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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA -UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO /FAED CURSO DE PEDAGOGIA SÉRIES INICIAIS TRABALHO FINAL DE ESTÁGIO DA LEITURA DO MUNDO À LEITURA DA PALAVRA: POSSIBILIDADES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS GISLENE PRIM SANDRA REGINA PIRES FERREIRA FLORIANÓPOLIS, JULHO DE 2005

DA LEITURA DO MUNDO À LEITURA DA PALAVRA: POSSIBILIDADES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS. Relatório de estágio pedagogia

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O trabalho titulado Da leitura do mundo à leitura da palavra: possibilidades didáticopedagógicas foi elaborado a partir das nossas observações e da nossa docência na turma da quarta série do Ensino Fundamental da Escola de Educação Básica Silveira de Souza. Nosso objetivo principal foi desenvolver atividades de leituras nas quais as crianças pudessem perceber-se e sentir-se sujeitos de sua própria aprendizagem, favorecendo suas interações no ato de ler; interpretando, questionando, argumentando e formulando suas opiniões a cerca das leituras que realizam. As leituras propostas ultrapassaram o impresso no papel, tendo como recurso as diferentes formas de linguagem, partindo das leituras que as crianças fazem diariamente para ampliação de seus conhecimentos e interpretações do mundo. Para atingir os objetivos propostos no estágio, utilizamos como referência os teóricos Vygotsky (1991), Freire (1990) e Soares (2001).

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA -UDESC

CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO /FAED

CURSO DE PEDAGOGIA SÉRIES INICIAIS

TRABALHO FINAL DE ESTÁGIO

DA LEITURA DO MUNDO À LEITURA DA PALAVRA:

POSSIBILIDADES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS

GISLENE PRIM

SANDRA REGINA PIRES FERREIRA

FLORIANÓPOLIS, JULHO DE 2005

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA -UDESC

CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO /FAED

CURSO DE PEDAGOGIA SÉRIES INICIAIS

DA LEITURA DO MUNDO À LEITURA DA PALAVRA:

POSSIBILIDADES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS

FLORIANÓPOLIS, JULHO DE 2005

Relatório Final de estágio apresentado à Universidade do Estado de Santa Catarina

UDESC Centro de Ciências da Educação, Curso de Pedagogia com Habilitação em Séries Iniciais- 8a. fase, 2005

à Disciplina de Prática de Ensino

Orientadora Profª Drª Alba Regina Battisti de Souza.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA SÉRIES INICIAIS

DA LEITURA DO MUNDO À LEITURA DA PALAVRA:

POSSIBILIDADES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS

Coordenadora geral de estágio

Professora Elisa Cristina Delfine Corrêa

Orientadora de Estágio

Professora Alba Regina Battisti de Souza

Supervisora de Estágio

Professora Maria Natália José

FLORIANÓPOLIS, JUNHO/2005

AGRADECIMENTOS

Um Muito Obrigado primeiramente a Deus, que dá a força necessária através

da fé para continuar a lutar e concretizar os sonhos.

Aos pais e demais familiares que acompanham meus passos, acreditando no

sucesso da realização desta caminhada. Passando juntos momentos de alegria e

dificuldades, experiências que trazem importantes ensinamentos.

Demais amigos que ficaram muitas vezes sem o nosso telefonema ou visita

devido à falta de tempo, cansaço, mas nunca por esquecimento, estavam todos no

coração me impulsionando na caminhada.

Aos professores e amigos que compõe a turma de Pedagogia que convivi

neste quatro anos, pessoas que jamais serão esquecidas devido à participação num

momento tão especial de minha vida, o curso de graduação. O dia-a-dia em sala de aula,

cada texto discutido, leituras e escritas, o papo de corredor, as panelinhas, as caras feias

e os sorrisos fizeram parte da formação não só profissional, mas também humana.

Um obrigado especial para a companheira de estágio e grande amiga Sandra

Regina pela paciência, profissionalismo e valiosos aprendizados na importante

realização de nosso estágio, sempre com os ouvidos e o coração aberto. Bem como

nossa orientadora Alba pelo acompanhamento de nosso trabalho, de forma tranqüila e

objetiva, demonstrando seu compromisso pela educação.

À Escola de Educação Básica Silveira de Souza e seus profissionais pelas

portas abertas ao estágio, em especial à professora Natália, com a sua disponibilidade

para a realização de nosso projeto, sinceridade e companheirismo para conosco.

E principalmente às crianças desta escola, desde o período de observação à

docência, nossa acolhida foi essencial. Foram elas que fizeram parte de nossos

pensamentos nos últimos meses, a cada planejamento, registro, seus olhares, ações e

reações. Muito obrigada por participar com vocês deste momento tão especial de nossas

vidas.

Gislene Prim.

Agradeço especialmente aos meus amados filhos: Vanessa, Carlos Henrique,

André Fellipe e Alexandra, pela compreensão da minha ausência em muitos momentos

de sua infância. Sem eles, esta caminhada não teria sentido.

Agradeço ao meu esposo e companheiro Joel pela força e incentivo.

Agradeço carinhosamente aos meus pais Gerssé e Vandir por minha vida, pela

educação recebida e aos meus irmãos Elizângela e Fabiano pelos pensamentos positivos

quando a voz se calava.

Agradeço também a colega de universidade Gislene Prim e ao colega Mário José

da Conceição Junior pela partilha dos momentos mais alegres e difíceis de nossa

formação.

Agradeço a Deus por minha família, por meus colegas , pela saúde e pela força

interior que me alimenta.

Sandra Regina Pires Ferreira.

Você não sabe o quanto eu caminhei , pra chegar até aqui.

Percorri milhas e milhas antes de dormir, eu não cochilei...

A vida ensina e o tempo traz o tom, pra nascer uma canção

e com a fé do dia-a-dia encontrar solução.

A Estrada Cidade Negra

MENSAGEM

Precisamos criar a escola

que é aventura,

que marcha,

que não tem medo do risco,

por isso que recusa o imobilismo.

A escola em que se pensa,

em que se atua,

em que se cria,

em que se fala,

em que se ama,

se adivinha,

a escola que apaixonadamente diz sim à vida.

Paulo Freire

RESUMO

O trabalho titulado Da leitura do mundo à leitura da palavra: possibilidades didático-pedagógicas foi elaborado a partir das nossas observações e da nossa docência na turma da quarta série do Ensino Fundamental da Escola de Educação Básica Silveira de Souza. Nosso objetivo principal foi desenvolver atividades de leituras nas quais as crianças pudessem perceber-se e sentir-se sujeitos de sua própria aprendizagem, favorecendo suas interações no ato de ler; interpretando, questionando, argumentando e formulando suas opiniões a cerca das leituras que realizam. As leituras propostas ultrapassaram o impresso no papel, tendo como recurso as diferentes formas de linguagem, partindo das leituras que as crianças fazem diariamente para ampliação de seus conhecimentos e interpretações do mundo. Para atingir os objetivos propostos no estágio, utilizamos como referência os teóricos Vygotsky (1991), Freire (1990) e Soares (2001).

Palavras - chave: leitura, interpretação, aprendizagem.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................................ 11

1. CARACTERIZAÇÃO DA ENTIDADE - CAMPO DE ESTÁGIO .................. 13

2. PRÁTICA VIVENCIADA.......................................................................................15

3. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DO ESTÁGIO........................................................... 46

3.1 Ler, ai que chato?! A leitura com fonte de aprendizagem............................... .46

3.2 Ler é, ler exige... Refletindo sobre uso de variados recursos textuais na

formação de leitores......................................................................................................55

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................64

REFERÊNCIAS............................................................................................................ 66

ANEXOS....................................................................................................................... 67

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Vista da Escola Rua Alves de Brito, 334

Figura 2- Vista interna da Escola

Figura 3- Quadra poliesportiva

Figura 4- Turma durante a cópia de conteúdos do quadro

Figura 5- Contação de história

Figura 6- Visita a Feira de Rua do Livro de Florianópolis

Figura 7- Conversa com a escritora durante a Feira de Rua do Livro

Figura 8- Produção de livros em sala de aula

Figura 9- Produção de texto e ilustração do livro

Figura 10- Realização de atividades em grupo

Figura 11- Apresentação de teatro de fantoches

Figura 12- Leitura de imagens/ obras de arte

Figura 13- Leitura de imagens/ obras de arte

Figura 14- Produção de cartões-postais do bairro onde moram

Figura 15- Exposição dos trabalhos (cartões-postais) na Feira promovida pelo Fórum do

Maciço do Morro da Cruz

Figura 16- Apresentação de pesquisa pelos alunos

Figura 17- Apresentação de pesquisa pelos alunos

Figura 18- Apresentação de pesquisa pelos alunos

Figura 19- Turma no pátio central da Escola

LISTA DE ANEXOS

Anexo 1- Projeto

Formação de leitores: uma experiência na 2ª série do Ensino

Fundamental da Escola de Educação Básica Silveira de Souza.

Anexo 2- Projeto de docência compartilhado

Anexo 3- Projeto de ensino-aprendizagem 29/03/05- Identidade

Anexo 4- Projeto de ensino-aprendizagem 13/04/05 Relações Humanas

Anexo 5- Projeto de ensino-aprendizagem

19 e 20/04/05

O Índio e Descobrimento

do Brasil

Anexo 6- Projeto de ensino-aprendizagem

26/04/05

Resgate das discussões sobre

os Índios e o Descobrimento do Brasil e resolução de problemas matemáticos

Anexo 7- Projeto de ensino-aprendizagem 03 e 04/05/05 Produção textual e sinais de

pontuação

Anexo 8- Projeto de ensino-aprendizagem- 11/05/05

Resgatando produção textual,

pontuação e as quatro operações

Anexo 9- Projeto de ensino-aprendizagem

13/05/05

Visita a Feira de Rua do Livro

de Florianópolis

Anexo 10- Projeto de ensino-aprendizagem- 18/05/05- Resgatando a visita à Feira de

Rua do Livro e produção de livros

Anexo 11 e 12- Projeto: Brasil: Leituras do ontem e do hoje e Projeto de ensino-

aprendizagem- 24, 31/05 e 01/06/05- Brasil: leituras do ontem e do hoje

Anexo 13- Texto produzido a partir das pesquisas dos alunos

Anexo 14

Projeto de ensino-aprendizagem- 07 e 08/06/05

Descobrindo o Brasil:

leituras do ontem e do hoje, dando ênfase ao homem nas leituras propostas

Anexo 15- Projeto de ensino-aprendizagem- 14/06/05- Jogo de perguntas e respostas

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INTRODUÇÃO

Nosso estágio foi realizado na Escola de Educação Básica Silveira de Souza, no

período de quinze de março a quinze de junho do corrente ano.

O tema escolhido foi Formação de Leitores , e o nosso projeto de docência

titulado: Da leitura de mundo à leitura da palavra: possibilidades didático

pedagógicas . Escolhemos este tema porque acreditamos na possibilidade de

desenvolvermos atividades de leitura que ampliem e despertem nas crianças o gostar de

ler.

Para o período de docência traçamos como objetivo despertar nas crianças suas

percepções, seus reconhecimentos como sujeitos de sua própria aprendizagem.

Objetivávamos que a participação das crianças nas atividades de leitura com os mais

variados recursos textuais acontecesse de forma significativa e prazerosa, levando-as a

interpretação e a construção.

A entrada de variados recursos textuais na sala de aula visou proporcionar o

contato com diferentes gêneros textuais, organizados segundo os conteúdos curriculares

e os objetivos propostos. Assim, introduzimos no espaço da sala de aula diferentes

formas de linguagem: revistas, jornais, gibis, letras de músicas, poemas, livros de

literatura infantil, textos retirados de livros didáticos, teatro, filmes, obras de arte,

cartões postais, fotos, gravuras...para as crianças perceberem que, o que aprendemos

possui relação direta com nossas vidas.

Os autores que fundamentaram nossas práticas foram Vygotsky (1991), Freire

(1990; 1993) e Soares (2001). Estes teóricos falam sobre a importância da interação, das

experiências das crianças, vêem-nas como sujeitos de suas aprendizagens e apontam a

importância e a influência do contexto social no processo de ensino-aprendizagem; indo

ao encontro dos princípios que norteavam nossas intervenções.

Os princípios de pesquisa-ação nortearam metodologicamente todo o estágio,

coletamos dados das crianças e da professora quanto aos seus hábitos de leitura através

de um questionário, observação participante e através do Projeto Político Pedagógico da

instituição. Conhecemos a dinâmica da sala de aula e os hábitos de leitura daqueles que

a compõem.

A partir da análise dos dados levantamos a problemática voltada para a

necessidade de considerar em nosso projeto variados recursos textuais como caminho

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mais adequado para atividades de leitura e escrita com muito mais propriedade e

sentido.

Durante a docência utilizamos algumas estratégias: vários ritmos de leitura

(silenciosa, em voz alta, individual, coletiva) de acordo com a intencionalidade do texto,

apreciação de obras artísticas, exploração gibis, escuta de músicas, apresentação teatral

e contação de histórias, dentre outros.

O primeiro capítulo apresentar o campo de estágio, as vivências de observação e

docência na quarta série do Ensino Fundamental da Escola de Educação Básica Silveira

de Souza; tendo como supervisora a Professora Maria Natália José e orientadora, a

Professora Doutora Alba Regina Batistti de Souza.

O período de estágio foi de suma importância em nossa formação. Vivenciar os

movimentos de uma escola leva-nos a refletir sobre a complexidade de uma instituição

de educação, favorecendo ponderações e o entendimento dos muitos fatores que

influenciam na dinâmica de uma escola. Para nós, foi um momento de crescimento

mútuo.

No segundo capítulo expomos a análise de vivência de estágio, com a elaboração

dos artigos fundamentados na prática reflexiva, como forma de deixar registrado os

aspectos mais relevantes de nossa vivência de estágio.

Nas considerações finais, analisamos nossas práticas, a viabilidade de atividades

de leitura com variados recursos textuais para a formação de leitores.

Nos anexos apresentaremos nossos planos de ensino-aprendizagem e os registros

das atividades realizadas pelas crianças.

Figura 1- Vista da Escola Rua Alves de Brito, 334

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1. CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO

A Escola de Educação Básica Silveira de Souza situada à rua Alves de Brito, 334

Centro-Florianópolis, SC, foi fundada no dia 28 de setembro de 1913, pelo então

governador do Estado Coronel Vidal José de Oliveira Ramos. À época, a escola

denominava-se Grupo Escolar Silveira de Souza em homenagem a João Silveira de

Souza, nascido na antiga Desterro. Advogado, promotor público, professor e escritor,

foi patrono da cadeira nº 18 da Academia Catarinense de Letras.

Foi transformada em Escola Básica em 1971, conforme decreto da Secretaria do

Estado da Educação nº 7.571/84. Sendo assim, é mantida pela Secretaria de Estado da

Educação e Inovação do Estado de Santa Catarina e está integrada ao Sistema Estadual

de Ensino, ocorrendo um salto grandioso para a época, atualmente fazendo parte do

Fórum Permanente do Maciço Central do Morro da Cruz desde 2000. Atende crianças

das comunidades do Maciço (Morro da Cruz, Morro do 25, Morro do Céu, Nova Trento

e imediações).

O prédio, de construção antiga, de arquitetura açoriana, é tombado pelo Patrimônio

Histórico. As salas têm grandes portas e janelas, um enorme pátio que poderia ser mais

bem utilizado, com o oferecimento, por exemplo, de atividades ao ar livre, além da

Educação Física. Devido a sua construção ser antiga e contornada por novos prédios, a

escola parece um mundo à parte do que existe lá fora.

A escola conta atualmente com 07 salas de aula; uma sala de vídeo; biblioteca; sala

de informática (em fase de instalação dos computadores que foram doados); sala de

Orientação Educacional; sala de Supervisão Escolar; sala de Direção; Secretaria; sala

dos professores; banheiros masculino e feminino para professores; banheiros para os

alunos; cozinha; refeitório; quadra coberta para a prática desportiva; sala de dentista,

funcionando com uma dentista cedida pela Prefeitura Municipal de Florianópolis e um

depósito.

No período matutino a escola atende uma primeira série, duas segundas, uma

terceira e uma quarta. E no período vespertino, uma terceira e uma quarta série

totalizando 156 alunos. Também no período vespertino existem turmas de quinta a

oitava séries, num total de 95 alunos.

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Figura 2- Vista interna da Escola

Figura 3- Quadra poliesportiva.

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2. PRÁTICA VIVENCIADA

Nas primeiras semanas de março de 2005 retornamos ao nosso campo de

estágio, a Escola Silveira de Souza nos acolhe em mais essa etapa de nossa formação.

Estamos ansiosas, sabemos que podemos continuar contando com a colaboração de

Natália, a professora do semestre passado, porém, não estaremos com a mesma turma na

qual realizamos nossas observações e conquistas.

É um recomeçar... Precisamos conhecer, conviver, criar um clima de confiança

para que as relações e as atividades propostas consigam alcançar os objetivos traçados,

pois acreditamos que no processo de ensino e aprendizagem, é preciso o envolvimento,

a aceitação e a parceria de todos.

Figura 4- Turma durante a cópia de conteúdo do quadro

Bem, mesmo antes de sermos apresentadas à nova turma, ainda na porta de

entrada da sala de aula, Natália nos informa que a turma da quarta série, onde trabalha e

onde desenvolveremos nossas intervenções, apresenta ritmos de aprendizagem

diferenciados. Nos olhamos... Entramos na sala de aula, lançamos nossos primeiros

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olhares e, encontramos uma turma numerosa, composta por crianças de diferentes faixas

etárias. Natália coloca para as crianças, que somos as estagiárias que irão trabalhar com

a turma durante os próximos meses. Então, nos apresentamos e agradecemos a acolhida.

Já inseridas no espaço da sala de aula da quarta série, começamos a vivenciar os

momentos e a observar os movimentos desta. Dispostos em filas, as crianças recebem a

orientação para colocarem sobre a mesa o livro didático de Língua Portuguesa e

realizarem em silêncio a leitura do texto titulado, Dom Quixote. Abertura de mochilas,

olhadas para o amigo do lado...Algumas crianças não trouxeram o livro e sentaram-se

com um amigo para realizarem a leitura. As crianças receberam orientação de tempo

para concluírem a leitura, embora muitas tivessem usado este espaço para conversar

com o colega, olhar para além das janelas, abaixar a cabeça sobre a mesa...

No momento seguinte, uma das crianças é indicada para realizar a leitura em

voz alta e as demais deveriam acompanhar fazendo uso do livro didático. Poucas

crianças acompanharam a leitura, a encarregada de fazê-la oralmente, soletrava as

palavras e comprometia a compreensão do texto como um todo. Leitura realizada, as

crianças são informadas que devem adquirir hábitos de leitura, que serão cobradas

diariamente e que, ao realizar as leituras oralmente, devem fazê-las com mais

clareza.

Uma listagem de nomes é falada pela professora ao realizar a chamada que,

serve principalmente, segundo a própria professora, para acompanhar o

comparecimento nas atividades.

Caderno de matemática, a atividade seguinte seria a realização de exercícios

retirados do livro didático da mesma disciplina. Caminhando entre as carteiras,

descobrimos que o conteúdo trabalhado refere-se ao sistema decimal, suas classes e

ordens.

Uma fala corta o silêncio da sala enquanto os cadernos são colocados sobre as

mesas: - Hoje tem prova do líder! Os exercícios começam a ser feitos e algumas

perguntas surgem. Uma delas: - Se ficar sozinho forma uma classe? A resposta dada

pela professora: - É, se ficar sozinho forma uma classe. Não tínhamos os exercícios em

mãos, o que dificultava a compreensão do que as crianças questionavam. Em um dado

momento, Natália vai ao quadro e realiza uma rápida revisão do conteúdo. Escreve:

27.395. E questiona: - Quantas classes? Quantas ordens? Natália coloca que agrupando

de três em três de trás para frente forma uma classe e que a quantidade de ordem é

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descoberta contando a quantidade de algarismos do número. Então, o número tem duas

classes e cinco ordens. Explicação dada, as crianças continuam os exercícios e a seguir,

realizam sua correção. Ficamos observando os movimentos das crianças durante a

correção, muitos exercícios foram apagados e posteriormente copiados do quadro,

muitas crianças não acompanharam a correção, preferindo folhear, mesmo que

discretamente seu gibi. Destacamos nesse processo de correção a seguinte colaboração:

a criança deveria escrever os números em algarismos indo-arábicos do extenso para

algarismo. Por extenso- treze bilhões, vinte e cinco milhões, quatrocentos e setenta e

nove mil e seiscentos. A criança faz: 1300250004790600. É questionada:- O que está

errado? Faz: 1.300.250.004.790.600. Olha com aparente incerteza para a professora que

lhe responde com olhar de que algo ainda precisa ser construído. Então fala:- É o zero?

Continua: 1325. Pára, e sob intervenção da professora continua: 1325479600. O que

está errado? A criança conta as classes e faz: 1.325.479.600. Olha e diz: - É o zero.

Retorna a fazer: 13.025.479.600. Recebe um sinal de afirmação e retorna para sua

carteira. Impossível evitar nossos olhares, não conseguimos acompanhar com clareza o

raciocínio da criança, parece-nos que a mesma fazia correspondência da quantidade de

zeros usados em cada classe. Assim, usava dois zeros para bilhões - 1300; três zeros

para milhões- 25000; um zero para milhão- 4790 e as centenas escrevia adequadamente-

600. Nossas inquietações referem-se em tentar compreender o que precisaria ainda ser

desenvolvido para que as crianças se apropriassem do conteúdo, demonstrando suas

dúvidas, mas, também tentativas de resolvê-las com mais confiança e propriedade.

Durante a correção das atividades propostas, sentimos que as dúvidas

apresentadas pelas crianças eram uma constante e, muitas delas, embora tendo resolvido

o exercício seguindo orientações de apaga e reescreve, permaneceram com as mesmas.

Constatamos este fato em exercícios posteriores.

Após este momento, as crianças receberam como tarefa para casa, a construção

de um texto sobre a água, que deveria ser entregue no próximo dia. Esta orientação seria

a última intervenção junto às crianças, visto que, nesta manhã, teríamos planejamento

das professoras.

Ainda sobre o ambiente da sala de aula, acreditamos que este deveria ser mais

alfabetizador, mais colorido, mais atrativo, mais informador... Encontramos nesta

manhã dispostos nas paredes, dois mapas: de Santa Catarina e do Brasil. Geraldi (2002)

comenta que recuperar na escola e trazer para dentro dela o que dela se exclui por

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princípio o prazer parece o ponto básico para o sucesso de qualquer esforço honesto

de incentivo à leitura.

No planejamento das professoras, foram discutidos os seguintes assuntos:

Projeto do Morro do Maciço (que é composto por 12 escolas que planejam atividades

e projetos integrados), Dia das Águas e Semana da Páscoa. Destacamos a fala da

diretora que, propõe que todas as atividades desenvolvidas com as crianças visem à

qualidade em detrimento da quantidade. Pretendendo reverter à questão da produção

das crianças, que se reduz à realização de cópia, para o pensar e o agir. Revertendo

também a participação dos pais na escola, que vem geralmente para ouvir

reclamações, devendo participar de exposições dos trabalhos dos filhos. Neste ano as

crianças possuem uma agenda com espaço para registro de ocorrências e

comunicação entre família e escola.

Na manhã seguinte... antes mesmo de desejarmos bom dia... ouvimos: - Vai ter

filme? Informamos que naquela manhã não havíamos programado nenhum momento

explorando este recurso, mas que, poderíamos pensar em fazê-lo num outro momento.

Natália faz chamada, e logo solicita que as crianças retirem o livro de português

e realizem uma leitura silenciosa do texto: Me dá um selinho? O momento seguinte

revela diferentes movimentos, uns nem abriram o livro, outros simplesmente deixaram-

no sobre a mesa, outros folheavam seus gibis... Do que tratava o texto? Preferimos

descobrir. O texto tratava das diferentes coleções feitas pelas crianças e, a personagem

colecionava selos, titulado - Me dá um selinho?

Neste dia estava sendo realizada uma reforma ao lado da sala de aula e, o

barulho realmente incomodava, dificultando a comunicação e a concentração de quem

se encontrava em sala de aula.

No momento seguinte, as crianças realizaram uma leitura individual e em voz

alta. Nem todos acompanharam a leitura feita por um colega. Ao término, as crianças

são orientadas para prestar atenção na pontuação ao realizarem leituras.

Após a Educação Física, a turma envolveu-se na eleição do líder da sala, no qual

as crianças optaram pela escolha através do voto. Três crianças não tinham interesse:

Vanessa, Lucas José e Edemir. A professora informa que, para ser líder da sala o/a

candidato/a, deve dar bons exemplos, ficar quieto, respeitar a professora, ter disciplina,

estudar... Enquanto Natália falava todos os requisitos para ser o líder da sala, as crianças

trocavam olhares, risos e conversas ao pé do ouvido. Então, resolveram realizar a

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votação: cada um escreveria num papel o nome da criança que gostaria que fosse o líder

da sala e entregaria para a professora realizar a contagem. Natália registra no quadro o

nome das crianças e o número de votos recebidos. Os líderes eleitos foram: Bruno e

Cléo. Durante a colocação dos nomes no quadro, Natália chama atenção para a escrita

inadequada de muitos nomes, o que provocou nas crianças constantes gargalhadas.

A sala de aula é tomada por um constante movimento em direção a mesa da

professora, as crianças foram entregar o texto solicitado na aula anterior - sobre a água.

Nem todos entregaram e foram convidados a fazê-lo para o dia seguinte, notamos que

algumas crianças escreveram no caderno, dizendo que a professora não havia informado

que seria entregue.

No momento seguinte, no caderno de português, as crianças realizaram

exercícios de classificação de palavras de acordo com o número de sílabas: oxítona,

paroxítona, proparoxítona. Antes, porém, registraram os critérios para classificar as

palavras de acordo com o número de sílabas.

Assim, a alfabetização para Freire é parte do processo pelo qual alguém se torna autocrítico a respeito da natureza historicamente construída de sua própria experiência. Ser capaz de nomear a própria experiência é parte do que significa ler o mundo e começar a compreender a natureza política dos limites bem como das possibilidades que caracterizam a sociedade mais ampla. (FREIRE, 1990, p. 07)

Dia das Águas... Nesta manhã, nos encontramos na Escola Silveira de Souza e

seguimos juntos até a Catedral, onde as demais escolas que compõe o Morro do Maciço

envolveram-se em uma passeata com os seguintes propósitos: encaminhamento ao

prefeito municipal de um documento abaixo-assinado solicitando tratamento de água

encanada e rede de esgoto nestas comunidades e colocando à população a atual situação

de quem reside nestas.

Durante a passeata, as crianças apresentavam faixas com dizeres sobre o direito

de terem acesso a este recurso tão necessário diariamente. Entre as faixas encontrava-se

uma com a seguinte frase: Sonho do Maciço: Reescrever o mundo com lápis e não com

armas.

A propostas deste trabalho, era desenvolver durante a semana a temática - Água

e a passeata seria o fechamento deste, sendo que não acompanhamos o processo como

um todo. Acreditamos que este tipo de mobilização incentiva o exercício da

participação social e a cidadania, porém, deve ser bem discutido com as crianças.

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Através da sugestão do Padre Vilson, presente no evento, os alunos de nossa

Escola Silveira de Souza representaram os estudantes e entregaram o documento ao

prefeito da cidade.

Ainda no período de observação tivemos a oportunidade de realizar uma

dinâmica com a turma (Anexo 3) para promover um melhor reconhecimento e

entrosamento do/com o grupo de alunos. Não tínhamos a manhã como um todo,

somente o período das oito às dez horas.

Conhecendo as particularidades do grupo poderíamos posteriormente planejar

atividades que atendam aos seus interesses, já que o grupo é bastante heterogêneo.

Segundo (REGO, 2001) para Vygotsky, o desenvolvimento do sujeito humano se dá a

partir das constantes interações com o meio social em que vive, já que as formas

psicológicas mais sofisticadas emergem da vida social.

Inicialmente sentados em círculo cada um dizia o nome e uma

característica/qualidade.

Não foi fácil fazer com que as crianças colocassem suas qualidades, a grande

maioria alegava ser envergonhada ou diziam não saber o que achavam melhor em si.

Depois de muitos incentivos, todos se manifestaram. Abrimos, então, discussão para as

diferentes características dentro do espaço da sala de aula e para a necessidade de nos

respeitarmos para convivermos de forma mais tranqüila. O resultado, apresentamos a

seguir.

