92
APRENDER A LER/ Ensino da Decifração Literatura para a Infância e a Juventude FR Cristina Queiroz Pinto

Decifração

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Decifração

APRENDER A LER/ Ensino da Decifração

Literatura para a Infância e a Juventude

FR Cristina Queiroz Pinto

Page 2: Decifração

“O verbo Ler não suporta o imperativo.É uma aversão que compartilha com outros: o verbo “amar”…O verbo “sonhar”…É evidente que se pode sempre tentar: «Ama-me!» «Sonha!» «Lê!» «Lê, já te disse, ordeno-te que leias!»-Vai para o teu quarto e lê!Resultado?Nada.Ele adormeceu sobre o Livro…”

(Pennac, Daniel, “Como um romance, Porto, Edições Asa, 1995)

Page 3: Decifração

O QUE É UM BOM LEITOR?

Como lêem os bons leitores?...

FR Cristina Queiroz Pinto

▪ Fase Ortografica

Page 4: Decifração

Estratégias usadas pelos bons Leitores(Pearson, Roeher, Dole e Duffy)

Os bons leitores utilizam o conhecimento prévio para dar sentido ao texto (base da compreensão – conhecimento prévio onde encaixa a nova informação) - Quando começam a ler tentam contextualizar o que estão a ler

Os bons leitores monitorizam (verificam) a compreensão ao longo do processo de leitura

Os bons leitores tomam medidas remediativas para repor a compreensão logo que se apercebem que não estão a entender

Page 5: Decifração

Os bons leitores sabem distinguir, no texto, entre informação importante e informação acessória

Os bons leitores sintetizam a informação à medida que lêem

Os bons leitores fazem inferências quer durante quer após a leitura

Os bons leitores colocam questões a si próprios como orientação para o processo de ler

Page 6: Decifração

A concluir:

Ensinar a ler passa também por ensinar a compreender

O ensino da compreensão pode hoje ser feito de forma directa e explícita

Tal ensino deverá fomentar a aquisição e a aplicação de procedimentos típicos dos bons leitores

Para promover o ensino da compreensão é necessário começar por disponibilizar a correspondente formação dos professores

Page 7: Decifração

Então como se formam bons leitores?

Page 8: Decifração

A resistência ao chamamento da leitura eo seu contraponto

• As crianças, quando entram no 1º ciclo, levam consigo um capital de cinco mil horas de televisão.

• Um recente estudo de Christakis, Zimmerman e Meltzoff demonstra que por cada hora de televisão consumida por bebés dos 8 aos 16 meses há uma redução de aquisição de palavras (6 a 8 vezes menos palavras do que asoutras crianças).

• Daí a absoluta necessidade de investir na mediação dos pais e na interacção linguística.

Page 9: Decifração

Querer ler antes de saber ler…

É urgente estimular a criança, no Pré-escolar, muito antes da aprendizagem formal da leitura.

É através dos livros que as crianças descobrem o prazer da leitura e desenvolvem a sensibilidade estética. Por isso os livros devem ser escolhidos segundo critérios de estética literária e plástica. (O.C.E.P.)

O ritual da ”hora do conto” constitui uma das soluções mais eficazes no desenvolvimento das competências da criança. O “querer ler” antes de saber ler indicia condições para o sucesso escolar.

Page 10: Decifração

“Os livros aproximam as pessoas e podem mesmo ajudar a combater a solidão.” (Henrique Barreto Nunes)

“Se desejamos um país de leitores, será necessário formá-los. Se é verdade que não se nasce leitor, será o nascimento um momento privilegiado para o início dessa formação.” (Maria Elisa Sousa)

Page 11: Decifração

(…) De facto, a formação de leitores só acontecerá se todos se sentirem responsáveis: a família, o jardim de infância, a escola, a biblioteca pública, o poder central e local.

O convívio com o livro, com a palavra escrita é tanto mais importante quanto hoje se sabe que ela pode condicionar o sucesso da criança na escola e na vida.

Maria Elisa Sousa

Page 12: Decifração

(…) Cabe ao adulto fazer da leitura um hábito, uma rotina de prazer, algo que faz falta para se ser mais feliz.

