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Consciência Negra

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Page 1: Consciência Negra

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20 de Novembro - Dia da Consciência Negra

A lei n° 10.639, de 09 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no

calendário escolar, data em que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A

mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Af ro-Brasileira.

Portanto, os professores devem inserir em seus planejamentos, aulas sobre: História da

África , a luta dos negros no Brasil, a cultura africana e sua importância na formação da

sociedade brasileira.

POR QUE 20 DE NOVEMBRO?

A escolha dessa data não foi por acaso: em 20 de novembro de 1695, Zumbi - líder do

Quilombo dos Palmares - foi morto em uma emboscada na Serra Dois Irmãos, em Pernambuco,

após liderar uma resistência que culminou com o início da destruição do Quilombo dos Palmares.

Comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra nessa data é uma forma de homenagear e

manter viva em nossa memória essa figura histórica. Não somente a imagem do líder, mas também sua

importância na luta pela libertação dos escravos, concretizada em 1888.

Seguindo a Nigéria, o Brasil é a segunda maior nação negra do mundo e tem cerca de

50% de af ro- descendentes entre sua população. Ainda assim, a história e as produções

culturais das pessoas negras pouco se fazem presentes nos conteúdos escolares

Especificamente no que diz respeito às artes, há a supremacia do código europeu como válido e

as demais ocupam um lugar periférico e até mesmo invisível, fato que contribui para a negação

dos códigos africanos e afro-brasileiros como elemento importantíssimo para a formação da

cultura brasileira.

O termo afro-brasíleiro designa pessoas e objetos culturais e materiais de origem

do continente africano.

No campo das artes, uma produção é considerada afro- brasileira quando congrega

aspectos aparentes da arte dos povos africanos, cujas peças mais conhecidas entre nós são as

máscaras e as esculturas.

O continente africano acolhe uma grande variedade de culturas, assim, as artes da

África apresentam estilos, técnicas e funções diversas, conforme os valores culturais de cada

etnia, o que não é diferente em outras partes do mundo.

De modo geral, as produções das diversas culturas africanas traduzem conceitos e

valores sociais, educativos, simbólicos e mitológicos, de acordo com a cultura de sua

comunidade.

As esculturas africanas possuem como características: desproporção, frontalidade e

geometrização e são usadas com o propósito de alcançar um alto nível de harmonia entre o ser

humano e a natureza. O significado exato desses objetos é quase sempre desconhecido, uma vez

que depende da finalidade de cada peça e do ritual a que esta se destina.

Nos documentos históricos, entre os quais as cartas de viajantes estrangeiros que

vinham ao Brasil, encontram-se os registros da presença de ourives, escultores, pintores e

entalhadores negros, escravizados ou livres, que produziam peças de alta

qualidade técnica cuja originalidade das produções era marcada pelas

características étnico-culturais africanas. Muitas dessas esculturas possuem características

da estética africana como a simetria, a desproporção, olhos e bocas salientes.

Page 3: Consciência Negra

O QUE É ESCRAVIDÃO ?

A escravidão é um capítulo da História do Brasil. Embora ela tenha sido abolida há

115 anos, não pode ser apagada e suas conseqüências não podem ser ignoradas. A História

nos permite conhecer o passado, compreender o presente e pode ajudar a planejar o futuro.

Nós vamos contar um pouco dessa história para você. Vamos falar dos negros africanos

trazidos para serem escravos no Brasil, quantos eram, como viviam, como era a sociedade da

época. Mas, antes disso, confira o texto da Lei Áurea, que fez com que o dia 13 de maio

entrasse para a História.

"Declara extinta a escravidão no Brasil. A princesa imperial regente em nome de Sua

Majestade o imperador, o senhor D. Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império que a

Assembléia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte:

Art. 1°: É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil.

Art. 2°: Revogam-se as disposições em contrário.

Manda portanto a todas as autoridades a quem o conhecimento e execução da referida

lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir e guardar tão inteiramente como nela se

contém.

O secretário de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas e

interino dos Negócios Estrangeiros, bacharel Rodrigo Augusto da Silva, do Conselho de sua

majestade o imperador, o faça imprimir, publicar e correr.

Dado no Palácio do Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1888, 67º da Independência e do

Império.

Carta de lei, pela qual Vossa Alteza Imperial manda executar o decreto da Assembléia

Geral, que houve por bem sancionar declarando extinta a escravidão no Brasil, como nela se

declara.

Para Vossa Alteza Imperial ver".

O trabalho escravo num engenho de açúca

(fonte:sua pesquisa.com) Escravo submetido a castigo físico.

(fonte: Brasil Escola )

Page 4: Consciência Negra

Frases sobre a LIBERDADE

A melhor maneira de ser livre é ser culto.

José Martí, líder da independência política cubana

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Liberdade é a possibilidade de duvidar, de errar, de procurar e experimentar, a possibilidade

de dizer não a qualquer autoridade.

Ignazio Silone

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Só cego não vê: a totalidade do povo adora a liberdade de obedecer cegamente.

Millôr

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O preço da liberdade é a eterna vigilância. — Thomas Jefferson

------------------------------------------------------

O homem está condenado à liberdade. Sartre

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Quando as palavras perdem o significado as pessoas perdem sua liberdade.

Confúcio

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Sou escravo do dever por amor à liberdade.

Cícero

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"Quem é bom, é livre, ainda que seja escravo. Quem é mau é escravo, ainda que seja livre."

