40
DEFICIÊNCIA VISUAL Página1

Deficiência visual

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Dificiência visualDificiencia visualDificiencia

Citation preview

Page 1: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina1

Page 2: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina2

Page 3: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina3

Page 4: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina4

INTRODUÇÃO

A deficiência é algo que afectando profundamente o homem na sua

dimensão social, não diminui a sua principal característica, ou seja, o homem

com direitos e deveres iguais aos demais, e por isso, há que reclamar não em

nome do homem, mas sim do ser humano o direito à deficiência (Blach, 1986).

Nesta perspectiva cabe à escola ter condições capazes de acolher não só as

crianças ditas normais, como também as crianças portadoras de qualquer

deficiência, tendo em conta que são crianças com duplo objectivo de educar. É

cumprindo esse objectivo, que a escola estará a contribuir para a formação de

cidadãos adultos, autónomos e responsáveis de uma sociedade.

O professor tem, na idade escolar do aluno, um papel de grande relevo no

processo de socialização, uma vez que a atitude própria da criança para com ela

própria, elevando-lhe a sua auto-estima e o seu auto-conceito, assim como a sua

atitude para com as outras crianças e vice-versa (Fraiberg, 1982).

Tal atitude poderá ajudar os pais a reforçar sentimentos de que devem

aprender de tudo, é necessário que exista um apoio contínuo, que vai desde o

apoio permanente dado pela família em casa ao próprio apoio que deverá ser

prestado pela comunidade.

É fundamental que exista um bom trabalho no que diz respeito a todo o

processo de desenvolvimento da criança deficiente visual, que exista uma forte

cooperação entre todos os intervenientes na acção educativa da criança desde os

pais, os professores do ensino regular, os técnicos especializados, os médicos,

etc.

É através da cooperação entre todos aqueles que fazem parte do mundo

próximo da criança deficiente visual que será possível contribuir para a sua

integração na escola, por forma a que lhe seja dado o direito que muitas vezes

lhe é negado, direito à sua diferença.

Page 5: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina5

O processo de ensino/aprendizagem deve ser predominantemente

orientado pelos princípios de igualdade de oportunidades educativas e sociais a

que todos os alunos, sem excepção, têm direito.

A educação dos alunos cegos implica assim, para além da colocação

dessas crianças e jovens em escolas de ensino regular, alterações estruturais no

plano da cultura pedagógica.

O conceito de escola inclusiva vem, por sua vez, reforçar o direito de

todos os alunos a frequentarem o mesmo tipo de ensino, na medida em que

preconiza que os objectivos educacionais e o plano de estudos são os mesmos

para todos, independentemente das diferenças individuais de natureza física,

psicológica, cognitiva ou social, que possam surgir (Ainscow, 1997)

A atenção às diferenças individuais e ao contexto de aprendizagem

implica uma flexibilidade da organização escolar, das estratégias de ensino, da

gestão dos recursos e do currículo, de forma a proporcionar o desenvolvimento

maximizado de todos, de acordo com as características pessoais e as

necessidades individuais de cada um.

Uma das maiores dificuldades que decorre da operacionalização destes

princípios, no contexto de cada escola, diz respeito à concretização de um ensino

diferenciado e à planificação e gestão dos recursos humanos e técnicos

disponíveis para lhe dar coerência e viabilidade.

Assim, o nosso trabalho apresenta-se dividido em cinco pontos principais.

No primeiro ponto abordaremos o conceito de deficiência visual e visão. No

segundo ponto procuraremos definir os tipos e causas de deficiência visual. Em

seguida, no terceiro ponto, debruçar-nos-emos nos factores que condicionam a

capacidade de visão, no quarto ponto focaremos os deficientes visuais e o tipo

de ensino, suas implicações e recursos materiais necessários e, por fim, no

quinto ponto incidiremos na deslocação no espaço – sua aprendizagem.

Page 6: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina6

1 - CONCEITO DE DEFICIÊNCIA VISUAL

Para se poder falar de indivíduos com deficiência visual é importante

definir o tipo de população normalmente abrangido por este conceito e

categorias. Geralmente ele está associado à capacidade que o indivíduo tem ou

não de seguir uma escolaridade na escola regular ou à necessidade de ensino

especial, sendo neste caso considerado deficiente visual (D.V.) todo o indivíduo

que apresenta um grande deficit visual e que, nalguns casos, pode ser ensinado a

ler caracteres impressos utilizando auxiliares ópticos, e tem necessidade que se

ocupem especialmente dele no decurso da sua escolaridade (Fraiberg, 1982).

O termo deficit visual, visão subnormal ou baixa visão, visão residual e

outros referem-se a uma redução da acuidade visual central ou a uma perda

subtotal do campo visual, devido a um processo patológico ocular ou cerebral

(Faye, 1972).

Assim, a criança com deficit visual é entendida como aquela que sofre de

uma alteração permanente nos olhos ou nas vias de condução do impulso visual.

Isto causa uma diminuição da capacidade de visão que constitui um obstáculo

para o seu desenvolvimento normal, necessitando por isso de uma atenção

particular para as suas necessidades especiais (Fave, 1972).

A visão permite-nos unificar de forma rápida e contínua a informação

recebida pelos outros sentidos. Os olhos vêem as imagens que irão ser

processadas ao cérebro.

A visão pode estar total ou parcialmente afectada, o que origina ausência

ou dificuldade de processamento da informação visual. Como acontece com as

outras deficiências, a definição de deficiência visual é mais complicada do que

se pode supor.

Page 7: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina7

1.1 - A VISÃO

O olho tem como função a visão. Podemos subdividir esta função em

sentido da forma, sentido cromático e sentido luminoso.

O sentido da forma é a faculdade que o olho tem de perceber a figura e a

forma dos objectos. Concebe-se também pelo nome de acuidade visual. A maior

acuidade visual é conseguida numa parte da retina chamada mácula, quando se

dirige o olhar directamente para um objecto. É isto que constitui a visão central

(Chawla, 1983).

A visibilidade de um objecto é determinada pelo tamanho da imagem que

chega à retina e pela distância a que o objecto se situa. A combinação destes

dois factores permite calcular o ângulo visual mínimo ou, o que é o mesmo,

permite calcular a imagem retiniana mais pequena que pode ser vista; chega-se à

conclusão de que os objectos cujas componentes formam um ângulo de 1, e os

objectos completos que formam um ângulo de 5, podem ser identificados

correctamente por um olho normal. Se o visual é menor que 1,, a sensação

percebida de um determinado objecto é a de um ponto. Neste principio se baseia

a construção dos livros e tabelas de letras ou sinais, optótipos de Snellen e

Jaeger, utilizados para determinação da acuidade visual – prova da função

macular - tanto ao perto como ao longe (Chawla, 1983).

A imagem formada na outra parte da retina dá lugar a uma imagem que não

é clara mas tem grande importância para a leitura, para ver objectos de grandes

dimensões e para a deslocação. É a visão periférica.

O espaço em que pode ser visto um objecto, enquanto o olhar permanece

fixo num determinado ponto, é o campo visual. A sua amplitude está em função

do tamanho e cor do objecto, da intensidade da iluminação, do contraste entre o

objecto e o fundo, assim como do estado de adaptação do olho abranger 90 ou

mais graus para o lado de fora; entre 45 a 60 para dentro, de 45 a 55 para cima e

Page 8: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina8

de 50 a 70 para baixo. A redução normal do campo visual para cima e para

dentro deve-se à interferência do nariz e das pestanas e também a que as

camadas sensíveis da retina não se estendam tanto para o lado das têmporas

como para o nariz (www.prograd.ufpr.br/~pne/dvnb.htm).

O sentido cromático é a faculdade que o olho possui para distinguir as cores.

É atribuição dos cones, órgãos visuais terminais de que depende ainda a

acuidade visual.

