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FENÔMENOS CLIMÁTICOS E METEOROLÓGICOS A FIGURA MOSTRA A SITUAÇÃO OBSERVADA EM DEZEMBRO DE 1997, NO PICO DO FENÔMENO EL NIÑO 1997/98. ENOS ou El Niño O que é ENOS, ou El Niño Oscilação Sul ? Fenômeno climático (atmosférico-oceânico) em que ocorre o aquecimento das águas superficiais do Pacífico Equatorial. Altera vários fatores climáticos regionais e globais: índices pluviométricos , ventos e deslocamento de massasdear. O período de duração do El Niño varia entre 10 e 18 meses e ele acontece de forma irregular (em intervalos de 2 a 7 anos). O aquecimento anormal das águas superficiais do oceano Pacífico provoca grandes mudanças na circulação dos ventos e das massas de ar, além de evaporação mais intensa, com aumento do índice de chuvas em algumas regiões e estiagem em outras. A causa está relacionada ao enfraquecimento dos ventos alísios. Os ventos alísios, que sopram no sentido leste-oeste, com velocidade de 15m/s provocam correntes que levam as águas da superfície , mais quentes, na direção da Austrália e Indonésia. Em anos de El Niño, a velocidade desses ventos diminui para cerca de 1 a 2 m/s e sem sustentação, o nível das águas se eleva em direção à América do Sul e as águas superficiais, por se deslocarem menos, têm sua temperatura aumentada.

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FENÔMENOS CLIMÁTICOS E

METEOROLÓGICOS

A FIGURA MOSTRA A SITUAÇÃO OBSERVADA EM DEZEMBRO DE 1997, NO PICO DO FENÔMENO EL NIÑO 1997/98.

ENOS ou El Niño

O que é ENOS, ou El Niño Oscilação

Sul ?

� Fenômeno climático (atmosférico-oceânico) em queocorre o aquecimento das águas superficiais do PacíficoEquatorial.

� Altera vários fatores climáticos regionais e globais:índices pluviométricos , ventos e deslocamento demassas de ar.

� O período de duração do El Niño varia entre 10 e 18 meses e ele acontece de forma irregular (em intervalos de 2 a 7 anos).

O aquecimento anormal das águas superficiais do oceano Pacífico provoca grandes mudanças na circulação dos ventos e das massas de ar, além de evaporação mais intensa, com aumento do índice de chuvas em algumas regiões e estiagem em outras. A causa está relacionada ao enfraquecimento dos ventos alísios. Os ventos alísios, que sopram no sentido leste-oeste, com velocidade de 15m/s provocam correntes que levam as águas da superfície , mais quentes, na direção da Austrália e Indonésia. Em anos de El Niño, a velocidade desses ventos diminui para cerca de 1 a 2 m/s e sem sustentação, o nível das águas se eleva em direção à América do Sul e as águas superficiais, por se deslocarem menos, têm sua temperatura aumentada.

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EL NIÑO

Durante um ano “normal”, ou seja, sem a existência do fenômeno El Niño, os ventos alísios sopram na direção oeste através do Oceano Pacífico tropical, originando um excesso de água no Pacífico ocidental, de tal modo que a superfície do mar é cerca de meio metro mais alta nas costas da Indonésia que no Equador. Isto provoca a ressurgência de águas profundas, mais frias e carregadas de nutrientes na costa ocidental da América do Sul, que alimentam o ecossistema marinho, promovendo imensas populações de peixes no Chile e Peru (já foi a maior do mundo, com uma captura superior a 12 milhões de toneladas por ano). Estes peixes, por sua vez, também servem de sustento aos pássaros marinhos abundantes, cujas fezes depositadas em terra, o guano, servem de matéria prima para a indústria de fertilizantes. Quando acontece um El Niño, que ocorre irregularmente em intervalos de 2 a 7 anos, com uma média de 3 a 4 anos, os ventos sopram com menos força em todo o centro do Oceano Pacífico, resultando numa diminuição da ressurgência de águas profundas e na acumulação de água mais quente que o normal na costa oeste da América do Sul e, consequentemente, na diminuição das populações de peixe.

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PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DO ENOS

- Acúmulo de águas mais quentes no oeste da América do Sul;

- Intensificação da seca no nordeste brasileiro;

- Aumento das chuvas na costa oeste da América do Sul;

- Secas na região da Indonésia, Índia e costa leste da Austrália;

ANOMALIA DE TSM EM DEZEMBRO DE 1988. PLOTADAS SOMENTE AS ANOMALIAS NEGATIVAS MENORES QUE -1ºC. DADOS CEDIDOS GENTILMENTE PELO DR. JOHN JANOWIAK - CPC/NCEP/NWS/NOAA-EUA.

