Editoria de Matemática, Ciências da Natureza e suas Tecnologias: Cármen Matricardi Editores: Cibeli Chibante Bueno; Letícia Mancini Martins, Luiz Paulo Gati de Cerqueira Cesar e Marcela Pontes (estags.) Supervisão de arte e produção: Sérgio Yutaka Editor de arte: André Gomes Vitale Diagramação: Casa de Tipos Editora de arte e criação: Andréa Dellamagna Design gráfico: Ulhôa Cintra Comunicação Visual e Arquitetura (miolo e capa) Revisão: Rosângela Muricy (coord.), Claudia Virgilio (prep.), Ana Paula Chabaribery Malfa, Arnaldo R. Arruda, Luís Maurício Bôa Nova e Gabriela Macedo de Andrade (estag.) Supervisão de iconografia: Sílvio Kligin Pesquisadora iconográfica: Claudia Bertolazzi Cartografia: Allmaps, Juliana Medeiros de Albuquerque e Márcio Santos de Souza Tratamento de imagem: Cesar Wolf e Fernanda Crevin Foto da capa: Gloria H. Chomica/Masterfile/Other Images Ilustrações: Dam d’Souza, Fabio Eugenio, Formato Comunicação e Paulo Manzi (aberturas das unidades) Direitos desta edição cedidos à Editora Ática S.A. Av. Otaviano Alves de Lima, 4400 6o andar e andar intermediário ala A Freguesia do Ó – CEP 02909-900 – São Paulo – SP Tel.: 4003-3061 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Dante, Luiz Roberto Matemática : contexto & aplicações / Luiz Roberto Dante. – 2. ed. – São Paulo : Ática, 2013. Obra em 3 v. 13–03268 CDD–510.7 Índice para catálogo sistemático: 2013 Uma publicação Versão digital Gerência de desenvolvimento digital: Mário Matsukura Gerência de inovação: Guilherme Molina Coordenadores de tecnologia de educação: Daniella Barreto e Luiz Fernando Caprioli Pedroso Coordenador de edição de conteúdo digital: Danilo Claro Zanardi Editores de tecnologia de educação: Cristiane Buranello e Juliano Reginato Editores de conteúdo digital: Cibeli Chibante Bueno, Monique Matos de Oliveira, Alterson Luiz Cação, Letícia Mancini Martins (estag.) e Marcela Pontes (estag.) Editores assistentes de tecnologia de educação: Aline Oliveira Bagdanavicius, Drielly Galvão Sales da Silva, José Victor de Abreu e Michelle Yara Urcci Gonçalves Assistentes de produção de tecnologia de educação: Alexandre Marques, Gabriel Kujawski Japiassu, João Daniel Martins Bueno, Paula Pelisson Petri, Rodrigo Ferreira Silva e Saulo André Moura Ladeira Desenvolvimento dos objetos digitais: Agência GR8, Atômica Studio, Cricket Design, Daccord e Mídias Educativas Desenvolvimento do livro digital: Digital Pages 2 3 Apresentação A questão primordial não é o que sabemos, mas como o sabemos. Aristóteles Não há ramo da Matemática, por mais abstrato que seja, que não possa um dia vir a ser aplicado aos fenômenos do mundo real. Lobachevsky o elaborar esta coleção para o Ensino Médio, levamos em conta as ideias que abrem esta apresentação. Isso porque nosso objetivo é criar condições para que você, aluno, possa compreender as ideias básicas da Matemática desse nível de ensino atribuindo significado a elas, além de saber aplicá-las na resolução de problemas do mundo real. Todos os conceitos básicos próprios do Ensino Médio foram explorados de maneira intuitiva e compreensível. As receitas prontas e o formalismo excessivo foram evitados, porém mantivemos o rigor coerente com o nível para o qual a coleção está sendo proposta. Na abertura das unidades apresentamos um tema que está relacionado com um dos capítulos que a compõem; ela te dará uma ideia de um dos temas que será estudado. Já na abertura dos capítulos apresentamos informações gerais, que podem ter uma abordagem histórica sobre o assunto que será discutido. Antes de resolver os exercícios, é absolutamente necessário que você es- tude a teoria, analise os exemplos e refaça os exercícios resolvidos. Na seção Resolvido passo a passo, comentamos e explicitamos as fases da resolução de um problema. A