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FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA Prof. Ms. Elizeu N. Silva

Aula 02 formação da sociedade brasileira o homem moderno

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FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA

Prof. Ms. Elizeu N. Silva

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Modernidade: Mais que designar um período histórico da

sociedade, indica uma mudança de paradigmas no modo

como o homem ocidental vê a si mesmo.

Historicamente, compreende o período desde o século XV

até final do século XVIII.

• Queda de Constantinopla (maio/1453) – Revolução

Francesa (julho/1789).

A liberdade guiando o povo (1830) Eugène Delacroix (1798–1863)

Trata-se de um conceito

extremamente paradoxal: ao

mesmo tempo que permite a

aproximação dos homens –

navegações, comunicações,

vida urbana –, caracteriza-se

também pelo individualismo.

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A modernidade representa um processo

de anulação das fronteiras geográficas,

de classe e nacionalidade, de religião e

ideologia. Nesse sentido, pode-se dizer

que a modernidade une a espécie

humana.

Porém, trata-se de uma unidade de

desunidade: ela promove um turbilhão

de permanente desintegração e

mudança, de luta e contradição, de

ambiguidade e angústia.

Definição de Karl Marx para a

Modernidade: “Tudo o que é sólido

desmancha no ar”.

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Tem como característica comum a “mudança

constante, rápida e permanente”, sendo esta a

principal diferença entre “as sociedades

“tradicionais” e as “modernas” .As pessoas que se

encontram em meio a esse

turbilhão sentem-se como as

primeiras, e talvez as

últimas, a passar por isso –

consequência da fragilidade

das referências históricas.

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• Grandes descobertas da Ciência:

1687: Isaac Newton descreve a Lei da

Gravidade;

1705: Edmund Haley descreve a órbita dos

planetas;

1712: Invenção da máquina a vapor por Thomas

Newcomen e aperfeiçoada por James Watt;

1735: Classificação dos seres vivos pelo

botânico sueco Carl von Lineé;

1751: Norteamericano Benjamin Franklin

descobre a eletricidade e cria o para-raios;

1751: Denis Diderot e Jean d’Alembert criam a

primeira enciclopédia – Dicionário Racional da

Ciência;

1777: Lavoisier estuda a química orgânica e

identifica a combinação de átomos que resulta

no oxigênio;

Page 6: Aula 02   formação da sociedade brasileira o homem moderno

• Grandes descobertas da Ciência:

1835: Norteamericanos Joseph Henry e Samuel Morse

criam o primeiro telégrafo;

1839: Louis-Jacques-Mandé Daguerre desenvolve a

fotografia. Em 1888 George Eastman cria a primeira

câmera de filme em rolo (Kodak);

1842: Crawford Long usa éter como anestésico pela

primeira vez;

1859: Charles Darwin publica a tese “Sobre a Origem

das Espécies”;

1876: Escocês Alexander Bell inventa o telefone;

1879: Thomas Alva Edson inventa a lâmpada elétrica;

1888: Heinrich Hertz faz primeira transmissão de rádio.

1895: August e Louis Lumière fazem primeira exibição

cinematográfica;

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• Grandes descobertas da Ciência:

1835: Norteamericanos Joseph Henry e Samuel Morse

criam o primeiro telégrafo;

1839: Louis-Jacques-Mandé Daguerre desenvolve a

fotografia. Em 1888 George Eastman cria a primeira

câmera de filme em rolo (Kodak);

1842: Crawford Long usa éter como anestésico pela

primeira vez;

1859: Charles Darwin publica a tese “Sobre a Origem

das Espécies”;

1876: Escocês Alexander Bell inventa o telefone;

1879: Thomas Alva Edson inventa a lâmpada elétrica;

1888: Heinrich Hertz faz primeira transmissão de rádio.

1895: August e Louis Lumière fazem primeira exibição

cinematográfica;

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Alimentam a sensação de transitoriedade:

• Descobertas nas ciências físicas;

• Mudança da nossa imagem do universo e do lugar que

ocupamos nele;

• Industrialização da produção, que transforma

conhecimento científico em tecnologia, cria novos

ambientes humanos e destrói os antigos, acelera o próprio

ritmo de vida, gera novas formas de poder corporativo e

de luta de classes

• Descomunal explosão demográfica, que penaliza milhões

de pessoas arrancadas de seu habitat ancestral,

empurrando-as pelos caminhos do mundo em direção a

novas vidas;

• Rápido e muitas vezes catastrófico crescimento urbano;

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• Sistemas de comunicação de massa, dinâmicos em

seu desenvolvimento, que embrulham e amarram,

no mesmo pacote, os mais variados indivíduos e

sociedades;

• Estados nacionais cada vez mais poderosos,

burocraticamente estruturados e geridos, que lutam

com obstinação para expandir seu poder;

• Movimentos sociais de massa e de nações,

desafiando seus governantes políticos ou

econômicos, lutando por obter algum controle sobre

suas vidas; enfim, dirigindo e manipulando todas as

pessoas e instituições, um mercado capitalista

mundial, drasticamente flutuante, em permanente

expansão.

