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Avaliação do professor ou avaliação do ensino? Avaliação de desempenho quer enganar o povo e o professor de Sergipe

Cartilha Avaliação de Desempenho_2006

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O SINTESE é um sindicato que se firmou pela resistência ao autoritarismo e por sua luta pelos direitos de toda a população e dos profissionais do magistério sergipano.Na situação atual, os trabalhadores da Educação sofrem um forte arrocho salarial e exercem sua profissão com péssimas condições de trabalho. O governo estadual trata com descaso uma categoria que é a grande alavanca na construção da educação do povo de Sergipe.Esta cartilha vem mostrar como o governo João Alves implementa sua política de destruição do serviço público e, em especial, como ele ataca o magistério.Neste sentido, é urgente cerrarmos os punhos, ocuparmos as ruas e resistirmos nas escolas. O SINTESE, historicamente, sempre agiu assim para garantir o respeito que os trabalhadores da Educação de Sergipe merecem.Continuaremos no mesmo caminho em defesa do povo de Sergipe, das crianças com as quais trabalhamos todos os dias, para lhes oferecer a melhor educação possível. E continuaremos na luta por melhores condições de salário, de vida e de trabalho para todos os trabalhadores do Ensino do nosso Estado. A Direção do SINTESE

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Avaliação do professor ou avaliação do ensino?

Avaliação de desempenho quer enganar o povo e o professor de Sergipe

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O SINTESE é um sindicato que se firmou pela resistência ao autoritarismo e por sua luta pelos direitos de toda a população e dos profissionais do magistério sergipano.

Na situação atual, os trabalhadores da Educação sofrem um forte arrocho salarial e exercem sua profissão com péssimas condições de trabalho. O governo estadual

trata com descaso uma categoria que é a grande alavanca na construção da educação do povo de

Sergipe.

Esta cartilha vem mostrar como o governo João Alves implementa sua política de destruição do serviço

público e, em especial, como ele ataca o magistério.

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Neste sentido, é urgente cerrarmos os punhos, ocuparmos as ruas e resistirmos nas escolas.

O SINTESE, historicamente, sempre agiu assimpara garantir o respeito que os trabalhadores da Educação de

Sergipe merecem.

Continuaremos no mesmo caminho em defesa do povo de Sergipe, das crianças com as quais trabalhamos todos os dias,

para lhes oferecer a melhor educação possível.

E continuaremos na luta por melhores condições de salário, de vida e de trabalho para todos os trabalhadores do Ensino do

nosso Estado.

A Direção do SINTESEJulho de 2006

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Propaganda enganosa contra o povoe os professores de Sergipe

Todo mundo se espantou ao ouvir rádios e televisões contar em mil maravilhas da educação no nosso Estado! “ Sergipe tem a melhor

educação do Brasil”.

Sim... temos as melhores escolas, os melhores equipamentos e os professores estão ganhando muito bem e trabalhando super-satisfeitos.

Realmente, uma maravilha.

...Seria bom se fosse verdade!

A realidade é totalmente diferente. Nós que trabalhamos nas escolas, que temos contato todo dia com

nossos alunos podemos mostrar que a verdade é bem diferente.

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Vamos só listar 9 desmentidos aoque o Governo de Sergipe fala

na sua propaganda:

1 - João Alves diz que concedeu um reajuste salarial de 4% para os professores

mas... não diz que, enquanto isso,o Estado aumentou a arrecadação fiscal em 51% e Sergipe é quem menos gasta, no Nordeste, com folha de pessoal. O Governo não diz que Sergipe gasta apenas 37% quando poderia chegar a 49% pela Lei de responsabilidade fiscal. Ou seja, poderia dar um bom reajuste salarial aos professores.

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2 - O governo gastou 7 milhões para o centro de excelência do Atheneu

mas, não diz que enquanto isso, várias escolas estaduais estão em péssimas condições e, algumas colocam em risco a vida de alunos e professores.

