15
Capitulo 4 Punhos de Ferro e Asas da Liberdade... Dia 21 de maio de 2012 exatamente no horário do intervalo Marco, Eren, Sarah e Jéssica estão sob a sombra da árvore do pátio comendo seus lanches e conversando tranquilamente com a brisa batendo em seus rostos. -Então pessoal o que vocês acham de sairmos para ir ao shopping logo após eu terminar a aula de violão na casa do Marco? – Perguntou Jéssica animada. -Bem... Acho que seria bem divertido... – Respondeu Eren. -É... Parece ser legal... Mas, só nós quatro iremos? – Perguntou Marco. -Lógico! Estou chamando somente os que estão aqui, não estou? – Respondeu Jéssica. Neste instante Marco ficou paralisado, pois um pensamento viera a sua cabeça. Isso não é um encontro, não é um encontro, repetia diversas vezes o rapaz que já começara a ficar vermelho. -E você Sarah não vem? – Perguntou Eren. -B-Bem... – Sarah com vergonha abaixou a cabeça – E-Eu já tenho um compromisso na parte da tarde, mas obrigada por me chamar. -Compromisso?. -Ah! É verdade... Sarah tem o treino de MMA hoje a tarde não é? – Disse Jéssica se exaltando. -MMA!? – Gritou Marco abismado. -P-Por que o espanto seu idiota? Uma menina não pode praticar luta? – Disse Sarah ficando nervosa e partindo para cima de Marco. -Entendi... Então é por isso que você bateu tão bem no Marco aquela vez... – Disse Eren pensativo – Isso é muito legal. -VOCÊ ACHA? – Gritaram os dois amigos que já estavam no início da briga. -Bem... É algo interessante de se ver. -Q-Que bom que vo-você gosta Eren. – Disse Sarah envergonhada. -Eren já deu de ficar lembrando-se da minha surra não é? – Disse Marco suspirando. -Marco não tem como esquecer... Foi épico o direto que você levou. – Respondeu Eren dando risadas.

Capitulo 4 - Punhos de Ferro e Asas da Liberdade

Embed Size (px)

DESCRIPTION

4º Capitulo da obra - Escolhas para uma vida

Citation preview

Page 1: Capitulo 4 - Punhos de Ferro e Asas da Liberdade

Capitulo 4

Punhos de Ferro e Asas da Liberdade...

Dia 21 de maio de 2012 exatamente no horário do intervalo Marco, Eren, Sarah e Jéssica

estão sob a sombra da árvore do pátio comendo seus lanches e conversando tranquilamente com

a brisa batendo em seus rostos.

-Então pessoal o que vocês acham de sairmos para ir ao shopping logo após eu terminar a

aula de violão na casa do Marco? – Perguntou Jéssica animada.

-Bem... Acho que seria bem divertido... – Respondeu Eren.

-É... Parece ser legal... Mas, só nós quatro iremos? – Perguntou Marco.

-Lógico! Estou chamando somente os que estão aqui, não estou? – Respondeu Jéssica.

Neste instante Marco ficou paralisado, pois um pensamento viera a sua cabeça. Isso não é

um encontro, não é um encontro, repetia diversas vezes o rapaz que já começara a ficar

vermelho.

-E você Sarah não vem? – Perguntou Eren.

-B-Bem... – Sarah com vergonha abaixou a cabeça – E-Eu já tenho um compromisso na

parte da tarde, mas obrigada por me chamar.

-Compromisso?.

-Ah! É verdade... Sarah tem o treino de MMA hoje a tarde não é? – Disse Jéssica se

exaltando.

-MMA!? – Gritou Marco abismado.

-P-Por que o espanto seu idiota? Uma menina não pode praticar luta? – Disse Sarah

ficando nervosa e partindo para cima de Marco.

-Entendi... Então é por isso que você bateu tão bem no Marco aquela vez... – Disse Eren

pensativo – Isso é muito legal.

-VOCÊ ACHA? – Gritaram os dois amigos que já estavam no início da briga.

-Bem... É algo interessante de se ver.

-Q-Que bom que vo-você gosta Eren. – Disse Sarah envergonhada.

-Eren já deu de ficar lembrando-se da minha surra não é? – Disse Marco suspirando.

-Marco não tem como esquecer... Foi épico o direto que você levou. – Respondeu Eren

dando risadas.

Page 2: Capitulo 4 - Punhos de Ferro e Asas da Liberdade

-Então está fechado pessoal! Nos encontramos em frente à casa do Eren para irmos, tudo

bem? – Disse Jéssica animada – Você não vai mesmo Sarah?

-Não tem como Jéssica... Meu treino é algo muito importante para mim. Não conseguiria

faltar uma vez se quer.

-Ok! Nós iremos nos encontrar em frente de casa... Sarah pode ter certeza que nos

divertiremos por você, mas mesmo assim gostaria que você fosse. – Disse Eren olhando para a

garota que começou a ficar vermelha.

-Pelo menos não corro risco de vida sem a Sarah por perto – Disse Marco em um tom

irônico provocando a garota.

-O-O que você disse? Eu posso não estar perto no momento, mas agora estamos um

pertinho do outro o que facilmente me possibilita de dar uma surra por sua confiança excessiva!

– Disse Sarah olhando para Marco com seu olhar de destruição.

