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1 Serviço Público Federal Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) Universidade Federal do Rio Grande (FURG) Curso de Educação Ambiental aperfeiçoamento 180h Grupo de Pesquisa Política, Natureza e Cidade. Tutor: Lic. Marcelo Gomes /[email protected] Módulo 3 Temas geradores e Mudanças globais Submódulo 2 Mudanças Climáticas MUDANÇAS CLIMÁTICAS Dinair Velleda Teixeira 1 Marcelo Gomes 2 O contexto socioambiental e as mudanças climáticas As sociedades apoiadas na agricultura estiveram baseadas num padrão de desenvolvimento e de uso de energia diferente da matriz atual. Hoje em dia, no que podemos chamar de sociedade moderna, o uso dos combustíveis fósseis carvão e petróleo têm predominado e impulsionado a economia de maneira substancial. Com o aprimoramento da indústria e consequente evolução dos meios de transporte, o número de pessoas nas áreas urbanas cresceu e, assim, as cidades começam gradualmente a concentrar mais pessoas do que no campo. 1 Publicitária, Especialista em Marketing, Mestre em Educação Ambiental - PPGEA /FURG. 2 Biólogo, Tutor no Curso de Aperfeiçoamento em Educação Ambiental UAB/FURG.

Mudanças climáticas (2014)

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mudanças climáticas

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1

Serviço Público Federal

Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB)

Universidade Federal do Rio Grande (FURG)

Curso de Educação Ambiental – aperfeiçoamento 180h

Grupo de Pesquisa Política, Natureza e Cidade.

Tutor: Lic. Marcelo Gomes /[email protected]

Módulo 3 – Temas geradores e Mudanças globais

Submódulo 2 – Mudanças Climáticas

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Dinair Velleda Teixeira1

Marcelo Gomes2

O contexto socioambiental e as mudanças climáticas

As sociedades apoiadas na agricultura estiveram baseadas num padrão de

desenvolvimento e de uso de energia diferente da matriz atual. Hoje em dia, no que

podemos chamar de sociedade moderna, o uso dos combustíveis fósseis – carvão e

petróleo – têm predominado e impulsionado a economia de maneira substancial.

Com o aprimoramento da indústria e consequente evolução dos meios de

transporte, o número de pessoas nas áreas urbanas cresceu e, assim, as cidades começam

gradualmente a concentrar mais pessoas do que no campo.

1 Publicitária, Especialista em Marketing, Mestre em Educação Ambiental - PPGEA /FURG.

2 Biólogo, Tutor no Curso de Aperfeiçoamento em Educação Ambiental UAB/FURG.

2

O crescimento e a concentração de pessoas em determinadas áreas, surgem,

também, os centros de informação, como universidades, bancos de dados, veículos de

comunicação. E com o crescimento das cidades e do capitalismo, muda, também, o

padrão de vida da sociedade, políticas e ações de saneamento, de planejamento e de

organização. E com isso, o consumo de matérias-primas, da exploração de terras e das

florestas é convertido em mercadorias, para atender à intensificação dessa demanda.

Acontece todo esse processo de transformação, decorrente da ação humana

através do trabalho, enquanto coletividade em empresas, indústrias e, também, em

governos e nas atividades que esses desenvolvem. No entanto, todo esse processo é

baseado na exploração do trabalho humano e no alto consumo de matérias-primas e

fontes de energia não-renováveis, cujos resíduos poluentes, gerados ao longo do

processo produtivo, contaminam o ar, o solo e as águas numa velocidade sem

precedentes.

E na medida em que o sistema evolui, amplia-se e atinge todo o globo,

intensifica-se a exploração da natureza. À qual é justificada por um conjunto de crenças,

valores e atitudes em relação ao meio ambiente – nas quais os recursos naturais são

tomados como inesgotáveis e à disposição da sociedade - de forma irrestrita, para

satisfazer as ambições e os desejos da humanidade. Esse paradigma vem da crença de

que o ser humano e a natureza são distintos, colocando-se a espécie humana em uma

posição de superioridade e domínio em relação à natureza e demais seres vivos. Essa

relação de desrespeito, exploração e dominação do ser humano sobre a natureza e

demais seres vivos, bem como as concepções que as justificam, fazem parte da questão

ambiental e foram as causas imediatas da crise socioambiental.

No entanto, tais questões vieram à tona em meados do século XX (mais

particularmente, a partir de 1970) quando assuntos relacionados às questões ambientais

como aquecimento global (1990), organismos transgênicos, perda da biodiversidade,

massificação cultural, a questão urbana, entre outros se tornaram agenda cotidiana e

mundial. Mas, também os movimentos sociais ambientais e ecológicos destacaram-se

na luta em colocar em evidência a questão e a chamar a atenção da opinião pública.

