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Homem e Sociedade Cap 3

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57Homem e Sociedade

3.1 Contextualizando

Vimos no capítulo anterior que o homem transforma o mundo ao seu

redor através do trabalho. Mas o homem vai além e cria instituições como

a família, a escola, o Estado, a ciência, a arte, etc. No contexto das criações

humanas, as instituições são mecanismos sociais que compõem a estrutura da

sociedade, controlam seu funcionamento e, por conseguinte, o dos próprios

indivíduos, atuando como mecanismo de sua proteção.

No sentido usual, o termo instituição designa uma organização que

abrange pessoas, por exemplo, uma escola ou uma universidade. De outro

lado, também se identifica às grandes entidades sociais que se afirmam quase

como um ente transcendental que está acima dos indivíduos, como o Estado,

o mercado, a propriedade privada, ou o sistema educacional.

Do ponto de vista da Sociologia, o termo instituição assume outro sen-

tido. Na perspectiva sociológica, as instituições se configuram como mecanis-

mos sociais que se reproduzem por meio de uma ideologia interna.

O estudo das instituições sociais e da ideologia como elemento presente

no discurso institucional é fundamental para você, uma vez que se aplicará di-

retamente ao seu espaço de atuação profissional. Neste sentido, ao final deste

capítulo esperamos que você consiga:

• analisar as instituições fundamentais da democracia moderna;

• definir ideologia;

• explicitar a força da ideologia como elemento que possibilita a reprodução

das diversas instituições sociais.

IDEOLOgIA E INSTITUIçõES DADEMOCRACIA MODERNA

CAPÍTULO 3

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Capítulo 3

58 Homem e Sociedade58

3.2 Conhecendo a teoria

3.2.1 Desenvolvimento histórico das instituições: Estado, família, religião, propriedade privada

O homem se distingue das demais espécies porque seu comportamento

social não se determina geneticamente, é aprendido nos grupos dos quais

participa. Para que os comportamentos tornem-se um hábito social, surgem as

instituições sociais. As instituições sociais servem como um meio para a satis-

fação das necessidades da sociedade.

Veja como Durkheim, assumindo este conceito como um dos principais

de sua análise da sociedade, as define:

CONCEITO

Segundo Durkheim, “A instituição social é um mecanismo de proteção da sociedade, é o conjunto de regras e procedimentos padronizados socialmente, reconhecidos, aceitos e sancionados pela sociedade, cuja importância estratégica é manter a organização do grupo e satisfazer as necessidades dos indivíduos que dele participam. As instituições são, portanto, conservadoras por essência, quer seja família, escola, governo, polícia ou qualquer outra, elas agem fazendo força contra as mudanças, pela manutenção da ordem.” (EXODOS, 2010).

As instituições sociais compõem o alicerce e a estrutura da sociedade.

Nesse sentido, são relativamente constantes, mas não são entidades imutáveis.

Quando ocorrem mudanças nas práticas sociais, verificam-se, também, mudan-

ças nas instituições sociais existentes, podendo ser originadas novas instituições.

Se você analisar a instituição família, entenderá esse processo. As várias

transformações por que passou a sociedade implicaram transformações no con-

ceito de família, ou seja, as famílias já não são o que eram. Essas transformações

são resultado de profundas alterações na estrutura da sociedade: aumento da

taxa de divórcios, a integração cada vez maior das mulheres no mundo do tra-

balho, baixo índice de natalidade com consequências na estrutura familiar.

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Capítulo 3

59Homem e Sociedade

Podemos destacar dois tipos principais de instituição social:

a) As instituições fundamentais, que existem em todo grupo social. São

exemplos o governo, a família e a religião.

b) As instituições secundárias, complementares das fundamentais. São

exemplos a constituição, o divórcio e o casamento.

Dentre as instituições fundamentais, podemos destacar quatro como es-

senciais: o Estado, a família, a religião e a propriedade privada.

O Estado

De maneira geral, pode-se dizer que o Estado é uma comunidade humana fixada em um território, exercendo um poder político. O Estado nem sempre exis-

tiu, seu nascimento é produto da divisão social do trabalho.

A palavra estado deriva do grego polis, que significa “cidade-estado”.

Para os romanos, a civitas ou res publica é chamada de status, que significa

“situação” ou “condição”. Na modernidade, o Estado ganha o conceito que

conhecemos atualmente.