-É-É uma brincadeira Sarah, você sabe não é? – Disse Marco dando alguns passos para

trás enquanto Sarah caminhava para frente.

Alguns minutos após o intervalo começou novamente a aula. Marco ficara com o braço

dolorido com os golpes que levara de Sarah no intervalo, merecera a surra por provocar a menina

mais devastadora da escola. Após algum tempo de aula Marco recebeu um bilhete que vinha com

o nome de Eren escrito na frente. “Não fique chorando de dor agora, pois você mereceu a surra.

Você é louco? Mesmo te lembrando do seu primeiro dia de aula você sempre inferniza ela. Você

também não vale nada, mas foi engraçado devo admitir. Acho que Sarah, mesmo que ela seja

durona desse jeito, tem um coração bom. Ela deve ter motivos para agir dessa forma, não a julgo

por nenhuma atitude tomada. Devo admitir ela praticar MMA me chamou muito a atenção...”

Marco ao acabar de ler o recado não acreditava. Será que Eren estava gostando de Sarah? Devo

mostrar esse bilhete para ela? Eram perguntas que vinham à cabeça do rapaz.

Finalmente acabou a aula e todos foram para suas casas. Marco voltou sozinho para casa

já que Eren ficara na escola para resolver problemas do clube de química. Será que Eren pode ter

uma pequena atração por Sarah só faltando essa desabrochar? Por que eu estou tão preocupado

assim? Perguntas nesse sentido o importunaram o caminho inteiro para casa.

Enfim chegara a sua casa, entrou se trocou e foi para a cozinha preparar o seu almoço e o

de sua avó a qual estava dormindo na sala. Terminou de almoçar, lavou todos os pratos e

arrumou a cozinha, logo em seguida bateram em sua porta, era Jéssica que viera para a aula de

violão que fazia com Marco. A aula ocorreu normalmente, mas havia um pouco de ansiedade

para sair por parte de Jéssica fazendo assim Marco terminar mais cedo o ensinamento e assim os

dois partiram em direção à casa de Eren.

Page 3: Capitulo 4 - Punhos de Ferro e Asas da Liberdade

Eram exatamente 16 horas da tarde quando os três colegas chegaram ao shopping, o qual

era enorme e tinha dois andares, muitos metros quadrados, entretanto o mais impressionante era

o parque que ficava de fronte à entrada, este era muito arborizado e tinha um lago no centro.

Marco vendo o cenário típico de um filme romântico continuava pensando que aquilo não era um

encontro, não era! No meio de conversas e os pensamentos de Marco enfim adentraram ao

monstruoso shopping.

É... Isso não é um encontro, pensava Marco desiludido alguns minutos depois já no

interior do estabelecimento vendo Jéssica arrastar ele e Eren como bagageiros, pois estavam

carregando todas as compras que a menina fizera. Passaram algumas horas, estas as mais

exaustivas de toda a vida dos rapazes, acompanhando a animada garota em lojas de vestido,

sapatos, acessórios e tudo mais. Até o momento que Jéssica finalmente deu uma trégua para ir ao

banheiro, os jovens e cansados bagageiros sentaram em um banco para descansar.

-Co-Como ela consegue estar tão animada ainda? – Disse Eren totalmente fatigado e se

esticando.

-Na Verdade eu não sei como consegue gastar tanto dinheiro tão facilmente! – Disse

Marco olhando para o teto em busca de ar com toda força que sobrara em seu corpo.

-Agora eu entendi o porquê da idéia de virmos todos ao shopping... Ela queria alguém...

Alguém para carregar a bagagem! – Eren mal falava direito devido ao cansaço.

-E-Eren! – Gritou Marco vendo o amigo exausto – Cara você não esta bem! Vamos lá,

respira fundo comigo vai! Inspira... Expira.

-Relaxa Marco eu estou bem! – Disse Eren dando risadas, mas ainda muito cansado.

-Só estou tentando ajudar seu filho da mãe!

Marco sentou tranquilamente após a brincadeira de mau gosto do amigo, mas alguns

segundos após se acalmar veio uma pergunta em sua cabeça que fora mais forte que seu controle

e perguntou rapidamente para Eren.

-Você gosta da Sarah, Eren? – Disse Marco olhando para frente.

-O que amigo?

-Perguntei se você gosta da Sarah... – Disse Marco se virando para o amigo.

-Bem... Não vou dizer que não gosto, mas... – Abaixou a cabeça pensativo.

-Mas o que Eren? Você gosta dela ou não? – Marco estava sério.

-Marco a verdade é que... É que eu não quero nada com ninguém agora... Esse ano é

muito importante para mim, não quero ter distrações. Tudo bem a Sarah me surpreende sim,

como escrevi no bilhete eu tenho certeza que ela tem bom coração e é uma ótima garota, apesar

de realmente ter me chamado a atenção ela praticar um tipo de luta... Só que... Ainda não sei

Page 4: Capitulo 4 - Punhos de Ferro e Asas da Liberdade

dizer se sinto mesmo alguma coisa ou não por ela... Eu a conheço desde pequeno. Sou amigo há

muito tempo e – Marco o interrompeu.

-Pare de ficar arranjado desculpas, Eren... – Disse Marco olhando para baixo – Não

importa se você é ou não o melhor amigo dela há muito tempo... Se o sentimento for puro e

verdadeiro a amizade não se acaba, mas pelo contrario se fortifica...

