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Sebenta de Geografia 9º ano | 2014/2015 Página 1 de 5 Domínio: As Atividades Económicas Subdomínio: A Agricultura Objetivo geral: Compreender a importância da pecuária no mundo atual À semelhança do que sucede com a agricultura, a pecuária é uma actividade produtiva primária de que depende um número muito elevado de população no mundo. O gado fornece Proteínas animais para a alimentação Leite, como alimento e como matéria-prima para a produção de lacticínios (manteiga, queijo, natas, iogurtes) Peles (curtumes), Lã (lanifícios) Estrume (fertilização dos solos) Auxílio ao homem, como meio de transporte e como auxiliar nos trabalhos do campo. Porém, o modo como é criado o gado vai ser diferente conforme: O grau de desenvolvimento de um país O tipo de criação praticada, em regime intensivo ou em regime extensivo As características naturais de clima e relevo das áreas de produção. Estas fotos traduzem as diferenças entre os dois regimes de criação de gado. Embora tratando-se, nos dois casos, de pecuária moderna, o lucro potencial é obtido de forma diferente. Na pecuária em regime extensivo, a produção é menor mas, a comercialização, vai ser feita a um preço mais elevado. Trata-se de um modo de produção biológico. No regime intensivo, o lucro é maior mas à custa de menor qualidade. Produz-se em Dois tipos de regime de criação de gado Regime extensivo: Animais em pastoreio livre Alimentação natural Preocupação com o bem-estar animal Menor produtividade Regime intensivo: Animais criados em estábulo Alimentação seleccionada Animais em ambiente artificial Maior produtividade

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Sebenta de Geografia 9º ano | 2014/2015

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Domínio: As Atividades Económicas Subdomínio: A Agricultura Objetivo geral: Compreender a importância da pecuária no mundo atual

À semelhança do que sucede com a agricultura, a pecuária é uma actividade produtiva primária de que

depende um número muito elevado de população no mundo.

O gado fornece

Proteínas animais para a alimentação

Leite, como alimento e como matéria-prima para a produção de lacticínios (manteiga, queijo,

natas, iogurtes)

Peles (curtumes), Lã (lanifícios)

Estrume (fertilização dos solos)

Auxílio ao homem, como meio de transporte e como auxiliar nos trabalhos do campo.

Porém, o modo como é criado o gado vai ser diferente conforme:

O grau de desenvolvimento de um país

O tipo de criação praticada, em regime intensivo ou em regime extensivo

As características naturais de clima e relevo das áreas de produção.

Estas fotos traduzem as diferenças entre os dois regimes de criação de gado. Embora tratando-se, nos dois

casos, de pecuária moderna, o lucro potencial é obtido de forma diferente. Na pecuária em regime extensivo,

a produção é menor mas, a comercialização, vai ser feita a um preço mais elevado. Trata-se de um modo de

produção biológico. No regime intensivo, o lucro é maior mas à custa de menor qualidade. Produz-se em

Dois tipos de regime de criação de gado

Regime extensivo:

Animais em pastoreio livre

Alimentação natural

Preocupação com o bem-estar

animal

Menor produtividade

Regime intensivo:

Animais criados em estábulo

Alimentação seleccionada

Animais em ambiente artificial

Maior produtividade

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quantidade mas sacrifica-se a qualidade ao adotar práticas pouco amigas do ambiente. Hormonas,

antibióticos e rações industriais são produtos utilizados neste modo de criação e produção animal.

Cientes dos prejuízos causados, tanto na saúde humana como no ambiente, a tendência é para regressar às

boas práticas agrícolas, incluindo a pecuária e a floresta. Apesar dos preços de venda mais elevados da

produção biológica, à medida que se conclui das suas vantagens, aumenta o número dos que a ela aderem.

http://www.grupodenoticias.com.br/criacao-de-gado-e-uma-das-atividades-que-mais-contribui-para-o-

aquecimento-global/

A criação de gado é uma das atividades que mais contribui para o aquecimento global. Segundo um estudo

baseado em cenários climáticos para 2050, investigadores ingleses e australianos apontam para a

necessidade de reduzir o aumento de procura de carne e, consequentemente, o seu consumo. Efetivamente,

se o padrão de consumo atual se mantiver, a criação de gado atingirá o máximo de emissão de gases de

efeito estufa previsto daqui a três décadas e meia.

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) alertou, num relatório de há poucos

meses atrás, que o setor agropecuário emite 7,1 gigatoneladas de dióxido de carbono equivalente por ano.

Isso representa 14,5% do total de gases de efeito estufa lançados na atmosfera por atividades humanas.

