lhe é, contudo, praticar atos que possam colocar em risco o objeto da hipoteca, bemcomo produzir-lhe deterioração. Por prejuízos decorrentes de má gestão responde o devedorhipotecante, juntamente com aqueles que eventualmente lhe tenham prestado concurso. Não se trataaqui de fiel depositário. A posse do devedor é em nome próprio.

Há três espécies de hipoteca: a) convencional; b) legal; e c) judicial. Em nosso estudo só épertinente tratar da primeira espécie, ficando as demais excluídas da abordagem. A hipotecaconvencional é aquela negociada entre credor e devedor, que é constituída consensualmente.

Via-de-regra é contrato solene, em virtude do elevado valor da garantia (art. 134, II do CC).Define-se como obrigação unilateral, gerando deveres para uma só das partes. No direito bancário,todavia, o uso predominante das cédulas de crédito dispensa a solenidade do contrato de constituição,sendo este utilizado quase que exclusivamente nas composições de dívida e nos empréstimoshipotecários a entes públicos.

Presta-se à indagação o momento constitutivo da hipoteca e da irradiação da eficáciadesdobrada, considerando-se uma dupla relação: a) entre os contratantes; e b) com relação aterceiros. A doutrina tem-se posicionado em reconhecer a ocorrência em um só momento daconstituição e da irradiação da eficácia univocamente como sendo do registro público do título, sob aalegação de que não se compreende direito real sem, preferência. Entrementes, a consensualidade docontrato projeta a responsabilidade dos contraentes a tempo anterior ao registro, quando daconstituição do direito, na formalização do instrumento. Não se pode esquecer que a prelação éfenômeno concursal, o qual não pode suceder inexistindo terceiro. Portanto, a eficácia concursaldepreende-se do registro publicitário, único procedimento que empresta certeza jurídica à questão daordem de preferência. Não se pode, entretanto, pretender que entre as partes do acordo deconstituição nenhuma validade alcance o ato negocial a ponto de poder o devedor hipotecante evitar asujeição do bem comprometido, impondo ao credor outro qualquer de seu patrimônio. O direito deseqüela tem-no o credor, mesmo sem registro, desde que não esbarre na pretensão de terceiro de

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boa-fé, titulado por direito próprio. Por aí se vê que o ato é bom, válido e eficaz entre as partes e que oregistro na repartição competente tem o destino certo de terceiro.

O cartório do registro imobiliário competente para dotação da eficácia concursal da hipoteca éo da localização dos bens da garantia. Se vários, em localidades diversas, mister se faz o registro emtodos eles.

Há requisitos intrínsecos e extrínsecos para a validade do ato de constituição da hipoteca. Osprimeiros dizem respeito à legitimidade e à capacidade do hipotecante. Deve ser titular do direito a seronerado e ter capacidade para aliená-lo. Os segundos referem-se à forma do instrumento, quer se tratede contrato ou de cártula. Se contrato, acima de certo valor, será da essência do ato o instrumentopúblico. Se cártula, inere-lhe o rigor formal.

A hipoteca é indivisível tanto relativamente a seu objeto quanto com referência à obrigação quegarante. Desta sorte, caso o bem da garantia possa ser dividido em partes e o seja, as partes em quese decompôs a coisa conservam o gravame sobre a sua totalidade, como se não estivesse dividido. Damesma maneira, eventual pagamento parcial ou qualquer outra ocorrência que produza redução dadívida garantida, não determinará qualquer diminuição, seja do valor da hipoteca, seja dos bens dagarantia. A mesma permanecerá íntegra até a extinção da obrigação principal.

Ela é contrato acessório que depende de um principal para existir e sobreviver. Como éinalterável por força de sua indivisibilidade, só segue o principal na sorte final, eis que muitos dosefeitos jurídicos da execução do contrato principal não ocasionarão nenhuma conseqüência nela.

A coisa hipotecada responde pelo pagamento da obrigação principal. Credor por hipoteca emgrau subseqüente, mesmo que vencida, depende do vencimento da primeira hipoteca, para poderexcutir o imóvel, salvo se o devedor tiver declarada sua insolvência. Veda a lei se considere insolventeo devedor que não tenha pago a dívida decorrente de gravames posteriores à primeira hipoteca.