-M-Marco... – Murmurou Eren espantado a ver o colega sério daquela forma.

-Se ela conseguir ganhar seu coração conquistá-lo pelo jeito de ser dela você ainda

recusaria uma paixão ou um amor que você sabe que poderia ser sua única chance se valendo de

argumentos como “não quero estragar a amizade” ou que “tem coisas mais importantes do que

quem você ama”? – Disse Marco começando a se exaltar.

No momento da discussão Jéssica saiu do banheiro e viu Marco de pé em frente à Eren.

-O que está acontecendo pessoal? – Disse a garota se aproximando.

-Nada Jéssica... Acho que estamos muito cansados... – Disse Eren dando algumas risadas.

-É... Eu também concordo... – Disse Marco de cabeça baixa.

-Bem... Tudo bem então! Vamos embora pessoal! – Disse Jéssica sorrindo.

Jéssica após a conversa pegou algumas sacolas e deixou o resto com os rapazes. A garota

toda alegre e animada foi à frente em direção a porta.

-Não sei amigo... – Murmurou Eren terminando de pegar as sacolas.

-O que? – Disse Marco sem entender.

-Sinceramente não sei o que eu faria se ela conseguisse me conquistar... E acho legal você

se importar com meus sentimentos e com os de Sarah... Você realmente é um grande amigo

Marco. – Disse Eren indo em direção à porta enquanto Marco ficara perplexo com o que ouvira.

-Vamos Marco! Vai ficar dormindo aí atrás? – Gritou Jéssica da porta do Shopping.

-Es-Estou indo! – Respondeu rapidamente pegando as ultimas sacolas que ficaram para

trás.

No caminho de volta Marco, agora sozinho, chegou frente a uma academia de luta

chamada MMA Fighters que era enorme, um pavilhão de festa para ser mais exato só que

remodelado para sua atividade. Olhou em volta antes de entrar para ter certeza donde estava e

enfim entrou.

Será que a Jéssica me passou o lugar certo? Pensou Marco assim que entrou. O rapaz foi

adentrando até chegar a um local onde ficavam todos os aparelhos de luta inclusive dois

octógonos que serviam para o combate em si. Dentro de um desses o garoto viu Sarah de costas e

ao se aproximar notou que tinha alguém caído na frente da garota.

Page 5: Capitulo 4 - Punhos de Ferro e Asas da Liberdade

-Isso foi para você aprender à nunca mais julgar alguém pelo esporte que pratica, se é

homem ou mulher, ou pela aparência, seu ignorante! Além de ser preconceituoso e estúpido é

ruim de briga! – Disse Sarah nervosa para o rapaz que estava a sua frente.

-Vamos acalmar pessoal! Isso foi só um treino! Já chega por hoje todos para casa! – Disse

o treinador entrando no octógono.

Sarah respirou fundo e começou a se acalmar quando virou para sair viu Marco do outro

lado da grade. O rapaz erguera a mão no sentido de cumprimento, porém Sarah ainda não

acreditando que Marco estava ali virou o rosto rapidamente e saiu do octógono.

-Espere lá fora. Vou tomar um banho e já venho... – Disse a garota passando por Marco

indo em direção ao banheiro.

-Tudo bem... – Disse Marco dando algumas risadas sem graça.

Marco então se dirigiu para fora do local e esperou a colega sair. Passaram-se exatamente

20 minutos até que Sarah apareceu na porta com sua mochila e já foi logo andando para ir

embora fazendo Marco se apressar para alcançar a amiga.

-O que você estava fazendo aqui? – Perguntou Sarah séria.

-Vim ver se você estava falando a verdade ou não sobre o treino...

-E por que eu mentiria?

-Vai saber não é? Achei que seria alguma desculpa para não se aproximar do Eren devido

à vergonha que você sente ao lado dele... – Disse Marco começando a dar risadas.

-O-O que você disse seu imbecil? – Gritou Sarah olhando para Marco com um olhar

amedrontador.

-Calma! É brincadeira! Relaxe... – Disse Marco balançando as mãos em frente ao rosto.

-Você está muito engraçadinho para o meu gosto... Acho que você precisa de outra

surra... – Resmungou Sarah que logo voltou a andar.

-Hey! Vamos com calma também não é? – Disse Marco dando risadas irônicas.

-Como você conseguiu o endereço do clube de luta? – Perguntou Sarah.

-Perguntei para Jéssica... Falei que precisava te entregar algumas coisas e não sabia onde

era.

-Entendi...

Por um instante o silencio reinou entre os dois. Neste meio tempo veio à cabeça de Marco

a idéia de contar para Sarah sobre a carta e a discussão que tivera com Eren sobre

relacionamentos no shopping, mas hesitou. Não, não posso falar nada para ela. Nem da carta e

nem da discussão, pois acabariam com a esperança dela, não posso deixar isso acontecer,

pensava o jovem e confuso rapaz.

Page 6: Capitulo 4 - Punhos de Ferro e Asas da Liberdade

-Então... Quem era o garoto caído em sua frente? – Perguntou Marco.

-Um ignorante... – Disse Sarah fechando os olhos e ficando com raiva.

