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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE POR UM ENSINO MAIS LEVE DE MATEMÁTICA AMANDA DA SILVEIRA MONFARDINI FERREIRA ORIENTADORA Mª. DINA LÚCIA CHAVES ROCHA Rio de Janeiro 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …Matemática no Ensino Médio; Dante e sua obra, volume único, Matemática Dante, onde no manual do professor da obra em questão,

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

POR UM ENSINO MAIS LEVE DE MATEMÁTICA

AMANDA DA SILVEIRA MONFARDINI FERREIRA

ORIENTADORA

Mª. DINA LÚCIA CHAVES ROCHA

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

POR UM ENSINO MAIS LEVE DE MATEMÁTICA

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Docência do

Ensino Superior.

Por: Amanda da Silveira Monfardini Ferreira.

Rio de Janeiro

2010

3

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Jurema e Abel, pelo

estudo que tenho; ao meu marido,

Marciano, que me apoiou durante mais

esta trajetória, à minha filha, Rossiene

Thalia, de seis anos, que ficou me

esperando todos os sábados nos quais

cursei esta pós, à minha irmã, Isabela,

que cursou comigo esta pós e a Deus,

que nos dá força e saúde para

trilharmos os caminhos da vida.

4

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia à minha família,

em especial às duas crianças da minha

vida: Rossiene Thalia, minha filha, e

Henrique Eduardo, meu sobrinho. Todos

eles me iluminam na caminhada da vida.

5

RESUMO

Este trabalho será desenvolvido com o intuito de apontar não

somente os erros e os desencontros entre professor de Matemática e aluno,

mas de propor e destacar as reais possibilidades de encontros bem-sucedidos,

que conduzam positivamente tanto o educador quanto o facilitador de

aprendizagem. Afinal, o que pode ser feito a fim de mudar este quadro onde o

que se desenha é a frustração de professores de Matemática e alunos?

Através de sugestões e de mudanças possíveis, educadores propõem métodos

e maneiras de tornar o processo ensino-aprendizagem mais leve. Outro ponto

abordado é mostrar que o professor de Matemática não precisa ser visto como

um “monstro”. Para isto não deve se comportar como tal, não usando a sua

disciplina para amedrontar os alunos ou para impor respeito. Ao contrário, é

fundamental que o professor crie condições, como todo educador deve e

precisa fazer, para que o processo ensino-aprendizagem se dê de forma fluida

e natural. O professor deverá criar um clima de acolhimento, com um discurso

baseado na possibilidade real que o aluno tem de aprender Matemática e além

do discurso, agir em prol deste estreitamento de laços entre a Matemática,

professor de Matemática e aluno; contextualizar as questões de Matemática

tornando o entendimento das mesmas, mais fácil. No nível superior, incentivar

a pesquisa dos diversos temas matemáticos, desde sua origem, isto

possibilitará o aprendizado concreto dos conteúdos e aprofundará o

conhecimento dos mesmos, fazendo com que o aprendizado não se dê

somente no terreno dos cálculos. É preciso mostrar ao aluno, em todos os

níveis de aprendizado, as possíveis correlações que os diversos conteúdos

matemáticos entre si e com o cotidiano. Deste modo o tema em questão se

descortinará em prol de um ensino mais leve de Matemática.

6

METODOLOGIA

A pesquisa, na qual esta monografia será baseada, será constituída

de um enfoque dos problemas que professores de Matemática e alunos

enfrentam e, que podem vir a atrapalhar o processo ensino-aprendizagem.

Haverá uma busca incansável de caminhos que possibilitem sanar tais

problemas, para isto serão sugeridas soluções e se cultivará um terreno fértil

para que novas idéias surjam em prol de uma melhora no processo ensino-

aprendizagem em Matemática.

A pesquisa será realizada com base em depoimentos e obras de

alguns autores, a saber: Márcio Cintra Goulart e sua obra em três volumes:

Matemática no Ensino Médio; Dante e sua obra, volume único, Matemática

Dante, onde no manual do professor da obra em questão, é possível se deleitar

com várias considerações a respeito de como se fazer um trabalho para que

auxilie o educador a contribuir para a formação de indivíduos mais críticos e

criativos; Xavier e Barreto, na obra: Matemática Aula por Aula, na qual é

possível encontrar várias leituras e curiosidades matemáticas; Kátia Stocco

Smole e Maria Ignez Diniz, com a obra em três volumes, Matemática Ensino

Médio, que procura contextualizar a Matemática no dia-a–dia e faz elo com

outras ciências e com a Arte; Giovanni e Bonjorno, livro em três volumes, onde

também constam diversas curiosidades; Maturama, com suas opiniões

maravilhosas sobre como educar na biologia do amor.

Todas as obras supracitadas servirão de base para a pesquisa em

questão. Também serão realizadas pesquisas na Internet e nos Pcns

( Parâmetros curriculares).

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

EDUCAR COM AMOR 09

CAPÍTULO II .

MATEMÁTICA SEM MEDO 19

CAPÍTULO III

DESAFIOS 29

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43

ANEXOS 44

ÍNDICE 50

8

INTRODUÇÃO

O presente trabalho dedica-se a explorar formas como o professor de

Matemática pode tornar esta disciplina mais acessível aos alunos, enfim quais

as estratégias que o educador pode utilizar para estreitar os laços entre o aluno

e a Matemática.

A percepção, nas salas de aula, do medo e da desaprovação em

relação à disciplina em questão é muito constante. Estes sentimentos muitas

das vezes são transferidos, pelo menos num primeiro momento, para o

professor; outras vezes este fato se estende durante todo o processo, criando

um bloqueio no aluno, ambos os casos desfavorecem ou até mesmo impedem

que o processo ensino-aprendizagem ocorra com sucesso. Também pode

acontecer o contrário: O medo da figura do professor de Matemática levar a um

abismo que separa o aluno da disciplina impossibilitando o educando de trilhar

o caminho que leva ao real aprendizado.

A confiança de que possa haver e de que realmente há caminhos

que levem a mudanças, deve encorajar os educadores a continuarem

acreditando que é preciso debater e pôr em práticas novas propostas em prol

de um enriquecimento que vise o aprendizado sólido e contínuo.

Assim sendo, o tema em questão, desde já, pretende derrubar de vez

os muros que separam o aluno da Matemática e, tentar mostrar que é preciso

construir o conhecimento matemático desde as séries iniciais de modo

solidificado, do concreto ao abstrato, num trabalho crescente e contínuo,

mesmo porque os conteúdos em Matemática estão amarrados e, esta

interdependência exige que se realize um trabalho buscando englobar sempre

a magnitude da Matemática assim como a sua beleza.

9

CAPÍTULO I

EDUCAR COM AMOR

O importante é educarmos para o

“sentirpensar”.

Dr. SATURNINO DE LA TORRE

(1999).

Educar e aprender são fenômenos que dependem intrinsecamente do

envolvimento do ser como um todo. Exige troca, movimento, “entrega”,

compartilhar, incentivo, união, força, dinamismo. Todos esses ingredientes são

necessários para que haja transformação, já que somos seres mutáveis!

Transformação esta nos campos consciente e inconsciente.

É preciso emocionar-se em cada aprender. A emoção rege nossas

escolhas! O real aprender modifica condutas! Educadores precisam praticar a

biologia do amor, onde cada um se aceita e aceita o outro, ainda mais na área

das exatas que é, por muitos, considerada fria. Temos que fazer brotar em toda

área de estudo esta biologia do amor, ela se alicerça no fazer. O que seria

isso? Com o foco no fazer, o ser acaba por modificar-se naturalmente, fruto de

erros e acertos, sem amarras...O aprendizado se dará em conseqüência de um

trabalho onde; a reflexão, o desenvolvimento, a criatividade e a criticidade

serão o centro do processo. O professor não tem que se concentrar no aluno

como um ser, já tecendo um conceito sobre este ser. O que deve ser

incentivado é sempre o fazer, no espaço educacional e na vida. O educador

precisa dar ao aluno, a oportunidade de crescimento com tantos ”fazeres”,

10

onde cada aluno poderá saborear seus acertos e aprender com erros e

acertos, se construindo e se reconstruindo ao longo do processo.

Deste modo, acredita-se que não exista um ser engessado, mas sim

seres que devem ser incentivados a agirem e a refletirem (com emoção) em

um ambiente propício que contribua para a conservação e transformação da

espécie, como pensa Maturana e bem mostra o texto de Maria Cândida

Moraes: Educar na biologia do amor e da solidariedade.

O “grande boom” é fazer com que cada um seja um ser criativo e

reflexivo. É imprescindível não dar “coisas prontas” para que as pessoas as

aceitem passivamente. Como educadores devemos orientar, facilitar a

aprendizagem, nunca nos calcarmos em pré-conceitos, auxiliando assim na

formação de um ser crítico e inteiro; enfim, que saiba inserir em vários

contextos o que foi aprendido.

Assim o ser poderá se autocriar levando em consideração suas

ações recorrentes, sua bagagem, mas tendo em mente que pode mudar!

Não se deve jamais negar o outro, isto restringe sua inteligência, não

se deve punir o aluno porque o mesmo errou, nem menosprezá-lo ou compará-

lo, afinal cada ser é único em seu processo autopoiético.

Sendo assim, educar não é transmitir conhecimento, mas “ensinar o

indivíduo a pescar”, como deixá-lo raciocinar fundamentado na sua emoção,

pois a emoção é a base da razão.