Além disso...apesar de todos esses gastos, o número de matrículas do Atheneu caiu assustadoramente.

3 - O Governo de Sergipe gastou 10 milhões com a Fundação Roberto Marinho para implantar as tele-salas

mas ... não garante o mínimo de qualidade ao ensino de Sergipe, pois as escolas não dispõem de material didático para melhorar o ensino e as tele-salas fracassam porque transformam o professor em monitor.

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4 - Gasta 432 mil com o IDS (Instituto Internacional deDesenvolvimento) para capacitar agentes de Saúde com recursos da educação, o que é proibido por lei

mas ... não têm nenhuma política de formação continuada para os educadores sergipanos.

5 - E tem mais: gastou mais de 6 milhões com a DTCOM (sem licitação) para implementar o pré-vestibular em Sergipe.

mas... em algumas escolas de Ensino Médio, faltam até carteiras.

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6 - Com a implantação do Programa 5S em Sergipe, o Governo transforma professores em executores de serviços gerais, obrigando-os a fazer merenda para os alunos, limpar salas e banheiros,

mas...com o tal “Programa 5S”, o professor tem que fazer de tudo...menos socializar o saber e produzir o conhecimento.Este é um plano que destrói a educação e desprofissionaliza o educador.

7 - João Alves afirma que é um Governo “reciclado”...

mas...continua impondo sua visão liberal e conservadora de educação sem dialogar com os professores e nega-se a regulamentar a gestão democrática do ensino. Mantém o modelo de gestão baseada no autoritarismo e no apadrinhamento.

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8 - Está obrigando os professores da educação infantil e das primeiras séries do ensino fundamental a darem aulas de educação física.

mas... não chama os professores de educação física que passaram no concurso.

9 - Usa os professores formados em Pedagogia paraos fadados pacotes: Se Liga, Acelera e Alfa e Beto.

mas... não quer garantir a Progressão Vertical a esses educadores e discutir com a categoria os malefícios desses pacotes.

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Com todas estas medidas, para os professores...só sobram prejuízos.

Vejamos:

O governo nega vários direitos conquistados com o nosso Plano de Carreira. Entre eles estão: autonomia das escolas,gestão democrática, dedicação exclusiva, gratificações por merecimento, produção técnico-científica, autoqualificação profissional e interiorização e retorno do adicional de nível universitário, entre outros.

Não realiza concurso para os Servidores das Escolas Estaduais

Este Governo está acabando com o IPESAÚDE de forma lentae progressiva, é por isso que... ainda não pagou a dívida que tem com o Instituto. O objetivo é punir os servidores estaduais acabando com o IPES.

E agora, desde maio de 2005...vem implementando a tal Avaliação de Desempenho”

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João Alves diz que, desta forma

Sergipe terá uma Educação de 1º mundo!Vamos imaginar algum marciano descendo do seu disco voador no sertão do Sergipe. Se a pessoa assistir à propaganda paga que o Governo coloca na televisão ou nas rádios iria pensar que caiu no paraíso.

Pelas palavras da propaganda do Governo, os professores e as professoras de Sergipe vivem em outro mundo. Mas a realidade é completamente diferente.

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Cadê o primeiro mundo na Educação de Sergipe ?

Pais e mães que têm seus filhos na escola sabem que:

Muitas das nossas escolas estão caindo aos pedaços

Faltam até carteiras para sentar

As escolas não têm material didático para os professores darem boas aulas

A merenda das nossas crianças não tem regularmente e quando tem é de péssima qualidade

Os professores recebem salários muito baixos e não conseguem investir na sua formação

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É por isso que o SINTESE repete:

•A política de João Alves desmonta a Educação Pública

•Sua propaganda só quer enganar Sergipe

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Avaliação de Desempenho: o que diz e o que esconde João Alves

Vamos ver primeiro o que o Governo diz que seria a tal Avaliação. Primeiramente, é preciso colocar a pergunta central para entender o significado desta

medida do governo: A quais interesses esta avaliação responde?