-Está certo... Se fosse só mais um ignorante qualquer ele não te irritaria assim... – Disse

Marco enquanto caminhava olhando para o céu que começara a escurecer.

-E-Eu já disse que ele é só mais um ignoran – Foi interrompida por Marco.

-Está bom... – Suspirou o jovem rapaz - Vou fingir que acredito... Me conte quando

quiser então...

Ficou um silêncio logo em seguida até o momento que Sarah murmurou algumas

palavras:

-Eu... Eu descobri que ele falou coisas de mim só por eu ser uma garota e praticar lutas

marciais... E que eu não sabia o que eu estava fazendo da minha vida... “Como uma menina rica

esta fazendo luta? Ela é burguesa tem que ficar no meio de patricinhas” ele falava... – Disse

Sarah de cabeça baixa.

-Então você resolveu dar uma surra nele certo? – Disse Marco olhando para frente.

-S-Sim... Queria mostrar que sou independente e – foi interrompida novamente por

Marco.

-Você fez certo, mas... Você sabe quem você é. Não precisa ficar provando para os

outros. Eu acredito em você, no seu jeito e te respeito não é? Sem você me provar nada... –

Marco ainda continuava com o olhar fixo para frente, sério – Ele é sim um canalha por ser tão

preconceituoso nos tempos atuais... Acho que ele não entendeu ainda que a mulher é igual ao

homem... Mas, a violência nem sempre é o melhor caminho para a solução dos conflitos. Eu

posso dizer isso por que presenciei na minha infância a relação dos meus pais – Neste momento

Marco abaixou a cabeça como se lembrasse de algo.

-Ma-Marco... – Sarah não conseguiu falar nada, pois ficara impressionada com o

comportamento do amigo.

-Sinceramente Sarah... Você deve depositar mais confiança em você e não se importar

com que os outros pensam. De o seu máximo para atingir seu objetivo, mesmo sendo o caminho

mais duro, o atinja. Por que é você quem vai escrever o seu caminho e não os outros... –

Enquanto isso na cabeça de Marco vinha toda hora a vontade de contar sobre a discussão que

tivera com Eren, mas a preocupação em motivar a amiga para atingir o coração do colega

superava toda e qualquer intenção.

Logo que Marco terminou de falar Sarah abaixou a cabeça como se estivesse entrando em

seus pensamentos. Marco notou e deu um singelo sorriso. Durante o caminho de volta após a

conversa que tivera Sarah olhava algumas vezes fixamente para Marco que admirava o céu

Page 7: Capitulo 4 - Punhos de Ferro e Asas da Liberdade

escuro com o anoitecer e não acreditava que ouvira coisas daquele jeito de um garoto que no

começo do ano levara um soco dela. Será que realmente alguém se importava com ela sem ser a

sua melhor amiga ou toda essa preocupação era somente porque eles haviam feito um acordo de

um ajudar o outro? Essa foi uma das várias dúvidas que vieram à cabeça da jovem.

Enfim chegaram à frente da casa de Sarah, esta ainda de cabeça baixa, porém antes de

Marco se despedir Sarah o chamou como sempre.

-O que foi Sarah? – Perguntou o rapaz começando a sorrir, pois já tinha quase certeza do

que iria ouvir como todas as outras vezes.

-VOCÊ BEBEU HOJE A TARDE NÃO FOI? – Disse Sarah erguendo rapidamente a

cabeça e apontando o dedo para o rosto de Marco.

-O QUE? – Gritou Marco dando um salto para trás – POR QUE VOCÊ ACHA ISSO?

-Você só pode estar bêbado para ter falado uma coisa daquelas para mim no caminho de

volta... – Disse Sarah virando o rosto e erguendo o nariz.

-O-O que você disse? E-Eu te falo coisas tão motivadoras e você vem me falar que eu

estou bêbado por falar aquilo? – Dizia Marco indignado.

-Motivadoras? Não sei aonde... – Sarah virou as costas e foi adentrando a sua casa –

Entre e tome um banho para tirar a bebedeira e depois faça uma janta boa para te tirar por

completo o efeito do álcool...

-Es-Espera... – Pensou por um instando e suspirou logo em seguida – Então era isso que

essa garota queria... Ela não muda mesmo... – Murmurou Marco para si entrando logo em

seguida.

Por fim Marco foi tomar um banho depois do dia corrido que tivera e Sarah ficou

arrumando a cozinha e a mesa para o jantar. Enquanto Marco preparava a refeição Sarah ficou

deitada no sofá olhando para o teto, como se estivesse pensando em alguma coisa, possivelmente

nas falas que o amigo dissera.

-Sinceramente... Não sei como você conseguiu sobreviver todos esses anos sem fazer

comida, mas sim só comprando marmitas... – Disse Marco preparando o jantar.

-O que você esta falando idiota? Fique quieto e faça a comida! Você deve muito para

mim por eu ter concertado a besteira que você fez com a Jéssica na primeira aula de violão que

tiveram. Se não fosse eu explicar para ela que você não tinha dormido direito à noite e que estava

com muito sono ela não acreditaria em nada...

-Ah... – Suspirou Marco – Eu já te agradeci não foi?