Lucas legal Wagner feliz

Priscila curiosa Cléo carinhosa

Edemir educado Lhaion estudioso

Ricardo inventor João Pedro pesquisador

Amanda - amigável Ana Paula amizade

Kelly legal Raquel gosta do cabelo

Emerson- ... Alexsandro aleluia

Jardel - ... Felipe- joga futebol

Lucas - ... Tatiana alegre

Bruna - ... Ana Carolina carinhosa

Angélica amiga Vanessa envergonhada

Allan amizade Lucas brincalhão

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Patrick paz Yuri amor, carinho, paixão,

saudade

Andressa - amorosa Bruno - alegria

Em seguida, as crianças preencheram um questionário, do qual retiramos os

seguintes dados:

Responderam: 12 meninas e 16 meninos, a maioria mora nos bairros: Centro,

Agronômica, Morro do Céu, 25 e Nova Trento, que compõe o Maciço do Morro da

Cruz, sendo que a maioria já estudava na Escola Silveira de Souza. Com relação à

idade: 03 tem 09 anos, 13 tem 10 anos, 05 tem 11 anos, 03 tem 12 anos, 02 tem 13 anos,

01 tem 14 anos e 01 tem 15 anos. Seis (06) não gostam de ler e 22 gostam, sendo as

partes que mais gostam: ação, mulher na piscina, gibi, todas, livros, partes onde se

beijam, Peter Pan, Dom Quixote, notícias, Capricho, Tititi, Veja, Witch, jornais,

Mônica, Cebolinha, Cascão, revista de carro, futebol, homem-aranha. Nove (09) não

escrevem nem recebem cartas ou bilhetes, 02 escrevem carta para pai/mãe, 03 recebem

cartas, 04 mandam e recebem cartas, 06 escrevem e recebem bilhetes (geralmente da

escola), e 03 escrevem cartas.

Na televisão: 04 gostam de assistir novela, 15 desenho, 01 tudo, 04 filme, 01

futebol, 02 jogar vídeo game, 01 estudar, 02 jogar futebol, 01 jogar vôlei e 02 brincar.

Na música e cantores: 02 gostam de Fank, 05 Hip Hop, 02 Ivete Sangalo, 02

Pop, 02 Pagode, 01 Rock, 01 Marcelo D2, 01 Felipe Dilon, 04 Sandy e Junior, 03 Pity,

05 Racionas, 02 Boka Loka, 01 Armandinho, 02 Rouge, 01 CPM 22, Alexandre Pires,

Dogão, MV Bill e Skank.

Após responderem este questionário realizamos a leitura de um texto Um por

todos, todos por um e promovemos uma discussão para que colocassem suas

percepções sobre a mensagem nele contida.

Distribuímos para algumas crianças trechos enumerados de um texto e estas

deveriam realizar a leitura, seguindo a ordem dos números. Após a leitura das

crianças, realizamos uma outra leitura do mesmo texto, agora em voz alta e

solicitamos as mesmas que colocassem seus entendimentos sobre o texto.

Novamente, precisamos fazer uso de muitos incentivos para que a turma se

manifestasse. Contudo, as falas foram surgindo e as colocações apontavam que:

Cada um tem a sua função F. Cada pessoa te seu jeito. L. O texto diz um por

todos e todos por um, mas eu vejo que não é bem assim, cada um faz por si. A .

22

Gostaríamos de registrar o interessante envolvimento das crianças ao ouvirem a

leitura dos demais colegas do texto titulado: Um por todos, todos por um.

Este momento foi riquíssimo para nós, podemos ampliar nossas relações,

estando mais próximas das crianças, ouvindo-as e realizando nossas intervenções. A

leitura de mundo precede mesmo a leitura da palavra. Os alfabetizandos precisam

compreender o mundo, o que implica falar a respeito do mundo. (FREIRE, 1990,

p.32)

Combinamos que as crianças passariam a fazer uso de um crachá, contendo seu

nome e a característica apresentada por cada uma. O uso do crachá facilitar-nos-ia a

identificação das crianças, visto que, ainda não havíamos memorizado os seus nomes.

Acompanhamos ainda, neste dia a correção de uma prova de matemática, que foi

entregue pela professora, colocando que o assunto já havia sido revisado durante a

semana, e mesmo assim os resultados poderiam ser mais satisfatórios.

Após o recreio a professora fez a correção no quadro, sendo que a maioria dos

alunos não acompanhava as orientações. Na segunda parte da correção ela pediu que

algumas crianças fossem ao quadro para resolver as questões. Porém, acreditamos que a

correção poderia ter melhores resultados se houvesse espaço para questionamentos,

dúvidas, discussão de diferentes possibilidades de resolução pelas crianças.

(...) o ensino tem que ser organizado de forma que a leitura e a escrita se tornem necessários às crianças. (...) então o exercício da escrita passará a ser puramente mecânico e logo passará a entediar as crianças; suas atividades não se expressarão em sua escrita e suas personalidades não desabrocharão. A leitura e a escrita devem ser algo que a criança necessite. (VYGOTSKY, 1991, p.133)

Esta aula, finalizando o mês de março iniciou com a leitura individual de uma

criança do texto: As coisas que a gente fala. Ao término da leitura, as crianças são

informadas que devem se atentar para a pontuação e o tom de voz ao fazer a leitura.

Durante a realização da leitura, muitas crianças não acompanhavam e acabavam por

interferir no desenvolvimento da mesma.

Leitura e recomendações colocadas, as atividades seguintes seriam registradas no

caderno de português. Natália coloca no quadro, o conteúdo: encontro vocálico. Este

conteúdo apresentava a explicação do que seria encontro vocálico, trazendo

exemplos. As crianças usaram um longo período de tempo para realizar a cópia, visto

que, envolvem-se em conversas, em desenhar, em folhear gibis, em olhar pelas

23

janelas... ao término da cópia, as crianças são convidadas a guardarem o caderno de

português e a realizarem leitura do conteúdo em casa para ser trabalhado no dia

seguinte. Neste momento tomamos conhecimento que, o tempo, a organização dos

conteúdos por disciplinas, a divisão das atividades com tempo previsto, são fatores

que influenciam no encaminhamento das propostas de trabalho.

O caderno de matemática seria o recurso para o registro das posteriores atividades.

Valor absoluto e valor relativo, era o conteúdo das próximas atividades. No quadro,

Natália registra uma lista de números, onde as crianças deveriam apresentar o valor

relativo e o valor absoluto de cada número. Os exercícios foram sendo resolvidos

pelas crianças e, no momento da correção estas recebiam orientações para apagar e

refazer os resultados inadequados.

Percebemos que poderíamos contribuir com as crianças se, ao conhecermos

seus erros , fossemos junto com elas, constatar o que ainda é necessário compreender

para realizar o exercício de forma adequada. Desta forma, acreditamos que os conteúdos

devem ser construídos com a participação das crianças.

Iniciamos um novo mês na nossa caminhada. Numas das manhãs da primeira

semana do mês de abril, após realizar a chamada, Natália pede para que as crianças

tirem de suas mochilas o caderno de matemática e comecem a registrar o que está sendo

colocado no quadro. O conteúdo do dia: numerais romanos (revisão). No quadro, são

colocados exercícios para seguir modelos, fazendo o registro dos algarismos romanos

em indo-arábico e vice-versa. Natália ausenta-se da sala de aula e pede-nos para

terminar de colocar os exercícios no quadro.

Durante a cópia, as crianças reclamavam da quantidade de exercícios. Para

realizarmos a correção, buscamos fazer com que as crianças comparassem suas

estratégias para resolvê-los e buscassem a maneira mais adequada para fazê-los. Na

comparação entre as duas ou mais formas de realizar os exercícios, as crianças iam

refutando e apontando a forma adequada de fazê-los, apresentando argumentos.

Abríamos espaço para que as crianças colocassem suas dúvidas e neste momento, a

grande maioria da turma estava voltada para o quadro acompanhando a atividade

proposta.

Ainda, constatamos que as crianças ainda precisavam se apropriar de regras básicas

para a compreensão dos algarismos romanos e, a maior delas refere-se ao fato que,

uma mesma letra ou símbolo não repete mais do que três vezes na escrita dos

24

números romanos. Na ausência de Natália, as crianças envolveram-se numa

constante falação num tom muito elevado de voz, dificultando nossas colocações ao

corrigirmos os exercícios. A correção de todos os exercícios seguiu o critério de

correção no coletivo, com base na comparação e tomada de decisão da maneira mais

adequada para fazê-lo. Sabemos que nem todas as crianças realizaram a correção,

porém, a participação destas na correção dos exercícios apontou-nos um bom

caminho para trabalharmos de forma mais significativa com estes.

No retorno das atividades da aula de Educação Física, com o caderno de português

em mãos, todos teriam que realizar a cópia do texto, Namoro Desmanchado . Após

a cópia do texto, seguia uma lista de perguntas sobre o mesmo. Algumas delas: Que

argumentos os colegas do menino usam para justificar que não são mais crianças?

Você concorda com isso? Por quê?

A correção do exercício ficou para a próxima aula.

Durante a cópia do texto pelas crianças a professora circulou pela sala

verificando se deixavam linha em branco, faziam parágrafo. Solicitava que as crianças

realizassem as devidas pontuações sempre que acreditava ser necessário.

Notamos que algumas crianças não copiavam as frases da poesia como estavam

escritas no quadro, colocando-as uma ao lado da outra na mesma linha. Parece-nos que

não haviam percebido que se tratava da cópia de uma poesia, que por vez tem uma

organização do texto diferenciada, em forma de estrofes. Acabavam cometendo falhas,

por desconhecimento dessas diferenças entre os tipos de texto.

Sentimos que os textos poderiam ser discutidos oralmente, pois muitas perguntas

feitas na interpretação escrita poderiam ser realizadas numa discussão da turma.

A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançado por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. (FREIRE, 1986, p.11-12)

Na manhã seguinte, cadernos de Língua Portuguesa sobre as carteiras... Natália

passava olhando quem havia feito os deveres - responder as questões sobre o texto:

Namoro Desmanchado.

Antes da correção, as crianças realizaram uma leitura oral do texto. Após

realizaram a correção. A aluna com a maior idade da sala apresenta que, realmente, para

25

deixar de ser criança é necessário namorar. Após sua colocação, a professora

acrescenta: Será? Ouvem-se então muitas outras colocações: Tem que ter

responsabilidade. Eu quero é brincar. Eu brinco e namoro... O texto contava a história

de uma criança que relatava os aspectos negativos e positivos de namorar na infância.

No momento seguinte, a proposta era revisar o conteúdo trabalhado: hiato,

ditongo e tritongo. Do quadro deveria ser copiado e registrado os conceitos do conteúdo

proposto e a seguir, era apresentado uma atividade: retirar do texto, palavras com hiato,

ditongo e tritongo. As crianças se envolviam numa falatória e movimentos constantes,

podemos perceber que nem todas fizeram a tarefa e as que realizaram, não realizaram a

correção, ficando esta, para o dia seguinte.

Retornamos a perceber a questão do ritmo de desenvolvimento das atividades.

Quando o tempo não permite a correção dos exercícios propostos, perdemos a

oportunidade de ampliar os conteúdos com as crianças. Acreditamos ser de fundamental

importância a correção dos exercícios logo após sua realização como forma de garantir

a apropriação de forma mais qualitativa dos conteúdos pelas crianças.

Chegamos a metade do mês de abril. Fomos convidadas para participar do curso

de formação com os profissionais da escola. O curso envolvia todas as escolas dos

Morros do Maciço e, as falas revelavam os trabalhos desenvolvidos com estas unidades.

Registramos: Sonho do Maciço: Reescrever o mundo com lápis e não com

armas. Os alunos devem ser cuidados na escola como sendo vida da escola.

Então, chegamos num ponto muito importante da nossa caminhada.

Estagiar, vivenciar, compartilhar...

Anseios, dúvidas, desafios...

Uma confusão de sentimentos e uma única certeza: a possibilidade de não só

cumprirmos mais um estágio da faculdade, mas sim, vivenciarmos dias de

crescimento mútuo.

Nosso primeiro dia de intervenção (Anexo 4). Planejamos para esta manhã,

momentos de reflexão e de socialização de opiniões. Propomos uma dinâmica de

trabalho em grupos, e estes seriam organizados segundo o conteúdo e a cor de um cartão

que as crianças retirariam de um envelope que, iria circular entre estas no momento em

que já se encontravam organizadas em um grande círculo.

26

O conteúdo dos cartões: Artigos do Estatuto de Po+Ética para Crianças.

Neste movimento de organização de grupos, de sentar-se no chão... percebemos uma

certa resistência por parte das crianças, que viam neste movimento, nesse organizar...

um romper com o dispor em sala de aula.

Propomos que as crianças lessem em seu grupo, a mensagem do cartão, que

trocassem seu entendimento e dúvidas sobre estes para depois socializarmos no grande

grupo. Circulamos nos pequenos grupos, conversamos com as crianças e estas

colocavam claramente o que entendiam sobre a mensagem de seu cartão, embora

fizessem mediante constantes convites e com limitações. Pensamos neste momento no

respeito aos diferentes ritmos de aprendizagem, mas os movimentos revelavam uma

turma que resistia a trabalhar em grupo, a ver nas opiniões dos colegas, formas de

ampliar o que já conhecem.

No grande grupo, novamente as solicitações. As crianças colocaram suas

contribuições timidamente nas discussões e na chamada para a participação.

As crianças tem que preservar a natureza.

Convivência social são as pessoas, os amigos, o lugar onde você mora, quando

nos relacionamos com outras pessoas de forma igual.

A pessoa gosta muito do país, o brasileiro, tem orgulho de ser brasileiro.

A escola é a segunda casa.

O nosso entendimento foi que tem que haver respeito, entre nós, somos todos

iguais, se ficarmos sem amigos, com quem iremos conviver?

Toda criança deve ser livre, e para isso deve cumprir seus deveres.

As crianças devem sempre ter amizade e alegria.

O cara é pobre e não tem nada pra doar.

Fazíamos questionamentos, solicitávamos reflexões para além das informações contidas

no conteúdo do cartão. As contribuições na maioria das vezes vinham das mesmas

crianças. Talvez estejamos sendo precipitadas, mas, tornava-se evidente que a proposta

de nossas intervenções confirmava-se naqueles momentos, que a turma precisava

construir hábitos de leitura para além da decodificação do impresso no papel. Paulo

Freire ( ...,p.52 ) enfatiza a tarefa que temos ao desenvolvermos atividades com as

crianças. Quando entro em sala de aula devo estar sendo aberto a indagações, à

curiosidade, às perguntas dos alunos, a suas inibições; um ser crítico e inquiridor,

inquieto a face da tarefa que tenho- a de ensinar e não de transmitir conhecimento.

27

Mediante muitas das nossas colocações sobre Relações Humanas , tema da

nossa aula, convidamos as crianças para ouvirmos, cantarmos e conversarmos sobre a

letra de uma música . Pega Ladrão , é o título da música selecionada e que é cantada

por Gabriel o Pensador. Trata-se de um Rap, gênero de música apresentado como

preferido das crianças no questionário aplicado. Então, lemos a letra da música (cada

criança tinha a letra da música em mãos), ouvimos a mesma e depois, ouvimos e

cantamos a música. Vimos muitos corpos balançando de um lado para o outro, batidas

de pés no chão, mãos marcando o ritmo da música... O refrão era cantado com a

participação da maioria: Pega ladrão, pega ladrão...

(...) os professores devem propiciar aos alunos a oportunidade de examinar diversas linguagens ou discursos ideológicos, como se encontram desenvolvidos numa variedade de textos e de materiais curriculares. (...) uma pedagogia desse tipo deve criar as condições de sala de aula necessárias para a identificação e a problematização das maneiras contraditórias e múltiplas de ver o mundo que os alunos usem para a construção de sua própria visão do mundo. (FREIRE, 1990. p.2 1- 22)

Abrimos espaço para colocação dos entendimentos da música, através da

interpretação oral deste texto. As falas vinham com mais facilidade neste momento:

apontavam roubos de dinheiro público, a fome, as crianças na rua, sobre políticos que

não fazem nada...Mas não apontavam muitas medidas para mudanças, mesmo quando

solicitadas a fazê-lo.

Propomos, então, atividades pontuais com a letra da música: procurar no

dicionário o significado das palavras desconhecidas, separação em sílaba das palavras

destacada nesta, agrupamento das palavras de acordo com o encontro vocálico (hiato,

ditongo e tritongo) e ainda, ao realizarmos a correção das atividades, revisamos as

regras para classificar as palavras segundo o encontro vocálico. Destacamos neste

processo, o momento da correção das atividades, trocas estabelecidas entre diferentes

classificações das palavras, onde as crianças iam apresentando outra possibilidade de

classificá-las diferente da apresentada pelo colega no quadro. Não nos remetemos a

apagar a resposta incorreta e apontar a correta. Instigávamos as crianças a colocarem

suas opiniões e argumentos para aceitarem uma resposta e não a outra. Percebíamos a

participação do grupo, a chegada da maneira adequada estava sendo feita no coletivo,

isso nos agrada e muito, pois as crianças percebem-se como sujeitos de sua própria

aprendizagem, passam a acreditar em si e percebem no erro a construção e não a

refutação do que estamos construindo.

28

Com o término das correções, a turma organizou-se nos grupos que

discutiram as mensagens dos cartões. A atividade seguinte solicitava a construção de

um cartaz, onde deveriam apresentar (com desenhos, palavras, versos...), o que ficou

sobre o que conversamos a respeito das mensagens dos cartões e da letra da música.

Cada grupo recebeu um único pedaço de papel pardo e nele, deveriam registrar o que o

grupo acordasse. Ficamos refletindo sobre o que víamos, as crianças, exceto dois

grupos, dividiram o papel pardo de acordo com o número de participantes e cada um

realizou seu registro. Diferentes ritmos, diferentes interesses, negações, lideranças...

Observamos variadas formas de estar naquele espaço e realizando ou não a atividade

proposta. Mexemos com a rotina da turma, pensávamos. Dava-nos um certo desconforto

toda aquela falatória num tom elevado de voz, mas, tínhamos o reconhecimento de que,

para as crianças, algo de diferente também acontecia e, para nós e para elas, o tempo

nos traria melhor entendimento e envolvimento no que estava sendo proposto.

Planejamos a apresentação dos cartazes, mas não deu tempo.

Uma nova manhã. Tínhamos como tema do nosso Projeto de Ensino

Aprendizagem, O Índio e o Descobrimento do Brasil (Anexo 5). Iniciamos nossas

atividades apresentando na transparência a imagem de um índio: cara pintada, cocar... E

perguntamos as crianças: O que vocês vêem nesta imagem? As respostas: Um índio.

Perguntamos: O que leva vocês a dizerem que esta imagem é a de um índio? As

respostas: Tem pena, a cara tá pintada... Os alunos expressaram suas percepções aos ver

a imagem: É um índio, que mora na aldeia. Está indo pra guerra. Falaram também

de alguns de seus costumes, características: Eles moram em casas de palha. Não

dormem em camas. Eles dormem em redes. ...

Voltamos a perguntar: Mais alguma colocação? Olhares na imagem e

cabeças fazendo sinal de negativa.

No momento seguinte, com a turma toda voltada para a projeção na parede,

apresentamos a imagem de duas crianças, descalças, trajando unicamente uma bermuda

e, no fundo de suas imagens, o cenário demonstrava casebres e sinais de muita pobreza.

Questionamos: E agora, o que vocês podem nos falar sobre esta imagem? As respostas:

São crianças. Acrescentamos: Mais alguma colocação? Olhares para a imagem e o

silêncio era marcante. Colocamos: o que vocês diriam se afirmássemos para vocês que

estas crianças são índios? Tornou-se evidente os olhares de espanto. Uma fala surge:

Estão na favela!

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Primeiramente reconheceram-nas apenas como crianças, e depois verificaram os

detalhes e perceberam que eram crianças índias na cidade. Disseram que o índio vem

morar nas favelas, vender seu artesanato para conseguir dinheiro. E que aquelas crianças

poderiam inclusive ser filhas do índio da outra imagem. Segundo Naspolini (1996, p.

35), Ler não significa somente compreender o que está escrito com letras. Significa

também compreender algo sem palavras, que se observa e interpreta...

Muitos alunos participaram expressando suas opiniões sobre a questão dos

índios na atualidade. Após a leitura do texto

Todo dia é dia de índio

podemos

discutir mais amplamente o tema. Pois um dos nossos objetivos seria estabelecer

relações comparativas entre a situação dos índios no período do descobrimento e nos

dias atuais, compreendendo inclusive que os problemas econômicos, sociais e políticos

atuais são reflexos de uma colonização exploratória.

Realizaram as atividades propostas, também uma revisão do assunto sílaba

tônica através dos exercícios relacionados ao tema. Notamos dificuldades na expressão

escrita, quando solicitados para escrever frases, por exemplo. No momento da correção

muitos falavam uma frase, sem no entanto, tê-la escrito no caderno.

Destacamos que a atividade de descobrir a mensagem através dos códigos

causou grande interesse e concentração.

No dia seguinte, abordamos o tema do Descobrimento do Brasil, iniciando com

a apresentação no retroprojetor de uma história em quadrinhos do personagem papa-

capim, intitulada: Redescobrindo o Brasil, sendo descrita a visão dos índios sobre o

descobrimento. Fizemos relação com a aula do dia anterior, e através da leitura e

interpretação do texto discutimos quais os interesses dos portugueses em novas terras, a

relação com os índios que aqui viviam. Localizamos também Portugal e Brasil no mapa,

com a intensa participação da turma.

Realizaram os exercícios propostos, apresentando maiores dificuldades na

resolução de problemas matemáticos que envolviam as quatro operações básicas

(adição, subtração, multiplicação e divisão). Estes foram resgatados na aula seguinte,

(Anexo 6).

Iniciamos as atividades deste dia, escrevendo um problema matemático no

quadro e solicitamos a leitura e interpretação deste: Pedro coleciona figurinhas. Ele tem

20 figurinhas e ganhou de seu pai 3 pacotinhos com 5 figurinhas cada um. Quantas

figurinhas Pedro tem agora?

30

Interpretações dos alunos: É pra fazer uma conta. Pra saber quantas

figurinhas Pedro tem. É um problema. Tem que resolver. É pra fazer uma conta

de mais. É pra fazer de vezes. Faria um desenho com as figurinhas.

Com a participação ativa da turma resolvemos este problema no quadro, para em

seguida corrigir os outros da aula anterior. Não queríamos passar adiante sem as

crianças terem claros alguns pontos importantes para a resolução de problemas.

Chegamos ao mês de maio e planejamos para esta manhã, (Anexo 7) um resgate

das discussões anteriores, em que relembraram: Os índios vivem nas cidades Fazem

cestos para vender. Os índios chegaram no Brasil antes dos portugueses. O Brasil

foi descoberto em 1500.

Em seguida realizamos a leitura de um texto escrito por um aluno da turma na

transparência e realizamos sua interpretação oralmente. Identificamos o título, quais as

principais idéias que o texto traz. Apresentamos em outra transparência o mesmo texto

rescrito, em que 19 foi substituído por Dezenove no título, aqui. atualmente substituído

por aqui. Atualmente (letra maiúscula após o ponto). E também a utilização mais

freqüente de parágrafos no texto.

Após apresentar as modificações discutimos que principalmente a pontuação

adequada e a letra legível auxiliam no entendimento do texto para que todos os leitores

possam compreendê-lo.

Realizamos a leitura do conto Ponto de Vista. Ao término da leitura uma aluna

questiona: - E o que quer dizer isso? E os próprios colegas respondem: Está falando

dos pontos: interrogação, vírgula. Colocar os pontos corretamente no texto. O texto

usa travessão porque eles estão falando.

A cada encontro sentíamos que a turma estava mais participativa, envolvendo-se

nas atividades, discutindo os temas propostos, construindo conosco cada aula, o seu

processo de aprendizagem. Salientamos que os alunos têm necessidade de colocar-se

durante as aulas, sendo importante este espaço de participação, não limitando a

participação das crianças na cópia, deixando-as numa situação de passividade.

Neste dia também foi realizada uma cópia do quadro de tudo que construímos

sobre os sinais de pontuação e suas funções, bem com as atividades relacionadas ao

conteúdo.

No dia seguinte propomos a realização de um jogo titulado Stop Matemático

com a intenção de resgatar as quatro operações matemáticas de uma forma mais

prazerosa.

31

Notamos dificuldades na compreensão da brincadeira. As crianças não

conseguiam entender que, deveriam escrever na vertical o número solicitado por uma de

nós e com ele realizar as operações com os números já escritos na horizontal. A

organização dos resultados na folha também trouxe grandes confusões, sendo necessário

várias explicações do jogo.

Ao envolverem-se na resolução das contas propostas as crianças às realizavam

solicitando ajuda dos colegas, demonstrando incertezas no resultado obtido e, ainda, as

faziam num ritmo bem vagaroso.

Aprender a lidar em sala de aula com a desigualdade de conhecimentos pode ser muito mais rico do que tentar criar um grupo pretensamente homogêneo de crianças. O mundo é desigual, o conhecimento está repartido desigualmente, por que na sala de aula haveria de ser diferente? O que nos cabe é promover a interação entre alunos e permitir que cada um ajude o outro no que sabe. (Cardoso e Ednir, 1998, p. 77)

Verificamos, com o desenvolver deste jogo, que as crianças não estão

acostumadas a trabalhar com a matemática de uma forma mais lúdica, através de jogos,

brincadeiras, problemas criativos, desafiadores, e que ainda não construíram a noção de

que aprender também pode ser prazeroso.

No dia 11/05/05 (Anexo 8) corrigimos o texto dos sinais de pontuação em papel

pardo com grande participação das crianças. Realizamos também oralmente a correção

das questões de interpretação do texto, em que as crianças colocaram: É esperto porque

pede troco. O comerciante tem que ter troco. Às vezes não tem. Tem que ter o

dinheiro certo.

Na formulação de frases com os pontos solicitados: Eu comprei um lanche!

Você tem dinheiro? A galinha morreu! Você tem uma bala? Você gosta de

bala? As crianças apresentavam suas formas de pontuá-las e, mediante trocas,

chegavam na maneira mais adequada para fazê-las.

Apresentamos neste dia o resultado do Stop Matemático tendo como recurso

para apresentá-lo um gráfico, causando-lhes grande euforia na verificação dos

resultados. Propomos uma correção em que alguns alunos foram até o quadro realizar o

jogo.

Na segunda quinzena do mês de maio organizamos uma saída á Feira de Rua do

Livro de Florianópolis. Em sala de aula realizamos os combinados para esta visita,

organizando desde o trajeto percorrido até a própria Feira (Anexo 9). Todos se

32

mostravam ansiosos para a realização desta saída, tínhamos um total de 20 alunos

presentes.

Antes de sairmos para a feira, realizamos a contação da história, Menina Bonita

do Laço de Fita- da autora Ana Maria Machado

Editora Melhoramentos. Sentados no

chão e organizados em círculo, as crianças ouviram a história demonstrando prestar

atenção e apreciação da leitura.

Figura 5- Contação de história.

Devido esta atividade ser seguida da aula de Educação Física, no retorno para a

sala de aula nos organizamos para saída, realizando o lanche no Largo da Alfândega.

Já na Feira de Rua do Livro, as crianças tiveram a oportunidade de conversar

com uma autora de livros, que apresentou seus livros para estas, dizendo que a boa

leitura é o alimento para nossa memória. A autora ainda declamou uma poesia, sendo

aplaudida pelas crianças que admiravam-na.

33

Figura 6- Visita a Feira de Rua do Livro

Figura 7- Conversa com escritora durante a Feira de Rua do Livro

A turma visitou toda a Feira, folhearam diversificados livros, perguntaram

preços, achavam caros, alguns compraram exemplares de literatura infantil nos preços

de R$ 0,50, 1,00 e 2,00.

Propomos que realizassem como tarefa para casa um registro através de um

texto e ilustração o que acharam desta visita, deixando registrado o que mais lhes

34

chamou atenção (apontando aspectos positivos e negativos da visita feita a Feira de Rua

de Livro.

Sentados em círculo, iniciamos uma conversação sobre a Feira do Livro, em que

as crianças falaram o que mais gostaram: Maquete da Eletrosul , Vários escritores de

muitos lugares. Escritora falando de poesia. Compra do livro de R$ 0,35, que

custava 0,50 e a moça fez um desconto. Várias barracas: comida, chaveiro,...

Alguns livros adquiridos: O barba azul; O príncipe do nariz grande. Tinha vários

livros pelo preço de R$ 0,50. Bastante gente ... Achei o livro mais caro, R$ 100,00.

Deve ter história interessante, por isso é caro. Desenho dá vida à história. Esta

conversa iniciaria o planejado para esta manhã (Anexo 10).

Devido a uma forte chuva neste dia estavam presentes apenas: Felipe, Jardel,

Allan, Wagner, Ricardo, Patrick, Ariel, João Pedro e Lhaion.

Após as colocações, as crianças receberam todas as orientações para a confecção

de um livro (sendo apresentado todas as partes que compõe um livro) e folhas, lápis,

canetas, grampos para a produção de seus livros. Foram colocados alguns exemplares

numa mesa, para que pudessem manusear e visualizar a organização do mesmo.

Figura 8- Produção de livros em sala de aula

35

Figura 9- Produção de texto e ilustração do livro

Com o nosso auxílio, frente suas solicitações, as crianças confeccionaram seus

livros, embora inicialmente, não acreditavam que podiam fazê-lo. Algumas se

envolveram na confecção do livro de forma que, pediram material para confeccionar

outro em sua casa.

Alguns livros foram levados para serem terminados em casa.

Já no final do mês de maio, iniciamos o Projeto intitulado Descobrindo o Brasil:

Leituras do ontem e do hoje, (Anexo 11 e 12) que tem como objetivo geral ampliar os

conhecimentos sobre os principais aspectos políticos, econômicos e sociais de nosso

país de forma crítica e contextualizada.