Cada informação chega a cada pessoa e se “mistura com ela” de

uma forma. Os professores, em geral, precisam valorizar esta interação:

informação – emoção-razão; propiciando ao aluno um ambiente onde o mesmo

possa digerir, ruminar e assimilar cada informação até que ela vire

conhecimento.

O ser aprendente deve ter consciência de que seus pensamentos

podem ser mudados. O foco, em um processo de ensino-aprendizagem, não

deve estar, num primeiro momento, nos resultados; estes sim serão produtos

naturais de uma formação alicerçada na biologia do amor. Esta biologia se

11

baseia em uma convivência harmoniosa; nos sentimentos sendo levados em

consideração; nas emoções; no respeito, pois é preciso aprender a se respeitar

para respeitarmos o outro e sem a aceitação do outro, não haverá boa

convivência social.

O importante é educar para o sentipensar (expressão utilizada pelo

prof º Dr Saturnino de La Torre, da Universidade de Barcelona, em conferência

realizada em Santiago do Chile, em março de 1999). É preciso lidar com o ser

como um tudo, integral, fazendo com que cada indivíduo aprenda a aprender e

a conviver, fatores estes indispensáveis para um bom convívio social.

A formação acadêmica e o ambiente escolar influenciam na formação

do ser como um todo! Sendo assim, não devemos como educadores minar a

auto-estima do outro, nem desvalorizar ou criticar negativamente este outro. É

imprescindível que o aprendente esteja numa atmosfera propícia para o

aprendizado, sendo que esta fase, como já foi supracitado, pode acarretar, até

na fase adulta, problemas se o indivíduo não cresceu num ambiente que

valorizasse o respeito. Deste modo, o foco tem que estar no fazer e não no ser,

para que o aprendente tenha aceitação de si mesmo e do outro, isto é

essencial nas relações humanas.

Assim os seres humanos devem ser criados na biologia do amor

desde o nascimento, para que se formem cidadãos felizes, inteiros,

conscientes de nossa condição maior que é a mutabilidade, mantendo sempre

nossa organização.

Todo educador deve contribuir para a formação de cidadãos

conscientes, críticos, criativos, que saibam se portar nos diferentes contextos,

que possam surgir no decorrer de suas vidas. E o mais importante, cada

indivíduo deve ter a noção de que sempre pode aprender, num processo

constante que os mantenha vivos. Aprender a aprender, na biologia do amor,

eis o grande desafio!

Para que todo desafio seja encarado, é preciso ter em mente que é

possível conseguir chegar ao objetivo final, para isso é necessário dedicação,

12

perseverança, curiosidade, orientação, disposição e o desejo forte de puxar

para perto o que parece tão distante.

É necessário que haja muitos fatores que possam vir a transformar a

realidade que temos hoje, onde muitas vezes a Matemática é encarada como

um grande monstro assustador, são eles: vontade de mudar; um bom ambiente

de trabalho; apoio, de vários setores da Educação e até mesmo da direção do

colégio; recursos didáticos, para dar suporte ao trabalho do professor;

colaboração até mesmo dos pais dos alunos, para ajudarem a redesenhar o

perfil da Matemática; e acima de tudo, iniciativa por parte, primeiramente dos

educadores, para tornar mais leve o ensino da Matemática.

1.1 Matemática com amor.

Muitos estudiosos vêm pesquisando maneiras e estratégias de tornar

a Matemática mais atraente e menos temida pelos alunos, em geral. Dante

(2005), estudioso do assunto, pode contribuir, com certeza, para a pesquisa

desenvolvida aqui. Segundo Dante, é preciso que os educadores incorporem

os avanços nos estudos e nas pesquisas realizadas em Educação matemática.

Nestes estudos aparece a importância do desencadeamento dos conceitos

matemáticos, na maioria das vezes, a partir de uma situação-problema, este

procedimento auxiliará o educando; uma vez que o permitirá enxergar como

um conceito se aplica em um determinado contexto, se tornando com isso, útil

e mais claro. Dante também chama a atenção para que seja abordada a

História da Matemática, isto contribuirá para que a introdução de diversos

assuntos se encha de significado. A história da Matemática pode também ser

utilizada como leitura servindo de auxílio para resolução de problemas

envolvendo exponenciais, logaritmos, Trigonometria e números reais.

A Matemática deve proporcionar ao aluno a aquisição de uma

parcela considerável do conhecimento humano, para que o educando seja

13

capaz de ler e interpretar a realidade e de desenvolver capacidades

necessárias pa uma atuação efetiva na sociedade e na sua vida profissional.

É preciso, segundo Goulart (2005), que educadores e educandos se

afastem de um passado, existente tanto na Grécia Antiga como também em

nosso país, no último século, onde a Matemática era privilégio das elites

socioeconômicas da sociedade. Acredita-se em obras cujas orientações

pedagógicas que possibilitem o resgate de espaços vivenciados pelos alunos,

os fatores intervenientes no mesmo, os objetos, assim como situações

consideradas desafiadoras, pelo educando, e que desse modo desperte seu

interesse, Silva (2005). Deste modo, os assuntos matemáticos precisam ser

trabalhados com mais leveza, pois ao invés de cálculos enfadonhos o aluno

terá mais tempo para raciocinar, criar e resolver, de fato, os problemas.

É importante também tocarmos na questão do uso de calculadora.

Como Dante (2005), alguns educadores já acreditam no uso da calculadora

como facilitador no aprendizado. È claro que nas séries iniciais, a criança deve

construir os conceitos básicos das quatro operações. Nesta etapa, ela está

aprendendo a realizar cálculos e não pode fazê-los na calculadora, é

imprescindível que os faça manualmente. Mas, em uma fase mais avançada, é

claro que a calculadora será útil, uma vez que dará mais velocidade a cálculos

grandes e trabalhosos, abrindo terreno para que o aluno se concentre no

raciocínio-lógico que deverá aplicar em cada situação-problema. Muitos

educadores de Matemática não vêem este assunto deste modo, tornando os

problemas ainda mais temidos pelos alunos, cansativos e/ ou até mesmo

chatos.

É necessário também que os educadores façam a articulação da

Matemática com outras Ciências e, que os conceitos matemáticos sejam

construídos de modo equilibrado e sem que haja descuido com as aplicações

dos mesmos, diz Dante (2005). Afinal, as múltiplas interações entre as diversas

disciplinas do currículo enriquecem e viabilizam um melhor aprendizado, à

medida que oferecem um banquete ao aluno. Assim, é preciso que o professor

esteja preparado para lidar com este banquete de idéias entrelaçadas; agindo

14

como facilitador da aprendizagem, como deve ser. Para Dante (2005), é

indispensável contextualizar os conteúdos de ensino. Isto significa aproveitar

da melhor forma possível a relação entre estes conteúdos e o contexto social e

pessoal de cada aluno.

È possível tornar o ensino da Matemática mais leve, transformando-a

em uma disciplina amiga de todas as horas, pois ainda segundo Dante (2005),

estudos e pesquisas das últimas décadas em Educação Matemática (área do

conhecimento que estuda as múltiplas variáveis da aprendizagem e do ensino

da Matemática) nos mostram que a Matemática é uma ferramenta

indispensável na sociedade moderna, pois para ser um cidadão pleno é preciso

saber contar, comparar, medir, calcular, resolver problemas, argumentar

logicamente, conhecer formas geométricas e organizar, analisar e interpretar,

de modo crítico, as informações para que as mesmas se consolidem e venham

a se transformar em sabedoria.

É atribuído à Matemática, segundo Smole (2005), a dupla função de

desenvolver habilidades e competências e de possibilitar aos educandos a

aquisição de conhecimentos que possam ser importantíssimos na leitura de

mundo, assim como para o progresso científico e tecnológico.

É importante salientar a visão que Dante (2005) possui sobre a

Matemática, quando afirma que: A Matemática não é algo pronto e acabado

que apenas deve ser estudado, mas sim algo dinâmico, objeto de construção.

Encarando a disciplina em questão desta forma, é possível que o aluno se

aproprie dos conhecimentos matemáticos com maior facilidade. (Dante, 2005).

A Matemática como todas as disciplinas e todos os objetos de estudo

devem se tratados com dedicação. Mesmo quando um aluno não apresenta

facilidade inata na área das Exatas, é preciso que ele aprenda a importância

que o estudo tem na formação de um cidadão e assim, com perseverança e

afinco, é possível adquirir os conhecimentos básicos necessários tanto na vida

acadêmica quanto para a plenitude do ser.

15

1.2 Avanços conquistados pela educação Matemática.

Cada vez mais há a necessidade de se aproximar a Matemática dos

educandos e vice-versa. Estudos, sublinhados por Dante (2005), indicam que

para o aluno aprender a disciplina em questão, com significado, é importante

que vários aspectos sejam considerados, a saber: As idéias, os conteúdos

matemáticos que precisam ser apresentados intuitivamente para, em um

segundo momento, serem mostrados em linguagem matemática. Também é

importante que o aluno aprenda por compreensão, sabendo o sentido dos

conceitos.

A maioria dos conceitos matemáticos pode ser explicada facilmente,

aplicando-os em algum contexto conhecido pelos alunos, se tornando assim de

fácil compreensão. É necessário que o aluno seja estimulado a pensar, a

criar... O importante é desmistificar a Matemática, tirando a idéia de que ela

consiste somente em cálculos enfadonhos, como já foi dito anteriormente, e

colocando mais cor nos estudos matemáticos. Contextualizar a Matemática!

Este é um dos principais segredos junto de um trabalho profundo e detalhado

de cada conceito, desde as séries iniciais.

