1
http://www.buzzmedia.pt/artigosdeopiniao/151/luisrasquilha/amulheralpha umtargetaconsiderarcadavezmaisseriamente LUÍS RASQUILHA - CEO | AYR CONSULTING WORLDWIDE + INOVA BUSINESS SCHOOL A Mulher Alpha Um target a considerar cada vez mais seriamente A subida da importância das mulheres nas mais diversas áreas no mundo ocidental é um facto e uma Tendência real. Do poder político ao poder empresarial, a mulher está cada vez mais presente e influente. Até 2024 as mulheres ganharão em média mais que os homens, serão responsáveis por 83% das compras e 51% da riqueza produzida, um reflexo claro da sua cada vez maior presença relativa no ensino superior (56%) e na área na gestão (51,4%), o que fará também com que a sua taxa de desemprego seja inferior à dos homens. Isto, segundo Charlotte Krolokke postula no seu livro Gender Communication Theories and Analyses: From Silence to Performance ( Sage, 2005), é fruto de três ondas, nomeadamente: • 1.a onda: Movimento dos séc. XIX e XX preocupado sobretudo com o direito ao voto por parte das mulheres. • 2.a onda: Iniciada nos anos 60, referese à luta pela igualdade legal e social entre géneros. • 3.a onda: Iniciada na década de 1990 como uma uma reação às falhas da onda anterior. Esta 3a onda tem várias vertentes de comportamento: uns que defendem a discriminação em relação ao homem e outros que se afastam dessa ideia de preconceito, preocupandose primordialmente com a discriminação às mulheres. Mas já começa a se fazer sentir claramente mais uma vertente de comportamento, que é a da competitividade feminina não somente com relação ao homem, mas também com relação às demais mulheres. Ele derruba o mito da “irmandade” feminina e gera o fenómeno da “Mulher Alpha” e que, segundo Alison Wolf, no seu brilhante estudo “The XX Factor”, chega mesmo a preferir abdicar do sexo na adolescência e na Universidade para concentrarse exclusivamente na aquisição de competências que lhe permitam a entrada numa carreira de sucesso. E, ainda segundo Alison Wolf, uma vez embarcada nesta carreira, o seu comportamento – é cada vez mais semelhante ao dos “Homens Alpha” – na forma de vestir e na linguagem oral e gestual, de modo a demonstrar poder e assertividade e na busca de energia e sinais externos de juventude, de forma a poder ser vista e reconhecida como tendo a força e as condições físicas e mentais de conseguir cumprir e exceder os objectivos pessais e profissionais que elas mesmas, mais do que ninguém, se impõem. E, nesta “jornada de poder”, o casamento e a família passam a ter um papel verdadeiramente secundário, sendo em geral somente considerados uma vez os objectivos profissionais tendo sido cumpridos de tal forma que as obrigações da maternidade não lhes cause qualquer problema na continuidade da carreira. Isto faz com que no Reino Unido, por exemplo, cerca de 30% das mulheres com 40 anos que tenham completado uma Licenciatura ou mais não tenham filhos, por comparação com cerca de 15% de mulheres da mesma faixa etária que deixaram os estudos aos 16 anos ou que não tenham qualificações profissionais. Esta situação mudará cada vez mais e de forma drástica toda uma panóplia de planos de negócios, que causará uma redução nos chamados “pacotes familiares” de produtos ou serviços, bem como nos tipos de imóveis à venda para casais com mais de 35 anos, e que não precisarão de tantas assoalhadas. E, ainda, terão oportunidades imensas nos planos da conservação da forma e da aparência física, com reflexos marcados nas áreas do vestuário, da alimentação, da farmacologia e, ainda, do entretenimento e do turismo. A “Mulher Alpha”, portanto, já é uma realidade, e vem para “mudar as regras do jogo” e gerar um conjunto enorme de necessidades e oportunidades que representam um segmento relativamente reduzido no plano geral sociodemográfico, mas que nem por isso deixa de oferecer oportunidades de desenvolvimento de produtos e serviços de alto valor e com margens extremamente interessantes para quem se dispuser a entendêlo e explorálo.

Buzzmedia Abril 2015. Poder da Mulher Alpha

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Buzzmedia Abril 2015. Poder da Mulher Alpha

http://www.buzzmedia.pt/artigos-­‐de-­‐opiniao/151/luis-­‐rasquilha/a-­‐mulher-­‐alpha-­‐um-­‐target-­‐a-­‐considerar-­‐cada-­‐vez-­‐mais-­‐seriamente    