O credor da segunda hipoteca pode remir a hipoteca anterior em seu vencimento, caso odevedor não se manifeste nesse sentido. Mas é preciso que consigne em juízo a quantia exigível dadívida principal e demais despesas judiciais, se ajuizada estiver a execução, intimando o exeqüentesobre o depósito e o devedor para, querendo, remi-la. Remindo-a o consignante, ficará por isso sub-rogado nos direitos de crédito.

Também o adquirente do imóvel hipotecado tem esse mesmo direito, mas terá que notificarjudicialmente do contrato de seus credores, pessoalmente, se o domicílio coincidir com o do registro,ou por editais, prazo de 30 dias a contar da aquisição, oferecendo no mínimo o mesmo preço pago. Ocredor notificado pode, no prazo da oposição, requerer a licitação do imóvel; não o fazendo, apresunção operará no sentido da aceitação da oferta, bastando então o pagamento ou mesmo odepósito em juízo do valor, para requerer o cancelamento da hipoteca. Se, porém, o adquirente nãonotificar o credor, fica perante este obrigado às perdas e danos a que eventualmente der causa, àscustas e despesas judiciais, pagando ainda a diferença, se houver, entre o valor da adjudicação e o daavaliação.

Por esse risco responde o imóvel, outorgando-se o direito regressivo ao adquirente contra ovendedor para reaver a quantia que sobejar ao preço da aquisição.

Na licitação, só serão admitidos a lançar os credores hipotecários, os adquirentes e osfiadores. As remissões só poderão ocorrer não antes da primeira praça nem depois da assinatura doauto de arrematação. No caso de falência do devedor hipotecante, toca à massa o direito de remição,facultada sua realização pelo preço da avaliação. Se o valor da dívida garantida exceder o valor pago,o saldo, com o cancelamento da hipoteca, torna-se-á quirográfico. No caso de insolvência civil, o direitode remir é atribuído a qualquer dos credores hipotecários habilitados.

Na hipótese de falência ou insolvência, se o credor hipotecário preferir a adjudicação do bemque tenha preço de avaliação inferior à dívida, poderá fazê-lo, mas terá que quitar integralmente aobrigação principal. Os imóveis sobre os quais recaiam o ônus real hipotecário só poderão servendidos judicialmente precedido da intimação dos credores hipotecários, se eles não forem partes noprocesso.

É lícito às partes e especialmente ao vendedor estabelecer adredemente o valor de avaliaçãodos bens hipotecados, liberando-os de futura avaliação judicial.

O objeto da hipoteca tanto pode ser bem corpóreo quanto incorpóreo. Sobre esta últimaespécie, houve tempo que se questionava a possibilidade, sob o argumento de que o direito real só seconsolida na materialidade das coisas levantando resistência em aceitá-los sobre direitos, ainda quedireitos reais. Hoje não pende mais dúvida a respeito. Os direitos reais sobre direitos com pretensãoreal pertencem ao cotidiano jurídico. É o caso da hipoteca constituída sobre o domínio desmembrado(direto/útil) e sobre fração de imóvel indiviso entre outros.

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Em se tratando de hipoteca cedular, as declarações falsas ou inexatas do hipotecante acercada área dos imóveis hipotecados, de suas características, instalações e acessórios, sobre apacificidade de sua posse, ou omita outras declarações sobre a existência de gravames anteriorespodem configurar prática de estelionato, sujeitando o autor às cominações penais próprias.

Os bens hipotecados cedularmente não poderão ser penhorados nem seqüestrados por outrasdívidas do prestante da garantia, seja ele o devedor principal ou terceiro, o qual deve denunciar asituação do bem ao oficial incumbido da diligência judicial.

O prazo máximo admitido em lei para a vigência do ônus real hipotecário é de 30 anos,passível de renovação. Ocorrendo esta após o vencimento, ocasiona a extinção da garantia antiga e aconstituição de nova. Já a simples prorrogação, requerida por ambas as partes interessadas, não mexecom o tempo de validade, que se mantém sem hiatos desde sua constituição primitiva.

Dar-se-á a extinção da hipoteca: a) com a extinção da obrigação principal; b) com operecimento da coisa; c) com a perda do domínio por parte do devedor hipotecante; d) com a renúnciado credor; e) com sentença transitada em julgado; f) com a prescrição.

O levantamento da hipoteca ocorre pelo seu cancelamento ou baixa no registro.

ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIAA alienação fiduciária é uma garantia real. Existe resistência de setores da doutrina e da

jurisprudência acerca desse enquadramento. A discussão é mais acadêmica. Sustenta-se no fato de asgarantias reais conhecidas não transferirem o domínio. É preciso, entretanto, não esquecer odinamismo dos usos e costumes do comércio e a rápida necessidade de transformação do direitoempresarial, dando respaldo às novas práticas negociais. Em face disso, as instituições jurídicas queacompanham essas mudanças devem manter-se flexíveis e ágeis, não podendo jamais tornar-seestruturas rígidas e definitivas.

A alienação fiduciária transfere, sim, o domínio, mas essa transmissão não se constitui no fimvisado pelo negócio, representando mera forma, imprópria é bem verdade, de constituição de garantia.O domínio é transferido provisoriamente. Se o prestador da garantia, o fiduciante, não adimplir aobrigação, o objeto vai à venda, vedado sendo ao fiduciário ficar com o bem. Transferência de coisaem garantia é garantia real.

O negócio de transmissão da propriedade ou do domínio é que é resolúvel, e não apropriedade ou o domínio, como costumam dizer muitos juristas. Para a propriedade resolver-se temde extinguir-se seu objeto. Para o domínio resolver-se é preciso que se rompa o vínculo de poder que otitular do direito de propriedade em diretamente sobre a coisa, mas esse rompimento por si não opera orefazimento do vínculo anterior. A resolução do negócio em que se transmitiu o domínio é quedeterminará como conseqüência o desfazimento da transferência, voltando a titularidade a quem quis atransmissão mas não pôde consumá-la.

O que determina a resolução do negócio de transmissão é o adimplemento do devedorfiduciante. A quitação da dívida produz a reversão ao statu quo ante, pelo simples fato de ser aalienação fiduciária negócio acessório que não sobrevive sem o principal. Mas a propriedade poderesolver-se sem a resolução do negócio de transferência do domínio, quando a própria coisa perecer.O inadimplemento do devedor fiduciante também acarreta o fim da titularidade do domínio do credorfiduciário, porque, como não pode ficar com o bem da garantia, terá de vendê-lo para com o produto davenda se cobrar, devolvendo a quantia que eventualmente sobre. Não bastando para o integralpagamento da dívida, o devedor continuará pessoalmente obrigado pelo saldo.

É contrato bilateral porque enseja obrigação para ambas as partes. É, além disso, consensual,oneroso, típico, nominado, de duração.

Com o domínio, há transmissão da posse indireta ao credor. Pelo constituto possessório, aposse direta é atribuída ao devedor, que, desta forma, torna-se fiel depositário do bem da garantia,com as responsabilidades civis e penais dessa condição, mas sem o direito de ressarcimento dasdespesas havidas com a manutenção da coisa e sem o conseqüente direito de retenção.

Servem como objeto da alienação fiduciária os bens móveis em geral, desde que infungíveis,seja por natureza ou convenção. A rigor. embora pouco comum, também podem servir como objetodireitos, especialmente os instrumentados por títulos de crédito. O grande problema não chega a ser apossibilidade jurídica, que já não se discute mais, mas sua perfeita identificação, levando emconsideração, sobretudo, caber ao proprietário fiduciário o ônus da prova, contra terceiros, de que sãotais e não outros os bens de seu domínio que se encontram na posse do devedor. Sem isso, o riscoassumido pelo credor é muito grande. Em princípio, o que é penhorável pode ser objeto de alienaçãofiduciária.

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O negócio jurídico só pode ser comprovado por escritura pública ou particular e sua validadedepende de registro, sendo competente para o ato, com arquivamento obrigatório de cópia, noscontratos, o Registro de Títulos e Documentos do domicílio do credor, e, nas cédulas, o Cartório deRegistro de Imóveis da circunscrição onde se encontram os referidos bens. Na alienação fiduciáriaconstituída sobre veículos automotores, como sobre aeronaves e navios, a repartição competente parao registro é aquela incumbida da emissão e controle de suas respectivas licenças, que deverá anotarem seus Certificados de Registro.

O devedor que alienar ou der em garantia coisa já alienada fiduciariamente responde porestelionato, sujeitando-se às cominações civis e penais previstas para a espécie.

É aplicável à alienação fiduciária em garantia o princípio da indivisibilidade da garantiarelativamente à divisibilidade do valor da obrigação pecuniária. Pagamentos parciais não liberamparcelas do domínio. Em caso de desapropriação, o valor pago sub-roga o bem.