(Santo Agostinho)

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"Liberdade é uma possibilidade de ser melhor, enquanto que escravidão é a certeza de ser

pior." (Albert Camus)

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"O que fica de pé, se cair a liberdade?" (Kipling)

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"É livre quem deixou de ser escravo de si mesmo." (Sêneca)

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Prefiro morrer de pé a viver sempre ajoelhado.(Ernesto "Che" Guevara)

Page 5: Consciência Negra

Pinte o desenho e escreva uma frase sobre a liberdade:

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OS AFRICANOS NO BRASIL

Por Antonio Gasparetto Junior

Inicialmente, os portugueses ocuparam o litoral oeste do continente africano guiados

pela esperança de encontrar ouro. O relacionamento com a população nativa era

razoavelmente pacífica, tanto que os europeus chegavam a casar com mulheres africanas. Mas

registros apontam que por volta de 1470 o comércio de escravos oriundos da África tinha se

tornado o maior produto de exploração vindo do continente.

No século XV Portugal e algumas outras regiões da Europa eram os principais destinos

para a mão de obra escrava apreendida no continente africano. Foi a colonização no Novo

Mundo que mudou a rota do mercado consumidor de escravos e fez com que o comércio fosse

praticado em grande escala.

(Fonte:Wikipédia)

Os escravos capturados na África eram provenientes de várias situações:

poderiam ser prisioneiros de guerra;

punição para indivíduos condenados por roubo, assassinato, feitiçaria ou adultério;

Page 6: Consciência Negra

indivíduos penhorados como garantia de pagamento de dívidas;

raptos em pequenas vilas ou mesmo troca de um membro da comunidade por

alimentos;

A maior parte dos escravos vindos da África Centro-Ocidental era fornecida por chefes

políticos ou mercadores, os portugueses trocavam algum produto pelos negros capturados.

A proveniência dos escravos percorria toda a costa oeste da África, passando por Cabo

Verde, Congo, Quíloa e Zimbábue. Dividiam-se em três grupos: sudaneses, guinenos-

sudaneses muçulmanos e bantus. Cada um desses grupos representava determinada região

do continente e tinha um destino característico no desenrolar do comércio.

Os sudaneses dividiam-se em três subgrupos: iorubas, gegês e fanti-ashantis. Esse grupo

tinha origem do que hoje é representado pela Nigéria, Daomei e Costa do Ouro e seu destino

geralmente era a Bahia. Já os bantus, grupo mais numeroso, dividiam-se em dois subgrupos:

angola-congoleses e moçambiques. A origem desse grupo estava ligada ao que hoje representa

Angola, Zaire e Moçambique (correspondestes ao centro-sul do continente africano) e rinha

como destino Maranhão, Pará, Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro e São Paulo. Os

guineanos-sudaneses muçulmanos dividiam-se em quatro subgrupos: fula, mandinga,

haussas e tapas. Esse grupo tinha a mesma origem e destino dos sudaneses, a diferença estava

no fato de serem convertidos ao islamismo.

Desde os primeiros registros de compras de escravos feitos em terras brasileiras até a

extinção do tráfico negreiro, em 1850, calcula-se que tenham entrado no Brasil algo em torno

de quatro milhões de escravos africanos. Mas como o comércio no Atlântico não se restringia

ao Brasil, a estimativa é que o comércio de escravos por essa via tenha movimentado cerca de

11,5 milhões de indivíduos vendidos como mercadorias.

(Fonte:Wikipédia)

A saudade da terra natal (banzo) e o descontentamento com as condições de vidas

impostas eram a principal razão das fugas, revoltas e até mesmo dos suicídio dos escravos. A

―rebeldia‖ era punida pelos feitores com torturas que variavam entre chicotadas, privação de

alimento e bebida e o ―tronco‖. Durante essas punições, os negros tinham seus ferimentos

salgados para provocar mais dor.

Fontes:

http://www.eb23-diogo-cao.rcts.pt/Trabalhos/bra500/escravos.htm#locais

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tráfico_de_escravos_para_o_Brasil#como_o_africano_se_tornav

a_escravo

http://www.ibge.gov.br/brasil500/negros/origem.html

http://histoblogsu.blogspot.com/2009/12/origem-dos-escravos-

africanos.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+Hist

oblog+%28HISTOBLOG+-+Hist%C3%B3ria+Geral%29

Page 7: Consciência Negra

TUMBEIROS

Por Antonio Gasparetto Junior

Navios negreiros ou navios tumbeiros eram os nomes dados aos navios que realizavam

o transporte de escravos, originários especialmente da África, até o século XIX.

A partir de 1432 quando o navegador português Gil Eanes levou para Portugal a primeira

carga de escravos negros vindos da África que os portugueses começaram a traficar os

escravos com as Ilhas das Madeiras e em Porto-Santo. Mais adiante os negros foram trazidos

para o Brasil.

(Fonte:Wikipédia)

A história dos navios negreiros é das mais comoventes. Homens, mulheres e crianças

eram transportados amontoados em compartimentos minúsculos dos navios, escuros e sem

nenhuma cuidado com a higiene. Conviviam no mesmo local, a fome, a sede, as doenças, a

sujeira, os agonizantes e os mortos. Em média transportava-se 400 negros em cada

compartimento desses.

Sem a menor preocupação com a condição dos negros, os responsáveis pelos navios

negreiros amontoavam negros acorrentados como animais em seus porões que muitas vezes

advinham de diferentes lugares do continente africano, causando o encontro de várias etnias e

que por vezes eram também inimigas. Seus corpos eram marcados pelas correntes que os

limitavam nos movimentos, as fezes e a urina eram feitas no mesmo local onde permaneciam.