No ensino superior também é preciso mostrar a relação que uma

matéria tem com outra para que o aprendente amplie seus horizontes e

comece a enxergar a permeabilidade que um assunto tem no outro e como

eles estão ligados intrinsecamente.

Dante (2005), também mostra a importância de se trabalhar com

situações problema próprias da vivência dos alunos, pois os conteúdos a

serem trabalhados pelos alunos têm que ser significativos; deste modo, ao

perceber que o que está sendo estudado vai ser útil para ele, em seu cotidiano,

o indivíduo se mostrará mais receptivo com a matéria estudada.

É preciso valorizar a bagagem de cada aluno, estimulá-lo a realizar

cálculos mentais, incentivar a observação, a construção, o raciocínio-lógico,

valorizar mais o processo do que o cálculo final. Cada problema, na maioria

16

das vezes, tem vários caminhos para resolução; é imprescindível que o

professor dê valor para o caminho que o aluno traçou para chegar à resposta

final.

Como já foi dito, deve-se tornar possível o uso adequado de

calculadoras e computadores que viabilizam ao aluno maior tempo na

elaboração de seu raciocínio. Deve-se também trabalhar a autoconfiança dos

alunos em relação à resolução de problemas.

A Matemática é uma disciplina onde os assuntos dependem um do

outro, é preciso consolidar cada tópico estudado. Uma dificuldade que se tem é

que muitas vezes um conteúdo novo precisa de conhecimentos anteriores e,

uma vez que os alunos não estão com estes conhecimentos internalizados

surge então um buraco ou um abismo, entre o aprendizado do novo assunto e

do antigo. A partir daí, dá-se uma ruptura no aprendizado da disciplina, ruptura

esta que se não for vista rapidamente pode nunca mais voltar a ter a conexão

re -estabelecida.

Sendo assim, é preciso esgotar todas as possibilidades de estreitar

laços entre a Matemática e alunos, em geral.

A maioria dos alunos já chega em sala de aula desconfiada e com a

plena certeza de que não sabe Matemática, deste modo não se dá a

oportunidade de conhecê-la e ver a real beleza e utilidade que ela tem na vida

de todos, como saber lidar com dinheiro, pesos e medidas, diversas grandezas,

etc....

Desta forma, na sociedade globalizada de hoje, com tantos avanços

tecnológicos e com uma gama de informações, para serem assimiladas, é de

primeira importância que se formem indivíduos preparados para enfrentar a

realidade do dia-a-dia, por isso é essencial levar o cotidiano dos alunos para a

sala de aula.

O estudo da Matemática contribui, até mesmo, para criar uma

independência intelectual no indivíduo e, num contexto maior contribui para

uma sociedade cada vez mais evoluída, pois à medida que se formam

cidadãos conscientes, se modifica a sociedade da qual eles fazem parte.

17

Primar pela educação é o que de melhor se deve fazer!

1.3 A Matemática está presente em tudo

Com a utilização de jornais, revistas e da Internet, o professor deve

mostrar ao aluno que a Matemática está presente em tudo. O educador deve

trabalhar os conteúdos matemáticos através dos meios supracitados. Como

exemplo, podemos citar a visualização de dados numéricos em notícias de

jornais.

Segundo Dante (2005), os alunos podem utilizar tabelas e gráficos

que aparecem em jornais e revistas. Ele sugere que os alunos podem até

mesmo fazer redações descrevendo a maneira pela qual interpretam dados,

gráficos e tabelas, aprendendo assim a organizarem seus pensamentos. Com

a clareza na linha de raciocínio o aluno vai conquistando maior segurança.

Quanto mais o aluno resolve problemas, conseqüentemente ele consolidará

mais os conceitos. Até em folhetos de propagandas há o aparecimento de

conceitos matemáticos. No parque de diversões, como exemplo, há o conceito

de arcos côngruos, que possuem medidas congruentes, que podem ser

estudados por meio da observação de uma roda gigante..

O livro de Matemática deve ser lido! Há alunos que já começam a

fazer ou a tentar fazer os exercícios sem nem antes lerem e internalizarem as

informações a respeito do conceito estudado.

O professor tem que recorrer a tudo que viabilize um melhor

aprendizado e que permita que o processo ensino aprendizagem aconteça da

melhor forma.

Assim, é válido utilizar todos os recursos didáticos possíveis, como:

régua esquadro, relógio, tesoura, transferidor, metro, entre outros.

18

Não podemos deixar de falar na utilização do computador para

trabalhar conceitos de maneira, muitas vezes mais lúdica e mais leve, como

propõe nossa pesquisa. O uso da Internet, com sites que exploram diversos

assuntos matemáticos, também é um ótimo recurso para atrair a atenção dos

alunos. Também podem ser utilizados jogos, desafios, gincanas que incentivem

os alunos a estudarem e se aprimorarem na disciplina.

Há sempre um jeito de saborear a Matemática e de um modo mais

leve até aqueles que não gostam dos números começam a ver a Matemática

com outros olhos.

19

CAPÍTULO II

MATEMÁTICA SEM MEDO

A educação é um ato de amor e, portanto, um ato de coragem. Não

pode temer o debate, a análise da realidade, não pode fugir à discussão

criadora, sob pena de ser uma farsa.

Paulo Freire.

A Matemática é um terreno vastíssimo que pode, com certeza, nos

proporcionar descobertas incríveis em vários campos do conhecimento. Lidar

com Ciências exatas amedronta muitos alunos, pois o nome: Exatas, dá uma

idéia de que se o resultado estiver errado, todos os cálculos também estarão. É

claro que os resultados são importantíssimos; afinal, não se pode errar, por

exemplo, cálculos de engenharia, correndo o risco de um prédio vir abaixo. Por

outro lado, não se pode desconsiderar o desenvolvimento dos cálculos, muitas

vezes corretos e que por um motivo ou por outro têm seu resultado final

incorreto. Durante o processo ensino-aprendizagem é preciso incentivar os

alunos a pensarem visando à evolução de raciocínio e o amadurecimento do

pensar matemático.

Giovanni (2005), um dos autores da obra: Matemática Completa

expõe de maneira bem clara o porquê ensinar Matemática: A Matemática

fornece instrumentos eficazes que nos auxiliam a compreender o mundo que

nos cerca, sendo assim, é ferramenta essencial na solução de problemas. Eles

20

afirmam que além de um método, a Matemática é um meio de comunicação; já

que se trata de uma linguagem precisa, permitindo então argumentação de

forma clara e dizem mais, quando declaram que a Matemática faz parte do

patrimônio cultural que a humanidade vem acumulando. Os autores da obra

supracitada também afirmam que a Matemática tem caráter integrador e

interdisciplinar e deve ser aprendida não só por aqueles que se dedicarão

exclusivamente à área de Matemática, uma vez que esta disciplina permeia por

outras Ciências, a saber: Física, Economia, Biologia, Lingüística e Engenharia,

por exemplo.

Goulart (2005) diz que as finalidades do ensino da Matemática em

qualquer nível envolvem várias dimensões, que tangem aspectos culturais,

sociais, formativos e políticos.

É claro que há aqueles indivíduos que têm maior facilidade para a

área das exatas, mas também é verdade que muitos assuntos em Matemática

são sim de fácil entendimento, sendo necessária uma devida orientação e,

desde as fases iniciais do aprendizado. É imprescindível tratar os assuntos de

forma mais elucidativa e não complicá-los com cálculos mirabolantes e muitas

vezes desnecessários.

Desde o uso de material concreto até um trabalho de

desenvolvimento da abstração, tudo deve ser feito de modo a conseguir

evolução do raciocínio lógico-matemático, tão necessário em ações simples

como ir à feira, calcular um percentual de algum valor, entender o cálculo da

velocidade e aceleração, em Física, etc...

Em uma simples compra de pãezinhos, na padaria, estamos

utilizando o conceito de função do 1º grau; a idéia de Matrizes pode ser

encarada como a distribuição de itens em uma gôndola de mercado; uma regra

de três simples ou composta pode ser aplicada e resolver várias situações -

problema do dia-a-dia. Ao mostrar isto para os educandos, o educador estará

aproximando seus alunos da disciplina, tema deste trabalho.

Muitos educadores utilizam a Matemática como arma para colocar

medo nos alunos, para que os mesmos passem a se comportar melhor em sala

21

de aula ou para os obrigarem a realizarem as atividades propostas em sala ou

em casa. Deste modo, os alunos tendem a rejeitar cada vez mais a disciplina

em questão, não se dando a oportunidade de chegar próximo da Matemática,

provar da sua beleza e das suas maravilhas!

2.1- O interesse pelo estudo da Matemática

O grande problema na Matemática, fazendo um trocadilho, é que ela

exige construção de conceitos, isto é, um conceito depende do outro.

Há alunos que chegam ao Ensino Médio sem saber conceitos

essenciais, que deveriam ter sido consolidados nas séries iniciais. Nestas

séries, muitos alunos não aprendem nem o real significado das tabuadas, ao

invés disso decoram os resultados lendo 2 X 1 = 2 ( duas vez um é igual a

dois), quando era para estabelecer o conceito de vezes, ou seja, duas vezes o

um ( 1 + 1) é igual a dois. A multiplicação é uma adição implícita! Da mesma

forma 1 X 2 = 2, significa que uma vez o dois é dois. O professor pode

aproveitar para comentar que quando dizem que 1 X 2 é igual a 2 X 1, esta

igualdade só acontece no resultado final, pois os processos feitos, para a

obtenção destes resultados, são diferentes, como foi visto acima.