Page 8: Capitulo 4 - Punhos de Ferro e Asas da Liberdade

-E na verdade... Meus pais me mandam dinheiro para a comida. Mas, para mostrar que

não preciso deles, pedi para que mandassem menos, porque aí eu teria motivos para aprender a

cozinhar... Entretanto, algum tempo depois, eu... Eu conheci – Foi interrompida por Marco.

-Conheceu esse cara belo e talentoso aqui, não é? – Disse Marco, se gabando e dando

risadas.

-O-O que? – Disse Sarah, levantando rapidamente do sofá – E-Eu não iria falar isso! Eu

iria dizer que conheci um retardado, trouxa, idiota e desatento rapaz que derrubou muitos

alimentos em mim e que acabou sendo nocauteado com um simples soco meu! Desde então,

ficou sendo meu cozinheiro para se desculpar da vergonha que me fez sofrer...

-O QUE? – Gritou Marco – E-EU NÃO SOU COZINHEIRO DE NINGUEM E FUI EU

QUEM PASSOU A MAIOR VERGONHA, NÃO VOCÊ! VOCÊ QUE DEVE SERVIR A

MIM!

-Cale a boca, seu idiota! Não se distraia, senão você ainda vai queimar o jantar... – Disse

Sarah, voltando a deitar.

-Eu não vou queimar na – Nesse momento, o bife que estava na frigideira começou a

soltar uma fumaça negra, fazendo Marco tomar um susto e logo acudir o pobre e torrado filé.

Após a discussão, o jantar foi finalmente servido e ambos começaram a saborear os alimentos.

-Eu falei que você iria queimar o bife... Olha a cara desse coitado! – Disse Sarah,

mostrando o bife totalmente preto para Marco.

-Não foi minha culpa... Eu só me distrai um pouco... – Disse Marco, suspirando e

abaixando a cabeça.

-Resumindo... Foi culpa sua... – Respondeu Sarah, com uma risada irônica.

O silêncio ficou no ar somente por alguns segundos, até que Sarah lançou a seguinte

pergunta:

-Então, como foi o passeio no shopping hoje?

-Bem... – Nesse momento, a discussão que tivera com Eren veio em sua cabeça – Sarah...

-O que foi?

-Hoje... Sobre o Eren... – Marco não conseguia sequer olhar para a amiga.

-O que tem o Eren? O que houve? Desembucha!

-Eu... Eu... – enfim, tomou a decisão – EU CARREGUEI MAIS PESO QUE ELE HOJE!

ISSO FOI INJUSTO!

-Ufa! É isso? – Suspirou Sarah – Pensei que ele tinha ficado de olho em outras meninas...

Isso seria um problema, não?

Page 9: Capitulo 4 - Punhos de Ferro e Asas da Liberdade

-É... Seria um problema – Marco se corroia por dentro, se perguntando por que não

contara sobre a discussão – Mas, mesmo assim, foi injusto o tanto de compras que eu levei da

Jéssica...

-Eu acho pouco para você! Esses programas de compras criados pela Jéssica sempre

foram uma armadilha para quem a acompanha. – Disse Sarah, dando risadas – Marco, tive a

idéia perfeita para o próximo plano.

-Então me conte. Qual é o novo plano?

-Amanhã terá um pequeno torneio interno na academia de lutas e eu vou participar. A sua

tarefa será a de levar Eren para me ver lutar. Já que ele gostou de saber que eu luto, essa será

uma grande oportunidade para mostrar para ele todos os meus talentos e habilidades marciais,

fazendo ele se apaixonar por mim cada vez mais. Entendeu? – Disse Sarah, dando risadas

maléficas no final.

-SIM! – Marco respondeu firme – Eu o levarei! Faça de tudo para conseguir conquistá-lo,

certo Sarah? Não se deixe abalar por nada ou por ninguém!

-No-Nossa! Que determinação é essa? – Disse Sarah, presenciando as falas firmes do

colega.

-Não importa que determinação é essa! Somente quero que saiba que pode contar

comigo!

-T-Tá... – Disse Sarah, começando a ficar vermelha de vergonha – Já está bom por hoje,

não é? Agora vá embora, porque amanha o dia será longo!

Sarah se levantou da cadeira, puxou Marco pelo braço e começou a empurrar o pobre rapaz para

fora.

-E-Ei! Sarah, mas e as coisas da mesa? Eu tenho que lim – foi interrompido pela garota.

-EU LAVO E LIMPO, PODE DEIXAR! AGORA, VAZA! – gritou Sarah, que logo em

seguida fechou a porta na cara do amigo.

-Essa menina não tem todos os parafusos... Tenho certeza disso – Murmurou Marco.

Ao chegar à casa, Marco entrou, deu boa noite para sua avó, que estava dormindo no sofá, e foi

em direção ao quarto. Não... Eu não posso falar aquilo para ela, pois irá desmotivá-la e não quero

que tudo o que estamos fazendo acabe assim... Não quero vê-la triste, pensava o jovem rapaz

enquanto estava deitado na cama, até no ponto em que o sono foi mais forte e apagou.