3

Diante disso, outros atores sociais começaram a perceber a extensão da crise

ambiental que hoje se enfrenta e, gradualmente, através da justiça ambiental, começa a

ser associada à disparidade entre ricos e pobres; a localização dos resíduos na cidade; as

regiões mais degradadas ou ribeirinhas são onde os mais pobres e discriminados têm

suas casas. Isso tudo ocasionando problemas de toda ordem, como fome e doenças das

mais diversas, afetando também a educação e intensificando as relações de poder, além

de estar esgotando os bens naturais. Em face dessas questões, podemos afirmar que

estamos diante de uma grave crise ambiental global, onde a mudança do clima é

somente um aspecto dessa crise, mas que afeta o todo, uma vez que tudo está

interligado.

4

Neste sentido, que nesta parte, ao abordar o tema a partir do Painel

Intergovernamental sobre Mudança do Clima – IPCC (sigla da denominação em inglês)

– decorre de um grupo de cientistas que acompanham e avaliam informações científicas,

técnicas e socioeconômicas sobre a mudança do clima e sua influência na população

humana.

Contextualizamos o que está acontecendo no país e no mundo no período das

reuniões do IPPC (2007), para depois destacar as mudanças do clima no Brasil e no Rio

Grande do Sul, por fim, avaliamos como os diversos fatores contribuem para esta crise

sem precedentes, afetando, inclusive, as mudanças do clima3, e como eles impactam nas

cidades e na vida das pessoas.

Ressaltamos que, não pretendemos tratar a questão ambiental como puramente uma

questão do ecossistema4, ou como uma questão natural ou da natureza; mas, sim, que a

mesma decorre, fundamentalmente, no último século da forma de interação entre sociedade

e natureza. Essa interação pressupõe uma mudança de atitude na sua forma de produção,

consumo, distribuição e demais interações, conforme sintetiza Leff (2001, p. 17):

“o ambiente não é a ecologia, mas a complexidade do mundo”.

Portanto, das relações das sociedades (dos seres humanos) com a natureza, com os

ecossistemas, enfim, com a biosfera.

Esse entendimento é de suma importância para dar início à mudança, tão

necessária que aconteça, em prol de uma vida mais justa no planeta para todas as

espécies que nele habitam.

3 Veja análise completa em: VELLEDA TEIXEIRA, Dinair. A ética no discurso do jornal Zero Hora

sobre as Mudanças Climáticas. Dissertação de Mestrado, 2008. 4 “Formas de vida y otros elementos naturales presentes en un espacio físico determinado cuya

interacción forma ciclos de retrogeneración de vida y que conforman un sistema u organización

sustentable por sí misma” (BACCHETTA, 2000, p. 205).

5

As mudanças climáticas e os meios de comunicação

A Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI) analisou, em cinquenta

jornais diários brasileiros, o debate sobre as chamadas mudanças climáticas no período

de julho de 2005 a junho de 2007. A pesquisa5 analisa o tratamento editorial dispensado

por esses jornais ao assunto. Constata que, a partir do último trimestre de 2006, as

redações desses jornais começaram a dedicar espaço mais expressivo de suas páginas ao

agendamento do debate sobre as mudanças climáticas. A pesquisa avaliou uma amostra

de 997 editoriais, artigos, colunas, entrevistas e matérias veiculadas entre 1º de julho de

2005 e 30 de junho de 2007. A pesquisa firma que, os resultados dessa radiografia da

cobertura podem contribuir diretamente para avanços ainda mais pujantes na estratégia

até hoje conduzida pelos veículos para cobrir essa matéria, já que destacam as alterações

e mudanças que estamos passando no mundo em relação ao tema. Ao mesmo tempo,

podem ser relevantes para que as fontes de informação aprimorem o seu diálogo com os

meios em relação a essa discussão. Disso, podemos constatar que é notório o

crescimento do interesse pelo assunto, que, por ser pauta diária dos mass media, passou

a ser, também, tema de muitas pesquisas6.

Conforme Kandel (2002), os primeiros programas nacionais de pesquisa sobre

mudança climática desenvolveram-se por volta de 1975. A primeira Conferência Mundial

sobre o clima foi organizada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), em

Genebra, em 1979. Foram tratadas ali questões científicas sobre o efeito estufa, as

conseqüências de um reaquecimento para a sociedade em diversas áreas, tais como

agricultura, florestamento e saúde e, finalmente, as questões do desenvolvimento que

poderiam se mostrar relevantes para o esforço de reduzir esses riscos. Podemos dizer que,

desde então, o interesse e a visibilidade do assunto só tem aumentado, passando

inclusive a ser valor-notícia7 para grande parte dos jornais brasileiros, conforme a

pesquisa citada anteriormente.