É indispensável que as mudanças ocorram lá na base. Nesta época,

mais do que em outras, o educando precisa do olhar responsável de um adulto,

orientando-o, pois ele ainda não tem maturidade para entender que o que está

aprendendo será importante para ele daqui a alguns anos. Educador e

educando precisam experimentar grande troca e cultivar uma parceria

constante.

Na faculdade de Matemática o aluno já precisa chegar com os

conceitos internalizados, pois irá precisar deles no decorrer do curso de

graduação. Nesta etapa também é importante a contextualização dos assuntos,

a explicação de como se chegam até as fórmulas, as várias formas de se

resolver um determinado problema, como se trabalhar a abstração nos alunos,

22

entre outros... É necessário enfatizar todos os fatores supracitados como sendo

primordiais.

Silva (2005) afirma que num país como o nosso, que possui

diferenças socioeconômicas e culturais, o ato de estudar é também uma

reflexão sobre a prática educacional, sendo assim, em sua obra, procuram

contribuir com o ensino escolar que valorize os conteúdos temáticos,

socialmente relevantes. Xavier e Barreto têm a preocupação de desenvolver o

conhecimento matemático formal e, ao lado disso, eles têm outro desafio: A

necessidade de despertar no estudante o interesse pelo estudo da Matemática,

com a qual ele deva se envolver de maneira leve e conseqüentemente

agradável. Para que isto seja possível é importante a atuação do professor

como agente estimulador, trabalhando em prol de criar situações que

favoreçam a busca de informações pelo aluno. É preciso dar condições para

que os alunos possam interagir com estas informações, a ponto de amadurecê-

las até que elas se transformem em conhecimento, de fato.

Desde as séries iniciais é preciso estreitar laços e, mesmo que na

maioria das vezes os professores trabalhem em vários turnos, é essencial que

primem por um bom trabalho e que estabeleçam um vínculo de confiança com

os alunos. O que acontece é que muitos professores, por terem várias turmas,

a maioria lotada, não consegue dar a atenção necessária a todos os seus

alunos. Por esta razão precisam lançar mão de estratégias e ter vontade e

empenho para mudar.

O que é preciso ser feito é acreditar, antes de tudo, que um

planejamento flexível auxiliará o trabalho com os alunos. Plano este, onde o

professor poderá traçar metas a serem alcançadas e, definir estratégias a

serem aplicadas, como: atividades de fixação, aulas de dúvidas, atividades em

grupo, entre outras.

Deste modo, um trabalho com a consciência de que se pode fazer

muito pela educação, mudará nem que seja aos poucos a situação em que a

maioria dos alunos se encontra: Perdidos, desistentes e até mesmo se

sentindo derrotados e impotentes quando estão em uma aula de Matemática.

23

2.2- Recursos utilizados e desenvolvimento de competências

É indiscutível a importância da utilização de recursos didáticos e

paradidáticos na Educação. Quem ainda não se rendeu a eles está perdendo

uma grande oportunidade de enriquecer seu trabalho. Diversos recursos

podem ser colocados como coadjuvantes no processo ensino – aprendizagem

de Matemática. O trabalho em grupo é um deles. Smole (2005), aponta este

tipo de recurso como sendo mais do uma estratégia de ensino, mas sim um

fator imprescindível nas relações, contribuindo para as interações sociais,

assim como para o desenvolvimento cognitivo de todos os envolvidos no

processo. Elas apontam vários objetivos pertinentes ao trabalho em grupo,

dentre eles: Promoção da interação, como já foi dito, entre os alunos do grupo

e entre os grupos, além do favorecimento da construção do conhecimento;

aparecimento de diferentes formas de pensar um mesmo problema,

contribuindo para que uma troca enriquecedora de saberes se torne possível;

desenvolvimento de habilidades de raciocínio como: investigação, inferência,

reflexão, exploração; desenvolvimento da comunicação, tanto da linguagem

oral como da escrita, além da ordenação de pensamentos; exploração das

habilidades de descrição, de explicação, possibilitando o questionamento e, a

busca incessante por meios efetivos de se conquistar sucesso na resolução

dos problemas propostos; desenvolvimento da autonomia através do confronto

de idéias.

O caminho que o aluno percorre buscando a solução para as

situações–problema propostas o amadurece, permitindo com que ele comece a

valorizar esta busca. Desta forma, o resultado final é um produto desta busca,

sendo caminho e resultado ambos protagonistas no cenário da aprendizagem

matemática. Sendo assim, o trabalho em grupo ajuda a desenvolver várias

competências.

24

Ainda segundo Smole (2005), podemos sublinhar algumas

competências que podem ser desenvolvidas no decorrer do processo ensino -

aprendizagem de Matemática: A capacidade que o indivíduo passa a ter de

compreender e emitir opiniões próprias sobre informações referentes ao mundo

da Matemática; a capacidade de análise, argumentação e posicionamento

crítico a respeito de diversas questões. Um trabalho realizado na área da

Matemática amplia a capacidade do estudante em outras áreas e em sua vida.

Outro recurso sugerido em Smole (2005) é a utilização de livros

paradidáticos, pois elas alegam que o uso dos mesmos permite a ampliação

dos conhecimentos dos alunos, em vários temas, além de desenvolver

competências de investigação e ligadas a comunicação. Os livros paradidáticos

entram como enriquecedores no processo, uma vez que instigam a

curiosidade, incentivam e estimulam os alunos a pesquisarem várias fontes

sobre um mesmo assunto, além de estreitar laços fazendo uma ponte entre

alunos e a Matemática. Através de histórias, problemas ou desafios que

acabam por conquistar os alunos sem eles perceberem, estes livros acabam

tornando o ensino da Matemática mais leve como é a intenção do trabalho aqui

desenvolvido. Alguns cuidados devem ser tomados pelos educadores, quando

na utilização dos livros paradidáticos. O ideal é não propor uma prova ou

avaliação diretamente ligada à leitura do livro paradidático, pois isto pode

desestimular a utilização deste recurso, uma vez que o aluno encararia como

obrigação uma leitura que deveria ser prazerosa; afinal, o aluno precisa

encontrar prazer na busca de conhecimento matemático. Outras maneiras de

procurar atrair a atenção do aluno para a leitura dos livros em questão têm que

ser apresentadas. Uma sugestão pode ser a organização de um debate livre

apontando as principais idéias presentes no livro utilizado. Outra idéia é a

proposta de um seminário com base no livro; também pode ser proposto que

os alunos realizem uma redação relatando pontos que leram para publicar em

um possível jornal da escola ou na Internet. As autoras ainda propõem a

organização de uma página sobre o assunto do livro para colocar na homepage

da escola. No ensino superior, é muito válida esta leitura proposta acima,

possibilitando a ampliação dos horizontes dos educandos, em geral.

25

O computador é outro recurso citado em Smole (2005) é considerado

muito importante para o desenvolvimento de um indivíduo. O uso do

computador visa uma educação tecnológica. Assim como o uso de calculadora,

o computador libera o aluno de tarefas mais técnicas, auxilia na investigação e

pesquisa e permite um melhor controle do tempo.

Existe então a consciência da importância do uso do computador,

mas também há a certeza que nem todos têm acesso a esta tecnologia, por

mais difundida que ela esteja aqui no Brasil. Algumas das competências

desenvolvidas com o uso do computador são: capacidade de seleção e de

utilização de instrumentos de cálculo; assim como, a capacidade de

representar dados, de estimar resultados, de elaborar hipóteses e de

interpretar dados e resultados.

Muitos recursos além destes podem ser criados e recriados. Só

depende do empenho dos educadores em prol de uma evolução no conceito de

como ensinar Matemática, em qualquer estágio da vida.

2.3- Conversa sobre: Professor e aluno

Quando um professor se apresenta como sendo de Matemática, já

desencadeia um medo ou pavor na maioria dos alunos. Há aqueles que

afirmam de antemão, que não vão aprender nada que o professor explicar.

Este é o passo inicial para se construir um bloqueio psicológico em relação à

disciplina. Na verdade, quando o aluno age desta maneira é porque ele já

apresenta uma barreira formada dentro dele, o impedindo de aprender

Matemática e tornando o processo ensino-aprendizagem difícil. O educando se

comporta como se colocasse uma cortina impedindo que a luz da Matemática

chegue aos seus olhos.

Outro fator determinante para a desaprovação da disciplina é quando

o professor acaba por utilizar a disciplina como meio de “colocar terror nos

alunos”.

26

A maioria dos alunos que se sente desesperada, frente à

apresentação do professor de Matemática, são aqueles que muitas vezes não

têm a base para aprender novos conceitos e, que em razão disso se sentem

muito inseguros. Esta insegurança atrapalha de maneira incisiva no

aprendizado desta disciplina que exige, como outras, concentração, dedicação,

interesse, raciocínio; enfim, habilidades que só aflorarão em um ambiente em

que o aluno não se sinta pressionado e acuado.

Cabe ao professor desmistificar tudo isso e contribuir para que os

alunos possam acreditar que aprender Matemática possa ser legal.

Não é porque o professor é de Matemática que ele deve ser um

profissional frio e calculista, visando somente os resultados e as avaliações. A

humanização deste professor de Matemática deve ser incentivada e trabalhada

nos cursos superiores, evidenciando a importância de que o professor de

Matemática vá para a sala de aula sem o peso e os fantasmas que foram

atribuídos a eles, ao longo dos anos.