Iniciamos dividindo a turma em seis equipes, as quais já havíamos solicitado

uma pesquisa anteriormente: 1- Brasil-Localização e Limites, 2- Região Norte, 3-

Região Nordeste, 4- Região Centro-Oeste, 5- Região Sudeste e 6

Região Sul, onde

teriam que colher dados específicos, tais como: Estados que fazem parte da região, tipo

de clima, relevo e principais atividades econômicas, e no caso do primeiro grupo seria

em qual América está localizado e quais os países que fazem fronteiras.

36

Figura 10- Realização de atividades em grupo.

Consideramos a pesquisa uma excelente possibilidade didático-metodológica,

inclusive para uma turma de quarta série. Porém constatamos que a maioria dos alunos

não realizou a pesquisa, alguns fizeram-na individualmente, não sabemos ao certo o que

levou o não fazer a pesquisa. Este fato fez-nos pensar em outras formas de realizar

pesquisas com as crianças dentro do próprio espaço da escola.Tivemos dificuldade na

organização dos grupos em sala de aula, muitos não queriam permanecer no grupo da

pesquisa, queriam trocar de grupo, indo para onde se encontravam amigos com os quais

mais se relacionavam. Estava sendo uma manhã agitada devido à proposta de trabalho

em grupos, bem como, o fato de que, a maioria não sabia o que fazer já que não haviam

organizado a pesquisa.

Estipulamos um tempo para as equipes conversarem, oferecemos um material

pesquisado por nós de cada uma das regiões para as equipes anotarem num papel os

pontos solicitados na pesquisa, que seria apresentado posteriormente para o grande

grupo.

Fixamos no quadro um Mapa-múndi, em que a equipe número 1 realizou a

localização do Brasil no mundo, identificando que pertencia a América do Sul.

37

Questionamos a turma sobre para que pensavam que existiam os mapas: Pra se

localizar. Pra viajar. Pra não se perder.

Colocamos no quadro também um grande mapa do Brasil desenhado em papel

pardo, em que as equipes vieram até à frente da sala, leram os dados colhidos através da

pesquisa e fixaram-os no mapa. As crianças envolveram-se nesta atividade com certo

desconforto, a maioria apresentava uma certa vergonha de ler para os demais colegas.

Em seguida, discutimos sobre a grande diversidade existente em nosso país nos

aspectos: sociais, econômicos, políticos e culturais. Esta discussão foi aprimorada e

ilustrada através da apresentação de um teatro de fantoches com as cinco Regiões do

Brasil como personagens. A apresentação do teatro causou grande concentração das

crianças, demonstrando ser uma forma prazerosa de aprendizagem através da encenação

de personagens simples, ao trazerem conteúdo em suas falas.

Figura 11- Apresentação do teatro de fantoches

Dando continuidade a este trabalho (com as regiões do Brasil) resgatamos o

município de Florianópolis como pertencente ao Estado de Santa Catarina e a região sul

do Brasil. Realizamos uma discussão geral das regiões e a cópia do quadro dos registros

da pesquisa dos alunos. (Anexo 13).

38

Durante a cópia ouvimos constantes reclamações sobre a quantidade de

conteúdo que deveria ser copiado. Algumas crianças se negaram a dar continuidade

quando o texto era apagado. Conversamos sobre a necessidade de copiar, já que nem

todos os textos usados estão no livro didático ou podem ser xerocados. Nesse processo

de cópia, os diferentes ritmos ao fazê-la ocasiona um certo desconforto por parte

daqueles que a realizam com mais rapidez, exigindo um constante negociar.

Apresentamos como recurso para amenizar esta espera, uma caixa com gibis disposta no

fundo da sala para ser explorada durante a espera da cópia por todos.

Em seguida, buscando enriquecer as leituras sobre as regiões do Brasil,

disponibilizamos pinturas artísticas (a maioria paisagens) e cartões-postais no fundo da

sala, onde pequenos grupos foram observar, fazendo a leitura das imagens. Ao final o

grande grupo pode discutir o que representava cada figura e que região esta poderia

representar. Exemplos: 1- predominância de verde, a mata

é a região da Amazônia, no

Norte; 2- as casas amontoadas são a favela

no Sul e no Sudeste; 3- uma fazenda, um

sítio- lembram o Sul, o Rio Grande do Sul, e também a região Centro-Oeste que possui

muitas fazendas. 4- Os barcos no mar- lembram o litoral Sul, onde tem mais praias e

pesca. 5- Os cavalos e o gado lembram o rio Grande do Sul.

Figura 12- Leitura de imagens / obras de arte

39

Figura 13- Leitura de imagens / obras de arte

Conversamos sobre o que são cartões-postais, quais as suas principais

características e utilidades. Também a identificação que consta no verso, situações de

envio pelo correio.

Juntamente com a professora de Artes propusemos que confeccionassem um

cartão-postal da comunidade onde moram, respeitando o espaço reduzido do cartão,

identificando no verso o nome da rua, da comunidade e do autor da obra. Este trabalho

seria exposto na sexta-feira na Assembléia Legislativa juntamente com os de outras

turmas da escola e as demais escolas pertencentes ao Maciço do Morro da Cruz. Nós e

as crianças gostamos muito das produções e estas estavam orgulhosas diante da

exposição.

40

Figura 14- Produção de cartões-postais do bairro onde moram

Figura 15- Exposição dos trabalhos (cartões-postais) na Feira promovida pelo

Fórum do Maciço do Morro da Cruz.

41

Continuamos com o conteúdo das regiões do Brasil tendo como recurso para

ampliá-lo um vídeo que abordava variados aspectos de cada região (cultura, economia,

clima,...). Este pode elucidar as pesquisas e discussões realizadas em sala de aula. A

organização da turma na sala de vídeo tomou um prolongado período de tempo. As

crianças demoraram para perceber que precisávamos de organização para a apreciação

do filme. No retorno para sala de aula ficaram decepcionadas e agitadas ao saber que o

professor de Educação Física não viria dar aula naquela manhã.

Na semana seguinte, demos continuidade a este conteúdo propondo atividades

xerocadas, uma cruzadinha e um caça-palavras, que realizariam em duplas tendo como

fonte de pesquisa o texto copiado no caderno sobre a localização e as regiões do Brasil

(Anexo 14).

A correção destes foi realizada no quadro com a participação dos alunos, ao final

solicitamos que nos entregassem este material, e notamos que muitos não realizaram a

devida correção do quadro, sendo assim, conversamos sobre a necessidade das

atividades para o processo de ensino-aprendizagem, como também a sua correção e

perguntas em caso de dúvidas.

Em seguida, as crianças reuniram-se em 5 equipes, onde cada uma recebeu um

texto sobre os principais problemas enfrentados numa região do Brasil. Realizaram a

leitura e a discussão nas equipes. Destacamos nesse processo a importância da leitura

como fonte de aprendizagem, o texto fundamenta a discussão dos temas, traz novas

informações que se aliam aos conhecimentos prévios do aluno, que faz suas

interpretações e tem espaço para discuti-las com os colegas em sala de aula.

Desse modo, a leitura estende-se da habilidade de traduzir em sons sílabas sem sentido a habilidades cognitivas e metacognitivas; inclui dentre outras: a habilidade de captar significados; a capacidade de interpretar seqüências de idéias ou eventos, analogias, comparações, linguagem figurada, relações complexas, anáforas; e ainda, a habilidade de fazer previsões iniciais sobre o sentido do texto, de construir significado combinando conhecimentos prévios e informação textual, de monitorar a compreensão e modificar previsões iniciais quando necessário, de refletir sobre o significado do que foi lido, tirando conclusões e fazendo julgamentos sobre o conteúdo. (SOARE, 2001. p.69)

A utilização de textos diversificados, reelaborados pelo professor através da

transposição didática melhora a relação dos alunos com a leitura dos textos, para que

sejam estimulados a buscar outras fontes de leitura, e vejam nestas uma necessidade do

processo de ensino-aprendizagem.

42

Para finalizar esta aula os alunos de cada equipe selecionaram figuras e colaram

na sua região do Brasil, representando os principais problemas desta, visto que as

imagens também são uma forma de leitura, interpretação, reflexão e aprendizado.

Iniciamos o mês de junho com a finalização da apresentação dos problemas da

região Norte, e a colagem das respectivas figuras selecionadas pelo grupo.

Figura 16- Apresentação da pesquisa pelos alunos

Figura 17- Apresentação da pesquisa pelos alunos

43

Figura 18- Apresentação da pesquisa pelos alunos

Resgatamos os aspectos mais marcantes das regiões do Brasil: desmatamento,

tráfico de animais, poluição, violência, desemprego.

Colamos no mapa uma tarjeta com um questionamento para reflexão do grupo:

E o homem, o que tem haver com todos estes problemas?

As crianças foram colocando-se: O homem joga muito lixo nas ruas e outros

lugares e vai poluindo .R Tem muito desmatamento, muitas árvores são cortadas .J.P

Tem guerras também. Um país quer ser melhor que o outro .J.P e A Guerra entre

Iraque e EUA, por causa do petróleo .L

Procuramos resgatar Florianópolis nesta discussão dos principais problemas, e as

crianças buscaram nos dias atuais, o foco para suas colocações: Tá acontecendo

tiroteio, greve de ônibus, manifestação dos estudantes por causa do preço da passagem.

Após as colocações e muitas trocas de opiniões, realizamos a leitura do texto

Mundo, mundo, frágil mundo; com o objetivo de informar e fundamentar nossa

discussão. Esta leitura foi inicialmente realizada pela estagiária em voz alta, e em

seguida silenciosa e em voz alta pelos alunos.

44

Foram sublinhadas as partes mais interessantes do texto, segundo critérios das

crianças, para seguirmos a discussão. Foram destacadas principalmente a questão do

respeito pro si próprio, pelos outros e pela natureza. É o homem que faz tudo isso e

uma maneira de acabar é não jogar lixo nas ruas, poluir os mares, fala de uma das

crianças.

(...) o desenvolvimento, pelo leitor, de uma compreensão crítica do texto e do contexto sócio-histórico a que ele se refere torna-se fator importante par nossa idéia de alfabetização. Nesse caso, o ato de aprender a ler e escrever é um ato criativo que implica uma compreensão crítica da realidade. (...) a leitura de um texto exige agora uma leitura dentro do contexto social a que ele se refere. (FREIRE, 1990, p.105)

Colamos no quadro os cartazes que foram construídos no primeiro dia de nossa

docência, quando trabalhamos com o Estatuto de Po+Ética, os quais revelavam

consonância com as atuais discussões, onde relembramos que temos direitos e deveres,

e o que ocasiona a ação do homem sobre a natureza.

Buscando contextualizar a discussão do tema trabalhado com a realidade das

crianças, estas falaram sobre as principais coisas ruins que existem no bairro onde

moram: violência, poluição, barulho, mortes, tiroteio, esgoto, bar, drogas, brigas, é o

homem que faz tudo isso. E as coisas boas são as crianças, os pais e o Hip-Hop.

Após as discussões, propomos a elaboração de um texto onde registrariam o que

foi mais significativo nas discussões desta aula, em que falamos de problemas das

regiões do Brasil e também possibilidades de soluções. Notamos que os alunos

realizaram esta atividade com maior naturalidade do que as do início de estágio; a

leitura e a escrita aos poucos estavam sendo encaradas como algo necessário e que

poderia inclusive ser prazeroso. A todo momento chamavam-nos na carteira para

perguntar se estava ficando bom. A produção do texto estava fluindo muito bem,

acreditamos que estes fato foi favorável porque as crianças já haviam pesquisado, lido e

discutido o tema e realizado atividades relacionadas a este. As crianças haviam

aprofundado suas discussões e entendimento do conteúdo trabalhado e, falar/registrar

seus entendimentos a cerca destes tornou-se muito mais acessível.

Procuramos sempre respeitar o ritmo da turma, os alunos que terminavam seus

textos primeiramente foram orientados a realizar uma ilustração relacionada ao que

escreveram, enquanto os demais colegas finalizavam seus textos.

45

Após todos entregarem o texto construído, realizamos a cópia de dois problemas

matemáticos como deveres: 1- Grande parte de nossas florestas brasileiras foi

desmatada. Cerca de 272 árvores foram cortadas em apenas 1 semana e distribuídas em

12 caminhões. Quantas árvores foram colocadas em cada caminhão? Por que acontece o

desmatamento em nossas florestas?

2-O lixo deixado nas ruas e rios é um problema ambiental em muitos bairros do Brasil.

A escola em que Daniel estuda resolveu fazer uma campanha para arrecadação e

separação do lixo reciclável. Em uma semana conseguiram encher 12 latões com vidro,

26 com plástico e 35 com papel. Ao todo quantos latões encheram com o material

reciclável? Escreva uma mensagem sobre a natureza para todas as crianças do Brasil.

Nosso último de estágio,(Anexo 15).

Planejamos até o momento de recreio a

exploração de um jogo de perguntas e respostas: as crianças percorreriam uma trilha

onde deveriam primeiramente responder adequadamente as perguntas. As perguntas

tratavam de assuntos/conteúdos trabalhados em nosso estágio, bem como, assuntos

gerais (sociais, políticos e econômicos) de nosso estado e país. Para responderem as

perguntas, a cada jogador teria como ajuda: dois pulos, ajuda dos universitários, ajuda

dos convidados e cartas.

O vivenciar o jogo trouxe-nos algumas surpresas: as crianças em sua grande

maioria queriam participar respondendo as questões. Todas ajudavam na busca da

resposta adequada e o erro era encarado sem nenhuma manifestação de desconforto.

A turma participou com muita intensidade desta atividade: falavam, conversavam,

queriam ser sorteadas, batiam palmas para os acertos...

Exploramos este jogo por um período pequeno de tempo, e as reclamações

surgiram: todos queriam percorre a trilha. Explicamos que devido as programações

daquela manhã (com reunião pedagógica), precisávamos administrar o tempo para

realizarmos tudo o que planejamos.

Convidamos então as crianças para visitarem a exposição de seus trabalhos

realizados durante o estágio que organizamos no corredor da escola. As crianças

folhearam suas produções e foi possível verificar suas satisfações ao ver seus trabalhos

organizados para que todos pudessem conhecer.

O nosso período de estágio chegara ao fim. No rosto daquelas crianças, víamos a

certeza do muito que temos para construir enquanto educadores. Tínhamos uma certeza,

vivemos momentos de muitas trocas e de crescimento mútuo.

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Oferecemos como uma das formas de agradecimento para as crianças e para a

professora, um lanche preparado com carinho, um registro de nossas vivências (uma

foto da turma), já que, era impossível transformar em objeto para presentear, o

agradecimento por suas acolhidas.

Ao término, fica uma certeza: trabalhar com os mais variados recursos textuais é

o caminho mais adequado para a formação de leitores. Cardoso e Edenir (1998, p.45)

contribuem com esta visão ao colocarem que, a melhor maneira de transformar

meninos e meninas em leitores e escritores é colocá-los em contato com materiais

impressos dos mais diferentes tipos: livros, jornais, revistas, anúncios, cartazes.

Figura 19- Turma no pátio central da Escola.

47

3. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DO ESTÁGIO

Nesta parte do relatório apresentamos nossas reflexões através das produções

individuais com os artigos, registrando as vivências de estágio pautadas teoricamente. O

primeiro artigo escrito por Gislene Prim aborda a questão da leitura como fonte de

aprendizagem, quando esta é inserida no espaço da sala de aula de forma significativa e

prazerosa, incentivando as interações, interpretações de forma contextualizada. O

segundo artigo escrito por Sandra Regina Pires Ferreira descreve o trabalho com

variados recursos textuais na formação de leitores, analisando que explorá-los é um

excelente caminho para contemplar os diferentes gostos dos leitores, bem como

ampliar/enriquecer as leituras realizadas em sala de aula.

3.1 Ler, ai que chato?!

A leitura como fonte de aprendizagem.

Gislene Prim1

Resumo

O presente artigo surge da vivência de estágio curricular na Escola de Educação Básica Silveira de Souza, numa turma de quarta série do Ensino Fundamental. Durante a primeira etapa do estágio, a observação participante, constatamos a necessidade de desenvolver um projeto que visasse à formação de leitores. A concepção de leitura que norteou todo o projeto foi não somente a codificação e decodificação de símbolos impressos no papel, mas leituras do mundo, obtidas através do uso de diferentes materiais, tais como figuras, músicas, teatro, filmes, gêneros literários diferenciados. Reconhecemos a sala de aula como um espaço privilegiado para leitura como fonte de aprendizagem, onde oportunizamos as leituras de mundo, discussões e atividades contextualizadas de forma interdisciplinar. Consideramos que a escrita e a leitura caminham juntas no processo de alfabetização, que não se restringe à primeira série, mas muito antes da criança entrar na escola, sendo aperfeiçoadas com o tempo. Nosso principal objetivo é que a escrita e a leitura sejam encaradas pelas crianças como algo necessário em suas vivências e prazeroso, sendo sujeitos de seu processo de ensino-aprendizagem, lendo o mundo de forma crítica, interagindo no ato de ler e formulando suas opiniões. Pudemos perceber ao longo e ao final do projeto que avanços foram alcançados como a evolução nas produções escritas e a participação ativa nas atividades propostas em sala de aula. Sendo que outras ações precisam ser desenvolvidas como o estímulo as pesquisas e mecanismos de auto-correção dos textos produzidos.

Palavras chave: processo de ensino-aprendizagem, leitura significativa e incentivo à leitura.

1 Acadêmica da 8ª fase do Curso de Pedagogia da Udesc/Faed Habilitação em Magistério das Séries Iniciais 2005/01. * Orientadora Profª Drª Alba Regina Battisti de Souza

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Iniciando a caminhada

A realização do estágio curricular na Escola de Educação Básica Silveira de

Souza, na turma da quarta série do Ensino Fundamental trouxe-nos inúmeras reflexões

desde o período de observação participante, registro e a docência, num constante (re)

pensar do processo educativo, principalmente nos aspectos do ensino-aprendizagem em

leitura e escrita.

Constatamos a necessidade de desenvolver um projeto que visasse à formação de

leitores. Acreditamos, pois, que esta é a base fundamental para a compreensão, a

participação e o envolvimento no processo de construção do conhecimento de forma

mais significativa e prazerosa. A formação de leitores visa que estes se percebam,

sintam-se como sujeitos do processo ensino-aprendizagem, e que dessa forma interajam

no ato de ler, interpretem, questionem, reflitam, argumentem e formulem suas opiniões

acerca das leituras que fazem, não só da palavra impressa no papel, mas também das

leituras de mundo, favorecidas não apenas por livros, mas por imagens e diferentes

linguagens de suas vivências.

A turma composta por 32 alunos, com idades entre 09 e 15 anos mostrou-se um

desafio, devido a sua heterogeneidade, diferentes ritmos e uma inicial resistência a

metodologias didáticas diferenciadas (sentar no chão, carteiras em círculo, em pequenos

grupos, debates). Práticas que foram sendo inseridas cotidianamente, aos poucos,

oportunizando que falassem suas opiniões, discutissem aos temas propostos,

verificassem possibilidades de resolução das atividades, com a produção do

conhecimento de forma dinâmica e reflexiva. Percebemos que a participação da turma

nas atividades propostas foi crescendo, através das atividades reflexivas e participativas,

que ocorriam simultaneamente com as perguntas realizadas pelos alunos.

Inicialmente através da aplicação de um questionário à turma, com a intenção de

promover um melhor reconhecimento e entrosamento do/com o grupo de alunos,

verificamos algumas de suas características para posteriormente planejar atividades que

atendessem os seus interesses, numa visão ampla do grupo heterogêneo.

Diagnosticamos que a grande maioria: tem entre 10 e 11 anos, gostam de

revistas e gibis (porém o acesso é pequeno), não costumam receber nem escrever cartas

ou bilhetes, assistem desenhos animados e novelas na tv, e como tipo de música

preferem Hip-Hop. Os bairros onde moram pertencem ao Maciço do Morro da Cruz:

49

Centro, Agronômica, Morro do Céu, Morro do 25 e Morro de Nova Trento, situados na

região próxima ao centro da cidade.

Por meio do questionário e das falas das crianças, ficamos conhecendo um

pouco mais suas realidades em bairros economicamente e socialmente desfavorecidos.

O que representou um desafio à nossa docência, visto que teríamos que buscar aliar os

conteúdos do projeto à realidade vivenciada pelos alunos, resgatando em muitos

momentos a auto-estima e a participação efetiva nas discussões, contribuindo no

processo de formação de cidadãos críticos e participativos.

Considerando a produção do conhecimento como um ato relacional, enfatizamos

a perspectiva histórico-cultural e a interação entre os sujeitos no processo de ensino-

aprendizagem, buscando a contextualização dos conteúdos de forma interdisciplinar.

Rego (2001) menciona que para Vygotsky, o desenvolvimento do sujeito humano se dá

a partir das constantes interações com o meio social em que vive, já que as formas

psicológicas mais sofisticadas emergem da vida social.

Nossa caminhada

No processo de estágio, enfatizamos como possibilidade didático-pedagógica a

pesquisa, atividades em grupo e individuais, resolução de problemas matemáticos

contextualizados, leitura, discussão e produção de textos. Para que a leitura e a escrita

fossem encaradas pelas crianças como algo necessário em suas vivências e prazerosa.

Pois ouvimos frases como:

É pra ler professora, que chato!

É pra ler tudo isso?

Tem que ler?

Não tô afim de ler!

Frases que ouvimos no início do estágio nos primeiros contatos com os textos

que propomos, quando percebemos que a leitura era uma atividade de avaliação que não

causava prazer nas crianças. Onde também eram cobradas questões de interpretação de

texto restritas na forma escrita que eram obtidas através do livro didático, sendo que

estas questões poderiam ser trabalhadas através da interpretação oral, expressão de

idéias e opiniões pelos alunos, fazendo contextualizações.

Salientamos que a leitura e a escrita são indissociáveis, não há como enfocar

uma e desconsiderar a outra, ambas são de grande importância na formação do leitor.

50

Através de Gumperz2 relembramos que a função social da escrita está ligada à

necessidade de ler e escrever. Mas não somente isso, já que está presente no conceito de

alfabetização um desenvolvimento de habilidades que não estão restritas ao instrumental

de codificação e decodificação de códigos, mas também na interpretação destes, para

que o sujeito possa comunicar-se, argumentar suas idéias, formar opinião numa

sociedade que se apresenta tão desigual.

A alfabetização em seu sentido social é ampla, como nos apresentou Gumperz

(1991) transforma, por exemplo, a consciência das pessoas através da aquisição e

construção de conhecimento, impulsionado as transformações sociais necessárias,

criando oportunidades sociais, econômicas e culturais, antes não tidas por este ser

humano agora alfabetizado.

Este muda sua forma de ver o mundo, sua consciência crítica é aguçada. O

conhecimento é emancipatório, fazendo relações entre os fatos, interpretando, lutando

por melhorias e continuamente resignificando o conhecimento.

Juntamente com Paulo Freire (1990) refletimos que a leitura do mundo precede a

leitura da palavra. Já que as experiências, brincadeiras, interações, contribuem no

desenvolvimento da fala e da escrita.

Ler a palavra e aprender como escrever a palavra, de modo que alguém possa lê-la depois, são precedidos de aprender como escrever o mundo, isto é, ter a experiência de mudar e de estar em contato com o mundo . (...) A leitura do mundo precede mesmo a leitura da palavra. Os alfabetizandos precisam compreender o mundo, o que implica falar a respeito do mundo. (FREIRE, 1990, p.31-32)

Notamos que as crianças precisam ter espaço na sala de aula para trocar idéias,

informações do seu cotidiano, opiniões que se aliam ao conteúdo curricular, em que

procuramos prezar a qualidade e não a quantidade no desenrolar das aulas, para que

tenham tempo de fazer as leituras necessárias, não somente a leitura das letras, mas

também das imagens, da música e do mundo.

Leitura é também interpretação, é conhecer, analisar e formar opinião a partir da

leitura e dos conhecimentos prévios.

(...) a leitura é um processo de relacionar símbolos escritos a unidades de som e é também o processo de construir uma interpretação de textos escritos. (...) Desse modo, a leitura estende-se da habilidade de traduzir em

2 Jenny Cook-Gumperz (ano 1991), A construção social da alfabetização. Artes Médicas.

51

sons sílabas sem sentido a habilidades cognitivas e metacognitivas; inclui dentre outras: a habilidade de captar significados; a capacidade de interpretar seqüências de idéias ou eventos, analogias, comparações, linguagem figurada, relações complexas, anáforas; e ainda a habilidade de fazer previsões iniciais sobre o sentido do texto, de construir significado combinando conhecimentos prévios e informação textual, de monitorar a compreensão e modificar previsões iniciais quando necessário, de refletir sobre o significado do que foi lido, tirando conclusões e fazendo julgamentos sobre o conteúdo. (SOARES, 2001, p. 68-69)

Não precisamos subestimar a criança pensando que ela não é capaz de refletir

sobre as questões da sociedade, da realidade vivida. Podemos possibilitar no espaço da

escola e da sala de aula que se discutam problemáticas sociais e econômicas, bem como

alternativas de resolução.

Elas precisam refletir que a escrita, a leitura e a alfabetização como um todo,

impulsionam transformações sociais e criam oportunidades antes não tidas pelos

sujeitos antes de alfabetizar-se.

É através do desenvolvimento de habilidades e da internalização dos

conhecimentos que fazemos as correlações com as necessidades do dia-a-dia e a

aplicação destes conhecimentos. Onde os fatores psicológicos e sociológicos se

complementam na aquisição da leitura e da escrita.

Refletimos com Vygotsky (1991) que o ensino da leitura e da escrita devem ser

organizados de forma que se tornem necessários pelas crianças, pois se for puramente

mecânicos logo serão entediantes e as mesmas não expressarão suas idéias na forma

escrita e oral de maneira significativa e prazerosa.

Destacamos assim, a necessidade das/os professoras/es das séries iniciais

conhecerem e respeitarem as fases do desenvolvimento da criança, a realidade onde está

inserida, trabalhar a oralidade, a expressão escrita e falada. Sendo um/a professor/a

pesquisador/a, agindo com ação-reflexão-ação.

Buscando tornar o conhecimento significativo, por meio de metodologias

diversificadas, construindo com as crianças o desejo de aprender e pesquisar

constantemente.

Nessa perspectiva, no processo de estágio tivemos como principais objetivos

oportunizar as crianças a interpretarem a expressarem as diversas formas de linguagem

nas diferentes áreas do conhecimento, procurando aliar os conteúdos de forma

interdisciplinar. Articulando à leitura as diversas áreas e disciplinas que compõe o

52

currículo escolar, através da exploração de gibis, mapas, gráficos, diferentes gêneros

literários, para favorecer diversificadas formas de leitura.

Desenvolver um projeto com multiplicidade de textos significa construir na criança estruturas cognitivas necessárias para a leitura e escrita de textos variados. Para isso, é preciso planejar uma forma de desenvolver o trabalho que leve o aluno a produzir e sistematizar conhecimentos. O objetivo do trabalho não é apenas levar o aluno a reconhecer as diversas modalidades de texto, mas levá-lo a escrever cada uma delas. O contato da criança com textos variados facilita a descoberta das regras que regem a linguagem escrita. (NASPOLINI, 1996, p.39)

Com o objetivo principal de realizar momentos de leitura de forma

prazerosa e significativa, e de contribuir no processo de formação de leitores, para que a

leitura seja uma fonte de aprendizagem dentro e fora da sala de aula. Fazendo com que

os materiais que circulam socialmente sejam manipulados e discutidos em sala de aula,

para que as crianças confirmem que o que aprendem na escola tem relação com o que

vivem também fora dela.

A leitura na escola tem sido, fundamentalmente, um objeto de ensino. Para que possa constituir também objeto de aprendizagem, é necessário que faça sentido para o aluno, isto é, a atividade de leitura deve responder, do seu ponto de vista, a objetivos de realização imediata. Como de trata e uma prática social complexa, se a escola pretende converter a leitura em objeto de aprendizagem deve preservar sua natureza e sua complexidade, sem descaracterizá-la. Isso significa trabalhar com a diversidade de textos e de combinações entre eles. Significa trabalhar com a diversidade de objetivos e modalidades que caracterizam a leitura, ou seja, os diferentes por quês

resolver um problema prático, informar-se, divertir-se, estudar, escrever ou revisar o próprio texto

com as diferentes formas de leitura em função de diferentes objetivos e gêneros: ler buscando as informações relevantes ou o significado implícito nas entrelinhas, ou dados para a solução de um problema. (PCN, 1997, p. 54-55)

Na elaboração de nossos projetos de ensino-aprendizagem procuramos ter

objetivos claros para cada aula, de forma interdisciplinar para que os conteúdos não

fossem trabalhados de forma fragmentada. Realizando também a correção das

atividades juntamente com as crianças e, se necessário, fazendo o resgate na aula

seguinte.

Em todos os momentos a leitura do mundo estava presente como forma de

ensino-aprendizagem, através da leitura dos textos elaborados, discussões debates, letras

de música, imagens, filmes. Disponibilizamos inclusive, no fundo da sala uma caixa

com gibis, revistas e livros para que as crianças utilizassem ao final das atividades

53

propostas. Este foi o nosso combinado: ir até a caixa somente quando terminassem a

atividade.

Este material provocou grande interesse nas crianças principalmente para

com os gibis, em que muitas resistiam ao devolvê-lo à caixa, fazendo-o somente ao final

da aula.