5 Disponível em http://observatoriodaimprensa.com.br.

6 Inclusive da minha dissertação de mestrado conforme já citada. VELLEDA TEIXEIRA, Dinair. A ética

no discurso do jornal Zero Hora sobre as Mudanças Climáticas. Dissertação de Mestrado, 2008. Rio

Grande: Universidade Federal do Rio Grande/Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental,

2008. 7 Valor-notícia – Originalmente desenvolvida por dois pesquisadores noruegueses, Johan Galtung e Mari

Ruge (1965), a teoria dos valores-notícia busca explicar por que algum tema transforma-se em notícia e

6

No entanto, ainda conforme a pesquisa da ANDI, a emergência dos temas

ambientais e das mudanças climáticas nos meios de comunicação decorreu da

ampliação dos fenômenos naturais, e desses como prováveis consequências das

alterações no clima.

outros não. Posto de outra forma, isso significa analisar quais são os valores contidos em determinado

acontecimento que podem levá-lo a “galgar o degrau”, que o torne “digno” de ser considerado como uma

notícia pelas empresas jornalísticas.

7

GRÁFICO 1 – Mudanças e Aquecimento na Imprensa

Principal tema guarda-chuva abordado no texto

29,4

70,6

Mudanças Climáticas

Aquecimento Global

Como vemos, no Gráfico 1 (é o quinto da pesquisa), os jornais destacam mais a

expressão “aquecimento global” (um tipo de mudança climática) do que a expressão

“mudança climática” (que inclui o aquecimento global, mas também outros tipos de

alterações no clima). Disso podemos dizer que, há versões ou formas de noticiar ou dar

destaque às informações que não necessariamente são neutras. É o que vemos, também,

por parte de cientistas, e mostramos isso numa versão sobre o tema e, adiante,

apresentamos a outra, para comparação e debate.

As Mudanças Climáticas para a Ecologia

O ecólogo Odum (2001) disserta que o fenômeno vem se manifestando ao longo

dos anos.

Os autores dizem que o final do século XX mostra registros oscilantes do CO2

(dióxido de carbono no ar); e o nível de concentração cai no verão, quando o dióxido de

carbono é absorvido pela fotossíntese dos vegetais, e aumenta no inverno, quando há

demanda respiratória e maior consumo pelas indústrias.

8

Porém, a cada ano o dióxido de carbono, aumenta em proporção a sua baixa, em virtude

do excesso de consumo de combustíveis fósseis e da devastação das florestas. O dióxido

de carbono na atmosfera elevou-se de 290 a 367 ppm (partículas por milhão) desde o

início do século passado.

Queima de combustíveis fósseis pela atividade industrial e veículos motores.

Poluição atmosférica tem causado dano nocivo a saúde humana.

Eles dizem ainda que o dióxido de carbono lembra a vidraça de uma estufa

ardendo em calor, e que a imprensa assume como fato que o calor dessa estufa está

aumentando rapidamente a temperatura da Terra e o nível do mar. Entretanto, a

temperatura registrada para toda a atmosfera observada do espaço não mostrou muito

aumento.

9

Para o que acontece com e efeito estufa proveniente do crescente dióxido de

carbono é que, quando a temperatura do mar tropical se eleva, uma quantidade maior de

água se evapora, transformando em vapor a energia retida do calor. Mais tarde, essa

energia proveniente do vapor de água provoca grandes tempestades que devolvem a

água na forma de chuva e neve, enquanto liberam o calor ao topo da atmosfera, e esse

calor se dilui no espaço.

Grandes tempestades também causam longos períodos de seca no seu interstício.

Para eles “os dados obtidos das estações de medição de temperatura na superfície

terrestre, que evidenciam um sutil aumento na temperatura do ar, podem estar

relacionados aos longos períodos de estiagem e céu claro. Os mares levemente

aquecidos e com mais precipitações tendem a derreter o seu gelo e as partes rasas de

suas geleiras, enquanto acrescentam mais neve e gelo ao topo das geleiras” (p. 14).

