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E. E. Dom José de Haas – Avaliação de Língua Portuguesa - Profª. Vera / em: ......./04/2016 Aluno(a).................................................................. .. nº ......... 1ª série ........ /Vlr ................ Cr. / Nota: Leia o texto abaixo. Grande Edgar Já deve ter acontecido com você. – Não está se lembrando de mim? Você não está se lembrando dele. Procura, freneticamente, em todas as fichas armazenadas na memória o rosto dele e o nome correspondente, e não encontra. [...] Neste ponto, você tem uma escolha. Há três caminhos a seguir. Um, curto, grosso e sincero. – Não. [...] O “Não” seco pode até insinuar uma reprimenda à pergunta. Não se faz uma pergunta assim, potencialmente embaraçosa, a ninguém, meu caro. [...] Você deveria ter vergonha . [...] Outro caminho, menos honesto, mas igualmente razoável, é o da dissimulação. – Não me diga. Você é o... o... “Não me diga”, no caso, quer dizer “Me diga, me diga”. [...]. Ou você pode dizer algo como: – Desculpe, deve ser a velhice, mas... Este também é um apelo à piedade. Significa “não tortura um pobre desmemoriado, diga logo quem você é!”. [...] E há um terceiro caminho. O menos racional e recomendável. O que leva à tragédia e à ruína. E o que, naturalmente, você escolhe. – Claro que estou me lembrando de você! Você não quer magoá-lo, é isso! Há provas estatísticas de que o desejo de não magoar os outros está na origem da maioria dos desastres sociais, mas você não quer que ele pense que passou pela sua vida sem deixar um vestígio sequer. [...] Você ainda arremata: – Há quanto tempo! [...] Quem será esse cara meu Deus? Enquanto resgata caixotes com fichas antigas no meio da poeira e das teias de aranha do fundo do cérebro, [...]. Uma tentativa. É um lance arriscado, mas nesses momentos deve-se ser audacioso. – Cê tem visto alguém da velha turma? – Só o Pontes. – Velho Pontes! ([...] Pelo menos agora tem um nome com o qual trabalhar. Uma segunda ficha para localizar no sótão. Pontes, Pontes...) [...] – Sabe que a Ritinha casou? [...] – Com quem? – Acho que você não conheceu. O Bituca. (Você abandonou todos os

Avaliação 1º ano ok

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E. E. Dom José de Haas – Avaliação de Língua Portuguesa - Profª. Vera / em: ......./04/2016Aluno(a).................................................................... nº ......... 1ª série ........ /Vlr ................ Cr. / Nota: Leia o texto abaixo.