Com paciência e dedicação o educador pode vir a ser um ótimo

facilitador de aprendizagem. Um verdadeiro facilitador da aprendizagem não se

sente detentor do conhecimento, ao invés disso, ele investe na troca e valoriza

a bagagem que o aluno leva para a sala de aula. O verdadeiro educador

conhece seu aluno, aposta em atividades que lhe possibilitem ter um feedback

e tem à mão um planejamento flexível que atenda às necessidades dos alunos.

Verdadeiros educadores, já na elaboração do projeto político-pedagógico da

escola, consideram a comunidade na qual a escola se encontra inserida. E, por

fim, verdadeiros educadores exercem sua profissão com amor, objetivando o

sucesso de seus alunos e como conseqüência alcançam o deles próprios.

É preciso abordar aqui que muitos professores têm a dificuldade de

lidar com o desinteresse dos alunos que é fruto, muitas vezes, de um não

conhecimento da disciplina. Este desinteresse acarreta falta de atenção, mau

comportamento, baixas notas e estes fatores tendem a formar um círculo

vicioso que acabam por encurralar tanto professores como alunos. Alguns

professores podem com isso perder o controle da situação e confundir

27

autoridade com autoritarismo. Há que se diferir autoridade de autoritarismo e

acabar de uma vez por todas com o mito de que é um castigo ter que estudar

Matemática. É preciso salientar que muitos educadores já trilham o caminho de

uma apresentação “amigável” da disciplina.

A contextualização dos assuntos pode ser um primeiro passo, para

deixar a Matemática com “a cara dos alunos”. Quando os assuntos abordados

permeiam o dia-a –dia do estudante, eles promovem uma motivação interna

neste aluno.

Os alunos estão cada vez mais informatizados, mais tecnológicos e

mais robóticos? Será que toda esta tecnologia esfriou a relação professor e

aluno? Tomara que tanta evolução no campo do acesso às informações não

tenha distanciado o aluno do professor e vice-e-versa, tirando o valor do

professor e do próprio encontro em si.

O professor muitas vezes não dispõe do mesmo tempo que o aluno

para ficar na Internet, assim é preciso e cada vez mais imprescindível que o

professor se organize a fim de conseguir um tempo para pesquisa assim como

para estudos continuados, não só na sua área, mas no que tange as mudanças

e avanços nesta área tão rica da Educação.

Tudo o que foi supracitado torna-se um desafio já que a correria do dia-

a-dia deixa o dia do professor menor e, por conseqüência ele tem menos

tempo para estudar.

Outro desafio é fazer os alunos se interessarem por estudos que

exijam pesquisas mais profundas, mais longas; já que muitos deles buscam

emoções/ sensações novas, ou seja, buscam prazer imediato. O jovem, em

geral, quer respostas rápidas, quer tudo pra ontem! E no campo dos estudos,

muitas vezes, é importante um tempo maior para que o conhecimento se

enraíze no ser. É necessário se ”gastar tempo com reflexões, ruminando

conceitos, se defrontando com choques entre informações novas e o que já “se

sabe”. É preciso respeitar esta fase de desequilibração e buscar o equilíbrio

sem a ansiedade inerente à esta geração.

28

Parar, ler, pensar, escrever, coisas tão básicas como estas são

necessárias para que a informação passe a conhecimento. Nada contra as

pesquisas na Internet ou em outros meios tecnológicos, ao contrário, elas

também constituem um meio do usuário amadurecer e crescer. É preciso

acreditar que a utilização consciente dos meios tecnológicos auxilia no

crescimento cognitivo dos indivíduos. O perigo é o aluno aproveitar o fato de

estar usando o computador e não resistir e, ao invés de estudar for apenas se

divertir.

Há tempo para tudo, o jovem é que costuma atropelar o tempo e com

isso não o divide bem. Cabe aos educadores orientá-los sempre, mostrando

que um estudo mais prolongado e profundo, que exige maior dedicação, pode

vir a ser gostoso, dando um retorno prazeroso, embora não imediato.

Saber lidar com estes desafios é um desafio! O importante é nunca

parar de estudar, afinal; o professor tem que ter a consciência de que não é um

ser pronto, ele aprende sempre, inclusive com os desafios.

É preciso acreditar que já estamos a caminho de uma realidade onde

o contato entre professor e aluno seja de respeito e onde todas as novas

descobertas do mundo só venham a somar, tornando os resultados ainda mais

positivos.

Outro ponto a ser enfocado, é a importância que o acompanhamento

dos pais ou responsável tem para o bom andamento dos estudos de um

indivíduo. Já tratamos deste fato quando nos referimos à importância de se

educar na biologia do amor.

Para Goulart (2005), é importante que os professores se preocupem

desde a escolha do material didático, adequando–o à sua carga horária e a seu

planejamento, definindo as atividades a serem desenvolvidas na sala de aula e

as que podem vir a compor o trabalho extraclasse.

Muito pode se fazer para modificar este quadro no qual muitos

educandos chegam ao ensino Médio sem dominarem o mínimo para

conseguirem continuar seus estudos de maneira tranqüila e condizente com o

nível que estão.

29

CAPÍTULO III

DESAFIOS

Um professor sempre afeta a eternidade,

Ele nunca saberá onde sua influência termina.

Henry Adams (1838- 1918)

Historiador norte - americano.

Um dos maiores desafios para os professores, em geral, é saber qual

é a melhor e mais eficaz maneira de avaliar seus alunos. A avaliação é por si

só um problema a ser solucionado. O que se vê, na maioria das vezes são

avaliações que são verdadeiros desafios para os alunos e que em nada o

ajudam em se tratando de crescimento cognitivo. Uma avaliação tem que ser

um meio de o educador verificar se os alunos estão atingindo o objetivo do

curso, ao contrário de uma prova rígida e muitas vezes não condizente com o

que fora explicado em sala de aula.

Mas o que é avaliar? Perguntam e respondem os autores da coleção

Matemática aula por aula, Silva (2005). Eles entendem que a avaliação

constitui uma das etapas do processo de ensino e aprendizagem e deste modo

poderá, entre outras coisas, fornecer informações que irão contribuir para o

aperfeiçoamento desse processo. Eles afirmam que para a avaliação propiciar

um diagnóstico esclarecedor e transcender as meras ações de medir e de

classificar, é indispensável que seja contínua e diversificada. .

Ainda de acordo com Silva (2005), a avaliação pode se transformar

em um instrumento que ajuda educadores e educandos a reverem hábitos,

valores, procedimentos e conceitos, tornando possível a reflexão para a

mudança, de aspectos da pratica pedagógica em si. Eles apontam como é

imprescindível a descontração e a motivação do aluno, durante o processo de

30

avaliação que deve ser constituído de várias oportunidades para que ele seja

enfim bem avaliado. É papel do professor possibilitar que o próprio aluno

comece a enxergar a avaliação como um indicador que poderá auxiliá-lo a

rever e a aperfeiçoar o seu conhecimento, esta nova diretriz de pensamento

ajuda a desenvolver valores e atitudes..

As avaliações podem ser, segundo Goulart (2005), individuais, em

duplas, em grupos, com ou sem consulta, escritas e/ ou orais. Podem envolver

tanto assuntos cumulativos quanto conteúdos chamados de estanques (que

envolvem conteúdos estudados a cada bimestre).

Como avaliar o aprendizado de conhecimentos matemáticos? Quais

instrumentos utilizar para avaliar o aprendizado de conhecimentos matemáticos

pelos alunos? Estas perguntas são indagações que constam no livro:

Matemática no Ensino Médio, Goulart (2005). Segundo ele, os instrumentos

devem ser diversificados e aplicados em várias etapas do processo para que

possíveis dificuldades possam ser detectadas. Além disso, o educador deve ter

sempre um olhar voltado para o aluno a fim de perceber o desempenho dele.

Há professores que dão mais valor para a avaliação do que para o

processo de ensino-aprendizagem em si. Eles costumam aplicar testes

surpresa, colocar questões desafios. Na hora de uma prova não é o momento

para o professor lançar mão de um desafio, já que um exercício assim deve ser

trabalhado em sala de aula para que seja esmiuçado, saboreado e não

colocado em uma avaliação valendo ponto. Este procedimento só reforça o

mito, muitas vezes real, que prega a Matemática como arma para amedrontar

os alunos.

Uma avaliação deve verificar, Silva (2005), se o aluno assimilou os

conteúdos programáticos que foram trabalhados em sala. Claro que não

apenas os mesmos exercícios ou os mesmos exercícios com outros valores. É

preciso constatar se o aluno assimilou os conceitos, as principais idéias e se

sabe aplicá-los em diferentes contextos. Torna-se essencial a utilização de

instrumentos de avaliação diversificados. A seguir serão citados alguns

instrumentos de avaliação, sugeridos pelos autores Xavier e Barreto, são eles:

31

Seminários, palestras e debates sobre a história da Matemática; produção de

textos e artigos com argumentos fundamentados em conhecimentos

matemáticos, sem fazer uso excessivo de simbologia matemática; atividade

individual ou em grupo envolvendo a aplicação do conhecimento matemático

em outras áreas do conhecimento; elaboração de relatórios, gráficos e tabelas

que sejam frutos de dados, coletados, organizados e analisados do

conhecimento; relatórios - escritos ou orais - sobre visitas a universidades,

indústrias, institutos de pesquisa, feiras de informática, videoconferências, ou

outro local que a realidade escolar possibilite; participação em atividades

interdisciplinares que envolvam a comunidade escolar; construção de um

minilaboratório de matemática, fazendo uso de materiais compatíveis com a

realidade escolar; exposição de todos os trabalhos – produzidos no semestre

ou no ano, integrada ao projeto escolar.