Para o pesquisador José Marengo8, do CPTEC/INPE (site), durante a

apresentação sobre as conclusões do quarto relatório do IPCC, “O aquecimento [do

planeta] é um processo natural que já aconteceu antes, mas tem sido acelerado pelas

atividades humanas”. Nos últimos séculos, mas sobretudo em decorrência da sociedade

de consumo e da exploração ilimitada dos recursos naturais, os ambientes urbanos

tornam-se insuportáveis para a vida humana. E começam a colocar em risco a própria

vida sob a face da Terra. São agravantes para o ambiente urbano os congestionamentos

de veículos, a poluição do ar, o excesso de edifícios, a expansão das áreas periféricas e o

nível elevado de ruído. Está havendo, também, incremento na mudança dos ventos e das

correntes marítimas, salinização das águas continentais, chuvas abundantes e furacões

em determinadas áreas, enquanto noutras observa-mos o agravamento das secas e da

desertificação. Extensas áreas agrícolas estão sendo comprometidas pelo mau uso do

solo, desperdício de água e utilização indiscriminada de defensivos químicos.

Portanto, há causas naturais relacionadas às mudanças climáticas, mas os

humanos e suas relações nos últimos séculos aceleraram tais alterações.

8 Pesquisador José Marengo, do CPTEC/INPE, durante a apresentação sobre as conclusões do quarto

relatório do IPCC. Disponível em (http://www.sbmet.org.br/noticias_mclimaticas/).

10

Sendo assim, somente com a mudança de conduta das sociedades humanas e os

padrões de consumo, é que vários cientistas apontam soluções, a fim de que as nações

criem as condições necessárias para intervenções adequadas, impondo limites às

emissões dos países industrializados, incentivos à limitação nos países em

desenvolvimento e apoio à geração de energia limpa.

As mais respeitadas instituições científicas asseguram que estão acontecendo

alterações ambientais no Planeta com graves consequências para a manutenção da vida.

Programas de monitoramento e controle ambiental têm revertido o processo de

degradação de alguns ecossistemas. O somatório e ampliação dessas medidas, a partir

de expressiva mobilização social e do esforço conjunto das nações, poderá impedir o

esgotamento dos recursos naturais, essenciais à permanência da vida na Terra.

IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima

O Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima – IPCC criado em 1988

pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pelo Programa das Nações Unidas

para o Meio Ambiente (PNUMA) é um evento científico realizado em torno de uma vez

por ano, para avaliar informações científicas, técnicas e socioeconômicas sobre

mudança do clima e sua influência na população humana.

O IPCC representa um esforço global, envolvendo cientistas de vários países, os

quais representam instituições científicas, universidades públicas e privadas, associações

profissionais, ONGs, órgãos do governo e do setor público e privado, além de consultores.

É presidido, desde 2002, por Rajendra Pachauri, veterano ambientalista indiano.

Muitas das pesquisas ainda vêm de países industrializados, que possuem maiores

orçamentos para desenvolver estudos de clima e, dessa forma, têm maior volume de

publicações científicas. Até hoje, cada um dos GTs tem sido liderado ou co-liderado por

cientistas de alto nível de países em desenvolvimento. Entre os cientistas participantes

(contribuintes ou coordenadores), podem estar especialistas dos cinco continentes.

11

O IPCC encoraja pesquisadores de países em desenvolvimento e economias em

transição a participar no processo de elaboração dos relatórios científicos, assim como para

sediar as reuniões científicas de discussão entre os cientistas dos diferentes GTs do IPCC.

No quadro abaixo, vemos os dias das reuniões de trabalho do IPCC e os temas tratados em

cada uma; logo após, um relato do que estava acontecendo no país e no mundo no período

das reuniões.

Quadro 2 - Reuniões IPCC por Grupo de Trabalho

Dia da

Reunião

IPCC

Local da

Reunião Tema tratado

GT1 2/2/2007 Paris Bases científicas da mudança

climática

GT2 6/4/2007 Bruxelas

Os impactos da mudança

climática e vulnerabilidade da

Terra a esses impactos

GT3 4/5/2007 Tailândia Aquecimento global

Fonte: Elaboração da autora

Assim, o IPCC tem a tarefa de sumarizar para os tomadores de decisões o

conhecimento atual contido nos relatórios científicos sobre as possíveis mudanças do

clima no futuro. Esse relatório é chamado Summary for Policy Makers ou Relatório

Sumário para Tomadores de Decisões (IPCC, 2001c, d, e).

12

Quadro 3 – Os Relatórios do IPCC

O Primeiro Relatório Científico (FAR) publicado pelo IPCC data de 1990, e desde

então as pesquisas sobre mudanças de clima têm se beneficiado com as informações.