LA NIÑA

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O QUE É?FENÔMENO OCEÂNICO-ATMOSFÉRICO (OPOSTO AOEL NIÑO), OU SEJA, RESFRIAMENTO ANORMAL NASÁGUAS SUPERFICIAIS DO OCEANO PACÍFICOTROPICAL.

ALGUNS IMPACTOS DE LA NIÑA TENDEM A SEROPOSTOS AOS DE EL NIÑO, MAS NEM SEMPRE UMAREGIÃO AFETADA PELO EL NIÑO APRESENTAIMPACTOS SIGNIFICATIVOS NO TEMPO E CLIMADEVIDO À LA NIÑA.

Esse fenômeno intensifica as baixas temperaturas das áreas localizadas na costa oeste do Canadá e Alasca, da costa leste da Ásia (nordeste da China e Japão), porção centro-oriental, no sudeste da África, além de frio o tempo fica chuvoso, na Indonésia e norte da Austrália aumenta a pluviosidade, assim como no norte do Brasil. A costa peruana apresenta seca e frio e a porção sudeste dos EUA apresenta tempo seco e quente. No Brasil aumentam as chuvas no extremo norte e no sudeste as temperaturas diminuem.

CONSEQUÊNCIAS:

- Aumento das chuvas na região nordeste do Brasil;

- Temperaturas abaixo do normal para o verão, na região sudeste do Brasil;

-Inverno seco na região sul e sudeste do Brasil;

-Aumento do frio na costa oeste da América do Sul;

Atividades humanas aumentaram as concentrações de gases de estufa na atmosfera. A queima de combustíveis fósseis (carvão mineral e petróleo) e de biomassa (queimadas) provoca emissões de dióxido de carbono. As temperaturas médias globais sofreram aumento de 0,7°C entre meados do século XIX e 2005. Há fortes indícios de que, ao longo do século XXI, ocorra aumento de pelo menos mais 1,8°C. Essa é a principal conclusão do 4° Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado pela ONU, em 2007. A relação direta entre o aumento da emissão de CO2 e o da temperatura global reforçam essa tese. Além disso, fenômenos explícitos e de dimensões alarmantes, como o derretimento de geleiras, reafirmam a gravidade da situação. A temperatura do planeta varia de maneira natural, por causa dos ciclos solares e geológicos. Mas, de acordo com o relatório do IPCC, as atividades humanas afetaram o ritmo normal do ciclo e o

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equilíbrio natural de produção e absorção de gases.

Em janeiro de 2010, os cientistas do IPCC admitiram ter errado ao publicar no relatório uma previsão exagerada sobre o degelo do Himalaia. O fato deu novo fôlego à tese dos cientistas mais céticos, que afirmam que a Terra já teria passado por diversas mudanças climáticas no decorrer dos séculos, independentemente da ação do homem. Segundo o relatório do IPCC, 4°C é o que pode aumentar na temperatura da Terra até 2100.

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DESTRUIÇÃO DA CAMADA DE OZÔNIO

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IMPORTANTE:

O ozônio (O3) é um GÁS cuja molécula tem três átomos de oxigênio. Oozônio existe tanto na troposfera quanto na estratosfera (90% doozônio da Terra).

O CFC é o vilão da camada de ozônio. Junto a superfície não é tóxico,mas em altitudes de 35 a 55 Km, os átomos de cloro fixam-se àsmoléculas de ozônio, destruindo-as.

A camada de ozônio é afetada não só pela emissão de gases dasatividades humanas, mas também por causas naturais (erupçõesvulcânicas).

Depois de liberados no ar, os CFCs (usados como propelentes em aerossóis, como isolantes em equipamentos de refrigeração e para produzir materiais plásticos) levam cerca de oito anos para chegar à estratosfera onde, atingidos pela radiação ultravioleta, se desintegram e liberam cloro. Por sua vez, o cloro reage com o ozônio que, conseqüentemente, é transformado em oxigênio (O2). O problema é que o oxigênio não é capaz de proteger o planeta dos raios ultravioleta. Uma única molécula de CFC pode destruir 100 mil moléculas de ozônio.