Na condição de acessório segue o principal em sua sorte. Assim, vence antecipadamentequando isso ocorrer com o contrato ao qual adere. Se a aquisição da propriedade fiduciária for a nondomino, posterior aquisição do domínio pelo fiduciante convalida o negócio.O credor fiduciário tem a seu favor ação de busca e apreensão para o caso de se configurar a mora dodevedor, em cujos autos o demandado poderá purgá-la. Não se consumando esta, a sentençaconsolidará a propriedade e a posse plena e exclusiva em mãos do credor, que, todavia, poderápreferir a venda judicial ou extrajudicial. Se o bem não for encontrado, a busca e apreensão pode seconverter em ação de depósito. Tem além dessas ações a execução de títulos extrajudiciais do saldonão coberto com a venda do bem ou de toda a dívida, uma vez frustrada a busca e apreensão, sepreferir executá-la ao invés de convertê-la em ação de depósito.

FIANÇAS BANCÁRIASAs garantias prestadas pelos Bancos em favor de seus clientes são, normalmente, garantias

de natureza pessoal que se apresentam sob as características seguintes: acessórias ou não-acessórias; nacionais ou internacionais.

As garantias pessoais são aquelas em que o banqueiro se vincula pessoalmente. Constituem-se geralmente por instrumentos conhecidos pela expressão de "cartas", tais como cartas de crédito,cartas de fiança, cartas de garantia, etc. Podem ocorrer através do crédito de aceitação, pela aposiçãode aceite em títulos de crédito.

Sendo garantias prestadas em âmbito nacional, seguem disciplina comum, mantendo o caráteracessório do negócio de garantia. A carta de fiança é fiança, sendo regulada pelas normas que lhe sãopróprias. A carta de crédito constitui-se em um acreditivo já estudado anteriormente. Da mesma forma,o crédito de aceitação foi abordado como empréstimo de firma.

Já os negócios internacionais apresentam conteúdo próprio diferenciado, pois não se deixandojungir por um sistema jurídico uniforme, mostram-se vacilantes em muitas questões. Formam-se entãopela prática diuturna do comércio exterior, apoiada nos usos e costumes profissionais, nas regulaçõesatravés de fórmulas, de contratos-tipo, na jurisprudência arbitral e em diretrizes traçadas pororganismos especializados, como é o caso da Câmara de Comércio Internacional ou organizaçõescomo a ONU, a CEE, etc..

Por força dessa condição, diversas fórmulas, destinadas a suprir deficiências em matéria desegurança jurídica, ganharam notoriedade, caindo no agrado dos intemacionalistas e adquirindo aospoucos exegese comum, formando praticamente um corpo de normas uniformes, chamado lexmercadoria. A livre escolha das partes no contrato invocando Regras e Usos Uniformes organizadospela CIC vinculam o julgamento das contendas à disciplina eleita.

Essa prática tem afastado as garantias bancárias internacionais da disciplina tradicional dafiança, retirando-lhes o caráter de acessoriedade. São conhecidas pelo nomen juris "garantias".

Costumam ser divididas em duas principais espécies, tendo vista o fim a que se destinam:garantias de pagamento e garantias de execução.

As garantias de pagamento compõem-se de cartas de crédito, constituindo negócio acreditivo.São garantias autônomas, sem qualquer acessoriedade ou contaminação com o negócio subjacente.Importa em vinculação triangular, com o concurso eventual de um quarto figurante, sempre Bancocorrespondente. São conhecidas pela denominação on open acount (conta aberta), emitidas em trêsmodalidades:a) o vendedor recebe antes de embarcar o produto;b) o comprador paga antes de receber, mas depois de olhar o produto; e

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c) o comprador paga contra-recebimento da mercadoria.Referidas garantias ou são incondicionais, exigíveis à primeira solicitação, ou condicionais,

dependentes de comprovação documentária do inadimplemento.As garantias de execução apresentam-se sob variadas subespécies:

a) Big Bond garante a oferta na licitação, respondendo pela obrigação de contratar;b) Performance Bond garante a boa execução a qual pode se desdobrar em garantias menores:garantia de manutenção; garantia de reembolso; garantia de submissão, etc..

O estudo mais aprofundado dessas garantias deve ser tentado no Direito Internacional Privado.

FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO (FGC)Até recentemente, o Banco Central ressentia-se da falta de mecanismos legais para a ação

preventiva junto ao sistema financeiro, visando a recuperação das instituições, ante a verificação deocorrências que acarretassem perdas patrimoniais e expusessem a risco os seus credores. Osinstrumentos utilizados com o propósito de saneá-las, sob a roupagem de planos de recuperação ou determos de compromisso, eram documentos cuja eficácia dependia da posição unilateral dassociedades interessadas. O Banco Central não dispunha de mecanismos hábeis sob cujo fundamentopudesse determinar medidas de capitalização, de reorganização, de alienação de controle ou deafastamento de administradores.