A biblioteca da escola ficou fechada por muito tempo, e a sugestão de

possuir um acervo bibliográfico na própria sala mostrou-se uma opção de grande

relevância para que as crianças tivessem acesso aos diferentes materiais para leitura.

A sala de aula é um espaço privilegiado para leitura como fonte de

aprendizagem, onde oportunizamos as leituras de mundo, discussões e atividades

contextualizadas de forma interdisciplinar em relação aos conteúdos.

Término da caminhada

Consideramos que a escrita e a leitura caminham juntas no processo de

alfabetização, que não se restringe à primeira série, mas muito antes da criança entrar na

escola e sendo aperfeiçoadas durante todo o processo escolar de ensino-aprendizagem.

Fazendo com que os alunos sejam sujeitos do seu processo de ensino-aprendizagem,

lendo o mundo de forma crítica, interagindo no ato de ler, formulando suas opiniões, a

fim de fazerem suas inferências a partir do contexto e dos conhecimentos prévios que

possuem.

Uma prática constante de leitura na escola deve admitir várias leituras, pois outra concepção que deve ser superada é a do mito da interpretação única, fruto do pressuposto de que o significado está dado no texto. O significado, no entanto, constrói-se pelo esforço de interpretação do leitor, a partir não só do que está escrito, mas do conhecimento que traz para o texto. (PCN, 1997, p. 57)

Numa das últimas aulas de docência do estágio propomos a elaboração de

um texto do que foi mais significativo nas discussões desta aula, em que falamos de

problemas das regiões do Brasil e também possibilidades de soluções. Notamos que os

alunos trataram esta atividade com maior naturalidade do que já havíamos visto no

início do processo de estágio, a leitura e a escrita aos poucos estavam sendo encaradas

como algo necessário e que poderia inclusive ser prazeroso, a todo o momento

chamavam-nos na carteira para perguntar se estava ficando bom. A produção do texto

54

estava fluindo muito bem, já que haviam pesquisado, lido e discutido o tema, realizado

atividades relacionadas. Procuramos sempre respeitar o ritmo da turma, os alunos que

terminavam seus textos primeiramente foram orientados a realizar uma ilustração

relacionada ao que escreveram, enquanto os demais colegas finalizavam seus textos.

Refletimos finalmente, a partir de nossos objetivos iniciais e de toda a nossa

caminhada, que a escrita e a leitura devem ser encaradas pelas crianças como algo

necessário e prazeroso, e que este processo requer uma ativa participação do professor,

tendo clara a sua intencionalidade desde o momento do planejamento das aulas, a

escolha do material, a metodologia didática e a avaliação contínua de todo o processo

educativo.

Referências Bibliográficas:

FREIRE, Paulo. MACEDO, Donaldo. Alfabetização

Leitura do mundo Leitura da palavra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

NASPOLINI, Ana Tereza. Didática de Português

Tijolo por Tijolo

Leitura e Produção Escrita. São Paulo: FTD, Ano 1996

PCN

Parâmetros Curriculares Nacionais

Língua Portuguesa. Secretaria da Educação Fundamental: Brasília, 1997.

REGO, Teresa Cristina. Vygotsky- Uma perspectiva histórico-cultural da educação. 12º Edição. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2001.

SOARES, Magda. Letramento Um tema e três gêneros. 2º Edição. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

55

3.2 Ler é, ler exige... refletindo sobre o uso de variados recursos textuais na

formação de leitores.

*Sandra Regina Pires Ferreira

Resumo

O artigo discorre sobre a prática de leitura desenvolvida como princípio adotado no estágio realizado nas séries iniciais de uma escola da rede pública estadual. As atividades desenvolvidas possuem como objetivo principal introduzir no espaço da sala de aula diferentes práticas de leitura e variados recursos textuais, para favorecer a participação, a interação e a expressão das crianças. Trata-se de um trabalho com os seguintes princípios pedagógicos: autonomia, criatividade, interação, curiosidade, dialogicidade e criticidade. Nos embasamos nos teóricos, Lev S. Vygotsky (1991), Paulo Freire (1990;1993) e Magda Soares (2001) e nas propostas do Parâmetro Curricular Nacional de Língua Portuguesa (1997). As análises revelam que alguns princípios ficaram mais explícitos que outros, e, o escasso tempo, pode ser considerado uma das nossas maiores limitações. Contudo, a partir das intervenções realizadas pudemos constatar que é possível desenvolver com as crianças práticas de leitura e de escrita mais significativas e prazerosas, quando articuladas com as leituras que realizamos diariamente, ampliando as leituras de mundo.

Palavras chave: leitura; reflexão; expressão.

-------------------------------- *Acadêmica da 8ªfase de Pedagogia FAED/UDESC, semestre 2005.1 Orientadora Profª Dr.ª Alba Regina Batistti de Souza Co-orientadora do Artigo Profª Msc Luciene Fontão

56

Conhecer para planejar: é hora de refletir sobre a própria atuação

A situação educacional que estamos vivendo hoje é permeada de discussões e reflexões

sobre o hábito de leitura das crianças. As escolas buscam fazer com que as crianças

gostem de ler, para isso, em sua grande maioria, organizam empréstimos de livros,

visitas às bibliotecas, fichas de leituras... Almeja-se a formação de um país de leitores.

Foi considerando essas inquietações e o que observamos como práticas de leitura no

nosso campo de estágio que optamos pelo projeto de Formação de Leitores ,visando a

introdução em sala de aula de variados recursos textuais e diferentes práticas de leitura.

Beatriz Cardoso e Madza Ednir (1988, p. 45) enfatizam essa idéia colocando que A

melhor maneira de transformar meninos e meninas em leitores e escritores é colocá-los

em contato com materiais impressos dos mais diferentes tipos: livros, jornais, revistas,

anúncios, cartazes .

Acreditando que, mesmo antes de chegar à escola, as crianças já vivenciaram

inúmeras experiências de leitura, já tiveram contato com diversos recursos textuais, foi

que procuramos planejar atividades de leitura para o desenvolvimento de suas

potencialidades, favorecendo a interação, a autonomia, a criticidade, a dialogicidade e a

criatividade; considerados por nós princípios educativos essenciais.

Ao estabelecermos estes princípios educativos, embasamo-nos inicialmente nos

teóricos Lev S. Vygotsky (1991), Paulo Freire (1990; 1993) e Magda Soares (2001) e

nas propostas do Parâmetro Curricular Nacional de Língua Portuguesa (1997).

Embasamo-nos nestes teóricos educacionais porque estes consideram o

contexto social, as experiências das crianças e vêem-nas como sujeitos de sua própria

aprendizagem, indo ao encontro da concepção de sociedade, de homem e de escola que

almejamos e que pretendemos colaborar a construir. Pretendemos uma sociedade que,

respeitando a diversidade, garanta direitos iguais a todos que nela vivem; homens

conscientes do contexto social e do papel que desempenham neste e uma escola que

desperte entre outros aspectos, a curiosidade, a observação e a criticidade nas leituras

que são realizadas em seu âmbito e no contexto social.

Com isso, planejamos desenvolver em nosso estágio práticas de leituras com

diversificados recursos textuais para a construção do significado do que está registrado

57

com palavras e/ou imagens o posto e o significado do que está por trás dessas

palavras ou imagens os implícitos. Para nós, ler significa atribuir sentido ao que

lemos, seja um texto, seja uma imagem ou a nossa realidade.

Soares (2001) coloca que, introduzir no espaço da escola os mais variados

recursos textuais, tem sido realizado mediante a percepção de que, atualmente saber ler

e escrever já não garantem a participação na vida social.

... só recentemente passamos a enfrentar esta nova realidade em que não basta saber ler e escrever, é preciso também saber fazer uso do ler e do escrever, saber responder às exigências de leitura e de escrita que a sociedade faz continuamente, daí o recente surgimento do termo letramento em detrimento ao termo alfabetismo (SOARES,1998, p.20)

A entrada de variados recursos textuais na sala de aula visa proporcionar o contato com

diferentes gêneros textuais, elaborados segundo suas intencionalidades, a fim de que as

crianças consigam construi-los e interpretá-los.

Desenvolver um projeto com multiplicidade de textos significa construir na criança estruturas cognitivas necessárias para a leitura e para a escrita de textos variados. O objetivo do trabalho não é apenas levar o aluno a reconhecer as diversas modalidades de textos, mas levá-lo a escrever cada uma delas. O contato da criança com textos variados facilita a descoberta de regras que regem a linguagem escrita ( NASPOLINI, 1996, p. 39).

A opção de trabalhar com variados recursos textuais implica reconhecer as

características de cada texto e as possibilidades de exploração destes. Da mesma forma,

também deverão ser diferentes as práticas de leitura para que estas sejam feitas com

sentido. As crianças precisam reconhecer , por exemplo, que um texto científico exige

uma dinâmica de leitura diferente da que realizamos ao ler uma carta que recebemos de

um colega, da leitura que fazemos ao deliciarmo-nos com as histórias de um gibi... Que

cada texto exige para sua apreciação e interpretação, um ritmo diferente de leitura.

Uma prática constante de leitura na escola pressupõe o trabalho com a diversidade de objetivos, modalidades e textos que caracterizam as práticas de leitura de fato. Diferentes objetivos exigem diferentes textos e, cada qual, por sua vez, exige uma modalidade e leitura. Há textos que podem ser lidos apenas por partes, buscando-se a informação necessária; outros precisam ser lidos exaustivamente várias vezes. Há leituras em que é necessário controlar atentamente a compreensão, voltando atrás para certificar-se do entendimento;

58

outras em que se segue adiante sem dificuldades, entregue apenas ao prazer de ler. (Parâmetro Curricular Nacional de Língua Portuguesa, 1997, p.57)

Em nossa prática de estágio, buscamos inicialmente conhecer os tipos de

recursos que as crianças tinham acesso, se costumavam fazer leituras de jornais,

revistas, gibis, se costumavam escrever e receber cartas, se assistiam e o que assistiam

na televisão, quais os seus gêneros musicais preferidos; para a partir destes planejarmos

nossas intervenções.

Diante do resultado obtido, constatamos que a maioria das crianças apontam

o gostar de ler e a minoria dizem não gostar de ler; colocam como leituras preferidas

revistas com mulheres na piscina, revistas de carro, revistas Capricho,Tititi, gibis da

Turma da Mônica...; que seus programas preferidos na televisão são novelas, futebol,

filmes, desenhos animados...; colocam ainda, o não uso de cartas como forma de

comunicar-se; seus cantores/as preferidos/as são Marcelo D2, Dogão, Racionais, Hip-

Hop... Após a análise das colocações das crianças, nossos planejamentos buscaram

contemplar as leituras realizadas pelas mesmas, como o iniciar de outras leituras que

visavam o interpretar, o expressar de diversas formas de linguagem, o aguçar e o

ampliar de suas leituras.

Não ignorando a multiplicidade que caracteriza a linguagem da sociedade na

qual as crianças vivem, nossos planejamentos passaram a prever o uso de imagens,

letras de músicas, gibis, revistas, textos retirados do livro didático, livros de literatura,

cartões postais, panfletos, anúncios, vídeos, obras artísticas, como recursos para

satisfazer e ampliar as diferentes leituras que são realizadas diariamente por estas.

... a

escrita deve ter significado para as crianças, de que uma necessidade intrínseca deve ser

despertada nelas e a escrita deve ser incorporada a uma tarefa necessária e relevante

para a vida. (VYGOTSKY, 1991, p.133)

Sabendo que cada gênero textual possui características particulares e

possibilidades de exploração variada, o processo de seleção dos recursos textuais

tornou-se uma constante em nossos planejamentos, bem como as técnicas que

proporíamos para a realização das leituras com estes. Não desejávamos que as leituras

propostas fossem somente objeto de ensino, mas, objeto de aprendizagem.

59

Apenas uma decisão: o trabalho com variados recursos textuais na formação de

leitores

Ao desenvolvermos práticas de leitura com os mais variados recursos textuais,

observamos que estas proporcionaram o desenvolvimento do princípio da reflexão, da

argumentação, da interpretação que, em nosso estágio de docência foi essencial, pois em

todas as atividades não dávamos respostas prontas, visto que, gostaríamos que as

crianças pensassem sobre o que estavam vendo ou ouvindo.

Uma das atividades que orientamos em sala de aula foi a leitura feita de duas

imagens que mostravam índios. Numa um índio de cara pintada e cocar, em outra, duas

crianças indígenas que estavam descalças e trajavam unicamente uma bermuda. Com

estas imagens as crianças realizaram leituras para além do posto. Discutiram sobre a

atual situação dos índios no Brasil e todo processo de exploração vivido por estes desde

o descobrimento do Brasil. As crianças expressaram-se, colocaram suas opiniões, seus

pontos de vista e puderam discutir questões para além da data que marca a

comemoração do dia dos índios.

Realizamos a leitura de uma história em quadrinhos, que tratava da

descoberta do Brasil sobre a visão dos índios. Gibis foram apontados pelas crianças uma

de suas leituras preferidas. Observamos olhares atentos, sorrisos e colocações sobre o

que a história em quadrinho apresentava. A partir das informações contidas na história,

conversamos sobre nossa história, nossas conquistas e nossos problemas atuais que são

reflexos, entre outros aspectos, de uma história de exploração.

Outra atividade que trabalhamos com a leitura, para além do posto, foi a

escuta e leitura de uma música. Com o título de Pega Ladrão, a música interpretada

por Gabriel o Pensador, trouxe-nos reflexões sobre o desvio de verbas públicas, sobre o

descaso com a educação, sobre violência, sobre pobreza. Embaladas por um de seus

gêneros musicais preferidos, as crianças discutiram sobre questões vividas diariamente e

que nos dizem respeito. Esta atividade exigiu algumas leituras da letra da música, para

retirarmos dela as informações que queríamos.

Usamos, para apresentar o resultado de um jogo matemático, um gráfico

para as crianças analisarem o que havia acontecido no jogo. Entender as informações

contidas neste recurso não foi tarefa fácil para estas. Foi preciso saber a finalidade de

um gráfico, detalhar suas informações para chegar à análise do resultado do jogo

apresentado por este.

60

Outra atividade que exigiu um detalhamento, um reconhecimento de sua

finalidade foi a localização do Brasil no mapa mundi. As leituras das informações

contidas no mapa foram realizadas sobre muitas trocas, divergências e mediações.

Analisando gráficos e mapas, favorecemos a ampliação do nosso conceito de leitura,

descobrindo que informações podem ser encontradas em outras fontes e não unicamente

em textos escritos.

Com a realização das atividades propostas, vivenciávamos em nossa prática um

processo gradativo do uso desses variados recursos, de práticas diferenciadas de leitura

que revelava-se com todas as suas possibilidades e limitações. Revelavam-se as práticas

de leituras que a escola comumente realiza com as crianças, limitando-se a reconhecer o

posto; o posicionamento das crianças frente as leituras que lhes exigiam interpretação, e

fortalecia-se ainda mais a concepção de leitura que desejávamos realizar com as

crianças.

Parece-nos ser também, este, o sentido que Paulo Freire coloca ao falar sobre

leitura: (...) ler e escrever é um ato criativo que implica uma compreensão crítica da

realidade (...) a leitura de um texto exige agora uma leitura dentro do contexto social a

que ele se refere. (FREIRE, 1990, p. 105).

Destacamos em nossas intervenções, dois momentos que, para nós foram

fontes de muito aprendizado: a visita feita a Feira de Rua do Livro e a contação da

história do livro de literatura infantil titulado: Menina Bonita do Laço de Fita .

A leitura da literatura previa a preparação para a saída à feira do livro.

Objetivávamos apresentar a formatação de um livro e todo o processo que este percorre

até chegar em nossas mãos. Mas, os olhares, os sorrisos e o aparente deliciar-se com a

história, tocou-nos mais. Aquela turma de quarta série, tão mista, de idades e interesses

diferentes estava alí, divertindo-se e conversando sobre o que lhes chamou atenção na

história, sem nenhuma intervenção. Refletimos constantemente sobre quais são as

leituras que estão sendo realizadas com as crianças nas escolas. Qual o sentido das

leituras que são proporcionadas, como estão sendo planejadas e realizadas, quais os

motivos que levam muitos meninos e meninas a não realizarem leituras, se não aquelas

solicitadas pela escola.

(...) se ler não fosse uma obrigação amarga a cumprir, se, pelo contrário, estudar e ler, fossem fonte e alegria e de prazer, de que resulta também o indispensável conhecimento com que nos movemos melhor no

61

mundo, teríamos índices melhor reveladores da qualidade de nossa educação (FREIRE, p.37).

A visita à feira do livro foi um circular e um tocar os diferentes gêneros

literários. Gostaríamos que as crianças tivessem contato com os mais variados formatos

de livros e os mais variados gêneros literários e que reconhecessem a variedade de

autores de nossa literatura. Queríamos que descobrissem que existem livros para os

mais variados gostos dos leitores.

Foi um momento de muitas descobertas e também de algumas constatações.

Queremos registrar a constatação que vem confirmar a necessidade de favorecer na

escola o contato e a exploração com diferentes gêneros literários: o preço dos livros. As

crianças colocavam que algumas obras que lhes despertaram o interesse em conhecê-las

estavam além do preço que poderiam pagar por estas. Posteriores conversas foram

estabelecidas em sala de aula sobre a questão, mas a constatação de que o recurso

financeiro limitava a aquisição de obras literárias tornou-se evidente.

Pensar e realizar um trabalho com variados recursos textuais pode trazer algumas

situações não previstas ao explorá-los, o citado anteriormente é um destes exemplos.

Durante os dias de estágio, pudemos constatar outros, e um deles diz respeito às

diferentes interpretações de um mesmo texto. Este fato levou-nos a conhecer ainda mais

a influência das características do texto, do leitor ao serem realizadas leituras. Naspolini

(1996, p.25) esclarece esta constatação ao colocar que o leitor e sua totalidade

interferem na compreensão da leitura... as formas de linguagem que ele domina, o

conhecimento de mundo, seus propósitos e seus esquemas conceituais facilitam ou

dificultam a compreensão .

Foram muitos os momentos que vivenciamos onde diferentes e divergentes

opiniões foram colocadas. Não apontamos a maneira adequada para a interpretação dos

textos, favorecemos que as crianças, através das trocas, da exposição de suas

interpretações, percebessem que alguns textos podem ser interpretados de diferentes

maneiras.

Nas práticas de leituras propostas, também experienciamos situações de leitura

onde as crianças não realizavam interpretações para além do posto. Limitavam-se a

colocar que não compreendiam o que estava sendo solicitado, que não encontraram as

respostas no texto, que não queriam fazer, que era muito difícil.

62

Reafirmamos com estas vivências que a escola precisa garantir as crianças que por

ela passaram e estão, consigam dar sentido ao que lêem; ampliando seu contato com os

mais variados recursos textuais, pois, para a grande maioria das crianças, estar na escola

é a única oportunidade para conhecê-los e desfrutá-los.

Formar um leitor competente supõe formar alguém que compreende o que lê; que possa aprender a ler também o que não está escrito, identificando elementos implícitos; que saiba que vários sentidos podem ser atribuídos a um texto; que consiga justificar e validar a sua leitura a partir da localização de elementos discursivos. Um leitor competente só pode constituir-se mediante uma prática constante de leitura de textos de fato, a partir de um trabalho que deve se organizar em torno da diversidade de textos que circulam socialmente (Parâmetro Curricular Nacional de Língua Portuguesa, 1997, p. 54).

A escola ao trabalhar com variados recursos textuais deverá saber que

somente a entrada destes não garantem a formação de bons leitores. É necessário que se

planeje atividades diferenciadas para o trabalho com cada recurso, respeitando suas

particularidades e intencionalidades, caso contrário, poderá descaracterizar as leituras

que cada recurso possibilita e oferece fazer.

O que ficou com esta experiência

Ao optar por um trabalho com variados recursos textuais que são usados

diariamente em outros ambientes de nosso dia a dia e não somente com os que foram

escritos para serem trabalhados por ela, bem como planejando diferentes práticas de

leitura, a escola estará possibilitando às crianças leituras com muito mais sentido, uma

vez que o que lêem fazem parte de suas leituras diárias, despertando o gosto por lê-las e

favorecendo a ampliação de suas leituras. O que queremos dizer é que, trabalhar

inicialmente com textos que não fazem sentido, que não tratam de assuntos de interesse

das crianças, não favorece o despertar do interesse por outras leituras.

Durante o vivenciar as práticas de leituras, experienciamos a dinamicidade

que o trabalho com estes recursos traz para a sala de aula. Num processo lento, mas

significativo, as crianças foram envolvendo-se e percebendo que com estes recursos

63

podemos brincar, cantar, desenhar, discutir sobre o assunto, apontar sugestões,

divertimo-nos e construir aprendizados. As leituras, então, começaram a deixar de ser

enfadonhas e passaram a ser feitas com muito mais significado e prazer.

O estar em sala de aula, o envolver-se com práticas de leituras com variados recursos

textuais, deixou a certeza de que planejar diferentes atividades com variados recursos,

exige dedicação, pesquisa, comprometimento. Implica estar consciente que se quebra

ritmos, atitudes, mas que é possível realizar. Favoreceu vivenciarmos no espaço da sala

de aula momentos de participação, de angústias, de alegrias, de movimento, de vida. A

sala de aula ganhou vida com as colocações das crianças, com os recursos que entraram

nestas oriundos de práticas de leitura fora da escola.

Para a escola, introduzir os variados recursos textuais e realizar as diversificadas

práticas de leitura , poderá ser o caminho mais favorável para o envolvimento das

crianças nas leituras, favorecendo o gostar de ler e, consequentemente, a formação de

bons leitores.

Referências

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental/ Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF,1997.

CARDOSO, Beatriz & EDNIR, Madza. Ler e escrever, muito prazer! São Paulo: Ática,1998.

FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não. Cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho D água, 1993.

FREIRE, Paulo & MACEDO, Donaldo. Alfabetização: leitura do mundo, leitura da palavra. Rio de janeiro: Paz e Terra, 1990.

NASPOLINI, Ana Tereza. Didática do Português: tijolo por tijolo. São Paulo: Ed. FTD, 1996. REGO, Teresa Cristina. Vygotsky- Uma perspectiva histórico-cultural da educação. 12ª edição. Petrópolis, Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2001.

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte; Autêntica, 1998.

VYGOTKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

64

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A prática do estágio curricular supervisionado no Curso de Pedagogia com

Habilitação em Magistério das Séries Iniciais na turma da quarta série da Escola de

Educação Básica Silveira de Souza, proporcionou importantes reflexões e

aprendizagens para nosso processo de formação.

No período de observação constatamos a necessidade de formular um projeto

que visasse a formação de leitores, indo além do impresso no papel, partindo das

leituras do mundo, obtidas através do uso de diferentes materiais e gêneros literários.

Enquanto utopia do possível, acreditamos em práticas pedagógicas que

desenvolvam metodologias criativas e voltadas para as crianças, e este voltar-se para as

mesmas implicaria em atentar-se para o desenvolvimento de suas potencialidades,

deixando-as interagir, descobrir, sentir, perceber e vivenciar todas as suas possibilidades

no seu processo de aprendizagem.

Refletimos sobre a necessidade de favorecer neste espaço da sala de aula um

clima de maior interação, proporcionando o reconhecimento de ter as crianças como

parceiras e sujeitos de sua própria aprendizagem.

Chamamos atenção para a leitura, pois acreditamos que esta não se restringe ao

decodificar o impresso no papel, e buscar formas prazerosas de oferecê-las levaria as

crianças a fazê-la com muito mais propriedade. Precisamos introduzir no espaço da sala

de aula, bem como da escola, ainda mais, o contato com revistas, jornais, gibis, filmes,

teatros, poemas, poesias, parlendas, músicas, rótulos, para que as crianças percebam que

o que aprendemos possui relação direta com nossas vidas.

Com os variados recursos contemplamos as diferentes leituras que as crianças

costumam fazer e a partir destas ampliamos seus repertórios. A entrada em sala de aula

destes variados recursos favoreceu percebê-los como fonte de informações e

aprendizado, despertando entre outros aspectos o gostar de ler.

A contextualização dos conteúdos e a interdisciplinaridade são pontos

fundamentais para um processo de ensino-aprendizagem significativo e prazeroso.

Foram os conhecimentos prévios das crianças e suas vivências que nortearam as

discussões propostas em sala de aula, através das leituras de mundo que faziam, e a

ampliação dos conhecimentos com as temáticas estudadas.

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Devemos valorizar a criança e o seu potencial, cada uma tem um ritmo de

aprendizagem diferenciada, elas precisam sentir que são capazes e ter oportunidades de

expressar-se. Procuramos estimular a participação dos alunos nas discussões, atividades

em grupo, pesquisas, aliando escrita e leitura como necessárias ao processo de

aprendizagem.

Consideramos que a escrita e a leitura caminham juntas no processo de

alfabetização, que não se restringe à primeira série, começando muito antes da criança

chegar à escola e prolongando-se no processo educativo dentro e fora da escola.

Nosso principal objetivo foi que a escrita e a leitura fossem percebidas pelas

crianças como algo necessário em suas vivências, lendo o mundo de forma crítica,

interagindo no ato de ler e formulando suas opiniões. Acreditamos que o envolvimento

das crianças nas leituras propostas foi favorecido pela possibilidade de sua participação

em todas as atividades e por estas estarem relacionadas com suas vidas.

Pudemos perceber ao longo e ao final do projeto que avanços foram alcançados

como a evolução nas produções escritas e a participação ativa nas atividades propostas

em sala de aula. Desenvolver atividades como a pesquisa e a auto-correção das

produções escritas pode ser considerada um estratégia de ensino que envolva as crianças

no processo de ensino-aprendizagem.

Vivenciar estes momentos e movimentos da sala de aula revelou a possibilidade

de realizar atividades de leitura com muito mais prazer e significado. É de fundamental

importância que o professor e a escola ao planejar atividades de leitura, considere os

mais variados gêneros textuais para o trabalho com as crianças. Se a escola objetiva a

formação de leitores, deve estar atenta aos variados recursos textuais e aos diferentes

gostos de leitura, como forma de contemplar a todos. A escola precisa deixar de ter a

leitura unicamente como recurso para avaliação.

Nacionalmente, cabe não somente incentivar, mas possibilitar o acesso aos mais

variados recursos textuais como fonte de informação e prazer. Se o objetivo é a

formação de um país de leitores, acreditamos num trabalho conjunto entre escola,

família e os órgãos governamentais responsáveis pela qualidade da educação para que

através da leitura, interpretação consiga-se a participação social de todos.

Pensar em formar leitores, implica saber que ler é muito mais do que

decifrar os códigos da língua escrita.

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REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo & MACEDO, Donaldo. Alfabetização: leitura do mundo, leitura da palavra. Rio de janeiro: Paz e Terra, 1990.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Coleção Leitura. São Paulo: Paz e Terra, 1997

NASPOLINI, Ana Tereza. Didática do Português: tijolo por tijolo. São Paulo: Ed. FTD, 1996.

REGO, Teresa Cristina. Vygotsky

Uma perspectiva histórico-cultural da educação. 12º edição. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2001.

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte; Autêntica, 1998.

CARDOSO, Beatriz & EDNIR, Madza. Ler e escrever, muito prazer! São Paulo:

Ática,1998.

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ANEXOS

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA UDESC

DEPARTAMENTO DE METODOLOGIA DE ENSINO

PRÁTICA DE ENSINO SÉRIES INICIAIS

GISLENE PRIM

SANDRA REGINA PIRES FERREIRA

Formação de leitores: uma experiência na 2ª série do Ensino Fundamental da

Escola de Educação Básica Silveira de Souza.

Florianópolis,2004

GISLENE PRIM

SANDRA REGINA PIRES FERREIRA

Formação de leitores: uma experiência na 2ª série do Ensino Fundamental da Escola de Educação Básica Silveira de Souza.

Florianópolis, 2004

Projeto de estágio apresentado à Universidade do Estado de Santa Catarina

UDESC, Centro de Ciências da Educação, Curso de Pedagogia com Habilitação em Séries 7

fase, 2004

à Disciplina Prática de Ensino

Professor Orientador: Lourival José Martins Filho e Alba Regina Battisti de Souza.

SUMÁRIO

1 JUSTIFICATIVA ............................................................................. 4

2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ........................................................5

3 OBJETIVOS .....................................................................................6

3.1 OBJETIVO GERAL.......................................................................6

1 JUSTIFICATIVA:

O processo de ensino-aprendizagem tem características peculiares, assim como cada criança e a realidade onde está inserida. Pensando nisso, acreditamos em práticas pedagógicas que desenvolvam metodologias diferenciadas, criativas e voltadas para as crianças, atendo-se ao desenvolvimento de suas potencialidades. Deixando-as interagir, descobrir, sentir, perceber, experenciar estratégias favoráveis para aguçar o prazer de aprender, tornando-se sujeitos de sua aprendizagem.

Destacamos nesse processo de construção do conhecimento pela criança o papel da leitura, não só da leitura da palavra, mas do mundo, que desperte nesta a criticidade, a reflexão e a argumentação. Pois acreditamos que a leitura não restringe-se ao decodificar o impresso no papel, é também significado e interpretação. E se ela for oferecida de forma prazerosa, as crianças irão realizá-la com muito mais propriedade e sentido.