ILHAS DE CALOR

Esse fenômeno resulta de alterações humanas sobre o meio ambiente. O consumo intenso de combustíveis fósseis transforma a cidade em uma fonte inesgotável de calor. Os materiais usados na construção civil (asfalto e concreto) elevam o índice de albedo (retenção do calor irradiado). CAUSAS:É mais comum em áreas onde o solo ganha bastante calor durante o dia e perde muito à noite, tornando as baixas camadas atmosféricas muito frias e impossibilitando sua ascensão. As grandes cidades formam um ambiente favorável para esse fenômeno já que, pela constituição dos materiais que as formam, ganham bastante calor durante o dia e à noite perdem esse calor rapidamente.

É um fenômeno climático que ocorre nos centros urbanos, sendocaracterizado pela elevação da temperatura neste local (comparado astemperaturas de zonas fora das cidades).

Fatores que contribuem para a criação das ilhas de calor:

Os poluentes na atmosfera;

A utilização de ar condicionado e refrigeração;

Concentração de edifícios

A escassez de vegetação;

Diminuição de superfícies líquidas e outros.

Em uma mesma cidade podem haver várias ilhas de calor, já que estasdependem de vários fatores para se formarem.

ILHAS DE CALOR

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ISOTERMAS

INVERSÃO TÉRMICAEste fenômeno climático que ocorre principalmente nos grandes centrosurbanos, onde a poluição é elevada.

Como ocorre a Inversão Térmica?

A inversão térmica ocorre quando há uma mudança rápida da temperaturadevido à inversão das camadas de ar. A camada de ar fria desce para asuperfície, retendo os poluentes, o ar quente, por ser mais leve, fica numacamada superior, impedindo a dispersão dos poluentes.

Pode ocorrer em qualquer dia do ano, porém é no outono e inverno que ofenômeno é mais comum.

Consequências na Saúde:

Afeta principalmente as crianças, provocando e agravando doençasrespiratórias, cansaço, bronquite e asma são as mais afetadas com estasituação.

No final da madrugada ocorre o pico da perda de calor do solo, as temperaturas são mais baixas, tanto no solo quanto no ar. Quando a temperatura do solo cai abaixo de 4°C, o ar frio, impossibilitado de elevar-se, fica retido em baixas altitudes. Camadas mais elevadas da atmosfera são ocupadas com ar relativamente mais quente, que não consegue descer. Como resultado , a circulação atmosférica local se detém por certo tempo, ocorrendo a inversão das camadas habituais.. Com o nascer do Sol, à medida que o solo e o ar próximo a ele vão se aquecendo, o fenômeno vai se desfazendo. Causa desse fenômeno: É mais comum em áreas onde o solo ganha bastante calor durante o dia e perde muito à noite, tornando as baixas camadas atmosféricas muito frias e impossibilitando sua ascensão. As grandes cidades formam um ambiente favorável para esse fenômeno já que, pela constituição dos materiais que as formam, ganham bastante calor durante o dia e à noite perdem esse calor rapidamente. Cnsequências da inversão térmica: toneladas de poluentes emitidos por várias fontes ficam retidas juntamente com o ar frio, agravando a poluição e se constituindo numa das mais sérias questões ambientais dos centros urbano-industriais, agravando a poluição do ar, trazendo comprometimento a saúde.

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FENÔMENO SMOG :

� Smog = smoke (fumaça) + fog (neblina);

Fenômeno da poluição do ar que ocorre em muitas cidadesdo mundo. Os reagentes que produzem o smog são asemissões de automóveis e fábricas, associadas a elementosdo clima.

Em 1952, o smog provocou a morte 3,5 a 4 mil pessoas emLondres

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CHUVA ÁCIDA

Trata-se de chuva, neve ou neblina com alta concentração de ácidos em sua composição. Óxidos de nitrogênio e dióxido de enxofre reagem com o vapor de água presente na atmosfera, formando o ácido nítrico (HNO3), nitroso (HNO2) e o ácido sulfúrico (H2SO4), que mais tarde, se precipitam e alteram as características do solo e da água. Sua origem são os óxidos de nitrogênio (NO ) e o dióxido de enxofre (SO2) liberados na atmosfera pela queima de combustíveis fósseis (principalmente o carvão mineral).

CHUVA ÁCIDA

É causada pela presença de gases, principalmente óxidos ácidos deenxofre e nitrogênio, que saem das chaminés industriais e são solúveisem água. Misturados à água presente no ar formam ácidos queprecipitam sobre a terra juntamente com a chuva (ph elevado).