Os cones concentram-se em maior número na mácula, que é, por isso, a zona

da retina com maior acuidade visual e maior poder discriminativo da cor. Os

bastões, também órgãos visuais terminais, estendem-se pelo resto da retina, e

servem a visão quando a iluminação é escassa.

O campo visual é mais reduzido para as cores que para o branco; para o azul

o campo é de menos dez graus do que para o branco; para o encarnado, dez

graus menos do que para o azul e, por ultimo, para o verde, dez graus menos que

para o vermelho. Os limites correspondem aos pontos em que as cores são

reconhecidas. A extensão do campo para as cores depende do tamanho, brilho e

saturação do objecto e dos factores, já enumerados, que afectam o campo visual

para a forma (www.prograd.ufpr.br/~pne/dvnb.htm).

O sentido luminoso é a faculdade do olho para distinguir gravações na

intensidade da luz. Está determinado pela mínima quantidade de luz necessária

para que um objecto permaneça visível, ou pela mais pequena diferença de

iluminação que se possa verificar (www.prograd.ufpr.br/~pne/dvnb.htm).

À acomodação da retina à intensidade da luz dá-se o nome de adaptação. As

mudanças de intensidade de iluminação produzem primeiro uma redução da

visão para chegar, progressivamente, a uma adaptação à obscuridade ou à luz.

Page 9: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina9

2 - TIPOS E CAUSAS DE DEFICIÊNCIA VISUAL

O termo deficiência visual refere-se a uma situação irreversível de

diminuição da resposta visual, em virtude de causas congénitas ou hereditárias,

mesmo após tratamento clínico e/ou cirúrgico e uso de óculos convencionais.

Segundo a classificação da OMS, a deficiência visual está organizada em

cinco categorias: moderada e grave, referentes à baixa visão; profunda, quase

total e total referindo-se à cegueira (Ladeira e Queirós, 2002).

CEGUEIRA

A cegueira é um tipo de deficiência sensorial e, portanto, a sua

característica mais central é a carência ou séria afectação de um dos canais

sensoriais de aquisição de informação, neste caso o visual. Isto, obviamente, tem

consequências sobre o desenvolvimento e na aprendizagem, tornando-se

necessário desenvolver sistemas de ensino que tratem de subministrar por vias

alternativas a informação que não se pode recolher através dos olhos.

Assim, do ponto de vista legal (Dec.Lei 49331/69 de 28 de Outubro),

considera-se cegueira legal:

a) A ausência total de visão;

b) As situações irrecuperáveis em que:

A acuidade visual seja inferior a 0, 1 no melhor olho após correcção

apropriada;

Ou a acuidade visual seja inferior a 0, 1, seja acompanhada de

limitação do campo visual igual ou inferior a 20o

em cada olho

(Ladeira e Queirós, 2002).

Entende-se por acuidade visual o poder de discriminação do globo ocular,

que se exprime pela distância angular dos dois pontos mais próximos que ele

pode distinguir, ou ainda a capacidade que o olho humano possui de distinguir

Page 10: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina1

0

pequenos intervalos entre zonas do campo visual. Quanto mais perto dois pontos

possam ser distinguidos como dois, mais elevada é a acuidade visual. É de notar

que a acuidade tem neste caso um significado especial, restringido à

discriminação de intervalos de espaço, sendo noutros casos utilizada (a acuidade

visual) mais num sentido de discriminação de estímulos de baixa quantidade

(contraste).

O grau de cegueira pode ser avaliado de acordo com os seguintes

escalões:

a) cegueira total: ausência de percepção luminosa – cegueira científica,

absoluta; nada vê, nem a própria luz. Necessita de ensino de Braille e

técnicas de locomoção. De referir que as definições de cegueira total

variam de país para país e diferem segundo se trate de educar a

criança, de aplicar algum tipo de margem de incapacidade ou de

deslocá-lo num emprego (www.lerparaver.com/ajudadeficientes.html).

b) Cegueira quase total: limitada à visão de sombras de vultos, ou

mesmo de objectos, mas com acuidade inferior a um vigésimo em que

o indivíduo embora se oriente com o auxílio da escassa visão num

ambiente conhecido não o poderá fazer em meios desconhecidos.

Portanto, inclui todos os indivíduos que têm desde a percepção

luminosa a uma acuidade visual de 0,05. Não tem autonomia suficiente

na deslocação do espaço (www.lerparaver.com/ajudadeficientes.html).

c) cegueira profunda: até aos limites da definição oficial da cegueira, em

que o indivíduo, embora podendo deslocar-se em locais que não lhes

sejam familiares, não pode exercer actividades para as quais a visão é

necessária, como seja o ler e escrever normalmente. A este tipo de

cegueira, podemos também chamar cegueira educacional como sendo a

que diz respeito à forma como as dificuldades de visão, na criança,

afectam a sua aprendizagem e exigem métodos e materiais específicos

(www.lerparaver.com/ajudadeficientes.html).

Page 11: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina1

1

BAIXA VISÃO

Segundo Bruno e Mota (2001), baixa visão é a alteração da capacidade

funcional da visão, decorrente de inúmeros factores isolados ou associados tais

como: baixa acuidade visual significativa, redução importante do campo visual,

alterações corticais e/ou de sensibilidade aos contrastes que interferem ou

limitam o desempenho visual do individuo.

A perda da função visual pode ser em nível severo, moderado ou leve,

podendo ser influenciada também por factores ambientais inadequados.

Numa abordagem educacional e segundo o Conselho Internacional de

Educação de Deficiência Visual – Organização Mundial de Saúde (OMS), baixa

visão é o comprometimento do funcionamento visual em ambos os olhos,

mesmo após tratamento e/ou correcção de erros refraccionais comuns:

acuidade visual inferior a 0,3, até percepção de luz;

campo visual inferior a 10o do seu ponto de fixação;

capacidade potencial de utilização da visão para planeamento e execução

de tarefas. (Bruno e Mota, 2001)

A baixa visão integra duas categorias, a baixa visão moderada (relativa a

acuidades compreendidas entre 0,3 e 0,1) e a baixa visão severa (relativa a

acuidades visuais entre 0,1 e 0,05). (Mendonça et al, 2008)

A adaptação requerida para a educação deste tipo de deficientes exige uma

«transferência» da visão para os sentidos auditivos e táctil, como vias de

instrução, aprendizagem e orientação. Estas necessidades têm sido satisfeitas

através do Braille, técnicas gerais de orientação e mobilidade (com especial

incidência na técnica da bengala), destreza manual, aquisição na independência

de higiene, vestir e comer, bem como actividades de vida diária.

Reabilitar uma pessoa com cega significa levá-la a compreender e aceitar

os problemas de cegueira, a ter confiança nas suas próprias possibilidades e a

Page 12: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina1

2

desenvolver os seus hábitos de trabalho e de disciplina, as suas faculdades

intelectuais e habilidades manuais.

DEFICIÊNCIAS DE REFRACÇÃO

a) Miopia: o eixo anter-posterior do olho é longo demais e a imagem

forma-se antes do plano da retina. A miopia que não ultrapassa as

quatro dioptrias não constitui um problema grave e não implica

quaisquer adaptações nos processos de ensino. A que se traduz em

mais de oito dioptrias é uma doença hereditária da esclerótida. Muitas

vezes é acompanhada de lesões do fundo do olho ou de alterações do

vítreo. Aumenta enquanto se processar a fase de crescimento da

criança (www.lerparaver.com/oftalmologia_doenças.html).

b) Hipermetropia: o eixo anter-posterior do olho é curto demais e a

imagem forma-se atrás do plano da retina. O cristalino é obrigado a

uma acomodação, mesmo na visão à distância. Condição em que os

raios de luz se concentram atrás da retina, formando uma imagem

manchada e não nítida; uma lente convexa na frente dos olhos aumenta

a combinação dos raios de luz e coloca-os no foco

(www.lerparaver.com/oftalmologia_doenças.html).

c) Astigmatismo: o olho apresenta uma diferença de refracção nos dois

meridianos perpendiculares. Erro de refracção que resulta de uma

irregularidade na curvatura da córnea ou das lentes dos olhos e faz com

que os raios de luz se tornem refractivos de forma desigual em planos

diferentes, de modo que os raios horizontais e verticais se concentrem

em dois pontos diferentes da retina; geralmente é corrigível com lentes

adequadas (www.lerparaver.com/oftalmologia_doenças.html).