Queremos saber a quem ela interessa e quem são os beneficiados por ela.

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O que o Governo diz?

Esta Avaliação seria a coisa mais normal do mundo. Portanto não haveria razão dos professores e professoras serem contra esta medida.

Segundo esta visão, a Avaliação serviria para estimular os profissionais da Educação a trabalhar mais e melhor, porque alguns professores seriam “premiados” com uma gratificação. Tudo levaria a crer que o Governo estaria preocupado com a melhora da educação no nosso Estado.

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Com toda sua propaganda,

o Governo quer fazer acreditar que seu objetivo seria...dar um melhor ensino a

nossos filhos

Mas... olhando com mais atenção a gente vê que esse Governo tenta enganar a população quando diz que a avaliação teria dois objetivos:

Melhorar a qualidade do ensino em SergipeMelhorar o rendimento dos professores

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O que o Governo não diz?Diz que quer avaliar o desempenho dos professores e professoras.Mas... não fala uma palavra sobre todos os aspectos que estão junto com a atuação destes profissionais da Educação. Vejamos:

1 - O Governo NÃO DIZ que o salário dos professores é uma vergonha!Com o quanto os professores de Sergipe ganham, eles são obrigados a trabalhar em dois ou três lugares. Precisam fazer vários bicos para no fim do mês, levar para suas casas um salário que lhes permita ter uma vida digna com suas famílias, com seus filhos.

João Alves esconde que... Os 4% que ofereceu, em maio do ano passado, como reajuste para os professores, o que não chega a cobrir nem a inflação do período.

Então... por que no lugar de uma gratificação para poucos, o governo não garante salário digno para todos?

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O que o Governo não diz?2 - O Governo NÃO DIZ que muitas escolas não têm condições de funcionar

A propaganda em rádio e televisão fala que o orçamento da Educação aumentou. Entretanto não diz porque. Não diz que foi às custas do abandono de muitas escolas. Todo professor e professora sabe que não há material escolar, não há nem giz e até cadeiras faltam. E onde estão nossos laboratórios? Onde estão nossas bibliotecas?

Nós perguntamos:

Como é possível os alunos terem um bom aprendizado com a falta destas condições mínimas para as escolas funcionarem

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O que o Governo não diz?3 - O Governo NÃO DIZ que lava suas mãos igual a Pilatos e joga toda a culpa nos professores

Com a Avaliação de Desempenho, o Governo transfere para os educadores, que trabalham com cuspe e giz, a responsabilidade pelo fracasso da educação. Estes passam a serem apontados como culpados pelos problemas das escolas. Seriam os culpados pela baixa qualidade do ensino, pela evasão e ou reprovação dos alunos

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O que o Governo não diz?4 - A propaganda do Governo NÃO DIZ muitas outras coisas que o Sergipe precisa saber

Promoveu a disputa entre os professores por uma gratificação periódica que exerce no imaginário dos educadores a idéia de competência, de bom desempenho e estimula a competitividade dentro da lógica da seletividade. Com isso, o Governo falseia os problemas salariais que existem no magistério de Sergipe e encobre a política de empobrecimento dos professores

Promove nas escolas a luta pela premiação, provocando discórdia, competição e falta de solidariedade. É importante salientar que o magistério de Sergipe tem uma longa história de luta e tem mostrado forte sentimento de solidariedade e união. A avaliação, resultando em “prêmio”, é um mecanismo para quebrar esse elo forte de resistência e dividir os professores

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O que o Governo não diz?4 - A propaganda do Governo NÃO DIZ muitas outras coisas que o Sergipe precisa saber

Na sua tentativa de enganar o povo e os professores, o Governo João Alves Filho afirma que este “prêmio” é um em 14º salário. Mas... ele não diz que para ser considerado como um 14° salário, esta gratificação, este “prêmio”, teria que ser pago a todos os educadores, ativos e aposentados e não apenas a alguns.