CONCEITO

Aristóteles define Estado como “uma autoridade central (monarca, presidente) com poder sobre uma população que vive dentro de um território determinado; mas é mais que uma unidade física, territorial ou legal; o poder político central transforma a unidade nacional, a representação, a defesa e o controle dessa unidade em uma ideologia”. (GALLO, 2009).

O Estado tem como fins imediatos a segurança, a justiça e o bem-estar

social e econômico do grupo social que representa. A garantia desses fins se

dá através de suas funções legislativa, executiva e judiciária.

A função legislativa corresponde à elaboração de leis. A função executiva ou

administrativa é responsável pela execução das leis e satisfação das necessidades coleti-

vas. A função judiciária garante a resolução de conflitos e punição da violação das leis.

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Capítulo 3

60 Homem e Sociedade

A população (reunião de indivíduos em um determinado local submeti-

dos a um poder central); o território (espaço geográfico onde reside determi-

nada população); e a soberania (exercício do poder do Estado, internamente

e externamente) são os elementos constitutivos do Estado.

A família

A família é um grupo social primário, responsável pelo início do proces-

so de socialização do ser humano: interação entre pais e filhos, entre irmãos,

avós. O termo família é derivado do latim famulus, que significa “escravo do-

méstico”. Este termo foi criado na Roma Antiga para designar um novo grupo

social que surgiu entre as tribos latinas, ao serem introduzidas a agricultura e

também a escravidão legalizada. (HOUAISS, 2001).

É uma instituição social e historicamente determinada, na medida em

que sofre transformações de acordo com as transformações da sociedade. Suas

funções estão vinculadas ao lugar que ela ocupa na organização social e eco-

nômica. Nesse sentido, as transformações sociais ao longo da história desenha-

ram uma grande diversidade de formas de família e de núcleos domésticos:

a) A família pode assumir uma estrutura nuclear ou conjugal, que consiste

num homem, numa mulher e em seus filhos (biológicos ou adotados),

habitando um ambiente familiar comum. A estrutura nuclear tem

uma grande capacidade de adaptação, reformulando sua constituição,

quando necessário.

b) Existem também famílias com uma estrutura monoparental, ou seja, de

pais únicos, tratando-se de uma variação da estrutura nuclear tradicional,

devido a fenômenos sociais como divórcio, óbito, abandono de lar,

ilegitimidade ou adoção de crianças por uma só pessoa.

c) A família ampliada ou extensa (também dita consanguínea) é uma

estrutura mais ampla, que consiste na família nuclear, mais os parentes

diretos ou colaterais, existindo uma extensão das relações entre pais e

filhos para avós, pais e netos.

d) Existem também as famílias alternativas, sendo elas as famílias comunitárias e

famílias homossexuais.

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Capítulo 3

61Homem e Sociedade

Quando falamos em família, imediatamente nos reportamos à família nuclear conjugal composta por pai, mãe e filhos. Mas nem sempre foi assim.

Nas comunidades tribais (onde as atividades econômicas eram desenvolvidas em comum e a aprendizagem não era tarefa apenas dos pais, pois todos na tribo exerciam a função de agentes do processo de aprendizagem), predominava a família extensa – composta pelo patriarca, sua esposa, seus filhos com suas mulheres e filhos.

Na Grécia e Roma antigas a família também se caracterizava como extensa, sendo constituída pelo chefe, que presidia o culto religioso doméstico, a mulher, os filhos, suas esposas e filhos, bem como os escravos. Assim, a família greco-romana compunha-se de um patriarca e seus fâmulos: esposa, filhos, servos livres e escravos. (PRADO, 1981, p. 51).

Na Idade Média, ainda permanecia o conceito de família extensa. Nesse contexto não havia o sentimento de infância; as crianças viviam no mundo adulto, assumindo as características desse mundo. Não havia diferenciação entre adultos e crianças, que se vestiam como adultos, participavam de jogos, frequentavam as mesmas festas, participavam das mesmas conversas, etc.

Na modernidade (séculos XV ao XVIII), desenvolveu-se um sentimento de infância, ao mesmo tempo que um novo sentimento de família. A Revolução Industrial e a ascensão da burguesia implicaram novos padrões econômicos e sociais que se refletiram no comportamento dos indivíduos. Configurou-se nos meios abastados a família nuclear, tal como conhecemos hoje.