Os movimentos das caravelas faziam com que muitos passassem mal e vomitassem no mesmo

local. Os alimentos simplesmente eram jogados nos compartimentos uma ou duas vezes

por dia, cabendo aos próprios negros promover a divisa da alimentação. Como os integrantes

do navio não tinham o hábito de entrar no porão, os mortos permaneciam ao lado dos vivos

por muito tempo.

Quando o navio encontrava alguma dificuldade durante seu trajeto, o comandante da

embarcação ordenava que os negros moribundos ou mortos fossem lançados ao mar, como

alternativa para reduzir o peso do navio. Nestes casos, o mar acabava se tornando a única

saída dos negros para a luz, antes de chegarem aos destinatários do comércio.

A organização da Companhia dos Lagos propunha-se a incentivar e desenvolver o

comércio africano e dar expansão ao tráfico negreiro, sua viagem inicial motivou a formação

de várias companhias negreiras, tais como: Companhia de Cacheu (1675), Companhia de

Cabo Verde e Cacheu de Negócios de Pretos (1690), Companhia Real de Guiné e das Índias

Page 8: Consciência Negra

(1693) e Companhia das Índias Ocidentais (1636). No Brasil, devido ao êxito do

empreendimento, deu-se a criação da Companhia Geral de Comércio do Brasil (1649).

Somente no século XIX que as leis proibiram o comércio de negrosNo Brasil, mesmo

após o tráfico negreiro ter sido proibido, a escravidão permaneceu até 1888.

Fontes:

http://www.grupoescolar.com/materia/o_trafico_e_os_navios_negreiros.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Navio_negreiro

NAVIO NEGREIRO

(Castro Alves )

...‖Hoje... o porão negro, fundo,

Infecto, apertado, imundo,

Tendo a peste por jaguar...

E o sono sempre cortado

Pelo arranco de um finado,

E o baque de um corpo ao mar‖...

Senhor Deus dos desgraçados!

Dizei-me vós, Senhor Deus!

Se eu deliro... ou se é verdade

Tanto horror perante os céus...

Ó mar, porque não apagas

Co’a esponja de tuas vagas

Do teu manto este borrão?...

Astros! noite! tempestades!

Rolai das imensidades!

Varrei os mares, tufão!...

ATIVIDADES:

1) O que eram os tumbeiros?

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2) Como eram as condições nesses navios, durante as viagens?

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3) O que Castro Alves desejou dizer ao escrever:

...‖E o sono sempre cortado

Pelo arranco de um finado

E o baque de um corpo ao mar‖...

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Page 9: Consciência Negra

L U T A N D O P E L A L I B E R D A D E

Q U A N D O T U D O A C O N T E C E U . . .

1600: Negros fugidos ao trabalho escravo nos engenhos de açúcar de Pernambuco, fundam na

serra da Barriga o quilombo de Palmares; a população não pára de aumentar, chegarão a ser

30 mil; para os escravos, Palmares é a Terra da Promissão. - 1630: Os holandeses invadem o

Nordeste brasileiro. - 1644: Tal como antes falharam os portugueses, os holandeses falham a

tentativa de aniquilar o quilombo de Palmares. - 1654: Os portugueses expulsam os

holandeses do Nordeste brasileiro. - 1655: Nasce Zumbi, num dos mocambos de Palmares -

1662 (?): Criança ainda, Zumbi é aprisionado por soldados e dado ao padre António Melo;

será baptizado com o nome de Francisco, irá ajudar à missa e estudar português e latim. -

1670: Zumbi foge, regressa a Palmares. - 1675: Na luta contra os soldados portugueses

comandados pelo Sargento-mor Manuel Lopes, Zumbi revela-se grande guerreiro e

organizador militar. - 1678: A Pedro de Almeida, Governador da capitania de Pernambuco,

mais interessa a submissão do que a destruição de Palmares; ao chefe Ganga Zumba propõe a

paz e a alforria para todos os quilombolas; Ganga Zumba aceita; Zumbi é contra, não admite

que uns negros sejam libertos e outros continuem escravos. - 1680: Zumbi impera em

Palmares e comanda a resistência contra as tropas portuguesas. - 1694: Apoiados pela

artilharia, Domingos Jorge Velho e Vieira de Mello comandam o ataque final contra a Cerca

do Macaco, principal mocambo de Palmares; embora ferido, Zumbi consegue fugir. - 1695, 20

de Novembro: Denunciado por um antigo companheiro, Zumbi é localizado, preso e

degolado.

F e r n a n d o C o r r e i a d a S i l v a

Zumbi dos Palmares

(Fonte: Brasil Escola )

“A cada novo 20 de novembro

Zumbi se espraia, amplia o seu território na consciência nacional,

empurra para os subterrâneos da história seus algozes,

que foram travestidos de heróis"

Sueli Carneiro

Page 10: Consciência Negra

O QUE ERA CARTA DE ALFORRIA?

Por Carolina de Sousa Campos Sento Sé

A Carta de Alforria era um documento cedido a um escravo por seu proprietário. Era

um tipo de ―atestado‖ de liberdade em que o proprietário abdicava dos seus direitos de posse

sobre o escravo. Este último, após a Alforria, era chamado ―negro forro‖.

O nome ―Alforria‖ não era usado somente no Brasil, mas em todas as colônias

portuguesas que adotaram o regime escravista. Ele vem do árabe, em que a expressão

pronunciada como ―Al Horria‖ quer dizer ―A Liberdade‖.