“Em meados da década de 1990, muitos cientistas pensaram que já tinham fornecido os

fatos mais relevantes sobre mudanças de clima para os políticos e tomadores de

decisões. Porém, com as dificuldades na ratificação do protocolo de Kyoto, o problema

de adaptação foi mais aparente, talvez ainda mais que a mitigação. Assim, com o

desenvolvimento de novos métodos estatísticos, para separar sinais de influência de

variabilidade climática natural da antropogênica, as novas tecnologias em satélites e

supercomputadores, o desenvolvimento de modelos acoplados que incluem mais

realisticamente as interações da vegetação e carbono com a baixa atmosfera, e com uma

resolução espacial maior, pode ajudar a reduzir as incertezas nas previsões climáticas

para cenários do clima nos anos por vir”9.

O Segundo Relatório Científico (SAR) sobre Mudanças Climáticas, publicado em 1995

(IPCC, 1996a, b), forneceu as bases para as negociações decisivas que levaram à adoção

do Protocolo de Kyoto, em 1997. Assim, a relevância política desses relatórios,

especialmente o Summary for Policy Makers, é indiscutível.

O Terceiro Relatório Científico (TAR), publicado em 2001, informa que “Existem

novas e fortes evidências de que a maior parte do aquecimento observado durante os

últimos 50 anos é atribuído às atividades humanas” (IPCC, 2001a), o que já é de

conhecimento público, pois tem sido anunciado em jornais e revistas científicas e pela

imprensa mundial.

O Quarto Relatório Científico foi publicado pelo IPCC em 2007. Esse relatório,

realizado em três etapas10

pelos GTs. Os resultados do estudo, desenvolvido ao longo

destes últimos seis anos, período entre o terceiro e quarto relatório, consideram, com

90% de certeza, que as ações humanas contribuem para as mudanças climáticas do

planeta. Eles confirmam que o aquecimento do planeta é “inequívoco” e que se torna

evidente, com os aumentos observados na média geral de temperatura do ar e dos

oceanos, o derretimento das geleiras e o aumento no nível dos oceanos. Afirma,

também, a maior ocorrência já observada de fenômenos como mudanças nas

temperaturas do Ártico, nos níveis de precipitação, na salinidade dos oceanos e nos

padrões de ventos, bem como maior frequência de secas, precipitações intensas, ondas

de calor e ciclones tropicais (IPCC, 2007, p. 2-6).

O estudo do IPCC procura calcular a probabilidade de ocorrência de algumas

alterações no clima da Terra em função do aquecimento global, assim como o grau de

contribuição da atividade humana para essas tendências. A ocorrência de dias e noites mais

quentes e/ou mais frios na maior parte das áreas terrestres, e maior frequência de dias e

noites quentes é considerada “praticamente certa” (99%) ao longo do século XXI.

9Disponível em <http://www.ipcc.ch/pdf/ipcc-faq/ipcc-introduction-sp.pdf>.

10Vide quadro 1, com a data das reuniões IPCC e o tema tratado.

13

O aumento na incidência de ondas de calor e tempestades é considerado “muito

provável” (90%). Já os aumentos nas áreas afetadas por secas, na atividade de ciclones

tropicais e o aumento extremo no nível do mar (com exceção de tsunamis) são tidos como

“prováveis” (66%). E a contribuição da atividade humana para a ocorrência de dias e noites

mais quentes é “provável”, enquanto para as demais alterações é considerada “mais

provável do que não provável” (ib., p. 7).

Quadro 4 – Versão 2 – das Mudanças Climáticas

O Relatório IPCC indica que as mudanças climáticas observadas nos últimos 50 anos são incomuns em relação

a alterações ocorridas há 1.300 anos – essa perspectiva é considerada a partir de estudos chamados

“paleoclimáticos”. Na última vez em que as regiões polares estiveram significativamente mais quentes que

hoje, há cerca de 130 mil anos, o derretimento das geleiras gerou um aumento no nível do mar de quatro a seis

metros. O estudo considera muito provável que o aumento na concentração de gases-estufa seja provocado pela

ação humana e indica um aumento médio de 0,2 graus centígrados na temperatura global a cada década.

Contrariamente, portanto, o que dizem Odum e Odum (2001, p.14), o relatório diz que as mudanças nos

padrões de vento e precipitação, associadas ao derretimento das geleiras, devem trazer o desaparecimento do

continente ártico antes do final do século e uma provável maior incidência de ciclones tropicais (tufões e

furacões) mais intensos (id., p. 8-12). Um último resultado destacado do relatório do IPCC (2007) é a

perspectiva de que, mesmo que a concentração de gases-estufa na atmosfera fosse estabilizada, os efeitos do

aquecimento global, como a ocorrência de maiores temperaturas e o aumento no nível do mar, continuariam

presentes durante séculos. A diminuição na camada de gelo da Groenlândia, por exemplo, deve continuar

contribuindo para o aumento no nível do mar até depois do ano 2100. Na hipótese de derretimento total do gelo

dessa ilha pertencente à Dinamarca, o aumento no nível do mar seria de sete metros (p. 12-13).