CURIOSIDADE

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Capítulo 3

62 Homem e Sociedade

Hoje, frente às várias revoluções por que passamos (destaque para a re-

volução da informação e a revolução da biologia), bem como frente às novas

conformações do capital, vivemos o limiar de um novo momento. Segundo

Pereira (2003), a nova configuração da família na nossa contemporaneidade

apresenta algumas situações que deixariam nossos avós admirados. Ao olhar-

mos o retrato das famílias atuais, temos um desenho que é de difícil compre-

ensão num primeiro olhar: aquele que parece ser o pai é o padrasto; a moça

com uma criança no colo não é a mãe, mas uma meia-irmã; os três jovens que

dividem o mesmo teto são um casal e uma amiga; e aquela que parecia ser a

mãe pode ser na verdade a namorada dela, etc.

A religião

A religião é uma das instituições mais antigas e universais da humanida-

de. Sempre fez parte da cultura dos povos. Um mergulho na história evidencia

que não existia uma única civilização sequer no passado que não possuísse

suas práticas e rituais direcionadas a um encontro com a transcendência e com

as respostas que esclarecessem suas dúvidas acerca da origem e do sentido de

nossa existência.

Em seus estudos na área da antropologia, Malinowski (1983 apud

BOEING, 2010) registra que a religião já estava presente nas sociedades primi-

tivas em duas esferas distintas: o sagrado e o profano. Em outras palavras, o

domínio da magia e religião e o da ciência. Para Boeing (2010), há duas ma-

neiras de abordar o fenômeno religioso:

- uma a partir de dentro (teologia): a teologia, como ciência normativa, é um discurso do ser humano sobre Deus, a essência mesma de uma religião, considerada a única verdadeira e autêntica, elaborando racionalmente a fé, procurando dar resposta às perguntas: em que devemos crer? Por que devemos crer isto?

- outra a partir de fora (ciência das religiões): a ciência das religiões [...] se interessa por tudo quanto os seres humanos crêem e quer chegar a uma compreensão do ser humano religioso. (BOEING, 2010)

Qualquer das abordagens representa uma necessidade que o homem

tem cada vez maior de compreender o fenômeno religioso. Uma tentativa de

racionalização da fé.

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Capítulo 3

63Homem e Sociedade

CONCEITO

Segundo Hellmann (2010?), uma das definições de religião mais aceitas pelos estudiosos, para efeitos de organização e análise, tem sido: “religião é um sistema comum de crenças e práticas relativas a seres sobre-humanos dentro de universos históricos e culturais específicos”.

Etimologicamente o termo religião surge na história humana através de

autores clássicos como Cícero, Lactâncio e Santo Agostinho, através das pala-

vras re-legere que significa reler, re-ligare que significa religar e re-eligere que

significa reeleger. A ideia presente em todos os conceitos é de retorno a uma

situação anterior, de uma ligação com o transcendente.

Saiba que a religião é um fenômeno multiforme, ou seja, não existe “a

religião”, existem “religiões”. Sua classificação pode ocorrer de diversas for-

mas. Vamos conhecer a classificação adotada por Kuchenbecker (2010), que

utiliza como critério de classificação conteúdo e forma. Assim, temos uma clas-

sificação quanto a conteúdo e uma classificação quanto a forma.

• Quanto ao conteúdo:

a) Primitivas – são religiões em que o culto aos deuses é realizado de

forma acrítica e pré-reflexiva. A adoração envolve o mágico e o

mistério. São exemplos: animismo, magismo e umbanda.

b) Sapienciais – aquelas religiões que se fundamentam na sabedoria,

na busca pelo conhecimento, pela busca do sentido da vida e pela

contemplação. São exemplos: hinduísmo, budismo e taoísmo.

c) Proféticas ou reveladas – religiões que surgem a partir de uma

profecia, de uma revelação. Os profetas são responsáveis pela

transmissão da palavra de Deus. São religiões proféticas o

judaísmo, cristianismo e islamismo.

d) Espiritualistas –religiões que admitem a influência de diversos

grupos espirituais que tanto agem sobre as pessoas quanto sobre

a natureza. Espiritismo e Umbanda estão aí situados.

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Capítulo 3

64 Homem e Sociedade

e) Místicas ou filosofia de vida – incluem-se neste grupo religiões,

seitas ou grupos que não seguem uma estrutura rígida. Buscam

a fraternidade através de ensinamentos ético-morais. Maçonaria,

teosofia e Seicho no yê estão inseridos nesta classificação.

• Quanto a forma (classificação que considera a forma de relacionamento

da religião com o Sagrado):

a) Teísmo – crê que Deus é um único ser supremo, infinito, absoluto,

espiritual e pessoal. O teísmo divide-se em:

à Monoteísmo: crença em um único Deus (Bhramanismo,

Zoroastrismo, Judaísmo, Cristianismo, Islamismo, Sikhismo).