3.1- Os Objetivos de uma avaliação

Uma avaliação deve permitir que: Os alunos expressem suas idéias

e, que os professores tenham meios para avaliarem o avanço feito pelos

estudantes; assim como, possibilitar que o educador possa destacar os pontos

de principais dúvidas enfrentadas por eles e deste modo, trabalhar com cada

aluno, a fim de sanar tais problemas.

De acordo com Giovanni (2005), o objetivo da avaliação é buscar, de

modo contínuo, o sucesso do aluno na aprendizagem. Ainda segundo o que os

autores supracitados acreditam, o importante é a qualidade da avaliação.

Muitos professores estão mais preocupados em quantificar o produto final da

aprendizagem, ao invés de prestar atenção em todo o processo ensino-

aprendizagem. Giovanni (2005) deixa bem claro que a avaliação deve ser

muito mais do que uma mera distribuição de notas.

No livro: Matemática no Ensino Médio, Goulart (2005), há o

depoimento da professora Jussara Hoffman, da Faculdade de Educação da

32

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, dizendo que em seu livro

Avaliação mediadora, há a discussão à respeito de o quanto a avaliação pode

ter um caráter mediador permitindo assim que os educandos possam

expressem suas idéias. Ela diz que a produção do conhecimento dos alunos é

um meio que funciona como um feedback, mostrando o momento de

assimilação em que os alunos se encontram e qual a dimensão do seu

conhecimento. Ela acredita que as propostas de atividades sejam

diversificadas, tanto para tarefas de aula como para as atividades extraclasse.

A professora Jussara ainda acrescenta que o fator determinante para a

natureza das questões propostas são os objetivos que cada educador traça. A

escolha destas questões tem que ser feita considerando-se a importância delas

sobre um determinado assunto em um determinado momento.

É imprescindível que o educador tenha bem claro em mente o que se

pretende investigar, Goulart (2005), ele tem que considerar que as estratégias

precisam envolver os alunos. Ainda segundo o depoimento da professora

Jussara, é preciso que haja valorização efetiva da produção dos educandos,

pois ela acredita que quando se parte das idéias ou das dificuldades dos

alunos, eles poderão se sentir co - responsáveis em seu próprio aprendizado.

Outro ponto discutido pela professora supracitada é que as idéias e as

soluções dadas pelos alunos devem ser socializadas, possibilitando que ocorra

uma discussão entre os mesmos a respeito das diferentes formas de se

resolver uma mesma situação-problema. Ela afirma que a interação é

fundamental para o desenvolvimento do aluno.

Muitos professores não promovem a troca de idéias entre os seus

alunos, ditando, pelo contrário, uma só forma de solução para determinado

problema. Isto é totalmente inviável, uma vez que há muitos caminhos

diferentes, na maioria das vezes, para se resolver um problema dado.

Existem objetivos gerais e específicos da Matemática, Silva (2005).

Primeiramente, citaremos os objetivos gerais: O aprendizado matemático é um

processo que visa orientar e valorizar a interdisciplinaridade, a

contextualização, a relação entre teoria e prática e, como já foi dito, a formação

33

de pessoas capazes de exercer a cidadania. Os autores apontam ainda a

necessidade constante de aperfeiçoamento da própria obra deles já que

admitem que a construção do conhecimento matemático envolve diversos

valores humanos, sofre influencia da tecnologia, da vida social, da cultura e da

intenção social na produção coletiva.

A estruturação da Coleção Matemática aula por aula, Silva (2005), se

norteou no artigo 206 da Constituição Federal que tem dentre outros princípios,

o que diz que: O ensino será ministrado com base “no pluralismo de idéias e de

concepções pedagógicas”. Um dos objetivos específicos da Matemática é o de

possibilitar a ampliação e o aprofundamento dos conhecimentos matemáticos

de forma integrada com outras áreas de conhecimento.

3.2- Matemática com significado

A Educação Matemática é uma área de conhecimento já consolidada

e que utiliza estudos e pesquisas realizadas por vários estudiosos que vem

contribuindo para que haja mudanças significativas no ensino da Matemática.

Nesta parte serão enfocados aspectos metodológicos presentes no

livro: Matemática Completa, da 3º série do ensino médio, página 6, na parte do

livro do professor que aborda tanto instruções como orientações teóricas e

metodológicas.

O que será abordado a seguir pode se estender a outros níveis de

ensino e de acordo com os autores citados acima, servem para que o aluno

aprenda Matemática com significado. Para que isso seja possível é preciso:

Que a aprendizagem seja significativa e relevante, sendo vista como

compreensão de significados, possibilitando relações com experiências

anteriores; trabalhar conceito matemático intuitivamente antes de linguagem

matemática; estimular o aluno para que pense, crie, estabeleça relações,

descubra e tenha autonomia de pensamento; estabelecer a aprendizagem por

34

meio da valorização dos conhecimentos prévios do aluno; construir a

Matemática a partir dos problemas encontrados em outras disciplinas e áreas

de conhecimento e a utilização dos conhecimentos matemáticos em

especialidades diversas; não se restringir somente ao ensino cálculos e

números; Geometria, Estatística e Probabilidade têm igual importância na

formação do estudante; que haja um planejamento cuidadoso das atividades e

do encaminhamento na prática de resolução de problemas; é importante que,

ao resolver situações-problema, o aluno sinta-se capaz de fazer Matemática,

de aprender a resolver problemas.

As autoras Kátia Stocco e Maria Diniz, Smole (2005), acreditam que,

por exemplo, ao ler embalagens de produtos, manuais técnicos, textos de

jornais ou outras fontes, é preciso tentar compreender o significado de dados

apresentados através de porcentagens, escritas numéricas, potências de dez,

variáveis em fórmulas etc... Elas sublinham a importância da leitura, articulação

e interpretação de símbolos e códigos em diferentes linguagens e

representações: sentenças, equações, esquemas, diagramas, tabelas, gráficos

e representações geométricas. As autoras citadas acima apontam que é válido

transformar situações dadas em linguagem discursiva em esquema, tabelas,

gráficos, desenhos, fórmulas ou equações matemáticas e vice-e - versa; Dizem

também que é essencial consultar, analisar e interpretar textos e outras

comunicações de Ciência e Tecnologia, palavras delas.(Smole, 2005).

Para que a Matemática ganhe significado, na visão dos alunos temos

que mostrar sua presença em além de livros didáticos, mas em artigos de

jornais e revistas de cunho econômico, social ou cultural, manuais técnicos,

contratos comerciais, folhetos com propostas de vendas ou com plantas de

imóveis e até bulas de medicamentos ou receitas de bolo, por exemplo.

O aluno precisa investigar para viver a situação, por exemplo, numa

situação na qual precise obter uma distancia saber optar por medi-la

diretamente, utilizar uma planta em escala, usar semelhança de figuras, fazer

uso de propriedades trigonométricas, utilizar um sistema de eixos cartesianos

ou ainda abordar o problema através de Geometria Analítica, dizem Kátia e

35

Maria. Para que isto seja possível os alunos devem estar bem preparados e

esta preparação é construída dia-a –dia com esforço e dedicação.

Outra forma de ver significado na Matemática, por Smole (2005) é

aprendendo a identificando fenômenos naturais ou grandezas em dado

domínio do conhecimento cientifico, estabelecendo relações, identificando

regularidades, invariantes e transformações, afirmam as autoras supracitadas.

Elas ainda indicam que o aluno deve reconhecer, utilizar, interpretar e propor

modelos para situações -problema, fenômenos ou sistemas naturais ou

tecnológicos. Por exemplo, é interessante que os alunos modelem situações

envolvendo lucro máximo ou prejuízo mínimo; Também é de grande valia a

utilização de probabilidade e Estatística para analisar intenções de voto em

uma eleição, por exemplo, optar entre modelos algébricos ou geométricos.

Saber tomar decisões analisar se a resolução de um problema requer calculo

exato, aproximado, probabilístico ou analise de médias.

Saber fazer aproximações, resolver problemas utilizando frações

potencias de dez, etc, tudo isto depende de um bom trabalho contínuo. Isto

depende de uma equipe de professores, todos em prol de um aprendizado real

da Matemática. Giovanni (2005) ainda sublinha a importância que alguns

recursos didáticos têm, são eles: Calculadoras e computadores, jogos, história

da Matemática, atividades em grupo e a avaliação, discutida neste capítulo.

Goulart os problemas tradicionais dos livros escolares não são

problemas de fato, contextualizados, mas sim meros exercícios de fixação de

técnicas e regras. Ele propõe a utilização de exercícios cujos enunciados não

deixem claro qual o algoritmo deve ser usado, tudo isso para que o aluno

pense e elabore a solução que vai utilizar.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN+, p.111),

aprender Matemática de uma forma contextualizada, integrada e relacionada a

outros conhecimentos traz em si o desenvolvimento de competências e

habilidades que são essencialmente formadoras, à medida que

instrumentalizam e estruturam o pensamento do aluno, capacitando-o para

compreender e interpretar situações, se apropriar de linguagens específicas,

36

argumentar, analisar e avaliar, tirar conclusões próprias, tomar decisões,

generalizar e para muitas outras ações necessárias à sua formação. De acordo

com os Parâmetros Curriculares Nacionais, temos que a resolução de

problemas é peça central para o ensino de Matemática, pois o pensar e o fazer

se mobilizam e se desenvolvem quando o indivíduo está engajado ativamente

no enfrentamento de desafios. Esta competência não se desenvolve quando

propomos apenas exercícios de aplicação dos conceitos e técnicas

matemáticas, neste caso, o que está em ação é uma simples transposição

analógica: o aluno busca na memória um exercício semelhante e desenvolve

passos análogos aos daquela situação o que não garante que seja capaz de

utilizar seus conhecimentos em situações diferentes ou mais complexas.

