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1 DIFERENTES ASPECTOS DO PAPEL DO CONSELHO ESCOLAR NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM. Sandra Menucelli O Conselho Escolar no processo de aprendizagem, é que traz a possibilidade da edificação de novas relações na escola. O despertar do interesse da comunidade na investigação das necessidades de sua escola, fará do Conselho, um instrumento de desenvolvimento e descentralização de decisões, gerando um espaço de gestão democrática. Conforme portaria ministerial, os conselhos escolares têm por objetivos: I- Ampliar a participação das comunidades escolar e local na gestão administrativa, financeira e pedagógica das escolas públicas; II- Apoiar a implantação e o fortalecimento de conselhos escolares; III- Instituir políticas de indução para implantação de conselhos escolares; IV- promover, em parceria com os sistemas de ensino, a capacitação de conselheiros escolares, utilizando inclusive metodologias de educação a distância; V- estimular a integração entre os conselhos escolares; VI- apoiar os conselhos escolares na construção coletiva de um projeto educacional no âmbito da escola, em consonância com o processo de democratização da sociedade. VII- promover a cultura do monitoramento e avaliação no âmbito das escolas para a garantia da qualidade da educação. (BRASIL, 2004, p. 7) E este espaço é possível de ser construído no dia a dia, tendo como foco a aprendizagem dos alunos e a sua permanência no ambiente escolar.

Conselhos escolares

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DIFERENTES ASPECTOS DO PAPEL DO CONSELHO ESCOLAR NO

PROCESSO DE APRENDIZAGEM.

Sandra Menucelli

O Conselho Escolar no processo de aprendizagem, é que traz a possibilidade da

edificação de novas relações na escola. O despertar do interesse da comunidade na

investigação das necessidades de sua escola, fará do Conselho, um instrumento de

desenvolvimento e descentralização de decisões, gerando um espaço de gestão

democrática.

Conforme portaria ministerial, os conselhos escolares têm por objetivos:

I- Ampliar a participação das comunidades escolar e local na gestão

administrativa, financeira e pedagógica das escolas públicas;

II- Apoiar a implantação e o fortalecimento de conselhos escolares;

III- Instituir políticas de indução para implantação de conselhos escolares;

IV- promover, em parceria com os sistemas de ensino, a capacitação de

conselheiros escolares, utilizando inclusive metodologias de educação a

distância;

V- estimular a integração entre os conselhos escolares;

VI- apoiar os conselhos escolares na construção coletiva de um projeto

educacional no âmbito da escola, em consonância com o processo de

democratização da sociedade.

VII- promover a cultura do monitoramento e avaliação no âmbito das escolas

para a garantia da qualidade da educação. (BRASIL, 2004, p. 7)

E este espaço é possível de ser construído no dia a dia, tendo como foco a

aprendizagem dos alunos e a sua permanência no ambiente escolar.

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O Caderno 2 dos Conselhos Escolares1 em estudo indica que são oito as

prioridades dos Conselhos Escolares, a saber: sua atividade político pedagógica, o

respeito e a valorização das diferenças, a garantia da unidade escolar, qualidade em uma

educação emancipadora, uma escola que ensina e também aprende o verdadeiro sentido

da avaliação, o desempenho dos estudantes e as ações sociais transparentes. Em vista

destes identificadores, a escola torna-se um espaço de aprendizagem onde, abrir-se-á um

caminho para novas experiências, que preparam o futuro cidadão. É no colegiado que se

bem estruturado e liderado pelo diretor, em assembléias públicas, as decisões da escola

acontecerão.

Quanto a uma escola que ensina e também aprende o verdadeiro sentido da

avaliação, segundo Luckesi (2004) a avaliação é o olhar crítico sobre aquilo que já foi

construído e o que precisa ser mudado para que se possa melhorar, superar dificuldades,

abrir novos horizontes e mediar aprendizagens, daqueles que buscam a escola como

lugar para desenvolverem-se e prepararem-se para a vida em sociedade.