Precisamos introduzir no espaço da sala de aula, bem como da escola, o contato com revistas, jornais, gibis, filmes, teatros, poemas, poesias, parlendas, músicas, rótulos, para que as crianças percebam que o que aprendemos possui relação direta com nossas vidas.

2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA:

A partir da observação realizada junto aos alunos da 2ª série do Ensino Fundamental da Escola Silveira de Souza, de que maneira podemos contribuir para a formação de sujeitos leitores de forma significativa prazerosa?

3 OBJETIVOS:

3.1 OBJETIVO GERAL

Contribuir no processo de formação de leitores da 2ª série do Ensino Fundamental da Escola Silveira de Souza.

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E METODOLÓGICA

4.1 REVISÃO DE LITERATURA

A escolha do tema - Formação de Leitores.

Vivenciar, observar,...os movimentos e as atividades realizadas no nosso campo de estágio, nos encaminhou para refletir as possibilidades que favoreceriam o ampliar junto com as crianças as suas formas de relacionar-se com o que encontram impresso no papel, com também outras formas de linguagem.

Vivenciado, observado, a temática

Formação de Leitores

toma relevância a partir do momento que acreditamos num processo de ensino e aprendizagem onde atividades de leitura e escrita favoreçam não somente a formação de sujeitos alfabetizados, mas que, leve a ampliação de conceitos por estes. (...) um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado; alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever; já o indivíduo letrado, o indivíduo que vive em estado de letramento, é não só aquele que sabe ler e escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita, responde adequadamente às demandas sociais de leitura escrita. ( Soares, 1999, p. 39-40)

As atividades propostas/desenvolvidas pela professora nas diferentes disciplinas, solicitam a leitura de enunciados, de fragmentos de texto,... Esse fazer na maioria das vezes é desprovido de sentido, reflexão, de análise crítica e de prazer. (...) o ensino tem de ser organizado de forma que a leitura e a escrita se tornem necessárias às crianças (...) então o exercício da escrita passará a entediar as crianças; suas atividades não desabrocharão. A leitura e a escrita devem ser algo que a criança necessite. ( Vygotsky, 1991, p.133)

Para tanto caberá ao professor, mediante observações das crianças, buscar viabilizar momentos de leitura de assuntos que despertem o interesse das mesmas, bem como fazer uso de diversificados recursos ( gibis, revistas, letras de música, obras artísticas,...) para o desenvolvimento de atividades junto às crianças com muito mais propriedade e significado.

Nesse sentido, ler e escrever ultrapassam os exaustivos exercícios de cópias e leituras para diagnosticar a relação coerente entre grafema e fonema. Passariam a ter relação direta com nossas vidas. (...) a leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançado por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre texto e contexto. ( Freire, 1982, p. 11-12)

Ler e escrever é ...Ler e escrever exige: significado e prazer.

Mesmo antes de chegar à escola, a criança já realizou muitas leituras em sua vivências. Contudo, a escola insiste em oferecê-la leituras descontextualizadas, mecânicas e desprovidas de prazer.

Acreditamos que, ter as crianças como parceiras e sujeitos de sua aprendizagem é um indicativo para que o professor planeje atividades para o desenvolvimento de suas potencialidades, deixando-as interagir, descobrir, sentir, perceber, vivenciar e dar significado ao que aprendem.

Paulo Freire nos auxilia neste entendimento ao afirmar que o professor deve ter

presente que ensinar não é transferir conhecimento mas criar possibilidades para a sua construção. Quando entro em uma sala de aula devo estar sendo um ser aberto a indagações, a curiosidades, a perguntas, a suas inibições, um ser crítico e inquieto, inquieto em face da tarefa que tenho

a de ensinar e não a de transferir seu

conhecimento. ( Freire, 1996, p.52) Desta forma, o professor deverá propiciar atividades onde as crianças façam uso

de textos do seu cotidiano. A melhor maneira de transformar menino em meninas em leitores e escritores é colocá-los em contato com materiais impressos dos mais diferentes tipos: livros, jornais, revistas, anúncios, cartazes. ( Cardoso & Ednir, 1998, p.45)

Porém ter acesso a diversificados fontes de informações não implica a apropriação de criticidade, de compreensão se o uso que fazemos destas fontes não ultrapassam o decodificar, inviabilizando inclusive o prazer de ler. (...) se ler não fosse uma obrigação amarga a cumprir, se pelo contrário, estudar e ler fossem fontes de alegria e prazer, de que resulta também o indispensável conhecimento com que nos movemos melhor no mundo, teríamos índices melhor reveladores da qualidade de nossa educação. ( Freire, 1993, p.37)

4.2 Metodologia

Consideramos no processo de ensino-aprendizagem a constante interação entre professor-aluno, aluno-aluno, fazendo deste um sujeito participativo no desenrolar das atividades pedagógicas.

Devido as características do estágio, que envolve aça-reflexão-ação, a metodologia da pesquisa-ação é a mais adequada à nossa proposta de trabalho, já que esta procura unir teoria e prática na intervenção da realidade e propondo inovações na prática da sala de aula.

Entre as diversas definições possíveis, daremos a seguinte: a pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com a ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. ( Thiollent, 1996, p.14)

Nossa intenção é realizar um trabalho pautado na troca de saberes, interação e diálogo entre os envolvidos, através de uma avaliação processual e qualitativa dos conhecimentos, tendo um enfoque interdisciplinar e contextualizado de forma significativa e prazerosa.

Referências Bibliográficas

CARDOSO, Beatriz & EDNIR, Madza. Ler e escrever, muito prazer! São Paulo: Ática, 1998.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996

FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não

Cartas a quem ousa ensinar. São Paulo:

Olho D água, 1993.

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC

Centro de Ciências da Educação FAED Curso de Pedagogia

Departamento de Metodologia de Ensino Prática de Ensino IV

Projeto de docência compartilhado.

Professora Orientadora: Alba Regina Battisti de Souza Equipe de Estágio: Gislene Prim e Sandra Regina Pires Ferreira Local de estágio: Escola de Educação Básica Silveira de Souza Professora supervisora: Natália Série: 4º

Tema: Leituras de mundo: experiências prazerosas e significativas de leitura e escrita na 4ª série do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Silveira de Souza.

Justificativa: Durante a observação da turma, na qual vivenciamos a primeira etapa do estágio constatamos que seria favorável desenvolver um projeto que visasse a formação de leitores. Acreditamos, pois, que esta é a base fundamental para a compreensão, a participação e o envolvimento no processo de construção do conhecimento de forma mais significativa e prazerosa. A formação de leitores, visa que estes percebam-se, sintam-se como sujeitos do processo ensino-aprendizagem, , e que dessa forma interajam no ato de ler, interpretem, questionem, reflitam, argumentem e formulem suas opiniões acerca das leituras que fazem, não só da palavra impressa no papel, mas também das leituras de mundo, favorecidas não apenas por livros, mas por imagens e diferentes linguagens de suas vivências.

Objetivo Geral: Interpretar e expressar as diversas formas de linguagem nas diferentes áreas do conhecimento.

Objetivos específicos: Explorar gibis, jornais, mapas, gráficos,... para favorecer diversificadas formas de leitura; Realizar momentos de leitura de forma prazerosa e significativa, contribuindo no processo de formação de leitores; Articular a leitura às diversas áreas e disciplinas que compõe o currículo escolar;

Áreas do conhecimento envolvidas (disciplinas): O trabalho com alfabetização/língua portuguesa perpassa necessariamente todas as atividades desenvolvidas com os alunos, em todas as áreas do conhecimento. Desenvolvendo as quatro habilidades lingüísticas: falar, escutar, ler e escrever. Ao desenvolver o projeto Formação de Leitores iremos trilhar pela leitura, escrita, interpretação, regras de pontuação,... particularidades da Língua Portuguesa.A interpretação de problemas, análise de um folheto de ofertas de supermercado, o contato com uma história sobre os números, remete-nos a disciplina de Matemática. Ao entrar em contato com mapas, documentos de época, textos informativos, analisaremos e exploraremos conteúdos referentes as disciplinas de História e Geografia. A disciplina de Ciências será enfocada mediante a escolha de textos, informativos de cuidados com a saúde, reportagens,... buscando discutir, analisar

temas de acordo com os conteúdos curriculares da série, assim como as demais áreas do conhecimento, transcorrendo de forma interdisciplinar.

Conteúdos: Ciências- Ser humano e saúde- Observando e entendendo o corpo; A coordenação do nosso corpo; Movimentando o corpo. Estudos sociais/ História e Geografia

O clima do Brasil

Vegetação; Agricultura; Comércio; Indústria. Língua

Portuguesa

Textos

Leitura e interpretação

Estudo do vocabulário; Ortografia

sílabas complexas ; Composição oral escrita. Gramática

Revisão encontro vocálico

ditongo, hiato e tritongo; Sílaba tônica. Matemática

Problemas envolvendo as quatro operações; Noções de geometria; Sistema monetário brasileiro. Iremos aliar o currículo oficial ao tema do projeto de estágio na elaboração dos planos de aula.

Metodologia didática: Nossa ação educativa é intencional, as atividades propostas nas diversas áreas do conhecimento enfocarão o tema da formação de leitores, numa abordagem humanista e sócio-cultural, considerando o sujeito, seus conhecimentos prévios, a interação e o diálogo. Resgatando Paulo Freire Como ideologia, a alfabetização devia ser encarada como uma construção social que está sempre implícita na organização da visão de história do indivíduo, o presente e o futuro; além disso, a noção de alfabetização precisa alicerçar-se num projeto ético e político que dignificasse e ampliasse as possibilidades de vida e de liberdade humanas. (FREIRE, 1990.p.06). Acreditamos numa metodologia didática onde atividades individuais e em grupo, de caráter investigativo e criativo, propiciando a problematização e a reflexão dos temas trabalhados. Assim, criaremos situações propícias para que os alunos, a partir do que já sabem e das suas relações sociais, ampliem suas habilidades lingüísticas, principalmente leitura e escrita.

Cronograma:

Data Atividade Estagiária/ CH 13/04 Docência Sandra e Gislene / 10h/a

19 e 20/04 Docência Gislene / 10h/a 26 e 27/04 Docência Sandra / 10h/a 03 e 04/05 Docência Gislene / 10h/a 10 e 11/05 Docência Sandra / 10h/a 17 e 18/ 05 Docência Gislene / 10h/a 24 e 25/05 Docência Sandra / 10h/a

31/05 e 01/06 Docência Gislene / 10h/a 07 e 08/06 Docência Sandra / 10h/a 14 e 15/06 Docência Gislene e Sandra / 10h/a

Avaliação: Consideramos que a avaliação e auto-avaliação fazem parte da prática educativa, sendo um processo contínuo e mútuo entre professor e alunos. Analisando os avanços que ocorrem durante o processo de ensino-aprendizagem, pautando-se nos objetivos do ensino e no conhecimento prévio do aluno. Cada atividade proposta cotidianamente em sala de aula ou fora dela exige uma avaliação, através do registro por parte do educador de todas as etapas do projeto, focando o movimento das crianças

neste. Acreditamos que, dessa forma, podemos contemplar todas as contribuições, evoluções da criança, além do que a mesma deixará impresso no papel.

Projeto de ensino aprendizagem.

Data: 29/03/05 08:00 às 10:00 h Estagiária ministrante: Gislene e Sandra Tema: Identidade

Objetivos: Realizar o reconhecimento do grupo e algumas de suas particularidades; Conteúdos: Relacionamento interpessoal, oralidade e escrita.

Metodologia Didática: Após a nossa apresentação à turma, solicitamos que organizem as carteiras em círculo e realizem as suas apresentações. Que consistirá em cada um dizer o nome e uma característica positiva da sua personalidade. Em seguida preencherão um questionário contendo: nome, idade, bairro onde mora, se estudou em outra escola no ano anterior qual era o nome e o bairro desta. Encerraremos com um texto (anexo) dividido em sete partes, sendo que cada aluno realizará a leitura de uma, em seguida provocaremos para que comentem o texto e a mensagem nele contida.

Bibliografia: Revista Recreio. 25/02/04 Ano 5 nº 211 Pág.27 Editora Abril

Registro reflexivo: Este foi o nosso desafio: ministrar uma atividade de apresentação e integração de uma turma que não conhecíamos anteriormente. Estávamos ansiosas esperando a participação dos mesmos, suas falas e opiniões, para que pudéssemos planejar atividades que aliassem os conteúdos e os seus interesses de aprendizagem. Relato das apresentações individuais: Lucas- legal, Wagner- feliz, Priscila- curiosa, Cléo- carinhosa, Edemir- educado, Lhaion: estudioso, Ricardo- inventor, João Pedro- pesquisador, Amanda- amigável, Ana Paula- amizade, Kelly

legal, Raquel- gosta do cabelo, Emerson- ..., Alexsandro- aleluia, Jardel- ..., Felipe- joga futebol, Lucas-..., Tatiana- alegre, Bruna-..., Ana Carolina- carinhosa, Angélica- amiga, Vanessa- envergonhada, Allan- amizade, Lucas- brincalhão, Patrick- paz, Bruno- alegria, Yuri- amor, carinho, paixão, saudade, Andressa- amorosa. Durante esta atividade perante à dúvida de alguns alunos/as e até a abstenção de alguns na escolha da palavra, enfatizamos que todos temos qualidades, algo bom que temos e fazemos, e que para alguém gostar de nós, temos que primeiramente gostar de nós mesmos, nos amar. Durante o preenchimento do questionário a maioria solicitou nossa presença na carteira para lermos juntos o que estava sendo perguntado. Esta é a tabulação dos dados: Responderam: 12 meninas e 16 meninos, a maioria mora nos bairros: Centro, Agronômica, Morro do céu, 25 e Nova Trento, que compõe o Maciço do Morro da Cruz. A maioria já estudava na Escola Silveira de Souza. Com relação a idade: 03 tem 09 anos, 13 tem 10 anos, 05 tem 11 anos, 03 tem 12 anos, 02 tem 13 anos, 01 tem 14 anos e 01 tem 15 anos. 06 não gostam de ler e 22 gostam, sendo as partes que mais gostam: ação, mulher na piscina, gibi, todas, livros, partes onde se beijam, Peter Pan, Dom Quixote, notícias, capricho, Tititi, Veja, Witch, jornais, Mônica, Cebolinha, Cascão, revista de carro, futebol, homem-aranha. 09 não escrevem nem recebem cartas ou bilhetes, 02 escrevem carta para pai/mãe, 03 recebem cartas, 04 mandam e recebem cartas, 06 escrevem e recebem bilhetes (geralmente da escola), e 03 escrevem cartas. Na televisão: 04 gostam de assistir novela, 15 desenho, 01 tudo, 04 filme, 01 futebol, 02 jogar vídeo game, 01 estudar, 02 jogar futebol, 01 jogar vôlei e 02 brincar. Na música e cantores: 02 gostam de Fank, 05 Hip Hop, 02 Ivete Sangalo, 02 Pop, 02 Pagode, 01

Rock, 01 Marcelo D2, 01 Felipe Dilon, 04 Sandy e Junior, 03 Pity, 05 Racionas, 02 Boka Loka, 01 Armandinho, 02 Rouge, 01 CPM 22, Alexandre Pires, Dogão, MV Bill, Skank.

Como já dito anteriormente, nossa intenção com esta dinâmica era promover um melhor reconhecimento e entrosamento do/com o grupo de alunos/as. Verificando suas características poderíamos posteriormente planejar atividades que atendam os seus interesses, tendo uma visão ampla do grupo heterogêneo.

Após a leitura do texto, abrimos espaço para seus comentários sobre a mensagem do texto: Cada um tem a sua função. Felipe Cada pessoa tem seu jeito. Lucas O texto diz um por todos e todos por um, mas eu vejo que não é bem assim, cada um faz por si. Angélica.

Quando perguntamos o que poderíamos fazer aqui na sala de aula para modificar esta realidade de cada um por si, falaram em: Respeito e prestar atenção nas coisas do quadro.

Neste dia confirmamos nossa intenção de realizar trabalhos em grupos, oportunizando a expressão oral e escrita, a participação de todos. Salientamos também que nós estagiárias temos um compromisso com eles neste semestre, a realização de um trabalho conjunto, e para que ele se concretize precisamos da ajuda de todos, com a participação nas atividades propostas.

Um por todos, todos por um!

1- Ninguém vive dentro de um casulo, não é? Pode reparar que você está sempre cercado de pessoas, seu pai, sua mãe, sua professora, seus amigos.

É que nós vivemos em uma sociedade. Cada um tem uma função: uns são médicos, donas-de-casa, advogados, guardas de trânsito, veterinários. Outros são arquitetos, estudantes, motoristas de táxi, cineastas, jornaleiros.

2- Para que todo mundo se entenda, as pessoas não podem fazer o que bem entendem. Existem leis que garantem os direitos. O direito de ser livre, trabalhar, comer, ir à escola, cuidar da saúde, descansar, votar para presidente, se divertir e muitos outros estão na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Declaração dos Direitos da Criança.

3- Não importa a idade, grupo social ou religião, todos tem seus direitos. Isso faz parte do que se chama cidadania.

4- Mas cidadania não é feita só de direitos. Existem deveres também. É como uma rua de mão dupla. Para que você tenha os seus direitos respeitados, é preciso respeitar os direitos dos outro.

5- Não dá para pensar só no seu bem-estar. Cada um precisa fazer a sua parte pelo bem de todos. Isso é ser cidadão.

6- Quando respeita as pessoas que são diferentes de você, ajuda os mais necessitados, não desperdiça água, obedece às placas e aos sinais, joga o lixo no lixo, você está cumprindo seus deveres.

7- Cidadania tem tudo a ver com solidariedade e respeito. É por isso que o lema dos três mosqueteiros é tão legal para explicar tudo: um por todos, todos por um.

Fonte: Revista Recreio. 25/02/04 Ano 5 nº 211 Pág. 27 Editora Abril

Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC Centro de Ciências da Educação FAED Curso de Pedagogia 8ª fase Departamento de Metodologia de Ensino Prática de ensino IV Estágio Supervisionado Escola de Educação Básica Silveira de Souza Professora: Natália. Série: 4ª série. Estagiárias: Gislene Prim e Sandra Regina Pires Ferreira.

Projeto de Ensino Aprendizagem

Data(s): 13.04.05. Estagiária(s) ministrante(s): Gislene e Sandra Regina. Tema (s): Relações Humanas.

Objetivos:

Refletir sobre as relações humanas e suas implicações na organização social, a partir das interpretações e leitura da letra da música.

Desenvolver atividades de ortografia com exemplos da letra da música: separação da sílaba e encontros vocálicos (hiato, ditongo e tritongo).

Trabalhar em grupo e desenvolver relações cooperativas.

Aguçar o gosto por ouvir e compreender músicas.

Expressar idéias a partir da elaboração e apresentação dos cartazes e da leitura dos cartões.

Conteúdos: Leitura e interpretação, separação de sílabas, encontros vocálicos, expressão

oral e escrita.

Metodologia Didática:

Dinâmica dos cartões: cada criança receberá um cartão devidamente identificado por um símbolo (uma cor) e deverá procurar os amigos que tenham um cartão com o mesmo símbolo.Cada cartão conterá um artigo do Estatuto de PO + Ética para Criança.As crianças serão organizadas (de acordo com o símbolo do cartão) em oito grupos compostos por quatro crianças. As crianças irão fazer a leitura do cartão e posteriormente, apresentarão aos demais colegas o conteúdo/texto de seu cartão e suas opiniões/entendimentos sobre este.

Ler, discutir e falar sobre o texto contido nos cartões.

Organizar grupos de acordo com os cartões recebidos para a leitura, a escuta e o cantar da música.

Identificar na letra da música palavras desconhecidas e procurar seu significado no dicionário.

Abrir conversação sobre o entendimento/interpretação da letra da música.

Separar em sílabas as palavras destacadas na letra da música.

Organizar as palavras (após, separar em sílabas) em: hiato, ditongo e tritongo.

Revisar as regras de encontro vocálico: hiato, ditongo e tritongo, exemplificando com as palavras do texto.

Organizar a turma em grupos para a construção de um painel: fazendo uso de papel pardo, cartolinas, canetas, lápis de cor as crianças elaborarão um cartaz contendo palavras, frases, desenhos que expressem suas idéias sobre a música e sua mensagem, assim como os cartões.

Apresentar o painel para os demais grupos.

Recursos: Aparelho de som, CD, lápis de cor, canetas, cartolinas, papel pardo e cartões.

Conteúdo dos cartões.

1º - Toda criança deve ser feliz, ser amada, ser livre e ter condições dignas de vida!

6º - As crianças terão (e darão): Carinho; Amizade; Confiança; Educação; Generosidade; Fraternidade; Fé; Tolerância!

8º - Toda criança irá Amar, Cuidar e Preservar: os animais, os rios, as plantas, os mares, o ar, os pássaros e as flores.

9º - Hoje e sempre a convivência social será sempre prazerosa e responsável.

10º - Sempre assumirei minha brasilidade, pois sou brasileiro com orgulho e muito amor, por isso respeito a diversidade cultural do meu país.

11º - Toda forma de discriminação e preconceito é prejudicial à convivência humana. Respeitarei sempre os diferentes para que todos possam ser iguais nas diferenças.

13º - Serei um membro partícipe da edificação da Escola Pública da paz. A escola é o meu segundo lar: Amo-a, cuido-a, defendo-a.

17º - É compromisso de todos cultivar a solidariedade, pois ninguém é tão pobre que não tenha nada a doar e nem tão rico que não tenha nada a receber.

Estatutos de Po+Ética para crianças. Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis, SC, Divisão de Educação Fundamental, 2002.

Pega ladrão!

Pega ladrão! No governo! Pega ladrão! No congresso! Pega ladrão! No senado! Pega lá na câmara dos deputados! Pega ladrão! No palanque! Pega ladrão! No tribunal! É por causa desses caras que tem gente com fome, que tem gente matando , etc e tal.

Pega, pega! Pega, pega ladrão! Pega, pega! Pega ladrão! Pega, pega! Pega ladrão!! A

miséria só existe porque tem corrupção. Pega, pega! Pega ladrão!! Pega, pega! Pega,

pega ladrão!! Pega, pega! Pega, pega ladrão!! Tira do poder! Bota na prisão!!

E você, que é um simples mortal, levando uma vidinha legal, alguém já te pediu um

real? Alguém já te assaltou no sinal? Você acha que as coisas vão mal? Ou você tá

satisfeito? Você acha que isso tudo é normal? Você acha que o país não tem jeito? Aqui

não tem terremoto, aqui não tem vulcão. Aqui tem tempo bom, aqui tem muito chão.

Aqui tem gente boa, aqui tem gente honesta, mas no poder é que tem gente que não

presta. Eu fui eleito e represento o povo Brasileiro. Confie em mim que eu tomo conta

do dinheiro.

Pega, pega! Pega, pega ladrão! Pega, pega! Pega ladrão!Pega, pega! Pega ladrão!! A

miséria só existe porque tem corrupção. Pega, pega! Pega ladrão!! Pega, pega! Pega,

pega ladrão!! Pega, pega! Pega, pega ladrão!! Tira do poder! Bota na prisão!!

Tira esses malandro do poder executivo! Tira esses malandro do poder judiciário! Tira

esses malandro de legislativo! Tira do poder que eu já cansei de ser otário! Tira esses

malandro do poder municipal! Tira esses malandro do governo estadual! Tira esses

malandro do governo federal! Tira a grana deles e aumenta o meu salário!

- Tá vendo essa mansão sensacional? Comprei com o dinheiro desviado de

hospital. - E o meu cofre, cheio de dólar? É o dinheiro que seria pra fazer mais uma

escola. - Precisa ver minha fazenda? Comprei só com o dinheiro da merenda! - E o meu filhão? Um milhão só de mesada! E tudo com o dinheiro das criança

abandonada.

- E a minha esposa? Só não leva a falência porque eu tapo esse buraco com o rombo da previdência.

- Vossa excelência... Cê não viu meu avião! Comprei com uma verba que eu era pra construir prisão!

- E a superlotação? - Problema do povão! Não temo imunidade? Pra nós não pega não.

Pega, pega! Pega, pega ladrão! Pega, pega! Pega ladrão!Pega, pega! Pega ladrão!! A

miséria só existe porque tem corrupção. Pega, pega! Pega ladrão!! Pega, pega! Pega,

pega ladrão!! Pega, pega! Pega, pega ladrão!! Tira do poder! Bota na prisão!! A miséria

só existe porque tem corrupção.

Desemprego só aumenta porque tem corrupção. Violência só explode porque tem tanta

miséria e desemprego. Porque tem tanta corrupção! Todos que me conhecem sabem

muito bem que eu não admito o enriquecimento do pobre e o empobrecimento do rico.

E você, que nasceu nesse país. E que sonha e que sua pra ser feliz. Você presta atenção

no que o candidato diz? Ou cê vota em qualquer um, se babaca? E depois da eleição,

você cobra resultado? Ou fica aí parado de braço cruzado? Cê lembra em quem votou

pra Deputado? E quem você botou lá no Senado?

Pega, pega! Pega, pega ladrão! Pega, pega! Pega ladrão!Pega, pega! Pega ladrão!! A

miséria só existe porque tem corrupção. Pega, pega! Pega ladrão!! Pega, pega! Pega,

pega ladrão!! Pega, pega! Pega, pega ladrão!! Tira do poder! Bota na prisão!!

Gabriel O Pensador- Tiago Mocotó- Aninha Lima- Liminha

Escola de Educação Básica Silveira de Souza Aluno(a): Série: Data:

Atividades

1- Para melhor entender a letra da música, destaque a(s) palavra(s) que você não conheça o significado. Após, procure no dicionário o significado da(s) palavra(s) e escreva-o no seu caderno. Agora é fácil, retorne a letra da musica e você perceberá que ao substituir a palavra por seu significado, fica mais fácil entender.

2- Separe em sílabas as palavras destacadas na letra da musica: Pega Ladrão!

3- Agora que você separou as palavras em sílabas, organize-as no quadro abaixo de acordo com os encontros vocálicos:

Hiato Ditongo Tritongo

Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC Centro de Ciências da Educação FAED Curso de Pedagogia 8ª Fase Departamento de Metodologia de Ensino Prática de Ensino IV Estágio Supervisionado Escola de Educação Básica Silveira de Souza Professora: Natália 4ª Série Estagiárias: Gislene Prim e Sandra Regina Pires Ferreira

Projeto de Ensino Aprendizagem.

Data(s): 19 e 20/04/05 Estagiária Ministrante: Gislene Tema(s): O Índio e Descobrimento do Brasil

Objetivos:

Identificar os índios como os primeiros habitantes do Brasil;

Estabelecer relações comparativas entre a situação dos índios no período do descobrimento e nos dias atuais;

Reconhecer os motivos que levaram os portugueses a investirem em viagens para descoberta de outras terras;

Compreender que os problemas econômicos, sociais e políticos atuais são reflexos de uma colonização exploratória;

Aguçar o interesse por história em quadrinhos e filmes que retratam fatos importantes da nossa história;

Situar em mapas a localização dos países envolvidos nos fatos abordados;

Desenvolver atividades de ortografia de forma contextualizada, fazendo uso de exemplos do texto: sílaba tônica (oxítona, paroxítona e proparoxítona);

Solucionar problemas matemáticos envolvendo as quatro operações básicas: adição, subtração, multiplicação e divisão;

Expressar idéias a partir de discussões e produção textual;

Conteúdos: História e Geografia: O índio, Descobrimento do Brasil e Leitura de mapas. Língua Portuguesa: Leitura e interpretação, Expressão oral e escrita, Sílaba tônica e Regras para a construção de textos. Matemática: Problemas envolvendo as quatro operações.

Metodologia didática:

Leitura de imagem (foto) retratando o índio no período do descobrimento e nos dias atuais;

Leitura e interpretação do texto: Todo dia é dia de índio;

Atividades: Descobrir a mensagem através de códigos, destacar na mensagem as palavras (Brasil, indígenas e portugueses) explicando através da pronúncia destas a sílaba tônica (oxítona paroxítona e proparoxítona);

Continuado as atividades de identificação e classificação das sílabas com palavras retiradas do texto, em seguida construir frases com estas palavras;

Refletir e registrar idéias sobre as questões da proteção e dos direitos do índio;

Apreciar história em quadrinhos sobre o Descobrimento do Brasil na visão dos índios;

Assistir ao vídeo sobre o Descobrimento do Brasil; bem como a discussão dos aspectos mais relevantes da história;

Leitura e interpretação do texto: Descobrindo o Brasil.

Resolução de problemas matemáticos contextualizados envolvendo as quatro operações matemáticas;

Apresentar regras para a organização de textos: Título, Pontuação, Coerência e Coesão.

Produção de um texto individual com os entendimentos sobre os temas abordados: O índio e Descobrimento do Brasil;

Recursos: Retroprojetor, Tv e Vídeo, Gibi,

Escola de Educação Básica Silveira de Souza. Udesc/Faed Curso de Pedagogia - Estágio supervisionado. Estagiárias: Gislene e Sandra Professora: Natália 4º série

Todo dia é dia de índio.

O dia 19 de abril tornou-se o dia do índio e foi comemorado pela primeira vez no Brasil em 1944. Essa data foi criada pelo presidente Getúlio Vargas.