Este processo de avaliação poderá criar mecanismos para puniros professores, que não foram bem avaliados e não receberam os prêmios. Isto poderá resultar até em demissão, como já aconteceu em outros lugares.

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Em conclusão...A avaliação foi o “jeitinho” encontrado pelo Governo para abafar os graves problemas da educação pública de Sergipe

Com esta Avaliação o Governo quer encobrira falta de material didáticoa violência nas escolasa grande redução do número de alunos matriculados a péssima estrutura física das escolaso empobrecimento crescente dos trabalhadores em educação.

Quer esconder que professores, professoras e alunos estão correndo

riscos de vida, em escolas despencando.

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Resposta imediata do SINTESEdesmascara o Governo

No dia 11 de maio, o Diário Oficial do Estado do Sergipe sai às ruas com uma novidade para os professores e professoras: o Decreto nº 22.203, datado de 4 de maio, que tratava de uma Avaliação de Desempenho do Magistério do nosso Estado.

Este é o texto do decreto:

“ ...dispõe sobre a fixação de critérios e indicadores que devem orientar e possibilitar a avaliação periódica de desempenho no âmbito do Magistério Público Estadual, estabelece as faixas de promoção para o Sistema de Avaliação Periódica de Desempenho – SAPED – e para a base de concessão da Gratificação Periódica de Desempenho – GRAVAD - , de que trata a Lei nº 5.383, de 05 de julho de 2004, e dá outras providências”.

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Imediatamente, no dia 12, o SINTESE envia um ofício ao governador onde repudia o conteúdo e o método

como esta discussão foi colocada na praça.

O ofício ao Governador lista 13 pontos pelos quais o SINTESE condena esta iniciativa de João Alves e propõe sua retirada de circulação.

O SINTESE mostra dois pontos gerais de desacordo com o Decreto governamental:

1 - Discorda totalmente do conteúdo do Decreto

Porque pretende responsabilizar professores e alunos por eventuais dificuldades na escolarização, pois foi a política deEstado e de Governo que não tiveram compromisso com o sucesso educacional do ensino sergipano.

2 - Discorda do método de como esta Avaliação de Desempenho está querendo ser imposta.

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Esta Avaliação NÃO considera:

O processo de construção do método de avaliação a partir de princípios democráticos e participativos

O projeto de educação em andamento, posto em prática pelo Governo

O Projeto político Pedagógico que aponta objetivos, metas, prioridades e o foco central do trabalho pedagógico da escola. Sem ele não se pode avaliar o sucesso ou fracasso da educação

O Plano de Trabalho docente. Pois, como avaliar sem saber o que se pretende ensinar?

O perfil de entrada e de saída dos alunos da escola, associado à realidade socioeconômica dos mesmos

O modelo de gestão pedagógica, administrativa e financeira do sistema educacional e das unidades escolares

A estrutura do sistema de ensino: índices de proficiência escolar, a tarefa social atribuída à escola, as condições de trabalho, salários e carreira dos educadores

Uma Avaliação que não leve em conta estes pontos acima

não é legítima

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Em seguida o texto do SINTESE coloca várias outras críticas ao Decreto.

Este dá o poder de avaliar a atuação do professor a um órgão externo e alheio ao dia-a-dia da escola. Mais adiante o SINTESE questiona o Governador sobre qual seria sua concepção de Ensino. Qual seria o projeto educacional do Governo. O Sindicato questiona o que será de verdade que o Governo quer quando fala de “rendimento no Ensino”?

O Governo, no seu Decreto faz questão de esquecer que o “rendimento no Ensino” não é uma coisa isolada. Este depende das condições gerais do ensino.