Grande EdgarJá deve ter acontecido com você.– Não está se lembrando de mim?Você não está se lembrando dele. Procura, freneticamente, em todas as fichas armazenadas na memória o rosto dele e o nome correspondente, e não encontra. [...]Neste ponto, você tem uma escolha. Há três caminhos a seguir.Um, curto, grosso e sincero.– Não. [...]O “Não” seco pode até insinuar uma reprimenda à pergunta. Não se faz uma pergunta assim, potencialmente embaraçosa, a ninguém, meu caro. [...] Você deveria ter vergonha. [...] Outro caminho, menos honesto, mas igualmente razoável, é o da dissimulação.– Não me diga. Você é o... o...“Não me diga”, no caso, quer dizer “Me diga, me diga”. [...]. Ou você pode dizer algo como:– Desculpe, deve ser a velhice, mas...Este também é um apelo à piedade. Significa “não tortura um pobre desmemoriado, diga logo quem você é!”. [...]E há um terceiro caminho. O menos racional e recomendável. O que leva à tragédia e à ruína. E o que, naturalmente, você escolhe.– Claro que estou me lembrando de você!Você não quer magoá-lo, é isso! Há provas estatísticas de que o desejo de não magoar os outros está na origem da maioria dos desastres sociais, mas você não quer que ele pense que passou pela sua vida sem deixar um vestígio sequer. [...] Você ainda arremata:– Há quanto tempo! [...]Quem será esse cara meu Deus? Enquanto resgata caixotes com fichas antigas no meio da poeira e das teias de aranha do fundo do cérebro, [...].Uma tentativa. É um lance arriscado, mas nesses momentos deve-se ser audacioso.– Cê tem visto alguém da velha turma?– Só o Pontes.– Velho Pontes! ([...] Pelo menos agora tem um nome com o qual trabalhar. Uma segunda ficha para localizar no sótão. Pontes, Pontes...) [...]– Sabe que a Ritinha casou? [...]– Com quem?– Acho que você não conheceu. O Bituca. (Você abandonou todos os escrúpulos. [...] Como que não conhece o Bituca?)– Claro que conheci! Velho Bituca...– Pois casaram.É a sua chance. É a saída. Você passou ao ataque.– E não avisou nada? [...]– Desculpe, Edgar. É que...– Não desculpo não. [...] (Edgar. Ele chamou você de Edgar. Você não se chama Edgar.Ele confundiu você com outro. Ele também não tem a mínima ideia de quem você é. O melhor é acabar logo com isso. Aproveitar que ele está na defensiva. Olhar o relógio e fazer cara de “Já?!”.)– Tenho que ir. Olha, foi bom ver você, viu?– Certo, Edgar. E desculpe, hein? [...]Ao se afastar, você ainda ouve, satisfeito, ele dizer “Grande Edgar”. Mas jura que é a última vez que fará isso. Na próxima vez que alguém lhe perguntar “Você está me reconhecendo?” não dirá nem não. Sairá correndo.

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1. Esse texto é um fragmento deA) crônica. B) entrevista. C) notícia. D) resumo. E) romance.

2. De acordo com esse texto, o narrador diz que conhece o interlocutor, porqueA) deseja saber notícias dos amigos. B) está atrasado para um compromisso.C) não quer magoá-lo. D) não quer prolongar a conversa.E) sente-se esquecido.

3. O trecho “Você deveria ter vergonha” (ℓ. 9) está relacionado ao fato de o interlocutor da conversaA) chamar o narrador de Edgar. B) dar detalhes sobre o casamento de Ritinha.C) envolver-se em um lance arriscado. D) escolher o terceiro caminho.E) perguntar se o narrador lembrava-se dele.

4. No trecho “Você é o... o...” (ℓ. 11), o uso das reticências expressaA) decepção. B) dúvida. C) ironia. D) preocupação. E) suspense.

5. Sobre o fato de o narrador afirmar ao interlocutor que lembrava-se dele, há uma opinião em:A) “Um, curto, grosso e sincero”. (ℓ. 6)B) “Outro caminho, menos honesto, mas igualmente razoável”. (ℓ. 10)C) “não tortura um pobre desmemoriado, diga logo quem você é!”. (ℓ. 14-15)D) “Você não quer magoá-lo, é isso!”. (ℓ. 19)E) “É um lance arriscado, mas nesses momentos deve-se ser audacioso”. (ℓ. 25)

Leia a charge abaixo e responda às questões 6 a 8: Fonte da charge: http://circbolivarianopaulofreire.blogspot.com.br/

6. A charge retrata uma aula de português: a) Qual é o assunto da aula?

______________________________________________________________________________________________________7. Sobre a resposta do aluno: a) Foi a resposta esperada pela professora? Explique. ____________________________________________________________________b) Qual foi a intenção comunicativa do aluno ao dar tal resposta? ____________________________________________________________________8. Qual é a relação entre o texto verbal e o não- verbal?_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________8. Faça uma charge com a finalidade de criticar uma situação polêmica que vem ocorrendo na sua escola ou em outro lugar.

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Boa Prova!

E. E. Dom José de Haas – Avaliação de RECUPERAÇÃO Língua Portuguesa – Profª. Vera / em: ......./04/2016 Vlr 25 Cr. / Nota:.....................Aluno(a).................................................................................................. nº ......... 1ª série ........