à Politeísmo: crença em vários deuses (religião grega, egípcia,

Xintoísmo, Mitologia nórdica, religião azteca, maia).

à Henoteísmo: acredita e cultua um só Deus, mas admite a

existência de outros.

à Panteísmo: acredita que tudo está em Deus. O mundo é

uma maneira de Deus se manifestar (religiões silvícolas,

xamanismo, religiões célticas, druidismo, amazônicas,

indígenas norte-americanas, africanas, entre outras).

b) Monismo – acredita que a única realidade é o mundo material.

c) Dualismo – acredita na existência de duas forças superiores

antagônicas, o bem e o mal, que regem e dirigem o universo.

d) Deísmo – acredita na existência de um único ser superior destituído

de atributos morais e intelectuais e que pode ter influído ou não

na criação do universo.

e) Ateísmo – Não acredita na existência de Deus.

f) Animismo – acredita na vida espiritual por detrás dos objetos

sensíveis.

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Capítulo 3

65Homem e Sociedade

g) Magismo – acredita na ciência, arte ou força oculta, que excede

as forças naturais com as quais pretende produzir efeitos e

fenômenos extraordinários.

h) Manismo – acredita que os deuses são homens divinizados.

i) Totemismo – acredita em totem (animal, vegetal ou outro objeto);

o totem é protetor e Deus da tribo.

j) gnosticismo – forma filosófico-religiosa que visa conciliar

as diversas religiões e explicar-lhes o sentido por meio do

conhecimento (gnose).

Apesar das várias formas de religião, existem características comuns às

religiões que aparecem com maior ou menor destaque em praticamente todas

as divisões. A primeira dessas características é a cronológica, pois as formas

religiosas predominantes evoluem através dos tempos nos sucessivos estágios

culturais de qualquer sociedade.

Outro modo de classificá-las é de acordo com sua solidez de princípios e sua

profundidade filosófica, o que irá separá-las em religiões com e sem livros sagrados.

Propriedade privada

Você já ouviu falar em propriedade privada?

Etimologicamente, o vocábulo propriedade tem origem no vocábulo

proprietas, derivado de proprius, significando “o que pertence a uma pessoa”.

Na sua formulação clássica, está diretamente ligado aos poderes de usar, go-

zar e dispor de uma coisa, a princípio de modo absoluto, exclusivo e perpétuo.

Quando falamos em propriedade, de imediato ligamos esse conceito à

função econômica. Quando nos tornamos proprietários de um determinado

bem, assumimos as utilidades desse bem como forma de satisfazer nossas ne-

cessidades e desejos. Ninguém se apropria de um bem se esse bem não for

útil. Também não nos apropriamos de um bem que está na natureza de forma

abundante. Assim quando falamos em propriedade, além de falarmos de um

conceito jurídico, estamos falando de um conceito com uma função econômica.

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Capítulo 3

66 Homem e Sociedade

Na análise de Maria Helena Câmara (1981), a propriedade se coloca

como elemento essencial na estrutura econômica e social de qualquer Estado.

É uma instituição situada historicamente, ou seja, apresenta um contorno e

conteúdo sempre variável de acordo com o contexto social e histórico no qual

se encontra inserida.

Duas correntes apresentam perspectivas diferentes sobre os primórdios

da propriedade privada. A primeira corrente, defendida pelos teóricos socialis-

tas Rosseau, Beccaria e Montesquieu, acreditava na propriedade como criação

do direito positivo e contrário à natureza humana.

O primeiro que, tendo cercado um terreno, atreveu-se a dizer: isto é meu e encontrou pessoas simples o suficiente para acreditar nele, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. Quantos crimes, guerras, assassínios, quanta miséria e horrores não teria poupado ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, houvesse gritado aos seus semelhantes: evitai ouvir esse impostor. Estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a terra não é de ninguém! (ROUSSEAU, 2005, p. 203).

Segundo Rousseau, a expressão “isto é meu”, marca a entrada no mun-

do social e, também, a degeneração e a impostura que o acompanha. Ou seja,

no momento em que o homem assumiu algo como seu, teve início na história

humana a corrida para acumular cada vez mais.

A segunda corrente tem em Coulanges seu representante maior. Essa

corrente vê a propriedade privada como um instrumento motor e regulador

da ordem e do desenvolvimento social, segundo Reis (2010). Para Coulanges

a propriedade está ligada à religião, na medida em que a necessidade de ter

um pedaço de terra justifica-se pela necessidade de um espaço para um altar

doméstico; neste sentido, a propriedade pertencia à família que tinha no pai

o primeiro na ordem doméstica. A ideia de propriedade privada estava justifi-

cada na própria religião.