Exemplo de carta de alforria, datada de 1866.

(Fonte:Wikipédia)

Existiram dois tipos de Carta de Alforria: as pagas e as gratuitas.

As cartas pagas geralmente eram feitas a prestação, por interesse dos proprietários.

Assim, se o negro forro não pagasse uma prestação, voltava a condição de escravo. Outros

meios utilizados para quitar a dívida eram pegar empréstimos (com amigos, familiares,

instituições benfeitoras ou bancos), trabalhar por conta própria (geralmente vendendo na rua

produtos que variavam entre bolos e doces, ou prestando serviços de barbeiro, carregador de

peso, sapateiro, etc), pedir a um benfeitor que pagasse sua dívida em troca de um tempo

determinado de trabalhos gratuitos ou os estranhos casos de troca, em que o escravo que

recebia a alforria dava ao seu senhor um outro escravo para trabalhar em seu lugar.

As cartas gratuitas libertavam adultos e geralmente os reposicionavam como

empregados do seu não mais proprietário. Deste modo, libertava-se um escravo e ganhava-se

um trabalhador assalariado com uma carga horária diária pré definida. Também era comum a

libertação de crianças e a promessa de educá-las e criá-las por partes do senhores. O momento

histórico que registra a emissão de cartas de alforria gratuitas é importante porque mostra uma

mudança de mentalidade na ―alta sociedade‖ da época.

Bibliografia:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Alforria

http://blog.uncovering.org/archives/2008/05/cartas_de_alforria_2.html

http://www.ccs.saude.gov.br/memoria%20da%20loucura/Mostra/docAlforria.html

Page 11: Consciência Negra

A DECADÊNCIA DA ESCRAVIDÃO

Já no início do século XIX era possível verificar grandes transformações que

pouco a pouco modificavam a situação da colônia e o mundo a sua volta. Na Europa, a

Revolução Industrial introduziu a máquina na produção e mudou as relações de trabalho.

Formaram-se as grandes fábricas e os pequenos artesãos passaram a ser trabalhadores

assalariados. Na colônia, a vida urbana ganhou espaço com a criação de estaleiros e de

manufaturas de tecidos. A imigração em massa de portugueses para o Brasil foi outro fator

novo no cenário do Brasil colonial.

Mesmo com todos esses avanços foi somente na metade do século que

começaram a ser tomadas medidas efetivas para o fim do regime de escravidão. Vamos

conhecer os fatores que contribuíram para a abolição:

1850 - promulgação da Lei Eusébio de Queirós, que acabou definitivamente com o

tráfico negreiro intercontinental. Com isso, caiu a oferta de escravos, já que eles não podiam

mais ser trazidos da África para o Brasil.

1865 - Cresciam as pressões internacionais sobre o Brasil, que era a única nação

americana a manter a escravidão.

1871 - Promulgação da Lei Rio Branco, mais conhecida como Lei do Ventre Livre,

que estabeleceu a liberdade para os filhos de escravas nascidos depois desta data. Os senhores

passaram a enfrentar o problema do progressivo envelhecimento da população escrava, que

não poderia mais ser renovada.

1872 - O Recenseamento Geral do Império, primeiro censo demográfico do Brasil,

mostrou que os escravos, que um dia foram maioria, agora constituíam apenas 15% do total da

população brasileira. O Brasil contou uma população de 9.930.478 pessoas, sendo 1.510.806

escravos e 8.419.672 homens livres.

1880 - O declínio da escravidão se acentuou nos anos 80, quando aumentou o número

de alforrias (documentos que concediam a liberdade aos negros), ao lado das fugas em massa

e das revoltas dos escravos, desorganizando a produção nas fazendas.

1885 - Assinatura da Lei Saraiva-Cotegipe ou, popularmente, a Lei dos Sexagenários,

pela Princesa Isabel, tornando livres os escravos com mais de 60 anos.

1885-1888 - o movimento abolicionista ganhou grande impulso nas áreas cafeeiras,

nas quais se concentravam quase dois terços da população escrava do Império.

13 de maio de 1888 - assinatura da Lei Áurea, pela Princesa Isabel.

A Lei Áurea, que decretou o fim da escravidão no Brasil, em 13 de maio de

1888, foi um documento que representou a libertação formal do escravo, mas não garantiu a

sua incorporação como cidadão pleno à sociedade brasileira.

O ex-escravo, abandonado à sua própria sorte, engrossou as camadas de marginalizados,

que constituíam a maioria da população. Não possuíam qualificação profissional, o

preconceito continuava e não houve um projeto de reintegração do negro à sociedade que

acompanhasse a abolição da escravatura. Expulsos das fazendas e após vagarem pelas estradas

foram acabando na periferia das cidades, criando nossas primeiras favelas e vivendo de

pequenos e esporádicos trabalhos, normalmente braçais.

Page 12: Consciência Negra

A escravidão deixou marcas na sociedade brasileira: a concentração de índios, negros e

mestiços nas camadas mais pobres da população; a persistência da situação de marginalização

em que vive a maioria dos indivíduos dessas etnias; a sobrevivência do racismo e de outras

formas de discriminação racial e social; as dificuldades de integração e de inclusão dessas

etnias à sociedade nacional e os baixos níveis de renda, de escolaridade e de saúde ainda

predominantes entre a maioria da população.

A escravidão, portanto, fornece uma chave fundamental para a compreensão dos

problemas sociais, econômicos, demográficos e culturais ainda existentes na atualidade.