Além disso o Governo quer fazeresquecer que um bom rendimentodos alunos exige que os professorespossam oferecer um bom ensino.Mas, para isto são necessáriasvárias condições que o Governotem obrigação de propiciar. E éexatamente disso que João Alvesnão quer tratar!

A questão que o SINTESE repete para o Governador, no primeiro ofício, é:Qual a idéia pedagógica e política que o decreto possui do Ensino?É unicamente o conceito de mercado, de estatísticas oficiais, de números artificiais para poder mostrar por aí?

Logo no dia 13 de maio, do ano passado, os professores reunidos numa Assembléia de emergência, rejeitam o decreto do Governoe no dia 16 o SINTESE envia outro ofício. O tom é o mesmo do primeiro: condenação do Decreto 22.203.

“... (os professores) aprovaram a MOÇÃO anexa, repudiando a forma como o Governo

do Estado tenta impor o “Sistema de Avaliação de Desempenho”, esconsiderando

qualquer possibilidade de diálogo com o Magistério e suas representações sindicais”

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Os ofícios do SINTESE se multiplicam.

Dia 14, depois dia 16, dia 30 de maio novos ofícios repetem os mesmos argumentos. Em todos eles, o Sindicato exige que o governador responda às reivindicações da Campanha Salarial; Com a de Avaliação de Desempenho, a campanha salarial estava sendo deixada de lado pelo governo.

Mas o governador... nada de dar resposta. Continuava, impassível, com seu plano. Nenhuma das reivindicações da nossa Campanha Salarial estavam sendo minimamente consideradas

Foi por isso, que em meados de maio, nos juntamos ao protesto dos Servidores Públicos Estaduais.

Além das reivindicações gerais, nós profissionais de Educação estávamos na luta contra o Decreto da Avaliação e Desempenho.

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SINTESE chama à resistênciae luta contra o decreto

Um boletim de maio resume a posição do SINTESE frente a estaimposição do Governo. Analisa os principais pontos e no finalchama à luta contra o plano do Governo João Alves.

Para o SINTESE não há dúvidas: a rejeição ao Sistemade Avaliação é completa e geral.

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A primeira parte do boletim faz um histórico e uma avaliação do Plano do Governo. A palavra mais

usada pelo SINTESE é IMPOSIÇÃO:

Na segunda parte do boletim, o SINTESE lembra que a luta por melhores condições de trabalho e por um reajuste salarial decente continua. Ela é central. É necessário exigir que as reivindicações que há muitos anos são feitas pelo Magistério sejam atendidas.

Esta segunda parte se contrapõe totalmente aos planos do Governo.

Ao invés de lutas só para DIZER NÃO à Avaliação, o SINTESE parte para o ataque e DIZ SIM. SIM a

toda a luta de sempre de professores e professoras de Sergipe que sempre lutaram por valorização

profissional e condições dignas de trabalho.

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O SINTESE apresenta as exigências do Magistério para o Governo. São 13 pontos a ser atendidos já

1 - Aplicação de 31% de Reajuste Salarial, a partir de 1º de maio de 2006, como percentual inicial pararecomposição de parte das perdas ao longo da carreira

2 - Pagamento do retroativo do redutor salarial, descontado ilegalmente no período de janeirode 2002 a abril de 2003

3 - Pagamento do desconto ilegal relativo à contribuição ao FUNASERP no período de 1999 a 2005

4 - Pagamento do 1/6 ferial dosreadaptados, relativo aos 15 dias de férias

5 - Automaticidade da ProgressãoFuncional dos educadores(mudança de nível)

6 - Pagamento das gratificaçõesgarantidas no Plano de Carreira e Remunieração do Magistério (LC61/2001):a) interiorização da atividade docenteb) incentivo a produção técnica,científica e culturalc) auto-qualificação profissionald) promoção por merecimento

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7 - Correção dos percentuais de escalonamento de promoçãoclasse a classe (passagem de uma letra para outra)