(…) Se o adulto pretende estimular as crianças, os jovens, é fundamental que ele passe para os outros a alegria, o entusiasmo, o prazer, o fascínio que experimenta.

Maria Elisa Sousa

Page 13: Decifração

“Só faremos leitores se o formos; só saberemos falar do prazer e do gosto de ler se os sentirmos.Ser leitor: o passo primeiro para formar leitores. “

Maria Elisa Sousa

Page 14: Decifração

PROGRAMA DE LÍNGUA PORTUGUESADO 1º CICLO DO ENSINO BÁSICOPrincípios orientadores(…)Considera-se essencial que (…) se descubra e desenvolva, nas dimensões cultural, lúdica e estética da Língua, o gosto de falar, de ler e de escrever.

Objectivos gerais (…)4. Criar o gosto pela recolha de produções do património literário oral.

10. Utilizar a leitura com finalidades diversas (prazer e divertimento, fonte de informação, de aprendizagem e enriquecimento da língua).

12. Desenvolver a competência de leitura relacionando os textos lidos com as suas experiências e conhecimento do mundo.

Page 15: Decifração

PROGRAMA DE LÍNGUA PORTUGUESADO 1º CICLO DO ENSINO BÁSICO

Ouvir ler histórias e livros de extensão e complexidade progressivamente alargadas que correspondam ao interesse dos alunos (1º e 2º anos).

Ouvir ler e ler narrativas e poemas de extensão e complexidade progressivamente alargadas (3º e 4º anos)

Page 16: Decifração

PROGRAMA DE LÍNGUA PORTUGUESADO 1º CICLO DO ENSINO BÁSICO Ler, na versão integral, histórias, livros, poemas, de extensão e complexidade progressivamente alargadas, adequadas à sua idade e ao seu nível de competência de leitura (2º ano).

Ler, na versão integral e por escolha própria, livros e outros textos (3º e 4º anos)

Contar histórias (e, também, completar, recriar, imaginar, comparar, resumir, elaborar) – 1º, 2º, 3º, 4º anos

Page 17: Decifração

Programas nucleares do Plano Nacional de Leitura

- a promoção da leitura diária em Jardim de Infância, 1º e 2º ciclos;- a promoção da leitura em contexto familiar;- a promoção da leitura em bibliotecas públicas e outros contextos sociais;- lançamento de campanhas de sensibilização da opinião pública e programas de informação e recreativos centrados no livro e na leitura.

O objectivo comum…

Estimular o prazer de Ler.

Page 18: Decifração

Grande objectivoEnsinar / Aprender a Ler com Prazer

Page 19: Decifração

Estrutura da Brochura O ensino da leitura: A decifração

Introdução (levantamento das principais questões colocadas

pelo ensino da decifração)Secção 1 - O que os professores precisam de saber sobre o processo de decifraçãoSecção 2 - O que é necessário a criança conhecer antes de aprender formalmente a decifrarSecção 3 – O ensino da decifração: Actividades promotoras da aprendizagem da decifraçãoSecção 5 – Bibliografia

Page 20: Decifração

Decifração: questões colocadas pelos professores

• Qual o melhor método para o ensino da decifração?

• Qual a importância dos chamados pré-requisitos para a aprendizagem da leitura?

• O que faz com que algumas crianças aprendam a decifrar mais depressa do que outras?

• Em que pilares deve assentar o ensino da decifração?

Page 21: Decifração

O que é a decifração?

Decifração:Identificação de palavras escritas

Conversão de padrões visuais (letras/conjunto de letras) em padrões fonológicos

Reconhecimento automático, rápido e eficiente do significado das palavras

Page 22: Decifração

Determinantes do sucesso da decifração

Page 23: Decifração

Conhecimento da língua de escolarização

Exemplo 1

Voor EUR 12 per nacht kunt u uw auto kwijt op onze nabijgelegen parkeerplaats.

Exemplo 2

For EUR 12 per night, you can park your car in the nearby, private hotelparking.