seção Outros contextos foi criada para formular, resolver e interpretar situações-problema que estão relacionadas a situações reais e/ou relacionadas com outras disciplinas. Cada unidade contém ainda as seções Pensando no Enem e Vestibulares de Norte a Sul, com questões baseadas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e de vestibulares de todas as regiões do país, destinadas a revisar, fixar e apro- fundar os conteúdos estudados. E no fim de cada volume, na seção Caiu no Enem, foram incluídas questões do Enem relacionadas a cada unidade. A coleção engloba, desse modo, todos os assuntos costumeiramente tra- balhados no Ensino Médio, além de auxiliá-lo em sua preparação para os pro- cessos seletivos de ingresso nos cursos de Educação Superior. As sugestões e críticas que visem ao aprimoramento deste trabalho serão sempre bem-vindas. O autor dividido em quatro unidades seguintes boxes e seções: circular, exerce uma pressão sobre as paredes arteriais. O gráfico a seguir, da pressão (P) em função do tempo (t), representa uma investigação desse tipo, na qual se analisa a situação clínica de um paciente. Nele pode-se observar que ocorre um ciclo completo a cada ç,75 segundo e que cada ciclo corresponde a um batimento cardíaco. trigonométricas, como a pressão regularidade, os dados contidos no gráfico podem ser expressos por meio da lei: f(t) = 1çç – 2ç . cos(áççt vasos sanguíneos de um indivíduo (medida em mmHg: milímetros de mercúrio), em função do instante de coleta dessa medida, é verificada por meio de um aparelho chamado esfigmomanômetro. 1 Trigonometria 1. Que característica comum têm os fenômenos que podem ser modelados por meio de funções trigonométricas? 2. O que representa cada ciclo do gráfico da pressão sanguínea? 12 Algumas vezes deparamos com plantas de terrenos em que há a re- presentação de lagos ou de montanhas com todas as medidas indicadas sem que nos ocorra pensar em como essas medidas teriam sido obtidas. A Topografia é a área da Engenharia que trata de situações como esta: medições que determinam a forma e a posição de elementos do relevo, com base em relações estabelecidas pela Trigonometria. Para isso, utiliza-se o teodolito, um instrumento de observação que ajuda a calcular distâncias difíceis de serem medidas, a partir de medidas de triângulos que podem ser determinados nos terrenos. O conhecimento das relações entre lados e ângulos desses triângu- los é fundamental para o topógrafo, pois se ele conhecer três das seis medidas de lados e ângulos de um triângulo poderá calcular as demais. Até a descoberta dessas relações, problemas que envolvessem triân- gulos eram geralmente resolvidos com o que se sabia das relações no triângulo retângulo, mas a prática mostrou que isso era insuficiente ou tornava os cálculos muito trabalhosos. A determinação das medidas dos ângulos e dos comprimentos dos lados de um triângulo qualquer, sem recorrer aos triângulos retângulos, foi possí- vel com a evolução da Trigonometria. As relações, chamadas lei dos senos e lei dos cossenos, trouxeram ferramentas fundamentais para os problemas que envolviam esses triângulos. Vamos estudá-las neste capítulo. M a rc u s L y o n /G e tt y I m a g e 33Capítulo 2 • Conceitos trigonométricos básicos 1. Escreva a expressão geral dos arcos côngruos aos arcos de: a) 45°; b) 3 4 rad. Resolução: a) expressão geral: k 360° 45° 45° k 360°, com k [ Z b) expressão geral: x 2k x 3 2k, com k [ Z 2. Qual é o menor arco não negativo côngruo ao arco de 1 320°, ou seja, qual é a 1a determinação positiva do arco de 1 320°? Resolução: Devemos obter o menor valor não negativo de tal que k 360° 1 320°, com k [ Z. Então: 1 320 360 240 3 Logo, o arco pedido mede 240°. Fique atento! Neste exercício dizemos que 240° é a 1· determinação positiva de 1 320° ou que 1 320° foi reduzido à 1· volta. b) O que se pede? Pede-se ao aluno que determine quantas voltas o atleta gira quando faz a manobra denomina- da “900” no skate vertical. 