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Ciência Política6 Crise do Estado, Política e seus desafios Julio Cesar de Sá da Rocha

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Ciência Política6Crise do Estado, Política e seus

desafiosJulio Cesar de Sá da Rocha

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Estado Social: o Welfare State e a crise do Estado liberal

Estado Liberal e sua concepção de estatalidade mínima protegiam a classe burguesa e não o ser humano comum em siO epicentro constitucional a autonomia privada - Estado Liberal nada mais fez senão acentuar as assimetrias sociais e econômicas

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A engenharia constitucional do modelo liberal não teve o condão de garantir a dignidade da pessoa humana, ainda que em sua expressão mínimaNem mesmo os avanços da democracia liberal foram efetivados, tais como: (i) a igualdade formal perante a lei, (ii) a garantia dos direitos civis e políticos, (iii) a limitação do arbítrio estatal mediante a separação de poderes e muitos outros

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O liberalismo entrou em crise, suscitando a criação da segunda versão do Estado Constitucional, qual seja o Welfare State, denominado de Estado do Bem-Estar Social ou simplesmente Estado Social.

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Welfare State

Grande parte da doutrina aponta a Constituição mexicana de 1917 e, em especial, a Constituição de Weimar de 1919, na Alemanha, como marcos delimitadores do nascimento do Estado Social

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Constituições inovaram a ordem constitucional no que diz aos direitos sociais, econômicos, culturais e trabalhistas

O Estado Social (Welfare State) realinha seu eixo constitucional, deslocando-o para uma concepção de “estatalidade positiva”, que rejeita a postura de stado Mínimo do paradigma liberal

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Os princípios da justiça social e da dignidade da pessoa humana, o Welfare State ganhou dimensão emancipatória e passou a instituir normas programáticas destinadas a promover o bem estar geral

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É o direito a ter direitos constituindo-se na base da cidadania do Estado Social. Para tanto, aplica-se a antiga máxima que nem Aristóteles e nem Rui Barbosa deixaram escapar, qual seja: tratar desigualmente os desiguais na medida da sua desigualdade

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O eclipse do welfarismo que se agravou com a queda do muro de Berlim. Atualmente, não mais se hesita em professar o colapso do Estado Social, colocando em seu lugar o chamado Estado Pós-social (Pós-Moderno, para alguns), cuja tendência vem apontando para a restauração do Estado Liberal burguês, sob a roupagem neoliberal

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Crise do Welfare State no mundo globalizado

O Estado contemporâneo vem passando por transformações radicais geradas por um novo cenário internacional globalizante

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Bolzan de Morais entende que neste momento atual emerge como contra -ponto o projeto neoliberal que busca nas insuficiências e fragilidades do État-Providence (Estado Social de Direito) um retorno a um modelo reduzido de ordem estatal

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Rupturas paradigmática da História da humanidade, quais sejam:

a) a queda do muro de Berlim em 1989; b) o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001;c) Ataques terroristas em Paris pelo Estado Islâmico em novembro de 2015.

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Princípio da dignidade da pessoa humana como novo centro axiológico do Estado Constitucional

Estado Constitucional Pós-Social, nascido sob as ruínas do Estado do Bem-Estar Social, mas que já não pode mais seguir acriticamente o Estado Constitucional Neoliberal

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Estado e suas perspectivascontemporâneas

O neoconstitucionalismo, no sentido que queremos aqui abordar (mais afeito aos objetivos da nossa disciplina), apresenta duas características fundamentais que muito nos interessam em nossos estudos sobre as linhas do Estado contemporâneo

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a) como concepção que reconfigura a relação entre os poderes (principalmente entre Judiciário e Legislativo), buscando um novo equilíbrio em base a um novo desenho institucional;b) como concepção teórica que concede às normas constitucionais o papel de instrumento irradiador de valores (vetores axiológicos) do sistema jurídico, disseminando seus valores para todas as áreas do Direito, com especial destaque para aquelas que enaltecem a dignidade humana.

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Muito se fala atualmente na necessidade de uso da chamada autocontenção (self-restraint) pelo Poder Judiciário no Brasil, pelo Supremo Tribunal Federal: “rearrumação sistêmica” - quadro mais amplo de reorganização dos poderes políticos

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Ronaldo DworkinAbsorção dos direitos humanos pelas constituições modernas aproximam o direito da moral, enfatizando a transcendentalidade da dignidade humana como vetor mais fundamental da ordem estatal.

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Necessidade de se analisar os problemas jurídico-políticos por um tipo de racionalidade moral, como pretensão de adicionar justiça (substantiva) ao sistema jurídico.

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Direitos Humanos

Os direitos humanos são tidos como inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição. Incluem o direito à vida e à liberdade, à liberdade de opinião e de expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre e muitos outros, e a simples condição de ser humano concede ao individuo o direito subjetivo de usufruí-los.

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Direitos Humanos atingiu o reconhecimento universal (sobretudo por meio da Carta das Nações Unidas e da Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948 (DUDH)

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Multiculturalismo e pluralismo

“Temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades.”