Escreva com suas palavras, as conseqüências da escravidão para a sociedade brasileira:

Page 13: Consciência Negra

GRANDES ABOLICIONISTAS

Na luta contra a escravidão, algumas pessoas se destacam por sua dedicação à

causa. Vamos conhecer alguns destes homens que ficaram conhecidos como

abolicionistas?

Joaquim Nabuco

Nascido no Recife, Pernambuco, em 19 de agosto de 1849, Joaquim Nabuco

desde cedo conviveu com a dura realidade dos escravos. Na infância, o menino de família

aristocrata se alfabetizara junto com os filhos dos escravos numa escolinha construída pela

madrinha.

Estudou Direito em São Paulo e Recife, escreveu poemas, era um patriota. Foi

colega de Castro Alves e de Rui Barbosa.

O tema da escravidão estava presente em sua obra literária desde seu primeiro

trabalho, nunca publicado, chamado "A escravidão". Porém, teve sucesso quando, em 1883,

publicou "O Abolicionismo", durante período em que esteve em Londres.

Quando retornou ao Brasil, seguiu carreira política. Foi um grande parlamentar,

um excelente orador. Fez uso de seu reconhecido talento público para lutar pela causa

abolicionista, junto com José do Patrocínio, Joaquim Serra e André Rebouças.

É interessante observar que Nabuco era a favor da monarquia e ainda assim serviu

fielmente à República como diplomata em Londres e Washington, após o fim do Império.

Joaquim Nabuco afirmava que a escravidão no Brasil era "a causa de todos os

vícios políticos e fraquezas sociais; um obstáculo invencível ao seu progresso; a ruína das suas

finanças, a esterilização do seu território; a inutilização para o trabalho de milhões de braços

livres; a manutenção do povo em estado de absoluta e servil dependência para com os poucos

proprietários de homens que repartem entre si o solo produtivo".

Morreu em Washington, no ano de 1910.

Page 14: Consciência Negra

Rui Barbosa

Fonte: Academia Brasileira de Letras

Rui Barbosa nasceu em Salvador, Bahia, em 5 de novembro de 1849. Incansável,

exerceu as mais variadas atividades profissionais. Foi advogado, jurista, jornalista, ensaísta,

orador, diplomata, deputado, senador, ministro e candidato a Presidente da República duas

vezes.

Sua participação na luta contra a escravidão foi uma das manifestações de seu amor ao

princípio da liberdade – todo tipo de liberdade.

Assim como Joaquim Nabuco, estudou Direito em Recife e em São Paulo, mas

foi no Rio de Janeiro que Rui Barbosa abraçou a causa da abolição. Contudo, a defesa da

liberdade também levou-o a ser exilado, em 1893, quando discordara do golpe que levou

Floriano Peixoto ao poder e, por isto, pedira a libertação de presos políticos daquele governo

ditatorial.

Destaca-se em sua biografia sua passagem como presidente da Academia

Brasileira de Letras, substituindo Machado de Assis, e o grande prestígio de ser eleito Juiz da

Corte Internacional de Haia. Morreu em 1923.

José do Patrocínio

Natural de Campos, no Rio de Janeiro, José do Patrocínio nasceu em 8 de outubro de

1854. Era filho de pai branco, padre, e mãe negra, escrava. Freqüentou a Faculdade de

Medicina e se formou aos 20 anos de idade, mas sua principal atuação foi como jornalista.

Começou na Gazeta de Notícias, em 1875, e quatro anos depois juntou-se a Joaquim Nabuco,

Lopes Trovão, Teodoro Sampaio, entre outros, na campanha pela abolição do regime

escravocrata. Em 1881, tornou-se proprietário de um jornal, a Gazeta da Tarde, e fundou a

Page 15: Consciência Negra

Confederação Abolicionista, para a qual elaborou um manifesto junto com André Rebouças e

Aristides Lobo.

Assim como Rui Barbosa, foi contra o governo de Floriano Peixoto, o que o obrigou a

ser desterrado e tirou de circulação seu jornal, o Cidade do Rio, fundado em 1887. Com isto,

afastou-se da vida política e terminou por falecer no Rio de Janeiro, em 30 de janeiro de 1905.

André Rebouças

Fonte: Academia Brasileira de Letras

André Rebouças, nascido em 1838, era filho de escravos. Estudou no Colégio Militar

do Rio de Janeiro e se formou em Engenharia na Europa. Foi professor da Escola Politécnica,

e durante toda sua vida preocupou-se com a realidade brasileira. O problema dos escravos,

naturalmente, não lhe passou despercebido. Escreveu, junto com José do Patrocínio e

Aristides Lobo, o manifesto da Confederação Abolicionista de 1883; foi co-fundador da

Sociedade Brasileira Anti-Escravidão e contribuiu financeiramente para a causa abolicionista.

Apoiou a reforma agrária no Brasil e foi também inventor. Exilou-se

voluntariamente na Ilha da Madeira, na África, em solidariedade a D.Pedro II e sua família, e

lá morreu em absoluta pobreza.

Luís Gama

Fonte: Academia Brasileira de Letras

Page 16: Consciência Negra

Tal como José do Patrocínio, Luís Gama foi filho de uma miscigenação de cores. Seu

pai era branco, de rica família da Bahia, e sua mãe era uma africana rebelde. Contudo, um

episódio trágico faria com que se afastasse da mãe, exilada por motivos políticos, e fosse

vendido como escravo pelo próprio pai, vendo-se à beira da falência.

Assim, viveu na própria pele o cotidiano de um escravo. Foi para o Rio e depois São Paulo.