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Capítulo 3

67Homem e Sociedade

Saiba que como conceito jurídico, a propriedade é garantida legalmente por todo um conjunto de leis. A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), no artigo 17, dispõe que “todo homem tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros e que ninguém será arbitrariamente privado da sua propriedade”.

A Constituição Imperial de 1824 já tinha uma preocupação com a propriedade e a incluía entre os direitos individuais do cidadão no seu art. 17995. XXII – “É garantido o Direito de Propriedade em toda a sua plenitude. Se o bem jurídico legalmente verificado exigir o uso, e emprego da Propriedade do Cidadão, será ele previamente indenizado do valor dela. A Lei marcará os casos em que terá lugar essa única exceção e dará as regras para se determinar a indenização.

O Código Civil de 1916 mantém a propriedade como direito sagrado e inviolável do proprietário, embora admitindo algumas limitações casuais, como as que ocorrem no direito de vizinhança.

A Constituição de 1934 traz como inovação a afirmação de que a propriedade não poderia ser exercida contra o interesse social e coletivo. A constituição de 1946, que trata da propriedade em seus art. 141, § 16 e art. 147, traz modificação substancial ao direito brasileiro, no que diz respeito à propriedade, pois, pela primeira vez, condiciona-se o exercício da propriedade ao bem-estar social e dá espaço à justa distribuição da propriedade. A Constituição de 1967 dá a mesma garantia que as anteriores à propriedade, conforme art. 153, § 22. A inovação é que neste texto registra-se a expressão “função social da propriedade” ao ordenamento constitucional brasileiro, trazendo-a como princípio da ordem econômica.

A Emenda Constitucional de 1969 manteve a função social da propriedade como princípio da ordem econômica em seu art. 160, mas sem realmente trazer maiores acréscimos. A Constituição da República Federativa do Brasil vigente desde 1988, a exemplo do que fez a anterior, também traz a função social da propriedade como princípio da ordem econômica e a propriedade privada como garantia individual.

CURIOSIDADE

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Capítulo 3

68 Homem e Sociedade

3.2.2 O conceito de ideologia

Vimos que as instituições se reproduzem por meio de uma ideologia in-

terna. Você já ouviu falar nessa palavra em outras situações?

Ideologia é um fenômeno complexo e que comporta vários significados.

É possível sintetizar o conceito de ideologia a partir de três concepções

distintas:

a) Ideologia como ciência geral das ideias ou do conteúdo da mente:

Apesar do sentido da palavra já estar presente desde a cultura greco-

romana, o conceito foi literalmente inventado (no pleno sentido da

palavra: inventar, tirar da cabeça, do nada) por um filósofo francês

pouco conhecido, Destutt de Tracy, em 1976. Para Destutt de Tracy (apud

SCHIVITZ, 2010), ”ideologia é o estudo científico das idéias e as idéias são

o resultado da interação entre o organismo vivo e a natureza, o meio

ambiente”. Ao defini-la, situou-a como um subcapítulo da zoologia, que

estuda o comportamento dos organismos vivos.

Antoine-Louis-Claude Destutt, conde de Tracy, militar de carreira, aderiu à Revolução Francesa, destacando-se como deputado. Defendia a distribuição de poderes, a liberdade política, considerando que esta não pode florescer sem liberdade individual e sem liberdade de imprensa.

BIOGRAFIA

b) Ideologia como falso pensamento: este é um significado negativo do

termo, utilizado pelo filósofo Karl Marx, no sentido de instrumento

de dominação. Na obra A Ideologia Alemã, ideologia aparece como

equivalente a ilusão, falsa consciência, concepção idealista na qual a

realidade é invertida, e as ideias aparecem como motor da vida real.

O conceito de ideologia foi muito utilizado pelo filósofo alemão Karl

Marx, que ligava a ideologia aos sistemas teóricos (políticos, morais e

sociais) criados pela classe social dominante. De acordo com o pensador,

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Capítulo 3

69Homem e Sociedade

a ideologia da classe dominante tinha como objetivo manter os mais

ricos no controle da sociedade.