Exemplo 3

Por apenas 12 euros por noite, pode estacionar o carro no parque privado do hotel

Page 24: Decifração

Determinantes do sucesso da decifração

1. Conhecimento da língua de escolarização

2. Conhecimento prévio dos princípios gráficos que regulam a linguagem escrita (função,organização)

Page 25: Decifração

Conhecimento do código gráfico

• Escrita alfabética

Arroz (نبات )أرز Reis Ρύζι (Árabe) (Grego)

•Escrita não alfabética名 米 イネ

(Chinês) (Japonês)

Page 26: Decifração

Qual a importância dos chamados pré--requisitos para a aprendizagem da leitura?

• Existência de comportamentos emergentes de leitura (função,direccionalidade da escrita)

• Conhecimento da língua de escolarização (des. lexical e sintáctico)

• Consciência fonológica

Page 27: Decifração

Vias de acesso à decifração

• Via lexical (global e rápida)

amor

• Via sub-lexical (indirecta, perceptiva, ortográfica)

clanhifrolim

Page 28: Decifração

Factores determinantes na facilidade de identificação de palavras

• Familiaridade da palavra (frequência de ocorrência)

• Repetição próxima

• Previsão no contexto

• Regularidade na correspondência (som/grafema)

Page 29: Decifração

Palavra escrita

conversão grafema/fonema automatização na conversão

grafema/fonema

formatação fonológica busca no léxico visual

representação ortográfica

activação semântica

identificação do significado da palavra

Vias de acesso ao reconhecimento de palavras escritas

Page 30: Decifração

• Correspondência som/grafema (princípio alfabético)

• Consciência fonológica

• Reconhecimento global de palavras

Reconhecimento automático da palavra

Page 31: Decifração

Em que pilares deve assentar o ensino da decifração?

• O ensino da decifração deve ocorrer em contexto de leitura

• O ensino da decifração deve ter por alicerces as experiências e os conhecimentos da criança sobre a linguagem escrita

• O ensino da correspondência som/grafema deve ser explícito, directo e transparente

Page 32: Decifração

Em que pilares deve assentar o ensino da decifração?

• O ensino da correspondência som/grafema deve ter sempre como alicerces a consciência fonológica, particularmente a consciência fonémica

• O ensino da decifração deve contemplar regular e sistematicamente o reconhecimento de padrões ortográficos frequentes (dígrafos, sufixos, prefixos, grupos consonâncios)

• O ensino da decifração deve incrementar a leitura de palavras frequentes

• O ensino da decifração deve estar intimamente associado a práticas de expressão escrita

Page 33: Decifração

Em que pilares deve assentar o ensino da decifração? • Treino fonológico+ leitura • Reconhecimento global + leitura• Ensino explícito da correspondência som/letra• Estratégias de automatização• Estratégias de antecipação/ chaves contextuais(Leitura de

palavras em contexto)• Explicitação da relação entre consciência fonémica e

capacidade para ler palavras• Exemplos de leitura de unidades ortográficas, indutoras da

regra• E....

Page 34: Decifração

Em que pilares deve assentar o ensino da decifração?

Não separar as actividades de decifração do verdadeiro sentido da leitura:

Compreensão do texto

Page 35: Decifração

Aprender a decifrar

Um dia, fez-se luz na minha cabeça. [...]contemplei a imagem de uma vache e as duas letras, c, h, que se pronunciavam ch. Compreendi de repente que não possuíam um nome como os objectos, mas que representavam um som. [...]Depressa aprendi a ler.

Simone de Beauvoir, Memórias de uma Menina Bem comportada

Page 36: Decifração

O que devemos reter:- O conhecimento da existência de dois sistemas autónomos (a língua escrita e a língua oral) que são diferentes e que requerem capacidades específicas);

-A aprendizagem da língua escrita não é natural; requer um ensino sistematizado que contemple a consciência dos sons da língua, e a aprendizagem da sua correspondência numa representação alfabética;

- A consciência fonológica é a base da identificação da correspondência som/grafema;

Page 37: Decifração

O que devemos reter:

• A leitura fluente de palavras isoladas é a essência da decifração e a etapa determinante na compreensão de textos;

• A leitura de palavras isoladas pode seguir um acesso directo (lexical) ou sub-lexical (indirecto, perceptivo, ortográfico);

• O processo de automatização engloba a correspondência som/grafema e a recodificação de padrões fónicos;

Page 38: Decifração

Transposições para as práticas lectivas

Actividades deliberadas e sistemáticas de: • consciência fonológica (da reconstrução

silábica à manipulação fonémica);• correspondência som/grafema; sequência de

sons/sequência de grafemas;• de automatização de cadeias fónicas/cadeias

gráficas;• antecipação através de acesso lexical directo• reconhecimento automático de padrões

Page 39: Decifração

ALGUMAS FÓRMULAS PARA DETESTARA LEITURA A EVITAR

• Atirar à cara das crianças o facto de não gostaremde ler.