Após uma longa noite de sono, o dia começou a raiar. Marco abriu os olhos e fez toda sua rotina

para ir à escola. As aulas foram tranqüilas e leves. No intervalo, a turma se reencontrou

novamente como no dia anterior. Mas, dessa vez, a única que falou foi Jéssica sobre como fora

magnífico o passeio que fizera no dia anterior. Mostrava todos os objetos de valor que comprara,

Page 10: Capitulo 4 - Punhos de Ferro e Asas da Liberdade

por sorte não se lembrou da briga entre Marco e Eren. Finalmente, soou o sinal do final das aulas

e todos foram para casa. No caminho de volta, Marco propôs à Eren que fossem à academia de

lutas à tarde para torcerem por Sarah no campeonato interno que a academia organizara. Eren

topou de imediato, ficando combinado de se encontrarem em sua casa para irem juntos.

Exatamente às 16 horas, Marco saiu de sua casa e encontrou Eren, d'onde os dois saíram

para o torneio.

-Cara, deve ser demais ver um torneio de lutas ao vivo! – Dizia Eren, todo animado.

-Sim, deve ser uma experiência diferenciada...

-Eu ainda irei praticar lutas, mas esse ano tenho coisas muito mais importantes para me

preocupar...

-É... Importantes... – Disse Marco, relembrando a discussão.

-Marco... Você ainda está chat – Eren foi cortado por um grito.

-Mas, que gritou foi esse? – Perguntou Marco, ficando atento.

-Essa voz não me é estranha... – Disse Eren.

Os garotos começaram a olhar em volta para ver d'onde vinha o grito, até que Marco

olhou em um pequeno beco e viu a cena que nunca imaginara ver. Sarah estava sendo segurada

pelos braços por dois rapazes e havia outro a sua frente, parecia ser o jovem que Sarah batera no

dia anterior no octógono.

-Me larguem, seus covardes! Vocês precisam de três para ganhar de mim em uma luta? –

Gritava Sarah.

-Ma-Marco! É a Sarah! – Disse Eren, assustado com o que estava vendo.

No instante que Eren terminou a sua frase, Sarah recebeu um tapa no rosto daquele que

estava em sua frente. Nesse momento, Marco que estava parado observando sem entender o que

acontecia, relembrou todas as brigas entres seus pais. A violência com que seu pai tratava sua

mãe era algo que ele abominava. Queria protegê-la de qualquer jeito, mas não tinha tamanho e

nem força para isso na época. Agora, ver outra mulher apanhar em sua frente e não fazer nada

era uma idéia inadmissível. Seu corpo se moveu sozinho, e mais rápido que um raio, foi em

direção aos vândalos. Perdera todo o controle de sua mente, pois era uma cena que o pobre

garoto jurou nunca mais querer ver na vida. Eren sequer conseguiu segurar o colega, mas foi

logo ligando para a polícia.

Marco, como um relâmpago, entrou desferindo um incrível golpe no rosto do vândalo que

batera em Sarah, levando-o ao chão. Logo em seguida, antes mesmo do rapaz se levantar, Marco

ajoelhou-se sobre ele e começou a dar vários murros e golpes com força imensurável no rosto do

vândalo, que apagou completamente após dois golpes. Marco estava descontrolado. Não sabia

Page 11: Capitulo 4 - Punhos de Ferro e Asas da Liberdade

direito o que fazia. Mesmo com o rapaz desacordado, continuava esmurrando, sentindo uma

sensação de liberdade e de dever cumprido. Pois, finalmente conseguira proteger alguém vitima

de injustiça e abuso de força. Não queria ver mais ninguém ser violentado ou chorar por ser

julgado inferior.

Sarah, nesse meio tempo, conseguiu ser libertada dos comparsas que a segurava, e acabou

batendo nos dois. Ao virar para onde estava Marco, estalou os olhos, não acreditando que o

amigo fizera tudo aquilo. Foi se aproximando do irreconhecível rapaz que ainda desferia socos

no vândalo.

-Ma-Marco... J-Já chega. E-Eu estou bem – Quando encostou suas mãos em Marco, foi

empurrada bruscamente pelo furioso rapaz.

Sarah, sentada no chão, não acreditara no que via. Marco, ajoelhado, ficou olhando para

Sarah com um olhar de quem não entendera nada do que aconteceu e começou a se acalmar.

Olhou as mãos cheias de sangue e se assustou.

-O-O que eu sou Sarah? Sou o mesmo monstro que meu pai? – Perguntava o garoto,

enchendo os olhos de lágrimas e apertando os punhos.

Neste momento, as sirenes dos carros de polícia começaram a soar. Sarah percebeu e

correu de medo para que não contassem para seus pais. Marco ficou sentado do lado do vândalo

surrado e desmaiado no chão, até que os policiais chegassem ao local e levassem ambos à

delegacia.

Na delegacia, Marco estava sentado em uma das cadeiras olhando para baixo. Seus

pensamentos estavam desordenados, até que um policial chegou dizendo:

-Você esta livre, rapaz. Confirmaram que o outro era o vândalo e que você foi o herói, se

assim posso dizer.

-H-Herói?- Perguntou Marco, ainda olhando para o chão – O senhor viu o que eu fiz com

o rapaz?

-Sim, Herói. Sua atitude foi nobre e agiu por um bem maior... Você não fez nada de

errado. Você foi homem.

Marco não respondeu nada.

-Mas, tome cuidado, rapaz. Você deu sorte de ter acertado o vândalo em cheio, porque ele

tinha um canivete na outra mão, que foi jogado para longe com o primeiro golpe. Você foi muito

corajoso, pelo que as testemunhas disseram. – Disse o guarda, colocando a mão no ombro de

Marco – Agora, vá embora e descanse.