O trabalho dignifica o homem – na sua essência essa é uma afirmação difícil de ser contestada. Você viu no capítulo anterior que o trabalho é o elemento que distingue o homem do animal. Pelo trabalho o homem se humaniza. No entanto, essa afirmação se torna ideológica se a tomarmos de maneira descontextualizada, sem considerarmos o meio em que o trabalho se desenvolve. Por exemplo, na sociedade capitalista o trabalhador vende sua força de trabalho e com o salário não consegue garantir condições dignas de sobrevivência. O salário que recebe em troca do trabalho que exerce possibilita o lucro do empregador, mas não garante, na maioria das vezes, condições dignas de vida ao trabalhador.

Para você um trabalho que signifique exploração e alienação pode dignificar o homem?

REFLEXÃO

Ideologia como visão de mundo: situam-se neste grupo os usos neutros

do termo, no sentido de que descrevem situações reais. Por exemplo, são

as referências a ideologias de um partido político, de um grupo de pessoas,

entre outros.

PRATICANDO

Agora que se apropriou do conceito de ideologia utilizado por Karl Marx, pesquise na internet a letra da música “Ideologia”, de Cazuza, e faça uma interpretação do seu conteúdo.

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Capítulo 3

70 Homem e Sociedade

3.2.3 As principais ideologias: conservadores, reformistas, revolucionários

As ideologias mobilizam indivíduos e multidões, alimentam intolerân-

cias, intentam conservar ou transformar sociedades, produzem guerras e re-

voluções. O mundo em que vivemos é marcado por ideologias políticas que se

refletem na existência de partidos políticos. De maneira geral podemos situar

como principais representantes das ideologias políticas da sociedade contem-

porânea as ideologias conservadoras, as reformistas e as revolucionárias.

As ideologias conservadoras

Do ponto de vista do senso comum, o uso da expressão conservador (ad-

jetivo) ou conservadorismo (substantivo) indica uma postura de rejeitar o novo

ou a mudança, tomados como risco à ordem instituída. Por exemplo, quando

o indivíduo “X” tem apego à tradição e resistência ao novo, dizemos que se

trata de uma pessoa conservadora.

A Ciência Política relaciona o conservadorismo às ideias e atitudes que

visam à manutenção do sistema político, contrapondo-se às forças inovadoras.

Politicamente, explora-se a ideia de que o conservadorismo estaria incrustado

na própria essência humana. Assim, ser conservador seria acreditar, em primei-

ro lugar, na existência da natureza humana, própria da espécie e, portanto,

imutável. Esse é o ponto essencial a ser preservado. Isso leva, inevitavelmente,

a um direito natural, ou seja, a um conjunto de normas que, independente-

mente das condições históricas e locais, devem ser obedecidas para que a na-

tureza humana tenha as condições de realizar-se plenamente.

Ideologicamente, o conservadorismo surgiu como reação à moderniza-

ção da sociedade, na época do Iluminismo (século XVII-XIX), valorizando a ma-

nutenção do status quo social, valorizando as tradições da sociedade – entre

elas o governo tradicional (em especial o governo monárquico). É, portanto,

um processo que se inicia com a ascensão da burguesia, a emergência do indi-

víduo e do individualismo (o homem burguês).

Essa vertente antimoderna pode ser chamada de conservadorismo tradi-

cionalista. Com o avanço do capitalismo, que consolida os avanços da moderni-

dade, surgiu uma nova vertente de pensamento conservador – o neoconserva-

dorismo. Essa nova vertente apoiava a modernidade, mas via que as mudanças

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Capítulo 3

71Homem e Sociedade

deveriam ser feitas de forma gradual, mantendo-se os valores morais/religiosos

da sociedade (em especial a moral cristã da civilização ocidental).

Na análise de Samuel Huntington (apud AGUIAR, 2010), o conservado-

rismo não é uma postura refratária a qualquer mudança, mas uma ideologia,

ou seja, um corpo de ideias plenamente identificável. Ele traça três teorias a

respeito do tema:

a) teoria aristocrática: o conservadorismo é uma ideologia radicada em um tempo e em um grupo social específico. Nesse sentido, “conservador” é o aristocrata, de mentalidade feudal e agrarista, que se opôs aos liberais e aos socialistas vitoriosos na Revolução Francesa de 1789;

b) | teoria autônoma: o conservadorismo não se limita a um tempo e a uma classe em particular, mas é um sistema de ideias que independe do período histórico e dos agentes sociais que o defendem;

c) teoria situacional: o conservadorismo é uma ideologia que requer uma situação específica para se articular como tal. Ele emergiria em ocasiões dramáticas, nas quais as instituições fundamentais da sociedade estivessem em séria ameaça. Nesse ponto de vista, o conservador não defende um ideal de sociedade (como os liberais e os socialistas), mas, pelo contrário, defende aquilo que, na sociedade atual, mantém-se indispensável. (HUNTINGTON, apud AGUIAR, 2010).

