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ATIVIDADE DE ESCRITA
O texto abaixo foi produzido por uma aluna de ensino médio. Em uma dinâmica de aula de
português, os alunos produziram, conjuntamente, um texto narrativo. Como cada parte desse texto foi
escrita por um aluno diferente, sem que cada um soubesse o que o outro houvera escrito, o resultado
ficou incoerente e incoeso, como neste exemplo:
Karl Marx...
...encontrou-se com Débora Seco...
...no “Banquinho dos Famosos”...
...na segunda-feira...
Ele disse a ela:
- Vai tomar banho!
Ela respondeu:
- Sim, claro!
O resultado foi um casamento, tiveram
filhos, casa, dinheiro e muito amor.
Pediu-se, então, que a aluna reelaborasse o texto, deixando-o coerente e coeso. O resultado foi o texto
abaixo.
Comédia dos Parônimos
“Débora Seco era uma apresentadora não muito brilhante que insistia em apresentar, todas
as segundas-feiras, um programa de entrevistas denominado “Banquinho dos Famosos”. Há muito
tempo a audiência desse programa era menor do que a do canal de vendas, e Débora não sabia mais
o que inventar para alavancar a audiência, até que um dia seu diretor a chamou e disse:
- Débora, encontramos um interessante caso para você entrevistar, um jovem chamado Karl
Marx.
- Débora nem deixou seu diretor terminar de falar, já se mostrou animada. Sabia que já tinha
ouvido aquele nome apesar de não saber onde, mas, não querendo passar por desinformada, fez
questão de mostrar a sua animação.
Apesar de não entender a reação de Débora, o diretor não relevou tal comportamento, pois
todos conheciam a personalidade extravagante da apresentadora. O diretor continuou:
- Bom, passaremos as informações e a entrevista a você semana que vem...
Débora o interrompe outra vez e diz:
- Não precisa! Tratando-se de uma personalidade tão conhecida, eu mesma faço questão de
preparar tudo.
O diretor pensou que Débora estava sendo irônica, mas achou uma boa ideia, pois ela já
havia feito isso antes.
Débora, então, pesquisou por uma semana a vida e a obra do tal Karl Marx, mas achava
estranho o fato de colocarem a data de seu nascimento acompanhada da de morte e, além de tudo,
erradas, pois era impossível ele ter nascido em 1770, mas como na internet nada é confiável e
Débora não estava com paciência de ir a uma biblioteca...
Chegou o grande dia...
- Estamos aqui em mais um “Banquinho dos Famosos”, e eu, cá ente nós, estou muito
ansiosa, porque trouxemos hoje um convidado muito especial, que eu aposto que todos vocês
conhecem, pode entrar meu querido Karl Marx!
- Olá, posso te chamar de Karl?
- Sim, claro!
- Então, Karl, eu dei uma passada de olhos naquele seu livro, acho que se chama “Manifesto
de alguma coisa”, e para lhe ser franca, foi o que u mais gostei, porque os outros são muito grandes,
sobretudo o que fala da capital.
- Débora, acho que você...
- Karl, não me interrompa, deixa eu falar um pouco de você para os meus telespectadores.
Você nasceu na Alemanha?
- Eu não...
- Por que a sua data de nascimento está alterada?
- Chega! Vai tomar banho!
- Mas o que é isso, Karl?
- Eu não sou esse Karl Marx, meus pais eram simpatizantes do movimento socialista e me
deram esso nome em homenagem a Karl Marx, o filósofo. Eu sou um simples vendedor de livros de
auto-ajuda.
- Gente, corta essa gravação! Que vergonha!
- Me disseram que eu viria aqui para justamente contar como é ter um nome de alguém tão
famoso.
- Você me desculpe, Karl, a culpa foi toda minha, eu fui muito ignorante!
Karl Marx se compadeceu de Débora e, ao ver aquela glamorosa apresentadora se revelar
tão humilde, encantou-se com ela e a convidou para jantar. Eles perceberam que tinham muito em
comum, como o fato de todos saberem seus nomes, mas ninguém conhecê-los de fato. Decidiram
fazer uma sociedade e foram juntos vender livros de auto-ajuda no canal de vendas. Eles se
casaram, tiveram filhos, casa, dinheiro e muito amor, e sempre brincavam com a seguinte frase:
“Insignificantes do mundo inteiro, uni-vos”!”
Analisando os elementos de coesão e coerência do texto:
Já no título, “Comédia dos Parônimos, a aluna utiliza a preposição de como elemento de coesão:
“Comédia de+os Parônimos”. E os exemplos se repetem ao longo do texto: “insistia em apresentar”;
“um programa de entrevistas”; “audiência de+esse programa” etc.
Além disso, a aluna emprega pronomes como forma de retomar ideias anteriores: “O diretor pensou
que Débora estava sendo irônica, mas achou uma boa ideia, pois ela já havia feito isso antes” (ela
está retomando o substantivo Débora).
No fragmento “Há muito tempo muito tempo a audiência desse programa era menor do que a do
canal de vendas, e Débora não sabia mais o que inventar para alavancar a audiência...”, a
conjunção e está relacionando duas orações. Neste mesmo trecho, a aluna utiliza a locução adverbial
“Há muito tempo...” como outro recurso de coesão: trata-se de um marcador temporal. Além disso, a
aluna se preocupou com a coerência do texto. Como Karl Marx, um pensador do século XIX, poderia
estar conversando com uma atriz contemporânea, em um programa de televisão? A autora do texto
resolveu o problema criando uma personagem com o mesmo nome do filósofo, mas com uma
identidade completamente diferente, justificada pelo contexto.
A exemplo do que fez a aluna do texto “Comédia dos Parônimos”, reelabore um dos textos
abaixo, produzidos por sua sala, por meio da mesma dinâmica, fazendo uso dos elementos de coesão
textual estudados em sala de aula. Faça os ajustes necessários para que seu texto, além de coeso,
também seja coerente. (Data de entrega)
Sylvester Stallone...
...encontrou-se com Demi
Lovato...
...nos Estados Unidos...
...no dia 22/12/2011.
Ele disse que a amava.
Ela respondeu: “agora mesmo”.
O resultado disso foi um
atropelamento.
Justin Bieber...
...encontrou-se com Preta Gil...
...na Parada Gay...
...num dia à tarde.
Ele disse a ela: “Oi!”
Ela respondeu: “Oi, tudo bem?”
O resultado disso foi casamento.
Led Zeplin...
...encontrou-se com Adele...
...no shopping...
...no dia do casamento deles.
Ele disse que ela tem cara de homem.
Ela respondeu: “kakaka”.
Resultado: eles se beijaram.
Tony Hawk...
...encontrou-se com Madonna...
...no Brasil...
...25 de novembro de 1991.
Ele disse a ela: “Me ame!”
Ela respondeu: “Ai! isso não”
Resultado: os dois se odiaram.