As mudanças climáticas no contexto sócio-histórico mundial e brasileiro

Portanto, podemos dizer que as mudanças climáticas decorrem de mudanças

naturais que tiveram aceleradas suas consequências, e ampliadas, em decorrência das

ações humanas nos últimos séculos e do modelo de sociedade e de exploração e uso dos

recursos naturais por parte da humanidade. Nas últimas décadas, como vimos através

dos IPCCs, mas também de outros movimentos, e ações ampliaram-se os debates sobre

o aquecimento global e as mudanças climáticas. Recentemente, no final de 2009,

tivemos um enorme encontro no qual a maioria dos países do mundo discutiram e

tomaram resoluções sobre o clima.

14

PARA REFLEXÃO

- Você soube ou acompanhou pela TV ou imprensa debates/informações sobre a

COP15?

- Que informações/dados, desse evento, evidenciam as mudanças climáticas? Quais as

conseqüências disso no mundo, no Brasil e no local/na região em que mora?

- Que atividades ou ações contribuem para alterar o clima e seus impactos no Planeta?

- O que pensam ou que ações estão sendo discutidas na região ou cidade em torno de

atividades relacionadas e/ou que contribuem para as mudanças climáticas?

No entanto, reuniões sobre o aquecimento global, já ocorreram, como em 2007,

onde aconteceram as três reuniões dos GTs, e coincidiu com debates sobre o

aquecimento nos EUA, um dos maiores emissores dos gases que provocam o efeito

estufa. Na época, o presidente George Bush não somente fez questão de ignorar a

necessidade do corte das emissões de gases, bem como nem de reduzir a produção

industrial; além de terem sido publicados estudos dizendo que esses não eram os

responsáveis pelo aquecimento global. Mas, talvez, seja um problema de família e de

concepções relacionados ao Partido Republicano e aos interesses das grandes empresas

americanas, pois, em 2001, Bush já tinha retirado os EUA do compromisso com o

Protocolo de Kyoto – o tratado internacional firmado em 1997 para negociar esses

cortes.

Ainda em 2007, o Prêmio Nobel da Paz é concedido ao IPCC e ao ex-vice-

presidente Al Gore, e também, em março o ex-vice-presidente é premiado pelo

documentário intitulado Uma verdade inconveniente, abordando o tema mudanças

climáticas. Nesse ano, comemorava-se o segundo aniversário do Protocolo de Kyoto (16

de fevereiro de 2007), e como o último relatório do IPCC reafirmava o tema do

momento: as mudanças climáticas.

15

A partir disso, podemos verificar que as mudanças climáticas além de afetarem a

vida das pessoas, elas decorrem, da própria ação das mesmas. E, apesar disso, vemos no

momento, os olhares estrangeiros estarem voltados para investimentos em biodiesel no

Brasil, uma vez que a mídia noticiava que a intenção do Brasil era investir US$ 15

bilhões para a construção de 77 novas usinas de etanol até 2013. Mas, também, o

próprio governo federal vem apresentando a exploração deste combustível como

alternativa ao uso de petróleo ou de combustível fóssil mais poluente. Mas, a destruição

ambiental, seja da derrubada de florestas, da poluição e envenenamento dos rios, do

possível aumento do preço dos alimentos em decorrência da lucratividade daquele, não

é considerada nestas reflexões e debates – apesar de todos afirmarem se preocupar com

o aquecimento e/ou as mudanças climáticas.

O Brasil poderia fazer a diferença quando se trata de melhorar a qualidade da

vida no planeta e, também, para sua população, principalmente a mais pobre nesses

aspectos, já que essa será a que mais sofrerá. Um país “como o nosso, que possui uma

rica biodiversidade, é fundamental saber onde os efeitos do aquecimento global serão

sentidos, para minimizar os impactos e organizar a sociedade, a fim de que possa lidar

melhor com essas questões”11. E em 2007, o atual Ministro Carlos Minc (ISTO É, n.