As ideologias reformistas

Surgido no século XIX, o reformismo é um movimento social que tem

em vista a transformação política e econômica da sociedade. No entanto, essa

transformação deverá se dar através de reformas graduais e sucessivas na le-

gislação e nas instituições já existentes. A ideologia reformista se difundiu en-

tre os partidos social-democratas. Em 1954, o reformismo proclamou como sua

doutrina oficial o socialismo democrático, oposto ao comunismo científico.

O reformismo nas relações prático-politicas manifesta-se na adaptação ao

domínio do grande capital monopolista, à sua sujeição por parte significativa da

classe trabalhadora dos países desenvolvidos da Europa ocidental, à deturpação

oportunista das conquistas e possibilidades do movimento operário moderno.

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Capítulo 3

72 Homem e Sociedade

As ideologias revolucionárias

A palavra revolução para expressar mudanças na concepção do poder

do Estado, na estrutura econômica, na sociedade e na política, veio das ciên-

cias naturais, que a empregavam como uma referência ao movimento cíclico

das estrelas, cujos trajetos se repetem determinados por uma força irresistível.

(CANCIAN, 2010). O termo revolução apareceu durante o período do Renas-

cimento (entre os séculos XIV e XVI) com essa significação. Na antiguidade

clássica o termo revolução foi utilizado com o mesmo significado das ciências

naturais, ou seja, serviu para indicar o retorno a um estado antecedente de

coisas, a uma ordem preestabelecida, que havia sofrido abalos. Foi somente

no século XVII que o vocábulo assumiu um significado político, servindo para

caracterizar acontecimentos que provocavam mudanças na ordem social de

um determinado país ou nação.

No século XVIII, com as revoluções americana e francesa, delineou-se o

significado moderno de revolução. Essas revoluções objetivaram a fundação

de um novo regime em busca da liberdade. Para Condorcet (apud GASPAR,

2010) “[...] a palavra revolucionário só se pode aplicar às revoluções cujo fim

é a liberdade”.

As revoluções modernas são de dois tipos:

a) As revoluções burguesas – revoluções políticas que visam à tomada do

poder e à instituição do Estado como república e órgão separado da

sociedade civil, como instância impessoal de dominação.

b) As revoluções populares, de caráter socialista – políticas e sociais,

objetivam a criação de direitos e a instituição de um poder democrático

que possibilite uma sociedade igualitária; opera com a indistinção entre

Estado e sociedade.

Todas as discussões feitas neste capítulo sobre ideologias e instituições

na sociedade moderna nos remetem a uma reflexão final sobre a ideologia

democrática. Dizemos que uma sociedade é democrática quando tem instituída a

eleição, a proteção da liberdade, a garantia da discussão ampla e livre de censura

e o direito dos cidadãos de reivindicar uma vida humana melhor por meio da par-

ticipação política e do respeito à vontade da maioria e das minorias.

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Capítulo 3

73Homem e Sociedade

A democracia, para ser autêntica, tem de refletir os valores da cultura da

qual está emergindo. É preciso ampliá-la no sentido de que ela deixe de ser

só um conjunto de instituições políticas para intervir também nas relações da

vida privada.

3.3 Aplicando a teoria na prática

Para seus dependentes (dos antigos senhores de escravo), o negro livre, o mulato e o branco pobre são também o que há de mais reles, pela preguiça, pela ignorância, pela criminalidade inatas e inelutáveis. Todos eles são tidos consensualmente como culpados de suas próprias desgraças, explicadas como características de raça e não como resultado da escravidão e da opressão. Essa visão deformada é assimilada também pelos mulatos e até pelos negros que conseguem ascender socialmente, os quais se somam ao contingente branco para discriminar o negro-massa. (Darcy Ribeiro)

Qual o sentido do discurso presente nesse texto?

Resposta:

Há neste texto de Darcy Ribeiro um discurso ideológico que tenta con-

vencer o negro, o mulato e o branco pobre de que eles são responsáveis pelas

suas desgraças. Tal discurso encobre os reais motivos da situação de exploração

e opressão em que vivem esses segmentos; não só encobre como responsabiliza

cada um deles pela situação em que se encontram. Com isso, eximem-se as res-

ponsabilidades de garantir condições dignas de vida, portanto, garantir cida-

dania a esses sujeitos. Na realidade brasileira, esse tipo de ideologia foi muito

utilizada para caracterizar os índios. Os livros de História do Brasil retratavam-

nos como pessoas indolentes, preguiçosas. Nenhum respeito à cultura do índio

para quem o trabalho tinha seu tempo e o lucro não fazia parte do processo.