Segundo a história, os índios foram os primeiros habitantes do Brasil e a sua origem é desconhecida. Existem pesquisadores que acreditam que são originários da Ásia e que chegaram ao Brasil através do estreito de Behring. Não deixaram registros, mas deixaram desenhos em cavernas, objetos de barro e de pedra. Esses primeiros habitantes eram ágrafos (não conheciam a escrita). Esse período da nossa história é conhecido como Pré-História e durou até 1500, quando os portugueses chegaram.

Conhecer esses primeiros habitantes brasileiros é conhecer a nossa história. Os índios têm características próprias: são nômades (não possuem local fixo para morar), não possuem escrita, não domesticam animais, sobreviviam da caça, da pesca e da coleta, vivem em tribos ligados por laço de parentesco e sua moradia é a oca, uma grande casa que abriga várias famílias. Dividiam o trabalho de acordo com o sexo e a idade (ao homem cabe: caçar, pescar, guerrear, o fabrico das armas e a construção da taba; a mulher cabe: a roça de milho, da mandioca, a coleta de raízes e frutos, o fabrico de redes, cerâmicas, etc,...). A sua religião é animista, ou seja, adoravam as forças da natureza, tais como: o sol, a chuva, o trovão, a lua.

Dos costumes indígenas que o homem branco aprendeu destacam-se: o hábito de tomar banho diário, dormir em rede, andar em canoas, caça, pesca e práticas agrícolas ( cultivando o milho, a mandioca, a batata-doce e o feijão).

No Brasil costuma-se dividir os grupos lingüisticos: Tupi-Guarani ( predomina no litoral); Jê ou Tapuia ( interior do continente); Caraíba ( Norte e bacia Amazônica) e Nuaruaque ( Norte e parte central do país).

Com a chegada dos portugueses ao Brasil em 1500, os índios foram obrigados a trabalhar como escravos, e os jesuítas modificaram muito de seus hábitos e costumes. Eles ensinaram os índios a falar a língua portuguesa e a professar a religião católica.

Na Constituição Federal de 1988 o artigo 221 coloca que Não reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. Também existe um órgão de defesa dos índios denominado FUNAI Fundação Nacional do Índio.

Embora e existência desses direitos garantidos, nos dias atuais os índios têm encontrado grandes dificuldades para conviver com a sociedade brasileira contemporânea. Alguns índios já abandonaram totalmente a sua maneira de viver, em virtude da perda de suas terras e da destruição da natureza. Eles são obrigados a trabalhar nas cidades próximas ou então nas grandes fazendas, em troca de um pequeno salário. Sofrem, também com a incompreensão da sociedade, que insiste em enxergar o índio como um preguiçoso, como alguém que não gosta de trabalhar, por não conhecer a características da sua maneira de viver.

Texto elaborado pelas acadêmicas Gislene Prim e Sandra Regina Pires Ferreira.

Escola de Educação Básica Silveira de Souza.

Udesc/Faed Curso de Pedagogia - Estágio supervisionado. Estagiárias: Gislene e Sandra Professora: Natália 4º série

Descobrindo o Brasil.

Há muitos e muitos anos, um país chamado Portugal quis aumentar seu comércio. Para isso, precisava de produtos que não tinha em suas terras. Partiu então à procura destes produtos, viajando pelo mundo. Numa dessas viagens, comandada por Pedro Álvares Cabral, os portugueses encontraram uma terra que causou grande admiração por suas belezas naturais. Ela era habitada por pessoas diferentes, que os portugueses chamaram de índios.

A chegada dos portugueses foi no dia 22 de abril do ano de 1500. A partir daquela data, eles se tornaram donos do Brasil, durante mais de trezentos anos.

A chegada dos portugueses ao Brasil não aconteceu por acaso, como já dito, eles saíram em busca de novas terras e riquezas para aumentar o seu comércio. Diz a História que zarparam do Porto de Lisboa 13 embarcações, num total de 1500 pessoas, entre elas padres que queriam catequizar segundo os ensinamentos da igreja católica. Esse trabalho dos padres no Brasil ajudou a aumentar a dominação dos índios pelos colonos.

Os portugueses estavam interessados apenas em explorar os recursos naturais do Brasil. O pau-brasil, uma árvore que naquela época era abundante, foi o primeiro produto que lhes despertou o interesse. A madeira era enviada para a Europa, onde as pessoas usavam a tinta extraída dela para tingir tecidos.

Veja como os índios entenderam a presença dos portugueses nas terras brasileiras:

Quando os brancos chegaram, a gente pensava que os brancos eram amigos...

Os brancos trocavam coisas com a gente, Trocavam pau-brasil por machado.

Trocavam papagaio com faca. Trocavam coisas nossas com muitas coisas deles que a gente precisava.

Os brancos também davam muitos presentes. Davam continhas, davam espelho, davam roupa.

A gente pensava que eles eram amigos. Mas depressa, bem depressa,

a gente descobriu, o que o branco queria. O branco só queria a nossa terra.

Ele veio roubar a nossa terra. Ele veio usar o nosso trabalho.

Ele veio ficar rico com o nosso trabalho. Ele veio ficar rico

Com as coisas da nossa terra.

CIMI. Confederação dos Tamoios. Petrópolis: Vozes, 1984, pp.11-5

Texto elaborado pelas acadêmicas Gislene Prim e Sandra Regina Pires Ferreira. Atividades.

1- Use os códigos e descubra a mensagem abaixo.

A B C D E F G 1 SI TU A GUE MUI ÍN POR 2 TRA A DA TO TER RA CIL 3 DA DE BA MA PRE AO RAS 4 TU OS GE VI E ZI NAS 5 FO SES LHAR CHE É O TRANS 6 HO FOR MOU DOS RAM MOS BRI 7 OS GA PER A GA DOS BRA 8 DI REM RAM FI A CI SUAS 9 SIL ÇÃO AS DOS RES PA DÍ

10 PEI LU LOS POR TAR TÁ ELES

___ __________ ____ ____________ ____ _______ _________ ____ ______ ____ B2 D5, B7, A3 D9 G1,B1,D1,B5 F3 G7, A9 G5, B6, C6 E8 D4, C2 F7 ___________. ____ _________ ____ _______ ____ _____ _____________ ____ __________ F1, G9,C4,G4 G10 C7, B3, C8 G8 E2,G3 E4 A5, E6 F5, G6, E7, F7 B2 A2, C3, C5 ______ ____ ______________ . ____ ____________ ______ ______________. F9, F2 B4 G1, B1, D1, B5 A7 F1, G9,C4,G4 A5, E6 G9, F4, D3, D6

2- Nas palavras abaixo, pinte a sílaba tônica e classifique-as em oxítona, paroxítona e proparoxítona. Após, crie uma frase com cada palavra.

BRA

SIL

BI TO

POR

TU GUE SES

NA

TU RE ZA

DES

TRU

I ÇÃO

3- Suponha que você seja um legislador e tenha que elaborar leis em favor dos índios. Quais leis elaboraria para preservar as poucas tribos que ainda restam no Brasil? Anote abaixo.

Escola de Educação Básica Silveira de Souza. Aluno(a): Data: Série:

Atividades.

1- Antes dos portugueses chegarem ao Brasil haviam 5.000.000 de índios habitando o país. Hoje existem em média 200.000. Quantos índios foram eliminados com a chegada dos portugueses? Por que você acha que isso aconteceu?

2- Numa tribo habitam 438 índios, 394 índias e 96 indiozinhos. Quantos habitantes há nesta tribo?

3- Três índios saíram para pescar num grande rio. O primeiro índio pescou 18 peixes, o segundo pescou o dobro e o terceiro pescou o triplo do segundo. Quantos peixes cada índio pescou?

4- As índias colheram 895 mandiocas e colocaram-nas igualmente em 9 cestos. Quantas mandiocas foram colocadas em cada cesto? Sobraram mandiocas? Quantas?

5- O Brasil foi descoberto pelos portugueses em 1500, à quantos isso aconteceu?

6- A canoa é o meio de transporte dos índios. Cada uma comporta 13 índios, quantas canoas precisamos para transportar 325 índios?

Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC Centro de Ciências da Educação FAED Curso de Pedagogia - 8ª fase Departamento de Metodologia de Ensino Prática de Ensino IV Estágio Supervisionado Escola de Educação Básica Silveira de Souza Professora: Natália - 4ª série Estagiárias: Gislene Prim e Sandra Regina Pires Ferreira

Projeto de Ensino Aprendizagem

Data: 26.04.05 Estagiária Ministrante: Sandra Regina Tema: Resgate das discussões sobre os Índios e o Descobrimento do Brasil e resolução e correção de problemas matemáticos.

Objetivos:

Refletir o que são problemas matemáticos e as possibilidades de resolvê-los, chamando atenção para interpretação do enunciado.

Trabalhar com material concreto para resolver problemas envolvendo as quatro operações básicas: adição, subtração, multiplicação e divisão.

Refazer os problemas matemáticos propostos na aula do dia 20.04.05.

Retomar os temas abordados nas aulas anteriores, a partir do registro das falas das crianças.

Produção de um texto, a partir das discussões realizadas sobre a temática

Índios e Descobrimento do Brasil.

Aguçar o interesse para a constante busca de informações, tratando

as de forma crítica e consciente.

Conteúdos: História e Geografia: O Índio, Descobrimento do Brasil, Leitura de mapas e imagens. Língua Portuguesa: Leitura e interpretação, Expressão oral e escrita. Matemática: Problemas envolvendo as quatro operações.

Metodologia didática:

Apresentar escrito no quadro o seguinte problema: Pedro coleciona figurinhas. Ele tem 20 figurinhas e ganhou de seu pai 3 pacotinhos com 5 figurinhas cada um. Quantas figurinhas Pedro tem agora?

Solicitar a leitura e colocação do que as crianças entendem do enunciado, apresentando aspectos que comprovem suas colocações.

Trabalhar aspectos que identificam problemas matemáticos: uma situação em que não conhecemos a resolução de imediato, mas que somos capazes de resolvê-la por meio de informações que temos.

Realizar atividades de resolução de problemas fazendo uso de material concreto, com as crianças organizadas em seis equipes.

Refazer os problemas matemáticos da aula anterior (20/04/05). Cada grupo receberá um problema para resolver e posteriormente apresentará a resposta no quadro. Cada membro do grupo terá a folha de exercícios já resolvidos para corrigi-los.

Apresentar o registro das falas durante as discussões sobre

O Índio e

Descobrimento do Brasil e solicitar que realizem uma produção textual sobre as temáticas.

Solicitar para cada grupo uma pesquisa sobre o Brasil: localização e suas regiões: Sul, Sudeste, Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Recursos: Giz, quadro, folhas, tampinhas, canudinhos, caixinhas de fósforo, saquinhos.

Escola Silveira de Souza. Data: Alunos(as): Série:

Estamos estudando o Brasil. Já discutimos sobre seu descobrimento e agora, iremos conhecer um pouco mais suas características. Iniciaremos localizando-o no mundo e depois, iremos trabalhar as regiões deste país.

Pesquise:

Brasil e sua localização no mundo:

Em que continente localiza-se:

Em qual das Américas está:

Limites:

Ao Norte (N):

A Noroeste (NO):

A Nordeste (NE):

Ao Sul (S):

A Sudoeste (SO):

Escola Silveira de Souza. Data: Alunos(as): Série:

Estamos estudando o Brasil. Já discutimos sobre seu descobrimento e agora, iremos conhecer um pouco mais suas características. Iniciaremos localizando-o no mundo e depois, iremos trabalhar as regiões deste país.

Pesquise: Brasil e suas regiões:

Região:

Estados que compõem a região:

Vegetação:

Relevo:

Atividade(s) econômica(s):

Trabalhando com problemas matemáticos.

Segundo o dicionário Aurélio, problema é uma questão matemática proposta para que se lhe dê a solução.

Ao resolver um problema, algumas dicas são importantes:

Leia o problema com atenção.

Procure entender tudo o que está escrito.

Quais são os dados? O que o problema pede

Se o problema for extenso, resolva-o por partes.

Pense em fazer um desenho.

Cheque a sua resposta.

Em matemática, para resolver um problema, utilizamos as operações de adição, subtração, multiplicação e divisão.

As operações de adição e subtração servem para resolver problemas que aparecem nas situações em que se juntam duas quantidades ou mais de objetos ou se separa uma quantidade da outra; quando se acrescenta uma quantidade a outra ou se tira uma quantidade de outra ou quando se comparam duas quantidade.

Juntar ou separar . Exemplificando:

Em uma tribo habitam 15 índios, 20 índias e 10 índiozinhos.

Quantos habitantes há na tribo?

Para resolver esse problema, podemos representar a história desenhando os índios, as índias e os indiozinhos. Os juntamos e contamos: são 45. A resposta é 45 habitantes.

Podemos também resolver o problema sem ter que desenhar os índios. Podemos fazer traços para representá-los e depois contamos todos: são 45.

Encontramos o resultado do problema contando os desenhos ou traços. Também podemos resolvê-lo escrevendo 15+20+10 = 45. Há 45 habitantes.

Para conferir o resultado, precisamos fazer uma revisão: 15+20+10 = 45. Em uma estante, há 13 livros. Uns estão em pé e outros deitados. Há livros

deitados. Quantos estão em pé ? Podemos resolver esse problema contando. Separamos os 5 livros deitados e

contamos os que sobram. São 8. Portanto, há 8 livros em pé. Também podemos resolvê-lo com uma subtração. Sabemos que os deitados são 5 e precisamos saber quanto estão em pé. Escrevemos 13-5, e calculamos: 13-5 = 8. Há 8 livros em pé.

Revisamos: há 13 livros no total, 5 estão deitados e 8 estão em pé; a operação 13 menos 5 é igual a 8. Então, há 8 livros em pé.

Acrescentar e tirar. Exemplificando:

Gabriela tinha 8 figurinhas e ganhou 6. Quantas figurinhas ela tem agora? A quantidade desconhecida desse problema é a que Gabriela tem no final. Então, para resolvê-lo, temos de acrescentar o que ela tinha ao que ganhou.

Escrevemos 8+6 = 14. Gabriela tem 14 figurinhas. Revisamos: Gabriela tinha 8 figurinhas e ganhou 6; 8 mais 6 é igual a 14.Então, agora ela tem 14 figurinhas.

Gabriela tinha 8 figurinhas e ganhou algumas. Agora, tem 14. Quantas

figurinhas ela ganhou? A quantidade desconhecida desse problema é o número de figurinhas que ela ganhou, a quantidade que se acrescenta. Os dados que temos para saber quantas figurinhas ela ganhou são as que tinha no começo e com quantas ela ficou no final. Esse problema pode ser resolvido contando do número que Gabriela tinha no começo, 8, até o que ela tem no final, 14. Assim: nove, dez, onze, doze, treze, catorze . O resultado é a quantidade de números que contamos para chegar ao final. Foram seis, então a resposta é 6.

Esse problema também pode ser resolvido com uma operação de subtração, partindo do que ela tem no final menos o que ela tinha no início. Escrevemos 14-8, e calculamos: 14-8 = 6. Gabriela ganhou 6 figurinhas.

Importante: A palavra ganhou indica que existe uma quantidade que se acrescenta, mas não que o problema se resolve com a adição. Para saber com que operação se resolve o problema, não é suficiente saber que a história é de acrescentar. É necessário conhecer também quais são os dados e qual é a pergunta problema. Os problemas de acrescentar são resolvidos pela adição quando a quantidade desconhecida é a final.

Tirar é um dos significados da operação de subtração. Em enunciados que falam de tirar coisas, a quantidade final é a diferença entre o que havia no início e o que foi tirado. Exemplificando: * Helena tinha 7 colares no pescoço e tirou 4. Quantos colares ela tem agora?

Helena tinha 7 colares no pescoço. Tirou alguns e ficou com 3. Quantos colares ela tirou?

Helena tinha alguns colares no pescoço. Tirou 4 e ficou com 3. Quantos colares ela tinha no pescoço?

No primeiro exemplo, a quantidade de colares de helena é a quantidade que ela tinha menos a que ela tirou. Escrevemos 7-4=3.

No segundo exemplo, a quantidade de colares que ela tirou é a quantidade de colares que ela tinha menos a que ela tem agora. Escrevemos 7-3, e calculamos: 7-3 = 4.

O terceiro problema, no entanto, não se resolve com subtração e sim com adição. A quantidade desconhecida é o número de colares que Helena tinha no começo. Essa quantidade é igual ao que ela tem agora mais o que ela tirou. Escrevemos 3+4, e calculamos: 3+4 = 7.

Importante: O verbo tirar indica que há uma quantidade que se subtrai, mas não diz que o problema se resolve com subtração. É necessário conhecer também quais são os dados e qual é a pergunta do problema.

Comparar: Juntar e separar, bem como acrescentar e tirar, correspondem aos significados mais comuns das operações de adição e subtração. No entanto, essas não são as únicas situações que dão origem a problemas que se resolvem com tais operações. Também são resolvidos com adição ou subtração problemas como os que seguem. Exemplificando:

João tem 8 bolinhas de gude. Pedro tem 5 bolinhas a mais que João. Quantas bolinhas de gude Pedro tem? O número de bolinhas de gude que Pedro tem é igual ao número de bolinhas de gude de João, mais as 5 que Pedro tem a mais. Para saber o número de bolinhas de gude que Pedro tem, escrevemos 8+5, e calculamos: 8+5 = 13.

Revisamos: João tem 8 bolinhas de gude, Pedro tem 5 bolinhas a mais que João. 8 mais 5 é igual a 13. Então, Pedro tem 13 bolinhas de gude.

Pedro tem 13 bolinhas de gude. Pedro tem 5 bolinhas de gude a mais que João. Quantas bolinhas de gude João tem? O número de bolinhas de gude que João tem é igual ao número de bolinhas de Pedro, menos as 5 que Pedro tem a mais. Então, para saber o número de bolinhas de gude que João tem, escrevemos 13-5, e calculamos: 13-5 = 8.

Importante: Nos exemplos aparece a expressão comparativa menos que , que contém a palavra menos . No entanto, um dos problemas se resolve com adição e o outro se resolve com subtração. A expressão mais que indica que uma quantidade é maior que a outra, mas não que o problema se resolve com adição, ainda que a palavra mais faça pensar em adição. Para saber com que operação se resolve o problema, não

é suficiente reconhecer que no enunciado aparece a expressão menos que . É necessário saber quais são os dados e qual é a pergunta do problema, qual é a quantidade desconhecida.

As operações de multiplicar e de dividir servem para resolver problemas que se apresentam em muitos tipos de situações. Ressaltamos duas: * As situações nas quais há duas coleções que estão relacionadas por uma regra: a uma determinada quantidade de uma coleção sempre corresponde uma quantidade da outra coleção.

As situações em que comparamos duas quantidades, vendo quantas vezes uma é maior que a outra, ou menor que a outra, ou quantas vezes uma é maior que a outra.

Exemplificando: Joana tem em seu quarto uma estante com 5 prateleiras. Colocou 8 livros em cada prateleira. Há 40 livros na estante. Os números que aparecem na história expressam quantas prateleiras há(5), quantos livros há em cada prateleira(8) e quantos livros há no total(40). Num problema como este, o total de livros é o produto do número de prateleiras pelos livros que há em cada prateleira, isto é, 5x8 = 40. Uma adição sucessiva com todas as parcelas iguais é um dos significados da multiplicação.

MULTIPLICAR: QUANTAS VEZES REPETE?

Pedro tem 48 livros. Ele vai colocar 8 em cada prateleira de sua estante. De quantas prateleiras ele precisa para guardar todos os livros na estante? A quantidade desconhecida é o número de prateleiras e os dados que temos são os livros que há em cada prateleira e o total de livros. Temos de verificar quantas vezes 8 cabe em 48. Este é um dos significados da divisão. Assim, escrevemos 48:8 e calculamos 48:8 = 6.Pedro precisa de 6 prateleiras.

DIVIDIR:QUANTAS VEZES CABE ?

Importante: o problema também pode ser resolvido se adicionarmos 8 até chegar a 48 e contando quantas vezes adicionamos 8. Também podemos resolver o problema subtraindo 8 sucessivamente de 48 até não sobra nenhum livro, e depois contamos quantas vezes subtraímos 8.

Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC Centro de Ciências da Educação- FAED Curso de Pedagogia - 8° Fase Departamento de Metodologia de Ensino Prática de Ensino IV Estágio Supervisionado Escola Silveira de Souza Professora: Natália - 4° Série Estagiárias: Gislene Prim e Sandra Regina Pires Ferreira

Projeto de Ensino Aprendizagem

Data: 03 e 04/05/05 Estagiária Ministrante: Sandra Regina Tema(s): Produção textual e sinais de pontuação

Objetivos:

Produzir textos escritos coerentes, coesos, adequados aos objetivos a que se propõem e aos assuntos tratados;

Verificar a importância da pontuação adequada para a compreensão de textos escritos;

Aplicar com segurança a pontuação na produção de textos escritos.

Conteúdos: Produção textual e sinais de pontuação.

Metodologia didática:

Retomar os principais assuntos das temáticas desenvolvidas nas últimas aulas, recordar a tarefa de construção do texto falando sobre estas e colocar que iniciaremos nossas atividades fazendo uso de um desses textos;

Apresentar numa transparência um texto produzido por uma criança na aula anterior sobre a temática trabalhada( Índios e Descobrimento do Brasil ) e selecionado via sorteio;

Fazer a leitura do texto em voz alta;

Após a leitura, questionar sobre o texto: qual o entendimento do conteúdo do texto, o que gostaram, quais os elementos encontrados no texto que facilitaram/dificultaram seu entendimento;

Chamar atenção para os sinais de pontuação. A ausência, o uso inadequado e o uso adequado interferem na compreensão do texto escrito ;

Distribuir impresso em folha para as crianças, o conto, ¨ Ponto de Vista ¨, que apresenta um diálogo entre os sinais de pontuação, falando sobre suas funções e os sentidos da pontuação;

Para facilitar a compreensão dos sinais de pontuação, distribuiremos impresso em folha para as crianças, o conto, Ponto de Vista , que apresenta um diálogo entre os sinais de pontuação, falando sobre suas funções e os sentidos da pontuação;

Fazer a leitura do conto: num primeiro momento em voz alta e solicitar que as crianças acompanhem na folha. No segundo momento, solicitar leitura silenciosa e posteriormente, leitura coletiva em voz alta;

Abrir conversação sobre o conto: do que fala, quem são os personagens, o que fazem esses personagens...;

Propor atividades: identificar cada personagem e sua função, realizando registro no caderno;

Realizar atividades com os sinais de pontuação trabalhados: pontuar um texto substituindo as figuras por sinais de pontuação, construir frases, pontuando-as adequadamente e um diálogo, atentando-se para a pontuação;

Fazer a correção das atividades propostas buscando com que todas as crianças as façam adequadamente;

Retornar as quatro operações básicas de matemática e realizar exercícios envolvendo estas quatro operações;

Entregar para todas as crianças os textos produzidos sobre Os Índios e o Descobrimento do Brasil para realizarem a correção segundo orientações para fazê-lo (incluindo um roteiro);

Propor que a correção do texto seja tarefa para casa;

Brincar de stop matemático, onde as crianças realizarão contas com as quatro operações básicas. Cada criança receberá uma cartela, onde deverão registrar o resultado da conta solicitada pelo professor. Esta brincadeira visa desenvolver o raciocínio lógico matemático e conhecer o quanto as crianças já dominam e o que precisam ampliar ao resolvê-las.

Recursos: Retroprojetor, transparências, canetas ,cartelas.

O texto selecionado.

19 de abril dia do índio

Quando os portugueses chegaram ao Brasil em 1500 haviam muitos indígenas aqui. Atualmente há poucos indigenas em nosso pais.

Depois que tiveram contato com o homem branco, eles foram contaminados com doenças que antes não tinham.

Perderam suas terras e mudaram seus costumes.

O texto e as devidas correções para abertura das discussões sobre pontuação e compreensão ao escrevermos ou lermos um texto.

Dezenove de abril, dia do índio.

Quando os portugueses chegaram ao Brasil em 1500, havia muitos indígenas aqui. Atualmente há poucos indígenas em nosso país.

Depois que tiveram contato com o homem branco, eles foram contaminados com doenças que antes não tinham.

Perderam suas terras e mudaram seus costumes.

A respeito da construção de textos pelas crianças e a intervenção do

professor para aproximá-las da escrita convencional.

A criança aprende a escrever escrevendo. Ao interagir com o meio, ela vai construindo a escrita, evoluindo sempre de um plano menos desenvolvido para outro mais desenvolvido. Dessa forma, sua escrita vai aproximando cada vez mais de um instrumento de comunicação compreendido por todos.

È preciso saber intervir no texto da criança, transformando-o, com a intenção de

aproximá-lo cada vez mais de uma escrita convencional E isso é possível por meio

de atividades de ensino-aprendizagem planejadas com essa finalidade.

Autocorreção: o processo de autocorreção tem por objetivo primordial a construção da imagem mental das palavras. Nesse caso, a ação das crianças é sobre as palavras. Ao corrigir um texto, o professor faz anotações, indicando o que deve ser reescrito.

Uma forma de se preparar para a autocorreção é escrever a palavra corretamente, a lápis, acima do termo que deve ser corrigido. Ao receber o trabalho de volta, a criança deve observar as diferenças entre a palavra escrita por ela e a que o professor escreveu, comparando letra por letra. Ao encontrar uma diferença, a criança apaga apenas a letra diferente e a substitui. Em seguida, continua a comparação, pois é possível haver mais de uma diferença na mesma palavra. Terminada a comparação, a palavra escrita pelo professor é apagada pelo aluno.

Num segundo momento, as palavras podem ser apenas marcadas por um sinal, um

número, por exemplo, e ter a sua forma correta escrita na seqüência do texto. A

criança procederá da mesma forma: comparando e substituindo as letras diferentes.

Avançando no processo de autocorreção, a criança buscará no dicionário a forma correta de escrever as palavras, que são apenas assinaladas pelo professor.

Por último as marcas podem ser registradas à margem do texto. Se, por exemplo, na primeira linha houver uma palavra escrita não - ortograficamente, o professor fará um x à margem, nessa mesma linha. Se houver duas palavras com erros, fará xx e assim por diante. Aqui, a criança analisa todas as palavras da linha, buscando aquela que deve ser modificada. Para confirmar, ela poderá consultar o dicionário. A autocorreção não modifica o conteúdo da mensagem, mas aperfeiçoa a forma de comunicá-la.

Codificação: pela codificação, o professor e o aluno vão agir sobre o texto visando transformar a acentuação, a pontuação e a concordância nominal e verbal. Para desenvolver esse processo, é preciso iniciar com a convenção dos códigos, construída com os alunos da classe, de acordo com o que se pretende trabalhar. Segue um exemplo de decodificação Concordância nominal

Concordância verbal Ponto de exclamação

Ponto de interrogação

Vírgula

Dois pontos

Acentuação

Ao corrigir o texto, o professor coloca os códigos e a criança os decodifica,

inserindo as devidas modificações. Em seguida, apaga os códigos colocados pelo professor. È, pois, uma estratégia de modificação da forma desenvolvida, preferencialmente, sobre o texto que já foi submetido à autocorreção. O item acentuação tanto pode ser trabalhado em codificação como em autocorreção.

Reestruturação: esta atividade é uma variante da codificação, mas com maior predomínio da ação reflexiva. Incide sobre os mesmos pontos. A diferença está na forma de realizá-la. Enquanto naquela o professor coloca os códigos para cada um dos textos das crianças e elas os decodificam corrigindo individualmente, na reestruturação o trabalho é coletivo, com a classe toda ou um grupo de alunos atuando sobre apenas um texto selecionado.

Esse texto pode estar escrito na lousa, em transparência ou em papel, desde que seja permitido apagá-lo, riscá-lo ou sobrescrevê-lo. É interessante, ainda, que não seja muito longo, para evitar que os aluno se cansem antes de terminar a atividade. Quando o texto estiver pronto, um aluno copia o resultado. É possível fazer cópia dos dois textos (antes e depois da reestruturação) para compará-los, colorir onde houver modificação, observar sua ¨ silhueta ¨e analisar a clareza obtida com as mudanças. A reestruturação possibilita, portanto, reflexão sobre a forma, interferindo indiretamente no conteúdo, na medida em que a pontuação influi na compreensão do texto. Refacção: aqui o professor age basicamente sobre o conteúdo do texto da criança visando clarear e complementar idéias, dar coerência e coesão ao texto. Consiste em fazer intervenções, isto é, fazer perguntas, sugerir substituições, cortes e inserção de novos parágrafos.

È possível fazer a refacção de um texto coletivamente. Nesse caso, o professor seleciona um texto significativo, fazendo as devidas intervenções por escrito; providencia cópia para todas as crianças; discute cada intervenção com a classe, levantando as possibilidades de transformação. Em seguida, os alunos escrevem o texto fazendo as modificações necessárias. Contudo, a refacção é preferencialmente uma atividade individualizada, pois cada criança tem um estilo próprio, um jeito de criar e concatenar idéias. Por isso, as respostas às intervenções acabam sendo específicas, diferentes de pessoa para pessoa.

Reescrita: uma atividade interessante consiste em pedir que a criança reescreva um texto a partir de outro, conservando o conteúdo. De um poema, pode-se escrever uma prosa e vice-versa. De uma narrativa, pode-se escrever uma notícia ou relato. Outra possibilidade é propor que os alunos passem para o discurso indireto um texto que está em discurso direto.