(PCN+, p. 112).

Realmente, é uma verdade que há alunos que só conseguem

resolver problemas parecidos com os que a professora abordou em sala, pois

não se instituiu neles o pensar lógico-matemático. Tem que haver a

preocupação em inter-relacionar dados e fatos.

Há que se ter o cuidado de que o significado das fórmulas

matemáticas seja explicado. Na maioria delas há explicações passiveis de

entendimento e que trazem significado para o estudo do assunto abordado.

Quando uma fórmula tiver explicação de nível superior ao que os alunos se

encontrarem, será importante explicar o possível para que eles a entendam ou

pelo menos trabalhar a aplicação de tais formulas de modo claro e

diversificado. Deve-se esclarecer que eles terão contato com mais detalhes

gradualmente, além de deixar à disposição, a explicação de tais fórmulas, para

quem já quiser ter contato com algum tipo de explicação, já que não se pode

deixar de lado a curiosidade de um educando.

O que acontece é que muitos alunos não se interessam em saber de

onde as fórmulas são provenientes, ao contrário anseiam em saber utilizá-las

mecanicamente e decorá-las. Os educadores precisam instigar a curiosidade

de seus alunos. A verdade é que o ideal seria se este interesse nascesse

desde que a criança inicia seus estudos. Numa fase mais avançada, onde ela

37

não fora devidamente estimulada, fica mais difícil de fazer brotar o interesse

pelos cálculos. É aí que entra todo um trabalho que estimule o aluno e o ajude

a desenvolver seu raciocínio – lógico e que promova o gosto do estudo

matemático.

Paulo Freire já buscava significado quando na alfabetização,

afirmando que os alunos aprenderiam mais e melhor quando fossem expostos

a objetos de estudo contidos em sua realidade. Propunha que um pedreiro tem

que ser alfabetizado com a palavra tijolo, por exemplo, que o estimule a

aprender. Claro que ele vai se interessar muito mais em aprender palavras que

facilitarão o seu dia-a-dia do que se alfabetizar com frases feitas, como: O vovô

viu a uva, dentre outras, sem significado. De modo análogo acontece no ensino

da Matemática, é imprescindível suscitar no aluno o desejo de saber calcular

para facilitar no seu dia-a-dia, entre outras coisas.

Ainda se dá aula de Matemática com fórmulas frias e distantes da

realidade do aluno. É preciso repensar modos de trabalhar certos conteúdos,

visto a dificuldade de contextualização dos mesmos.

Seria necessária toda uma reformulação no que realmente é

importante e servirá de substrato tanto para outras Ciências como até mesmo

para todos aqueles que vão enveredar pela área da matemática.

Muitos professores continuam com métodos e estratégias antigas

que não são adequadas à realidade tecnológica presentes nos dias de hoje.

Quanto mais se trabalha em busca de proporcionar aos alunos um

melhor entendimento na área de matemática mais brota o desejo de estimular

mais e mais, os alunos em prol de um desenvolvimento cognitivo nesta área.

Onde estará a leveza da Matemática? Com certeza no

desenvolvimento de um trabalho que tenha o aluno como agente ativo do

processo, produtor da sua própria história e modificador do meio.

O prazer de se estudar os números, quando descoberto desperta

uma paixão e muitos alunos se descobrem simpáticos à disciplina. Este será o

grande passo rumo a um ensino mais leve de Matemática.

38

3.3- Estratégias utilizadas para um ensino mais leve de

Matemática.

É importante traçar metas diante de qualquer planejamento que tenha

que ser realizado. Com objetivos fica melhor vislumbrar uma diretriz a seguir.

É vital que o ensino da Matemática se torne mais leve. Muitos alunos

chegam até as últimas séries do ensino médio sem saber e dominar conteúdos

básicos e a minoria se interessa em seguir nas áreas de Matemática e Física.

Os alunos que seguem estas áreas são aqueles, em grande maioria,

que tem aptidão e dom inato e não aqueles que se “apaixonaram pelo

caminho” pelas áreas aqui citadas.

Na faculdade de Matemática é preciso manter acesa a chama e criar

um clima onde os futuros educadores já comecem a se conscientizar de que

necessitam chamar os alunos para si, num trabalho crescente que estimule o

aluno a estudar Matemática.

Quantas são as estratégias e muitas serão tratadas aqui, mas de

nada adianta aplicar tais estratégias sem o real desejo de modificar a

mentalidade de muitos que se acomodam achando que dá muito trabalho

mudar!

Um bom exemplo de aula elucidativa sobre funções do 1º grau

consiste em uma aula onde será abordado o conceito proposto, de forma

contextualizada. Após este primeiro contato, serão disponibilizados exercícios

resolvidos onde há a aplicação dos conceitos em questão. Por meio destes

exercícios, os alunos poderão se conscientizar que já utilizavam o conceito

estudado, este fato ratificará que a Matemática está inserida em nosso dia-a-

dia. Haverá aplicação de exercícios de fixação, assim como exercícios para

serem feitos em casa, para que o aluno pesquise e procure se aprofundar no

assunto. Ao final, existirá a presença de um gancho para a próxima aula. Deste

modo, instiga-se a curiosidade no aluno, deixando-o receptivo para a aula

seguinte.

39

Serão propostos trabalhos em grupo a fim de proporcionar aos

alunos, uma atmosfera na qual um aluno possa trocar informações com o

outro, enriquecendo o processo ensino - aprendizagem. O aluno será

incentivado a aprender a aprender.

Muitos livros vêm mudando a forma de abordar os conceitos

matemáticos e acabam chamando atenção dos alunos pela beleza, páginas

coloridas, linguagem moderna e novidades.

Aos poucos o cenário que se desenha vai se transformando e

mostrando uma outra realidade que ajuda a desenvolver o gosto pela

Matemática.

Smole (2005) traz muitas formas de atrair e de envolver o aluno

numa atmosfera propícia para que o processo ensino-aprendizagem se dê de

forma interessante. Na obra, em três volumes, as autoras introduzem cada

assunto novo de maneira contextualizada, fazendo com que o aluno se

interesse pelo conteúdo dado através de exemplos do dia-a-dia. Elas utilizam

notícias de jornais, gráficos etc. Também existem os flashes matemáticos onde

são tratadas curiosidades matemáticas com a finalidade de tornar a

Matemática ainda mais interessante do que ela já é. Há exercícios resolvidos

que auxiliam na elucidação de formas de se resolver determinada situação –

problema. Há também vários exercícios propostos para que o aluno coloque

em prática tudo o que aprendeu, possa tirar suas dúvidas e receber orientação

do educador - facilitador da aprendizagem. O livro ainda mostra a importância

de se compilar as palavras mágicas, de um determinado assunto, num só

quadro para que fique mais fácil do aluno pesquisar e tirar sua dúvida a cerca

de um novo conceito. Há outra parte em que o livro trata do elo que a

Matemática tem com outros assuntos, como por exemplo: O elo Matemática -

corpo humano, o Elo Matemática-cidadania, o Elo Matemática - Biologia, o Elo

Matemática - Química, etc... Ao final do livro há testes de Vestibulares e um

apêndice onde existem jogos, a saber: labirinto, scino, contando pontos, tiras

de propriedades para funções e batalha naval circular. Dois destes jogos

40

constarão nos apêndices desta monografia, mas todos eles podem ser

encontrados no livro citado neste parágrafo.

Por exemplo, um flash matemático do livro supracitado trata de

quantos números racionais existem entre o 1 e 2? Esta questão faz o aluno

raciocinar além, pois quando tratamos de números racionais é diferente de

quando falamos sobre naturais. E, esta diferença faz o raciocínio se expandir

além de possibilitar que o educando tome conhecimento de outros contextos e

siga novos caminhos!

. Muitos estudantes não percebem, com facilidade, a beleza da

disciplina em questão, pois o medo dos cálculos suplanta qualquer

aproximação maior com a Matemática. Cabe ao educador ser facilitador da

aprendizagem e apresentar cada assunto de maneira leve e agradável. É claro

que o êxito na disciplina depende do domínio de cálculos matemáticos. Mas se

o contato entre Matemática e aluno for feito de maneira gradual desde as fases

iniciais, o grande problema da disciplina estará solucionado!

Sendo assim, cada educador deve plantar a semente de uma nova

visão de como se ensinar Matemática, acompanhando a linguagem ágil que

encontramos hoje. È impossível continuar ensinando Matemática sempre do

mesmo jeito, afinal; todas as mudanças que estão acontecendo inundam a

Matemática assim como envolvem a todos nós! Ter a coragem e a vontade de

mudar é o segredo para que os educadores em Matemática visem um ensino

mais leve de Matemática.