8 - Revisão do percentual de escalonamento de promoção nível a nível (do II para o III e do III para o IV)

9 - Respeito à autonomia e ao projeto político-pedagógico das Escolas Estaduais

10 - Implementação de uma política de segurança e combate à violência social que repercute nas escolas

O SINTESE apresenta as exigências do Magistério para o Governo. São 13 pontos a ser atendidos já

11 - Elaboração do Plano Estadual de Educação, de forma democrática e participativa

12 - Regulamentação e implementação da Gestão Democrática nas escolas Estaduais

13 - Reestruturação e melhoria da qualidade de atendimento do IPESAÚDE

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Com a luta, SINTESE conquista a reposição das perdas salariais do Governo João Alves

A partir da mobilização e resistência durante toda a campanha salarial 2006, os professores conquistaram 15,01% de reajuste, o que equivale a reposição das perdas salariais do Governo João Alves.

A presença do magistério em assembléias, nas ruas, em vigílias, a pressão em eventos promovidos pelo próprio governo e no diálogo com a população, foi um fator fundamental para pressionar a SEED a negociar com o SINTESE.

Além do reajuste, o magistério também conquistou a garantia do direito a 45 dias de férias para os pedagogos – especialistas em educação – e professores readaptados. O aumento dos percentuais na mudança dos níveis III, IV e a criação do nível V foi um outro avanço conquistado pela categoria.

O Magistério Estadual continua na luta para conquistar os outros itens da pauta de reivindicação que ainda não foram negociados, a exemplo da Gestão Democrática, da gratificação de incentivo a produção técnico-científico, da revisão da regulamentação da interiorização e do pagamento do incentivo a auto-qualificação profissional.

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Avaliação de Desempenho:peça chave do projeto neoliberal

A Avaliação de Desempenho não é uma iniciativa e nem uma descoberta isolada deste governo. Não foi inventado por João Alves e sua tropa.

Este mecanismo tem mais de 30 anos e já foi aplicado por grandesempresas multinacionais. O país origem deste método é o Japão. Lá, para responder à crise econômica que, a partir de 1973, se abateu sobre o mundo inteiro, foram inventados novos métodos de produção e organização do trabalho. O mais famoso, que se espalhou pelo mundo todo, foi o chamado de “toyotismo”.

Até aquele momento, o capitalismo usava e abusava da linha de montagem, criaada na década de 1920, nos Estados Unidos. Era o sistema chamado “trabalho em série”. Passou a ser conhecido como “fordismo” ou “taylorismo”. Cada trabalhador fazia uma operação e só aquela. No fim do mês recebia um salário igual ao seu companheiro que realizava o mesmo trabalho na linha de montagem.

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No fordismo, os trabalhadores lutavam coletivamente,através dos sindicatos, para defender seus interesses.O capital era forçado a negociar com os trabalhadores

e muitas vezes tinha que ceder.

Foi nesta época que o capital sentiu a necessidade do Estado interferir na economia de forma direta. Para o capital, o Estado garantia toda a infra-estrutura e fortes incentivos. Para ostrabalhadores garantia vários direitos reconhecidos em lei.

O Estado tinha a função de ser intermediário entre capital e trabalho. Ao Estado cabiaainda o papel de garantir serviços públicos, de qualidade e gratuitos, para todos. Neste clima os trabalhadores realizavam grandes lutas gerais que interessavam a todo mundo.

mas...partir da crise de 1973 a coisa mudou.

O capitalismo entrou numa nova fase. Começou, no mundo, uma longa crise econômica.

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E o capital buscou novas maneiras de garantirseus lucros, aumentando a exploração sobre os trabalhadores.

Pouco a pouco, o capitalismo descobriu a tal Avaliação deDesempenho que, hoje, o Governo João Alves quer impor aos

professores e professoras de Sergipe.

A implantação da Avaliação de Desempenho, nas empresas, só foi possível com a transformação que modificaram a estrutura produtiva.