Em passado recente, o Banco Central possuía o instrumento financeiro constituído pelasreservas monetárias. Esses recursos podiam ser utilizados no pagamento do passivo de instituiçõesfinanceiras sob intervenção ou liquidação extrajudicial, saneando seus ativos e passivos medianteexpressa e prévia autorização do Conselho Monetário Nacional.

Esgotada essa fonte, com a qual eram atendidos os credores quirografários (correntistas) deinstituições submetidas a regime especial, o Banco Central deixou de dispor de instrumentos maisefetivos de proteção à poupança popular.

Assim, criou-se mecanismo destinado a proteger os titulares de créditos perante instituiçõesfinanceiras, sob a forma de Fundo Garantidor de Créditos - FGC, cuja instituição foi autorizada pelaResolução n° 2.197, de 31.8.95, seguindo-se a aprovação de seus estatuto e regulamento por meio daResolução n° 2.211, de 16.11.95, ambas do Conselho Monetário Nacional.

O FGC é uma associação civil sem fins lucrativos, com prazo indeterminado de duração econstituído sob a forma de sociedade de direito privado, tendo por objetivo dar cobertura, de até R$20mil por titular, a depósitos e aplicações nas hipóteses de decretação de intervenção, liquidaçãoextrajudicial ou falência de instituição que participe do referido fundo, ou, ainda, de reconhecimento,pelo Banco Central, de estado de insolvência da instituição que, nos termos da legislação vigente, nãoesteja sujeita aos regimes acima mencionados.

São objeto da garantia proporcionada pelo FGC os seguintes créditos: depósitos à vista,depósitos de poupança, letras de câmbio, letras imobiliárias e letras hipotecárias, de emissão ou aceitede instituição financeira ou associação de poupança e empréstimo em funcionamento no país.

São participantes do FGC todas as instituições financeiras e as associações de poupança eempréstimo responsáveis pelos créditos garantidos, exceto as cooperativas de crédito e as seções decrédito das cooperativas. As instituições participantes contribuem com 0,025% do montantemensalmente escriturado relativo aos saldos das contas correspondentes às obrigações objeto degarantia.Com a Medida Provisória n9 1.182, de 17.11.95, foram introduzidas importantes alterações nalegislação até então vigente, especialmente no que diz respeito aos poderes atribuídos ao BancoCentral para, na qualidade de guardião da estabilidade monetária e regulador do Sistema FinanceiroNacional, atuar no fortalecimento e no saneamento do mercado, prevenindo e solucionando crises deliquidez e/ou solvência de instituições financeiras.

As modificações adotadas situam-se, principalmente, no campo da responsabilidade civil dosacionistas controladores; na instituição de medidas saneadoras de natureza preventiva e passíveis deadoção por integrantes do próprio mercado; na flexibilização e agilização das regras para privatizaçãode instituições cujas ações tenham sido objeto de desapropriação após decretado o regime deadministração especial temporária; e na apuração da responsabilidade dos prestadores de serviços deauditoria independente que tenham verificado os balanços e demonstrações contábeis de instituiçõesfinanceiras que venham a ser submetidas aos regimes de intervenção, liquidação extrajudicial ouadministração especial temporária pelo Banco Central.

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Até então, constatada a crise de alguma instituição financeira, submetendo a risco anormal osseus depositantes e investidores, o Banco Central tinha como alternativas apenas a aplicação dosregimes especiais disciplinados na Lei no 6.024, de 13.3.74, e no Decreto-lei no 2.321, de 25.2.87,respectivamente intervenção ou liquidação extrajudicial e administração especial temporária. Adecretação de regime especial trazia como conseqüência imediata a indisponibilidade dos benspessoais dos ex-administradores da instituição que atuaram nos últimos 12 meses, medida esta quetem caráter cautelar e destina-se a prevenir eventual responsabilidade dos ex-administradores quantoaos prejuízos que vierem a ser apurados pela comissão de inquérito que investiga as causas da"quebra". Por conseguinte, somente os ex-administradores poderiam ser responsabilizados civilmentepelos prejuízos causados à instituição, ainda que tais ex-administradores tivessem agido soborientação dos controladores da empresa, os quais, por não integrarem os órgãos de direção dasociedade, ficavam imunes de responsabilização pelos prejuízos causados a terceiros.