Page 13: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina1

3

A córnea é a parte anterior transparente da camada externa resistente do

globo ocular. Os músculos ciliares controlam as mudanças na forma da lente

para que os olhos possam focalizar objectos a várias distâncias.

DEFICIÊNCIAS CONGÉNITAS

a) Cataratas congénitas: são causadas pela opacidade do cristalino.

Podem ser constitucionais e hereditárias ou não constitucionais. Estas

últimas podem ser causadas por embliopatias virais, doenças

infecciosas ou afecções parasitárias.

b) Glaucoma congénito: o glaucoma consiste na distensão do globo

ocular por falta de eliminação do humor aquoso. Pode ser hereditário

ou provocado por acidentes durante a gestação ou certos vírus, como

por exemplo, o da rubéola. É uma doença que tende a progredir

lentamente ou de forma rápida. A visão diminui à medida que a tensão

ocular aumenta chegando a ser quase nula. Constitui a causa mais

frequente de cegueira infantil no nosso país. Por vezes é necessário

extrair o globo ocular (www.lerparaver.com/oftalm._doenças.html).

DEFICIÊNCIAS DA FUNÇÃO MUSCULAR

a) Estrabismo: a sua causa é uma falta de coordenação dos músculos

extremos dos olhos; os dois olhos não focalizam simultaneamente o

mesmo objecto; pode ser constante ou intermitente.

b) Heterotropia: acção insuficiente de um ou mais músculos dos olhos,

que ficam com tendência a se desviarem da posição normal para

fixação binocular; cria dificuldades em fundir as duas imagens dos

olhos numa só; não é tão aparente quanto o estrabismo e, às vezes,

pode ser superada com esforço muscular extra.

Page 14: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina1

4

c) Nistagmus: movimentos rápidos, convulsivos, dos globos oculares,

resultando numa acentuada ineficácia visual.

OUTRAS

Outros tipos de deficiências visuais podem ser causadas por doenças,

como por exemplo, diabetes, medicamentos, acidentes, problemas durante o

parto, sofrimento fetal, prematuridade, questões hereditárias, incompatibilidade

sanguínea (factor Rh), etc.

3 – FACTORES QUE CONDICIONAM A CAPACIDADE DE

VISÃO

São vários os factores que podem causar a capacidade de visão:

Podem ver-se apenas sombras ou imagens pouco nítidas, confusas ou

distanciadas, resultantes de erros de refracção;

Desequilíbrios musculares podem originar imagens duplicadas ou

dificuldades de fixar determinado ponto, o que provoca movimentos

rápidos e involuntários dos olhos;

Pode haver várias perturbações nas estruturas receptoras:

Mau funcionamento do nervo óptico;

Alterações nos fluidos oculares ou nos vasos da retina;

Falta da pigmentação da íris - o que provoca grande sensibilidade à

luz (fotofobia).

Relativamente às alterações do campo visual, algumas crianças têm

dificuldades de visão periférica, isto é, não vêem o que está dos lados da cabeça

sem a virarem. Outras podem ter boa visão periférica, mas fraca visão central, o

que as leva a olhar pelos cantos dos olhos para verem os pormenores da

imagem.

Page 15: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina1

5

Qualquer parte pode ter problemas ou tornar-se não funcional por

doenças, acidentes, anomalias hereditárias e outras causas.

O processo de interpretação visual é apresentado da seguinte forma:

A luz entra nos olhos e refracta os raios que se concentram sobre as

células da retina onde é produzida a energia neural que é transmitida pelas

fibras nervosas do nervo óptico para as áreas de recepção do cérebro onde

a informação visual é interpretada.

4 – DEFICIENTES VISUAIS E O TIPO DE ENSINO

As crianças que sofrem de um ou vários problemas citados anteriormente, a

maioria de origem congénita - hereditária, assim como de outros que não foram

mencionados pela sua menor incidência na população escolar, encontram

dificuldades – no melhor dos casos – na percepção de vários aspectos visuais:

objectos situados em ambientes mal iluminados, objectos ou materiais colocados

sobre fundos de cor semelhante, objectos de seres vivos em movimento,

profundidade, formas compostas, representações de objectos tridimensionais e

formas desproporcionadas. Terão também problemas de coordenação visuo-

motora, percepção do contraste figura-fundo, constância de forma, da posição no

espaço e das relações espaciais.

As alterações da percepção constituem um handicap para a aprendizagem

em geral e para as aprendizagens escolares em particular. Se não atendermos a

estes problemas com uma acção educativa que vise as suas necessidades

específicas – se possível logo nos primeiros meses de vida – ficarão sujeitos a

um atraso escolar considerável.

A acção educativa dirigida a estas crianças deve constar com a aplicação de

estratégias ou técnicas específicas para a estimulação visual, orientação e

mobilidade, aquisição de capacidades para actividades da vida diária para a

leitura, escrita e cálculo, com materiais específicos e adequados, com a

Page 16: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina1

6

utilização de auxiliares que permitam a ampliação da imagem visual e com um

esforço em determinadas áreas do currículo, quando for necessário. Tudo isto

será sempre feito em condições apropriadas de iluminação e, sobretudo, deverá

contar com uma intervenção precoce iniciada o mais cedo possível.

Não faremos distinção entre técnicas/estratégias a utilizar com crianças com

resíduos visuais úteis para a leitura/escrita a negro, das utilizadas para a

educação de cegos profundos.

Em Portugal a população abrangida pelo conceito de cegueira legal não se

encontra subdividida de uma forma tão precisa, uma vez que ainda existem

algumas carências de meios técnicos de ensino, nomeadamente no que diz

respeito a óculos especiais e auxiliares de leitura, etc., assim como de exames

oftalmológicos (até há bem pouco tempo ainda havia distritos onde não existia

um oftalmologista, ou onde havia apenas um, o que se tornava muito difícil

acompanhar convenientemente todos os casos em particular) e de todo o tipo de

aparelhos necessários a esses exames. Esta população encontra-se assim,

subdividida em três grupos:

a) Indivíduos com cegueira total – ensino de Braille e técnicas de

locomoção, com ausência de percepção de luz (Ladeira e Queirós, 2002).

b) Indivíduos com cegueira quase total – inclui todos os indivíduos que têm

desde a percepção luminosa a uma acuidade de 0,05. Estão incluídos

neste grupo todos os indivíduos cuja visão delimita a vultos e a sombras

ou mesmo a objectos a pequena distancia; são capazes de se orientar em

ambientes conhecidos, não o conseguindo fazer em meios desconhecidos.

Considera-se portanto que não têm autonomia suficiente na deslocação no

espaço. É de notar que existe neste ponto uma grande diferença de critérios entre

EUA e Portugal (o critério de visão mínima ambulatória é igual a 0,05 e o

espaço visual superior a 50o nos EUA, enquanto em Portugal é considerado

necessário ter uma acuidade visual mínima de 0,05).

Page 17: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina1

7

c) Indivíduos com cegueira profunda - acuidade visual entre 0,05 e 0,1. A

subdivisão nestes três grupos não é estanque e o tipo de ensino (Braille

ou não, utilização de técnicas de locomoção ou não) é extremamente

variável com o tipo de deficiência e a visão funcional, aproveitamento e

utilização visual, que a criança é capaz de fazer da mesma, sendo

entregue normalmente só ao professor de ensino especial a tomada de

decisão sobre o assunto (Ladeira e Queirós, 2002).