A tendência é para que esses números aumentem, à medida que a população mundial aumenta e o estilo de

dieta ocidental, marcado por um forte consumo de carne, se alastra pelo globo. Relembremos que, uma outra

consequência da criação de gado, é o abate de florestas para a obtenção de pastos cada vez mais extensos.

Isto mesmo tem sido uma prática recorrente no “pulmão da Terra”, a floresta amazónica.

No Brasil a área total ocupada pelas pastagens de gado ultrapassa a 200 milhões de hectares. Esta área

é equivalente a 7 países europeus: Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Suíça e Itália, ou a

de 30 países de áreas menores, incluindo Portugal, Inglaterra, Dinamarca e Holanda. Somente a área

ocupada pelo gado bovino na Amazônia corresponde à soma de seis estados brasileiros: Rio Grande do

Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

100% dos incêndios na floresta amazônica são intencionais e destinados à abrir pasto para o gado.

Até no consumo de carne é evidente o contraste entre os

dois grupos de países

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https://geobancodedados.wordpress.com/2014/11/

“Produzir alimentos suficientes para uma população estimada em 9 milhares de milhões de pessoas em 2050

e ao mesmo tempo preservar a natureza é o grande desafio da agricultura mundial deste século. Pelas

estimativas da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o mundo terá de

aumentar em 70% sua produção agrícola nos próximos 40 anos para evitar uma grave crise alimentar e a

escalada da fome (..)”

Os dados do jogo estão lançados: ritmo elevado de crescimento demográfico dos países em

desenvolvimento, necessidades crescentes de alimentos para tanta população e problemas ambientais que

refletem causas antrópicas. Algumas das soluções já existem: aposta na educação, emancipação das

mulheres, melhor distribuição da riqueza e, muito especialmente, práticas de produção sustentáveis.

Com as regras já identificadas, por onde principiar o “jogo”?

Porque temos vindo a falar do setor primário, o investimento numa produção mais eficiente, de maior

qualidade e capaz de limitar a expansão das fronteiras agrícolas é uma aposta a implementar. Por exemplo,

abandonar uma agricultura especializada e adotar uma agricultura diversificada será uma via a seguir.

Tecnologia e inovação serão os suportes de uma “revolução” que ofereça oportunidades para uma

exploração sustentável dos recursos necessários à produção alimentar.

A seguir, encontrámos materiais que nos podem ajudar a compreender quanto é urgente mudar para

melhorar.

Um vídeo de um filme sobre práticas condenáveis da produção pecuária, esquemas sobre a diversificação

agrícola e a quantidade de água exigida pela agricultura e, ainda, uma caraterização das vantagens da

associação entre agricultura, pecuária e floresta.

https://youtu.be/u7LBPHtOBnk

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10 práticas sustentáveis

Fazendas apostam na agricultura de baixo carbono e provam que é possível produzir alimentos,

fibras e energia e obter lucro com pouco impacto ambiental

Redação Globo Rural

http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common/0,,ERT270205-18282,00.html

Um esquema da forma de produção em que agricultura, pecuária e floresta convergem para uma exploração

sustentável dos recursos disponíveis.

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INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA

É um sistema que combina o cultivo de espécies arbóreas comerciais, grãos, forrageiras com a criação

de animais numa mesma área, de forma simultânea ou sequencial, com o uso sustentável dos solos. Essa

tecnologia proporciona a máxima produção de alimentos, fibras e energia por unidade de área.

Segundo o especialista Ronaldo Trecenti, da Campo Consultoria e Agronegócios, de Brasília (DF), a

introdução da ILPF em propriedades rurais traz vantagens como:

* recuperação de pastagens degradadas

* maior infiltração de água das chuvas no solo

* maior retenção de água no solo

* ciclagem de nutrientes

* maior produção de forragem na entressafra

* conforto térmico, que proporciona bem-estar animal

* diversificação de atividades na propriedade

* redução dos riscos climáticos e de mercado

* melhoria de renda do produtor

* redução da emissão de gases de efeito estufa

* sequestro de carbono

A agricultura bebe muito

De 1,5 bilhão de hectares cultivados no mundo, cerca de 270 milhões são irrigados, ou 18% do total – que

respondem por metade da produção de alimentos.

Para se ter uma ideia, produzir 1 quilo de cereais requer mil litros de água; para 1 quilo de carne bovina, são

15 mil.

2,5% de água doce e, desta, só 1% está

disponível para consumo. A agricultura é a

atividade que mais depende da água. Das

principais culturas produzidas, o trigo, o

arroz e o milho são das plantas mais

consumidoras deste recurso fundamental.