TEXTO I Leia o texto abaixo de C. D. ANDRADE Amado Pai, 5ª feira recebi vossa carta-bilhete do dia 29, que me alegrou, pois por ela fui informado que tudo [...] vai na forma costumeira, sem novidades.Por aqui, a cousa2 é a mesma. Eu já estou restabelecido de todo e não é sem tempo, pois fiquei quatro dias tomando apenas canja, em virtude de prescrição médica. Ora, quatro dias de canja não é nenhuma brincadeira... [...] Estou muito e muito saudoso, mas o que me consola muito é a certeza de que falta pouco tempo. Estamos quase no fim do ano ginasial. [...] Por hoje basta. Envio-vos saudosíssimos e respeitosos abraços. Beijando-vos a mão, peço a vossa bênção. O filho muito amoroso. Carlos.1. Esse texto apresenta uma linguagemA) científica. B) culta. C) informal. D) regional.

2. No segundo parágrafo desse texto, entende-se que Carlos estavaA) ansioso. B) com preguiça. C) com raiva. D) doente.

3. Nesse texto, no trecho “Estamos quase no fim do ano ginasial.”, a expressão destacada indicauma ideia deA) causa. B) lugar. C) modo. D) tempo.

4. Nesse texto, o trecho que apresenta uma opinião é:A) “... fui informado que tudo [...] vai na forma costumeira, sem novidades.”. (ℓ. 2-3)B) “Por aqui, a cousa é a mesma.”. (ℓ. 4)C) “Ora, quatro dias de canja não é nenhuma brincadeira...”. (ℓ. 5-6)D) “Beijando-vos a mão, peço a vossa bênção.”. (ℓ. 9)

5. De acordo com esse texto, Carlos tomou canja por 4 dias porqueA) estava quase no final do ano. B) estava restabelecido. C) estava saudoso.D) estava seguindo ordens médicas.

TEXTO II

Volta Redonda, 15 de dezembro de 2011.Alô, Carlinhos, tudo bem?Você lembra quando a gente conversava do que ia ser quando crescer?Você sempre sabia o que queria, só que toda hora mudava: médico, arquiteto, escritor.Eu não. Lembra? Eu nunca sentia muita vontade de ser nada.Mas agora você vai ficar bobo: essa semana – até que enfim!! – eu descobri o que que eu quero.Adivinha.Pensa bem.Eu nunca tinha pensado que ia gostar de ensinar, mas sabe? Quando ajudo meu irmão nos estudos, eu sinto uma sensação assim... sei lá. Só sei que é bom.Então eu resolvi que vou ser professor.E você? Continua mudando de profissão a toda hora?

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1. Quais os elementos essenciais na carta?a) remetente___________________________________________________________________b) destinatário__________________________________________________________________c) local e data__________________________________________________________________d) palavra que inicia o contato_____________________________________________________

2. Ainda há o assunto e a despedida.a) Qual o assunto?_______________________________________________________________________________________________________________________________________________

b) Como é a despedida?__________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. Sobre a formalidade da carta:a) é mais para formal ou informal?__________________________________________________b) justifique sua opinião.____________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Escreva uma carta pessoal para um amigo (da mesma ou de outra turma), comentando um assunto e convidando-o a dar uma resposta.

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Volta Redonda, 15 de dezembro de 2011.Alô, Carlinhos, tudo bem?Você lembra quando a gente conversava do que ia ser quando crescer?Você sempre sabia o que queria, só que toda hora mudava: médico, arquiteto, escritor.Eu não. Lembra? Eu nunca sentia muita vontade de ser nada.Mas agora você vai ficar bobo: essa semana – até que enfim!! – eu descobri o que que eu quero.Adivinha.Pensa bem.Eu nunca tinha pensado que ia gostar de ensinar, mas sabe? Quando ajudo meu irmão nos estudos, eu sinto uma sensação assim... sei lá. Só sei que é bom.Então eu resolvi que vou ser professor.E você? Continua mudando de profissão a toda hora?

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BOA PROVA!!!!!!!!!!!!!!!!!