O essencial é a conservação do conteúdo de algo lido, ouvido ou visto em outra forma apresentada pela criança. Uma vez que essa atividade não implica a criação de idéias, pode se concentrar na forma, ou seja, no modo de organizar a mensagem por escrito.

A atividade pode ser tanto individual quanto coletiva, envolvendo pelo menos duas etapas. Na primeira, o professor fornece um conteúdo por escrito, oralmente ou apresentando um texto extraverbal, e, em seguida, a criança escreve seu texto. Na segunda, ele faz intervenções de autocorreção, de decodificação ou de refacção e o aluno realiza as devidas modificações.

Exemplo: as crianças assistem em vídeo ao filme A Bela e a Fera; em seguida,

elas escrevem o conto com suas próprias palavras; só então o professor organiza atividades de autocorreção, codificação ou refacção. Reconstrução: reconstruir é modificar o conteúdo da primeira versão de uma escrita realizada pelo aluno ou por qualquer autor.

Se estivermos analisando uma narrativa, por exemplo, podemos sugerir ao autor que acrescente uma personagem, que mude a ação de outra, que altere os diálogos entre duas personagens, que modifique o início e o desfecho da história, que altere o foco narrativo, que acrescente elementos ao ambiente ou fale mais sobre a personagem. São orientações que podem ser colocadas na proposta para a escrita ou na própria redação. Essa forma de aprofundar o texto pode também ser feita coletiva e oralmente, sobre apenas um texto. Depois de levantar as possíveis idéias, a classe realiza o trabalho individualmente, em duplas ou formando grupos pequenos.

A atividade de reconstrução pode ser combinada com a escrita. Nesse caso, as orientações podem ser colocadas nas propostas de escrita. Por exemplo: ¨Reescreva a historia do Chapeuzinho Vermelho, inventando outra personagem para substituir o lobo ¨. A reconstrução também pode ocorrer a partir do texto original da criança.

Auto- avaliação: ao acabar de escrever o texto, a criança faz uma revisão, com o apoio de um roteiro com perguntas sobre o conteúdo e a forma do texto solicitado. Essas perguntas visam levar a criança a refletir sobre a sua escrita ainda no rascunho, para que possa alterá-la antes de passar a limpo.

Para isso, o professor, ao propor a escrita de um determinado texto, já prepara também a ficha que deve der distribuída a cada criança, colocada na lousa, projetada ou escrita em cartolina e exposta na sala de aula.

Depois que o aluno responder às perguntas da ficha, pode refazer o texto(segunda versão) incluindo aspectos do conteúdo e da forma esquecidos na primeira.

Auto- avaliação Texto narrativo Estrutura do texto Coloquei personagens principal e secundárias?

Sim Não

Caracterizei as personagens? Descrevi o ambiente? Marquei o tempo? Criei o conflito? Escrevi o clímax? Coloquei o desfecho? Relacionei a caracterização das personagens e do Ambiente com outras partes da história? Conservei o foco narrativo? O meu texto está de acordo com a proposta? Forma Coloquei o título? Fiz parágrafos? Utilizei o ponto - final? Utilizei o ponto de exclamação, se necessário? Utilizei o ponto de interrogação, se necessário?

Utilizei dois - pontos e travessão, se necessário?

Fiz alguma substituição de nomes por pronomes? Usei letras maiúsculas nos nomes próprios? Depois do ponto final? No início dos parágrafos? Fiz alguma substituição por sinônimos para não repetir muitas vezes a mesma palavra? Separei corretamente as sílabas nos finais de linha? Apresentação Minha letra está legível? Meu trabalho está limpo? Destaquei algumas palavras? Destaquei o título?

Referência: NASPOLINI, Ana Tereza. Didática de Português: Tijolo por Tijolo. São Paulo: Ed FTD, 1997.

Escola Silveira de Souza Data: Aluno(a):

Pontos de vista

Os sinais de pontuação estavam quietos dentro do livro de português quando estourou a discussão.

- Esta história já começou com um erro disse a Vírgula. - Ora, por quê? Perguntou o Ponto de Interrogação. - Deveriam me colocar antes da palavra quando respondeu a Vírgula. - Concordo!

disse o Ponto de Exclamação.

O certo seria: Os sinais de pontuação estavam quietos dentro do livro de Português, quando estourou a discussão .

- Viram como eu sou importante? disse a Vírgula. - E eu também

comentou o travessão.

Eu logo apareci para o leitor saber que você estava falando.

- E nós?

protestaram as Aspas.- Somos tão importantes quanto vocês. Tanto que, para chamar a atenção, já nos puseram duas vezes neste diálogo.

- O mesmo digo eu

comentou o Dois Pontos.

Apareço sempre antes das Aspas e do Travessão.

- Estamos todos a serviço da boa escrita! - Disse o Ponto de Exclamação.

Nossa missão é dar clareza aos textos. Se não nos colocares corretamente , vira uma confusão com agora!

- Às vezes podemos alterar todo o sentido de uma frase

disseram as Reticências. Ou dar margem para outras interpretações...

- É verdade- disse o Ponto. Uma pontuação errada muda tudo. - Se eu aparecer depois da frase a guerra começou

disse o Ponto de Interrogação- é apenas uma pergunta, certo?

- Mas se eu aparecer no seu lugar

disse o Ponto de Exclamação

é uma certeza: A guerra começou!

- Olha nós aí de novo disseram as Aspas. - Pois eu estou presente desde o comecinho disse o Travessão. - Tem hora em que , para evitar conflitos , não basta um Ponto, nem uma

Vírgula, é preciso os dois disse o Ponto e Vírgula. E aí entro eu. - O melhor mesmo é nos chamarem para trazer paz disse a Vírgula. - Então, que nos usem direito! disse o Ponto Final. E pôs fim a discussão.

João Anzanello Carrascoza.

Escola Silveira de Souza Data: Aluno(a):

Pontuação

Para reproduzir, na linguagem escrita, os inumeráveis recursos da fala, contamos com uma série de sinais gráficos denominados sinais de pontuação. São eles:

O ponto(.):é usado para finalizar qualquer tipo de frase, exceto as interrogativas e as exclamativas. Exemplo: Estudo na Escola Silveira de Souza.

O ponto de interrogação(?): finaliza frases em que são feitas perguntas. Exemplo: - Você gosta de ler gibis ?

O ponto de exclamação(!): finaliza frases que expressam sentimentos e emoções. Exemplo: - Ah! entendi!

A vírgula(,): indica uma pequena pausa na leitura. Exemplo: Florianópolis, 03 de Maio de 2005.

O ponto e vírgula(;): o ponto e vírgula marca uma pausa mais longa do que a vírgula, no entanto menor que a do ponto. Por ser um sinal intermediário entre a vírgula e o ponto, fica difícil sistematizar seu emprego. Exemplo: Ela prefere brincar; eu, estudar.

As aspas( ): indicam a cópia de um texto, um trecho, ou citações alheias. Isolam palavras ou expressões populares, etc. Mostram que uma palavra está sendo utilizada em sentido diverso do habitual. Dão destaque a uma palavra ou expressão. Exemplos: Ele estava numa boa .

A professora disse: Estudar é preciso, para conseguirmos entender todos os

conteúdos.

As reticências(...): as reticências indicam que a frase foi interrompida e para marcar fala desconexa, própria de quem está nervoso ou inseguro. Exemplos: - Ricardo, o que você acha do...

Não sei... Talvez... Logo te digo... O travessão( _ ): indica a fala da personagem Exemplo: - Aprendemos muito

com vocês. Os dois pontos(:): anunciam a fala de alguém, indicam uma enumeração e

anunciam uma citação. Exemplos: Bruna falou: - Coleciono figurinhas. Os gibis preferidos de Pedro são: da Turma da Mônica, do

Cascão, do Cebolinha... A respeito das crianças, as estagiárias falaram:- São muito

especiais.

Os parênteses ( ): servem para isolar explicações, indicações ou comentários acessórios. Exemplo: Ela (a escola) é o nosso segundo lar.

Escola Silveira de Souza Data: Aluno(a):

Atividades

1-Copie o texto substituindo as figuras pelos sinais correspondentes:

por , por . por - por : por ! por ? por ...

Como se Fosse Dinheiro

Todos os dias Catapimba levava dinheiro para a escola para comprar o lanche

Chegava no bar comprava um sanduíche e pagava para seu Lucas

Mas seu Lucas nunca tinha troco

O menino leva uma bala que eu não tenho troco

Um dia Catapimba reclamou para seu Lucas

Seu Lucas eu não quero bala quero meu troco em dinheiro

Ora menino eu não tenho troco Que é que eu posso fazer

Ah eu não sei Só sei que eu quero o meu troco em dinheiro

Ora bala é como se fosse dinheiro menino Ora essa

Catapimba ainda reclamou umas duas ou três vezes

A resposta era sempre a mesma

Ora menino bala é como se fosse dinheiro Então leve um chiclete se não gosta de bala

Aí o Catapimba resolveu dar um jeito No dia seguinte apareceu com um embrulhão debaixo do braço Os colegas queriam saber o que era

Catapimba ria e respondia

Na hora do recreio vocês vão ver

E na hora do recreio todo mundo viu

Catapimba comprou um lanche Na hora de pagar abriu o embrulho E tirou de dentro uma galinha Botou a galinha em cima do balcão

Que é isso menino perguntou seu Lucas

É para pagar o sanduíche seu Lucas Galinha é como se fosse dinheiro

O senhor me dar troco por favor

Ruth Rocha

2- Ao ler o texto da questão 1, responda e dê sua opinião:

a. Catapimba era um menino inteligente, que não se deixava levar na conversa? Por quê?

b. Como você reage quando lhe dão como troco balas, chicletes? c. Quando possível o freguês deve facilitar o troco. Já o comerciante deve providenciar

o troco. Você concorda? Justifique sua resposta.

3- Use a vírgula para marcar as pausas:

a- Na cantina de seu Lucas havia sanduíches sucos balas e chicletes para vender. b- Catapimba abriu o embrulho e tirou uma galinha um chapéu um sapato e um livro

para pagar seu lanche.

4- forme frases com as palavras abaixo. Lembre-se de usar os pontos solicitados:

( ! ) lanche- ( ? ) dinheiro- ( ! ) galinha- ( ? ) bala-

5- Termine o diálogo, colocando travessão ( _ ) e dois pontos ( : ) :

Seu Lucas falou Galinha como dinheiro? Não aceito. Catapimba irritado respondeu Ou a galinha ou o meu troco certinho todo dia ! Resolvido, respondeu seu Lucas. Nada de galinha.

6- Faça a correção do texto, conforme a tabela abaixo:

Coloquei título? O título tem relação com a história? Fiz letra legível? Fiz parágrafo? Respeitei as margens? Separei corretamente as sílabas? Pontuei adequadamente?

Projeto de ensino aprendizagem.

Data: 11/05/05 Estagiária Ministrante: Gislene Prim Tema: Resgatando produção textual, pontuação e as quatro operações matemáticas.

Objetivos: - Compreender a necessidade da pontuação adequada nos textos escritos e orais, através da auto-correção dos textos, bem como uma auto-avaliação desta produção a partir dos critérios discutidos em sala de aula. - Verificar a importância da interpretação na resolução de problemas matemáticos. - Realizar a leitura de um gráfico (histograma) como fonte de informação.

Conteúdos: Sinais de pontuação, interpretação de texto, leitura e escrita, quatro operações (adição, subtração, multiplicação e divisão).

Metodologia didática: - Apresentar numa cartolina o texto solicitado para ser pontuado, trocando os símbolos pelos sinais correspondentes. Na cartolina, os símbolos estarão registrados à lápis para que sejam apagados e substituídos pelos sinais adequados; - Explicar durante a substituição dos símbolos pelos sinais de pontuação, o uso adequado destes últimos; - Ampliar o espaço para possíveis questionamentos que não foram colocados durante o trabalho com o texto na cartolina; - Realizar a correção dos exercícios propostos como tarefa para casa

pontuando o que trabalhamos sobre sinais de pontuação; - Retornar a abrir espaço para colocações sobre a correção e conteúdo trabalhado, visando esclarecer possíveis dúvidas; - Apresentar para as crianças o gráfico que mostrará o resultado do jogo Stop Matemático . Esse jogo foi explorado na última aula para resolvermos mentalmente operações com as quatro operações básicas de matemática. Combinamos que apresentaríamos o resultado num gráfico de colunas, porque não apontaríamos ganhador(es) e sim, apresentaríamos o número de acertos obtidos pelas crianças, sem nomeá-las. O gráfico apresentará na vertical o número total possível de acerto (35) e na horizontal, o número de crianças correspondente a quantidade de acertos; - Ao devolvermos o Stop Matemático para s crianças, indicaremos as mesmas somente o número de acertos obtido, propondo a correção em sala de aula.

Trabalhando com matemática As quatro operações.

1- O bar da escola de Catapimba tem um balcão com 3 gavetas. Uma gaveta tem 07 divisórias, a outra tem 16 e a terceira tem 18. quantas divisórias tem as três gavetas juntas?

2- Se Lucas, o dono do bar, comprou 52 pacotes de bala de banana, em apenas 2 dias vendeu 15 pacotes. Quantos pacotes de bala sobraram para ele continuar vendendo? E você, come muitas balas e outros doces? O que gosta?

3- De segunda à sexta-feira Capatimba compra no bar do seu Lucas um sanduíche, um suco e um pirulito. Quantos produtos ele compra durante uma semana de aula? E você, o que gosta de comer no lanche?

4- No final do dia seu Lucas separou as 572 garrafas suco em 5 grandes caixas. Quantas garrafas conseguiu guardar em cad caixa? Se sobraram, quantas?

Projeto de ensino aprendizagem.

Data: 13/05/05 Estagiárias Ministrantes: Gislene e Sandra Tema: Feira de Rua do Livro de Florianópolis/2005

Objetivos: - Conhecer e ampliar o contato com diferentes gêneros literários; - Conhecer a Feira do Livro, sua importância, tendo a possibilidade de adquirir algum exemplar; - Estimular o gosto pela leitura através da participação na sessão de contação de história;

Metodologia didática: - Em sala de aula inicialmente iremos formar grupos com 3 ou 4 alunos, que receberão um livro e anotarão os seguintes pontos: título de livro, nome do autor, nome do ilustrador, se pertence a uma coleção, qual o nome, qual é a editora e a cidade desta, quantas páginas possui o livro. Com o objetivo de observar/discutir a estrutura de um livro, como é editado, os custos, o preço da venda. - Conversaremos sobre o que é uma feira, qual a sua importância, como é organizada. - Faremos os combinados sobre como será o nosso comportamento neste espaço, informar que os alunos que puderam trazer dinheiro para compra de livro tem liberdade de escolhê-lo, como também os outros alunos podem manuseá-los, pedir informações. - A participação na contação de história consiste em aguçar o gosto pela leitura. - Propor as crianças que elas façam posteriormente um registro do que mais chamou-lhes atenção na Feira do Livro, este registro pode conter texto e ilustração. - Este trabalho será socializado por todos na aula seguinte.

O livro é... Título do livro: ____________________________________________________________

Nome do autor: ___________________________________________________________

Nome do ilustrador: ________________________________________________________

Se pertence a alguma coleção, qual o nome? _____________________________________

Qual é a editora e a cidade desta? _____________________________________________

Quantas páginas possui o livro? _______________________________________________

Stop Matemático.

A cartela:

+6 +4 ÷ 3 X4 X2 - 3 -1

3

6

9

12

15

Com esta cartela, contendo já registrado na horizontal os sinais e os números que serão usados para realizarem as contas, as crianças envolverão-se num jogo onde será necessário realizar contas mentalmente.

O professor explicará como joga-se: oralmente será apresentado um número e, com estes as crianças farão as contas com os números já registrados na cartela. Ao ouvirem: stop , devem parar de registrar o resultado de suas contas, fazendo um traço( se necessário) nas contas não feitas.

Usaremos os seguintes números: 3, 6, 9, 12 e 15. Este jogo, além do caráter lúdico, possibilita desenvolver o raciocínio lógico

matemático das crianças e conhecer o que estas já dominam e o que precisam construir ao envolverem-se em atividades com as quatro operações básicas de matemática.

Projeto de ensino-aprendizagem

Data: 18/05/05 Estagiária(s) ministrante(s): Gislene e Sandra Tema: Resgatando a visita à Feira de Rua do Livro e produção de livros.

Objetivos: * Verificar o que as crianças produziram na forma escrita sobre a Feira do Livro. * Expressar oralmente as suas percepções sobre esta visita. * Produzir um livro em sala de aula sobre os registros que fizeram sobre a feira e ilustrá-lo.* perceber todas as partes que compõe um livro.

Metodologia didática: * Organizar a turma em pequenos grupos de aproximadamente 04 crianças. * Solicitar que apresentem a produção escrita sobre a visita à Feira do Livro, pedindo para algumas crianças lerem. As que não produziram na forma escrita podem relatar oralmente. * Em seguida as crianças receberão orientações sobre como organizar suas idéias em um livro. * Receberão folhas brancas para iniciar o trabalho, que será inteiramente acompanhado pelas estagiárias e a professora no atendimento aos grupos.* Ao final será realizada uma socialização das produções, que serão disponibilizadas para que todos da turma possam ver os trabalhos, manuseá-os e lê-los.

Recursos: folhas de sulfite, lápis de cor e canetinha.

Universidade de Estado de Santa Catarina - UDESC Cento de Ciências da Educação- FAED Curso de Pedagogia

8ª Fase

Departamento de Metodologia de Ensino Prática de Ensino IV Professora Orientadora: Alba Regina Batistti de Souza Equipe de Estágio: Gislene Prim e Sandra Regina Pires Ferreira Local de Estágio: Escola de Educação Básica Silveira de Souza Professora Supervisora: Maria Natália José Série: 4 ª

Projeto de ensino-aprendizagem.

Tema: Descobrindo o Brasil: Leituras do ontem e do hoje.

Justificativa: Destacamos no processo de ensino-aprendizagem desta turma de quarta série a abordagem de temas da área de Estudos Sociais (Geografia e História ) numa leitura crítica dos fatos, reconhecendo e compreendendo as conseqüências das transformações nas áreas urbanas e rurais, o papel do homem neste contexto, bem como as principais características geográficas do nosso país. De forma interdisciplinar, aliaremos conteúdos das diversas áreas do conhecimento, promovendo um entendimento dos fatos, e suas causa e conseqüência na atualidade.

A ciência geográfica existe para ajudar o homem a entender o ambiente em que vive, como ele se transforma e as suas possibilidades econômicas de sobrevivência. (Celso Antunes, 1991 )

Objetivo Geral: Ampliar os conhecimentos sobre os principais aspectos históricos e geográficos de nosso país de forma crítica e contextualizada.

Objetivos específicos:

Reconhecer e localizar as características da paisagem local e compará-las com as de outras paisagens (regiões brasileiras);

Utilizar mapas, encenações teatrais, pesquisas, imagens artísticas (pinturas), gibis, revistas, letra de músicas, jornais, livros de literatura, gravuras, gráfico, planfetos de propagandas, vídeos..., para uma aprendizagem significativa;

Fazer uso de diversificadas atividades com os recursos selecionados para favorecer diferentes estratégias que levam ao ampliar conhecimentos;

Conhecer e compreender algumas das conseqüências das transformações da natureza causadas pelas ações humanas, presentes na paisagem local e em paisagens urbanas e rurais;

Traçar um paralelo entre fatores históricos e suas implicações nos dias atuais;

Refletir sobre as relações humanas e suas implicações na organização social.

Áreas do conhecimento envolvidas (disciplinas): Buscaremos nos temas de Geografia e História, características históricas e geográficas do Brasil, como forma de realizarmos um trabalho integrado com as demais áreas do conhecimento. Em Língua Portuguesa a pesquisa bibliográfica, a interpretação, a produção textual e o conhecimento dos processos de produção de um livro, bem como a construção de um; em Matemática, a resolução de problemas matemáticos envolvendo as quatro operações básicas (adição, subtração, divisão e multiplicação) e o histórico do surgimento do dinheiro e seu uso na atualidade. Nas artes, a dramatização teatral com fantoches, a contação de histórias com dedoches, o ouvir e cantar músicas, a leitura de imagens artísticas (pinturas), a produção de um cartão postal da localidade onde moram (fazendo uso de guache) e os desenhos ao ilustrarem suas histórias na construção de um livro. Em ciências, o homem, seus hábitos e características.

Metodologia didática: Iremos privilegiar o diálogo na discussão dos temas propostos, nas atividades em grupo e individuais. A correção de exercícios acontecerá mediante as trocas de estratégias para resolvê-los e na tomada de decisão coletiva da estratégia mais adequada. Faremos uso da leitura de imagens, textos, mapas, gráficos, pinturas, peças teatrais, vídeos e produção artística das crianças.

Avaliação: Será encaminhada de forma contínua, em todos os momentos das aulas, através da participação e realização das atividades propostas.

Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC Centro de Ciências da Educação- FAED Curso de Pedagogia

- 8° Fase

Departamento de Metodologia de Ensino Prática de Ensino IV Estágio Supervisionado Escola Silveira de Souza Professora: Natália - 4° Série Estagiárias: Gislene Prim e Sandra Regina Pires Ferreira

Projeto de Ensino Aprendizagem

Datas: 24/05 e 25/05 Estagiária Ministrante : Sandra Regina Tema: Descobrindo o Brasil: Leituras do ontem e do hoje

Objetivos:

Localizar o Brasil na América e no mundo, conhecendo os limites do Brasil;

Conhecer as regiões do Brasil e suas principais características naturais, econômicas e sociais;

Perceber as variações climáticas e as variações econômicas das regiões e como estas influenciam nas vidas das pessoas;

Identificar as diferentes formas de relevo e suas influências nas atividades econômicas e no modo de viver de cada região;

Refletir sobre os principais problemas de cada região: na região norte, o desmatamento da floresta amazônica, o tráfico de animais...; na região nordeste, a seca...; na região centro

oeste, a posse e o uso das terras...; na região sul a invasão de terras e o uso inadequado de terras para a criação de animais... e na região sudeste, a industrialização e o crescimento exagerado e desordenado das cidades;

Levantar discussão sobre as causas e possíveis soluções para os problemas destas regiões;

Comparar o tratamento dado à natureza pelos índios e pelos demais homens de diferentes etnias;

Aguçar o gosto por pesquisas, por trabalhos em grupos como atividades de construção de conhecimentos;

Apreciar peças teatrais e vídeos como fontes de prazer, diversão, bem como de aprendizagem;

Desenvolver a sensibilidade, a percepção e a imaginação, através da leitura de imagens artísticas ( pinturas), conhecimento de autores, características das obras e a produção artística.

Conteúdos: Brasil: localização e regiões: norte, nordeste, sul sudeste e centro-oeste: clima, relevo, vegetação, atividades econômicas, estados que as compõe, aspectos sociais e problemas enfrentados por estas.

Metodologia didática:

Apresentar o mapa mundi e localizar com as crianças o Brasil (com a turma organizada nos grupos que realizaram a pesquisa);

Solicitar que o grupo que pesquisou sobre o Brasil: localização, limites; comece a apresentação;

Localizar no mapa, as informações apresentadas pelo grupo ao localizar o Brasil em relação ao mundo e à América;

Continuar a apresentação realizando a seguinte dinâmica: todas as equipes apresentarão o que pesquisaram sobre: estados que compõe a região, o clima, o relevo...até que todos os aspectos da pesquisa sejam apresentados. Durante as colocações de cada grupo, estará sendo feito seu respectivo registro no quadro para que, no momento seguinte, todos os grupos copie-as em seus cadernos;

Abrir espaço para conversação: o que acharam relevante ao realizar a pesquisa, quais as dificuldades encontradas para compreender a temática, quais os aspectos comuns e divergentes de cada região...;

Apresentar um teatro de varas , onde cada região irá colocar suas principais características: naturais , econômicas e sociais;

Construir um mapa do Brasil em papel pardo, colocando em cada região os pontos das pesquisas: Estados que compõe a região, clima predominante, vegetação, relevo, atividades econômicas;

Solicitar como tarefa para casa, pesquisa em revistas e jornais que falem sobre problemas enfrentados pelas regiões do Brasil;

Assistir o vídeo As regiões do Brasil;

Abrir espaço para colocação do assistido no vídeo;

Propor atividades pontuais- caça-palavras e cruzadinhas- com as informações apresentadas durante as atividades no vídeo;

Realizar a correção das atividades propostas;

Socializar as pesquisas sobre os problemas enfrentados pelas regiões do Brasil;

Traçar um paralelo entre os conteúdos trabalhados e os principais problemas de cada região, dando ênfase nestes últimos;

Refletir sobre os problemas encontrados em cada região, suas causas e possíveis medidas para melhorias, propondo o registro destas para anexarmos no mapa construído anteriormente que, somente apresentava características de cada região;

Socialização das produções.

Recursos: fantoches de vara, papel pardo, vídeo, mapas , cartolinas e canetinhas.

Teatro de fantoches O Encontro

Centro-Oeste: Recebi um convite. Não sei onde será o encontro. O convite dizia: Espere Centro-oeste, as convidadas estão chegando para o encontro. Vem vindo alguém, quem será?

Nordeste: Ô chente menina, to com a mulera queimada. Procuro e não encontro o local do encontro.

Centro-Oeste: Psiu! Ouvi falar de encontro? Pois também estou aqui esperando o encontro. Quem é você?

Nordeste: Sou a região Nordeste. Cabra, que calorão. Nos meus nove estados: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Uff!

Centro-Oeste: Calma, calma.

Nordeste: Faz muito calor.

Centro-oeste: Tome uma água!

Nordeste: Água!? É tudo que o sertão nordestino precisa. Sou uma região de variantes climas: tropical e úmido no litoral nordestino, semi-árido no sertão. Oh! Desgraça. Equatorial, lá nas bandas do Maranhão, onde tem um pedaço de uma ta floresta amazônica.

Centro-Oeste: Quanta diferença!! Pois eu sou formada por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. Tenho duas estações bem marcadas: uma seca e outra chuvosa. Coisas do meu clima: Tropical.

Nordeste: E não é só isso. A minha vegetação também é variada: caatinga, no sertão nordestino; cerrado em alguns pontos; florestas tropical em pequenos trechos do litoral, porque já estão devastadas; mata dos cocais, no Maranhão e Piauí; vegetação litorânea, que é constituída de mangues, nos terrenos pantanosos, coqueiros,...

Centro-Oeste: Pois eu tenho o cerrado como vegetação típica. Mas também tenho depressões, planaltos e a planície do Pantanal Mato-grossense.

Nordeste: Oh!! Aquele mundão d água é uma planície?

Centro-Oeste: Você conhece?

Nordeste: É meu sonho passar férias lá. Vi aquele mundão de água num catálogo de uma agencia de viagens.

Norte: Água, ouvi falar de água?

Centro-Oeste: Lá vem mais uma com convite na mão.

Norte: Estou procurando o lugar de um encontro.

Centro-Oeste e Nordeste: Nós também! Será que já estão aqui todos os convidados?

Norte: Sou a região Norte, muito prazer. Vim com todos os meus estados para o encontro: Roraima, Amapá, Amazonas, Pará, Acre, Rondônia e Tocantins.

Nordeste: Ganhei por dois!

Norte: que dois?

Nordeste: Tenho dois estados a mais. Sou a região com o número maior de estados.

Norte: Eu sou a maior em extensão territorial.

Nordeste: Grandes coisa! Eu queria era só um pouco de suas águas lá pro meu sertão.

Centro-Oeste: Parem aí! Não se exaltem.

Norte: Eu só quero falar mais umas coisinhas... Meu clima é equatorial, meu relevo é formado pela Planície Amazônica, Planície Costeira ou Litorânea, Planalto das Guianas e planalto Central! Sou coberta pela Floresta Amazônica, mas também tenho cerrado, campos e vegetação litorânea. Na Planície Amazônica, tenho o Rio Amazonas, o segundo rio do mundo em extensão. Minha economia é baseada na extração vegetal, animal e mineral. Tenho a Zona Franca de Manaus: onde estão importantes indústrias de aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos.

Nordeste: Cheeega!! Por favor.

Centro-Oeste: Nunca imaginei que fosse tão difícil esperar por um encontro. E ainda...Preciso cuidar das criações de gado, produção de meus grãos, como a soja, o milho. Sem falar na plantação de cana-de-açúcar. Depois, se sobrar tempo ainda quero dar uma caminhada pelas minhas depressões, planalto, e por fim, pescar baiacu nos rios do Pantanal! Chega Sudeste.

Sudeste: Cof! Cof!

Centro-Oeste: Ih! A lista de convidados é grande. Lá vem mais um convite em mãos.

Sudeste: Desculpe. Essa fumaça do meu carro. Saí com tanta pressa...Não limpei o carburados. Deixe-me apresentar: sou a região Sudeste: composta pelos estados de são Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Estou a procura de um encontro...Não sei o lugar. Só dizia que seriam cinco convidados.

Centro-Oeste e Nordeste: Nós também!!

Sudeste: Quem são vocês?

Centro-Oeste: A região Centro-Oeste.

Norte: A região Norte. Nordeste: a região Nordeste.

Nordeste: Agora que sabemos que falta mais um convidado, nos fale de você.

Sudeste: Estou sempre muito ocupada. Muitas pessoas moram em meus estados. Temos ainda indústrias.