Marco levantou de cabeça baixa e saiu da delegacia. No caminho de volta, não sabia no

que pensar, mas se sentia livre de um peso que carregara a muito tempo. O que diria para a sua

Page 12: Capitulo 4 - Punhos de Ferro e Asas da Liberdade

avó? Por que fizera tudo aquilo sem pensar? Poderia ele estar morto agora, se tudo desse errado?

Eram perguntas que se misturavam em sua cabeça.

Enfim, chegou a sua casa. Antes de entrar, respirou fundo e abriu a porta. Quando passou

pela sala onde sua avó estava sentada, escutou:

-Você estava na delegacia, não estava jovem? – Perguntou a avó.

-S-Sim, vovó... – Respondeu Marco, de cabeça baixa.

-Você brigou na rua, pelo que fiquei sabendo...

-S-Sim, vovó... E-Eu bati em um rapaz... - Marco apertou firme a palma da mão – E-Eu te

decepcionei, vovó... Eu me tornei um monstro igual a ele – Foi interrompido pela avó.

-NÃO DIGA ISSO, MARCO! –Gritou firme a senhora sentada de costas para o jovem.

-O-O que? – Perguntou assustado, o rapaz.

-Você é totalmente o contrario dele... Você utilizou da força para proteger alguém, não

para maltratar. Isso mostra que você é uma pessoa boa, Marco. Só de você estar aqui, já me traz

orgulho... Meu neto, hoje, é um Herói. É um novo filho para mim.

Neste momento, Marco deixou escorrer algumas lágrimas de seus olhos. E-Eu não sou

ele? Eu consegui superá-lo? Pensava o jovem. Marco, após a fala da avó, a agradeceu por tudo

que dissera. Salientou que isso era só o começo dos vários orgulhos que ele traria para a família e

foi para o quarto, onde se jogou na cama e chorou. Mas não de tristeza, e sim de felicidade e

alívio por ter se libertado de um peso que carregara há tempos. O passado negro que ele queria

esquecer agora não mais o atormentava, pois mostrou a si mesmo que agora pode proteger a

todos e que conseguiria trazer orgulho novamente para a família.

Era exatamente 1 hora da manhã, quando Marco escutou baterem na porta de sua casa.

-Mas, o que... – bateram mais uma vez na porta.

Marco levantou e foi ficar diante da porta fechada, que voltou a ser batida do lado de

fora. Será que aquele cara de hoje escapou e veio até aqui para se vingar? Pensava o jovem e

amedrontado rapaz. Pegou o guarda-chuva que ficava atrás da porta como meio de se defender,

caso fosse necessário. Hesitou, mas no fim criou coragem e abriu a porta. Ao abrir, o inesperado

aconteceu. Logo que fez o movimento de abertura, Sarah entrou correndo e abraçou o jovem

rapaz. Neste instante, Marco deixou o guarda-chuva e olhou para Sarah que estava com a cabeça

encostada em seu peito, que parecia soluçar. O rapaz não estava entendendo nada. Não sabia o

que estava acontecendo.

-Idiota! Idiota! Idiota! Idiota! – Repetia Sarah, com voz baixa e trêmula de choro

enquanto dava alguns murros fracos, no peito de Marco.

-Sa-Sarah, o que acont – Foi interrompido pela garota.

Page 13: Capitulo 4 - Punhos de Ferro e Asas da Liberdade

-Por que você fez aquilo? – Disse a garota, que levantou a cabeça com os olhos

escorrendo lágrimas.

Marco ficou sem palavras ao ver Sarah daquele jeito e com os olhos cheios d'água.

-Você poderia ter morrido, seu idiota. Imbecil! – voltou a encostar a cabeça no peito de

Marco – Se... Se você morresse, quem iria fazer a comida para mim? Quem... Quem iria me

ajudar a conquistar o Eren? Me diz! Idiota... – Sarah não conseguia firmar sua voz, além de que,

no final de cada fala, segurava cada vez mais firme na blusa de Marco.

-Mas, no final das contas eu estou bem, não estou? – Finalmente, Marco disse alguma

coisa, com um singelo sorriso no rosto.

Logo após o final da fala de Marco, este abraçou Sarah que já estava agarrada em seu

peito. Sarah, ao sentir que Marco a abraçara também se sentiu aconchegada. Entretanto, alguns

segundos após, pareceu ter retornado em si. Logo empurrou Marco e o soltou, afastando-se.

-Co-Como vo-você ousa me abraçar de-desse jeito? – Disse Sarah, não conseguindo

pronunciar as palavras corretamente, pois estava vermelha de vergonha.

-O QUE? – Disse Marco, assustado com a reação repentina da amiga.

-TARADO! – Gritou Sarah.

-O QUE? Não! Espera um pouco! – Gritou Marco, indignado com o que acabara de

ouvir.

- Se o Eren souber disso, vo-você morre! Ouviu? Seu tarado!

-Eu morro? – Disse Eren, totalmente pasmo – Mas espera... Foi você quem veio aqui – foi

interrompido por Sarah.

-CALE A BOCA! – Gritou Sarah, envergonhada – Não agüento ficar mais do lado de um

tarado! ADEUS! – Disse Sarah, correndo embora para sua casa.