1947, 21 fev. 2007, p. 47), atual Ministro do Meio Ambiente, na ocasião Secretário

Estadual do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, já alertava sobre o aquecimento

global em reunião em Paris. Diante disso, foi criada, junto à Secretaria de Agricultura, a

Secretaria do Ambiente e a Superintendência de Mudanças Climáticas, Créditos de

Carbono e Biodiversidade. Isto porque, a agricultura e as queimadas têm

responsabilidade nas emissões atmosféricas e dos gases-estufa. E a Secretaria de

Transportes acelerou-se a expansão dos trens metropolitanos e de redes ferroviárias e a

conversão dos ônibus ao gás natural, bem como outras medidas como o incentivo no

uso de bicicletas. (site).

11

Disponível em http://ambiental.wordpress.com/2007/02.

16

Entretanto, no Brasil, os gases das queimadas oriundos do desmatamento são

responsáveis por 75% de todas as emissões nacionais, o que torna o país o quarto maior

poluidor do planeta, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China e Indonésia. Assim

como o setor pecuário é apontado como um dos principais responsáveis pela

amplificação do efeito estufa e aquecimento global, decorrentes do N2O (óxido nitroso)

produzido pelo esterco e o CH4 (metano) produzido pelo arroto dos animais.

Considerando que uma rês pode produzir até 500 litros de metano em apenas um dia, e

o Brasil possui em torno de 200 milhões de cabeças de gado, é fácil estimar os danos

ambientais.

Dessa forma, o cenário mundial proporcionado pelas mudanças do clima

impulsiona as empresas a desenvolverem novas estratégias comerciais e de marketing.

No entanto, devemos sempre estar alertas pois tais medidas, se importantes, são

“perfumarias” diante de tamanho problema, além de cinicamente, serem utilizadas como

estratégias de marqueting sem focarem as reais causas e responsáveis pelo problema.

Inclusive, mesmo estando entre os principais responsáveis, muitas dessas mesmas

empresas buscam “dourar a pílula” tornando-se superficialmente sustentáveis.

NA REDE www.observatoriodaimprensa.com.br

www.ipcc.ch

www.ambiental.wordpress.com

www.sbmet.org.br/noticias_mclimaticas

17

O clima no Brasil e no Rio Grande do Sul – o impacto nas cidades e na sua vida

Vários extremos do clima foram observados nos últimos 5 anos, como seca no

Sul (2004-2006), ciclone Catarina (2004), seca na Amazônia (2005), chuvas intensas e

enchentes ocorridas no Sudeste e Sul do Brasil, em especial, os eventos recentes de

chuvas intensas e inundações em Santa Catarina, que causaram a morte de pelo menos

120 pessoas e perdas econômicas da ordem de centenas de milhões de dólares. Esses

acontecimentos levantaram enorme interesse sobre o tema e questionamentos sobre o

real conhecimento a respeito das mudanças climáticas e mecanismos que possam dar

origem às mudanças na frequência e intensidade de eventos extremos de clima. Nas

últimas semanas de 2009, como vimos atrás....conclusões do quadro COP 15.

Os sistemas naturais são vulneráveis às mudanças climáticas, e alguns serão

prejudicados irreversivelmente, onde os mais pobres terão menor capacidade de

adaptar-se e são os mais vulneráveis à

mudança do clima.

No Brasil, a mudança do clima e as

vulnerabilidades existentes implicam num

aumento na frequência de secas e enchentes,

impactando na agricultura e na

biodiversidade; mudança no regime

hidrológico e na estabilidade de encostas; e

vulnerabilidade de zonas costeiras com a

elevação do nível do mar, principalmente, em

grandes regiões metropolitanas litorâneas,

como Rio de Janeiro, Salvador e Recife.

ESTIAGENS E INUNDAÇÕES

Com o aumento da temperatura e mudança no

ritmo das chuvas, a agricultura no Brasil será

totalmente diferente de como é feita hoje.

Culturas perenes – como o café e a laranja –

vão migrar para o sul, em áreas com

temperaturas mais amenas. As elevadas

temperaturas de verão farão com que culturas

como arroz, feijão, milho e soja migrem para a

região Centro-Oeste. E o aquecimento global

provocará em todo o Brasil a rápida

degradação de solos para a agricultura. Secas

mais intensas vão comprometer os lagos das

hidrelétricas aumentando o risco de “apagões”.

O abastecimento de água potável também será

afetado. As regiões metropolitanas ficarão

ainda mais quentes, com mais inundações,

enchentes e desmoronamentos em áreas de

risco. Os casos de doenças infecciosas vão

aumentar. A dengue e a malária podem se

alastrar pelo país.

