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A Cor Viva dos Teus Beijos
Conheço o Autor Sempre 2 Desaprender 4Florbela Espanca Se tu viesses ver-me 5 Tarde de mais 6Judith Teixeira Mais beijos 7
Sempre
desprezei as coisas mornas,
as coisas que não provocam
ódio nem paixão, as coisas
definidas como mais ou menos,
um filme mais ou menos,
um livro mais ou menos.
Tudo perda de tempo.
Viver tem que ser perturbador,
é preciso que os nossos anjos e
demónios sejam despertados, e com eles
a sua raiva, o seu orgulho, o seu asco,
a sua adoração ou o seu desprezo.
O que não faz você mover um músculo,
o que não faz você estremecer, suar,
desatinar, não merece fazer parte
da tua biografia.
2
3
Desaprender
para
aprender.
Apagar
para
escrever
em cima.
Houve um tempo
em que eu pensava
que, para isso,
seria preciso nascer
de novo, mas hoje
sei que dá para
renascer várias vezes
nesta mesma vida.
Basta desaprender
o receio de mudar.
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
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Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
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Quando chegaste enfim, para te verAbriu-se a noite em mágico luar;
E para o som de teus passos conhecerPôs-se o silêncio, em volta, a escutar...
Chegaste, enfim! Milagre de endoidar!Viu-se nessa hora o que não pode ser:
Em plena noite, a noite iluminarE as pedras do caminho florescer!
Beijando a areia de oiro dos desertosProcurara-te em vão! Braços abertos,
Pés nus, olhos a rir, a boca em flor!
E há cem anos que eu era nova e linda!...E a minha boca morta grita ainda:
Por que chegaste tarde, ó meu Amor?!...
6
Devagar...outro beijo...
ou ainda...O teu olhar, misterioso
e lento,veio desgrenhar
a cálida tempestadeque me desvaira o
pensamento!
Mais beijos!...Deixa que eu, endoidecida,
incendeie a tua bocae domine a tua vida!
Sim, amor..deixa que se alongue mais
este momento breve!...— que o meu desejo subindo
solte a rubra asaque nos leve!
7