• Obrigá-las a ler.

• Mandá-las ler um livro que não é do seu agrado.

• Exigir-lhes que leiam um livro do princípio ao fim.

• Deixar as crianças sozinhas com o livro.

Javier García Sobrino

Page 40: Decifração

ALGUMAS FÓRMULAS PARA DETESTARA LEITURA A EVITAR

• Contar-lhes todos os pormenores do livro.

• Transformar o livro em mais um dos “deveres escolares”.

• Transformar o livro num instrumento académico.

• Obrigá-las a comentar um livro lido.

• Utilizar o livro como instrumento de tortura.Javier García Sobrino

Page 41: Decifração

Qual o contributo da Literatura Infantil na aprendizagem da Leitura e da escrita?

Page 42: Decifração

AS FUNÇÕES DA LITERATURA PARA A INFÂNCIA

(…) O livro infantil constitui (…) um complexo e subtil“laboratório linguístico” para as crianças.

VÍTOR MANUEL DE AGUIAR E SILVA

Page 43: Decifração

ACTO DE IMAGINAÇÃO

Acto mágico, sortilégio destinado a fazer aparecer o objecto no qual se pensa ou a coisa que se deseja.

Jean-Paul Sartre

Page 44: Decifração

A animação contínua

A HORA DO CONTO

Critérios de selecção dos livros para crianças1.Critérios de prazer

Page 45: Decifração
Page 46: Decifração

2. Critérios morais e ideológicos

Page 47: Decifração
Page 48: Decifração

3. Critérios psicológicos

Page 49: Decifração

4. Critérios ligados ao objecto livro

Page 50: Decifração

5. Critérios estéticos

Page 51: Decifração

6. Critérios textuais

Page 52: Decifração

Critérios de análise dos livros para Crianças

NIVÉIS DE ANÁLISE:

1º O CONTEXTO COMUNICATIVO

2º OS PARATEXTOS ( Epitextos e Peritexto)

3º O RELATO

Page 53: Decifração

1. PRIMEIRO NÍVEL DE ANÁLISE: O CONTEXTO COMUNICATIVO

1.1. o livro

1.2. o circuito literário

1.3. os autores

1.4. o duplo receptor

1.5. os mediadores(adaptados de Gemma Lluch)

Page 54: Decifração

2. SEGUNDO NÍVEL DE ANÁLISE: OS PARATEXTOS

2.1. fora do livro (epitextos)2.1.1. catálogos2.1.2. crítica literária2.1.3. propostas didácticas2.1.4. formato2.1.5. número de páginas2.1.6. indicadores de idade do leitor2.1.7. capa anterior2.1.8. capa posterior2.1.9. lombada2.1.10. nome da colecção2.1.11. tipografia (adaptados de Gemma Lluch)

Page 55: Decifração

2. SEGUNDO NÍVEL DE ANÁLISE: OS PARATEXTOS

2.2. dentro do livro (peritextos)2.2.1. título da obra2.2.3. título do capítulo

(adaptados de Gemma Lluch)

Page 56: Decifração

3. TERCEIRO NÍVEL DE ANÁLISE: O RELATO

3.1. a escrita3.2. o tempo do relato3.3. o narrador3.4. as personagens3.5. o cenário e a época3.6. as relações intertextuais

(adaptados de Gemma Lluch)