(http://www.greenpeace.org.br/clima/pdf/cartil

ha_clima.pdf)

18

O Brasil é, sem dúvida, um dos países que podem ser duramente atingidos pelos

efeitos adversos das mudanças climáticas futuras, já que tem uma economia fortemente

dependente dos recursos naturais diretamente ligados ao clima na agricultura e na

geração de energia hidroelétrica. Também a variabilidade climática afeta vastos setores

das populações de menor renda, como os habitantes do semiárido nordestino ou as

populações vivendo em área de risco de deslizamentos de encostas e inundações nos

grandes centros urbanos. A questão da mudança do clima deve considerar a

vulnerabilidade a que os biomas globais estão expostos, face aos impactos decorrentes

da mudança do clima, e a consequente necessidade de definirmos estratégias de

adaptação a esses impactos (http://www.correiobraziliense.com.br).

Refelexões finais

O agravamento da situação ambiental mundial e ocorrências, como: a falta de

água adequada para o consumo, a mortandade de animais e plantas, a contaminação da

terra, da água e do ar, os desastres naturais e o crescente processo de urbanização dos

grandes centros têm afetado os cidadãos diariamente, além de ajudar a evidenciar a

realidade e a contribuir para que a população desperte para questões ligadas aos

problemas ambientais. Entretanto, a mídia trazendo esse tema para pauta diária de suas

redações, o assunto passou a ter cada vez mais relevância e visibilidade. Temas, como:

furacões, inundações, o fenômeno El Niño, derretimento de geleiras, entre outros,

passaram a ser pauta diária da mídia, incorporando esse assunto ao dia a dia de cada

cidadão. Mas, apesar do registro do aumento da publicação de reportagens sobre essa

temática nos jornais diários do Brasil, a qualidade das matérias12

ainda é muito criticada

pelos pesquisadores em Jornalismo Ambiental. As publicações são feitas de forma isolada,

não oferecendo aos leitores uma abordagem que incorpore a visão da complexidade de

relações que envolvem o meio ambiente.

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Poderíamos citar o conteúdo, mas também as fontes e de como as mesmas são produzidas. Ver em

alternativa o ecocomunicação e o meio ambiente: WWW.mec.gov.br/secad.

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A problemática que deveria ser abordada é a velocidade com que as mudanças

climáticas estão acontecendo e o quanto a natureza tem condição ou não de adaptar-se a

essas mudanças, em decorrência da ação humana e do sistema em que vivemos. Está

sendo considerado aqui, é claro, uma natureza humana e não-humana. Embora devemos

buscar, mais do que uma adaptação, um outro modelo de sociedade. O paradigma de que

o ambiente e as riquezas naturais são inesgotáveis e estão aí para serem usados

indiscriminadamente pela humanidade deve ser quebrado. De uma forma geral é

apontada a ação humana como fator preponderante para as mudanças climáticas,

abordando superficialmente a ação das indústrias, as maiores responsáveis por esse

contexto, como forma de preservar a imagem dessas empresas, uma vez que muitas

delas são também os maiores anunciantes dos jornais, quando o jornal não é acionista

nessas empresas.

A crise que hoje vivenciamos, gerada pelo atual modelo capitalista de sociedade,

com sua ganância, extrapolou todas as formas de vida, até provocar as mudanças do

clima que, por sua vez, geraram mais exclusão social, fome, doenças e desequilíbrio da

natureza, entre outros problemas.

REFLEXÃO

Mais do que a natureza ecológica, a natureza humana necessita de um olhar mais

demorado. Quando a mídia aponta que está na ação humana os maiores causadores

dos problemas ambientais, assim como sua solução, acredita-se que isoladamente o

homem pode contribuir pouquíssimo, mas, enquanto sociedade, a ação do homem

pode reverter o quadro atual. Há necessidade, entretanto, em primeiro lugar, de um

resgate de valores, de oportunidades para todos, da extinção da hierarquia entre as

espécies e da informação livre a todos. Entende-se que a partir da regeneração da

natureza humana haverá também a regeneração da natureza ecológica, porque uma

é extensão da outra, mas a doença precisa ser combatida a partir do ponto mais

afetado.

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Isso exige urgentemente a elaboração de uma nova ética que contemple o

equilíbrio da sociedade, incluindo os ecossistemas e valores culturais necessários para

que restabeleçamos a dignidade dos seres no planeta. Isso supõe a superação do

capitalismo, ou de qualquer modelo de sociedade baseado no capital e na exploração de

todo tipo de natureza. Não sabemos ainda que sociedade descortinar-se-á a partir destes

novos tempos tão difíceis, mas é inegável a necessidade de averiguar a problemática

ambiental e a ética que permeia esse discurso.

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