Aprendeu a ler com ajuda de um estudante, no lugar onde trabalhava como servente,

mas logo fugiu – pois sabia que sua situação era ilegal, já que era filho de mãe livre.

Daí trabalhou na milícia, em jornais, escrevendo poesia e como advogado, até conhecer Rui

Barbosa, Castro Alves e Joaquim Nabuco, com quem se uniria para lutar pelo fim da

escravidão.

Fez do exercício da advocacia uma oportunidade para defender e libertar escravos ilegais.

Antônio Bento

Fonte: Academia Brasileira de Letras

Antônio Bento era um abolicionista de família rica de São Paulo. Foi advogado,

Promotor Público e depois Juiz de Direito. Seus métodos não-ortodoxos, intransigentes e

revolucionários para libertação dos negros o tornaram famoso. Promovia, juntamente com os

membros da Ordem dos Caifazes (considerada subversiva na época), proteção a escravos que

fugiam e incentivava a evasão dos negros das grandes fazendas.

Os historiadores narram que, para Antônio Bento, a escravidão era uma mancha na

história do Brasil. Cristão fervoroso, há um registro de um episódio em que um negro, que

havia sido torturado, teria sido levado por Antônio Bento a uma procissão. O efeito causado,

além de mostrar as agruras da escravidão, foi de uma inevitável comparação do martírio do

negro ao martírio de Cristo.

Page 17: Consciência Negra

O POETA DOS ESCRAVOS

Fonte: Academia Brasileira de Letras

CASTRO ALVES

Antônio Frederico de Castro Alves nasceu em 14 de março de 1847, na fazenda

Cabaceiras, a poucas léguas de Curralinho, no estado da Bahia. Em 1854, foi estudar na

capital, Salvador. Aos dezesseis anos, mudou-se para o Recife, no estado de Pernambuco, com

o objetivo de se preparar para entrar no curso de Direito. Foi reprovado em sua primeira

tentativa, já que não havia dado muita atenção aos estudos, mas obteve sucesso no ano

seguinte, em 1864, quando se matriculou na Faculdade de Direito do Recife.

Já em 1862 havia publicado um poema, ―A destruição de Jerusalém‖, no Jornal do

Recife. A este se seguiram ―Pesadelo‖, ―Meu segredo‖ (inspirado pela atriz Eugênia Câmara),

―O Africano‖ (seus primeiros versos abolicionistas) e outros.

O amadurecimento poético de Castro Alves pode ser percebido a partir de 1864,

quando escreveu ―Mocidade e Morte‖, publicado com algumas modificações quatro anos

depois, em São Paulo, onde foi morar com Maria Eugênia. Antes disto, o poeta intercalou

períodos entre o Recife e a Bahia e escreveu o drama ―Gonzaga‖, que estreou com sucesso em

1867. Viajou para o Rio de Janeiro no ano seguinte e travou conhecimento com José de

Alencar e Machado de Assis, que leram ―Gonzaga‖.

Já em São Paulo, em 1868, obteve sucesso declamando a ―Ode ao Dous de Julho‖ e o

―Navio Negreiro‖. É importante lembrar da participação de Castro Alves na fundação de uma

sociedade abolicionista, juntamente com Rui Barbosa, Plínio de Lima e outros, ainda quando

morava no Recife, em 1865.

Castro Alves continua seus estudos de Direito em São Paulo. Contudo, em 1869, um

disparo acidental numa caçada fere seu pé e a partir de então sua saúde fica debilitada,

agravada por um enfraquecimento pulmonar. O poeta vai para o Rio de Janeiro, onde amputa

o pé esquerdo, e no ano seguinte segue para a Bahia e lança ―Espumas Flutuantes‖.

Os últimos dias de Castro Alves se passam na capital baiana. Morre de tuberculose em

6 de julho de 1871, aos 24 anos. Nas palavras do também poeta Manuel Bandeira, é a perda da

―maior força verbal e a inspiração mais generosa de toda a poesia brasileira‖.

Page 18: Consciência Negra

Grife os substantivos e circule os adjetivos.

CANÇÃO DO AFRICANO

Lá na úmida senzala,

Sentado na estreita sala,

Junto ao braseiro, no chão,

Entoa o escravo o seu canto,

E ao cantar correm-lhe em pranto

Saudades do seu torrão...

De um lado, uma negra escrava

Os olhos no filho crava,

Que tem no colo a embalar...

E à meia voz lá responde

Ao canto, e o filhinho esconde,

Talvez p’ra não o escutar!

―Minha terra é lá bem longe,

Das bandas de onde o Sol vem;

Esta terra é mais bonita,

Mas à outra eu quero bem!

O Sol faz lá tudo em fogo,

Faz em brasa toda a areia;

Ninguém sabe como é belo

Ver de tarde a papa-ceia!

Aquelas terras tão grandes,

Tão compridas como o mar,

Com suas poucas palmeiras

Dão vontade de pensar...

Lá todos vivem felizes,

Todos dançam no terreiro;

A gente lá não se vende

Como aqui, só por dinheiro.‖

O escravo calou a fala,

Porque na úmida sala

O fogo estava a apagar;

E a escrava acabou seu canto,

P’ra não acordar com o pranto

O seu filhinho a sonhar!

O escravo então foi deitar-se,

Pois tinha de levantar-se

Bem antes do Sol nascer,

E se tardasse, coitado,

Teria de ser surrado,

Pois bastava escravo ser.