No Brasil o exemplo mais marcante de poluição ambiental por chuva ácida foi a destruição da Mata Atlântica na região de Cubatão, na baixada santista. Os gases de nitrogênio e enxofre liberados às toneladas pelas chaminés das indústrias locais, destruíram a vegetação. Neste caso, a relação de causa – efeito era óbvia. A região de Cubatão era uma das mais poluídas em todo o mundo.

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Desertificação

� Deserto:

Região de clima árido; a evaporação potencial émaior que a precipitação média anual.Caracteriza-se por apresentar solosressequidos; cobertura vegetal esparsa,presença de xerófilas e plantas temporárias.

A desertificação promove a degradação da terra. Por degradação da terra compreende-se a degradação dos solos, dos recursos hídricos, da vegetação e a redução da qualidade de vida das populações afetadas. Atividades como a agropecuária predatória, alguns tipos de mineração e sobretudo o desmatamento. Essas atividades levam à redução da cobertura vegetal, ao surgimento de terrenos arenosos, à perda de água no subsolo e à erosão eólica.

Desertificação

� Definição (Agenda 21):� “Degradação em terras áridas que implica na

perda da produtividade biológica ou econômicaem terras agrícolas, de pastagens e matasnativas.”

� A ONU classifica de desertificação apenas osdanos nas áreas de ocorrência localizadas nasregiões de clima semiárido, árido e subúmidoseco.

IMPORTANTE

� DESERTIFICAÇÃO = AÇÃO ANTRÓPICA.

� Desertização é um processo natural que independeda ação antrópica sendo ecologicamente um fatoacabado.

� Desertificação é um fenômeno que tem umcomponente muito forte que desencadeia seuprocesso que é o homem. No caso brasileiro, o queexistem são processos de desertificação e não aindadesertos.

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Desertificação

� Quais são as principais causas?� Uso intensivo do solo pela agricultura;

� Cultivo em terras inapropriadas;

� Pecuária extensiva;

� Desmatamento;

� Práticas inapropriadas de irrigação e Mineração.

Desertificação

Pecuária Extensiva: Município de Carmo/RJ

Desertificação

Região de Mineração ao Sul de Belo Horizonte/MG

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Desertificação

� Consequências:� Redução das áreas cultivadas;

� Diminuição da produtividade agropecuária dasáreas afetadas;

� Redução dos recursos hídricos;

� Aumento de areia nas áreas afetadas;

� Destruição da fauna e da flora.

Desertificação

� Processo de Desertificação:

� Pode ser controlado e até mesmo revertido. Noslocais onde o processo de desertificação já seinstalou são necessários investimentos na suacontenção, porém o custo é da ordem de bilhõesde dólares.

Desertificação no Brasil

FONTE: Eduardo José Oliveira Dias

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IMPORTANTE

Arenização, ou formação de bancos de areia, é o processo de retirada decobertura vegetal em solos arenosos, em regiões de clima úmido, com regime dechuvas constantes (como o SO do RS). Esse fenômeno não deve ser confundidocom a desertificação, que ocorre em clima árido, semiárido e subúmido. Aarenização tem estreita relação com a geologia local e ocorre, necessariamente, emterrenos com desníveis.

Desertificação no Mundo

Fonte: Plano Nacional de Combate à Desertificação (PNCD)

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O CASO DO MAR DE ARAL

Com uma área equivalente à dos estados do RJ e AL juntos, era umverdadeiro oásis. Agora o mar de Aral, entre o Cazaquistão e oUzbequistão, está morrendo.

Na década de 1960, tinha 62.000 km2 de extensão. Hoje, já perdeu doisterços da sua área de superfície.

MAR DE ARAL

Sua “morte” foi prevista há quase 50 anos, quando o governosoviético desviou dois rios que o alimentavam para irrigarplantios de algodão. Os agrotóxicos poluíram 15% das águas,também castigadas pelos efeitos das barragens de 45 usinashidrelétricas. 80% das espécies de animais desapareceram.

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Considerações Finais� A desertificação ocorre em mais de 100 países do mundo (33% da

superfície terrestre), sendo considerada pelas Nações Unidascomo um problema global.

� O risco de desertificação atinge população de 2,6 bilhões depessoas. Na África , 200 milhões de pessoas sofrem com esseprocesso na região subsaariana. As adaptações a estasmudanças provocam mais pressões sobre o uso do solo,aumentando a degradação pelo manejo inadequado.

� IMPORTANTE: A desertificação não ocorre em todos os tipos declima e de ecossistemas. Ela é um problema típico das regiões declima árido, semi-árido e subúmido seco da Terra e dosecossistemas associados a esses climas