Nordeste: Que stress!!

Sudeste: Continuando...Há muito tempo produzíamos café, cultivo favorecido pelo clima tropical úmido. Fui crescendo, crescendo...chegando à industrialização. Hoje recebo pessoas vindas de todos os lugares, de todas as regiões.

Nordeste: Eu é que sei.

Sudeste: Essa gente vem em busca de trabalho e isso acontece sem planejamento. Hoje sofro com a violência, o desemprego, a poluição...

Norte: Não pense que é só você. Essas indústrias me fazem mal. Tiram árvores e mais árvores da minha floresta para fazer móveis. Mas não é só isso não. Estão vendendo ilegalmente os animais da minha floresta.

Sudeste: Eu...E eu que pensei...Problemas só existem para os meus lados. A respeito do meu relevo... é muito acidentado. Meu clima é caracterizado pelas condições tropicais: pequena variação térmica anual e estação seca no verão.

Centro-Oeste: Que ventinho!!

Sul: É aqui o encontro?

Centro-Oeste, Norte, Nordeste e Sudeste: A quinta convidada!

Sul:Recebi um convite, nele dizia que eu deveria apresentar-me.

Centro-Oeste: Pois apresente-se.

Sul: Sou a região Sul do ...

Nordeste: Do que?!

Sul: Sou formada pelos estados: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do sul. Sou a menor região do...

Centro-Oeste: Do quê? Do quê?

Norte: Que mistério!!

Sul: Meu relevo é formado predominantemente por planaltos. Próximo do litoral existe uma região de planície. No rio Grande do Sul, aparecem as coxilhas, é a região dos

Pampas, chamada Campanha Gaúcha. Minha vegetação: Floresta das Araucárias ou Mata dos Pinhais, Mata Atlântica nas encostas da Serra do Mar e Geral. Vegetação litorânea, onde se encontram mangues, e a vegetação de restingas. Campos limpos nos Pampas. Minha economia é variada: em Santa Catarina e Rio Grande do Sul destacam-se a pesca. Tenho indústrias de produtos alimentícios, bebidas, madeira,... Exporto: carne, madeira, celulose, carvão,... O que mais exporto: máquinas, acessórios industriais, produtos químicos e veículos. Bem.. só queria dizer que meu clima é subtropical:com verão ameno r inverno bem rigoroso. Sou a região mais fria do ...... Norte: Fala logo...

Sul: Pois bem. Região Norte, Região Nordeste, Região Centro-Oeste e Região Sudeste, nós juntas formamos um país, localizado na América do Sul, no continente americano. O nome desse país é o local do nosso encontro. Juntos formamos o BRASIL!!!

Brasil : localização, limites e regiões

Localização do Brasil: o Brasil localiza-se no continente americano, limita-se com quase todos os países sul americanos (exceto Equador e Chile) e com o Oceano Atlântico.

Os seus limites detalhadamente são: - Norte: Guiana Francesa, Suriname, República da Guiana e Venezuela. - Nordeste: Colômbia - Oeste: Peru e Bolívia - Sudoeste: Paraguai e Argentina - Sul: Uruguai - Sudeste, Leste e Noroeste: Oceano Atlântico

Regiões do Brasil.

Região Sul.

Estados que a compõe: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Vegetação: Floresta da Araucária ou Mata dos Pinhais, Mata Atlântica, Vegetação litorânea (onde se encontram os mangues e as restingas, campos limpos). Relevo: planaltos, planícies e serras.

Atividades econômicas: indústrias

produtos alimentícios, bebidas, madeira, vestuário, calçados, têxtil, química e petroquímica. Comércio- os principais produtos exportados são: carne, lã, madeira, celulose, carvão, cereais, produtos têxteis e alimentícios. Os produtos importados são: máquinas, acessórios industriais, produtos químicos e veículos. Pesca

cultiva-se atualmente muitas ostras. Agricultura

é cultivado o arroz, café, cana-de-açúcar, milho, feijão, algodão e trigo. Pecuária: Cria-se bovinos e ovinos.

Clima predominante: subtropical, com verão ameno e inverno rigoroso.

Região Sudeste.

Estados que a compõe: Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Vegetação: Existia uma cobertura florestal que não existe mais por causa da industrialização. Relevo: o planalto brasileiro tem no sudeste as suas maiores alturas. É também nesta região que o relevo é mais acidentado.

Atividades econômicas: agricultura - (cultiva-se principalmente café), comércio e indústrias. Clima predominante: tropical úmido.

Região Centro-Oeste.

Estados que compõe: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. Relevo: destacam-se depressões, planaltos e planícies do Pantanal Mato-Grossense . Vegetação: o cerrado é a vegetação típica.

Atividades econômicas: comércio, funcionalismo público, indústria têxtil,

criação de gado e produção de grãos, soja, milho, além da produção de cana-de-açúcar. Clima predominante: tropical, com duas estações bem marcadas, uma chuvosa e a outra seca.

Região Norte.

Estados que a compõe: Roraima, Amapá, Amazonas, Pará, Acre, Rondônia e Tocantins. Vegetação: é coberta pela floresta Amazônica. Também aparecem outros tipos de vegetação: cerrado, campos e vegetação litorânea.

Relevo: é formado pela Planície Amazônica e Planície costeira ou Litorânea, planalto das Guianas e planalto Central.

Atividades econômicas: * Extrativismo vegetal: aproveitam-se as riquezas da floresta : látex da seringueira para fabricar borracha, plantas medicinais, madeiras de lei para fabricação de móveis,... * Extrativismo mineral: o mais importante é o manganês. Extrai-se também alumínio, oro, estanho, ferro. * Extrativismo animal: destaca-se a pesca fluvial (rios e mares), piarucu, peixe-boi, tartaruga, camarão e atum. * Agricultura: os principais produtos cultivados são: juta, pimenta-do-reino, malva, cacau e guaraná. * Pecuária: destaca-se a criação de bovinos e suínos para o corte. * Indústria e comércio: as indústrias são de produtos têxteis, alimentícios, minerais e de madeira. Em Manaus fica a Zona Franca de Manaus. Na Bacia Amazônica explora-se petróleo. Clima predominante: equatorial, isto é, quente e úmido (com muita chuva) durante o ano inteiro.

Região Nordeste.

Estados que a compõe: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.

Vegetação: a vegetação característica é a caatinga, mas há outras vegetações: caatinga no sertão nordestino, cerrado, floresta tropical atlântica, floresta equatorial, mata dos cocais, vegetação litorânea (que é constituída de mangues, terrenos pantanosos, coqueiros, etc).

Relevo: é formado pela Planície Costeira ou Litorânea, no planalto nordestino aparecem diversas chapadas, destacando-se a Chapada Diamantina, localizada no estado da Bahia. Na região nordeste está localizado o arquipélago de Fernando de Noronha, que pertence ao estado de Pernambuco.

Nas atividades econômicas, explora-se: * Extrativismo vegetal: a carnaúba, o babaçu, a mamona, a castanha de caju, a juta, ... * Extrativismo animal: pratica-se a pesca do camarão, do atum, da tainha e da lagosta. * Extrativismo mineral: destaca-se a exploração de petróleo, mas também são explorados: sal, calcário, mármore, chumbo, cobre, etc. * Agricultura: o produto agrícola mais importante é a cana-de-açúcar. Também são cultivados cacau, feijão, milho, mandioca, milho e algodão. * Pecuária: os principais rebanhos são: suínos, caprinos, eqüinos e ovinos.

* Indústria: as principais indústrias são: açucareira, pescado, fiação, tecelagem, petrolífera e laticínios.

A região nordeste exporta: algodão, açúcar, petróleo, produtos de pesca, artigos de artesanato, coco e produtos da carnaúba e do babaçu. Clima predominante: o clima é quente e apresenta variações: tropical e úmido no litoral nordestino, semi-árido no sertão, com secas prolongadas e temperaturas muito elevadas, equatorial no oeste do Maranhão, onde se localiza parte da Floresta Amazônica.

Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC Centro de ciências da Educação- FAED Curso de Pedagogia - 8ª fase Departamento de Metodologia de Ensino Prática de Ensino IV Estágio Supervisionado Escola Silveira de Souza Professora: Maria Natália José Estagiárias: Gislene Prim e Sandra Regina Pires Ferreira

Projeto de Ensino Aprendizagem

Data(s): 07/06,08/06 e 14/06 Estagiária(s) Ministrante(s): Gislene e Sandra Regina Tema: Descobrindo o Brasil: leituras do ontem e do hoje, dando ênfase ao papel do homem nas leituras propostas

Objetivos:

Identificar a responsabilidade do ser humano pelas mudanças ambientais, econômicas e sociais ocorridas ao longo de nossa história;

Refletir sobre as causas que levam o homem a efetivarem essas mudanças;

Compreender no que implicam essas mudanças, apontando benefícios e malefícios para a vida humana e dos demais seres vivos que habitam nosso planeta;

Entender que todos somos responsáveis e capazes de buscar melhores condições de vida.

Conteúdos: Brasil: principais problemas enfrentados pela população (causas, efeitos e possibilidades de melhorias),dando ênfase ao homem, como agente causador destes. Leitura, interpretação e construção textual. Resolução de problemas matemáticos.

Metodologia Didática:

Retomar as discussões sobre as regiões do Brasil apresentadas nas pesquisas, no vídeo e nas demais leituras propostas em sala de aula;

Organizar a turma em dupla para realizarem exercícios pontuais sobre as regiões do Brasil e limites deste;

Correção dos exercícios propostos;

Trabalhar em grupos composto em média por cinco crianças, onde será discutido os problemas de cada região brasileira, tendo como recurso um texto apresentando a síntese das pesquisas;

Apresentação para as demais crianças por cada grupo, dos problemas característico da sua região;

Conversação dos problemas em comum, dos divergentes problemas enfrentados por cada região;

Ilustrar o mapa das regiões do Brasil com gravuras recortadas de revistas e jornais. Cada grupo irá selecionar gravuras que estarão dispostas sobre uma mesa, para ilustrar os problemas enfrentados pela região que pesquisou;

Abrir espaço para possíveis dúvidas e colocações;

Para ampliarmos nossas discussões, iremos resolver exercícios de matemática, enfatizando problemas enfrentados pelas regiões;

Correção dos exercícios propostos;

Sobre o mapa devidamente ilustrado com as gravuras, será colada uma tarjeta com o seguinte questionamento: E o homem, o que tem haver com todos estes problemas ?;

Solicitação de colocações sobre o questionamento;

Leitura do texto: Mundo, mundo, frágil mundo. O texto trará informações sobre a ação do homem sobre a natureza, suas conseqüências e apresentará atitudes diárias que cada um pode tomar para evitar tanta destruição e poluição; chamando atenção para a tomada de consciência que estas questões nos dizem respeito e que também possuem conseqüência imediata em nossas comunidades e em nossas vidas;

Realizaremos a leitura seguindo três diferentes momentos: feita em voz alta pela estagiária, silenciosa e coletiva em voz alta;

Conversação sobre o texto: do que fala, o que o assunto tem haver com nossas vidas, quais as novidades apresentadas no texto, o que já conhecíamos sobre o que este vem falar...;

Após a leitura do texto e das conversas estabelecidas , traçaremos um paralelo com o trabalho realizado com os cartões postais, e com o Estatuto de Po+ Ética: onde apresentamos a rua onde moramos e discutimos sobre nossos direitos e deveres enquanto cidadões;

Realizaremos um resgate do que discutimos e construímos com estes recursos e posteriormente iremos fazer uma reflexão a respeito dos problemas enfrentados pela comunidade onde moramos, bem como, a respeito do que estamos colaborando ou poderíamos colaborar com nossa comunidade para uma vivência melhor;

O registro será feito em forma de um texto e posteriormente ilustrado;

Cada criança apresentará sua produção e anexará num cartaz coletivo sua produção;

Exploraremos um jogo de perguntas e repostas onde cada jogador irá caminhar pela trilha do tabuleiro, respondendo corretamente às perguntas até atingir o espaço onde estará escrito ganhador.

Mundo, mundo, frágil mundo.

O respeito por si próprio, pelos outros e pela natureza são muito importantes para a vida em comunidade e merecem igual atenção: um não vive sem o outro.

Entre o homem e a natureza há uma relação de dependência, isto é, o

homem é fruto do meio e o meio é fruto do homem.

A natureza é testemunha das transformações, dos avanços tecnológicos que ocorrerem durante a história . O homem buscando melhores condições de vida, criou vários recursos ( do xampu ou o gás de cozinha até o automóvel ou o raio-x ); por outro lado, trouxe também numerosas conseqüências indesejáveis e, além de tudo, perigosas, uma vez que destroem o meio onde ele está inserido. Alguns exemplos: a exploração desenfreada de recursos naturais não renováveis ( como o petróleo, gás, carvão mineral ); a derrubada de florestas, importantes para a renovação do ar que respiramos; o desaparecimento de espécies animais e vegetais, rompendo o equilíbrio ecológico; a contaminação da água para o consumo; o esgotamento do solo para o plantio de alimentos e o uso intensivo de agrotóxicos; a poluição do ar e a poluição sonora; a produção diária de toneladas de lixo não reciclável; a concentração populacional em grandes centros urbanos, gerando miséria, fome e violência.

Todos esses efeitos negativos do desenvolvimento industrial - tecnológico vêm chamando atenção, já há tempos, de algumas parcelas da sociedade preocupadas com a destruição dos sistemas naturais e com a queda da qualidade de vida das pessoas. Essas pessoas chamam atenção para os cuidados que devemos ter com o mundo a nossa volta, porque os riscos enfrentados pelo nosso planeta, também dizem respeito a nossa comunidade e a nossas vidas.

O que se deseja é a diminuição do ritmo acelerado de destruição dos recursos naturais disponíveis e pela busca de opções de preservação ( e também a recuperação ) da natureza com a qualidade de vida das populações que dela dependem.

Isso significa que devemos satisfazer nossas necessidades atuais sem comprometer os recursos necessários que garantam a sobrevivência das gerações que nos seguirão.

Parece não haver outra saída além da conscientização das pessoas no que se refere a alguns princípios básicos de preservação das condições ambientais. É preciso começar por pequenas atitudes: não jogar lixo pelas ruas, não desperdiçar água e comida e a participar de grupos nas comunidades onde moramos que discutem e buscam melhores condições de vida.

(Texto reelaborado pelas estagiárias Sandra Regina e Gislene, a partir da coleção Ofício de Professor: Aprender mais para ensinar melhor. Ética e Cidadania).

Regiões do Brasil: algumas reflexões sobre os principais problemas e algumas possibilidades de melhorias.

Região Nordeste: A seca é um dos maiores problemas da Região Nordeste. Ela dificulta muito a produção de alimentos, o que provoca outros problemas muito graves, dentre os quais podemos destacar:

Má alimentação da população, prejudicando sobretudo o rendimento dos adultos no trabalho e o desenvolvimento das crianças e dos jovens;

Abandono do interior. Nas secas mais demoradas, muitos deixam o campo e vão para as cidades da região ou para regiões distantes. Esta migração é chamada de êxodo rural e provoca outros problemas:

Inchaço das cidades, onde aumentam o desempregados e sem - casa ;

Aumento de trabalhadores sem

terra : muitos pequenos proprietários vendem suas terrinhas para ter dinheiro para mudar-se. Depois, ficam emprego e sem terra própria para cultivar;

Concentração das terras nas mãos dos grandes fazendeiros, que se aproveitam da seca para comprar as terras dos pequenos proprietários.

Com alguns cuidados relativamente simples, o governo federal e os Estados podem mudar a região. Dentre tais cuidados, lembramos os seguintes:

Melhoria das condições de vida no campo, com a distribuição de terras, orientação aos agricultores para os cuidados da terra e ajuda em dinheiro para a compra de sementes e irrigação;

Adoção de sistemas de irrigação mais simples, que já existem e que são muitos caros, procurando beneficiar os pequenos agricultores, mais do que as grandes empresas;

apoio aos pequenos agricultores para que não tenham que abandonar suas terras na época da seca;

Reflorestamento, sobretudo a partir das áreas vizinhas aos lugares onde já existe água.

Região Sudeste: se de um lado, é a região de maior crescimento, de outro é a região de muitos problemas. A grande concentração de pessoas e indústrias traz um crescimento exagerado e desordenado de muitas cidades, piorando a qualidade de vida. Vejamos como isso acontece: as melhorias, o desenvolvimento do comércio e o crescimento da cidade valorizam os terrenos urbanos. Lotes e casas ficam tão caros que os mais pobres são forçados a mudar-se para bairros distantes. É também para estes bairros, sem condições de saneamento ( muitas vezes sem água, sem luz, sem esgoto ), que se mudam as pessoas vindas do campo para a cidade. Estas pessoas são obrigadas muitas vezes a trabalhar no centro ou em bairros distantes, tornando o transporte um grande problema: filas, superlotação, demoras, atrasos, perdas de horas e dias de trabalho, além da violência no trânsito, que são cenas comuns nessas grande cidades. Em muitos casos os bairros de periferia são construídos em lugares montanhosos, sujeitos a deslizamento de terra, ou em margens de córregos e rios, onde ocorrem inundações. Os desabamentos de casas e barracos têm aumentado a miséria das famílias e causado numerosas mortes.

Região Sul: nessa região no início do processo de imigração, a terra ficou inicialmente dividida em pequenas propriedades. Com o passar do tempo, houve sucessivas divisões destas propriedades entre os herdeiros. Muitas delas ficaram tão

pequenas que não eram suficientes para sustentar nem mesmo a família. Quando começaram a se formar grandes empresas agrícolas, aconteceu um processo inverso: as pequenas propriedades foram sendo compradas por empresários e fazendeiros que conseguiram formar enormes latifúndios. Muitos agricultores tiveram que abandonar o campo, o que contribui para o inchaço das cidades, que crescem muito desordenadamente. E como os migrantes não encontram trabalho e moradia nas cidades, ficam se ter onde morar e sem terra para trabalhar.

Por isso, nesta região são freqüentes as invasões, que vêm causando conflitos entre fazendeiros e lavradores sem terra.

Ainda, com a intensiva plantação, a derrubada de enormes áreas para ao criação de gado, vêm ocorrendo grandes problemas ambientais nessa região.

Região Centro

Oeste: a pecuária é a principal riqueza do Centro

Oeste. Entretanto, esta atividade precisa de pouca mão-de-obra ,faltando assim emprego para muita gente. Muitas pessoas não encontram terra para trabalhar porque as fazendas são muito grandes (latifúndios) e pertencem a poucas pessoas.

A posse e o uso de terras é o mais grave problema da região Centro-Oeste.

Esta situação gera um desequilíbrio muito grande. Há pessoas muito ricas(os

fazendeiros, por exemplo) e pessoas muito pobres, sem ter onde morar, nem em que

trabalhar.

A criação de gado é feita em grandes áreas que não são adequadas à agricultura e permite um bom aproveitamento da região, sem prejudicar o equilíbrio ecológico. Entretanto, algumas fazendas estão exagerando na quantidade de gado e na forma de aproveitamento e ampliação das pastagens, o que está colocando em risco o meio ambiente, sobretudo na região do Pantanal.

A exploração de garimpos, sem controle pelo governo, está poluindo vários rios da região e grande parte do Pantanal mato-grossense, considerado uma das reservas ecológicas do mundo.

Além do mercúrio dos garimpos, os rios da região e o Pantanal estão recebendo grande carga de agrotóxicos, usados abusivamente nas grandes plantações de soja e nas cabeceiras dos rios, envenenando pessoas e animais.

Outro grave problema desta região são as freqüentes queimadas nos cerrados e nas matas, aumentando os problemas de poluição do ar e erosão do solo.

Região Norte: por ser uma área muito despovoada, está sujeita a invasões e depredações. As invasões ocorrem principalmente através da fronteira do Brasil com outros países da América do sul. Acontece também por via aérea: são muitas as pistas clandestinas de pouso na região.

Os invasores vão à procura dos recursos naturais da região, que são muitos: desde o ouro até a castanha-do-pará e a madeira. A extração destes recursos tem provocado uma grande devastação da floresta: corte desnecessário de árvores, e muitas queimadas, causando destruição da fauna e da flora. Para isto, muito vem contribuindo a mineração descontrolada, sobretudo nos garimpos, muito numerosos na região. Só em Rondônia, na região dos índios ianomâmi, existem mais de 10 mil garimpeiros, trabalhando ilegalmente.

Mas o principal problema da região é a destruição da floresta amazônica. Sabe-se que, com o tempo, o desmatamento modifica o clima de qualquer

região. A água permanece menos tempo no solo, que aos poucos vai se ressecando. O

armazenamento de água debaixo da terra vai diminuindo. As inundações ficam mais fortes, porque a falta de árvores faz a água escorrer mais depressa e em maior quantidade para os leitos dos rios.

As maiores modificações na Amazônia ocorrem quando a mata é substituída por pastagens e cultivos artificiais, que ocupam grandes extensões.

O pior é que o desmatamento nunca vem sozinho. Traz sempre consigo a poluição do ar (pela fumaça das queimadas), a poluição do solo e da água. Os prejuízos para o meio ambiente são enormes.

Escola de Educação Básica Silveira de Souza. Data: Aluno(a):

Atividades: Aliar problemas matemáticos e reflexões sobre as regiões do Brasil.

1- Grande parte das florestas brasileiras foram desmatadas. Cerca de 2.472 árvores foram cortadas em apenas 1 semana e distribuídas em 12 caminhões. Quantas árvores foram colocadas em cada caminhão? Por que acontece o desmatamento em nossas florestas?

2- Muitas famílias deixam o campo para morar nas cidades, a cada mês saem cerca de 26 famílias. Em 12 meses quantas famílias deixam o campo? Escreva sua opinião sobre as condições dos trabalhadores rurais e o que a sociedade pode fazer para melhorar situação deles. Proponha soluções.

3- Em 1940 houve uma grande saída da população do campo para as cidades, o que se chama êxodo rural. Há quantos anos isso aconteceu? Em sua cidade existem crianças de rua? O que você pensa ser principal motivo?

4- O lixo deixado nas ruas e rios é um grande problema ambiental em muitos bairros do Brasil. A escola de Daniel resolveu fazer uma arrecadação e separação do lixo reciclável. Em uma semana conseguiram encher 12 latões com vidro, 26 com plástico e 35 com papel. Ao todo quantos balões encheram com o material reciclável? Escreva uma mensagem sobre a natureza para as crianças do Brasil.

Universidade do Estado de Santa Catarina- UDESC Centro de Ciências da Educação- FAED Curso de Pedagogia - 8ª fase Departamento de Metodologia de Ensino Prática de Ensino IV- Estágio supervisionado Escola Silveira de Souza Professora: Maria Natália José Estagiárias: Gislene Prim e Sandra Regina Pires Ferreira

Projeto de Ensino aprendizagem

Data: 14/06 Estagiária(s) ministrante(s): Sandra Regina e Gislene Prim Tema: Perguntas e respostas: resgatando as temáticas desenvolvidas no projeto- descobrindo o Brasil: leituras do ontem e do hoje

Objetivos:

Explorar um jogo de trilha como recurso para revisar conteúdos trabalhados e verificação de conhecimentos gerais das crianças;

Explorar o lúdico como possibilidade dentro do processo de ensino e aprendizagem.

Conteúdos: O índio e o descobrimento do Brasil; as regiões brasileiras: características e seus principais problemas (dando ênfase ao papel do ser humano nesta última questão); localização do Brasil nas Américas e no mundo; as quatro operações básicas de matemática; sinais de pontuação( uso adequado destes), classificação das palavras quanto ao número de sílabas ( monossílaba, dissílaba e trissílaba); encontro vocálico ( hiato, ditongo e tritongo) e conhecimentos gerais, entre outras questões, a respeito de características sociais, econômicas e política do Brasil .

Metodologia didática:

Organizar a turma em dois grupos ( um dos participantes e outro dos universitários). O grupo dos participantes receberá um número de identificação para ser sorteado e chamado à responder as perguntas. O grupo dos universitários auxiliará os participantes quando for solicitado;

Feito o sorteio do participante, este deverá percorrer uma trilha até chegar a casa do vencedor. Cada casa apresentará três questões para serem respondidas adequadamente. A resposta adequada destas possibilitará a passagem para a casa seguinte. Cada participante terá como bônus: três pulos, auxílio às cartas, auxílio aos universitários e auxílio aos demais participantes. Ao usar todos os bônus e não ter realizado o percurso da trilha, o participante será desclassificado do jogo; possibilitando a participação de outro (mediante sorteio);

As perguntas serão apresentadas em transparências e com três opções de respostas, sendo somente uma a adequada.

Recursos: papel pardo, transparências, retroprojetor, cartas, cartões.

JOGO DE PERGUNTAS E RESPOSTAS: as perguntas.

Em qual região está localizado o estado de Santa Catarina?

1. Região Norte 2. Região Sul 3. Região Sudeste

Em qual região fica a floresta amazônica?

1. Nordeste 2. Centro- Oeste 3. Norte

Brasil está localizado na América... 1. Norte 2. Sul Central

O nome da atual moeda brasileira é: 1. real 2. libra 3. dólar

CRIANÇAS é uma palavra: 1. monossílaba 2. dissílaba 3. trissílaba

O dobro de 36 é: 1. 72 2. 66 3. 62

Quem é a autora do livro Menina bonita do laço de fita ? 1. Ana Maria Machado 2. Rute Rocha 3. Regina Duarte

O conjunto de espécies vegetais de uma região chama-se: 1. fauna 2. flora 3. floresta

O clima predominante da região sul é: 1. subtropical 2. tropical 3. tropical úmido

O ser humano pode preservar a natureza fazendo: 1. a reciclagem de lixos 2. jogando lixo nos rios 3. cortando árvores

Dividindo 48 por 2, obtenho: 1. 18 2. 14 3. 24

látex, produto usado para fazer borracha é retirado da: 1. mangueira 2. seringueira

3. aroeira

A palavra saúde é :

1. ditongo 2. tritongo 3. hiato

Pantanal Mato Grossense está localizado na região:

1. sudeste 2. sul 3. centro- oeste

Qual é o sinônimo de artificial: 1. cremoso 2. fingido 3. natural

Qual o nome do atual presidente brasileiro? 1. Fernando Henrique Cardoso 2. Luís Inácio Lula da Silva 3. Luís Henrique da Silva

A atual manifestação dos estudantes em Florianópolis visa: 1. passe livre 2. aumento das tarifas 3. diminuição do número de horários de ônibus

Qual o apelido do tenista que é catarinense? 1. Dunga 2. Guga 3. Lunga

O nome do atual governador do estado de Santa Catarina é: 1. Luís Henrique da Silveira 2. João Afrãnio 3. Esperidião Amim

FLORIANÒPOLIS é uma palavra : 1. oxítona 2. proparoxítona 3. paroxítona

Quais os nomes dos dois times de Florianópolis? 1. Avaí e Figueirense 2. Fluminense e Avaí 3. Figueirense e Catarinense

Multiplicando o número 5 por 15, obtemos: 1. 75 2. 55 3. 65

Em quantas regiões está dividido o Brasil? 1. quatro 2. três 3. cinco

Brasília, a capital do Brasil está localizada na região: 1. Centro- oeste 2. Sudeste 3. Norte

Em qual continente está o rio amazonas?

1. americano 2. africano 3. europeu

Que tipo de animal é a tainha?

1. peixe 2. crustácio 3. réptil

Como é o nome do coelho da Mônica? 1. Sansão 2. Dentão 3. Fofão

Qual dos personagens da turma da Mônica não gosta de tomar banho? 1. Sansão 2. Cascão 3. Cebolinha

A Funai foi criada para proteger os: 1. mendigos 2. índios 3. sem-terras

Qual é o idioma oficial do Brasil? 1. tupi- guarani 2. latim 3. português

Onde fica a ilha de Florianópolis? 1. Paraná 2. Santa catarina 3. Rio Grande do Sul

Qual é a capital do Brasil? 1. Brasília 2. São Paulo 3. Amazonas

Os estados que formam a região sul são: 1. Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul 2. São Paulo, Rio de janeiro e Minas Gerais 3. Bahia, Sergipe e Maranhão

Quem foram os primeiros colonizadores do Brasil? 1. japoneses 2. italianos 3. portugueses

Quantas pernas tem um tripé? 1. duas 2. três 3. quatro

A energia solar é uma radiação originária de onde? 1. da lua 2. do sol 3. dos ventos

ELEITO é:

1. hiato 2. ditongo 3. tritongo

Que presidente do Brasil criou a data de comemoração ao dia do índio?

1. Nelson Figueiredo 2. Getúlio Vargas 3. Luís Fernando Cardoso

Segundo a história, quem foram os primeiros habitantes do Brasil?

1. portugueses 2. índios 3. bandeirantes

que significa a sigla FUNAI: 1. Fundação Nacional dos Imigrantes 2. Fundação Nacional dos Indigentes 3. Fundação nacional dos Índios

Segundo a história, a data que marca o descobrimento do Brasil é: 1. Dezenove de abril de mil e quinhentos 2. Vinte e dois de abril de mil e quinhentos 3. Trinta de março de mil e quinhentos

Vinte e cinco dividido por cinco é igual à: 1. 3 2. 5 3. 6

Quantos são os dias da semana? 1. 6 2. 7 3. 5

Elegemos nossos representantes através: 1. voto direto 2. voto indireto 3. indicação

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