E a cativa desgraçada

Deita seu filho, calada,

E põe-se triste a beija-lo,

Talvez temendo que o dono

Não viesse, em meio do sono, De seus braços arrancá-l

Page 19: Consciência Negra

ORIGEM DOS AFRICANOS QUE VIERAM PARA O BRASIL

Fonte: wikipédia

Fonte: wikipédia

Page 20: Consciência Negra

As origens (suas raízes) da cultura material e não-material afro-brasileiro está associada à

época do tráfico de escravos africanos para o Brasil do século XVI até a segunda matade do

Século XIX.

Os povos africanos trazidos para o Brasil são originários de diversas regiões da África:

África Ocidental - Yorubás (Nagô, Ketu, Egbá), Jejes (Ewê, Fon), Fanti-Ashanti (conhecidos

como Mina), povos islamizados (Peuhls, Mandingas e Haussás);

África Central - Bantos: Bakongo, Mbundo, Ovimbundo, Bawoyo, Wili (conhecidos como

Angolas, Congos, Benguelas, Cabindas e Loangos);

Sudeste da África Oriental - Tongas e Changanas entre outros (conhecidos como

Moçambiques).

(Fonte: Brasil Escola )

Atividade: Pinte a legenda conforme as indicações da professora

Estes povos trouxeram consigo para o continente americano seus costumes, crenças,

línguas (hoje de uso litúrgico como o yorubá, o bakongo e o kimbundo), léxicos incorporados

no nosso falar (línguas bantos), danças, ritmos, instrumentos musicais, culinária bem como

seus deuses e seus ritos de culto.

Mesmo dispersos no território brasileiro e, por vezes misturados para não se rebelarem

(fazendo jus ao ditado "dividir para reinar"), retiveram uma parte de sua cultura original para

Page 21: Consciência Negra

conservar sua identidade de grupo dominado. Por vezes, esta identidade constituiu mesmo um

fator importante para resistir à escravidão. É o exemplo dos quilombos que existiram no

Brasil-colônia dos quais o mais célebre foi o Palmares comandado por Zumbi. O Quilombo

era uma instituição política dos guerreiros jagas ou yagas da Angola, termo que designava

tanto a casa sagrada onde se realizavam as cerimônias de iniciação, como o campo de guerra e

mais tarde o acampamento de escravos fugidos.

Algumas formas de organização permaneceram ou pelo menos conservaram uma certa

identidade com as suas raízes culturais africanas. É o caso das religiões denominadas afro-

brasileiras como o candomblé nagô, angola-congo, mina-jeje, ritos diversos do que se

convencionou chamar de "nações" conforme suas origens étnicas na África. Por vezes,

sincretizaram com outras religiões como a umbanda. Mesmo quando grupos de escravos se

converteram ao catolicismo e adotaram rituais de devoção a santos padroeiros e protetores de

negros como São Benedito, Santa Efigênia e Nossa Senhora do Rosário, como nas congadas,

moçambiques ou cabindas, mantiveram danças, ritmos, tambores e outros símbolos e mesmo

uma certa dimensão do culto aos ancestrais.

É realmente inegável a herança cultural africana em nossa gente e essa influência não

pode ser entendida se não voltarmos às origens, isto é, à história africana, desde os seus

primórdios. Hoje é perceptível um ar de reparação a uma injustiça: desta forma se estará

"resgatando" nossa herança e identidade africana, tão longamente escamoteada por uma

historiografia etnocêntrica que resumia a figura do africano a um escravo submisso amarrado

no tronco.

A África possui um verdadeiro significado simbólico para as multidões de afro-

descendentes residentes nas antigas colônias. Essa indivíduos, via de regra, nunca puseram os

pés em solo africano, mas vêem o Brasil como a matriz de um vasto patrimônio cultural

brasileiro herdado das várias etnias africanas que para cá foram trazidas. Tal patrimônio

engloba a língua, a música, os instrumentos, a dança, os utensílios, o artesanato o misticismo,

a idumentária, os rituais, a culinária, o folclore, as festas, os folguedos, a linguagem corporal,

a oralidade e a maneira de viver - herança chamada de "africanidade", que deu ao Brasil um

colorido todo especial, com raízes africanas. Este imaginário comum nas suas origens são

aspectos de uma história cultural a ser preservada, valorizada e conhecida pelo presente.

Page 22: Consciência Negra

A CULTURA AFRICANA

A cultura africana chegou ao Brasil com os povos escravizados trazidos da África

durante o longo período em que durou o tráfico negreiro transatlântico. A diversidade cultural

da África refletiu-se na diversidade dos escravos, pertencentes a diversas etnias que falavam

idiomas diferentes e trouxeram tradições distintas. Os africanos trazidos ao Brasil incluíram

bantos, nagôs e jejes, cujas crenças religiosas deram origem às religiões afro-brasileiras, e os

hauçás e malês, de religião islâmica e alfabetizados em árabe. Assim como a indígena, a

cultura africana foi geralmente suprimida pelos colonizadores. Na colônia, os escravos

aprendiam o português, eram batizados com nomes portugueses e obrigados a se converter ao

catolicismo.

Os africanos contribuíram para a cultura brasileira em uma enormidade de aspectos:

dança, música, religião, culinária e idioma. Essa influência se faz notar em grande parte do

país; em certos estados como Bahia, Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Minas Gerais, Rio de

Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul a cultura afro-brasileira é particularmente destacada

em virtude da migração dos escravos.

Os bantos, nagôs e jejes no Brasil colonial criaram o candomblé, religião afro-brasileira

baseada no culto aos orixás praticada atualmente em todo o território. Largamente distribuída

também é a umbanda, uma religião sincrética que mistura elementos africanos com o

catolicismo e o espiritismo, incluindo a associação de santos católicos com os orixás.