2. Planejando a solução Sabendo que uma volta completa equivale a um giro de 360°, basta determinarmos quantas voltas equivalem a 900°. Isso pode ser feito de várias maneiras: descobrin- do-se quantas vezes o 360° “cabe” em 900°; usando-se proporção; etc. 3. Executando o que foi planejado • Chamando de x o número de vezes que 360º “ca- be” em 900º, temos: 360x 900 ⇒ x 900 360 2,5 Portanto, são duas voltas e meia. • Usando proporção, e chamando de x o número de voltas que equivale a 900º, temos: x 360 2 5 ⇒ , Note que isso equivale a usar a chamada “regra de três”. 4. Emitindo a resposta 5. Ampliando o problema a) Muitas outras manobras do skate vertical (ram- pa em forma de U) têm no nome números que indicam a rotação em graus do atleta. Uma manobra como “180 ollie frontside” consiste em um giro de meia-volta no ar quando o atleta sai da rampa, voltando para ela com o skate já na nova posição. Considerando apenas o nome das manobras abaixo, descreva o número de voltas do giro do atleta em cada uma delas: I. Fakie 360 II. 540 McTwist III. 720 McHawk b) Discussão em equipe Skatismo é ou não é esporte? Há quem de- fenda uma e outra posição. Já quiseram até mesmo incluir essa atividade em olimpíadas. Alguns dos maiores nomes do skatismo mun- dial dizem que “skatismo não é esporte, é estilo de vida”. Mas é considerado também um “esporte radical” e participa dos X-Games, a “olimpíada dos esportes radicais”. Converse com seus colegas e dê sua opinião. c) Pesquisa Quem foi o primeiro a executar o “900”? Quando e onde isso aconteceu? 900 360 « Resolvido passo a passo 3. (Enem) Nos X-Games Brasil, em maio de 2004, o skatista brasileiro Sandro Dias, apelidado “Minei- rinho”, conseguiu realizar a manobra denominada “900”, na modalidade skate vertical, tornando-se o segundo atleta no mundo a conseguir esse feito. A denominação “900” refere-se ao número de graus que o atleta gira no ar em torno de seu pró- prio corpo, que, no caso, corresponde a: a) uma volta completa. b) uma volta e meia. c) duas voltas completas. e) cinco voltas completas. 1. Lendo e compreendendo a) O que é dado no problema? É explicado que a denominação “900”, na manobra do skate vertical, se refere ao número de graus que o atleta gira em tor- no do seu próprio corpo. Para refletir Qual é o significado de um nœmero não negativo? « passo a passo: exercício 3 Exercícios resolvidos Exercício resolvido passo a passo Apresenta a resolução detalhada de uma questão ou um problema. Não são modelos a serem seguidos, mas visam inspirar e indicar estratégias de resolução. Conheça seu livro Para refletir, Fique atento! e Você sabia? Pequenos boxes que trazem questões para reflexão ou dicas importantes para o estudo. Exercícios Essenciais para a aprendizagem. Ajudam a fixar e aprofundar os conteúdos estudados. 169 Capítulo 8 • Geometria espacial de posição: uma abordagem intuitiva 8 Paralelismo no espaçoRetomando o que vimos até agora sobre paralelismo no espaço, temos:• Duas retas distintas são paralelas quando, e somente quando, são coplanares e não têm ponto comum. • Dois planos distintos são paralelos quando, e somente quando, não têm ponto comum. • Uma reta e um plano que não a contenha são paralelos quando, e somente quando, não têm ponto comum. É preciso estar atento a certos fatos relativos ao paralelismo. Veja alguns: 1 o) Podemos ter, em dois planos paralelos, retas que não sejam paralelas. Por exemplo, no paralelepípedo a seguir os planos ABCD e EFGH são paralelos; entretanto, as retas ,AB - e , FH - pertencentes a eles não são paralelas e sim reversas. Veja: A D B E a b r s a / b, r