Page 57: Decifração

As Formas Naturais de Literatura

1. A Lírica (texto lírico)

2. A Narrativa (texto narrativo)

3. A Dramática ( texto dramático)

Page 58: Decifração

As Formas Naturais de Literatura

1. A Lírica

1.1. As Rimas Infantis

1.2. A poesia de autor

1.2.1. a revisitação das rimas infantis

1.2.2. a inovação poética

Page 59: Decifração

Colectâneas de Rimas Infantis

• Jogos e Rimas Infantis, Adolfo Coelho, ASA• Eu bem vi nascer o sol, Alice Vieira, Caminho• Lengalengas, Luísa Ducla Soares, Livros Horizonte• Destrava línguas, Luísa Ducla Soares, Livros Horizonte• Adivinhas, Luísa Ducla Soares, Livros Horizonte• Adivinha, Adivinha, Luísa Ducla Soares, Livros Horizonte• O Livro das Adivinhas, António Mota, Gailivro• O Livro dos Provérbios, António Mota, Gailivro

Page 60: Decifração

Poetas portugueses para a infância

• Matilde Rosa Araújo• Maria Alberta Menéres• Violeta Figueiredo• Teresa Guedes• António Torrado• José Jorge Letria• António Mota• Vergílio Alberto Vieira• João Pedro Mésseder• Mário Castrim

Page 61: Decifração

Colectâneas de Poemas para a Infância

• Primeiro Livro de Poesia, Sophia de Mello Breyner Andresen, Caminho

• Poetas de Ontem e de Hoje, Maria de Lourdes Varanda & Maria Manuela Santos, Edições Chimpanzé Intelectual

• A Casa do Silêncio, Afrontamento

• Conto Estrelas em Ti, José António Gomes (org.), Campo das Letras

• Poemas da Natureza, José Fanha, Gailivro

Page 62: Decifração

As Formas Naturais de Literatura

2. A narrativa2.1. o conto2.1.1. o conto popular2.1.1.1. na versão original2.1.1.2. recriado literariamente2.1.2. o conto contemporâneo2.2. a novela2.3. o romance

Page 63: Decifração

CONTO POPULAR

Narrativa breve que põe em cena um número reduzido de personagens escassamente caracterizadas, regra geral meros suportes de uma acção bastante concentrada em torno de uma peripécia particular.

Carlos Reis e Ana Cristina Macário Lopes

Page 64: Decifração

CONTO POPULAR

O conto popular tem as suas raízes no povo (ser colectivo preferencialmente situado num espaço rural periférico, pouco permeável a contaminações da cultura urbana).

Carlos Reis e Ana Cristina Macário Lopes

Page 65: Decifração

Colectâneas de contos populares Portugueses

• Contos Populares Portugueses, Adolfo Coelho, 1879• Contos Tradicionais do Povo Português, Teófilo Braga, 1883• Contos Populares Portugueses, Consiglieri Pedroso,1910• Contos Populares e Lendas, José Leite de

Vasconcelos, 1964

Page 66: Decifração

Recriações Literárias de Contos Populares Portugueses

• António Torrado• Alice Vieira• António Mota• Agustina Bessa Luís• Viale Moutinho• João Pedro Mésseder

Page 67: Decifração

O Conto

Género do modo narrativo, apresenta-se como um relato pouco extenso. Esta reduzida extensão arrasta outras limitações:reduzido elenco de personagens,esquema temporal restrito, uma acção simples ou poucas separadas e unidade de técnica e tom.

Carlos Reis e Ana Cristina Macário Lopes

Page 68: Decifração

Maravilhoso

O maravilhoso é a naturalidade do impossível.

Georges Jean

Page 69: Decifração

Fantástico

O fantástico (…) dura só o tempo de uma hesitação: hesitação comum ao leitor e à personagem que devem decidir se aquilo que percepcionam pertence ou não à «realidade» tal como ela existe para aopinião comum.

Tzvetan Todorov

Page 70: Decifração

Maravilhoso Fantástico

Page 71: Decifração

Maravilhoso/ Fantástico

Page 72: Decifração

3. A Dramática (o texto dramático)

O TEXTO DRAMÁTICO

Tem um dispositivo enunciativo próprio, formalmente marcado por dois tipos de discurso: o diálogo ou falas das personagens (texto principal); as didascálias ou indicações cénicas (texto secundário).

Glória Bastos

Page 73: Decifração

A ESTÉTICA é a ciência que trata do belo e do sentimento que ele desperta em nós.

EMÍLIA NADAL

Page 74: Decifração

É possível uma educação do gosto?