O sistema capitalista viveu uma profunda revolução tecnológica e industrial. Esta transformação se deu num clima político que limitava a intervenção do Estado na economia e nas questões sociais. No mundo todo se aprofundou a divisão internacional do trabalho.Desemprego, subemprego, trabalho informal, serão a nova realidade vivida pelos jovens recém-chegados no mercado de trabalho.

Essas transformações ocorridas no processo produtivo e a perda da capacidade de controle

do Estado sobre o capital reduziram as alternativas políticas dos que lutavam por

mudanças sociais. Reduziram a capacidade de luta dos que queriam acabar com sociedade

excludente e concentradora na qual vivemos.

Com isso, reduziu-se também,o papel da participação popular e da democracia na

disputa de uma sociedade mais justa e igual.

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É nesse contexto que surge o neoliberalismo.Seu objetivo único será concentrar as riquezas

nas mãos de poucos. O resultado será o aumento da fome e da miséria no mundo.

Este sistema de produção introduz palavras e expressõesnovas, como “Qualidade Total”, “Estoque Zero”,

“Ilhas de Produção”.Nascem também novas siglas e muitas palavras em japonês e

inglês passam a ser conhecidads no mundo inteiro: “CCQ, Sistema dos 5S, Kamban, Kaizé, Justin-time”.

A palavra-chave deste sistema, divulgado no Brasil a partir do Governo Collor, foi “Qualidade Total”. Nas empresas passam a

ser organizados os chamados “Círculos de Controle de Qualidade”.Por este sistema os trabalhadores se preocupariam em garantir uma qualidade e um atendimento excelente para os clientes. Á primeira

vista a idéia seria bonita, simpática.

Mas... a realidade será bem outra!

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Todos estas expressões indicamformas de gerenciamento que visam um único objetivo:

otimizar a produção, isto é, otimizar os lucros dos patrões.

Quais as conseqüências destas novas formas de organização do trabalho para os trabalhadores?

Estes novos métodos exigiram, desde o começo, a quebra da idéia da solidariedade de um

trabalhador com outro. No lugar da união de classe e da

solidariedade será introduzida a competição de um trabalhador

com outro. É a passagem da solidariedade ao individualismo e

ao egoísmo.

O novo lema da era do toyotismo

será:“Cada um por si, e o resto que se dane”.

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Nesta nova conjuntura de luta individual de todos contra todos, os sindicatos e os partidos de esquerda se enfraquecem.Assim, enfraquecidos, os trabalhadores viram suas vidas piorarem.

Entre outras,três coisas marcam a nova economia neoliberal:

. desemprego,

. rebaixamento salarial

. retirada de direitos

A lógica do neoliberalismo se baseia no individualismo. Destrói sindicatos, partidos e associações. O trabalhador

tem que “vestir a camisa da empresa” e esquecer sua vida pessoal e a de seus familiares.

Page 39: Cartilha Avaliação de Desempenho_2006

Essa é, também, a

lógica daAvaliação de Desempenho

A lógica do neoliberalismo

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A Avaliação do governadorfundamenta-se na lógica neoliberal

Esta filosofia não foi inventada no “Palácio dos Martírios”, ou melhor, “Palácio dos Despachos”.

Tudo é a repetição do modelo japonês com variantes aplicadas na Europa e nos Estados Unidos.

O governo quer implantar aqui o que deu péssimos frutos para os trabalhadores, em outros paises.

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É desse plano do capitalismo neoliberalque João Alves tirou a idéia de Avaliação Desempenho.

Daqui nasceram os projetos conhecidos por:“5S”, Se Liga, Acelera, Alfa e Beto,

e Espaço Aberto...

Com estas políticas o governador quer: Continuar a arrochar nossos salários. Acabar com a estabilidade dos funcionários públicos de Sergipe e especialmente de nossos professores.