A influência da cultura africana é também evidente na culinária regional, especialmente

na Bahia, onde foi introduzido o dendezeiro, uma palmeira africana da qual se extrai o azeite-

de-dendê. Este azeite é utilizado em vários pratos de influência africana como o vatapá, o

caruru e o acarajé.

Na música a cultura africana contribuiu com os ritmos que são a base de boa parte da

música popular brasileira. Gêneros musicais coloniais de influência africana, como o lundu,

terminaram dando origem à base rítmica do maxixe, samba, choro, bossa-nova e outros

gêneros musicais atuais. Também há alguns instrumentos musicais brasileiros, como o

berimbau, o afoxé e o agogô, que são de origem africana. O berimbau é o instrumento

utilizado para criar o ritmo que acompanha os passos da capoeira, mistura de dança e arte

marcial criada pelos escravos no Brasil colônial.

INSTRUMENTOS MUSICAIS

Berimbau Agogô

(Fonte:Wikipédia) (Fonte:Wikipédia)

Page 23: Consciência Negra

Afoxé Capoeira, a arte-marcial afro-brasileira

(Fonte:Wikipédia) (Fonte:Wikipédia)

CULINÁRIA

Feijoada Caruru

(Fonte:Wikipédia) (Fonte:Wikipédia)

Vatapá Acarajé (Fonte:Wikipédia) (Fonte:Wikipédia)

MÁSCARAS

(Fonte: Brasil Escola )

Page 24: Consciência Negra

SABEDORIA DE CARÁTER POPULAR: COLETÂNEA DE PROVÉRBIOS

AFRICANOS

(Fonte: Brasil Escola )

1) "Numa luta entre elefantes, o prejudicado é o capim".

2) "Galo, não sejas tão orgulho! Afinal, tua mãe foi apenas uma casca de ovo".

3) "A união do rebanho obriga o leão a ir dormir com fome".

4) "Ninguém experimenta a profundidade de um rio com os dois pés".

5) "Nunca se esqueça das lições aprendidas na dor".

6) "O tolo tem sede no meio de água".

7) "Uma mentira estraga mil verdades".

8) "Um inimigo inteligente é melhor que um amigo estúpido".

9) "Quando o rato ri do gato, há um buraco perto".

10) "Ao construir uma casa, se um prego quebra, você deixa de construir, ou você muda o prego?".

11) "Para quem não sabe, um jardim é uma floresta".

12) "É melhor ser amado que temido".

13) "O machado esquece, a árvore recorda".

14) "A zebra que chega cedo bebe da água limpa".

15) "Aquele que não cultiva seu campo, morrerá de fome".

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www.africa.upenn.edu/Cookbook/Liberia_Cookboo...

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www.africa.upenn.edu/Cookbook/Liberia_Cookboo...

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SUBSTANTIVOS:

Primitivos: são substantivos que dão origem a outras palavras.

EXEMPLO:PEDRA

Derivados: são substantivos que se originam de outras palavras.

Exemplo: pedreira

Simples: são substantivos formados por apenas uma palavra.

Exemplo: cama

compostos: são substantivos formados por mais de uma palavra.

Exemplo: arco-íris

Comuns: são substantivos que se referem a todos os seres de um espécie,sem particularizá-los.

Exemplo: menino

Próprios: são substantivos que nomeiam em ser em particular.

Exemplo: Gabriel

Concretos: são substantivos que nomeiam seres de existência autônoma, isto é, que não

dependem de outro para existir.

Exemplo: cadeira

Abstratos: são substantivos que nomeiam seres de existência não autônoma, isto é que

dependem de outro ser para existir.

Exemplo: amor

Coletivos: são substantivos que , mesmo no singular transmitem a idéia de agrupamento de

vários seres de uma mesma espécie.

Exemplo: colméia, constelação, manada

Com estas informações diga se é verdadeiro ou falso;

mato: simples, comum e concreto

cheiro: simples, concreto e comum

namoro: composto, comum e abstrato

portão: derivado,simples e concreto

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chuva: primitivo, simples e comum

Carlitos: simples, próprio e abstrato

banda: primitivo, simples e coletivo

fé: derivado,composto e coletivo

Deus: primitivo, simples e concreto

canto: simples, comum e abstrato

passarinho: primitivo, comum e concreto

resfriado: simples, próprio e coletivo

queijo: primitivo, simples e concreto

goiabada: derivado, simples e comum

pôr do sol: composto, próprio e abstrato

alegria: primitivo, simples e abstrato

carinho: simples, comum e abstrato

Leia este texto curioso:

Uma equipe japonesa do centro de Pesquisa Shiedo, de Yokohama, foi premiada pelas

valiosas pesquisas sobre as causas do chulé. De fato, a pesquisa, em si é séria. O engraçado foi

a conclusão do trabalho, que parece não concluir nada: ―Quem acha que tem chulé, sempre

tem, e quem acha que não, não tem mesmo‖

Retire do texto:

a)um substantivo próprio:_______________________________

b)um substantivo coletivo:______________________________

c)dois substantivos comuns e simples:__________________

A palavra trabalho, que aparece no texto, é um substantivo primitivo, ou seja, ela pode dar

origem a um substantivo derivado.

Veja:

Trabalho (a) + dor = trabalhador

Que outra palavra do texto, somada à partícula dor, dá origem a um substantivo

derivado?______________________________________________

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