Quando se fala em Conselhos espera-se que seja o propulsor para a prática da

avaliação qualitativa e formativa com o compromisso ético da garantia de condições

favoráveis à aprendizagem. Onde o fracasso escolar, no entanto, seja visto como algo

externo ou distante da escola.

Vale lembrar que em sua atividade político pedagógica o Conselho Escolar, se

faz necessário, e deve avançar na construção de uma nova cultura da democracia, da

participação e do diálogo, onde a escola num espaço de pais, funcionários, alunos,

professores, terão a voz da decisão e do culto a liberdade, solidariedade, cidadania,

partilha de erros e acertos.

A escola com qualidade em uma educação emancipadora, é o lugar onde todos

dão seu parecer, expõem suas ideias, entendem e discutem os problemas, os avanços e

as necessidades dos educandos e da comunidade, e há o compromisso com o

planejamento, implementação e a avaliação das ações da escola.

1 Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares - “Conselho Escolar e a Aprendizagem na Escola”

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Sem dúvida não é fácil ações sociais transparentes, porque as escolas atuais têm

ainda a cultura dá não participação da comunidade, e a obediência a decisões unilaterais

e centralizadas, é a norma.

Ganhar aos poucos o apoio da comunidade interna e externa à escola deve ser a

missão, de todos aqueles que estão a serviço da educação, que constrói coletivamente a

gestão democrática. [...] A atitude democrática é necessária, mas não é suficiente.

Precisamos de métodos democráticos de efetivo exercício da democracia” (GADOTTI,

2002, p.36)

Consolidar a cultura democrática na escola, criar espaços para debates, fóruns,

colóquios entre todos que dela participam ou estão ao seu redor.

Com foco no ensino de qualidade e todos juntos na escola, o Conselho Escolar

ativo é o colegiado que respeita a cultura de um povo, como saber necessário à

construção do currículo e da formação dos cidadãos, que serão os protagonistas em suas

civilizações. Como registra Freire (2005, p. 90):

A existência, porque humana, não pode ser muda, silenciosa, nem tampouco pode nutrir-se de falsas palavras, mas de palavras verdadeiras, com que os homens transformam o mundo. Existir, humanamente, é o pronunciar o mundo, é modificá-lo. O mundo pronunciado, por sua vez, se volta problematizado aos sujeitos pronunciantes, a exigir deles novo pronunciar. Não é no silêncio2 que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão.

A transformação da realidade, passa pela reflexão e ação que aos poucos vai

ganhando espaço. A comunidade com voz, tomando consciência da necessidade de

participar ativamente das decisões da escola e de sua importância em criar novos

horizontes, para a educação e formação de seus jovens dentro dos princípios de

liberdade, igualdade, respeito e valorização das diferenças onde todos tenham chances

de vencer e serem ouvidos pela sociedade em que estão inseridos.

2 Não nos referimos, obviamente, ao silêncio das meditações profundas em que os homens, numa forma só aparente de sair do mundo, dele “afastando-se” para “admirá-lo” em sua globalidade, com ele, por isto, continuam. Daí que estas formas de recolhimento só sejam verdadeiras quando os homens nela se encontrem “molhados” de realidade e não quando, significando um desprezo ao mundo, sejam maneiras de fugir dele, numa espécie de “esquizofrenia histórica”.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS:

GADOTTI, M.; ROMÃO, J. Autonomia da escola: princípios e propostas. São Paulo: Cortez, 1997.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 12 ed. São Paulo: Cortez, 2004

BRASIL. Ministério da Educação. Portaria nº 2.896, de 17 de setembro de 2004. Cria o Programa Nacional de Fortalecimento de Conselhos Escolares. Diário Oficial da União,Brasília, DF, n. 180. Seção 2, p. 7.

Programa Nacional de Fortalecimentos dos Conselhos Escolares/SEB/MEC, intitulado: Conselho escolar e a aprendizagem na escola (MEC/SEB, 2004.), disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad2.pdf.

http://www.letras.ufmg.br/espanhol/pdf%5Cpedagogia_do_oprimido.pdf – p.44 acessado em 7 jul 2014

http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad3.pdf