Se há alguém que, relativamente a qualquer coisa pode dizer “eu gosto” é porque o objecto visado,de qualquer modo é susceptível de ser gostado. (…)

Em suma: a afirmação “eu gosto” implica sempre, directa ou indirectamente um outro. É sempre uma afirmação de relação e não uma afirmação subjectiva.

António Pedro Pita

Page 75: Decifração

É possível uma educação do gosto?

(…) O facto de gostar depende da capacidade que tenho em corresponder-lhe.

(…) Se se diz “eu gosto” é, sem dúvida, porque há um objecto que se nos propõe como gostável mas é também porque existe no sujeito uma capacidade de corresponder ao que é gostável no objecto.

António Pedro Pita

Page 76: Decifração

O gosto é imediato?

(...) O tempo é necessário para que as coisas venham à luz, e são necessários tempos diferentes para que as várias dimensões de um objecto se revelem. (Este tempo) é o tempo de que necessita um observador para ser capaz de se tornar sensível às diferentes dimensões de um objecto. (…)António Pedro Pita

David McKee, Elmer

Page 77: Decifração

O gosto é imediato?

Educar o gosto é apurar a capacidade de distinguir e de vibrar com os elementos que compõem um conjunto e apurar a capacidade de, simultaneamente não perdero conjunto.

António Pedro Pita

Danuta Wojciechowska, O sonho de Mariana

Page 78: Decifração

O gosto é imediato?

Educar o gosto é multiplicar as possibilidades de vibração com conjuntos cada vez mais complexos e, ao mesmo tempo, ser capaz de identificar cada vez com maior nitidez oselementos que compõem esses conjuntos.

António Pedro Pita

Manuela Bacelar, As Fadas Verdes

Page 79: Decifração

A ILUSTRAÇÃO

A ILUSTRAÇÃO é uma arte instrutiva (ajuda a entender o mundo); arte narrativa(funciona paralelamente à narrativa e serve-lhe de prolongamento); articulado de elementos representativos, interpretativos e simbólicos.

ANTÓNIO MODESTO

David McKee, “Agora não, Duarte”

Wolf Erlbruch, “A toupeira que queria saber quem lhe fizera aquilo na cabeça”

Page 80: Decifração

OS ELEMENTOS DA ILUSTRAÇÃO

Técnicas: acrílico; óleo; aguarela; colagem; gravura; guache; tinta da china; xilogravura; técnica mista; engenharia de papel; ( … ).

Ângulo de visão: plano tradicional; picado; contrapicado.

Critério lumínico: luz/sombra.

Composição dos elementos.

Estilo.

Page 81: Decifração

Análise do livro de Literatura para a Infância e a Juventude

• O objecto livro;• a ilustração;• o design gráfico;• o texto:

– original;– adaptação;– recriação;– tradução;

• os temas:– a beleza;– o amor;– a amizade;– a vida;– a aprendizagem;– a morte– (…)

Page 82: Decifração

Análise do livro de Literatura para a Infância e a Juventude

• 1 O texto literário para crianças

• 1.1. a qualidade linguística1.1.1. a nível lexical1.1.2. a nível sintáctico1.1.3. a nível semântico

• 1.2. a qualidade literária1.2.1. a nível do conteúdo1.2.1.1. a capacidade de invenção/efabulação1.2.2. a nível da forma1.2.2.1. os recursos estilísticos

Page 83: Decifração

O que é um bom livro para crianças?

Em conclusão,partindo dos quatro princípios que Marc Soriano toma de empréstimo a François Ruy-Vidal:Não existe Arte para crianças, existe a Arte.Não existe grafismo para crianças, existe o grafismo.Não existem cores para crianças, existem as cores.Não existe literatura para as crianças, existe a literatura…

Podemos dizer que um livro para crianças é um bom livro quando ele é um bom livro para todos.

Page 84: Decifração

Por isso, um bom livro para crianças…

- É um objecto afectivo e mágico que:

A cada nova leitura acrescenta, ao prazer do momento presente, a recordação e a emoção das manipulações e leituras precedentes.

Page 85: Decifração
Page 86: Decifração
Page 87: Decifração
Page 88: Decifração
Page 89: Decifração
Page 90: Decifração
Page 91: Decifração
Page 92: Decifração