Segundo a “National Society for the Prevention of Blindness” entende-se

por baixa visão uma acuidade visual igual ou inferior a 20/70 (0,3) no melhor

olho depois de corrigido, nas crianças que utilizam a visão como principal meio

de educação, e que segundo a opinião do especialista podem beneficiar da

utilização temporária ou permanente das facilidades especiais apropriadas à sua

educação.

O limite inferior de acuidade visual através do qual este grupo é definido é

variável conforme os países e corresponde ao limite superior da acuidade que

define a cegueira legal. Para além da acuidade são normalmente considerados

como factores que influenciam na capacidade de leitura, o grau de inteligência, a

motivação, o encorajamento, uma boa correcção visual através de auxiliares

ópticos, o feitio da letra, a escuridão da cor da letra, o fundo branco brilhante e

luz apropriada.

4.1 – INTEGRAÇÃO DOS DEFICIENTES VISUAIS NO

ENSINO REGULAR

Em estudos mais recentes e exaustivos sobre o desenvolvimento das

operações lógicas, Rosa (1986) e Ochaita (1988) estudaram o rendimento de

alunos cegos em tarefas como, classificação aditiva (com material manipulável),

inclusão de classes, classificação hierárquica e quantificação da inclusão

Page 18: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina1

8

(fundamentalmente verbais), classificações multiplicativas espontâneas e a

completar, seriação simples e multiplicativas ou seriação verbal e conservação

da substancia.

Estas tarefas foram investigadas em crianças cegas congénitas, que

frequentavam escolas especiais (Rosa, 1986), bem como em crianças cegas

congénitas, mas que frequentavam escolas regulares (Ochaita, 1988).

Os resultados mostraram atrasos nas crianças cegas apenas nas provas de

seriação e na classificação multiplicativa a completar. Este atraso desaparecia

aos onze anos.

As crianças cegas em ensino integrado obtiveram resultados muito

semelhantes.

Ao comparar o seu rendimento com o das crianças normo-visuais da

mesma idade e nível escolar, só se encontraram diferenças importantes nas duas

tarefas de seriação e um ligeiro atraso nas crianças cegas na classificação

multiplicativa a completar.

Quando comparados o rendimento dos dois grupos de alunos cegos, os

que estão no ensino integrado só obtiveram melhores pontuações nas provas de

classificações multiplicativas e na de conversação.

Partindo das conclusões sobre a problemática do desenvolvimento da

criança cega e das áreas mais afectadas em termos da sua adaptação ao meio e

da sua aprendizagem, podemos facilmente deduzir sobre a importância da

implementação de programas adequados às suas necessidades básicas.

Através de estudos longitudinais, Selma Fraiberg, Marguerite Smith e

Edna Adelson (1969), obtiveram dados sobre os problemas de adaptação no

período sensório-motor e das limitações colocadas pela cegueira. Verificaram

que algumas das perturbações profundas do Ego, assim como deficiências a

nível cognitivo encontradas, têm a sua origem nos primeiros 18 meses de vida,

durante o período crítico de estruturação do Ego.

Page 19: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina1

9

Concluíram que a deficiência mais profunda que uma criança pode ter, é

ficar privada de relações humanas significativas.

Estudos realizados por Fraiberg e Freedman (1964) com população cega

privada de intervenção adequada durante um ano de vida revelaram claramente,

que em tais circunstâncias a cegueira pode acarretar atrasos notáveis em termos

de desenvolvimento cognitivo.

Muitas das crianças observadas apresentavam um quadro de atraso mental

e, citando Fraiberg e Freedman (1964), “25% das crianças cegas de nascença

apresentavam comportamentos autistas”.

Tais dados colocam em evidência os programas educativos adequados,

iniciados precocemente que possam fornecer à criança cega os estímulos

necessários à relação o mais equilibrada possível, com o mundo que o rodeia.

Mais tarde, a criança cega necessitará de beneficiar de estratégias de

ensino, que facilitem basicamente a sua interacção espontânea com o meio.

Sendo de privilegiar toda a pedagogia baseada em métodos activos, não

deixando de ter como referência os princípios de Piaget, que em relação à

criança cega foram esclarecedoramente sintetizados por Ochaita (1988),

conceituado especialista, no campo da educação das crianças deficientes visuais

e que pela sua pertinência passamos a enumerar:

I – O desenvolvimento cognitivo é um processo gradual, em evolução,

que depende do desenvolvimento social, emocional e físico e não pode ser

entendido isoladamente;

II – As diferenças e padrões individuais de crescimento influenciam o

funcionamento, mas são também afectadas pela sequência, variedade e

qualidade das experiencias simbólicas;

III – O conhecimento da realidade deve ser descoberto e construído

através das actividades da criança ao nível da sua estrutura cognitiva;

Page 20: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina2

0

IV – Em todos os níveis deverão surgir actividades que promovam a

exploração espontânea, tanto física como intelectual (paralelamente, não deve

minimizar-se o papel da medição verbal na resolução de tarefas;

V - Um programa orientado cognitivamente desenvolve e reforça

cognitivamente o raciocínio espaço-tempo e lógico-matemático;

VI – A aprendizagem dinâmica, geradora, apoia-se na espontaneidade e

na criatividade da criança, enquanto que a aprendizagem de factos vem através

da prática, da repetição e da memorização. Por consequência, os professores

devem estabelecer os seus programas e estruturar as suas aulas prudentemente

Contudo, torna-se fundamental adquirir experiências enriquecedoras em

termos de qualidade e quantidade que permitam à criança cega uma base de

experimentação e de manipulação dos objectos reais, como condição

indispensável para ela atingir uma noção concreta do mundo real e dos seus

atributos.

4.2 – IMPLICAÇÕES DA CEGUEIRA NA PROBLEMÁTICA

EDUCATIVA

Nos primeiros anos de vida, quando chega ao jardim infantil, a criança

cega alarga o seu universo, limitado até aí, à célula familiar.

A partir dos três anos, a criança aceita brincar com outras crianças, sai do

seu espaço pessoal, confinada a si própria e às pessoas com quem interage, para

se aventurar no espaço dessas crianças, elaborando assim a representação, ainda

que incompleta, do espaço longínquo (Fonseca, 1997).

O jardim infantil desempenha um contributo importante a este nível, pois

proporciona à criança cega, vivencias que favorecem a sua estruturação.

No âmbito da motricidade, consideramos a aquisição de actividades

motoras larga e fina, sem esquecer que o desenvolvimento motor está na base do

Page 21: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina2

1

desenvolvimento cognitivo e da linguagem, sendo também particularmente

importante o equilíbrio e a postura.

Com o objectivo de promover experiências nesta área ter-se-á que ensinar

a criança a distinguir os sons, ajudando-a a reconhecer um som e orientar-se na

sua direcção, para mais tarde poder identificar, procurar e encontrar uma fonte

sonora: à direita à esquerda, em cima, em baixo; ter a noção da sua posição

relativamente ao local onde se encontra; obedecer correctamente a ordens, etc.

Se a criança cega evolui num meio que lhe proporcione ocasiões de

diversificar a sua experiencia, é possível que tudo se passe dentro de parâmetros

bastante aceitáveis (Ochaita, 1988).

Aqui cabe um papel à Pedagogia. O educador atento intervém reforçando

e estimulando os aspectos positivos, corrigindo os negativos, mas evitando

sempre atitudes quer punitivas, quer superprotectoras, pois elas são

bloqueadoras, mantendo a criança inibida e numa expectativa de dependência.

À medida que a criança se vai sentindo em segurança vai também

adquirindo independência.