está em a s está em b r e s não são paralelas r e s são reversas 2 o) Podemos ter retas paralelas contidas em dois planos que não sejam paralelos. Por exemplo, no paralelepípedo abaixo, as retas ,AB - e ,GH - são para- lelas. A reta AB está no plano ABCD e a reta GH está no plano CDHG, que se intersectam segundo a reta CD. A B C E D H a b r s r / s, r está em b s está em a a e b não são paralelos Para refletir ¥ Que posi•›es relativas podem ter duas retas distintas que n‹o s‹o paralelas? ¥ O que acontece com dois planos distintos quando n‹o s‹o paralelos? ¥ Que posi•›es relativas podem ter uma reta e um plano quando n‹o s‹o paralelos? Você sabia? Na cadeira de praia abaixo, o encosto e o assento podem ser vistos como partes de planos secantes; as ripas de madeira podem ser vistas como retas paralelas entre si. E ls a r/ S h u tt e rs to ck /G lo Exercício 14. Indique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmações:a) Se dois planos são paralelos, qualquer reta de um deles é paralela a qualquer reta do outro. b) Se dois planos são paralelos, qualquer reta que intersecta um deles intersecta o outro. c) Se dois planos distintos são paralelos, qualquer reta de um deles é paralela ao outro. d) Dois planos paralelos a uma reta são paralelos entre si.e) Uma reta r não está contida em um plano a e é tal que r / a. Então, existe uma reta s, contida em a, tal que s / r. f) Se um plano intersecta dois planos paralelos, então as intersecções são retas paralelas. 177 11 Dist‰ncias Distância entre dois pontos Dados dois pontos distintos, A e B, a dist‰ncia entre A e B a medida do segmento AB. A B Se A e B coincidem, dizemos que a dist‰ncia entre A e B zero. A B Distância de um ponto a uma reta Dados um ponto P e uma reta r, podemos tra•ar uma reta que passa por P e perpendicular a r no ponto A. A dist‰ncia do ponto P ˆ reta r a dist‰ncia entre os pontos P e A. P A r Distância de um ponto a um plano Dados um ponto P e um plano a, podemos determinar P9, que a proje•‹o ortogonal de P sobre a. A dist‰ncia do ponto P ao plano a a dist‰ncia entre os pontos P e P9. a P P9 Distância entre duas retas distintas e paralelas Dadas as retas r e s, distintas e paralelas, a dist‰ncia entre r e s a dist‰ncia de qualquer ponto de uma delas ˆ outra reta. A B r s Se duas retas s‹o coincidentes (paralelas iguais), a dist‰ncia entre elas zero. Fique atento! entre A e B é AB, subentende-se que é a medida de AB. Para refletir entre P e r é igual a zero? Para refletir quando P [ a? entre duas retas concorrentes. Agora, vamos aprender, ou relembrar, como construir gráficos de funções quadráticas usando o software livre Geogebra. Trata-se de um software matemático, criado por Markus Hohenwarter, que reúne Álgebra e Geo- metria. Ele pode ser utilizado em todos os níveis de ensino e já recebeu diversos prêmios na Europa e nos Estados Unidos. A instalação desse software é simples: • Acesse o site <www.geogebra.org/cms/pt_BR> e clique em “Download”; • Clique em “Webstart”, faça o download e siga os passos automáticos de instalação do programa. Depois disso, você já pode usá-lo. Ao abrir o programa, você verá a seguinte tela: barra de menu entrada de comando barra de ferramentas > Depois de ter o programa instalado, faça os exercícios a seguir. 