41

CONCLUSÃO

Nas faculdades de Matemática, os professores precisam expor, para

os futuros educadores, a necessidade de se lutar por um ensino mais leve de

Matemática. Do contrário, eles vão estar trabalhando com um público - alvo

apático, o que provavelmente acabará pos desestimular a eles próprios. Tudo

isto poderá se tornar um círculo vicioso, pois quando o professor não encontra

resposta para o seu trabalho, corre o risco de esmorecer e de se contentar com

pouco. Assim é preciso ter esta injeção de ânimo já na formação de novos

professores, para que esses profissionais cheguem, ate o ambiente de

trabalho, cheios de vontade de realizar um trabalho contínuo e repleto de novas

idéias, respeitando, é claro, o trabalho dos professores que já estão lecionando

há muito tempo. A troca de experiências deve ser incentivada

Esta monografia procurou mostrar as várias opiniões que se tem e os

diversos modos pelos quais se pode ter um novo conceito de ensino da

Matemática. Falta bastante para se ter uma maioria gostando da disciplina em

questão, e isso e imprescindível já que quando se gosta do que se estuda, tudo

flui melhor. Basta acreditar que com trabalho e dedicação dos que gostam de

Matemática, os alunos poderão ter contato com uma nova face da disciplina

que não conheciam.

Espera-se que este trabalho tenha contribuído de forma efetiva para

que os seus leitores engrossem o grupo dos seguidores desta nova forma de

se ensinar Matemática, valorizando os meios pelos quais resultados são

obtidos; com avaliações, que possam dar feedback aos professores, ao invés

de só medir ou classificar; com trabalhos em grupo propiciando uma brain

storm, ou seja, tempestade de pensamentos que vão desembocar em

caminhos diversos para solucionar problemas. Também é indispensável a

contextualização dos conceitos promovendo assim um aprendizado natural por

meio de entendimento consciente dos mesmos.

42

Não se pode desistir de se fazer mudanças em prol de um sucesso

no processo ensino - aprendizagem e todas as áreas de ensino devem

acompanhar os avanços pelos quais o mundo está passando.

A fórmula parece ser simples: A paixão pelo que se faz, educadores

motivados por esta paixão, estudos direcionados no sentido de promover tais

mudanças e professores flexíveis que as aceitam e usem delas para obter

resultados cada vez mais positivos.

Com o crescimento de entendimento matemático, do raciocínio -

lógico, crescerá toda uma sociedade que será formada de cidadãos capazes

de tomar suas próprias decisões, de lutar por seus objetivos, enfim,

conscientes de que são sujeitos ativos na construção da História. Tudo começa

com mudanças na Educação, este é o segredo de uma sociedade de sucesso!

43

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

GOULART, Márcio Cintra. Coleção Matemática no ensino médio. SP:

SCIPIONE, 2005.

GIOVANNI, Jose Ruy. Coleção Matemática Completa / José Ruy Giovanni,

José Roberto Bonjorno - S P: FTD, 200 5- Coleção Matemática Completa.

BONJORNO, Jose Roberto. Coleção Matemática Completa / José Ruy

Giovanni, José Roberto Bonjorno - SP. FTD, 2005 - Coleção Matemática

Completa.

SILVA, Cláudio Xavier da. Coleção Matemática aula por aula/ Cláudio Xavier

da Silva, Benigno Barreto Filho. São Paulo: FTD 2005- Coleção Matemática

aula por aula.

BARRETO FILHO, Benigno. Coleção Matemática aula por aula/ Benigno

Barreto Filho Cláudio Xavier da Silva. São Paulo: FTD 2005.

SMOLE, Kátia Cristina Stocco. Coleção Matemática ensino médio/ Kátia

Cristina Stocco Smole, Maria Ignez de Souza Diniz, 5 ed - SP : Saraiva, 2005.

DINIZ, Maria Ignez de Souza. Coleção Matemática ensino médio/ Maria

Ignez de Souza Diniz, Kátia Cristina Stocco Smole, 5 ed - SP : Saraiva, 2005.

MORAES, Maria Cândida. Educar na Biologia do amor e da solidariedade/

Maria Cândida de Moraes – Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.

DANTE, Luiz Roberto. Matemática volume único. SP: Ática, 2005.

44

ANEXOS

Índice de anexos

Serão apresentados dois jogos, presentes no apêndice do livro:

Matemática (Ensino Médio), de Kátia Stocco Smole e Maria Ignez Diniz. Estes

jogos buscam levar, de maneira lúdica, o aluno a assimilar conceitos

matemáticos essenciais ao aprendizado da Matemática.

Quando está em uma atmosfera agradável, o educando, de uma

maneira geral tende a aprender com maior facilidade, daí a importância da

utilização dos jogos como um meio pelo qual alunos e professores poderão ter

seus laços estreitados.

Os dois jogos aqui apresentados Scino e Contando Pontos, são duas

sugestões, dentre outras, dadas pelas autoras supracitadas.

Cabe a cada educador escolher, juntamente com seus alunos, os

jogos que mais se encaixam nos objetivos que cada classe precisa atingir.

Assim, em atividades prazerosas como estas educadores vão, com

certeza, estar buscando trilhar o caminho em busca de um ensino mais leve de

Matemática.

Anexo 1 >> Jogo Scino;

Anexo 2 >> Jogo Contando Pontos;

45

ANEXO 1

JOGO SCINO

Este jogo, Smole (2005), se encontra na página 384 do livro:

Matemática (Ensino Médio), de Kátia Stocco Smole e Maria Ignez Diniz.

Numero de participantes: 2 ou 3;

Material necessário: um tabuleiro, três dados comuns, marcadores

diferentes para cada jogador (como fichas de cores diferentes ou com sinais do

tipo X, O e V) e uma folha para que cada jogador possa registrar suas jogadas.

Regras:

Os jogadores decidem a ordem em que cada um vai jogar.

Na sua vez, cada jogador lança os dados e usa os números que

saíram para substituir cada um dos símbolos no registro abaixo:

, x 10

Em seguida, registra a sua jogada, calcula o resultado e coloca uma

de suas marcas no tabuleiro, na casa cujo intervalo corresponde ao valor

obtido, anotando em sua folha de calculo a letra nela marcada. Por exemplo, se

nos dados saíram os números 1, 3 e 5 o jogador poderá fazer:

1

3,5 X 10. (e marcar a letra A);

ou

46

5

1,3 X 10. (e marcar a letra I);

ou

5,1 X 10³ ( e marcar a letra F).

O jogo prossegue dessa forma sem que uma casa do tabuleiro

ocupada por um jogador possa também ser por outro. Caso todas as casas

possíveis com os números tirados pelo jogador já estiverem ocupadas, ele

perde a vez.(Smole, 2005).

Ganha o jogo aquele que em primeiro lugar alinhar 3 de suas marcas

na horizontal ou na vertical, sem nenhuma marca de seu(s) oponente(s)

intercalada.

A seguir, veremos o tabuleiro com o qual jogaremos o proposto

acima. Jogos como este ajudam no melhor entendimento da Matemática.

Aconselha-se a utilização de jogos como este na introdução dos

diversos assuntos e conceitos matemáticos.

O trabalho proposto nesta monografia busca caminhos para um

ensino mais leve de Matemática através de várias sugestões dadas por

autores.

Tabuleiro:

47

A Entre 1 e 50

B Entre 51 e 100

C Entre 101 e 500

D

Entre 501 e 1000

E

Entre 1 001 e 5 000

F Entre 5 001 e 10 000

G Entre 10 001 e 50 000

H Entre 50 001 e 100 000

I Entre 100 001 e 500 000

J Entre 500 001 e 1000 000

K Entre 1 000 001 e 5 000000

L Entre 5 000 001 e 10 000000

48

ANEXO 2

JOGO: CONTANDO PONTOS

Este jogo se encontra na página 385 do livro: Matemática (Ensino

Médio), de Kátia Stocco Smole e Maria Ignez Diniz.

Número de participantes: 2 a 4;

Material necessário: Um tabuleiro e uma folha de registro para cada

jogador.

Regras:

Os participantes decidem a ordem em que cada vai jogar.

Cada jogador, na sua vez, escolhe um dos números do tabuleiro e

faz a opção de dividi-lo por 10, 100 ou por 1000. Em seguida, calcula o

resultado (R) e verifica em que intervalo ele se encontra e o número de pontos

correspondente, registrando-o em sua folha.

Uma vez escolhido um número no tabuleiro, ele não poderá ser

novamente usado.

Cada jogador deve utilizar duas vezes cada um dos divisores (10,

100 ou 1000).

Depois de seis jogadas para cada jogador, ganha o que tiver obtido

maior número de pontos.

O tabuleiro deste jogo se encontra na página seguinte.

49

1,5 8,6 123 5,67 1

100

3,45 35 144 ½ 3,789

467,98 13 76,2

2 44 4 38,5 89 3

3 5 4

7,98 52 0,9 0,03 8,9 1 6,87 9,678 10

50

ÍNDICE

AGRADECIMETOS 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

EDUCAR COM AMOR 9

1.1 Matemática com amor 12

1.2 Avanços conquistados pela educação Matemática 15

1.3 A Matemática está presente em tudo 17

CAPÍTULO I I

MATEMÁTICA SEM MEDO 19

2.1 O interesse pelo estudo da Matemática 21

2.2 Recursos utilizados e desenvolvimento de competências 23

2.3 Conversa sobre: Professor e aluno 25

Capítulo I I I 29

DESAFIOS

3.1 Os objetivos de uma avaliação 31

3.2 Matemática com significado 33

3.3 Estratégias utilizadas para um ensino mais leve 38

de Matemática

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43

51

ANEXOS 44

ÍNDICE 50

52

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes.

Título da Monografia: Por um ensino mais leve de Matemática.

Autor: Amanda da Silveira Monfardini Ferreira.

Data da entrega: 28 de fevereiro de 2010.

Avaliado por: Profª Dina Lúcia.

Conceito:

53

54