No conhecimento do mundo exterior, a relação que a criança estabelece

com o “desconhecido” é sempre condicionada pelo estado emocional de base, no

qual a interacção Mãe/Filho não é alheia.

O Modelo Pedagógico

O modelo pedagógico, embora enriquecido com a nova tecnologia,

continua baseado na Pedagogia de Freinet, centrada na criança como membro da

comunidade, educada a partir das suas necessidades essenciais e em função da

sociedade a que pertence. É a escola virada para o Futuro, visando a preparação

para a vida.

Esta preparação para a vida é o nosso objectivo prioritário, tanto para as

crianças normo-visuais como para deficientes visuais e especialmente para que

estas últimas possam amanhã participar activamente na sociedade como

qualquer outro dos seus membros.

Page 22: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina2

2

A criança com deficiência visual tem necessidade de ser estimulada para

que através do contacto directo com os objectos, com a natureza,

movimentando-se e relacionando-se com o ambiente, interagindo com as outras

crianças e com os adultos, lhe sejam propiciadas as vivencias que irão motivar a

aprendizagem e serão facilitadoras da socialização (Ochaita, 1988).

Freinet (1969), citada por Maria Eduarda Pereira Dias (1995), responde-

nos a este imperativo da educação da criança cega quando conclui que «a

pedagogia se deve preocupar em colocar a criança em condições que lhe

permitam explorar o meio, ordenar a pouco e pouco o resultado das suas

experiencias, desenvolver uma acção útil, na medida das suas possibilidades e

por tacteamentos sucessivos. Deverá poder exprimir-se livremente, e assimilar

também, por fases, a experiencia da humanidade em campos tão diferentes como

o prático, o científico, o moral, o artístico, mas assimilando agindo, e no

momento exacto em que a utilidade de assimilação é flagrante".

É precisamente esta tão rica e fecunda experiencia humana que nós

privilegiamos.

Para um desenvolvimento harmonioso da criança, à Pedagogia compete

criar um meio rico de estímulos e condições de trabalho que se integrem na

experiencia de cada um, como aprendizagem da vida de grupo.

A este propósito ajusta-se a palavra de Maria Amália Borges (1975),

citada por Maria Eduarda Pereira Dias (1995), “ A importância da socialização e

da realização de actividades de grupo na educação, sobretudo quando esta tem

por objectivo o desenvolvimento integral do indivíduo, e por outro, o facto de

que a classe é um grupo, de que a situação pedagógica é uma situação de

grupo”.

Perante a coexistência de um grupo de crianças deficientes visuais e

normo-visuais, o professor deve adoptar um comportamento tanto quanto

possível idêntico com todas as crianças, evitando desenvolver atitudes

superprotectoras em relação aos deficientes visuais (Dias, 1995).

Page 23: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina2

3

Assim a aceitação que verificamos dos alunos uns pelos outros, deriva em

parte, quanto a nós, da aceitação dos mesmos pelos professores que orientam a

sua acção no sentido de estimular as crianças deficientes visuais a agir,

motivando-lhes a criatividade e proporcionando-lhes todas as oportunidades de

serem independentes e de realizarem, utilizando as adaptações necessárias, as

mesmas actividades propostas ao grupo.

O professor deve estar atento e actuar, valorizando os aspectos positivos

que a criança apresenta, evitando salientar os negativos com atitudes quer

restritivas, quer superprotectoras, que mantêm a criança numa situação de

dependência.

Este procedimento correcto do professor contribui para que o aluno

construa um conceito positivo de si próprio e influenciará o seu processo de

socialização.

Com um conceito positivo de si próprio, a criança deficiente visual tende

a realizar-se, procura a acção e essa actividade vai ser facilitadora não só da

aprendizagem, mas também da socialização, pois procurará o contacto dos

outros, não o evitando porque sente que é aceite por eles.

Chama-se ainda a atenção, para que sendo um aluno uma criança cega

muito bem integrada, participando com entusiasmo, tanto em actividades

escolares, como recreativas, sempre que se refere à deficiência visual, afirma

que há pessoas que vêem bem e pessoas que vêem mal – nunca pronunciando a

palavra cego.

Finalmente, no que concerne à participação das crianças deficientes

visuais nas actividades escolares através das suas intervenções verbais, e

comparando-as com as das crianças normo-visuais nessas mesmas actividades,

verificamos uma quase equivalência.

Page 24: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina2

4

4. 3 – RECURSOS MATERIAIS

Os programas educativos para deficientes visuais, sejam ou não cegos

profundos, devem cobrir as mesmas áreas e actividades contempladas nos

programas regulares, embora considerando as suas necessidades e o uso de

recursos materiais didácticos específicos (Ariza et al.,n/d).

Quando for necessário, terão lugar o reforço pedagógico e as técnicas de

carácter específico.

A leitura/escrita. A capacidade para ler e escrever é o resultado de um

processo complexo que requer um desenvolvimento adequado e a interacção de

variáveis visuais, auditivas, motoras, linguísticas, cognitivas e socioemocionais.

O défice de visão não tem possibilidade de anular esta capacidade nem sequer

para os que carecem totalmente dela.

a) A leitura/escrita a negro

Muitos deficientes visuais podem aceder à leitura e à escrita a negro sem

aparentes dificuldades e sem usar material específico. Outros requerem alguns

dos meios já mencionados: iluminação adequada, auxiliares ópticos e ampliação

de imagem do objecto, além de outros que em seguida descrevemos.

O tiposcópio. Consiste num cartão negro com uma fenda rectangular de

um tamanho que permite ver uma linha impressa. Colocado sobre um

texto escrito, serve de guia para a leitura, favorecendo ao mesmo tempo o

contraste da linha visível.

Os cadernos pautados (quadriculados, com linhas simples ou de duas

linhas). Permitem aos deficientes visuais, que não podem ver as linhas

convencionais, fazer uma escrita rectilínea e correcta.

O suporte para livros e a mesa de trabalho regulável. Ambos permitem

ao deficiente visual colocar o material impresso a uma distância

operacional para poder ser visto sem pegar nele e sem se posicionar

Page 25: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina2

5

incorrectamente; evita assim deformações da coluna e uma posição

cansativa.

b) A leitura e escrita em relevo. O sistema Braille.

Os deficientes visuais com muito poucos resíduos visuais, ou nenhuns,

devem ter acesso à leitura e escrita de um sistema táctil que requer um código,

instrumentos apropriados e uma técnica especifica.

Muitos sistemas foram ensaiados ao longo da história e foi adaptado,

universalmente, o sistema Braille. Este sistema baseia-se na combinação de seis

pontos em relevo, dispostos em células organizadas em unidades de dois pontos

na horizontal e três na vertical. A descrição de qualquer sinal Braille realiza-se

em função dos pontos em relevo, segundo uma ordem rigorosa.

Algumas das combinações de pontos empregam-se para mudar o

significado da combinação que lhe sucede. São os prefixos. Não tem transição

própria. Por exemplo: os dez primeiros dígitos formam-se antepondo as

combinações de pontos correspondentes às letras a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, ao

prefixo formado pela combinação dos pontos 3, 4, 5, e 6, significando os

números 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, e 0, respectivamente. A transição correspondente

aos sinais matemáticos é feita através de um ou mais combinações de seis

pontos (Ariza, et al. n/d).

A escrita de Braille faz-se sobre papel próprio para o efeito, grosso e

macio, por meio de uma perfuração feita sobre uma pauta, ou mecanicamente.

Os instrumentos de escrita que mais se têm usado são: (Ariza, n/d).

Punção. Estilete de ponta arredondada, para não rasgar o papel, que se

segura entre os dedos indicador e médio para fazer os pontos de relevo.

Existem vários modelos.