Os artigos 1° e 2° da medida provisória alteram radicalmente a disciplina legal da matéria,estendendo aos controladores a responsabilidade solidária pelos prejuízos que vierem a ser apuradosna sociedade. A partir deste novo normativo, também os bens desses controladores passam a seralcançados pela indisponibilidade, objetivando assegurar que, apurada a responsabilidade de cada umdeles, sejam satisfeitos os créditos dos depositantes, investidores e demais credores. O rigor da leiatingirá, assim, não só aqueles que praticaram atos de gestão na instituição, mas também aquelesque, no mais das vezes, ordenaram, orientaram ou, até pela omissão, estimularam tais ações.

Quando ocorrida uma das situações que autorizem a decretação de regime de liquidaçãoextrajudicial, o art. 4° prevê que o Banco Central, objetivando sempre a normalidade do mercadofinanceiro e a proteção dos interesses de depositantes e investidores, pode decretar não o regimeextremo (liquidação) mas, sim, o regime de administração especial temporária. Essa sistemáticacoaduna-se não apenas com as alternativas possibilitadas pela Medida Provisória n° 1.470, como,também, com o disposto no parágrafo primeiro do art. 15 da Lei n° 6.024.

Já o artigo 5° faculta ao Banco Central que, ainda antes da decretação do regime especial,determine aos próprios controladores a adoção de medidas de capitalização da sociedade,transferência do controle acionário e reorganização societária mediante incorporação, fusão ou cisão.O dispositivo é inovador porque impõe aos responsáveis pela crise da instituição o dever de solucioná-la em tempo e, mais ainda, faz com que o próprio mercado atue como parceiro na conjuração da crisede liquidez ou de solvência.

Pelo regime legal anterior, a superação da crise ou a liquidação da instituição se fazia apenase exclusivamente pela ação administrativa do Poder Público, ao decretar o regime especial deintervenção, liquidação extrajudicial ou administração especial temporária. O interventor, o liquidanteou os membros do conselho diretor, nomeados pelo Banco Central, é que passavam a responsabilizar-se pela condução do processo e, assim, expunham-se aos ônus e desgastes invariavelmenteenvolvidos em missões desse tipo, enquanto os verdadeiros responsáveis pela situação ficavamconfortavelmente à espera, muitas vezes torcendo pelo insucesso da atuação saneadora do Poder.Público.

Com o advento dessa medida provisória, ainda que os controladores da instituição em crisenão adotem medidas saneadoras a tempo, o liquidante, o interventor ou o conselho diretor que foremnomeados pelo Banco Central poderão fazê-lo. Este o sentido do art. 6° da MP, que autoriza, navigência da intervenção, liquidação extrajudicial ou administração especial temporária, medidassaneadoras, dentre elas: transferência da atividade bancária, bens, direitos e obrigações; alienação oucessão de bens e direitos a terceiros em contrapartida à assunção de obrigações perante credores;constituição ou reorganização de sociedades para as quais sejam transferidos bens, direitos eobrigações, objetivando a continuação geral ou parcial do negócio ou atividade, tudo sem interrupçãoou suspensão do andamento do inquérito destinado a apurar as responsabilidades dos controladores eadministradores.

No âmbito do processo administrativo, destinado à aplicação de sanções e punições ainstituições financeiras e administradores, por infração a normas reguladoras da atividade, o artigo 9°da medida provisória autoriza o Banco Central a determinar, em caráter cautelar, o afastamento dosindiciados enquanto perdurar a apuração de suas responsabilidades, impedir que os indiciadosassumam quaisquer cargos de direção ou administração de instituições financeiras ou atuem comoprepostos ou mandatários de administradores e, ainda, impor restrições e limites às atividades dainstituição financeira autuada.

As medidas cautelares corrigem antiga distorção pela qual, enquanto não concluído o processoadministrativo em algumas situações, os envolvidos permaneciam atuando livremente no mercado epraticando os mesmos atos pelos quais foram indiciados.

Por último, a medida provisória estabelece que as ações desapropriadas na vigência do regimede administração especial temporária, na forma do Decreto-lei n° 2.321, de 25.2.87, serão objeto de

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privatização, visando evitar que a instituição permaneça indefinidamente sob controle do estado. Nocaso, o decreto expropriatório deverá fixar prazo para alienação do controle acionário da instituição sobregime de administração especial temporária.