3.4 Para saber mais

No livro A cidade antiga, Coulanges (2002) faz um estudo exaustivo da

formação da cultura e Estado clássicos, seu desenvolvimento, dinâmica, carac-

terísticas e transformação ao longo do tempo que perdurou a civilização gre-

co-romana. Descreve, ainda, como se formaram as cidades dos primórdios de

nossa antiguidade clássica, com base na formação social e religiosa da família.

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Capítulo 3

74 Homem e Sociedade

3.5 Relembrando

Neste capítulo vimos que:

• as instituições sociais servem como um meio para a satisfação das

necessidades da sociedade e compõem seu alicerce e sua estrutura;

• dentre as instituições fundamentais, podemos destacar quatro como

essenciais: o Estado, a família, a religião e, a propriedade privada.

• As instituições se reproduzem por meio de uma ideologia interna. O conceito

de ideologia pode ser pensado a partir de três concepções distintas: a)

ideologia como ciência geral das ideias ou do conteúdo da mente; b) ideologia

como falso pensamento; e c) ideologia como visão de mundo.

• Destacam-se como principais ideologias: a conservadora, a reformista, e

a revolucionária.

3.6 Testando os seus conhecimentos

1) Analise o aspecto ideológico da seguinte afirmação: “As diferenças

sociais existem devido a diferenças de natureza, talento e esforço.

Portanto pode-se observar que geralmente as pessoas são pobres por

serem incompetentes, preguiçosas ou pouco esforçadas”.

2) Pesquise a diferença entre religião e religiosidade.

3) Sobre ideologia, Marilena Chauí (1981, p. 4) afirma que “[...] a coerência

ideológica não é obtida malgrado as lacunas, mas, pelo contrário, graças

a elas. Porque jamais poderá dizer tudo até o fim, a ideologia é aquele

discurso no qual os termos ausentes garantem a suposta veracidade

daquilo que está explicitamente afirmado”. Considerando o texto acima

e o conceito de ideologia para Karl Marx, assinale as alternativas corretas:

a) Na maioria das sociedades capitalistas, as desigualdades são

ocultadas pelos princípios ideológicos que afirmam a importância

dos seguintes elementos: o progresso, o “vencer na vida”, o

individualismo, a mínima presença do Estado na economia e a

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Capítulo 3

75Homem e Sociedade

soberania popular por meio da representação.

b) Ideologia corresponde às ideias que predominam em uma

determinada sociedade, portanto, expressa a realidade tal qual

ela é na sua objetividade.

c) Na sociedade brasileira, a ideologia da democracia racial afirma

que índios, negros e brancos vivem em harmonia, com igualdade

de condições. Essa formulação omite as desigualdades étnicas

existentes no país.

d) Ideologia consiste em ideias que predominam na sociedade e que,

por isso, são internalizadas por todos os indivíduos. Portanto, não

existem possibilidade de se romper com seus pressupostos.

4) Identifique as colocações seguintes que são correntemente tidas por

verdadeiras (V) e falsas (F) e marque a seguir a sequência correta,

utilizando-se do quadro das alternativas apresentado abaixo:

I. Em ciência procura-se fazer com que o conhecimento obtido esteja

sempre sujeito à prova e apoiado na observação dos fatos.

II. Religião pode ser definida como o conjunto de crenças, leis e ritos que

visam a um poder que o homem atualmente considera supremo, do qual

se julga independente, com o qual pode entrar em relação pessoal e do

qual pode obter favores.

III. A ciência da religião é um discurso do ser humano sobre Deus, a essência

mesma de uma religião, considerada a única verdadeira e autêntica,

elaborando racionalmente a fé, procurando dar resposta às perguntas:

em que devemos crer? Por que devemos crer isto?

IV. Na crença religiosa há sempre um espaço para a ambiguidade. A razão

pode compreender plenamente as afirmações da religião.

Agora, assinale a sequência CORRETA:

a) V-F-V-F;

b) V-F-F-V;

c) F- V-V-V;

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Capítulo 3

76 Homem e Sociedade

d) F-V-F-V.

5) A ideologia reformista se difundiu:

a) entre os partidos social-democratas;

b) na América Latina;

c) entre os partidos de direita;

d) na Ditadura Militar.

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