Pauta. Guia formado por uma placa metálica ou de plástico, com sulcos

horizontais e paralelos onde se ajusta a ponta do estilete; um caixilho para

segurar o papel e uma ranhura para marcar os pontos das células que

Page 26: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina2

6

formarão cada sinal. A escrita por este processo é feita no papel, do lado

contrário àquele em que se faz a leitura. Existem também vários modelos.

Máquina de escrever Braille. O modelo Perkins é o mais conhecido.

Com um teclado de nove peças, permite simultaneamente a impressão de

todos os pontos que compõem um sinal Braille e também mudar de linha.

Possibilita sobretudo uma maior rapidez de escrita, a leitura simultânea e

a correcção directa dos erros. Há outros instrumentos mais modernos de

leitura e escrita de Braille, mas ainda não estão ao alcance de todos os

cegos (Ariza et al. n/d).

Na pré-aprendizagem de Braille utilizam-se dois instrumentos para

familiarização com este tipo de escrita e com a iniciação à leitura através do

sistema:

- A régua para a escrita Braille. É um caixilho composto por dez células

perfuradas com os seis pontos Braille; tem um tamanho suficientemente grande

para que a criança pequena possa inserir nos orifícios cavilhas semelhantes aos

pontos Braille com que compõe os sinais ou letras.

- O quadro para treino da escrita. Tem alguma semelhança com a régua,

embora seja formado por seis filas de encaixes. Permite reproduzir modelos de

escrita amplos e iniciar a leitura.

O cálculo. As técnicas para aprendizagem do cálculo e do raciocínio

matemático do deficiente visual não diferem das utilizadas par os

normo-visuais. Apenas existem diferenças nos instrumentos utilizados.

Para além da máquina de escrever, utilizam-se os seguintes instrumentos:

- A caixa aritmética. Consiste numa caixa de madeira do tamanho de uma

folha do livro. Numas das tampas existe uma rede sobre a qual se colocam as

peças em forma de prisma rectangular que têm numa das bases os números e

sinais matemáticos, em relevo. Na outra podem ter, também em relevo, os

números árabes. A outra tampa divide-se em compartimentos onde se guardam

Page 27: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina2

7

as peças, ordenadas. Este instrumento é útil para o desenvolvimento do cálculo

operatório.

- O cubaritmo. Compõe-se de uma rede com pontos em relevo nas duas

faces. As diferentes posições de cada uma proporcionam os símbolos

matemáticos mais usuais e os números. Apresenta, sobre a caixa aritmética, a

vantagem de poupar tempo e esforço ao suprimir a classificação das peças.

- O ábaco. É um instrumento que permite, uma vez adquirida a técnica,

calcular com grande rapidez. É formado por uma régua longitudinal atravessada

por (na) parte inferior e uma de cor preta no terço superior.

- O desenho linear e a geometria. Para realizar medições em geral, os

cegos podem empregar/utilizar o transferidor, o compasso, a régua milimétrica e

o metro, todos eles com indicações tácteis (Ariza et al. n/d).

O desenho livre em relevo é possível graças à prancha de desenho

positivo (prancha de borracha-virgem sobre a qual se situa a lâmina de desenho

positivo, folha de plástico especial) e às rodas dentadas, ao compasso, ao estilete

e ao transferidor como marcadores. Utiliza-se também o tabuleiro de desenho

negativo para desenhar com papel Braille; o desenho é realizado em negativo e,

ao virar o papel, aparece ao tacto na forma correcta, tal como acontece com a

escrita com pauta e régua (Ariza et al. n/d).

Outros conceitos geométricos, quando não se trate de objectos reais, serão

introduzidos empregando representações em relevo, o geoplano, etc.

- A geografia e a história. Os mapas, o globo terrestre e os planos em

relevo permitem aos alunos cegos aceder ao mesmo tipo de auxiliares que os

normo-visuais. As maquetas de gesso ou plástico permitem-lhes o acesso aos

diferentes estilos arquitectónicos para melhor compreensão da História de Arte.

Para além de todo este material, não podemos esquecer a importância das

novas tecnologias para a aprendizagem dos cegos (computador com linha

braille, o Note Taker braille, o scanner, a impressora a braille…). Pensamos que

neste momento ainda não estão ao alcance de todos eles.

Page 28: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina2

8

5 – DESLOCAÇÃO NO ESPAÇO – SUA APRENDIZAGEM

Os autores que se têm dedicado ao estudo dos problemas respeitantes à

deslocação no espaço da criança cega ou com visão reduzida têm, ao longo dos

tempos, sido influenciados pelas diferentes perspectivas de análise

predominantes na sua época. Assim, embora de há longa data se mencionem as

dificuldades que a pessoa cega tem em se deslocar no espaço, só a partir de 1950

se iniciou nos EUA o treino sistemático da motricidade.

A primeira dificuldade detectada, em relação à qual se tentou encontrar

solução, foi a percepção dos obstáculos à distância. Neste sentido, Houver em

1950 propôs um determinado tipo de bengala, hoje conhecida pela “bengala

Houver” como instrumento para detectar o que “se encontrava no espaço no

passo seguinte”. Hoje em dia continuam a efectuar-se estudos para a construção

de ajudas adicionais, algumas bastante sofisticadas e tecnologicamente

avançadas. (Proj. Internet para Deficientes Visuais, que utiliza o software Virtual Vision. O

Software é capaz de ler para o deficiente visual campos, menus e links que estão na tela do

computador, utilizando um sintetizador de voz que permite ao usuário utilizar todos os

aplicativos do Windows, como a Internet Explorer, Word, Excel, entre outros).

A falta de controlo visual do meio circundante é apontada por todos, como

um factor importante e determinante da imobilidade. Assim, como Arisa, et al.

(n/d) consideram que a possibilidade de existência eventual de um perigo não

controlável origina um medo paralisador, moderador ou ainda gerador de

ansiedade que conduz a criança cega ou de visão residual à imobilidade.

Segundo Scholl (1974), a criança cega precisa que lhe sejam ensinados

todos os tipos de movimentos como por exemplo os locomotores à excepção da

primeira fase da marcha. Afirma ainda que há necessariamente uma relação

directa entre o controlo motor do corpo no espaço, o conhecimento da sua

posição relativa aos outros e aos objectos, a capacidade de locomoção dos

Page 29: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina2

9

objectos e as possibilidades que a criança cega teve de satisfazer as suas

necessidades básicas de movimento.

Arisa, et al. (n/d) afirmam que a noção de espaço (formação de conceitos

relativos à posição, localização, direcção e distancia) é uma área onde a criança

deficiente visual tem muitas dificuldades. Consideram que na mobilidade, para

além da aprendizagem de conceitos espaciais, são também áreas muito

importantes de observação a postura, o padrão de locomoção e a forma como

responde a instruções verbais.

Ariza et al. (n/d) consideram como pontos centrais do processo de

orientação do indivíduo no meio circundante:

- A noção do corpo – capacidade de identificar e localizar as partes do

corpo, conhecer os movimentos que ele é capaz de executar e o seu

funcionamento;

- Conceitos de espaço – os que dizem respeito à forma, à medida ou à

localização em relação a outro indivíduo ou objecto (ex. redondo, estreito, em

frente de);

- Conceito do meio circundante – os que dizem respeito ao meio ambiente,

que podem ser percebidos através dos sentidos (ex. esquina).

Os autores, que se têm dedicado ao estudo dos deficientes visuais, começam,

também, por considerar fundamental o treino táctil quinestésico, desenvolvendo

estratégias de ensino que levariam a uma melhor utilização desse sentido no que

diz respeito à leitura e escrita Braille, ao reconhecimento de objectos e das suas

características, à utilização da informação plantar para a orientação, à leitura de

mapas em relevo, etc.

Bortner y otros (1987) elaboraram e desenvolveram um programa de treino

de visão à distância tendo como objectivo a deslocação do indivíduo no espaço.