 LUÍS RASQUILHA - CEO | AYR CONSULTING WORLDWIDE + INOVA BUSINESS SCHOOL

A  Mulher  Alpha  -­‐  Um  target  a  considerar  cada  vez  mais  seriamente  A  subida  da  importância  das  mulheres  nas  mais  diversas  áreas  no  mundo  ocidental  é  um  facto  e  uma  Tendência   real.   Do   poder   político   ao   poder   empresarial,   a   mulher   está   cada   vez   mais   presente   e  influente.   Até   2024   as  mulheres   ganharão   em  média  mais   que   os   homens,   serão   responsáveis   por  83%   das   compras   e   51%   da   riqueza   produzida,   um   reflexo   claro   da   sua   cada   vez   maior   presença  relativa  no  ensino  superior  (56%)  e  na  área  na  gestão  (51,4%),  o  que  fará  também  com  que  a  sua  taxa  de  desemprego  seja  inferior  à  dos  homens.      Isto,  segundo  Charlotte  Krolokke  postula  no  seu  livro  Gender  Communication  Theories  and  Analyses:  From  Silence  to  Performance  (  Sage,  2005),  é  fruto  de  três  ondas,  nomeadamente:  •  1.a  onda:  Movimento  dos  séc.  XIX  e  XX  preocupado  sobretudo  com  o  direito  ao  voto  por  parte  das  mulheres.  •  2.a  onda:  Iniciada  nos  anos  60,  refere-­‐se  à  luta  pela  igualdade  legal  e  social  entre  géneros.  •  3.a  onda:  Iniciada  na  década  de  1990  como  uma  uma  reação  às  falhas  da  onda  anterior.      Esta  3a  onda  tem  várias  vertentes  de  comportamento:  uns  que  defendem  a  discriminação  em  relação  ao   homem   e   outros   que   se   afastam   dessa   ideia   de   preconceito,   preocupando-­‐se   primordialmente  com  a  discriminação  às  mulheres.  Mas  já  começa  a  se  fazer  sentir  claramente  mais  uma  vertente  de  comportamento,   que   é   a   da   competitividade   feminina   não   somente   com   relação   ao   homem,  mas  também   com   relação   às   demais   mulheres.   Ele   derruba   o   mito   da   “irmandade”   feminina   e   gera   o  fenómeno  da  “Mulher  Alpha”  e  que,  segundo  Alison  Wolf,  no  seu  brilhante  estudo  “The  XX  Factor”,  chega   mesmo   a   preferir   abdicar   do   sexo   na   adolescência   e   na   Universidade   para   concentrar-­‐se  exclusivamente  na  aquisição  de  competências  que  lhe  permitam  a  entrada  numa  carreira  de  sucesso.      E,  ainda  segundo  Alison  Wolf,  uma  vez  embarcada  nesta  carreira,  o  seu  comportamento  –  é  cada  vez  mais  semelhante  ao  dos  “Homens  Alpha”  –  na  forma  de  vestir  e  na  linguagem  oral  e  gestual,  de  modo  a  demonstrar  poder  e  assertividade  e  na  busca  de  energia  e  sinais  externos  de  juventude,  de  forma  a  poder   ser   vista   e   reconhecida   como   tendo   a   força   e   as   condições   físicas   e   mentais   de   conseguir  cumprir  e  exceder  os  objectivos  pessais  e  profissionais  que  elas  mesmas,  mais  do  que  ninguém,   se  impõem.   E,   nesta   “jornada   de   poder”,   o   casamento   e   a   família   passam   a   ter   um   papel  verdadeiramente   secundário,   sendo   em   geral   somente   considerados   uma   vez   os   objectivos  profissionais   tendo   sido   cumpridos   de   tal   forma  que   as   obrigações   da  maternidade  não   lhes   cause  qualquer  problema  na  continuidade  da  carreira.  Isto  faz  com  que  no  Reino  Unido,  por  exemplo,  cerca  de  30%  das  mulheres  com  40  anos  que   tenham  completado  uma  Licenciatura  ou  mais  não   tenham  filhos,   por   comparação   com   cerca   de   15%   de   mulheres   da   mesma   faixa   etária   que   deixaram   os  estudos  aos  16  anos  ou  que  não  tenham  qualificações  profissionais.      Esta  situação  mudará  cada  vez  mais  e  de   forma  drástica   toda  uma  panóplia  de  planos  de  negócios,  que  causará  uma  redução  nos  chamados  “pacotes  familiares”  de  produtos  ou  serviços,  bem  como  nos  tipos   de   imóveis   à   venda   para   casais   com   mais   de   35   anos,   e   que   não   precisarão   de   tantas  assoalhadas.   E,   ainda,   terão   oportunidades   imensas   nos   planos   da   conservação   da   forma   e   da  aparência   física,   com  reflexos  marcados  nas  áreas  do  vestuário,  da  alimentação,  da   farmacologia  e,  ainda,  do  entretenimento  e  do  turismo.  A  “Mulher  Alpha”,  portanto,  já  é  uma  realidade,  e  vem  para  “mudar   as   regras   do   jogo”   e   gerar   um   conjunto   enorme   de   necessidades   e   oportunidades   que  representam  um  segmento   relativamente   reduzido  no  plano  geral   sociodemográfico,  mas  que  nem  por  isso  deixa  de  oferecer  oportunidades  de  desenvolvimento  de  produtos  e  serviços  de  alto  valor  e  com  margens  extremamente  interessantes  para  quem  se  dispuser  a  entendê-­‐lo  e  explorá-­‐lo.