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A despeito das datações históricas (1453–1789), o

conceito de modernidade avança sobre a idade

Contemporânea até as primeiras décadas do século XX.

Pode ser dividida em três fases:

a) Do início do século XVI até o fim do século XVIII, as

pessoas estão apenas começando a experimentar a

vida moderna; mal fazem ideia do que as atingiu. Elas

tateiam, desesperadamente mas

em estado de semi-cegueira, no encalço de um

vocabulário adequado; têm pouco ou nenhum senso de

um público ou comunidade moderna, dentro da qual

seus julgamentos e esperanças pudessem ser

compartilhados;

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b) Segunda fase começa com a grande onda

revolucionária de 1790. Com a Revolução Francesa e

suas reverberações, ganha vida, de maneira abrupta e

dramática, um grande e moderno público. Esse público

partilha o sentimento de viver em uma era

revolucionária, uma era que desencadeia explosivas

convulsões em todos os níveis de vida pessoal, social e

política. Ao mesmo tempo, o público moderno do

século XIX ainda se lembra do que é viver, material e

espiritualmente, em um mundo que não chega a ser

moderno por inteiro. É dessa profunda dicotomia, dessa

sensação de viver em dois mundos simultaneamente,

que emerge e se desdobra a ideia de modernismo e

modernização.

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c) No século XX, terceira e última fase, o processo de

modernização se expande a ponto de abarcar

virtualmente o mundo todo, e a cultura mundial do

modernismo em desenvolvimento atinge espetaculares

triunfos na arte e no pensamento. Por outro lado, à

medida que se expande, o público moderno se

multiplica em uma multidão de fragmentos, que falam

linguagens incomensuravelmente diferentes; a ideia de

modernidade, concebida em inúmeros e fragmentários

caminhos, perde muito de sua nitidez, ressonância e

profundidade e perde sua capacidade de organizar e

dar sentido à vida das pessoas.

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O mundo moderno é aquele em que “o bom, o mau, o

belo, o feio, a verdade, a virtude, têm uma existência

apenas local e limitada”. Saint-Preux, em A nova

Heloisa, de Jean-Jacques Rousseau (1712–1778).

Perturbado, o personagem descreve a vida urbana

como “uma

permanente colisão de grupos e conluios, um contínuo

fluxo e refluxo de opiniões conflitivas. (...) Todos se

colocam frequentemente em contradição consigo

mesmos”.

“Tudo é absurdo, mas nada é chocante, porque todos

se

acostumam a tudo”.

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“Com tal quantidade de objetos desfilando diante de

meus olhos, eu vou ficando aturdido. De todas as

coisas que me atraem, nenhuma toca o meu coração,

embora todas juntas perturbem meus sentimentos, de

modo a fazer que eu esqueça o que sou e qual meu

lugar”.

Essa atmosfera — de agitação e turbulência,

aturdimento psíquico e embriaguez, expansão das

possibilidades de experiência e destruição das barreiras

morais e dos compromissos pessoais, autoexpansão e

auto-desordem, fantasmas na rua e na alma — é a

atmosfera que dá origem à sensibilidade moderna.

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Karl Marx (1818–1883):

“A burguesia não pode

sobreviver sem

revolucionar

constantemente os

instrumentos de

produção, e com eles as

relações de produção, e

com eles todas as

relações sociais. (...)

Revolução ininterrupta da

produção, contínua

perturbação de todas as

relações sociais,

interminável incerteza e

agitação, distinguem a

era burguesa de todas as

anteriores”.

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Friedrich Nietzsche (1844–

1900)

Niilismo: “Para alguns, a

solução para o caos da vida

moderna é tentar deixar de

viver: tornar-se medíocre é a

única moralidade que faz

sentido”.

“Nós modernos, nós

semibárbaros. Nós só

atingimos nossa

bemaventurança quando

estamos realmente em perigo.

O único estímulo que

efetivamente nos comove é o

infinito, o incomensurável”.

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Referência bibliográfica:

BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar - a aventura da modernidade. São Paulo, ed. Schwarcz, 1986

Website de referência:República Online: http://www.republicaonline.org.br/reponlinenav/