Abordar-se-á em seguida alguns aspectos dos programas propostos por estes

autores procurando realçar os pontos que se considerem fundamentais à

elaboração de um programa de aprendizagem motora.

Page 30: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina3

0

Treino de visão

Barraga (1987) considera como pontos fundamentais do seu programa:

- a percepção da forma (em 1º lugar das formas geométricas);

- a percepção do objecto (1º a três dimensões e depois a duas dimensões);

- a efectivação de agrupamento e categorias de objectos;

- a representação simbólica que inclui a utilização de símbolos abstractos,

a identificação de palavras e letras de diferentes configurações e contornos

semelhantes, etc.;

- a representação simbólica para expressar as ideias - identificação de

grupos de palavras e frases.

Chapman (1988), no seu programa “Look and Think”, semelhante em

muitos pontos ao de Barraga, propõe como pontos fundamentais do seu

programa:

- identificar objectos da vida corrente, animais, etc. a três dimensões, bem

como formas geométricas;

- fazer coincidir objectos – encontrar iguais – a três dimensões e a duas

dimensões;

- reconhecer perspectivas simples, reconhecer pela imagem objectos que

estão representados de uma maneira incompleta;

- identificar e descrever fotografias e desenhos de objectos e animais;

- percepção da simetria e da cor.

Contém aspectos que não foram considerados nas actividades propostas

por Barraga, tais como, classificar expressões faciais registadas em fotografias,

identificação de posturas corporais, percepção de gestos e movimentos

corporais.

Considera-se assim, necessário o treino de coordenação óculo-manual.

Atribui uma grande importância aos materiais a utilizar no ensino tais como

papel baço que não faça a reflexão da luz, canetas de traço grosso, o tipo de

mapas, diagramas e de letras, etc.

Page 31: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina3

1

Bortner y otros (1987) propõem assim elaborar um programa que sirva

para a deslocação do indivíduo no espaço.

O programa é constituído por nove pontos essenciais:

Fixação de objectos distantes;

Seguimento de trajectórias, envolvendo o movimento dos olhos, cabeça e

corpo;

Precisão e facilidade na identificação de aspectos no espaço em diferentes

situações;

Adaptação a diferentes níveis de brilho e de contraste, tamanho e tempo

de exploração;

Percepção e reconhecimento de formas variando o contraste, a

luminosidade e a distância;

Recriação da imagem visual através de informação verbal;

Percepção visual do espaço e das direcções;

Acompanhamento visual dos movimentos do corpo;

Capacidade de processar a informação de uma área alargada do campo

visual no mínimo de tempo.

Treino Auditivo

Em relação à audição, sendo um sentido que favorece informação à

distância, é reconhecido, como em Ariza et al. (n/d), que a sua estimulação deva

começar o mais precocemente possível, de forma a poder ser estabelecida uma

coordenação ouvido-mão que estimule e guie os movimentos do corpo.

Para que esse objectivo seja atingido o som precisa de ter significado,

necessitando o indivíduo de ser capaz de realizar uma discriminação auditiva

que contribua para o conhecimento de si próprio e do mundo. Propõe que, numa

primeira fase, se faça uma interacção pela palavra mais frequente, primeiro com

adultos e depois com crianças, de forma a poder associar nomes e objectos,

verbos e gestos motores como por exemplo agarrar, mexer, manipular, e mais

Page 32: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina3

2

tarde, andar, correr, etc.. A partir do momento em que o som tem significado, a

criança pode ser guiada na sua tomada de conhecimento do mundo exterior,

satisfazendo o seu conhecimento auditivo, tão necessário para uma deslocação

com confiança.

Numa fase seguinte, a criança deve ser ensinada a ouvir ler, começando

por pequenas frases e textos. Aprender desta é totalmente diferente duma leitura

visual para um melhor esclarecimento.

No que respeita à deslocação no espaço o saber localizar com precisão

uma fonte sonora, determinando a que distância se encontra dela, será nesta

segunda fase, de uma importância primordial.

Posteriormente preocupar-se-á que a criança saiba deslocar-se em

diferentes direcções em relação à fonte sonora.

Treino Olfactivo

Quanto ao olfacto, ele deve também ser utilizado como forma de

motivação para a criança se deslocar. Numa primeira fase deve tentar-se que a

acriança se desloque em direcção a um odor agradável e que represente por

exemplo um sabor que a criança conhece e gosta, como acontece com o doce.

Mais tarde ela deve ser ensinada a utilizar os odores do meio ambiente como

pontos de referência em relação aos quais ela se pode deslocar ou situar no

espaço (Ariza et al. n/d).

A farmácia, a cantina da escola, a bomba de gasolina, etc. emanam odores

características que, sendo de menor importância para o individuo normo-visual,

são fundamentais para o cego. Do mesmo ponto de vista, o cheiro a tabaco ou a

um perfume podem permitir identificar a presença de um familiar ou de um

amigo.

Treino Táctil quinestésico

Ariza et al. (n/d), sugere que, para se obter o desenvolvimento táctil-

quinestésico da criança, é necessário levá-la a:

Discriminar a textura dos objectos e a percepção das suas formas;

Page 33: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina3

3

Construir, a partir de uma informação analítica, qualidades reconhecíveis

nos mesmos, tais como rigidez, unidade, estabilidade, peso, forma, espessura e

textura;

Tomar conhecimento gradual de pequenos detalhes do objecto e integrá-

los na sua forma total.

A eficácia e eficiência do sentido táctil - quinestésico para recolher e fornecer

informação, implica sempre o movimento. As crianças cegas, ou com resíduo

visual, necessitam de envolver todo o corpo na procura e recolha de informação

acerca deles próprios e do mundo exterior. Segundo ela, utilizam o corpo para

compreender o espaço.

Precisam por isso de aprender a explorar o meio envolvente com todo o

corpo, mãos pés incluídos. Considera assim, como Fraiberg (1976), Lowenfeld

(1974) e Cratty (1982), que se deve fazer a manipulação passiva dos membros,

cabeça, pescoço e tronco, fornecendo desta maneira informação aos receptores

qiinestésicos, sobre o corpo e o tomar consciência das possibilidades de

movimento no espaço. A manipulação do corpo da criança pelo adulto, mesmo

que recebida passivamente a um nível perceptivo inconsciente, leva-a à

construção de padrões motores e ao armazenamento, podendo contribuir para

um posterior desenvolvimento cognitivo. À medida que são ensinados a

procurar os objectivos e a tentar chegar-lhes, a deslocarem-se em frente, a passar

por baixo ou por cima, vão recebendo informações que os ajudam a organizar o

espaço exterior em relação ao seu corpo, a tomar conhecimento do mesmo e a

estabelecer a relação entre o seu espaço corporal e o espaço envolvente.

Page 34: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina3

4

CONCLUSÃO

Desde que o conceito de normalização se cimentou na nossa sociedade, as

crianças com NEE, adquirem o direito a terem uma vida o mais normalizada

possível podendo dispor assim de todos os serviços que a comunidade pode

oferecer.

Desta forma as crianças com DV têm o direito a frequentar a escola

normal da sua área de residência, e que deverá estar preparada para os receber,

de acordo também com o disposto no Decreto-Lei nº 3/200, de 7 de Janeiro.

A integração desses alunos deverá ter em conta o tipo de deficiência, as

suas capacidades e necessidades, e porque não, as suas ambições pessoais como

cidadãos que queremos incluídos e participantes.

Como vimos em Portugal foi publicada a legislação capaz de diminuir os

problemas mais frequentes das pessoas deficientes, mas a realidade parece

traduzir que não se deu um acompanhamento na disponibilização de meios e de

recursos necessários para que houvesse uma mudança de atitudes e de acções.

Só os primeiros passos estão dados e sabe-se que não há respostas

educativas perfeitas, há apenas umas mais integradas que outras, dependendo de

cada caso e de cada situação.