1. Construa o gráfico das funções f(x) 5 sen x e g(x) 5 cos x, como a seguir. Para isso siga os passos: 1 o passo: No campo “Entrada” (situa- do na parte inferior da tela) insira a função: f(x) 5 sin x e tecle “Enter”. Em se- guida, no mesmo campo digite g(x) 5 cos x e tecle “Enter”. Obser- ve que f (x) 5 sin x é o mesmo que f(x) 5 sen x. 2 o passo: Para melhorar a visuali- zação, clique com o botão direito do mouse sobre o gráfico da fun- ção seno e abrirá uma aba com a opção “Propriedades...”; clique so- bre ela. Assim, abrirá uma janela com várias opções; clique na aba “Cor” e escolha uma nova cor para o seu gráfico. Em seguida, clique na aba “Estilo” e coloque a espessura da linha igual a 5. Feche a janela e observe que o gráfico ficou destacado. Faça o mesmo com a função cosseno. Matemática e tecnologia Sugestões de atividades em que o computador é utilizado para visualizar e manipular gráficos e tabelas. Uma oportunidade de trabalhar com a Matemática dinâmica. o primeiro contato com um dos assuntos que será abordado na unidade. de apresentar, por meio de uma situação real ou um contexto histórico, o conteúdo que será estudado no capítulo. 4 Aten•‹o! Ainda que seja pedido ÒAssinaleÓ, ÒIndiqueÓ, etc. escreva no livro. D• todas as respostas no caderno. Objeto Educacional Digital Digitais relacionados aos conteœdos seu livro! O mundo na palma das mãos Durante séculos, os astros e a Matemática foram os instrumentos que permitiram ao ser humano desenhar mapas para se localizar no planeta. Hoje, quando o pla- neta é visto de cima pelos satélites, seus contornos não têm mais segredo. Antes mesmo de começar a escrever, é provável que as pessoas das primeiras civilizações rabiscassem re- presentações gráficas dos lugares por onde passavam. O mapa mais antigo de que se tem notícia é de origem babilônica. Trata-se de um tablete de argila cozido e que contém a representação de duas cadeias de mon- tanhas e, no centro delas, um rio, provavelmente o Eufrates. Por mais de vinte séculos, o ser humano olhou para o céu para calcular dist‰ncias e representá-las nos mapas. Hoje faz o inverso: vai para o espaço e de lá consegue imagens do planeta com uma precisão inalcançável pa- ra quem tem os pés na Terra. No Egito, essa prática começou cedo. Os egípcios já conheciam a triangulação, uma técnica para determinar dist‰ncias baseada na Matemática, que seria depois usa- da por muitos outros povos. A triangulação utiliza um princípio da Trigonometria: se um lado e dois ‰ngulos de um tri‰ngulo são conhecidos, é possível calcular o ter- ceiro ‰ngulo e os outros dois lados. Determinava-se, en- tão, uma base para se chegar ˆs dist‰ncias desejadas. A medição de terras era quase vital para os fara—s e sacer- dotes, já que seus incontáveis gastos eram garantidos basicamente pelos impostos cobrados sobre a terra, pagos em cereais. Mas quem achou o mapa do tesouro da Cartografia foram os gregos. ÒEles foram o primeiro povo a ter uma base científica de observaçãoÓ, conta a cart—grafa Re- gina Vasconcelos, professora da Universidade de São Paulo e membro da Associação Cartográfica Interna- cional. ÒA princípio, os gregos acreditavam ser a Terra um disco achatado.Ó Seus primeiros mapas-mœndi, como o de Anaximandro de Mileto (610 a.C.-546 a.C.), eram representados por um círculo onde um oceano circundava os três continentes conhecidos: Europa, çsia e çfrica. S h e il a T e rr y /S c ie ck Mapa da Terra baseado nos mitos e conhecimentos dos antigos gregos na poca de Homero (1o e 2o mil•nios antes de Cristo). Ainda no século VI a.C., a escola de Pitágoras apresentou uma Terra esférica. Essa suposição tinha base em observações práticas, como a sombra projetada por um eclipse, e considerações filos—ficas, como o fato de a esfera ser a forma geomé- trica mais perfeita. Coube ao fil—sofo e astrônomo Erast—stenes (276 a.C.-194 a.C.) a tarefa de medir a circunferência da Terra. Também conhecedor de Matemática, Erast—stenes usou a Trigonometria em seus cálculos. Ele observou que nos dias 20 e 21 de junho o ‰ngulo que os raios do Sol faziam com a superfície da Terra na cidade de Siena (hoje Assuã) era de 90¡. Nos mesmos dias, esse ‰ngulo era de 7¡ para a cidade de Alexandria. Por meio de relatos de viajantes, Erast—stenes sabia que a dist‰ncia entre as duas cidades…