-EU NÃO SOU TARADO! – Gritou Marco.

Após tudo ter se acalmado e Sarah ir embora, Marco, ainda parado à porta, deu um

singelo sorriso. Entendera o sentimento da amiga e compreendera a loucura que fizera, pois sim,

ele poderia ter morrido nessa brincadeira toda de bancar o Herói. Sarah, eu vou te ajudar ao

máximo para conquistar o Eren. Custe o que custar, vou estar ao seu lado, te apoiando - pensou o

rapaz. Fechou a porta e foi para o quarto, onde se jogou na cama. A imagem de Sarah chorando

vinha à sua cabeça ainda, mas não queria mais ver a mesma novamente. Por isso, decidiu ajudá-

la ao máximo que pudesse. Enfim, o sono o acometera e ele apagou.

No outro dia, ao chegar à escola, Marco era cumprimentado por todos que passavam por

ele. Era visto como um Herói. Chegou à sala e, logo ao sentar, ficou rodeado de garotas, as quais

faziam os mais diversos tipos de perguntas. Marco, mal conseguia responder com vergonha, pois

Page 14: Capitulo 4 - Punhos de Ferro e Asas da Liberdade

nunca havia ficado rodeado de pessoas que o achavam incrível por suas atitudes e ações. Alguns

minutos após a chegada de Marco, Sarah apareceu. Agia como se nada tivesse acontecido na

noite anterior, até que começou a vir em direção ao fluxo incrível de pessoas em volta do amigo.

-Bom dia, tarado! – Disse Sarah, passando no meio de todas as garotas e indo para sua

carteira.

-TA-TARADO? – Perguntaram, todas.

-O QUE? – Marco assustou – N-Não é nada do que vocês estão pensando, meninas! Eu posso

explicar...

Nesse momento, todas as meninas começaram a sair de perto de Marco, com um olhar de

indignação e repúdio, até que saíram da sala.

-POR QUE VOCÊ DISSE AQUILO? – Gritou Marco, batendo as mãos na carteira de

Sarah.

-Eu só disse a verdade... – Respondeu Sarah, virando o rosto e tentando ignorar o colega.

-Você tinha que ter feito isso com o Eren, não comigo!

-Com o Eren? – Ela virou para Marco – O Eren nunca iria gostar de ficar rodeado de

tantas garotas... Ele é um menino cert – Parou sua fala ao virar e ver o amado rodeado de garotas.

-Viu? – Disse Marco, em um tom irônico e com um sorriso no rosto.

Sarah nem chegou a responder nada. Levantou da cadeira com a cabeça baixa e foi em

direção à carteira de Eren. Marco, vendo a atitude repentina da colega, se pôs a ir junto para

evitar qualquer tragédia. Ao chegarem ao aglomerado de pessoas em volta de Eren, Marco parou

ao lado de Sarah. Essa pegou a mão de Marco e a pôs em sua própria barriga.

-Mas o que você esta faz – foi interrompido por Sarah.

-A não! Olhem, meninas, ele esta abusando de mim novamente! Só porque me salvou

ontem, acha que tudo são flores! Ele é um tarado, tirem-no daqui! – Disse Sarah, em um tom

envergonhado e encenando de forma incrível um drama.

-O-O QUE? – Gritou Marco, tirando rapidamente a mão d'onde estava.

As garotas, que estavam prestando a atenção em Eren, logo se viraram e viram a cena.

Olharam para Marco com um olhar de repúdio, que pareciam lhe cortar ao meio.

-Me-Meninas, isso é um mal entendido! Foi ela que – antes mesmo de terminar sua fala,

todas as garotas o seguraram e começaram a empurrá-lo para fora da classe, chamando-o de

tarado.

-Hey! Larguem-me! – Gritava Marco – Eu não fiz nada de errado! – Nesse momento,

Marco parou, pensou e gritou em seguida – SARAH! ISSO É UMA IDÉIA SUA, NÃO É?

-Não. Não, seu tarado! – Respondeu a garota, com um tom irônico.

Page 15: Capitulo 4 - Punhos de Ferro e Asas da Liberdade

-MENTIROSA! VOCÊ VAI PAGAR POR ISSO, SUA GAROTA LISA! – Gritava

Marco, até que foi totalmente empurrado para fora da sala.

Sarah ficou dando uma gargalhada maligna e conseguira afastar todas as garotas rodeadas

a Eren. Marco, no entanto, estava sendo forçado a sair, e foi empurrado até o pátio. Essa menina

não vale nada mesmo, pensava o jovem e pressionado rapaz. As coisas, então, voltaram ao

normal após toda a confusão no dia anterior. Superar todos aqueles desafios valeu à pena. Pois,

Marco, enfim, percebeu que tinha valor e que conseguiria superar qualquer obstáculo, não

devendo nunca desistir, mesmo que parecesse impossível achar uma solução. Notou que havia

encontrado uma amizade verdadeira, embora Sarah agisse totalmente o oposto do que fizera na

noite anterior. Sim, esse ano promete e guarda ainda muitas surpresas, tenho certeza disso -

pensou o jovem no pátio da escola. Até que as aulas começaram novamente e o dia se

desenvolveu tranqüilo, como se tudo que acontecera fosse um sonho.