Ser deficiente visual não significa necessariamente ser incapaz. Um

indivíduo com esta deficiência pode ter capacidades que nos devemos esforçar

por explorar, dando-lhe oportunidades e condições apropriadas para se realizar

como ser humano e pessoa individual que é.

Temos consciência de que muito ficou por dizer sobre um tema que tanto

tem de interessante e delicado, como de extenso. Podemos ainda acrescentar

que, para nós, a realização deste trabalho, foi muito enriquecedora, pois

permitiu-nos investigar e analisar obras de diferentes autores para melhor

podermos compreender a temática da deficiência visual.

Page 35: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina3

5

.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Ainscow, Mel. (1995). Necesidades Especiales en el Escuela.

Madrid: UNESCO.

Ainscow, Mel.; Porter, Gordon;Wang, Margaret. 1997). Caminhos

para as Escolas Inclusivas. Lisboa: Instituto Educacional.

Barraga, N. C. (1975). Guia Del Maestro para el desarrollo de la

capacidad del aprendizaje visual y la utilización de la pobre visión.

A.F.O.B. Córdoba (Argentina).

Barraga, N. C. (1978). Disminuidos visuales y aprendizaje. Tradución

original “Visual Handicaps and learning” realizada por Crespo, S. y

H. de David, A.M. ONCE. Madrid.

Bautista, R. (Coord.), (1997). Necessidades Educativas Especiais. Lisboa:

Dinalivro.

Blach, H. La Deficiência Mental. Madrid: Cincel.

Birch, B. (1999). Louis Braille. O Jovem Francês Cego cuja Invenção Trouxe a

Milhões de Cegos a Possibilidade de Ler. Lisboa: Editora Replicação.

Borges, M. A. (1975). As três faces da Pedagogia. Livros Horizonte, Lisboa.

Page 36: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina3

6

Bortner y otros , (1987). Equipo de Estimulación sensorial y guia para

maestros. ICEVH. Córdoba (Argentina.

Brown, M. e Fernandes, D. e Matos. J. F. e Ponte, J. P. (n/d). Educação

Matemática. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional – Secção de Educação

Matemática da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação.

Bruno, M. M. G (n/d). O Desenvolvimento Integral do Portador de Deficiência

Visual: Da Intervenção Precoce à Integração Escolar. Campo Grande-MS, Plus,

2ª edição.

Chawla, H.B. (1983). Oftalmologia básica. Ancora. Barcelona.

Chapman, E. e Stone, J. (1988). The Visually handicapped child in your

classroom. Cassel, London.

Correia, L. M. (1999). Alunos com Necessidades Educativas Especiais na

Classe Regulares – I Colecção Educativa Especial. Porto: Porto Editora.

Cratty, B. J. (1982). (Desarrollo perceptual y motor en los niños. Paidós.

Barcelona.

Ariza, C. A.; Martin, M. B.; Piñero, D. M. C.; Cobo, A. D.; Caparrós, J. A. E.; et

al. (n/d). Deficiência Visual- Aspectos Psicoevolutivos e Educativos. Editora:

Santos.

Dias, M. E. P. (1995). Ver, Não Ver e Conviver. Lisboa: Secretariado Nacional

de Reabilitação – Livros SNR nº 6.

Page 37: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina3

7

D. J. C. (1999). A Problemática da Relação Família/Escola e a Criança em

NEE. Lisboa: Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das

Pessoas com Deficiência.

Faye, E.E. (1972). El enfermo com deficit visual. Experiencia clínica en adultos

y niños. Científico-Médica. Barcelona.

Fonseca, Vitor da. (1997). Educação Especial: programa de estimulação

precoce, 2ª edição. Lisboa: Editorial Notícias.

Fraiberg, S., Freedman, D. A. (1964). Studies in the ego development of the

congenitally bling child. Psichoanalytic Study of the child.

Fraiberg, S., Smith, H., Adelson, E. (1969). An educational program for blind

infants. Journal of special Education.

Fraiberg, S. (1976). Prehension, Insights from the blind. Souvenir Press, (E e A)

Itd.

Fraiberg, S. (1982). Niños ciegos. La Deficiencia visual y el desarrollo de la

personalidad. INSERSO. Madrid.

Hébert, M. L. (1996). Pesquisa em Educação. Lisboa: Instituto Piaget.

Ladeira e Queirós. (2002). Compreender a Baixa Visão. Edição: Ministério da

Educação/Departamento da Educação Básica.

Leal, M. R. M. (1994). Personalidade Integrada e a Escola de Todos. Lisboa.

Page 38: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina3

8

Lowenfeld, B. (1974). The visually handicapped child in school. Ed. Berthold

Lowenfeld, London.

Mendonça. A.; Miguel.C.; Neves, G.; Micaela, M. & Reino, V. (2008). Alunos

cegos e com baixa visão – Orientações Curriculares. Editor: Direcção-Geral de

Inovação e de Desenvolvimento Curricular/Direcção de Serviços da Educação

Especial e do Apoio Sócio-Educativo.

Ministério da Educação. (1998). Documentos Preparatórios III. Lisboa:

Comissão de Reforma do Sistema Educativo.

Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. (2001). Programa de

Capacitação de Recursos Humanos do Ensino Fundamental: deficiência visual

vol.1 fascículos I-II-III. Série: Actualidades Pedagógicas 6.

Niza, S. (1996). Necessidades Especiais de Educação: da Exclusão à Inclusão

na Escola Comum. In Inovação. Vol. 9.

Nunes, R. (1986). Educação Integrada: Um grande desafio à Escola. Jornal de

Notícias, Suplemento Educação.

Ochaita, E. y otros. (1988). Alumnos com necesidades educativas especiales.

Editorial Popular SA-MED.

Pereira, L. M. (1993). Psicologia (12) – Estrutura Espacial e Equilíbrio –

Estudo com Crianças de Visão Nula ou Residual. Lisboa: Instituto Nacional de

Investigação Científica.

Revista Ludens, (1980). – Vol.4, Nº4.

Page 39: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina3

9

Rosa, A. Ochaita, E., Moreno, E., Fernandes, E., Carretero, M. e Pozo, J. I.

(1986). Aspectos Cognitivos del desarrollo psicológico de los ciegos. Servicio

de poblicaciones del M. E. C., Madrid.

Rosa, A. e Huertas, J. (1988). Pecularidades de la lectura táctil del Braille.

Infancia y Aprendizaje, Madrid.

Scholl, G. T. (1984). Understanding and meeting development needs in the

visually handicapped child in school. Ed. Berthold Lowenfeld, London.

Scholl, G. (1968). The principal Works with the visually impaired. Washington,

D.C.: Coulncil for Exception Children.

S.N.R. (1996). Inquérito Nacional às Incapacidades, Deficiências e

Desvantagens – Síntese dos Resultados Globais. Lisboa; Secretariado Nacional

de Reabilitação.

Sousa, F. P. R. e Fernandes, I. C. C e Fonseca, J. M. D. (1997). Em Busca do

Equilíbrio - A Integração de alunos Deficientes no Ensino Regular. Gondomar:

Irmandade da Santa Casa de Gondomar.

Wang, M. (1997). Atendendo Alunos com Necessidades Especiais: Equidade e

Acesso. In Mel Ainscow, Gorden Porter e Margaret.

Wang. (org.). Caminhos para as Escolas Inclusivas. Lisboa: Instituto de

Inovação Educacional. p. 51-67.

WWW. lerparaver.com/oftalmologia_doenças.htm

Page 40: Deficiência visual

DEFICIÊNCIA VISUAL

Pág

ina4

0

WWW.prograd.ufpr.br/~pne/dvnb.htm

WWW.drec.min-edu.pt/nadv/deficienciavisual.htm