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FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA
Prof. Ms. Elizeu N. Silva
O europeu (português) que
chega ao Brasil em 1500 é um
ser dividido entre a pesada
tradição de um passado
religioso e um presente e
futuro sedutores em termos de
conhecimento e de liberdades
individuais.
Pela primeira vez, desde o declínio das culturas greco-
romanas, começavam a soprar os ventos do pensamento
livre – inicialmente, de forma acanhada e ainda sob forte
repressão religiosa e estatal, mas de forma irreversível e
cada vez mais forte.
As navegações
contribuíram
decisivamente para a
difusão das novas
ideias, na medida em
que promoviam a
comunicação entre
mundos
completamente
diferentes e culturaspraticamente desconhecidos entre si: a Europa Ocidental e
a Ásia.
O protagonismo de Portugal nas grandes navegações
transformou o pequeno país do Sul da Europa em potência
comercial e marítima da época. No entanto, do ponto de
vista da filosofia, das artes e da organização política,
Portugal ainda lembrava muito a sociedade medieval.
À exceção das
navegações, pouco se
via, em Portugal, que
lembrasse os grandes
acontecimentos que
marcaram a
passagem do século
XV para o XVI,
responsáveis por uma
nova visão de mundo,
pelo surgimento de
uma nova sociedade
e de um novo ser: o
homem moderno.
“Homem Vitruviano”, de Leonardo Da Vinci. Marco do antropocentrismo: ideias de proporção e simetria aplicadas à anatomia humana
Indústria naval portuguesa
(1450).
Perda de Constantinopla (atual
Stambul, na Turquia) para as
forças militares do sultão Maomé
II, em maio de 1453.
Início da exploração das rotas
marítimas para a África oriental
e a Ásia.
Chegada oficial dos ibéricos –
espanhóis (Colombo, 1492) e
portugueses (Cabral, 1500) – à
América.
Início da Idade Moderna
Esgotamento do feudalismo
como modelo socioeconômico
e político. Fortalecimento das
monarquias, crescimento das
cidades, surgimento de uma
nova classe socioeconômica, a
burguesia, constituída
inicialmente de pequenos
artesãos, que posteriormente
se tornarão grandes
comerciantes impulsionadores
das navegações. Surgem as
bases para o capitalismo.
Início da Idade Moderna
1454: Construção da primeira
prensa com tipos móveis por
Gutenberg (1368–1468), que
facilita a difusão e a circulação
de ideias diretamente do autor
ao leitor, sem intermediários. A prensa móvel torna-se importante aliada de teólogos e
filósofos. Os efeitos sobre o pensamento da época são
imediatos. Na Itália, Nicolau Maquiavel (1469–1527) defende as
“razões de estado” sobre os motivos religiosos e os
interesses do indivíduo.
Início da Idade Moderna
Michel Montaigne (1533–1592)
introduz o pensamento sobre
o certo e o errado na conduta
humana – prerrogativa, então,
unicamente da Igreja. Inspira,
desta forma, embora
involuntariamente, a Reforma
Protestante de Martinho
Lutero.
Início da Idade Moderna
Reforma Protestante liderada pelo frade Martinho Lutero
(1483–1546), que denuncia o poder da Igreja sobre as
consciências. O movimento luterano logo recebe a
adesão do intelectual João Calvino (1509–1564),
aprofundando a cisão com a Igreja Católica. Colocam-se
frontalmente
contra a
mediação da
igreja na
comunicação
entre o indivíduo
e a divindade.
Início da Idade Moderna
O pensamento místico (religioso) e mítico cede lugar ao
racionalismo, que resultará em grandes descobertas na
física, na mecânica, nas artes etc.
O filósofo René Descartes (1596–1650)
inaugura o Racionalismo ao introduzir o
“ceticismo metodológico” ilustrado pelo
célebre cogito: dubito, ergo cogito,
ergo sum (Eu duvido, logo penso, logo
existo). Sistematiza a epistemologia –
teoria do conhecimento – que estuda a
origem, a estrutura, os métodos e a
validade do conhecimento.
Início da Idade Moderna
Renascimento: a partir de Florença, na Itália, influencia
toda a Europa.
Valoriza as qualidades humanas e busca a perfeição
estética/mimética.
Opõe-se às verdades universais da igreja.
Burguesia financia o avanço das artes por meio de
mecenato.
Balizamento artístico: antropocentrismo (homem como
centro do universo); hedonismo (valorização dos
prazeres e dos sentidos);
Arte racionalista, adota a antiguidade clássica como
ideal estético.
Início da Idade Moderna
David, de Donatello (1386–
1466)
Início da Idade Moderna
A Última Ceia. Leonardo Da Vinci (1452–1519): tido como o nome
mais importante do Renascimento. Artista, cientista, filósofo,
matemático, inventor, esteta etc.
Início da Idade Moderna
David, de Michelangelo
(1475–1564): pintor,
escultor, poeta,
arquiteto florentino.
Início da Idade Moderna
Início da Idade Moderna
Escola de Atenas.
Rafael Sanzio (1483–1520): pintor e arquiteto
florentino