Com isso João Alves pretende chegar a ter:Professores Multifuncionais: que fazem os serviços de pintor, faxineiro, servente, tudo em fim.Professores que ganhem pouco: os salários da maioria irão ser rebaixados.Professores que disputem um contra o outro: que cada um se vire.Professores humilhados: que se rebaixem e implorem uma boa avaliação dos chefes (diretores). Que se sintam culpados se não forem bem avaliados.

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Fica evidente o verdadeiro objetivo de João Alves: uma educação de péssima qualidade para Sergipe!

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A proposta do SINTESE:Educação de qualidade para todos

Pensar numa educação pública de qualidade é principalmente pensar uma escola onde professores, alunos e pais sintam prazer em ir e vir.

Uma escola que atenda às reais necessidades de educadores e educandos. Uma escola onde a comunidade escolar tenha

democraticamente o poder de decidir sobre todos os aspectos. Decidir seu destino.

É pensar uma escola viva, aberta a comunidade.Uma escola cidadã, possível para todos e todas.Uma escola pensada e construída coletivamente.

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Nesse sentido, o SINTESE, ao longo dos seus 29 anos de luta e resistência,

defende que uma educação de qualidade e exige, antes de tudo:

Uma estrutura física das escolas adequada ao seu funcionamento

• Biblioteca adequada ao uso e permanentemente atualizada• Laboratórios• Videoteca• Sala de leitura• Telhados das escolas, rede hidraúlica e elétricaem bom estado de conservação• Quadra de esporte adequadas• Refeitório• Sala dos professores adequada às suas finalidades

• Área de lazer para os alunos• Salas de aulas adequadas às suas multíplas funções• Condições de higiene e salubridade adequadas à tarefa sociale educativa das escolas• Acesso às nova tecnológias e às variadas linguagensutilizadas no mundo contemporâneo• Existência de espaços complementares às atividades pedagógicas (reuniões, encontros, apresentações culturais, etc.)

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Nesse sentido, o SINTESE, ao longo dos seus 29 anos de luta e resistência,

defende que uma educação de qualidade e exige, antes de tudo:

Valorização Profissional

• Garantia de padrão salarial compatível com a complexidade e a relevância social da profissão do educador;

• Garantia de condições de trabalho que assegurem

o sucesso da tarefa educativa da escola;

• Política de estímulo à formação permanente;

• Estruturação da carreira do magistério de forma a estimular

o ingresso e a permanência na mesma;

• Garantia dos direitos conquistados pelos profissionais da educação;

• Garantia da autonomia profissional legalmente assegurada

aos educadores.

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Nesse sentido, o SINTESE, ao longo dos seus 29 anos de luta e resistência,

defende que uma educação de qualidade e exige, antes de tudo:

Gestão Democrática do Ensino

• Elaboração democrática e participativa, do Plano Estadual de Educação;

• Construção democrática e participativa do Projeto Político Pedagógico das escolas, sistematizado a partir de eixos aglutinadores da comunidade escolar;

• Regulamentação do funcionamento das instâncias democráticas conquistadas com a Lei Complementar nº 61/2001-Plano de Carreira e Remuneração do Magistério Estadual (Congresso Estadual, Conselhos Escolares, Assembléias Escolares, Plenárias Escolares);

• Regulamentação do Processo de Eleição Direta para a escolha

de diretores e vice-diretores de escolas;

• Gestão financeira, administrativa e pedagógica autônoma e

participativa para as escolas;

• Introdução de um sistema de ensino erguido em princípios

democráticos, funcionais e articulador do setor educacional.

Page 47: Cartilha Avaliação de Desempenho_2006

A escola pública, pensada, construída e gestada com base

na democracia participativa, com certeza será outra. Será uma escola sonhada para filhos e

filhas das camadas populares.

Uma escola com cores, gostos e sabores. A escola que o

SINTESE luta para construir.

E essa escola é possível!

Essa é a afirmação sempre repetida pelo Sintese